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SINAIS DERISCO DE AUTISMO-EM BEBES Pe mel aes eee Letty AOS! - Autism Observational Scale for Infants (Bryson et al., 2007) (Gammer et al., 2015) + me INSTITUTO FAROL WA IN Aos pais, familiares, responsaveis e profissionais O Instituto Farol, Centro de Exceléncia e Inovacao no Tratamento do Autismo Precoce, apresenta este pequeno guia que, de maneira simples e objetiva, compila os principais sinais de risco a serem observados durante o proceso de deteccdo precoce do Transtorno do Espectro do Autismo, Este trabalho se baseia na pesquisa desenvolvida por Bryson e colaboradores (2007), da qual deriva a Autism Observation Scale for Infants (AOSI). A escala de observacdo de autismo em bebés é uma ferramenta de rastreio que vem sendo amparada pela literatura como recurso fidedigno e especializado na identificacao do TEA precoce- mente, em criangas dentro da faixa etdria dos seis a dezoito meses, tendo evidéncias de ser mais confiavel a partir dos doze meses. Rastreamento visual, desengajamento da atenco de um objeto para outro, resposta ao nome, resposta em relacio & mudanca de expressao facial, antecipacdo de rotina sensério-social, imitago, vocalizacao social, contato visual, sorriso social reciproco, coordenacao do olhar e aco, reatividade comportamental, interesse social e prazer partilhado, transig6es, controle motor, movimentos motores atipicos, comportamentos sensoriais atipicos, engajamento da atenco, persisténcia em possiveis objetos ou aspectos do ambiente, partilha de interesses com o olhar, so competéncias sinalizadas pelos estudos de Bryson e colaboradores (2007)', Bryson e Zwaigenbaum (2014)e Gammer e colaboradores (2015}*e sera descritas nas paginas a seguir. O diagnéstico precoce é a porta de entrada para a intervencSo precoce e a atencSo &s diferencas inicials presentes no desenvolvimento da populacdo geral e das criancas que configuram grupos de risco (irmos, por exemplo), podendbo ser fator decisivo no acesso ao tratamento intensivo e especializado em um perfodo étimo do desenvolvi- mento. Tal medida correlaciona-se fortemente com o bom prognéstico dos casos, € importante sempre lembrar- mos que todo diagnéstico é um norte endo um destino e, quando comecamos cedo, podemos sempre ir mais além! REFERENCIAS 1. BRYSON, SE. et al. The Autism Observation Scale for Infants: Scale Development and Reliability Data. Journal of Autism and Developmental Disorders, v.38, p. 731-738, 2007. 2. BRYSON, SE; ZWAIGENBAUM, L. Autism Observation Scale for Infants. Comprehensive Guide to Autism. 1* edigdo. New Vork: Springer, 2014. p. 298-310. 3. GAMMER, | et al. Behavioural markers for autism in infancy: scores on the Autism (Observational Scale for Infants in a prospective study of at-risk siblings. Infant Behavior & Development, v. 38, p. 107-115, 2015, Autism Observation Scale for Infants “st RASTREAMENTO VISUAL € a habilidade da crianga de seguir lateralmente com o olhar um objeto em movimento. Espera-se que a crianga seja capaz, apés sua atengao estar engajada em um objeto, de segui-lo com o olhar ao ser movimentado lateralmente, de um lado parao outro. DESENGAJAMENTO DA ATENCAO DE UM OBJETO PARA OUTRO E a habilidade da crianga de mudar a atengao de um objeto para um segundo objeto. Espera-se que a crianga seja capaz de mover seus olhos ou sua aten¢o de um objeto a outro. RESPOSTA AO NOME Capacidade da crianga de fazer contato visual com a pessoa que chamar o seu nome. Espera-se que a crianga, com urn ano, jd olhe frequentemente (de 70- 80% das vezes) quando chama- dapelonome. eae RESPOSTA EM RELACGAO A MUDANGA DE EXPRESSAO FACIAL Habilidade de responder diferentemente por meio de movi- mentos motores, de cabeca ou expressées faciais a uma mudanga na expressdo facial do adulto de uma expressdo sorridente para uma neutra. ANTECIPAGAO DE ROTINA SENSORIO-SOCIAL Habilidade de antecipar e aproveitar relacionamentos sociais de causa-efeito. As rotinas sensério-sociais sdo atividades que fazemos com a crianga sem objeto, como por exemplo a brin- cadeira de esconder o rosto . Espera-se que a crianca tenha a capacidade de comunicar 0 desejo de um novo turno de brin- cadeira. IMITAGAO Habilidade de imitar ages simples. € esperado que criancas de 6a 11 meses tenham a capacidade de reproduzir de 60 a 70% das vezes um movimento oro-facial, ou seja, movimentos de boca ou mostrar a lingua, e que criancas de 10 a 12 meses reproduzam uma acdo com um objeto, como bater na mesa com um palitinho ou dar tapinhas na bola. A Lr) VOCALIZAGAO SOCIAL Habilidade de engajar em vocalizagdes reciprocas. Espera-se que a crianga faga vocalizagées em resposta as vocalizagées do adulto. CONTATO VISUAL Capacidade de estabelecer e sustentar o contato visual. Espera-se quea crianga olhe para o adulto e mantenhao conta- tovisual, sem desviar o olhar. SORRISO SOCIAL RECIPROCO Habilidade de sorrir em resposta ao sorriso de outro. E espera- do que a crianga, ao ver o adulto sorrindo para ela, sorria em resposta. COORDENACAO DO OLHAR E ACAO Habilidade de coordenar o olhar com acao em objetos. Espera- se da crianga, ao fazer uma aco, fazer também contato visual para verificar areacao do adulto/outro. REATIVIDADE COMPORTAMENTAL. Responsividade geral, incluindo hipo e hiper reatividade para a introducao de atividades ou brinquedos e as a¢des do adulto. E esperado que a crianca tenha uma reacao adequada a oferta de novos objetos, de modo que nao seja uma reagdo apatica ou uma reacdo super excitada, acima do esperado para aidade. INTERESSE SOCIAL E PRAZER PARTILHADO. Facilidade de engajamento e interesse em atividades e habili- dade de compartilhar afetos positivos com o adulto. Espera-se que a crianga, ao sorrir por estar gostando da atividade que est realizando, olhe para 0 adulto, de forma a compartilhar a sua felicidade ou alegria com a brincadeira. Em relacéo ao interesse social, é esperado que a crianca consiga manter o interesse uma vez iniciada a interacdo na brincadeira com o adulto, sem constantemente se interessar por outros aspectos edescontinuar a brincadeira. TRANSICOES Capacidade de transitar de uma atividade para outra. Espera- se que a crianca tenha a capacidade de encerrar uma atividade e iniciar outras com outros objetos, sem haver reages como choro ou tentativa de manter os mesmos objetos para a préxi- maatividade. CONTROLE MOTOR Grau ao qual o objetivo do comportamento motor é direciona- do, organizado e modulado. Criangas com risco de autismo apresentam dificuldades na coordenag4o motora, tais como coordenar o olhar com ago motora, de modo a direcionar 0 olhar para a agdo que esté fazendo e dificuldades de coordenar ambas as mos para pegar objetos. MOVIMENTOS MOTORES ATIPICOS Presenca de comportamentos desenvolvimentais de forma atipica como marcha, locomocao, posturas/maneirismos motores, ou comportamentos motores repetitivos. Podem-se citar o flapping, quando a crianca movimenta as maos perto do. corpo, olhar para a mao fazendo movimentos repetitivos, abrir os dedos da mao, e outros movimentos com as maos que ndo- se observa em outras criangas da mesma idade e aparecem com frequéncia. COMPORTAMENTOS SENSORIAIS ATIPICOS Presenga de comportamentos do desenvolvimento sensorial de forma atipica em qualquer modalidade (ex: cheirar brinque- dos, fixagio em maos/formas/objetos, ou sentir texturas). Alguns comportamentos que podem ser citados é fixacao por luzes ou pelo reflexo da luz ou ficar olhando o ventilador girando, por uma frequéncia e intensidade maior do que o esperado paraaidade. ENGAJAMENTO DA ATENCAO Habilidade de engajar ou focar a aten¢do e o olhar em uma variedade de objetos ou eventos no ambiente. Criancas com risco de autismo apresentam dificuldade no foco atencional, ou seja, de focar e sustentar a atengao em atividades interes- santes no ambiente. PERSISTENCIA EM POSSIVEIS OBJETOS OU ASPECTOS DO AMBIENTE Presenca de interesses e comportamentos repetitivos. Isso pode se apresentar como fixacao por objetos, de forma que a crianga passa o dia inteiro com um objeto especifico e se esforca para garantir que aquele mesmo objeto seja ofertado a ela. Esses objetos podem ser avides, bonecos, entre outros. 0 esperado para essa idade é a busca por novos objetos. PARTILHA DE INTERESSES COM O OLHAR Usar o olhar para referenciar e partilhar interesse compartilha- do em um objeto ou evento com outra pessoa. O esperado é que a crianga, ao estar olhando para um objeto, faca contato visual com o adulto para verificar se ele também est olhando para seu objeto de interesse. ~ = 6 8 ; e — >. ¥ © processo do diagnéstico do autismo é desafiador, mas ¢ fundamental para direcionar a implementagdo de recursos necessérios para 0 aprendizado ocorrer. O diagnéstico precoce é um norte que é precioso e nos orienta acerca dos préximos passos possiveis para fomentar a evolucao e desenvolvimento das criancas. Todos os pequenos podem aprender! Por isso, é muito importante que pais, familiares, profissi- onais da educagao e satide, e demais pessoas que convivem com a crianga estejam atentos a estes sinais e busquem auxilio. A intervengao precoce viabiliza mudangas significativas na trajetéria de desenvolvimento dos infantes ena histéria de suas farnflias! Lembrem-se, 0 diagnéstico é um norte éndo um destino! Para outras dicas, acesse: arnt Inscreva-se Trg (re) oy or Muito Obrigado! :) (< INSTITUTO FAROL NW

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