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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLOGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL GRUPO ENGENHARIA DE AVALIAGOES E PERICIAS PLANEJAMENTO ECONOMICO E FINANCEIRO ee Prof. Dr. Norberto Hochheim forianépolis, marge de 2003 4, PROJETO DE INVESTIMENTO 1.1. CONCEITO Proieto “dé investimento é um conjunto de informagdes internas e/ou exiemas 4 empresa, coletadas ¢ processadas com 0 objetivo de analisar-se (e. eventualmente, implantar-se) uma decisao de investimento (Woi 1985) e Mathias, E um modelo que incorpora informagées qualitativas ¢ quantiiativas, para simular decis6es de investimento e suas implicagdes, visando féstar sua viabilidade. 41.2. O PROCESSO DE TOMADA DE DECISAO Pode-se visualizar uma empresa como sendo um processo que transforma entradas (matérias-primas, energia, m4o-de-obra, etc.) em saidas (produtos e/ou servigos) (Figura 1.1) PROCESSO. GERENCIAL Necessidade de acao Instrucao para a acdo uneaee Saidas p| Produtos *Servicos PROCESSO DE TRANSFORMAGAO, © Outros insumos FF Adtaptaro ls Wolke Matis (1985) Figura 1.1. O processo gerencial na empresa O processo de decisao é dirigido por um proceso gerencial. Tem-se trés niveis de decisée (Woiler e Mathias, 1985) i) ‘Decisao estratégica: relacionamento entre a empresa e 0 meio ambiente. 14 SWIPE EEDEELEEDELELES REESE SESS SESH RE SHEE SSeS Seeeeeeeeee ii) Decisao-administrativa: relacionada com a forma e ajestfutura’da empresa (organizagao) iii) Decisao operacional: associada ao proceso dé transformanao. Os mesmos autores definem planejamento como sendo um processo de tomada de decisées interdependentes, que procuram conduzir a empresa para uma situagdo futura desejada. O planejamento comeca pela fixagaodosobjetives! Em termos de. posicionamento da empresa, os objetivos podem ser: i) “Tetentives: manutengao de algo que @ empresa j& possul (exemplo: manter a fatia de participacdio no mercado local de iméveis). ii) aquisitives: 2 empresa procura obter algo que ainda néo possui (exemple: uma construtora que opera no segmento de iméveis de apartamentos deseja construire operar centros comerciais). 4.3. TIPOS DE PROJETOS DE INVESTIMENTO Os projetos classificam-se em fungao do: © agricola /” setoreconémico 4° industrial » de servigos 9” » de implantacao © de expansao ou de ampliacao ponto de vista microeconémico 4 » de modernizagao ° de relocalizagéo © de diversificagao 2 identificagao da idéia © de pré-viabilidade uso ao longo do processo decisério <= de viabilidade © final de financiamento Planejamenta Econémico e Financeiro ; 12 A identificacdo da idéia, 0 projeto de pré-viabilidade e © proieto de Viabilidade sao estudos € andlisés Para verificar a viabilidade técnica e econémica de um projeto de investimento, a nivel interno da empresa Tém os mesmos objetivos, difereniando-sé"Nio\/nivellide'/détalhamento da coleta de dados, montagem do projeto e andlises efetuadas © projeto final forma um conjunto de informacdes em que a grande maioria dos parametros criticos para a implantacao jé se encontra definida e congelada (2x: processo, equipamentos bésicos, materiais a serem utiizados, cronograma etc.). Apresenta .grandé ‘hivel/\de detalhamento! Nesta etapa 6) projeto de engenharia jd deve estar perfeiiamente definido © projeto_de financiamento é feito para atender exigéncias dos éraaos financiadores (bancos de crédito imobiliério) e/ou éraaos que concedem incentivos (a nivel federal, regional, estadual ou municipal). Por isso, as vezes 880 feitos de modo muito otimista, ~” 1.4. O PROJETO DE INVESTIMENTO E 0 PROCESSO DECISORIO Desde a idéia de investir, ouprojeto.é parte integrante do proceso decisério, atuando como realimentador deste proceso em diversas fases (Figura 1.2) = . Os objetivos, norteiam o planejamento-estratégico, da empresa A claboragao e andlise de projetos de viabilidade simulam © realimentam-as decis6es estratégicas, principalmente as decisdes de investimento. Importancia: decisoes estratégicas, em geral, envolvem grandes volumes de recursos, so de longa durago, apresentam risco © sao pouco flexiveis exercendo profundo impacto na empresa Constatada a viabilidade de determinada deciséo, 0 projeto é implementado. planejamento passa de estralégico para tatico © 0 projeto de Viabilidade cede lugar para o projeto final. O projeto jé esté definido em seus grandes aspectos, comegando o trabalho de detalhamento de engenharia Finalmente, detalhado o processo de implantagao (construgo) Planejamento Econémico ¢ Financeiro 73 eee. OBJETIVOS ¥ ets Sy PLANEJAMENTO. Jaret PROJETO.DE ESTRATEGICO VIABILIDADE: pe ph epee E PROJETO-.- PLANEJAMENTO FINAL TATICO IMPLANTAC. sil Fonte: adapiaio de Weer & Mathias (1985) Figura 1.2. Integragao entre projeto e planejamento 1.5. ELABORAGAO E ANALISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO Os estudos de viabilidade normalmente representam apenas uma pequena Porcentagem do custo total de um empreendimento imobilidrio. Contudo, eles sao de vital importancia, néo apenas para \selecionar as “oportunidades * de investimento que sao maisconvenientes,\mas também para se evitarem investimentos antieconémicos e/ou mal dimensionados. As decisées tomadas nesta fase podem influir na propria sobrevivéncia da empresa Uma andlise 6 baseada em projegées e em informagées parciais. A coleta @ 0 processamento de informagées custam tempo e consomem recursos. Assim, a empresa dispende recursos (e tempo) na analise de viabilidade de modo proporcional ao risco que o projeto apresenta (Figura 1.3), ‘Planejamento Econémico e Financeiro 14 ‘Custo variavel de elaboracao e andlise Custo fixo de assessoria Fonte: Woiler & Mathias (1985) Figura 1.3. Gastos em andlise de viabilidade em fungao do risco © custo de coleta e processamento de informacées cresce de modo exponencial com a confiabilidade alcangada (Figura 1.4.) | Gastoem analise de viabilidade: Fonte: Woller & Mathias (1985) Figura 1.4. Gastos em analise de viabilidade em fungao da confiabilidade Existe um custo associado a inexatiddo, que corresponde a maior perda que a empresa poderd sofrer para cada nivel de imprecisdo (erro) admitido na analise de viabilidade. Este custo é crescente com a impreciséo com que ¢ feita a analise de viabilidade ‘Planejamento Eoondmico Financeiro 15 PUPSEDELESEULELELED ES EEEEELE REDE ESSE REDS E DS HV OVO DD Por outro lado, os custos de claboragao e andlise de viabilidade serao crescentes com a precisdo (Figura 1.5.). Custo de inexatido Gasto na analise de viabilidade Imprecisi Repiao de timo | "Fonte: Woler & Mathias (1965) Figura 1.5. Regido de custo minimo custo total sera a soma das duas curvas, que apresenta um ponto de minimo. A determinagéo pratica deste ponto é muito dificil, mas pode-se considerar uma regio étima, que corresponde a um custo total minimo. Como os custos crescem com o detalhamento do projeto, normalmente uma andlise de viabilidade processa-se em etapas, detalhando-se o projeto a medida do necessério (Figura 1.6.) Gasto em analise de viabilidade | | cee eee Tempo Idéia_ -Pré-viabilidade Viabilidade —_Projeto final inicial Fonte: adaptado de Wover & Mathias (1985) « Pomerars (1988 ) Figura 1.6. Gastos acumulados em estudos em fun¢dio do tempo Planejamento Econémiao © Financeiro 46 A idéia inicial 6 transformada numa andlise de viabilidade Superficial para verificar se vale @ pena passar para a etapa seguinte, ou seja fazer a andlise de Pré-viabilidade, Se os resultados desta tltima forem encorajadores, entra-se na fase de analise de viabilidade, que por sua vez, pode conduzir ao Projeto final Um estudo mais aprimorado implica em maiores custos Quantias cada vez mmaiores Serao gastas em pesquisas de mercado, analise de viabilidade técnica, orgamentacao, programacao, etc. Por isso, a andlise deve Ser conduzida de forma gradativa. 1.8. ASPECTOS A CONSIDERAR NUM PROJETO DE INVESTIMENTO IMOBILIARIO 1.8.1. Aspectos econémicos Os aspectos econémicos engiobam os estudos de mercat ido, de localizagao € de escala. ') Mereado - determinaré muitas das caracteristicas do projeto: atributos desejadogho produto, quantidade demandada, prego de venda, capacidade de pagamento dos clientes, etc, Lecalizagao.- escolha do local ideal para situar o empreendimento imobilidrio, Depende de diversos fatores: mercado, tamanho do empreendimento, consideragoes técnicas, restrigdes do plano diretor, restricdes ambientais, ete, itl) Escala - & determinada em funcdo da existéncia de economias de escala, do estudo de mercado, da localizagao, etc. 1.6.2. Aspectos téenicos Envolvem as consideracées referentes engenharia do Projeto, ao arranjo fisico dos equipamentos no canteiro de obra, etc Planejamento Econémico e Financaira ee a Estes aspectos constituem a base fisica da elaboragao dos cronogramas fisico e financeiro de construcao, bem como das projegées de vendas. 4.6.3. Aspectos financeiros Dizem respeito & composigae do capital, financiamentos, capital de giro indices financeiros i) sComposigao, doweapital - procura-se determiner a composicao do capital proprio e de terceiros, que vai deierminar 0 custo do capital para o empreendimento. ii), Financiamentos - so analisadas as altemativas de empréstimo. Procura-se deferminar quais as fontes que apresentam maior conveniéncia e/ou que otimizam a rentabilidade do projeto. iii) Capital de giro - a andlise financeira das fontes a aplicagdes do dinheiro determinara as necessidades de capital de giro proprio. O capital de giro é um investimento a ser feito, devendo ser incluido nes desemboisos do projeto. ivy indices financsiros - indices de liquidez, indices de rentabilidade, de estrutura de capital, de desempenho, capacidade para pagamento de empréstimos, etc. 1.6.4. Aspectos administrativos Correspondem @ estrutura organizacional que sera necesséria para efetuar @ construgéo do empreendiemento 1.6.5. Aspectos do meio ambiente Toda construcao civil impacta sobre 0 meio ambiente. Muitos projetos, para que possam ser executados, exigem estudos sobre o impacto que ele vai causar no meio ambiente (relatério de impacto no meio ambienta — RIMA — ou estudo de impacto no meio ambiente — EIMA).. ‘Pianejamento Econémiice © Financeiro mais Estradas, ferrovias, hidrelétricas, portos, marinas, linhas de transmissdo. gasodutos, vias fiuviais, estacao de tratamento de esgotos, aterros sanitarios, so apenas alguns exemplos de obras civis que impactam no meio ambiente 1.6.8. Aspectos juridicos e legais Dizem respeito a forma socistaria da empresa (tipo, quais s40 os sécios, participagao aciondria de cada um), registro na Junta Comercial, etc. Deve-se fazer também uma analise dos Seguros © dos contratos (de empreitada, de sub-empreitada, de fornecimento de insumos, compra de tecnologia e/ou de patentes, de leasing, etc.) necessarios ao empreendimento. 4.6.7. Aspectos contabeis Consideram a metodologia de elaboragao dos cronogramas financeiros e das projecées de custos e receitas do empreendimento imobiliario. 1.7. ETAPAS DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO IMOBILIARIO © ponto de partida de um projeto de investimento imobilidrio 6 uma oportunidade de investimento detectada por estudos internos ou por estudos externos & empresa (consultorias). A claboragao de um projeto de investimento imobilidrio segue as seguintes etapas (Figura 1.7): 1) estudowde™ mercado: visa caracterizar 0 produto, a tipologia do empreendimento, a quantidade demandada, o preco de venda, politicas de marketing , ete 2) Determinacao da localiza¢a0 geogréfica, da «eStalé (tamanho) do empreendimento e especificago dos aspectos técnicos. Estes estudos estao infimamente relacionados, pois a localizago vai influir na escala © esta por sua vez nas especificagées do processo construtivo a ser utilizado (€ vice- versa) 3) Estudo financeiro: célculo dos investimentos necessérios e estabelecimento da composigao do capital necessario 4) Determinagao da estrutura administrativa: necessidades de pessoal, de treinamento, de assessoria externa, etc. Os aspectos juridicos ¢ os relativos ao meio ambiente também sao tratados nesta fase. 5) Aspectos contabeis: elaboraco das projecdes de custos e receitas e dos Tespectivos cronogramas (saidas e entradas de dinheiro) Planejamento Econémico 6 Financsiro 18 SUPELEEEELULLELE DERE DEE ED LELEELUDEL ELE REDO DODO ab 6) Analise de viabilidade econémica, que permitira verificar se os resultados esperadios aiendem as expectativas dos investidores. Neste ponto faz-se uma avaliagao global do projeto proposto, podendo-se parar a andlise ou reavaliar alguns (ou todos) pontos do projeto. Se o projeto 6 satisfatério, passa-se a elaborar 0 7). Projeto final, bastante detalhado, que seré implantado. 4 8) Implantacao: é elaborado um plano de execugao, que seré adequadamente monitorado ao longo da implantagao. ESTUDO DE MERCADO = ESCALA LOCALIZACAO, ASPECTOS: a k=) Técnicos le} cit le ae aspectos |_| estruTura |. MEIO. | L wuRIDICos = | ADMINISTRATIVA [| AMBIENTE — fe] ASPECTOS contAseis = (¢-———_____ VIABILIDADE eer ECONOMICA, ‘SIM PROJETO FINAL ~. IMPLANTAGAO Figura 1.7. Etapas de um projeto de investimento imobitiério Planejamento Econémico © Financeiro 4.10 4.7. ENGENHARIA SIMULTANEA ‘A execugdo seqliencial de tarefas nao satisfaz naqueles casos que exigem respostas mais rapidas, seja na mudanga de produtos, de processos e mesmo na ampliag4o ou implantag&o de novas empresas. Precisa-se comecar todo o projeto de uma s6 vez, com equipes de grande responsabilidade e poder de decisao. Como resposta a estas necessidades, surgiu na década de 1990 a engenharia simulténea, nome derivado do inglés eoncurrent engineering, que prevé a realizagéo de diversas atividades paralelas, ao invés de etapas sequienciais. A Figura 1.8 ilustra este procedimento para o desenvolvimento de um produto. Etapas seatienciais : ¥ Marketing }-»{ Projet _|->{_Verificacao Prot6tipo [Treat Reema b+ Prin Engenharia ‘Marketing i Teste Manufatura Proieto _[*{ verifcacdo }-+{_Revisto -+[__Produto Servico Custo Qualidade Fonte: Adaptad de Zangwil (1993), por Casaretio (2002) OP FSSSHHSSSODUEEEEERE EEE EEUEVLEL LEVELLED 24, FLUXO DE CAIXA: CONVENGOES, HIPOTESES E SIMBOLOGIA ADOTADA Todas decisdes que envolvem quantias de dinheiro, além da quantia propriamente dita, devem também considerar ofmomisntoino tempolem que esta quantia sera desembolsada ou recebida. © fiuxo de caixa 6 um diagrammalique mostra as quantias de dinheiro (desembolsos e recebimentos) a6\longo do periodo considerade nalandlise: Este diagrama 6 composto de uma reta horizontal, que consiitui-se na escala de tempo, e por flechas verticais, que representam as entradas e saidas de dinheiro (Figura 2.1). edd a aida, f cabo greeete me Figura 2.1. Fluxo de caixa genérico Os periodos de tempo so representados em intervalos contiguos, progredindo da esquerda para a direita, iniciande no instante 0 inicio do primeiro periodo a ser considerado na andlise) © terminando no instante ni (fim do tltimo periodo a ser considerado na analise). Assim, cada numero representa o periodo de tempo acumulado até aquele ponto. Planejamento Econémico @ Finansiro ear Por convengao, as saidas de dinheiro sao representadas por flechas para baixo, abaixo da linha de tempo, ¢ as entradas de dinheiro so representadas por flechas para cima, acima da linha de tempo. As flechas nao precisam representar em escala as quantias de dinheiro. Por hipétese, os valores ocorrem num Unico momento em cada periodo considerado. © valor inicial desembolsado (ou recebido) no instante zero, e os demais recebimentos (ou desembolsos) dao-se fort. de cada periode em que ocorrem, a menos que indicado de outro modo. Nao existe uniformizagéo de simbologi: na bibliografia disponivel, variando de autor para autor. A simbologia apresentada a seguir é a mais comum, ¢ sera adotada neste texto. Costuma-se identificar gener a quantia inicial pela letra P (valor Presente) ou J (Investimento) e as quantias seguintes por F, com /= 1, ..., n (valor Euturo). A quantia inicial também pode ser representada por Fo. Quando todos os valores futuros s&o iguais, eles sao comumente fe representados pela letra’A {de Anuidade, embora nem sempre os periodos considerados tenham esta periodicidade). Estes valores constituem uma /séfie ( uniforme de pagamentos (ou recebimentos), iniciando no periode 7 e terminando no period n (Figura 2.2). S hrvidade Figura 2.2. Série uniforme de pagarhentos Le Toles 0s. Yelore> Uma série de pagamentos (ou recebimentos) que crete a uma razéo < constante G em cada periodo, iniciando com 0 valor G no priodo 2, e terminando \com 0 valor (n-1)G no periodo n, 6 denominada de série emigradiente (Figura 2.3). Observe que estas série ndo apresenta nenhum valor no periodo 7 Plangjamento Econémico © Financelra ere la ita edd he A A M-1)G Figura 2.3. Série gradiente de pagamentos 2.2. JUROS SIMPLES E COMPOSTOS (Osijuros|saovajremuneracaoldolcapitalRepresentam o dinheiro pago pelo jusa) de dinheiro emprestado ou o ganho de dinheico gerado. pelo capital empregado num investimento. A especificagao dos juros é feita pela taxa de brados no fim do periodo juros, definida como a razo ent € © capital iniciaimente empregado (Hess et al., 1984. (Olinstantelde tempo no © juro @ devide € 0 set periodo de capitalizagio| A taxa deve ser te periodo jantia do RE 1.000,00 que rendeu RS 120,00 de juros Exemplo 2.1. Seja uma g apés um ano. A taxa de juros foi de R$-120,00 / R$ 1.000,00 = 0,12 ou 12% a.a. (a0 ano). Define-se_my te (F) como sendo o principal (P) mais os juros (J) devidos © ..* Ree PES on F=P+J (2.4) O célculo dos juros pode dar-se de duas maneiras: + Juros simples: apenas 0 p JeiPn (2.2) F=P(1+in) (2.3) onde: J —juros i—taxa de juros P— principal n— numero de periodos de capitalizacao F - montante « Juros compostos: a cada periodo de capitalizagao, os juros sao incorporados a0 capilal e passam a também render juros. F=P(i+i)" (2.4) onde: J —juros i taxa de juros P— principal n— ntimero de periodos de capitalizagéo F - montante A Equacdo 2.4 permite caleular 0 nontante F que se obtém a partir de investimento P aplicado & taxa i, apés 1 periodos. Esta € das mais importantes equacdes da Mat iarica Financeira. Exemplo 2.3. Seja RS 1.000,00 aplicados a 18% a.a., durante 6 anos. Calcular 0 montante apés cada period de capitalizaco, a o total a receber no final do 5° ano, empregando a férmula Solugao. | Montante (F) - [RS] Periodo . T Juros simples | Juros compostos 0 4.000,00 4,000,00 os Eto 1 | 1.000 + 0,15 x 1.000 = 1.150,00} 4,000 + 0,15 x 1.000 = 1.150,00 2 4.150 + 0,15 x 4600} 1.300,00 4.150 + 0,15 <7.150} 1.322,50 3 4.300 + 0,15 £4,000} 4,450,00) 1.322,50 + 0,15 (7.322,50)- 1.520,88, 4 1.450 +0,15 (1600 4,600,00| 1.520,88 + 0,15 x7.520,88 5 1.749,01 5 1,600 + 0,15 x1600)- 41.750,00) _1.749,01 + 0,15 x1.749,01 32.011,36 | Formula | 1,000x (1 + 0,15 x 5) = 1.750,00 4.000 x (1 + 0,15)°=2.011,36] Planejamento Econdmico e Financsiro a WEP PPPOE HOUEPVLELE EERE REVAL ESTED RAGE RES SSSR OSD tica, em estudos econémicos sao utilizados apenas os juros compostos. Nests texto, daqui para frente, sempre sera considerada a hipétese dos juros compostos, salve quando mencicnado o contrario. No Exemplo 2.3, R$1.000,00 hoje séo equivalentes a R$ 2.014,36 daquia cinco anos, @ taxa de 5% a.a. (juros compostos). Assim, a taxa de juros ——— estabelece um [fator de conv. id para tornar equivalentes duas quantias de dinheiro, consideradas em diferentes pontos no tempo. Exemplo 2.4. Qual 6 0 fator de conversae para tomar equivalentes as quantias do Exemplo 2.3, considerando juros compostos ? SolugSo- R$ 2.011,36 / R$ 1.000,00 = 2.01136 2.3. TAXAS EQUIVALENTES A taxa de juros sempre é expressa em termos numéricos e com mengao de seu periodo de capitalizagao. Duas taxas de juros podem ser equivainetes, ou seja, produzirem o mesmo mor inte apés um mestho periode de tempo, porém com periodos de capitalizagao diferentes A conversao entre taxas de juros 6 feita utili ndo-se a rolagao (1 Fig) = (1 +i (25) jeg = (4.411 (2.6) onde ig — taxa de juros equivalente i - taxa de juros a ser convertida k — niimero de capitalizagdes que ocorrem no periodo Duas situagdes podem ocorrer : converter uma taxa de juros com um periodo de capitalizagao menor em uma taxa com um periodo de capitalizacdo maior ou converter uma taxa de juros com um periodo de capitalizagéio maior em uma taxa com um periodo de capitalizagao menor. Exempla 2.5. Converter a taxa de juros de 1%@.o). para uma laxa de juros com re capitalizacéo anus oe Pate me Solugdo: ig = (1 + i)*—1= (1+ 0,01)? -1=12,68% aa, Ay. om 25 no Exemplo 2.6. Converter a taxa de juros de 12% a.8) para uma taxa de juros com capitalizagéo mensal. » Solugdo: ing = (1+ i)*—1 = (1 +0,12)"" — 1 = 0,9489% a.m. 2.4. TAXA NOMINAL E EFETIVA Uma taxa de juros efetiva é aquela na qual o periodo referido na taxa coincide com o periodo de capitalizacao. Mas nem sempre o periodo referido na taxa coincide com o periodo de capitalizagdo. Muitas vezes uma taxa de juros é assim enunciada para aparentar um rendimento maior, ou aparentar uma cobranga de juros mais baixa. Nesta situagdo, tem-se uma taxa de juros nominal Para uma taxa nominal i,, capitalizada k vezes por periodo, a taxa efetiva i (iti) =o (27) isasi (2.8) Um outro modo de solucionar 0 problema consiste em transformar primeiro a taxa nominal numa taxa efetiva, considerando o periodo de capitalizagao enunciado, e a seguir aplicar a Equagao 2.6. 27. Qual a taxa anual efetiva equivalente a taxa de (0% £5 com ; s me italizagao mg 1? 4 cate ig = Cn as = Solugdo 1: leCiterans -1= 0,3449 = 34,49% aa. Solugao 2: i = 30% a.a. + 12 meses = 2,5% a.m. TSO eg = (4 + i)* 4 +0,025)"— 1 = 0,3449 4 34.49% aa) Plangjamento Econémico 6 Financeiro 26 ‘Exemplo 2.8. Qual @ faxa mensal efeliva equivalente @ taxa de 4% am. com capitalizagéo anual? Solugdo 1: i=(44 oe. 4 = 0,0332 = 3,32% am. Solugdo 2: i= 4% a.m. x 12 meses = 48% a.a. (taxa efetiva) 0,0332 = 382% 4m.) diovionh leg = (4+ i (1+ 0,48)? — 2.8. TAXAS COBRADAS ANTECIPADAMENTE Em alguns empréstimos costuma-se cobrar antecipadamente os juros. Ou seja, 0s juros 40 pagos no momento em que se recebe o dinheiro emprestado, sendo devolvido no final apenas o principal emprestado. Nestas situagdes, a taxa de juros real 6 maior do que aquela enunciada. one woo A. roo rs prgou IE Exemplo 2.9. Calcul a taxa efetiva anual @:mensal de um* empréstina de RS 10,000 por um ano a uma taxa de [30% ag, sendo os juros cobrados antecipadamente. PNa vdd seo Solugdo. —Juros: = R$ 10.000 x 0,3 = R$ 3,000,00 7% 4” Dinheiro efetivamente recebido: P = R$ 10.000,00 ~ R$ 3.000,00 = R$ 7.000,00 Dinheiro a ser devolvido: F = R$ 10,000,00 F=P(i+iy 5 40,000 = 7.000 (1 +i)' : i= (10.000 / 7.000) - 1 aoe i= 0.4286 = 42,86% aa 1+ i)**— 4 = (1 + 0,4286)"” — 1 = 0,0302 = 3,02% am. Planejamento Econémico Financeiro 27 2.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) A taxa interna de retoro (TiR) expressa a rentabilidade de um projeto. A TIR ¢ a taxa que torna equivalentes os desemboisos e as receitas. No Exempio 2.8, a taxa encontrada é a taxa interna do fluxo de caixa ali representado. ‘Exemplo 2.10. Um banco emiprestou RS 50,000,00 para uma construtora, para financiar seu capital de giro. Esta quantia deve ser devoivida em quatro meses. Se 0 banco cobrou antecipadamente RS 7.000,00 a titulo de juros, qual a taxa intema de retorno mensal deste empréstimo? Solucao; F=P(1+iy" 50.000 = 43.000 (1 + i)* i = (50.000 / 43.000)" — 4 8000 i = 0,0384 = 3,84% am Neste caso, a TIR encontrada € também a taxa de juros real paga pela construtora. 2.7. TAXA MINIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) A taxa minima de atratividade (TMA) 6 a menor taxa que um investidor aceita como rentabilidade para um investimento. E a taxa a partir da qual o investidor considera que esté tendo ganhos financeiros (Casarotto & Kopitke, 1994) ‘Sua determinagao deve considerar duas situagées 1. ATMA deve remunerar adequadamente os capitais (proprios e de terceiros) investidos; 2. ATMA deve expressar a remuneracao de um investimento alternativo, de baixo risco, para o investidor. Pianejamento Eeanémico e Financeiro 28 S“BPARBRARBARRBRARBERARRRARRARBERREREARRERBRREBREABRAR OLAS SUPSROP OSES HESS SDSS SER EEE UELEELULEULUL LEERY ¢ ATMA @ ser adotada 6 @ maior das encontradas nas duas situagoes acima mencionadas. Assim sende, verifica-se que a TMA depende da situagao econémica e financeira do investidor. Cada investidor, ou empresa, tem sua propria TMA. Somente pode-se somar ou comparar quantias de dinheiro que estejam referidas a um mesmo periodo de tempo. Para movimentar quantias de dinheiro No tempo, utiliza-se uma taxa de juros denominada de taxa de desconto (normalmente, deve-se comparar valores atuais ci valores futuros, devendo-se pois "descontar” estes iltimos valores) Numa andilise de investimento, a taxa de desconto a ser utilizada pelo investidor 6 a sua TMA. Por isso, um investimento pode ser atrativo para um investidor A e nao ser atrativo para um investidor B, por exemplo. Exemplo 2.11. Uma construtora esta avaliando a possibilidade de construr um edificio comercial. Para tal, dispde de 40% de capital necessério, devendo financiar os 60% restantes, a um custo de 10% a.a. Os acionistas exigem uma remuneragao de 12% a.a. do capital investido na empresa. Caso a construtora desista deste negécio, ela pode aplicar seu dinheiro em papéis do govemo, a um rendimento de 10,5% a.a. Qual a TMA que a consirutora deve adotar na andlise deste investimento? - Solugdo: ) Custo do dinheir 0 10 x 0,12) + (0,60 x 0,10) = 0,108 Remuneracao do investimento alternatives10,5% a.a. Logo, para a andlise de viabitidade econémica deste empreendimento deve ser adotada uma TMA de 10,8% a.a. Pianejamento Econdmico e Financsiro 28 3. RELAGOES DE EQUIVALENCIA 3.1. RELAGOES ENVOLVENDO VALOR PRESENTE, FUTURO E SERIE UNIFORME 3.1.1. Relagao entre valor presente e futuro Esta relagao permite determinar o valor futuro F (montante) equivalente a um valor presente P (principal) e vice-versa, considerando uma aplicagao a taxa de juros /durante um periodo n (Figura 3.1). Figura 3.1. Dado P determinar F, e vice-versa FSP (1+i)" (31) © termo entre parénteses na Equagdo Bt representa um fator_de conversa, denominado de "achar F dado P", © tem a seguinte notacdo'e significado: (FIP; i; n)= (1 + i (3.2) Anotagao aqui adotada é a notacdo internacional. A exemplo do que ja foi comentado sobre a simbologia, também nao existe uniformizagao de notacdo para os fatores de conversao, na bibliografia existente Estes fator, e os que sero apresentados a seguir, podem ser facilmente tabelados, em fungao de i en. O uso destas tabelas apresenta utilidade quando se dispde de apenas uma calculadora no financeira para resolver problemas de matematica financeira. Embora nao faremos apelo a este tipo de tabela neste texto, indicaremos a resolugdo de problemas através destes fatores, por serem de mais facil memorizagéo do que as formulas respectivas. Além disto, interessa Planejamento Econémico e Financeiro 34 SUSEDEDDEDEDELDELUE RD EULER LELEE ELLE LE LORD DDD DOOD destacar 0 raciocinio aplicado na resolugéo dos problemas propostos, mais do que “fazer contas". Calculadoras financeiras e planilhas eletrénicas dispde de rotinas para fazer os cdlculos respectivos. Caso nao se disponha destes instrumentos, deve-se calcular 0 valor dos fatores usando as respectivas formulas ou consultando as jé referidas tabelas. A Equagao 3.1 pode entao ser reescrita como: F =P (FIP; i;n) (3.3) Da Equacdo 2.1 tira-se que: F (iy scl Fazendo (PIF:i;n)= [oy (fator “achar P dado F") (3.5) tem-seque P= F (PIF; i; n) (3.6) Exemplo 3.1. Uma construtora contraiu um empréstimo de R$ 30.000,00 para ser devolvido em 5 meses. Qual 0 montante a ser devolvido, se a taxa de juros deste ip e F=P (FIP. i;n)=P(1 +i)" empréstimo 6 de 4,5% a.m.? Solugao: 30.000 F =P (FIP; 4,5%; 5) = 30.000 (1 + 0,045)° F F = R$ 97.385,46 Exemplo 3.2. Uma empreiteira precisa adquirir escoras metélicas no valor de R$ 8.000,00, que seréio necessérias daqui a 6 meses. Quanto ela deve investir hoje em papéis que rendem 2,2% a.m., para ter este dinheiro aisponivel quando necessario? F(A) 920m, boss) 0 10. Solugao, P=F (PIF; in) =P une (iy ° P= 8,000 (PIF; 2,2%, 6) = 8.000 _ (10,022) 6 ut eee P= R$ 7.020,77 Planejamento Econdmico e Financeiro + a 32 3.1.2. Relacao entre valor presente e série uniforme Esta relacéio permite determinar a série uniforme A equivalente a um valor presente Pe vice-versa, considerando uma aplicagao a taxa de juros i durante um periodo n (Figura 3.2) Figura 3.2. Dado P determinar A, e vice-versa isi? =P — (3.7) P aay Bn Fazendo (A/P; i; n) oe (fator "achar A dado P") (3.8) tem-seque A=P (AP: i; n) (3.9) Da Equacdo 3.7 tem-se que: (+i! i (3.10) (ip @1) mC Eeiae " " Fazendo (PIA; i; n) = ia iv (fator "achar P dado A") = (3.11) tem-se que P =A (PIA; i; n) (2.12) ‘Exemplo 3.3. As condigdes de financiamento de um apartamento exigem como poupanca a quantia de R$ 20.000,00. Um comprador esta interessado no negocio, mas precisa parcelar esta poupanca em 5 vezes, iniciando os pagamentos em 30 dias. Se a TMA da empresa vendedora é de 2% a.m., de quanto deve ser a prestagéo exigida? | 20000 Solugao: Planejamento Econémico e Financeiro 33 ack A=P (PIA: n= p 1 mss idiy tee A ‘A= 20.000 (AIP; 2%; 5) : 40,02)" 5 ‘A= 20.000 102112+0,02) 20.000 (4+0,02)°-1 A= R$ 4.243,17 Exemplo 3.4. A poupanca de um apartamento é de uma entrada mais 12 prestag6es mensais fixas de R$ 1.200,00, com vencimentos iniciando em 30 dias. Um potencial comprador propée pagar a entrada solicitada mais R$ 12.000,00 hoje, para liquidar a parte parcelada da poupanca. Se a TMA do vendedor é de 2,5% a.m., ele deve aceitar este negécio? Solugao: (14iy-1 P=A(PIA;i, n)=A ica P = 1.200 (PIA; 2,5%; 12) (440,025)? -1 P=1.200 > (01025 (1+ 0,025)" P = RS 12.309,32 Como a proposta do comprador é inferior ao valor equivalente das parcelas vincendas, 0 vendedor nao deve aceitar a proposta 3.1.3, Relagao entre série uniforme e valor futuro Esta relagdo permite determinar o valor futuro F equivalente a uma série uniforme A e vice-versa, considerando uma aplicag4o a taxa de juros i durante um periodo n (Figura 3.3), Planejamento Econémico e Financeiro 34 Figura 3.3. Dado A determinar F, e vice-versa pea Get (3.13) Fazendo (FIA; i: n) = ern (fator "achar F dado A") (3.14) tem-seque — F =A (FIA; i; n) (3.15) Da Equagao 3.13 tem-se que: =F ——— 3. & asp Gag) Fazendo (AF:i:n)=——__(fator"achar Adado F") (8.17) (+i -4 tem-se que A=F (AIF; i; n) (3.18) Exemplo 3.5. Se um investidor aplicar R$ 1.000,00 por més, durante 2 anos numa aplicago que Ihe renderé capitalizados mensalmente) qual a quantia que ele teré disponivelem anos? |r 17 68 2.2 \ nko, oDebinn, lus Solugao: Tameses = 1% am. F | FEAF n) =a “tot L i 1 zai| 9 i | F= 1.000 (F/A; 19%; 24) eRe i ' 24 F = 1,000 (0.01 1 1.000 ; 001 ie F = RS 26.973,47 Planejamento Econdmico e Financeiro ae Exemplo 3.6. Uma construtora necessitar comprar um carro novo daqui a um ano. Nesta ocasiao, dard um carro usado como parte do pagamento, mas mesmo assim estima que precisaré desembolsar R$ 15.000,00 para efetuar 0 negécio. Quanto ela deveré aplicar por més num fundo de investimentos que Ihe renderé 1,6% a.m. neste periodo, para ter disponivel esta quantia? Solugao: 15.000 A=F (AF; i; n) =F ———— (sit—4 A=F (AF; 1,8%; 12) A= 15.000 —— 0018 A | (10,018) A= R$ 1.131,03 3.2. RELAGOES ENVOLVENDO A SERIE GRADIENTE 3.2.1. Relacao entre série gradiente e valor presente Esta relagao permite determinar o valor presente P equivalente a uma série gradiente G e vice-versa, considerando uma taxa de juros i durante um periodo n (Figura 3.4) 41+if ee (I p=c qh (3.19) Planejamento Econ6mico e Financeiro 36 gow -1n Fazendo (PIG; i; n) = {f aap pe (fator "achar P dado G") (3.20) i tem-se que — P = G (P/G; i, n) (3.21) Exemplo 3.7.Um determinado veiculo fem um custo anual de manutengao de RS 2.000,00. Estima-se que, a partir do 2° ano de uso, devido ao crescente desgaste, este custo aumente em R$ 200,00 ao ano. Considerando que este veiculo tem 6 anos de vida util, calcule o valor presente dos custos de manutencéo, para uma TMA de 10% a.a Solugéo: 200 2.000 1.000 tgp O problema pode ser decomposto em uma série uniforme de R$ 2.000,00 e uma série gradiente com G = R$ 200,00. © valor presente seré entdo: P = 2.000 (P/A; 10%; 6) + 200 (P/G; 10%, 6) (1+0,10)° -4 0 tortor 1 P= me Se Zo 0,10 (1+0,10)* 010? 0,10" (1+0, 0708! poB aye P = 2.000 x 4,3552607 + 200 x 9,6841712 = 8.710,52 + 1.936,83 P= R$ 10.647,35 3.2.2. Relagao entre série gradiente e série uniforme Esta relagdo permite determinar a série uniforme A equivalente a uma série gradiente G e vice-versa, considerando uma taxa de juros i durante um periodo n (Figura 3.5) Planejamento Econémico € Financeiro a7 om widNE 2415 E 44444 pair acarerarcateaaeeecacneilll URELUEEEE REDD ODE ERS ES DEERELELELELULLULULULELODO ED (3.22) Fazendo (A/G; i; n) = ae ] (fator "achar A dado G") (3.23) tem-seque A=G (NG; in) (3.24) Exemplo 3.8 Considere os mesmos dados do Exemplo 2.7 e calcule a série uniforme equivalente. Solugao: A= 2,000,00 + 200 (WIG; 10%, 6) 1 6 0,10 =I 10 + 200 - ea (O40 0.10 * (1+0,10)"-1 ] A= 2,000,00 + 200 x 2,2235572 = 2.000,00 + 444,71 A= RG 2.444.741 3.3. SERIES PERPETUAS Uma série perpétua é aquela na qual os pagamentos (ou recebimentos) nao tem um horizonte de tempo finito, ou o numero de periodos no qual eles ocorrem é muito grande O valor presente de uma série perpétua é: ‘Planejamento Econémico e Financeiro 38 patim. aCtil-1_2,1 me (THe i Pp 4 (3.25) e A=iP (3.26) Exemplo 3.9. Quanto deve ser depositado numa cademeta de poupanga que rende 0,5% am., para fazer-se retiradas perpétuas de R$ 3.000,00 a cada seis meses? Solugao: i= (1 + 0,005)° — 1 = 0,030378 ass. = 2.000 _ _ Rg 98.755,68 0.030378 Exemplo 3.10. Qual é 0 custo, em termos de valor presente, de uma maquina que tem vida util muito longa, cujo valor de aquisigéo é R$ 10.000,00 e que consome anualmente R$ 2,000,000 em despesas de operac¢éo e manutengdo? Considere uma taxa de juros de 15% a.a Solugdo: 2.000 10.000,00 + p= 10.000,00+ © = 10.000 + 13.333,33 i P = R$ 23.333,33 Exemplo 3.11. Quanto pode-se retirar a cada doze meses de um fundo de investimento que rende 1% a.m., de forma a que ele sempre permaneca com o mesmo valor do investimento inicial, que foi de R$ 50.000,00? Solugao: = (1+0,01)?-1 = 0,126825 aa. A= iP = 0,126825 x 50.000,00 A= R$ 6.341,25 Ou seja, a série perpétua corresponde aos rendimentos da aplicagdo. Plangjamento Econémico e Financeiro 38 AMBSEEDV OLS SDEDSDESSSSDE ES EESE RIDER REBEL RP LULELE 3.4, SERIES ANTECIPADAS Em muitas situagdes praticas, onde tem-se uma série uniforme de Pagamentos, exige-se que o primeiro pagamento da série seja feito no momento de fechamento do negécio, servindo como entrada. Tem-se entao uma série uniforme antecipada, como mostrado na Figura 3.6. Observa-se nesta figura que a série antecipada A’ inicia no periodo 0 (zero) e termina no periodo (n-1). Uma outtra situagao pratica 6 aquela na qual faz-se depésitos regulares num fundo que rende juros i, iniciando na data 0 (zero) e terminando na data (n-1), para retirar um valor F na data n. Também nesta situagdo tem-se uma série uniforme antecipada A F o o-) | 0 0 1 pian iS A Figura 3.6. Série uniforme antecipada A relacéo entre uma série uniforme A e uma série uniforme antecipada A'é a seguinte: A AES 3.27. (i) Cee ou A= A (PIF; i; 1) (3.28) e A= A (14i) (3.29) ou A=A\(FIP; i; 1) (3.30) 2.4.1. Relagao entre valor presente e série antecipada Como = P=A(PI/A;i,n) —_aplicando a Equago 2.28 tem-se: P =A (PIF; i; 1) (PIA; i, n) (3.31) Planejamento Econdmico ¢ Financeiro — 3.40 Substituindo os fatores pelas suas expressdes (Equago 3.5 e Equacao 3.11, respectivamente), chega-se a: oe, (aif bad Tay (3.32) isi" S (+ip-1 (283) ou A= P (AP; i; n) (PIF, i; 1) (3.34) Exemplo 3.12. A poupanca de um apartamento é de R$ 15.000,00. Um comprador propée parcelar esta poupanca em 6 vezes, iniciando os pagamentos hoje. Se a TMA da empresa vendedora é de 2% a.m., de quanto deve ser a prestagdio exigida? _ 5 itil" See % =P apa Solugao 1 0,02 (4 +-0,02)*" A’= 15.000 (1+0,02)° -1 A’ = 15.000 x 0,1750253 15.000 A = R$ 2.625,38 Solugdo 2: A= P (AIP; i; n) (PIF, i; 1) A’ = 15.000 (AIP; 2%; 6) (PIF, 2%; 1) ee ea Ue Oc a ASPX Cpa * Ge *“(q2002"-1 * (14002) A 5.000 x 0,1785258 x 0,9803921 = R$ 2.625,38 2.4.2. Relagao entre valor futuro e série antecipada Como F=A(FIA;i,n) —_,aplicando a Equacdo 2.30 tem-se: F=A\ (FIP; i; 1) (FIA; i, n) (3.35) Substituindo os fatores pelas suas expressées (Equagao 3.2 e Equagdo 3.14, respectivamente), chega-se a Planejamento Econémico e Financeiro 344 OME PUO PS ESE SPSS EER ER SERRE BUELL EERE (3.36) i i [1+ iy -1](1+i) — ou (AIF, i; n) (PIF, i; 1) (3.38) Exemplo 3.13. Num financiamento de compra dé apartamento, uma parcela de R$ 6.000,00, referente & entrega de chaves, vence daqui a 5 meses. O comprador propée parcelar esta quantia em 5 parcelas iguais, iniciando hoje. Se a TMA do vendedor é de 2,5% a.m., de quanto deve ser a prestacéo exigida do comprador? ; i Solfo Pas ‘ 0,025 [(1+0,025)° -1](1+0,025) 6.000 A’ = 6.000 x 0, 1856066 A= R$ 1,113,64 Solugdo 2: A= F (AVF; i; n) (PIF, i; 1) A’ = 6.000 (A/F; 2,5%; 5) (PIF, 2,5%; 1) | (1+0,025)' ASE i “(heir * (sip A’ = 6.000 x 0,1902468 x 0,9756097 = R$ 1.113,64 Planejamento Econémico e Financeiro 3.12 4. FINANCIAMENTO. 4.1. FONTES DE RECURSOS Para a execugdo de um projeto de investimento imobilia nem sempre os recursos proprios so suficientes, devendo uma parte ser financiada. De qualquer forma, o aporte de capital préprio é muito importante, dado que quase sempre as instituigdes financeiras s6 emprestam dinheiro até certos limites do capital proprio. A decisdo de financiar 0 projeto implica em modificagdes:noscusto.do capitalipara a empresa. Este custo 6 uma média ponderada do custo dos recursos préprios e do custo dos recursos de terceiros. O retomo de um projeto deve, no minimo, cobrir estes custos. O dinheiro proveniente de empréstimos 20 contrario do capital proprio, nde participa:no isco empresarialiassociado ao projeto. Por isso, normalmente & remunerado @ um custo mais baixo do que’ capital dos acionistas (quotistas) Além disso, os juros so considerados como despesas para efeito de tributacdo, ou seja, diminuem o imposto de renda a pagar. A desvantagem dos empréstimos 6 que eles tem datas de vencimentos préfixadas, para serem restituidos. Além disto, os direitos dos credores tem preferéncia sobre os direitos dos proprietarios da empresa, numa eventual liquidagao. © capital préprio nao tem data de vencimento, salvo nos casos de sociedades constituidas por tempo limitado. Por participarem no risco do projeto, os proprietarios recebem uma remuneragéo média maior e tem o controle administrative do empreendimento. Para obter crédito junto as instituigdes financeiras, as empresas precisam atender algums requisitos. Entre outras condigées, elas devem: * aportar uma parcela minima de recursos préprios; © oferecer garantias reais; * demonstrar que tem condigdes de cumprir os compromissos assumidos; Planejamento Econémico e Financeiro aa SOSSSSPPSCPSPSSSSSSEVLEVEVVVVVI Vee PPP PP ws + demonstrar que 0 projeto é rentavel 0 endividamento excessivo pode provocar um risco financeiro elevado, gue pode compometer a viabilidade do projeto. A \capacidade-finanesira” do projeto corresponde @ capacidade dele geranreceitas que cubram, pelo menos, Os: custos de produgdo, as despesas financeiras (juros) e gerar recursos para devolver os empréstimos. Define-se como risco primario a risco associado & possibilidade de que o fluxo de caixa gerado pelo projeto ndo seja suficiente para pagar os juros e as amortizagées das dividas (incluindo as debéntures e os dividendos obrigatérios dos acionistas preferenciais). A possibilidade de que os_proprietarios (possuidores de agées ordinarias ou quotistas) nao sejam remunerados é defino como risco secundario (Woiler & Mathias, 1985) 4.1.1. Fatores a serem considerados na selegao das fontes de financiamento Para a andlise dos recursos necessarios & implementacao de um projeto, deve-se prever o volume’ total de investimentos e o correspondente cronograma de desembolsos: Com estes dados, pode-se fazer a busca e selecdo das fontes de recursos necessdrios a execugdo do projeto. Woiler & Mathias (1985) recomendam analisar os seguintes fatores na selecao de financiamentos: a) Compatibilidade: os fundos devem ser adequados as aplicacées previstas. Deve-se considera que os financiamentos de curto prazo so normalmente mais caros que os de longo prazo. Dai a recomendago de que eles sejam ufilizados apenas para financiar parte do ativo circulante b) Risco: fontes que participa do risco do negécio exigem uma remuneragao maior. Para otimizar seu custo de capital, a empresa deve balancear adequadamente a participacao das diferentes fontes de recursos. c) Rendimento: quanto mais elevado for o risco do empreendimento, maior seré a remuneragao exigida do projeto de investimento. Planejamento Econémico e Financeiro 42 d) Controle: um endividamento excessivo levar 4 perda do controle da empresa — os credores podem querer interferir na sua administragao, de modo a garantir a restituigao dos empréstimos. €) Flexibilidade: um endividamento elevado pode dificultar a concesséo de novos empréstimos 4 empresa, mesmo que existam recursos a custos baixos. Isto dificulta a flexibilidade da empresa de alterar a composigo dos fundos que a financiam, f) Epoca: a disponibilidade de recursos e os seus custos dependem da liquidez existente na economia. Assim, em termos de obtengao de recursos, um projeto pode ser vidvel numa época e inviavel em outra, 4.1.2. Classificagao das fontes de financiamento ‘As fontes de financiamentos podem ser classificadas (Holanda, 1975; Woiler & Mathias, 1985): a) Quanto ao prazo: * curto prazo: empréstimos bancarios em conta corrente; crédito mercantil, operacées de desconto de duplicatas; ‘* médio prazo: empréstimos e créditos diversos; * longo prazo: empréstimos bancarios, debéntures, aporte proprio (lucros retidos, ages) b) Quanto a origem: * fontes internas: reservas (depreciacao, exaustao, outras reservas, etc.), lucros retidos, outros fundos e provisées; * fontes externas: aportes novos de capital proprio (agées), e empréstimos (instituigdes financeiras, fornecedores, debéntures, etc.). ou ainda * recursos préprios: lucros retidos, reservas diversas © agoes; * recursos de terceiros: empréstimos diversos. Planejamento Econémico e Financeiro 43 4.1.3. Selegao das fontes de financiamento Evidentemente, procura-se sempre obter recursos nas fontes que representam os menores custos de financiamento, Na maior parte das vezes, os custos especificados pelas instituigdes financeiras so nominais. Para chegar-se aos custos efetivos, deve-se calcular as taxas efetivas de juros e a cobranga de diversas taxas (administrativas, de abertura de crédito, de aval, etc.), comissées, além do imposto sobre operagées financeiras (IOF). Também as contra-partidas exigidas pela instituicao financeira, como saldo médio em conta corrente e/ou aplicagdes, seguros, etc., representam um custo adicional, © problema da selegéo da fonte de financiamento resume-se pois a selecionar aquela que tem o menor custo efetivo dentre as apg6es disponiveis. O custo efetivo de um empréstimo é obtido através do calculo da taxa de juros real do empreendimento, que corresponde a taxa interna de retorno do fluxo de caixa do empréstimo. Além do critério_econémico acima mencionado, deve-se também considerar © critério financeiro, ou seja, a questéo ligada a disponibilidade de caixa da empresa. O sistema de amortizagao, que determina o fluxo de caixa da devolugao do empréstimo e do pagamento dos juros correspondentes, fornece elementos para este estudo. Os principais sistemas de amortizagao sao: + sistema francés ou tabela price (TP); * sistema de amortizacao constante (SAC); * sistema de amortizaco misto (SAM); * sistema de amortizagdo crescente (SACRE); AA : * sistema americano; 7 + pagamento unico com juros postecipados; Oma G * pagamento Gnico com juros antecipados; 1D ‘ + sistema de amortizagées varidveis inejamento Econdmico e Financeiro 44 4.2, AMORTIZAGAO DE DiVIDAS Muitas vézes, para viabilizar um empreendimento imobiliario faz-se necessario financiar uma parte dos recursos necessarios. A devolugao do empréstimo da-se através de prestagdes, que séo compostas de uma parcela de amortizagao e de uma parcela de juros: pzarj (4.1) onde: _p—prestagao a—amortizagao j—juros A amortizacdo corresponde A devolugéo do dinheiro (principal) emprestado. Os juros so a remunerag&o deste dinheiro. Os juros incidem sobre 0 saldo devedor do periodo: j=SDxi (42) onde: j—juros SD —saldo devedor i- taxa de juros O saldo devedor do t-ésimo periodo é obtido mediante a subtragao da parcela de amortizagao do periodo, do saldo devedor anterior: SD; = SDe-1) — ar 4.3) onde: SD ~saldo devedor a~amortizagao Os juros variam com o saldo devedor, A medida que este vai decrescendo, 08 juros também vo ficando menores. Alguns financiamentos incluem um prazo de caréneia, durante o qual néo ha devolugao do principal emprestado. Duas situagdes podem ocorrer: durante o prazo de caréncia corre 0 pagamento de juros; durante o prazo de caréncia nao ha necessidade de pagamento de juros, que so capitalizados (somados ao saldo devedor, passam a também render juros) A seguir sero apresentadas as principais modalidades de amortizagao de dividas. Planejamento Econémico € Financeiro a 45 = 2 - = = _ ~ — —- = = — — — — a a a — a a a 2 = = a = = = ~ = = = — = _ _ = — — = = = = 4.2.1. Sistema francés (Tabela PRICE) O "sistema francés de amortizagao" também € conhecido como "tabela price” (TP) ou como "sistema de prestagées constantes’” Esta sistema de amortizagao caracteriza-se por ter suas prestagdes constantes. Foi popularizado pelos financiamentos para aquisicao de casa (moradia) propria. Atualmente, & utilizado comumente no crédito direto ao consumidor e em alguns financiamentos de curto prazo. Como a prestagao € constante, a amortizacéo € varidvel, crescendo exponencialmente ao longo do tempo. © saldo devedor decresce exponencialmente, seguindo o movimento dos juros (Figura 4.1) Prestagao Saldo Devedor a & ® juros aS een amortizagao | Periodo Periodo > t > 1 A 1 n (a) (b) Figura 4.1. Evolucao da prestagao (a) e do saldo devedor (b) no Sistema Francés de amortizacaéo. O valor da prestagéo p (que corresponde ao valor A de uma série uniforme, conforme visto no capitulo 3) é dado por: p=P (AP; i;n) ou pap 1a (1+if-1 =P. ou ainda: Pa Peae onde: p — valor da prestacdo (constante) P — principal (divida inicial) i taxa de juros n= n&imero de periodos para amortizacdo da divida ‘Planejamento Econémico e Financeiro. (4.4) (4.5) (4.6) 48 A amortizagao @ obtida subtraindo-se da prestagdo paga o valor correspondente aos juros do periodo: a=p-j (4.7) Apés 0 pagamento da t-ésima parcela, 0 saldo devedor € o valor presente das prestagdes que ainda faltam pagar (Casarotto Kopitke, 1994), conforme mostra a Figura 4.2. Figura 4.2. Saldo devedor no sistema francés Entéo: SD, =p [P/A; i; (n-t)] (4.8) ou (4.9) Para acompanhar a evolugéo do pagamento da divida, costuma-se montar uma planilha onde aparecem, periodo a periodo, a prestagao, juros, amortizagao e saldo devedor. Exemplo 4.1. Fazer a planilha de amortizagao, utilizando o sistema francés (tabela PRICE), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parcelas mensais. A taxa de juros 6 de 1% a.m. Calcule também o saldo devedor apés a pagamento da 6" prestagéo, usando a formula. Soe p=P Pin) =p 1) Gay (te 0,01(1+0,01)" = = 10.001 P= 10.000 (A/P; 1%; 10) 10 (0.01) = R$ 1.055,82 ou = R$ 1.055,82 Planejamento Econémico € Financeiro 47 PUBSEDERLUEL PRUDEDULELULUDDDEDSDDSD EDD PPODENE > SDg = 1.055,82 x [P/A; 1%; (10-6)] = 1.055,82 x SDe = 1.055,82 x 39019655 = R$.4.119,77 (14+0,01)".-4 0,01(1+0,01)"* Periodo | _Prestagat Juros| Amorizagao] Saldo Devedor] 0 410.000,00] 1 1.055,82 100,00 955,82 9.044, 18] 2 1.055,82 90,44 965,38 8.078,80| 3 4,085,82 80,79 975,03 7.103,77 4 1.055,82 71,04 984,78 6.118,98] 5 4.055,82 61,19 994,63 5.124,35] 6 1.055,82 51,24] 1.004,58 4.119,78 Z 1,055,82 41,20] 1.014,62 3.105,15) 8 1,085,82 31,05| 1.024,77 2.080,38} 9 4.055,82 20,80] 1.035,02 1.045,37| 1.055,82 10,45] _1.045,37 0,00 10,000,00 Exemplo 4.2. Fazer a planilha de amortizagao, utilizando o sistema francés (tabela PRICE), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parcelas mensais, com caréncia de trés meses, durante a qual sero pagos apenas os Jjuros. A taxa de juros 6 de 1% a.m. Solugéo: —_valor dos juros durante caréncia: j = 10.000,00 x 0,01 = R$ 100,00 Os demais calculos so idénticos ao Exemplo 3.1. A planilha é mostrada abaixo: Periodo | Prestagao| Juros| Amortizagéo| Saldo Deved O 10.000, 00} 1 100,00 100,00) 0,00 10.000, 00} 2 100,00 100,00) 0,00 10.000, 00} 3 100,00 100,00} 0,00 10.000, 00} 4 1.055,82 100,00) 955,82 9.044, 18} 5 1.055,82 90,44] 965,38 8.078,80] 6 1,055,82 80,79} 975,03, 7.103,77| 7 1.055,82 71,04] 984,78 6.118,98} 8 1,055,82 61,19] 994,63 5.124,35] a 1.055,82 51,24) 1.004,58 4.119,78] 10 1.055,82 41,20) 1,014,62 3.105, 15] an 1.055,82 31,05) 1.024,77 2.080, 38} 12 1.055,82 20,80} 1.035,02 1.045,37] 13, 1.055, 82 | 10,45} 1.045,37, 0,00} 10.000,00 Exemplo 4.3. Fazer a planilha de amortizacdo, utilizando 0 sistema fran (tabela PRICE), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parc: mensais, com caréncia de trés meses, sendo os juros capitalizados durante este periodo. A taxa de juros é de 1% a.m. Solugéo: valor da divida apés capitalizacao dos juros: F=P (FIP; i;n)=P (1 +i) F = 10.000 (FIP; 1%; 3) = 10.000 (1 + 0,01)° = R$ 10.303,01 Este é 0 novo saldo devedor (R$ 10.303,01), que deve ser devolvido em dez prestagdes valor da prestagdo: p= P (AP: i;n)= 1+ (+i 4 0,01(1+ 0,01)" = %; 10) = 01 P = 10,303,01 (APP 1%) 10) = 10.908.01 > Fa = R$ 1.087,81 Segue abaixo a planilha de amortizagao. Observe que os juros dos meses de caréncia, por n&o serem pagos neste periodo, constituem amortizagdes negativas. Periodo | Prestagao Juros] Amortizagao]_Saldo Devedo 0 10.000, 00] 1 0,00 100,00] ~(100,00) 10.100, 00} 2 0,00 101,00] ~ (101,00) 10.201,00] 3 0,00 102,01} ~(102,01)| 10.303,01 4 1.087,81 103,03 984,78 9.318,23 5 1.087,81 93,18 994,63 8.323,60 6 1.087,81 83,24) 1.004,58 7.319,02| 7 1.087,81 73,19] 1.014,62 6.304,40} 8 1.087,81 63,04) 1.024,77 5.279,63 9 1.087,81 52,80] 1.035,02 4.244,64| 10 1.087,81 42,45] 1.045,37 3.199,24) " 1.087,81 31,99] 1.055,82 2.143,42] 12 1.087,81 21,43] 1.066,38 1.07,04] 1.087,81 10,77| _1.077,04 0,00) 410.000,00, Planejamento Econémico e Financeiro 43 PRPS RSPEBELELULULELULULUE REDE EPPS SEP Rehan bb 4.2.2. Sistema de Amortizagao Constante (SAC) Como 0 nome indica, 0 sistema de amortizagao constante caracteriza-se por ter suas amortizagées constantes. Neste sistema, a prestagéio.e o saldo devedor decrescem linearmente (Figura 3.3) Prestago ‘Saldo Devedor a & @ juros, amortizago ean, eae 1 a 1 a (a) (b) Figura 4.3. Evolugdo da prestago (a) e do saldo devedor (b) no Sistema de Amortizagao Constante O valor da t-ésima prestag3o é dado pela relagao: Prratie (4.10) onde: — p—prestacdo do periodo t a — amortizagao (constante) j—juros do periodo t A. amortizagao de cada periodo é dada por: (4.11) 310 onde: a—amortizagdo (constante) P — principal (divida inicial) n—nimero de periodos para amortizacao da divida Os juros referentes ao t-ésimo periodo obtém-se fazendo: i= SDeay xi (4.12) onde: j—juros ‘SD —saldo devedor i —taxa de juros Como 0 saldo devedor no tésimo periodo € dado por: ‘Planejamento Econdmico € Financeiro a0 SD,=P-axt (4.13) temseque y= [P—ax(t4)] xi (4.14) ou ainda ae - 2 ]x Pxi (4.15) Exemplo 4.4. Fazer a planilha de amortizagdo, utilizando o sistema de amortizagao constante (SAC), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parcelas mensais. A taxa de juros 6 de 1% a.m. Calcule também o saldo devedor apés a pagamento da 6" prestacao, usando a formula. Solugao: Pratj 10.000 10 = R$ 1.000,00 Para 0 1° periodo tem-se: jp=[P—ax (t-4)] xi jr = [10.000 — 1.000 (1-1)] x 0,01 = R$ 100,00 entao: P: =a + jr= 1.000,00 + 100,00 = R$ 1.100,00 eosaldodevedoré: SD,=P—axt SD, = 10.000 - 1.000 x 1 = R$ 9.000,00 Periodo | Prestacao| Juros| Amortizagao] Saldo Devedor] 0 10.000,00 1 1.100,00 100,00] — 1.000,00 9.000, 00} 2 1.090,00 90,00} — 1.000,00 8.000, 00) 3 1.080,00 80,00] — 1.000,00 7.000,00 4 1.070,00 70,00} — 1.000,00 6,000,090 5 1.060,00 60,00} —1.000,00 5.000, 00] 6 1.050,00 50,00} — 1.000,00 4.000, 00} i 1.040,00 40,00} — 1.000,00 3.000,00] 8 1.030,00 30,00} — 1.000,00 2.000, 00] 9 4.020,00 20,00} — 1.000,00 1.000, 00} 1.010,00 10,00} —_1.000,00 0,00} 70.000,00 Planejamento Econémico € Financeiro ait OULILESELELELLULUUULUULUUUUUULED DO Pee eee eee” 4.2.3. Sistema de Amortizagao Misto (SAM) O sistema de amortizacdo misto (SAM) é uma composi¢ao entre o sistema francés (tabela price - TP) e o sistema de amortizagao constante (SAC). Assim sendo, apresenta amortizades crescentes ¢ juros decrescentes. Suas prestagdes correspondem a média aritmética das prestagdes calculadas pelo sistema francés e pelo sistema de amortizagao constante: i(+if iy-4 y+ +i)] (4.16) Et (t+ a (4.17) onde: p—valor da prestagao inicial P — principal (divida inicial) i —taxa de juros n—numero de periodos para amortizagao da divida valor da prestagao em qualquer periodo é dado por : pate P+ rae) (4.18) (sift on i(i+il’ 1 do) ou =e (bitty 4.19 ok ee rt 4.19) © cAlculo dos juros, das amortizagdes e do saido devedor para cada periodo seguem os principios ja expostos neste texto. Planejamento Econémico © Financeiro a2 Exemplo 4.5. Fazer a planilha de amortizacdo, utilizando o sistema de amortizagéo misto (SAM), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parcelas mensais. A taxa de juros é de 1% a.m. Solugéio: Valor da prestagao inicial m i F Ere me 2 (Crap? (fs a aot 4 Ganon G0 +0,01)] p = 5,000 (0,105582 + 0,11) = RS 1.077,91 Periodo Prestagao| duros| Amortizagao] Saldo Devedor 1.077,91 977,91 1.072,91 982,69, 1.067,91 987,52 1.062,91 992,39 4.057,91 997,32 4.052,91 1.002,29 1.047,91 4.007,31 1.042,91 4.012,38 1.037,91 1.017,51 1.032,91 1.022,68 70.000,00 4.2.4, Sistema de Amortizagdo Crescente (SACRE) O sistema de amortizagao crescente (SACRE) é uma variagao do sistema de amortizagéio constante (SAC). No SACRE, a prestagao € calculada como no SAC, mas é mantida constante. Normalmente, esta prestagéo permanece congelada por periodos determinados em contrato (geralmente 1 ano), apés os quais recalcula-se a prestacao © célculo dos juros, das amortizagdes e do saldo devedor para cada period seguem os principios j4 expostos anteriormente. No SACRE, as parcelas de amortizagao sao crescentes e 0s juros so decrescentes. Pianejamento Econdmico e Financeiro 413 Atualmente, este é 0 sistema mais utilizado pela Caixa Econémica Federal em suas linhas de crédito imobiliario. Exemplo 4.6. Fazer a planilha de amortizagao, utilizando o sislema de amortiza¢éo crescente (SACRE), de um empréstimo de R$ 10.000, a ser pago em 10 parcelas mensais. A taxa de juros € de 1% a.m. Considere que a) nao haveré recdlculo da prestagéio; b) haveré um recélculo da prestagéo, na metade do prazo de financiamento. Solugao do item a): Valor da prestagdo do periodo 1 até o periodo 10: Path i ee $e + SDoxi= 12-29 4 40,000 x 0,01 = RS 1.100,00 Periodo | Presta¢ao| Juros| Amortizagao} Saldo Devedor oO 10.000, 00} 1 1.100,00 100,00} 1,000,00 9.000, 00} 2 1.100,00 90,00) 1.010,00 7.990,00} 3 1.100,00 79,90} 1.020,10 6.969, 90} 4 1.100,00 69,70} 1.030,30 5.939, 60} 5 1.100,00 59,40} 1.040,60 4.898, 99} 6 1.100,00 48,99} 1.051,01 3.847,98} 7 1.100,00 38,48) 1.061,52 2.786, 46} 8 1.100,00, 27,86 1.072,14 1.714,33} 9 1.100,00 17,14! 1.082,86 631,47 10 1.100,00 6,31 1.093,69 462,21 10.462,21 © valor da ltima prestacao é: P1o = 1.100,00 — 462,21 = R$ 637,79 ou Pio = 631,47 + 631,47 x 0,01 = 637,78 Solugdo do item b): Valor da prestag&o do periodo 1 até o periodo 5: sath 0 + SDoxi= 10.600 + 10.000 x 0,01 = RS 1.100,00 Planejamento Econémico © Financeiro E. a4 Periodo | Prestacao| Juros] Amortizagao]_Saldo Devedo 1.100,00 100,00} 1.000,00 1.100,00 90,00} 1.010,00 4.100,00 79,90} 1.020,10 1.100,00 69,70} 1.030,30 1.100,00 59,40} 1.040,60 1.028,79 48,99 979,80 1.028,79 39,19) 989,60 1.028,79 29,30 999,49 1.028,79 19,30] 1.009,49 1.028,79 9,21) 1.019,58 10.098, 96 Calculo da 6’ até a 9" prestagao: po= 825 + Sp, xi = 489699 + 4.898,99 x 0,01 = R$ 1.028,79 O valor da Ultima prestagao 6: Pio = 1.028,79 — 98,96 = R$ 929,83 ou Pio = 920,62 + 920,62 x 0,01 = 929,83 4.2.5. Outros sistemas de amortizagao 4.2.5.1. Sistema Americano No sistema americano pagam-se apenas os juros durante o prazo de ‘empréstimo. No final, séo pagos 0s juros e devolvido o principal (Figura 4.4) pv Figura 4.4. Sistema Americano Planejamento Econdmico e Financeiro 4.15 WOUVVST EU ELULLULLUULLUS LURE RSS DDD E EEUU LLU A prestacao, do periodo 1 ao periodo (n-1) resume-se a0s juros: (4.20) € 0 Ultimo pagamento 6: py =iP +P (4.21) onde: p — prestacdo j—juros i taxa de juros P —principal ‘Exemplo 4.7. Calcule as prestagées mensais, utilizando o sistema americano, de um empréstimo de R$ 10.000, a ser devolvido em dez meses. A taxa de juros é de 1% a.m. Solugao’ Prestagdes do més 1 ao 9: p; = ... = Pp =i P = 0,01 x 10.000 = R$ 100,00 Prestagdo do més 10: pio = i? + P = 0,01 x 10.000 + 10.000 = R$ 10.100,00 4.2.5.2. Pagamento nice, com juros postecipados No sistema de pagamento unico, com juros postecipados, tanto o principal como os juros s4o devolvidos numa Unica parcela, no final do prazo de empréstimo: p=P(1 +i)" (4.22) onde: —_ p~ prestago P — principal i—taxa de juros n= numero de capitalizagdes no prazo do empréstimo Exemplo 4.8. Caicule a quantia a ser devolvida apés dez meses, no sistema de pagamento Unico com juros postecipados, referente a um empréstimo de RS 10.000, a taxa de juros de 1% a.m. Solugdo: (4 +i)” = 10.000 (1 + 0,01)'° = RS 11.046,22 Plangjamento Econdmico © Financeiro . 4.16 4.2.5.3. Pagamento Gnico, com juros antecipados No sistema de pagamento Unico, com juros antecipados, os juros séo cobrados no instante em que o empréstimo é cedido, e 0 principal é devolvido numa Unica parcela, no final do prazo de empréstimo Deve-se observar neste tipo de empréstimo, que a taxa de juros enunciada & nominal (por ser antecipada); a taxa de juros efetiva € sempre maior do que esta ‘Exemplo 4.10. Calcule a taxa de juros efetiva de um empréstino de RS 10.000,00 por dez meses, a taxa de juros de 1% am. cobrados antecipadamente. Solugao: _juros a serem pagos antecipadamente j=P (1 +i)"-P = 10,000 (1 +0,01)" - 10,000,00 = R$ 1.046,22 Célculo da taxa de juros: F = P (1 +i)" 10.000 = 8.953,78 (1 +i)'° i = (10.000 / 8.953,78) "°- 1 =0,0111 = 1, 11% a.m. 4.2.5.4, Sistema de amortizagées variaveis No sistema de amortizagées varidveis as prestagées contradas pelas partes so varidveis. Por isso, as amortizagdes também sao varidveis (Figura 4.5) Prestacao 4 © amortizacéo | Periodo 1 a Figura 4.5. Sistema de amortizagées variéveis Planejamento Econdmico e Financeiro a7 OPRFRPRARRRARAALARRARBRRRELLKKKCKHELCOCKOTCLCALLAL AOVUVESTPEECCCCCUU LT UUL UUs © cdlculo dos juros, das amortizagdes e do saldo devedor para cada periodo seguem os principios ja comentados anteriormente, 4.3. COMENTARIOS SOBRE OS SISTEMAS DE AMORTIZAGAO Qual 6 0 melhor sistema de amortizagéo? A resposta a esta pergunta depende de uma série de fatores e da forma com que estes pesam na anélise: velocidade de recuperagéo do capital, valor das prestag5es, quantia de juros pagos, risco envolvido na transac... Cada situacdo apresenta particularidades que devem ser cuidadosamente estudadas. Além disto, hé que se considerar que © ponto de vista do credor nem sempre coincide com 0 ponto de vista do devedor. Qual © sistema que mais cobra juros? Para responder a esta pergunta deve-se calcular 0 valor presente dos juros pagos em cada sistema. Para exemplificar, a Tabela 4.1 mostra os resultados destes calculos para os exemplos resolvidos neste capitulo, para os principais sistemas de amortizacéo utilizados em empréstimos de longo prazo. Nao foi considerado nenhum prazo de caréncia ea taxa utilizada foi a mesma dos exemplos (1% a.m.). Sistema de amortizagao o(taaataee Be [Sistemafrancés(TP) | _RS 536,43, [Sistema de amortizagao constante (SAC) | __-RS52870__| Sistema de amortizagao misto (SAM) | RS 532,56 | Sistema de amortizagao crescente (SACRE (a) | __RS517,44_| | Sistema de amortizagdo crescente (SACRE (b)) | 8 524,02 | Tabela 4.1. Juros pagos em diferentes sistemas de amortizacao A tabela 4.2. e a Figura 4.6 mostram 0 comportamento das prestagdes nos sistemas TP, SAC, SAM e SACRE, para os exemplos explorados 1% 4 2 (yor) Planejamento Econdmico e Financeiro Periodo Prestagao [RS] [meses] SAC] SAM] SACRE (a)] 1.100,00]_1.077,91 1.090,00] 1.072,91 1.080,00} 1.067,91 1.070,00] 1.062,91 1,080,00] 1.057,91 1,050,00| 1.052,91 1,040,00} 1.047,91 1.030,00] 1.042,91 1,020,00] 1.03791 4.010,00] _1.032,91 1 2 3 4 5 6 7 8 9 3 | = ——— § enc a Je -sam | e + sacreia)| & SACRE) Periodo Figura 4.6. Comportamento da prestacao em alguns sistemas de amortizagdo A Tabela 4.3 apresenta 0 comportamento dos saldos devedores nos sistemas TP, SAC, SAM e SACRE, para os exemplos explorados. Planejamento Econdmico e Financeiro 449 VESEREEEEELGLULULULLLULELELEVL ELE Periodo Saldo Devedor [RS] [meses] PI SAC SAM] SACRE (@)| SACRE (5) 10.000,00) 10.000,00]~ 70.000,00}~ 70.000,00} 9.044,18| 9.000,00] 9.022,09] —9.000,00 8.078,80] 8.000,00] 8.039,40] _7.990,00) 7.103,77| 7.000,00] 7.05188} 6.969,90 6.118,98| 6.000,00] 6.059,49} 5.939,60 5.12435] 5.000,00] 5.06218] 4.898,99) 4.119,78| 4.000,00] 4,059,689] 3.647,98 3.105,15] 3.000,00] 3.052,58] 2.786,46 2.080,38| 2,000,00] 2.040,19} 1714.33} 1.930.141 1.045,37| 1.000,00] 1.022,68] 631,47} 920,60] 0,00} 0,00) 0,00 _-462,21 -98,96| Tabela 4.3. Comportamento do saldo devedor em alguns sistemas de amortizagao O sistema que permite a menor prestacdo, para o tomador de empréstimo, & 0 sistema francés (tabela price - TP). Em contra-partida, 6 0 sistema onde pagam-se os maiores juros. Em empréstimos de curto prazo, é o sistema mais utilizado, pois evidencia ao tomador do empréstimo se ele podera cumprir o compromisso assumido. Este sistema continua sendo usado em algumas linhas de crédito imobiliério, normalmente para pequenos valores. O sistema de amortizago constante (SAC), normalmente empregado em empréstimos de longo prazo, permite uma recuperaco mais répida, por parte do credor, do dinheiro emprestado. Com isso, ele tem seu risco diminuido. Para o tomador do empréstimo, apesar de exigir uma maior capacidade de pagamento nos periodos iniciais, a vantagem esté no pagamento de menos juros. O sistema de amortizagao misto (SAM) é exatamente o meio termo entre a tabela price e o sistema de amortizagao constante. O sistema de amortizacdo crescente (SACRE) é atualmente muito utilizado pela Caixa Econémica Federal em suas linhas de crédito imobilidrio. E 0 sistema que permite a mais répida recuperagao do capital emprestado. Outro fator de diminuigéo do risco do credor é 0 modo de calculo da prestagéo, que dilui némico e Financeiro 420 Planejamento E significativamente © impacto negativo da inflacdo sobre o saldo devedor e no recaiculo das prestacées. Os outros métodos apresentados (sistema americano, pagamento unico com juros postecipados e pagamento Gnico com juros antecipados, sistema de amortizagées variaveis) s4o normalmente utilizados apenas em empréstimos de curto prazo. 4.4. CORREGAO MONETARIA DOS EMPRESTIMOS A corregao monetaria dos empréstimos ¢ feita para compensar a inflagdo ou uma variagao cambial, no caso de empréstimos em moeda estrangeira. Duas situagdes podem ocorer: a prestagdo é calculada apés a incorporagéo da corregdo monetéria ao saldo devedor, ou, a prestagéo 6 calculada antes da incorporago da corregdo monetaria ao saldo devedor. 4.4.1. Prestagdo calculada apés a incorporagdo da corregdo monetaria ao saldo devedor Nesta situago, 0 saldo devedor deve ser recalculado considerando-se a taxa de corregao monetaria relativa ao periodo transcorrido. Calculam-se entao a prestacdio, os juros e a amortizagéo em fungao do salde devedor corrigido. Na montagem da planitha de amortizagao é conveniente inserir uma coluna para o calculo do saldo devedor corrigido. O saldo devedor corrigido é obtido pela Equagao 4.21 SDiconig = SDes . (1+ 0) (4.23) Onde: @,— taxa de corregdo monetiria para o periodo SD cong — Saldo devedor corrigido, relativo ao inicio do periodo f (final do periodo t-1) ‘Planejamento Ecandmico e Financeiro 421 RSRDED DES ELLLELUELE ELLER ERO RES DSRS STEPPER RUUD OES Para 0 Sistema Francés (Tabela Price) tem-se as seguintes relagées : Pr = SD conig . (AUP ; i; 2) = SDs contig ie = SD come. i a= Pr ik SD1= SD cong — 8 asin a+ onde os elementos das formulas tem 0 mesmo significado j& apresentado em formulas anteriores. Para os demais sistemas de amortizagao, 0 procedimento é andlogo. Exemplo 4.9. Fazer a planilha de amortizagao do Exemplo 4,1 (Sistema Francés), considerando o seguinte comportamento para as taxas de corregao monetaria Periodo Tiles foe des. 8 later genta, Corregao Monetaria(%) | 1,2 | 1,4 | 1,7 | 2,0 | 2,1 | 1,9 [28 ) 22148 | 2,0 A prestagao devida é calculada saldo devedor. apés a incorporagdo da corregéic monetaria ao Solugéo: P= R$ 10.000,00 i=1% am. n= 10 meses Periodo| Taxade GM] SD cowig | Prestagéo] __Juros| Amortizagao | Saido Devedor 0 10.000,00 1 1,2%| .10.12000| 1.06849 101,20 967,29 9.15271 2 1.4%| 9.28085] 1.083,45 92,81 920, 8.29021 3 1.7%] 8.431,14) 1.101,87 84.31] 1.017,56 7.41358 4 2,0%| 7.561,85| 1.12391 75,62} 1.048,29 6513.57 5 24%| 6.650,35| 1.147,51 66,50] 1.081,00 5.569,35 6 1,9%| 5.675.177] 1.169,31 56,75] 1.112,56 4.56261 7 23%] 4.667,55] 1.196,20 46,68) 1.149,53 3518.02 8 2.2%| 3.59542] 1.222,52 35,95] 1.186,57 2.408,85 9 1,8%| 2.452,21 i 24,52) 1.220,00 1.232,20 10 2,0%| _1.256,85| _ 1.269,42 12,57| _1.256,85 0.00 SD) conig = SDo - (1 + 6) = 10.000,00 x (140,012) = 10.120,00 Planejamento Econémica e Financeiro 422 ia+i® = PAP ;i;n) =p 20+)" Poe vee Calan 2 « 010+0,1)" = SD cong - (AIP ; 19%; 10) = 10.120,00 x 21C+01)" _ 4 068,49 Cone d (+o.ty" ie n= SD4 cio. i= 10.120,00 x 0,01 = 101,20 ay = py—jy = 1.068,49 - 101,20 = 967,29 SD; = SDj cong - a1 = 10.120,00 - 967,29 = 9.152,71 SDe2eanig = SDs. (1 + 02) = 9.152,71 x (140,014) = 9.280,85 Po= SDacang- (AIP ; 1%; 9) = 9.280,85 x 220+0.0" - 4 083.45 (140.1) ip = SD2 cong - i = 9.280,85 x 0,01 = 92,81 @2 = P2— je = 1.083,45 — 92,81 = 990,64 SDo = SD cong — @2 = 9.280,85 - 90,6: 8.290,21 Um outro procedimento possivel, é calcular a planilha de amortizacao sem a corregao monetaria, e apés, corrigir cada linha da planilha de amortizago pelo indice de correo monetaria (ou de variacao cambial) acumulado, Para maior clareza, é interessante incluir colunas onde so registrados os indices de corrego monetdria do periodo € os indices de correciio monetaria acumulados a serem aplicados. indice de corregéo monetéria acumulado é obtido pela Equagao 4.24 Town = (1461). (1482)... (140) (4.24) Onde: low - indice de corregao monetaria acumulado na data t 0, — taxa de corregao monetaria relativa ao periodo i O Quadro 4.1. mostra a montagem da planilha de amortizagao para o Sistema de Amortizacao Constante (SAC). Para o Sistema Francés (Tabela ‘Pianejamento Econémico e Financsira 42 « ¢ « ‘ « « ¢ « ‘ ( ( ( ( 4 4 4 4 ¢ ( « « 4 | ' 4 ‘ J VSTEREPEE EC CCLE LULL UURR LLU ESS SST Price), basta lembrar que p; = pz =... = p. Outros sistemas de amortizagao seguem procedimento andlogo Taxa de Indice de a a Periodo| Correcdo | cM | Prestagio | Juros | Amortizagio | Sade Monetaria | Acumulado Devedor 2 805 41 | tee eee eNO [jee sacle So bes (1401) ; cer a d yah Be Gt ele As lear se loge eam lets teed (14082) | 1 lan 1 ] pe co pee Pr own | jn term | An - Nea 0 (1+6s). (148,) | Quadro 4.1. Planitha de amortizac4o com corrego monetaria Exemplo 4.10. Fazer a planilha de amortizagéo do Exemplo 41 (Sistema Francés), considerando 0 seguinte comportamento para as taxas de correcao monetaria Pars Tad All Son SSM in ut sb canine alae Corregdo Monetéria(%) | 1.2 | 1.4] 4,7 | 20/21/19) 23) 22 1,8 | 2,0 | | | Solugao: Planejamento Econémico e Financeiro ae a) Planiha de amortizagéo sem corregéo monetaria ‘Amortizaga ‘Saldo Prestagio Juros ° Devedor 0 10.000,00 1 1.055,82 100,00 955,82 9.044,18 2 1,055,82 90,44 965,38 8.07880 3 1.055,82 80,79 975,03 7.103,77 4 4,055,82 71,04 984,78 6.118,98 5 4.055,82 61,19 994,63 5.124,35) 6 1.055,82 51,24] 1,004.58 4.119,78 Zz 1,055,82 41,20) 1.014,62 3.105,15 8 1.055,82 31,05} 4.024,77 2.080,38 9 1.055,82 20,80} 1.035,02 1.045,37 10 1.055,82 40,45|__1.045,37 0,00 b) Planilna de amortizagéo com correcaéo monetaria : Periodo| Taxa CM] Indice Acum. | Prestago| _Juros | Amortizagao | Saldo Devedor 0 40.000,00 1 1.2% 41,0120) 1.068,49| 101,20 967,29 9.152,71 2 14% 17,0262) 1.083,45 92,81 990,64 8.290,21 3 11% 1,0436| 1.101,87| 84,31 1.017,58 7.41358 4 2.0% 14,0645) 1.123,91| 75,62| 1.04829 6.51357 5; 21% 1,0868| 1.147,51| 66,50| —_1.081,00 5.569,35 6 1.9% 41075] 1.169,31| 56,75] 1.112.568. 4,562.61 7) 23% 1,1330| 1.196,20| 46,68} 1.149,53 3.518,02 8] 22% 4,1579| 1.222,52] 35,95] 1.186,57 2.408,85 9 1,8% 4,1787| 1.244,53| 24,52) 1.20.00 1.232,20 10 2.0% 4,2023| 1.269,42| 12,57] _1.256,85 0,00 4.4.2. Prestag4o calculada antes da incorporagao da corregdo monetaria ao saldo devedor Neste caso, as prestagdes sAo calculadas sobre o saldo devedor sem corre¢do, havendo um residuo no final dos pagamentos das prestagées, devido a corregaio monetaria A correo monetaria, que é calculada sobre o saldo devedor do final do periodo anterior e sobre a parcela de juros, é incorporada ao saldo devedor do inicio do periodo em questao, que se mantém desta forma atualizado. Assim, a amortizagéo e 08 juros calculdados pela Equacdo 4.1 so nominais. A Planejamento Econémico ¢ Financeiro 425 amortizagao efetiva (real) deve considerar 0 efeito negative da correcao monetaria. As equagées 4.25 a 4.27 mostram como se fazem estes célculos, CM, = SDes . O¢+ je. Or = (SDes + je). 8 (4.25) 1 efetiva = At norninat — CMe (4.26) SD; = SDe4 — @tottea = SDe1 — 2 pomina + CM, (427) Onde : CM, Corregao monetaria do periodo t 6; - taxa de corregao monetaria do periodo SD, j, a—saldo devedor, juros, amortizagao lembrando que Pr= At nominal * jnominat (4.28) onde Atrominat © jtnonint S40 ditos nominais porque no seu calcul nao foi considerada a corrego monetéria. Exemplo 4.11. Fazer a planilha de amortizagao do Exemplo 41 (Sistema Francés), considerando © seguinte comportamento para as taxas de correcdo monetéria Periodo T2i] Sea at[ Seles | feshae, [98-410 ‘Corregaio Monetaria (%) | 1,2 14 [47 2,0 21/19 23 22 | 18 | 20 A prestagéo devida é calculada antes da incorporagao da corregSo monetaria ao saldo devedor. Solugéo: P= R$ 10.000,00 i=1%am. n= 10 meses ] E ‘Amortizagao] Corrego] Amortizagdio] ~~ Saldo Period | TaxaCM| Prestagso| Juros| Nominal! Moneiaria|___——Efetiva| _Devedor ° 70.000,00 | 1] 4,2%| 4.055,82| 100,00) 955,82! 121,20 834,62] 9.165,38 2| 1,4%| 1.069,97} 91,65) 978,32] 120,60 848,72} 8316.66 3) 4.7%] 1.086,91| 83,17| 1.003,74| 142,80 860,94| 7.455,72 4) 2.0%] 1.10813] 74,56| — 1.033,57/ 150,61 882,97] 6.572,75 5| 2.1%] 1.194,12| 65,73] 1.088,30| 130,41 928.98} 5.64377 6) 1.9%] 1.162,84| 56,44! 4.106,40/ 108,30 998,10] 4.645,67 7| 23%] 1190.60| 46,46] 1.144,14| 107,92 1.036,22| 3,609.45 8) 2.2%] 1,227.28] 96,08) 1.191,20) 80,20 1.111,00] 2.498,45, 9} 1.8%) 1.268,00] 24,98] — 1.243,01 45,42 1,197,59] 1.300,86 10] _2,0%| _1.313,87| 13,01] _1.300,86 26.28 1.274,59 26,28 Pro= 1.313,87 + 26,28 = 1.340,15 Planejamento Econémico e Financeiro 426 Ou pw = 1.313,87 © prr= 26,28 + 26,28 x 0,01 + (26,28 + 2,63) x Ors Muitos contratos de financiamento prevéem reajustes periédicos, entre os quais a prestagao se mantém constante. Observe-se que, apesar das prestagdes serem reajustadas somente apés um periodo de tempo maior do que o periodo de capitalizagéio dos juros, o saldo devedor é reajustado a cada pagamento de prestacao. Exemplo 4.12. Fazer a planiha de amorlizagéio, utilizando 0 sistema de amortizagao crescente (SACRE), de um empréstimo de R$ 30.000, a ser pago em 36 parcelas mensais. A taxa de juros 6 de 1% a.m mais a variagéo da TR, estimada em 0,5% a.m. Considere que haverd recaleulo da prestagéio a cada 12 meses. Solugdio: Os cAlculos referentes a planilha de amortizagéo da pagina seguinte, so explicitados abaixo, para os periodos em que ha mudanga de cAiculo da prestacao. Os demais calculos seguem os principios j4 expostos. Prestagoes 1a 12: D, 30.000 p= S22 + spexi= + 30.000 x 0,01 = R$ 1.133,33 Corregao monetaria no periodo 1: CM, = SDo x TR + jx TR CM, = 30.000 x 0,005 + 300 x 0,005 = R$ 151,50 Saldo devedor no periodo 1: SD, = SDo ~ a; rata = SDo ~ As point + CMs SD, = 30.000,00 — 681,83 = 30.000,00 — 833,33 + 151,50 = R$ 29.318,17 Planejamento Econémico € Financeiro 427 PREV EIIIITIITTV I ee ee ee Se ee oe a ee eae 333399949939 992439033999999 za T Pores] Presesto| roe] ATES] GSE | Arorizaioy — Saluo 3 30,060,00, 1 1.133,33 | 300,00 833,33 151,50, 681,83 29.318,17 2| 1.13333) 203,18] 840,15| 14806; 602,00| aa ezsior 3| 119333] 206.26] ear.o7| t4as5| —7aasi| a7-ens'se 4 1.133,33] 279,24 854,10 | 141,01 713,08 27.210,48 5 1.133,33| 272,10 861,23, 137,41 723,82 26,486,665 6 1.133,33| 264,87 868,47, 133,76 734,71 25.751,95 7 1.133,33| 257,52 875,81 130,05 745,77 25,.006,19 8 1.133,33 | 250,06 883,27 126,28 756,99, (24.249,20 9 1 133.33 242,49 890,84 122,46 768,38 23.480,81 10 1.133,33 | 234,81 898,53 118,58 779,95, (22.700,87 11) 1.133,33| 227,01 906,32] 114,64 791,69} 21.909,18 12) 1.133,33| 219,09 914,24 110,64, 803,60 21.105,58 13, 1.090,45 | 211,06 879,40 106,58 772,82 20.332,76 14| 1100045| 203.33] a87.13/ t0268| 7aaas| ta.548.40 15 1.090,45| 195,48 894,97, 98,72 796,25 18.752,06 16 1,090,45| 187,52 902,93 94,70 808,24 17.943,83 17| 1.09045] 179.44 911,02] 90,62 820,40] 17.123.43 18) 1.090,45} 171,23 919,22 86,47 832,75 16.290,68 19} 1.090,45| 162,91 927,55 82,27 845,28 15.445,40 20 1.000,45} 154,45, 936,00, 78,00 858,00 14.587,40 21 1.090,45| 145,87 944,58 73,67 870,91 13.716,48 22 1,.090,45| 137,16 953,29 69,27 884,02 12.832,46 23 1,090,45} 128,32 962,13, 64,80 897,33 11.935,14 24) 1.09045) 119,35 971,10 60,27 910,83| 11.024,30 25 1.028,94) 110,24 918,69 55,67 863,02 10.161,28 26} 1.028,94| 101,61) 927,32 51,31 876,01) 9.285,28 27 1.028,94 92,85 | 936,08 46,89 889,19) 8.396,09 28 1.028,94| 83,96 944,97 42,40 902,57, 7.493,51 29 1,028.94 74,94 954,00 (37,84 916,16 6.577,35 30 1.028,94 65,77 963,16 | 33,22, 929,95 5.647,41 a1| 1.02894) se47| e7a.ae| 2852/44) 4705.47 32 1.028,94 47,03 981,90 23,75 958,15. 3.745,32 33 1.028,94 37,45 991,48 18,91 ‘972,57 2.772,75 34 1.028,94 27,73 1.001,21 14,00 987,21 1.785,55 35 1.028,94 17,86) 1,011,08 9,02 1,002,086 783,48 36| 1.02804| 7,83] 1,021.10 3,96 4.017,14 233,66 Prestagdes 13 a 24 Prez SO + SDi2xi= 2110558 94 105,58 x 0,01 = RS 1.090,45 Corregdo monetaria no periodo 13: CMi3 = SDy2* TR + jys* TR CM: Planejamento Econémico e Financeiro 21.105,58 x 0,005 + 211,06 x 0,005 = R$ 106,58 428 Saldo devedor no periodo 13: SDj3 = SD12— Apominat 19 + CMr3 = 21.105,58 — 879,40 + 106,58= R$ 20.332,76 Prestagdes 25 a 35: SD a + SDaqxi Pos = ee + 11.024,30 x 0,01 = RS 1.028,94 Corregao monetaria no periodo 25: CMos = SDze* TR + jos * TR CMs = 11.024,30 x 0,005 + 110,24 x 0,005 = RS 55,67 Saldo devedor no periodo 25: SDas = SDaq — Anominat 25 + CMas = 11.024,30 — 918,69 + 55,67 = R$ 10.161,28 O valor da ultima prestagao é: Poo = 1.028,94 — 233,66 = RS 795,27 OU Pip = 783,48 + 783,48 x 0,01 + (783,48 + 7,83) x 0,005 = 795,27 Planejamento Econémico e Financeiro rs 428 SWVUPVEPELELULULLULULUSVE REESE DDE DISSES DELLE D DES Exemplo 4.13. Refaca 0 exercicio anterior, considerando agora que a variagéo da TR seja de 1,5% a.m. Solugéo. [“Principal_[ juros | prazo_ TR 30,000,00 | 1% 36 1,50% Abs ‘Amortizacao | Corrego | Amortizagao ‘Saldo Periodo | Prestagso| Juros| __Nominal| Monetéria| __Efetiva|___Devedor| ° 30,000,00 1 1.133,33] 300,00 833,33) 454,50 378,83) 29.621,17 2 4.133,33 | 296,21 837,12) 448,76| 388,36} 29.292,81 3 1,133,338) 292,33 241,01] 442,88 398,13| 28.834,68 4 4.133,33) 288,35 844,99| 436,85 408,14| 28.426,54 5 | 4.433,33| 28427 849,07| 430,66 418,41) 28,008,13 6 4.133,33 | 280,08 353,25| 424,32 428,93) 27.579,20 7 | 4.133,33) 275,79 857,54) 417,82 439,72| 27.139,48 8 1.133,33| 271,39 861,94] 411,16 450,78| 26.688,71 9 1.133,33| 266,89 266,45] 404,33 462,11) 28.226,60 10 1.133,33| 262,27 871,07| 397,33 473,73) 25.752,88 "1 4.133,33| 257,53 875,80) 390,16 485,65| 25.267,21 12 1.133,33| 252,67| 880,66| 382,80 497,86| 24.769,35 8 1.278,75| 247,69) 1.03208} 375,26 656,80 24.112,55 14 1279,75| 241,13; 1.038,62| 365,31 673,32| 23.430,23 15 1.270,75| 234,30| 1.045,36| 355,10 690,25] 22.748,98 16 4.279,75| 227,49) 1.052,26} 344,65 707,61 22.041,37 17 | 1279,75| 220,41] 1.059,34) 393,93 725,41) 21.315,98 18 1.279,75| 213,16; 1.086,59| 322,94 743,85) — 20.572,30 19 1.279,75| 205,72\ 1.074,03| 311,67 762,38| 19,809,95 20 1.279,75| 198,10} 1.08165] 300,12 781,53| 19.028,42 a 1.279,75| 190,28| 1.089,47| 288,28 801,19) 18,227.23 2 1279,75| 182.27| 1.097,48| 276,14 821,33 17.405,90 23 1.279,75| 174,06] 1.10568] 283,70 841,99| 16.563,90 24 | 1279,75| 16564/ 1114.11) 250,04 863,17! 15,700,74 25 4.465,40| 157,01| 1.908,39) 237,87| 1.070,53| 14.630,21 26 1.465,40| 146,30) 1,319,10 221,65) 1.097.45] 13.532,76 27 7.465,40| 135,33] 1.330,07} 205,02) 1.125,05| 12.407,70 28 1.465,40| 124,08/ 1.341,33) —187,98|1.153,35| 11.254,35 29 1.465,40| 112,54) 1.352,86| 170,50] 1.182,96| —10.072,00 30 1.465,40| 100,72) 1.964,68| 152,50) 1.212.09| 8.859,91 31 1.465,40| 88.60] 1.376,80| 134,23} 1.242,58| 7.617.383 32 | 1.485,40/ 76,17| 1.389,23| 11540/ 1.27383] 6.343,51 33 | 1.465,40] 63,44] 1.401,97 96,10] 1.305,86| —_5.037,64 4 1,465,40| 50,38). 1.415,03 76,32) 1.338,71] 3.698,94 35 1.465,40| 36,99) 1.428,41 56,04] 1.37237) 2.326,56 36 1.465,40| _23,27| _1.442,14 35,25| 1.40689 919,68 37__| _942,80[ 9,20 933,61 13,93] 919,68, 0,00] ‘Planejamento Econémico e Financeiro Psp= 919,68 + 919,68 x 0,01 + (919,68 + 9,19) x 0,015 ————————e 5. METODOS DE AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS 5.1. VALOR PRESENTE LiQUIDO © Valor Presente Liquido (VPL) de um flux de caixa é obtido pela soma de todos os valores do fluxo de caixa, trazidos para a data presente. Ou seja, desconta-se os valores futuros para a data presente e soma-se estes valores descontados com o valor que 0 fluxo de caixa apresenta na data inicial. Como taxa de desconto, utiliza-se a TMA do investidor. VPL= P+e > tee (4) 2 F, ou Vie aay (6.2) Para ser viavel, 0 projeto deve ter VPL 2 0. Exemplo 5.1. Os investimentos em uma concreteira, entre equipamentos, veiculos e aquisicao de uma jazida, somam US$ 200.000,00. Os lucros esperados sao de US$ 56.000,00/ano. Apés 6 anos, a jazida estara esgotada, e a empresa ter um valor residual de US$ 20.000,00. Determine o valor presente liquido (VPL) deste negécio, considerando uma TMA de 12% a.a. Periodo 0 1 2 3 4 5 6 Investimentos| -200.000,00 Luero Anual '56.000,00 56,000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 Valor Residual 20.000,00 Fluxo de Caixa| _-200.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 76.000,00 20.000 4 A 56.000 0 ‘ 4 200.000 Pianejamento Econémico e Financeiro 54 DSEREREELECLULUULLLELELE LE UD RD DRESS PEP PREU ELS O AY Solugao VPL=P+A. (P/A;i;n)+F. (PIF ;i;n) PL = -200000 + 56000 . (P/A ; 12% ; 6) + 20000 . (P/F ; 12% : 6) vey =-P +44) VPL = ~200000 + 56000.— id+n” (” (1+0,12)° =1 20000 _ 012.0 +0,12)° | +0,12)° VPL = -200.000,00 + 230.238,81 + 10.132,62 = 40.371,43 5.2. VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE O Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE) ou simplesmente Valor Uniforme Equivalente (VUE), 6 um método que consiste em achar a série uniforme equivalente (A) ao flux de caixa do investimento em anélise, a TMA do investidor. Se VAUE 2 0 0 projeto é vidvel. Exemplo 5.2. Determine o valor anual uniforme equivalente (VAUE) da empresa caracterizada abaixo. A TMA do investidor 6 de 12% a.a. Periodo 0 1 2 3 4 5 6 Investimentos| -200,000,00 Lucro Anual Valor Residual 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 20.000,00 Fluxo de Caixa -200 000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56,000.00 56.000,00 76.000,00 20.000 56.000 200.000, ‘Planejamento Econdmico e Financeiro 52 Solugéo VAUE =P. (AIP; i; n) +A +F. (AVF; i; n) VAUE = -200000 . (A/P ; 12%, 6) + 56000 + 20000 . (A/F ; 12% ; 6) LEE ap ets a+ Gi VAUE = ~200000.212:0+02)" 56090 +-20000.——"2 (1+0,12)° -1 (1+0,12)° VAUE = -48.645,14 + 56,000,00 + 2.464,51 VAUE = 9.819,37 5.3. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 5.3.1. O método A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que iguala os recebimento futuros aos investimentos feitos no projeto, ou seja, 6 a taxa de desconto para a qual tem-se VPL = 0. E determinada por tentativas, testando-se diversas taxas de desconto. Se para uma tentativa tiver-se VPL>0, deve-se aumentar a taxa; se VPL<0, deve-se diminui-la, A taxa final pode ser obtida por interpolago linear entre uma taxa que fornece VPL>0 e outra taxa que fornece VPL<0. Na'realidade; 0 decréscimo do VPL quando se aumenta a taxa de desconto ndo acontece de forma linear, por isso, quanto mais proximas forem estas duas taxas, melhor sera a interpolagao. een VPL=> Como Gay 2) entéo, a TIR é a taxa i para a qual Gay (5.3) Um projeto considerado vidvel'se TIR = TMA. Planejamento Econémico e Financeiro 53 SUPERELEGCLLULULULUVUULULLLELELE SE ESDS EDS SELES REULUUVE DEY Exemplo 5.3. Determine a taxa interna de retorno (TIR) da empresa caracterizada abaixo. A TMA do investidor é de 12% a.a, Periodo| ° 1 2 3 6 Investimentos| -200.000,00 : | Lucro Anual '56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.00.00 56.000,00 56.000,00 Valor Residual : 20.000,00! Fluxo de Caixa] -200,000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 76.000,00 Solugéo VPL=P +A. (PIA;i;n)+F. (PIF ji; n)=0 -200000 + 56000 . (PIA ; i; 6) + 20000 . (P/F ;i; 6) =0 veri ra deDialie Fe. i+iy” +i)” +a" =I , 20000 _ La+iy +S 200000 + 56000. para i = 15% > VPL = 20.577,58 para i= 20% > VPL = -7.073,47 para i = 19% > VPL = -589,37 para i = 18% > VPL = 936,18 Portanto, a TIR esta entre 18% a. e 19% aa O valor pode ser obtido por interpolagdo linear Planejamento Econémico e Financeiro 19% x% aa. > 936,18 lo iAb- 40 1% a.a. (19% - 18%) > 1525,55 (=936, 18 + 589,37) 5 x _ 93618 68 1 1525,55 =061 %aa, Bc Ent&o : TIR = 18 + 0,61 = 18,61 % aa. 3 L Teste para i = 18, 61% > VPL = 24,27 ~0 " > )7 onl x +4) 1600 4000 x" 1600) - 40.06 5.3.2. Casos especiais Aequacao eon hohe het a oe aay ie lie to 10 em (6.3) 3 ies ; 44 pode n&o apresentar nenhuma solugao no dominio dos nuimeros reais. Neste caso, sua solugao sera um ntimero imaginario. Esta equago também pode ter mais de uma soluc&o, pois segundo a regra de sinais de Descartes, podem existir tantas raizes quantas forem o nlimero de variagdes de sinais na equagdo. Neste caso, utiliza-se o artificio apresentado no exemplo abaixo. Planejamento Econémico e Financeiro a : 55 que tem uma TMA de 20% a.a. (Fleischer, 1973). A 4.600 {oo 16004" 40.00, 1 4 ° 2 fp 40.000 Ha duas solugdes possiveis: TIR = 25% aa. e TIR = 400% aa O problema pode ser resolvido ‘capitalizando-se.o adiantamento recebido no periodo 0 até o periodo 1, pela TMA do investidor. Tem-se ent&o : F, = 1600.(1,2) - 10000 = 1920 — 10000 = -8080 ea equacdo para 0 calcuo da TIR passa a ser eer {600- = -8.080 + 10.000 (1 + TIR)'= 0 m1 que tem como solugdo TIR = 23,8 % a.a. 5.4, INDICE BENEFICIO/CUSTO Neste método, calcula-se um indice expresso pela relagao entre 0 VPL dos beneficios (receitas e/ou economias de custo) e © VPL dos investimentos para ‘execugo do projeto. Entao boo (145) 10.000 ( 404 » beneficio, +i 1600, “ investimento, (4 O IBC também pode ser calculado tomando-se uma basé~arual. Neste caso, sera a relacao entre os beneficios anuais e o valor dos investimentos anualizados, de acordo com a Equacéo 5.5. Planejamento Econdmico e Financeiro 160K" WUPVVVTEUELELUULULVLULUVDELED EEE DED DD DD SDSS ROHR W ERED IBC = beneficio anual _ ea investimento amal Se IBC > 1 entao o investimento é viavel. ‘Exemplo 5.5. Determine o indice beneficio/custo (IBC) da empresa caracterizada abaixo. A TMA do investidor é de 12% a.a. Periodo| 0 1 Zi 3 4 5 6 Investimentos Lucro Anual Valor Residual -200,000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56,000,00 20.000,00 Fluxo de Caixa -200,000,00 56,000,00 56,000,00 56.000,00 56,000.00 56.000,00 76.000,00 Solugéo IBC ‘Planejamento Econémico é Financeiro 20.000 56.000 0 7 6 200.000 b oo enereie, A (gi i)" - Pog iets (Lede Ve Uebel % investimento, mo (+iy P 57 SUTSSSSHSHSSEEVLULLULULEDEEEEDE SE SSDS EDIE SHHSSELULUUVI RSS 1+0,12)° -1 00 eo - 1 ~ a ° (A+ +04 IBC 1214012)" (1+0,12) 200000 TBC = eS 2S A a 200.000,00 200,000,00 IBC = 1,202 i ou: ppc ——Deneficio anual __ investimento anual 56000 + 20000, mn Pee CT 9 200000, 22120 0.12) (+ 012)°-1 Ipc = 58:000,00 + 2.464,51 _ 58.464,61 wi 48.645,14 48.645,14 IBC = 1,202 5.5. TEMPO DE RECUPERAGAO DO CAPITAL (PAYBACK - PB) O Tempo de Recuparagéo do Capital (TRC), também chamado de Periodo de Recuperagao do Investimento (PRI) e payback (PB), mede o tempo necessério para recuperar o capital investido. O Payback é um método no exato de andlise de investimento, mas 6 muito usado por permitir uma avaliagao do risco através do tempo necessério para recuperar 0 capital investido. Planejamento Econémico e Financeiro Exemplo 5.6. Determine o tempo de recuperagao do capital (TRC) ou pay-baick (PB) da empresa caracterizada abaixo. Periodo 0 1 2 3 4 5 6 Investimentos| -200.000,00 Lucro Anual '56.000,00 56,000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 Valor Residual 20.000,00 Fluxo de Caixal -200.000,00 $6.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 76.000,00 20.000 Toe ee 56.000 200,000 Solugéio : Recuperagao do capital (RC) : No periodo 3 : RC = 3 x 56.000,00 = 168.000,00 < 200.000,00 No periodo 4 : RC = 4 x 56.000,00 = 224,000,00 > 200.000,00 Entao, 0 pay-back é de 4 anos Contudo, no Exemplo 5.5 nao foi considerado o valor do dinheiro no tempo, o que esta incorreto. Para contornar esta deficiéncia, foi criado o TEMPO. DE RECUREPACAO DO CAPITAL DESCONTADO (TRCD) ou PAY-BACK DESCONTADO (PBD), que leva em conta a TMA do investidor. ‘Exemplo 5.7. Determine 0 tempo de recuperacao do capital descontado (TRCD) ou pay-baick descontado (PBD) da empresa caracterizada abaixo. A TMA do investidor & de 12% a.a Planejamento Econdmico e Financeiro 38 = — - — = = = = = = — —~ = E = _ = = = = = E> S — —_ _ = — a — _ ~ — ~ —_ = = = = e — Periodo 0 1 2 3 4 5 6 Investimentos| -200.000,00 : Lucro Anual '56,000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56.000,00 56,000,00 Valor Residual | 20.000,00 Fluxo de Caixa] -200.000,00 56.000,00 56.000,00 56,000.00 56.000,00 56.000,00 76,000.00 20.000 Solugao PBD, cod = 50,000,00 < 200.000,00 (+012) PRD. , + 20000 - 50,000,00 + 44,642,86 = 94,642.86 < 200.000,00 (+012) PBD, = PRD, + 2009 — 94,642,86 +39.859,69 = 134,502,55 < 200,000,00 : 2040312) PBD, = PBD, + 2°22. = 134.502,55 +35.589,01 = 170.091,56 < 200,000.00 (1+0,12)* PBD, = PBD, +2902. = 170.091,56+31.775,90 = 201.867,46 > 200.000,00 (0,12) Entdo, 0 pay-back descontado é de 5 anos. Planejamento Econémico e Financeiro S10 5.6. CUSTO ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE 5.6.1. Principio e aplicagio O métedo do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE) 6 uma variante do método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE). Este método é utilizado quando faz-se andlise de investimentos onde preponderam as saidas de caixa, tendo-se, no final, um valor que representa um custo anual ao invés de uma receita anual. Por isso, no CAUE inverte-se a convengao de sinais : as saidas (desembolsos) tem sinal positivo e as entradas (recebimentos) tem sinal negativo. No mais, ele é idéntico ao VAUE. Entre outras aplicagdes, o CAUE é usado para determinar a vida econémica de um bem. 5.6.2. Vida econdmica A vida econémica de um bem é 0 horizonte de tempo no qual este bem apresenta 0 menor custo total. O custo total considera 0 custo de capital (custo de aquisicéo) e os custos de operagdo (que inclui a manutengao) (Figura 5.1) CAUE Custo Total Custo de Operacao Custo de 1 Capital Vida Economica Vida Util Figura 5.1. Vida econémica de um bem Planejamento Econémice e Financeiro Bit SUT SSSPSREELUULULULUVULEUEELELISS SSSI STIS SVL ib Exemplo 5.8. Calcule a vida econémica de um veiculo pelo método do CAUE. 0 prego do veiculo novo é R$ 60.000 e a TMA do comprador 6 14% a.a O valor de revenda e os custos de opera¢éo, ano a ano, sdo mostrados abaixo. ‘Ano | \Valor Revenda nee t Custo Operacional 2| aan e4 54.000] 49.000| 45.000] 44.000] 10.000] 41.000) 12.500 15.000) Solugao 4 ano: 2anos : 54,000 ucian 0 st 0 4 2| v 10,000 10.000 41.000 —— ’60.000 60.000 3anos : 4anos : = 12.500 41.000 15.000 60.000 ‘60.000 CAUE; = 60000.(F/P ;14% ;1) — 54000 + 10.000 = 24.400 Qu — CAUE; = [60000 - 54000.(P/F :14% ;1) + +10000.(P/F ;14% ;1)].(A/P ;14% ;1) = 24.400 CAUE2 = [60000 + 10000.(P/F ;14% ;1) + 11000.(P/F ;14% ;2) — - 49000.(PIF ;14% ;2)].(AVP ;14% ;2) = 24.007 CAUEs = [60000 + 10000.(P/F ;14% ;1) + 11000.(P/F 14% ;2) — - 32500.(PIF ;14% :3)| (AVP ;14% ;3) = 23.819 Plangjamento Econémico e Financeiro 7 512. CAUE, = [60000 + 10000.(P/F ;14% ;1) + 11000.(PIF (14% :2) + + 12500.(PIF ;14% ;3) - 26000.(P/F ;14% ;4)].(AIP ;14% ;4) = 24.120 Resumindo Ano | 7 poms isa CAUE | 24.400 | 24.007 | 23.819 | 24.120 | A vida econémica do veiculo é de 3 anos, pois para este tempo ele apresenta o menor custo anual uniforme equivalente. 5.7. METODOS MODIFICADOS 5.7.1. Principio Nos métodos VPL, VAUE e TIR aqui estudados, considerou-se que os valores desembolsados e recebidos so influenciados pela mesma taxa: a TMA no caso dos métodos do Valor Presente Liquido e do Valor Anual Uniforme Equivalente e a TIR no caso do método da Taxa Interna de Retomo. De maneira mais genérica, pode-se considerar que os recebimentos e os desembolsos tenham influéncia de taxas diferentes : umavtaxa de reaplicacao para 0s recebimentos e uma taxa de custo para os desemboisos, Nesta situagdo, (0s métodos recebem a denominagdo de métodos modificados, sendo designados de.VPLM, VAUEM e TIRM. 5.7.2. Aplicacao Para aplicago dos métodos modificados segue-se o seguinte procedimento : 1. As parcelas positivas devem ser capitalizadas para o ultimo periodo do fluxo de caixa usando-se a taxa de reaplicagao Planejamento Econdmico e Financeiro 5.13 SUPEDDERULELULULULULL ELE DEORE SDDS PPS PEE DUR LAN AOA 2. As parcelas negativas séo descontadas para a data inicial’do fluxo de caixa usando-se a taxa de custo. 3. Determinar o VPL, 0 VAUE e a TIR para este novo fluxo de caixa Exemplo 5.9. Determine 0 VPLM, 0 VAUEM e a TIRM para um projeto no qual deve-se investir inicialmente R$ 120.000,00, mais R$ 140.000,00 e R$ 95.000,00 nos dois periodos seguintes. A partir do Ano 3 este projeto render R$ 130.000,00 durante 5 anos. Considere uma taxa de custo igual a 12% a.a. e uma taxa de reaplicagao de 10% a.a. A TMA é de 12% aa Solugao. 420000 - 140000. (P/F, 12%,1) — 95000.(P/F,12%,2) _ 140,000 __ 95.000 P =~120,000=————_ = = 320.733,42 (+012) (1+0,12" Planejamento Econémico e Financeiro 514 F = 130000.(F/A, 10%, 5) F =130,.0000 +210) =1 = 793.663,00 793.663,00 Entao. 320,733.42 VPLM = -320733,42 + 793663,00.(P/F, 12%, 7) 793.663,00 VPLM (1+0,12) ~320,733,42 + = 38.279,42 VAUEM = -320733,42.(AVP, 12%, 7) + 793633,00.(A/F, 12%, 7) 12.04 012)" 5. 993,663,00-—— U2 VAUEM = ~320.733,42—-——— pe els (1+0,12)’ -1 (1+ 012) 8.387,70 793.663,00 = 0,00 + 13.8%. Tay eas TIRM ~> -320.733,42 + O exercico acima, usando os métodos nao modificados, tem como solugao VPL = 52.848,30 VAUE = 11.580,00 TIR = 16.5% aa Planejamento Econémico € Financeiro 515 PUPS SEEEVLUUVUUVUUUUUUULEEUE LEE EES PP SEESEEEE SEU E SEY 6. SELECAO DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS 6.1. VALOR PRESENTE LiQUIDO Para ser viavel, um projeto deve ter VPL > 0. No caso de escolha entre mais de uma alternativa, a melhor seré aquela que apresenta o maior VPL. Quando compara-se dois projetos, deve-se sempre considerar um mesmo horizonte de planejamento. 6.1.1. Projetos com vidas iguais Neste caso, o horizonte de planejamento a ser considerado corresponde a vida dos projetos. Exemplo 6.1. Dadas as duas opgées de investimento abaixo, determine a melhor delas, para um investidor cuja TMA é de 14% a.a. Utilize 0 método do VPL. 17.000 _20.000 | T ] | eee | i 42.000 35,000 ‘Investment A | Investimento B VPL, = -35000 + 17000(PIA ; 14% ; 4) VPL, = 35000 +17000- +0141 ay 5331 0,14-(1+0,14)° VPLg = -42000 + 20000(P/A ; 14% ; 4) VPL, = 42000 + 20000 lis 014) 1 6274.25 0,14-(1+0,14)° Logo, a melhor opgao é o investimento B. Pianejamento Econémico € Financeiro = 61 6.1.2. Projetos com vidas diferentes Neste caso, duas situagdes sao possiveis: os projetos podem ser repetidos quando sua vida acabar, ou néo podem ser repetidos. Cada caso tem um procedimento de andlise que sera exposto a seguir. 6.1.2.1, Projeto com repeticao Se dois projetos tem vidas diferentes, utiliza-se na andlise como horizonte de planejamento, 0 minimo multiplo comum da duragao dos mesmos. Exemplo 6.2. Calcular, pelo VPL, qual das alternativas abaixo para a compra de um equipamento, 6 mais econémica, supondo que haja repetic¢éo. A TMA do investidor é de 12% a.a Equipamento A Equipamento B | Custo inicial 30.000,00 51.000,00 Vida ati 3 anos | 6 anos Economias Anuais 44.000,00 15.000,00 Valor residual | 10.000,00 12,000,00 | 10.000 12.000 | | £14,000 { Dnt T5000 | 1 3 4 30,000 51.000 Equipamentoo A Equipamento B | = | Solugéio Planejamento Econdmico e Finanoeiro 62 AUSSSEEEEELULLULLULUULE REDE DES ER SPST DEERE DRLUUL EOE 12.000 Investimento B | Investimento A VPL a= - 30000 + 14000(P/A ;12% :6) - 20000(PF :12% ;3) + 10000(P/F :12% :6) (1+012¥-1 20000 10000 012-(1+012% +022 +012 VPL,, = ~30000-+14000 =18.3904 VPLp = -51000 + 15000(PI/A ; 12% ; 6) + 12000(PI/F ;12% ;6) (+012) -1 12000 VPL, = ~$1000+15000-S* ==) —— SACO ei ee 0,12 (+ 012F "(+027 6.750,68, A melhor opgéo € © Equipamento A, pois apresenta o maior VPL. 6.1.2.2. Projetos sem repeticao Neste caso, cada projeto sera analisado tomando-se como horizonte de planejamento a sua respectiva vida util. Considera-se que na diferenca entre os horizontes de tempo analisados, os recursos do projeto de menor vida sejam aplicados @ TMA. Como o valor presente de um fluxo de caixa de qualquer quantia aplicada @ TMA é nulo, a contribuigdo desta parcela é nula, podendo-se pois, desconsider-la na andlise. Entdo, calcula-se o VPL para cada um dos projetos com sua respectiva vida, e escolhe-se o projeto com maior valor. Planejamente ECoromice 6 FRaNCero a3 | Exemplo 6.3. Considere 0s mesmos dados do exemplo anterior, supondo agora que n&o haja repeticéio (caso o investidor opte pela alternativa A, ele sairé do mercado apos 3 anos, reaplicando seus ganhos 4 TMA). Equipamento A Equipamento B Custo inicial 30.000,00 84,000.00 Vida atit Sans 6 anos Esonomias Annis 14,000,00 15.000,00 | Valorresidual 10,000,00 12,000,00 10.000 12.000 (vast ° : | | 1 3 7 | 30,000 51.000 Equipamentoo A Equipamento B Solugéo VPLa= - 30000 + 14000(PIA ;12% ;3) + 10000(PIF ;12% ;3) (140,12) -1 10000 012-(1+0,12) (+02) PL, = 30000 + 14000. 10.743,44 PL» = -51000 + 15000(P/A ; 12% ; 6) + 12000(P/F ;12% :6) VPL, = 51000 +15000- (+0121 "12600 012-4012) (+012) = 16.750,68 ‘A melhor opgéoagora é o Equipamento B, pois apresenta o maior VPL. Pianejamento Econémico ¢ Financeiro ea WPEPVOVVUVUUUUUULULUDUD ED DODD DDD EPSP ER DEE LSD D Oe” 6.2. VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE Se um projeto apresenta VAUE = 0, ele ¢ vidvel. Entre dois projetos, deve- se escolher aquele que apresenta o maior VAUE. 6.2.1. Projetos com vidas iguais © horizonte de planejamento a ser considerado é 0 tempo de vida dos projetos. Exemplo 6.4. Calcule a alternativa mais econémica entre as duas mostradas abaixo, para aquisigéo de um equipamento. A TMA da empresa é de 30% a.a (Casarotto e Kopitke, 1994). 14.000 peo0 Investimento A Investimento B 14.000, 00(A/P ;30% ;7) + 5.000,00 0,30-(1+ 00)’ (1+030)' -1 +5000 =3,77 VAUEs = -18.000,00(A/P ;30% ;7) + 6.500,00 ; VAUE, =~18000-220-0+ 080)" (030) 1 +6500 = 76,77 Amelhor opgao é 0 investimento B, por proporcionar o maior retorno. Pianejamento Econdmico e Financeiro 6s 6.2.2. Projetos com vidas diferentes Também neste caso, duas situagées s4o possiveis: os projetos podem ser repetidos quando sua vida acabar, ou ndo podem ser repetidos. Os procedimentos para cada caso seréio expostos a seguir. 6.2.2.1. Projetos com repeticao. Determina-se diretamente os VAUE’s sem necessidade de calcular 0 minimo mtitiplo comum das vidas das alternativas. Exemplo 6.5. Calcule a alternativa mais econémica entre as duas mostradas abaixo, supondo uma TMA = 10% a.a. (Casarotto e Kopitke, 1994). ] Ve | go 20 | os : oe 7 3 | | 118 gan | Investimento A Investimento B | Solucéo 2 = VAUEs = -118(A/P 10% ;2) + 90 VAUEs = -120(A/P ;10% ;3) + 64 118-220-0401)" 99 _ 99.09 VAUE, =~120.920-G+010) 64 _ 15,75 (+010) -1 (1+010)' -1 A melhor opco € 0 investimento A, pois apresenta o maior VAUE. 6.2.2.2. Projetos sem repeticao Neste caso, transforma-se um dos fluxos em fluxo equivalente de mesmo horizonte de tempo do outro, utilizando-se a TMA do investidor. Exemplo 6.6. Resolva o Exemplo 6.5 considerando qué os projetos néo podem ser repetidos (Casarotto e Kopitke, 1994) Planejamento Econémico e Financeiro " 66 OPUTTLLAL SUPEBULEUULULUULULUULUULELE REEDS DEEULLUULLULULUDDIVE Solugo: Neste caso, transforma-se 0 fluxo de dois anos num fluxo equivalente de trés anos. VAUE, = -118(A/P :10% ;3) + 62,8 VAUE, = -118. 22° ee. + 62,8 = 15,4 eee 5 (+030) -1 DA 56,15 Como VAUEs = 15,75, a melhor op¢ao agora é 0 investimento B. 6.3. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 6.3.1. Analise incremental O critério para andlise de viabilidade de um projeto 6 a comparacao da TIR com a TMA do investidor. Sempre que a TIR for maior do que a TMA, o projeto é vidvel. Mas, se um projeto A apresentar uma TIR maior do que um projeto B (TIRa > TIRs), nao significa necessariamente que o projeto A é melhor do que o projeto B. Na comparagao entre diversas altemativas deve-se fazer uma andlise incremental A anélise incremental consiste em determinar a TIR do fluxo de caixa do projeto incremental, obtido pela diferenga entre o projeto que exige o maior investimento e 0 projeto que necessita de menos recursos. O projeto que exige mais recursos sera melhor do que o outro somente se a TIR do projeto incremental for maior do que a TMA do investidor. ‘Planejamento Econdmico e Financeiro 67 Exemplo 6.7. Usando 0 método da TIR, determine qual 0 melhor investimento. Faca a andlise incremental. A TMA do investidor 6 de 6% a.a. (Casarotto e Kopitke, 1994). 1,628 3.116 fl ae o 0. < 10 1 10, 0.000 10.000 Investimento A Investimento B | Solugao : -20.000 + 3.116(P/A ;TIR 10) = 0 -10.000 + 1.628(P/A ;TIR ;10) 0 eA E po.ounkeastie (SRV —10,000 + 1.628 EUR ORL TIR- (1+ TR) TIR-(1+TIRY TIR, = 9% a.a. > TMA = vidvel TIRs = 10% a.a. > TMA => vidvel VPLermaccna = 2.933 VPLama-cwe = 1.982 A TIR do investimento A é menor do que a TIR do investimento B, porém o VPL do investimento A é maior do que o VPL do investimento B. Como o método do Valor Presente Liquido e 0 método da Taxa Interna de Retorno séo equivalentes, devem conduzir ao mesmo resultado, ou seja, os dois métodos devem apontar o mesmo investimento como sendo o melhor dos dois. A aparente contradigéo entre os VPLs e TIRs calculados pode ser resolvido pela andlise incremental. Nesta analise ¢ determinada a TIR de um investimento ficticio, obtido tomando-se 0 fluxo de caixa do investimento maior e diminuindo-se dele o fluxo de caixa do investimento menor. Planejamento Econémico e Financeiro 68

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