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4 oe fF UNIVERSIDADE DE SAO PAULO FAC. DE FILOSOFIA, CIENCIAS £ LETRAS DE RIB. PRETO CENTRO DE PESQUISA EM PSICODIAGNOSTICO MANUAL PRATICO pO TESTE DE APERCEPGAO TEMATICA (T.A.T) Prof. Dr. André Jacquemin| Revisao: Prof Dr* Valéria Barbieri Erika, Tiemi Kato Okino| Fevereiro de 2003 eng SUMARIO. 4, Material 5. Aplicagdo do TAT... : 5 Forms de pico... 5.5. Preparagio do sito. 5.6, Instrugées ¢ desenvolvimento da prova.... 5.7. Problemas especiais encontrados na apicago 5.8. Investigaedo posterior aplicag. s 5.9. Registro da prova 6. Interpretagio do TAT. 6.1, Formagdo e experiéncia do psicélogo.. 63.1.1. Tema.. . 6.3.1.2, Andlise Formal. a) Atitude do sujito...... ) Adapiago ao estimulo e as is. ©) ADISt6TIa. an 63.13. 0 Heri, 6.3.1.4. As necessidades do het. 63.1.5. A conduta do her a) nivel evolutivo... ) nivel de performance... ©) C810. 63.16, Oconi. se mei ue rem inf es 63.1.7. O desfecho da histéria, 63.18. As observagts.,. 6.3.2. Andlise Vertical 63.2.1. Os temas... 63.2.2. A anilise formal, 2) atitude do sujeito. b) adapiagdo aos estimulos cas instrugbes. ©} as histéria 63.23. Os herdis 2) nivel evelutve.. b) nivel de Peron estilo 63.2.6. Os conjuntes. 63.2.7. Os desfechos. 6.3.2.8, Os comentiios.. 7. Significagdo das pranchas.... 7:1, Significagdo usuel das pranchas segundo diferentes autores. 1. HistORIcO No conjunto dos instrumentos de avaliagdo da personalidade, as técnicas projetivas do tipo aperceptivo ocupam posigdo de destaque. Elas solicitam ao sujeito que indique o significado que tem para ele uma imagem percebida, por meio da elaboragio de uma histéria a partir de estimulos mais ou menos ambiguos. Seu ponto de partida reside portanto na apercepedo, ou seja, na interpretago que 0 individuo faz. de sua percepsiio, em fuungo de suas experiéneias anteriores. Segundo MURRAY, as historias inventadas pelo examinando consistem em descrigdes levemente disfargadas de sua conduta na vida real A idéia de que as produgSes literdrias (histérias) refletem .as tendéncias psicolégicas dominantes da personalidade do aistor, de hi muito existente, foi expandida por FREUD na sua andlise do romance de JENSEN, «La gradiva, em 1907 (in ANZIEU, 1965) Contudo, antes do aparecimento do TAT, pranchas com figuras para estimular respostas verbais nos sujeitos eram utilizadas somente com o objetivo de estudar 0 desenvolvimento cognitive. Nesse contexto, BINET e SIMON (1905), a partir de sua scala métrioa de inteligéncia, distinguiram trés niveis sucessivos de desenvolvimento nas respostas das criangas: simples enumeragdo dos objetos 20s 3 anos, deseri¢zo das imagens em fungio de suas caracteristices mais evidentes aos 7 anos, compreensZo e interpretagZo completa do acontecido aos 15 anos. Em 1907, BRITTAIN pareceu antecipar, nos seus trabalhos, 0 uso clinico das técnicas aperceptivas, analisando as diferengas de historias entre meninos e meninas, Em suas conclusbes, sugeriu a existéncia de relagdes causais ¢ interagdes miituas entre a atividade fisica, a vida afetiva ¢ a imaginativa. Mesmo com esta investigago, 0 método de contar hist6rias continuou sendo usado somente para a avaliagdo da inteligéncia, Um ano depois, LIBBY, estudando a imaginagao dos adolescentes, analisou historias elaboradas a partir de uma figura sugestiva, encontrando diferencas acentuadas entre imaginagio ¢ sentimentos, mas ignorou as interpretages psicol6gices contidas nas histérias recolhidas. 4 E 0 «Social Situation Picture Test» idealizado por SCHWARTZ (1932), no contexto de um estudo sobre a delingiiéncia juvenil, que pode realmente ser considerado como 0 precursor do TAT. Elaborando oito pranchas representativas de situagdes sociais mais frequentes vividas por menores abandonedos ¢ delingiientes de 7 a 15 anos, SCHWARTZ utilizou-as para obter subsidios para a entrevista psiquidtrica © a terapia. Descreveu algumas respostas freqiientes aos quadros, baseadas em sua experiéneia com delingiientes. Observa-se entdo uma semelhanga entre os objetivos do teste de SCHWARTZ € os do TAT. Com efeito, MURRAY (1950) salienta que «o TAT é particularmente indicado como preficio a uma série de entrevistas psicoterapéuticas ou a uma breve psicanilisen, Com excego do trabalho de SCHWARTZ, 2 utilizagio clinica.do método de contar histérias a partir de figuras tinha sido quase ignorada, até que em 1935, MORGAN © MURRAY publicaram um trabalho intitulado: «A method for investigating fantasies: The Thematic Apperception Testy. Neste artigo foram apresentades.as justificatives da ‘técnica e sua relevancia para: conhecer os elementos inconscieates da personalidade. Considerando que a expressio das fantasias € um aspecto central da andlise, seria importante dispor de um método mais répido para desvendé-las. Deste modo, 0 Psicanalista estaria em melhor posigo para interpretar as relagdes dindmicas que so geralmente fragmentirias confusas no inicio do tratamento. Os autores sugeriam, ent&o, apresentar aos suj diferentes, com instrugdes de interpretar a agdo em cada uma delas, ¢ fornecer uma s uma série de imagens representando situagSes dramatices construgao imaginéria do que 2s precedeu e o seu fim. A hipétese eta que, durante a realizagio desta tarefi, o sujcito seria necessariamente obrigado a projetar algumas de suas fantasias no material, e revelaria suas necessidades mais marcantes. Esse instrumento, elaborado na clinica psicolégica da Universidade de Harvard, foi empregado num amplo projeto de estudo da natureza ¢ dos principios que dirigem 0 comportamento humano, junto com mais de vinte outras técnicas tais como a autobiografia, teste de condicionamento emocional, psicodiagndstico de Rorschach, teste de produgdes dramiticas, etc Apés a anilise dos dados de 50 universitérios masculinos de Harvard, cuje sintese foi elaborada por MURRAY (1938), concluiu-se que de todos os procedimentos utilizados 0 TAT era o mais seguro para a compreensio da personalidade nos seus 5 ——aspectos.mais intimos_Os resultados sugeriram-também-que-cle seria bastante-sitil quando. usado por analistas experientes, nos cesos em que 0 paciente no precisasse ou nfo pudesse enfrentar uma anilise completa. Nessas situagdes, o TAT forneceria a0 psicoterapeuta um conjunto de informages que poderia auxilié-lo na sua fungo de guia e ‘healer of men’ Em fungio do. sucesso alcangado. nesta investigago, :0 “TAT.” passou rapidamente do status de instrumento de pesquisa ao de diagnéstico clinico, tomando-se progressivamente um dos testes mais empregados pelos psicdlogos, tanto no plano. da pesquisa quanto no da clinica, junto como método de’ Rorschach (REYNOLDS e SUNDBERG (1976), BUROS (1978). 2. FUNDAMENTOS Do T.A.T. © TAT.€ um teste projetivo. Isso significa que a histéria contada para cada quadro é considerada como uma projeslo, isto &, como a:atribuigdo pelo sujeito de seus sentimentos, necessidades e tendéncias e pessoas ou objetos'do mundo exterior que, no caso, seriam as pranchas'. A técnica consiste simplesmente em mostrar ao sujeito uma colegio de laminas, convidando-o a contar histérias sobre elas, eriadas sob o impulso do momento. O-fato de que as historias recolhidas deste modo revelam importantes componentes da personalidade, se explica por uma comprovada inclinaglo psicolégica de que todo individuo tende a interpretar uma situagao ambigua usando como referéncia suas experiéncias passadas e necessidades do momento, Dessa mancira ele expressaria nos relatos os seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes, MILNER (1991) discutindo sobre o desenho, afirma que durante a sua exeusdo a pessoa se perde em um momento de atividade intensa, ficando confundidas a consciéncia do Eu e a do objeto. Ao final do trabalho, ela emergitia novamente para a separagio, descobrindo que hi uma nova entidede no papel. Da mesma maneira, no TAT © sujeito envolve-se na tarefa de tal modo que esquece o proprio Eu e, antes que se dé conta, teré dito, sobre um personagem imaginario, coisas que se aplicam a si mesmo e que 6 certamente hesitaria ou no poderia dizer como resposta a uma questo direta. Em geral, le termina a prova sem saber que deu ao psiodlogo uma espécie de radiografia resumida de seu Eu profundo. Em praticas interventivas que incluem o uso do TAT, essa similaridade entre os contetidos das histérias ¢ os elementos da personalidade & explorada, com 0 teste constituindo-se em um instrumento-facilitador do autoconkecimento do sujeito, ¢ muitas vezes indicador de suas fantasias de adoecimento e de cura. 3: OpyeTIVOS E Urmmane Do T.A.T. De acordo com MURRAY, 0. TAT. é um método destinado.a revelar 20 intérprote experiente certos dados fundamentais da. personslidade:: pulsbes, -emogoes, sentimentos, complexos e conflitos inconscientes, que podem ser traduzidos a partir das fantasias’expressas. Um valor particular reside no fato: de: poder: colocar-em: evidéncia tendéncias, findamentais.recalcadas, que 0 sujeito'recusa reconhecer’ ou *é:incapaz’de admitir porque s4o inconscientes, Todo estudo aprofundado da personalidade, bem como a interpretagdo de desordens do comportamento, neuroses, psicoses, tém no TAT um instrumento valioso. Sua utilizagao também é particularmente recomendada no inicio de uma série de ‘entrevistas psicoterdpicas ou de uma curta psicanilise. Rorschach e TAT dio indicagdes complementares - estrutura ¢ dinfmica de personalidade respectivamente - embora a versio temética do primeiro também fomega dados dintmicos ¢ a interpretagdo do segundo no referencial da Psicologia do Ego permita uma avaliagiio estrutural. De qualquer maneira, 0 uso combinado dos dois testes particularmente eficaz. ' Projegdo no deve ser entendida somente como mecanismo de defesa do Ego contra infludncias negatives, no sentido psicanalitico, mas inclui também elementos positives de adaptagd, expressio ¢ realizagio. 4, MATERIAL © conjunto completo do TAT compde-se do manual de avaliagdo e de 31 pranchas numeradas de | a 20. Algumas sto comuns a todos os sujeitos, outras. si particularmente apli {veis a adolescentes e/ou adultos, outras a um ou outro sexo. Os niimeros no verso indicam a ordem de apresentagao ¢ estardo:ou no acompanhados de uma letra: B, G, M ou F na versio americana, V, N, Ht ou Mina versio castelhana eR, M, He F na versio portuguesa, Boy Varén Re Repez G= Girl N=Nifla M= Moga M=Male = Hombre H= Homem F=Female M= Mujer = Feminino ‘Um nimero no seguido de letras indica que a prancha € universal e serve aos dois sexos e a todas as idades. Estas sto as pranchas 1, 2, 4, 5, 10, 11; 14, 15, 16,196 20. Os outros quadros, com niimero seguido de letras, sfio especificos: BM ou VH ou RH -rapazese adultos masculinos GF ou NM ou MF = -mogas ¢ adultos femininos Boou Vou R_ -rapazes G ou N on M_ -mogas BG ou VN ou RM -rapazes emogas M ou H ou 4H -adultos masculinos F ou M ou F _ -adultos femininos MF ou HM ou — HIF - adultos masculinos e femininos A necessidade de introduzir laminas especificas em fungdo das caracteristicas dos sujeitos foi apresentada por MURRAY em 1938; «considerou-se, ¢ a idéia foi em seguida confirmada pela experiéncia, que na maioria das pranchas, precisaria pelo menos uma pessoa (objeto evocador) com a qual 0 sui poderia se identificar. Deste modo, 8 seriernecessario uma-série separada de pranchas pare-homens-e-mulheres, assim-como-para————_———~ criangas, jovens e pessoas idosas»”. Foi na terceira edigio do TAT em 1943 que MURRAY tomou em consideragio as varidveis sexo ¢ idade elaborando pranchas especfficas para individuos adultos e jovens, masculinos e femininos. Voltou a afirmar que ua experiéncia mostrou que as histérias recothidas siio mais reveladoras ¢ a validlade das interpretagdes é maior quando a-maioria das pranchas comporta um personagem do. mesmo sexo que-o.do sujeitoy. Contudo, MORVAL (1982) afirma que algumas laminas destinadas a sujeitos de determinada idade ¢ sexo no tém o-mesmo valor no plano diagaéstico do que a sua correspondente, dirigida a outros tipos de examinandos. Além disso, SILVA (1984) assevera que: existem quadros de reconhecido valor na obten¢Zo de rico material emocional que néo.contém figuras humanas (p..ex. 11 € 19), owexibem um personagem de cada sexo, ou ainda ‘séo ambiguos quanto ao sexo dos personagens, como por exemplo, 0:3. Acrescente-se a isso que hi-uma tendéncia de 0s’ sujeitos: projetarem aspectos inaceitéveis da personelidade em personagens menos semelhantes a si mesmos, reprimido, om injcialmente no que se refere & idade e, se 0 contetido for mais intensam: ‘um her6i do outro sexo. © conjunto do material esté dividido em duas séries de 10 pranchas, sendo as figuras da segunda série propositalmente menos habituais, mais dramiticas e ambiguas que 2s da primeira, inclusive sem personagem representado (prancha 11, 16 e 19) Em média, cada série requisita uma hora de trabalho ¢ o intervalo entre as duas sessbes serd de pelo menos 24 horas, até uma semana, ‘As imagens das pranchas séo constituides por desenhos, alguns efetuados por MORGAN, fotografias, reprodugdes de quadros ou de gravuras. SILVA (1984) as classifica como referindo-se & investigacio de 6 temas especificos da personalidade: @) agressio: pranchas 12H, 13H, 15, 18RH, 18MF, b) perigo ¢ medo: 4, 10, 11, 12H, 12K, 1TMF, 17RH, 18RH, 19; ©) depressio ¢ suicidio: 3RH, 3MF, 14, 15, 17RH, 17M; “Muitas pesquisas efetuadas posteriormente dentre as quais as de MURSTEIN, nZo cotfirmaram as afirmagdes de MURRAY. O excesso de semelhanga entre 0 sujeito ¢ 0 objeto evocador em lugar de facilitar © processo projetivo o dificulta. O teste de SYMONDS, para adolescentes, é um caso tipico desta situagao, ° —~d)-relagio entre pais ¢ fillhos:- 1, ORE, OME, FRE, 7ME,10,-12H, 128, 13R,——_———- 13M; ©) Asituagao de trabalho: 1, 2, 9RES 1) sexo: 6ME, 10 ¢ IHF. [ 5. APLICAGAO DO T.A.T. © TAT destina-se a todo sujeito capax de entender.o que the € solicitado e expressar-se oralmente. Excegdo feita aos portadores de deficiéncia mental profunda e aos que apresentam sérios distirbios de linguagem, o teste pode ser aplicado a uma grande variedade de pessoas, com o objetivo de obler uma visto dinfmica da personalidade, 5.1. Formas de aplicagio a. Individual: o examinador aplica o teste s6 com o sujeito, e registra as histérias. E 2 forma mais apropriada, b. Auto-aplicagio: o sujeito se aplica.o.teste,"escrevendo as historias, E uma forma econ6mica, mas pouco confiavel. . Coletiva: auto-aplicagiio de um grupo de sujeitos que observa simultaneamente as pranchas projetadas numa tela. E a forma mais econémica, mas de menor confiebilidade, . Grupal: as histérias sto contadas ¢ inventadas em colaboregéo, numa mesma sesso, por um grupo pequeno de sujeltos. Estude-se as caracteristicas do grupo em detrimento dos aspectos individuals, De todas estas formas, sem diivida a aplicagfo individual é. a mais recomendada, sobretudo quando se trabalhe clinicamente ¢ se quer avaliar com seguranga as diversas facetas da personalidade do sujeito. As demais formas tém sua utilidade mais Particularmente no campo da pesquisa, mas induzem a falhas que podem afetar de modo decisivo os resultados. 10 5.2, Niimero de pranchas a serem aplicadas MURRAY propte 2 aplicasto das 20 pranchas do TAT, em dues sessbes, Este procedimento, considerado pouco econdmico, infelizmente é cada vez menos empregado. Com efeto, no contexto da rentabilidade econdmica na qual evolui hoje a maioriados profissionas, parece impensivel ‘gastar’ 8 a 10 horas para utilizar es 20 pranchas do.TAT xno trabalho clinico, mesmo que as informagSes diagnésticas obtidas fossem das mais ites. e vilidas. Em razo disso, alguns autores: recorrem @-uma'sétie reduzida de 8:a°10 * pranchas, apliciveis numa tia sesso Neste contexto, JACQUEMIN (1981) analisou diferentes trabalhos (WATSON, 1951, HARTMAN, 1970; NEWMARK, 1973 e IRVIN, 1971) que abordaram o problema da utilzagio do TAT reduzido. Os resultados permitiram observar uma semelhange entre as diversas propostas para 0 uso das pranchas 1, 2,3 RH/BM,'4;.6/RH/BM, 7 RE/BM e 13 HEME, que poderiam ser consideradas como sétie de base. ‘ MORVAL (1982) comenta que. BELLAK (1971) define uma série semelhante (com as respectivas adaptagBes de acordo com 0 sexo ¢ aiidade do sujeto) e considera; como ele, que tai pranchas seriam as.mais importantes em.termos de valor diagnéstico: Também, diferentemente da maioria dos pesquisadores do TAT, ele encerra a aplicagdo coma prancha 16, que revela 0 ideal do sujeto, as condigbes de vida que o fsiam feliz E certo que esta série de pranchas deve permitir um ganho substancial de tempo para 0 psicélogo, sem privé-lo de informages diagnésticas importantes. Entretanto, & preciso reconhever que sua utilizagio traz diversos problemas, © primeiro se refere 20 préprio material, que é limitado em sua composigo (situagdes com um personagem: | e 3 RH/BM; situagdes fanilares: 2, 6 RH/BM e 7 RH/BM; situagSes heterossexusis: 4 © 13 HM/ME). Embora estas situagSes sejam fundamentais para o desenvolvimento ¢ a formagdo da personalidade do individuo, outros temas importantes como @ interagdo social, por exemplo, nfo sio focalizados. ~Visando obter uma compreensdo ms signficativa do individuo, alguns autores acrescentam outras pranchas a esta série de base, Nesse sentido, BELLAK inclui todas as laminas evocadoras de conteidos vinculados a problemitica do paciente. Todavia, esse Procedimento pode produzir eftites totalmente opostos. Com eftito, o excesso de situagdo problemética pode inibir ou angustiar 0 examinando a ponto de impedi-lo de expressar suas dificuldades, ou liberi-las de maneira aguda e descontrolada, A presenga de u quadros com situagdes mais neutras, ao lado de outros mais reveladores, permitiria ao sujeito fazer uma pausa ¢ distanciar-se de seus problemas, Ei entio fundamental para 0 psicélogo ter conscigncia e, sobrenudo, conhever as diferengas de impacto que uma série reduzida de pranchas pode provocar em seu paciente, B também provivel que a maioria dos trabalhos normativos: ¢ de validagio efetuados com o materiel completo-ndo. se apliquem:.as. séries. reduzides. do. TAT. « Finalmente, -é: preciso salientar que+ a. indicagio destas » pranchas:como-:material: clinicamente mais produtivo contradiz abertamente as orientagdes de MURRAY, que considerava que as Jéminas da segunda série tinhem maior valor:projetivo. \Isso.contudo no foi, confirmado, jé que a quase totalidade-das pranchas.componentes das formas reduzidas fazem parte da primeira série, De toda mancira, se for necessério utilizar uma. redugiio do TAT, 6 preferivel empregar as liminas que foram objeto de consenso nos diferentes trabalhos a improviser ‘uma.série pessoal: delas, como ocorre habitualmente:, Muitas iconfusdes: e:contradigdes existentes no TAT tém origem nesta falta-de rigor na:utilizagao:do:teste. No plano'da investigagao cientifica, contudo, € freqlente:observar a utilizagéio: de: material diferente, parecendo evidenciar que os:pesquisadores escolhem as pranchas em fungio das hipéteses que pretendem verificar. 5.3. Nuimero de sessdes Para evitar a0 méximo a redugdo da produtividade do sujeito por cansago e a conseqiiente banalizago das historias, MURRAY recomenda aplicar o teste em duas sess6es de aproximadamente uma hora cada, Segundo RAPAPORT (1970), para os sujeitos produtivos que fornecem historias muito elaboradas, pode ser conveniente dedicar mais de duas sessSes, enquanto com outros, cujas historias so curtas, uma tinica sesso pode ser suficiente. 5.4, Tempo de aplicagio Segundo a maioria dos autores, a aplicagto das 20 pranchas nao leva mais de 90 a 120 minutos, em situagao normal. Quanto ao controle da extensio das historias, as opinides divergem. Assim, frente a historias excessivamente longas, alguns autores recomendam intervir para induzir o sujeito a conclui-las, TOMKINS (1947), por sua vez, niio limita o tempo de aplicagao. Entende que ¢s historias curtas nfo podem ser ampliadas, 2 € as que superam os 5 minutos indicados por MURRAY como tempo limite superior, devem ser por demais valiosas para serem interrompides. 5.5, Preparagio do sujeito Como para qualquer teste, 6 indispenséviel que o:sujeito fornega no TAT sua produtividade: maxima. Isso’ depende em grande: parte de.'sua_disposigio. pessoali:no ‘momento do teste, e por isso é necessirio que ele se-sinta'a vontade'durante.o.exame, € que exista um bom contato com 0 psicdlogo desde o inicio, Para facilitar esse rapport, recomenda-se que'o: TAT no seja a primeira prova a.qual o”sujeito-ser&:submetido. A entrevista de familiarizago ou a aplicagdo de téenicas:mais simples e objetivas poderio criar um clima de confianga e seguranga,. que proporcionaré condigdes adequadas 20 surgimento: de-um ‘material: que.seja. substanciel: tanto “em, termos. quantitativos como qualitativos, «Diga, por favor,'s6 08 pontos principais da situagdo presente e relate a historia». © Por divagagies “ou._vacilagdes: possibilidades (nos casos. obsessivos;por exemplo); dizer. «Decida, por favor, qual (ou quem) e.continue.com 0. ponto’ principal da histéria». Se o sujeito &. quando “ha oscilago entre varias ‘vago, .insistir para-ser mais iespecifico:. «Diga\ nfo 's6: que. o: homemy est preocupado, mas também com quem ou com’o:qué ele:se:preocupay ow «NEO 6 que o personagem perdeu algo muito valioso, mas-também que coisa valiosa ;: perdew», ©. Por conformismo superficial as instrugdes: Por. exemplo,'-o ‘sujeito: diz'na prancha I: «Um menino esta sentado com seu violino: O. que conduziu‘a'isto' fot ~ que ele j4 estudou © o desfecho seri que estudar& novamente'e pensa e sente que logo voltaré a praticam. RAPAPORT sugere que nesses casos se formule perguntas detalhades, exclusivamente baseadas nas manifestagSes do sujeito: «Porque nfo estd praticando agora?», «Como ou porque antes estava praticando?», «O que o faz pensar que praticaré novamente?», «Como se sente ante a possibilidade de continuar praticando®». ' Por hist6rias longas ou _curtas: se-os relatos nfio tém a extensio desejavel, Sugere-se dizer: «Suas histérias sdo boas, mas vamos ver se pode fazer a pr6xima um pouco mais longa (ou curta)s. ee Por rapidez ou _lentidéo: para sujeitos “que falam com excessiva rapidez, RAPAPORT repete a instrugo relativa ao tempo. Se o sujeito insiste (por ansiedade ou agresso ao examinador), ele 1é em voz alta o que est registrando € com isto controla a tendéncia a correr do examinando. Aos sujeitos lentos ou Vacilantes, estimula: «Bem... 0 que esta pensando?». 18 * Esclarecimento da histéria Considera-se que a investigagéo permanente a respeito de cada historia que sujeito acaba de contar € muito valiosa, sobretudo quando o examinador jé tem prética ‘com o material e sabe o que perguntar. RAPAPORT procura esclarever qualquer ponto obscuro (falta de clareza perceptual, verbal e de significado das historias) e obter material adicional util, forpando o examinando.a se adequar as instrugbes, ou. indicando-quais: partes das pranchas nao foram vistas, ou vistas mas nao utilizadas por ele. Finalmente MIRA (1954), ao final de cada historia. solicita que 0 sujeito tribua um titulo que a caracterize. 58. Investigagéio posterior & aplicagio : Quando 0 sujeito acaba de contar as historias, realiza-se a investigagko final que pode ser feita no.momento ou alguns dias. depois, de, acordo:comas’circunstancias..B ... bastante itil conhecer as origens das diversas historias para-interpretar.os dados. Pode-se obter- essas:fontes investigando diretamente:.o' sujeito. Nesse'caso ‘0° examinador)-apos' is. 9 <8 recordar-lhe o-enredo de. cada historia. (ou efetuar sia: loitura),encoraja-o: a falar livremente. Desse modo o-sujeito é incitado-a'lembrar da geese de suas idéias'é'sey em cada conto, 0 tema proviria da propria-experiéncia, da exporiéncia de amigos ow familiares, de leituras que fez ou de filmes que viu. Obtém-se assim dados adicionais valiosos para a interpretago e confirmagao do diagnéstico, entre 08 quais a verificagao de influéncias, nos resultados, “de situagSes imediatamente ‘vividas pelo sujeito. Embora MURRAY sugira realizar 0 inquérito logo apés o relato de cada estéria, & mais conveniente que isso seja feito depois que o teste tenha’sido finalizado, @ fim de nio induzir 0 sujeito a procurar fontes (filmes, livros) para contar as estérias seguintes. Nido obstante, hi diferentes modos de realizar o inquérito, segundo propostas de. varios autores:, TOMKINS, “bem como LASAGA. sugerem. efetyéclo. interpretag&o das estorias ¢ através de.um planejamento cuidadoso das ipedantasy ‘STEIN. = pos. solicita que 0 sujeito escolha as pranchas de que gostou mais e menos, e explora suas reagbes frente aos quadros em que ocorreram omisses e distorgSes; por sua vez, BELLAK aproveita essa oportunidade para obter associagdes livres do examinando. 19 5.9, Registro da prova Na interpretagto do TAT, considera-se nao s6 as historias contadas mas também @ conduta do sujeito durante a prova, que deve ser registrada de modo completo e fiel: Ha quatro registros principais que deverdo ser feitos pelo examinador: Registro das histérias: 0 procedimento habitual é o manuscrito; Escreve-se a histéria-tal como:o sujeito ‘a contou, respeitando-se os erros, de: palavras, as. particularidades. de construgo, os lapsos. Recorre-se geralmente a um sistemaide escrita abreviada, Esse processo & cansativo,: mas adequado para qualquer tipo de:examinando, Podem ‘ser empregados outros métodos como a presenga de um taquigrafo ou de um gravador, mas 0 uso desses “expedientes deve ser-revelado e- autorizado pelo individuo, Estes procedimentos permitem o recothimento, integral. do. comportamento-verbal. do: sujeito,. mas podem induzir defesas, seja inibigao, seja exibicionismo verbal.” Além: disso, a transcrigio das historias, necesséria para e posterior anélise, ¢ demorada‘e custosa, Registro do tempo: registra-se com um. cronémetro 0 tempo de'laténcia (tempo:gasto pelo sujeito pare iniciar sua histéria) e 0 tempo. total (desde'aapresentapo da pranchayaté © final da. histéria). Essas: anotagies.‘permitirao, -posteriormerite, “avaliar20 -impacto ‘emocional de cada prancha no sujeito. Registro da_conduta_do_sujeito: as manifestagdes comportamentais (tiques, risos, gestos, tom inabitual da voz, desejo de fumar, andar, etc.) do sujeito durante a aplicagzio do teste sto anotadas entre parénteses. Registro da intervencées do psicdlogo: todos os comentirios do examinador, quando ocorrem, so anotados entre colchetes. 6. INTERPRETACAO DO T.A.T. 6.1. Formagio ¢ experiéncia do psicdlogo Além de uma aptidao natural para a tarefa,’um intérprete.do TAT deve possuir uma base. de experiéncia: clinica, aliada & capacidade de .observagdo. A formaggo psicanalitica, som divida, the permitiré aprofiundar-se na interpretago dos resultados, Fundamentalmente, & necessétio o treino-relativamente longo na anélise de historias, em. entrevistas, em aplicagdes de testes de todos os. tipos, valiado. 20 conhecimento de:Psicopatologia. Convém lemibrar-sempre que as;histérias do TAT oferecem inimeras oportunidades para a projegdo dos complexos ou das teorias favorites do proprio intérprete inexperiente, E de MURRAY a afirmago de que: «O futuro do TAT depende mais: do aperfeioamento. do intérprete (esse: instrumento -esquecido vda psicologia). do que do aperfeigoamento.do seu material, Essavassertiva, extensiva a todo ovtraballio de Psicodiagnéstico, &.compativel:com a observagao:de CUNHA (1986) de que o instrumento principal: desse trabalho no: 6.0: teste :psicol6gico, ‘mas 0 proprio profissional 6.2. O sujeito: dados bisicos necessérios Antes de comegar a interpretagdo do TAT, o psicélogo deve conhecer sobre o sujeito: idade, sexo, profisséo, estado civil, se os pais esto vivos, mortos ou separados, ¢ © ntimero, idade e sexo dos irméos. Tais elementos sdo “fatos piblicos’ que o TAT nao revelard pois nko foi projetado ara isto, ¢ sem eles o psicélogo tera dificuldades para se orientar na anélise das historias. O psicélogo justificaré esta investigagao dizendo que est estudando os fatores que influem na elaboragao dos enredos, ou dard qualquer outra explicagao plausivel que assegure uma atitude de colaboragéo do sujeito. 6.3. Anilise do TAT Como apontado anteriormente, MURRAY parte da hipotese de que as histérias ctiadas pelo sujeito constituem descrigdes disfargadas de sua prépria conduta na vida real As pranchas do TAT exibem uma série de situages sociais ¢ de relagdes interpessoais, sendo que em lugar de reagir a pessoas e circunstancias reais, o sujeito a responde a personageris represemtados pelas imagens, Menos constrangido pelas normas sociais ¢ pela realidade extema, j& que a responsabilidade por seus atos e atitudes lhe foi artificialmente retirada, ele retratara melhor seus sentimentos profuundos. A despeito disso, também podem existir as chamadas histories. «clichés» que consistem em. expressBes somente daquilo que € mais ébyio nas pranchas,- sem_2 comunicago, de: ‘contetidos ideacionais essenciais’. © ponto bisico de MURRAY é que em cada histéria; hévum personagem principal ~ ocherdi- com quem o sujeito se identifica e através do qual projeta suas necessidades. ‘Os demais personagens ou elementos envolvidos ino. enredo, constituem forgas do: m familiar ou social com as quais'0 sujeito se refaciona.e softe pressbes, que lhe possibilitam ou niio satisfazer suas necessidades. MURRAY prope para o protocolo'do TAT-uma anélise formal nical, seguida de uma anilise de contetido que ‘foi bastante. desenvolvida » por’ele.“Tais” principios fundamentais, foram conservados. pela’ minoria.dos seus »seguidores,, cada’ um, deles introduzindo complementos -20-sistema : interpretativo “original, “ou vcriando: outros inteiramente ‘novos.: Citam-se como. principais ‘entre eles'“0s sistemas ide’ TOMKINS (1947), PIOTROWSKI. (1950), CORMAN (1974) BELLAK' (1975): ? ‘Na Franga, OMBREDANE (1969) elaborou uma sintese dos trabalhos de MURRAY e TOMKINS, que foi retomada e ampliada por ANZIEU (1970), e Posteriormente sistematizada por MORVAL (1977). Seré este esquema de exame que desenvolveremos para a anélise do TAT. Trés etapas estdo presente neste sistema interpretativo uma andlise horizontal, prancha por prancha, segundo uma série de categorias avaliativas, uma anilise vertical, constituida pela sintese dos resultados de eada categoria avaliada anteriormente, uma sintese geral que-retine em um todo coerente’os dados obtidos nas duas anilises anteriores, nesta ctapa o TAT complementa o Rorschach, revelando a origem dos problemas nio resolvidos do sujeito na sua histéria de vida, bem como 0 seu grau de adaptagao as diversas situagGes interindividuais. MORVAL (1982) compreende a interpretagio do TAT como sendo fiandamentalmente a pesquisa de uma série de sinais, cujo sentido deve ser descoberto. 2 Dessa maneira concebe trés tempos distintos na avaliagiio do teste. O primeiro deles consistitia na investigaso de sinais propriamente dita e corresponderia a andlise horizontal. A partir dela, 0 segundo momento, relativo & andlise vertical, implicaria na organizacio e interpretagio desses sinais em termos de uma significagio manifesta. Finalmente, o tereeiro passo refere-se & busca do sentido latente:dos dados anteriores, que culminaré na emissio de uma hipétese interpretativa, 0, que‘constitui a: interpretago'do teste no sentido estrito do termo. De acordo com ele, «Se a passagem dos-sinsis 20. ‘significado: explicito-pode ‘se:-basear sobre dados empiricos apurados da observagio, a hipétese interpretativa depende da teoria que sustenta a interpretagiio.»? ‘A etapa relativa a interpretagio sera aqui realizada sob. luz da Psicologia do Ego: 6.3.1, Anilise Horizontal Como apontado anteriormente, esta fase da. andlise € constituide -essencialmente pela procura-de’sinais,. segundo um procediiniento 'sistemético.’ A’ medida que unt sinal! aparece muitas vezes, ou desde que” varios deles: caminhem no mesmo sentido (convergéncia de indicios), pode-se supor que se trata de algo importante pera o sujelto, © ‘que tem validade clinica. Neste levantamento, 8 categorias avaliativas so consideradas: 63.1.1. Tema Analisar o tema consiste em fazer um resumo da histotia, dando a idéia principal do enredo. © resumo deve ser centrado sobre © heréi e orientado para o desfecho, Permitindo perceber 0 problema que 0 sujeito se coloca face & situagZo apresentada, Algumas vezes nilo é simples resumir a historia, seja porque as tramas se misturam ‘0 porque falta elaboragdo, ocorrendo simples descrigdes. Tais aspeotos serio anotadés ois, no primeiro caso, os varios temas podem provir de um conflito existente no sujeito, um tema servindo para negar outro, ou hesitag#o em assumir um comportamento {atividade versus passividade, por exemplo). Pode ainda ocorrer a elaborago por etapas de um tema mais importante, os outros sendo secundérios em relagio a ele, Nesses casos B deve-se anotar e mumerar cada um deles e prosseguir a andlise em sua fungdo. Ja as simples descrigdes podem revelar bloqueio éo sujeito face a um ou mais temas evocados por pranchas especificas, indicando problemas na area ou, se isto se produz de modo sistomético, falta de cooperagio do sujeito'na prove. 6.3.1.2. Aniilise formal Esta categoria. permite verificar como 0 sujeito se adapta .¢ ‘funciona‘na realidade, apesar: de suas: dificuldades. Nesse sentido;:fornece indicagbes’-importantes ~ sobre o grau de integridade de varias fungdes do ego. Trés aspectos sio-considerados: a) Atitude do sujeito Em especial,-se analisa 0 grau de cooperagdo que’pode:se, manifestar: por uma recusa a prancha, notas criticas.ao material, comentétios.de'cardter estético, tendéncias as descrigdes mais que as interpretagdes, ou ao contrério, por'uma grande fluidez. verbal e facilidade de elaboragdo das histérias. Alguns: sujeitos. biscam se. valorizar -utilizando uma: linguagem . rebuscada, falsamente erudita; outros esto cheios de hesitagSes.ou-até de ansiedadé ((tijues, gestos nervosos), © hé os que depreciam suas produgdes, buseam ajuda e aprovagio do examinador. E importante anotar o tempo de laténcia, os siléncios e as intervengdes do examinador, dados que indicam as reagdes do individuo & situag2o, ao psicdlogo ou a uma prancha em particular (agressividade, dependéncia, choque afetivo) b) Adaptacio 20 estimulo e as instmuedes sujeito pode perceber corretamente a imagem, omitir detalhes importantes, transformar ou adicionar outros, comportamentos que datdo indicios sobre sua percepgiio da realidede. As distorgdes © os esquecimentos podem corresponder ‘a uma dindmica especifica que o impede de perceber adequadamente certas situag3es ansiogénicas ou traumatizantes. A omissio do revélver em 3RH/BM ou da mulher em segundo plano em 4, © ver um personagem femninino eur 3RH/BM sio relativamente freqientes, sendo considerados sinais menos significativos do que outros. * «Si le passage des signes au signifig explicite peut se haser sur les données empiriques de I'cbservation, oa “Adicionar pessoas-ox- objetos especitivos pode imdicar que se trate de etemento importantes na vida do sujeito, a ponto de Ihe virem espontaneamente & lembranga. Quanto & instruglo, cada historia deveria conter um passado, um presente ¢'um futuro. E importante verificar se 0 sujeito incluiu esses trés momentos.no relato'e em.que cordem, e se isso ocorreu de modo espontineo ou quando interrogado pelo examinador..» ©) A historia Trata-se da cleboracdo e,da-estrutura das ‘hist6rias:. Anslisa-se: a-coerénciay:a clareza, a légica, a auséncia de uma fase,.os lapsos, a imaginagao, a riqueza dos-detalhes, © estilo, 0 vocabulério, a corrego verbal, o tamanho das frases, etc. Tais elementos informam sobre o funcionamento da. inteligéacia, a capacidade de anilise © de sintese, as aptidges artisticas ou literdrias, a facilidade de expressto, o-nivel sécio-cultural Se as alteragdes. do” pensamento” ocorrem ‘somente vem .certos »momentes, .é importante anotar o que as provocou. 6.3.1.3. O herdi © herdi é © personagem principal.da histéria, estando ou no representado na prancha. Nao se trata necessariamente da figura central do quadro, mes daquela em fingdo da qua! o problema existe e os acontecimentos se organizam. Trata-se freqientemente de um personagem do mesmo sexo, idade e situago que a do sujeito. Algumas vezes a descoberta do heréi é dificil, e alguns critérios podem ajudar a determiné-lo, Ele tende a ser: © o primeiro personagem evocado; © © personagem no qual o narrador esta mais interessado, descrevendo com mais detathes suas ages e sentimentos, ¢ muitas vezes adotando seus pontos de vista; * * -aquele que ocupa o papel central no desenvolvimento da ago dramética; © aquele ao qual o desfecho se aplica, ’hypothése interpretative dépend quant elle dela théorie qui sous-tend linterprétation.» (p. 22) 25 surgem_dol is-herbi istéri_podendo-representar tendéncias opostes, mal integradas ou conflitivas do individuo. Eventualmente a prancha SMF favorece esse tipo de projegio, Em casos raros pode nfo haver heréi, 0 que sugere um problema de identificagto. Outra possibilidade é a de que a identificagio ido examinando mude 20 longo da historia e aparega ume série de. herdis, Ainda, hé’sujeitos que.contam uma histéria que contém outra (es.pranchas 7M ¢.8RH( propiciam essa situagao) e; nesses casos, devem ser distinguidos um herdi primario e umsecundatio..-» Parte importante da andlise é constituida pele descrigdo.dos atributos'do heréi, isto, 6, das condigdes favordveis ow desfavordveis que © cercam:quando o:problema ocorre; assim como daquelas que the sio atribuidas no fim da historia. Obtém-se deste modo, uma idéia da auto-imagem atual (presente) ¢ ideal (fatura) Segundo OMBREDANE (1969); 0g atributos “conféridos’.a0: herbi :podem:ser ositivos ou negativos.em termos energéticos (forte; fraco), téenicos (dotado.ou nfo para a. masica),. s6cio-econdmicos; (rico, pobre), afetivos (Feliz, triste) -e-fisicos: (bonito, ~enfermo), susceptiveis de informar sobre:a imagem corporal: vivenciada ow desejada pelo 6.3.1.4. As necessidades do heréi MURRAY define necessidade como uma espécie de forga que determina, em um organismo, certo efeito ou tendéncia. Identificar as necessidades do herdi, o que motiva a sua agdo em cada historia, ¢ tarefa primordial na andlise de contet:do e cercada de relativa complexidade, porque nem sempre cles se encontram claramente expressas. As vezes, elas sto precedidas pelos verbos adesejar, querer...», mas geralmente precisam ser inferidas a partir das ages, das condutas manifestas que tendem para um objetivo determinado, Nesse caso, tratam-se de comportamentos motivados, mais conscientes, que correspondem provavelmente as necessidades “teconhecidas” pelo sujeito. A tarefa se complica com as tendéncias mais inconscientes, que podem se revelar Por acontecimentos também organizados numa mesma diregio, és vezes oposta aquela do herdi, Assim, a historia de uma moga que quer reencontrar seu pai mas enfrenta ‘numerosos obstéculos, pode significar uma necessidade de ser castigada por esse desejo, Algumas necessidades podem ser deduzidas dos elementos acrescidos ou esquecidos, ¢ das emoges expressas nas historias E necessario lembrar que as necessidades do herdi podem ser as do sujeito, mas primeira vista sio somente imaginadas por ele, Um dos problemas do TAT esta exatamente na relagZo entre as necessidades indicadas no teste € 0 comportamento manifesto do sujeito. Em outras palavras, as necessidades de agressio, realizagdo, etc., expressas no teste pertencem ao mundo da fantasia ou poderiam manifestar-se também na realidade? Inspirando-se nos trabalhos de MURRAY e nas contribuigdes de varios autores, BERNSTEIN (1964) prop6s uma ampla lista de necessidades (Anexo 1). MORVAL (1977) considera essa lista stil, mas prefere nfo resumir assim 0 que foi expresso pelo sujeito. Além disso, anota as necessidades mais sob 2 forma de verbos do que de substantivos, 0 que permite melhor aprender o aspecto dinémico da histéria. Assim, a © 8 forma passiva de ser necessidade de afiliagao pode corresponder A forma ativa de amar amado, 0 que implica em interpretagées diferentes. E também importante observar com quem ou com o qué se relaciona a nocessidade, isto é, 03 personagens ou objetos significativos para o herdi, ento provavelmente para o sujeito: necessidade de ser amado por uma figura materna, por exemplo Pode-se. ter varias necessidades na mesma histéria, ocorrendo conflites ou subordinagéo de umas as outras. Nesse tltimo caso é importante determinar a hierarquia, delas ¢ procurar a necessidade dominante, que néo € necessariamente a mais evidente Uma necessidade manifesta pode esconder outra menos consciente, que constitui 0 impulsionador da conduta, Assim, por exemplo, uma necessidade de visjar pode esconder outra mais profunda de fugir ou evitar uma situagao dificil. 6.3.1.5. A conduta do her6i As condutas referem-se aos meios empregados pelo heréi pare satisfazer sua ou suas necessidades. Para o estudo desta categoria, OMBREDANE distingulu, para serem avaliados, 0s niveis ¢ 0 estilo dos comportamentos. 4) Nivel evolutivo: diz respeito a0 grau de socializacio das condutas, que podem ser classificadas em: 7 ~ Condutas instintivas o& primitives: so \aquelas que nto exigem aprendizagem social, tais como comer, beber, dormir, sir, chorar, bater, etc.. No so necessariamente anti-sociais, Se elas forem muito freqientes ¢ 27 importantes em um protocolo, pode-se inferir certo infantilismo ou regressio a um modo mais primitive de reagao, sendo necessario descobrir as causas. - Condutas de aprendizagem social: sio as demais condutas. Indicam o grau de controle do sujeito sobre suas manifestagSes instintivas, Os dois tipos de condutas podem ocorrer em-um’ mesmo protocolo, sendo interessante analisar’ a seqiéncia em que se sucedem, que é especialmente reveladora, b).. Nivel de performance: considera-se a organizagao:e a eficdcia des condutas para atingir 0 objetivo. Classificam-se em 5 categorias: ~ Condiutas afetivas: sto reages imediatas associadas as emogSes e sentimentos provocados pelo acontecimento. Esto ligadas as condutas instintivas, edevemser ultrapassadas para permitir uma agio eficaz, Podem ter'duas tonalidades, euforicas © ou disféricas. Aqui também so inclufdas as condutas.de ansiedade e.culpabilidade: ~ Condutas suspensivas: implicam na interrupgdo do:comportamento.e'na espera do que vai acontecer. Sio indicadas —pelos verbos: ‘esperar’; ‘ouvir’,”‘duvidar’, ‘suspeitar’, ‘sonhar’ (sem objeto); ét. - ~ Condutas preparatérias: agrapam as condutas diretamente orientadas para a realizagdo da nevessidade, mas nfo implicam necessariamente em sua satisfagdo. Podem apresentar-se numa modalidade intransitive, implicando em uma reflexto sobre os meios a empregar, ou transitiva, colocando esses meios em agéo. ~ Condictas consumativas: aquelas que realizam a satisfago da necessidade e so freqientemente dadas no desfecho da historia. ~ Coniutas ficticias: quando a satisfagio da necessidade € quase impossivel em atos, o heréi pode realizé-la em pensamento ou de modo magico no sonho ou até no delirio. Trata-se de uma ago imaginiria: ‘ele se vé tocando numa grande orquestra’ (prancha 1) A ordem normal das condutas é: condutas preparat6rias-consumativas, eventualmente precedidas pelas afetivas e/ou suspensivas, Esta sequiéncia indica em que medida o sujeito é capaz de utilizar os meios para aleangar seus objetivos, sem se deixar submergir ou paralisar pela afetividade. 28 ©) Q.estilo: 6 constituido pelas diversas caracteristicas que se pode atribuir as condutas. Considera-se diversas direpdes que nfo esto necessariamente presentes em todas as atividades: - Iniciativa-passividade: 0 her6i participa ativamente pare alcangar 0 objetivo ou se deixa dirigir pelos acontecimentos? Espera que alguém atue no seu lugar? - Jimputsividade-controle:-o heréi é capaz de dominar sua.impulsividade ede controlar sua conduta? ~ Forga-fraqueza: a condute se caracteriza pela forpa ou pela fraqueze? ~ Coorilenagito-descoordenagtio: em que medida as diferentes agdes do herdi sio organizadas para alcangar seu objetivo? ~ Tenacidade-labitidade: frente a0, obstéculo, .o-heréi:abandona, relexa, seu cesforgo ou persiste em su2 idéia a qualquer custo? - Plasticidade-rigidez: frente a um obsticulo, o herbi é capazide adaptar sua conduta, modificé-la, para atingir seu objetivo? 6.3.1.6. O -conjunto- ow’ as forgas do ‘nieio’ que exercem influéncia sobre o heréi Sto deduzidas a partir das agdes e das emogdes dos outros personagens que cercam 0 herdi. E 0 contexto fisico social em que vive o herdi, e do qual & preciso conhecer as caracteristicas e 0 papel que desemperiha na historia, © Contexto fisico: pode ser um acontecimento especifico (guerra, divércio, tempestade) ou um objeto particular (revélver, violio) cuja presenga ou falta constitui um obstéculo ou favorece a ago do herdi. Pode-se assim obter a percepgo que 0 sujeito tem do mundo exterior. * Contexto social: constituido pelos personagens que cercam 0 herdi, Seré importante verificar se consistem em figuras parentais, companheiros do mesmo* —~"* ou do outro sexo, irmios ou parentes, como stio descritos, que relagdes o herdi estabelece com eles ¢ que ago eles exercem sobre o herbi MURRAY apresenta a seguinte lista de agbes ou pressdes que 0 contexto pode exercer sobre o heréi 29 1. Afiliagdio © Afliagdo familiar © Afiliagao social * Afiliagdo sexual 2. Agresstio © Agresséo: verbal e/ou emocional © Agressio fisica social © Agressio fisica anti-social * Agressio /destruigdo de propriedade 3. Domindncia * Dominancia proibitiva © Dominincia coercitiva ® Dominancia indutora ou sedutora 4. Protegiio * Protegiio exercida © Protegiio reclamada Rejeigéo Perigo Fisica Naw Perda ou falta de alguma coisa necesséria ao heréi 6.3:1.7. O desfecho da histéria Aqui analisa-se 0 modo como termina a histéria, a conclusio que é dada em relagdo a uma determinada motivaggo revelada pelo her6i. O desfecho mostraré em que medida as necessidades sto ou nfo satisfeitas Pode ocorrer que o desfecho se dé por ago voluntiria do herdi ou por agéo do ambiente (ago involuntirie do herdi). Seré preciso verificar também a sua natureza: conforme a motivagao do herdi: sucesso. A necessidade se realiza de modo satisfatério, mesmo que tenham ocorrido obstaculos no caminho. @ contrério_§_motivaciio do_herdi: fracasso. Néo hé satisfagio da ou das necessidades. 30 Observe-se que 0 sucesso ¢ 0 fracasso podem ser voluntarios ou involuntirios, totais ou parciais Além disso, pode ocorrer: HI desfecho ambivalente: sucesso ¢ fracasso 20 mesmo tempo, e nenhuma necessidade sendo plenamente satisfeita; Hi _desfechorprovivel ou-indeciso: © sujeito nfio-indica:claramente qual: serd:o desfecho (‘pode ser que..., ‘talvez..”); Mi desfechos contraditérios: 0 sujeito.ndio consegue, se decidir, por um desfecho & apresenta dois ou mais sucessivamente; ausSncia de desfecho: de maneira deliberada o sujeito evita falar do futuro, do que vai acontecer, ou entio faltam elementos para esclarecer 0 desfecho. 6.3.1.8, As observagdes ‘Neste ponto sera anotado todo aspecto relevante de cada historia que no pode'se ceneaixar: nas. outras categorias de. anélise, ,Também. so ‘incluidas.as-reflextes, sugeridas, + pela historia: Os dados dessa categoria podem constituir-se no ponto'de partida:para uma anilise mais. profunda,. psicanalitica‘ por ‘@xemplo,? fomevendio’ informagbes “sobre’’a corganizaglio © psicodinémica da personalidade, especificamente concementes aos mecanismos de defesa, ansiedades, severidade do superego e integridade das fungdes do ego. 63.2. Anilise Vertical Na analise horizontal, fez-se o levantamento de uma série de sinais nas diferentes categorias ayaliativas, A andlise vertical consiste om agrupar esses sinais, coluna por coluna, para analisé-los em termos de fieqiiéncia, intensidade, qualidade, convergéncia, tentando assim encontrar 0 seu significado. Essa passagem do sinal a0 significado explicito corresponde.a uma sintese parcial de cada categoria, servindo posteriormente & elaboragio da sintese geral do teste. Portanto, a andlise vertical trata-se da. eleboragao dos denominadores comuns e da integragio dos dados das historias, permitindo o estabelecimento de generalizagSes coerentes. 6.3.2.1. Os temas 31 © levantamento dos diferentes temas, assim como a sua freqiéncia de ocorréncia, permite entrever a problemética do sujeito. A andlise seqiiencial, isto é, o estudo do encadeamento dos temas complementa esta informagdo, mostrando como:'se cfetiva sua sucessdo, se eles seguem uma ordem progressiva ou: regressiva, ou se. reaparecem de modo efclico, Pode acontecer que'eles sigam’ uma’ progresséo. dramética para chegar a um-tema culminante, 0 nédulo da. problemética,:com:‘os. séguintes apresentando-se com menor grau de ansiedade ou sendo \completamente:inibidos. Essa anilise seqiiencial pode: informar sobre as ‘reagdes “do. sujeito’ frente. as situagdes ansiogénicas que vive, também sobre a sua evolugdo em uma possivel psicoterapia 6.3.2.2. A anilise formal a) Atitude do sujeito: Obtém-se aqui indicagdes sobre 0 modo.como o sujeito.reage & uma situagdio nova a'uma tarefa imposta, Seus comentirios e.expressbes verbais:permitem deduzir o-seu: nivel de auto-confianga, sue relativa autonomia, necessidade de encorajamento, ete. Avanilise seqitencial é também bastante interessante: uma pessolinibida no inicio, pode. tornar-se, progressivamente segura; outa, bem controlada. pode: deixar transparecer sua hostilidade no decorrer da prova. Quando ocorre choque numa pranche, é possivel verificar se o sujeito é capaz de se controlar e nifo se deixar invadir pela emotividade, seja durante a propria historia, seja nas posteriores. E sempre importante averiguar em que estimulo e situac&o especifica se produzo choque, o que informa sobre a natureza das angiisias do sujeito. +b) Adaptacdo ao estimulo ¢ As instruces: A percepeo correta do conjunto das pranchas é sinal de uma percepgao adequada da realidade, Qualquer distorgo, esquecimento ou aeréscimo de elementos provém Provavelmente de uma dindmica interna do sujelto, que o leva a nfo perceber corretamente @ realidade ou a moldi-le segundo seus desejos ¢ medos. E evidente que estes sinais tomam-se significativos desde que ocorram com freqiiéncia. A obedincia as instrugdes permite levantar hipéteses a respeito da ‘vivéncia temporal’ do sujeito, A sequéncia normal supde a presenea de trés movimentos: passado, presente ¢ futuro. O esquecimento sistemético de um deles é sem duivida significativo: um 32 sujeito pode se negar a pensar num passado traumatizante e insistir somente no presente ¢ no futuro; outro, ao contrétio, teme o futuro e volta-se com nostalgia para o passado. A idade do sujeito, entretanto, exerce certa influéncia sobre esse aspecto. 'Os jovens tendem a negligenciar o passado para aproveitar-se do: presente e-eventualmente: preparar o futuro, enquanto as pessoas idosas contam mais freqiientemente’histérias.no pasado. Av-seqiéncia dos. trés: momentos também deve ser:analisada. Alguns: sujeitos fornecem o presente.e-o futuro ¢ depois. voltam 20 pasado. Outros ‘conta historias totalmente confusas quanto & evolugio temporal, Trata-se'de um elemento importante de anilise, visto que a nogdo de tempo é muito sensivel as crises ¢ deformagoes patologicas. Constitui ento um bom indice do nivel de adaptagao do sujeito. ©) Ashistérias: vie A. elaborapao: ea. estruturagaio. das; historias :fornecem .indicagses. sobres0 fincionamento do pensamento e'da inteligéncia do sujeito. Entretanto, esses aspectos.sio. muito influencidveis. pelo impacto emocional do estimuld e,pelo-nivel 'sécio-caltaralsdo, examinando.-.Nesse; contexto, embora essa. anilise fornega velemnentos ‘razoavelmente seguros para afastar suspeitas de comprometimentos cognitivos, concluir pela existéncia de déficit intelectual com base em seus indicadores é bastante arriscado. Nesses casos 0 TAT funciona apenas como um sinalizador grosseiro, e hd necessidade de buscar confirmagao da hipétese através da aplicagdo de instrumentos destinados & avaliagto especifica da inteligéncia Por outro lado, se a suspeite € de inibiggo intelectual ocasionada por problemética afetiva, & importante observar a natureza das dificuldades que ocorrem, 0 que as suscita e quando surgem, Assim, com os devidos cuidados, essa andlise revela-se um bom indicador do funcionamento intelectual patol6gico, visto que 0 processo de pensamento é freqiientemente alterado nessas situagBes. SILVA (1984) sustenta que na anilise formal deve-se conferir especial atengao 8 disparidade entre o sentimento € a ago do heréi, ¢ & presenga de elementos bizarros, que podem ser sinais de desorientago mental. As tendéncias maniaco-depressivas ou obsessivo-compulsivas também sio facilmente identificaveis 63.23. Os heréi O estudo do conjunto dos herdis fornece indicagSes sobre as identificagdes sexuais do sujeito (em Fungo do sexo atribuido 4 maioria dos protagonistas) e sobre o seu status (segundo a idade, papel ¢ a ccupagio deles). E necessitio levar em consideragio, nesta anélise, que varios'tipos de projegio podem ocorrer, ¢ identificar, quando possivel, se o heréi representa uma auto-imegem real ou ideal mais completa do sujeito (projego especular), ouapenas de-uma:parte quevele considera inaceitavel (projegao catértica). B possivel ainde.que.ocorra:a chamada:projegao complementar; em que-0 individuo atribui a outrem (no caso :a0s:demais-personagens:da historia) a responsabilidade por suas agdes (ou pelas do herd). Acontece, as vezes, que o sujeito se envolve tanto nas histérias que chega a conté- las na primeira pessoa. Isso indica uma falta de distanciamento‘em relagdo aovestimulo; um tipo de* indiferenciago -entre © “eu’e 0:“nfio. eu’. Bastante snormal/:no, jovem, “este comportamento pode ser sinal da adaptagdo ‘prejudicada no adulto: De qualquer maneiea,, antes de uma conclusio dessa:natureza; é necessério Jembrar’ que.a:propria aplicagao, de: técnicas projetivas promove a ocorréncia.de fendmenos regressivos; passiveis de provocar essa situagao. A sintese dos atributos dos herdis (reais ou desejados); assim como 2 andlise seqtiencial dos mesmos, permitem levantar hipéteses sobre a evoluco da auto-imagem do sujeito, numa diregdo progressive ou regressiva. A distincia entre as imagens atual e ideal indica o grau de realismo e de auto-satisfagao do examinando. 6.3.2.4. As necessidades A freqiiéncia © a intensidade das diferentes necessidades fornecem uma idéia de sua importancia.relativa na vida do sujeito: E importante descobrir as necessidades conscientes € 2s que 0 sto menos; as primeiras freqdentemente mascaram 2s tiimas ou Tepresentam uma expresso socialmente aceitavel delas, ou ainda agem como defesas contra tendéncias dificilmente admissiveis. E preciso também averiguar se elas so conflitivas entre si ou se inter-relacionam, subordinando-se umas as outras. O estudo de sua configuragao permite uma abordagem dinamica da personalidade. " 34 6: a) Nivel evolutive: no conjunto de um protocolo devem ocorrer condutas 5. As condutas instintivas e de aprendizagem, as segundas em maior nimero do que as primeiras.sA auséncia quase total das condutas instintivas permite supor um-controle exoessivoi'do sujeito, que nfio deixa extravasar livremente suas emopdes. ‘Ao contrério, um predominio delas deixe transparecer dividas sobre a: capacidade. do. individuo dominar:.sua impulsividade e agir de acordo com as:normas.sociais. E-evidente que se:observa’maior® némero de condutas primitivas no jovem do que no adulto:O ideal seria uma-coexisténcia harmoniosa entre os dois tipos de conduta, indicando a possibilidade-de.o sujeito.vivenciar as emogGes e depois retomar 0 controle de si mesmo. b) Nivel de performance: a freqiiéncia dos diversos.tipos de condutare a ordem em.que elas ocorrem indieam em que:medida 0 sujeito & capaz de’ empregaryos recursos para -aleangar: seus objetivos, isto &, agir de modo: eficaz, Dever-se-ia entio encontrar-se com. freqiéncia . a. sequéncia » condutas preparatérias-consumativas. ‘Um predominio: das: condutas.‘afetivas. ou “suspensivas, indice :um: sujeito.cbloqueado : pela emotividade ou incapaz de tomar uma decisio, sobre a agdo-a:desempenhar, esperatido eventualmente que os outros a fagam em seu lugar. Finalmente, um nimero excessivo de condutas ficticias deixa supor um sujeito que vive mais no mundo da fantasia do que na realidade, o que poderd ser ium sinal psicopatolégico. c) Estilo: fornece uma visio do modo habitual das condutas do sujeito. E preciso qualificar estas caracteristicas considerando-se 0 tipo de situagao em que elas acontecem. Assim, pode ocorrer iniciativa numa sinuagdio de trabalho (necessidade de realizagio), mas passividade numa situago de relagdes heterossexuais onde se manifesta a necessidade de ser amado, As condutas também podem ser inconsistentes, pasando de um polo a outro nna mesma histéria ou em hist6rias subseqiientes. 6.3.2.6. Os conjuntos © estudo do conjunto social do heréi indica 0 tipo de relagdo que 0 sujeito estabelece com os personagens significativos para ele: figuras paterna, matema, “superiores’, ‘inferiores’, Prefere-se falar de ‘figuras’ a pessoas reais (pai, mie, etc.) 35 porque o TAT fornece apenas uma representacéo interiorizeda delas, que pode nfo corresponder & realidade. As caracteristicas atribuidas a esses personagens indicam o tipo de pressdes que eles exercem sobre’ o sujeito, pelo menos de modo imaginério: uma figura .materna superprotetora, por exemplo, pode manter um estado :de:dependéncia e :provocar sentimento de culpa frente ao desejo de autonomia, estudo do conjunto fisico constitui um indice da:percepso que.c.individuo item do mundo exterior, que pode ser sentido como ameagador e.chelo.de obsticulos:ou como atraente.e promissor, facilitando a-realizapto da necessidade, Fssa.percepc40.condiciona sua relago com 0 mundo, na medida em que.ele pode empregar mais energie para se proteger do que para aleangar seus objetivos, A interpretago correta desta’ categoria implica 0 conhecimento’do;contexto real no qual evolui o sujeito. 6.3.2.7. Os desfechos * ‘As caracteristicas gerais dos. desfechos das histérias:indicam até :que:ponto:> sujeito realiza suas necessidades e:se essa realizacdo ¢ satisfatéria ou nfo. Os desfechos favordveis (sucessos) indicam um melhor prognéstico quanto a capacidade de o sujeito aleangar seus objetivos. Por outro lado, uma maioria de fracassos & sinal de tendéncias pessimistas. A presenga de desfechos contraditérios indica um sujeito com muita dificuldade de tomar decisdes, flutuando entre duas alternativas. A auséncia de desfecho sinaliza passividade ou ‘inibigGo na ago, com o sujeito no percebendo ou temendo encarar 0 futuro, a menos que se trate de alguém que viva 0 dia a dia sem se preocupar com o amanbi, A anilise soqitencial ¢ bastante importante, permitindo verificar a progressdo dos desfechos positivos e negatives. - 6.3.2.8. Os comentirios A andlise desta categoria ji inicia a fase seguinte, isto é a sintese geral. Com efeito, aqui se coloca perguntas para as quais 6 preciso buscar respostas, permitindo entrever certas hipdteses interpretativas em fungio de uma teoria de referéncia. 36 7, SIGNIFICACAO DAS PRANCHAS: As pranchas do TAT cobrem varias dreas de relacionamento, onde o sujeito ‘expressa seus contetidos inconscientes, Assim, algumas pranchas referem-se & Sea eNEe Agressio: 18 RH, 18 ME, 13 HE, 15, 12H Perigo e medo: 4, 10, 11, 12H, 12F, 17 RH, 17 ME, 18 RH, 19 Depressi ¢ suicidio: 3 RH, 3 MF, 14, 15, 17 RH, 17 MF Relagdo Pai-flhor 1, 6 RH, 6 MF, 7RH, 7 MF, 10, 12'N,12 H, 13,13’ Situagio de trabalho: 1, 2, 9RH Sexo: 6 MF, 10, 13 HF 7.1. Significagio usual das pranchas segundo diferentes autores: *Voyeurismo” | Rosexavnic& |. BEUAK “ANaEE Fane, ‘Saentous & pr. | Fiemme | » SnevroUn 1/7 | Ambigdo dos pais, [Relago comas | Ideal do Ego... | Aibigdese | Reousa.e oposigio. }- [parao mening, - | Sguras parentais. | Avto-realizagdo..- | expectativas | Perplexidade, Anto-tealizagio, | Auto-realizacdo jespanto; |__|desinimo Auto-imagem introspee0 2° [Desejo da moga «_ |Relagées fHiarmonia oa | Aspiragtes = cm deixar o sitio, | familiares, desacordo pessoas, ‘wazendo confiitos | Autonomia- | familiar. Oposicdo | Relacionainento }com os pais. Luta "| dependéacia, [de 2tipos de | famitiar ipo) pelavidano | Gravidez. Papel | feminilidade campo dos sexos. (rua-urbans; ‘mamual-ntlechsl, Vingindade- mztemidade) 3 | Tragédia conjugal | Afitades frenle a | Punigo, cansago, |Frusiragbese | Desyosio ot RH Jou sentimental, | agresslo, suicidio, morte" | reagbes frente as | migoa passageira. Moninice infetiz. | depressio. ‘mesmas Crianga envolvida /as dificuldades de sua idade, Adulio em confito dramatioo 3 | Morte de alguém. | Depressio Moga infeliz” | Frastragdes = ME | Frustragdo reaghes frente as conjugal ou smesmas sentimental 4] Mather tentando” [Relagées homem- | Casal em ‘Conflitos que 0 = impedirohomem |mulher. Ciime | desacordo ox | sujeito vive na : [de abandoné-ta ou | triangular. amcarado em sex | realidade © 2 de agredir alguém. | Problema sexual. |relacionamento | mancira como os Homem indeciso enfreata entre 2 tipos de mulheres = 5 = Wie controlando | Ansiedade Relacionameato = uma atividade. inke-fitho. Meda de ser agredido, 37 % [Filho deveads | Relagfo mic-filhe. [Relaglo miei, | Comportamento = RE | deixar a casa. ‘Temas edipianos / Desacordo ou frente a situago: Briga mie lho proteeio, cian 3 = Rologio pavtlha, | Briga, ciime, | Comportamento 7 ME Relegio homem- |chanagem | frente a figura mauiher: agressdo, /patcrna, sett, 7 |ifomem Relagio pach. | Relaglo pal-iho: | Comporiamenios at RE | aconselhando um | Atitude frentea . ajuda, conselhos, | intra-familiares ‘outro mais jovem’ | avtoridade ‘confidéncias masculina 7. |Mulher ensinando, | Relacao me-filha. | Idem a Bellak ‘Comportamentos — ME |consolando ou - ° | Atitade frente 2 introfailiaces ‘divertindo pela maternidade feitura 3 | Ambigl, morte |Agresc, Mad da more do | Conllos sais, = ~— ambigdo, medo da | pai ou da prépria. | tensdes e esforgos | raulaezo | para stuciond-os 8 _ | Temas de ‘Malher triste ou | Conflitos atuais, o ME |coatemplegio | feliz tensbes ¢ esforgos | para solucioné-los 5 = Relig entre | Frateraldade inl Relaglo com o = at homens. Pulsdes e | (himosseuatidade | grupo do mesmo medos | latente), oposigao | sexo nas areas homossexvais, | a0 meio profissional, LInjusticas socinis familiar e sexual 9. | Conflitos entre 2 Rivalidade Rivalidade Relagio com 0 i MF. | mulheres. Matter |feninina feminina srupodo mesmo tendo cometido | Hostitdade mie- | sexo.ns reas um erro. filha, suicidio, profissional, | familiar esesual 10 |Homememuther (Relagiohomem- |TdemaBellak | Conflitos Ternura, braced. ‘mulher amorosose | confianga Tristeza aps uma sexuris ‘Amor entre ura morte. Reunido ou homem uma separagio, mulher: harmonia sem conflitos, separacio, reencontos, reconforto u - /Medos infantis ou | Angistia Fantasias e ‘Conflito agudo, primitivos tendénciassexoas | Luta. Cena da ‘Ansiedade cagressivas. vida cotidiana: Dificudade de | passeio, controle rentea | explorasto, situagies ‘trabalho perigosas 2B _ ‘déias depressivas | Sonhos infantis - = RM ede suicidio 2 _ Relagiohomem — | Dominéincia. Atitudes frente aos - H Jovem como | Extrema-ungio, | adultos e a0 ‘dase. Hipnotismo, | terpeuta, Papct Hoomossesuatidade | Roubo da pssividade, Homossewualidade 12F | Mulher idosa ‘Concepeo da Conflitos de Filha frente 20. ome exercendo mi | figuramaterna | geragdes controle da mie infludncia 38 BRE— HiistGrias infantis [imagem de si [— = Solio, Abandino, B= = imagem de si. |= = M Solidao. Abandon 13 | Relagées sexuais, | Conflitos soma. | Atitude frente is [Tendéacias 7] Conilitosagudos. | * HR. | Doenga da -Problemas relagdes sexuais, RelagGes | drama passional, mulher. econdmicos heterossexuais.. . |econfitos no | suicidio, cena Assassinato da erimento, amor.n0 sexual, Confitos snuther pelo ‘Acidente casamento. socialmente hhomem accitaveis © austacia de Jconfitos: doenga, | acidente; parto, trabalho 1 |Sonhosobieo | Medo da Contemplagio do | Amabigies = futuro. escuridao. mundo exterior. _ | Preocupagdes. Contemplagio do. | Tendéncias Fuga. Roubo. | Expectativas. ‘mundo exterior.» | suicidas, Visita amoresa. | Suicidio. ‘Contemplacio, Tntoressesestéticos 5 = Atitude frente a. | Aftude frentea._| Atitade fento = morte. Tendéncias | morte morte perda de depressivas. " membros da = familia 16 = = | imagem ideal de | Aspiragtes, [Vida cotdiana’ si » | desejos +e familiar | profssional % = ‘Medos. Fuga. | Forea vin Desejo de trum. = RE Imagem corporil. | Nivel de Competigao aspirages. Exibicionismo 7 = "Tendéncias Sonos de maga. [Frastagées. | = MF suicidas Oposigto entre 0 |Reacdo frente ao | ‘mundo ensolarado | controle familiar. eosubierrines. | Depressio, Auto- punisto Ls 18” |Alaque real on | Ansiedads: Medo | Ataque, Socorra. | Atiiude frente is = RH |imagindtio. Prisdo | de ser atacado, | Pristo. condiutas anti- por crime, Socoro. Homossemualidade | sociais Alcoclismo dias parandides. 18” |Mulher ajudando, [Atitads fientea | Ataque. Socomo, | Agressividade. = 1 ‘MF |consolando em’ | agressio, Ajuda, | Relapdo mic-filha | Relagio com a caso de acidente. | Confitos me- figura materna on Malher matando | fitha feminina mc outra pessoa ® — ‘Medi de ladrio, — | Homem sé: Problemas = aescuridio. espera, solidi, | intimos, Encontro abandono, Sonhos | preocupagées. Tendéncias sexuais ou agressivas 39 7.2, Principais omissdes ¢ distorgdes na percepeao das pranchas oe OmIssOES DisTORGOES 1 [Niovero volina dono aie | Menin visto como cego ox dommindo. Mit | pervepedo do volino : RH | Nio perosber o made ‘Mogo visto:como moga por sito Scam tendéncias femininas. Revéler visto como bringuedo ow algo menos hostil a = 3 ‘Maller vista como homenicelhando para fora a cosa; abajur como cortina SRL = 10 Coulisfo a respeto da idade ese30 dos personagens _ i ‘Drag visto como caminho; 6 fundo Corio ‘queda; paredes de rochas como castelo; pedras como cabegas humanas aH Contfisfo dos sexos DF ‘A jovem € vista como homem BHF ‘Slo variadas:referem-se aos objios sobre a= mesa ce [Fomem visio como mulher 15 [Homem visto como mulher; aspedras como paleo de teatro T7MF | Nao vera mulher ou o grupo de wrabalhadores: ~| Ponte vista como sacada da case; mulher como hhomem TRE = ‘A respelto as milios 18MF = ‘A respeito da conotagio agresava; is verse «quanto ao sexo dos personagens 7. SINTESE GERAL Consiste na integragdo dos diferentes dados obtidos. A partir das sinteses parciais da andlise vertical, tenta-se cheger & dintmica: da personalidade do sujeito com relago.a alguns aspectos fundamentais: B Qual é 2 problemitica do sujeito? 5 Como essa problemitica interfere em sua dgilo'e em'seu pensemento? 9 Existem conflitos? Em que éreas? Qual é 0 papel desempenhado pelo. conjunto? Em que sentido esses ¢lementos infiuem sobre 0 sujeito? + Quais sto.os-mecanismos:empregados pelo isijeito.para'se.adaptar:& realidade? 3. Seu modo de agir é progressivo ou regressive? 5 Quais sfo as forgas do ego que'podem ser aproveltadas? f ‘As respostas as trés tltimas questdes permitem enunciar eventuais recomendagdes terapSutioas, que levem em consideragdo as possibilidades ¢ os limites do sujeito. ‘Um profissional pode se contentar em encerrar a anilise do TAT com esta sintese, que se assenta no nivel do comportamento. Contudo, se deseja compreender as razes ou motivos inconsciontes da conduta manifesta do sujeito, os mecanismos que permitem sua adaptagéo, bem como 0 seu modo de integrar uma experiéncia nova, necessita recorrer a uma teoria de referéncia, A teoria que serd utilizada aqui, com vistas a permitir essa compreensio, seri a da Psicologia do Ego. al p 8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS—— _—— ANDERSON, H., ANDERSON, L. Manuel des techniques projectives. Trad, francesa, Editions Universitaires, Paris, 1965 ANZIBU, D. Les méthodes projectives. Paris, Presses Universitaires de’Prance, 22.'ed,, 1965. BELLAK, L, The TAT. CAT and SAT in clinical use. London, Grune & Stratton, 3a, 1975, BERNSTEIN, J. Test de Apercepeién,Temitica, Manual para le aplicacién, Buenos Aires, Editorial Paidés, 4a, ed., 1964, BINET, A, SIMON, T. 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Atividades iniciadas pelo herdi em relagio 2 objetos e situagdes (necessidades) nde realizacio: trabalhar:com energia.¢ perseverenga para alguma coisa importante; tentar realizar elgo; embigio expressa em atos. © n.de aquisicio: social - trebalhar por dinheiro, bens, propriedades; tentar conseguir algo valioso; negociar; pagar; tendéncias a adquitir. i antizsocial - roubar, enganar, falsficar, cheques, 0 objetive pode sera. obtengiio de dinheiro ou objeto valioso. de mudanea: ser incansivel, sempre em movimento; ansejo'de contemplar, novas paisagens, viagem a noyos lugares; procurar aventuras. " . n._de-aVentura:: sonhar. com. aventuras,. viagens: ¢:paisagens:estranhas’‘ou distantes; vigjer, realizar ume exploragdo, buscar tesouros. © nm. de curiosidade: ser curioso, observar, investigar, formular perguntas inquisitivas, procurar algo, explorar, atuar como detetive, ‘voyeurismo’. © n. de oposico: lutar para manter ou reencontrar o auto-respeito; o orgutho ferido ou ameagado estimula o heréi 2 redobrar seus esforgos frente a0 fracasso ¢ a insistir em seus objetivos; superar a debilidade, a fraqueza, a inferioridade, a afligdo ou timidez frente & execugio de algo dificil, temido ou aversivo, * nde excitacio: procurar excitagio emocional de um ou outro modo: viagens, aventuras com mulheres, jogo; procura temeréria do perigo. ~~ - @ m. de nutricio: procurar ¢ comprazer-se na comida ¢’ bebida, sentir-se faminto ¢ com sede, entregar-se A bebida e as drogas, realizar algum trabalho relacionado com alimentos e bebidas, * mde passividade: destrutar de calma, relaxamento, descanso, sono; Tepousar; sentir-se apitico, cansado depois de realizar pouco ou nenhum a4 esforgo; goster da contemplagéo passiva, da reflexio; submeter-se aos outros por apatia e indiferenca © n. de divertimento: jogar, dedicar tempo a diversto, participar de festas, resolver as situagGes de modo alegre e lidico, fazer piadas, rir * n. de retencio: agarrar-se a um objeto, recusar-se’a ‘empresté-lo; guariié-lo para evitar 0 seu roubo, escondé-lo das: pessoas, .colecionar. ouconservar objetos, ser frugal e avaro. © nde sensualidade: § epicdiria: procurar .¢ comprazer-se .no°-conforto, na luxiiria,’ nas sensagSes prazerosas, nos aliméntos e bebidas. B estética: ser sensivel aos aspectos. sensoriais da natureza; apreciar 2 arte, a miisica, a literatura; compor, redigir; criar; escrever. © ‘nde conhecimento: lutar para obter conhecimento:e sabedoria,vestdarcom vontede na escola, obter uma edueago, ler para aprender algo, pensar, refletir para resolver:um. problema, vigjar e-procurar experiéncia com.o objetive:de conhecer. B, Atividades iniciadas pelo her6i com relagio a outras pessoas © nde afilinca H associativa: estabelecer e manter relagéies amistosas. focal: gostar da companhia de um amigo, ser leal, trabalhar ¢ jogar juntos. difusa: gostar de toda, classe’ de gente, ser gregirio e sociavel, trabalhar e jogar com um grupo. @ emocional: estar ligado a outro individuo por um forte afeto, amorat, casar“se, permanecer fie * n. de agressio: 4 verbal e/ou emocional: odiar (pode se expressar ou niio em palavras), enfixrecer-se, travar uma discussie verbal, criticar, menosprezar, reprovar, culpar, ridicularizar, rejeitar. Hi fisica antisocial: atacar, ferir ou matar alguém sem justa causa; iniciar uma briga, uma guerre sem motivos vélidos; sadismo; vingar um insulto com uma brutalidade excessiva; combater as autoridades legalmente constituldas. 3 fisica social: lutar ou matar.em defesa propria ou'de alguém; punin arma ofensa' que nio foi provocada; Iutar em, defesa do.sew pais, perseguir, capturar ou encarcerar um culpado ou inimigo. 1 destruicio:- atacar ou, matar um animal; quebrer,sesmagar,-quelmar,ou destruir um objeto material © n, de reconhecimento: procurar-aplausos, elogios, prestigio, fama; gostar da aprovagio; ser estimulado pela apreciago dos outros; chamar a atencfo; vangloriar-se; atuare falar em piblico; dramatizar frente aos.outros,, ©. nde rejeigtio: expressar desprezo; menosprezer; rejeitar as coises; pessoas, ccupagdies ¢ idéias estranhas a seus interesses. ; # ne-dominancia: procufar:influenciar 0 -comportamentoy.sentimentos’'ou - Jddéias dos outros; liderar; dominer: exercer coergao; represséo; seduzir: << 1 coercitiva: tentar forgar.alguém a fazer:alguma:coisa, dar ordens, usar argumentos de forga. 1 proibitiva: tentar impedir alguém de fazer algo, encarcerar. Hi sedutora: tentar influenciar alguém por persuaséo, encorajamento, manobras hibeis ou sedugao. © mde exposieiio: informar, fomecer noticias, explicar, instruir, ensinar. © nde protecio: B exercida: ajudar os outros, ser prestativo, proteger ou perdoar.alguém, consolar. I reclamada: procurar. ajuda ou consolo; buscar ou esperar encorajamento, perdio, apoio, protepdo; sentir-se isolado, na solidi, impotente nos momentos eritcos. 46 C, Reagdes do herdi as atividades iniciadas pelos outros * n. de humithacio: criticar-se, recriminar-se, depreciar-se por um erro ou um fracasso, softer de sentimentos de inferioridade ou remorso, © n.deautonom HM Jiberdade: escapar ¢ evitar Areas de restrigdo e'coergio; escapar de algum lugar de; confinamento; fugir da prisdoyabandonar a escola, 0 trabalho; desertar'do exéroito por:causerde'restrigdes, obrigagbes.e deveres,: .ebandonar alguém: ‘para /fugir’ -das:iobrigagdes «de relacionamento,, determinacio. de permanecer independente; evitar qualquer tipo de aliangas ou proibigses que limitem. i resistir&. coergio; o:heréisrecusa ter.ou'simplesmente no tem o que Ihe & pedido; discutir a: opiniéo de-um superior, ser obsessivo, oposicionista, negativista, discutidor;:nio ceder’e resistin autoridade. realizar algo no permitido ou fortemente eriticével: ou anii-sociai: castigivel; comportar-se:mal; ser desordenado;- opor-se as normas morais ou sociais; mentir, enganar; jogar, beber, prostituir-se; cometer delitos diferentes do roubo. © a. de evitar a culpa: temer a recriminagdo, a culpa, 0 castigo; confessar- se; desculpar-se; arrepender-se para evitar uma culpa maior; soffer uma pressio ‘externa desagradével sem se opor; transformar-se e converier-se num homem honesto, © nde réncia: conformismo: estar preocupado para agradar, cooperar, obedecer; aprovar os desejos, sugestdes ¢ solicitagdes de uma pessoa; aceitar voluntariamente a lideranga de um sujeito admirado. respeito: expressar admiragio e respeito na ago, culto exagerado pelos heréis, reconhecer 0 mérito ou o talento, elogier uma boa atuagio,

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