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4 Capitulo II FUNDAMENTOS, LIMITES E AMBIVALENCIAS DA CULTURA Para que uma constr seja bem sucedida resist aos achaques do ENP equer-se uma base sdlida, uns fundamentos inquebrantaveis de garantam seguranga e firmeza e sobre os quais se pode erguer ¢ modificar tudo. E quanto aprendemos do mundo da engenharia civil. mesmo vale para qualquer edificio cultural que se queiraerguer a cultura, com efeto, possi 0s seus PrOPFIOS pilares sobre os quais se enguem e se manifestam os demais elementos que a constlves | No presente capitulo, por conseguinte, vamos procurar lentificar esses pilares, analisando-os um por um e salientando @ importincia ¢ a iN- terdependéncia de todos eles na formagao da cultura, que, ‘como vimos ¢ veremos, no & tudo, pois abarca, em si mesma, ceros limites e ambivalencias ae meteremos 3 tona e que nos permetirio cair na conta de que, apesar da si inegdvel importancia, ela ndo é aquele ‘Absoluto todo-poderoso” que 8 moda actual quer exibir: a cultura, endo obra do homem, é passivel de contradigdes gue tipificam o seu criadore de juizs étcos. Esta éa simula do que a Segui" ‘vamos procurar desenvolver. 1. FUNDAMENTOS DA CULTURA 1.1. A LINGUA E A CULTURA Um dado adquirido ¢ indiscutivel é que o homem é um «ser de linguagem», tum ser que fala, que comunica e exterioriza 0 que pensa®. De facto, «a ~opanema tagging stint ono emp mist esta, option ne gure asanato ean chaos au ino meres sai ain ert sac. mall doconhecinene tp do mundo modem pera, fo ce ar ingmgem tora 1 rl unnJ fls ja deve seo Seg ric, aids de pais 0 ena FE amma teve que no pods tera nossa anuéncia, porque os problemas fundamentais que afligem o| ae ee ny xvas exe nr je bn impor, P Se gate oben, (ct MONDIND, ison ste Toma a2 sandria na caracteriZa¢20 G0 home, capacidade simbolizadora teve fungdo PM ja evolugao em historia hun,’ na transformagio do ser humane oe %, portanto inegavel. na [...] »*. A importin aaa se inguagem com & lingua. Eis con, E preciso, todavia, nao © Mondin as diferencia: homem & naturalmente cidade de q¥e° ‘A linguagem dent Me methantes mediante & palavra Tr, L Te exprimirs? 1 emmuicar eo eT poo, a todos 08 homens, ig, we pertencem- tama capacidade come aque pemeneehs aa ret 1820 pa dias Hingis weeds a cri ister de im Fyembros do mesmo gy ‘A lingua, 20 inves ae grap social para realizar ® commun LP Jo contrario, so estritamen io sa idades que se excluem, Pe i meg stare fasherit ‘vatuament ‘a lingua é necessaria para que & lingua. - jigivel e a linguagem 6 indispensavel para que a lingua se estabeleca gem & uma sé, apesar de as Hinguas nas quais esa seja intel Porém, a faculdade de linguage scala sr nica coma cm 8 6 do, por si s6, no é suficiente para que nasga ¢ Se estabelega uma cultura. Requer. ‘se, por conseguinte, uma lingua ¢ G exactamente esta que constitui o elemento fundamental primério de qualquer altura: onde no ha lingua ndo pode existr nenhuma sociedade, nao se pode formar um povo, uma nagdo ¢, consequentemente, nao se pode desenvolver nenhuma cultura. Aquino, Per una leturaattuale dela filoso Massit {LI Tproblema de! inguaggio tclogico,EdiioniPaoline, Rema, 19773 "ASSIRER E., Saggio sull'vom ne sbretudo o cap Vill onde apreseniao paine de toda a problemitca flosficarelativa 0 argues) “GHAVACCT E, in Dizionario teologico interdisciplinare, ci, p. 667. o MONDIN BL Lvomo chi £2. cit, pp. 206-207; Id, Una nuova cultura... cit, pp. 60-61: Ie lesa dela alu e dei valor, Massimo, Milano, 1994, p. 94. E Montan diz a proposito: «Eis defacto, linguagem, entendida como faculdade especificamente humana de exprimir, comunict® genres ct ape realidad interior (sensagdes, cncitos,juizos, etc.) ral ee E existem as linguas, isto &, sistemas de sinais como mes oe. — ¢ ocasionalmente escrtos) por meio dos quais a faculdade * Eotimese eee ee M., Filosofia della cultura... cit, p. 118). iehuetie Spa aaI PAA ST Rolain eee (of. CARRIER # 1992 pt? -culturelle et 1 ‘incultration, Desclée, Tournai-Louvain La New* 43 “ os tl, €o primeiro elemento que faz sro individuo one naoe anda ds) jete em comunicago com os outros. O agrupamento SOcie nasce, antes de mais e sobretudo, a base duma lingua;", pois falar € “falar @» ¢ “falar com’ assim, a lingua €a condito sine qua non para a constituigao de qualquer grupo social, o qual & sempre portador duma, inada cultura. Desta feita o grupo social, para sair do anonimato ¢ do isolamento, deve saber abrit-s¢ a0 mundo da comunicagéo, ao mundo da palavra que « ¢ 0 tinico veiculo de que dispde 0 homem para transmitr aos outros os proprios sentimentos>”, 0» em outros termos, para transmitr a propria cultura que passa de individuo a in- dividuo e de geragio a geracio. Neste sentido, como ¢ dbvio, a lingua, aliés como todos 0s outros ‘elementos que alicergam a cultura, néo é uma invengéo ou criagao dum individuo isoladamente: ela é obra de todo o grupo social, «é uma obra d’arte do grupo enquanto grupo; e como cada obra de arte revela a personalidade, a genialidade, 05 interesses, os ideais, os sentimentos do artista que a produziu, o mesmo faz 1 lingua para o grupo socialy®. Ela permanece sempre a primeira chave de letura ea revelagdo por exceléneia de qualquer cultura, por isso, enquanto alicerce veiculadora de uma determinada cultura é sempre hist6ria e hereditariedade dum povo” ®. ‘A lingua, deste modo, nfo € s6 um instrumento de unificagio, caracterizagao ¢ distingo dum grupo social, mas é, também, «a mola que faz impulsionar 0 seu desenvolvimento cultural, um dos espelhos a partir dos quais o mundo externo pode ver e avaliar a grandeza, a riqueza ou a pobreza da cultura dum isa lingua 60 simbolo principal e fundamental de qualquer comunidade humana, Dai a sua imprescindibilidade e importancia na andlise do fenomeno cultural. Cf. MONDIN B,, Luoma ci é?.. city p» 207. ° [dM sistema flosofico ai Tommaso. Cit, P- 125. 1d, Una nuova cultura... cit» p63 CF ibid, p62; v.tb,, MONTANI M., Op. cit, p. 120. MONDIN B., Op. cil, p. 62. 1.2. OS COSTUMES E A CULTURA E um facto evidente que cada Povo» i sempre um leque de rapa avila social (normas soci) auc formar, e educam o agir das pessoas fagbes ene si, garantind’s. ta feita, o respeito, a fratemidade, a unidade, & olidariedade, ete. Sa0 08 sitios modelog que 0 grupo vai assumindo, melhorando € transmitindo 2° longo dos anos e de geragdo em geragiio, como "auzendo parte dum estilo de vida tic, ave devem tempenkar todos na observancia ©" Respeito. Esses habitos-m clos sao geral. mente denominados costumes © que sm abranger tudo: «a comida, 0 Vestudrio, aeducagdo das criangas, & atengao pel a iniciago sexual, as crengas religiosas, os modelos ‘de comportament0, 2 organizagao social, politica ¢ econd- niga, ete.»®, romando-se, este ‘modo, um elemento importante ¢ central de ges de Tylor, existem socializagao. Segundo 0 nosso autor subscrevendo as conclus categorias grais de costumes de ‘se encontram em todas as culturas, o que leva muitos antropdlogos & afirmagao da existéncia dum certo modelo universal das uituras. De facto, todas elas tem costumes que podem Ser classificados como tecnolégicos, econdmicos, sociais, politicos, religiosos, ‘estéticos, recreativos e educativos”. ‘Como se pode notar, a esfera dos costumes é vastissima, pois abarca todos cos aspectos do ‘comportamento humano, que cada povo manifesta a seu modo, distinguindo-se, assim, da universalidade comum todos. por mas priitivo de SI Poss [J mesmo se existe @ possibilidade de efectuar uma classificagdo geral dos costumes que 5° das as populagBes [recalca Mondin}, isto ni impede que a pritica dos costumes sejn diversa nos grupos sociais particulares Pana os costumes sucede o mesmo que $e ‘erifica na esséncia universal do «pam mut autores, eo “costume” a 6 fc de dint SA clareza, por iso, preferem subs tia por ‘normas soci’. De fact, como dizem Moschett¢ Vannicell pune, pode significa 2) um habito de uma ou mais pessoas St determinadas con sein rescindndo do cricter moral dese; b) um ibito monies bom ou mau; ¢lovivel,geralment com referencia partculrconduta sexual» (MOSCHETTI A. M.- ‘VANNICELL low alle flsofic, 2c. voll Sanson Fienz, 1967, 0) 125128). Para nis, todos anno das eapocidades ¢ dos habitos adeuos grandes problemas de usar este 170 pelo bomem,enguanto mi EMONDIN #, Una nuova cultura City P- 65 “CE ibid, p. 66. a 4s homem. Como os individuos singulares a realizam de forma diversa, do mesmo modo, cada grupo social di uma prépria compostura e uma prépria interpretagaio aos costumes econémicos, sociais, juridicos, escolasticos, politicos, religiosos, etc,, de que tem necessidade para o proprio desenvolvimento e subsisténcia. Fem tal peculiaridade que se encarna ¢ exprime o estilo de vida dum povo, 0 seu modo de conceber e de afrontar a existéncia, a visio € a atitude que assume diante da realidade: a natureza, a sociedade, a esfera do sacro. Os habitos, os costumes dizem respeito ao comportamento em geral e, por conseguinte, s6 em minima parte caem directamente sob a ordem moral” Assim, so 0s costumes que manifestam a grandeza, a nobreza e a dignidade ‘owa baixeza, a vileza e a miséria dum povo, pois sao eles que revelam um dos aspectos de grande importincia no mundo da cultura: 0 aspecto afectivo, gracas 20 qual podemos medir a capacidade de expansio dos ideais ¢ de acolhimento dum povo. Um facto saliente a ter em conta, ¢ que a perversiio dos costumes pode arruinar 0 homem desde dentro, esvaziando-o daqueles pontos de referéncia dignos de serem seguidos e propé-los aos demais membros. Por isso, tem raziio Mondin quando diz que os costumes manifestam 0 cora¢o dum povo, pois ajudam-nos a ver e avaliar a sociedade ¢ os membros que a integram niio s6 & partir das suas manifestagdes externas, mas também e sobretudo, desde o in- terior, onde percorre a seiva que os nutre. Dai a incofundivel ¢ peculiar importancia desta coluna na construgao do edificio cultural. 1.3. OS VALORES E A CULTURA © mundo dos valores constitui um dos grandes pilares que sustém ¢ projectam a cultura para os horizontes da dignidade, nobreza ¢ estima. E, todavia, im mundo nao bem explorado e explicado, razo pela qual nem todos esto na posse da sua real, inequivoca ¢ indispensdvel importancia no ordenamento dda vida pessoal e social do homem”. De facto, como bem nota Mondin, «a Wid “Ibid. p. 67. 0 problema dos valores é um problema perene que acompanha © homem em todas as épocas da histéria, sobretudo nos momentos de mudanga cultural. Todavia, os especialistas de Historia da Filosofia dizem que os grandes pensadores da antiguidade, da Idade Média e da época modema nito tratam directa e sistematicamente este assunto, porque as suas atengdes estilo mais viradas ao ser, a0 grandeza ea miséria duma cultura depende da grandeza © da miséria dos seu, valores» “, pois estes constituem © oragdo, a alma de qualquer Cultura que que, ter uma reputagao digna de respeito, admiragao ¢ estima. valores que dio unidade, consistencia, solide?, vtalidade a uma c Eeunlogume dade ert ‘um acervo de atomos Separacos, um saree proditos, mas um todo orginico, Todas as exi -culturais (politica, arte, religie, Fiteratura, educaglo, etc.) $40 » Tepoyadas por um ico PFIAEDIO, Ue € 0 aly fndamental ou também uma constlaGa de watores fundamentais, qUe Uma culur, aerende encamar epromover (3 BIE: ‘rerdade,ajustiga a bondade,a harmon | ‘amor, a paz, 0 SACTO, ‘etc.), Os membros do grupo social procuram assimili-los dy otter maneira possivel e contsibucr Part ransmitilos de geragio.em geragign | 0 facto é que, para q onstitua como tal, tem que ter | ideal, mediante 0 qual se realizZ®, avalia e relanga periodicamente, mantendo, desta feita, © tecido cultural em continuo dinamismo erenovagig bem enderegados. Aqui reside 0 seared e a importancia desta super-categoria, que tudo abarca: coisas, acgoes, pessoas, bens materiais © espirituais. Hoje em dia, 0 termo | mico, ético e ontolégico. Por isso. impée-se-nos a obri o termo no émbito do nosso interess®, quer designar «a qualidade pela qual uma coisa ou uma acyao possui dignidade eé, portanto, digna. de estima ede respeito»”, ou para 0 dizermos com Guardini, cconhecer, a0 querer, 40 hom ue uma sociedade se c aos transcendentais (Bondade, Beleza, Unidad, Haneie) et problemas que indiectamente podem evo ‘mundo dos valores. Quem levantou 0 problema dos valores de modo agressive € ‘volts, foi Nietzsche que se propds transformar os rere ramseendenais em imanentes, os espistuais em Ye ‘Depois dele, nenhum pensador ‘usou pasar & margem do problema ou silencio (Cf MONDIN B, 1! valore uomo, 2 ed. Dino Euitore Roma, 1987, pp. 69s). © mesmo aufor apresenia-P0s 07> excursus histérico muito valioso¢ preciso sobre o assunto (cf, Id, Filosofia dela cullura ¢ ‘dei valori, cit, pp. 153-194) e um quadro Bastante explicito ¢ harménico sobre as relagBes entre transcendental valor ¢ os demais tans: jem, ao mundo, a Deus, cendentais (cf. Ibid., pp. 201-202). ‘1d, Rifare 'uomo, Dino Editore, Roma, 1993, p. 31. Ibid. gdes diversas: economicamente quer significar inka por Mark ‘neste sentido que vem usado indicar a virtude moral co™ anobreza duma pessoa. 1e o termo aqui ® vida pessoa! 0 temo apresenta, de facto, trés cont custo, pormérto dos economists ingleses como A- Smith. E na discusslo sobre a ‘mais-valia’ do trabalho... Eticamente, o termo quer cual qual se afrontam graves perigos e se realizam grandes proezas, ou Se eutad “sr ——— ‘a precedente, a terceira conotaglo, a ontologica, J que fidade, em ‘como categor spectos Tee si mesmo como categoria que ilumina todos os aspectos da ® MONDINIB,, Filosofia della cultura e dei valori... cit, p. 151 47 «é aquilo pelo qual um ser é digno de ser, uma acgdo é digna de ser realizada»”. ‘Como se pode depreender, 0 conceito de valor refere-se sempre a algo de precioso, importante, nobre e, portanto, digno de ser desejado, admirado, tutelado ¢ respeitado por todos”. ‘Uma vez esclarecido 0 conceito, voltemos ao nosso discurso inicial, ou seja, impacto dos valores sobre o mundo da cultura, Ora bem, o homem, além de ter a consciéncia de existir, encontra-se, também, diante de exigéncias, deveres ¢ desejos que constituem as projecgées, ideais de como deve ser a sua vida e de como deve ordenar e humanizar o seu ambiente. Por isso, ¢ inevitével que cada cultura assuma padres especificos e proprios de comportamento para responder as diversas exigéncias: 0 modo de conceber Deus, a vida, o homem eo mundo, de comportar-se, de relacionar-se, de criar obras ¢ instituigoes que regulam e humanizam o espago vital e social, etc. E esta verdade que Mondin nos transmite quando diz: {...] cada cultura caracteriza-se por apreciagées especiis de modo a determinar acgdes, hibitos, técnicas, coisas (animais, plantas, etc.) Trata-se de acgdes, habitos, técnicas ¢ coisas que se revestem de extraordiniria importincia para © grupo social, 0 qual os assume como critérios [de juizo], normas [de conduta], ideais [modelos de educagdo]. Todos juntos constituem a esfera dos valores. Cada povo possui uma consciéncia dos valores, que forma também 0 que se ‘chama « sabedoria dum povo ». Mediante tal consciéncia cada povo reconhece, mais ou menos intuitivamente, o valor positivo ou negativo da realidade ¢ sabe ‘qual deve ser 0 seu comportamento diante dela” Sao os valores, portanto, que orientam as principais escolhas de comportamento a nivel pessoal ou social. Assim que, admitir esta verdade, significa reconhecer que «existe uma cultura distinta e homogénea quando um ‘rupo social tem em comum o mesmo ideal de vida, as mesmas conviegdes sobre fim essencial do homem e sobre os meios para alcanga-lo»”, por isso, niio > GUARDINIR,, Libertd, grazia, destino, cit. p85. Para um estudo mais acurado sobre a axiologia no seu conceito, classifieagio, fundamentagio ¢ conhecimento, propomos a obra de MONDIN B.Filsofia della cultura e dei valor, cit, pp. 149-245; th, ABBAGNANO N,, Valor, in Dizionario di Filosofa, 2 ed, UTET, Torino, 1971, pp. 141-1145. *MONDINB, Una nuova cultura. itp. 72 °MONTANIM., Filosofia della cultura... cit, p. 159. lnfelizment, estates, dos valores tides como tum elemento constitutive essencal da cultura, nko é partihada por todos 0s estudiosos: para uns, 08 ‘valores devem estar fora dos pares da cultura, porque sto muito subjectivos, slo ideas, sentimentos, apreciagdes afectvas, por iss, difiilmente verifcives, j4 que a cultura, objectivamente falando, bo 48 material e econdmico-social que deter; iza a sua propria vida nas suas y* verso modo como um povo organiza @ s _ sem mt om om Rone tomer (rige,fnaldadeeelages com os outos © COM 8 NAKUTza) oy ne origem de qualquer cultura encontra-se sempre uma antropolOgia © & ex, fementos fundamentais™. Ea partir desta chayey, el 5 ee ne pode compres citar 0 JBCH80 86 ag ‘Um outro problema, contudo, que no devemos ae q tratamo, desse assunto, diz respeito a universalidade e relatividade dos valores, Mong ‘0 coloca nestes termos: «Os valores so entidades subjectivas que variam de cultura para cultura? Sio definitivamente relativos? Ou existem valor absolutes vilidos para todas as culturas?»”, Ou seja, existem valores « que gozam duma soberania em relacao a cultura ¢ possuem uma consisténcia ontolégic, ue os toma auténomos da cultura”. : : ‘Anteriormente dissemos que a funcdo primordial dos valores era unificar e,a0 mesmo tempo, diversificar uma cultura da outra, Ora, a partir desse dado, uma certa relatividade axiolégica ¢ inevitavel e compreensivel, porquanto esta se enquadra na natureza prépria da cultura que, como vimos, tem no homem seu artifice principal. problema surge quando certos autores, como Spengler, absolutizam esse | relativismo cultural como tinica chave de leitura da histéria”. A verdade é que fio 86 as condigées do ambiente ‘pode sento referir-se ao fcios objectvos; para outos, pelo contri os valores so 0 tnico elemento consttutivo essencil duma cultura, asim esta pass a sero conjunto de significados e valores ue informam um certo estilo de vida... As primeiros respondemos com Mondin, dizendo que, apesr de 10s valores nio eaiem drectamente sob dominio dos nossos sentido e, por isso, ndo sfo dirsctamesie verifcives, isto no basta para negara sua existncia, pois a evidéncia dos factos mostra-nos que 0s comportamentos ¢ as manufactures slo ffutos de ideas ou de entidades andlogas que agen intemamente nos individuos.E 40s segundos dizemos que os valores, de facto, sio importantissims no tecido cultura, mas por si s6s no fazem a cultura, que requer a intervengdo de outros elements, também importantes, como jé vimos. Para maior aprofundamento dessa tematica, cf. MONDIN B, Una nuova cultura. ci, pp. 73-15. “CL LAZZATI G, Pensare per agire, in Critianesimo i seo ree oes : rin “ anesimo e cultura, Vita e Pensiero, Milano, 1975, p-§: "ld, Uvulore uomo, cit, p. 39 Para Spengler, com efeito, no mundo da cultura ndo e 1 seja constant wo xistem verdades ctcmas e cada flosfi &expresio de se ope wae tame oqo il Be ng Lig ene ‘cepticismo histérico’, jé que, para ele, a historia € 9 SHNCLER ene gts aso ism mae CE Longanei Milano, 1970, pp. 43, 73s). Um relivismo desta indole eo ela storia venkun pdr qua poe senor a ‘indole banaliza € vanifica tudo, postr 4% 49 ao pluralismo cultural nio corresponde necessariamente o relativismo, muito menos aquele absolut. Isto porque «(...] 0 pluralismo mais do que relativistico 6 prospéctico. Nao se trata tanto de atitudes que mudam, mas de atitudes diversas assumidas face a riqueza diversificada da realidade, do ambiente, da natureza, do homem. Em segundo lugar, existe uma base, um nicleo comum de valores em virtude da identidade substancial da natureza humanay”. ‘Assim que, apesar de 0 relativismo cultural ser um facto inegavel, sustentamos, contudo, a existéncia duma base comum de valores supremos parti- Ihados e promovidos por todas as culturas, razio pela qual certos antropdlogos defendem a existéncia dum ‘modelo universal’ de culturas. De facto, «a relati- vidade s6 existe no interior duma estrutura universab>", de maneira que, 0 realtivismo cultural absoluto é insustentavel e empobrecedor. Por isso, pode- mos concluir dizendo que a universalidade e a relatividade dos valores sio verdades que devemos reconhecer sem excessos: as duas realidades jogam um papel preponderante na solidificagao ¢ especificagdo de qualquer cultura, pois, conclui Mondin, «{...] se o que faz do homem um homem verdadeiro e dum grupo social uma sociedade verdadeira a cultura, ¢ se o que dé vida a cultura sio 0s valores, entio resulta que a assimilagao plena dos valores auténticos di origem a um homem verdadeiro ¢ a uma sociedade sélida» ". Aqui reside, sem diivida, 0 valor dos valores. 1.4, A TECNICA E A CULTURA ‘A incidéncia da técnica no processo s6cio-econémico-cultural é bem notivel em qualquer sociedade. O escopo da nossa reflexao serd o de identificar essa incidéncia, para dai cavarmos as suas implicagdes sobre o homem, a natureza ea sociedade. O termo grego tekhné quer significar a produgao artificial que advém, por obra do homem, a diferenga do devir natural das coisas"; ou seja, «...] um dos ‘modos fundamentais de transformagao consciente ¢ livre do mundo natural em *MONDIN B., Una muova cultura... eit Py 78 "KLUCKFIOHN C, - KROEBER A. L, citados por MONDIN B.. in Op. cit p. 78. “MONDIN B., Op. ei p. 75. CE. ARISTOTELES, Metafsica, 1070 / a; v. th, ABBAGNANO N., Téenica, in Dizionario di Alesofa.. it, pp. 1070-1073, 50 mundo humano; portanto, uma forma de actuagao da cultura que se represe, essencialmente em obras materiaisy. ; A partir desta precompreensio ‘semantica podemos dar uma definigaig tu precisa de “técnica”, tida como 10 conjunto de [instrumentos €] procedime bem definidos e transmissiveis, destinados a produzir [abundante ¢ rapidameny ae eos resultados fobs] comsiderades He portanto, €a ciéncia nanyy aplicada, ou seja, uma aplicagio pritica do saber tedrico, por isso, é um, mi io tipica do homem. . aa 00 med no primeiro capitulo, échamado a construir 0 seu munds adominar, modificar e humanizar 0 smbiente, empresa que sO € possivel median ‘ouso da técnica. De facto, anenhum grupo humano, por mais primitivo que seja, ignora o uso de determinadas sgenicas para produzir ¢ manejar instrument, construir habitagdes, recipientes, armas € outras manufacturas, extraindo-as oy da pedra ou da ‘madeira ou do barro, etc.n’, Se aos demais seres vivos a “Mge-Natureza" determinou e confeccionoy tudo, ao homem deixou tudo ao sey livre arbitrio. Dai 0 seu inconfundivel engenho, que se exprime, de modo ari, Pet raga qu home se imi a ene que a ‘Mae-Natureza’ poe 4 sua disposigdo, mas comega & produzir, a inventar oisas por sua propria iniciativa, a ponte ‘de hoje em dia estar a ameacara pisténcia do seu proprio habitat e de si proprio. 'A partir destas considerayoes no 6 dificil cair na conta do impacto importante ¢ fundamental que a técnica exerce sobre todo © processo de socializagao e culturalizaglo, a ponto de se converter, actualmente, num ins- tramento de avaliagao do nivel de desenvolvimento das culturas. Ela, de facto, revela, de certo modo, o aspecto exterior, pritico ¢ aplicado da cultura. Na historia da humanidade distinguem-se duas grandes conquistas que revolucionaram as culturas: a descoberta do fogo ¢a substituigdio da forga mus- cular humana e animal pela maquina a vapor. “HALDERA, Técnica in Enciclopéiatologica esacramentun muni, No. Vl, Morelian Brescit 1914-71, col 166. SLALANDE A., Técnica, in Dicionatrio critic di flosofia, 2ed., SEDI, Mil tbe MONDIN B., Une nuova cura. cp 8. lof IED, Alan, 1915 9.78 MONDIN B, Op t-.6.O» ‘Anizopélogos so undnimes em afirmar que cada £7UPo = " ae beet posi — indispensdveis para a propria subsisténcia, que vaio da epee aco Jos aitentos(caa pesca, agricul, criago de gado, et.) a confceH0 ds Ye ‘¢omamentagSes; da construgio de habitaybes ios de transport he % Pic csge mig i si vtabrice dos meio de transport, de defesa, ot (" soil reco" 4 51 A descoberta do fogo é, sem sombras de dividas, a conquista mais importante ¢ mais revolucionéria que a humanidade conheceu, pois gragas ela o homem tomou-se capaz de aventurar-se na exploragao de zonas de grandes riscos, dando assim, um grande ¢ valioso passo rumo a sua independéncia dos continuos influxos da natureza e a confeccionar varios instrumentos iteis 4 sua vida como individuo e como membro da sociedade”. Outra grande conquista, nao de pouca monta e que constitui o emblema da Revolugao Industrial, foi a construgio da maquina a vapor em meados do século XVIII. Gragas a essa invengiio, nasceram novos equilibrios-desiquilibrios no interior do sistema social, pois a produgio aumentou ¢ com ela eclodiv @ necessidade de uma mio de obra abundante; assiste-se a um progressivo elevar das condigdes de vida; forma-se uma nova élite de empresirios; a agricultura ‘ofusca-se relativamente, porque os campesinos afluem massivamente para as grandes cidades... Assiste-se, portanto, a uma verdadeira e auténtica mudanga de mentalidade, ao nascimento de um novo mundo, de uma nova cultura”. Na cultura modema e contempordnea deram-se trés grandes passagens que provocaram uma viragem profunda na vida do homem c da sociedad: a primeira passagem a que vai do utensilio, directamente manejado pelo homem, & miquina utensilio, em que a produgiio jé ndo se confina nos circuitos privados dum artesao, mas amplia-se e organiza-se em torno de estabelecimentos maiores. A segunda vai da maquina utensilio maquina que produz energia. Aqui, o homem, como forca motriz, vem substituido por um mecanismo que produz energia, dis- "Anat, saliemtando a grande mudanga que essa descoberta provocou e signifieou na vida do homem, ¢s- ‘eve! a+] De quant sabemos, sprendendo a controlar o ogo, pela primeira vez um ser vivo tomava-se apaz de dominar uma das grandes forgas da nturza.O impacto pscoligico te sido também potent ‘como funcional as consequéncias terdo sido importincia, Com o fogo podia-se penetrar em Catrios novos eujo clima ndo teria, doutra forma, pemitido a sobrevivéncia do homem: podiam-se tauecereco7e os alimentos; podia defenders dos animas apse...) © controlo do fog constitu ‘tho meta de excepeionalrelevo na histria da tecnologia, de aleanoe comparivel ao eontrolo da engi ‘tomica, Quando, em de conserva, circunsrevereransportar 0 fogo,o homem foi capaz de acendé-L, scontrole tomou-se ainda mais completo (..1 sem fogo.o homem nio teria nunca conquistado a Terra, tose teria expathado nea, nfo contaria hoje alguns bilhdesdeindviduos,nlo exisiria uma linguagem riculada endo se leriam livros, porque nose escreveriam, Sem o fogo {em suma] nlo haveria cultura» {ANATIE., Gli elementi fondamentall della cultura, Jaca Book, Milano, 1983, pp. 47, 51-52). * Eis como Cipolla descreve essa stuagio: «Entre 1780 ¢ 1850, em menos de ts geragdes, uma revo- lugdo profunda, sem precedentes na istria da humanidade, mudouo rosto da Inglaterra. Desde entio, ‘o mundo no foi mais o mesmo. Os historiadores, com muita frequéncia, usaramn e abusaram do termo “revolugdo™ para significar uma mutegio radical; mas nenhuma Revolugdo foi tio dramaticamente sfevolucionéria’ como @ Revolugio Industrial, salvo, talvez a revolugio Neolitca 52 4 idades. Dé-se a industri a nte, por varias unidades. D ial tribuindo-a, contemporaneamente, Fagen yi da maquina que produz propriamente dita. E a terceira p! Terceira fase Um s ia 4 maquina que fornece informagdes- Dé-se nessa alto nig 4 i ¢ da mecanizacdo passa.se | Gquantitativo, mas também qualita pois da mecaninaete Passase | Saar ago. em que a presence ao omen Yen da, seg, | a co a ciéncia e a técnica sfio causa € a important das diferenciagdes culturais epocais, devido aos seus pipes Profundos « | imediatos sobre 2 vida material espiritual do homem € act Te A SOCiedade fazendo emergir novos valores € padres de comportamento: com elas ascy aera da ‘tecnicizacao do mundo’, do ‘eficientismo” © da ‘mentalidade técnica’ De facto, como bem salienta Halder, «0 ‘mundo modemo, [...}} €realmente un ‘mundo técnico, a propria cultura moderna é cultura técnica, € $6 até onde se ‘Mende esta ecnicizacio do mundo (também em termos geogrificos) domin enodemo, o hoje, o presente. Se a cultura é automediagao do homem no mundy para aleangar a sua tessencialidade e realidade, isto ora significa que a técnica $a actuagdo e a forma fundamentais desta ‘automediagaion”. Estamos diante duma realidade cultural jnovadora, em que os parametros mentais do passado sio praticamente abandonados como caducos ¢ es- cravizantes, ea vida das pessoas ver jinstrumentalizada e subordinada ao mundo técnico: é 0 que muitos chamam ‘robotizagao da vida do homem’. "As vantagens da técnica para 0 melhoramento do nivel de vida do homem edo ambiente sdo evidentes e incontestaveis. Todavia, € preciso estarmos atentos aos exageros, pois a técnica, por mais imponente que seja, é sempre um ins- trumento, um meio e, por conseguinte, nfio encerra o fim em si mesma. Elaé um contributo muito valioso para 0 desenvolvimento do homem, da culturae do mundo em geral, por isso, na edificagdo do mundo da cultura é um dos piles fundamentais a ndo por de lado. ” | | © Para ukteriores aprofundamentos, ef. ibid, pp. 12-24; MONTANI —— ibid, pp. 12-24; M., Op. cit, pp. 131-132. Para ese be pasa nesniody ‘no 6 provocou «um importante crescimento econémico, em detriment aa | peered fcemsao, mas ibm odicog profundament ¢meatalidde, ‘0s costumes, a vid# xaos pov i assim que desde a segunda metade do século XVII, as sociedades (¢ as ¢P0% hhistoricas veo — ne dialog em referéncia a0 tipo de efeitos sOcio-culturais © [a ere ol elo sprint industrais postindustriais)» (Ibid. P- 132) 267 INDICE, 9 wot CHO eee cnn STEARIC ANEW ann snd . 41 Iw opUGAO GERAL aZA0 DESER DO ESTUDO ....... Pioneer 1s DN SUIRIRADO ESTUDO sense usnesqanneitnesunnenevoend cs 2 {ETODO, FONTES ELIMITES ...-0..0.sssecssosessesseee ee) PAUTORINSPIRADOR: VIDA EOBRAS 2.0.0.0 0sssesessesssees at PRIMEIRA PARTE A CULTURA NA VIDA HUMANA caPiTULOT NOCAO DE CULTURA .....- 1,0 HOMEM COMO SER CULTURAL 2, NOCAO PEDAGOGICA E CIENTIFICA 21. NOGAO PEDAGOGICA ...... 22. NOCAO CIENTIFICO-SOCIOLOGICA ... 5, CARACTERISTICAS PRINCIPAIS DA CULTURA... 3. ACULTURA E UM FENOMENO HUMANO E SOCIAL. | FUNDAMENTOS DA CULTURA. MLALINGUA EA CULTURA ... 32. ACULTURA E UM FENOMENO DINAMICO-DIALOGICO E HISTORICO .......36 4.CONCLUSIO Pex aventsiwoagaarerueau Se, | | capiuLom FUNDAMENTOS, LIMITES E AMBIVALENCIAS DA CULTURA . wel | ie a Al 12.08 COSTUMES EA CULTURA ....2.04:0reeeeree . At '3.0S VALORES E A CULTURA save a AS MA-ATECNICAEA CULTURA .....0000000-0++ Reassaa ee 268, 2. LIMITES E AMBIVALENCIAS DA CULTURA a8 2.1. AFINITUDE E A LIBERDADE DO HOMEM 3 13. LEGITIMIDADE PARA UMA AVALIAGAO DAS CULTURAS 55 3. CONCLUSAO . 37 SEGUNDA PARTE ANALISE DA CRISE CULTURAL ANGOLANA CAPITULO IIL AS MEMORIAS DA HISTORIA . Spee : 1. LOS PRIMEIROS CONTACTOS E ACOLONIZAGAO ....cssessesvees-. 62 1.1, QUADRO GLOBAL E PARTIDA DAS CARAVELAS, 1.2. 0 TRAFICO DE ESCRAVOS 1.3. A COLONIZAGAO PROPRIAMENTE DITA... 1.3.1. 0 contexto internacional 1.3.2. 0 facto em Angola 2. ALUTA PELA INDEPENDENCIA : 2.1.0 CONTEXTO INTERNACIONAL .......- 22.0 DESPONTAR DO NACIONALISMO ANGOLANO “ 2.3. OS CAMINHOS TORTUOSOS PARA A INDEPENDENCIA . avec, 2.3.1. A indivisibilidade do Império Portugués 23.2.A luta armada e 0 25 de Abril de 1974 2.3.3 Acordos, Governo de transicito e independéncia ...... 3, CONSOLIDACAO DO TOTALITARISMO E GUERRA GENERALIZADA 4. VENTOS DE TOLERANCIA E ELEICOES MULTIPARTIDARIAS. .............99 S.CONCLUSAO .....-- CAPITULO IV IDENTIFICACAO DAS CRISES. 1, CRISE DACULTURA......... eile ate 2.CRISE DOS VALORES ........scsscesesseeseeeeeseeeeses 2.1. ONILISMO 2.2. 0 MATERIALISMO . 23.0 CIENTISMO ..... 3. CRISE DOS COSTUMES 2 4, CRISE DO TRABALHO .....2..22.0... 269 crise DA LINGUAGEM E DA: VERDADE 5¢ EcRiseDA FAMILIAE DAESCOLA . & (gISE DO ESTADO 1 pis DO HOMEM . : CONCLUSAO «..-- 142 146 150 Ass 159 SEGUNDA PARTE ANALISE DA CRISE CULTURALANGOLANA caPiTULOV UMASA ANTROPOLOGIA FILOSOFICA PARA UMA CULTURASA ........163 | CONHECER A DIMENSAO CORPOREA DO HOMEM (Homo somaticus) ......165 1. FUNCAO MUNDANIZANTE om 1.2. FUNCAO GNOSEOLOGICA. 13. FUNCAO SEXUAL ..... 1.4. FUNCAO ECONOMICA OU DE POSSE . 1.5. FUNGAO SIMBOLICA E ASCETICA, 1.6.0 CORPO NAO EO HOMEM. : 2. CONHECER A DIMENSAO COGNITIVA DO HOMEM (Homo sapiens) 2.1, CONHECIMENTO SENSITIVO . . 22, CONHECIMENTO IMAGINATIVO 23, CONHECIMENTO INTELECTIVO . . 2.3.1. Quanto &origem do conhecimentointlectivo 23.2. Quanto as caracteristcas do conhecimento intelectivo 24,0 FACTO Dd AUTOCONSCIENCIA . 25.0 CONHECIMENTO NAO E 0 HOMEM ........» ee 3.CONHECER A DIMENSAO VOLITIVA DO HOMEM (Hono volens) 186 3.1. DEFINICAO E ESTRUTURA DO ACTO LIVRE saigsiAl 32. LIMITES DA LIBERDADE ... 33. RELACAO ENTRE O INTELECTO ) EA VONTADE 34. A VONTADE, NAO £ O HOMEM ....--- “ CONHECER A DIMENSAO SOCIAL DO HOMEM (oma socials) 4.1. PREMISSA . 42.0 FACTO DA SOCIABILIDADE NA HISTORIAT DA ‘FILOSOFIA x 2195, 43. HOMEM: UM SER INDIVIDUAL E SOCIAL «..-- S.CONHECER A VIDA HUMANA (Hono Vives) 270 5.1. Quanto ao conceito da vida ‘ i $2. QUANTO A ORIGEM DAVIDA... 0200000 0-0ceserees 201 53. APECULIARIDADE DAVIDAHUMANA .........50-6-.00004, a 6. CONHECER A TRANSCENDENCIA DO HOMEM «505-00 0.0.0 206 G1, ALMA COMO FORMA SUBSTANCIAL DO CORPO «....... sc 62, APESSOAHUMANA «22-0205 ere : oe 6.3. MORTE E IMORTALIDADE bs 7. CONCLUSAO xe om CAPITULO VE RENOVAGAO DA CULTURA ANGOLANA za CULTURA DO VALOR DA PESSOA HUMANA 22d 2. CULTURA DA VERDADE E DAS COMUNICAQOES . 24 3. CULTURA DA. LIBERDADE E DA. DEMOCRACIA .... or 4, CULTURA DO TRABALHO E DA CORRESPONSABILIDADE 20 : . 2M 5, CULTURA DO AMOR E DA SOLIDARIEDADE ......- 6, CULTURA DA PAZ E DO DESENVOLVIMENTO 0.000002 01000000000 .236 7. ARELIGIAO COMO FUNDAMENTO ULTIMO DA RENOVACAO CULTURAL 240 8. CONCLUSAO «.---+ +++ CONCLUSAO GERAL - BIBLIOGRAFIA .. o 1. BRAS E ARTIGOS DE MONDIN 1.1. OBRAS - eeeeen 1.2. ARTIGOS 2. OBRAS E MENSAGENS SOBRE ANGOLA « 2A. OBRAS ......2000ee seers 2.2. MENSAGENS PASTORAIS- 2.3. ARTIGOS Seeceeverdooes 3. OUTRAS OBRAS E ARTIGOS CONSULTADOS 3.1. OBRAS ....... pannencnenenee 3.2, EDIGOES CRITICAS ...... 3.3.ARTIGOS deen eveee nt INDICE .

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