ALGUNS DADOS SOBRE A MAE
“No h& fim para as maravilhas do universo.
Quanto mais nos libertamos dos limites de nosso
Pequeno ego, mais essas maravilhas se revelam a nés.”
Palavras da Mae (*)
Nascida a 21 de fevereiro de 1878 em Paris, a Mae era a segunda
filha do banqueiro Maurice Alfassa. Consta que a familia nao era
francesa de origem, mas havia emigrado do Egito ha tempos passados.
Mirra, como era chamada entre seus familiares, foi uma brilhan-
te aluna que sempre se distinguiu nos estudos, obtendo os primeiros
lugares e ganhando prémios. Desde cedo demonstrou excepcional
aptidao artistica e com a idade de 14 anos comegou a estudar pintura.
Depois de concluir seu curso na Escola de Belas Artes, a Mae veio
a se tornar uma pintora de reconhecido valor, tendo exibido seus
quadros ao lado daqueles de artistas notdveis da época.
A Mie era, como Sri Aurobindo dizia, “acima do nivel humano,
mesmo na infancia”. Jé nos primeiros anos de sua vida, comecou a
ter experiéncias de natureza espiritual e oculta. Escreveu ela: “‘Entre
os onze e treze anos, uma série de experiéncias psiquicas e espirituais
revelaram-me nao apenas a existéncia de Deus, mas também a possibi-
lidade de encontré-Lo ou revela-Lo integralmente em consciéncia e
acao, e de manifesté-Lo na terra, em uma vida divina. Isso, ao lado
de uma disciplina pratica para sua realizagao, foi-me dado durante o
sono, por varios mestres, alguns dos quais vim a encontrar posterior-
mente no plano fisico. Mais tarde, enquanto o desenvolvimento in-
terior e exterior prosseguiam, o relacionamento espiritual e pstquico
com um destes seres tornou-se cada vez mais claro e significativo,
(*) No original inglés Words of The Mother (Edigio 1938, Pp. 20).
7e, apesar de nesta época pouco conbecer das filosofias indi,
religioes, fui impelida a chamé-lo de Krishna; dat em diate e de
tizei-me de que era com ele (a quem devia encontrar 4; ponte
terra), que o trabalho divino deveria ser feito’, im dia na
No comego do presente século, a Mae foi Para Algéria ¢.
com um mestre de ocultismo chamado Théon. Em Paris em pe
tornou-se membro de um grupo de pessoas que se Prine ay
regularmente, com o objetivo de se conbecerem a si mesmas e Figs
dominarem. Foi nesse ano que a Mae escreveu o Prefécio que ora a
blicamos neste livro e que era uma formulagéo do trabalho que ae
propunba a fazer, trabalho esse idéntico ao que Sri Aurobindo havig
iniciado independentemente na India.
A Mae chegou pela primeira vex em Pondicherry, no sul da
India, a 29 de marco de 1914, acompanhada de seu marido, Paul
Richard. Neste mesmo dia encontrou-se com Sri Aurobindo, a quem
reconheceu imediatamente como o Mestre (Krishna) que lhe apare-
cia em sonhos e a quem hé tempos procurava. Aceitou-o como seu
Guru e seguiu sua disciplina, convencendo-se logo que era a seu
lado que deveria permanecer e trabalhar.
Em Pondicherry, porém, demoraram-se pouco menos de um ano
porque, com a eclosdo da Primeira Guerra Mundial, tiveram que
voltar a Paris. Para ela foi um rude golpe deixar o trabalho que
apenas iniciara. Depois de passar os anos da guerra na Franca e no
Japio, a Mae retornou a India no dia 24 de abril de 1920, para ficar.
Com a sua chegada, o numero de discipulos que procuravam
Sri Aurobindo aumentou consideravelmente e uma vida coletiva co-
mecou a se esbogar. A Mae, nessa época, apesar de supervisionar os afa-
zeres domésticos, vivia quase em reclusto, dedicada a séria disci-
plina espiritual. O Ashram praticamente ainda nio existia e sé em
1926, quando Sri Aurobindo se retirou definitivamente do convinio
de seus disctpulos, é que a Mae assumiu inteira responsabilidade de
organizar e dirigir a comunidade que estava se desenvolvendo. Foi
entao que o Ashram de Sri Aurobindo tomou forma e ela comegou a
ser chamada “A Mae”.
Durante o resto de seus dias, passados em Pondicherry, a Mae
devotou-os inteiramente ao Ashram e a seus disctpulos, orientando-os
em sua disciplina espiritual com extrema dedicagao e amor, e dispen-
sando a cada um deles uma atencao especial. Nao havia tarefa que
8ela considerasse inferior e tudo que fazia era revestido de beleza
e significagao espiritual. Sob sua orientagao e gracas a seu extraor-
dinario génio criativo e organizador, o Ashram de Sri Aurobindo cres-
ceu e progrediu até tornar-se a grande comunidade que é hoje.
Referindo-se ao Ashram, Sri Aurobindo disse uma vez: “O
Ashram & criagio da Mae, e, sem ela, nao teria existido”.
A Mae deixou seu corpo fisico, com a idade avancada de 95
anos, no dia 17 de novembro de 1973. A noticia espalhou-se célere,
e dos quatro cantos da terra acorreram seus admiradores e discipulos,
para prestar a tltima homenagem aquela que se tornou conhecida
no mundo inteiro como “A Mae” do Ashram de Sri Aurobindo.
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