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SISEMAS DE FORNAGAO NA GESTAO De AGUAS, ONBEDER PARA DEC Quadro 1 - Competéncias legais de entos de Singreh com relagao aos SIRHs Eso Sie eo cr on staboacsr arate on fas complersntares CConsethos Estaduais de Estabeocor aorizes goras com Recursos Mishoo plomentares Tnplantare gear o SN Tplaniar © ger os stemas ost ‘ais do omagdes sore recursos hiieoe Implant © geo stena de Intomagao sobre recutsos ni Chicos Seva area do atuapao © balango da disponibilidade hidrica e 0 ca- dastro de usudrios de recursos hidricos de sua area de abrangéncia, O Quadro 1 apresenta um resumo das competéncias de alguns entes do Singreh com relagao aos SIRHs. VEJA MAIS: Para maiores informagées s0- bre as Agéncias de Agua, consulte o Volu- me 4 desta série. Os demais érgaos integrantes do Singreh nao ‘tm competéncias explicitas relacionadas aos SIRHs e so, na sua maioria, mais usuarias do que gestoras dos sistemas. 3.4 A RELAGAO DO SISTEMA DE INFORMACOES COM (0 DEMAIS INSTRUMENTOS DE GESTAO DE RECURSOS hioricos ‘APoltica Nacional de Recursos Hidricos, con- forme definida na Lei das Aguas, so bascia om {undamentos, dietizes @ objetivos, e possui diversos instrumentos para implementé-la e conduzi-a. O SIRH 6 um deles, além dos pla- nos de recursos higrcos, do enquadramento, da outorga e da cobranca Os dados e informagdes que integram os SIRHs devem subsidiar a construgao e 1 STEW De INFORUAES SRE RECURSO HORICOS aplicagdo dos demais instrumentos, os quais devem alimentar os SIRHs com seus dados e informagdes oriundos de seus processos de implementagéo. Essa troca de informagées cconstitui uma tela continua de retroalimenta- ‘¢40, fundamental ao processo de tomada de deciséo, sobretudo pelos érgaos integrantes do Singreh, e & boa gestéo dos recursos hi- dricos. A Figura 11 apresenta a inter-relagao entre os instrumentos de gestéo de recursos hidricos definidos na legislacao. Mas quais so as informagdes minimas neces- sérias & aplicagao dos instrumentos de gestéo da agua? Lembremos que a obtengao, ma- nutengéo e disponibilizagao de informagses tém um custo e, portanto, & necessério dimen- sionar bem um SI para que seu custo seja 0 menor possivel e suficiente para atender aos objetivos para os quals for projetado, Comecemos com os planos de recursos hi- dricos: o que se deve saber para elaborar um bom Plano? ‘Segundo a Lei n* 9.433%, os planos de recursos hidricos devem conter no minimo informagées 4 etgo 7 da Loin 9.493, do 1997 CADERNOS OE APNG cw CURSOS MRICS —OLUME& Figura 11 - Os instrumentos da Politica Nacional de Recursos Hidhicos @ suas inter-relagses sobre: a situagdo atual dos recursos hidricos; as perspectivas futuras dos usos da agua e uso do solo; balango hidrico; metas de racionalizagao {de uso com 0 objetivo de aumentar a quantida- de e melhorar a qualidade das aguas; agdes a serem desenvolvidas para atingimento de metas Previstas; prioridade para outorga de direito de Uso; dretrizes para a cobranca; e propostas para a ciagdio de areas sujeitas a restrgdo de uso, ‘com vistas a protego dos recursos hidricos. E ‘onde devemos encontrar os dados necessérios para elaboragdo desse planejamento? A maior parte deles deve estar nos SIRHSs, © cadastro de usuérios, por exemplo, forne- ce informagées da situagao de usos da agua nna bacia © subsidia a definicdo de cendrios futuros, além de fornecer os valores de “sal- dda’ na contabilidade do balango hidrico, Outra Informagae oriunda do cadastro 6 0 conheci- mento do universo passivel de Cobranca para definigdo de diretrizes para esse instrumento. As informagGes sobre vaz6es de longo termo dos corpos d'agua (tanto superticiais quan- to subterréneos) so indispensavels para se conhecer a disponibiidade hidrica de uma bacla, As condip6es da qualidade da 4gua também interlerem na contabilidade do ba- lango hidrico, sobretudo na demanda de agua necesséria para diluicdo de efluentes. Essas informagées exemplficam o que deve compor a base de dados de um SIRH. Eo enquadramento? Como instrumento de planejamento, tal qual o plano, os estudos de enquadramento de cor- os de gua em classes se baseiam tanto em informagées que o cadastro de usuarios for- nece, tanto nas informagdes de qualidade das aguas na bacia, as quais subsidiam a detini- ao de cenairios futuros e metas de qualidade. Ea outorga? Essa deve ser solicitada por todos aqueles que sam, ou pretendem usar, os recursos hidr- cos, seja para a captagao de aguas, supert- ciais ou subterrdneas, seja para lancamento de SISEMAS DE FORNAGAO NA GESTAO De AGUAS, ONBEDER PARA DEC efluentes ou qualquer agao que interfira no regi- me hidrico existente, além do uso de potencials hidrelatricos. Portanto, 0 inicio de um processo de outorga se inicia com 0 cadastramento do empreendimento, parte integrante de um SIRH, ‘A definigéo da outorga e da respectiva (seja de captagao, consumo ou diluicéo) deve levar em conta, além de critérios meramente hidrolégicos, as opcdes metas de desenvol- vimento social e econémico que se pretende alingir, considerando os miltiplos usos, a ¢¢ pacidade de suporte do ambiente © a busca do desenvolvimento sustentével, normal- mente definidos e pactuados nos instrumentos de planejamento (plano e enquadramento). Portanto, a alocagao da Agua definida por meio das outorgas, deve considerar aspectos quan- titativos, qualitativs, 0 uso racional e a disti- buigéo temporal ¢ espacial da agua, Para isso, devem ser avaliadas questées técnicas rela: cionadas a hidrologia, hidréulica e qualidade da Agua, questées legals tratando de compe- ‘éncias, direitos e responsabilidades dos usué+ rios, bem como questées polticas referentes a acordos entre setores usuarios e governos para ‘0 desenvolvimento sustentavel da bacia (CAR DOSO DA SILVA e MONTEIRO, 2004), Dessa forma, 0 SIRH deve armazenar todos ‘08 dados relovantes andlise dos pedidos de ‘outorga, bem como as informagdes de deman- das autorizadas nas bacias hidrograficas do Pais, por meio das outorgas emitidas pelos r- ga0s gestores de recursos hidricos, Ea cobranga pelo uso da agua? ‘Também orientada com base nos planos @ en ‘quadramento, os estudos desenvolvidos para a definigo da cobranga devem considerar ‘0s impactos que cada tipo de uso (captagao, ‘consumo e langamento de elluentes) causa ao ‘corpo hidrico e, como instrumento de gestéo, & de se esperar que os precos estipulados para a cobranga refitam a escassez hidrica da ba- cla, ou seja, que sejam maiores onde ha baixa 1 STEW De INFORUAES SRE RECURSO HORICOS disponibilidade e muito uso e menores onde ha alta disponibilidade e pouco uso. Consequente- mente, © cadastro novamente se faz indispen- sAvel para a consecugao desse instrumento. No caso do langamento, dependendo da com- posigéo dos efluentes, pode ser necessario ‘também separar a cobranga segundo 0 impac- to que separadamente cada parémetro quimi- 0, fisico ou biolégico impde ao corpo d’agua, Neste caso, 0 conhecimento da qualidade das aguas 6 fundamental ‘Ademais, como um dos objetivos da cobran- {ga 6 obler recursos financeiros para o finan- clamento dos programas e intervengdes con- templados nos planos de recursos hidricos, faz-se necessario 0 conhecimento de tals in- tervengées para balizar as discussdes de pre- 08, Além disso, 0 impacto dos valores sobre @ competitividade econémica dos usuarios pagadores deve também ser considerado. Es- tudos que estimem tais valores devem ser ela- borados para subsidiar a tomada de deciséo de quando, quem, como e quanto cobrar. Em 4geral, pregos muito altos podem ser inviaveis do ponto de vista econémico @ politico. Por essa razo, informagées sobre a economia dos diferentes processos produtivos usuarios de Agua e a composicao de forcas politicas predominantes na bacia séo fundamentais para a definigao dos pregos de cobranga, Dessa forma, 0 Sistema de Informagées sobre Recursos Hidricos, conforme previsto na Poll- tica Nacional e para que haja uma boa gestao dos recursos hidricos, deverd ter como insu- mos: dados hidrolégicos, hidrogeolégicos e de qualidade da agua, devidamente validados, sistematizados e interpretados; cadastros de Usos © usuarios de recursos hidricos; dados sobre as outorgas concedidas; informagées sobre bacias hidrograticas, dos meios fisico, bidtico © socioecon6mico (geomorfologia, geo- logia, atividades de produgao e consumo, uso e ocupagio do solo, biomas e dados ambien- tals, infraestrutura instalada, fontes de polul- ‘go pontuais e difusas, dentre outras); leis © canerwos bE camsorag x ncuesos Ics —OLUME& ormas referentes a politica de recursos hidri- os; dentre outros. VEJA MAIS: Para malores informagées sobre plano e enquadramento, outorga de direto de uso e cobranga pelo uso de recursos hidricos, consultar 08 Volumes 5, 60 7 desta série. No entanto, podem existir sistemas mais sim- plificados, com o intuito de apolar uma area especitica da gestao de recursos hidricos ou de um setor usuario especitico, No Capitulo 5 serdo apresentadas experiéncias brasileiras de sistemas de informagdes que apoiam diferentes processos de tomada de decisdo, em distintas escalas e niveis de atuagao dos tomadores de dacisaio na area de recursos hidricos, 53.50 SISTEMA DE INFORMACOES SOBRE RECURSOS HIDRICOS E AS INFORMAGOES ACESSORIAS E TRANSVERSAIS Nas seges anteriores vimos a importdncia da ‘organizagao dos dados para faciltar e auxiliar processos de tomada de decisdo e a contribui- ‘94 decisiva da tecnologia para o aprimoramen- to destes, Este 6 0 caso da cartografia digital Com o avango da tecnologia, as antigas e dis- pendiosas “cartas geogriticas’ foram subs- tituidas pelos modernos programas de com- putador — os SIGs ~ capazes de produzir, por meio das ferramentas de geoprocessamento, mapas de forma multo mais rapida e barata € relaciond-los com informagées e variavels im Portantes a gestio das aguas. As ferramentas de sensorlamento remot, aliadas as foto- gratias aéreas, também contribuiram para 0 avanco da cartografia digital. No entanto, para que seja implementado um SIG, 6 necessério que existam bases cartograticas digitais condizentes com as necessidades de cada nivel de gestdo. Por exemplo, no caso da ANA, com escala de atue ago em ambito nacional, 6 utilizada uma base carlogratica na escala 1:1.000.000, a qual apresenta um nivel de detalhamento baixo, mas adequado A escala nacional, Por outro lado, no caso de pequenas bacias, a base car- tografica mais apropriada deve ter escalas de referéncia variando de 1:50.00 a 1:25.000, podendo chegar a 1:10.000 (estudos em mi- ‘orobacias), com maior nivel de detalhe e pre- cisdo geogréfica. Vale ressaltar que, quanto maior a escala, ou seja, quanto maior 0 nivel de detalhamento, maiores sao 0s custos de ‘obtencdo de informagées, bem como de pro- cessamento de dados. A principal instituigao brasileira responsavel pelo provimento de informagées cartograticas (em diferentes escalas, formatos e projecdes) 6 0 Instituto Brasileiro de Geogratia © Estatis- tica — IBGE. Além de mapas, o IBGE fornece informagbes sociais, demograficas @ econémi- cas, importantes para o desenvolvimento de alguns instrumentos da Politica de Recursos Hidricos, sobretudo os de planejamento, uta informagao importante para a gestéo de recursos hidricos representada por meio da car- tografia 6 a hidrografia. Novamente a questao da escala apropriada se faz presente. Peque- nos rios, que numa escala de 1:1.000,000 “de- saparecem" do mapa, podem ser importantes fem um nivel de gestao local. Portanto, uma es- ccala maior se faz necessaria para a estrutura- ‘p40 de uma base de informacées georreferen- clada condizente com a escala dos problemas a enfrentar. Na Figura 12 6 possivel perceber a diferenga no nivel de detalhamento das diferen- tes escalas utlizadas no tragado da hidrogra- ‘de uma bacia hidrogratica. Outro recurso largamente utlizado na gestéo da informagao sobre recursos hidricos no Bra- sil 6 a Base Hidrografica Ottocodificada. Esta base é gerada a partir da cartografia digital do Pais, sendo a rede hidrografica toda dividida fem trechos a partir dos pantos de confluéncia dos cursos d'égua. Cada trecho é associado a uma érea de drenagem, denominada ottobacia, & qual é atribuida a codificagao de bacias de Otto Pfafstetter. A codificagao de Otto permite

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