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Em Torno da Autonomia Escrava: Uma Nova Diregdo Para a Histéria Social da Escravidaéo* Maria Helena P. T. Machado Doutoranda na Universidade de Sao Paulo RESUMO Este artigo apresenta algumas reflexdes acerca da historiografia sobre a escravidéo no Brasil ¢ nas ‘Américas, enfocando particularmente a problemdtica das atividades econdmicas informais de escravos Ao discutir tanto as diferentes formas que fais atividades ‘assumiram ao longo do periodo escravista, quanto os diferentes mecanismos de inser¢éo das mesmas a0 sistema econdmico em geral, procura-se sugerir as possiveis implicagées das atividades econdmicas informais de escravos ABSTRACT This article examines certain aspects of the historiography of slavery in Brazil and the Americas, with particular focus on the question of the informal economic activities of slaves, In discussing the different forms that these activities assumed ‘during the period of slavery, as well as the different mechanisms through which they became articulated (0 the wider economic system, the author suggests that the informal economic activities of slaves may have been significant in the process of transition to free labor no processo de transigéo para o trabalho livre. Nos tiltimos anos, 0 foco dos estudos a respeito da escravidao no Brasil tem se deslocado da excessiva preocupag4o com a conceituacao tedrica € generalizante do tema. Se, até pelo menos a década de 70, importantes estudos a respeito-da génese e reproduce da sociedade colonial brasileira e, concomitantemente do escravismo, privilegiaram o atrelamento do mundo colonial tanto a modelos tedricos provenientes da economia politica quanto & vicissitudes da expansdo do capitalismo europeu! é também verdade que na * Agradeco ajuda de John Montciro na elaboragio deste texto, Entre outros, destacam-se as seguintes obras, as quais constituem marcos de referéncias obrigatérios nesta trajetéria historiogrdfica: CARDOSO, F. H. Capitalismo ¢ Escravidéo no Brasil Meridional, Sio Paulo, DIFEL, 1962; IANNI, 0. As Metamorfoses do Escravo, Sio Paulo, DIFEL, 1962; FERNANDES, F. A Revolugéo Burguesa no Brasil, Rio de Janeito, Zahar, 1975; NOVAIS, F. [Rev. Bras. de Hist. | S. Paulo_| v.8 n°16 [pp. 143-160] mar.88/ag0.88 liltima década os estudiosos tém buscado redirecionar suas anflises, delimitando a dinamica interna da sociedade como ponto nodal das transformagdes histéricas. Em artigo de 1980, Barros de Castro, espelhando ‘estas novas tendéncias propunha, através de uma acirrada critica aos modelos explicativos da realidade colonial, a inversio das perspectivas analiticas e 0 enfoque da conformacao interior da sociedade em suas transformagées, ajustes, improvisos ¢ choque de vontades como foco central dos estudos, Apontava, ainda, a necessidade de rever o papel histérico desempenhado pelos escravos, como poderosos agentes no processo de formagio da sociedade brasileira”. Buscando definir os contornos histéricos da instituigao escravista, os historiadores tém se voltado para a andlise de diferentes varidveis relacionadas a conjunturas diversas, da organizacdo do trabalho e da vida escrava e das relagdes sociais em suas transformagdes ao longo do tempo. Novas tendéncias historiogrificas tém redundado num alargamento do conhecimento a respeito da escravidao no Brasil A medida em que superam modelos cristalizados nos quais a escraviddo por explicada de antemAo prescindia de estudos localizados ¢ relegava ao escravo o papel de figurante, incapaz de interagir eficazmente no processo histérico. Neste contexto, contribuig6es importantes tm sido oferecidas pela hist6ria social, Interessada na recuperagAo do processo histérico em suas mediag6es multivariadas, a abordagem social tem colocado a disposi¢ao dos historiadores 0 arsenal teérico que tem balizado os novos estudos, propiciando uma renovacSo do conhecimento histérico da sociedade brasileira. Além disso, os historiadores tém sido desafiados a reavaliar as fontes documentais disponiveis sob uma nova perspectiva. Se durante muito tempo a crenga na inexisténcia de fontes adequadas para a recuperagao da escravidao no Brasil desestimutou a pesquisa documental, hoje os estudiosos redescobrem nos arquivos ¢ cartérios os instrumentos necess4rios para 0 avan¢o do conhecimento a respeito da escravidao no Brasil. Em, “O que Rui Barbosa niio Queimou”, Slenes apresentou uma vigorosa sintese das novas perspectivas de estudo da questao°. Assim, & historiografia brasileira, neste momento, se descortina um novo universo analitico no qual temas como a organizacao do trabalho e da Estrutura e Dindmica do Antigo Sistema Colonial, Sio Paulo, CEBRAP, 1973; ¢ GORENDER, J. O Escravismo Colonial, Sio Paulo, Atica, 1978. 2 CASTRO, A. B. de. “A Economia Politica, o Capitalismo ¢ a Escravidi: Modos de Produgéo ¢ Realidade Brasileira, .org. J. R. do Amaral Lapa, Petrépolis, Vozes, 1980, pp. 67-108. 3 SLENES, R. “O Que Rui Barbosa Nio Quejmou: Novas Fontes para o Estudo da Escravidio no Século XIX,” Estudos Econémicos, Sio Paulo, 13, n® 1, 1983. 144 vida escrava, a problematica da constituicdo ¢ quebra da familia entre cativos, a gestacdo de uma cultura escrava, a questdo do liberto no mundo escravistae 0 destino da mao-de-obra liberta no periodo pés-abolic¢fo surgem como desafios a exigir 0 aprofundamento das andlises recentemente iniciadas, pif Tendéncia similar atingiu h4 algumas décadas os estudos a respeito da escravidao nas regides do Caribe ¢ Sul dos EUA, interessados sobretudo na problematica das transformagées dos séculos XVIII e XIX, resultando na produgo de trabalhos que informados por novas concepgdes tém ampliado 0 conhecimento a respeito da aboli¢ao da escravido, a formag3o do mercado de trabalho livre ¢ as possibilidades hist6ricas da formago de um campesinato local. Alguns estudos modelares - tais como o de Sidney Mintz em Caribbean Transformations, Maroon Societies de autoria coletiva,.os trabalhos de Michael Craton, a obra Between Slavery and Free Labor entre outros — questionaram problemas fundamentais referentes @ organizagfo ¢ reprodugao dos sistemas escravistas nas diferentes regides, do acesso, posse e utilizagao da terra, integrando os comportamentos escravos como agentes transformadores da realidade histérica. Ampliando 0 leque de problemas, estes estudos tornaram mais complexo o processo de superagSo da escraviddo, em suas peculiaridades hist6ricas nas diferentes regides, contribuindo mesmo para o esclarecimento da problematica social da formagao das nacionalidades. Genovese avaliando a obra Caribbean Transformations observou que Mintz, ao descobrir na vida cotidiana dos povos caribenhos — tal como eles cozinhavam, organizavam suas hortas e quintais - novas relevancias histéricas, p6de acompanhar o desenvolvimento do sistema de plantation, a emergéncia de um campesinato de libertos e as bases sociais da nacionalidade’, 4 MINTZ, S. Caribbeam Transformations, 2 ed., Baltimore, Johns Hopkins University Press, 1984; PRICE, R. (org.) Maroon-Societies 2" ed, revista € ampliada, Baltimore, Johns Hopkins University Press, 1979; CRATON, M. “Proto-Peasant Revolts? Late Slave Rebellions in the British West Indies, 1816- 1832," Past and Present, Oxford, 85, 1979, pp. 95-125 © Testing the Chains Resistance 10 Slavery in the British West Indies, Ithaca, Comell University Press, 1982; MOYA PONS, F., MORENO FRAGINALS, M. ¢ ENGERMAN, S. (orgs.). Between Slavery and Free Labor, Baltimore, Johns Hopkins University Press, 1985. 5 GENOVESE, E. “Class, Culture, and Historical Process”, Dialectical Anthropology, Amsterdi, 1, 1975, pp. 71-79. 145 Dentre a variedade de quest6es que tém chamado a atengfo dos historiadores interessados na problematica da escravidao ¢ sua superagdo no Novo Mundo, algumas tém sido ressaltadas constantemente, conotando-se como pontos centrais das discusses. Conceitos com os de resisténcia e autonomia entre escravos tém sido reiteradamente apontados como niicleos centrais para a reconstitui¢ao de uma hist6ria preocupada em reverter & perspectivas tradicionais ¢ integrar os grupos escravos ¢m seus comportamentos histéricos, como agentes efctivamente transformadores da instituigo. Baseados numa vis%o integracionista da sociedade escravista, alguns estudiosos t8m sugerido que os grupos escravos, na busca de forjar espagos de autonomia econémica, social e cultural, interagiram com o regime de trabalho a que estavam submetidos, respondendo as diferentes conjunturas com acomodagfo e resisténcia, moldando, em ultima andlise, o sistema escravista que procurava reduzi-los a meros instrumentos de producdo das Tiquezas coloniais. Em obra cldssica a respeito da escravidao no Sul dos EUA — Roll, Jordan, Roll — Genovese reconstituiu os padr6es das relagdes de dominagao, vida social ¢ trabalho dos escravos nas plantagdes do Sul dos EUA. Apontou © autor, neste trabalho, que o processo de produgSo de uma cultura escrava achava-se profundamente imbricado nas relagdes escravistas, 4 medida em que a opress4o destas relagdes foram respondidas com a constante improvisaco de mecanismos de resisténcia ¢ acomodagio. Assim, se por um lado no sc poderia falar numa vida cultural afro-americana pura ou totalmente independente do regime escravista, por outro lado, esse mesmo ponto de vista leva & consideraco dos comportamentos escravos como fatores ‘de Pressio permanente no meio sécio-econémico no qual estes achavam-se A partir deste ponto de vista, Genovese tracou um amplo painel da vida escrava, recuperande a riqueza da producdo de uma cultura oprimida em sua inesgot4vel capacidade de improvisar novas estratégias de sobrevivéncia, refazendo suas mediagdes com as classes dominantes, estabelecendo espagos de autonomia no interior do proprio sistema escravista®. Gutman’, por sua vez, buscando explorar as possibilidades de constituiggo de uma cultura escrava auténoma aquela veiculada pelos senhores, debrugou-se sobre a questo da constituicSo da familia escrava, da permanéncia dos laos de parentesco'¢ da construrSo de um senso de 6 GENOVESE, B. Rell, Jordan, Roll, The World the Slaves Made, Nova Torque, Vintage, 1974, 7 GUTMAN, H. The Balck Family in Slavery and Freedom. 1750-1925, Nova Torque, Vintage, 1976. 146 comunidade independente de escravos nas plantations do Sul dos EUA. Assim, The Black Family in Slavery and Freedom, utilizando-se das listas nominativas de algumas fazendas, da correspondéncia entre escravos e dos depoimentos de libertos contidos no Federal Writers Project reconstitui 0 Processo de formagao e sedimentag4o de um padrao de vida familiar entre escravos. Resistindo & instabilidade inerente ao sistema escravista, & constante ameaga de desagregacao ¢ ao desafio de constituir e reconstituir, a partir de padrées especificos, a organizagdo familiar destruida, a familia nuclear e os lagos de parentescos estabelecidos entre escravos tornaram-se, segundo Gutman, a base da transmissdo da experiéncia da escravidao, e o pilar sobre 0 qual assentou-se as possibilidades de gestagdo ¢ reproducdo de uma cultura escrava auténoma. O que sugere Gutman é que o historiador social defronta-se com 0 érduo trabalho de se despir das “verdades” bem sedimentadas ¢, através da revalorizagio das fontes, recuperar aquilo que se encontra além das aparéncias, debrugando-se sobre o processo histérico a partir do qual os escravos erigiram padrdes de organizagao de vida familiar e cultural préprios. m A hist6ria social no Brasil defronta-se hoje com o desafio de integrar as contribuigées oferecidas pelos avancos da historiografia da escravidiio nas Américas, aprofundando seu conhecimento a respeito dos sistema escravista nacional ¢ o papel do escravo ¢ do liberto na sociedade brasileira. Sensiveis 4 necessidade de ultrapassar as restrigdes impostas pelas andlises tradicionais, os historiadores buscam hoje desvencilhar-se de um excessivo atrelamento 2s quest5es institucionais, ao Ambito da lei como suporte da realidade e do controle social exercido pelas camadas dominantes. Cientes quanto as limitagdes impostas pela sobreposig&io de um modelo formal de realidade, concebido a partir da andlise institucional, ao fato social, em suas multivariadas manifestag6es, os historiadorcs tm concentrado seus esforgos na reconstituigo do fato social da escravidao na miriade de formas que este assumiu a0 longo da histéria. Dentre os intimeros temas que atualmente comegam a fazer parte das Ppreocupagées dos historiadores alguns, por localizarem-se no centro nervoso dos debates a respeito da construgio da autonomia escrava, tém despertado redobrado interesse. Refiro-me aqui as possibilidades de construgo de uma comunidade ¢scrava auténoma nas fazendas e do papel desempenhado pelas atividades econémicas independentes dos cativos na consecug4o da mesma. A abordagem do assunto é, sem duvida, complexa uma vez que trata-se de, no 147 apenas, historiar as atividades econdmicas informais dos cativos em sua variedade de formas ao longo do tempo, tema por si sé espinhoso, como também de utiliz4-lo como instrumento para melhor compreender os parametros da organizagio social escrava. Realizadas no tempo livre e¢ permitido, as margens da produgao principal das fazendas, a ser usufrufda estritamente pelo escravo ¢ sua familia, as atividades econémicas aut6nomas referem-se, em primeira andlise, A questo das rocas ¢ sua profunda conexSo com o desenvolvimento do pequeno comércio em torno das fazendas, vilas ¢ cidades, Porém, ainda outras atividades escravas auténomas devem ser consideradas: 0 artesanato, a pesca e coleta, a prestagao de servicos remunerados realizados dentro ou fora das fazendas, no tempo livre disponivel pelo escravo, as gratificagdes ¢ prémios embutidos no préprio regime de trabalho das fazendas, finalmente, & porque nio, os furtos e desvios da produco agricola empreendidos pelos escravos, que constantemente atormentavam a vida dos senhores®, Dado que ainda se carega, nessa 4rea, de estudos sistemticos capazes de determinar 0 peso especifico de cada uma dessas atividades no cémputo geral das fazendas 0 papel por elas desempenhado na organizacao da vida dos plantéis, faz-se necessdrio manter-se atento 4 manifestagao de formas extremamente variadas de atividades econdmicas independentes exercidas pelos escravos. Nesta direcSo, aponta o depoimento do escravo Gregorio, assassino de seu senhor Joaquim Guedes de Godoy, retirado de um processo criminal de 1871, da regiao de Campinas. Inquirido pelo juiz, afirmou 0 escravo que 0 mével do crime teria sido a “ruindade” do senhor que, além de nao prover suficientemente seus escravos, nao lhes permitia exercer nenhuma atividade econémica suplementar atraente, Assim, “perguntado se o senhor era bom, Respondeo que néio; que s6 dava uma muda de roupa por anno; que s6 dava almogo ¢ jantar ¢ isto ainda em pouca quantidade; que nao Ihes permitia plantar nem criar ¢ que prohibindo-os ultimamente de tabalhar para vizinhos thes remunerava muito mal o trabalho dos Domingos, pagando por exemplo duas patacas por bracas de volta e quatro vinténs para rebocar”®. Depreende- se do depoimento a manifesta necessidade sentida pelo escravo de manter controle pessoal sobre determinada parcela de seu proprio tempo, criando, assim, as condigdes necessérias para reter parte de sua forca de trabalho em usufruto proprio, estabelecendo seu acesso a alguma modalidade de economia monetéria, sendo a roga independente — plantar e criar — uma das possibilidades aventadas. 8 MACHADO, M. H. P. T. Crime ¢ Escraviddo. Trabalho, Lota e Resisténcia nas Lavouras Paulistas, 1830-1888, Sao Paulo, Brasiliense, 1987, esp. pp. 99-123, 9 Arquivo do Estado de Sao Paulo, Autos Crimes de Campinas, processo n° 871 ée 1871. 148 Embora a pertinéncia destas quest0es ¢ sua contribuicao para a evolug3o dos conhecimentos historiogréficos sobre a escravid3o como um todo no Brasil a problemdtica que circunda o assunto ¢ extremamente complexa. Remetendo-se a aspectos varios das diferentes formas de organizago do trabalho escravo tanto nas unidades agro-exportadoras, como nas fazendas e chécaras voltadas para a agricultura de subsisténcia e 0 abastecimento do mercado de géneros nas vilas ¢ cidades, o assunto exige do pesquisador um esforgo analitico de longo alcance. Além disso, a prevaléncia de determinados tipos de atividades independentes de escravos podem ter interferido fortemente. NO processo de desagregacao da escravidao. Assim, se algumas formas de economia complementar dos cativos, tal como o plantar e criar associado a0 Pequeno comércio, sugerem as possibilidades de formag4o de um protocam- Pesinato negro, nos termos descritos por Mintz!°, a prestacao de servicos. remunerados podem ter preparado essa mo-de-obra para a entrada no mercado de trabalho livre como proletarios rurais. O esclarecimento da dinamica das atividades econdmicas dos escravos frente a diferentes realidades locais puderam langar nova luz no processo de transigao para o trabalho livre, ‘Sao relativamente abundantes na historiografia observages sobre as atividades econémicas dos escravos no interior das fazendas. Tratadistas coloniais como Antonil!! ¢ fazendeiros reformadores no século XIX, como © Bardo do Pati do Alferes!?, registraram indiretamente atividades econémicas dos escravos sugerindo a importancia destas para o bom funcionamento das fazendas e para a minoragSo das tensdes entre senhores € escravos, Schwartz, foi um dos primeiros historiadores a se interessar pela questo. Em artigo pionciro, o autor apresentou um tratado escrito pelos escravos do Engenho Santana no qual estes enumeraram certas condigdes consideradas, pelos mesmos, necessdrias para a retomada dos trabalhos agricolas. Muitas dessas condigdes remetiam-se & questao da atividade aut6noma dos escravos bem como & concepg3o dos mesmos com relag30 a 10 Sobre o assunto ver, por exemple: MINTZ, Caribbean Transformations, op. cit. © 0 artigo do mesmo autor “Slavery and the Rise of Peasantries,” Historical Reflections, Toronto, 6, n° 1, 1979, pp. 213-242. 'T ANTONIL, A. J. Cultura e Opuléncia do Brasil por suas Drogas ¢ Minas (1711), ed, facsimilar, Recife, Imprenss da Universidade, 1969. T2WERNECK, F. P. L., (Baréo do Pati do Alferes). Memérias sobre a Fundacéo de uma Fazenda na Provincia do Rio de Janeiro, edigho original de 1847 © edicio modificada ¢ acrescida de 1878, Rio de Jeneiro e Brasilia, Fundagio Casa Rui Barbosa/Senado Federal, 1985. 149

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