You are on page 1of 6
A NOIVA DO DRAGAO (Conto africano) Numa aldeia muito longe daqui, vivia um ho: que tinha duas filhas muito lindas em idade de se casay Um dia, o pai foi visitar um de seus amigos na aldeia vizinha. Logo que chegou, todos se sentaram em volta da fogueira e comegaram a discutir as tltimas novidades, Assim é que soube que o chefe da aldeia estava & procura de uma noiva. De volta a casa, o pai informou Aas suas filhas este fato e lhes perguntou: — Quem de vocés duas desejaria ser sua mulher? — Eu — respondeu imediatamente Mpunzikazi, a maior. — Esta bem — disse 0 pai — vou entao preparar um cortejo nupcial para acompanhé-la até a aldeia. Mas Mpunzikazi protestou que nao queria nenhum cortejo e que queria ir sozinha. Descontente, o pai Ihe respondeu: nobel — Como vocé pode falar assim? Uma noiva n@ ir sozinha ao encontro de seu prometido! mem 0 pode Digitalizada com CamScanner N filha teimou e se mostrou ta : a5 pou desistindo de winveuean ee Sradavel, que o pe *roi-se embora sozinha para a aldeia yin outs, ontae ‘caminho encontrou um ratinho, vizinha, ~ voce quer que lhe indique o caminho, M, a a, que deseja casar-se com 0 chefe da aldeia vice voo® V'caia da minha frente — lhe respondeu a oka jrvitada. . : 7 Oo ratinho desapareceu e Mpunzikazi continuow - minbando. Mas logo Pes que tinha se perdido, Chegando @ uma encruz hava, viu uma velha sentada a beira da estrada. A velha lhe sorriu, deu-lhe as boas- “yindas & jhe perguntou: ; "_Vocé quer que lhe indique o caminho, Mpunzikazi, voc’ que deseja casar-se com 0 chefe da aldeia vizinha? — Quem val tomar em consideracéo os disparates geuma velha toupeira como vocé? — retrucou a menina. Nisso deu meia volta e tomou o caminho & sua direita. Nao por ali! — gritou a velha. Mas a altiva Mpun- gikazi nao quis nem prestar atencdo e continuou seu caminho. A boa velha entao lhe deu um ultimo conselho: __ Entdo, se vocé quiser tomar esse caminho, tome pelo menos cuidado. Logo vocé vai chegar perto de umas arvores que se porao a rir quando vocé passar. Nao dé atencdo a elas e, em todo caso nao ria, ou vocé tera medo ao olhar para seu noivo. Depois vocé vai chegar perto de uma bolsa de couro cheia de leite grosso. Acontega 0 que acontecer, nao beba dele, ou 0 pao que vocé ird preparar para seu noivo nao iré nunca crescer. Depois vocé vai se encontrar com um homem sentado perto de uma foguei- ra, a cabega debaixo do brago. De qualquer jeito nao se sente perto do fogo, sendo o pao que vocé ir fazer para seu noivo nunca ira assar. Mpunzikazi ndo escutou o que lhe disse a velha e continuou seu caminho. Logo chegou a um conjunto de Digitalizada com CamScanner arvores que riam muito. Mpunzikagi achou j divertido e riu com elas, Depois on bolsa de couro cheia de leite 80880, © como uma sede, bebeu um bom gole. Um pouco mais | &stava com fogueira e perto dela um homem sentado onge Viu um, debaixo do brago. Convidou-a a Sentar-se, Elna 7 Cabeog um pouco, mas como os mosquitos a devoraya; Scansoy foi embora. mM, logo ge Depois de ter andado certo tempo, encont, coelho, que se aproximou e lhe disse: TOU um baiz- Eis que vocé esta chegando quase ao fi viagem, Mpunzikazi, vocé que deseja se cas chefe da aldeia vizinha. Depois da proxima curva da estrada, vocé ira encontrar uma moga enchendo sey cAntaro no rio; seja amavel com ela, se vocé confia no que lhe digo. — Por quem é que vocé se esté tomando para me dar conselhos?! — retrucou Mpunzikazi, continuando a andar. Exatamente como lhe tinha anunciado 0 coelho, logo chegou a um rio, e de 14 um pouco mais longe se via uma aldeia. A beira do rio, uma moga estava enchendo seu cantaro de agua. — Aonde vocé vai? — perguntou-lhe a moga. — O que vocé tem com isso? — disse rispidamente Mpunzikazi. — Vou ser a mulher do chefe da aldeia, e vocé vai ser minha servente. N&o sua servente — disse a moga, sorrindo, mas a sua cunhada, pois sou irma do chefe. Entéo levou Mpunzikazi para sua casa e lhe entregou centeio e trigo para fazer pao para seu noivo. — Mas vocé faria bem em se apressar — lhe disse — pois o chefe esta para chegar. 7 Mpunzikazi moeu o centeio e o trigo para fazer 0 pao, mas podia fazer 0 que quisesse que a massa continuava 8: ‘. Passou Perto qereita m de sua ar com o Digitalizada com CamScanner cheia de carogos. Depois enrolou os no forno, mas podia fazer o que quis sava, queimava por fora e ficava ¢; - De repente se levantou um ve; uma trovoada forte, aparecendo um cinco cabegas no meio do patio. — Eis teu noivo, Makanda Maklamu— — Que noiva esquisita que nado vem acol metido! — rugiu o dragao. i Com estas palavras, Mpunzikazi se recompés de seu medo e foi logo buscar 0 pao que ndo tinha assado. Mas, ao vé-lo, o dragao deu mais um rugido: — Vocé nunca iré ser minha mulher! Sacudiu o rabo com tal forga, que a coitada de Mpun- zikazi caiu morta ali mesmo. Dias e semanas se passaram, e como n4o havia noti- cias de Mpunzikazi, a irma cagula disse ao pai: — Eu é que vou agora até a aldeia vizinha. Talvez, tenha mais sorte do que minha irma, O velho pai deu seu consentimento, e Ihe preparou um cortejo nupcial e se separou de sua filha dando-lhe a sua béngao. No sani encontraram o ratinho. — Vocé quer que lhe indique o caminho, Mpunza- nana, vocé que deseja casar-se com o chefe da aldeia vizinha? — perguntou o ratinho. = Certamente, se vocé fizer a gentileza — respondeu Mpunzanana. E 0 ratinho Ihe mostrou uma estradinha ‘We desaparecia no meio da mata. ; , 080 0 cortejo nupcial chegou a uma encruzilhada. Ai estava sentada uma velha que lhe acolheu com um 80, perguntando: ~ Voc quer que Ihe indique o caminho, Mpunza- tan 8 Que deseja casar-se com o chefe da aldeia a? Paezinhos e 0s pas esse que 0 pio nao Tu por dentro, nto forte e ouviu-se dragao horrivel com disse a irma, her seu pro- Digitalizada com CamScanner — Sim, claro, se vocé fizer a gentileza — respondey Mpunzanana. Ea velba The indicou o caminho que segyjg a esquerda. : 7 ‘Nao tinha andado muito quando surgiu um coelhy que lhe disse: , — Quase vocé esté no fim de sua viagem, Mpunza, nana, vocé que deseja casar-se com 0 chefe da aldeia yi: nha. Depois da préxima virada na estrada vocé vai pe a um rio, onde vocé encontrar4 uma moca enchendo oar cantaro de Agua. Seja amavel com ela. Seu — Obrigado por ter me avisado, irmAo coelho — pondeu Mpunzanana. E foi-se embora. Tes. Logo chegou ao rio e, de 14, um pouco mais lo avistava a aldeia. A beira da 4gua uma moga anche” Se cantaro. va seu — Aonde vocé vai? — lhe perguntou. — Meu nome é Mpunzanana. ‘Venho da aldeia vizinha e vou para sua aldeia casar-me com seu chefe. — Entdo vocé seré minha cunhada — disse-lhe g moga, sorrindo e abragando Mpunzanana. Porém, lhe aviso, nao se assuste ao ver seu noivo. , — Por que iria me assustar? — perguntou Mpunza- nana, surpresa. A irma do chefe nao respondeu nada, mas levou Mpunzanana e seu cortejo até sua casa. LA lhe deu centelo e trigo para fazer pao para 0 seu noivo. Mpunzanana moeu 0 centeio e o trigo e fez a mass de pao, que ficou muito boa e macia. Quando ee ‘s paezinhos no forno, a aldeia ficou perfumada Ga 0 ae ici 5 vento delicioso de seu pao. De repente, soprou um or por ouviu-se um trovao, aparecendo logo um drag no meio do patio. i — Eis seu noivo — disse a ima do ae i? Mpunzanana nao se assustou. tied nF ne bem quentinho e douradinho e o ofere Digitalizada com CamScanner sinal de boas-vindas. O dragao comeu 0 pio e se deliciou com ele. — Vocé vai ser minha mulher — rugiu. Apenas lhe sairam estas palavras da boca, lhe caiu a pele de dragao e virou um belo mogo. Encheu a sua noiva de pérolas, pulseiras, anéis e colares. Casaram-se no meio de muita festa e alegria. * Digitalizada com CamScanner

You might also like