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212 ~ IDEALISMO | IDFOLOGIA Perspectiva. Como todos esses uses correntes Coe xistiam com uma Contin Ma importante discussao filosética, ela propria hoje de uma excepcional comp be xidade, idealismo é obviamente uma palavra que EXIBE OC MAIS TiROFOSG ey. sempre que utilizada Ver FILOSOFTAS IDL OLOGEAy MATERIALISMO, NATURALISMO, REALISMG IDEOLOGIA [ideology] Ideology apareceu pela primeira vez no inglés em 1796, como traducio dire, da nova palavra francesa idéologie, que fora proposta naquele ano pelo fildsojo, cy leu um trabalho e propés racionalista Destutt de Tracy. Taylor (1796): * chamar a filosofia da mente de ‘ideologia’”. Taylor (1797): “ as, a fim de distingui-la da antiga metafisica’. Nesse sentido ..] ideologia, ou a ciéncia das idei cientifico, usou-se ideologia na epistemologia e na teoria linguistica até o final do $19. Um sentido diferente, com o qual se iniciou o seu principal significado moderno, foi popularizado por Napoledo Bonaparte. Em um ataque aos propo- nentes da democracia ~ “que confundiram o povo ao eleva-lo a uma soberania que ele era incapaz de exercer” -, Napoledo investiu contra os principios do Iuminismo como “ideologia’ A doutrina dos idedlogos ~ a essa metafisica difusa, que de maneira artificial busa encontrar as causas primarias e que sobre esse fundamento iria erigir a legisla dos povos, em ver de adaptar as leis a um conhecimento do coragdo humano eds ices da historia ~ devemos atribuir todos os infortinios que se abateram sobe nossa bela Franga. Esse uso repercutiu ao longo de todo 0 S19, £ ainda muito comum 9 ica conservadora de qualquer politica social que derive em parte, 4 cme totalidade, da teoria social de maneira consciente. Esse sentido é ¢! em especial, para referir-se a politicas democraticas ou socialistas, € 4 de acordo com 0 uso que faz Napoledo, idedlogo muitas vezes a ». Mas ideologia, idedloge ¢ act idealagica tambem : adden «ante un processo de ampliagan a partir da ataque de § sed ia jue de Napole ie sia abstrata, nao pratica ou fanatica Fm vista da hist nteressante ler Scott (Napoleon, vi, 244 jo pelo qual 0 governante francés costumava nm nenhum aspecto assentada no fundamente de a opmniao, prev alecer exceto entre os rapares de aginacik tas enlouquecidos. (1827) onsciente desse uso, tentou contrapor-se a ele: “o leitor br | i IDPOLOGHA ealidade invertida, predomina em sua obra. Engels acreditava as mais clevadas” ~ a filosofia e a religiao - estavam mais interesses Materials do que as ideologias diretas da politicaedo jexdio, embora complicada, ainda era decisiva (Feuerbach, -) Fram “esteras da idcologia que se elevam ainda mais alto no ar {..| cdes falsas da natureza, do praprio ser do homem, de espi oncep' aiversas © ars i pagicas ete.” (“Carta a Schmidt’, 1890). Esse sentido persistiu sos. forgas 7 ntos, fOrG Contudo, ha outro sentido de ideologia, aparentemente mais neutro, em astrechos da obra de Marx, notavel na conhecida passagem da Contribuigdo algun da filosofia politica (1859): geritica sempre se deveria distinguir entre a transformagio material das condigdes econd gmcas de produgao |...] eas formas legais, politicas, religiosas, estéticas ou filosoficas micas de p 'B! em resumo, ideologicas ~ pelas quais os homens se conscientizam desse conflito ¢lutam para resolvé-lo.! Esse sentido tem clara relag&o com parte do anterior: as formas ideolégicas sao expressao das (mudangas nas) condigées econdmicas de produgao. Sao vsias aqui, porém, como as formas nas quais os homens tornam-se conscientes do conflito surgido das condigdes e das mudangas de condi¢ao na produgdo econdmica Fsse sentido é muite dificil de conciliar com o sentido de ideologia como mera ilusao. Delalo, no ultimo século, 0 sentido de ideologia como o conjunto de ideias “surgem de um dado conjunto de interesses materiais ou, em termos mais fas, de uma classe ou grupo definido, fot usado pelo menos de modo tio “mploquanto o sentido de ideologia como iluséo. Além disso, cada sentido foi Sado. as veves de maneiga confusa, na tradigio marxista. Um trecho como a sezuir, extraido de uma obra de Lenin, deixa claro que nao hé nenhum *thdo de iusao ou falea conecidncle: 4 de Marx em alemdo dis: * “*” Kontlibts bewusat \ Oy texto eure ideologischen Formen, wores sich dar Menschen 216 IDEOLOGIA 4 ideologia da luta da classe proletaria, 6 sociay : Clalisme Na medida em que ¢ Suh is de nascimento, desenvolvimento e consotig mete ds condigées gera aco dein al do conhecimento hum, 900, Presi, idcologia, isto 6, funda-se em todo o materia sam ato nivel da ciéncia, exige trabalho cientifico ete. [J Na lita de gy chy 505 dy proletariado que se desenvolve espontaneamente, como uma forca clement as aE, Cn hase nas relays capitalistas, 0 socialisme € intraduzido pelos idedlogos,¢ ase nas relagdes a 2 Federagao do Norte") Aesim, existe hoje a “idcologia proletéria” ou a “ideologia burguesa”¢assin por diante, € em cada caso ideologia ¢ 0 sistema de ideias apropriado aque, classe. Pode-se afirmar que determinada ideologia ¢ correta e progressista em contraposi¢ao a outra. Naturalmente, é possivel acrescentar que, ainda que seja verdadeira expressao dos interesses do inimigo de classe, a outra ideologia, ao re presenta-lo, € falsa em relagéoa qualquer interesse humano geral, e algo do senti- do anterior de ilusao ou falsa consciéncia pode entao ser associado de modo vago a0 que € primordialmente uma descrigao do carater de classe de certas ideias. Contudb, esse sentido relativamente neutro de ideologia, que em geral preciss ser qualificado por um adjetivo que descreva a classe ou 0 grupo social que representa ou serve, na realidade se tornou comum em muitos tipos de argu- mentacao. Ao mesmo tempo, no marxismo, mas também em outros Ambitos. houve uma distingao padrao entre ideologia e CIENCIA (v.), a fim de conserva! © sentido de pensamento ilusério ou simplesmente abstrato. Isso desenvolve + distingao sugerida por Engels, na quala ideologia terminaria quando os homens realizassem suas reais condigoes de vida e, portanto, seus motivos reais, depo do que sua conscicncia se tornaria genuinamente cientffica, porque elesestaria™ entao, em contato com a realidade (ef. Suvin, 1976), Essa tentativa de distings* entre o marxismo como cléncia ¢ outros pensamentos socials como ideologi# ec, sem duvida, controversa, principalmente entre os marxistas. Em uma ae muito mais ii das “ciéncias social distingdes compardveis entre deolos# (sistemas especulatives) & ciéncia (fatos demonstrados) so lugar-comum Pntretanto, na argumentagdo popula, alnda pst : a rincl te no sentido atribuido Por Napoledo, usa ideologia Pp AS pessoas sensatas confiat? ap». men Tprorocia | ret Atpabe oye iv(v) ou jem uma filosofia; as pessoas tolas contiam na ideologia Ni Ria \ to hoje como no tempo de Napoleao, & antes de do. jdeologia, QM yew sm terme de ofensa ta, DOUTRINARIO, EXPERU NCIA, PILOSOFIA, IDEAL ISMO. cleENCIAY IGUALDADE [equality] Equality tem Uso regular no inglés desde inicios do S15, da p.i. équalité, do jancés antigo, e esta da p.t. latina aequalis, de aequus (uniforme, idéntico, justo) Os primeiros usos de igualdade tém relacdo com a quantidade fisica, mas seu centido social, especialmente no sentido de equivaléncia a posi¢ao social, ocorre desde 0 $15, embora seja mais comum a partir do S16. Igualdade como condicao mais geral desenvolveu-se a partir dai, mas representou uma mudanga crucial. O que ela sugeria era nao uma comparagao de posicao social, mas a afirmacao de uma condigo mais geral, normal ou normativa. Esse uso fica evidente em Milton (Paraiso perdido, XII): (...] nao acolhe A igualdade gentil, fraterno estado.” Depois de meados do $17, porém, deixa de ser comum nesse sentido geral ate o ‘inal do $18, quando ganha énfase especifica nas revolugées norte-americana € francesa, O que se afirmava, entao, era tanto uma condigao fundamental - “to- dos os homens nascem iguais” - quanto um conjunto de exigéncias especificas, aah aigualdade perantea lei, isto é, a reforma das desigualdades estatutarias oe Posicées sociais e nos privilégios feudais e pés-feudais. Em suas um meee . Pensamento social, igualdade tem dois ramos principals: i) oshomens eee (equalization), com base na premissa de que todos turalmente iguais como seres humanos, embora nao necessa- lam s . ‘ente em atributos especificos; e (ii) um processo de retirada de privilégios Ey ‘Trad. Antonio josé Lima Leitao, Rig Lima Leitdo, Rio de Janeiro, W. M. jackson {1949}, p. 358. (N. T)

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