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Os porques da desordem mundial iyertres explicam a giobslasao, O nid econémico O desastre social © descompasso entre es nagdes O esafio ambiental Perspuctivas CCIP-Demil, Cslogasio-an fonts Sindeato Niclond dos Ealotes de Liv, Gongalves, Reinaldo, 1951 66290" G ngecondmien / Reiaaldo Gongalves,~ Rio de Jensio Record, 2003, (Gs porquls dadesordem murda, Mestesexplicim a obalzapio) Indi bibliogenia ISBN 85-01-0664 x 1. Politic econémica, 2. Globallzayto. 3. Relasea ccondmicasirteinacionas. I. Tso, I. Sexe cop - 3389 02-1987 py - 882 os porqués da desordem mundial mestres explican a globalizasdo, Organizagao: Emir Sader 0 né econémico Reinaldo Gongalves EDITORA RECORD RIO DE JANEIRO * SAO PAULO 2003 1, Que trejetdria teve a palavra “globalizagéo"? 1Nos altimos vinte ou trinta anos houve importantes transfor rmagbes em escala mundial. Essar translormagSes globais témn abrangido as esferas econOmica, politica, juidicavinstcucionaly social, cultural, ambiental, geogeéfica, demogréfica) militare gropolitice, No entanto, somente a partir de mieados da décx- da de 90 do século XX a palavre “globalizagio” passou a ser talzagio” tem implicado o eu uso abusivo, ASSiny & globa Teagio tende a set um verdadero “dens ex maeling ", que tearzcen no cenéio internacional no final do século °% Fe plea tudo on gus tudo, de expansto de tleviio # cabo retiges cambials recorrentes experimentadas pela economy ae evleme, A globalizagéo também tem sido sede para jst aan racasso de modelos ezonémicos eoliberis) na Ametist ono desempenormefocte da poten externa brasle wa exo feoaxo é mesmo leviano da paavrs “glabalizag#o” tem provocado o uso abusivo, quando 140 rics, de famosa epresio “a globaliagio traz oportunidad €rsc08" © 0 aarrcenpreaioesconde,quaseinvariavelment, a ineapecida: dde de definitclaramente a prépria natoreza do fermen, ‘No envanto, h& um grapo de analistas que se coloca no ow tro extremo e tende a negar 0 préprio conceito, Segundo &¥ ropa, au tranformagées economics do final de séealo XX + pecan areafrrartendéncias aseulaes ist é 08 mow MER ton de internecionalizagho ou mundalizagio j observadoe no frratdo séeato XIK.Por exemplo: Hist Thoorpson (1996, P 16) comparam alguns indicadores de integrasso ceonBmiea owadial nas drimas d€cadas do sGeulo XIX com indicadores tho final doséculo XX. les chegam concisto de ave «8 dife- vegan $40 mito signifcaivas, Eases anores aigumentem) (que globalzasio sera predomirancia domogelo deumss sda globe no qual ca economia sastonl ceria permends ¢ roi fomnoda pola elagoesncemacionas, Cond cles aie seam que no sisters atu “a prineipas ensidades slo a5 66" Nesse sentido, tendem a reeitar o uso da para descrever as transformaches das romias nacional patavea “globalizardo itimas décadas [orb ceanbnien + Renalde Conganes ~<, Assim, a maior parte da andlise sivua ere ile cis «phon ouboas la Bee mis moo aco. frouxa € 0S que negam a necessidade de uma nova ple Hear oe globais mais recentes (Held e McGrew, somplica-se quando se tem em meate : A mente qs oe orgs : ‘transcendem a esfeta econdmica ¢ tém repe fe tao complexas quanto hererogéne i ten Maine rae ge onrerur a ee pana ser estacados. E, portanto, aocorréncia simultanea eon as reales patron mento atual de outros momentos da economia mundial, O quo 6 globalizagdo ocanémica? fara um tratamento mi ie ais rigoroso € necessério restringir a dis do 4 questio econdmica. A globalizagao econdrmica pode Opinio €0 aumento extraordinario dos fluxos internacio- ais do bens, servigos.e capital. No perfodo 1982-2000 a ronda a (precos correntes) cresceu a uma texe médie anual da tas im eaquanto as exportagdes de bens ¢ sexvigos 1m 6,8% € 0 estogue de investimento externo dire esceu 12,8% (UNCTAD-WIR, 2001, p. 10). ° indicadores agcegados a esse respeito. No entanto, a ch ‘agendas compeidad' tem ileum papel ca vee meni cranédeeshinen cconmico 04 - pelea de relagbes exteriores. Por exemplo: os Boks em meados dos ancs 1980, alteraram o nome da sia Lede Condo as ds Comfc nracnl par Ll de Cont Petitividade Inrernacional, m * Se amen Coe empfuica po : | } 2 los porgude de dserdom muna) © texecizo proceso 60 da crescents interdependéncis ere econémicos € sisters esondmicos nacionais. No tre agentes smpresas ¢rensnecionals perfodo 1982-2000 os ativostotaisdas Gresceram a uma taxa média anual (Valores cortentes) de 14,496, fas vendas das subsidisrias efiliaisdessas empresas resceram 410,806 ao ano (ib). Ne media em queas exportayées ¢ 2 portagies de bense servigos tendem a crescer a texas superires ada renda nacional, hé o aumento do grat de abertura externa das economies nacionais, ‘Assim, a globaliaagio ezonémica pode ser entens Iuinea de erés processes: cescimento extta~ pital, acer \dida como a ocorrénca simul ‘otdinério dos fhisosintemacionais de procitos¢ nento da concoriéncia internacional e maior interdependéncia ‘entie empresas e economias nacionais. 3. Quem séo os principais stores da globalizagéo? Rivalidade entre Estados nacionais¢ concorréncia entre empre~ mundo moderno, Nas ultimas décedas do sas 6 uma marca do Je, a rival séaulo XX, no chamado pervouo de posmoderided tal na arena internacional arrefeceu com a he a. Bntrotanto, esse dade interes gemonia militar ¢ politica norte-amerissn rivalidede peesste, pois os Estadcs nacionsis —nas suas relagdes texteriotes — so 08 mais poderosos instrumentos de defesa dos .se9 nacionais (Fiori et al., 1999), Por outro lado, howe peesas no mercado mn tum aumento da concorréncla enite en dial Bse foto &ovidente quando levamos em contaque uma das ccaractereticas centrais daglobalicagdo econémica (a pés-moder- hnidade na sua dimensio econémica) €0 prOprioacirramento da \estailidade do mereado mundial segistros marcantes: 0 concorténcia ou a maior cont (0 alvorecer do sfeulo XXT em doi poder do Estado nacional e o poder da empress transsaciondl. [0nd xontrice + Renaldo Gongaves) 0 aa nacional derém 9 monopSlio da forga e € 0 locus do. poo plbiees uallt, Aougesintacanesionsl empresa transnacional é 0 principal locus ie See e de poder econémico, a cart do oe controle sobre ativos especificos (capital, tecnol ae organizacional e mercadolégica). Na realde, cata dles 0 principle de pode polio (Etedo- ‘agio} e econmico (empresa teansnacional), Resting oetcopo da economia internacional a0 meteado (ou atuagao das empresas transnacionais) significa reduzir a Epeuetoncg ee uceene ie Eanes ‘mais vatiadas, inclusive do processo politico interno das eco- spi cnlonca Mo pele toe pstmt, pode mencionaro FMT Banco Mundial, que s4o poderosos instrumentos de vl ‘seonBenica' ‘externa dos governos dos paises hegeménicos. Ne ae davida de que a questio do poder esta no centro fares separ pies pode nie ae muito especitica —o Estado nacional —, que determina silencio alg it lar ea sidan Q Fstado € uma institigso sinica, pois tem o conga 4 forgs; da'moeda.e me as ate fd sda e da definigto de normas que regulam as col- is Peseoas, © capital e 0 territério. Visto que, de fato, 0 its internacional & 0 conjunto de cerritérios nacionals que ‘ionam entre si, os Estados nacionais sio os at i cipais deste cenério, " espn No cenario internacional os Estados usam insteumento: némicos (comercic es o mpress, capa ecnolgia) par alea gar determinados objetivas politicos (inclusive re temo tempo gsr dominant wa o poder do seu Estado nacional pata defender Lalcmte ‘4 Pie doe te pecan uo sistem internacional. O poder do Estade nacional auaren orecloa € de nde pen steno nericpeuinsengucnuelinda Sie sucntece th Al uae ds bases conbmenad poder pole m {os porcuts de doserdem mua) titar) nacional, e das bates militares do poder econdmico. Nio {por outa razdo que os trabalhos pioneiros na economia poli | foram Poder e moede (Chacles B Kindleberget) tice internacional ¢ Poder e riqueza (Klaus Knort) 4, Quis sio as formas do processo de globalzagao? ‘Aimtemacionalizagio da produgo ocorre sempre que residen tes de um pats acessam bens e setvigos eom origem em nio-te- sidentes, Iso significa a existéncia de fluxos internacionais de bens, sevigos € capital. 14, és formes bésiens de ineernaci= nalizagBo da produgio: comércio,investimento externo diseto fe relagdes contratuais (Gongalves et al., 1998, capttalo 6), Residentes de um pafs padem acessar bens € servigos com origem em nio-tesidentes por meio da importagio. A impor ‘gio de um bem sgaifiea que um produto fisico, tangivel, a razendvel, cruzou fronteiras nacionais. Os servigor, de modo eral, so produtos intangivtise nio-armazentveis e) portan- to, o comércio internacional de setvigos exige 0 deslocamento do consamidor (eg turismo) ox do prodator com a presenga se pessoa natural ou pessoa fisca (.. consultoria), No exten 10, a principal forme da internacionalizacao da produsso de servigos & a presenga comercial (pessoa jutidica). Nesse sato, nyo de sabsididrias ¢ fiiais por meio do cocorre 0 estabelecime Investimento Externo Direto CED}. OLED 6 todo fluxo de capital com o intuito de controlar a ‘empresa receptora do investimento, O principal agente de rea Fizagio do IED ¢a empresa transnacional — empresa de gran de porte que conttala ativos em pelo menos dos pases. Essas empresas tem, geralmente, a sua matialocalizada nos pases deseavolvidos e, por intermédio do investimento extern0 dire- to, controlam subsidiatias fileis em outros paises. —_——e ~~] A imemnacionalizagto da produ fo da produgdo também ocorre s ue nto esidenes eum pl fue resides ner” 6, por meio de relagdes contratuas, os residentes de um pals A transferem para esdentes dum pas B um eonjanro de cspeelficos Aun propriedade (tecnol a lade (tecnologia, apacidade anemone auinan poses tens ou servos por une empres loa. Tate, eno, da transFeréncia de know-how (tecnologias de pro re de produto, asistencia BE soprecede anol = el a ste.) ou ditetosde propriedade (ware patente cpr, fanaus epoxies de Além da dimensio produtiva (internacionstizagio d: gio}, a3 relagées Pa uicaees dusio}, a5 relagées econdmices também ten uma ditensa financeira, Assim, as telagbes econdmicas i aifestam-se através deg Be Gaecn ie nilests sravés de quatro formas be tne oxernn dies, fect de two ¢ limes financeitos imemacionas ase Aglobalizacio econémica tem, shariceonbl tio, quaero formas ou die es: comercial, produtive, tecnologica ira, Tinenso corel pve cont iets debe crervigos A dimensto produtivarefere-se Bs operas de em- pres ransnciorais qu contol subi efi outros pafses. A dimensio tecnol ie cnol6gicaenivolve, em grande me- diy arora deeb oui de popes po Intermed de laos conta. Adinenso nance sbrange os fluxes internacionsis de capi sino, ee ernasionsis de capital de empréstimo, fe fatclaentoenvestmetkoeatetn into (oude por, ‘ikimo abar i os, sages com ativos financeites (agoe sumo de empress onde fundos de invesivent, tus i bere, eles privates te) ae dipemam o contol sobre gente econémico receptor do investimento. w {os prquée da desordert mur) 5, Quais s80 os determinantes da globelizacée econémica? ‘As casas da globalicagio sko de natureza sistémica, politica © recnolégica. No entanto, 2 cause bisice da globalizayto hnatureza sistemica. © cupitalismo recoloca permanentemente ‘o problema da insuficiéncia de demanda agregada (Gonsalves, 2002.25 Beinstein, 2002), Isto é hd momensos em que @ capa- ‘dade de produgio de bens e servigos por parte dos capitalis= ts € superior a absorcio do conjunto da economia, Quando as expectativas dos capizalistas com relegio & realizacio da pro- dugio tornam-se desfavordvels, hé a necessidade de encontrar 69 soa saldas. ‘macrossafdas para o capital excedente, ‘A primeira & promover uma nova onds tecnolsica, que ‘oferecerd novos bens e servigos ¢, portanto, a “oferta eria sua prépria demands”, Essa é conhecida como a “safda schumpe- teriana”, pois tem como referéncia as concribuigbes do econo mnistaavstrfaco Joseph Schurnpeter, que foi pioneiroem chamar atencio para a instabilidade do capitalismo e de influéneia determinente da inovagko teenoldgica nos cicios econdmicos. (© problema é que o processo de inovagéo tem um componente aleatério ndo despredtvel. Isto €,0 descolamento entre oferta e demanda pode no coincidir om o inicio de um novo cicio de inovasao, ‘segunda saide envolve os gestos piblicos, Quando o Esta- do gesta de forma autOnome, ele provoca uma expansio de ren- dda, portanto, dos gastos totais de consumo e investimento. Essa € conhecida como a safda *keynesiana”, Os limites dessa sala sio dados pelo provesso de endividamento do setor pA blico, bem como pela sindrame do "stop and go”, que tendem a caracerizar tas polfileas. Ito €, a alterndncia de poder em pafses democraticos tende a provocar movimentos de “das vindas’ no nivel e na composigao dos gastos piblicos. Esse ceca (0.05 esondiio + movimento afetanegativamente es expestativas do setor priva do. A situagio complica-se quando a estagnagdo vem acom= panhada de presses inflaciondrias (devido, por exemplo, a choques de oferta) ou, entdo, de falta de controle sobce a divi- da piblica, Nesse caso, os efeitos da politica fiscal expansionisia (eurnento dos gastos piblicos) sio compensados pele politica monetiria restritiva Guros altos). A terceira salca ¢ um derivativo da segunda e refete-se aos g2stos militares, Do ponto de vista mecroeconbinica, esse gas- to tem a “vantage” de nio satisazer, ditetamente, qualquer necessidade humana. O problema reside em manter a corrida armamentista pelo tempo necessario para a retomada do cres- simento ov em “encontrar” um nimigo exteane que vidilizea realizagao da produsao bélica, Os limites dessa saida sio dados pela forga dos “inimigos” e pela resistencia interne frente as perdas (principalmente vides humenas) provocadas pela guetra. A quatta sata 6 distrbuigio de riqueza. rends. A icone ferencia de renda de individuos com baixa propensio « consu- ‘mic pata indivicuos com slevada propensao a consummir tende 4 ter impacto positive sobre @ demanda agregada (consumo € investimentos). Essa sefda tem, naturalmente, ama dimensao politica. O problems central consiste em persuadir os indivi dupe de alta renda ou clevado nivel de tigueva de gue « menor desigualdade tem efeitos macroecondmicos favordveis. Ou hi a dificuldade politice de o Esta © Estado ser capae de impor medi recistributivas. = A quinta ¢ Ghtima sefda € a exportasio de bens, servigos € ‘capital. Quando nas economias nacionsis dos paises desenvol- dos no hé absorgao interna (consumo, investimento e gasto blico) suficiente para realizar 0 excedente econémico, cesta aakernativade procurar deslocar a produsao ouo capital para © exterior, Procura-se, assim, 0 mercado internacional. O re sultado ¢ a internuicionalizagio da produgao por intermédio do n a (es pores a dasordem mune} cométcio exterior (exportagio de bens € servigos) cu do inves timento externo direto (exportagio de capital). Essa sald sig nifiea,entéo, aaceleragao dos fuxos de comércio einvestimento internacional, 0 acirramento da concorréncia ¢ a maior inte- srago entre as economias nacionais. Em singe, a cause bisicn da globalizagio econdmica &« necessidade das economias de- senvolvidas de expand 0s seus mercados. 8, Quel 6a ideclogia da glabalizagao? ‘Aascensio do necliberalismo foi o determinante politico fun damencal da globalizacae econémica (Sader, org, 1995s San- 08, 2000; Fiori et al, 1998). A liberalizagdo representa a redugdo das barreiras comerciais de acess0 aos mercados nacio: nals, Adesregulamencagfo envolve a eliminagio on afrouxamen to das normas reguladoras da atividade econdmica, © que 0 neoliberalismo faz é a troca de sinsis: intervengto estatal x ini- ciativa privadas regulagao x mercado; barreiras comerciais x liberalizesdo; controle do investimento externo x abertuca, (0 fendmeno da globalizagio nas times duas ou trés décalas {ol detcrminado pela onda de liberalizagio e desregulamertagio ‘que atinglu tanto os pases desenvolvidos quanto os pases emde- senvolvinento. Esa onda tem como marvoa eleigo de Margareth ‘Thatcherna Inglaterra em 1979 ¢ de Ronald Reagan nos Estados Unidos em 1980, Exses governos conservadores nfo apenas im plementaram politicas de liberalizacdo edestegulamentagao em seus préprios pafses como também usaram instramentes de politica externa para promover politcas litersis no resio do mundo. ‘Temos, assim, a axcensio do liberalismo ou a revitalizagio de esteatégias e politicas liberais em escala global. Nio ¢ por otra razao que a globalizagio econdmica também pode ser chamads de globalizagio neoliberal, [0.16 eoandnio + feinude Ganges] 1, Qual 6 0 pepel dae novas tecnotogias ne globalizagio? Aruptara do paradigms tecnol é -sn0lgico ¢ organizacional € outro; {ator determinane da globalizago, Essa ruptara decorrea, prin- ipslmente, das inovagdes la microeletrOnica, da informatica € as telecomunicagées. Novos processos, novos produtos ¢ vas formas de organi on nizar a produgao implicaram maiores opor- tunidides de investimento em escala global “ome A natureza desse novo ciclo tecnolégi novo ciclo tecnolégico prov encastamento dos hoizontes de inveutmense, endoces sing 9, tendoem vista aaczleragéo do progresso técnico, Ao mesmo tempo, houve oeneaerinent dat atvidade: de prays devenvolvinen- to, Esses dois aspectos significam, entéo, que as inovacées cestio associadss a mereados cad. eados cada vez mais ampiiados, Dessa forma, qualquer inovacao significativa jé exige, para a sua vibilizagio ccondinic iabilizagao econBimica, que o mercado alvo seja o mercado 24 mandial. Ademais, a revolugio d i 8 revolugto da telemética provocou significativa reduga0 dos custos diretos das opersgées internaciorais, Mais importante do que essa redusdo dos castos operacionais foi a Fedugao dos custos de transagao associados A internacionalizasio 4s produsto via comércio ow investimemto externo, Com a telemética diminuiram os riscos e as incertezas des operagé: internacionais, visto que foram aperfeigoados cs mecenismos, de controle, monitoramento, supervisio e tomeda de d emescala global, a & Que interesses movam a globalizagéo? Os palses desenvolvidos sio ot prineipais ganhadores. Ness Paises, 7 maiores beneficiados sio as grandes empresas trans- nacionais, 0s hancos internacionais eo Estados nacionais. Ainda 30 (os perauds da detortom mardi!) como ganhadores, hd a elitsecondmica ea clase drigente dos pafses om desenvolvimento ‘A globalizagio econémica permite que os pats desenvol- vidos rsolvam o prablemsasirtémico de inuficiéncia de deman- da interna atcavés da exportagio de bens, servigase capital: A Iiberalizagiosignifiea menorserestrigbes de scesso a0 mercado internacional e, portanto, maior possibilidade de exportagio (OMC, 2002). A exportagse gera emoregos nos pafses desen- volridos. A desregulamentagio ¢ a maior protegao ts empresas transnacionais aos bancos iternacionas estimulam o investi- mento externo, que materializa es oportunidades de negéclos 10 exterior, isto 6, a acumulagio de capital ede riquera nacio- ral. A giobalizacéo neoliberl tamibém implica malor iberdade para as operagdes de empresas ronsnecionais e bancos interna- cionals. x Estados nacionais, principalmente dos patses em desen- volvimento, perdem a cepacidade de controlar o comércio exterior €0s flaxos intecnacionais de capitas. Bsses patses tor namn-se mais vulneriveis, isto 6, perdem capacidade de resisten- cia a pressGes, fatores desestabilizadores e choques extemos. Como resultado, aumente o poder de barganta entre Estados dos pafses desenvolvides vis-a-vis o» Estados dos pafses em de senvolvimento, ‘Assim, nos pafses desenvolvidos os maiores interessados so as grandes empresas e os baicos, 08 quais, além das maiores oportunidades de acumulagio, obttm maior liberdade de atua- «fo e maine poder de barganha nos pafses em descnvolvimen- 10. Os Estados dos pafses desenvoividos também garhem, em decorréncia da maior vulnerabilidade extema das economies em desenvolvimento e, portanto, do enfraquecimento dos Estados nacionais dessas economias Entretanto, nos pafsesem desenvolyin pos econdmicos e sociais interessados no processo de glo~ so também h6 gro (c n econtnico + Retede Gorgas) balizagio. © setor exportador tende a ganhar, na medida em que haia abertura de mercadas externos. Por exemplo: a aber: ‘ura externia da Argentina, no contexto do programa de com bate a inflagio € da globalizagéo neoliberal, permitiu aos ‘exportadores braslciros aumentarsuasvencas para aquele pats Globalizagio neoliberal significa eedugio das baceeirasco- metciais, Por um Jado, ¢ yerdade que 0 conjunto da sociedade beneficia-s¢ com a importagio de bens mais baratos provenion- tes do exterior (Inclusive componentes da cesta bisica). Por uteo, 6 ainda mais verdadeieo que os principais beneficiétios so es membros dos grapossocinis de renda mais alta, A “facra de imporcagao” (bens e servicos de alto luxo) significa o des- perdicio de divisas estrangeiras escassas. Quando 05 fluxos in- ternacionais de capitais sto interrompidos ¢ hé uma ctise sambial, os grupos sociais continnam mantendo seus privilégios deimportacio de bens e servigos. Entretanto, 0s grupos sociais desfavorecidos sofiem com a inflagio, a recessio ea contragio dosinvestimentos estatais em infra-estrutata econdmica esocial, A liberalizaczo ¢ a destegulamentacéo dos fuxos interna~ cionais de capitais permitem: que a elite econémica dos pafses emdesenvolvimento transfiram rendae riqueza para oexterior. Ademais, frente & desestablizagio macroecondmica, aclite eco- omtea protege-se com transferéncias répidas de investimentos de moeda nacional para moeda estrangeira ¢ vice-versa, Os sivas tornam-se partedo cotidia- no desses elites Asclasses dirigentes nacionais de pattes em desenvolvimen- to beneficiam-se com a giobalizagio, pois ela permite (e até ‘mesmo estimalt) poitcasirresponsdveis e incompetentes. Ama inatengio de taxas de cimbio sobrevalorizadas, reconhecidatnen- te insustentaveis em paises marcados por déficits crBnicos nes

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