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ocao e otivacao PRIMEIRO ANO DE VIDA, GABRIELLE ("GABBY") DOUGLAS nao ‘© morava com sua familia na parte de tras de uma van. Quando seu pai Sua mae cuidou sozinha de quatro filhos. Embora a familia fosse pobre, ide Gabby a matriculou na gindstica quando a menina tinha 6 anos. Sendo icana, Gabby foi intimidada pelas colegas de equipe, que Ihe diziam #azer uma plastica no nariz e a chamavam de escrava. No entanto, ela de- 4 gindstica (FIG. 10.1). Quando tinha 8 anos, tornou-se a camped de de 2004 do Estado da Virginia, nos Estados Unidos. ‘Quando tinha 14 anos, Gabby mudou-se para lowa e morou com uma familia mento para treinar com um treinador de ginéstica famoso, Liang Chow. Ela muitas saudades de casa. Quase desistiu. Mas persistiu e, a0s 16 anos, ga- ‘© campeonato norte-americano, o que a mandou para as Olimpiadas de 2012 disse 20 New York Times, “Estou indo para inspirar muitas pessoas. Todo vai ficar se perguntando como eu consegui isso tudo téo répido. Mas eu es: jpronta para brilhar” (Macur, 2012). € ela brilhou. Suas realizacdes sao histéricas Em 2012, Gabby se tornou a primeira norte-americana a ganhar 0 ouro tan- nas competicées de gindstica individual geral quanto por equipes nas mesmas iadas. Ela também se tornou 0 primeiro atro-americano, e a primeira mulher , a ganhar 0 titulo de camped individual geral na gindstica. Quando pergunta- 12 Gabby como ela superou tantos obstaculos para subir téo alto, ela disse: “Eu B= um monte de dificuldades na minha vida e na minha carreira, mas nunca deixei "ee 6559 dor ferisse o que eu fazia no gindsio. Sempre colocava meu coracdo na gi Iséstica e me motivava todos 0s dias, ndo importava o que estivesse acontecendo! Em abril de 2014, Gabby comegou oficialmente o treinamento para as Olim- Biedas de 2016, se reunindo com seu extreinador Liang Chow em lowa. Ela apro- weitou 0 tempo livre para coproduzir o filme de 2014 para o Canal Lifetime The Gabby Douglas Story (FIG. 10.18), com a esperanga de conseguir que as pessoas *se motivassem... quero que as pessoas se inspirem e saibam que seus sonhos S20 vilidos. Vocé pode alcangé-los, mesmo que vocé tenha lutas. Seus sacrifi- ios seréo recompensados” (Reeves, 2014) Especialistas dizem que as chaves para 0 sucesso Sao a motivagao € 0 €s- forgo persistentes. Essas qualidades sao cruciais se uma pessoa esta tentando Pergunte e responda 10.1 0 que séo emacées? 404 10.2 Quo adaptativas sé0 as emocdes? 416, 10.3 O que motiva as pessoas? 423 10.4 O que motiva alguém a comer? 434 10.5 0 que motive o comportamento sexual? 438 404 Ciéncia psicold LeU DOUGLAS D es - i; FIGURA 10.1 A motivagao de Gabby Douglas para o sucesso. (a) Gabby Douglas veio | de uma origem humilde, mas se motivava a inspirar os outros. Trabalhou arduamente para se tornar a melhor ginasta do mundo. (b) Em 2012, Gabby ganhou o auro olimpico nas competicées de gindstica por equipe e individual goral. Sua histéria mostra a relago entre nossas emagdes © nossas motivagoes para nos comportarmos de determinadas ter sucesso nos Jogos Olimpicos, na escola ou em um emprego. Este capitie: lo examina os fatores que motivam 0 comportamento. Por exemplo, como a pessoas definem objetivos? O que faz as pessoas trabalhar arduamente e consiss tentemente para alcangar esses objetivos? Este capitulo também analisa coma | ‘a motivagao e as emogées esto atreladas. As pessoas so motivadas a agin | ter sucesso por causa de como se sentem. E alcangar objetivos apés um trabiam | Iho drduo e dedicado leva a um profundo sentimento de satistacao e felicidad | i A histéria de Gabby Douglas mostra que todos nés podemos ter experién gratificantes quando estivermos motivados a ter sucesso. Nem todos nés mas ginastas olimpicos, mas procuramos eventos, atividades e objetos que fazem sentir bem. Evitamos eventos, atividades e objetos que nos fazem st isa? mal. Mas 0 que significa sentir alguma 10.1 O que s4o emogées? aprendizagem s Distinguirentre emogoes As pessoas tém um senso intuitivo do que significa emordo. Ainda assim, € diffe prin o socundévies. finir 0 termo com precisio. Os termos emocao, sensagdo ¢ humor muitas vezes i“ utilizados de manetra intercambiével na linguagem cotidiana, mas ¢ ditil dis «= Disouti os papéis entre eles. Uma emogao ¢ uma resposta negativa ou positiva imediata. especifica deserpenhados pala insta, yentos ambiental ou pensamentos internos, As emocdes normalmente inter pelaamigiaae petocirex 9 que esta acontecendo ou desencadeiam mudangas no raciocnio ¢ comport Vout estd sentado em sua mesa e vé um movimento com o canto do olho & pré-frontal na experincia ¢ um rato! Vocé esta tendo uma resposta emocional negativa. Para os psicél ‘teorias de James-Lange, lados e boca eseancarada) ¢ uma sensacao que é baseada na avaliacao cog Cannon-Bard e de dois situagao e interpretacdo dos estados corporais (p. ex., estou com medo!). A fatores de Schachter-Singer € a experiéncia subjetiva da emocao, como sentir medo, mas nao a emogao em sobre a emogéo Por sua vez os humores so estado emocionas diss, de Inga rae nao tem tum objeto ot gatllho Identifedvel. Em vez de interromper © que esti «= Defiritatrbuigéo entree fecendo, eles influenciam o raclocinio e 0 comportamento, Muitas vezes, as dolertafsilégicoe que estdo com bom humor ou mau humor nao tém Idela de por que clas se transferéncia de exctagdo. dessa maneira, Assim, o humor se refere & vag sensagao que as pessoas tem | | | Objetivos de SEE EEE Capitulo 10 Emogéo.emotivagso 405 ‘se sentem de determinada manetra. Pense na diferenca desse modo: Levar uma fecha- da no trénsito pode levar a pessoa a sentir raiva (emocao), mas sem nenhuma razio aparente a pessoa pode ficar irritada (Ihumor). Emogio Resposta imediatae eseciica negative cu posta para eventos ambientais ou pensamentos intemes As emogées variam em valéncia e alerta fisiolégico Muitos tedricos da emogio distinguem entre as emocées primérias ¢ secundirias. Essa abordagem € conceltualmente similar a visualizar as cores como consisti pprimérios e secundarios. As emocoes basicas, ou emogées primérias, sao inatas, evoluti- ‘yamente adaptativas ¢ universais (compartilhadas entre as culturas). Essas emogdes in- cluem a raiva, o medo, a tristeza, 0 asco, a alegria, a surpresa ¢ 0 desprezo. AS emogoes ‘secundérias si misturas de emocées primérias. Existem inimeras emogées secun- arias, como o remorso, a culpa, a Submissao, a vergonha, © amor, o rancor e a inveja. ‘As emocées também foram categorizadas ao longo de diferentes dimensées. Um desses sistemas é 0 modelo circumplexo. Nesse modelo, as emocdes 840 dispostas ao longo de dois continuums: valencia (quao negativas ou po- sitivas clas so) c alerta fisiolégico (quao excitantes elas sao; Russell, 1980; FIG. 10.2). Alerta fisioldgico é uma expressao genérica Emacées primérias Emogées questo nats, cevoltvamenteadaptatvas © universais(compatihadas ene as cuts). Emocoes secundavias, Misturas de emocbes xmas. Senti-se animado 6 um estado de afeto positive fe de alta excitacao fisilogica ro / uusada para descrever a ativacao fisiologica (como o aumento na “ad atividade cerebral) ou as respostas autondmicas aumentadas area (como a taquicardia, a taquipneia ou a tensdo muscular), Para entender a diferenca entre valéncia e alerta fisio- Estressado_ imagine que vocé esta caminhando e encontra no mia nota de US 5. Essa experiénela provavelmente ‘0 deixara feliz, entao voce julgaré que ela tem valencia positiva. Isso também pode te deixar um pouco alerta fisiologicamente (aumenta um pouco as suas respostas autondmicas). Agora imagine que vocé encontra um Ihete de loteria que vale USS 1 milhao. Essa experiéncia provavelmente ir detx4-lo ainda mais feliz: assim, vocé ‘ajulgaré como ainda mals positiva na escala de valencia. ‘Seu aleria fisiolégico provavelmente estaria no ponto ma- ximo. Os psicélogos tém debatido os nomes para as di- logico chao Aborrecido Negative (asses Neutro mp Positive i Valénecia Contente ‘Sereno Rolaxado mensées da emocao ¢ até mesmo para a ideia de di ‘mens6es como um todo. No entanto, os modelos cir- cumplexos provaram ser titeis como uma taxonomia calmo ‘A depressio 6 um estado de afeto negativo e baixa basiea, ou sistema de classificacao, dos estados de humor (Barrett, Mesquita, Ochsner, & Gross, 2007). Alguns estados emocionais parecem contradizer a abordagem circumplexa de ver as emocoes em um. continuum de negativo para positive. Considere o sentimento amargo de estar tanto feliz quanto triste. Por exemplo, vocé pode sentir-se dessa forma ao se lembrar de bons momentos com alguém que morreu. Em um estudo, os participantes da pes quisa relataram sentir-se felizes e tristes depois de deixar seus dormitérios quando se formaram na faculdade e depois de verem o filme A vida é bela (em que um bem- humorado pat tenta proteger seu filho em um campo de concentracao nazista: Lar sen, McGraw, & Cacioppo, 2001). Evidéncias neuroquimicas apoiam a idela de que 0 afeto positivo e o afeto negativo sao independentes (Watson, Wiese. Vaidya, & Tellegen. 1999). Os estados de ativacdo positivos parecem estar assoclados a um aumento na dopamina, ao passo que estados de ativacao negativos parecem estar associados a um aumento na noradrenalina (para explicagdes de neuroquimica, consulte 0 Cap. 3, “Biologia e comportamento’), texcitagbo fisiologica, FIGURA 10.2 Mapa ci cumplexo da emogao. As emogées podem ser cate- gorizadas pela sua valéncia (negativa para positiva) e alerta fisiol6gico (baixo a alto) As emogées tém um componente fisiolégico Enquanto espera para fazer uma entrevista de emprego, seu coracdo pode estar accle- rado e as palmas das maos suando. Quando vocé esta com raiva, pode sentir seu rosto ficando quente. Quando alguém diz que Ihe ama, pode sentir 0 corpo todo esquentan- do. Mesmo a linguagem cotidiana inelui descricoes fisicas para descrever experiéncias emocionais, como ficar com os "pés frios” ao reconsiderar um compromisso, sentir-se ‘de coracao partido” ao ficar extremamente aflito ou estar com um “né no estomago” 408 _Ciéncia psicolégica FIGURA 10.5 0 eérebro emocional. (a) 4 amiadala é uma das mais importan- tes estruturas do cérebro para 0 pracessamenio de emogéo. Antes de as informagées sensoriais che- garem a amigdala, passam pelo télamo. Do télamo, elas podem atravessar 0 cértex visual. (b) Quando a informagao sensorial chega a0 talamo, pode seguir por uas vias. A via répida (do télamo & amigdala) ea via lenta (do télamo ao cértex visual & amigdala) habil- tando as pessoas a avaliar e responder a estimulos produtores de emogéo de maneiras diferentes. core iu Via Informagio_. Via rip ‘Amigdala / { Amigdald Resposta Ey sua conflabilidade (Todorov, Mende-Siedlecki, P, & Détsch, 2013; Figura 10.6). Estudos de imagem mostram que a amigdala ¢ especialmente sensivel & intensidade das faces de ‘medo (Dolan, 2000). Esse efeito ocorre mesmo que um rosto seja visto apenas de relance em uma tela, to rapidamente que os participantes nem sabem que o viram (Whalen et al., 1998). Talvez surpreendentemente, a amigdala reage mais quando uma pessoa ob- serva um rosto exibindo medo do que quando observa tuma face indicando raiva. Super- ficialmente, essa diferenca faz pouco sentido, porque uma pessoa que a olha com raiva tende a ser mais perigosa. Segundo alguns pesquisadores, a maior atividade da amégdala que ocorre quando uma pessoa vé um rosto assustado é decorrente da ambiguidade da situagao (Whalen et al., 2001). Em outras palavras, se a pessoa esta olhando para voce quando est4 com raiva, ela provavelmente est com raiva de voce - nao ha ambiguidade nisso. Mas quando a pessoa mostra medo, parece improvavel que ela tenha medo de voce (afinal, vocé nao esta fazendo nada para ela). Bla deve estar com medo de outra coisa, como uma aranha que est pendurada atras de voce. A resposta da amigdala a expressoes de medo em outras pessoas alerta vocé para potencials perigos. A amigdala também responde a outras expresses emocionais, até mesmo a felicidade. Em geral, ‘ho entanto, o efelto é maior para o medo. Um estudo mostrou que a amigdala pode ser ativada até por expresses faciais neutras, mas esse efeito ocorre apenas em pessoas que esto cronicamente ansiosas (Somerville, Kim, Johnstone, Alexander, & Whalen, 2004). Uma vez que a amigdala esta envolvida no processamento do contetido emocio- nal das expresses facials, ndo € surpreendente que ocorram prejuizos socials quan: do ela esta danificada. Aqueles com danos na amigdala muitas vezes tém dificuldade para avaliar a intensidade de rostos temerosos. Contudo, eles nao tém dificuldade no sentido de avaliar a intensidade de outras express6es facials, como a felicidade. Um estudo sugere que as pessoas com danos na amigdala podem diferenciar um sorriso de uma carranca, mas nao conseguem usar as informacoes dentro de express6es faciais para fazer Julgamentos interpessoais precisos (Adolphs, Tranel, & Damasio, 1998). Por exemplo, elas tém dificuldade em usar fotograflas para avaliar a confla- bilidade das pessoas, uma tarefa que a maior parte das pessoas pode desempenhar facilmente (Adolphs, Sears, & Piven, 2001; FIG. 10.6), Elas também tendem a ser excepeionalmente amigavels com pessoas que nao conhecem. Essa simpatia adicional pode resultar de uma falta de mecanismos normais de precaucdo com estranhos ¢ da sensagio de que algumas pessoas devem ser evitadas, FIGURA 10.6 Avaliando expressbes faciais. Em qual dessas pessoas vocé contia? ‘A maior parte das pessoas diria que (a) parece contivel e (b) nao parece. Ver um rosto 1ndo digno de confianga leva a uma maior atividade na amnigdala. Pessoas com determi- nadas lesdes cerebrais ndo conseguem detectar quao confidvel 6 uma pessoa a partir de ‘suas expressdes facials, como essas. Capitulo 10 Emogao emotivagao 409 No que acreditar? Aplicando o raciocinio psicolégico Viés de confirmagao: os testes com detector de mentiras sao validos? Uma caractetstica essencial da natureza humana é que as pessoas ocasionalmen- te mentor. Desde que existem as ment- ras, 2s pessoss tém tentado desenvolver smétodos para detectar tal fraude, Poton- Cais suspeitos em investigacoes crim: nals e candidatos 2 determinados tipos de trabalhos, como aqueles envolvendo ‘documentas contidenciais, $20 com tre- ‘quéncia convidados a passar por um tes- +e de polgrato,informalmente conhecido ‘como detector de mentiras. O polgrato 6 um instumento eletrdnica que avalia a resposta fisoldgica de corpo a perguntas, Registra civersos aspectos do alert lisio- légico, como a frequéncia respirator © 3 frequéncia cacciaca, 0 uso de polgrafos 6 altamente ccontroverso. A msior parte dos trbunais, no aceita os resultados do poligrato ‘como evidéncia,e eles séo proibidos no setor privado. No entante, continuam ssendo usados por pesquisadores crim nais @ agéncias nore-americanas, como ‘© FBIe @ CIA. Qual a validade dos pol: ‘gFafos como detectores dementia? 0 objetivo do poiigrato é determinar ‘© nivel de emotividade de uma pessoa, ‘como indicado pelo alerta autondmico, ‘quando confrantadas com determina das informagSes. Por exemplo, pode-se Perguntar a criminosos sobre ativida es ilagais espocificas, os candidatos a tum emprego podem ser questionados ‘auanto a0 uso de drogas, e potenciais agentes do Servigo Secreto ou da CIA podem ser questionados quanto a sim. patia que sentem por paises estranger fos. Mentir € estressante pare 3 maior parte das pessoas, de modo que o alerta autondmico deve ser maior quando elas ‘est30 mentindo do que quendo estéo d+ zendo a verdads. Mas algumas pessoas fieam newosas simplesmente porque © proceso todo é novo e assustador ou porque estéo aborrecides por alguém ponsar quo elas séo culpadas quando Sie inocentes, Nenhuma medida absoluta do slerta ‘autondmico € capaz de indicar a presen (ga OU auséncia de mentira, porque o nt Velde alerta autonémica de cada passoa 6 ciferente, Estar altamente alerta no indica culpa, Em vez disso, para avaliar aera fisiolégico, os poigrafistas usam uma técnica de pergunta-contrale em ‘que eles fazem uma variedade de per- ‘guntas, algumas das quais séo relevan. tes para es informagdes essenciais ¢ ov tras néo. Perguntas-controle como "Qual $0as inocentes muitas vezes sao falsa- 6 0 enderego da sua casa?” e "Vocdjafoi mente classificadas como fraudulentas para o Canadé?” séo selecionadas coma (Ben-Shakhar, Bar-Hilel, & Kremaitzer, Suposigéo de que néo devem produzir 2002). A maior parte das pessoas que uma resposta emocional forte, Guestées _falha nos testes estd realmente dizendo fessencials como "Voce roubou o dinhei- a verdade e esta simplesmente ansiosa +0?" ou "Vocé usa drogas?” s4o as de por passar pelo teste. O polgrato nao é interesse especifco para os nvestigado- _copaz de dizer se uma resposta 6 decor- res. A diferenga entre as respostas fisio- _rente de ura mentira, nervosismo ou logicas e as perguntas-controle e entre qualquer outra coisa excitante. Como as respostasfisilégicas @ as questées resultado, os testes com 0 detector de Critieas € a medida utlizeda para deter- mentiras s80 bastante fécels de passar ‘minat S@ a pessoa esté mentinda (FIG. se vocé usar contramedidas como a 10.7), As vezes, as perguntas incluem —contagem regressiva de sete em sete ou informacées que s6 um culpado sabe- _pressionar os pés contra o chao duran- ‘is: por exemplo, como uma pessoa foi te as questdes ericas (Honts, Raskin, & morta ou onde © corpo foi encontrado, Kircher, 1994), Qualquer pessoa pode fa- ‘Assim, basta ter conhecimento da culpa cilmente aprender a usar essas técnicas. ‘para produzir um alerta e, portanto, ser “Talvez problema mais grave com 08 detectado pelo poligrafo testes de detector de mentiras seja que o Existem inimeros problemas com _investigador precisa fazer um julgamento ‘uso dos poligrafos para descobrifrau- subjetiva para saber se 0 padrao do alex des. Um inconveriente grave é que pes- ta indica fraude. Esse julgamento muitas Frequéncia ccardiaca Frequéncia respiratoria Condutancla da pele rgunta-controle Pergunta critica FIGURA 10.7 Deteegao de mentira. © poligrafo mede os sistemas auto- nOmicos, como a frequéncia cardiaca, a frequéncia respiratoria e a condu- ‘8ncia da pele pela transpiracao. Diferencas nas reacées autonémicas para questées criticas, em comparagao a perguntas-controve, indicam 0 alerta, Esse alerta, por sua vez, pode indicar nervosismo, como resultado de uma mentira. No entanto, também pode ser decorrente do nervosismo geral e, Portanto, falsamente indicar que a pessoa esté mentindo, 410 _CiBncia psicolégica Kukucka, 2013) ‘yezes € influenciado pelas crengas do in- rolativamente tiviais, @ os participantes vvestigador sobre se a avaliado ¢ culpado. Talvez o problema mais provavelmente no se sentiram ansiosos Esse tipo de viés de confirmagéo também foi encontrado em estudos laboratorials, ‘especialmente quando os resultados da detector de mentiras seja Atualmente, ndo se sabe se a ativacio de poligrafia s80 ambiguos (Elasd, Ginton, & varias regiées do cérebro indica fraude Ben-Shakhar, 1994) O viés de confirma. que o investigador pro‘ ‘genuina ou simplesmente retlete outros {g80 6 um problema em toda investigagso forense, principalmente quando os inves- tigadores desenvolvem um “afunilamento subjetivo. especialistas em neurociéncia destacou dda visio" e se fixam em um suspe'to es- varios problemas metodol6gicos com a pecifica, ignorando ou desconsiderando pesquisa de RMINF para detectar a fraude. ‘evidéncias em contrério (Kassin, Dror, & ‘Como vacé podera esperar, os pes- _'0gas na atividade cerebral entre quan- necessitam de uma andlise mais eprotun- quisedores esto buscando novas estiat& {as para descobri:faudes. Por exempio, diversos estudes usando eletrencetalo- _trelas de fraude nesses estudos foram Phelps, & Wegner, 2014) Sobre estar mentinda (afnal, 05 pesqu grave com os testes de sadores Ines pediram que mentissem) ‘rocessos cognitivas. Uma cuidadosa re fazer um julgamento Lig Visto dessa pesquisa por uma equipe de {grama (EEG) @ resson8ncia magnética £Esses especialstas levantaram questbes nuclear funcional(AMN) detectaram cif a o {tices acicionai, como a privacidad, que {do as pessoas estéo mentindo e quando dada antes de a RMNF estar pronta para testo direndo a verdade. No entanto, 38, fecha ser usada no tribunal Farah, Hutchinson Teoria da emogdo de James-Lan Aspessoaspercebem padibes sspecfeas de resposiascorprais ®, coma resutad dessa parcepgo, sentem emogéo. Teoria da emogio de Cannon Bard Informagées sabre estimulos ‘emorianas 0 ervidas simutanearente ao citer e 20 co eresuitam em experinca ‘emacioalereagées corporis, respectvamente, ‘Teoria dos dois atores da emogéo tuo apicado ao alertafisiolgico ‘ue esuta em experimentar ume cemogéo. Existem trés teorias principais da emogao Suponha que voce esteja em uma area rural. Vocé caminha de casa até o celeiro € abre a porta. De dentro dele, um urso olha para vocé, segurando o saco de comida de cachorro que ele estava comendo. Vocé pode pensar que ver o urso o deixaria assusta- do. Seu coracao comecaria a acelerar, fecharia a porta rapidamente e correria de volta para casa. Como esse exemplo ilustra, 0 senso comum sugere que as experiéncias ~ Como ver um urso ~ geram emocdes, como 0 medo, 0 que leva a resposias ¢ compor~ tamentos corporais. Trés teorias principals propuseram diferentes maneiras pelas quais esses processos podem atuar: a teorla de James-Lange, a teoria de Cannon- Bard e a teoria de dois fatores de Schachter-Singer. TEORIA DE JAMES-LANGE Embora 0 senso comum sugira que 0 nosso corpo res- ponda as emogées, William James (1884) elaborou o argumento contraintuttivo de que a situacao € exatamente 0 oposto. Afirmou que a interpretagao de uma pessoa das mudancas fisicas a leva a sentir uma emocéo. O autor coloca "Sentimos-nos tris tes porque choramos, com raiva porque brigamos, com medo porque trememos; ot seja, nao choramos, brigamos ¢ trememos porque lamentamos, estamos com raiva ow estamos com medo” (p. 190). ‘James acreditava que mudangas fisicas ocorrem em padrées distintos que se traduzem diretamente em emocées especificas. Na mesma época, uma teoria similar independente foi proposta pelo médico ¢ psicdlogo Carl Lange. De acordo com o que chamamos de teoria da emogao de James-Lange, percebemos padroes especificos de respostas corporais ¢, como resultado dessa percepgio, sentimos emogao (FIG. 10.8), Isto é, ver 0 urso faz com que seu coracao acelere, € voce percebe 0 seu coracdo acelerado como medo. ‘Algumas pesquisas apoiam a teoria de James-Lange. Estudos usando imagens cerebrais descobriram que diferentes emoc6es primédrias produziram diferentes pa- droes de ativacio cerebral (Vytal & Hamann, 2010). Esses resultados sugerem que cada experiéncia que produz emocio esté associada a uma reacao fisiol6gica diferen- te (Levenson, 2014). Como observado anteriormente, no entanto, outra pesquisa in- dica que as reacoes fisicas multas vezes nao sao especificas o suficiente para explicar ‘completamente as experiéncias subjetivas das emogées (Cacioppo, Berntson, Larsen, Poehlmann, & Ito. 2000). ‘Uma implicacao da teoria de James-Lange € que, se moldar seus miisculos fa- clals de modo a imitar um estado emocional, vocé aliva a emocao associada. Em. outras palavras, as expressées facials fazem com que as emocées sejam sentidas, e nao o contrario. Em 1963, Silvan Tomkins propés essa idela como a hipdtese do feedback facial. James Laird (1984) depois testow a ideia pedindo as pessoas que ‘segurassem um lépis entre os dentes ou com a boca de manetra a produzir um sor- iso ou um olhar severo (FIG. 10.9). Quan- (a) do os participantes classificaram desenhos animados, aqueles que sorriam os acharam —_Estimulo: um urso mais divertidos. ppardo ameacador ‘se aproximando TEORIA DE CANNON-BARD Em 1927, 0 exaluno de James, o fisiologista Walter B. Cannon, fez algumas objecdes a teorla de James. Philip Bard (1934), aluno de Can- ane non, mais tarde expandiu essas criticas, Sua teorla alternativa € agora chamada de teoria da emocao de Cannon-Bard. Cannon ¢ Bard acreditavam que 0 sistema nervo- so autnomo era muito lento para explicar os sentimentos subjetivos das emocées, A mente responde rapidamente a experién-_(b) cia, enquanto 0 corpo é muito mais lento, precisando de pelo menos 1 ou 2 segundos _Estimulo: um urso para reagir. Por exemplo, vocé pode se sentir constrangido antes de corar. Capitulo 10 __Emogao er Alerta: coracéo sudorese, fuga a & Cannon e Bard também observaram que muitas emocées produzem respostas corporais semelhantes, As semelhancas tornam muito dificil para as pessoas de- > terminar rapidamente qual emocao elas estao sentindo. Por exemplo, raiva, exci- tagao € interesse sexual produzem altera- Ges semelhantes na frequéncia cardiaca ¢ pressdo arterial. O exercicio traz essas mesmas alteracdes, ¢ isso pode afetar seu. FiGURA 10.8 Teoria de James-Lange da emogio. (a) De aco:co estado emocional, mas no produz uma emocao especifica. Cannon ¢ Bard propuseram que as informacdes sobre estimulos emocionais sao enviadas mente ¢ ao corpo separada- mente ¢ simultaneamente. Como resultado, a mente e 0 corpo experimentam emocdes de maneira independente. De acordo com a teoria da emocao de Cannon-Bard, a infor- macao de um estimulo produtor de emo- cdo € processada em estruturas subcorticais (Cannon originalmente focou no télamo, mas sabe-se agora que muitas estruturas do sistema imbico esto envolvidas na emogao). As estruturas subcorticais entao enviam informacoes separadamente para o c6rtex e 0 corpo. Como re- sultado, as pessoas experimentam duas coisas separadas aproxima- damente ao mesmo tempo: uma emocao, produzida no cértex. e as reac6es fisicas, produzidas no corpo (FIG. 10.10), Quando vocé vé 0 urso no celeiro, sinais separados fazem com que Seu coracao dispare e vocé sinta medo, TEORIA DOS DOIS FATORES DE SCHACHTER-SINGER Os psicdlogos sociais Stanley Schachter e Jerome Singer (1962) viam algum mérito em ambas as teorlas. Eles achavam que a teoria de James-Lange estava cer- ta em equiparar a percepcao da reacao do corpo com uma emocao, mas concordavam com Cannon-Bard quando diziam que existem multas emogoes diferentes para que houvesse um padrao autondmico exclusive para cada uma delas. Schachter e Singer propuseram a teoria dos dois fatores da emogao, de que que a resposta fisiologica a todos os estimu- Jos emocionais era essencialmente a mesma, a qual denominaram alerta fisiol6gico indiferenciado. O alerta era apenas interpretado de maneira diferente, dependendo da situacao, ¢ recebia um rétulo. ‘com a visdo do senso comum da emocao, uma experiéncia - como ver um urso pardo - pode produzir uma emogao e, em seguida, uma resposta corporal. (b) De acordo com a teoria de James-Lange, {a percepgée corporal ver antes de a pessoa sentir a emogdo. Por ‘exemplo, quando um urso Ihe ameaca, voc cameca a suat, sente eu coragdo batendo e corre (se possivel). Essas respostas produ- zem em vocé a emogao do medo, FIGURA 10.9 Hipétese do feedback facial. De acordo com essa hipdtese 2 expressio facial de uma pessoa leva ‘essa pessoa a experimentar a emogao. Mesmo a alteragao forgada na expresso facial do individuo pode mudar a expe. riéncia que ele tem da emogao. 412 Ciénciapsicolbgica Alerta: coragao ta um aumento no alerta fisioldgico, ela comeca a buscar a pee on origem desse aumento (FIG. 10.11). A busca por uma expli- ee tum aumento no alerta fisiolgico. Seu conhecimento de que cA 1010 To an eres eee ee meres non-Bard de emogée. De acor- receberam faria com que sentissem um aumento no alerta fisiolgico. Os outros do com essa teoria, a emogao @ participantes nao foram informados de nada sobre os efeitos do farmaco. Por as reagdes fisicas acontecem in: fim, deixou-se que cada individuo aguardasse com um cimplice do pesquisador, dependentemente, mas 20 meS- © ctimplice, também do sexo masculino, estava trabalhando com o pesquisador mo tempo. Por exemplo, quando _e se comportou de acordo com o plano de pesquisa. fisiol6gicas e aplica um rétulo para o seu aumento no alerta fisiol6gico. Eles atribuiram isso a adrenalina, nao ‘exempio, quando um urso Ihe nao receberam informacées sobre os seus efeitos, eles tinham um aumento no. eer Belin ates hs S 0 faziam (ver “Pensamento cien- — : omens tifico: Teste da teoria de dois Cd Soe fatores de Schachter-Singer”). cs ead Emogéo _responderam entre as duas con- FIGURA 10.11 Teoria dos dois fatores de Schachter-Singer. De acordo com essa teoria, uma Capitulo 10__Emogaoe motivago 413 Pensamento cientifico Teste da teoria de dois fatores de Schachter-Singer HIPOTESE: O que quer que uma pessos acredite que seja a causa de sua emogSe determinaré como ela a experimenta e rotula, [Eiivjetose nos partisipantes um estimulant adrenaline) ou placebo, {E1A0s panicipantesiformados 68 condigso adrenalina fo dito que o térmaco podria fazer com que se sortissem intives, vessem ‘aquaria senissem seus rstos quentes. Todas es8asatividades corporls seo eflios claterals Go uso de adrenalin, OS Partipentesndo informados no receberam qualquer informacdo sobre os ofeitos do frmace. EIN conicto de ufo, ade paricbant expo um cimpie ave etve de imo humor, rncando cm um bembelé fondo vides de pape. 'Na condi de iritacso, cada participant ficava sentado esperando com um ciple. Tanto oparisipante quanto 0 implice foram onvidados @preencher um questionaro com perguntas mute insultantes, por exemplo se sua mee inhatraido seu pa O cumplice ficou rtado, esgou 0 questonacio esau da {Bhos parscpartescodiiceram os indicadores comportementais de eufria como estendo lgados & versio. Ele tambm codicsram wlcedores comportamenta de mo consordando com 2 raiva do cimplce. Als disco, foram questionados ov estadoe ‘mocionas do participant ‘entiam elzes ou com rive, Hlnmym. Coragio Hmmm... Coragio (Gulsendo mio emule ‘ular, bo emul Buecho ave tarmaco Bs acho a o trace “eslmentefunelona. Crass iis See a mad See LM 7 “nformad Condigho de euloia RESULTADO: Quando os partcipantes receberam adrenalinae foram informados de como seus corpos iriam responder a0 fér- ‘maco, eles tinham uma explicagao facil par o seu aumento na excitacdofisiolégica. Atriburam isso 3 adrenalina, no situagao, Em contraste, quando receboram adronalina, mas néo foram informados sobre os seus efeitos, procuraram algo no ambiente ara expicar ou para rotular as teagoes do seu corpo. # Condigéo Quando 0s parieipantes nao informados esperaram 6 euforia junto com 08 cimplices euforicos, eles exibiram men indicadores comportamentais de eufori (ver graf 0 do lado esquerdo). Também relataram sentirse 18 folizes. Quando 0s participantes nao informados lesperaram junto com os cimplices com raiva, eles exibiram indicadores comportamentais de raiva (ver raf do lado dirito). Também relataram sentir rai va, Esses resultados aconteceram porque os partici antes néo informados atriouiram seus sentimentos Pe jag 280 que estava acontecende no ambiente. Os partic pantes informados nao reagiram do mesmo modo nem fizeram as mesmas atribuig6es, Por exemplo, na condig0 de reiva, seus indicadores comporta mentais de raiva diminulram, Raivacomportamental CONCLUSAO: 0 sentimenta deaumenta na excita- 80 fisiologica pode ser avibuido a eventos no am biente, moldando assim as emogbes das pessoas. FONTE: Schachter S.,& Singer, J 1962). Cognitive, social and physiological determinants of emotional state, Psychological Review, 88, 37339 | Usando a psicologia em sua vida Como posso controlar minhas 1 emogoes? Ass.amosses podem ser peturbadors ¢ prablemétieas. Sentimentos negativos podem impedir as pessoas de se comportar como gostariam, do mesmo modo que sent: ‘mentos positives. Voc6 jé ficou téo nervoso a onto de ser dif falar na frente de uma pl teia (FIG. 10.13A)? Quis se sentiu tao anima 0 em relagio a um evento préximo quo foi incapaz de se concentrar em uma prova (FIG. 10.138)? Em nassas vidas didrias, as crcuns. tEncias muitas vezes nos obrigam a controlar ossas emacées, mas isso n3o ¢ facil, Como vac’ mascara a sua expresso de nojo quan 6 obrigado @ comer por polider algo de que ‘do gosta? Como vocé se forga a ser um bom ppordedor em uma competigao que realmente importa para voce? James Gross (1999; 2013) delineou vi Fias estratégias que as pessoas utlizam para re gular as emopbes. Algumas dessas estratégias ‘ajudam as pessoas a evitar ou se preparar pars eventos, ¢ outras ajudam a lidar com os even 108 depois que eles ocorrem. Contudo, nem todas as estratégias para regular os estados ‘emacionais so igualmente bem-sucedides © que néo fazer: Duas estratéaias co- uns, a suprossio de pensamento @ 2 rum: nnagao, néo funcionam. Na supresséo de pen: samento, as pessoas tentam ndo sentir ou responder & emogdo. Danie! Wegner e colabo radores (1930) demonstraram que a tentativa de suprimir pansamentos negativos é muito aiff, Isso muitas vezes leva a um efeito re ‘ote, em que os individuos pensam mais so- bre algo apés a suprosséo do que antes. Por exemplo, as pessoas que estao de diets e ten tam no pensar em alimentos saborosos aca bam pensando mais neles do que se tivessem tentada se envolver em autra atidade como uma maneita de no pensar em comida ‘A ruminagéo envolve pensar, elaborar © concentrar-se em pensamentos ou sentimen tos indossjados. Essa resposta prolongs 0 es tado de humor e impede estratégias bern-suce didas de regulagao do humor, come distreir-se ‘u concentrarse em solug6es para o probloma (Lyubomirsky & Noler-Hoeksema, 1995). Entdo © que voeé pode fazer para regular uma emo: (980? Pesquisas mostram que as estratégias a Saguir s20 mais Demsucedidas do que @ su: pressio de pensamerto ou a ruminagao, Controle o local: Se voc8 quiser se sen tir roméntico a0 pedir sue namorada em casa ‘mento, 6 melhor voce fazer © pedido em um bist intimo e tranquilo, em vez de uma lan- chonete fastfood. Se voc® quiser evitar sentir cidmes da habildadeatlética de suairms, voce pode optar por ndo participar de seus jogos de futebol, basquete e futebol. Ao colocar-se om determinadas situacées @ evitar outras, voce pode influenciar @probablidade de experimen tar determinadas emogbes. Mude o significado: Também & possi vel alterar diretamente reagdes emocionals a eventos a0 reavalié-las em termos mais neu tos, Entao, se voce sente medo a0 assistir a um filme, pode se lembrar de que todo 0 tespetéculo foi encenado e que ninguém esté ssendo ferido de verdade. Estudos de imagem cerebral descobriram que a reavaliagio muda por uma situacdo podem ser atribuidos & emocio errada. Quando as pessoas come- tem erros na identificacao da fonte do seu aumento no alerta fistol6gico, isso € chama- do de atributedo errdnea do alerta fisiolégico Em uma exploragao desse fenémeno, os pesquisadores tentaram ver se as pes- ‘soas podiam sentir atracao romantica por melo da atribuicao errénea (Dutton e Aron, 1974). Cada participante, um homem heterossextal, fol convidado a atravessar uma de duas pontes sobre o rio Capilano, nos Estados Unidos. Uma delas era uma ponte suspensa estreita com um anteparo baixo, que oscilava 70 m acima de violentas corredeiras rochosas. A outra era uma ponte moderna e resistente, pouco acima do rio, No meio da ponte, uma atraente assistente de pesquisa do sexo feminino se aproximava do homem e o entrevistava. Ela Ihe dava seu ntimero de telefone e se oferecia para fornecer explicagées sobre os resultados do estudo em um momento posterior se ele estivesse Inte- ressado. De acordo com a teoria dos dois fatores da emocao, a ponte menos estavel produziria alerta fisioldgico (palmas das maos suadas, aumento na frequéncia cardiaca), que poderia ser erroneamente atri- buida & atracdo pela entrevistadora. Na verdade, os homens entrevis- tados na ponte menos estavel tinham maior propensao a convidar a entrevistadora para sair (FIG. 10.12), Voce consegue pensar em um possivel fator de confusdo que afeta esse estudo? Quais as diferencas inlclais entre os homens que optaram por atravessar a ponte menos estével ¢ aqueles que escolheram a ponte mais segura? Talvez os homens que tinham maior propensdo a assumir riscos eram mais propensos a escolher a ponte assustadora e convidar alerta fisiolégico. Homens que passa ram por essa ponte estreit e assustadore sobre 0 rio Capilano mostraram mais atra (¢80 pela pesquisadora do sexo feminino fra ponte do que as homens que cami: nharam por uma ponte mais segura, Capitulo 10 Emogdo.e motivagao 415 tea entrevista esteve associado a sate mental psitiva e menos sentimentos ne- gativas, como tristeza, Era uma maneira de lidar com uma situagae aif Distraia-se: Fazor algo que nao ‘eja uma atividace preocupante ou pen sar em algo diferente é uma estratégia especiaimente boa para controlar ¢ ‘emocéo (Webb, Miles. & Sheeran, 2012), or exemplo, se voce tem made de voa pode distrai-se de sua ansiadade aj dando a mulher ac seu lado @ entreter sua crianga inquieta. Ao absorver a aten: distuptivas. Nossas agdes podem ser prejudica- ga, a distragdo ajuda temporariamente das por (a) sentimentos negativos, como 0 nervosismo, ou {b) sentimentos 38 pessoas a parar de se concentrar em positivos, como a excitacdo. ‘seus problemas, Contudo, algumas distragées 2 atividade das regides do encétalo pele e frequéncia cardiaca, juntamente _saem pela culetra. As pessoas podem ‘envolvidas em experimentar a emocdo com uma diminuigéo na percep¢ao de _™iudar seus pensamentos, mas acabam (Ochsner. Bunge. Gross, & Gabriel, dor Todas essas respostas s80 some: _ensando em outros problemas. Ou po- 2002; Ochsner Sivers, Buhle, 2012), antes 8s que resultam do exercico fi. dem se envolver em comportamentos Love na brincadeira: Usar 0 hu: sico, eels sdo consideradas benélicas _desajustados. Por exemplo, como obser mortem muitos beneficios pars.saide pra saude a curto e longo prez. ‘ado no Capitulo 4, as pessoes is vezes fsica e menial (Samson & Gross, 2012) ‘AS pessoas 8 vezes riem em tentam escapar da sua autoconsciéncia Mais obviamente, 0 humer aumenta 0 situagées que néo parecem muito en- _ comendo demas ov tomando um pore afeto postvo. Quando ache algo engra- _gragadas, como em fureris ou veléios, Para escapar temporariamente de seus Gado, vocé sor gargalnaeentraemum De acordo com uma teoria rir nessas problemas, vocé pode tentar assistir a ‘estado de animacdo prazeroso @ rela- _situapées ajuda as pessoas a so distan- um flme que capta a sua atengao. Esco- ante. Pesquises mostram que o so es _ciar de suas emogdes negativas e for. tha um filme que ndo id lembréo de sua timuia a secrecdo endécrina, melhora 0 talece o seu vinculo com os outras, Em _sitvagdo problematica. Caso contraro, sistema imune e estimula aliberagéo de um estudo sobre o tema, Dacher Keltner _v0cB pode simplesmente encontrar-se hhorménios, dopamina, serotonina e ene George Bonanno (1987) entrevistaram _chafurdando na autopiedade, (Para mais orfinas. Quando as pessoas riem. elas 40 pessoas que tinham perdido recen- Sugestdes sobre como lidar com seus arimentam um aumento na circu temente um cénjuge. Os pesquisadores problemas e tensGes do dia a di, con lacSo, presséo arterial, temperatura da descobrram que orso verdadaito duran- Suite Cap. 11, “Saude e bemestar) a entrevistadora para sair. Contudo, a idela geral ~ de que as pessoas podem atribuir erroneamente 0 alerta fisiol6gico ao afeto ~ tem sido apoiada por outros estudos. A transferéncia de excitagdo é uma forma similar de atribuigao errénea. Aqui, © alerta fisiol6gico residual causado por um evento ¢ transferido para um novo esti mulo. Por exemplo, no periodo apés o exercicio, o corpo volta lentamente ao seu ¢s- tado inictal. Os sintomas de alerta residual incluem uma frequencia cardiaca elevada. Depois de alguns minutos. a maior parte das pessoas vai ter prendido a respiracao € pode nao perceber que seus corpos ainda esto fisiologicamente alertas. Durante esse Periodo transitorio, elas sdo suscetiveis de transferir a excitagio residual do exercicio ‘a qualquer evento que ocorra. Essa resposta tem uma aplicacio pratica: em seu pro- ximo encontro romantico, vocé pode sugerir assistir a um filme que vocé acha que ira produzir alerta fisioldgico, como um dramalhao ou um filme de ago. Talvez a pessoa com quem esteja saindo tra erroneamente atributr o alerta fisiologico residual a voce! Resumindo 0 que sto emogées? ‘= As emogdes muitas vezes sdo classificadas como primdtias ou secundérias. As primérias ‘880 inatas, evolutivamente adaptativas e universas (compartlhadas entre as culturas) Es- 28 emogdes inciuem a raiva, o medo, a tristeza, o nojo,aalegria, a surpresa e o desprezo, culpa, a As secundérias sio misturas de emogées primétias. Elas incluem 0 remorso, submissio, a vergonha, © amor, o rancor e a inveja 416 _Ciéncia psicolégica ‘As emogées tém uma valéncia (positva ou negative) e um nivel de alerta(isiologico, baixo oualtol |A insula recebe e integra sinais somato-sensoriais, ajudando-nos a exoerimentar a emo- 80, especialmente o nojo, arava, a culpa @ a ansiedade. A amigdala process o signfica- {do emocional dos estimulos ¢ produr reagbes imediatas. Também esta assuciada @ apren- dizagem emocional, A maméria de eventos emocionis € &interpretagso de expresses faciais de emocéo, {As tr6sprincipaisteorias para a emogio diferem em suas énfases relatives na experiéncia subjetva, alteragbes fisioldgicas einterpretacSo cognitiva A teoria de James-Lenge afirma que padres especticos de mudancas fsicas dao lugar & percepeao de emozoes ‘associadas, A teora de Cannon-Bard prope que duas vias separadas —-mudancas fsicas « expetiéncias subjetivas - sio ativadas ao mesmo tempo. A teoria dos dois fatores de ‘SchachterSinger enfatiza a combinacdo entre alertafisioldgico generalzado e avaliagdes ‘cognitive para determinar emogdes especfices CConsistentas com a teoria de dois fatores de Schachter Singer, pesquisas mostram que 8 ‘pessoas podem atribur erroneamente as causas de suas emocées, buscando explicagoes no ambiente para o que estao sentindo. Avaliando Para cada uma das tr6s principals teorias das emogdes ~ de James-Lange, de Cannon-ard ‘dos dois fatores de Schachter-Singer-, selecione todos os enunciados deseritivos & ‘exemplos que se aplicam. Algumas respostas podem se aplicar a mais de uma teoria. Enurciados descritvos 1, As emocdes sucedem as respostas corpora. 2.. As respostas cognitvas As situagdes sio importantes na determinacio das emocbes ‘2, As respasias corporsis S40 uma parte importante de como as pessoas rotulam as emogoes. 4. A ransferdncia de excitacdo é incompativel com essa teoria da emogao. Exomplos: ‘a. Se voc8 canta uma cangSo feliz, vocé vai se sent feliz 'b. Se vocé quiser que alquém se apaixone por voo8 (nao necessariamente fique apaixonada), \voe® deve escolher atvidades excitantes para os seus primeiros encontros, como 0 snow= board ou a escalada Sorfr durante um procedimento doloroso, como uma injegde dolorosa, vai deixé-o com ‘um humor melhor Voce se senteiritado e, simultaneamente, observa que seu coragao esté acelerade. “esjde 05486 7 vebuSsmINDAES Op SORA) HOD figysanpaide ogs po y'ePleg-LOwUeD Bit Sangode ogs D9 ee" ‘UETSOWET 84 'SVISOSSH, Objetivos de 7 e aprendizagem 10.2 Quao adaptativas sao as emogées? * Discutio impacto das Durante 0 curso da evolucdo humana, desenvolvemos maneiras de responder aos emogées sobre a cogrigéoe —desafios ambientais. Ao resolver nossos problemas adaptativos, nossas mentes se a tomada de deciséo, debrucaram sobre nossas emogoes. Experiéncias negativas € positivas tém orientado a nossa espécte a comportamentos que aumentam a probabilidade de sobrevivermos. s Revisar as pesauisas $9012 no¢ reproduzirmos. Em outras palavras, as emocOes sao adaptativas porque prepa- universalidadetranscutzal ame guiam comportamentos de sucesso, como a corrida quando voce esta prestes a das expressées emacionais. Ser atacado por um animal perigoso. = Defias nomas de ‘As emacées fornecem informacées sobre a importancia dos estimulos para ob- expresso Jetivos pessoais, e entao preparam as pessoas para acées que visem alcancar esses objetivos (Frijda, 1994), Elas também nos gulam para aprender as regras sociais 1 Discutr as fungées € sao necessarias para vivermos cooperativamente em grupos. Na préxima seco, interpessoais daculpae de —-_-yamos analisar como as emogées tém servido a fung6es cognitivas e sociais a fim de vergonha possibilitar que as pessoas se adaptem a seus ambientes fisicos e socials. As emoces atendem a funcdes cognitivas Durante muito tempo. os psicélogos consideraram os processos cognitivos como se- ‘parados dos processos emocionais. Os pesquisadores estudaram a tomada de dect- S20, a memoria, ¢ assim por diante, como se as pessoas estivessem avallando as i formacées a partir de uma perspectiva puramente racional. No entanto, as respostas ‘etivas imediatas surgem rapida ¢ automaticamente. Elas dao cores as percepcdes ‘50 mesmo instante em que um objeto ¢ notado. Como Robert Zajone coloca, “Nos no ‘apenas vemos ‘uma casa’: vemos uma casa bontta, uma casa feta ou uma casa osten- tesa" (1980, p. 154). Essas avaliacdes instantaneas posteriormente orientam a toma- da de decisao, a meméria e 0 comportamento, Portanto, os psicdlogos em geral agora econhecem que ¢ irrealista tentar separar a emocao da cognicao (Phelps, 2006). Como o Capitulo 8 enfatiza, a cognicéo do dia a dia esta longe de ser fria e ra- ‘ional. Decisoes ¢ julgamentos sao afetados por emocoes e humores. Por ‘exemplo, quando as pessoas esto de bom humor, elas tendem a ser persis- fentes ¢ encontrar respostas elaboradas e criativas para problemas dificels sen, 1993), Quando as pessoas esto perseguindo objetivos, sentimentos positives sinalizam que clas estio fazendo progresses satisfatérios ¢, as- ‘im, incentivam um esforco adicional TOMADA DE DECISAO Vocé prefere fazer uma escalada nos Alpes ou as- sistir a uma apresentacdo de um pequeno grupo de danca em Paris? Ao considerar essa questio, vocé pensa racionalmente sobre todas as implica- .90es de uma ou outra escolha? Ou tem um lampejo de como se sentiria em. ambas as situacdes? As emocoes influenciam a tomada de decisio de dife- rentes maneiras. Por exemplo, as pessoas antecipam estados emocionals, que ento servern como uma fonte de informacdo e um guia na tomada de decisées. Dessa maneira, os individuos sdo capazes de tomar decis6es mals rapidamente e de maneira mais eficiente. Além disso, em situagdes complexas e multifacetadas, as emocées servem como guias heuristicos, que fornecem feedback para tomar decisoes rapidas (Slovic, Finucane, Peters, & MacGregor, 2002). Os julgamentos de risco 830 fortemente influenciados por sentimentos atuais, e quando as emogées e cognigées esto em conflito, as emocdes normalmente tém 0 impacto mais forte sobre as deci- oes (Loewenstein, Weber, Hsee, & Welch, 2001), De acordo com a teorla do afeto como informacdo, proposta por Norbert Schwarz ¢ Gerald Clore (1983). as pessoas usam 0 humor do momento ao fazer julga- mentos ¢ avaliacées, Conflam em seu humor, mesmo que inconscientes de sua fonte. Por exemplo, Schwarz ¢ Clore pediram as pessoas que avaliassem a sua satisfacdo ge- ral com a vida. Para responder a essa pergunta, as pessoas potencialmente deveriam considerar uma multiplicidade de fatores, incluindo situagoes, expectativas, objetivos pessoais e realizagdes. Contudo, os pesquisadores observaram que para chegar as Suas respostas, os entrevistados nao analisaram todos esses elementos, mas sim pa reciam conflar em seu humor do momento. As pessoas de bom humor elassificaram. sua vida como satisfatsria, enquanto as de mau humor deram classificagbes gerais, mais baixas (FIG. 10.14). Do mesmo modo. as avaliacées que as fazem de pecas de teatro, palestras, politicos e até mesmo de estranhos sio influenciadas por seu. humor. Este, por sua vez, € influenciado pelo dia da semana, clima, saiide, ¢ assim por diante. Se as pessoas esto clentes das fontes de seu humor (como quando um. pesquisador sugere que o bom humor pode ser causado pela luz clara do sol), seus sentimentos tém menos influéncia sobre seus julgamentos, MARCADORES SOMATICOS © neurocientista Antonio Damasio sugeriu que o ra- clocinio ea tomada de decisio sao gulacos pela avaliagao emocional das consequen- clas de uma acao. Em seu livro O erro de Descartes (1994), Damasio estabelece 4 teorla do marcador somatica. Segundo esse modelo, a maior parte das agoes © decisses de autorregulacio € influenclada por reagbes Corporais chanmadas marc ddores somaticos. ‘Alguma vez voet ja teve uma sensagao de enjoo no est6mago ao olhar por um parapeito de um edifci alt? Para Damisio, otermo gut feeling (intulcao, pressent Capitulo 10__Emog30 © motivacao__417 FIGURA 10.14 Humor e satisfagao com a vida. O humor afeta a satista- go com a vida de uma pessoa, e 0 lima afeta o humor. Como resultado, as pessoas podem relatar es- tar mais satisfeitas com sua vida em dias ensolarados do que naqueles chuvosos. Marcadores somiticos Reagées corporis que surgam a pati da avaligao eraconal de consequéncias de uma apo, Ciéncia psicol6gica mento) pode ser considerado quase literalmente. Quando vocé contempla uma aco, experimenta uma reagao emocional com base parcialmente em sua expectativa do Uesfecho da acao. Sua expectativa é influenciada pelo seu histérico de realizar aquela ‘acéo ou acoes semelhantes. Por exemplo, na medida em que dirigir répido © Ievou a multas por excesso de velocidade. o que o fez se sentir mal, voct pode optar por desacelerar quando vé uma placa com o limite de velocidade. Assim, marcadores somaticos podem gular as pessoas a se envolver em comportamen- tos adaptativos. Damasio verificou que os pacientes que apresentam danos no meio da regio pré-frontal com frequéncia sio insensiveis aos marcadores sométicos. ‘Quando essa regido esta danificada, as pessoas ainda sao capazes de recordar 4 informacao, mas ela perde a maior parte de seu significado afetivo. Elas po- ‘dem ser capazes de descrever seus problemas atuais ou falar sobre a morte de tum ente querido, mas o fazem sem experimentar qualquer dor emocional que normalmente acompanha esses pensamentos. Como resultado, essas pessoas ‘nao tendem a usar os desfechos anteriores para regular 0 comportamento fu- turo. Por exemplo, em estudos utilizando uma tarefa de jogo, os pacientes que tiveram danos em seus lobos frontais continuaram seguindo uma estratégia arriscada: eles geralmente selecionavam cartas de um baralho que dava raras Tecompensas enormes, mas perdas frequentes ruins, em vez de cartas de um baralho que dava frequentes pequenas recompensas ¢ raras perdas pequenas (pessoas sem lesdes frontais escolhem essa estratégia mais segura). Escolher cartas do baralho de alto risco tinha provado nao levar a sucesso em tentativas anteriores, mas, quando os pacientes contemplavam selecionar uma carta do baralho de alto risco, néo mostravam a resposta mals comum de aumento no alerta fisioldgico (Bechara, Damasio, Tranel. & Damasio, 2005). Ou seja, omar- ‘cador somatico que diria & maior parte das pessoas que algo € uma ma ideia ‘esté ausente entre aqueles com lesdes no lobo frontal As expressées faciais comunicam emogoes Em seu livro de 1872. A expresso das emogdes no homem e nos antmats, Charles Darwin argumentou que aspectos expressivos da emocao sio adaptativos porque ‘comunicam sentimentos. As pessoas interpretam as expressoes facials de emocao para prever o comportamento dos outros. As expressoes faciais fornecem multas pistas sobre se o nosso comportamento ¢ agradvel aos outros ou se provavelmen- te fard com que sejamos rejeitados, atacados ou enganados. Assim, as expressoes faciais, como as emogoes em si, fornecem informagdes adaptativas. FIGURA 10.15 Efeitos do con- ‘Os olhos ea boca transmitem informacdes emocionais. Os olhos sao extre- texto sobre acategorizagio da mamente importantes em comuntear emogdes. Por exemplo, quando as pessoas Gxpressaoemocionel. Mosira. esto com med, elas arregalam os olhios. mostrando uma porcao mator de suas ram-se aos participantes da partes brancas, Basta mostrar is pessoas olhos arregalados com uma porcao vaavise imagens como estas, maior da parte branca a vista para aumentar a alvidade na amigdala, mesino que os espectadores néo sabam que as partes brancas sio maiores (Whalen ¢ al.. 2004). Se forem apresentadas as pessoas Imagens s6 de olhos ou 36 de ‘bocas csc solicite a elas que identifiquem a emocao expressa, elas sao mais pre- cisas quando analisam olhos (Baron-Cohen, Wheelwright, & Jolliffe, 1997). No entanto, em um estudo classico, Knight Dunlap (1927) demonstrou que a boca foto mostra tanto um rosto tris transmite melhor do que os ollios a emogao para informar sobre afetos positi- ‘te quanto uma postura triste. ‘vos do que sobre afetos negativos. O sorriso ou a carranca € tao perceptivel que Quando 0 rosto epereceu ness substitul qualquer informagao fornecida pelos olhos (Kontsevich & Tyler, 2004). contexto, a maior parte dos parti Grande parte das pesquisas sobre a expressao facial fol realizada mostran- ipantes categorizou a express20 do as pessoas rostos isolados. No entanto, no mundo real os rostos aparecem ‘como triste, (b) Esta foto mostra em contextos que fornecem pistas quanto a emogdo que uma pessoa ests expe- a mesma cara triste com uma rimentando, Em um intrigante estudo, os pesquisadores mostraram expressOes postura temerosa. Quando 0 faciais idénticas em diferentes contextos € descobriram que o contexto alterou fosto apareceu nese contexto, _profundamente a maneira como as pessoas interpretaram a emogao (Aviezer et maior parte dos participantes —_al., 2008; FIG. 10.15), categorizou a expresséo incorre- tamente como medo. Solicitou-se que determinassem se as imagens descreviam raiva, medo, orgulho, tristeza, nojo, surpresa ou felicidade. (a) Esta Capitulo 10 __Emogdoe motivago 419 EXPRESSOES FACIAIS ENTRE AS DIFERENTES CULTURAS Darwin argumentou que ‘© rosto comunica de modo inato as emogées aos outros € que essas comunicacdes ‘sdo compreensivels por todas as pessoas, independentemente da cultura. Sua hipé- tese permaneceu sem ser testada até que Paul Ekman entrou em cena e partiu para refutd-la. Ekman acreditava que as emogdes variam em uma escala de agradavel a de- sagradavel e que a expresso facial ¢ 0 que ela significa sdo aprendidos socialmente. Em outras palavras, propos que o significado de cada expressao facial varia de uma cultura para outra. Ekman ¢ colaboradores (1969) testaram essa hipotese na Argenti- ‘aa, no Brasil, no Chile, no Japio e nos Estados Unidos. Descobriram que a hipotese de Ekman estava errada e que Darwin estava certo. Em cada pais, os participantes viram fotografias de expresses emocionais e, em seguida, foram convidados a identificar as respostas emocionais. Em todos os cinco paises, os individuos reconheceram expressoes como raiva, medo, nojo, feli- cidade, tristeza ¢ surpresa. Contudo, como as pessoas nesses paises tinham ampla exposi¢do a cultura um do outro, a aprendizagem, e nao a biologia, poderia ter sido responsdvel pela concordancia intercultural. Para controlar esses potenciais fatores de confusao, os pesquisadores viajaram a uma drea remota da Nova Guiné, Os nati- vos tinham pouca exposicao a culturas de fora e receberam apenas educacao formal Pensamento cientifico Estudo de Ekman das expressées faciais entre as culturas HIPOTESE: Ekman props que o significado das express6es faciais 6 socialmente aprendido e, portanto, deve variar entre as cultura. METODO DE PESQUISA. [HiNa segunda parte do estudo, participantes da Nova Guiné foram fotografados exibindo determinadas expressbes faciais.Por exernplo,forem ‘convidados a demonstrar como se sentiriam ao se deporer com um porce pode ou se um dos seus fihos tivesse morro. EbParticipantes de outros paises foram onvidados a identiicar 1s emogbes expressas pelos partcipantes da Nova Guiné. RESULTADOS: As pessoas das diferentes culturas em grande parte concordam com o significado das diferentes expresses faciais. Os exemples aqui séo (a felicidad, (b) tristeza, (c)raiva @ (a) nojo. CONCLUSAO: 4 hipétese de Ekman estava errade, O reconhecimento das express6es faciais pode ser universal e, portanto, de base biolégica, FONTE: Ekman, P,& Friesen, W. V. (1971). Constants across cultures inthe face and emotion, Journal of Personally and Social Psychology, 17, 124-128, 420 _Ciéncia psicolégica FIGURA 10.16 Expressées de ‘orgulho. Em resposta a vitoria ‘em partidas distintas de judd, (a) uma atleta ndo cega e (b) um atleta cego congénito expressam seu orgulho por meio de compor: tamentos semelhantes. Como ‘essas semelhangas ocorem 1e as culturas, a expressao fisic do orgulho parece ser de base biolégica Normas de expressio 'Normas aprendida por meio a socialeagao que dtam ais emoqées so adaquadas em deterrinacas stuages, minima. No entanto, os participantes do estudo foram capazes de identifiear ra- Zzoavelmente bem as emocoes Vistas nas fotos, embora a concordancia nao tenha ‘sido tio grande quanto em outras culturas. Os pesquisadores também pediram ‘aos participantes da Nova Guiné que exibissem certas expressées facials e des- cobriram que os avaliadores de outros paises Identificaram as expressoes em lum nivel melhor que o acaso (Ekman & Friesen, 1971; ver "Pensamento cic ico: Estudo de Ekman das express6es faciais entre as culturas”, na p. 419), Pesquisas posteriores encontraram apolo geral para uma concordancia in- tercultural na identificacao de algumas expressOes faciais; 0 apoto € mais forte para a felicidade e mais fraco para 0 medo e o nojo (Elfenbein & Ambady, 2002), Alguns estudiosos acreditam que os resultados desses estudos interculturais podem ter sido influenciados por diferencas culturais nas palavras usadas para descrever a emogio ¢ pela maneira como as pessoas sio convidadas a ident ficar as emocoes (Russell, 1994). Em geral, porém, as evidéncias indicam que algumas expressées faciais sio universais, Portanto, elas provavelmente tem uma base biologica. Voce esperaria que a expressio fisica do orgulho tivesse uma base bio- logica ou fosse especifica de uma determinada cultura? A psicdloga Jessica ‘Tracy descobriu que as eriancas podem reconhecer quando uma pessoa sen- te orgulho e que populagdes isoladas com contato minimo com 0 Ocidente também identificam com preciso 0s sinais fisicos, que incluem 0 ros‘o sor- ridente, os bracos levantados, 0 peito estufado e o tronco expandido (Tracy & Robins, 2008}. Tracy e David Matsumoto (2008) examinaram as respostas de orgulho entre aqueles que competiram em partidas de judé nos Jogos ‘Olimpicos ¢ Paraolimpicos de 2004, em que competiram atletas no cegos € cogos de 87 nac6es. Apés a vit6ria, os comportamentos exibidos pelos atletas nao cegos € cegos eram muito semelhantes. Essa descoberta sugere que as resposias de orgulho so inatas, ¢ no aprendidas pela observacao dos outros (FIG. 10.16). ‘As normas de expressao diferem entre as culturas e entre os géneros Como vimos, as emogées basieas, como o orgulho, parecem ser expressas de maneira similar entre as culturas. Contudo, as situacées em que as pessoas exibem emocées sao substanclalmente diferentes. As normas de expresso go- ‘yernam como € quando as pessoas exibem emocdes. Essas regras sao aprendi- das por meio da socializacao e ditam quais emocoes sao adequadas em situa- goes especificas. As diferengas nas normas de expresso ajucdam a explicar 0s esterestipos culturais, como os ruidosos € desagradaveis norte-americanos € australianos, 0s frios ¢ sem graca britanicos e os sangue-quente ¢ emocionais italianos. As normas de expresso também podem explicar por que a identi- ficagdo de express6es facials 6 muito melhor intracultura do que intercultura (Blfenbetn & Ambady, 2002), ‘De uma cultura para outra, as normas de expressao tendem a ser diferen- tes para mulheres e homens. Em particular, as normas para sorrir e chorar di- ferem entre os generos. Em geral, acredita-se que as mulheres exibam emocdes mais prontamente, mais frequentemente, mais facilmente ¢ mais intensamente (Plant, Hyde, Keltner, & Devine, 2000). As evidencias sugerem que essa crenca é verdadeira - exceto talvez por emocées relacionadas com 0 dominio, como a raiva (LaFrance & Banaji, 1992). Assim, 0s homens e as mulheres podem variar nha sua expressividade emoclonal por razOes evolutivas: as emocoes mais estrel- tamente associadas As mulheres esto relacionadas com a prestagao de culdados, maternidade e relacées interpessoais. As emocoes associadas aos homens esto rela cionadas com o dominio. a defesa e a competitividade. Enquanto as mulheres podem ser mals propensas a exibir muitas emogoes, elas nao necessariamente as experimentam mais intensamente. Embora haja fortes indi clos de que as mulheres relatem emocdes mais intensas, esse achado pode refletir as normas socials sobre como as mulheres deve se sentir (Grossman & Wood, 1993) ‘Talvez por causa das diferencas na educagao da sociedade ocidental moderna, as mu= Iheres tendem a ser melhores do que os homens em articular suas emogoes (Feldman Barrett, Lane, Sechrest, & Schwartz, 2000), Capitulo 10 __Emogao e motivacso 421 Por fim, as diferencas entre 0s géneros na expressio emocional refletem pa- drdes aprendidos de comportamento ou diferencas de base biologica? A natureza ¢ Acriacdo atuam juntas nesse caso, de modo que € dificil - e multas vezes impossivel, = distingutr os seus efeitos. As emogoes fortalecem as relagses interpessoais ‘Como os seres humanos so animais sociais, multas emogdes envol- ver dinamicas interpessoais. As pessoas se sentem feridas quando importunadas, com raiva quando insultadas, felizes quando amadas orgulhosas quando elogladas. Ao interagir com outras pessoas. os individuos usam expressoes emocionais como um poderoso meio de ‘comunicagao nao verbal (FIG. 10.17). Embora isoladamente a lingua inglesa inclua mais de 550 palavras que se referem a emocoes (Ave- rill, 1980), as pessoas podem comunicar suas emogées muito bem sem ‘a linguagem verbal. Por exemplo, como as eriangas nao podem falar, las precisam comunicar suas necessidades em grande parte por meio de acoes nao verbais e expressdes emocionais. Os recém-nascidos sao ‘capazes de expressar alegria, interesse, nojo e dor. As expressdes mao verbais das emogdes sinalizam estados interiores, huumores ¢ necesst dades. Pode-se aié argumentar que os seres humanos sao uma especie social porque as emogées possibilitam que as pessoas vivam juntas. ‘Como Steven Pinker (2011) observou, “Simpatizamos, conflamos e nos sentimos gratos aqueles que sio suscetivels de cooperar com a gente, recompensando-os com nossa propria cooperacéo. E fcamos com raiva ‘ou desprezamos aqueles que sao suscetiveis de nos chatear, retirando nossa cooperacio ou aplicando punigées" (p. 490). quanto as palavras. Contudo, na maior parte do século XX, os psicélogos deram pouca atencao as emogées interpessoais. A culpa, a vergonha ¢ 0 gostar fo- Tam associados ao raciocinio freudiano e, portanto, nao estudados na vertente prin- cipal da eiéncia psicolégica. Desde entao, 0s teéricos vem eonsiderando as emocées Interpessoais em vista da necessidade evolutiva dos seres humanos de pertencer a ‘grupos sociais. Dado que a sobreviveneta foi maior entre aqueles que viviam em gru- pos, aqueles que foram expulsos teriam menor probabilidade de sobreviver passar adiante seus genes. De acordo com esse ponto de vista, 0s individuos foram rejeita- dos principalmente porque drenaram recursos do grupo ou ameagaram sua estabi- lidade. A necessidade fundamental de pertencimento (conforme discutido mats det Thadamente na préxima seco) indica que as pessoas so sensiveis a qualquer coisa que possa levé-las a serem expulsas do grupo, e as emogoes socials podem refletir reacoes a essa possibilidade. Assim, as emocdes sociais podem ser importantes para a manutencio de lagos socials. FIGURA 10.17 Emogao como comunica- 80. Expressées nao verbais de emocéo, como essas exibigdes de amor e elegria podem comunicar to poderosamente A CULPA FORTALECE LACOS SOCIAIS A culpa é um estado emocional negativo associada a ansiedade, tensio ¢ agitacao. A experiéncia de culpa raramente faz sen- Udo fora do contexto da interacao interpessoal. Por exemplo. a experiéncia tipica de culpa ocorre quando alguém se sente responsavel pelo estado afetivo negativo de outra pessoa, Assim, quando acreditamos que algo que fizemos prejudicou direta ou indiretamente outra pessoa, experimentamos sentimentos de ansiedade, tensa0 i € remorso ~ sentimentos que podem ser rotulados como culpa. A culpa ocasional- mente pode surgir mesmo quando nao sejamos pessoalmente responsaveis por situagdes negativas dos outros (p. ex., culpa do sobrevivente, sentida pelas pessoas que sobrevivem a incidentes - acidentes ot catastrofes - em que outros morreram). Embora os sentimentos excessivos de culpa possam ter consequéncias negatl- vas, cla nao € (otalmente negativa. Um modelo te6rico da culpa descreve os seus bene ficfos em estreitar relacionamentos. Roy Baumeister e colaboradores (1994) afirmam, que cla protege ¢ fortalece as relacées interpessoais de trés manelras. Primero, 0s sentimentos de culpa desencorajam as pessoas a fazerem coisas que prejudicariam seus relacionamentos, como trair scus parceiros, ¢ incentivam comportamentos que fortalecem relacionamentos, como telefonar para os pais regularmente. Em segundo lugar, exibicdes de culpa demonstram que as pessoas se preocupam com seus par- celros de relacionamento, reafirmando, assim, os lagos socials, Em terceiro lugar, a 422 __Ciéncia psicol6gica culpa é uma tatiea que pode ser utilizada para manipular os outros. Ela é especial: mente eficaz quando usada contra pessoas que detém 0 poder sobre os outros. Por ‘exemplo, uma pessoa pode tentar fazer seu chefe sentir-se culpado, para que ela no precise trabalhar horas extras. As criancas podem usar a culpa para que os adultos Ihes comprem presentes ou Ihes concedam privilégios. As evidencias indicam que a socializacao ¢ mais importante do que a biologia para determinar especificamente como as criancas experimentam culpa. Um estudo longitudinal envolvendo gémeos idénticos ¢ fraternos examinou o impacto da socla- lizagao sobre o desenvolvimento de varias emocdes negativas (Zahn-Waxler & Ro- binson, 1995). Ele descobriu que todas as emocées negativas mostraram influéncia genética consideravel, mas a culpa foi a tinica a ser altamente influenciada pelo am- biente social. Com a idade, a influéncia de um ambiente que compartilhava culpa se tornou mais forte, enquanto as evidéncias de influéncias genéticas desapareceram. ‘Talvez surpreendentemente, o aconchego dos pais esti associado a maior culpa nas: criangas. Essa descoberta sugere que os sentimentos de culpa surgem em relaciona- ‘ments saudaveis e felizes. Conforme as criangas se tornam cidadas em um mundo. social, desenvolvem a capacidade de sentir empatia e, posteriormente, experimentam sentimentos de culpa quando cometem transgressées contra os outros. © CONSTRANGIMENTO E 0 RUBOR FACIAL DEMONSTRAM © EMBARACO SOCIAL Uma pessoa é suscetivel de se sentir constranglda depois de violar uma norma cultu- ral, perder 0 equilibrio fisico, ser provocado ou experimentar wma ameaca a sua au- tolmagem (Miller, 1996). Algimas teorias do constrangimento sugerem que ele retifi- cao embaraco interpessoal e restaura os lagos sociais, O constrangimento representa ssubmissao e aflliagao ao grupo social. Também repre- senta 0 reconhecimento do erro social nao intencio- nal, Pesquisas apoiam essas proposicdes ao mostrar que os individuos que parecem constrangidos depois de um delito obtém mais simpatia, mais perdao, mais diversio e mais risadas dos espectadores (Cupach & Metts, 1990; FIG. 10.18). Como a culpa, a vergonha pode reafirmar relagoes estreitas apés transgressées. Oescritor Mark Twain disse uma vez: “O homem €0 {inico animal que enrubesce. Ou precisa enrubes- cer”. Darwin, em seu livro de 1872, chama o rubor facial de “a mais peculiar e mais humana de todas as expressdes", separando-a assim das respostas emo- tion so pessonodos i clonais que ele considera necessarias para a sobrevi- cor pcre sae Véncla. Teorias e pesquisas recentes sugerem que 0 oon he ESE rubor facial ocorre quando as pessoas acreditam que 6s outros os veem de maneira negativa ¢ que o rubor facial comunica a realizacao de erros interpessoais. Esse pedido de desculpas nao verbal € um apazigua- ‘mento que elicia o perdao em outros, desse modo re- parando e mantendo relacionamentos (Keltner & An- FIGURA 10.18 Constrangimento. Nesta foto, 0 psicblogo —_derson, 2000) Dacher Keliner esta demonstrando 0s sinas faciais cldssi- 0s de constrangimento. ‘A cabega movida para bebo par ado, Resumindo Quao adaptativas sao as emocdes? ‘= As emagoes sao adaprtativas porque levam a estados de prontidéo comportamental 1» As emogées influenciam » tomade de deciséo, servindo como guias heursticos para decisbes rapidas, Elas também do ongem a marcadores somsticos, reagdes corporais. ue faciltar a autorregulagéo. ‘= Abase avolutiva para as emogées ¢ apoiada pela pesquisa sobre a concordéncia intercuk tual € demonstragdo e do reconhecimento de slgumas expressbes omocionas, Capitulo 10 __Emogéo.emotivagéo 423 normas de expresso so aprendidas por meio da sociaizagio e ditam quais emocies adequadas a situagoes especiticas. 2 diferentes cultures, as normas de expressio diferem para mulheres @ homens. ‘emogbes que so de natureza interpesscal - por exemplo, a culpa eo constrangimento -s80 particularmente importantes para a manutengSo e reparacéo das relagbes interpes- " sovis proximas, ‘Uma norma de expressio é "a. um termo que se refere a demonstragdes de agressdo entre os animals em estado Uma maneia de mediraextensio das emogbes das pessoas. “d. Um nterato sister de dretrzes par interpretagao de mothacbos diversas, |é @ provavel explicago para o rubor facial? £ uma forma nio verbal de admirer | Nic tem fungdo adantatva. embore em paces anteriores provaveimentesinlizasse Um staus social inferior. ‘Mostra desrespeita para com os outros e, portant, pode manterostatus socil da pessoa que enrubesce. ‘4. Em sna de requeza 0 due 6 importante ne evlugio humana. ‘um Un lps 8p japan GRU BND] BUN a) OBO PUN wopod seossod sepeuuuerop owo2 @ opuend eoyjoeds0.onb euwioU ewn"@(L) 'SYASOSAE 10.3 0 que motiva as pessoas? Objetivos de aprendizagem {©que te inspira a se levantar de manhA? Por que voct escolhe comer determinados alimentos? Envolver-se em um relacionamento sexual Ihe interessa? Perguntas como ™ Distinguir entre um motivo, teseas esto relacionadas a por que as pessoas fazem o que fazem. Como discutido nama necessiade eum fabertura deste capitulo, a historia de Gabby Douglas ilustra que o comportamento € —impulso. (Gao mottoagdo proven Ga meama pelavra nina: mouere, move?-o¢' © Desreve afer de A maior parte das teorias gerais da motivacao enfatiza quatro qualidades es- necessidades de Maslow. ‘senciais dos estados motivacionais. Em primeiro lugar, os estados motivacionais sio _» Descrevera lei de Yerkes- fnergizantes, ou cotimulantes. Elesativam comportamentos~istoé,fazem com que” Dodson Snimais fagam alguma coisa. Por exemplo. o desejo de ter condicionamento fsico . pode motivavio a levantar-se cir correr em uma manha fria. Em segundo lugar, os * Distngu etre motnagdo ‘estados motivacionais sao diretivos. Orientam os comportamentos em diregao a aten- Omi | e motivagao Ger objetivos ou necessidades especificas, A fome motiva a comer: a sede motiva a intinsoca, beber: o orgatho (ou o medo on outro sentimento) motiva a estudar para os exames. —y Discutr a lagdes entre im terceiro lugar, estados motivacionais ajudam os animals a persistr em seu com" avtoahcaeg noth para portamento até que aleancem seus objtivos ou satsfacam suas necessidades, Afome “woehcica. mano para Srcorr6l até que vocé encontre algo para comer: um deseo de vencer oleva a praticar ‘lao, qatiicaéo tar Jances livres até conseguir acertar. Em quarto lugar, a maior parte das teorias con- realizago do objetivo. torda que os motivos diferem em forca, dependendo de forgas interna e externas.» Descrevera tora ‘Assim, para os psicdlogos, a motivagto € um processo que dé energia, direciona eda necessidade de Sustenta o comportamento em directo a um objetivo. Esta secao examina uma amplaVoresepant. [fis de ftorcs que, em direatce graus, motivam o comportamento das peseoss, Impulsos motivam a satisfacao das necessidades ‘© que realmente precisamos fazer para nos manter vivos? Por um lado, temos que sa- {isfazer nossas necessidades biologicas. Todos precisamos de ar, comida e agua para so- breviver. Mas satisfazer nossas necessidades biol6gicas basicas nao ¢ suflctente para vi- oOo Motivagio Processo que dé enrgadreiona fesustenta 0 comportamento em iregaoaum abjtvo, Nocessidade Estado de deficincia biliica ou socal Hierarquia de necessidades Disposigdo de necessidades de [Maslow am queasnacessidades bisicas de sobrevénca devem ser satisfitas antes que a8 pessoas possam satstazernecessidades mais elvadas Realizagao pessoal Estado que alangado quando os sonhos e as aspragdes pessoas 8 realzadas FIGURA 10.19 Hierarquia das necessidades. So- ‘undo a classificacao das necessidades de Maslow, as necessidades bésicas {como comida e égua) de. ‘vem ser satisfeitas antes que as pessoas possam atender as necessidades mais elevadas (como a realizagao), 424 Ciencia psicolégica ver uma vida plenamente satisfatéria.Temos também | hecessidades sociais, incuindo a necessidade de reallzagao ea necesidade de estar com os outros. AS pessoas precisam das outras, embora as preferéncias Guanto a ser solitrio ou socal variem. A necessidade €rentdo, um estado de deficéncia, que pode tanto ser biolégea(p. ex. gua) quanto soclal(p. ex. estar com outras pessoas). De qualquer maneira, as necessida- des levam a comportamentos gulados por objetivo. ‘A falha em saisfazer uma necessidade especfic leva a um comprometimento psicossocial ou isco. HIERARQUIA DE NECESSIDADES DE MASLOW Na década de 1940, Abraham Maslow propés uma influente “teorla de necessidades” da motivagao. (0 gun i ache Dovitaria Sot onsen: Maslow acreditava que as pessoas so movidas por ‘aquela pesquisa de motivacéo ou néo? miuitas necessidades, as quais esto organizadas em uma hierarquia de necessidades (FIG. 10.19), Ele colocau as necessidades de sobrevivéncia (como fome e sede) na base da hierarquia, acreditando que precisavam ser atendidas em primeiro lugar, ¢ as necessidades de crescimento pes ssoal foram colocadas no topo. O autor acreditava que para experimentar crescimento pessoal, as pessoas devem atender as suas necessidades biologicas, sentir-se seguras protegidas, sentir-se amadas e ter uma boa opiniao sobre si mesmas. ‘O auge da teorla de Maslow era a realizagao pessoal. Esse estado ocorre quando alguém aleanca seus sonhos € aspiracées pessoais. Uma pessoa autorrealizada esta vivendo plenamente no seu potencial maximo e, portanto, é verdadeiramente feliz. Maslow escreve: “Um misico deve fazer masica, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, se ele por fim quiser estar em paz consigo mesmo. O que um homem pode ser, ele deve ser” (Maslow. 1968, p. 46). Abierarquia das necessidades de Maslow tem sido abracada na educacao € nos negécios, mas carece de apolo empirico. A realizago pessoal pode ou nao ser um. requisito para a felicidade, mas o ranking de necessidades nao € tao simples quanto. Maslow sugere. Por exemplo, algumas pessoas passam fome ao jejuar para demons- trar a importancia de suas crencas pessoas. Outras, que tenham atendidas as suas Estima Oréom de priordade er eens Fsoligice Capitulo 10 Emogao~emotivagao 425 Necessidade Impulso Comportamento piecba leet des ental des, impulsos e comporta- mentos de acordo com a Se redugao do impulso. Uma necessidade 6 uma defi- ciéncia em alguma érea que cria um impulso~ um estado psicolégico interno. O impulso motiva a pessoa se comportar de maneiras ‘que satisfacam uma ne- cessidade. Por exemplo, se vocé prende a respiracao, vai comegar a sentir um forte senso de urgéncia, até mesmo de ansiedade, Esse estado de alerta é um necessidades fisiolégicas ¢ de seguranca, preferem ficar sozinhas. A hierarquia de _jmpulso. Esse impulso ita Maslow, portanto, € mais util como um indicador do que pode ser verdade sobre 0 forgé-lo.a respirar satista. comportamento das pessoas do que o que ¢ realmente verdade sobre elas. zendo a sua necessidade de oxigénio. Comida Fome ‘Alimentagdo REDUCAO DO IMPULSO E HOMEOSTASE 0 que motiva as pessoas a atender as suas necessidades? O impulso ¢ um estado psicolégico que. por meio da criacao de aleriafisiol6gico, motiva um organismo a atender tuma necessidade. Um dado impul- ‘so incentiva comportamentos que irao satisfazer uma necessidade especifica. Para _'mpulso experimentar uma de suas préprias necessidades ¢ um impulso em resposta a ela, ‘tao soli que por meio do yelaa FIGURA 10.20. rg de aera igo, motva Para estados biol6gicos como a sede ou a fome, impulsos basicos ajudam os —_ U7 organism a atender 4 uma animais a manter a estabilidade ou o equilibrio. Na década de 1920, Walter Can- _®cessidade. on cuntiou o termo homeostase, cue significa a tendéneia das fungdes corporais Homeostae de manter o equilibrio. Uma boa analogia é um sistema de aquecimento doméstico Tennis as gies capris € de arrefecimento controlado por termostato, O termostato esta definido em um ni- varie equa vel ideal, ou nivel preestabelecido (set point). Esse estado hipotético indica a homeostase. Se a temperatura real estiver diferente do ni vel preestabelecido, o aquecedor ou condicio- nador de ar ligam para ajustar a temperatura, Seu corpo & aquecido ov rested st que oe reterne 90 nivel 22 ee Jamenta um nivel preestabelecido de tempe- Bse a temperatura See temperature fatadeceres det Quanioas poses aman | pone estéo muito quentes ou muito frias, mecanis- Jemma oes a soe a . _bsixo do ave cima do nivel ino cerebral parccusment's Bool, | Sec, a ‘mo) iniciam respostas como a sudorese (para resftlar 0 corpo) ou tremores (para aquecer © corpo}. Ao mesmo tempo, as pessoas ficam motivadas a realizar comportamentos como tirar ou colocar roupas (FIG. 10.21), Mode- | Jos como esse, no qual 0 corpo responde ao tempers do feedback negativo, sao wtels para descrever corpotumane ‘varios processos biolégicos basicos, entre eles a alimentacao, a regulagao hidrica e o sono. Com base no trabalho de Cannon, Cla- rk Hull (1943) propos que, quando um ani- mal € privado de alguma necessidade (como ‘agua, sono ou sexo), um impulso aumenta ‘em proporcao & quantidade de privacao bio- logica. Quando mais fome vocé tem, mais im- pulso tera para encontrar comida. O estado de impulso cria alerta, 0 qual incentiva vocé a fazer algo para reduzir esse impulso, como fazer um lanche no final da noite. Embora 0s F/GURA 10.21 Modelo de feedback negativo da homeostase. eso ova sensagto 1850 love & ensogio ero, asim voob Ge calor endo voee comaga tremor omega a suae 426 _Ciéncia psicol6gica ae ne en ae ae Alerta fisiolégico desenvolver o habito de assistir a videos de animais fofos, especial- FIGURA 10.22 Gréfico da lei de Yerkes- mente quando esta estressado. Batson, Dearerdocomessai6,0 enna FISIOLOGICO E IMPULSO_Como os impultos moti o ; : ucroamen por eto da proausie desea amigo, voc pode menta com 0 alerta fisiologico até um Nive maginar que mais alerta fisiolégico levara a um maior impulso e, as- moderado, Apés esse ponte, oalertafisio- sim." um melhor desempenho. Considere, no entanto, a lel Yerkes- logico adicional interfere negativamente no Hodson (assim nomeada por causa de dois pesquisadores que a desempenho. formularam, em 1908). Esse principio psicolégico determina que 0 aa raree en tas poser deemerona eo malo cafieae Fee ects coat lhe com algmalerta ekg, Ean rasp eer at poo us fea entelada: demise css sent sbreare. “mt comportamentos iniciais em que o animal se envolve sejam arbitrarios, As pessoas sao motivadas por incentivos (Os estados de impulso nos impelem a reduzir o alerta fisiol6gico, mas também somos arrastados por certas coisas em nossos ambientes. Os incentivos sao objetos exter- hos ou objetivos externos, em vez de impulsos internos, que motivam comportamen- tos. Por exemplo, conseguir uma boa nota em um exame € um incentivo para estudar intensivamente. Segundo a teorla do incentivo, as pessoas nem sempre esperam que necessidades deficientes guiem seu comportamento na vida diéria, Em vez disso, sio ‘motivadas por seus desejos de alcancar objetivos externos. Por exemplo, Gabby Dou- las pode ter sido impulsionada pelo incentivo de conseguir mais uma medalha de uro, nao por um estado de necessidade que precisava ser satisfetta Lei de Yorkes- Dodson ‘Mesmo forcas externas a consciéncia podem fornecer incentivos para agir de Principio picoigico em ue uma determinada maneira. For exemplo, os fumantes as vezes desenvolvem fissura o desempenho em areas por cigarros depois de assistir a pessoas fumando em um filme. Em alguns casos, desafadaas aumente com oaera_O espectadores sequer registraram consclentemente que as personagens do filme fsoligesatbum vel modeado. —_estavam fumando (Wagner, Dal Cin, Sargent. Kelly, & Heatherton, 2011). Como dis- Depoisdiso, oer fsioico utido no Capitulo 4, pistas subliminares infiuenciam o comportamento, mesmo que acicioalpreutcso desempento. _aparecam tao rapidamente que as pessoas no sejam capazes de relatar o que viram. Inconivos Pesquisadores da Franca c da Inglaterra descobriram que os participantes do estudo Objetos extras ou eats trabalharam arduamente por uma recompensa financeira maior ~ nesse caso, uma exter, em va deimpulsos moeda de £ 1 apresentada subliminarmente versus uma moeda real de £ 0.01 ~ inares, que meta mesmo quando eles nao foram capazes de informar quanto dinheiro estava em jogo compatamentos. (Pessiglione et al., 2007). Do mesmo modo, relactonar uma palavra positiva, como bom, a uma pista subliminar, como a palavra exercer, levou as pessoas a pressionar Sm alavanca mais dificil do que quando a pista foi apresentada sem a palavra po- ‘sitva (Aarts, Custers, & Marien, 2008). Criancas pré-escolares que foram expostas. ‘& propaganda de alimentos comeram 45% mais lanches do que as que nao viram a ‘propaganda (Harris, Bargh, & Brownell, 2009). MOTIVACAO INTRINSECA E EXTRINSECA Tedricos do incentivo diferenciam entre @eis tipos de motivacao (FIG. 10.23). A motivagéo extrinseca € direcionada a um. ‘eBjetivo externo, normalmente uma recompensa, Por exemplo, as pessoas trabalham. pera receber salarios. Gabby Douglas treina para ganhar medalhas, Muilas das ati- dades que as pessoas acham mais satisfat6rias, no entanto - como ler um bom. fomance, resolver palavras cruzadas ou ouvir miisica - parecem néo atender a um Proposito dbvio que nao a fruicao. Essas atividades so dirigidas a motivagao intrin- ‘seca: valor ou prazer associado a uma atividade em vez de a algum objetivo exter- ‘=o. Comportamentos motivados intrinsecamente sao realizados para seu beneficio. ‘proprio. Eles simplesmente sio agradaveis. Alguns estudantes estudam para tirar ‘Boas notas (motivacao extrinseca), enquanto outros estudam porque sao curiosos € querem saber mais sobre o assunto (motivacéo intrinseca). Os incentivos podem ser ferentes, mas os comportamentos que provocam podem ser os mesmos. Algumas atividades intrinsecamente motivadas podem satisfazer a curiosida- ee criatividade natural. Depois de brincar com um brinquedo novo por um longo periodo, as criancas comecam a perder 0 interesse e vao procurar algo novo. A explo- Facio Indica é caracteristica de todos os mamiferos e, especialmente, dos primatas, For exemplo, como Harry Harlow e colaboradores mostraram, os macacos tém um Sorte impulso exploratério. Fles pociem trabalhar arduamente, sem uma recompensa ‘externa, para resolver quebra-cabecas relativamente complexos (Harlow, Harlow, & ‘Meyer, 1950), Uma das funcoes do jogo é que ele ajuda as pessoas a aprender sobre ‘es objetos em um ambiente. Esse desfecho claramente tem valor para a sobrevivén- a, uma vez que saber como as colsas funcionam possibilita sua utilizacao para ta- refas mais sérias, Do mesmo modo, muitos de nos somos movidos em direcdo a atividades cria- ‘vas. Se estamos visitando um museu de arte ou fazendo arte, podemos fazé-lo sim- plesmente porque desfrutamos de atividades que possibilitam a expresso da nossa rlatividade. A criatividade ¢ a tendéncia a produzir ideias ou alternativas que podem. ‘ser titeis para solucionar problemas, comuntcar e entreter a nés mesmos € 0s outros. (Franken, 2007). Embora muitas atividades criativas nao sejam solugées adaptativas, acriatividade ¢ um fator importante na resoluco de problemas adaptativos, TEORIA DA AUTODETERMINACAO E TEORIA DA AUTOPERCEPCAO Como discuti- do no Capitulo 6, um principio bésico da teoria de aprendizagem € que os comporta- ‘mentos recompensados aumentam em frequéncia. E de se esperar que recompensar comportamentos intrinsecamente motivados iria reforgé-los. Surpreendentemente, evidéncias consistentes sugerem que as recompensas extrinsecas podem minar a ‘motivacio intrinseca, Em um estudo clissico, Mark Lepper e colaboradores permiti ram que criancas desenhassem com canetas de marcacao coloridas (Lepper, Greene, & Nisbett. 1973). A maior parte delas achou essa atividade intrinsecamente motiva. dora. Um grupo de criancas se sentlu extrinsecamente motivada a desenhar por ser levado a esperar um “prémio de melhor jogador”, Outro grupo foi recompensado de maneira inesperada apés a tarefa. Um terceiro grupo nao fol nem recompensa- do nem levado a esperar uma recompensa. Durante um periodo subsequente de brincadeira livre, as criancas que estavam esperando uma recompensa extrinseca assaram muito menos tempo brincando com as canetas do que as que nunca foram Tecompensadas ou aquelas que receberam uma recompensa inesperada, O primero grupo de criancas respondeu como se fosse o seu trabalho desenhar com as canetas coloridas. Em outras palavras, por que elas brineariam com as canetas de graca quando estavam acostumadas a serem “pagas"? Ha duas explicacoes tedricas: De acordo com a teoria da autodeterminagdo. as pessoas so motivadas a sa- tisfazer as necessidades por competéncia, relacionamento com os outros e autono- mia, que € um senso de controle pessoal. A teoria da autodeterminacéo argumenta que as recompensas extrinsecas podem reduzir 0 valor intrinseco, porque minam a sensacao das pessoas de que estdo optando por fazer algo para S| proprias. Em contraste, os sentimentos de atitonomla e competéncia fazem com que as pessoas se Capitulo 10 __Emogao e motivagao FIGURA 10.23 Moti extrinseca e intrinseca, (a) A motivagao extrinseca 6 um fator externo que leva as pessoas a se comporta- rem de uma determinada maneira. Esse fator 6 uma recompensa. Um exemplo importante & o dinheira, {b} A motivacao intrinseca leva as pessoas a se com: portarem de uma determi: nada maneira simplesmen te porque aatividade, ou 0 seu resultado, 6 agradavel Motivagéo extrinseca Motvago para ear uma avdadedevido a cbjetvas externas a0 qe la srecionada, Motivagao intinsoca Motivacio para reazar uma atvdade devido ao valor ou prazer assoiacos ea, em verde pare una aparente meta ou naldede eterna, 428 _Ciéncia psicolégica sintam bem consigo mesmas € as inspiram a fazer o seu trabalho mais eriativo (Dect & Ryan, 1987). De acordo com a teorta da autopercepcdo, as pessoas raramente so conscien- tes de seus motivos especificos. Elas fazem inferéncias sobre seus motivos, de acordo. ‘com o que parece fazer mais sentido (Bem, 1967). Suponha que alguém lhe dé um grande copo de agua. Depois de beber tuclo, vocé exclama: “Uau, acho que eu estava com sede!”. Vocé acredita que estava com sede porque bebeu 0 copo todo, mesmo que nao estivesse ciente de todas as sensacdes fisicas da sede. Quando as pessoas nao dio explicagées externas dbvias para seus comportamentos ~ por exemplo, que agiram com a expectativa de serem recompensados ou para satisiazer um impulso biolégico -. elas concluem que simplesmente gostam dos comportamentos. Contudo, Fecompensar as pessoas por exercer uma atividade intrinseca Ihes da uma explicagao alternativa para se envolver nessa atividade, Manifestaram o comportamento nao ape- nas por diversao, mas por causa da recompensa. Portanto, sem a recompensa, clas ‘nao tém nenhuma razao para se engajer no comportamento. A recompensa substituiu © objetivo do puro prazer. PRAZER/DOR E MOTIVAGAO DE ABORDAGEM/EVITACAO Sigmund Freud propds que as pessoas agem de acordo com o principio do prazer, que as encoraja a buscar © prazer ¢ evitar a dor. Essa ideta de buscar o prazer ¢ central as teorias de incentivo da motivagao (Higgins, 1997). Origindrio dos gregos antigos, o concelto de hedonismo se refere ao desejo de prazer dos seres humanos. Fazemos colsas que parecem boas. Se algo parece bom, fazemos novamente. A atividade sexual é um bom exemplo de hedonismo. Ainda que o sexo seja crucial para a sobrevivencia da espécie, as pessoas se envolvem em uma variedade de comportamentos sexuais mesmo quando nao que- rem se reproduzir. A ldeia de que 0 prazer motiva 0 comportamento ajuda a compreender os criticos das teorias de impulso biolégico (como Clark Hull). Se os impulsos biolégicos expt cam todos os comportamentos, por que os animals se envolvem em comportamentos que nao necessariamente satisfazem a necessidades biol6gicas? Esses comportamentos, como comer a sobremesa quando voc® nao esta com fome, comumente ocorrem porque ‘sao agradaveis (Cabanac, 1992). Ou seja, 0 incentivo para apreciar o sabor motiva a in- gestao de determinados alimentos, independentemente do seu estado de fore. De uma perspectiva evolucionista, 0s incentivos positivos e negativos sao adap- tativos. Somos motivados a abordar determinadas coisas e evitar outras, Por exem- plo, as pessoas experimentam motlvacdo de abordagem para procurar por comida, sexo ¢ companheirismo porque geralmente estao associados ao prazer. Por sua vez. a motivagdo de evitacdo encoraja as pessoas a evitar desfechos negativos, como ani: mals perigosos, por causa da sta associacao a dor (Watson, Wiese, Vaidya, & Tellegen, 1999). Um bom exemplo desse principio é a constatacéo de que a maior parte dos animals prefere comer doces. As criangas que receberam bebidas doces pareceram aché-las agradavets, como foi revelado por suas expressdes faciais (Steiner, 1977; FIG. 10.24). A docura geralmente indica que os allmentos so seguros de se comer. Em contraste, a maior parte dos venenos ¢ toxinas tem sabor amargo, por isso nao é surpreendente que os animals evitem tais sabores. As pessoas definem objetivos a serem alcangados © que vocé gostaria de estar fazendo daqui a 10 anos? Que coisas mudaria em si ‘mesmo? Até agora, focamos na motivacdo para atender objetivos a curto prazo, como satisfazer nossa fome ou passar uma tarde agradavel. Mas as pessoas também tém aspiracdes a longo prazo. Essas aspiracdes podem nio ser to interessantes quanto 's Sonhos olimpicos de Gabby Douglas, mas importam muito para o individuo. O que motiva as pessoas a cumprir esses objetivos? Na década de 1930, 0 psicslogo da personalidade Henry Murray prop6s 27 ne- cessidades psicossociais basicas. incluindo as necessidades de poder, autonomia, realizacao e recreacao. O estudo das necessidades psicossociais tem rendido impor- lamtes insights sobre o que motiva 0 comportamento humano, Um aspecto-chave € que as pessoas sao especialmente motivadas a alcancar objetivos pessoais. A autorre- gulacdo do comportamento € 0 processo pelo qual as pessoas mudam sew comporta- ‘mento para aleancar objetivos pessoais. Capitulo 10 __Emogaoe motivagéo 429 o a 8 Face.om repouso | Reagod Roagio a Reagio a Reacio a gua destilada | estimulos doves |estimulos azedos| _estiniulos as > ad Bons objetivos motivam as pessoas a trabalhar duro, Mas 0 que € um bom ‘objetivo? Os psicdlogos organizacionais Edwin Locke e Gary Latham (1990) desen- solveram uma influente teorla. De acordo com eles, objetivos desafiadores ¢ especi- ficos sA0 os melhores, contanto que nao sejam muito dificeis. Objetivos desafiadores incentivam o esforco, a persisténcia ¢ a concentracao. Em contraste, objetivos que ‘S4o muito faceis ou muito dificeis podem minar a motivacao e, portanto, levar ao fra- asso. Dividir objetivos especificos em passos concretos também leva ao sucesso. Se ‘socé esti interessado em correr a Maratona de Boston, por exemplo, 0 seu primeiro ‘objetivo pode ser ganhar resisténcia para correr 1,6 km. Quando puder correr essa distancia, vocé pode definir outro objetivo e, assim, fortalecer-se alé correr a marato- nade 42 km. Concentrar-se em objetivos coneretos a curto prazo facilita 0 alcance de ‘objetivos a longo prazo. AUTOEFICACIA E MOTIVO PARA A REALIZACAO Albert Bandura (1977) argumentou que as expeciativas pessoals das pessoas para o sucesso desempenham um papel im- portante na motivacio. Por exemplo, se vocé acredita que estudar muito vat levar a uma. oa nota em um exame, sera motivado a estudar. A autoeficacia € a expectativa de que ‘seus esforcos vao levar ao sucesso, Essa expectativa ajuda a mobilizar suas energias. ‘Se voce tem balxa autoeficécla — isto €, se vocé nao acredita que seus esforcos sero re- ‘compensados ~ pode se sentir muito desanimado até mesmo para estudar. As pessoas com alta autoeficscia muitas vezes estabelecem objetivos desafladores que levam a0 sucesso, Outras vezes, porém, as pessoas cujas ideias sobre si mesmas s4o infladas estabelecem objetivos que ndo podem alcangar. Mais uma vez, objetivos que sejam de- ssafladores, mas nao opressivos, geralmente S40 mais propicios ao sucesso. As pessoas diferem em quao insistentemente perseguem objetivos desafiadores. © motivo para a reallzacao € o desejo de fazer bem em relacao a padrdes de excelén- ela. Em comparacao Aqueles com baixa motivacio para a realizacao, 08 alunos ricos ‘em motivagdo para a realizacio se sentam mais na frente da sala de aula, tém maior pontuacsio nos exames e obtém melhores notas em cursos relevantes para seus obje- ‘vos de carreira (McClelland, 1987). Os alunos com alta motivagdo para a realizacio ‘sdo mais realistas em suas aspiracoes de carreira do que aqueles com baixa. Estabe- lecem objetivos pessoais ambiciosos, mas aleancaveis, enquanto aqueles pobres em motivacao para a realizacao definem objetivos extremamente faceis ou impossivel- mente altos. ADIAR A GRATIFICACAO Um desaflo comum na autorregulacao ¢ adiar a gratificacao imediata em busca de objetivos a longo prazo. Por exemplo, os estudantes que querem FIGURA 10.24 Motivagio precoce. Como estas fotos revelam, até mesmo recém- nascidos preferem sabores doces a amargos. 430__ Ciencia psicolégica Bee “Yanstomar cognig6es B autoaistragao ser aceitos na faculdade muitas vezes precisam ficar em casa ¢ estudar enquanto seus amigos estio se divertindo. Cognit Em uma série de estudos, o psicdlogo do desenvolvimento Wal- ravensneutras ter Mischel deu a criangas as escolhas de esperar para receber um brinquedo ow alimento favorito ot ter de imediato um brinquedo ox alimento menos preferido (Mischel, 1961). Mischel descobrit: que al- jgumas criangas sio melhores em adiar a gratificagao do que outras. ognigto quente: Além disso, a capacidade de adiar a gratifiacho ¢ preditiva de sucesso ‘marshmalows na vida. As eriancas capazes de adiar a gratificacao aos 4 anos foram Satorosot —_classiicadas 10 anos mals tarde como socialmente mais competentes ¢ ‘mais capazes de lidar com a frustragao, Encontrou-se que a capacidade de adiar a gratiicacao na infincia predlz matores escores no SAT e me- Ihores notas na escola (Mischel, Shoda, & Rodriguez, 1989). Um estudo de seguimento de 40 anos descobriu que a capacidade de adiar a grat- ficagio manteve-se estavel até a idade adulta (Casey t al., 2011). Bsses pesquisadores também realizaram um estudo com imagens cerebrais fem que os participantes tiveram que inibir @ resposta a um estimulo sratificante. Aqueles com uma baixa capacidade de adiar a gratifieacao {quando criangas apresentaram maior atividade em regides de recom pensa do encéfalo quando adultos ao tentar nao responder a um es ‘mulo gratifiante, Esses achados indicam que a incapacidade de adiar a gratficagao e controlar o comportamento na infancia pode ter impli- ceag6es ao longo da vida. De fato, um estudo da Nova Zelandia descobrix ‘que o autocontrole na infancia predisse uma melhor satide fica e f- nhancas pessoais, menos abuso de substancias e menos infracdes penais ‘08 32 anos (Mofit etal, 2011) Nos ja clissicos estudos de Mischel, como algumas crlangas con- seguem ailiar a gratificagao? Dada a escolha entre comer tum marsh mallow de imediato ou comer dois aps alguns minutos, algumas criancas esperaram e utlizaram estratégias para ajudé-las a nao comer ‘© marshmallow enquanto esperavam, Uma estratégia foi simplesmente ‘gnorar o Item tentador, em vez de olhar para ele. Algumas eriancas taparam seus othos ou desviaram o olhar. As muito pequenas tendem & FIGURA 10.25 Adiar a gratificagio. thar diretamente para o item a que estao tentando resistir, tornando 0 Estas trés técnicas ajudam uma pessoa a adiar uma gratificacao adiar especialmente dificil. A estratégia relacionada era a autodistracao, cantando, brincando ou fingindo dermis. A estratégia mais bem-sucedida envolveu o que Mischel e seu cole- ga Janet Metcalfe (1999) chamaram de transformar cognicdes quentes em cognigoes frias. Essa estratégia envolve transformar mentalmente o objeto deseja- do em algo indesejado. Em um estudo, criancas relataram imaginar um pretzel tenta- dor como um tronco marrom ou imaginar marshmallows como nuvens (FIG. 10.25), As cognicées quentes focam nos aspectos gratificantes e agradveis dos objetos. AS cognigées frias focam nos significados conceituais ou simbolicos. Metcalfe e Mischel (1999) propuseram que essa distincao quente/frio € bascada em como 0 cérebro processa a informacdo. Como discutido no Capitulo 3, as regiées subcorticais do encéfalo, como a amigdala e 0 nucleus accumbens, sao importantes para motivar o comportamento. O cortex pré-frontal executa processos cognitivos frios, como 0 controle do raciocinio e do comportamento. As pessoas tém necessidade de pertencimento Durante o curso da evolugdo humana, nossos antepassados que viveram com outras pessoas eram mais propensos a sobreviver ¢ passar adiante Seus genes. As criancas que ficavam com adultos (e nao eram deixadas sozinhas) tinham maior propensao sobreviver alé seus anos reprodutivos porque os adultos as protegiam ¢ alimentavam. Do mesmo modo, os adultos capazes de desenvolver relacionamentos comprometi- dos de longo prazo tinham maior probabilidade de se reproduzir ¢ ter descendentes que sobreviveriam para se reproduzir. Grupos eficazes compartilham alimentos, fore necem companheiros ¢ ajudam a cuidar dos filhos, incluindo rfiios. Algumas tarefas de sobrevivéncia (como cacar grandes mamiferos ou vigiar contra inimigos preda- dores) foram mais bem realizadas pela cooperacao em grupo. Por isso, faz todo : Ee Capitulo 10 __Emogioe motivagdo__431 ‘sentido que, ao longo dos milénios, os humanos tenham se comprometido a viver em seupos. Roy Baumeister e Mark Leary (1995) formularam a teoria da necessidade e pertencimento, que afirma que a necessidade de apego interpessoal € um motivo fundamental que evoluiu para fins adaptativos. pertencimento Teata de que anecessidade de vines interpessoais¢ um motivo fundamental ue evolu par fins adaptatves, FAZER E MANTER AMIGOS A teoria da necessidade de pertencimento explica a facill- dade com que a maior parte das pessoas faz amigos (FIG. 10.26). As socledades dife- rem em seus tipos de grupos, mas todas as sociedades tém alguma maneira de forma ‘¢a0 de grupos (Brewer & Caporael, 1990). Nao pertencer a um grupo aumenta o risco da pessoa de ter varias consequénelas adversas, como doencas € morte prematura {Cacioppo, Hughs, Waite, Hawkley, & Thisted, 2006). Esses efeitos negativos sugerem que a necessidade de pertencimento é um motivo basico a impulsionar um comporta- ‘mento, assim como a fome leva as pessoas a procurar comida e evitar morrer de fome, Se os seres humanos tém uma necessidade fundamental de pertencimento, eles precisam ter alguma manetra de saber se esto incluidos cm grupos especi! cos (MacDonald & Leary, 2005). Em outras palavras, dada a importancia de ser um membro do grupo, as pessoas precisam ser sensivels a sinais de que o grupo poderia expulsé-las. De fato, as evidéncias indicam que os individuos ficam ansiosos quando. confrontados com a exclusio de seus grupos socials. Além disso, as pessoas que S40. timidas ¢ solitérias tendem a se preocupar mais com a avaliagao social e prestam muito mais atencéo as informagées socials (Gardner, Pickett, Jefferis, & Knowles, 2005). A mensagem a se levar para casa é que, assim como a falta de comida traz fome, a falta de contato social provoca vazio e desespero. No filme Naufrago, o per- sonagem de Tom Hanks fica preso em uma ilha deserta e tem uma forte necessidade de companhia: assim, ele comeca uma amizade com uma bola de voleibol que chama de Wilson (por causa do fabricante, cujo nome est na bola). Como observado pela critica de cinema Susan Stark (2000), essa bola nos convence de que “a companhia humana, tanto quanto o abrigo, a Agua, os alimentos e 0 fogo, sao essenciais para a vida como a major parte de nés a entende” ANSIEDADE E AFILIAGAO Voce gosta de estar perto de outras pessoas quando est ‘ansioso ou prefere evité-las? Em um estudo clissico, o psicdlogo social Stanley Scha- chter (1959) mantpulou os niveis de ansiedade e, em seguida, mediu a quantidade de pparticipantes, todas do sexo femninino, que preferiam estar perto de outras pessoas. As participantes desses estudos acreditavam que faziam parte de um estudo psico- ogico de rotina. “Dr. Zilstein", um homem de aparéncia fria e séria, com um sotaque vagamente europeu, as cumprimentava no laboratério. Depois de explicar que era da escola de neurologia e psiquiatria, o médico dizia que o estudo envolvia medir “os. efeitos fisiologicos de choque elétrico”; Zilstein dizia as participantes que ira conecti- -las a alguns equipamentos elétricos e, em seguida, administrar corrente elétrica em sua pele. Aquelas na condicao de baixa ansiedade foi dito que os choques seriam indolores, nao produzindo mais do que cécegas. Aquelas na condicao de alta an- sledade foi dito: “Esses choques vao doer; serdo bastante dolorosos. Como vocé pode imaginar, se estamos querendo aprender alguma coisa que vai realmente ajudar a humanidade, € necessério que nossos cho- ques sejam intensos. Esses choques serao muito dolorosos mas, € claro, nao trarao nenhum dano permanente”. Como vocé pode imaginar, as participantes que ouvi- ram esse discurso ficaram bastante teme- rosas e ansiosas. Zilstein depois disse que precisava de ‘um tempo para configurar seu equipamen- to, de modo que hayeria um perfodo de 10 minutos antes de os choques comecarem, Nesse momento, ofereceu-se as participan- tes uma escolhia: elas poderiam passar 0 FIGURA 10.26 Fazendo amigos. A faculdade oferece muitas oportu- riidades para fazer amigos. Os alunos do primeiro ano costumam fa- zer amizades duradouras dentro de dias depois de entrar no campus. 434 Objetivos de aprendizagem «= Identficar as estuturas neurais associadas & alimentacéo, « Descrever as teorias alicostétca e linosttica da aimentagao. «= Discutio papel desempentnado pelos horménios na regulacao do comportamento almentar « Discutto impacto do hor, do gosto eda aprendizagem cultural no comportamento alimentar. a) FIGURA 10.27 Hiperfag (a) Em 2012, Alexis Shapiro passou por uma cirurgia cerebral que acidentalmente danificou seu hipotdlamo, (b) Esse dano fez com que ela sentisse fome extrema o tempo todo, mesmo tendo se tomado obesa, __Ciéncia psicologica 10.4 0 que motiva alguém a comer? Um dos maiores prazeres da vida € comer, ¢ n6s 0 fazemos bastante. A maior parte das pessoas nos paises industrializados consome entre 80 mil e 90 mil refeigées durante suas vidas, mals de 40 toneladas de alimentos! Todo mundo precisa comer para sobreviver, mas comer envolve muito mais do que simplesmente a sobrevivén- cia. Em todo 0 mundo, ocasides especiais multas vezes envolvem festas elaboradas, ¢ grande parte do mundo social gira em torno do comer. (© senso comum assume que a maior parte do comer ¢ fortemente influenciada por um impulso de fome biol6gica e sactedade. Ou seja. as pessoas comem quando ‘sentem fome e param quando esto saciadas. Algumas, no entanto, comem muito, mesmo quando nao esto com fome, ou ndo param de comer quando esto sacia- das. Outras evitam comer mesmo que néo estejam saciadas. Em outras palavras, ‘comer envolve tanto impulsos quanto incentivos. A fome impulsiona a comer, mas 0 {que as pessoas comem muitas vezes é determinado por aquilo de que gostam. Quais interacoes complexas entre biologia, influencias culturais ¢ cognicao determinam 0 comportamento alimentar? Muitos fatores fisiolégicos influenciam a alimentacao Os animais precisam comer para manter as funcOes vitals do corpo. Assim, talvez nao seja surpreendente que multos mecanismos biolégicos diferentes incentivem a alimentacao. © hipotalamo (ver a Fig. 3.24) ¢ a estrutura do encéfalo que mais in- fluencia a alimentacéo. Apesar de nao agir sozinho, ele integra as varias mensagens inibit6rias c excitatérias que regulam a alimentagdo e organiza os comportamentos envolvides na alimentacao, Na primeira metade do século XX, pes- quisas revelaram que, dependendo da area especifica danificada, danos ao hipotélamo mudam drasticamente o comportamento all- ‘mentar e o peso corporal. Uma das primeiras observacées ocorreu em 1939, quando pesquisadores descobriram que pacientes com tumores do hipotalamo se tornaram obesos (Greene, 1939) Para examinar se a obesidade pode ser induzida em animals de peso normal, os pesquisadores danificaram seletivamente re- gloes especificas do hipotélamo de camundongos (Graff & Stellar, 1962). Quando 0 meio, ou regido ventromedial do hipotdlamo (VME), era danificado, 0s camundongos comiam grandes quanti- dades de alimentos. Essa condigao, a hiperfagta, fazia com que 08 camundongos com lesées no VMH se tornassem extremamente besos. As vezes, os danos ao VMH podem causar obesidade em seres humanos (FIG. 10.27) Em contraste, quando a regio exterior, ou lateral, do hipotéla- ‘mo (LH) é danificada, os camundongos comem muito menos do que © normal. Essa condigio, a afagia, leva a perda de peso morte a ‘menos que o camundongo seja alimentado a forca. Porém, a idela de que o VMH sinaliza plenitude e 0 LH sinaliza fome ¢ demastadamen- te simplista. Em vez disso, o hipotalamo monitora varios horménios enutrientes e opera de mado a manter um estado de homeostase. ‘Também, outras estruturas cerebrais além do hipotélamo estio envolvidas no comportamento alimentar. Por exemplo, uma regido do cértex pré-frontal processa sinais gustativos, como a do- ‘cura € a salinidade (Rolls, 2007). Esses sinais indicam o potencial valor de recompensa de alimentos especificos. O desejo desenca- deado por ver uma comida saborosa est assoclado a atividade do sistema limbico (Volkow, 2007). Como discutido anteriormente neste capitulo, o sistema limbico € a principal regiao do encéfalo em humanos. envolvida na emocio e na recompensa (FIG. 10.28). Danos ao sistema limbico ou ao lobo frontal direito &s vezes produzem a sindrome de gourmand, em que as pessoas se tornam ‘obcecadas pela qualidade e variedade de alimentos e pelo modo: ‘como o alimento € preparado. Um homem de 48 anos que tinha sofrido um acidente vascular cerebral cresceu preocupado com a Capitulo 10 __Emocao e motivagso 435 comida e, por fim, deixou seu trabalho como correspondent politico para se tornar ‘um eritico gastronémico (Regard & Landis, 1997). Apesar de seu fascinio pela boa comida e sua preparacio, aqueles com sindrome de gourmand nao sao obcecados com a alimentacao. Eles nao necessariamente se tornam obesos. Sua obsessio pare- ‘ce centrar-se nas propriedades de recompensa dos alimentos. SENSAGOES INTERNAS Durante muito tempo, os clentistas acreditaram que comer era um sistema homeostatico clissico. Em outras palavras, como discutido anterior- mente. algum tipo de detector no hipotalamo notaria desvios em relacéo ao ponto definido ¢ sinalizaria que o animal deveria comecar ou parar de comer. Mas de onde ‘vem os sinais de fome? A busca por detectores de deplecao de energia levou cientistas, do estémago para o fluxo sanguineo do cérebro. ‘As contragoes e distensdes do estOmago podem fazer 0 érgio roncar. Ao longo do ‘século passado, no entanto, pesquisas demonstraram que esses movimentos sao de- terminantes relativamente menores da fome e da alimentagao. Na verdade, as pessoas {que tiveram seus est6magos removidos continuaram relatando estar com fome. Outra pesquisa apontou para a existéncia de receptores no sangue que monitoram os niveis Ge nutrientes vitais, A teorta glicostdtica propoe que a corrente sanguinea € monito- rizada analisando seus niveis de glicose (Mayer, 1953). Como a glicose ¢ o principal combustivel para o metabolismo ¢ ¢ especialmente crucial para a atividade neuronal, {faz sentido que os animals fiquem com fome quando estao com déficit de glicose. Do mesmo modo, a teoria lipostatica propoe um nivel preestabelecido para a gordura corporal. Nesse cenario, quando um animal perde gordura corporal, sinais de fome motivam a alimentagéo ¢ um retorno ao nivel preestabelecido (Mayer 1955), ATIVIDADE HORMONAL 0 horménio leptina esta envolvido na regulacio da gordu- ra, A leptina € liberada pelas células adiposas conforme mais gordura é armazenada Alleptina viaja para o hipotilamo, onde atua inibindo o comportamento alimentar. Algumas evidénclas indicam que a leptina pode afetar as propriedades de recompen- ‘sa dos alimentos e torné-los menos apetitosos (Faroogi et al., 2007). Contudo, uma vez que ela atua lentamente, existe um atraso significativo depois da alimentacao até que que haja alteragdio nos niveis de leptina no corpo. Portanto, ela pode ser mais im- portante para a regulacao da gordura corporal a longo prazo do que para 0 controle alimentar a curto prazo, Animais sem os genes necessérios para produzir leptina se tornam obesos, ¢ a injecao do hormonto nesses animals leva a uma répida perda de gordura corporal (Friedman & Halas, 1998). (© horménto grelina origina-se no estOmago. Ele surge antes das refeigbes ¢ diminui ap6s as pessoas comerem: por isso, pode desempenhar um papel importan- te em desencadear a alimentacao (Abizaid, 2009: Higgins, Gucorguiev. & Korbonits, 2007), Quando as pessoas perdem peso, 0 aumento na grelina as motiva a comer ‘mais de uma maneira homeostatica (Zorrilla et al., 2006) A quantidade em que algum horménio contribui para a obesidade humana nao € clara, Considerdvels pesquisas esto em andamento para descobrir se a manipulacao hormonal pode ajudar a prevenir ou tratar a obesidade. Como vocé verd no Capitulo 11, multos fatores - de genes a cultura e a maus habitos alimentares ~ contribuem para a obesidade. Voce também val entender por que a maior parte das pessoas que faz dicta tem problemas para perder peso e manter-se magras. 0 comer é influenciado pelo hordrio ¢ pelo sabor Aalimentacio € muito afetada pela aprendizagem. Considere que a maior parte das pessoas almoca aproximadamente no mesmo horario, em algum momento entre meio-dia ¢ 14 horas. Fisiologicamente, essa pritica faz pouco sentido, porque os individuos so muito diferentes em suas taxas metabolicas. quantidade de alimentos ingeridos no café da manha e quantidades de gordura que tem armazenada para as necessidades de energia a longo prazo. No entanto. as pessoas geralmente nao se all mentam porque esto com déficit nos estoques de energia. Elas comem porque foram classicamente condicionadas a associar a alimentacao com refeicoes regulares. ( relégio indicando 0 horério das refelgées 6 muito parecido com o metrénomo de Pavlov. Ou seja, as refeicdes levam a varlas respostas antecipatérias que motivam o comportamento alimentar ¢ preparam o corpo para a digestao. Por exemplo, um au- ‘mento na insulina promove 0 uso da glicose ¢ aumenta os sinais de fome a curto prazo. FIGURA 10.28 As proprie- dades de recompensa dos alimentos. Essas refeigoes ‘de aparéncia refinada” parecem saborosas ou elas apenas parecem estranhas? A maneira como voce responde a determinados tipos de alimentos esté, rnaturalmente, relacionada com 0 tipo de alimento com o qual esté acostuma: do. E também parcialmente biolégico. Se vocé est sen: tindo desejo 20 ver estas imagens, a sua reagao esti relacionada com a atividade ‘em seu sistema limbico, a principal regio do cérebro ‘envolvida na recompensa, 438 Objetivos de aprendizagem «= Discutiro pape! desernpentado pelos horménios no ‘comportamento sexual 1 Identfcar os principais ‘neurotransmissores cenvalvidos no ‘comportamento sexual s Revisar as quatro fases do ciclo de resposta sexval humana, w= Discutiras diferencas sexuais no comportamento sexual e nas preferéncias por patceiros. 1 Revisaras teorias conternpordneas de crientagdo sexual Ciéncia psicolégica 2. Efeites culturais sobre a alimentagio ‘a, Ensinar grupos cultuais e étnicos a prepararversGes de baixs calotia de seus alimen- tos habituais. 'b. Ensinar grupos culturais eétnicos a preparar alimentos de baixa calor de uma varie~ dade de cozinnas. 3. Saciedade sensorial especifica ‘Nao apresentar muita variedade nos al mentos servidos bi. Conificarse de que cada refeigao inciva dversos tipos de alimentos. 4. Qual pesquisa vocé recomendaria com base nos achados com a leptina? ‘a, Estudar maneiras de induair 0 organism 8 produzir mais leptina B. Estudar maneiras de induair 0 organisme a produrir menos leptina wee) 10.5 O que motiva o comportamento sexual? 0 desejo sexual tem sido reconhecido como um dos motivadores mais duraveis ¢ po- derosos da humanidade. A maior parte dos seres humanos tem um desejo significa- tivo por sexo, mas os impulsos sexuais variam substancialmente entre os individuos cas circunstincias. A variagio na frequéncia sexual pode ser explicada pelas dife- rencas individuals ¢ pela influéncia dominante da sociedade sobre como ¢ quando 8 individuos se envolvem na atividade sexual. Esta secdo examina o que a cléncia pstcolégica tem aprendido sobre a motivacao para 0 sexo. A biologia influencia 0 comportamento sexual Como discutido no Capitulo 8, os horménios esto envolvidos na produc ¢ cessa- ‘cao de comportamentos sexuals. Em animais, os horméntos influenciam profunda- mente a atividade sexual. Em muttas espécles, as fémeas so sexualmente receptivas ‘apenas quando estiio fértels, ¢ acredita-se que 0 estrogénio controle os comportamen- tos reprodutivos. O estrogénio parece desempenhar um papel apenas modesto na sexualidade feminina humana, no entanto, os hormdnios afetam o comportamento sexual humano de duas maneiras. Em primeiro lugar, como discutido no Capitulo influenciam o desenvolvimento fisico do cérebro e do corpo durante a puberdade. Em segundo lugar, influenciam 0 comportamento sexual por meio da motivacao. Isto ativam 0 comportamento reprodutivo. Dado o importante papel do hipotilamo em controlar a liberacao de horménios na corrente sanguinea, nao ¢ nenhuma surpresa que ele seja a regido do encéfalo considerada mais importante para estimular o comportamento sexual (FIG. 10.32). Estudos tém mostrado que danificar 0 hipotalamo de camundongos interrompe comportamento sexual. No entanto, a area do cérebro danificada que tem maior efeito: difere ligeiramente entre machos e femeas. (Os horménios sexuais sio berados das génadas (testiculos e ovarios), € 0 homens ¢ as mulheres tém uma determinada quantidade de todos os horménios sexuais. Mas os homens tém maior atividade de andrégenos do que as mulheres, € estas tém maior atividade de estrogenios e progesterona. Os andrdgenos sao aparen- temente muito mais importantes para o comportamento reprodutivo do que 0s estro- xgenios, pelo menos para os seres humanos. Em homens e mulheres, a testosterona: = um tipo de andrégeno - est envolvida no funcionamento sexual (Sherwin, 2008). Os homens precisam de uma determinada quantidade de testosterona para serem capazes de se envolver no sexo, mas nao tém um melhor desempenho se tiverem mais do horménio. A disponibilidade de testosterona, ¢ ndo grandes quantidades: dela, aparentemente impulsiona 0 comportamento sexual masculino. Quanto mais testosterona as mulheres tém, malor é a probabilidade de que tenham pensamentos. Hipotalamo Feedback para 0 cérebro \ \ Secretam principalmente andrégenos ‘Secretam principalmente {como a testosterona) estrogénios (como 0 estradiol) ‘© desejos sexuais, embora elas normalmente tenham niveis relativamente baixos do hormonio (Meston & Frohlich, 2000). As adolescentes do sexo feminino com elevacio nos niveis de testosterona em relacao a média para a sua idade tém maior propensao a se envolver em relagées sexuais (Halpern, Udry, & Suchindran, 1997). Outro horménio importante em homens ¢ mulheres € a oxitocina, que ¢ liberada durante a excitagdo sexual e orgasmo. Alguns pesquisadores acreditam que a oxitocina, pode promover sentimentos de amor e apego entre os parceiros; também parece estar envolvida no comportamento social em termos mais gerais (Bartels & Zeki, 2004). NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores podem afetar varios aspectos da rresposta sexual. Por exemplo, 0s receptores dopaminérgicos do sistema limbico estao ‘enyolvidos na experiéncia fisica do prazer, € os receptores dopaminérgicos do hipo- talamo estimulam a atividade sexual (Pfaus, 2009), A scrotonina tambem esta impli- cada no comportamento sexual. Os tratamentos farmacolégicos mais comuns para a depressao melhoram a funcao serotoninérgica, mas reduzem seriamente o interesse sexual, especialmente nas mulheres. Pequenas doses de farmacos que aumentam a serotonina também sao titels para o tratamento da ejaculagao precoce. Os pesquisa dores atualmente nao sabem por que esses efeitos ocorrem. ‘Um produto quimico que atua como um neurotransmissor no encéfalo ¢ é es sencial para 0 comportamento sexual € o dxido nitrico. A estimulacao sexual leva & Capitulo 10 __Emogaoemotivagio 439 FIGURA 10.32 O hipotala- mo ¢ os horménios que influenciam 0 comporta- mento sexual. 0 hipotdla- mo regula o comportamen- to sexual, influenciando a produgao dos horménios ‘sexuais - estrogénios © andrégenos ~ nos érgdos reprodutivos. 440 Ciencia psicoligica eae Ciclo de rosposta sexual Paco de quato esti de rasposta filégicas epscoligicas uate atvidade sexual, + Ament 90 ‘hao sanguinse para a aos ena + Sonsagoes de excitagao FIGURA 10.33 Diagrama sua produgao. 0 aumento no éxido nitrico promove o fluxo sanguineo para o penis ¢ clitoris e, subsequentemente, desempenha um importante papel na excitagao sexual, especialmente na erecdo peniana. Quando esse sistema falha, os homens nao sd capazes de manter uma erecao. Varios farmacos que melhoram esse sistema, como 0 Viagra, foram desenvolvidos para o tratamento de disfungdes eréteis. Nao esta cla- ro se esses medicamentos podem ser usados para tratar transtornos sexuais nas mulheres, mas eles parecem melhorar a experiéncia sexual em mulheres saudaveis (Caruso, Intelisano, Farina, Di Mari, & Agnello, 2003). VARIAGOES AO LONGO DO CICLO MENSTRUAL As mulheres diferem dos homens em como 0 hipotalamo controla a liberacao de horméntos sexuais. Nos homens, os horménios sao liberados em um ciclo circadiano, com niveis mals elevados de tes- tosterona na parte da manha. Nas mulheres. a liberacao de horménios varia de acor- do com um ciclo que se repete aproximadamente a cada 28 dias: o ciclo menstrual. Pesquisas descobriram apenas evidéncias minimas de que o comportamento sexual delas varia ao longo do ciclo menstrual. Evidéncias recentes indicam, no entanto, que as mulheres podem processar a Informacao social de modo diferente, depen- dendo se estao em uma fase fértil do ciclo. Por exemplo, os pesquisadores usaram um programa de computador para alterar a masculinidade ¢ feminilidade em rostos ‘masculinos (Penton-Voak et al., 1999). Descobriram que, em comparagao as prefe- réncias expressas em outras fases do ciclo menstrual, durante a ovulacao as mulhe- res heterossexuais preferiram os rostos mals masculos, Em outro estudo, mulheres heterossexuais que estavam ovulando avaliaram homens autoconfiantes em videos ‘como potenciais parceiros sexuais mais desejavels, mas as que nao estavam ovulan- do nao mostraram uma preferéncia pela autoconfianca (Gangestad, Simpson, Cou- sins, Garver-Apgat, & Christensen, 2004). As consequéncias cotidianas dessas dife- rencas entre as mulheres, € nos homens com quem interagem, so desconhecidas. CICLO DE RESPOSTASEXUAL Comecando na década de 1960, William Masters ¢ Vir- ginia Johnson (1966) realizaram testes laboratoriais sobre o comportamento sexual. Essa pesquisa Ihes possibilitou identificar o cielo de resposta sexual. Esse padrao previsivel de respostas fisicas e psicoldgicas consiste em quatro fascs (FIG. 10.33). ‘A fase de excitacdo ocorre quando as pessoas contemplam a atividade sexual ou comecam a se engajar em comportamentos como o beljo e 0 toque sensual. Duran- te essa fase, 0 sangue fui para os orgios genitais, e as pessoas relatam sensacoes de excitagdo. Nos homens, 0 pénis comeca a ficar ereto. Nas mulheres, o clitoris torna-se inchado, a vagina se expande e secreta fluidos, ¢ os mamilos se ampliam. Conforme a exeitagdo continua na fase de plat, a frequéncia cardiaca, a fre- quéncia respiratéria e a pressao arterial aumentam, assim como 0s outros sinais de excitagao. Para mul tas pessoas, essa fase € a fase frenética da atividade sextial, AS inibicdes sao perdidas, e a paixdo assume controle. A fase de platd leva a fase do orgasmo. Esta con siste em contracdes involuntarias de misculos do cor- po todo, um aumento drastico na frequéncia cardiaca ¢ respirat6ria, contragoes ritmicas da vagina nas mu theres ¢ cjaculagdo de sémen nos homens. Em homens saudaveis, 0 orgasmo quase sempre ocorre. Entre as mulheres, 0 orgasmo € mais variavel. Quando ocorre, no entanto, as mulheres € os homens relatam sensa~ (gées de prazer quase idénticas. ‘Ap6s 0 orgasmo, ha um dréstico alivio na tense oor ood Fase de Fesolugso -—_-SeXtal’e um lento retorno a um estacio normal de exek Wa tagdo, Nesta fase, a fase de resolucao, o homem entra ‘em um periodo refratario, durante o qual ele fica tem= Nas fases de orgasmo e de ; porarlamente incapaz de manter uma eregio ou ter resolugao, a resposta no sexo feminino ® mais variavel do queno um orgasmo. A mulher nao tem um periodo refratério ‘sexo masculino pode experimentar orgasmos miltiplos com curtas 1 aes de resolucao entre eles. Mais uma vez, a resposta feminina € mais varlavel do que a resposta masculina. do ciclo de resposta sexual. Capitulo 10 normas culturais moldam as interacées sexuais Gimes, as relacdes sexuais muitas vezes comecam quando uma pessoa fo- “© atraente encontra outra por acaso. Eles passam algum excitante tempo luma atracao se desenvolve ¢ 0 comportamento sexual ocorre, multas dentro de 1 ou 2 dias, Na vida real, no entanto, os individuos geralmente 2m relacbes sexuais (Ao rapidamente quanto nos filmes. A maior parte das conhece alguém ha um longo periodo de tempo antes de ter relacdes com ela/ele. No entanto, a representacao do comportamento sexual em. Jem outros meios de comuntcacdo molda as crencas e expectativas sobre ‘comportamentos sexuais so apropriados e quando sao adequados, s roteiros sexuals sto crencas cognitivas sobre como um episédio se~ deve ser posto em pratica (para uma discussio sobre roteiros, consulte 8, “Raciocinio, linguagem e inteligencia"). Por exemplo, 0 roteiro sexual quem deve agir primeiro, se a outra pessoa deve resistir, a sequéncia de sexuais ¢ até mesmo como os parceiros devem agir depois (FIG. 10.34). ssociedades ocidentalizadas, o roteiro sexual envolve o flerte inicial por meio do verbais, o homem iniciar 0 contato fisico, a mulher controlar se a sexual ocorre ¢ as recusas geralmente sendo verbais e diretas (Bers & Regan, 2005), Os roteiros sao diferentes em muitos lugares do mundo, ‘em paises em que os casamentos arranjados sdo comuns. CAO DO COMPORTAMENTO SEXUAL A revolucio sexual do final do ‘XX mudou significativamente os comportamentos sexuals em muitos A maior parte das mudancas nos comportamentos sexuais deve ser atrl- ‘a mudancas nas pressées ¢ expectativas culturais. Embora os costumes jmormas sexuais variem entre as culturas, todas as culturas conhecidas tm forma de moralidade sexual. Essa universalidade indica a importancia 2 sociedade da regulacao do comportamento sexual. Por exemplo, um pa- bem conhecido dessa regulacdo € 0 padrao duplo. Essa lel nao escrita es- que determinadas atividades (como o sexo antes do casamento ou casual) ‘moralmente e socialmente aceitavels para os homens, mas nao para as mu- ‘As culturas podem tentar restringir e controlar 0 sexo por varias razées, jo manter o controle sobre a taxa de natalidade, ajudar a estabelecer a Peemnidade e reduzir os conilitos. NBERENCAS ENTRE OS GENEROS NO COMPORTAMENTO SEXUAL Um acha- Bae wotivel econsistente em quase todas as medidas de desejo sexial€ que os Semens, em media, tem um malor nivel de desejo sexial do que as mulher Bt claro, multas excegdes individuals, Estudos de peequisa descobriram que, em Heel os homens se masturbam com mals fequéncla do que as mulheres, querem Sem um momento mais pecoce do relacionamento, pensam e fanasiam sobre HEeex0 com maior frequencia,gastam mais tempo e dco (e outros recursos) Sees esforeos para consegu-o, desejam mais atvidadles sexuais diferentes, iniciam Bie recusam menos o sexo e avallam seus préprios impulsos sexusis como Se fortes do que o das mulheres (Baumeister, Calanese, & Vohs, 2001) in um estudo, pesquisadores perguntaram a homens e mulheres em tda- Be tnversitéria quantos parceiros sexuais cles idealmente gostariam de ter em Bests vidas, se ndo limitados por temores sobre doencas, pressdes socals,e Spor diante (Miller & Fishkin, 1997). Amaior parte das mulheres queria ter $= 0u dois parceiros. A resposta média dos homens fol de varias dezenas, Um {Stado com mais de 16 mil pessoas de 10 grandes regides do mundo descobri See hd uma maior motwvagao no sexo masculino para a atvidade e variedade $eccal em todas as culturas (Schmit etal, 2002) ‘A influgncia relativa da natureza e da cultura na motivagdo sexual pode seriar com o género, O termo plasticidade erotica, cunhado por Roy Baumels- = (2000), se refere a extensdo em que o desejo sexual pode ser moldado por Stores socais,culturaise situacionais, As evidéncias sugerem que as mulheres $m maior plasticidade erética do que os homens. A sexualidade de uma mu- Ter pode evoluir e muidar ao longo de sua vida adulta, enquanto o descjo de sem homem permanece relativamente constante(exceto pelo declinio gradual om a ide), O descjo cos comportamentos sexuals das mulheres dependem 441 _Emogdo e motivagao (2) FIGURA 10.34 Roteiros sexuais. Os roteiros sexuais influenciam comportamentos como (a) p2 querar,(b) desenvolver interesse roméntico e (e) namorar. 442 _Ciénciapsicolégica_—_ Teoria das estratégias sexuais, Tea que ara que as mulheres os homens desenvotveram estratégias de acasolamerto sis porque efrentaram iferentes problemas de adaptacio ‘lang daistria humana. As cestratgias utlizadas por cada ‘género maxiizam a probabiidade de passaraiante seus genes &s erage tras. comigo” significativamente de fatores sociais como a escolaridade ¢ a religkio, ao paso que a sexualidade masculina mostra relagdes minimas com tals influéncias. Para considerar essas diferencas, 0 psicdlogo evolucionista David Buss propos a teoria das estratégias sexuais (Buss & Schmitt, 1993). A partir dessa perspecti- va, ao longo da histéria humana os homens e as mulheres enfrentaram diversos problemas adaptativos. Um dos resultados ¢ que os géneros diferem em como ma- Ximizar a propagacao dos genes as geracoes futuras. A estratégia basica da mulher eavolve culdar de uma quantidade relativamente pequena de criancas. Seu compro- misso ¢ cuidar da prole, em vez de simplesmente maximizar a produgdo. Quando ‘a mulher est gravida, acasalamentos adicionais nao sao de finalidade reprodutiva. Quando ela tem um filho pequeno, uma gravidez adicional pode colocar em risco a sua prole atual. Assim, os mecanismos biol6gicos asseguram o espacamento entre as criangas. Por exemplo, a amamentacao frequente normalmente diminut a proba- bilidade de ocorréncia de ovulacao. Considerando razoes puramente reprodutivas. (0s homens nao tém essas barreiras sexuals. Para eles, todas as relaces sexuats po- idem ter uma recompensa reprodutiva. Recal sobre eles apenas alguns poucos cus~ tos pessoais da gravidez, e sua fertilidade nao ¢ afetada por ter uma mulher gravida. ‘De acordo com a teoria das estratégias sexuais, as mulheres tém uma maior propensio a serem mais cautelosas em relacéo a fazer sexo porque ter filhos € um Compromisso muito mais intensivo para elas do que para os homens. De fato, ha evidéncias de que elas tém uma disposicao muito menor do que eles a ter relagdes ‘sexuais com alguém que nao conhece bem. Em um estudo com 96 estudantes uni- versitarios, um estranho se aproximava de uma pessoa do sexo oposto ¢ dizia: “Te- ho observado vocé pelo campus. Eu te achel atraente. Quer Ir para a cama comigo esta nolte?”. Cada estranho era entre levemente atraente ¢ moderadamente atraente. Nenhuma mulher disse sim ao pedido do estranho, mas trés quartos dos homens concordaram com 0 pedido da mulher desconhecida (FIG. 10.35). Demonstraram ‘menor propensao a concordar em sair com a estranha do que a ter relagées sexuais com ela (Clark & Hatfield, 1989). Em outro estudo, perguntou-se &s pessoas quanto tempo 0 casal deve estar junto antes que seja aceltavel ter relacoes sexuais, dado 0 desejo miituo, As mulheres tendem a pensar que os casais devem estar juntos por pelo menos um més ou mais antes que 0 Sexo seja apropria- do. Os homens tendem a crer que, mesmo depots de periodos relativa- mente curtos de convivencia, como no primeiro ou segundo dia, 0 sexo € aceitavel (Buss & Schmitt, 1993) PREFERENCIAS POR PARCEIROS © que os homens e as mulheres ‘querem em seus parceiros? Talvez seja mais facil dizer o que eles nao querem. Na busca por parceiros, ambos os sexos evitam deter- minadas caracteristicas, como a insensibilidade, 0s maus modos. a voz alta ou estridente e a tendéncia a se gabar de conquistas sexuais, (Cunningham, Barbee, & Druen, 1996). Contudo, segundo a teoria das estratégias sexuais, os homens € ‘as mulheres devem diferir no que eles desejam nos parceiros. Ambos devem procurar por parceiros atraentes. porque a juventude e bele- za relativas implicam um potencial de fertilidade. Como a quantidade de filhos que as mulheres podem produzir € limitada, elas devem ser seletivas ao escolher seus parceiros. Portanto, devem procurar por ho- ‘mens que possam fornecer recursos que irao ajudé-las a criar seus "Nenhtuma mulher concordou filhos com sucesso. Em esséncia, os homens devem alertar principal- ‘om ter relagdes sexual com mente para a aparéncia da mulher. porque ela parece implicar fertilt- tum estranho. dade, enquanto as mulheres devem também se preocupar com os indl- FIGURA 10.35 Comportamentos eres- __cativos de que seus companhetros seréo bons pais, Existe algum apoto postas sexuais. Homens e mulheres foram _Clentifico a essas ideias? abordados por um estranho do sexo opos- ‘De acordo com um estudo com 92 casais de 37 culturas, as mu- se ambos bs generos s20 igualmente pro- ‘theres em geral preferem que os homens sejam atenciosos. honestos, pensos a aceitar um encontro. Os homens tinham propensdo muito maior do que as mulheres a concordar em ir casa da estra- ‘nha ou ter relagdes sexuais com ela, conflaveis, gentis, compreensivos, apaixonados por eriancas, benquis- tos pelos outros, bem remunerados, ambiciosos, dedicados a carreira, de uma boa familia um pouco altos. Em contraste, os homens ten- dem a valorizar a boa aparéncla, as habilidades na cozinha ea fidelida- de sexual. Acima de tudo, as mulheres valorizam uma boa perspectiva Capitulo 10 Emogio e motivagao nanceira mais do que os homens. Em todas as 37 cul- fuuras, as mulheres tendem a se casar com homens mais ‘velhos, que multas vezes estio mais bem estabelecidos Snanceiramente mais estéveis (Buss, 1989). Em suma, os homens e as mulheres diferem nas énfases relativas que colocam no status social ¢ aparéncia fisica, pelo menos ‘para relacionamentos de longo prazo. Em um estudo, homens e mulheres relataram que a bondade ¢ a inteligéncia eram necessérios ao selecionar ‘seus parcelros, mas seus pontos de vista de status e atra- ‘vidade diferiam. Para a mulher média & procura de um ‘companheiro a longo prazo, o status era uma necessidade a boa aparéneia era um luxo, Em contraste, os homens ‘wtam a alratividade fisica como uma necessidade ¢ néo como um luxo na escolha da parceira (Li, Bailey, Kenrick, & Linsenmeter, 2002). Isso nao quer dizer que as mulheres nao se preo- ‘cupam com a atratividade. As preferéncias delas para 0 "Eu sou rico, voce é maga. Juntas, somos perfetos” status em detrimento da atratividade dependem de va- ‘los fatores, Por exemplo, a relacao é a curto ou longo prazo? A aparéncia é mais importante a curto prazo. A mulher se acha atraente? As mulheres que se vem como muito atraentes parecem querer ambos ~ status ¢ boa aparéncia (Buss & Shackelford, 2008). Em geral, tanto os homens quanto as mu- theres valorizam muito a atratividade fisica, mas suas énfases relativas concordam com previsées evolucionistas. ‘A explicacao evolucionista para acasalamento humano € controversa. Alguns pesquisadores acreditam que os comportamentos moldados pela evolucao tém pouco impacto sobre os relacionamentos contemporancos. Devemos considerar dois fatores importantes. Em primeiro lugar, a era moderna € uma pequena fracao da hist6ria ‘evolutiva humana, A mente moderna reside em um encéfalo da idade da pedra. re- solvendo problemas de adaptacao que sao enfrentados pela nossa espécie ha milha- res de anos. Assim, os remanescentes de comportamento que eram adaptativos em tempos pré-historicos podem permanecer mesmo que Ja nao sejam adaptativos na Sociedade contempordnea. Em segundo lugar, no entanto, € a selecdo natural que a impulsos bioldgicos, bem como uma forte sensibilidade as normas culturais e de grupo. Em outras palavras, comportamentos instintivos sao limitados pelo contexto ‘social. Os lobos frontais trabalham para inibir as pessoas de quebrar regras sociais. ‘que so determinadas em grande parte pela cultura. ‘0 contexto social atual é muito diferente daquele de milhdes de anos atras. e estratégias de acasalamento humano so influenciadas por essas normas contempo- rineas, Por exemplo, de um ponto de vista biol6gico, pode parecer vantajoso para os eres humanos se reproduzir logo que eles forem capazes. Mas muitas culturas con- tempordneas desencorajam 0 comportamento sexual até que as pessoas sejam mais velhas e mais capazes de cuidar de sua prole. O ponto critico é que o comportamento humano surge para resolver problemas adaptativos. Até certo ponto, a era moderna introduz novos desafios adapiativos baseados em normas sociais de conduta. Essas normas moldam o contexto em que os homens as mulheres veem 0 comportamento ‘sexual como desejivel e apropriado. B.smaller As pessoas diferem om suas orientagdes sexuais, Por que algumas pessoas sdo gays ¢ outras sao heterossexuais? O comportamento homossextial tem sido observado em varias formas ao longo da historia registrada, De uma perspectiva evolutiva, a homossexualidade parece fazer pouco sentido. A ho- mossexiialidade exclusiva nao levaria 4 reproducdo e, portanto, nao sobreviveria no aglomerado genético. Surgiram muitas teorias sobre a orientacao sexual, mas nenhu- ‘ma delas recebeu apoio conclusivo. Uma teoria evolutiva € que as lésbicas e os gays iuitas vezes agem como pais "sobressalentes” A descendéncia de seus irmaos. Desa manetra, podem garantir a continuacao dos genes da familia. Obviamente muitos gays e lésbicas sao pais, as vezes de casamentos anteriores e as vezes por melo da inseminagao artificial ou de adocao. 446 Ciencia psicol6gica 0s horménios testosterone @ ocitocina s#o determinantes particularmente importantes do Comportamento sexual. Encontrou-se que os neurotransmissores, incluindo a dopemina, serotonina ¢ 0 6xido nivico, também influenciam no funcionamento sexual Masters e Johnson identificaram quatre fases do ciclo de resposta sexual humana que s80 ‘muito semelhantes em homens ¢ mulheres: excitagdo, plat, orgasmo e resolucéo. (© comportamento sexual ¢ limitado por rotelos sexuais: crengas determinadas social ‘mente em relago aos comportamentos adequados a serem utlizados por homens e mu- lheres durante as interagSes sexuais. Em média, os homens tém um maior nivel de motivagdo sexual ¢ se envolvem am mais atvidede sexual do que as mulheres (Os homens e 2s mulheres procuram qualidades semelhantes om potencials parceiros, mas eles estao mais preacupados com a atratvidade de uma parceira em potencial, estéo mais preocupadas com o status do parceio. [As diferengas entre os géneros na preferéncia pelas qualidades do parceiro podem ser decorrentes de diferentes problemas de adaptago que os géneros enfrentaram ao longo da histéria evolutiva humar Os pesquisadores teorizaram que a exposigdo hormonal pré-nata, os gones e 2s diferen- {988 funcionais no hipotalamo podem inuencir a orientago sexual, No entanto, os dado ue apoiam essas teorias sdo correlacionais endo podem ser usados para inferéncias Ceaus0is, Muitos psicélogos acraditam que diversos fatores biol6gicos e ambientais dotor rminam @ orientagao sexual. Avaliando 11. Organize om ordem as fases do ciclo de resposta sexual humana e combine cada esté- glo com sus descrigéo. Estigios: plat, exctagso, resolugéo, orgasm sais crescentes de excitacdo, ncluindo aumento na pressdo arterial ena frequéncia respiratéria contragGes da vagina nas mulheres @ ejaculagéo de sémen nos homens 3. inchago dos 619808 genitais em resposta ao fluxo sanguineo retorno ao estado pré-estimulagso Identitique qual das afirmagdes a seguir sobre o comportamento sexual humano me- thor desereve uma perspectiva biol6gica, cultural ou evolutiva. Algumas declaragées podem descrever mais de uma perspectiva. Os pesquisadores descobriram que as mulhares preferem mais rostos de aparéncia ‘méscula durente a ovulagS0 do que em outras fases do cicio mensirval Entre 37 culturas, as mulheres preferiram homens que poderiam ter uma boa vide, ¢ oS homens classificaram a atrativdadefisica de uma futura parceira como mais importan- e-em comparacao as mulheres. Entre grupos relgiosos ¢ em diferentes paises, existem diferencas na disposigéo das ‘mulheres em so envolver no sexo antes do easamento, 4. As mulheres tendem a preferir parceiros eréticos que sejam mais voltados a relacion- ‘mentos em comparagdo aos homens. ‘Muitos dos medicamentos utlizados pare a depressio também reduzem 0 desejo, Sexual, especialmente na mulher. [A fungio sexual masculina requer um nivel minimo de andrégenes. Em geral, os homens 18m niveis mais elevados de motivagdo sexual do que as mulheres. Identitique cada uma das afirmacées a seguir sobre a orientacdo sexual como verda- doira ou falsa. '&. A atragio pelo mesmo sexo 6 causada por uma mie dominadora e um pai fraco. Bb. A exposicao pré-natal # andrégenos pode influenciar na orientagéo sexual ¢. Ha um “gene gay’ dd. A orientago sexual pode ser alterada com torapia. b Teer P se 9 ermpepen go 8) upoonana @ eee} 8 > ‘urujanona a anno p ean 2 “evpuo;oNoAe a "uRLOINOHD 0 CIE! ogbnosas iq ‘ows ye ceeIe%9 (4) "SVL SOS P0100 3169090 Capitulo 10 Emogdo.emotivagso 447 ua revisao do capitulo jumo do capitulo 1 O que sao emocées? "As emogdes variam em valéncia e alert fisiologico: As emo- ‘qSes multas vezes so classifieadas como primérias ou se- ‘Gundirias, As emogées primarias sdo inatas, evolutivamente ‘adepiativas ¢ universals (comparitihadas entre as culturas) [Bssas emocdes incluem a ralva, o medo. a tristeza, 0 asco, 4 ‘legra, a surpresa ¢ 0 desprezo, As emogées secundérias si0 Smisturas de emogoes primarias. Blas ineluem o remorso, a culpa a submissao, a vergonha, o amor. o rancor ea inveja. As femocées tim uma valéncia (positiva ou negativa) e um nivel de ssavacio (alerta fistologico, baixo ou alt). ‘As omogos tim um component fisiolégico: A insula € a ‘smigdala desempenham papéis importantes na experiencia da ‘emocio. A insula recebe ¢ integra sinais somato-sensoriais ‘ajudando-nos a experimentar a emogio, especialmente 0noJ0, ‘2raiva, a culpa e a ansiedade, A amigdala processa 0 sign. ‘Bcado emocional dos estimulos e produz reacées imediatas. ‘Também esté associada a aprendizagem emocional, A meré. ‘ia de eventos emocionalse & interpretagao de expressoes fa- cia de emocio, Existor tréstoorias principals da emogéo: As tts principats ‘eorlas para a emocio diferem em suas énfases relativas na ‘experiéncia subjetva,alteragies fisiologicas e interpretagio ccognitiva. A teorla de James-Lange aftrma que padroes ts peeifcos ce mudangasfisieas dio lugar a percepcio de emo- (es assocladas. A teoria de Cannon-Bard prope que duas vias separadas ~ mudancas fiscas e experienclas subjetivas = sao ativadas ao mesmo tempo, A teorla dos dois fatores de Schachter-Singer enfatiza a combinagio entre aleria fst co generalizado ¢ avaliagies cogniivas para determinar e10- (0es especificas. Consistente com a teoria de dots fatores de Schachter-Singer, pesquisas mostram que as pessoas podem atributr erroneamente as eausas de suas emocées, buscando ‘explicagées no ambiente para 0 que estao sentindo, 10.2 Quao adaptativas sao as emogées? 1s As emooées atendem a funcées cognitivas: As emagées sto daptativas porque levam a estados de prontidao comport: ‘mental. As emocoes influenciam a tomada de decisio, servin- do como guias heuristicos para deesdes ripidas, Também dio lorigem a mareadores somaticos, reagoes corporals, que facil: tam a autorregulaga. [As expresses facials comunicam emogdes: As expressoes fa- clals de emogao sao adaptativas porque comunteam como nos sentimos. Entre as diferentes culturas,algumas expresses de ‘emogéo so universalmente reconhecidas, como a feliedade, a tristeza, arava eo orto. [As normas de expressio diferem entre as culturas @ entre os agéneros: A base evolutiva para as emog6es ¢ apolada por pes- 4quisas sobre a concordancia intercultural da demonstragiio ‘do reconhecimento de algumas expressées emocionals, As ‘normas de expressio sio aprendidas por meio da socializagio € ditam quais emopdes sao adequadas a sitnagdes especificas. Entre as diferentes culturas, essas normas diferem para mi: heres e homens, 1» As emogoes fortalecem as rlagoes interpessoais: As emogées faclitam a manutencao ¢ o reparo de lagos socials. As emo- .6es Interpessoais ~ como a culpa e o constrangimento ~ x80 particularmente importantes para a manutengao e reparagao {as relagoes interpessoals préximas. 10.3. 0 que motiva as pessoas? 1 Impulsos motivam a satisfagdo das necessidades: A moliva: ‘goo da ener, direciona esuistenta ocomportamento. Maslow desereveu uma hierarquia de necessidades: AS pessoas em primeiro lugar dever satisfazer necessidades inferiores, como a fome e a sede, antes de satistazer as necessidades de seq: Tanga, necessidades socials, necessidades de estima e necessi- ddades de realizagdo pessoal. Esse medelo nao ¢ apolado pelas Desquisas. As nevessidades surgem de estados de defleéneia bloldgica ou social. Os impulss sio estados pscoligloos que criam aleria e motivam comportamentos vollidos a satisfazer nnecessidades, Ajudam a manter a homeostase ~ Isto €, 0 eqU- librio das funcoes corporals. A lei de Yerkes-Dodson sugere ue se as pessoas estio subexciiadas ou superexcitadas, seu esempenho tra cal [As pestoas #40 motivadas por incentivos: Algans incentivos so motivados extrinsecamente[direcionados a uma recom: pensa externa). Outros incentivos s40 motivados intrinseea: ‘mente (sto direcionados a uma recompensa interna ou sin plesmente sio agradaveis). Fornecer as pessoas recompenss fmtrnsecas pode minar a motvacao intrinseca, As pessoas definem objetivos a serem alcangados: Segundo Pesquisas, a motivagio mais bem-sucedida vem de objetivos que sio desafladores e especificos, mas nio excesstvamente difceis. As pessoas que sio ricas em autoeficacia e tm uma alta motvagio para a realzacio tém maior propensao a esta- belecer para st préprias objetivos ambiciosos, mas alcangé veis. As pessoas que sio capazes de adiar a gratiiagéo tém ‘maior propensio a relatar desfechos de sucesso mais tarde navida [As pessoas tém uma necessidade de pertencimento: A teorta {a necessidade de periencimento sugere que as pessoas tém uma necessidade fundamental de estabelecer vinculos Inter: Dessoals. A necessidade de pertencimento explica a facilidade com que as pessons fazem amigos, sta sensibiidade 8 exchi- so social, os sentimentos neyativos causados na auséneta ‘de contato social ¢ 0s esforcos para se aproximar de outras pessoas quando esto ansiosas. 10.4 O que motiva alguém a comer? = Muitos fatoresfisloldgicos influenciam a alimentagio: Dw ‘sas estruturas neurals estio associadas ao comportamento allmentar ineluindo 0s lobos frontals. 0 hipotdlamo, o cértex préfrontal eo sistema limbico, Forum propostas duas tori para explicar 0 comportamento alimentar: a teorlagcostatica ©. teorla lipostatiea. A teoria glicosttiea sustenta que a al: rmentagio ¢ controlada por receptores na corrente sanguinea {que monitoram os nivets de glcase - 0 principal combustivel metablico do corpo. A teori postatienafirma que a alimen- 448 Ciencia psicolégica tagio €regulada de modo a manter um nivel preestabelecido de fordura corporal. Encontrou-se que dais hormdnios si de im- portincia crucial para. comportamentoallmentar:a leptina ea frelina, A leptna esta associada a regulacdo da gordura corpo- Tala longo prazo. A grelina motiva 0 comportamento alimenta. ‘= 0 comer é influenciado pelo horério e pelo sabor: A alimen- tacdo € fortemente afetada pela aprendizagem. Por meio do condicionamento classic, a8 pessoas associam a alimentaco ft refegoes regulares. A saciedade sensorial especiica evolutu ‘em animals para incentivar 0 consumo de alimentos que com tem diversos nutrientes. Em razao desse mecanismo, as pes- soas rapidamente se cansam de tm nico sabor. ‘= A cultura influencia: O que as pessoas comem é grandemente Inluenciado por regras culturais sobre quais alimentos so apropriados para comer em diferentes contextos. Os bebés tém tuma preteréncia inata pelo sabor doce, mas as criangas podem aprender a gostar da maior parte dos alimentos —espe- ‘lalimente os oferecidos por familiares. los i ” 10.5 que motiva o comportamento sexual A biologiainfluencia 0 comportamento sexual: Os hormdnlos Influenciam o desenvolvimento de caracteristcas sexials se- ‘undérias durante a puberdade e motivam © comportamento Sexual. © hipotdlamo organiza 0 comportamento sexual tn Alyencia a producto de hormdntos. Encontrou-se que os hor- :monios testosterona e oritocina sto determinants particular- Termos-chave Ciclo de resposta sexual, p. 440 cemogo, p. 405 ‘emogdes primérias.p. 405 emogées secundérias, p. 405 hierarquia de necessidades. p. 424 homeostase, p. 425 impulso, p. 425 incentivos, p. 426 motivagio, p.424 necessidade, p. 424 lel de Yerkes-Dodson, p. 426 mareadores sométicos, p.417 motivagio extinseca, p. 427 ‘motivagéo intrinseca, p. 427 rnormas de expressao. p. 420 realizagao pessoal, p. 424 mente importantes do comportamento sexual. Encontrou-se {que os neurotransmissores, incluindo a dopamina, a seroto- hina eo 6xido nitrico, também tnfluenciam no funcionamento ‘sonia. Masters e Johnson identifiearam quatro fases do ciclo de resposta sexual humana que so muito semeitntes em ho- ‘mens € mulheres: excitagao,platd, ongasmo e resolucdo. Roteiros e normas culturais moldam as interagSes sexuais (© comportamento sexual ¢ limitado por roteiros sexual: (Crengas determinadas soctalmente em Felaglo aos comporta- rmentos adequados para homens ¢ mulheres durante as inte ‘ragdes sexuals, Em média. os homens tém um maior nivel de rmotivagio sexual ¢ se envolvem em mals atividade sexual do {que as mulheres, Os homens eas mulheres procuram qualida- des semethantes em potencias parceiros, mas eles estio mals preocupados com a atratiidade de uma parceira em poten- lal, ¢ elas esto mals preocupadas com o status do parce. [As dferencas entre os géneros na preferéncia elas qualidades ddo parceiro podem ser decorrentes de diferentes problemas de adaptagio que os géneros enfrentaram ao longo da histérla ‘evolutiva humana, AAs pessoas dliferem em suas orientagdes sexuais; Multas teorlas tm sido propostas para explicar a ortentagio sexual (Os pesquisadores teorizarain que a exposicio hormonal pré natal, os genes as diferencas funcionais no hipotalamo po ‘dem influenciar a orientagao sexual. Embora tenham surgido cevidéncias para apolar cada uma dessas ideias, 08 dados si0 correlacionals e nto podem ser usados para fazer nferéncias causals, teoria da necessidade de pertencimento, p.431 tworia das estratégias sexuais, p. 442 teotia da emagéo de Cannor-Bard, p. 410 teoria da emogdo de James-Lange, p.410 ‘teoria dos dois fatores da emosio, p.410 Teste 1. Os alunos matriculados em uma matéria dif estio se preparando para apresentar seu seminario de final de se Imestre, que responders por 50% de suas notas finals. Que festudante abaixo tem maior propensio ater um melhor esempento? ‘2. Ahn ndo esta estressado com a apresentacao. Be se ‘sa bem o semestre todo eesta confiante de que tr muito bem dessa vez também. Monta seus sides uma semana antes da data da apresentacao e, eno, revisa 0 ‘que val falar algumas horas antes da apresentacao. bb. Sonya esta um pouico ansiosa com essa apresentacdo, Bla sabe a materia, mas reconhece o quanto esté se em. penhando para meihorar a qualidade da apresentacio, Essa energha ansiosa a motiva a polir seus sides e prac car sua apresentacio. . Marcus esta muito estressado com essa apresentagio, ‘Uma mé avallagio na apresentagso arruinara seu de- sempenho na diseiplina e prejudicara sua nota geral. Ele decide passar todo o tempo disponivel preparando ® apresentagio, rabalhando até tarde da notte e,&s vezes, ‘sonha com a apresentacio. 2. Qual neurotransmissor nio esté implicado na resposta sexual? ‘dopamine capa 6xido nitro 2 Identinique cada uma das emocoes a seguir como priméria fou secundaria, @. medo 3. felicidad . cximes a 1. amor romantica o 1. remorso 4. Verdadteiro ou falso: Pesquisas sugerem que algumas femogées e expresses emocionais so culturalmente Copitulo 10 EmogS0.emotivegso 449 De acordo com as pesquisas. qual das pessoas a seguir tem ‘maior probabilidade de estabelecer para st objetvos ambi Juma pessoa com ata autoeficaeiae alta motwagao para areallzacio Ohorménto, ‘motiva 0 comportamento alimentar. O hormbnio enti envolvido na regulagao de gordura corporal a Tong prazo. ‘a leptina: grelina b. grelna; leptina © grlina: otocina 4. oxitocina:grelina A chave de respostas para os testes pode ser encontrada no final do loro,

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