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Anténio Augusto Cunha Tratamento e Pratica Le editora Antonio Augusto Cunha VENTOSATERAPIA Yu LAWTZ @ [iy soneases 6) 27.737 Epa awaza2 com br one editora ~ PROLOGO uso da ventosaterapia ¢ do sangramento se perde na histéria, mas é interessante conhecer a situacao social desta época muito particular da hist6- ria da medicina. - A sua reaparicio atual coincide com os grandes movimentos de res- tauragio da antiga medicina oriental. ‘Apesar das muitas vantagens da medicina moderna, claramente com- provadas pela ciéncia, por que existe um movimento de restauracao da tradi- cional medicina folcl6rica? Entre varias terapéuticas antigas, estava o método da ventosaterapia e sangramento, Nao sabemos quem as criou, mas em minha opiniao € o fruto de uma época de descobertas e de trocas de cultura entre os povos. Desta maneira, creio, que a ventosaterapia e o sangramento, ainda que baseados em prinefpios da antiga medicina, firmaram a sua boa reputagio em um mundo moderno, coexistindo com a medicina convencional e obtendo resultados efetivos. A ventosaterapia é um remédio ¢ sim um método terapéutico essencialmente preventivo assim como a acupuntura convencional. Deve ser usada como um suplemento, apés determinada a natureza do problema. O conhecimento bisico da atuag’o da ventosaterapia deve ser consi- derado como um elemento que emprega apenas uma técnica particular como terapia, 0 uso de pressio negativa. A divulgagao desta antiga arte tem a sua devida importncia entre as diversas terapias difundida Guardando 0 seu uso caseiro no caso de aplicagoes de ventosas sem o uso de sangria que podem ser prejudiciais quando aplicadas sem conheci ‘mento ou treinamento. ‘Quem na sua familia nao ouviu “casos” de tratamento com ventosas de nossos avés ou bisavés em alguma antiga casa de satide da época? Desejo que este livro possa divulgar os fundamentos basicos para os que tém curiosidade sobre este assunto, ¢ que permita esclarecer este antigo método na esperanga de futuros trabalhos sobre o assunto. O Autor Observacao: A ventosaterapia nao se destina a prover um substituto para a acupuntura ou para a terapia convencional. A ventosaterapia s6 deve ser usada como unrsuplemento. Para quaisquer condig6es que exijam um tratamento médi- co, procure o seu médico de confianga. O autor nao se responsabiliza pelo mau uso dos ensinamen- tos aqui divulgados. Guardando o uso de ventosas com sangria apenas para pes- soal especializado, por medida de seguranca e esterilizagao neces- sirias segundo as normas da Secretaria de Satide local. w a _ ~ . A antiga arte da ventosa..... 1.2. 3: 1.4. 15. 16. 7. 1.8. 79. 1.10. . Compreendendo as bases fisiolégicas .. . A importancia do sistema circulatério .. . A teoria do dr. Petragnani . Trocas gasosas com ventosas... . A reacio terapéutica provocada pela ventosa .... INDICE Hist6rico do uso de ventosas Hipécrates ¢ a ventosaterapia .. O uso dos principios astrolégico: As receitas de Avicena... O uso das ventosas por antigos cirurgides ... A €poca dos escarificadores mecanicos.... O Baunscheiditismo.... O uso das sanguessugas O uso da sangria de capilares . O principio da desintoxicacao do sangue pela ventosa.. 37 O teflexo terapéutico provocado pela pressio negativa. 47 9 10 10. 1 12. 13. 14, 15. 16. 17. 18. 19. 20. 2 . Regulagem do sistema nervoso auténomo . Tratamento de 32 doengas comuns com ventosas . Relaxamento eficaz para o estresse - O fortalecimento da resisténcia orgdnica As doengas..... 55 Onde aplicar as ventosas? .. A prevengio da hipertensio.. Massagem com ventosas. Os pontos de acupuntura e as ventosa: Os 12 meridianos . Os tipos de ventosas .... Como aplicar ventosa de fogo . Como aplicar sangria ... Os pontos mais comuns para aplicagao de ventosas...... 85 4. A ANTIGA ARTE DA NENTOSA 1.2. Histérico do uso de ventosas No século pasado, a operacio terapéutica de inspirar copos de ventosas no corpo consistia em colocar sobre a pele uma campénula de vidro ou outras formas de inspiradores semelhantes aos copos de ven- tosas, apés fabricar vicuo pela queima do ar no seu interior. Devendo aplicé-las de pronto sobre a pele para gerar succio no local. Este método chamado de ~ “ventosa seca” era aplicado na pele nua, causando trauma subcutaneo e agindo como contra-irritante. Outro método também comu- mente aplicado era chamado de “ven- Neste método, a pele era irri- tada por meio de um instrumento cor. tante, provocando uma leve sangria ‘chamada de “escarificacio”, imedia- tamente antes da ventosa ser aplica- da. sendo também reconhecido pelos antigos médicos como uma medida contra-irritante. ‘As medidas contra-irritantes provocam 0 deslocamento da dor ¢ © efeito conhecido na medicina oriental como “alivio da superficie do corpo”, muito titil no combate das dores por espasmo muscular ¢ enti- jecimentos musculares, reflexos causadores de falsas dores nos rins pulmi u Nao temos idéia de quem fez uso da ventosa primeiro.Tem-se informagées de seu uso desde o antigo Egito. Ela também € mencionada nos escritos de Hipécrates, e pratica- da pelo povo Grego no século IV a.C. Foi provavelmente conhecida e utilizada também por outras antigas nagdes. antigo instrumento utilizado para fazer ventosa era a cabaca, conhecida naquela época como “Curcubitula”, que em latim significa ventosa Nas regiées primiti- ». vas do mundo a ventosa tem registros histéricos que da- tam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas mais primitivas, cra utiliza- da pelos {ndios americanos que cortavam a parte supe- rior do chifre dos bifalos cerca de duas e meia polega- (das de comprimento, provo- cando 0 vacuo por succao oral na ponta do chifre, sendo em seguida tamponado. Os antigos curandeiros Medicine men, com poderosos mtiscu- los faciais e agilidade, conseguiam extrair com a boca, por sucgio e logo cuspindo, o veneno injetado na circulagio sangitinea por picada de cobra, aliviando a dor e as ciimbras no abdémen. 1.3. Hipécrates e a ventosaterapia ‘[Hipdcrates]também usava am- bos os métodos de ventosa “seca” e §“molhada” como principal tratamento nas desordens menstruais. oe Ele prescrevia grandes ventosas de vidro a serem aplicadas nos seios de 12 das vaginais”, pelo uso de ventosas durante um longo periodo de tempo em diferentes partes das coxas, na virilha e abaixo dos seios. Hipocrates era cuidadoso na prevengao da sepsia apés a vento- sa, ¢ advertia com o seguinte conselho: “Quando em aplicagao de ventosa molhada, se 0 sangue conti- nuar a fluir apés o instrumento inspirador ter sido removido, se 0 fluxo do sangue ou soro for copioso, os copos de ventosa precisam ser apli- cados novamente até que da drea tratada tenha se retirado 0 abstrato. De outra forma, 0 sangue vai coagular, retendo-se nas inc! ses, e iileeras inflamatérias podem se formar. Aconsetha-se banhar estas partes em vinagre. O local néio pode ficar umedecido, Nunca permitir que o paciente se deite sobre as esca- rificagées, e estas devem ser tratadas com medicamentos para feridas inflamadas”. O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento tera- péutico corriqueiro e de grande valor panacéico. Pois na falta de elementos da ciéncia, a ventosate- com 0 interior do corpo através do sangue. Ela era respeitada também pela sua atuagao no elemento ener- gético gerado pela respiragiio. Teo- —{Ceisusltambém descreve aplicagdes de ventosas no primeiro sé- culo d.C,, citando que o edema subcutineo produzido pela ventosa seca consiste parcialmente de “flatus” (gases) derivado da respiragao. =< Celsus adverte que a aplicagiio de ventosas é benéfica tanto para doengas crénicas como para agudas, incluindo ataques de febre, e par- ticularmente nos estressados. Quando ha perigo de fazer sangria, 0 re- curso mais seguro é aplicar nesses pacientes ventosas secas. Ele adverte sobre a ocorréncia de edema nas ventosas, sejam secas ou molhadas. Descreve ventosas secas em varios lugares para tra- 3

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