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(a Br a wa A A! 5A TA qusmanananananananens sane Mea SEES A FE A SCIENCIA MODERNA ce —— Mons* DE SEGUR SAO PAULO 1903 (a Qua bere inane mamananen INTRODUCGAO st Sn ae ae O maior attractive que de velance possa inspirareste opusctlo estd.no nome que o subs oréve, De feito, raros fortio,no seculo findo, os eseriptores de fé que tanto, como Monsenkor de Segur, se exforcaran, @ com erescentes resulladas, pela wubgarisagio das verdades cardeaes da religida divina, de que é unica depositaria a Eigreja Catholica, A sua opero- Sidade foi intensae extensa ; 0 apostolado da inprensa catholica, em o mundo inteiro, io teve polemista mais affeito d pewna, nm organisador de doutrinas mais suggestivo, Dentre os seus muitos opusculos de opportuno interesse, nem um sobreleva a importancia deste — A Pé perante a Sciencia, ¢ gue um piedoso panlista mandou agora repradusir em larga edigito. A impiedade nunca esmore. cen na incessante lita que abrin ao catholt- cismo. Ganhou, no entanto, no seculo XTX, uma inlensidade néo @ antes conhecida. Anttigamente, se coutentazea ella de investir, ora contra um, ara contra outro pouto de INTRODUCCAO doutrina, deivendo arredado do atague for mal um cirto grupo de verdades, taes como : a existencia ¢ a immortalidade da alma, a existencia de Deus. Actualmente, nao; a lute jié ndo se ene perka num ponto isolado, mas se propaga en toda alinka ao corpo inteiro das verdades gue ensina a Egreja, E como ohomem do se- culo se suppoe ane homem de sciencia, para quem nada existe de vedado no jogo das leis da naturesa,a impiedade chamou & sew soldo a sciencia > 2 erigindo em factos demon- strados as hypotheses mats extravagantes ¢ phantasiosas que hajam pullulado no cerebro de improvisados sabios, distende, em nomede semethantes principtos scientificos, cma ne- gacto geral 6 todos os doginas da Egreja, ‘Afasta o Deus da create, 0 Deus da Re- dempedo, 0 Deus: do Juizo Final, das prece: enpasées Itmanas ; afega na materia cora- go e a aliua, quando os nao reduc d meras articulagées do reino dos brutos. E wma das suas proposizies, ¢ das mais favoritas, & a de afirmar 0 conflicto insoluvel entre 0 que dicta a rasto humana eo que impoe a revelagio divina, para concluir pela incom INTRODUCGAO 9 patibilidade da religido com a seiencia, ¢ ‘conseguente repudio daquella, Ora, restabele- cepa indispensavel harmonia entre os dous dominios, o da verdadeira sciencia eo da fé ; @ assim demonstvar que as verdades scientifi- cas, devidamente apuradas, néo podem con- tradizer a Verdade Eterna, de que sia irra- aiagies mats au menas provimas, — tal éo escopo do presente opusculo, escripto em lin- guagemlara e ordenada, sem fugir dos mol- ides dia mais estritta orthodoxia. {iia wie Wa wa 5A SA NIA WA BABA AD we PREFACIO ‘Gua EET Este opuseulo nio é uma obra de seien- cia, é simplesmente um pequeno livro de bom senso. Atrevo-me a apresental-o ape- nas como advertencia om preservativo aos jovens, ea todos em geral que se oecupam directa ou indirectamente do estado das sciencias. Parece-me que todos encontrario nielle o resumo ea solugio de um certo numero de questoes interessantes, onde as descobertas scfentificas sto ordinariamente apresentadas como oppostas Fé, Mas pro- varei que isto nio é verdade, Este breve tratado nao tem outro merito senio o de reunir com clareza ¢ em estylo familiar, 0s principaes problemas que se acham em differentes pontos dos livros especiaes, offe- recendo aqui uma solugio facil de compre- hender. Ninguem ignora completamente estas coisas, mas a maior parte da gente conhece-as de longe et de um modo tio vago, que em certos casos podem incorrer ‘em graves etros contra a Fé, Eu nio peco mR PREFACIO a0 Ieitor sendo imparcialidade, rectidio ¢ um espirito sincero, Nao quero desvial-ode estudar, nem de admirar a scfencia, preten- do unicamente prevenil-o contra a falsa sciencia, e fortalecel-o na Fé, Em 8 de Setembro de 1867. Festa da Natividade da Santissima Virgem. Aaa nae nis aA DANA BAAD BREVE APOSTOLICO Sead ee ee Ry nT aT Ne EVEN EWES Tive a honra de levar aos pés do Nosso Santo Padre o Papa Pio IX 0 presente ‘opusculo, e recebi com extrema alegria, de Sua Santidade, as preciosas ¢ animadoras expresses, contidas no Breve Apostolico, ‘cujo theor é 0 seguinte : Caro Filho, Saude e Bengaio Apostolica! Estamos maravilhados por ver o zelo com ‘que defendeis incessantemente a causa da religiio © combateis com especialidade ‘0s erros que, envolvendo-se audazmente no manto da sciencia, se insinuam com mais facilidade nos espiritos e se espalham em larga escala, Estes livrinhos que est4o ao alcance de todas as intelligencias, e que podem chegar facilmente a todas as miios, desmascaram os embustes dos inimigos da Tgreja e refia- tam os seus sophismas, Sao elles tanto mais opportunos, na presente época em que, pot uima parte os etros locos dos impios sto inculeados ao povo com mais ardor e insis- 1% BREVE APOSTOLICO tencia, e por outra parte 0 nosso seculo, bastante leviano, é incapaz de se entregar Aleitura de obras mais profundas. Por estas razdes Nés presagiamos a0 vosso trabalho fructos abundantes; entretanto, como penhor da Bencam Divina,como testemunho da Nossa gratidao e do Nosso particular agrado, vos enviamos com extremoso amor a Bencam Apostolica Dado em S. Pedro de Rota, a 5 de Fe- vereiro de 1868, no’vigesimo segurido anno do Nosso Pontificado. Pro PP. IX. (g.bia bia nana ia erase ama nia ay A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA @, scoot SEW nana neRWEW ENTE Ne eE I Do abuso que se faz hoje da palavra sciencia. Um homem que tem creditos de intelligente, ousou affirmar que, perante a8 descobertas da sciencia moderna, a Fé tornowse inteiramente impossivel ; de modo qué uma pessoa de bom senso e medianamente instruida, dora em éfante ro pode ser crente, e que por vontade ow sem ella ¢ indispensavel aceitar este facto, embora todos os padres se indignem, e exclamem « das. fonia ! y embora todas as mulheres se lastimem chorem rios de lagrimas, O mundo novo comeca, a religito do futuro apparece,o reinado do verdadeiro Deus, que £0 homem, vae succederao reinadodo antigo Deus, que é Christo; a Fé vae passar para 0 rol dos contos de fadas: € 0 progresso das luzes, €& civilisagio, etc. Estas assergies extranhas, oriundas do racio- nals ¢ da imped, nfo tem fondant 16 A FE PERANTE A SCIENCTA MODERNA A sciencia ainda nao descobriu cousa alguma que seja contraria 4 1é. Todos esses pretensos sabios que exaltam asciencia custa da teligidoy slo apenas baldes. inchados, vasios de ar respi- ravel, fortes ¢ terriveis na apparencia, mas na realidade formados de fracas pelles e completa- mente écos. Tém sempre na bocca a palavia sciencia; se atacam a existencia de Deus é em nome da sciencia; ndo sio elles mas sim a sciencia que regeita a divindade de Christo, ¢ repelle 0 milagre e 0 sobrenatural € a sciencia gue prova que nds nfo temos alma, etc. No seculo passado tudo isto era attribuido & natureza, era ella quem fazia tudo, ‘A natureza era a divindade ¢ a dama dos en- cyclopedistas. Que era pois a natureza? onde estava élla? José de Maistre procurava alguem que 0 quizesse apresentar dquella dama, Mas nio s¢ sabia onde ella poderia ser encontrada, E quando por acaso f encontravam, ou ella nfo dizia aquillo que el Jes queriam que dissesse, ou dizia precisaies © contrario. O obstaculo tomou se invencivel, ¢ 68 incredulos nfo se atveveram mais a jurar pela aturena, ‘Em Jogar da natureza, os successores dos en- eyelopedistas inventaram,a sciencia. Porém a dama sciencia nao ¢ para elles sendo a. deusa naturez vestida 4 modema, e a questio imper- tinente do Conde de Maistre subsiste da mesina forma, A Fi PERANTE A SCIENCIA MODERNA 17 Quem ¢ ella? @onde vem? aptesentae-nos os ‘gous titulos. H verdade que alguns individuos avangam ate 4 borda do precipicio, e affirmam magistralmente que ella est ali atraz elles, no bastidor, prestes a mostrar-se, ¢ que é ella que com as suas palavras infulliveis thes disse iaes cousas j porém 0 ser mysterioso que elles anniun- ciam sempre, que vem pOr termo 4 velha supers {igo christ, nto apparece nunca. 'E’ porque aquillo a que ousam chamar scien- cia, nao € a sciencia, Se a sciencia pudesse ser desacreditada, com certeza elles a desacredi- tariam, Felizmente a sciencia estéacima de to: das as falsificagbes © de todas as calumnias ; a Tgreja é a sua guarda fiel, porque illuminando 0 seu caminko e impedindo 0 seu desvairamento, defende-a sempre do suricidio a0 mesmo tempo impede.a de levantar a mio contra a sua imi mais velha, que se chama a Fé, Que € pois em verdade a sciencia? Il Que 6 a scioncia ? Entre cem ineredulos que se ufanam de sabios, estou bem certo que nfo encontrareis dois que saibam claamente 0 que é a seicncia, Cousa curiosa! somos nds christdos, espiritos retrogra- dos, obscurantistas, que devemos dar liggo a estes fingidos mestres. Em geral, quando sé quer saber o que ¢ a arte militar, recorre-se.aos milita- es ; quando se querem tet ideias exactas sobre qualquer especialidade, procuram-se os homens especives. Aqui nio acontcce assim : os homens especiaes d'aquillo a que se chama sciencia mo- derma, nio podem dizer-nos o que seja a scien- cia; € uma ideia perdida para elles. As suas de. fin iges esto em complet adivergencia entre si, como os foguetes de um ramo de fogo artificial Febentam por todos os Jados, favem bulha ¢ produzem britho, mas nao passam de fogo d’ar- tificio, com um britho momentaneo que, longe dedissiparas trevas,as torna mais espessas. A ver- dadeira sciencia yem de Deus, como a ver- dadeira Fé 5 sao ellas os dois olhos do homem perfeito, isto é, do christio; e assim como a Combinagio dos dois olhos produz a optica, do A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 19 mesmo modo a unio da Fé e da razio, minis. tram ao homem a verdade, a vista e 0 conheci- ‘mento do que é. ‘A sciencia, diz S. Thomaa, 6 0 conhecimento das cousas pelas causas gute as produsem, Nao € sim- plesmente 0 conhecimento das cousas, mas sim, © conhecimento das causas, d’onde essas cousas derivam : é a philosophia de todos os conheci. ‘mentos humanos. Bis aqui que € a sciencia em geral. Assim a astronomia no ¢ simplesmente a descoberta dos astros, nem a verificagio da sua posigio respectiva e do. seu movimento: € 0 conhecimento das leis superiores, que regem a esphera astronomica, tanto quanto é possivel 20 homem penetrar na materia Ha n’isto com effeito mysterios profundos aos ‘quaes a ordem sobrenatural nao péde ser estra- nha. Quanto mais um astronomo profundar estas is, tanto mais sabio ser. Se as ndo conhece ow se as conhece superficialmente, & apenas um meio sabio, umsabio de contrabando, tim come- diante da sciencia, : Do mesmo modg.a medicina : nao é sémente uma longa série de experiencias, de factos com: provados, nemo simples conhecimento dos re- medios que podem curar melhor esta ou aquella doenga ; % alem isto, 0 conhecimento assaz difficil ¢ mysterioso da saude e da doenga, das causas intimas das doencas. Um medico que nilo chega até aqui péde ser um. pratico habil e 20 A I'l PERANTE A CIE muito util; mas ndo é nem sent nunca um sas bio. Assim tambem, a historia ndo é 0 simples conheeimento dos factos, nem 0 registo chrono- logico de tudo 0 que s¢ tem pasado sobre a terta desde o principio dos mundosé, alem isto, a penetragao das causas secretas de todos os acontecimentos, de todas as lutas que por sua yez tém feito triumphar o bem sobre o mal, ou © mal sobre 0 bet. © conhecimento diestas eausas, ou para melhor dizer, desta causa, porque nio ha sendo uma:a lula de Satanaz € do mundo contra Christo e a sua Tareja,co a sciencia da historia, do historiador, do et do philosopho. Poderd dizer-se o mesmo de todas as outras sciencias : a physica, a geologia, etc ‘Todos os conliecimentos humanos, que nao exigem sendo memorias, analyse, paciencia € observagio, nilo pertencem as sciencins. Os ho- mens especiaes que se occupam d’esias materias, seja qual foro seu saber, nao sio mais do que pessoas instruidas ; falta aos scus estudos ca- racter essencial da sciencia,gisto é 0 conheci- mento philosophico das cauisas de todos os phe homeinos que elles observamn. Esta unica reflexdo arrebata, sem remissio, 0 barrete de Doutor a grande quantidade dho- mens, mais ou menos illustrados, que se honram: com elle modestamente na nossa epocha. Posto isto, a cirurgia nfo é nem péde ser uma scien« A Fl PERANTE A SCIENCIA MODERN. cla, ¢ uma arte, Eo mesmo se péde dizer de fodas as applicacdes praticas, como a physica, a. Chimica ¢ as mathematicas, Os trabalhos que Yersam constantemente sobre applieacoes mate fines, nao podem ser incluidos na classe das sciencias. Toda a sciencia ¢ essencialmente phi- losophica, isto é reside primeiro que tudo na Intelligencia e deve ter elementos para se sus- tentar no espirito, sem necessidace da mais leve Applicagio pratien. Quem pensar n'isto sériamente, compreben- eri quanto € falsa e orguihosa a_pertensio: de muitos homens instruidos do nosso tempo, fos quaes as abstragdes_mathematicas tem transtornado 0 juizo, ¢ obrigado-a. perder a Fé ‘A falsa sciencia, infatia ¢ desvaira, emquanto’ fi verdadetra sciencia exaltae esclatece. O titulo de sabio nao basta; para ser sabio € preciso ser homem de sciencia, « nao homem instruido sémente. Recommendamos a medita- Gio do leitor a admiravel definigto da sciencia ada por S. ‘Thomaz, Bem comprehendida, esclarece plenamente a questi, penetra até ao fim, e apresenta a scien Gia na sua yerdadeira luz Nada mais simples e nada mais profundo: a weiencia é 0 contccimento das cousas,adguiride pee Wo estudo das causas donde ellas derivam. Ht As descobertas da sclencla modernanao con tradizem do maneira alguma as verdades da Fé. __ Tnfelizmente, ha poucos sabios verdadeiros, um ardil do. inimigo das nossas almas esta profusio de sabios fingidos que hoje rebentam de toda a parte, zombando da Igreja e da Fé, ¢ proclamando a torto € a direito deseobertas que julgam provar, como dois e dois sto quatro, que nio ha Deus Creador, ¢ que a Eseriptura San- 1%, € por conseguinte a Tzreja Catholica, erram grosseiramente ; que 05 christaos no tém senso ‘commum ; ¢ outras assercées igualmente atrevi- das, E curios, no meio de todas as affirmagoes impias da falsa sciencia, aprofundar reflectida- ‘mente estas grandes descobertas. A’ medida gue nos approximamos diellas, vemolas desap- parecer ¢ extinguit-se como os montes de neve que se derretem com 0 sol. Desapparecem essas novas descobertas da falsa sciencia, no. duplica- do ponto de vista da quantidade eda qualidade; reduzemsse ellas a treze ou. quatorze artigos, © esses treze ou quatorze artigos reduzem-se a A FE PERANTE A SCIENCTA MODPRNA 23 nada. © paeda mentira e seus filhos mais velhos, 105 falsos sabios, azemenos a guetta, como dizem: {que noka fazem os chinezes. ‘Para metter medo aos scus inimigos, apresen tam diante d'elles grandes figuras de dragoes de monstros terrivels: tudo isto. ndo_assusta seniio de longe ; de perto sto ramagens car- tes. Approiimemonos dos nossos chinezes. ‘Chamam-se elles,no seculo x1X, Saint Simon, Broussais, Cousin, Fourrier, Pierre Leroux, En- fantin, Considérant, Cabet, Guéroult, Bory Saint Vincent, Lamark, Quinet, Michelet, Ret nauid, Michel Chevalier, Comte, Proudhon, Taine, Littré, Renan, Vacherot, ¢ niuitos outros em Franga ¢ no estrangeiro, Todos elles faliam de descobertas scientificas ineompativeis com a 18. Todos elles se enge- nam ; porque, de. duiass couas uma : ou essas descobertas 580 sérias, ou sio hypotheses chi- mericas e sem provas. No primeito caso de que hhos occipamos aqui, & facil demonstrar que a Fé christa nfo esti de modo algum em contra- igo com 0 que elles tem descoberto, No se- gundo caso, entendemos que nem vale a pena thes responder, e pedimosihes, com muita ra- Zio, licenga pata nao acreditar, sem provas com> petentes, na sua infallibilidade, Vrancamente, serd exigit muito? (Os suppostos sabios estimam muito este ulti to systema, que nao exige mais do que audacia fe forca dimaginagto, 24 A Fit PERANTE A sc NCTA MODERNA Elles partem d'uma hypothese que nada tem de realidade, senio na sua cabega exaltada ; aqui tam consequencias que nao acabare nunca ;€ quando se esquece a fraqueza absolut ta dos seus pontos de partida, so considerados homens serios, profiindos pensadores, philoso. phos, sabios. Observe-se isto de perto, & verse. ha este peceado original, imremissivel, na base de todos 08 systemas da sciencia incredala Rousseau, Saint Simon, Fourier, Cousin, Prou. chon, Renan, nao possitem outro artficio sengo. este, para apanhar o publico, principalmente o publico das esedlas. Ponhamos de parte as hypotheses puras ¢ simples, tratemos sdmente de examinar seria. ‘mente as descobertas scientificas, que parceem ter em si mesmo algum valor e que se tem que- Fido opp6r ao ensino catholico, Nao temamos nada : uma verdade nto péde contradizer outra, ¢ as verdades da sciencia, yém todas directa ou indirectamente presiat homenagem a verdade revelada, Iv PRIMEIRA OBIECGAO Com 0 systoma de Laplace nao ha necessi~ dade alguma de um Dens Greador para ex= plicar a formagao da terra, © geometta, astronomo e physico, Laplace, formulou no fim do ultimo seculo uma theoria engeahosa, relativa d formagio do nosso systema. planetario. Yel apresental-a a NapolezoT e disethe que, segundo aquellas ideias, dora em diante podia. ‘mus passar perfeitamente sem Deus. © nosso systema solat (isto é a reunido do sol @ dos planetas) devia ter formado na sia rigem, dizia Laplace, uma immense nebulose, Ca condenracdo da maior pnrte desta grande massa de nebulose formu o ol, 0 qu con nitou, coma fazia primitivamente a nebutose an- tiga, a gitar sobre si mesmo, Nao estava ainda ‘tudo condensado e as simples leis da mechanica € que exigham a formagio, emroda do. sol, annefs similhantes Aquelle que a astronomia 26 A Fi: PERANTE A SCIENCIA MODERNA reconhece ainda em roda do planeta Satumo, Hstes anneis, acabando por se condensar, toma- ram a férma espherica e produairam os plane- tas. O mesmo phenomeno applicado aos plane: tas produziu os seus satelites; isto parece con- firmar um facto singular, a saber, que todos os planetas gitem na mesma direceio, e pouco mais ot menos no mesmo plano, bem como os seus satelites, © que alom disso, giram tambem sobte si proprios, no mesmo sentido. Tudo isto parece ser uma consequencia mechanice ¢ ne: cessaria da primeira hypothese. Bis aqui, em resumo, 0 systema de Laplace, tal como seacha na Baposigto do systema do mundo, Observemos primeiro que este systema nio é rem péde ser seniio uma hypothese, isto é,uma simples supposi¢io telativa a um facto inteira- mente desconhecido ; e, em boa logica, uma hypothese, por mais engenhosa ¢ mais piausivel que seja, n20 pdde de firme alguma servir de base a conclusdes absolutas, Uma hypothese 0 tunis que prod sio probabildades, Isto nao quer dizet que este genero deinvestigagdes seja prohibido, ou mesmo inutil, come 0 nde é esti do physiologico das differentes phazes por que passa o ombrido animal, para chegar pouco a ouco zo seu completo desenvolvimento. O ani- mal nio é concebido primitivamente, tal como ads 0 vemos nascer: elle procede uma pri- tmeita origem, na qual nenbum orgio existe ainda visivel, porém que contém tudo em ger- A Fit PERANTE A SCIENCIA MODERNA 27 men ;e sé passando por tuma serie mysteriosa de. transformagdes & que elle attinge 0 com- plemento do seu organismo. Esta lenta forma- ‘Gio, longe de excluir 0 acto'e o mysterio da ge- ‘gl, fa suppor inteiramente@ ontario, Em primeira logar, nio ¢ possivel conceber outta forma o acto eo mysterio da creagao para. mundo inteiro, Fim segundo logar, note- mos que o systema de Laplace, em que a escdla ‘materialistn quiz apoiarse, para negar 0 myste~ tio da creagio e mesmo a existencia de Deus, info. prova absolutamente 0 que pretendem os impios. Com effeito, 0 que suppde Laplace? Que no principio 0 nosso systema solar, (e no as outras estrellas, que puderam, cada uma por sua vez, submetterse a leis analogas, mas, de que se no faz questio aqui) se compunha de uuma grande nebulose primitiva yirando sobre si mesma, ‘Em que, pergunto eu, exclue isto a creagio © as leis do Creador? Quem fez essa escuridao primitiva? Por ventura ferse ella a si mesma? Se uum relogio se nao péde fazer por si mesmo, ese contra 0 bom senso imaginar um relogio ‘sem relojoeiro, um livro sem impressor, um qUia- ro sem pintor, quanto maior razio nao ha para pensar que uma creagio tio poderosa ¢ tio im- Iensa como esta escutidio ou nebulose, nto ‘possa ter existido sem Creador ! Ha leis que Laplace suppde cxistirem na ne- bulose primitiva, como fazendo parte de sua 28 A FE PERANTE A SCIENCTA MODERNA propria substancia essas leis fazem suppor neces- Sariamente uma causa primeira e creadora, A nebulose condensou-se certamente em virtude de uma lei, a lei da condensagios mas quem estabeleceu esta lef? quem a fez? quem a tornou tio poderosa que obrigou a nebulose & submet- terse a cila completamente? (0 ha effeito sem causa. As leis da mechanica, ue produziram estes movimentos successivos de Totagio, esses anneis de gaz, girando todos no ‘mesmo sentido ¢ no mesio plano, todo este Conjuncto de leis.@ de phenomenos, por quem foram creados? Uma vez condensada a terra em forma espherica, quem Ihe resfrfou e consolidow ‘superficie? Quem fez/0 calor? Quem estabele- eu a lei do resfriamentoy da transformagiio suc- cessiva dos fluidos e dos solides? Quem (ez a electricidade? Quem fez a luz? Quem fez o hydrogenio, esse afamado hydrogenio para 0 qual 0s nossos sabios modernos_nos_enviam sempre? Em uma palavra, quem fez 0.céo © a tetra, cont as suas. prodigiosas lls, com a uni dade maravilhosa, e com a multiplicidade iguale mente matavilhosa Wessas leis cujo resuliado ou combinagdo forma 9 universo ? O incredulo que pretende tirar da hypothese de Laplace conclusdes atheistas e materialistas, € uml ouco ; mio vé que 36 faz retroceder a questio, e que nao prova absolutamente nada. ‘Mesmo acceitando, como fazem muitos sabios ehristios de grande nome, esta theoria da for AVE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 29 ‘magio do mundo, nds provamos at ue ella nao destiée de modo algum a necessi Gade imperiosa ¢ 0 mysterio fundamental d’uma ‘causa primitiva, d’um poder etetno, permanente, absoluto, increado, infinito, que fez tudo do nada que néo podia ter sido feito por outrem, Cren- dot de todas as substancias, de todas as lis de todos os phenomenos, d’am ser que existe porsimermo, e sem o qual nada podia exist. Este poder creador € necessariamente intelli gente e livre; porque sem intelligencia e sem liberdade neahun poder péde obrar, B esse po: der que a humanidade inteira proclama ¢ adora Eaquelle que nés adoramos com o nome de Deus, nome derivado do latim, anteriormente do ate, nal do. hebreu, Iam hebren.o, ser Gxemoe creador chamowsea si mesmo Jehovah, quer dizer, Aquelle que € Deus ;€ pois Aquelle gue & Aquelle que existe por si mesma, ¢ por quem existe tudo o que tem existencit, Est todo inteiro em toda a parte, unico eindivisivel; & todo inteiro na Fé; € etemo, superior ao de curso dos tempos, assim como a divisaio do espa 0} € puro espirito, e nenhuma creatura. pode Ver por seus proprios olhos a sud divina essen- cia; porém Bile, infinito © todo poderoso, vé tudo, sabe tudo,e pide tudo s Nos podemos conhecel-o, se bem que © nao possamos comprehender. Nos conhecemos a sua xistencia ¢ of seus attributos geraes, pela con- templagto das suas obtas ; como eonkiecemos a 30 ATE PERANTE A SCIENCIA MODERNA existencia, a intelligencia, a habilidade © a pa- iencia do relojociro, pelo exame do seu trabalho edo admiravel mechanismo produzido pelas suas mos. Nada, portanto, mais ridiculo, nada _mais atrevido que a assergfo de um franco-magon contemporaneo, cujo nome ignoro, declarando ainda ha pouco que a existencia de Deus nfo estava demonstrada, nem era demonstravel. Se 0 nosso juizo Ihe parece suspeito, escute elle 20 menos a opiniao de um lmao, de um ‘mestre em franco-magonaria e em incredulidade ; acredite elleemvoltaire, (Parece: meabsurdo,dizia Voltaire, tomar dependentea existenciade Deus de A-+LB dividido por Z. O que seria do genero ‘humano, se The fosse necessatio estudar a dyna mica ¢ a astronomia, para conhecer o Ente Su- remo? Sto apenas necessarios os olhos, ¢ ne- numa algebra, para vér o dia. « Eu meditel esta noite, dizia ainda Voltaire, estava.absorto na contemplagéo da naturez, admirava a immensidade, 0 curso e as relagdes estes globos infinitos; admirava ainda mais a Intelligencia que preside 4 construegio desta grande machina, Bu dizia comigo mesmo: hecessario set cego_para nfo ficar desiumbrado com este espectaculo, € necessario ser estupido Para nfo reconhecer o seu auctor, é necessario estar doido para nao o adorar ». Voltando a nebulosa do Marquez de Laplace, dizemos pois que é livre a cada um adoptal-a ou rejeitalsa 4 Fécatholica nada interessa isto, V SEGUNDA OBrEGGgAO ‘Aos othos da sclencia moderna, esta demon- strado que a Biblia se engana quando nos iz que a creacao ¢ obra de seis dias. A primeira descoberta positiva que os incre- Gulos quizeram oppor 20s pontos da nossa Fé, diz respeito 4 obra dos seis dias. O Genesis refere que Deus TodoPoderoso ¢ Eterno, querendo formar o mundo, o fez em seis dias : que no primeiro dia creow 2 luz; no segundo 0 ar ¢ as aguas ; no terceiro, a terra firme com 0 reino vegetal ; no quarto, 0 sol, a lua ¢ as estrellas ; no quinto, os seres animados que vivem nas aguas © no ar no sexto dia, em: fim, todos os animaes da terra, e por complee mento aos limites do sexto e'do setimo dia, creou © homer, o filo adoptivo ea imagem de Deus no meio da creagio, Os geologos vieram dizer-nos essa historia ilo € verdadeira ; nds temos diisso a prova ma terial, Pelo exame de differentes camadas sobre- postas, que formam a erosta da terra, provamos 32_A Fil PERANTE A SCIENCIA MODERNA. gue exam precisos seculos e seeulos para que a terra podesse chegar ao seu estado actual, B! ver. dade, nds 0 reconhecemos tanto gitantoé possi vel, que anarragéo da Bscriptura est em harino- hia com a ordem de sobreposigao que notamos em diversas camadas e em alguns despojos fos. seis, que ells contém} mas nao admittimos de modo algum, nem podemos admittir scientitica mente que isto seja a obra dos seis dias, Seja assim, vos responde a Igreja, eu admitto como certas as vossas observagées ; no contém. cllas cousa alguma contrria & Fé propriamente © Apostoto S. Pedro disse com effeito: Com. preliendei bem: para Deus um dia vale por mil aannos, e mil annos yalem por um s6 dia. A pa- lavra hebraica qite o Genesis traduzit pela palas ra dia,péde perfcitamente referir-se auma epoca indeterminada, e as palavias tarde e manh?, de {Que o mesmo Genesis usa nvesteLogay interpre lame jgualmente no sentido de principio e dé fim, Santo Agosinho dia expressamente que os dias do Genesis podem ser periados mais ou ‘menos longos, _ Portanto, admittindo mesmo sem restriecao aiguma a vossa hypothese © a certeza dos vos. 808 ealeulos scientificos, a minha doutrina pers Mmanece intacta perante as vossas _affitmagbes, ‘Nos poderiamos accrescentar aqui algumns observagdes bem importantes, que abalariam talvera certeza das Aypotieses Vesses desmedidos AFE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 33 yeriodios.e cis aqui uma dessas observagoes,entre cite ieaa ei eeraie en iam gy tre baixo da acgio incalculavel do fogo central da terra, do trabalho dos elementos, da rapidez da veyetagaoe do vigor das planias e das arvores, 0 desenvolvimento, & actividade ¢ 0 poder davida animal, Em boa logica, poderd concluirse que o estado actual das consas teve um outro estado que desappareceu, ¢ de que jd nfo ha ideia al- guma? Por que rizio, por exemplo, debaiso da nfluencia d’uma acgio mil vezes, ou dex mil vezes mais poderosas, tal ou qual phenomeno geologico que precisa no estado actual das cou- sas, um seculo pata serealisax, néo podria effec- tuar seem um s6 dia, ou mesmo em algumas hhoras por effeito d’essa influencia? Se o principio do tebento d’uma arvore era mil vezes mais activo. nioutro tempo, do que ¢ hoje, porque sera que esta arvore, que nao chega presentemente 20 sei pleno desenvolvimento sendo em cincoenta annos, nio conseauiria an- teriormente desenvolver-se ém dezoito on vinte dias, isto €, na milesima parte de cincoenta an- nos? E porque se nio far o mesmo raciocinio a respeito da formagio e da vida, dos animaes? ‘Nao ha n’isto, evidentemente, impossibilidade alguma scientifica ‘Uma segunda observagio extrahida toda da ordem sobrenatural, que nos apresenta os espiric tos 0110 anjos como as forgas matrizes da mate- ria, mostra que todos os elementos que formaram 34 AM PERANTE A ScrENCTA MODERNA 4 obra: dos’ seis dias) eram’ acompanhados da aegiove da reacgiv: dos: bons e dos mau anjos, que os regulavam nium estado. sobrenatural ¢ ‘uma Lutz gigantesca, ¢ que’ modificavam pro. fundamente as respectivas leis naturaes, a4 uni cas que a sciencia poderia verifican; assim, as formagdes ¢ Hlorescencias, impossiveis. em um estado natural, tornavam-se muito. possiveis por meio desta nego extraordinaria. Nao digo. que: ‘ cousas se tenham passado deste. modo, digo sémente que as cousis podiam acontecer assim, © que n'este caso as: impossibilidades, aponta. das pela geologia, sto apenas relativas, Estas observagoes, pondm, tao interessantes quanto © podem ser por si mesmas, sao inuteis: para responder victorisamente 4 falsa: sciencin que procura confundirnos, Basta. porény uma nica resposta para desfazer os seus argumentos : sein qual for a duiaciio: dos dias de que falla. 0 Genesis, a sciencia geologica niio esté. n’este Ponto em desaccordo com a Fé, Accrescentarei ousadamente, que até darem proveabsoluta do contrario, heide aczeditar « direi sempre que os dias do Genesis sio periodcs muito menos extensos, do que aquelles. que re. clamam as observacoes d’uma sciencia, que fitz completa abstraccio do sobrenatural ¢ do mila- gre ;em primeito logar, porque estw opinito se approxima mais da propria letta da palavea san- tay letra de que a ninguem é permittido affastars se-emquanto a cvidencia Iheingo apresentar wm AFE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 35 4 cm contrario; além disso, porque o Bspiri ‘Moysés os mysterlos da creagto, parece mostrar- nos aqui o milagre, nao 86 pela acgto inter mente poderosade Deus, erenndo tudo doa, ‘nas ainda pela férma sobrenatural e pela rapide oe om fora FE nfo. fea absoltamente prejidicada na quest2o que acabamos de expr VI TERGEIRA OBJECGAO mundo habitado uma ant Taanale Babltado uma antiguidede infiat- Nie destrgem nada, porgue nada ensinam, A\ mci sciencia, wiumphou um momento ul, gando ter encontrado, nesses “monumentoz brova authentien uma antiguidadefabulosa do mundo babitado, absolutamente contestada pe, los ltves santos ; porém a veedadcia. selena As ‘lusdes dos sentido, ernie cued Um astroner mo que quizess inane, eta obcanamane ele ern seria sberanamente ridiclo ese bem queo Eon tivesse incontes Ge exprinir todo o genero de ee dhs as formas de linguagem, ele qu ztalloe 908 omens como flan os horn dina Dict disse : O sol ee difficuldade, Jevantada_ pel de Vole a Ht por tra como mein Nos nio f 0 fallatiamos cq NGS nlo faliasiamos mesmo aquid nit estivese ligado 4 eelebre quesice de questo de APE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 63 Galileo, nesciamente avivada, estes’ ultimos anpoe, pelaimpiedade dum poeta macon’e fe, vetjenatio. Os sabios ca Opéniao Nacional Se Seav, seguindo as doutas pisadas tos sees ae ccontrades da Revise dos Dois Mundes, do rrinal des Dibatse do Almanach de Mathes Jpiaberg, Vigamn wea. grande importancia des cans seientiica Go systems, nfo de Galileo, toie de Copernico. Biles julgam que isto é a0 Brgumento. sem replica contra a religio christ Eeontrno mysterio da Encamagio: "Como poderemes née suppor, dizem elles, que 0 tilho de Deus escolheu, para se encarn, Gre pequeno planeia que nao é central © ase gravita como uin humilde dependents, rod geval, em companhia de outros seis ov S2i< astros ? eja assim, 0 antigo, systemat To ySen gheitdo, onde i terra era considernda com? cor tae do ; porém, n6s temos muda tude Tao. a Fe desapparecexcom 0 seu systema % Consolemos esta exeellente gente, & digamos” the bom ‘depressa. que se engenam, comps: tne tay que ado ha systema planetato Chist ue a9 systemas de Copernico e Galileo #iOeeS due Pontratios 4 Fé que o systema de Ftclomee ae os outrorspstenas a@mitidos antigannente ee eapios do Eeypto, da Asiae da Greein, ire anim elles poxtem admittt tanto quae Cifeerem a hypothese scientifica de Coperaico Fin deixarem de ser erthodoxos. 64 AFI 1 C4 4 FE PERANTE A SCIENCIA MODERWA 4 Mas a rato de conveniencia indicada ha pouco? » veh a saber 1 a saber : queo so, sendo i 32) a saber Guo so, sendo sem contin Hpmboliomo da ecru « da imac Trpgets a imagem celeste, a representacdy vat ‘elds tntsina huanidadeda Chrato Reign 5 € sendo esta humar “adoravel para todas as creaturas, a fete as Zinbles que tra, vidores de Christo, gite 1 e.g gite em roan da tenes 22° © P40 ia razio de conveniencia d so taco ig BNEeac do mesmo geo Senonkee nw relagdo. que’ tem a laa Sones ji Seaundo o symbolism chistio,« ues sagem de Tere. Como alu, que weeebe toda it liz do sol, © que nao. nos alumi aeeu pee relexe, a Igreja recebe toda a sue ten fae todo 0 seu poder divino e tada oe Pellera, do seu Rei celeste, Noseo Senior tent Chistoj ella nfo nos alumia, nto nos aig’ 1s overna sendzocm nome ono gon nome de Jesus-Chiri pelo poder que Jens Cimino the comune lo € para nds cd na terra sendo a ee nag © 0 relexo de JesisChritae a, a Tereja & para o mundo; of Péde dizer de todos os Lispos ¢ de AFE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 65 todos os sacerdotes. F’, portanto, muito natural que a lua, destinada a symbolisar a Igreja, gire em roda da terra, ‘Eu sei que estas razdesde conveniencia naosao absolutas ; porém so mais que suficientes para responder a uma razio conttaria de conyeniem: ‘Acrescententos, antes de terminar, duas ob- servagbes: a primeira, que a certeza physica parece adquirida hoje a favor da hypothese, ow Antes do systema planetario de Copemico: obser- ‘yagoes multiplicadas parecem tel-o estabelecido Gefinitivamente, ¢ as leis da mechanica mao permittem, de modo algum, qualquer duvida asoavel a similhante respeito, Tsto nao quer dizer que Ptolomco ¢ os antiges sabios do Feypto, da Persia, da Chaldés ¢ da Grecia fossem homens sem valor scientifico 5 mas o talento, e a mesmo genio, nao bastam, quando se trata de comprovar factos deste ge~ nero: é necessario ter oculos, ter instrumentos de precisio. Sem isto ndo ha medida exacta, © por- tanto, nenhuris dados numericos. Ora as lentes ‘0 datam-sendo do. tempo de Copernico e de Galileo ; ¢ 0 admizaveis instrumentos de que se servem hoje 0s nossos astronomos soo resul- tado deste progresso industrial que, desde um seculo prineipalmente, eleva a um grau tioalto- todos os espititos E? necessario reconhecer todavia que ha graus nna cotteza physica, como ha graus nos esplen- AP 66 AVE PERANTE A SCIENCEA MODERNA dores da luz; ora parece-me ovidente que, para estudar © mundo dos astros, mesmio com os tnelhorés thelescopios, nao estamos em condi Bes so favoraveis como para estudar o mundo ‘material que nos cerca, Parece-me que hha’ uma differen ca, differenga sensivel, entre a seguranca que nds podemos ter da verdade das observa g0es astronomicés modemas, ea verdade dos factos quemnds tocamos com as nossas_proprias ‘mos, € que verificamos immediataniente como auilio dos nossos sentidos. Eu desconfio natu. Falmentc, ndo_do systema de Copemico, que, ‘epito, é inteiramente indiferente aos dogmas a Fé mas desta tendencia, hoje to. geral, em conferir a infallibilidade a todaa sorte de ‘des ccobertas scientiicas, e em tomal-as por bases ab solutas, por pontos de partida aos quacs 0 ensi- no da Igreja deve accommodarse por hem oi or mal. Ha no fundo desta tendencia um gene- Fo de materialisnio grosseiro, mil vezes indigno das intelligencias illuminadas pelo sol do chit. stianismo, © por elle clevadas ds alturas que a Tazio humana rio. poderia attingir pelas sts uunicas forgas, Berante as pretencdes: muita ve. 21s arviscadas da. sciencia, nao. somos bastante ‘orguthosos-da verdade absoluta da nowsa Fe A segunda observaeio, que eu mio faco senzo indicar aqui, & que a famosa condenmagao de Galliléo no. principio do seculo desasete, assen- tava mais sobre a férma que sobre a materia; We este Galliléo, que era um mau companhetto, A Fi VERANTE A SCIENCIA MODERNA 67 sj ae ae mee tinha querido fazerse theologo a ue astronomo, e que o tribunal da inquis Plo enearregado dos interesses da 1°, impedia Gallo de dogmatisar. a esge conhecia ede tempos remotos 0 systema de Copemic, mals de melo seoulo an- terior aos procesos de Gallo; @ devava.o pss como todos os outros cletlos das sce ccias hamanas, sem o approvar nem o condem- nar, Além disto, na antiguidade este mesmo systema tinha sido ensinado por diversas vezes, de modo que ja delle fariam mencao tanto 08 antigs los como tinbem os jude, comp lando as tradigoes dos seus doutores. Na, theoria da rotagao da term em roda do sol, nao ha pois cousa alguma que seja contraria 20 ensino eatholico, ‘ . Josué mio parouwo sol, nem, mesmo parow tert Direc Sephor que a luz-do. a 2 prolongasse milagrosamente, tanto. quant fosse necesario, pam pr em fuga 09 inimiges do povo de Deus. ; see imate avlge, tem duvide, mas que nada apresenta de contradictorio nem de impos- sivel. XU DEGINA OBJECGAO 0 facto multe provavel rovavel da pluraiidads dos sundos habltados, nko. s0 conelia’ bo como mysterio da Encarnagao. a P? ainda isto uma | tuma hypothese, © uma hypo se muito menos demonstrada que a precedente mas bastante séria para prender a altengio. Bu conheco um -manceho muito intelligent, ae por causa della inerompeu por mais de tm anno as suas relacdes com a Fé, Na essencia Srépos que nfo tem importance igus, Esta hypothese da pluralidade jn Pablo endo vente, € considers por alguns como inconcliavel Yom 0 mysterio da incamagio e da Redempgio, Examinemos de veto est ifiuldad: 4 ‘otemos primeiro, que a babitagdo d “a Natemos que a babitagio das espe. como igs de amar, de conhecer, de servir a Deas o de entrar no of ett fonge de ser ver dein, Direl mesmo que & pouo provavel, ¢ fe sentimento parece-me rasoavel. Com elleito, ‘A Ft PERANTE A SCIBNCIA MODERNA 69 nada tio logico como concluir do conhecido para o desconbecido, do certo para o duvidoso. Gra, € aetualmente um facto averiguado pela sclencia, que a lua ndo tem habitantes. Tambem © certo que nio tem atmosphera ; ¢ por conse guinte nenhum ser organisado, animal ou vege- tal, péde alli existit, O ar e a agua sto absolu tamente necessarios 4 vida de qualquer ser organisado; ede mais, &a atmosphera ambiente, gesimn como a attraccio centripeta que os livrar de ser triturados, aniquilados e dispersos no ¢s- ago. © facto da ausencia da atmosphera na lua é ‘uma verdade demonstrada, Apesar das 96 : 000 Teguas que a separam da terra, 0s nossos tele seopios nos fazem vér a Iva.a uma distancia de 36 leguas sémente, como de Genova se vé 0 monte Branco. Um sabio astronomo do Institu- to, depois de se ter applicado vinte annos,a este estudo, dizia ha poueo que se houvesse cidades fou sdmente grupos de casas ia lua, poderiam Gistinguir-se, Percebem-se alli vuledes extinetos, alles abertos, planicies e-algumas montanbas. Alua nio é pois habitada. Nao é isto ja uma prababilidade muito séria em favor da ausencia de habitantes nas outras feapheras celestes? Se ellas so habitadas, porque o nao serd igualmente a lua, ¢ pela mesma razio? "Alem d’isto, a physica ea astronomia calcu lam que os planetas do nosso systema, que se ‘chan mais proximos do sol do que nds, estio 70 APE PERANTE & SCIENCIA MODERNA expostos a uma tal entensidade 168 mesmos nao podemos fazer Tes¢ milhares de gras de calorico que tornam completamente impossivel a vida de qualquer set organisado. E, pelo contiatio, os plane que estio mais affastados que nds do 58, segundo os. calculos da sciencia, n’yma. in. tensidade de trio nio menos incalculavel. Alli €igualmente impossivel a vida organica Estas observacoes, faceis de aeceitar, par em-me concludentes em favor da improbabil Gade da existencia de seres organisados © vivos 40s outros planetas. Nem mesmo as plantas alli sio passives. Todavia ndo exageranios nada: a habitagdo das outras espheras celestes, por crea. turas compostas como nds de espirito’e materia, nio é em si mesmo contraria 4 Fé, sendo bent entendida, Eis aqui o que ¢ de WF Primeito, é de Fé que cendem de Adio e Bi homens além de ns. 5 de calor, de que ‘dda: sio milha- sol, acham. a tal respeito todos os homens des- va, € que nao ha outros fe a espheras celestes si habitadas, nao 0 sto de certo por homens, e nio © podem ser tambem por puros espititos e por almas, porque os espiritos nd tém necessidade Ge habitagdes materiaes. Depois, é de Fé que o Filho eterno de Deus se fez homem, e que nen. huma creatura,no ceu ou na tert rt, pode ser sal- We santificada sendo por elle, A Rscriptura ¢ formal 7 ste ponto, Se os mundos sao habita- dos & similhanga da terra, as creaturas que \ Pf PERANTE A SCIENCIA MODERNA 71 aa en- elles vivem sto obrigadas camo. nés, para tar no clty a aocrediar mn civndade do Verbo tet mado,'a adorar o Homem Deus, damal-o encamado, @ a * Say dint alguem : como poder elles conbe- ie i que nds pode- Sterpniaeo lis neanos 0: ates mos diver & que a rovelagio do mysterio cote es gate efits nlhres. de msds, ou por amervengio. dos “Anjos ou por qualquer outra via 36 c “Muito Yeste sentiment Sereda porlbam este sontimento splicam graciosamente m’este § parabo- favo Bom Pastor, qu dea naz ¢ m0 seg ranca do redil as noventa © nove, ovelhes fete ‘Fars se abaixar até & ovelha perdida 5 si a tHumpho 20 aprisco, onde tina deixado as Mig, ist oven el sera a Hmanidade pecendors, afastada para loge de Dewsecbre s Qeraas orenae nove oven fis sovant a mnultidao das creaturas organicas, p - oO ei, devo dler gue acichars ito posi contrario, no consid a muito positiva do le conde egos com ea ype mene ove {que possivel e mesmo grandiosa, da bab infvo amor e verdadeita Fé20 mu Senor, mew Redemptor e meu Deus, Jesus Christo, 724 Pi PERANTE A SCIENCIA Mop! ERNA amie em cousas que conhego, € nao quero langar- mie 20 desconhecido, artiscando-me a perder westa sublime empresa 0 juizo ea Fé Direi ainda uma palavia. A’quelles que per guniarem por que razioesta infinidade de asttos, de sées, de planctas, etc., se mio sio habitados 'Nés respondemos que, d'uma parte, nao custa ‘mais ao poder immenso de Deus crear milhoes de mundos, do que wm pequeno gréo de areia © por outra parte, que é perfeitamente digno de sua infinita sabedoria dar-nos por esta immenst dade maravilhosa, uma idéa da sua grandeza bem come da ineffavel magnificencia do verdadeito ‘e64y que a sua misericordia nos prepara para a eteridade, © céu dos asiros nto ¢ certamente demasiado bello para servir de cupula é terra, onde habitam es filhos de Deus © onde reside corpotalmente, ‘no sacramento do Amor, esse Senhor Jesus ado, favcl ¢ adorado, verdadelro Deus com o Pae Etemo ¢ com o Bapirito Santo, que fez tudo do nada e que sistenta, pelo seu pouler infinto, to das as creaturas do ccu ¢ da ten XIV DECIMA PRIMEIRA OBJECGAO arte alguma 08 setencla nao encontra em pact alguna o& A weeten do eft, oo inferno do pulsator bem o creo: nko € dl sienea, mas sim & évque permitido descobtibos. ssineh no pode descobrir ag cousas sobrenaurtes, assim tomo a Fé ndo péde des cobriras cousas 0 dominio da sciencia €a natuteza ora 0&4, o inferno ¢ 0 purgatorio nko pertencem de ma pei let os fonola avin, nos eniba que doped nota alma, completamente pura rurieads entra tmnediatamente na posse ‘Deus, pata viver eternamente da sua vi eine tel e venturosay e € isto que se chama o cba. Bila nos ensna que a smn em peecad moral cota mmedintamente ma eter dessa a, na sepaacio total de Deus nt pera ne ravel da felcdade, ¢ no sofimento do fog reieyo tommdavel do peceado ses agi o aie se chant inferno, Ell nos ensina emf, que & ‘alma em estado de graca, mas cujas 74 AH PER EA CIENCIA MODERNA foram ainda sufi am ainda suficientemente expiadas, pass pal uo elo saint do pirgtt,po tum tenipo mais ou menos longo, conforme le glrar na hemaventiranga celeste, ene 22 inferno © 0 putgatorio pertencem « esta ordem de realidades, que se chamam espi- "lunes, eb opposigio ds reaidades corporaes © vislveit, Pertencem ds grandes realidades sob atures, que os nossos alos mao tém dieito de Yer ck embaizo, que-os ouvidos nao tem 0 Aizsto de ouvir e que ohomem pee concer mace sobs tema se nio pide com 3eniopéde comprehender isto ps simples reno de qu sendo canassobrenstnen, goede oe ines da rato atta, Estas eran: ‘fo sio de modo algum perten cenies d oidem teres, que se ¥6, que. se toes que se desoobre dei do extalpllo © Pelt ponta do. microseopin a do telescopio: igs or estes meios mechaniees,¢loveura O céu, 0 inferno & 0, ot Purgatorio so prime ue tudo xados estadas epitnes Sobre furaes, onde a ceatura se asha collocada pela Yonlade livre postiva de Deus. Todo o homem indo a este mundo, toda a craturaracional, ¢ iamada, quer queira quer nao, a viver e4 na tera di ide de Devs que 6a aca se core Ponds d sua vocacio, a. ereatura esti reste }© estado sobrenatural da grace, germen AP do estado sobrenatural da gloria ; ella ests no caminho do céu e entrard:no céu, isto é, no esta- Go sobrenatutal da bemaventaranca, da santi- dade e da alegria eterna. Se no corresponde, ou se corresponde imperfeitamente, 2 creatura fica reste mundo no estado sobrenatural, ou seja de peceado mortal on de alternativa entre o-peccado ba graca, entre a morte sobrenatural € a vida Sobrenaiural ; e, por consequencia. necessaria, entsa, no momento da morte,no estado sobrena tural de punigio dolorosa, eterna ou temporaria, a que se chama infemo ou purgatorio. ‘© edu, o inferno e o purgatorio sto pois, pri meiro que tudo, um estado. So tambem um lo- gar, mas tim logar de natures e expansio abs0- Tutamente dientes diaquillo a que nds. sobre a terra chamamos logar. O-céu é um logar indi- ‘Fisivel, ao mesmo tempo superior e interior, que [std inteiramente acima da creagio visivel (a {qual & finiin), © ao mesino tempo ao alcance Go chtistio, perto da alma fel. . TE’ como a alma eo corpo: a alma esta muito acim do corpo ; existe porém nee ; est espa hada. por todo 0 corpo, que a limita e locals, mas nfo occupa nelle Iogar algum especial } re- side em todoo corpo toda completa, se bem que nem por todas as partes desempenhe as mesmias- funogoes. Pode dizerse com toda a verdade, que corpo é o logar da alma; © com a mesm= Yerdade, que a alma, na sua qualidade de puro tspirto, nfo occupa logar algum, Ha uma uniéo” PERANTE A SCIBNCIA MODERNA 75: 764 FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA uma intimidade incomprehensivel entre a alma © © corpo, e ao mesino tempo ha um abysmo impenetravel entre a substancia do corpo, que € material, a substancia da alma, que ¢ espiti tual. Assim € 0 eéu em relagto a terra. As almas puras e christas attingem pois inte: rlormente, pela graga, 0 céu, ¢ 0 Rei do céo; centram em um estado sobrenatural, que se tora celeste desde este mundo, e que desabrochard nha cternidade d'uma maneira absoluta: « O teino dos ceus estd dentro em vés, » diznos o Evangelho, Estd igualmente acima de nos ¢ ‘cima de toda a natureza. Oque ndsdizemos do eu énecessatio tambem dizel.o do inferno edo purgatorio: sto logares 0 mesmo tempo inferiores e intctiores ; logares baixos onde descem as almas abatidas pelo pec. cad, isto é, as creaturas inferiores. O peceador acha em si mesmo, na sua alma pervertida, o getmen do inferno ; se nfo soffte ainda nelle a pena do fogo, solfe jf n’elle quasi semprea pena, do remors0, do temor ¢ da vargonha fogo do inferno © do purgatorio ¢ um mys. terio terrivel ; nds sabemos pelo Evangelho, por toda a revelacdo do antigo edo novo Testamen. toepela tradicgio unanime de todos os povos, da existencia deste fog6; nds sabemos pela Fé divina, nao pela sciencia humana, que este fogo. € real, verdadeito, eterno, tenebroso, horrivel + ue devora, sem consummir, 0s espitites, do mesmo modo que os corpos. Mas que é elle? APE PERANTE A CIENCIA MODERNA 77 Deas io not fez coneceho, Desgaeado J nie 0 conhecer por experiencia L 6 ogo do inno gun ods a appre cia, 0 mesmo que o ogo do purgatrios deren gas wmente, porque o purgatoro étanstoro @ temporario. E uma passagem € no u Peuabto aos corps dos Santos ¢ Bemavents rados, nio gosario de felicidade celeste. sonia depois da resuneigto; bem como ox coxpe dos condemaados nio soferi0 0 enstigo dis sus fas, sento depois desta mesma resus, Nucternidadereliz,ou desgragna, 05 coxpos io se conservario mais no estado ein que n6s 0 Conecemos agors 5a theologi. nos exsina ey fem se tomarem espists,artcipardo do modo exists das substances eapttunes, «0 ess Hao mis sutos ds les terenttes do tempo, do ar espago: « serdo, diz nos Hee seas Mas espirtos, mas exitiio como os, expisitos. « 0 nosso corpo reausctaré em esptto,» secre Conta S. Paulo. Os escalhidos serio como, oF santos anjossos reprovados, como os demonios, S$. Thomas diza est geaplto cous es, «ai das altaas,€ reprexentado pelo efo, material, Hncommensuacel, magoiien, que domi ¢ fa; € 0 purgatorio e o infemo s sents Freee ecatfsndos nos profundos abysmos 78 A ¥é PERANTE A SCLENCIA MoDERNA. -da terra, que nds sabemos serem devorados por tum fogo material inconcebivel © pelas:trevas eternas. Estes abysmos ardentes esto na mesma Telagao para o inferno © para o purgatoro, que © compo esté para a alas 60 set logar, se bem que esta maneira de fallar seja. muito ine. xacta. O céu esté onde esti Christo, Sobre a terra, céu estd onile se acha 0 Santissimo Sa- eramento, onde Christo influe e opera, onde esto as almas justas e feis ‘Tudo isto. pertencendo repito eu, a uma outra ordem que nto &a da natureza, usieo dominio da sciencia, ¢ inteitamente natural © mesmo ‘necessario que a sciencia humana, enttegue aos ‘seus unicos recursos, néo possa nem descobrilos nem attingilos, Nao é pois para admirar que ella do saiba onde ¢ o eéu, onde é o inferno, onde “€ © purgatorio, Nés outros christios sabemos um modo indubitavel que elles existem 3 ¢ se as demonstragdes da theologia mio aastam. completamente toda a escuridio sobre a razto estas grandes ¢ temiveis realidacics, nds conhe- ‘cemos facilmente que néo podemos comprehen. der tudo, ¢ mesmo que nfo devemos compre: hhender tudo, Cé na terra acreditamos o que ha. vemos de ver Id no céo; eno eéo veremos. 0 que tivermos acreditado na terra. Os sabios in. ‘tedulos © 03 impios verio de perto o infemo, Porque nfo acreditaram welle : e nfo seri ja ‘tempo de acreditar. XV DECIMA SEGUNDA OBJEGGAO nao 6 mais que uma derl~ 0 christiantsmo gg uma dents yagao um aperfeigoamenti religioes semiticas. Nas anligas religions do Higypto, da Pensa ¢ da: Tndia,encontramse, dizem certos hilo: cetos archeologos, ragos gees que in cam uma sorte: de idéntidade, B evident ‘ome ames iddaquesedesigurouc alte saenmcos seus pormenotes, passando de tim poyo a eatensndo oo sctlon. Vesealy pr Seal eraes da unidade de ineamentos. gel : Pere an andade dos ehestos wa cued gina onde a mulher e & serpente representa < bert promt, experadey vrando. depois sobre a terra ¢ sendo ado- Tiulo como um Deus; vé-se tambem alli uma com, mnie te Nera, As penas 6 38 fas eter wrecem alli como. puni cram fan dele tera como ecompenst ot poem 08 semi-deuses, bons ou maus, pro- Jogos e (seu papel, um li 80 A Fit PERANTE A SCIENCIA MODERN. tectores oui inimigos dos homens, presidindo 40s elementos materiaes. Acha-se alli um culto, sacrificios, uma hierarchia. sacerdotal ; n’uma alayra, a base dos dogmas christaos, B portanto ‘mais que provavel, que o fundador do. christia. nnismo nao fez sen80 aproveitar na sua obra o que apurou de melhor n’estes dados primitivos, sendo porlanto o Christianismo a derivacao ¢ 0 aperfeigoamento das velhas religées semiticas ». Eis aqui o que elles dizem, O christianismo nao €@ derivagio ou 0 aper- feigoamento das velhas religibes semiticas, assim como a moeda verdadeira nao é de modo algum 4 derivagio ou o aperfeigoamento da falsa moeda, Nada’ mais verdadeio do que este fundo de erengas commun, que se acha nn base de todas as religibes falsas : os fntigos mysterios de Ositis ¢ Isis'no Bgypto, de Brahma e de Wishnou, ¢ Outras divindades da India, os de Mitta na P: sia, 03 druidas na Gellia, 03 de Odin na Scan navia; e mesmo os mysterios da mythologia grega € romana: tudo annuncia uma especie de Unidade niestas fabulas tao grosseiras conio ime paras, Diesta conformidade, naturalmente inexplica- vel, di razao admiravelmente a Fé christa: enst- nanos ella, com effeito, que na origem mesmo do gencro humano, Deus se revelou sobrenatt- talmente 20 homem, acctescentando assim ds Iuzes ¢ aos conhecimentos da razio natural de Adio, outtas luzes e outros conhecimentos de A Ff PERANTE A SCIENCIA MODERNA 81 cordem. superior seveloithe isto ordenando Ihe Gue tecrelitase, que na upidade €a sea een: cia divina ¢. etema, havia tres pessoas dis: tinctas 0 Pac, 0 Fitho e o Bspirito Santo 3 4 © Verbo devia cncamar e fazer-se homem no ‘meio dos tempos para ser 0 Senhor, o Rico Pon- sisivel da oxeacios que todas as erenturas, para sere salves, deviam crer rvesa revelacio sere fils a0” Christo amnuncido, senha € amal-o; que 0 fogo eterno do infemo seria a ivina do Paraiso, a recompensa dos fieis; orde- nnow ao homem tributar a0 seu Deus um culto interior eexttiors eoutras verdades ainda cujo omplexo forma a religito patriarchal 3 eresla weligito era a mesma que a de Moysés, na que a nossa, quanto 4 substancia : era i alaguillo cm qe se rfeiainteamente a0 Chiat, era catolica, porgue era univers, 6 feita para todos os homens, sem excepsso al SNNoé, depostario West religito sania esegun. do pae do genero humano, a transmittia a seus Thos: a Sox, se aha eho eos de. lentes a transmittieam 4 Asia sa Japhet que a maldito, que a transportou,ou ndo, paraa Africa, patria da raga decahida, PNA Ameria foi povoada, segundo todas as pro- babilidades, pelos descendentes de Sem. Porém 0 orgulho do espirito, ligado & corrup- are 82. A Fi PERANTE A SCIENCTA MODERNA. go, dos costumes, alterou. pouco a pouco na maior parte dos povos as verdades primitivas da Religito do verdadeiro Deus ; cada povo, de- baixo da influencia do, seu clima, e segundo suas inclinagdes particulares, as altérou insensivel mente ;eassim 0 erro nasceu ou sau por assim dizer da verdade,conservando os tragos evidentes fia origem commum, no meio das depravagoes exteriores e intetiores, Aqui estd a explicagio, nia verdadeira, unica scientifica, da. estranha similhanca que se observa nos funcamentos de todas as teligides, bem como de todas as linguas, Ea alteragio da religiio primitiva ¢ @ alteracio da lingua primitiya. Abrahao, depois Moysés, foram os escolhidos de Deus para conservarem intacto, no meio da depravagio tiniversal, 0 deposito da revelagio ¢ da verdade christés ; pois a verdadeiea reli slo foi sempre christa, sendlo Christo 0 centro Tuminoso 20 qual tudo se referia © povo hebreu foi o unico que se conservou fel ao Sethot, e por esta rasio merece chamado © poyo de Deus, Hille cumpriu fiel mente a sua missio aié-4 chegada do. Christo Redemptor, o qual cantiou esse mesmo deposito, enrequecido de novas luzes © de novas gragas, 0 sacerdocio catholico e principalmente aos Pontifices romanos, successores de Pedro, até ao fim dos seculos. Desde Adao até Christo, ¢ desde Christo até ao ultimo Papa ¢ até ao ult ‘mo christio, apparece-nosarerelagao desta ma~ 83 A BE PERANTE A SCIENCIA MODERN: neira, nluma unidade esplendida ¢ inalteravel ‘Nosso Senhor Jesus Christo no pedi nada 2 cessas velbas seitas que elle achou espalhadas pela superficie do mundo. Bile revelou mais expli- Gitamente ao mundo 0 que na sua qualidade de Verbo, de Palavra de Deus, jd se tinha dignado revelar a Adao, aos Patriarchas, a Moysés e203 Prophetas, O eistinnismo €o remate da revela- ‘¢ao primitiva, o desenvolvimento, nilo das fabu- fas pagis, mas das verdades teligiosas, conserva- das entre 08 Hebreus, herdeiros dos Patriarchas. ‘Deriva do c¢o ¢ nao da terra; e os pretendidos sabios semiticos qué vio pescar nas aguas, mais que turvas, d'uma antiguidade que nto conhe: fom, nam sanscrito que menos perecbem, n't hebrew que tambem mal entendem, so creat. mas desaforadas caja impiedade constitue 0 seu sunico merccimento. is ‘Portaito, os tracos de similhangn que se ma tiestam mito realmente nas antes sits tet as da Asia, (pois se nao deverin dar a isto ‘de provarem a these'dos nassos modernos rac: nalistas, provam ao contrario a redidade d'uma revelagio primitiva ¢ a santidade divina do Shristianismo, que faz brithar com um esplendor incomparavel tudo © que havia de verdadeiro, de puro c de divino n’essas religioes alteradas. XVI DECIMA TERGEIRA oBIEccAO Segundo os caloulos da soiencia, dave aces bar pol fio em stent ta e dois mil annos, ee © mundo ou seten~ Esta sciencia alids calcula sem o seu stm as, Rei cate ts Sia eateety deen maine ee geal absorvida toda nas obser. asoes de naturera, esquecem que n'sto assim, 8 tem acgao, € que ha dois cayallos ra Bal £4 ordem da graga, éareunito do. myste: Ho de Christo © da revelacio chrisin; 0 segum de cavalo, 0 da esquerda, que puxa tanbeny, Ras Cus Forgas estio.subordinadas 20 ow. senders rien 4 ge A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 83 a sciencia completa, ¢ 0 resultado das Iu zes da. sciencia sobrenatural, qie € a Fé © das luzes da sciencia natural, que € arazio. Ain: da esta comparagio claudica no que respeita d mito da Fé ¢ da sciencia bumana5 por que os dois olhos si0, ordinariamente, da mesma forga € pouico mais ou menos regulam tum pelo outro; emquanto que a Fé, prepondera naturalmente na razdo, sendo sua luz a0 mesmo tempo supe ior e revestida de um caracter de certeza abso- uta. Isto nio quer dizer que uma verdade scien: fifica € destruida por uma yerdade da Fé: nfo édestruida, ¢ completada, ‘Se & uma simples hypothese, como acontece na maior parte dos casosya luz divina da Fé faz ver claramente os lados defeitaosos, ou pelo cn- trario os lados verdadeiros, e algumas veves a in- teira falsidade. Assim é a questio do fim do mundo. A Fé apresentanos como absolutamente falsa_a hypothese ou a conclusio scientifier do fim do mundo pelo resiriamento, Blla nos tensina que 0 mundo ndo setd anniquilade, mas sim transformado c purficado pelo fogo. S. Pe- dro disso-o bem claramente na sua segunda Epistola : « O céo ca terra que existem actual mente foram reconstruidos (depois do diluvio), pelo Verbo Divino e reservados para. 0 fogo no ia do Juizo final ». Este fogo seri natural na sua intensidade ¢ na sua expansio, como o foram, nfoutro tempo, as aguas do diluvio para castigo do antigo mundo, S. Paulo nos diz.que este abra- 86 ar PERANTE A SCIENCTA MODERNA zamento supremo se effectuard n’um abrir e fe- char dolhos, « i ictw oculé ». 0. mundo nio aeaburi pois naturalmente, nem pelo frio ; acaba. 4 sobrenaturalmente ¢ polo fogo. Isto nio ¢ a mesma cousa, Quanto aos seténta mil. annos, Aeixemolos dormir em pas, com aquelles gue ae ealinlam tao gravemente, Ninguem sabe,segundo o Evangelho, ninguem saber d'uma muaneira exacia a épocha da se- gunda vinda de Jesus Christo, que precedent immediatamente o fogo terrivel. K? permictida Comtudo fazer a este respeito conjecturas, mas simples conjecturas. Nosso Senor nos ordena ‘mesmo, quando prophetisando of signaes prede- cessores da vinda do- Ante-Christo.e do fm do mundo, diz expressamente: « Zomae cuidado de Ado ws deixares seduste.... Quanto a ths, estas allentes: tisquavas predisse tudo 0 gue ha ae acon. Utter ss observae bem, vigiae ¢ onat: por que née sabeis quando chegardo tempo... Emhm elle ac. Ctescenta, terminando anatracio,prophetica das ultimas provas: «2 ads outros, quando virdes Gconiecer todas estas cousas, sabes gue o Christo 42 cha proxinto, ef que bate i 20s porta ; quaanda elas cousas comecarem, olhace letentac a cabuch Qe 4 2050% redempeao se. approsina. >No que diz respeito aos_signaes precursotés, diving Mestre 0g enumera seguidamente 20 capitulo. sinte © quatro. de S, Matheus,no vinte.¢ um de S. Lucas e nodecimo terceiro de $. Marcos, E” neeessatiolére reldr estas imporanttes passagens, ‘TE A SCIENCIA MODERNA 87 wr nas suas Epi- }s Apostolos fallagn seim cessar nas i suolas dete bn dos sels, como dum semnte Cimento etiramerte pouco ales © & Panto di entre outras cosas que o principio do fim tio viré sendo depois « da apostasta ae ja, que S. Thomas €Aquino ’L esta apostasia, que S. in declan ter comet no 2 temp, pres Gebaixo deste ponto de vista, consamnatse plo triumph ds doutsinas revolucionarias que in- vadern cua vez maixo mundo © era ape far quasi todas a8 sociedades. Nao resta, ee ee Tigoroso da palavra : ba Reis € paizs cathlicos cam relagio. #08 ingviduos, mas nib is nhs o quas!_nenbivns Kes eathotea, a fo de Reis, nem nagbes eathol “ Mend Ae a congo Ge nao, un sta, tum govern, Umm ovtio signal nos apresentao Salvador woe ere ec ae vee cee EF ts he em a oma tate an sae = fi Ameo, oa 2 eR 88 A PI PERANTE A SCIENCIA MODERNA Asia ¢ 0 tisio da Atica eram os unicos que fren radon da nova da salvagio: passados inte annos, ellos comegados a trina pelos Aposcoy da Senn Tgteay eto i sit Ae Certamente sein estan ce ham feebido 0 testeminto de Fu no sou propheta nem me quero faze sha ae pr Festo todos do mew parecer, que entre dus pro bbilidades, a da approximacto relatva dos tl os emipos, 6a que mais se conforma com oe! mento dos oraculosinfalliveis da Eseripturas ung A € certo, €quo o mundo nao aeabard d na mianeira natural, nem pelo fia. XVII DECIMA QUARTA OBIEGGAO A scloncia moderna nao admitte 0 milagre: o milagre é physica e sclentifioamente im= possivel. Mas porque? © milagre & muito possivel, desde que ha ‘um Deus creador e Soberano Senhor do mundo. Asciencia que nega a possibilidade do milagré a que nega a existencia de Deus. B’ bem certo que se nao houvesse Deus, ou, 0 que vale 0 mesmo, se Deus se nfo occupasse das suas ‘ereaturas, 0 milagre seria physicamente impossi- vel. Segundo este systema (que é0 de M. Renan ‘ede todaa escola racionalista moderna), sendo Veus toda a natureza, as suas leis seriam immu taveis, de modo que nenhuma vontade superior ‘as poderia contrariar, Na verdade, s6 Aquelle que dew as leis ao mundo, & que tem poder para as {nterromper. Como se vé, este systema destrde-se pela base: suppde que nao ha Deus, e supp0e 0 ‘Absurdo. O milagre € um facto evidentemente divino ¢ evidentemente supertor 4s leis conheci: ddas da natureza, Para que haja milagee, € neces- 90, FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA saria esia evidencia. O milagre & extraordinari ds bona “ imervengio exnordinais eevene dabondade Ge fs USSe Deus nos negoris deste mundo, 0 ‘t Tage ¢ umn facto, ui feto exterior que 04 sent 40s podem comprovar, um facto dee tsa dum modo incontestarel que o-dedo do Deis Por exemplo, a resurré ¥ , a resurréigio de um morto again home mot, sm din alga torte fo} verfleada sa putrefacgdo, comega, Yor gutto lady eis que & simples plana spor or dem de um otro homem, sem Se empregtr me atgum secreo, ete onto volta de repente Vids levant-se,caminha, comesa a fala, co: le, over 0 que nés todos fezemos. No dup feeto da morte verdadeis da restreipao tan bem verdadeira sendo comprontda ia evident tpente um) milagre.-Deus, com eft, seahor iid dams pe ransom Sa Seo bomen: que tsuscion este merio fee em nome de Deus, ¢evidntementeo envio ease § preciso areditar nell; 60 que tov logat {ot reaGto aos milagres dos Santos cow Apes ols Se fz isto em feu proprio nome e peo seu proprio pode, € maufeamente aati Besa et home proprio Deusrevest- da forma humana. Bo que succeded he Peito de Nosso Senor Jesu-Christo. rs Teconherida a exstencin’de um Det feito ho- ‘em, oiler, Jonge de ser physic escent tpossivel, parece-nie, polo contrario, A Fi: PERANTE A SCIENCIA MODERNA. OF os, Nao € muito simples jque-em casos extraordinarios Deus se manifeste ‘Kraordinariamente ? que elle console affectuo- Samente agualles que o amam ¢ server Com Singular amor e fidelidade, queelle castigue tiga rosimente aguelles que transgridem, com uma indescupavel malicia as leis santas que deu 20 mundo? Deus procede n'isto, como: todes 05 paca de familia ¢eomo todos ossuperiores justosy Bone vigilantes. Elle estabelecen essas leis para ‘obem dos homens; para um bem superior de que elle € o unico juiz e que algumas vezes in- fhrrompe, Que ha nisto de estranho sobre tudo Onque ha de impossivel?, A scienciando quer fidinitti sendo o que ella pSde comprovar: assim seja, Porventtra nio péde ella verificar wm mic ingre? por acaso ndo péde vetificar o facto da motte de um homem ? de Lazaro, por exemplo? Nio pode verifiear em seguida, 0 facto da, vida Geste homem que esteve realmente moro? Em- fim, ndo_ pode ella reconhecer, pelo simples bom senso e pela razio clara, que um morto cm pulzelacgao no pode resusctar naturalmente; © {gue ha na unigo d’estes dois factos, plenamente Gomprovados, @ intervengio evidente de um poder infinito, superior é naturezae a todas as Fas? A sciencia no péde exigir mais, ceis agut ‘um milagre de primeira ordem physicte scien: Hficamente contestado, Os milagres do Evange- Tho, 03 dos Apostolos c alguns outros milagres celebres da historia da Tgreja, tiverann este ca uma cousa muito simpl 92 APE Perayn ENCIA MODERNA acter de anthenticidade absoluta, Elles foram Physicamente, evidentemente, absolutamente ¢ Perfeitamente provados. As testemunhas ficaram plenamente conveneidas, mas nem sempre con Yettidas, porque muitas cram orgulhosas e de mi 6; porém a questio nfo estd nisto, « Pste ho. mem fz milagres, diziam de Nosso Senhor, (aiphis © os Phariseus depois da resurreigio de Jazato, e todos cottem atray delle! IY preciso natal o; se assim no for, os Romanos chegarao e hao de maltratar-nos. > Estes homens fazem milages, diziam os. proprios impios, vendo & Paralytico de nascenga que &, Pedro’ eS. Joao seabavain de curar, em nome de Jesus-Chiisto, gdotta do Templo; estes homens fazem mila tes ¢ nds mio podemos negal-o. Que thes fare mos n68 ?» Bis aq, sete ne eguola nti Conviegdo, a evidencia do espirita e ao mesmo. tempo a tevolia da vontade. E’ o segredo da in Credulidade obstinada da maior parte dos iin bios: elles no querem crér, Esta revolta chega algumas vezes até ao delirio. « Se Paris inteivo, Gisia Diderot, viesse affirmarme ter visto resust citar um morto, eu preferiria acreditar que todo Patis tinha endoudecido. » Renan e asta csco, 4a pensam do. mesmo mode. Estio loucos de orgulho, Ew dizia que o milagre ¢ um facto ox. traordinario. Difiere n'isto de todos os mysterios de que se compoem os phenomienos da natureca, tnysterios incomprehensiveis, mas ordinatios, ‘S10 6 que se repetem todos os dias. B precise APE PPRANTE A SCIENCIA MODERNA 93 Jncoenta armos para que bolota se transfor ne ce eget hiysero ncomprshensiel, mas € una el ord mut da onan eget no € poranfo wm ure. Mas se n'uma hora ou n’um m 0 degre tee ee en uence Gunma pequena bolota Sair um grande caivalo, seria evidentemente iillagee. O extrordinaro & um enracier essen. Gil do lage O milagre ev pra lel au el mpe, como a excepgio esté _ WiMias, diego incredulo, nunca vi nenhum. S tm 36. ) Grande illusto & imaginar au net niguem ver um milagre para orére converters oS exemplo. dos Judeos, lembrado ha pouty rova ate evidencia je Nosso Senor o declare Pipreseamente na parabola do rico avare ree nto querem aereditar em Moyits a proplietas, diz ele, nto acreditar iam ats Sa ‘mente qeando mea iaen resustar am Mare» Algin isto, se Deus, condescendendo com os caprchos dos homens, zesse todos of dias mi lagres, 4 excepeto tornansehia ein regia no beveria sento milagres no mundo. As leis) fogem a nature. seriam de. continuo transor materi, apresentadss por vs com mutans jecerim ao capricho e & fantasia do prim soette apparecesse, Vos das que seabaram 3 Thilugres? Bnganaesvos tedondamente: 94 A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA Roma, consultae as eseripturas authenticas, os processos dn eanonisacio dos Santos e vereis que hha ainda milagres, muitos milagres, milagres certos, milagres_perfeitamente comprovados, Apesar de tudo convencervoscheis que a Tgreja € vinte vezes mais diffcil do que todas as aca- demias ¢ institutos do mundo em conferir a um facto, juridicamente constatado, 0 titulo divino de milagre. O exame leal de um unico proceso de beatificagio, bastow para converter um illustre Protestante no ultimo seculo, sob © pontilicado de Benedicto XIV, Tinha achado, plenamente demonstrados, di- vetsos milagres que Roma havia comtudo aff stado por no apresentarem todas as garantias exigidas.Sim, houve milagres, ha ainda milagres, ¢ haverd sempre milagres na Igteja, porque Deus & Deus, © porque apesar das ridiculas ne- gasdes da falsa sciencia, 0 Christo, Soberano Senhor do céue da terra,n3o péde abdicar dosen Gireito real de apparecer, quando Ihe apraz, no meio de seu imperio e de anticipar o dia da ¢ternidade, para manifestar sua gloria, para vin- gar a/honra de sua Igreja, para glorificar © con. solar seus servos. A verdadeira sciencia admitte 5 milagres, porque ella reconhece Deus © a sua providencia ; verifica-os com a Igreja, tio perfeita e scientificamente quanto é possivel. XVUI a protensio que tem a solencia moderna Péianao aumitlir senko-oquecla compre- fend A sciencia exolue a Fé © a Fé exclue a seek) aaa tormoits gerann,_preten- 0 dos meio sabios de mio admittir senfo a que s6'a ignorancia e a irreflexdo, unicamente podem servir de desculpa. Em nome dasciencia filo admits, dels v6s, senfo © que compre- hendvis? Tss0 mio ¢ verdade ; passacs a vida a admittr, com plena certeza, uma successio com tinaa de fctos e phenomenos que observes, emt aque acteditacs sem os comprehender ¢ meso seam poder comprehendelos H! este 0 equine da FE: BG com efeto, consiste em admit tuna verdade que sé conhece, que se verifica, saas que pio se comprehende, pot si mesma, a vida praticar actos de Fé natu- Mie Pinan mais eves de Teena Pe, Acediaes ou nto. na vida do vosso corpo ? Haver para vis causa nas erta © mais compravada do que este facto? Comprehendei’o és, dizei-me! ‘Comprehendeis como a alma esti unida.ao cor Oa FE Pr : 964 FE PERANTE A ScIENCIA MODERNA 0? Comprehe Po? Comprehendeis o facto da acgdo vital de €xda um dos orgios ? C fern oo eos o18108? Compreheneis como eres. eet €stomago? sabeis como o Bens dans hat te strensto sigieo en savu os acameon cm trenna ot mstetio? Comprehendeis em meno em si mesmo; facto de que wés'eo eae ee em duvidar; facto que aged eee a comprehendeis, Comprehendeis ee ain © morrem as plantas ? Com; re eee tn ca Phe cag ate Ge at os henomeno em que é preciso acreditan, Pra Set inteiramente imcomprehensiel, copairae bem e vereis com espanto quetorias as pecan, Bets sejain quaes forem, grandes Pee yeast? cmsi mesmas incomprehensiveiss abi ide pe Paprmente don be ehendet melhor 9 mechanisino orgasies ne st ; : mos todos. Myopes;com a unica ‘iffe. 8 de que uns si mais do que outros se A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 97 nada mais, Nao ba razo para ser soberbo. Re- pito 1a substancia de todas as creaturas, de to- Gos os fluidos, de todos os gazes, de todos os ineraes, de torlos os vegetaes, de todos os ani mags, € un mysterio impenetravel a0 espirito humano, O mysterio, isto ¢/a verdade incompre- hensivel em si mesma, € 0 sello de tudo que sali das mos de Deus. O homem eomprehende tudo o que faz 0 homem, mas obrigado a ad- mittir, sem comprehender, tudo 0 que Deus faz. ‘8 Fé natutal € 0 fundamento da vida humana, como a Fé sobrenatural ¢ 0 fundamento da vida chirista, Uma e outra sio soberanamente racio~ nnaes e rasoaveis, Os mysterios da Fé sio como fos mysterios da natureza : verdadls, factos abso- Tutamente certos, em que € preciso acreditar © que se nfo podem comprehender. Podem-se conhecer com uma certeza racional e completa 5 obscrvam-se, mas no se comprehendem. Na orden da natureza, aquelle que no qui zesse admittir 0 facto comprovado, o mysterio conhecido, chamarsehhia um louco ; na ordem da religito, aquelle que ndo quer admittiromys- terio revelado, conhecido, certo, chama-se incre- dulo,0 inoredulo éum louco na ordem espiritual; @além disso um grande culpado, ou um grande ignorante. E’ culpado, se é por orgulho e rebelliaos que recttsa submeiter seu espirito ; é um misera- mnorante e um pobre cego se a sua falta de orar o que elle deveria. saber. dre Lacordaire, jantando um Fé provém de ig Contase que o P Are 08 APE PERANTE A TENCIA MODERN A dia a0 lado de um estudante que tinha estabele- ido altivamente o famoso principio da sciencia modema : « Bu tenho a minha tazdo © nio ad- mitto sendo 0 que comprenendo >, contentouse gm Ihe perguntar se elle admittia as omelettas, Servia-se uma n’aquelle momento. As omelet. tas? replicou o joven admirado. — Sim, as omeletias. — Sem duvida, admitto as omelettas, — Podericis dizer-me, senhor, como & que 0 mesmo fogo que faz derreter o chumbo, faz ens urecer os ovos ¢ prepara assim a vossa omelet. ta? — Por minha fé, que nio, respondeu 0 es. tudante, tirando pata si uma larga porgio. — Vejo com prazer, replicou finamente o Padre Lacordaire, que isto nao vos impede de acredi- tar nas omelettas, A pretensio da meia sciencia em nfo admit- tir senfo 0 que eomprehende, é simplesmente tum attestado de irreflexto e de fraquez de es. Pitito. O ineredulo, sabio ow néo, € um espi- vito debil que nao tem a forga de supportar o eso divino da verdade ; ¢ um olho doente que s¢ fecha ao esplendor da luz ; € um cobarde que foge deante de Deus, e que mesmo fugindo faz bravatas, Colloca sobre as cosias, 4 mancia de eseudo, alguns pedagos do manto real da seien- Gia, esperando assim illudir 0 seu vencedor, Pa. 12 acreditar 6 preciso enetgia, intelligencia ¢ co. ragio. O acto de Fé eatholica é um acto de vir tude, isto é, um acto de forea, um. triumpho so- bre 0 orgulho do proprio espirito e sobre as CIA MODERNA 99 AE PERANTE A SCIEN i Jo. A sciencia tambem wina Faas de ne homem pura fer subir mas noderosamente até sett Deus, Eis aqui por que frucrvamente, eligosa, justieando cada ve tons & medida que angmenta a verdad dc lebre palavra de Bacon: ¢ A meta nga of fe da velista, masa serdadeva approsi, > ‘A preiengio a que chamam scientidcs, de nfo admitit'sendo 0 que se comprehend, portanto racionalmente insustentavel. XIX © conhecimento das cavsas secundarias nao basta para constituir um verdadeito sabio, oO conhecimento das causas secundarias per- ice 4 mela sciencia, se por ventura pertence: ella aflasta da Fé mais do que approxima. Cha- nage catist secundaria, para diflerengar da caus primis, 0 que prod mais ou menos i medistamente, un phenomeno natural qualquer, Assim a causa secundaria do raio, a sua cous inmediats, a separagio da clectricidade oceul- has nutvens. “A causa secundaria de uma. é ania de uma epidemsia & tal ou Sua cotrente mephitica, taes. on quaes ani. maleulos microscopicos que infeccionam o ar. A causa secundaria de uma tevolugio ¢ 0 con. juneto dos acontseimentos que a preparam, ete, A sciencia, ou antes 0 saber da maior parte dos hossos sabios modemos, imita-se 4s ciusns se, cundarias, I foreoso eénfessar que wleste ultimo seculo, debaixo d’este ponto de vista, tem se feito rogtessos matavilhoses; gragas a0 aperfeigoa. eat dos instrumentos de que se servem os sabios, principalmente na astronoma, na physica A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 101 e nachimica, tem-se descaberto rile mil causas secundarias extremamente interessantes. Alguns sabios 12m trabalhado no estudo das causas secundarias, ¢ nds ouvimolos, com tanto pra- zet como admitagio, explicar-nos as_razdes im: mediatas de uma cuantidade de phenomenos naturaes. Elles explicam a chuva, a tempestade, fo trovio, a geada, os phenomenos da luz e da goustica, 0 Curso. dos astros, suas revolugbes & suas leis especiaes; explicam os phenomenos ‘anatomicos ¢ physiologicos ; penetram no inti- mo de muitas cousas naturaes desconhecidas ‘ou pouco conhecidas até agora, B) isto saber verdadeiro saber ;¢ a Tyreja ¢ a primeira a p tarlhe homenagem. Mas, porse ter levantado 0 ‘yéu que cobre a5 caulsas secundarias, mereecrse- hao nome de sabio? Este conhecimento sera verdadeira sciencia? Sim e nio. Sim, se por sciencia se entende simplesmente uma grande massa de conhecimentos ¢ um certo numero de observagocs intelligentes, bem feitas, agrupadas nium todo como tim bonito ramalhete, Nao, se por sciencia se entende a penettagio e 0 conhe- ‘cimento das causas até & sua primitiva origem A sciencia imperfeita das causas secundarias esté para a sciencia Siva e propriamente dita, - ‘como um ramalhete de flores separadas-de suas hhastes, esti para as bonitas plantas sobreas quaes foram colhidas as flores. O ramalhete, t2o encan: tador como é, no tem mais vida; a planta, 20 conttario, esti com suas flores, sins folhas, suas 102A TE PERANTE A SCIENCIA MODERNA hastes, sua seiva, sua raiz, a obra completa, a obra viva do Crcador. Ha tres cathegorias ‘de: sabios ou de homens: reputados como taes: os tmaterialistas, os deistas e os christdos. Os mate, nialistas pédem ter sciencia, mas ndo tento ji mais. sciencia completa que attinge 0 fundo das cousas, que se eleva até 4 causa primaria, Os deistas, que chegam até Deus, ate ao Ser Supremo e necessatio, tém uma sciencia, sem vide, uma sciencia essencialmente imperticia, Porque o deus que reconhecem, nto &' Deus tivo, o unico verdadeiro Deus, Creador e Senhior go mundo ; 0 seu deus ¢ 0 deus philosophico, ou Se assim oquerem, ¢ 0 verdadeiro Deus, mas tnt Camente conhecido pelo exterior, de um modo totalmente insufficiente, $5 08 ehristaos podem ser sabios, em toda a accepeio da palavra, por- que s20 05 unicos que attingem 0 Deus vivo, gue € Jesus Christo, O mundo da natureza, que £0, dominio da sciencia, existe para Jesus Cristo e por Jesus Christo ; a Fé vem completar 4 seieneia, fizendo-the plenamente conheccr o Auctor da natureza, que & 20 mesmo tempo o Auctor da graca, Nresta unido da sciencia ¢ da Fé a distinecao do dominio sobrenatural permanece interna. te; nio ha confusto nem divisdo, porém, ego na unido, e unio na distinecao, Sem a Fé repetiremos sempre, a sciencia humana nao. péde attingir a catisa’ primitiva de cous alguma. Sem a Fé, ella conserva-se superficial, A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 103 seam quando parece profanda j fea ma tr & nunca se eleva bem alto. So a Fé revela. lls goncin a causa primavia de tudo, Esta entsa que € preciso encontrar sob pena de eae sciencia completa e viva, é frente 0 mgstro anes do CHD bo fundamental de todes as las exteriors. de epois, mais profundamente, ot O uct ni lo ida 0 mysterio da - date de Deus na Tvindade do Pas, do 3 do Espirito Santo, Todo 0 conhecimento ave sop yateno db Teas Chto @ mysterio da vida de Det adonvel rindade, nilo € tiene, propsiamente dita, Quanin superioridade nfo Ab a Be 20x sos sobre aqueles que nao possuems! Delis 2 eave dasciencla dando ess Co «Bat e, diz w Hscriptura, ¢ minguem Pode a Masia ninguem pide abrir. VE! el sefeeia humana éobrgada a incline’ ronte perante Aauelle que disses «(Busou o Prince 0 Fis ye con pars potas nos mys de hatureza, o genio do homem tem precisio d Fu. Gragas A Deity 0 numero dos sabios chi los augmenta cada vee mais ; isto serd a sa da sciencia ¢ € 0 seu futuro. ios XX Moltas vez0s, ogy materia do relgi materia do religiao, os sax bios sa0 prodigios de Deore as Encontram se a os se Ene 3 alguns sabios sérios que nfo sto ehuistios, Alguns mesmo sto sinesraments ie redulos. Esta incredulidade, somos os primeitos a reconheceLo, nfo destde'o seu saber. Mas ¢ ella, como alguns 0 imaginam, cumento iecom alguns 9 imaging, um aegumento te horse disso. Para que a palavra de um sabio lena auctridad,£ preciso que ese sabio ile que sabe: nio ¢ isto evidente? Que auctor Gade tim as assergdea de um chimico em as. ptos de historia? de um mathematico em materia de medicina? de um astronomo.« Btn em asumpto de deo, de colorido, sto, a sua auctoridade seria a primelra de Ledas as oueas; mas, se Raphael Hes Gillan nos sobre medicita ou astronomia, ou de uer outro asumpto absoluamente estanhod Sua arte, 0. seu testemunlio, comprchendess 220 tera mals do que um valor ik Pilar Acontece assim, nfo digo da maior parte, has sim de todos 05 sabios incredulos, saan 4 FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 105 nos bem de que tum sabio sério queattaca a re- ligito, nao a conhece, ou.o que ainda ¢ peior, conhecea debaixo de falsos principios. Revels assim que 0 seu testemunho nto €o de um s bio, mas sim o de um ignorante, Quantos sabios ‘nao ha que tém gasto toda a sua vida sobre os livros, sobre os instrumentosysobre. os appa relhos scientificos;que applicaram, com paciente enacidade, a sua bella intelligencia 20s proble- mas das sciencias exactas, da physica, davastro- omia, mesmo da phylosophia, e que nunca souberam uma palavra de catecismo | Todos se ecordam da ingenua mas profunda palavra do hom cura d'Ars respondendo a um homem muito instntido que The dizia 0 seguinte : « Te pho a infelicidade de nio ter Fé. » — (Nao ten- des FE? cis.o que é singular, Ihe disse o santo hhomem ; eu pensava que era muito ignorante, mhias agora vejo que vOs sois mais ignorante do que eu. ‘Ao mers eu sei o que € preciso acreditar @ 0 que é preciso fazer. » ‘Quantos sabios nfo esto no mesno caso suc cedido ao cura ! Nascidos ¢ educados em epo- ghas desgragadas, nfo foram iniciados no co- nhecimento de Deus e de sua religiao ;¢ depois, Jevados pelo turbilhao do mundo e pela paixio a sciencia, foram aborvides completamente. O mundo sobrenatural, 0 mundo christio, € para elles um mundo desconhecide $ ou, se 0 conhe- cei, no sendo pelos desprezos e pelas zom barlas das pessoas com quem vivem, quasi 106 A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA Sempre. Bu conhego muitos assim, tZo profunda- niente ignorantes das cousas divinas, como sabios das cousas terrestres. Quanto 4 impiedade pro. Priamente dita, ella ¢ indesculpavel entre os Subios, ainda mais do que entre as outras pes. Sons j em geral, um sabio é um espirito superior, ¢ Deus pedird certamente contas mais rigorosas de seus pensamentos e de seus juizos aum espi- tito elevado do que a um espitito vulgar. 4’ pro orgéo que © numero dos. sabios” christios ugmenta consideravelmento, nota-se ao mesmo tempo que onumero dos sabios impios diminue cada vez mais, Nés nfo encontramos actual- mente quasi nenhuns d’esses furiosos que atta. cam a religito, a torto ea diteito, nas eadeiras, 1a Seles, nos livros, como acontecia nos pric ‘meitos trinta ou quarenia annos deste sectto, Esta raiva passou como uma velha epidemia broduzida pelos miasmas revolucionarios de 9. Comtudo, passados alguns annas, tom havido uma certa recrudescencia de audacia, da parte de alguns professores materialistas, e tambem da arte de alguns escriptores :é verdade que entre elles no ha talvez um s6 digno d'este bello titulo Mas 0 que tende a prevalecer hoje, © 0 que é talvez ainda mais perigoso do que a audaz bra- {alidade dos antigos professores do atheismo, € © Facionalismo seductor, de férmas. maduras, condescendente com o christianismo, padendo- mesmo chamarse respeitoso com a religito, Ea serpente que succede ao urso, mais habil, A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 107 iviisade.O Jor: sais inn nis pergna ems cba fer aes ¢ 0 jm daguells gents) © 08 typos desta pergos especie de dowores. Nios He ineredutidade hypocrita |.A cor cue om duvida, mas nao ha agua peor gods & Sua parada, > E preciso que os atos das nostts Eeais tomer todo o cuidado com 08 gatos de Scfenein moderna! Nao, a ausencia da F no Rierentaecfada na ee8Ge Trova womente que se péde ser muito XXIV Gomo a certeza da Fé 6 absoluta, racional ¢ profundamente sclentifica: “Acontece 0 mesmo.com a certeza du Fé como com qualquer outa certs; € racional por oniequenciarazoavel. Ela é scent io 6 demonstada aoe ofhos da raeios € absolut como oda vrdade & absoluta. VE com fe {010 edifio inteizo da FE christ ¢ eatolis fandase sobre fats, « Noo & segundo sabi ‘uearas din aos primeirs chrstos 0 Apostolo S, Pedro, gu ds aumunciames a cinde de Nowa ‘Snhor Jesus-Clirito :& por termas sido te inhas oculares de suas grandecas,» T.8,Jouo pro- Glanaraegualients ete crater essencilmente Nistorico da progagio exangeion: « 0 ue nls ois 0 que seins com nea, egal fe que nos. contencemos for nis mens, pen wenn on On Verde tla (ist do Christ) es0 gue nis to at nas ¢ e0s annonces, » B: como se nto foxse Tastant formal, o Apestolo epete: «Sin eave femos Visto, 0 gue feos OUVIDO, & 0 9ke presanes afin de que wisso tenaes parte com notte. > i Os Apostolos, primeiros pregadores da. Fé PERANTE A SCIENCIA MODER’ munhas e nada mais, O christianismo repousa pois sobre os factos do Christo no Evangelho e a0 depois logar sobte 05 factos dos Apostolos, Ora, nada mais simples e ao mesmo tempo mais tacional, mais scientifico e mais ab- soluto do que a certez de um facto. B' acerteza historica de que acalximos de fallar. A certeza dos factos evangelicos é de tal firma luminosa, e estes factos sio rodeados de taes garantias de certera, que quem pretende combatel-os,¢ neces. sario que se afaste immediatamente de todas as regras conhecidas da logica, da boa mzio edo | bbom senso. Os «jue negam sio obrigados a apre= sentar regras de eritica tio evidentemente ab- surdas, ou de se refugiar em supposigies tio evidentemente impossiveis, que a refutagio de suas impiedides € mais depressa objecto. do ridiculo que da critica sé Os esforgos da incredulidade contemporanea contra a veracidade dos factos e dos milagres do. Evangelhio, sio a prova mais frisante em favor destes. Strauss, Salvador, Renan, nio sio certamente tins ignorantes, sabem muito e trabalharam lon= {gos anos ;suaram sangue ¢ agua para acabarem. seus famosos livros; estes livros,o que sio? Unt amontoado dlallegacoes sem provas, negagaes impudentes, incriveis puerlidades ja mi © des: cobrese alli, sempre escoltada pela blasphemia, | ‘As contradicoes abundam, e ainda mais, com | batem-se vicioriosamente umas 4S outras, assim | A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA 129 como demonstrou espirituosamente o P. Lax cordaire em tres conferencias, que recommenda ‘mos a0 leitor (), 4 0s feitos de Socrates © de Cesar, de que ninguem duvida, esto menos provados do que (os de Jesus Christo, » Seria um absurdo querer uvidar dos factos, ou pelo menos dos factos principaes da vida de Cesar e de Socrates. Seria absurdo querer duvidar d'estes grandes factos evangelicos que tiveram por testemunha um pporo inteiro, composto ainda mais de inimigos do que de athigos ; fuctos cujas testemunhas se deixaram matar para provar a toda a terra a verdade do seu testemunho, e sobre os quaes Tepousa em difinitivo a nossa Fé, fundada na divindade de Jesus. E’ impossivel que um ho- mem sensato, estudando com imparcialidade a resurreigao de Lazaro, por exemplo, ou tambem a multiplicagio dos piesno deserto, ou a curado ccego de nascenca, nao fique convencido da rea- lidade historica d’estes factos. Eu desafio a quale ‘quer, por pouca consciencia que tenha, de estu- darimpunemente o grande facto da resurreigio de Christo-e 0 facto, nao menos divino, da sua ascengio visivel ao céo, na presenga de mais de quinhentas testemunbas. O seu coragio péde nfo ficar convertido, por que a conversio nao € um phenomeno pura- 1. Vojamse egualmentsdiveron eaptulos do ums loge roaraioaa, opeagrados a exe Waportant assumpto pet Mi Niclan, nose ferote Divndate dees Car ARE a 130A FE PBRANTE A SCIENCIA MODERNA mente intellectual, como a simples convicgio scientifica ; mas elle serd conveneido e nao teri nada que oppér 4 realidade material dos factos. Nem antigamente, nem hoje os inimigos do christianisino, nada puderam achar de plausivel € racional para oppor d certeza dos facts evan- gelicos € por conseguinte 4 certeza arrasoada a nossa Fé, Os dentes da serpente nunca pude- ram gastar 0 ago indestructivel desta lima, e a lima gastou e quebrou regularmente os seus den- tes venenosos, A ultima dentada, a de Renan, teve a mesma sorte de todas as outras, ¢ jé 08 denies quebrados da serpente juncam’a terra debaixo de nossos passos. Este impio dizia, fal lando, de Nosso Senhor : « Por esta vez esté morto € enterrado. » Eé elle mesmo, pobre de espitito, que se achou quasi em seguida enterra- dodebaixo do ridiculo e esmagado pelo despreso da yerdadeira sciencia. Mas a certeza da Fé nfo se bascia unicamente na certeza historica : re- pousa alm disso sobre a certeza moral e sobre a cettera da consciencia. Sao estas as que nos fazem sentir a divindade ea santidade do Evan- gelho; ellas dio-nos a evidencia do coracio 20 ‘mesmo tempo quea outra nos da a evidencia do espirito ; ellas fazem-nos sentir o quea outra nos. fazconhecer. Fu dizinha pouco, que se podia es tar convencido sem crér, Nada mais verdadeiro. APE¢, com effeito, antes de tudo, uma graga de Deus. Mas quando se é justo € sincero perante Deus, quando se tem 0 coragio puro e quando AVE PERANTE A SCIENCTA MODERNA. 131 se ama generosamente a verdade, Deus nanca recusa 0 dom da sua gtaga, ¢ @ luz sobrenatural da Fé vem juntarse 4 conviegto natural, que ‘espirito adquitia por um estudo consciencioso. ‘Ao trabalho do homem vem juntarse o de Jesus Christos 4 luz natural une-se a luz sobre- natural; ea razio, illuminada por Deus, vése coroada e deificada pela Fé, E? um erto profun- do e desgracadamente muito espalhado, julgar que a Fé ¢ a Sciencia nfo podem concordar entre si, Nada mais falso : a Fé é uma luz sobrenatural que se combina maravilhosamente com a scien- cia natural, E’ 0 telescopio que vem auxiliar 0 olho ni, A luz da Fé fica inteiramente distineta da luz da sciencin, ainda queesteja intimamente ligada com ella € o fructo desta unio ¢ o chris- tio, o éabio christao, Nada to racional. como 0 sabio christio, nada tio razoavel como a sua F Nada tio sublime como a theologia, que ¢ 0 tra- Dalho dz azo sobre a lux divina da Fé. Nadu to podleroso como a razio de um_philosopho christ@o ; nada masi logico ¢ esplendido do que asciencia de um verdadeiro theologo, Por outro Jado, nada mais illogico, ¢ portanto nada mais fraco e menos respeitavel, como a falsa sciencia que, enfeitando-se com o manto sagrado da ver dadeira, caminha de contradicgao em contradic- cio, de erro em erro € no € menos conttaria tanto 4 sciencia como que a Fé, Notemos, con- cluindo, que a nossa razio, sendo uma ¢ indivi sivel, como ja ficousdito, deve, sob pena de 132 A FP PERANTE A SCIENCIA MODERNA se suicidar, admittir as verdades certas nas quaes se bascia a certeza racional da Fé, pelas mesmas razdes por que ella admitte as verdades mathe- maticas, ou as verdades do testemunho dos sen- tidos, Isto é bem evidente. E assim a nossa razio fica tio certa da verdade da Fé como de todas a3 outras verdades. E tambem tao absolatamente certo que Christo € Deus, que o Papa ¢ 0 seu Vigatio, que a Bucharistia é0 seu corpo, que ha unt Inferno etemo e um Paraiso tambem eterno; como é certo que dois e dois sio quatro, que Luiz XIV existiy, que. ha uma cidade chamada Roma, etc. A mesma certeza absoluta & produ: zida pela mesma evidencia, e € pela mesma ra- 240 que recebe, por vontade ou sem ella, esta evidencia ¢ esta certeza, Para se tepudiar esta consequencia logica, ¢ necessario arriscar-se a cahit no septicismo absoluto, a duvidar absolu- tamente de tudo, a metter a razio na algibeira, isto 6 a tomarse totalmente louco. A’ falta desta loucura, que nfo ¢ possivel, existe ama fé, que é muito possivel e muito frequente; affastam: se os ollios das verdades que opprimem ¢ que se nifo querem vér. Neyamse porque mettem medo je mettem medo por se saber que exis- tem. Pois a certeza da Fé nfo ¢ por forma alguma,arbitraria nem supersticiosa; ella é pelo contrario plenamente racional ¢ soberamente tazoavel ; tem o caracter logico que deve presidit todas as operacdes da tazio e da verdadcira sciencia ;é absoluta porque € a vexpape. XXV No seculo dezenove a Igreja ndo exclue asciencia mais do que nos seculos passa~ dos. Os racionatistas modemos admittem de boa vontade que nos tempos passados, até Voltaire até 89, a Igreja esclarecen a humanidade e fezlhe benelicios, Dignamse confessar isto: 0 hristianismo tiroua da barbaria, civilison os costumes © preparou o5 tempos modernos. A Igreja produsiu os Benedictinos, os Doutores e 105 sabios da edade media, Santo. Agostinho, S. Bernardo, Alberto Magno, S, ‘Thomaz d/A- ‘quino, so incontestavelmente grandes. nomes que honraram a humanidade nfo menos que a religiio, Porém, accrescentam elles, nds outros, homens do progresso moderno, estamos muito acima dleste passado relativamente glorioso, Nos tomémos conta da corba da sciencia que a Tgreja possuiu longo tempo, e nunca mais a lar giremos. D’dra em diante nds 6 quem somos a Tug a sciencia, o progresso, a civilisagio ¢ a liberdade do espitito, A Tgreja, boa para nossos pes, nfo é j4 boa para nds ella teve 0 seu tem- oO; agora deixe:nos a praca livre, a nds que per- 134 A FE PRRANTE A SCLENCIA MODERNA 108 d_geragio fatura e que somos os ho- mens do progresso indefinido ! Tudo isto € bello © bom, mas é poesia revo- lucionaria e nada mais. A questio nio esté ahi, estd toda intelra nestes tres pontos fundamen: aes: 1°. — Porventura ha um Deus verdadeiro @ Creador do universo? 2° — Jesus Cristo fez milagres para provar que era Deus com forma humana ? Resuscitou ? F’ Deus? 3° — A Igreja catholica é a depositaria da lei de Deus ¢ do seu Christo? O Papa ¢ seus Bispos, suecessores de S. Pedro ¢ dos Apostolos, so os enviados de ‘Tess Christo, encarrezados de ensinar a hu: inanidade, de nos ensinar a todos as verdades que ¢ preciso acteditar ¢ 0s deveres que deve: mos cumprin, para attingirmos seguramente 0 nosso eterno destino ? Eis aqui a questio muito simples e muito po- sitiva. Os nossos palradores, com as dobras e redobras dos seus palavroes,pretendem esquivar- se a isto, porém nds, homens logicos e sérios, nao nos deiximos seduizir por boas palavras e exigi- mos que nos acompanhiem até ao fundo clas ques- Ges, Se a Igteja é de Deus, explicaeme 0 que este conjuncto confuso de meias verdadles, de hj potheses duvidosas, de affirmagdes mal. prov. das, de descobertas incoherentes que, com 0 nome de sciencia moderna, se insurgem contra a Tgrejae the declatam guetra? Sea Igreja é de Deus, como é possivel que ella exclua a sciencia, A FE PERANTE A SCIENCIA MODBRNA 135, a verdadeira soiencia, que é tambem de Deus ? Oraa Igreja € de Deus : portanto, a privrf, & impossivel que a Tureja exclua asciencia. A Igre- ja foi em todos os tempos a mie, a protectora € a guarda da sciencia, H/o ainda hoje e 0 sexi sempre. Esclarece os passos da sciencia e im- pede-a de se desvairar;o que levou a dizer a0 celebre Bacon: «A teligiéo & 0 aroma ‘que preserva as sciencias de se corromperem. > Assciencia, com effeito, ndo tem para se guiar sendo 0 facho vacillante de uma razio fallivel, emquanto a Tgreja tem nas maos a luz infallivel do proprio Deus. Ei so a tus do mundo, disse 0 Rei da Tgre- ju 50 que me seeue nao caminka nas trevas. » HE verdade que neste ultimo seculo muitos homens ignorantes on perversos tm querido, como o filho prodigo, apoderarse da sciencia & mancira de: bagagem e obrigala a fugir com elles i casa paterna; a sciencia, porém, filha de Deus, do se deixou levar porestes culpados impruden- tes. Os filhos prodigos que pretendem tela com. sigo ¢ fazerlie partilharsdos seus criminosos desatinos, enganam-se- grosseiramente : elles le- Varam comsigo uma mé servidore, traicoefra mente revestida com os habitos reaes de uma filha da casa, ¢ esta senhora representa tanto a sclencia como erro representa a verdade, Cas gados pelo mesmo ponto em que peccaram, os sabios incredulos sao perdidos pela propria scien. cia: cega-os, a sciencia, embriags-os, envenens- 136 Are ANTE A SCIENCIA MODERNA 95, cotrompe-os © os mata, Mas por que razto imagine tanta gente que a Igreja ¢ inimiga da sciencia ? Por differentes razdes muito faceis de comprehender: Primeiramente porque as pes soas do mundo confundem feilmente a sciencia. ‘com as apparencias da sciencia, Como a Igreja ‘teme soberanamente a meia sciencia, cujo peris 80 mostrimos ha pouco ; como ella’ condemna ‘energicamente a falsa sciencia, origem de mil ‘ertos, 05 espititos superficiaes accusam-nos em. altos gritos, de obscurantismo & declaram termi- nantemente que somos inimigos da sciencia Repetimol.o pela centessima yeu : somos ini migos da falsa sciencia e nto da verdadeira, Em segundo logar, comfandem muitas vezes a sciencia com 0s sabios ; nao é a mesma cousa. Eis aqui um sabio, um grande sabio, porém um impio, um hereje, um revolucionario, um homiem que niio se serve do seu saber senao para atacar a religiio: teremos por ventura culpa de 0 tratar como inimigo? Por isso repellimos nds a scien. cia? Em terceiro logar, 0 que nos faz parecer Iuitas vezes que no amamps a sciencia, sto 0s legitimos temores que manifestemos com respei- to aos multiplicados abusos que se commettem, Muitas descobertas bellas, indilferentes em si tmesmas, aproveitam 20 mal muito mais do que 0 bem, em vista da perversidade humana ; taes sio entre outras a imprenst e o vapor. Segura- mente a culpa nfo € destas descobertas, nem dos sabios que as fizeram, ainda menos da Scien- A FE PERANTE SCIENCIA MODERNA 137 cia d’onde procedem ; comtudo, por causa do resultado final, que ¢ geralmente maui com rela: ‘gto ds aimas, a Igreja observa cum uma certa apprehensio ‘estas conquistas da industria, & qual nfo recusa por outro lado ina justa admi- Emfim ¢ necessario nfo esquecer a3 calum- nias gratuitas © {requentes dos herejes e dos impios, que ha dois ou tres seculos tém urdido contra a Igreja a terrivel conspiragao da mentira 4 Mintamos, mintamos. audazmente,_eserevia Voltaire, sempre hade ficar alguma cousa. Jul ‘gam-nos inimigos da sciencia, porque o disseram, por que todos os echos da imprensa impia nao cessam de o repetit. — E eis aqui donde vem 0 absurdo preconceito, de que a Igreja rejeita « sciencia, Além disso 03 factos sio estes, Por ventura Bacon, Copernico, Letbnitz, Newton, Pascal, Kepler, Descartes, ndo acreditavam em Deus, nem adoravam Jesus Christo? De certo que cram sabios, e sabios de primeira ordem. E no mesmo seculo em que elles viveram ndo conta a Igreja, entre 08 seus filhos, mil no- mes que a sciencia illustrou? Cauchy, Atmptre, (08 dois Champollion, Biot, Marcel des Serres, Hie de Beaumont, Currier, Blainville, Le Ver rier, o doutor Sepp, 0 doutor Doellinger,o cele- bre archeologo de Rossi, Caumont,etc,, ena mes- ma classe eeclesiastica, os sabios Cardeacs Mai, Mezzofante, Pitra, Secchi, P. Patrizi, P. Joubert, ‘0 padre Moigno, o padre Garini, e muitos outros. 138 A FE PERANTE A SCIENCIA MODERNA — Bem longe de excluir a sciencia, a Igreja a cultiva por si mesma e a honea, agora e sempre A Igreja nio exclue mais a sciencia do que a sciencia exclue a Igreja: éa Mae ea filha, é a ‘graga e a natureza, éa Fé ea razio: Deus quet ‘que ellas estejam unidas, posto que subordina- das, A Igreja deve ter o primeiro logar, porque € do eéo, ¢ conduz para 0 céo, ao mesmo tempo Que a sciencia é da terra ; porém o que Deus unit, ninguem temo direito de separar. Dizer que a Igreja ea sciencia sio duas in ‘migas, é blasphemar ; 6 insultar a sciencia nto menos que a Igreja; é dar uma prova de igno: tancia ou de ma fe ‘A Fé estd para a sciencia como a luz de Deus esti para a luz dos homens : ambas sio luzes. Longe de temer a sciencia, a Fé a chama ea honra; ¢ pelo seu lado a seiencia, a verdadeira sciencia, longe de temer a Fé; prestalhe home- ‘nagem, ¢ ajoelha com ella diante de Nosso Sen- hor Jesus Christo que a Escriptura chama «Deus das sciencias p FIM. AYA WIA WA 9A NIA DOA BIA BIA BIA BA IAB) Mae en he nee EE INDICE DAS MATERIAS CONTIDAS NESTE VOLUME. x. : “ Dror Tete ola ree Pref.” @ Tet Apel ‘ac 1 Domb que se fa ne da plana sdencia 15 Tt, Que éasdeneia?. es TIL, As desoobertas da sefencia moderna nfo con: ‘undizem dle maneir algumma as verdades da row. Hate cents 22 IV, (Primeira objeopfo), Com o systema de La place mio ha necessidade alguma de um Deas Creador pars explicar a formagto da teas , yi eas V. (Segune objeegto). Acs othos da scieneis mo- derua, stl demonstrado que a Biblia se en: gana quando nos diz que e ereagio é obra de seis dias. icons: aati VI (Tereeira objec}. Algins monuinentos nth ‘gon descobortos no Egypto e no Orientesdes: {uoem iatelremente a chronotogia da Biblis, ‘mareando ao mando habitado uma antigud AsinGnitamente maior... + 1 + ss 38 149 INDICE VIL (Quarta objeegao). O phenomento da geragto ‘expontanea,certficado pela sciencia.moder- na, explica perfltamente a existencia dobo- mem, sem quebaja necessidade de subir até 20Crealor. das VIL. (Quinta objecgto}. O homem no ma {que um macxco aperfeigoao, i IX, (Sexta objecso}, A physiologin descobrin que fo pensamento nio passa de uma secregio do cxtebro, Sean X. (Getims oljeogte). Part sdencia. moderna ro ha vieios nem virtades, ¢ mente bossas etemperamentos, os me XI (Oita ojeegn) Embora 0 diga.o Genes, 0 dilovio nfo foi snivers XIL. (Nona objecsio}. © sol nfo se move ext rods da terra: isto destroe pela base o milagre de Josué e todo osystema christto, . . XIII. (Decima objeegio}, O facto muito prowvel da pluralidade dos mundos babitados,nfo se conciia bem com o mysterio da Enearnasto, XIV. (Decima primeira objecgto). A. sciencia no encontra em parte alguma os logares do eft, do inferno « do. purga ‘i XV, (Decia segunda objeeso). 0 chistianisno, rio € mais que ama derivagio e um apetels oamento das antiges religioes semitiens, « XVI, (Decima terceiraobjecsio). Segundo os calcu Tos da scienci, 0 mundo deve acabar pelo {rio om setente ow sctenta © dois mil annos. & Pag. o 5 oe 2B ” % INDICE 141 Pag XVIT, (Decima quarta objeoyto), A. sciencia mo ema nio admitte o milagre: 0 milagre & physica e scientifieamente impossivel % XVIII. Da pretenglo que tem a siencia moderna fe to admit sento o que ells comprehen: Ee Mee tee ae Hos XIX. 0 conhesimento das causas secundaria no hrsta para constitair um verdadciro sabio, 100, XX, Muitas vetes, enn materia de religto,os sabios so prodigios de ignoranca + 104 XXI Porque & que 6 sciencias exactas falsifcam imatas veresojuizoe effastam da Fé. . 108 XXII, Do sbuso que se fer hoje dos estudosseienti- ficos, mathematios ¢ outros. ae, XXIII, De nin outro abuso da educagto scientiicn ‘ogema, que €o extesso ¢ © demesiado. . 123 XXIV. Como a corte da Fé € absolute, racionale Drofindimentescientiic, . +. + Ur V.No secilo derenove 2 Igreja nio exelue a seiencia mais do que nos seculos passados. 133, Trmpreso por Des, De Bruner et C Drages (Beeb)

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