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revista brasileira de estudos de populacao estimativas indiretas e dados sobre meas uma avaliacao conceitual e dologica das informacoes censitarias recentes* José Alberto Magno de Carvalho** RESUMO - Nos Censos Demogrificos de 1970 ¢ 1980 hd diversos dados referentes ao fendneno migratério até agora pouco explo Fados. 0 cengo de 1980 introduziu novos quesitos, ¢ en seu pla ho tabular ado foran adotados exatanente os nestios critérios usados na publicacao do Censo de 1970, o que coloca dificuldades para a conpatibilizacao de dados e comparabilidade temporal. Su geren-se procedinentos para wininizar estas lacunas. 0 grande avango en 1980 foi a introdugio de quesito relacionado as migra goes intranunicipais. No entanto, as respostas referem-se a Rigragdo acumlada. PropSe-se procedinento para estimar a ni- grado intramunicipal da década, e para adiciona~1a as estinati vas de outros tipos de migracao, visando evitar dupla conte~ gem, Apresentan-se para trés Estados da Federacao (FE, MC e SP) estinativas de migragdes internas referentes as décadas de 60 @ 70. Chana-se atengao para diferente conceito implicito nas estinativas obtidas por mensuragao direta ou indireta. Das trés variaveis demogrAficas bisicas, fecundidade, mortalidade e migragao, esta Gltima ten merecido grande aten ga0 dos pesquigadores da area de Ciéncias Sociais, que muitas Yezes langam mao das informagées censitarias em seus estudos. No entanto, a andlise demogréfica ten-se dedicado muito poi co & migragdo interna, tanto no que diz respeito & discussao Go Significado de divarsos tipos de estimativas, quanto no es forgo de se desenvolver melhores técnicas de estimagao. Em sintonia com o crescente interesse e mesmo preocupa~ % Bete trabalho contou com a colaboragao de Silvia de Nenezes Cana Pinheiro e Simone Wajnman, Assistentes de Pesquisa do CEDEPLARe com 0 estimilo, criticas e sugestdes de George Martine, da OIT/Brasilia. %% Do Departanento de Ciéneias Econdmicas e do CEDEPLAR/UFWG. Mar ra, Ea, Pon Cans, v2 , 9 99, fn, 195 at go com o fenémeno das migragSes internas no pais, desde 1960 82° censos Denograficos do Srasi? vem dedicand, cada vez mais, un maior nimero de quesitos ao tena. Pode-se afirmar que s¢ conta hoje com grande quantidade de dados sobre migragoes in ternas, porém, que seu uso, para fins de andlise, ainda esta bastante incipiente, havendo amplo campo a ser explorado. Este trabalho discute o alcance e as limitagées dos que sitos dos Censos de 1970 e 1980, que permitem obtengao de es timativas por mensuracao direta; propoe alternativas para se superar lacunas tanto de quesitos, quanto de publicagao dos dados censitérios; analisa diferengas conceituais entre esti mativas obtidas por mensuragéo direta e técnicas indiretas; e, finalmente, apresenta uma série de estimativas, a titulo de exemplo, para o Brasil e os Estados de Pernambuco, Minas Gerais @ Sao Paulo, 1. MENSURAGAO DIRETA 1.1 CENSO DE 1970 No Censo Demogr4fico de 1970 ha 5 quesitos que permitem a mensuragao direta de algum tipo de migracao interna. Os que sitos se referem aos seguintes itens: 1 - unidade da Federagdo (UF) de nagcimento; 2 = se nasceu no municipio de residénci: 3 UP em que se localiza o municipio de residéncia an- terior (apenas para ndo-naturais do municipio); 4 - tempo de residéncia no municipio (apenas para ndo- naturais do munic{pio) ; 5 - tempo de residéncia na UF (apenas para ndo-naturais dos municipios); 6 ~ situagao de residéncia no municipio onde morava an- teriormente (apenas para nao-naturais do municipio) . Quanto ao primero item, propicia infornagdes que possi bilitam a estimativa de migracdo interestadual acumulada (ifetime migrants), tanto para imigrantes quanto emigrantes. 0s dados referentes’a este item, apesar de poderem ser cruza dos con diversas variaveis, cond idade, tempo de residéncia na UF de destino, etc, sao de pouca valia para fins de anali se, pois nao contém informagao sobre a data em que os indivE duds emigraram, apresentandd apenas a resultante final de um Jongo e complexe processo migratério, que nao pode ser_loca~ lizado no tempo. Dado seu pequeno valor analitico, néo se apresentara neste trabalho, na parte referente & mensuragao Gireta, estinativas a partir deste tipo de informagao. 32 revista brasileira de estudos de populacao © sagundo item possibilita a diferenciagao entre os na~ turais @ naovhaturais de cada municipio. Os quatro Gltimos quesitos apenas foram perguntados aos ndo-naturais dos municipios. Isto significa, de pronto, a im possibilidade, por mensuragao direta, de se obter qualquer in formagao sobré a migragao de retorno ao municipio de nascimen to. Os itens 3 @ 5 permitem a estimagao, para cada UF, do sultado final da inigragao © emigracao num deterninado’ per: do de tempo (que sempre tem a data consitaria como limite), relativas a qualquer outra UF. Nao estarao inclufdos, nesta migragao, 08 individuos que retornam para o municipio de nas Cimento, ‘pois a eles nao se fez a pergunta sobre lugar de re sidéncia anterior e tempo de residencia na UF.! its 0s dados publicados referentes 4 UF de residéncia ante- rior incluem apenas os ndo-naturais da Unidade. Isto signifi ca que as infornagées, por mensuragdo directa, relativas a mi gragao interestadial, nao incluem nem a migragao de retorno de naturais dos municipios (problena de questionario), nema de retorno dos demais naturais da Unidade (devido a nao ~ pu- blicagao de infornagées) . Deve-se atentar para o fato da pergunta (item 3) se re~ ferir 4 UF onde se localiza o municipio de residéncia ante- rior. Isto tem como conseqliéncia a omissao da UF de residén- cia anterior para os migrantes que fizeram uma migragao in- terestadual seguida por outra intra-estadual no periddo; es- tes migrantes aparecem como tendo a prépria UF de destino co mo aquela de residéncia anterior (Tabela 33 do Censo Demogra £ico de 1970). Tal fato coloca um problema quando se mensura tanto os imigrantes quanto os emigrantes de uma determinada UF. Quanto aos primeiros, se desconhece a UP de tesidéncia an rior daqueles que declararam como tal a propria Unidade de destino. Simetricamente, se desconhece uma parte de seus emi, grantes. Neste trabalho, serio redistribuidos os imigrantes nio- naturais da UF com menos de 10 anos de residéncia que decla~ ram a propria Unidade como a de residéncia anterior, segundo a distribuicdo conhecida daqueles que declararam outras UFs como as_de domicilio prévio, permitindo assim se estimar a emigrago das diveras UFs. fo se usar este critério para redistribuigio daqueles que declaran a prépria UF como de Gltima residéncia, esta-se 33 Supondo que a mobilidade intra-estadual dos imigrantes inter estaduais independe da origem dos imigrantes, por um lado, 6 que também a distribuicdo da entrada deles na UF durante a dé cada tenha sido a mesma, independente da UF de procedéncia. © item 4 permite, para um perfodo dado, estimar o niime- ro de imigrantes do municipio, ao final do periodo - o qual hecessariamente corresponde 4'data censitaria - excluindo ai © retorno dos naturais. Como nao ha, no censo de 1970, quesi to sobre o municipio de residéncia anterior, ndo se pode es= timar o niimero de emigrantes e, por conseguinte, o saldo mi- gratério, por mensuragao direta. © item 6, combinado com o 4, possibilitao conhecinento, a_nivel de cada municipio e em térmos de Gltima etapa migra téria intermunicipal, da situagdo de domicflib anterior e atual (rural, urbana) dos nao-naturais com umdeterminado t po de residéncia no municipio. Novamente, nao ha informagao sobre os naturais que sejam migrantes de retorno, assim como sobre 0s emigrantes do municipio. A grande falha, neste particular, refere-se ao fato de que a pergunta sobre_a situacdo de residéncia anterior se aplicou apenas aos ndo-naturais do municipio e & situagdo no municfpio onde moravam anteriormente. Sabe-se que a migragao rural X urbana se da freqientemente dentro do mesmo munici- pio de residéncia rural. Como conseqiiéncia, ndo se dispde de informagdes sobre o movimento intra-municipal, entendido co— mo mudanga no quadro domiciliar dentro do municipio. © cruzamento das informagées dos itens 5 e 6, agregadas a nivel de UF, permite estudar a trajetéria entre setores,on determinado période, da populagao da UF constitufda de néo- haturais dos municipios que a conpéem. A diferenga entre os fluxos urbano X rural X urbano, obtida a partir destas infor magoes, corresponde ao saldo entre o movimento urbano x rural e tural X urbano dos ndo-naturais dos municipios, concernen- te 4 Gltima etapa migratoria e refere-se tanto a imigragao in tra-estadual cono 4 interestadual. A comparagdo entre os dados obtidos a partir dos itens 4 ¢ 6, © Se 6, ambos agregados a nivel de UF, tomando-se, na primeira combinagao, aqueles com menos de 10 anos de resiaén cia no municipio e, na segunda, aqueles com menos de 10 anos de residéncia na UF (1), permite obter uma estimativa aproxi, mada do movimento, entre setores, dos migrantes intra - esta- duais da década, Conforme apresentagao mais detalhada a se- guir. 34 Na publicagao oficial do Censo Demografico revista, brasileira de estudos de populagao de 1970, ani vel de UF, a Tabela 35 refere-se ao cruzamento dos itens 4 6 6, ea Tabela 34, a0 cruzamento dos itens 5 e 6 - Se, da tabe 14 35 do Censo, forem considerados apenas aqueles com menos de 10 anos de residéncia no municipio e, da Tabela 34 do Cen 80, apenas aqueles com menos de 10 anos’de residéncia na UF, as informacdes corresponderao aos imigrantes segundo o esque ma abaix: TABELA 34 NAO NATURAIS DA UF, COM ME DE RESIDENCIA, POR SITUAGAO ANTERIOR ATUAL DE DoMIcLTO TABELA 35 NAO-NATURALS DOS MUNICIPIOS DA UF, ci MENOS DE 10 ANOS DE RESIDENCIA, PO! SITUAGAO ANTERIOR E ATUAL DE DOMicTL’ $ DE 10 ANOS z om 10 35 onde: néo naturais da UF, com menos de 10 anos de residén cia na UF; B = ndo-naturais da UF, com mais de 10 anos na UF; © = naturais da UF, com residéncia anterior em outro mu nicipio da propria UF; ~ D = naturais da UP, com residéncia anterior fora da UF. Na Tabela 35 néo sdo identificdveis os valores corres pondentes a A, B, Ce D, separadamente. Se de cada subgrupo da Tabela 35 do Censo for subtratdo © subgrupo correspondente da Tabela 34, definidos os subgru- pos_cono aqueles de procedéncia e destino RXU, UXR, RXRe UXU, Serao obtidos subgrupos referentes aos subconjuntos B, Ce D do esquema apresentado acima, todos constituidos por pessoas con menos de 10 anos de residéncia nos municipios, correspon Gentes a a. ndo-naturais da UF, com mais de 10 anos na UF (B); b. naturais da UF, com residéncia anterior na propria UP (c); e . naturais da UF, com residéncia anterior fora da UF ). Esta diferenga produzira uma estimativa que engloba dois tipos de migragao, na década: a. migragio intra-estadual da década, composta: 1) pelos naturais da UF, exclufdos os que retornaram para o mu nicipio de nascimento; e 2) pelos ndo-naturais da UF com mais de 10 anos na Unidade; b. migragéo de retorno de naturais da UF, para munici- pios que ndo os de nascimento. © uso desta diferenga, por_subgrupo, como proxy do resul tado final (em 1970) da imigragao interminicipal dentro da UF, na década, dos naturais da‘ UF ndo-naturais dos munici- pis, e dos ndo-naturais da UF que nela residiran durante to da a'década, causara um erro que dependeré do tamanho de D- Isto 6, a magnitude do erro ser contingéncia do niimero de na turais da UP, ndo-naturais dos municipios que, na década, ti veram coo residéncia anterior um municipio fora da UF. | B possivel calcular o valor de D, no agregado, sem dis- criminagao por situagdo atual e anterior de domicilio. A Ta- bela 33'do Censo DemogrAfico de 1970 refere-se as “pessoas ndo-naturais da UF, por sexo e tempo de residéncia na UF, se 36 revista brasileira de estudos de populagao gundo 9 lugar do domicilio anterior" e a Tabela 37, as "pes- Goas nao-naturais do municipio onde residem, por sexo e tem- po de residéncia no municipio, segundo o lugar do domicilio an terior", ambas com os dados agregados a nivel de cada UI Quando $e subtrai, para cada lugar de residéncia anterior,ex cluida a propria Ur, e levando-se om conta aqueles com menos de 10 anos de residéncia, a Tabela 37 da 33, tem-se o niimero de naturais da UF que para ela retornou na década e nao efe- tuou, apés a chegada, migracdo intra-estadual. © somatério destas diferengas corresponde ao valor de D. Por outro lado, nao esté_inclufda, nesta estinativa, a migragao intra-estadual dos ndo-naturais da UF, com menos de 10 ands de residéncia na Unidade, e que nela mudaram de muni cipic. Como foi referido anteriormente na discussdo do quesi to 3, 0 volume desta migragéo & identificavel,: na publicagao oficial do Censo, pois aparece como tendo sua residéncia an- terior na propria UF de destino. No entanto, nos dados publi cados, nao ha informagées referentes 4 mudanga do quadro do- nicillar deste subconjunto. Isto significa que, con esta in- formagado, e feita a diferenga entre as Tabelas 34 e 35 do Cen 30, como acima indicado, pode-se estimar a migraco intra-es tadual na década, ai in¢luidos os que entraram na UF no pe- iodo, no por subgrupos (RXU, UXR, UXU, RXU), mas no agrega do. 1.2 CENSO DE 1980 No Censo Demografico de 1980, sete quesitos fornecem in formagées que pormitem a obtengdo de estimativas sobre algun tipo de migragao interna, por mensuragac direta. Os quesitos se referem aos seguintes itens: 1. UF de nascimento; 2. se nasceu no municipio de residéncia; 31 se no municipio de residéncia apenas morouna zona ur bana, na zona rural, ou se ja residiu em ambas; 4, situdgdo de domicilio no municipio onde residiu ante riormente; 5. tempo de residéncia na UP; 6. tempo de residéncia no municipio; 7. nome do municipio de residéncia anterior e UF (apenas para aqueles com menos de 10 anos de residénciano ma nicfpio) . Comparando-se os quesitos referentes & migragao interna no Censo de 1980, com aqueles de 1970, deve-se atentar para as seguintes modificacoes fundamentais: 37 a. Introduz-se en 1980 um quesito sobre a migragéo in- tramunicipal, correspondente @ mudanga no quaéro do- niciliar do municipio (item 3). © quesito sobre migragio intramunicipal possibilita, pe la primeira vez no pais, a obtengao de informagées sobre mu- dangas no quadro domiciliar dentro de cada municfpio, por men suragdo direta. Infelizmente, ndo se pergunta sobre quando se deu a mudanga e, conseglientenente, para se localizar este mo viento no temps, 8 preciso langar_nao de pressupostos, como se mostraré adiante, para a obtencéo de estimativa daqueles que terian migrado na década de 70. b. Pela primeira vez no censo, pede-se a indicagio do no ne do municipio de procedancia, limitando-se'a pe gunta Aqueles com menos de 10 anos de 'residéncia no municSpio (item 3). A indicagao do nome do municipio de residéncia anterior abre novas possibilidades aos estudos de migragées internas, pois até 1980, apenas a UF era identificavel. Com esta nova informagao se podera localizar, com muito mais detalhe, a re giao de procedéncia dos imigrantes, o que permitira uma ne: ‘Thor compreensdo do processo migratério. Como bem observa Martine (1984), os dados relativos a esta informagao nao sao "publicéveis", devido ao grande nimero de municipios no pais. Oacesso a elés 36 ser possivel mediante tabelas especiais. c. Em 1980 as informagdes solicitadas quanto 4 UF de re sidéncia anterior, ao tempo de residéncia na UF e no municipio e & situagao de domicilio no municfpio de residéncia anterior sdo as mesmas de 1970, porém fo- ram dirigidas a todos os residentes, e nao somente aos ndo-naturais dos municipios. Esta modificagdo significa que os dados do Censo de 1980 possibilitam mensurar e analisar_a migragao de retorno, aos municipios, de seus naturais. Além disto, permitem incluir, nas estimativas de imigracdo e emigragao interestadual, tan- bém aquelas que tiveram como destino 6 municipio de nascimen to. No entanto, os dados dos naturais dos munic{pios, no que se refere a estes aspectos, nao foram publicados, dependen- do, pois, de tabelas especiais. 4. A informagio gobre UF de residéncia anterior limi tou- se, em 1980, Aqueles com menos de 10 anos de residén cia nos municipios. (item 3). revista brasileira de estudos de populacao Listadas as principais modificagées referentes aos que- sitos sobre migragao interna, entre 1970 e 1980, passa-se en seguida a discutif, no que sé refere a 1980, os seguintes as pectos: 1. a mensuragéo da migragdo interestadual, diante de pro blemas de ndo-publicagao de tabela referente 4 ndo- naturais; 2. a exploraglo dos dados relativos 4 mudanga no quadro doniciliar; 3. agregagao da migragao inter e intramunicipal. 1.2.1 MIGRAGKO INTERESTADUAL Na publicagSo_dos dados do Censo de 1980, omitiu-se ata bela referente a ndo-naturais da UF, por tempd de residéncia @ lugar (UF) de domicflio anterior (Tabela 33 do Censo de 1970), 0 que ndo permite o cAlculo, num determinado perfodo, da inigragio en cada UP, relativa a cada una das outras UPS e, conseqllentemente, da emigragao de cada UF, referente a ca da uma das outras UFs e ao seu'conjunto (resto do pais). (2) A nao publicagao de_uma tabela con estas informacées & uma lacuna Séria, pois nio ha técnica indireta que possibili te estimar a emigracao, mas apenas 0 calculo do saldo migra= tSrio ©, mesmo assim somente em relacao ao resto do pais, e no a cada uma das outras UFs. Por otro lado, néo 8 correto estimar-se a emigragao, em relagao ao resto do pais, pela sim ples subtragdo entre imigragao, calculada por mensuragao di- Feta, e saldo migratério, estinado por técnica indireta, pois tén conceitos diferentes, conforme Se vera posteriormente- Existem entre as tabelas publicadas no Censo de 1980, al gumas que permitem uma estimativa aproximada, em cada UF, da imigragao procedente de cada uma das outras Urs, o que,’ em parte, possibilita superar a lacuna, acima referida, na’ pu- blicagae dos dados. Preliminarmente, deve-se observar que, tal como 0 Censo de 1970, os dados publicadés, relativos ao’ tempo de residén cia na UF, referem-se apenas’ aos ndo-naturais de_cada UF, nao incluindo’a migrag’o_de retorno de naturais no cAlculo de imi gragéo, por mensuragao direta. Conseqtientemente, a estimati va de émigragao, pata poder ser_comparavel 4 imigracao, _in- elusive tendo em vista a obtengao de saldo migratério, nao de ve incluir, por um problema conceitual, a saida de migrantes de retorno as UFs de nascimento. A Tabela 2.9 do Censo Demogréfico de 1980 - Dados Ge- rais, que 6 a Gnica a dar informagoes sobre o lugar de resi- @énela anterior (UF), refere-se aos nao-naturais dos munici- pios, por tempo de residéncia. Tomando-se apenas agueles com menos de 10 anos de residéncia no municipio, podera ser re- presentada esquematicamente, no que se refere 4 naturalidade (UF) dos individuos, por: TABELA 2.9 NAO-NATURAIS DOS MUNICIPIOS DA UF, COM MENOS DE 10 ANOS DE RESIDENCIA, SEGUNDO 0 LUGAR DE RESIDENCIA ANTERIOR (UF) onde: A= ndo-naturais da UF, com menos de 10 anos de resi- déncia na UF; B = ndo-naturais da UF, com mais de 10 anos de residén- cia na UF; c = naturais da UF, com residéncia anterior em outro mu nicipio da prépria UF; = D = naturais da UP, com residéncia anterior fora da UF. Na Tabela 2.9, nfo se pode determinar os valores de A, B, Ce D, razdo pela qual nao se pode dela calcular a imigra do interestadual da década. A Tabela 2.7 do Censo Demogr&fico de 1980 - Dados Gerais, refere-se aos ndo-naturais dos municipios, por situagao de do micilio atual e anterior, e tempo de residéncia. Cobre, por- tanto, os mesmos individuos da tabela anterior, podendo pois ser representada esquematicamente, no que diz respeito 4 na- turalidade dos imigrantes, da mesma forma que a Tabela 2.9, se tomados aqueles com menos de 10 anos de residéncia. 40 revista, brasileira de estudos de populacao TABELA 2.7 NAO-NATURAIS DOS MUNICIPIOS DA UF, COM MENOS DE 10 ANOS DE RESIDENCIA, POR SITUAGKO ATUAL E ANTERIOR DO DoMIcTLIO D A Tabela 2.5 @ do mesmo tipo da 2.7, sé que se refere apenas aos ndo-naturais da Ur e ao tempo de residéncia nessa Unidade. Incluindo apenas aqueles com menos de 10 anos de re sidéncia, ela pode ser representada, no tocante 4 naturalida de dos imigrantes, por: TABELA 2.5 NKO-NATURAIS DA UF, COM MENOS DE 10 ANOS DE RESIDENCIA, POR SITUAGAO ATUAL E ANTERIOR DE DOMIGTLTO Ao se subtrair a Tabela 2.5 de 2.7, tem-se: 2.5 -2.7=B+0+D=F a Esta subtragdo pode ser feita para cada subconjunto, is to &, subtraindose por grupo de pessoas com a mesma mudanca no quadro domiciliar (RXU, RXR, UXR e UXU), ou total. Neste Giltimo caso, que & 0 que Se est& tratando no momento, a dife renga corresponde 4 migragdo intra-estadual dos naturais @ nao-naturais com mais de 10 anos de residénciana UF (5 + C), mais a migragao de retorno dos naturais da UF, cuja residén~ cia anterior foi outra UF ou um pais estrangeiro (D). Ao con trario do Censo de 1970, com os dados publicados do Censo de 1980 nao pode calcular }. Como amigragao internacional no Brasil & muito pequena, sendo 0 pais nornalmente considerado de populagao fechada, pressupée-se, para efeito de estimagao da migragao interna, Ora proposta, ser nula a imigragdo internacional de retornd para'a UF, isto é, que todos os individuos em D tiveram por residéncia anteriér outra UF. Se, também, a migragao de retorno de pessoas com resi- déncia anterior’ em outta UF (D) for mula, a subtracao 2.5 - 2.7 = F corresponderé a B + C, isto 6, sé referira ape has Aqueles com residéncia anterior’na prépria UF. Neste ca- so, na Tabela 2.9, F = B + C, estar totalmente contido en- tré aqueles que déclararam a prépria UF como de residéncia an terior. Subtraindo-se F do niimero de pessoas, em 2.9, que decla raran a propria UF como de Gltima residencia, obtén-se os imi grantes que entraran na UF durante a década é em _seguida mu- daran de municipio. Adotando-se a mesma solugéo sugerida, quando da discussdo dos dados do Censo de 1970, estes imigran tes serdo redistribuidos segundo a distribuigas conhecida,na Tabela 2.9, daqueles que declararam outra UF como de proce- déncia. Passa-se, entao, a conhecer a distribuicao dos néo- naturais da UF, con menos de 10 anos de residéneia (A), isto &, a imigragao, segundo a UF de procedéncia e, obvianente, a ehigragdo das dutras UFs para a UF en ostudo. Resta o problema dos migrantes de retorno (D), pois o pressuposto de sua inexistgncia nao & realista, sendoque, em algunas UFs, eles representam proporcio significativa da mi- gragao interestadual. A dificuldade, neste caso, refere-se 20 desconhecimento nao somente de seu montante, mas também do perfil de sua distribuicao em relagdo as UFSde residéncia an terior. Na_suposigdo de que 0 perfil dos migrantes de _retorno, quanto 4 procedéncia, seja © mesmo daquele dos imigrantes in 4 revista, brasileira de estudos de populacao terestaduais de procedéncia conhecida, dado pela Tabela 2.9, a estimativa de migragao, por residéncia anterior, estard coz zeta se adotada a solugao anterior, quando D era nulo, con- forme se mostra a seguir. Suponha-se que em Sdo Paulo, na Tabela 2.9, a proporgdo dos imigrantes interestaduais con procedéncia’ Gonhecida que declarou Minas Gerais cono residéncia anterior seja a, eo ni mero absoluto G. Por outro lado, suponha-se que o niimero que declara 0 préprio estado de Sa0'Paulo como de residéncia an- terior, seja H. Dado 0 pressuposto quanto ao perfil por procedéncia, dos migrantes de retorno, o total de imigrantes (I), em1980, que entrou no Estado de So Paulo na décadae que teve Minas Gerais como residéncia anterior, sera: T=G-aDta #- (B+O)) CD. Nos dados publicados, ndo se tem separadanente D, Be ¢, mas, conforme visto, pode-se obter sua soma pela subtragéo das Tabelas 2.5 e 2.7. Adotando-se 0 mesmo procedimento sugerido, quando a mi- gragdo de retorno era nula, ter-se- T=Gta iH- (B+C+#D)? (2), que produzira a estimativa correta, pois (2) = (1). {H_- (B + C + D)) pode, inclusive, ter valor negativo, © que nao invalida a solugad proposta. Significaria apenas que D, os migrantes de retorno, é maior do que H- (B'+ C), isto é, maior do que os imigrantes nao-naturais da década,que ‘também’ foram migrantes intermunicipais na UF de destino. Este procedimento estara correto, apenas se for admitido que nao haja diferenga de perfil em rélagao 4 procedéncia dos {migrantes, tanto ndo-naturais quanto naturais (retorno) . Provavelmente, 0 perfil dos imigrantes de retorne, quan to 4s UFs de procedéncia, estard mais préximo do perfil da distribuigao de seus emigrantes, quanto as UPs de destino,mor mente de Sua emigracdo acumulada (lifetime migrants). tste perfil é conhecido, pelos dados publicados do Censo, nao se conhece o total de imigrantes de retorno (D), para se poder distribui-los. A solugio proposta neste trabalho tem o mérito de mini- mizar as distorgces, no caso de nao igualdade de perfis por procedéncia entre naturais e nao-naturais, pois naquelas re- gides de alta migragao de retorno o perfil sera grandemente influenciado por ela, por constituir proporgao substancial da imigragao total. Quando a migragao de retorno for pequena, sua distribuicdo poderd conter erros grandes, porém estes te rao pequeno impacto na distribuicao dos nao-naturais, justa~ mente pelo seu pequeno montante. 1.2.2 MUDANGA NO QUADRO DOMICILIAR 1.2.2.1 MIGRAGKO INTERMUNTCTPAL Se for examinado novamente o esquema da Tabela 2.7 em I.2.1, vé-se que ela fornece os movimentos RXU, RXR, UXR © UXU, dos ndo-naturais dos municipios da UF, com menos de 10 anos de residéncia nos municipios. Este movimento 6 consti- tuldo por: nao-naturais da UF, com menos de 10 anos de resi- déncia na UF (A); ndo-naturais da UF, com mais de 10 anos na UF e residéncia anterior na UF (5); naturais da UF, com resi déncia anterior na UF (C); naturais da UF, com residéncia an terior fora da UF (D). A Tabela 2.5, cujo esquema também aparece em1.2.1, apre senta o mesmo movimento, s6 que se refere apenas aos ndo-na- turais da UF, com menos’de 10 anos de residéncia (A). Ao se subtrair para aqueles com menos de 10 anos de residén cianonunicipio (2.7) ¢ na UF (2.5), por subgrupo (RXU, RXR, UXR @ UXU), aTabela 2.5 da 2.7, se tera amidanga no quadro domi ciltar de:‘a) nao-naturais da UF, commais de 10 anos de residen cia na UF (B); b) naturais da UP, comresidéncia anterior na UP (C); ec) naturais da UF, com residéncia anterior fora da UF (D). Na diferenga entre as duas tabelas, B + C_ correspondem & migragao intra-estadual (intermunicipal), Da migragao in terestadual. Por outro lado, B + C nao exauren a migragao in tra-estadual, pois parte do’movimento apresentado pela ta la 2.5, que @ constituida pelos nao-naturais da UF com menos de 10 anos de residéncia na UF, se 44 dentro da propria UF; ha tambén a migragdo intra-estadual de retorno aos municipios de nascimento, nao contemplada na Tabela 2.7. Provavelmente esta migragao intra-estadual de retorno aos municipios de nascimento e a migragdo intermunicipal den tro da UF, daqueles nao-naturais que nela entraram durante a década seja maior do que D. Como conseqliéncia, pode-se afir- “ revista brasileira de estudos de populagao mar que 2.7 - 2.5, via de regra, subestimaria a migrago in- termunicipal dentro da UF 1.2.2.2 MIGRAGKO INTRAMUNICIPAL A Tabela 2.4 do Censo de 1980 ~ Dados Gerais fornece os dados de mudanga no quadro domiciliar, na migragao intramuni cipal. Os dados sao desagregados para naturais ¢nao-naturais dos municipios da UF. Como j4 observado, 0 Censo nao ingui riu sobre a data em que se deu a mudanca do domicilio dentro do municfpio e, por conseguinte, as informagées se referem a nigragdo acumulada. Como se torna importante a anlise da migcagdo na déca- da, propée-se @ seguir um esquema para se estimar a mudanga no'quadro domiciliar municipal entre 1970 e 1980, daqueles re sidentes nos municipios em 1980. Pode-se representar a migragao intramunicipal, por sub- grupo, isto é, RXU e UXR, conforme dada pela Tabela 2.4 do Censo'de 1980, segundo 0’ esquema abaixo: TABELA 2.4 MIGRAGAO INTRAMUNICIPAL RXU (OU UXR) Nao-Naturais, Naturais fintermunicipais da década Moxy O¥ Maye) Intramunicipais Década |) estavan no muniefpio em JyyylO Typ J1970€ Fizerammigragio in | Py, (ou P luk 2) Pexy (4 Pure) Bexu (Ot bays? leramunicipal na década iu? Nuxe? Migragao intranunicipal Migragéo intramuni antes de 1970 cipal antes de 197 Oey (04 One.) Qexu 4 Wy, = A migragao intramunicipal na década é constituida: a) por ndo-naturais; que entraram hos municipios durante a década (tt) @ antes de 1970 (N) eb) por naturais do municipio (P). 0s da dos censitarios apenas fornecen os valores totais, isto &, J e L do esquena, e ha de se estinar M, Ne P. Para tal, foram adotados os seguintes pressupostos, a nivel de cada UF e do pais como um todo: 1) A proporgao dos migrantes intramunicipais _nfo-natu- rais (acumulados) do subgrupo RXU (ou UXR) que entrou nos mu- nicipios durante a década é a mesma do total dos migrantes in termunicipais dos subgrupos UXR e RXR (ou RXU @ UxU) da UF (acumulados), que se dirigiu aos municipios na década. Chame-se de ar (ou au) esta proporcdo, que 6 tirada 2.7 do Censo de 1980. 1 Entao} yyy (8 Maye ) exw = tr + Texu a Fuxe’ 2) A Aistribuigdo dos ndo-naturais gue também so migran tes intramunicipais e chegaram aos municipios antes de 1970, a dos naturais que sao migrantes intramunicipais, por tempo de residéncia na area urbana (ou rural), @ igual’a distribui gao conhecida dos migrantes intermunicipais que fizeram a mi Gragdo RXU (ou UXR). Seja 8, (ou 8) a proporgao, da tabela 2.7, de migrantes intermunicipais RXU (ou UXR), com menos de 10 anos da residén cia nos municipios. Entdo: Sexo 7 Mem? 8[Maxe 7 Ba Coxe ~ Aaa?) Prya 7 Sebeyy (00 Pyye = exu 7 8eexu ) Subuxre A titulo de exemplo, a Tabela 1 mostra o resultado da aplicagao do procediments proposto aos dados agregados do pais, iso. 48 revista. brasileira de estudos de populacao Tabela 1 arasil . Epeinativas de migragio intranunicipal Déceda de 70 RU vR TOTAL Acumtavo Naturais dos Municipios 6.202.785, 1.366.201, 7.568.986, Nao-naturais dos Municipios 3.106.556 738.224 3.844.780 EcADA Naturais dos Municipios 2.886.064 1.021.918 3.907.982 Nao-naturais dos Municipios com “10 anos de residéncia 1.770.737 370.589 2.161.226 Nao-naturais dos Municipios com #10 anos de residéncia 606.462 276.991 901.453 TOTAL pEcADA 5.263.263 1.667.498 6.930.761 Fonte! Conse Demografico de 1980 - Dados Gerate 1.2.3 AGREGAGKO DA MIGRAGKO INTERMUNICIPAL E INTRAMUNICIPAL ® importante se conhecer, entre os residentes de uma de terminada UF ou do pafs, em 1980, qual o montante que, , pelo menos uma vez durante a década, mudou de situagao de domici- lio_e qual o sentido da mudanga. Este movimentd corresponde- 4 & migracdo intermunicipal (inter e intra-estadual) tirada da Tabela 3.7 do Censo, ¢ 4 intramunicipal, estimada a partir Gos dados da Tabela 2.4, conforme tratamento proposto acina. A migragdo inter e intra-estadual se da nos subconjuntos RXU, RXR, UXR e UXU, enguanto a intramunicipal é do tipo RKU & UU, por definigao do Censo: No entanto, n&o se pode simplesmente agregar os subcon- juntos correspondentes da migragao intermunicipal e intramu- ficipal, pois ao fazer isso Se estaria cometendo erro de du- pla contagem. Os migrantes intramunicipais que entraramnos municipios durante a década, M do esquema da Tabela 2.4, apresentado an a teriormente em 1.2.2.2, também fizeran uma_migragdo intermu- nicipal na década e, conseqtientemente, estao incluidos na Ta bela 2.7 do Censo. Esquematicamente, 6 apresentada a seguir a trajetéria dos migrantes ao mesmo tempo intermunicipais e intramunici- pais da década, sendo que 0 retangulo contém dois setores do Riciliares do municipio. Migrantes intramunicipais RXU da década, que entra- UXR da década, que entr: ran no municipio no perio ram no municipio no perio do 1970/80. do 1970/80. No primeiro esquema, o individuo com origem intermunici pal rural aparece na Tabela 2.7 como migrante intormunicipal RXU ena Tabela 2.4 cono migrante intramunicipal RXU. 0 de origem internunicipal urbana aparece na Tabela 2.7 como” UXU ena 2.4 cono RXU. Tanbém no segundo esquema, fica patente a dupla contagem daqueles migrantes intermunicipais da década gue, en seguida, fazen o movimento intramunicipal UxR. Para se eliminar a dupla contagem na agregagdo dos da~ dos da Tabela 2.7 com as estimativas obtidas da Tabela 2.4, deve-se excluir da Tabela 2.7, no subconjunto pertinente (RXU, RXR, UXR e UXU), aqueles individuos que também fizeram, depois de'chegados aos municipios, uma migracao intramunici~ pal. Para este grupo, em termos dé Gltima mudanga no quadro domiciliar, a informagdo da migrago intramunicipal 6 que @ relevante (2.4), pois para eles a informacao contida na tabe la de migragao intermunicipal (2.7) nao corresponde ao Gti: mo movimento entre setores de domicilios, cono se pode ver nos esquemas acima apresentados. Para se ajustar os valores da Tabela 2.7 do Censo, nos seus diversos subconjuntos, tendo em vista a agregacao da mi gracdo inter e intramunicipal, propde-se o seguinte procedi~ mento. Os migrantes intramunicipais RXU (UXR) que entraram nos revista brasileira de estudos de populacao municipios durante a década, My, (ou Myy,) do esquena da Ta ‘exu. bela 2.4, tiveram procedéncia intermunicipal R ou U. Na Tabe la 2.7 aparecem pois como RXU ou UXU (RXR ou UXR). Supde-se que a distribuigéo, segundo a origem intermuni cipal Rou U, dos migrantes ndo-naturais intramunicipais RXU (ou UXR); qué anteriormente fizeram migragdo intermunicipal na década, seja a mesma distribuicao conhecida, quanto & ori gon, dos migrantes intermunicipais da década com destino R (ou' 0) Estimam-se, na Tabela 2.7, do total de migragdo intermy aicipal da década com destino R (ou U), as proporgées de pro cedéncia Re de procedéncia U. Sejam estas proporgoes Tl, (ou I) e 6, (ou 6,), respectivamente. Obviamente ly * Sue. Assim, TMi: (ou my om ) corresponderé aos migrantes xe intramunicipais RXU (ou UXR) que aparecem na Tabela 2.7 como RXU (ou RXR), 5MLy, (ou §.Myy_), aos migrantes que estéo na Tabela 2.7 como UXU (ou UXR). Antes, pois, de se agregar a estimativa da migragéo in- tramunicipal da década aos subconjuntos correspondentes da mi gracao intermunicipal da década, devem ser excluidos destes Gltimos os migrantes que também’ fizeram migragao intramunici pal, segundo 0 esquema abaixo: Residentes da UP, segundo mudanga no quadro doniciliar na Gitina etay gratria ~ 1970/80. Nigragdo_intermuniei Estinativa de migragio pal da década (Tabe= + Ajustamento por + intranunicipal da deca 1a 2.7) dupla coneagen da (Tabela 2.4) ne s - Moxu * Neu * Pexu we v - Maze * Saxe * Pane ou 2 - - RAR . As 0 onde 8, V, Ze T correspondem ao niimero de ndo-naturais dos municipios, com menos de 10 anos de residéncia, cuja Gltima etapa migratéria intermunicipal se deu no sentido RXU, UXR, UXU'e RXR respectivamente. A Tabela 2 apresenta a agregagao da migragdo inter ou in tramunicipal da década de PE, MG, SP © do pais como um todo, adotando-se 0 procedimento ofa proposto. MENSURAGAO_INDIRETA Existem ou podem ser geradas para a populagdo do Brasil e@ suas UFs, desagregadas por setor rural e urbano, estimati- vas das fungdes de fecundidade e mortalidade, para os perio- dos 1960/70'e 1970/80, o que permite, a partir das populagoes censitarias de 1960, 1970 e 1980, a dbtencao de estimativas, por técnicas indiretas, de saldo migratério e das taxas 1f- quidas de migragao das’populagées rural, urbana e total deca da UF, assim como da populagao rural e urbana do pais como un todo. As_técnicas indiretas produzem o saldo migratério por re siduos (3) badass popilagao en tne data consitects (1900 por fexemplo), fungoes de fecundidade © mortalidade Go perfodo in tercensitario’ (no caso 1960/70), estima-se a populagao espe rada na data do Censo seguinte (1970), na suposigao de popu- lagao fechada. A diferenga entre a populagao observada no se gundo censo, 1970, e a esperada na mesma data’ correspondert SP estinativa do saldo migratdrio do periodo. As principais técnicas indiretas de estimacio de saldos nigratérlos sant 1 - Técnica da taxa de crescimento vegetativo - Estima- se a taxa média anual de créscimento vegetative da populagao em questao e, por meio dela, a populagao esperada no segundo censo. A estimativa do saldo migratério refere-se ao total da populagao,e ndo_a cada grupo etario. 0 saldo migratério esti nado por ésta técnica contém ndo somente os efeitos diretos da migragao, mas também seus efeitos indiretos, pois na popu lagdo esperada estar contida aquela com idade inferior ao nl mefo de anos correspondente ao intervalo censitario. 2 - Técnica das relagdes intercensitérias de _sobrevi- vénoia_dopats ajustadss sos hivels regionste de wevest iets, R populagao esperada € obtida mediante a aplicagao das rela- 50 revista, brasileira de estudos de populacaio Ses intercensitarias de sobrevivéncia aos grupos etdrios do Primeiro Censo. Esta técnica s6 & possivel ser aplicada em paises cujas populagdes possam ser consideradas fechadas e exige a disponibilidade de tabelas de sobrevivéncia referen- tes ao perfodo intercensitario, do pais e da regido em estu do. £ uma técnica que produz estimativas de saldos migraté- rios por grupos etdrios, e os resultados correspondem apenas aos efeitos diretos da migracao. 3 - Técnica das relagées _intercensitdrias de sobrevivén cia dos naturals da Yeqiae- fata técnica 8 do mesmo tipo a Gnterior,e 38 €-posstvel ser usada quando existen informa gées sobre a distribuigdo dos naturais da regido, residentes én qualquer parte do pais, e quando este pode ser considera do como de populaao fechada. Pode também ser aplicada a sub grupos populacionais da regiao, como por exemplo 4 populacao Fural © urbana, se se dispuser de tabelas de sobrevivéncia, para o perfodo’ intercensitario, da populagdo total da regiao € dos subgrupos. As técnicas de relagdes intercensitarias néo estimam sal dos migratérios relativos A populagao nos grupos etarios, no Segundo Censo, nascida no perfodo intercensitario, para’ os quais se necegsita de algum tipo de estimativa. Lee (1957) sugere o seguinte procedinento para a obten- go de saldo migratério de criangas abaixo de 9 anos, no se- gundo censo: 58M = 1/4 (sRCMy - 395My5 ¢) 58M5 = 3/4 (RMS - 595My9_ ¢) onde: gSMy = saldo migratério da populagdo de 0 a 4 anos; 55M; = saldo migratério da populagdo de 5 a 9 anos; 5RCMy = relagdo, na populagdo censitdria da regido emes tudo, entre criangas de 0 a 4 anosemulheres de 15a’ 44 anos; gRCM, = relacio, na populagao censitaria da regio enes tudo; entre criangas de 5 a 9 anosemulheres de 20 a 43 anos; saldo migratério das mulheres de 15a 44 anos: 30515. ¢ st Tabela 2 Agregagio da migraclo intermunicipal e intramunicipal Década de 70 Pernambuco Migragio Intramunicipal Migragio Todos Natura: Dupla Intermunicipal Migrantes da Década—Contagen Total @ ) ar) (Iv) (We rerI-1v) RU 217.814 205.377 71,392 42.978 380.213 UXR 99-303 55.389 19.147 15.030 139.662 xu 472.951, 4 = 28.414 4442537 RRR 130.395 - = 417 146.278 a 0,602 1 0,215 Sao Paulo Migragdo Intramunicipal Migragi Todos Nio-Naturais — Dupla Imtermunicipal Migrantes da Década_—_Contagem Total @ an) an) Cv) (ve TerI-v) RXU 1.857.208 1.114.288 658.037 456.678 2.514.418 UxR "251.863, 260.970 138.124 93.096 419.737 UXU 3.848.938 : + 2011359 3.647.579 RXR 570.013 - - 45.028 "524.985 1 0,694 tu 0,326 Dewogratice de 1980 = Dados Gerais xR, uxu RXR Rw UXR vx 1. Migragao Intermunieipal @ 669. 10. 1.2301 304: 297 016 10 990. Minas Gerai Migragio Intramunicipal Todos Migrantes an) 943.110 144,294 Nao-Naturais ‘da Década am) 267.215 46.038 0,732 0,252 Brasil revista. brasileira de Migragio Intranunicipal Migragao Intermunieipal @ 6.292. 1308. 111948. 413621 aD ne 483, 168 078 Todos Migrantes 5.263.263, 1.667.498 Nao-Naturais da Década am 1.770.736 370.588 0,770 0,34 estudos de populacao Dupta concagen ‘Total Gv) (ve teti-n) 195.601.416.806 3icgpeau9.er Tele 1.158.396 ite. “"293.388 Cont. Dupta concagen Total GN ve hari) 1.363.466 10.192.208 2iac7ss 2.729.246 foy.270 1.540.898 1271853, “4la34.225 ToncTaste 53 30z0,¢ 7 Saldo migratério das mulheres de 20 a 49 anos. '20.£ Como neste estudo as estimativas de saldos migratérios sdo para ambos os sexos, sem desagregacao, adotaram-se a prin cipio, as f6rmulas de Lee, porém usando-sé a relagdo crian* gas/populagao, ao invés da relagio criangas/mulheres. Cono nas férmulas de Lee multiplica-se o saldo migraté- rio de mulheres em idade reprodutiva pela relagao. criangas/ mulheres da regiao em questao, hé uma inconsisténcia interna Para maior clareza deste ponto, suponha-se uma populagao fe chada, desagregada en dois subgrupos de populacso, como seria © caso do Brasil, desagregado em suas populagoes rural e ur bana. 0 saldo migratério nos grupos etarios ‘das populagoes nascidas antes do primeiro censo nos dois subgrupos deveria ser de mesmo valor absoluto, porém de sinais obntrarios. Ao se estimar o saldo migratério, aplicando-se as formulas de Lee, da populacéo nascida durante o perfodo intercensitario, eles teriam necessariamente sinais contrarios, o que é corre to, porém provavelnente valores absolutos diferentes, name> dida'em que as relagdes criangas/mulheres certamente nao se- rao as mesnas, principalnente por serem conseq@encia de fe- Cundidade e mortalidade diferentes, No caso das populagées rural e urbana do Brasil, as re- lagdes criangas/mulheres corretas a serem usadas deveriam ter valores intermediarios entre as relacdes observadas nas popu lagées urbana e rural, pois provavelmente a fecundidade do grupo migrante nao deve ser tao alta como a da populacao que permaneceu rural, nem tdo baixa como a da urbana, assim como a mortalidade das criangas, filhas de migrantes deverd ter va lores intermediarios entre’ aqueles da populagao rural ¢ urba Em relagio ao Brasil, neste trabalho, calcularan-se os saldos da populagao abaixo_de 10 anos, nos setores rurale ur bano, usando-se duas relagées criangas/populagao: a da popu- lagao de origem (rural) e'a de destino (urbano). 0 saldo cor reto deve estar entre as duas estimativas, nao havendo condi goes de defini-1o. Bm relagao as UFs, foram adotadas também duas relagdes criangas/poptlacao, a dd populagao rural e a da populagao ur bana da UF. Neste caso, nao se pode afirmar que sejam as re- lagées da populacao de procedéncia e de destino, pois as po- pulagées das UFs'sdo abertas. Como visto, no saldo migratério obtido através da taxa revista brasileira de estudos de populacao de crescimento vegetativo estdo incluidos também os efeitos indiretos da migragao, enquanto nas estimativas através das taxas de sobrevivéncia estao apenas os efeitos diretos. Ten- do en vista a comparabilidade dos resultados, foram estimados também os efeitos indiretos, a partir das estimativas de sal dos migratérios obtidos com’as relagées de sobrevivéncia © ajustando-se as férnulas propostas por Lee, substituindo-se, na primeira, 1/4 por 3/4 e, na segunda, 3/4 por 1/4. ‘3. DIFERENGA CONCEITUAL BASICA NAS BSTIMATIVAS DE NIGRAGAO, OBTIDAS POR MENSURAGKO DIRETA E POR TECNICAS INDIRETAS Um ponte de fundamental importancia, quando se trata de interpretar © significado das estinativas de migragio, refe- re-se a que migragdo elas dizen respeito. As estimativas obtidas tanto através de mensuragdo dire ta, quanto de técnicas indiretas, discutidas neste trabalho, referen-se ao resultado final, em un determinado momento, do processo migratério. Corresponden a uma variavel de estoque, @ nao de fluxo. Estimam a resultante final, emumdeterminado momento, dos fluxos migratérios ocorridos durante um certo pe riodo de tempo. Os migrantes contidos nas estimativas sao aqueles que, no perfodo en questéo, sobreviveram tanto 4 re- enigragdo quanto 4 mortalidade. Parte dos individuos que par ticiparam do processo migratério no sdo contemplados nas es fimativas e aqueles que sao contemplados nelas aparecem como individuos, independentemente do maior ou menor nimero de eta pas migratérias realizadas no perfodo em questao. jo h& nos Censos DemogrSficos de 1970 e 1980 quesito algun que inguira sobre recidéncia do individuo om una, data anterior determinada, mas apenas sobre o tempo de residéncia ho municipio e na UF. Como conseqiéncia, as informagoes cen— sitarias referem-se apenas a0 lugar de residéncia e/ou situa gao de domicflio anteriores, clasificados por tempo de resi Géncia no municipio ou UF dé destino. Isto significa que atra vés de mensuragdo direta, tem-se informagdo sobre a Gltima eta pa migratéria scorrida dentro do periodo analisado, poram ne hhun dado sobre a situagdo dos migrantes no infcio do perfo= do. Por exemplo: um individuo urbano em 1980, que declara ter residido anteriormente na zona rural de outro municipio e que tenha menos de 10 anos de residéncia na Area de destino, por mensuragao direta sera considerado migrante RXU da década, qualquer que tenha sido sua situagéo de domicilio na data do Censo de 1970. Outro ponto importante que merece atengdona andlise das 55 egtimativas por mensuragdo direta & que obviamente nela esta rao contidas apenas aquélas Categorias de migrantes aos quais foram dirigidos os quesitos sobre migragao (problema de ques tionario) e que foram cobertos no plano'de tabulagées (pr blemas de publicacao de dados). A titulo de exemplo, no. ha como incluir, nas estimativas de migragao intermunicipal, os nigrantes que retornaram aos municipios de nascimento, tanto na década 1960/70 quanto na década 1970/80. Na primeira, por auséncia de quesito no Censo de 1970, e na segunda, por’ nao terem sido publicados os dados do Censo de 1980, pertinentes ao assunto. (4) As técnicas indiretas trabalham com as populagdes resi- dentes em dois pontos bem definidos no tempo, que sao as da~ tas censitarias. Como consegiiéncia, as estimativas resultan- tes referem-se a mudangas de residéncia e de gituagao de do- nicflio entre as datas do primeiro e do segundo censo. No ca s0 dos individuos que durante o perfodo intercensitario rea- lizaram varias etapas migratérias, nas estimativas por técni ca indireta eles entrarao, quanto a situagdo anterior, comas caracteristicas de situagdo de domicflio ¢ residéncia’ ante- riores que tinham na data do censo, e nao com aquelas no ini cio da Gltima etapa migratéria. A titulo de exemplo, tomemos © individuo com a seguinte trajetéria: 1970 1974 1980 Municipio Recife Belo Horizonte Curitiba Situagao de donicflio Rural Urbano Urbano uF FE ac PR Na estimativa, por técnica indireta, o individuo acima especificado entraré negativanente nos saldos migratérios da populagao rural do Recife e de PE, e positivamente nos saldos migratérios da populacao urbana de Curitiba e do PR. Em ter= nos de Brasil, sera contado negativanente no saldo migraté- rio da populagio rural do pais e positivanente no saldo mi- gratéric de sua populagge urbana. Na mensuragao direta, o migrante em questo seré consi- derado, em uma tabela daqueles com menos de 10 anos de resi- déncia nos municipios, ou nas UFs, como imigrante UXU de Cu- ritiba, emigrante UXU'de Belo Horizonte, imigrante UXU do PR © emigrante UXU de Mc. 56 revista brasileira de estudos de populacao uando, em uma populacdo fechada, como pode ser conside rada "do Brasil, se subtrai a estinaliva de'migragso UR a década (perfodo intercensitério), da estimativa de’ migragao RXU no mesmo perfodo, anbas obtidas por mensuragao direta. nao se pode esperar que 0 saldo migratdrio resultante entre os dois setores soja o mesmo que aquele obtido através da téc- nica indireta, pois enquanto 0 primeiro se refere ao saldo das mudangas no quadro doniciliar na década, tendo en vista apenas a filtima etapa migratéria, o segundo’ se refere ao sal 40 das mudangas no quadro domiciliar em relagao a situagao 10 anos antes, Ou seja, na data do censo anterior. 4. ESTIMATIVAS DE MIGRACKO INTERNA PARA O BRASIL E ALGUMAS UNIDADES DA FEDERACAO Esta segdo apresenta_algumas estimativas de migracéo, ob tidas através de mensuracdo direta e de técnicas indiretas, para o Brasil e os estados de Pernambuco, Minas Gerais e Sao Paulo. Procurou-se trabalhar com aquelas informagoes censita rias disponiveis, consideradas mais relevantes para o estudo a migracao, e foram usados os procedinentos propostos neste trabalho: 4.1 ESTIMATIVAS DE MIGRACKO INTERNA - 1960/70 A Tabela 3 mostra os componentes de imigragdo interna na @écada_de 60 do Brasil e das trés UFs, desagregada segundo a situagio de donicflio de procedéncia ¢ destino, por dltima etapa migratoria, considerando-se migragao comd mudanga de re sidéncia entre municipios. A coluna II corresponde & imigragdo dos ndo-naturais da UF, com menos de 10 anos de residéncia na UF, referindo-se pois 4 imigragao interestadual e & imigragdo ‘internacional Ocorridas na década dos nao-naturais da Unidade. Nao esta af inclufda, por conseguinte, a parcela de migragdo interesta- dual e internacional composta por migrantes dé retorno & UF de nascimento. A coluna ITI, obtida por subtragdo entre as duas primes ras, corresponde aproximadanente 4 migragdo intermunicipal? intra-estadual dos "naturais", definindo-se estes como aque- les que j4 estavan na UF em 1560 (naturais ou nao) ou mela nasceram na década. 0 erro desta interpretagdo dependeraé de dois componente: + no esto inclufdos os individuos gue retornaran aos municipios de nascimento e residiam antes em um muni 37 Tabela 3 Componentes da imigragio, por Gieina etapa nigratdria Década de 60 Nao-Naturais do Municipio com menos de 10 anos Pernambuco iGo-Naturais da UF com menos de 10 anos de Residéncia Naturais de UF + Nao-Naturais da UF con mais de 10 anos de Residencia na UF de Residéncia na UF nos Munieipios com menos de 10 anos de Residencia ‘no Municipio B 1 mm +1- 11 XU 116.772 20.646 96.126 UXR, 38.885 8.951 29.934 xu 366.074 85.502 280.572 EAR 113.159 28.575 84.586 Total 634.890 143.674 491.216 Sio Paulo Nao-Nacura’ Nao-Naturais da UF Naturais da uy + do MunicZpio com com menos de 10 Nao-Naturais da UF menos de 10 anos anos de Residéncia com mais de 10 anos de Residéncia na UF de nesidéneia na UF nos Municipios e com menos de 10 anos de Residéncia ‘no Municipio I 1 U1 1-11 RU 950.595 391.597 558.998 UXR 242.327 67.327 175.000 XU 2.612.071, 978.080 1.633.991 BR 603.838 135.880 467.958 Total 4,408,831 1,572,884 2.835.947 58 revista. brasileira de estudos de populagao Minas Gerais Nao-Naturais Nio-Naturais da UF do Municipio com com menos de 10 ‘menos de 10 anos anos de Hesid@ncia com mais de 10 anos de Residencia na UF de Resid@nciana UF nos Munieipios fe com menos de 10 anos de Residéncia no Municipio 1 ur Ube t- i XU 253.914 22.317 231.597 UXR 115.988 17.959 98.029 uxu 860.906 118.937 741.969, RAR 275.842 43.801 2321041 Tora 1,506,650 203.014 1.303.636 COREL Brasil Nao-Neturais Nao-Naturais da UP _Naturais da UF + do Municipio com com menos de 10 Nao-Naturais da UF menos de 10 anos anos de Residéncia com mais de 10 anos de Residéneil na UF de Residénciana UF nos Muniefpios e com menos de 10 anos de Residancia no Munietpio z cd ur=.- IT RU 2.970.946 1.096.621 1.874.323, UXR 1.273.137 455.883 817.254 xu 8.625.703 3.454.047 5.171.656 RR 4.916.572 2.877.424 21039148 Total 17.786. 356 7.883.975, 9.902. 381 Conclusae 50 cipio da uF; b. estao incluidos os migrantes de retorno da UF que se dirigiram para outro municipio que nao o de nascimen to. © Censo de 1970 indica que dos nfo-naturais que entra- ram na UF na década de 60, 13.037 mudaram de municipio. den- tro do Estado de PE, 22.422 em MG e 215.933 em Sao Paulo (Ta bela 33 do Censo). Considere-se esta migragao intra~estadual de "ndo-naturais". Tomando-se o total da Tabela 3 como _cor- respondendo aproximadamente ao movimento intra-estadual de “nao-naturais", ter-se-a uma medida aproximada de migragao in termunicipal/intra~estadual na década, por Gltima etapa, de 504.253 em PE, 1.326.058 em MG e 3.051.880 em SP, 0 que cor- responde 4s sequintes proporgoes da populagao , residente en 1970: 9,88 (PE), 11,5% (MG) € 17,28 (SP). A Tabela 4 apresenta para o Brasil e as trés UFs um con junto de estimativas de migracdo interna, obtidas por mensu- Fagdo direta e através de técnicas indirétas. Como j4_ se chamou atengdo, as estimativas por mensuracao direta nao sdo diretamente comparaveis aquelas produzidas pe las técnicas indiretas, pois, enquanto as primeiras se refe- xem d Gltima etapa migratéria dentro da década, as dltinas correspondem 4 modificacao de residéncia e de Situagao de do micilio, tomando-se dois pontos fixos no tempo, que, no caso das estimativas da Tabela 4, sdo 19 de setembro de 1960 e 19 de setembro de 1970. © primeiro subconjunto de colunas se refere A migragéo interestadual dos ndo-naturais da UF. Na verdade, a migragao interestadual foi maior, pois ndo estao af inclufdos os m= grantes de retorno para’a UF de nascimento. Para este subcon junto, a informagao de situagao do domicflio corresponde asi tuagao em que se encontravam'os migrantes interestaduais da década, na data do Censo de 1970. Nao significa que, ao. fa~ zer a migragdo interestadual, tenham necessariamente se diri gido ao setor urbano ou rural, tal como descrito na tabel Isto se deve ao fato de que uma proporgdo deles mudou de mu- nicipio e de situagao de domicilio depois de chegaren 3. UF, havendo apenas informaggo quanto a situagdo de domicilio no municipio de residéncia anterior. Neste subconjunto, os niimeros correspondentes a urbano (ou rural) nao significam que os migrantes tenham tido proce déncia rural (ou urbana), mas apenas que eles, na data do Cen so de 1970, estavam residindo no setor urbano (ou rural), qual 60 revista, brasileira de estudos de populacao quer que tenha sido a situagao do domicflio anterior. © segundo subconjunto de colunas refere-se as mudangas no quadro domiciliar, englobando tanto a migragao inter quan to intra-estadual. Nao estao ai inclufdos os migrantes de re torno para os municipios de nascimento. Examinando-se_os dados agregados para o pais vé-se que, de um total de 17.786.356 pessoas que om 1970 tinham mudado de municfpio durante a década, em termos de Gltima etapa mi- gratéria, havia um saldo entré os movimentos UXR e RXU de ape, nas 1.697.807 pessoas em favor do setor urbano. Aprimeira co luna da tabela anterior (n@ 3) mostra que do total de 17.786.356 migrantes, 2.970.944 haviam feito o movimento RXU, 1.273.137, UXR, 8.625.703, UXU e 4.916.572, RXR. Bm termos de altima eta pa, os grandes’ fluxos s¢ deram no sentido UXU @ RXR. Nas estimativas indiretas, através da taxa de crescimen to vegetative, causa estranheza o saldo migratério (SM) nega tivo de 646.850 pessoas, para o Brasil como_um todo, corres- pondendo necessariamenté ao saldo da migragio internacional. Ao se comparar para o pais os SMs estimados por taxa de cres cimento vegetativo e taxas intercensitarias de sobrevivéncia, pode-se inferir que provavelmente estas produziram, parao pe riodo em questao, melhores estimativas, com um saldo externo de apenas 9.597 pessoas, que deve estar mais perto da reali- dade, pois a populagdo brasileira, na década de 60, deve ter sido’ praticamente fechada. Nas estimativas de saldo migratério para o pais e UFs, obtidas pelas relagces intercensitarias de sobrevivéncia, fo ram colocados entre parénteses os saldos que incluem os efe! tos diretos_e indiretos estimados por meio das relagdes’ crian gas/populagdo da populagao de procedéncia, no caso do urbano, € da de destino, no caso do rural, como 34 discutido anterior mente na Secéo 2. Os saldos verdadeiros devem estar entre os dois valores e para o total tomou-se a média dos saldos omca da setor. As estimativas obtidas através da relagdo intercensita— ria de sobrevivéncia do pais e dos naturais das Us, de modo geral nao apresentam discrepancias muito grandes. AS primei- ras so mais sensiveis 4os erros de declaragdo de idade e va riagao de cobertura censitaria, enquanto os dltimos dependen muito do grau de igualdade entfe as fungdes de mortalidade dos residentes e dos naturais de uma UF. (5) Nao ha nesse mo mento, indicadores que permitam um juizo sobre qual das duas técni¢as produziu melhores estimativas. Tabela 4 Brasil . Divetsas estimativas de migragio interna Década de 60 Mensuragio diate Wio-Retucale da UF Maange eo quadvo donieit (migragae tnterestadval) Gatefects “iatermun, aa UF) 1 . om 1 . o 4.550.668 3,909,990 640.738 11.596.647 9,898,840 1.897.807 b= murat 3.333,07 3,974.065 040.738 6.189.709 7.887.516 1.697.807 en Toca 7.883.975 7.888.975 ° 17,786,386 17.786.356 ° Persanbuco ‘8 Urbano 106.08 ~ - sores : = Rural arse a asa = S Total W366 76.918 -92.28 634.090 = - 8 Wibene mana = 5 ramen = - b= Racal e170 = . soe = - = Total 203.016 1.366.151 -LUML1S. 1.506.650 = . Sio Favlo fe Urbano 1.369.677 = - 3.362.666 = - Rava 203,207 = e mu.16s = - e-Totl 1.572 661.699 gli 4.to8.8en = : Fonts Censos Denograficos de 1960 e 1970 * Fungdes de fecundidade e mortalidade adotadas: Carvalho, 1978. # Nas estimativas entre parénteses os efeitos diretos e indiretos foram calculados usando a relagao criangas/populagio observada revista, brasileira de estudos de populacao ssbrevivincia dow aaturalest Mio inclufée Inclusive Wao inciufae veretacive faite ‘efeica feito indirero tedtrete indireto _ indiseto = Urbano 12.426.859 —10.752.483 12.469. - . 1.8: 550) L898. = murat 13,073,709 12.408.953-19. 005. . - C10r742 a8) 1214594 = Total ~646.850 3.597 ae = Urbano 398.001, 977.907 443.569 733, 409.395 330962) (487.982) 36n) —336"408) 769.08, 632.760 n78h.652 603.459 815.066 607.976) 7521084) 977540) C6028 -371.694 25.943 300.927 295.479 365.495 1,091,526 96.251 1.085. 162 1.086.152 7s'99) aise! Pay h164789) 2.840.019 2.937. 183 ~2.820!663 2.498, 302) 2162/65) -1. 768.499 ~1.385. 770. 1.597.190 4.481.031 3.898.116 4.456.664 9.777.250 4,318,090 GM! G'SKLIS1y 1013. b05) 793.85) m2 73.057.367 -2.674.946 -3.152.092 2.448.139) C2743) C2'5511721) C2°665.151) 1.706.820 191.347 1.784.408 1,292,194 2.547.959 Um ponto importante ha de ser examinado aqui. Enquanto tanto as estimativas de SM por taxa de crescimento vegetati- vo e de relagdes intercensitarias de sobrevivéncia apontam pa ra um SM negativo da populagdo rural entre 12,5 e 13 milhdes de pessoas, na década de 60, a mensuragao direta de mudanca no quadro domiciliar na década indica um SM negativo em tor- no de 1,7 milhées de individuos. Esta diferenca enorme & explicada pelos seguintes fato~ 1 - na mensuragdo direta nfo estdo includes os efeitos indiretos da migragao. Para efeito de compracdo de~ ve-se, pois, tonar'as estinativas da técnica de re- lagoes intercensitarias de sobrevivéngia, que nao in clit os efeitos indiretos, que indican un SH negatt vo en torno de 11 milhoes de pessoas; 2 - a mensuragao direta refero-se apenas @ Gltima etapa nigratéria. Inineras pessoas, que, em 1960, residian na drea rural, fizeran durante a década migragao RXU © posteriornente UXU. Nao ha como estimar o seu no- mero, por mensuragao direta, dada a natureza dos da dos do Censo de 1870; 3.- a mensuragao directa ndo inclui a migragio intramuni cipal entre os setores de domicilio, que, no entan= to; & levada em conta nas estinativas indiretas. 13 to'deve subestimar em proporgao significativa a es timativa do saldo migratério entre os setores, pois provavelmente parcela importante do movinento RMU se a8 dentro dos prprios municipios. 4.2 ESTIMATIVAS DE MIGRAGKO INTERNA - 1970/80 A Tabela 5 mostra os componentes da imigragdo, por Glti ma etapa migrat6ria, entre os setores de domicilio, na déc da de 70. Ela @ do mesmo tipo da Tabela 3, da década de 60, porém in¢lui a migragdo intramunicipal. © total da coluna V corresponde, em cada UF e no pais co mo um todo, ao niimero de pessoas, entre os residentes recen= seados em 1980, que na década fe2 pelo menos uma etapa migra toria, (6) af inclufdas as que realizaram migragdo intramuni cipal’entre os setores de domicilios, apés levar-se em consi. deragao o problema de dupla contagem. Em Pernambuco, de un total de 6,141,993 habitantes, em 1980, 1.110.690, ou seja 18,18, realizaram pelo menos uma eta migratéria ha década de 70, dos quais 260.766 0 fizeram den= 6 revista brasileira de estudos de populacao tro dos préprios municipios, correspondendo a 4,3% da popula cao total. Bm Minas Gerais, de uma populago total de 13.378.553 pessoas, em 1980, 3.088.464 pessoas (23,18) sao migrantes na aécada,‘sendo que 1-087.404 (8,18) migraram dentro dos pré- prios municipios de residéncia. um So Paulo a populacdo residente om 1980 era de 25.040.712. Destes, 7.106.715 (28,48) fizeram na década de 70 algum tipo de migragao, sendo que'1.375.258 (5,58) o fizeram dentro dos municipios de residéncia em 1980. Qs dados agregados para o pais mostram que, para uma po pulagéo residente, em 1980, de 119.002.706 pessoas, na déca> da de 70 um total de 28.696.577 (24,1%) efetuou pelo menos uma etapa migratéria, sendo que deles, 6.930.761 (5,88) reas lizaram a Ultima etapa migratdria dentro dos préprios munici pios onde residiam. Da populagdo residente em 1980, os imigrantes interesta d@uais da década (coluna II), excluidos os de retorno a UF de nascimento, correspondem a 3,18 em PE, 3,08 em MG, 12,28 em SP e 7,28 Ac pals como um todo. A migragio intra-estadual, na década, dos “naturais" da UF (coluna TiI), considerando Gomo tal aqueles que nela ja re sidiam em 1970 ou que nela nasceram durante a década, como Proporgdo da populagao residente em 1980, corresponde aproxi. madamente a 12,38, em PE, 14,38, em MG, 13,98, em SP e 12,93 no Brasil. Os diversos tipos de migrantes na década de 70, como proporgao da populagao residente em 1980, sio mostradds na Ta bela 6. Na década de’ 70, amaior proporgao’ de imigrantes em SP; 28,48, & devida a alta’proporcéo de ‘imigrantes interesta- duais, 12,2%. J MG apresenta una maior mobilidade interna, pois de sua populacdo em 1980, 8,18 sao imigrantes intramuni cipais e 14,38 "naturais" intra-cstaduais. Deve-se observar que na Tabela 6 a percentagem corres~ pondente ao total é menor do que a soma referente aos imigran tes intramunicipais, "naturais” intraestaduais e interest: duais. Isto se deve ao fato de que parte dos imigrantes in- termunicipais ("naturais" intra-estaduais e interestaduais) também sao imigrantes intramunicipais, tendo havido no total, como 4 discutido, ajustamento por dupla contagem. 65 Tabela 5 Componentes da imigragao, por Gltima etapa migratoria Década de 70 NGo-nacuraie WGo-waturais Glaturais da UF + Inigrances Taigrantes oe Maniclpio NaorNaturaie da UF tatraguatel- por ditias om mene de com mais deiOanos pais da "etapa da 10"anos dee Ge resldfscia an “dead ‘agenda sdGncts noe 1 uw us t- 1 Ww veqeonew oy zireia 33.208 18.613 305.377) 380.219 oe 99.303 13,218 85.085 55.988 138.662 om e798 110,474 362.477 5 446.597 mR 130.395 31.409 118,984 : 145.278 Total 940.463 188.302 752.159 260.766 1.110.690 Si FAI Mio-Maturais (laturcis da UF + _inigrantee da UP comme Wao-taturals de UF Tacramaiei- por ditins hos de 10 com uals ge 10en0s pale da Sideneia nos doncia na UF UF)coa ence de 10 wontetpios snot de residiscta 1 n uret-1 w v= ceonert BY 1.657.208. 1.105.011 92.197 pare 2s4ai8 oe 251.063 74.608 177.254 260.970 419.737 wy 3.848.938 1.605.079 2.243.459 3.647.579 mR 570.013 197.928, 372.085 524.985 Total 6.528.022 3.043.027 3.484.995 1.975.258 7.106.719, + Congo Denogratico de 1980 - Dados Gerais pais. Ajustamento por dupla contagen (migrantes na década ao mesmo tempo inter ¢ intramuni revista, estudos de populacao 1 n ur- 1-1 Wve ceomey a 59.287 62.456 06.003 343.110? 1.416.806 om, tio.016 23.484 86.532 146.296 219.876 wy 1,230,010 262.586 967.424 - 1.158.396 Bak 304.990 47.376 237.616 - 233.388, Focal 2.314.313 395.098 918.45 1,097,406 3.088.464 ‘sor dancia na UF UP)cos menos de 10 wendetpios fteoa de residincia 1 1 niet-1 w ca-osyerv" mu ~«G.282412 2.481.183 wane 5.263.269 10.192.208 1.306.483 443.168 01.335 1.667.498 2.729.256 wm 11948168 4,496,336 1.451.836 11,540,098 RAR 4.362.078 1.446.790 2.915.206, 4.234.225, Total 23.907-101 6.567.455 __15,339.606 6.990.761 2.696.577 brasileira de or Tabela 6 Imigrantes da década de 70, como proporgio da populagio residente om 1980 ~ (z) Inigrantes Inigrantes iaiseances Inigeantes seg, intramunicipais intra-estaduais interestaduais Pernambuco 43 12,3, 31 18,1 Minas Gerais 81 14,3 3,0 23,1 So Paulo 5,5 13,9 12,2 28,4 Brasil 5,8 12,9 9,2 241 Fonte: Censo Deuografico de 1980 - Dados Gerais A Tabela 7 apresenta diversas estimativas de migragao in terna na década de 70. Ela é do mosmo tipo da Tabola 4, refe rente 4 década de 60. A Gnica diferenca é que para a década de 70 foi possivel incluir, na mudanga no quadro domiciliar, a migragao intramunicipal. Enquanto na Tabela 4, para a década de 60, por mensura~ gio direta, havia indicagéo de um saldo negativo da popula- ¢a0 rural brasileira em torno de 1,7 milnes de pessoas, nao inciufda a migragao intramunicipal, © de aproximadanente 11,5 milhoes, por estinativa indireta (Goluna relages invercensi tarias de Sobrevivencia, ndo incluido efeito direto), ja, na Tabela 7, referente & década de 70, os saldos sao respective mente en'torno de 7,5 milhdes de 14,5 milhées, 34 agora in cluida, na mensuragdo direta, a migragao intraminicipal. Em relagio 4 década de 70, pode-se afirmar gue a grande diferenga entre as duas estimativas, que, como ja visto, cor, respondém a conceitos diferentes, &’devida, em termos de sal do, & populagao que em 1970 era rural (urbana) e que, duran te’a década fez uma etapa RXU (UXR) e em seguida pelo menos uma etapa UXU (RXR). Este saldo corresponderia a aproximada- mente 7,0 milhdes de pessoas (14,5 milhoes - 7,5 milhdes) . Quando se comparam as estimativas dos saldos_ migraté. rios, incluidos os efeitos indiretos, obtidos através das tres técnicas indiretas, para a década de 70 (Tabela 7), observa- se haver muito maior discrepancia entre eles, do que quando revista brasileira de estudos de populagao da andlise das estimativas da década de 60. Bm uma an@lise preliminar, pode-se fazer as seguintes ob servagoes, tendo em vista explicar tao significativas dife- rengas: 1 - quanto as estimativas obtidas através das relagdes intercensitarias de sobrevivencia dos naturais, uma hipdtese € de que teriamaumentado, entre as décadas de 60 © 70, as di ferencas dos niveis de mortalidade entre os naturais ¢ resi- dentes das trés UFs. Trata-se, no caso, de dois estados alta mente expulsores de populagio, PE e MG, e de um, SP, grands receptor. Por outro lado, é possivel que as informagées, no Censo de 1980, sobre UF de nascimento, por razoes de anostra gen, apresentem menor qualidade que aquelas do:Censo de 1970; 2 ~ as diferengas entre as estimativas obtidas por cres cimento vegetativo ¢ relacoes intercensitarias de sobreviven cia do pais nao podem ser explicadas, pelo menos em propor go significativa, por discrepancia do nivel de nortalidade da UF, implicitos nas duas técnicas, pois, om ambas, foi ado tada_a mesma tabela de sobrevivéncia. f provavel que a. dis= crepancia, entre os dois tipos de estimativas, seja explica- da por uma ou varias das seguintes hipdteses: a - erros na distribuicdo etaria dos Censos de 1970 e/ ou 1980, que causariam distorgées diferentes nas es timativas de SM, conforme a técnica usada; b - erros de distribuicao etaria em 1980 relativanente importantes nas populagdes abaixo de 10 anos, nas Us em questao, gue teriam como conseqiéncia erros substanciais nas relagdes criangas/populagao e, con seqtentenente, no c&lculo dos efeitos diretos ¢ in- diretos nas estimativas através de relagdes inter- censitarias de sobrevivéncia do pais; © - erros nas estimativas de fungées de fecundidade das UFs estudadas, tendo como conseqtiéncia distorgoes no CAlculo das suas taxas brutas de natalidade e nos SMs obtidos através das taxas de crescimento vegeta tivo; @ ~ grandes discrepancias de erros de_distribuigio eté- ria_en 1970 e/ou 1980 e de variagdo de cobertura cen sitaria entre os dois censos entre o pais como un to do e os setores (Re U) das trés UFs, o que levaria a erros nas estimativas dos ss pela técnica de re- lagdes intercensitarias'de sobrevivéncia do pais. (7) Tabela 7 Diversas estimativas de migraio Década de 70 Mensuragio dizeta Wio-Hatorais da UF Modaaga no quedro dosiciliae Gnigragio intarestadual) (interested. sTntreent, + hottan.) 1 ® = 1 : = ‘Urbano 21,733,106 14,270.46) 7.462.961 6.963.471 16.426.433 | -7.462.961 28,696.57 28.696.577 824.750 = - 20s. : 194.976 657.585 463.209.110.680 - - 275.2020 . singe = 5 403,564 1.252.066 s.0ss.use - = Urbane 6.161.997 e b= Rural rea : er Total — 3.013.385 144.075 2.269.908 7.106.719 = - Fonte: Consi-s Denopraticos de 1970 e 1980. % Funges de fecundidade © mortalidade adotadas :Carvalho e Pinheiros,s.d. WF Nas estinativas entre paréateses of efeitos diretos e indiretos foran calculados usando a relagio criancas /populagae observada no outro setor. 0 BE x Tetinativas Todivee Wao inciufde sndireto Tnelusive indieto revista brasileira de estudos de populacao Said Kigratariow Relagies Uncerceositirias Relagies ineercensitirias de fa, ajuseadast® sobrevivineis doe nacuraie™® Tnclufde Inclusive indireto indireto nscbuco e Total a Urbano. b= Rorst c= Torat -16.606.917 287.020 423.437 670.685 1 448.525 2.826.667 HLea76.142 4.793.722 3.059057) -15.046.089 13981360) -7.068 261.551 ans -or3.972 632.868) 387.063 -2.579.770 2053:518) 1.259.671 4.573.446 6.830.059) -1.450.008 239.138) 4.122.638 18195. 265) 10,208.17 16:000/324) =7.068 288.760 10.070) 247.492 815.368) ~592.006 1.377.764 24381150) 067.169 793.577) -1.522.413 5.219.935 6.690:300) 1.693.722 15561:625) 9.526.113 ase. 175.493 cie2i772)——iae!022) 822569) 696.253 1.377.906 1,562.34 1462402) (1638908) 14.635 2.882.778 6212635615) 216261596) 936.971 -1.123.06 4.702.536 6.362"189) 5.352.901 225.025) 429.209 1.356.525) 3.499, 806 3.906, 889, n 5. CoNcLUSKO Este estudo nio foi exaustivo em relagio s possibilida des oferecidas pelos dados dos Censos de 1970 e 1980, no to= cante ao estudo das migragées internas, ¢ avangou muito pou- 60 no que concerne 4 qualidade das informagdes: © trabalho que resta aos pesquisadores nesta area é ain da imenso e requer urgéncia, pois de un lado é de maior rele, vancia um melhor entendimento do processo migratério no pais , por outro, ha de se fazer uma avaliagdo sobre o resultado do esforgo havido nos Gltimos censos no sentido de se incluir um niimero crescente de quesitos sobre o tema, tendoem vista, inclusive, sugestées para o préximo Censo Demografico dé 1990. As Sugestdes nado devem se limitar 4 inclusdo ou exclu- sao de quesitos, mas também devem se referir ao plano tabu- lar, para que sé possa tirar o maior proveito, a nivel de and lise, das informagées censitarias. Notas 1, HA um problema quando se deseja tonar os migrantes commenos de 10 anos de residencia, pois no préprio questionario do Censo una das alternatives dadas aos respondentes € 6 a 10 anos. Nor malmente os pesquisadores tem tonado 4/5 das classificadas ne ta alternativa como correspondendo aquelas com tenpo de resi: déncia de 6 29 anos. 2, Hi nos dados publicados do Censo de 1980 tabela que perpite o calculo de ndo-naturais da UF, por tempo de residéncia, porém sem discriminagao do lugar de residéneia anterior (UF). 3. Sobre as técnicas indiretas, vantagens e desvantagens, vejai United Nations, 1970 e Carvalho, 1982. 4, Neste caso haveria a alternativa de se obter cabelas especiais. 5. Ver Carvalho, 1982, ©. Mio estio inclufdos os que retornaran ao municipio de nascinen to, 1a permaneceran endo mudaram no quadro doniciliar 7. Para discussdo do impacto destes erros nas estinativas, veja Carvalho, 1982. revista, brasileira de estudos de populacao REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CARVALHO, J.A.M. de. 1978, Fecundidade e mortalidade no Brasil ~ 1960/70, CEDEPLAR, Belo Horizonte. CARVALHO, J.A.M. de. 1982. Migragdes internas - mensuragao di reta'e indireta, Revista Brasileira de Estatistica, Rio de Janeiro, 43 (171): 549-63, (Também publicado in’ Anais ST Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Sa0 Paulo, 1581) CARVALHO, J-A.M. de. © PINHBIRO, S.M.G. s.d. Fungdes de fecun didade ¢ tabelas de sobrevivéncia do BrasileUnidades da Federacao. CEDEPLAR, Belo Horizonte (no prelo) . LEE, E.S. et alli. 1957, population redistribution and_economic rowth, United States, 1870-1950-The Anevican Philosophical Sgetety, Philadelphia, Vol~ I. MARTINE, G. 1984. "Cs dados censitarios sobre migragées in- terhas: evolugao e utilizacao". Trabalho apresentado no IV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Aguas de Sao Pedro, outubro de 1984. UNITED NATIONS. 1970. Methods of measuring internal migration. Manual Vi, St/soa/Series A/#7; Bopulation Studies ne 47. New York, United Nations. ABSTRACT - INDIRECT ESTIMATES AND DATA ON MIGRATION IN BRAy ZIL ~ In the 1970 and 1980 demographic censuses there are se veral data on the phenomenon of migration which eo far have been little explored. The 1980 census introduced now items and its tabulations have not adopted exactly the sane crite ria that vere used in the 1970 census, thereby posing pro~ blens of data compatibility and comparability over tine. Pro cedures are suggested to minimize the lacunae. The principal improvenont in 198) was the introduction of an item concern ing intra-sunicipal migration. However, the results refer to accumulated migration.,A procedure is proposed to estinate the intra-municipal migration during the decade, and to add it to estimates of other types of migration, in order to avoid double counting. Internal migration estimates for the 1960's and 1970" are presented for three States (Pernanbuce, Minas Corais ¢ $0 Paulo). Special attention is paid to the different concepts implied by estimates obtained through direct and indirect measurement.

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