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Quinta-feira 20 de Maio de 1954 ‘rbae# qxeplareoanasclan-o gratalamente, SUMARIO Minletrios do Ultramar das Comunicagdes: Decreto-Lel n.° $9672— Aprova o novo Cédigo da Estrada — Rovoga detorminados diplomas o ainda toda a legistasio vigent tas proviceiss ultramatinas sobre matérias regula ido codigo. MINISTERIOS DO ULTRAMAR E DAS COMUNICACGES Deoreto-Lel n." 89672 I Consideragdes gerais 1. A obra de renovagio © ampliagio das redes de estradas levada a cabo pelo Estado Novo contribuiu, em nio pequena medida, para o grande aumento de {eifogo rodovidrio verifcado nas dkimas dune déoadas, Para so avaliar deste aumento basta dizer-se que 0 ni- mero de automéveis actualmente em utilizagio excede © quintuplo do que existia em 1926. ‘or outro lado, os progressos da técnica vém deter- minando, com a ‘introdugio nos veioulos de sucessivos aperfeigoamentos, um acréscimo de peso, volume, velo- cidade © outras caracteristicas, que, além dos proble- mas ligados & construgio ¢ conservagio da via, suscita outros, de nio menor acuidade, que constituem objecto das leis do trinsito. ‘Acresce que no 86 estes problemas se agravaram ¢ multiplicaram nos ‘iltimos anos, por forma a instante- mente exigirom a adopefio de novos principios ¢ novas regras, como a evolugio do tréfego © das necessidades a ele Tigadas levou & publicagfo de um sem-nmero do diplomas que, alterando e derrogando em muitos passos © Decreto n.* 18406, actual Codigo da Estrada, eriam rao extrangeire ulttamaracese 0 porte 1. Série —Nimero [10 DIARIO DO GOVERNO PREQO DESTE NUMERO— 6$80 ao intérprete as dificuldades que sempre acarreta uma grande dispersio legislativa. ‘No ultramar & multiplicidade de disposigdes soma-se a diversidade de critérios em vérias provincia ultra- marinas. Ouiro factor a ter em conta é sem diivida o grande impulso hoje registado no tréfego internacional, que faz com que se caminhe no sentido de uma regulamen- tagio quanto possivel uniforme do transito e tem levado ‘i adopgiio de novos convénios, a que o Pais enoontra em vias de aderir. npreende, portanto, que, datando de 1930 0 e6iigo vigente na metrépole ¢ sendo em parte ainda mais ‘antiquada a correspondente le ultrama- se encontrem de hé muito ultrapassadas as normas que informaram a sua elaboragio. Urgia, pois, reunir num ‘inico diploma a numerosa legislagio oxistente em matéria tio delieada, enqua- drando as suas disposigdes, com as miltiplas inovagoes introduzidas, no sistema de prinefpios a que se enten- dou dever sujeiter 0 intense tréfogo rodovidrio. dos nossos dias. ‘Longo e cuidadoso estudo, apoiado em ampla con- sulta, tanto na metrépole como no ultramar, aos orga- nismos e entidades que de uma forma ou de outra re- Brosentam actividades ligadas a ente importante osstor nacional, precedeu a publicago do presente diploma, na feitura do qual houve o cuidado de néo esquecer, & luz embora das necessidades particulares do nico trdnsito, os ensinamentos clhidos da experi alheia. 2. A ordem © a seguranga do trinsito constituem, sem diivida, uma condigio vital para a realizagio dos fins da sociedade; e 0 grau a que se chegou na com- binagiio de forgas e de interesses a ele ligados justifica, e até impée, uma regulamentagao jé muito distante dos prinojpios gerais que tutelavam a vida pacifica e esté- fica dos tempos em que foi publicado 0 Cédigo Civil. ‘As especialidades que se impdem a tio importante sector da actividade humana podem consistir num sis- 510 I SERIE—NOMERO 110 tema repressivo-reparador, complemento légico e ne sério de uma eério de regras indicativas de conduta, on entio num sistema que condicione o exereicio de certas profissdes ou actividades ou permita o uso de medidas especificas de seguranga, como prevengio con- tra a suspeita da violagdo dos direito coisas, tem de concluir-so que 46 num sistema: misto, em que ambas as formas de protecgfo se conjuguem, seré possivel encontrar um comando satisfatdriamento regulador deste ramo de actividade, Nertes termot, o Oftigo da Estrada quo ora ae gu- blica contém regras indicatives do modo de proceder nas vias piiblicas por forma a respeitar os interes gitimos em conflito ou a exercer os préprios direitos como complemento, regras de responsabilidade —as- pecto este em quo se toca também o direito proces- sual—, estabelecendo ainda a disciplina do exereicio do certas actividades, como eejam a condugio de vel- culos e 0 seu ensino, 0 criando medidas de seguranca que se repulam importantes para uma efeas prevengto contra a violagio da ordem juridica. 3, Tendo-se reconhecido de boa doutrina que o mesmo cédigo abrangesse todo o territério nacional, houve que nele acautelar certes particularidades deri- vadas do condicionalismo existente em algumas pro- vineias ultramarinas, embora afirmando, sempre que possfvel, uma unidade de critério e de métodos que convém cada ver mais consolidar e desenvolver. Para aguele efeito se introduziram, além do preceito que permite aos governadores fixar multas conforme as irounsténcias peculiares de cada provincia, disposigles jeciais para o ultramar, constituindo um titulo do eddigo. Através dos seus varios mimeros se regulou a equivaléncia de designagées —que seria fatigante © monétono repetir constantemente no corpo do texto—, o alargamento dos poderes de fiscalizagio a organismos vérios, a manutengio do sentido do transito pela es- querda no Estado da India, om Mogambique e em Ma- cau, as medidas restritivas do dimensdes e peso dos vei- culos, reservas quanto Uterdrias dos condutores chineses de » disposigies especiais para responsabilizar os proprietérios pales transgressdes evitar agsim a quase imunidade que para eles results- ia 0 os transgressores fossem indigenss, © outras li geiras disposig6es exigidas pela legislaglo que vigora no ultramar. Com tio pequenas alteragies conseguiu-se adoptar para, todo. territerio, metropotiteno © ultremarizo © mesmo cédigo, sem 0 tornar complexo e com evidente beneficio para a unidade nacional. Ir Regras de transito e caracteristicas dos velculos 1. A medida que o tréfego resco —prineipslmente 0 tréfego automével— © surgem inovagées de ordem técnica que possibilitam uma utikizagio mais ampla dos veiculos, nasce também a necessidade de definir com mais precistio, em novas regras de conduta, © comporta- mento a exigir aos diferentes ueudrios da estrada, Desta forma, os aperfeigoamentos introduzidos nos meios de locomogiio e nas préprias vias, 20 mesmo tempo que impelem, por vezes, 0 legislador @ um certo afrou- xamento nos’ limites impostos & ona utilizagio, deter- minam, por outro lado, nfo 6 a oriagio do um regis de responsabilidade mais severo © de wm condiciona- mento mais apertado da condugio dos veiculos como também a adopeio de normas mais complexas de pro- codimento que, provendo mais minuciosamente as di- verses situagdes possiveis, reduzom a um minimo com- pativel com 03 novos recursos as condigdes favordveis 8 acidentes. Atente-ee, por exemplo, no que se passa com 0 die- cutido problema dos limites de velocidade. Vai longe ‘© tempo em que o nosso primeiro regulamento do trén- sito automével (1901) limitava o andamento desta es- sécie de veiculos dentro das povoagies & velocidade oréria de 10 km, Em 1928 — data do primoiro C6di da Estrada — este limite era alangedo para 30 km. Em 1930 elevava-se o limite a 50 km nos locais em que a in- tensidade do tréfego 0 permitiseo’e, finalmente, 0 pre- sente diploma fixa essa velocidade em 60 km por hora, Em contrapartida, correspondendo a maior velocidade maior perigo para os que ¢o utilizam da via, o condutor, lém de ficar sujeito a um regime que o obriga a prestar maiores garantias de idoncidade para conduzir com ga ¢ The agrava a responsabilidade em caso de acidente —a tal ponto que o homicidio provocado por excesso de velocidade pode ser punido em termos que 50 aproximam dos do crime voluntério—, passa a ter de Choervar também maior ‘numero de regras de conduta, resultante de uma individualizagio mais cuidada dos casos em que deve moderar-se a marcha do veiculo. Besta, de um modo geral, a faigto das inovagdes in- troduzidas. Nao se esqueceu, porém, aqui a necessidade de nio cair em pormenorisagdes exageradas que tornas- om extenso ou complexo em demasia um diploma que ‘0 destina a ser lido por toda a gente. Esta foi, de resto, yreocupagio dominante do legislador, que, dentro dos limites impostos pelo necessério rigor técnico, diligen- ciou encontrar na singeleza da forma e do sistema adop- tado motivo de atraceio ¢ de estimulo para mais vasta divulgagio do diploma fundamental do transite. 2, Também no que respeita aos requisites © caracte- isticas dos veiculos houve que alterar 0 quo existe, Nao 06 porque, elas razies invocadas, so impée criar novos moios de impossibiliter a ofensa dos interesses juridicamente protegidos, como também porque diaria- mente eurgem novos avangos de ordem técnica, eujo aproveitamento importa disciplinar, com vista ao bem comum. ‘Também aqui ce nota, dentro dos mesmos limites, corta hipertrofia das regras fundamentais Sobre iluminagéo, travdes, rodados, motores, inscrigdes, acessérios, ete., teve de so ampliar a regulamentagio em vigor, na medida 4m que 0 Goterminafom ne ova ges téomioas introduzidas. Quanto ao primeiro aspecto, por exemplo, enquanto no inicio se no exigia sequer qualquer luz a reta- osrda dos veioulos, impoo-s hoje a instalagio de duas luzes vermelhas em muitos deles e, em todos, a aplica- gio de reflectores da mesma cor, destinados a assinalar & sua presenga de noite em caso do avaria no sistema de iluminagio. Os vefculos automéveis, que no ‘principio do séoulo tinham de trazer apenas duas lanternas a frente, aparecem hoje com numerosos aparelhos humi- noses, de instalagiio obrigatéria ou facultativa: luzes do cruzamento, sinal de travagem, sinais de mudanga de direcgio, fardis de marcha atrés, projectores de orien- tagio manual, etc., tudo matéria que exige regulamen- tagdo adequada 20 bom ordenamento e equilibrio do transito. Resta acrescentar que numerosas alteragées introdu- sides nesta matéria se destinam a eatisfazer, nos termos indicados, as normas dltimamento adoptadas no dominio internacional. 3. Nao posstvel enumerar aqui todas as inovagies que houve de fazer neste capitulo. Mas, de entre elas, 20 DE MAIO DE 1954 ‘um on outro ponto de pormenor justifica uma breve nota do esclareoimento. . i Principiemes pelo jé referide problema da reloci- dade. Pelo regime até agora vigento fixavam-so taxati- seasiate 02 Heajtes méaimas de velosidade dentro dae Tocalidades, nada se estabelecendo todavia quanto a es trada, em que, exoepgio feita aos automéveis pesados, apenas ee estabelociam restrigdes de ordem geral. ‘Um e outro principio se manéém no presente diploma. ‘Apenss ce julgou necessério permitir que os servigos competentes fixem um limite de velocidade nas vias de grande tréfego © om todas aquelas em que as oaracte- Tisticas de construgio 0 aconselhem. “Também se julgou oportuno estabelecer, & semelhanga do que ja hé algum tempo se vem fazendo com os vofoulos - dae forgas armadas, limites diferentes de velocidade, consoante so trate da estrada ou das vias urbanaa. ‘Foi também devidamente ponderado 0 problema da prioridade de passagem. ‘A ecto respeito nfo falta quem, na razio, defenda 0 critério baseado na diferenga entre as vias de grande ¢ jue so itinerSrios principais das que 0 no so, cobretudo se se pensar em que inte- yessa principalmente conbecer nfo a categoria da es- trade om que se transits mas a daquela em que se vai entraz. O problema poderia em parte solucionar-se pela \dicagio, no plano Jegal, de alguns dos principal: itinerdrios, com prioridade absoluta, se a Convengio de Genebra de 1949 nao impuscsse a sinalizagdo de todas as vias a que esse regime é aplicado. Ora semelhante solugio nao pode, por ora, ser adop- tada com a extensio necesséria, pois que, sobre ser ‘extremamente dispendiosa e de execugio demorada, a Gosaconselha a circunstineia de se encontrar presente- mente em estudo um novo sistema de sinalizagio das vias piblicas. ‘Como uma solugéo hibrida se nfo mostrava, por outro lado, aconselhével, por trazer porventura maiores in- convenientes, houve que enveredar pela nica que 30 egistador so afigurou garantir a necesséria certeza ¢ seguranga: a da posigde relative dos vefculos, com prioridade para os que se apresentem pela direita. Re- Comhecendo-se, todavia, que a adopeio sem restrigdes de tal principio daria origem « sérios inconvenientes, afastaram-se da sua aplicagdo todos os casos em que, havendo para o condutor que abandona uma via ¢ en- tra noutra um critério seguro de prioridade, ae torna possivel evitar, em certa medida, as interrupgdes das grandes correntes de tréfego. ‘Deste modo, prescreve-se que nilo beneficiam da re~ gra geral os condutores de vefoules que mudem de di- Tecgio quando a via em que transitam nio se prolon- gue para além daquela em quo vio entrar ou eaiam Go qualquer prédio ou caminho do dominio privado e dase prioridade absoluta aos vefculos automéveis sobre quaisquer outros meios de transporte. Tmportante problema a resolver era sem divida o do trénsito de automéveis pesados cuja carga excode 08 li- mites de dimensbes estabelecidos. ' ‘Didriamente se apontam casos de clamorosa indife- renga pela seguranga do transite, sendo corrente encon- trarem-se veloulos cuja carga uwltrapassa em 1m ou mesmo 2 m a largura autorizada. . ‘0 simples recurso & multa nfo se tem mostrado meio idéneo, sobretudo porque o infractor, de uma maneira ‘ow de outra, acaba quase sempre por incluir essa impar- téncia no prego do transporte. 571 ‘Tratando-se de uma infracgio que poe em grave pe- rrigo as demais utentes da via piblica, houve que adoptaz medidas de rigor equivalente: independentemente da multa aplicével, oujo montante foi considerivelmente agravado, o condutor em falta é acompanhado & locali- dade mais préxima pela autoridade que verificou @ fracgio e obrigado a descarregar ali a carga em excesso, por forma que no ultrapasse os limites de dimensies previstos. ‘A pritioa vom demonstrando que as limitagées im- postas em alguns regulamentos locais ao uso dos sinais sonores, Jonge de causarem os inconvenientes que al- guns previam, 46 tem servido, para Iaciltar melhor isciplina do ‘transito. B ja do consenso geral que, pelo menos no interior das localidades, a auséncia de Sinais imp@e maior cuidado, tanto a pedes como a con- dutores, ao mesmo tempo que representa substancial contributo para a diminuigéo dos rufdos desnecessé- ios. Tudo aconselhava, portanto, a que so adoptesse esta medida com cardcter mais geral, tornando-a ex- tensiva a todas as povoagées. Aquela ultima rasio le- vou também a proibir em qualquer local 0 uso do chamado escape livre, que néo representa {6 sendo i justificdvel abuso, cuja supressio foi alids imposta pela Convengio sobre 0 Trinsito Rodoviério de 1949. Com muita frequéncia hé noticia de acidentes, quase sempre graves, ocorrid pesados descidas de forte declive, em consequéncia da de travdes>. A origem de tais acidentes 6 quase sempre a inobser- vinela da regra do condugio que aco a utilizar © motor na combinagio de desmultiplicapio que seria necesséria para realizar 0 mesmo trajecto no sentido ascendente, Tal utilizagio passa, por iss0, a ser obri- gatori Outra causa, bastante corrente, de acidentes graves consiste no estacionamento de noite, sem iluminagio, nas faixas de rod: Atentas 2s circunsténcias que vulgarmente ecomp: nham estes acidentes, nfo parece constituir garantia bastante a existéncia das luzes de posigéo ou, na sua falta acidental, dos reflectores vermelhos da reta- guarda, E que o perigo resulta sobretudo de o en- sandeamento originado pelo cruzamento com alguns veioulos fazer com que o condutor se encontre momenté- neamente impossibilitado de observar o caminho que percorre e, portanto, de ver a tempo qualquer obsté- culo nele existente. Nestas condigdes, © salvo evidentemente casos de forga maior, profbe-se 0 estacionamento de noite na fains de rodagem das vias publics, fora das local 0 trnsito de animais — sobretudo de grandes agru- pamentos de gado— foi de igual modo objects da tengo do legislador, como um dos principais factores de perturbagio © indiseiplina ainda existentes. As demoras, aglomeragies e transtornos de toda a espécie provocados pelos rebanhos, sobretudo nas es- tradas de trifego mais intenso, constituem apreciével ta factor de desperdicio, que nfo pode deixar de reflec- tir-se na propria economia ger pensar no des- gasto dos pavimentos e dos vefoulos ¢ no dispéndio de combustivel, originados na multiplicidade de ma- nobras a que, no conjunto, os xebanhos dijo causa, sem falar jé na desvalorizagio provocada nos préprios ani- mais pelas deslocagdes a grandes distancias. ‘A utilizagio do caminho de ferro e do automével no transporte de gado vai-se por isso goneralizando, no interesse do proprio produtor. Tendendo-se desta forma para um progressivo abandono dos métodos con- vencionais, nfo se vin inconveniente em avangar mais, solugdo do problema, prevendo # possi- roibir 0 trinsito de animais agrupados em determinadas vias publi mr Condugio de velculos automéveis 1. Hm face do perigo que representa o trinsito de vefculos automéveis —instrumentos de funcionamento relativamente complexo—, 96 pode autorizar-se a sua condugo © quem prove reunir as qualidades necessé- rias, para sobre eles exercer um perfeito dominio. Convém, portanto, sujeitar o candidato a condutor & prestagio de provas de idoneidade e fiscalizar 0 exer- eicio da condugio no sentido de averiguar se tal requi- sito, ceconhecido no momento do encarte, se mantémn ainda, proibindo a utiliaagio da licenga a quem nio demonstre possuir qualidades bastantes para 0 efeito. Nesta ordem de consideragéeo, carla de. contutos tom de ser tida apenas como um certificado de exame; ela 86 prova, com efeito, que o sou titular prestou terminado momento certa prova de capacidade julgado apto para conduzir. Nao se trata, por tanto, do titulo constitutive de um direito—vale dnica- mento como presungio legal de certa competéncia,.nada obstando a que em determinadas circunstincias, previs- tae na lei, ¢@ interrompam ou cessem os efeitos dela de- correntes, por essa presungio haver deixado de existir. 2, Além das provas de natureza téenica a que os idatoe serio aubmatidos, © » que podem vir a ser sujeitos sempre que haja fundadas dtividas sobre a tua compeléncia, eatabelece-se no. presente e6digo um condicionalismo psicofisico reputado indispensével para © exercicio da condugio, Nestas condigdes, nfo s6 foi mantido o prinofpio de que a admissio a exame depende de inapecgtio médico- ssanitéria em que se verifique possuir 0 candidato a robustez necessdria para conduzir, eomo se condicionou & apresentagio do respective atestado a passagem da Brépria licoiga do instrugfo, agora crads, Brom o im je proceder & reverifieagio periédica dessa condigio, apés 0 encarte, estabelece-se também a obrigatoriedade de apresentar, dentro de cortos prazos, novos atestados. 3. O encarte © 0 exercicio da condugio no devem contudo ser condicionados apenas nestes aspectos. A par do certos conhecimentos téonicos e de determinada robustes psicofisica, 6 de exigir a quem guia um com- portamento e uma estrutura moral capazes de garan- tirem o respeito pelos direitos e interesses alheios. io obstante a dificuldade da instituigio de uma prova nesta matéria, & possivel, por forma indirecta @ através de elementos externos reveladores, proceder a averiguagdes nesse sentido. Assim, a par da organizago do registo criminal, como indice de uma conduta certificativa de certo com- portamento, pareceu conveniente, em determinados ca- 408, recorrer ao instituto da reabilitaggo de delinguon- tes e, noutros, dar aos tribunais em geral a faculdade de decretar a interdigtio do direito de conduzir, quando houver:fundadas’diividas quénto ao perigo que possa representar para a seguranga de pessoas © bens 0 exer- cieio da condugio por determinados individuos Por outro lado, houve também a preocupagio de fazer que ao futuro condutor seja incutido, na instrugio, a par dos necessérios conhecimentos téonicos, 0 espirito de disciplina social indisponsével & ordem o soguranga do transite. Para tanto, preciso que a aprendizagem da condugio automével se realize em condigdes ade- I SERIE—NOMERO 110 quadas © que 0s instrutores nfo sojam 66 hibeis téo- nicos mas também pessoas dotadas da idoneidade mo- ral que o exercicio do ensino imp Tal como acontecia no regime até agora em vigor, a instrugio pode ser ou nio remunerada, reservando-s0 aquela aos instrutores profissionais devidamente habili- tados e esta a quaisquer titulares da carta de condugio correspondente, A licenga para o exercfcio da profissio de instrutor 86 seré, porém, concedida, mediante aprovagio em ri- goroso'exame iécnico, a condutores que tenham, pelo menos, cinco anos de prética na condugio de vefculos da categoria em que pretendem ministrar 0 ensino, possuam a idoneidade moral reputada indispensdvel 6 demonstrem no sofrer de doenga contagiosa. Mereceram também atengdo especial as escolas de condugio, cujo estabelecimento, em maior niimero 6 nas condi¢des ora prescritas, se reputa indispensével. No sentido de fomentar a sua constituigdo, determina-se quo 0s ingtrutores nfo possam exercer por conta prépria & sua profissio nas localidades onde existam escola criam-so 03 poderes necessérios para promover 0 acordo do instrutores para o seu estabelecimento, 4. B restabelecida a categoria de condutor profis- sional. Neste sentido, prescrevem-se no presente cédigo vérias medidas atinentes a oriar um corpo de condu- tores que oferega garantias de desompenhar convenien- temente a fungio social que se prope servir. ‘Traduzem-so estas medidas, por um lado, em impri- mir maior rigor a0 exame téonico © psicofisico a que silo submetidos 03 candidates e, por outro, em negar a admissiio a exame aos candidatos que se mostrem possuidores de passado criminal incompativel com o exercieio da condugio remunerada, Vv Responsabilidade 1. As questdes relativas & responsabilidade civil © criminal mereceram também a mais ouidada atengio. Nao a6 foi estudado o aspecto da ofonsa de direitos j4 consumada, como se procurou formular um regime cepecifcamente preventivo, to completo quanto pos- sivel. 2, Nao se julgou necessirio transferir para 0 O6dii da Estrada toda a construgio juridiea da responsabil dade civil, oriando conceito e legis todos 08 seus elementos; enter que ia ceituar apenas sobre a ospecialidade, mantendo « lei geral, com a sua construgio, para tudo o que nao deves merecer um tratamento especitico. Mantove-so nesta matéria 0 prinofpio da responsal dade objectiva, Como atenuante aos seus efeitos, tinha © legislador, no C6digo de 1930, estabelecido um limite méximo para a indemnizagio, a fim de eviter a ruina do patriménio do causador do dano, uma vez que 68 admitia a possibilidade de esto responder mesmo culpa. Batondeu-so que havia particularidades que impu- sham um escalonamento legal mais completo do que aquele que até agora vigorou. Nao deve esquecer-se que a via publica 6 um bem destinade 20 uso de fodes © que, em certa proporgio, condutores © pedes tiram dela beneficio; no 6 menos verdade, contudo, que 0 condutor, principalmente o de vefculos automéveis, coloca em especial risco as pessoas © bens sujeitos ao aleance da sua actividade, © justo, pois, que, mesmo nos casos om que deva atribuir-se ausa do acidente 20 DE MAIO DE 1954 518 a mero caso fortuito, 0 proprietirio do vefculo ou o ‘seu condutor suportem o dnus da indemnizagio quando Aquele que sofreu o dano néo seja atribuivel culpa. Por outro lado, também eo justifica que, em caso de Seidonte som evipa concreta do condutor ou da vitima, go deva equilibrar 0 sacrificio dos patriménios em Fungio do beneficio que para cada um representa @ utilizagio da via no momento do acidente. Dagui o ter-se procurado estabelecer um oritério legal do equilibrio, extraido dos prinefpios gerais de equidade, condicionado ainda por uma limitaggo au- mérica, sempre considerada como necesséria para 0 ea- tabelecimento da responsabilidade objectiva. Contudo, julgou-se que, se 0 acidente provém do culpa do condutor ou do proprietério do meio de trans- jorte, J se néo justifica o estabelecimento de qualquer fimite & indemnizagio, que, neste caso, devo ser total. Pareceu também convenionte que'a eeponsabilidade civil ea responsabilidade criminal ficassem com regimes peouliares bem definidos, som que deva considerar-se Televante a possivel coincidéneia de decorrerem ambas do mesmo facto, Deste modo, em nenhum caso a res- ponsabilidado civil flea dependente de elementos do facto criminoso, a0 contrério do que acontecia com 0 Osdigo da Estrada de 1930. . ‘A fixagdo do quantitativo da indemnizagio defxou-se 20 pradente. arbitrio do julgador, embora se prescre- ‘vam férmulas legais para 0 uso © prudéncia desse ar- bitrio. No aspecto de garantias da indemnizagio, consignou- -s0 que 0 dizeito a esta goza de privilégio mobiliério especial, equiparado ao do n.* 3.* do artigo 882.° do Gédigo Civil, sobre o veiculo que The tenha dado causa, ‘A conveniéneia da obrigatoriedade do seguro, tio frequentemente requerida, foi também encarada com particular cuidado. Todavia, surgiram razdes de ordem Tonémica insuperéveis, pois a imposigio de tal obri- ratoriedade exigiria 0 estudo o a reorganizagio do toda Findistria de seguros. Uma regulamentagio parcial poderia, portanto, acarzetar consequéncias dificilmente Previsivels. Hstad consideragbes no impediram, con- fudo, que se mantivesse a obrigatoriedade jé prescrita em cortos casos, com um ou outro aperfeigoamento que pareceu conveniente introduzir. 3. A punico criminal pelos acidentes de trinsito era manifestamente benévola, de, nenhuma forma corres- pondendo as necessidades sociais do momento, 'Hé efectivamente que escalonar as responsabilidades de harmonia com o grau de adequagdo entre a conduta do agente e os resuliados que ela produz na ordem ju- ridiea. ‘Factos hé cuja pritica revela tio grave indiferengs pela vida ¢ interesses humanos que seré justo aproxi- Iné-los mais da punigfo do crime voluntério do que do cometido por negligéncia: a imprevisio eriminosa tem fem alguns casos de se aproximar da intengio. B 0 que acontece, por exemplo, na embriaguez ¢ no abandono da vitima de acidente. ‘Houve também que tomar em consideragio 08 casos de oulpas colaborantes na produgdo do mesmo resultado, ‘como sejam, v. g., aqueles em que a vitima de atro- pelamento concorreu com a sua conduta para a produgdo Gesto, Julga-se que o doseamento equilibrado da pena em fungio de ambas as culpas, quando nfo soja pos- sivel desdobrar o resultado segundo o eritério da cau- salidade, & 0 ‘nico processo possivel. Pareceu, pois, conveniente estabelecer um preceito segundo o qual 0 julgador possa redusir a pena abaixo do minimo ¢ jué-la convenientemente quando a culpa do agente @ a da vitima sejam concorrentes para o mesmo efeito. 86 que, para a vitima culposa, a punigio se realize através di lesilo sofrida, pois que a, sua posigio de su- jeito mais fraco deve ser bastante para Ihe incutir 0 over especial de atenglo. Isto nfo impede, porém, que no capitulo das contravengdes se estabelegam penas, por yezes severas, para os que, pela sua condute irre- fleotida, tantas vezes poem em perigo a vida e os bens do condutor mais acautelado. Estabeleceram-se também regras especiais quanto 2 reaponsabilidade dos autores morais © eimplices, dado yue 08 preceitos do Cédigo Penal aplicéveis no satis fazem algumas exigénoias deste aspecto da vida social. ‘Num campo em que as condutas dos homens se mos- tram mais susceptiveis de causar dano maior 6 0 dever de o ovitar. (Os préprios crimes involuntérios devem por isso, neste sector, ser punidos mais eeveramente . que os da lei geral, por se mostrarem necessdrios cui dado, atengio e destreza que se nfo exigem na vida corrente. }. A responsabilidade civil por factos emergentes da violagdo das leis do transito oferece aspectos especia-" Lissimos em relagio a lei geral substantive, justificando- im que essa especialidade se menifeste também no sector da lei processual. Em primeiro lugar a circunstincia de se admitir neste direito a responsabilidade objectiva poe em des- taquo o problema do roflexo quo para a rexponssbil- dade civil possa ter a absolvigio do réu por falta de culpa, quando se julgue possivel ou conveniente ogui- parar os efeitos genéricos desta absolvigao, para os de caso julgado, aos efeitos da condenagio. Sendo certo que em direito penal a culpa tem de ser apresinda em eonoreto, quando eivilmente, na respon: sabilidade aquiliana, pode ser apreciada em forma abs- tracta, serio susceptiveis de novo julgamento os efeitos da responsabilidade civil, mesmo contra ou além do caso julgado de uma decisio penal sobre a culpa. Pés-so também o problema da legitimidade para in- tervir no processo, problema que reveste especial im- portincia num sector como este em que os responséveis civilmente nfo so, por vezes, 08 agentes do facto crit minalmente punivel. Sendo hoje o exercicio da acgo penal declarada- mente piiblico, os particulares ofendidos apresentam.se esigtio de meros assistentes, intervindo além e fora dos limites em que a acgGo penal 6 exercida inter part Nio é de agora, porém, a possibilidade de interven- go no proceso penal de pessoas quo no exercom esta fegdo, ou gue nem sequer nela colaboram. J ar. tigo 82° do Cédigo de Proceso Penal permitia que inlerviesse no processo a pedir indemnizagio por perdas fe danos quem nada tina que ver com a acgio penal por nfo se ter constitufdo parte acusadora. ‘A verdade, no entanto, 6 que o reconhecimento da possibilidade legal de intervirem no processo sujeitos actives da relagio juridica que nfo exergam nem cola~ borem no exereicio da acgio penal levou a considerar eonveniente equiparar as posigdes e permitir também a intervengio dos sujeitos passives da relagdo de res- ponsabilidade, Conquanto os destinos imediatos da lei civil e da lei penal sejam diferentes, 0 certo 6 que ambas pertencem 42 mesma ordem e, dentro desta, deve-se evitar a possi- bilidade de criar realidades contraditérias, Por isso pa~ rece recomendével permitir a intervengio voluntéria ou forgada dos civilmente responsiveis, com 0 que se julga contribuir, com manifesta economia processual, para maior certeza da ordem juridica,-evitando quanto possivel que o mesmo facto scja julgado ow qualificado «por certa forma para efeitos penais e por forma diversa, para efeitos civis. B74 I SERIE—NOMERO 110 ‘Nestes termos: Usando da faculdade conferida pela 1.* parte do n? 2.° do artigo 109.* da Constituigao, 0 Governo de- ereta e eu promulgo pata valer como lei o seguinte: Antigo 1.” B aprovado o Cédigo da Estrada, quo fax parte integrante do presente diploma e baixa assinado pelos Ministros do Ultramar e das Comunicagves. § nico. O oddigo pode ser alterado por decretos simples, salvo quanto as matérias constantes do titulo vz, & competéncia dos servigos e as disposigdes que cons- tituam transerigio ou aplicagio de preceitos legais de direito comum. Art. 2.° Os governadores das provincias ultramari- nas publicario, para vigorarem a partir de 1 de Ja- neizo de 1955, 08 regulamentos necessérios & boa exe- cugio do Cédigo da Estrada. Art. 3.° Ficam os governadores das provincias ultra marinas autorizados a alterar o quantitativo das multas estabelecidas mo cédigo quando as condiges econé- micas € sociais o justifiquem, Art, 4.° Sem prejuizo do disposto no artigo 2.°, este decreto entra em vigor em 1 de Janeiro de 1955'e re- voga 0s diplomas seguintes: Decreto n.* 18406, de 31 de Maio de 1930. Decreto-Lei n.° 22949, de 3 de Agosto de 1933. Decreto-Lei n.* 23553, de 6 de Fevereiro de 1934. Deoreto-Lei n.° 24153, de 7 de Julho de 1934, na parte aplicavel. Portaria n.° 8000, de 7 de Fevereiro de 1935. de 1 de Abril de 1935. Decreto-Lei n.° 25295, de 27 de Abril de 1935. Decreto n.° 25 980, de'20 de Maio de 1935. Decreto-Lei n.° 25768, de 19 de Agosto de 1935. Portaria n.° 8353, de 3 de Fevereiro de 1936. Decreto-Lei n.° 26929, de 25 de Agosto de 1936. Decreto n.° 27 991, de 26 de Dezembro de 1936. Lei n." 1955, de 17 de Maio de 1937, com excep- ga do artign 2°, § 2* do antigo 0." artigos 1 e 16. Decreto-Lei n.° 29563, do 29 de Abril de 1939. Decroto-Lei n.° 29901, de 6 de Setembro de 1939. Decreto-Lei n.° 30352, de 3 de Abril de 1940. Decreto-Lei n.* 31244, de 2 de Maio de 1941. Decreto-Lei n,* $1 675, de'22 de Novembro de 1941 Artigo 6." do Decreto-Lei n.* 82312, de 9 de Outu- ‘bro de 1942. Decreto-Lei n.° 32.402, de 20 de Novembro de 1942. Portaria n.° 10496, de 20 de Setembro de 1943. Decreto n." 83565, de 6 de Margo de 1944, Decreto-Lei n.° 95968, de 21 de Novembro de 1946, & excepgio do artigo 2.° Decreto-Le! n.7 96380, de 26 de Junho do 1947. Decreto-Lei n.* 96444, de 30 de Julho de 1947. Decreto-Lei n.° 36525, de 27 de Setembro de 1947. Decreto-Lei n.* 36840, de 19 de Abril de 1948. Portaria n.° 12547, de 7 de Setembro de 1948. Decreto-Lei n.° 38070, de 24 de Novembro de 1950, & excepgio dos artigos 7.° e 8.° e alinea ¢) do artigo 9.° Portaria n.° 14026, de 29 de Julho de 1952. B ainda revogada toda a legislagio vigonte nas pro- vineias ultramarinas sobre matérias reguladas no C6- digo da Estrada, Publique-so © cumpra-se como nele se contém. Pagos do Governo da Repttblica, 20 de Maio de 1954. Francisco Hero Cravermo Lores— Anténio de Oliveira Salazar — Jodo Pinto da Costa Leite — Fernando dos Santos Costa — Joaquim Trigo de Ne- greiros — Manuel Gongalves Cavaleiro de Ferreira — Artur Aguedo de Oliveira—Américo Deus Rodrigues Thomaz — Paulo Arsénio Virissimo Cunha — Eduardo de Arantes ¢ Oliveira — Manuel Maria Sarmento Ro- drigues — Fernando Andrade Pires de Lima — Ulisses Cruz de Aguiar Cortés — Manuel Gomes de Aratijo — ‘Tosb Soares da Fonseca, Pera sor publicado no Boletim Oficial de todas as provineias ultramarinas.— MM, M. Sarmento Rodrigues. Cédigo da Estrada INDICE ‘TITULO I. — Disposigoes gorais: sites Liberdsde de trinsito 7 re Rogulamentagio, ordenemento agde “do tinge eee ees eee eran) Sinalisngto das vias’ piblioas | | toll Be Realizagio de. proves desportivas ‘nas vise pibli ‘TITULO II. —‘Trincito de votoulos © snimais: CAPITULO I. — Disposigées comuns Rogras goraia . be Sinais dos condutores |): ! Folie es rioridede do pessager - - + Grunamento. de velotios Uleepaae Muda Tnvereto Garga 0 descarga... : DisposigBo da carga 6 dos passageitos | Limites de peso € pressto cob Limites de dimenedes . . « Pistes especisis . . CAPITULO IT, — Vetoulos sutoméreis © roboques: Disposigbos fundamentals. . ‘Aparlion iadicadores ©. Gigs’ de" dncaghs 6 le aaobra eee ee Motoree Huminegio 22222 LTTITTTILE Tantromento” sotatios Travoen = Ghepas« insorigbes < | | Roatan ee! Tampoogtees 2 GAPITULO TIT, — Yoioulen de trnogho OAPEPULO IV. — Velocipedes CAPITULO V.—Animaie. . | TITULO UT. —‘Trinsito de petes . . ‘TITULO IV. — Matrioula dos veloulos: CAPITULO I. — Disposigées gorais: Obrigatoriedade de mstrfoul Livreto ss 5 Apreensto de vol CAPITULO IL, — Matrfoula dos vefoulos autors- als 0 dos roboques eee Me OAPETULO THE, Maiciuin' os’ veouios’ do ‘rao: ‘0 aaimel ¢ don voloipedea ss rs sw ees 458 TITULO Y. —Coadutores: CAPITULO T.—Condutores de veleulos automé. Habilitagso logal para condusir .. 2... 40 Cartes do oondugio wns ss cll ll ae 20 DE MAIO DE 1964 Admissio @ exame .. .« Iastrutores ‘Eeoolaa do odndugdo +. . Superior a 8500.0...) A classificagdo dos reboques seré feita pela Direogio- Geral de Transportes Terrestres quando da aprovagio dag respectivas marcas © modelos ‘A contravengio do disposto neste ntimero seré punida com a multa de 5008. » 7, Salvo casos especiais autorizados pela Direogio- -Goral do Transportes Terrestres, a6 05 automéveis pe- sados poderio ser carrogados para guindastes-tractores. ‘A contravengio do disposto neste nimero seré punida com a multa de 5008. 8, A cada vefculo automével nio poderd ser atrelado Bxceptuamse os veiculos pertencentes as forges ar- madas ou militarizadas, oa reboques utilizados em pe- quenos percursos, mas praias estincias de turismo, Para o transporte de patsngeirot, bem como ot cnaoe et pecialmente autorizados pela Direogio-Geral de Trans- portes Terrestres, sob condigées que fixer para cada um, depois de ouvida a Junta Auténoma de Estradas. ‘A contravengio do disposto neste mimero seré punida com a multa de 5008. 9. Sem prejuizo do disposto no niimero anterior, é proibida a utilizagéo de reboques em transportes pte blicos de passageiro ‘A contravengio do disposto neste mimero seré punida com a multa de 2.0008. 10. Os fabricantes do veiculos automéveis e reboques, ‘os seus representantes ou os importadores devem re- querer & Direcgio-Geral de Transportes Terrestres a aprovagio das marcas ¢ modelos dos vefculos que de- sejem fazer transitar no Pa . ‘A. Diroogo-Geral de Transportes Terrestres determi- naré no acto da aprovagio e de harmonia com as regras que para esse efeito forem fixadas lotagdo ou 0 peso bruto dos yeiculos, os quais, todavia, nunca poderdo exceder os indicados pelos respectivos fabricantes. LL, O Ministro das Comunicagies fixeré em regula- mento as domais caracteristicas téenicas dos veiculos automéveis e reboques e, em especial, as condigdes a que devem obedecer os automéveis pesados para o trans- porte de passageiros, os vofculos automéveis empregados ‘em transportes puiblicos, bem como os que se destinem & instrugio remunerada ou ao exame de condugio. ARTIGO 28° Aparethos Indleadores e-érgtos de direegto fe de manobra 1. 0s aparelhos indicadores oferecerio garantias de foncionamento pronto e eficaz, estario colocados de modo que o condiutor os possa examinar com facilidade, sem prejuizo da vigiléncia continua do caminko, e serao convenientemente iluminados durante a noite. ‘A contravengio do disposto neste mimero seré pu- nida com a multa do 1008. 2. Os dxgios de direcedo e os de manobra deverio pos- euir as necessérias condigdes de seguranga o resisténcia fe permitir que os veiculos descrevam com facilidade curvas de pequeno raio, ‘A contravengio do disposto neste mimero seré punida com a multa de 5008. ARTIGO 20° Motores, 1, Os aparelhos geradores de energia, motores © res- pectivos acessérios deverdo oferecer as ‘necessérias ga- rantias de seguranga e solider, de forma a nio origi- narom perigo ou incémodo para as pessoas nem danos nos pavimentos, especialmente pela produgo de fumos ‘ou vapores © pelo derramamento ou perda de quaisquer substincia 2. Todos 0s veiculos automéveis devem ser providos do um dispositivo, cujo funcionamento o condutor em caso algum possa'interromper, destinado a torner si- Ieneioso 0 escape dos produtos da combustto. Salvo os casoa ospeciais autorizados pela Direo- gio-Geral do Transportes Terrestres, os automéveis li- geiros © pesados devertio sor construidos de forma a poderem realizar a manobra de marcha atrés por meio do respective motor. 4, Denominam-se «motores de substituigdo» os que a8 destinam a substituir os motores dos vefculos automé- veis sempro quo estes necessitem de ser reparados. Os motores de substituigao utilizarfo 0 mesmo com- bustivel que os motores que substituem ¢ devem ser re- pisadon solietago dow soua fropristérice ¢ mediante i via, em qualquer das direogdes de viaggio. "Bd motores dever tor gravedes am lugar vom sivel os respectivos mimeros de série 9 modelo. Nos motores de substituigto deve ainda ser gravada ‘a designagio «motor de substituigéos, bem como a in- dicagio da direcgo do viagio que os inspeccionou © re- gistou. 6. A contravengio do disposto neste artigo seré pu- nida com a multa de 5008. ARTIGO 80° Muminagao 1. A fim de assinalarem de noite a sua presenga, nos tormos do artigo 20.*, todos os vofculos automéveis de- vom possuir uma ou duas luzes brancas & frente (m{- nimos), conscante se trate, respectivamente, de motooi- clos ou de automéveis, ©, pelo menos, uma lus vermelha & retaguarda, Excoptuam-so os automéveis de largura 584 I SPRIE—NOMERO 110 superior @ 2m, em que 6 obrigatéria a colocagio & re- faguarda do dues lusee vermelhas, ome "Estas fuses devom ocr viaiveis do noite © por tengo claro a uma distancia de 150m. Os motociclos com carro lateral teréo também va parte superior direita deste uma lanterna que emita luz ‘branca para a frente © luz vermelha para a rotaguarda, Esta lux seré instalada do lado esquerdo sempre que 6 ‘carro esteja colocado a frente ou & retaguarda do moto- cielo. Quando em estacionamento, podem os automéveie conservar acesas simente as Iuzes do lado esquerdo. ‘Nao 6 obrigatoria 0 utilizagio dos minimos sempre que 0 veiculo traga acesas as luzes a que eo refere o mi- mero seguinte © estas estejam colocadas a menos de 40 om dos bordos que limitam a largura maxima do veiculo. zi ‘A contravengio do disposto neste mimero seré pu- nida com a multa de 2008. 2, Além das luzes referidas no ntimero aiiterior, @ a fim’ de iluminarem 0 eaminho que percorrem, os moto- ciclos © 08 automéveis devem possuir ainda, respectiva- mente: a) Uma ou duas luzes de cor branca éu amarela, eujo feixe luminoso atinja, de noi tempo claro, pelo menos 160m (méximos) ; }) Uma ou duas luzes de cruzamento de cor branca ‘ou amarela, cujo feixe luminoso, projectando- wwe 20 eol0, o dlumine efinmmodio auma dis- tanoia de 40 m, por forma a nio causar en- eandeamento aos demais utentes das vias piiblicas, qualquer que seja a direcgio em quo transitem (médios). Os condutores de veiculos automéveis, quando se eruzem de noite com quaisquer outros vefculos ou com animais e quando transitem em vies suficientemente iluminadas, sio obrigados a apagar os maximos. ‘A contravengio do disposto neste mimero seré pu- nida com a multa de 200$. 3. Ainda com o fim de assinalarem de noite a sua pre- conga, 08 vefculos automéveis devem ester munidos, & zetaguarda, de um ou dois reflectores vermelhos, nos ‘termos do n.* 2 do artigo 20.*, consoante se trate, res- pectivamente, de motociclos ou de automévei: ‘0s automéveis pesados serao ainda providos do dis- positives idénticos na parte posterior dos painéis Jate- Tais. ‘A contravengio do disposto neste ntimero soré purtida, com a multa de 1008. : 4, Os automéveis ligeiros © pesados serio providos de um sinal luminoso de cor vermelha ou alaranjada, des- tinado @ assinalar a travagem do vefoulo. Esta luz deve acender-se sempre que seja utilizado o travio de ser- vigo do automével e, quando de cor vermelha, a cua in- tensidade devo ser superior a da luz vermelha a que se refere 0 n.° 1, 66 com esta estiver agrupada ou incorpo- rada, ‘A contravengio do dis nide com a multa de 2008, 5. Os automévois ligeiros © pesados serio provides de um sinal luminoso, destinado a assinalar a manobra de mudanga de direogio, nos termos a fixar em regul mento. ‘A contravengio do disposto neste niimero seré pu- nida com a multa de 2008. 6. Os reboques dispordo também das Iuzes brancas 2, que se refere o n.° 1, sempre que a sua largura excoda a do vefoulo tractor, ¢ levario & retaguarda as mesmas Iuzes que sio exigidas para os automéveis, exceptuado ovsinal do travagem, que cord dispensado quando for visivel 0 do vefoulo a que vio atrelados, sto neste mimero seré pu- 0s reboques terGo ainda, de cada lado do painel tra- seiro © a assinalar a parto posterior dos painéis laterais, quatro reflectores vermelhos, nas condigies previstas no m2 2 do artigo 20.° A contravengio do disposto neste miimero seré pus nida com a multa de 200$ ou de 1008, consoante se trate, respectivamente, da falta de luzes ou de reflec- 7. Os aparelhos luminosos a que se referem os ni- ‘ores sero colocados simétricamente em ro- lagio ao plano longitudinal de simetria ou no mesmo plano, consoante se trate de automéveis ou de moto- sins. smpre que os automéveis possuam & retaguarda apenas uma Tux vermelha, esta ser colocada ‘do lado (os automéveis ligeiros as luzes da retaguarda po- derdo ficar no plano longitudinal de simetria, quando assim vierem da fébrica. 8, Seré permitida a utilizagio na via puiblioa de quais- quer aparelhos luminosos nfo previstos nos mimeros an- teriores, desde que obedega &s condigies gerais cons- tantes do presente oédigo. Os fardis de marcha atrés sero constituidos por luses de cor branca ou amarela de alcance nfo supe- rior a 10m, insusceptfveis de provocarem encandea- mento. s projectores de orientagio manual nio poderio eer usados nas vias piblicas. ‘A contravengio do disposto neste mimero seré pu- nida com a multa de 5008. 9. O mimero de matrfeula inscrite @ retaguarda do vefeulo ou do reboque deverd ser iluminado durante a noite com uma luz branca que permita a sua facil lei- fre 8 distancia de 20. ‘A contravencao do disposto neste mimero eeré punida come multe 202008 ® 10. © sinal de reboque, previsto no n° 4 do ar- tigo 35.*, serd iluminado durante a noite com uma luz branca, por forma erfeitamento visivel nos dois sentidos do trinsito & distincia minima de 100m. A contravengio do disposto neste niimero seré punida com a multa de 2008. 11, Em todos os automéveis a instalagdo dos apare- Thos Luminosos teré carécter permanente. Sempre que um vefoulo esteja equipado com varias Jose da monna natures, estas devem ser do meena car jxceptuados os indicadores da mudanga de direogio, nenhume Tus deve eer, intermitonte. _ F contravengdo do disposto neste mimero seré punida com a multa de 2008. me ABTIGO 1 Instrumento acistico 1. Os vefculos automéveis devem possuir um apare- Tho de sinalizagio acistia susceptivel de emitir um 60m continuo. 2. A Direogio-Geral de Transportes Terrestres_po- deré proibir a instalagio de determinados aparelhos de sinalisagio acisties eonsiderados ineuficientes ou inoémodos. ARTIGO 32° ‘Travoes 1. 0s veiculos automéveis possuirio dois sistemas de travdes, distintos tanto nos érgios de comando como no modo como actuam, devendo eada um deles possuir necesséria eficiéncia para moderar e deter o anda- mento do veiculo, mesmo em vias de forte inolinagio, ‘Um dos sistomas de travdes deve actuar rapidamente sobre as rodas traseira 2. Nos automéveis ligeiros © pesados os sistemas de travies a que se refere 0 niimero anterior tomam a de-

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