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NP-INMLCF-010 Pag. 1/12 NORMA PROCEDIMENTAL. Revol RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE INDICE 1. OBJETIVO 2. INTRODUGAO 3. AMBITO 4, SIGLAS E DEFINIGOES 5. PROCEDIMENTO 6. REFERENCIAS 7. ANEXOS RESUMO DAS ALTERAGOES ‘Alterado 0 simbolo da instituigao eliminacao dos anteriores subcapitulos 4 e 5 do capitulo 5 (Procedimento). 0 texto alterado ou modificado esté assinalado a azul, com barra vertical na margem. NOME CARGO ‘Amado Marques Elaborado por | _Agostinho Santos Revisto por Teresa Magathaes Aprovado por "Aplicavel a documentos em suporte de papel. ‘MOD-<69; 020 Revor Duarte Nuno Vieira Jorge Costa Santos Francisco Corte Real Técnico diretor Chefe de Servico de ML Presidente do Consetho Diretivo Vogal do Consetho Diretivo Vogal do Consetho Diretivo Vogal do Consetho Diretivo INMIcE NORMA PROCEDIMENTAL. NP-INMLCF-010 Revot Pag. 2/12 RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE. Esta pagina foi propositadamente deixada em branco. MOD-CEG: 026 Revoi NP-INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL. Revor | Pag. 3/12 INMALcr RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE 41. OBJETIVO Descticdo das boas praticas na realizacdo de fotografia forense, enquanto procedimento fundamental da pericia médico-legal, uma vez que o valor deste tipo de prova depende da qualidade e seguranca da mesma. 2. INTRODUGAO ‘A documentacio fotogratica dos elementos pericialmente relevantes observados no decurso de exames médico- legais concretizados no ambito da clinica ou da patologia forenses (nomeadamente de lesées, sequelas ou vestigios) constitui um procedimento da maior relevancia, a ser realizado sempre que possivel. Esta documentacao é téo importante nos casos em que permite demonstrar a presenca daquelas evidéncias (os chamados casos positives) como naqueles em que se constata a sua auséncia (casos negativos). As pericias, realizadas na sequéncia de suspeitas ou alegadas agressies, designadamente de natureza sexual, so disto exemplo paradigmatico. A relevancia deste tipo de documentacéo nos casos negativos, decorre desde logo de ser um excelente meio para demonstrar que o(a) perito(a) teve 0 cuidado de pesquisar possiveis evidéncias, ndo as tendo todavia encontrado, € no podendo assim serem posteriormente suscitadas dividas quanto a possibilidade daquele se Poder ter esquecido de observar um determinado aspeto. Nos casos positives, essa relevancia resulta da preservacdo de imagens que nio séo suscetivefs de se voltarem a observar em idénticas circunstncias. Por ‘outras palavras, torna-se através desta documentacio perene o aspeto inicial das evidéncias observadas e como tal existentes naquele momento concreto, © que é (pode ser) particularmente importante em termos de prova. Acresce que esta documentacao fotogréfica permite uma methor partitha e discussao dos achados com outros Peritos, de forma a obter as suas opinides, reduzindo também substancialmente a eventual necessidade de um segundo exame da vitima ou de uma exumacao (sendo certo que estes, a serem feitos, jé nao revelariam exatamente as_mesmas evidéncias e nas mesmas circunstancias que na primeira abordagem). Uma fotodocumentacéo de qualidade pode permitir ainda uma revisio pelos pares e uma avaliaco objetiva, designadamente por outro(a) perito(a), em sede de contraditério. Nao se trata de um procedimento simples, contrariamente ao que alguns tendem a considerar. A fotografia forense encerra questies técnicas de alguma complexidade e exige conhecimento e treino espectficos. Podendo ser realizada pelo(a) perito(a) médico(a) que efetua o exame (no vivo ou autépsia), ou por outro(a) técnico(a) forense que ofa) esteja a apoiar no decurso do mesmo, ¢ importante que quem concretiza esta técnica a domine por intefro, para que o trabalho pericial possa atingir 0 seu mais elevado potencial e ser verdadeiramente itil. 3. AMBITO Exames de Clinica e de Patologia Forenses, com particular destaque para os exames de natureza sexual e ‘exames do corpo no local, pelo facto de estes encerrarem diversas particularidades. Esta diretiva aplica-se as MOD-COG- 020 Revo NP-INMLCF-010 Revot | Pag. 4/12 NORMA PROCEDIMENTAL. INMILcE RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE. delegacdes e gabinetes médico-Legais e forenses do Instituto Nacional de Medicina Legal de Ciéncias Forenses, | LLP. (@ na auséncia destes, aos peritos contratados para exercicio de funcées periciais nos tribunais) que procedam a realizacdo da pericia. 4, SIGLAS E DEFINICOES INMLCF Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciéncias Forenses, |.P. As Agressio sexual 5. PROCEDIMENTO. 1. Aspetos téc Nenhuma marca ou tipo de cémara constitui a escolha perfeita. No entanto, para ser eficaz na ‘os da camara fotodocumentacdo, a camara fotogrifica deve ter as seguintes caracteristicas a) ‘Ser facil de usar e requerer pouco treino para habituacao; b) Ter um equilibrio de cores preciso; ©) Permitir modos de operacao automatica e manual; d) Ter flash incorporado com recarga rapida e possibilidade de uso de flash externo; e) Permitir uma distancia de trabalho confortavel entre a objetiva e 0 objeto a fotografar; f) Ser capaz de produzir ficheiros que permitam reprodugées de qualidade das evidéncias fotografadas, mesmo com ampliacdes em tamanho natural (1:1); g) Ter boa capacidade de macro; hh) Sempre que possivel, ter a objetiva regulada numa disténcia focal “normal” (50mm ou equivalente); i) Ter capacidade de fotografar e guardar no formato RAW; 3) Ter um tamanho adequado que a permita manipular com seguranca. Antes de se comecar a fotografar, a regulacao dos pardmetros da cémara fotografica deve respeitar algumas regras, sem prejuizo de, em funcéo de cada caso concreto, poder ter de ser ajustada manualmente. Assim, a camara deve: a) Estar regulada no maximo da resolucao; b) Estar em modo “Program” (usando-se, em alternativa, o modo de “Prioridade a abertura c) Ter a medicao automética da luz em modo “matricial”; esta medigao multissegmentada divide a imagem em varias areas menores para que a cémara mesa a luz por toda a area do sensor, 0 ‘MOD-CGG: 020 Revor -INMLCF-010. NORMA PROCEDIMENTAL il Revor | Pag. 5/12 INMILcE RECOMENDACOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE que the permite obter uma medicao de luz de methor qualidade - a regulacao varia de camara para cémara; ) Estar regulada em modo de balanceamento de cores automatico (“White balance”); e) Ter a focagem em modo automatico (“Autofocus”); f} Ter 0 valor de ISO, adequado as condicdes de luz existentes, utilizando-se sempre 0 menor valor possivel; 8) Estar regulada para gravar as imagens em formato RAW + JPEG; h) Preferencialmente, ser utilizada sem recurso a flash, desde que haja luz natural suficiente. 2. Recolha de fotografias forenses 2.1. Principios basicos Como principio basico, todas as imagens captadas para uso forense tero que garantir os seguintes requisitos: a) Exatiddo: a imagem deve espelhar a realidade sem preocupaco com aspetos de natureza estética, mesmo que essa realidade seja chocante; b) Nitidez: este pardmetro € importante pois define a clareza de detalhes de uma fotografia; a nitidez € conseguida utilizando velocidades de obturagio acima de, pelo menos, 1/60s mantendo a camara 0 mais estavel possivel; ¢) Focagem correta: é necessdrio ter em atencao onde se posiciona 0 centro do visor, que normalmente é aquele que corresponde ao ponto de focagem para 0 qual a camara se encontra parametrizada; assim, o motivo de interesse a fotografar deve estar posicionado nesse ponto, pois sé uma fotografia bem focada garante os pormenores necessarios & sua utilizagao forense; d) Exposicao adequada: sé uma foto adequadamente exposta, isto ¢, nem muito escura (subexposta) nem muito clara (sobreexposta), é capaz de, em termos de cor e contraste, fazer realgar 0 motivo de interesse relativamente ao fundo; e) Utilizacao de luz natural (sempre que possivel); f) Uso de testemunho métrico: € obrigatorio, pelo menos em imagens de close-up. Devem ser usadas escalas especificas para uso forense para se obter uma melhor preciso. A escala standard 6 a ABFO n°2, escala inicialmente concebida pelo American Board of Forensic Odontology (ABFO) para uso em marcas de mordedura; contém desenhadas formas lineares e irculares, que permitem evidenciar eventuais distorgées fotogrdficas originadas pela falta de paralelismo entre o plano da objetiva e o plano da evidéncia. Se nao se dispuser de uma destas escalas pode ser usado como testemunho métrico qualquer objeto do qual se conheca inequivocamente o tamanho (e.g. uma moeda), que deve ser colocado préximo da evidéncia; “W0-C6 020 Revi | CF-010 NORMA PROCEDIMENTAL abt Revot | Pag. 6/12 RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE 8) Se a cor das imagens a captar for fundamental e necessitar de ser transmitida com precisio, além do carto cinza 18% da Kodak, podem usar-se escalas com ColorChekers, sendo a Macbeth ColorChecker Chart a referéncia standard para ajuste de cor na industria fotografica e em fotografia forense. Para a utilizacao de um testemunho ou escala métrica, importa atender as seguintes recomendacées gerais: a) A escala tem de conter um elemento de referéncia do caso, 0 qual deve estar sempre dentro do enquadramento da fotografia; ) Aescala tem de ser colocada no mesmo plano da evidéncia (ponto de focagem) para permitir a leitura da escala e precisio na medida, porque caso contrério nao é possivel obter preciséo na medic da evidéncia e, dependendo da profundidade de campo, a imagem pode parecer desfocada; ¢) De todas as dreas de interesse devem ser tiradas duas fotografias, uma com testemunho métrico e outra sem, para garantir que o testemunho métrico nao esconde nenhum aspeto importante. 2.2. Recomendagées gerais Em fotografia forense, independentemente de se estar a trabalhar no ambito da Patologia ou da Clinica Forenses, e independentemente de se tratar de um caso de agressai ou outro, devem ser seguidas as seguintes recomendacées gerais: designadamente sexual, a) Tendo em vista poder indexar as fotografias a uma determinada pericia, inicia-se sempre a fotodocumentacao com a fotografia da “ficha de identificagéo”, que deve conter os seguintes elementos: (1) Identificago do servigo médico-legal e forense responsdvel pela pericia; (2) Nimero do processo ou outra referéncia que identifique 0 caso; (3) Data em que se tira a primeira fotografia; (4) Local onde se reatiza a pericia (e.g. cena do crime, hospital, tar, servigo médico-Legal); (5) Nome do perito responsavel pela pericia; b) Quando alguma(s) varidvel(eis) constantes da ficha de identificagao muda(m) (e.g. mudanga de cenario numa cena do crime ou de data) ou se troca de cartao de meméria, deve-se efetuar nova fotografia da “ficha de identificaséo”; ©) Iniciar a fotodocumentacio por planos gerais, passar para planos médios e terminar em planos de pormenor (close-up); d) Sempre que possivel, e no caso de fotografia de vitimas, todos os planos devem incluir, no enquadramento da fotografia, referéncias anatémicas; MeD-€60- G20 Revo NP-INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL Revot | Pag. 7/12 INMIcE RECOMENDACOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE. €) Quando se fotografam areas corporais durante a pericia deve-se, sempre que possivel, evitar reflexos, mantendo a érea a fotografar limpa e seca (sobretudo no caso da Patologia Forense); f) Nao utilizar flash ao fotografar superficies refletoras ou usar a técnica do flash indireto (bounce flash technique): nesta técnica direciona-se a cabeca do flash externo para uma superficie clara (e.g. teto), obtendo-se assim uma iluminacdo mais ampla e suave; 8) Sempre que possivel, fotografar com a cdmara ao nivel dos othos; h) Orientar a camara no sentido de methor adequar o formato retangular do visor (horizontal vs vertical), ao formato da area de interesse; i) A fotografia deve ser tirada de modo a que o plano da objetiva esteja paralelo ao plano da rea de interesse, reduzindo a distorcao e permitindo manter o foco nos planos macro; 3) Colocar no centro do visor a drea de interesse a fotografar; k) Sempre que necessério, reposicionar a vitima para facilitar o angulo de tomada da imagem, quer para a camara, quer para a incidéncia da luz; U) Preencher, quase completamente, o visor com a area de interesse, descartando informacao indesejada (elementos distratores), que possa desviar a atencao do motivo a documentar; m) Nas fotografias de pormenor das evidéncias mais importantes, deve ser realizada sempre uma série de imagens com diferentes angulos de incidéncia entre a camara e area de interesse; nh) Se a evidéncia a fotografar estiver num plano curvo (e.g. marca de mordedura num ombro) deve ser realizada sempre uma série de fotografias fazendo variar o angulo de incidéncia entre a cdmara e 0 motivo de interesse; ©) Nas areas de interesse devem ser sempre tiradas duas fotografias, uma com testemunho métrico e outra sem, para garantir que 0 testemunho nao esconde algo importante; p) Uma escala com barra de cores padronizadas (e.g. Macbeth Chart ColorChecker) pode ser colocada no enquadramento da fotografia para permitir avaliar distorgées na cor € tornar possivel a sua corresao; q) Para fotografar, deve manter-se a cémara fixa, focar cuidadosamente, usar a maxima profundidade de campo, enquadrar o motivo e sé entao “disparar"; 1) A medida que as imagens forem captadas, devem ser de imediato visualizadas no ecra da ‘camara (LCD); as imagens que se apresentarem desfocadas, mal iluminadas, sem nitidez, etc., podem ser apagadas e, uma vez corrigidos os parémetros, efetuadas novas fotografias; 8) No mesmo cartao de meméria podem constar varios casos, desde que no inicio de cada um seja fotografada a ficha de identificacdo; t) Todas as fotografias devem ser corretamente etiquetadas e a cadeia de custédia mantida. 'MOD-C6Q; 020 Revo’ NP-INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL Revot | Pag. 8/12 INMALCF RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE. 3, Recomendacées para pericias especificas 3.1, Fotografar vitimas de agresséo sexual A fotografia de casos de alegada agressao sexual (AS) apresenta uma série de desafios decorrentes da especificidade do tipo de evento em causa, pelo que existem recomendagées especificas para este tipo de pericia, a que interessa atender no caso de vitimas vivas: a) Consentimento da vitima ou seu representante legal: depende da idade da pessoa em causa (menor de 16 anos ou a partir dos 16), do tipo do alegado crime (piblico ou semipiiblico) e de outras disposicdes éticas e legais em vigor; b) Profissional que realiza a fotodocumentagéo: de preferéncia as fotografias devem ser efetuadas por um dos profissionais que participam no exame, pois isso minimiza o desconforto e evita traumas adicion a vitima, devendo garantir-se que pelo menos um dos intervenientes € do seu género. Se se tiver que recorrer a um(a) terceiro(a) técnicoa), expressamente para captar as imagens, este(a) deve ser, sempre que possivel, do mesmo género da vitima, ja que ‘este procedimento pode ser Util para a tranquilizar e a tornar mais cooperante. Se se constatar relutancia da vitima em aceitar a presenca deste(a) outro(a) técnico(a), deve-the ser explicada a relevancia da sua presenca, que se trata de um(a) profissional qualificado(a) e habituado(a) a Participar em casos semelhantes, que se entendem as suas preocupaées e que se procurara evitar, tanto quanto possivel, causar-the um trauma adicional; c)_ Respeito pelo conforto e pudor da vitima: para minimizar o desconforto das vitimas e respeitar a sua privacidade, devem-se cobrir, de forma adequada, as partes do corpo que nao estado a ser ‘examinadas ou fotografadas, nomeadamente aquelas que mais despertem sentimentos de pudor (e.g. mamas ou area anogenital). As fotografias serao obtidas aquando do exame de ‘cada segmento corporal, o qual sera novamente recoberto ao passar-se para outra zona; d) Face da vitima: esta sé deve ser fotografada para efeitos de identificagao, ou quando é essencial para a pericia (e.g. lesdes na face), mas nunca deve estar contida no mesmo ‘enquadramento das partes do corpo com conota¢ao sexual; para relacionar a face com as outras fotografias de evidéncias, as imagens da face e das diversas partes do corpo devem incluir alguns elementos comuns (e.g. a mesma pega de roupa ou leséo que possam ser comuns a diversas as fotografias); @) Imagem de nu frontal: caso seja necessério fotografar completamente 0 corpo da vitima, designadamente de frente, deve evitar obter-se uma imagem de nu frontal, podendo-se, em sua substituicao, efetuar varias imagens dos diferentes segmentos corporais. Independentemente de se tratar de vitima viva ou de cadaver, devem ser tiradas fotografias: MOD-C6Q- 620 Revo NP-INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL - ince RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE a) Sempre antes de tocar na roupa ou corpo da vitima, ou seja, antes da colheita de vestigios e do exame médico, permitindo-se apenas uma inspe¢ao prévia da regiao em causa para selecionar as evidéncias a fotografé b) Das areas entendidas como relevantes para a investigacao (e.g. conjuntiva ocular, regiio etroauricular, face interna dos labios e freios, pescoso, face interna dos bracos e coxas, regio anal ou genital), quer existam, ou no, evidéncias, e t&o precocemente quanto possivel} c)_ De todos os vestigios com interesse forense encontrados no corpo ou na roupa da vitima, antes de os remover ou colher (e.g. rasgées ou outras alteragdes na roupa, pelos ou cabelos soltos, manchas, terra, gravilha ou folhagem); d) De pormenor (close-up), por exemplo nos seguintes casos: (1) maos e unhas, se se observarem vestigios de sangue, pelos/cabelos ou pele, no espaco subungueal, ou se alguma unha se apresentar partida ou ausente; (2) marcas de constri¢ao da vitima ao nivel dos bracos, punhos, coxas, tornozelos ou pesco¢o; (3) marcas de succao e/ou mordedura; (4) lacera¢ao himenial ou anal; e) De follow-up, sempre que necessério, pois algumas lesées podem evidenciar-se apenas mais tarde, designadamente as equimoses. No caso das lesées anogenitais, no vivo, dado que estas sao geralmente de reduzida dimensio, se reportam a superficies brithantes (mucosa) e, devido a sua localizacio, impossibilitam muitas vezes uma iluminacao adequada (que elimine sombras provenientes de outras estruturas), deve-se: a) Fotografar com a maior aproximacao possivel (macrofotografia), para assim eliminar o mais possivel o fundo problematico, evidenciando a lesio; b) Utilizar um colposcépio, pois este equipamento permite grandes ampliagSes, 0 que possibilita a obtencao de imagens com bastante pormenor, facto que pode ser muito relevante, dado que muitas evidéncias séo, efetivamente, de reduzidas dimensées e, por isso, de dificil visualizagao; c) Fotografar através de uma lente de aumento, na impossibilidade da utilizagéo de um colposcépio (geralmente por questdes econémicas), embora as imagens obtidas com esta técnica se apresentem com diminuigéo de nitidez e com bordos distorcidos, devido as aberracdes que caraterizam as lentes de grande aumento; d) Registar as imagens em video, 0 que constitui uma boa alternativa ao colposcépio: além de ampliar a imagem, permite recolhé-la de forma dinamica, sendo um meio mais econémico do que 0 colposcépio, MOD-C6Q- 026 RevOi NP-INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL Revot | Pag. 10/12 RECOMENDACOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE. 3.2, Fotografar 0 “corpo no local” A fotografia da cena do crime refere-se, em geral, a locais onde existe um ou mais cadaveres, mas pode também ter lugar em casos de AS em que nao existam vitimas mortais. Fotografar 0 “corpo no local”, néo se pode restringir 4 mera fotografia de evidéncias, de forma individuatizada. E necessario realizar uma sucessdo de fotografias que ilustrem os factos, integrando- os e relacionando-os, criando, desta forma, uma “historia completa”. Assim, nestes casos, importa: a) b) ) d) 4, “Regra dos 4 canto: Fotografar a “ficha de identificacao” do caso; Estabelecer um plano de captacdo de imagens (progredindo sempre dos planos gerais para os planos médios e terminando nos planos de pormenor) néo podendo, tal procedimento, sob pretexto algum, ser fator de contaminacao do local dos factos; Planos gerais: 1. “Fotografia virgem”: devem-se fazer fotografias panoramicas, enquadrando toda a rea onde ocorreu o evento, tal como foi encontrado, ainda antes de se sinalizarem as evidéncias; 2. “Vistas gerais ao nivel dos olhos - perspetiva natural”: devem-se realizar fotografias do ambiente geral estando o(a) perito(a) de pé e com a camara ao nivel dos olhos, para assim retratar tudo de uma forma natural, isto é, da forma como normalmente qualquer pessoa visualizaria a cena ao chegar ao local; 3. Excecionalmente devem ser efetuadas fotografias colocando a cémara na posicao correspondente ao local de observacao da testemunha que afirma ter presenciado os factos de uma determinada altura e angulo de observacao. Nos casos em que se fizer este tipo de enquadramento, deve ficar registado que essas imagens nao seguem a regra geral de captacao (“vistas gerais ao nivel dos olhos"); (“comer-to-corner” (a) perito(a) deve colocar-se num canto e tirar uma fotografia enquadrando o canto oposto, repetindo a mesma técnica para os restantes cantos; 5. “Sinalizagao de evidéncias com marcadores": apés a primeira série de “Fotografias virgens”, as evidéncias encontradas devem ser marcadas com: (a) Letras diferentes para 5 corredor “C”, sala “D"); (b) Nimeros diferentes para referenciar diferentes tipos de evidéncia (e.g. preservativo(s) “1; pega de vestudrio “2”, mancha de sangue “3”); referenciar diferentes locais (e.g jardim “A”; entrada “B' 6. Devem fotografar-se todos os indicios mesmo os que & partida nao paregam estar relacionados com o evento, dado que estes se podem vir posteriormente a revelar importantes para a investigagao forense (e.g. pequenas manchas, objets). Planos médios: OD-C6Q: 20 Revo -INMLCF-010 NORMA PROCEDIMENTAL ne Revoi | Pag. 11/12 RECOMENDAGOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE 1. A captagao destes planos deve permitir uma viséo integrada das evidéncias, fazendo a Ponte entre os planos gerais e os planos de pormenor; 2. Quando adequado, deve fazer-se uso de testemunho métrico; 3. Devem fazer-se fotografias que evidenciem a posigao relativa da vitima (no caso de ser cadaver) ou de quem a represente (no caso de ser viva ou no caso de se estar a proceder a uma reconstituigao da cena) face a outros elementos presentes na “cena do crime” (e.g. janela, porta, mével, instrumentos); 4. Deve fotografar-se a vitima (cadaver), segundo os seguintes planos: (a) Face (para identificacao); (b) Céfalocaudal; (c) Caudocefalico; (d) Lateral direito; (e) Lateral esquerdo; (f) Plano geral da vitima - plano superior (vista total, se possivel, ou em secgées); 5. Devem fotografar-se as lesées visiveis na vitima (cadaver) abstendo-se de manipular ou despir 0 corpo. Note-se que nao constitui boa prética procurar fotografar exaustivamente todas as lesées na “cena do crime”, dado que esta tarefa poderd (e deverd) ser executada ra sala de autépsia, evitando-se assim destruicao e contaminacao de vestigios; e) Planos de pormenor: 1. De todas as evidéncias devem ser tiradas duas fotografias, uma com testemunho métrico e outra sem, tendo em vista garantir que 0 testemunho métrico nao esconde um aspeto importante; 2. © testemunho métrico deve ser colocado de forma bem visivel, o mais préximo possivel da evidéncia a fotografar; 3. Na fotografia de evidéncias que contenham relevo (e.g. impressao de pegada ou de pneu) deve-se utilizar uma iluminagao (fonte de luz) obliqua/rasante, de forma a produzir sombras que tornem a evidéncia mais visivel. Para registar todos os pormenores, deve-se fotografar segundo trés incidéncias (esquema do mostrador do relégio), colocando a fonte de luz as: (a) 2 horas; (b) 6 horas; (c) 10 horas. 4, Numa “cena de crime” em que haja envolvimento de areas exteriores e interiores, deve-se comecar por fotografar as areas exteriores. As alteracées de luz e de temperatura que entretanto possam ocorrer, podem condicionar e modificar certo tipo de evidéncias que interessa registar fotograficamente, sob pena de se perderem; 5. Deve-se fotografar o possivel local de entrada e/ou saida do alegado agressor da “cena do crime” (e.g. marcas de arrombamento, pegadas, marcas de pneus); f) Devera ser parte integrante da reportagem fotografica da “cena do crime”, uma vista panoramica aérea do local, retirada, por exemplo, do “Google maps”, para permitir a integracdo da “cena do crime” no espaco circundante. MOD-C6Q- 020 Revo NP-INMLCF-010 Revot | Pag. 12/12 NORMA PROCEDIMENTAL lice RECOMENDACOES GERAIS SOBRE FOTOGRAFIA FORENSE 6. REFERENCIAS MARQUES A (2012). Fotografia forense. Contributo para 2 qualidade em Medicina Legal. Masters’ thesis in Forensic Sciences. Porto: University of Porto. ROBINSON EM (2010). Crime Scene Photography. Burlington, MA: Academic Press. SWGIT: Section 13, 2007. Best practices for maintaining the integrity of digital images and digital video. SCIENTIFIC WORKING GROUP ON IMAGING TECHNOLOGY (SWGIT) GUIDELINES (2012). http:/wanw-theiai.org/guidelines/swgit/guidelines/section_13_v1~1.pdf. WEISS S (2008). Forensic photography. The importance of accuracy. New Jersey: Pearson Education. 7. ANEXOS Nao aplicavel. MODCEQ: C20 Revo

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