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Revista Cientifica de Medicina Veterinaria - Pequenos Animals e Animals de Estimacao - PEP ra eA Oo Abordagem emergencial otimizada do felino politraumatizado A oplimized emergency approach for the politraumatized feline patient araduacio em AnestesioloolaVeteindia, Emal:demaciali@uol.com.br LDoutoranao pela recuse de Meaena vetennsna e Zooteena US, So YaUO yenta ~ CAT Medicina de felins - Selo Horzonte/MG Rodrigo Cardoso Rabelo ~ Intensive Niclo de Medicina Vternéia Avangada ~ Belo Morente ‘oraee Lp, Corda Wa, Waurido RL, Pimerta HM, Rabelo RC, Necvep - Revista Gentica de Nedlana Veternaa = Pequenos Anais Animals de Estimagioj 2010; 826); 416-423, Resumoa A populagio de felinos domésticos aumentou consideravelmente nos dltimos anos, ¢ estes animais podem ser encantradas cam uma frequéncia maior que.a decaes em determinados patses. A este fato associa-se 0 hAbito urbano moderno que trouxe o felino para dentro de apartamentos e espacos cada ‘vez mais teduzidos, devido a sua habilidade de adaptacto a rotina do ser humano contempordneo. E frequente o envolvimento desta espécie em acidentes graves como quedas, traumas por mordedu- ra ou automobilisticos. A morbimortalidade pode scr reduzida se uma metodologia sistematizada ¢ organizada de atendimento é utilizada, jé que 08 felinos apresentam caracteristicas que os tornam tinicos e desafiantes na pratica da medicina veterinaria. Palavras-chave: Emergéncia, gato, terapia intensiva, trauma. Abstract The population of domestic cats had an arrested increasing in the last years, and these animals can be found more frequently than dogs in certain countries. This fact is associated to the modern urban way of life that brought cats into apartments reduced spaces, right because it’s ability to adapt to this human contemporary routine. Its very common to see this specie involved in serious accidents such as hugh falls, biting wounds or vehicle trauma. The morbidity and mortality can be reduced if a systema- tic and organized emergency approach is used, since cats have characteristics that make them unique and challenging in veterinary medicine practice. ‘Keywords: emergency, cat, intensive care, trauma. 416 Ss Medivep - Revista Cientilica de Medicina Veterindria -Pequentos Animais e Animais de Estimiacao 2010:2(26): 416-428. Abordagem emergencial atimizaca cio telino politraumatizada Introdugao “Trauma” 6 uma palavra de origem grega, que significa “ferida", e atualmente denota uma lesau produzida subi- famente por acio fisica an qnfmica @ an eventa que a pro- duziu(1). Estudos demonstra que, em anédia, 12,8% dos atendimentos de cies & gatos de urgéncia ocorrem por algum tipo de tauma, sendu que us gatos apresentam o dobro de acarréncias, quando camparados aos caes (2.3). Além disso, o ndinero de casos de felinos politraumatizados aumentou bastante devido a maior possibilidade de acesso & tua por parte dos gatos(4). Embora caes e gatos estejam expostos a riscos ambientais semelhantes, as diferencas de comportamento resultam na possibilidade de sofrerem traumas especificos, com a maior probabilidade de grandes quedes, devido ao seu habito de escalar e sua preferéncia por lugares altos (3). Acidentes au- tomobilisticos e ferimentos por brigas também sio represen- tativos (4.5). Com relagio & gravidade do trauma, os felinos também. ‘so mais susceptiveis do que os cdes por possuirem compara- ‘tivamente menor peso ¢ massa corporal (3) O trauma maltiplo pode ser responsavel por uma alta mortalidade nos atendimentos de urgéncia, mas muitos obi- tos podem ser evitados quando se utiliza uma metodologia sistematizada e organizada. Esta revisao tem por objetivo de- monstrar como deve ser realizada a abordagem do paciente felino no trauma, levando-se em conta suas diferentes respos- tas ao se tornar um paciente enitico. Particularidades da espécie felina (Os gatos sio particularmente um desafio em situagdes dependentes de respostas compensatérias, como no trauma, onde a perfusao tecidual e a pressao arterial sanguinea en- contram-se comumente comprometidas. Em animais trauma- tizados, o fator de maior associagio 4 hipoperfusio ¢ a hipo- volemia (6,7). Em gatos, porém, a avaliacdo da hipoperfusao secundéria a hipovolemia é dificil, pois a coloragaa normal das membranas mucosas sdo mais palidas do que em cdes ea qualidade do pulso 6 mais dificil de ser avaliada A frequén- cia cardiaca (FC) em repouse também € maior do que a dus fies & 0 aumento marcante da FC em respasta a hipovalemia nd ocorre, principaliente nos anintais hipotérmivus (6). Além disco, gatos tranmatizadas apresentam outeas cae racteristicas que us Loman unt verdadeire desafio clinico, como por exemplo, a anséncia de sinais hiperdinamicos do Cloque (58,9,10) e © insucesso de esplenocontragao em res- posta a hemorragias (5,9,11). A progressao da descompensa- a0 € marcada pela perda de controle da temperatura central e sua relagao direta com 0 sistema nervoso simpatico (SNS), em que a refratariedade dos receptores al-adrenérgicos re- sulta na incapacidade de compensacao das alteracoes cardio- vasculares (6,12), em bradicardia e potencializacao da hipo- tensao (12.13), Outras consequencias sao desencadeadas com a evolucio do quadro, como a acidose e as coagulopatias, denominadas ‘trfade da morte no trauma, ao serem associadas d hipotermia, Manejo inicial do paciente traumatizado Assintt que o paciente € recebido no servico de urgéncia, uma breve hist6ria 6 obtida do proprietério em poucos minu- tos (CAPUM) enquanto o doente ¢ submetido a estabilizacéo, adotando-se o tratamento precoce baseado em metas (Early Goal-Directed Therapy - EGDT) ¢ seguindo ¢ protocolo de atendimento emergencial de rotina (14.15,16,17,18,19). Esta abordagem foi baseada no protocolo ABC, que envolve pa- téncia de via Aérea, a Boa respiracio e o controle da Circu- lado, respectivamente, sempre buscando a cstabilizagdo da perfusao microcirculatoria (guiada por curva de clearence de lactato) para depois confirmar a viabilidade macrocirculats ria(2U,21) ‘A prioridade do exame fisico deve ser a busca por hemor- ragias catastroticas que possam ocasionar 0 dbito em poucos instantes, ¢ cas0 nao estejam presentes, seguir a abordagem de abertura de vias aéreas, geracao de uma boa ventilacao e respiragdo ¢ em seguida, determinar o status circulatério do doente. ( passo seguinte deve ser baseado na abordagem se- cundaria com controle da dor de forma eficiente (22,23). Paténcia das Vias Aéreas ¢ Boa respiragio A via aérea superior deve estar limpa e desobstruida para proporcionar uma ventilacio adequada. Caso necessério, a ricotireoideotomia ¢ o procedimento de escolha (24). ‘A suplementacio precoce de oxigénio deve ser um pilar terapéutico prioritario, porém, esta deve causar o minimo possivel de estresse ao animal. De maneira geral, 0 doente deve ser abordado na posicao de conforto de sua preferéncia, ea escolha do método de axigenacio vai depender, em todos 0s casos, da aceitacao do animal. A utilizacao inicial de ten- das de oxiggnio, colar de Crowe (elisahetano) (Fig 1), ou via tubo com fluxo livre sao prefertveis (4), A hipoventilacdo € uma das maiores causas de mor- te em felinos, portanto o padrio ventilatério deve ser ajustado para evitar acidose respiratoria ¢ fadiga mus- cular (23). LE SAS OSATAEAED CAD A FRC Cireulacia Durante « avaliagde Circulatoria, « hemodinganica feline deve ser levada em canta, devide as suas diforencas em rela av as oultas especies (6). A perfusda dos tecidos ¢ avaliada pela mensuracao do laclato sanguineo (Figura 2) © 0 estado macrocirculalsrio € vigiado por meio da observacao do nivel de consciéncia, fre- guencia cardiaca, qualidade e frequéncia do pulso, coloracao das mucosas, tempo de preenchimento capilar, distensao da veia jugular ¢ principalmente pela avaliacdo da pressao azte- rial e do delta T (diferenca da temperatura retal e da tempe- ratura periférica) (6). Figura 2: Dosagem de Laciato, deur eine poltraume- tizado (6,5. mmol. eima da ‘permits para expéce), refle- {indo uma condiga0 de hipdxia e hipo- pevfando tetas A reposicdo volémica deve ser realizada levando-se em conta o volume sanguineo destes pacientes, e a sua maior susceptibilidade a sobrecargas hidricas (9,25). Com 0 objeti- vo de se evitar tais transtornos e resgatar a animal da qua- dro de chogue precocermente, a reanimagay deve conferir inicialmente um grande volume de fluid cristaldide (ringer lactato) infundido de form répida, 10ml/kg a vada seis ii- ntos, atta abtencao da estahilidade fisinlégica do paciente, sendy subsequentementy adutinisteady de fornia conserve dora em 24hs, descontando-se 0 volume que foi fornecido. Acsle provesso agressivo de fluidoterapia alribui-se o nome: de prova de carga ou de volume. Ao final de duas provas com auséncia de resposta, a préxima tentativa ¢ a infusdo de bolus de coléide, na dose de 10-20ml/kg em um intervalo de uma a duas horas (9,10,26). Cabe ressaltar que sempre que houver um nivel de pressao arterial considerado ameacador vida (pressao arterial média menor que 65 mml lg ou pres- sio sistélica menor que 90 mmHg) recomenda-se a adminis- ‘tracdo imediata de 4 ml/kg em 2-3 minutos de solucao sali- na hipert6nica a 7.5% associada a um amido 130/0.4 (Hiper Hes), para em seguida continuar com as provas de carga de cristadlides. Se ainda assim 0 animal ndo obtiver tespos- ta, & recomendado 0 uso de inotrépicos positives como a dopamina, ou a dobutamina quando houver evidencia de redugao de contratilidade cardfaca (2,25,26,27). No entanto, a0 administrar estes farmacos, é importante considerar seu ally riscy em pacientes portadores de cardiomiopatia hip. rafica (13) e nos que ainda se encontram em estado de hi- povolemia. © reaquecimento central é essencial para a recuperacio hemodinamica e entrega de oxigénio tecidual, devendo ser realizado de forma gradual. 0,5°C a cada meia hora, até atin- gira meta final (26,28), Durante a reanimacao volémica ¢ necessario monitorar a pressdo arterial, a frequéncia cardfaca, a concentracéo de lactato, e principalmente a temperatura corpérea cen- tral, por razao de ajustes do sistema nervoso simpatico a normalizacéo da temperatura. As temperaturas corporais baixas, especialmente no gato, impedem uma resposta adrenérgica adequada, e ao reverter 0 quadro de hipoter- mia pode haver uma vasoconstrigao rebote por reativagdo simpatica e consequente ma distribuicao de volume com geracdo de edema (9,25). Abordagem secundaria Apos a estabilizagao dos fatores hemodinamicos e a rea- dequagio da oferta de oxigenio aos tecidos, deve-se realizar © exame completo do paciente e a avaliacao da necessidade de exames diagnésticos adicionais, intervens6es cintirgicas, e tratamentos de suporte (20,29,30). © acesso externo ¢ particularmente importante na vitima de trauma agudo. O animal deve ser cuidadosa- mente avaliado para presenca de sangramentos, lacera- oes, perfuragoes, abrasdes, contusdes, edema signifi- cante, crepitagdes e dor a palpacio, herniacées, fraturas ou deformidades, Neste momento ¢ necessario explorar todos os orificios, naturais ou ndo, manualmente ¢ com sondas (22). O retroperitinia deve ser investigada quanto & presenga de hemorragias, fraturas pélvicas, lesdes en bexiga, rinse ft gado. Durante a avaliagae abdominal, 6 importante realizar a palpagao, auscultacdu, percussd, ¢ avaliagdo da preseriga de Fiquidos om gas livre, © sistema FAST (Focused assessment with sonography traunta) @ um mélude eficiente, miss mente invasive e de alta sensibilidade na deteccao de altera- ces Ueconmentes de Tesdes abdominals ¢ tordcieas provenien- tes de traumas. Como a dor é um evento comum a qualquer tipo de trau- ‘ma, ela deve ser sempre tratada para suprimir seus efeitos adicionais e indesejaveis (30) (Tigura 3). A diminuicdo da resposta ao estresse, do nivel de ansiedade e angustia do pa- ciente, vao além das questies éticas (31). As respostas refle- xas induzidas pelo dano tecidual e pela dor, embora tenham o carater de protecdo a vida em curto prazo, sfo deletérias @ aumentam 0 risco de complicagdes em pacientes trauma- tizados, por resultar em uma variedade de efeitos colaterais endicrinos e metabélicos responsaveis por retardar a recu- peracao do paciente (31,32,33). Além disso, a nociocepgae ¢ a resposta ao estresse resultam em imunossupressao (30) Sendo assim, preconiza s¢ 0 controle da dor de forma con tinua ou em intusdo constante em todos pacientes trauma- tizados (83) Aa Medel Medvep - Kewsta Genta de Medicina Vetennana - Pequenos Anmats © Animals de Esbragao ZUTU:H(26); 416-82 Abordagem emergencial ofimizada do telina politraumatizado © metabolismo nico dos gatos impacta diretamente na escolha dos farmacos a serem utilizados. A pequena gama de analgésicos licenciados para os felinos é uma barreira para o tratamento da dor (34), entretanto 0s opidides sao analgésicos muitos titeis e administrados com muita frequ- encia nos pacientes traumatizados devido ao seu rapido int- cio de ago, seguranca, poléncia e reversibilidade (35). Em pacientes politraumatizados, a dose dos opicides deve ser entamente ajustada até o efeito desejado, pois a farmacoci- netica do medicamento pode ser alterada (32). A Tabela 1 detalha os principais farmacos utilizados (32,34,36,37,38,3 940,8142,43,44), ‘Tabela 2: Frmacos aisponiveis para uso em traumas. Analgésicos opidides Morfina (0,05 a 0,5 ng/ky/IM, a cada 3-6horas) oximorfona* (0,1 a 0,2 mg/kg/TV, redosagem 0,05 a 0,1 mg/kg) Buprenorfina* (0,005 a 0,01 mg/kg/TV ou IM, a cada 8 horas) ‘Analgésico de aao central Tramadol (2,0 4,0mg/kg/VO, a cada 1? horas) Possui seletividade por receptores we ligacdo traca pelos receptores kappa e delta. Também interage com os siste- mas noradrenergico e serotonérgico. Antiinflamatorios nao esteroidais AINEs : Devem ser evilados alé que a funyau cardiovascular esteja Wontiulada e 4 fungi renal avaliada devide av risco potencial maior de toxicidade na espécie felina, Além disso, os gatos so particularmente susceptiveis aos efci- tos adversos renais dos AINEs, e por esse motivo nao devem ser administrados em gatos hipotensos. Em algumas situacées, como no trauma normovalémico estavel ou cirurgia, estes analgésicos podem ser titeis para o manejo da dor aguda, mas ainda assim devem ser utuhzados por um curto periodo de tempo e com cautela. Anestésicos locais Lidocaina (0,25 a 0,75 mg/kg IV/lenta ou 10 a 40 ug/kg/min/ infusdo continua) Bupivacaina**: ( Solugao 0,5% - 0,2ml/kg/via epidural) Utilizados para bloqueios regionais de nerves especificos ¢ para infiltrago em feridas ou fraturas. Oferccem boa analgesia inibindo a conducdo nervosa por bloqueio dos canais de célcio, com minimos efeitos colaterais. Podem ser utilizados isolados ou associados. para um inicio rapido e longa duracio. Meavep - Kevista Wer ntinea de Medicina Veterinaria - Pequenos Animais e Animas de Estimagao 2010:8(26) 416-423. Abarcagem emergencial otimizada do telino politraumatizada Tabela 11 Continua Outros Cetamina: (2,0. 95 mg/kg/ TV on IM) Anestésico dissociative com acdo antagonista de receptores NMA com pequena atividade analgesica devido a diminuigao da sensibilizagao central. Recomenda-se associar outro farmaco de acto sedativa Gabapentina, (10my/ky/VO, a cada 12hs) Medicamento anticonvulsivante com bons reaultados 10 tratamento da dor perioperatéria. O seu mecanismo de acio analgésica é desconhecido, mas hé evidéncias de que possa aumentar a inibigio central ou reduzir a sintese de glutamato. Medetomidina: (0,08 mg/kg/VO) Boa opcao para contencao do paciente com objetivo de se evitar novos ferimentos e dores adicionais. A administra- 0 por via oral pode ser uma técnica itil na dosagem, Dexmedetomidina: (0,04 mg/kg/ VO ou IM) ‘Também pode ser usada por via oral para uma analgesia de longa duracio comparada com a mesma dose pela via intramuscular. “analgesico 10 a 15 vezes mais patente do que a morfina * Analgésico 25 a 50 vezes mais potente do que a morfina =" Aneslésico local mais potonto do que a lidocaina Em pacientes criticos, a hipoglicemia pode ocorrer inesperadamente, e por isso, a concentracdo de ghicose sanguinea deve ser checada e monitorada (7), devendo-ce tambem evitar a hiperglicemia, muito comum durante a evolugae da internacao. E valido considerar que na espé- Cie felina, existe a possibilidade de ocorrerem alteracoes de glicemia e de cortisol endégeno por estresse, ¢ estes valo- res podem estar superestimados, reforcando a importan- cia de um ambiente hospitalar adequado e adaptado para esses pacientes (5). O objetivo ¢ manter a glicemia entre 60 e140 mg/dl (7). E necessario observar o nivel de consciéncia (Figura 4), A perda do estado mental normal do paciente pode ocorrer rapidamente caso a entrega de oxigenio e glicose seja inade- quada, sendo considerado um fator progndstico muito im portante para esta especie (23) Figura 4: Midrase resullante de politrauma em umm paciente felino. A avaliagao do nivel de consciéncia do paciente deve ser realizada inicialmente pelo sistema AVDN, (Alerta, responde ao alerta Verbal, responde somente a estimulagao Dolorosa, Nao responde). Posteriormente, o sistema de classificacao de comprometimento neurolégico através da escala de coma para pequenos animais (escala de Glasgow modificada) deve ser utilizado para que as medidas cabiveis sejam implantadas (2930.45) ‘A premissa de que todos os pacientes so portadores de fraturas até que se prove 0 contrarlo, deve ser considerada. No animal em dectbito, somente reflexos espinhais e sensibi- lidade dos membros deverao ser testados, até ser descartadas lesdes de coluna (29) (Figura 5). Figura 5: Contencao inal do animal atvaves aa remocao da parte externa da calva de transporte, © tratamento emergencial dos ferimentos abertos ¢/ou fraturas consiste em controlar o sangramento por compres- sto direta sobre a ferida, prevenir contamina ie9 adicionais, 420 WMedep Abordagem emergencial ohimizacia da taling palitraumatizaco imobilizagio do membro fraturada (30), ou contrale de danas, ortopédicos até que seja possivel a realizagdo de win procedi- mento cirtirgico definitive (46,47) A munilorizayay deve ser iniciadla lao logo se alcance a estahilidade da doente. A avaliacao didria de um paciente em estado crilice deve ser sealizada pela integragao dos dados fisicos @ das resultados de exames complementares (7), tais como, painel radiografico; hemograma completo; microhe- matécrito; dosagem dos s6lidos totais, glicose, bilirrubina, polassio, uréia e creatinina; urindlise; perfil de eletrolitos; gasometria arterial e perfil de coagulacdo (2.24). O registro de todos os parametros monitorados promove uma maior eficiéncia do tratamento, além de viabilizar uma estimativa prognéstica (24, 41,48). (© comprometimento pulmonar ¢ muito comum em pa- lentes traumatizados, por is30, a auscultagio, frequéncia ¢ padrdo respiratério devem ser monitorados constantemente (7). A oximetria de pulso ¢ muito til, pois permite a monito ago da oxigenacdo de uma manetra nao invasiva, bem tole- ‘ada e confiavel (19,50). Porém, para se investigar a eficiéncia das trocas gasosas, a determinacao da Pa), € mais adequada, com valores inferiores a 90mm em um animal respirando ar ambiente sendo considerado hipoxemia (51). Enquanto a acidose latica ¢ um distiirbio comum em va- rios processos que geram um estado de hipopertusao (52), a acidose respiratéria é quase sempre provocada por uma falha za ventilacao (51). Os valores de bicarbonato e excesso de ba- ses $30 utilizados para avaliar o estado metabélico do paciente ea pressao parcial de didxido de carbono (PCO,) para estimar a condigio ventilateria (7). O desequilibrio entre as concentra- goes de socio e potassio pode afetar a funcao neuromuscular e a manutencdo da homeostasia celular (53). Sendo assim, estas, concentragdes devem ser mensuradas e mantidas dentro da variagio normal, assim como as de clareto ¢ as de calcio (7) Os parametros clinicos utilizados para avaliar « perfu- sho periférica e cerebral sho 0 estado mental, a freqiiéncia cardiaca, a coloragdo das membranas mucosas, v tempo de enchimento e esvaziamento jugular, a qualidade de pulso, a temperatura central e periférica, e 0 debitu urinariv (6,754). Fm animais traumatizadas, a déhita urinario deve ser cuida- dosanente inguiturady, devide av riscu de desenvolvimento de faléncia renal. Além disso, os azatos (uréia e creatinina) deveur ser monitotados durante a ealizayao da bioquimica sanguinea diaria (7). Para manter uma perfusao adequada para o cérebro e para os rins, um valor minimo da pressao arterial média (PAM) de 6SmmIlg ¢ necessario e constitui o método mais efetivo de avaliar a perfusio, juntamente com a curva de cle- arence de lactato, por correlacionar-se ao débito cardiaco, re~ sisténcia vascular e volemia. O uso do Doppler constitui um método nao invasivo de afericao da pressdo arterial significa tivamente contiavel para o paciente telino (2, 55). ‘Afrequéncia eo ritmo cardiacos devem ser monitorados re gularmente por auscultacdo cardiaca e/ou por meio de exame eletrocardiografico. A taquicardia pode ser um sinal precoce de comprometimento hemodinamico, ao passo que a bradicardia pode constiluir um sinal eminente de atonia sinpatica durante ‘© choque em felinos. Além disso, ¢ possivel que pacientes cri- Licos desenvolvam artitmias secundariamente & hipovolemia 4 hipoxemia, também responsaveis por prejudicar o débito cardiaco. Outza possibilidade ¢ a monitoragao da contratilida- de cardiaca através da ecocardiogratia, principaimente para aqueles pacientes que apresentam cor i hemodi- namico e nao respondem adequadamente a tluidoterapia (/). Cuidados de suporte ao paciente Nutrigtio (O suporte nutricional em gatos € de grande importancia e deve ser realizado 0 mais precocemente possivel pelo fato do paciente encontrar-se em um estado hipermetabolico (28,48). ‘Sc existe 0 conhecimento de que o paciente paséari por um periodo prolongado de inapetencia ou inabilidade para se ali- mentar, a colocagso cirargiea de um tubo de alimentagio é re- comendada, Us tubos de esofagostomia sao os de eleicao, bem tolerados e podem permanecer no local por longos periodos Os felinos sao carnivoros essenciais e dependem da oferta de proteina como fonte de energia, sendo um erro considerar a fluidoterapia uma forma de suporte nutricional (8), Outras ext- gencias nutricionais sio particulares da espécie e necessarias para a sua sobrevivencla, devendo ser checadas e respeitadas. ‘Manejo hospitalar Os pacientes devem ser manejados apropriadamente, Os animais em decibito devem ser movimentados a cada 4 ho- as, 0 local de insercao do cateter deve ser sempre inspecio- nado e mantido de forma asséptica. Os locais de incisia ciriir- gica e feridas devem ser inspecionados sequencialmente, e as bandagens timidas igualmante checadas ¢ snhstitidas (7) A dosagem dos farmacos deve ser constantemente revi sada. Lim paciente em estada de choque possi nm padrao farmacocinétivo diferente, caracterizady pelo incremento na oferta dos firmaros ans tevidos mais vascularizados e pela anulagav da distribuigay destes aus tecides gordurosos musesilares. Esse padrio pode resultar em aparecimento de efeitos vulaterais © maior permanéncia de medicamentos no organismo. Além disso, distarbios dcido-base, hipoproteine- nia e hipotermia podem allerar seu metabolismo e biodispo- nibilidade (1). Ainda, o paciente deve ser pesado diariamen- lc, pois a posologia dos farmacos pode alterar-se durante 0 periodo de internacao. A satide mental dos animais ¢ t€o essencial quanto a sat de fisica, Para isso é importante manter os cuidados de inter- nacéo adequacos para uma melhor recuperacdo do paciente (7.13,2856) + Minimizar o estresse; + Disponibilizar agua e comida trescas, caixa de areia & cama macia; + Respeitar a tisiologia de sono da espécie, promovendo iluminagao adequada; ‘Manter 0 controle da dor; reservar o silencio no ambiente de internagao j ‘Manejar o paciente gentilmente e de forma carinhosa; Possibilitar visitas do proprictario. Abordagem emergencial ofimizada do telino politraumatizade Consideragées Finais E necessdrio uma abordagem otimizada na gestio de cuidados ao felino politraumatizady, a fim de pos- sibilitar uma intervencao precoce, capay. de assegurar € manter a integridade fisiolégica do animal vu inter- ceder na propagacdo de mecanismos descompensali- rios que se instalam com a progressao da hipoperfusiu tecidual. Referéncias 1. 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Neurol * Imagem & Laboratorio “ Banco de sangue e Hemodialise * UTI, Urgéncias ¢ Ciru Renters tec nd a = ias Belo Horizonte: www.intensivet.com intensivet@gmail.com (31) 3201.4114 g Pre mine crac PRR eee Serene) re ae eee re een eee enn) enn St eRNCR TT Prey ee een Sey ay eeeeee eh) Area de treinamento de funcionivs Sterne at Sens Peete eee Sio Paulo: www.animaniacs.com.br animaniacs@animaniacs.com.br (11)2653.1667 Medio 495

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