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2 quo a Filosofia surgiu inesporeda ¢ espantosamente na Grévia, sem que nada anterior a preparasse; 2 que a Filosofia eroga foi um acontecimento espontinen nico e sem par, como 6 proprio de um milagre; 2 que os gregos foram um povo exvepcional, sem nenhum outto semnelhante & ‘les, nom antes e nem dopois dles,e por ito somente eles poderiam ter sido ‘apazes de criar a Filosofia, como foram os inicos a crar as cincias © a dar as fries uma elevapo que nenhum outro povo conseguiu, nem antes e nem depois doles Nem oriental, nem milagre Desde 0 final do séeulo XIX da nossn ora ¢ duranto 0 séeulo XX, estudos histércos, arquootégicos, lingdisticos, literérios © atisticos corigiram os exageros das duns tses, isto g anto«redugto da Filosofia & sua origem orienta, ‘quanto o "milagre erego Retirados os exageros do orienalismo, percebe-se que, de fato, a Filosofia tem dividas com a sabedoria dos orientuis, ndo 6 porque as viagens colocaram os fgregor em contato. com ot canhocimentns produzidos por outres povos (Gobretudo os epipcios, porses, babilGnios, assrios ¢ caldeus), mas também porque os dois maloresformadores da cultura grega antiga, os poetas Homero e snferiores a eles conbeciam © ‘no inventaram a politic propriemente dita? jedades orients © nfo-grepas, o poder ¢ 0 govern eran exercides como ppequeno grupo de homens que decidiam sobre tudo, sem consular a ninguém & ‘som justficar suas docs para ninguém, Justia como expressbos da vontede coletiva publics © lo eomo imposigio da vontade de um 96 ou de um grupo, em nome de divindades. too © duns outras 1H a0 ponsamento: diante da heranga recebida, 0s gregos inventaram, 4 idéin ocidentl da razfo como um pensemtnto sistemitico que segue regres, lidas em todos os tempos « lugares. ol sempre serd maior do que a Terra, mesmo 30 problema, agora tomes um outro que também tem ocupado muito $08. O novo problema pode ser assim formulado: a Filosofia nassau aa realizando uma transformaeio gradual sobre os mitos gregos ou nasceu por uma ruptura radical com o$ mitos? Oqueéum mito? (Um mito é uma narrative sobro a origem de alguma coisa (origem dos asiros, da ‘das plantas, dos animais, do fogo, da dzua, dos vento, do ie o da doenga, da mort, dos instrumentes de trabalho, das rages, das gucras, do poder, ee) ‘A pela mo vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mtheyo (conta, nase, flaralguma coisa pare autos) © do verbo mzheo ( Conta, anuncier, nomese, designar). Para os sregos, mito & um di ‘promunciada on proferido para ouvintes que reeebem como. verdad narrative, porgue confiam naguele que narra, & uma parative feta em publico, baseads, portant, na autoridade e confibilidade da pesson do narrador. E essa sautoridede vem do fito de que ele ow testemunhou dirctamente © que esti rnarendo ou revebeu a narrative de quem testemunhou os acontecimentos narrados. ‘Quem narra © mito? © pootarapsodo. Quel & ele? Por que tom autoridado? Acreditese que 0 posta & um escolhide dos devses, que the mostram os sados ¢ permitem que ele Veja a origom de todos os sees ede ‘We poss transmitila as ouvintes. Sua palavre - o mito « & ‘de Uma tevelapso divina. O mito &, pois incontestivel e sagreda inquestionével ‘Como 0 mito nara & origem do mundo e de tudo o que nele existe? De trés mancires principals: 1, Eneontrando o pai e 4 mile das coisas © dos seres, isto é, tado 0 que existe ‘eres, das coisas, d48,qualidades, por outros seres, que slo seus pais ou antepassados, ‘Tomemos um exemplo da nafative mite ‘Observando que as pessons apaixonadas esto sempre ches do ansiedade o de plenitude, inventam mil espediontes para ester com a pessox aman ou para Sedizicla'¢ também sorem emadas, o mito narca a origem do amer, isto &, 0 nascimento do deus Eros (que conhecemos mais com 0 nemte de Cupido): 1 dormiu som o deus Poros ( astuto engenhoso). Desa relagio sexual, naseou Eros (ou Cupido), que, como sua mas, esté sempre faminto, ‘apaixone ¢ logo ‘mado e stiseto,feendo ora meltrapilho ¢semimorto, or rico e che de vida, ais fivinas ou tum alianga entre elas para provocaralgume coise ne mundo dos homens. © posta Homero, na Hada, que nara a guera de Teta, explce por qu, em ‘eras atalas, os woianor cram vitrisos e, om cuas a vitériacabia 20s feos, Os dausesestavam diviidos, agus a favor de um lado eoutos «favor th onto, A cadaver, 0 fe os deusss, Zeus, Hoava com um dos partidos, f com um grupo efizia um dos ls on os toianos ou 0 gregos~ veneer ma ‘aa ‘A causa de gucre, ads, fo uma rivalidade entre as deusts. Elas apareveram em, Sonho para © principe troiano Paris, ofercendo a ele seas dons ele escotheu a deusa do amor, Affodie, As cutas deus das, o fizeram raptar a grege Helena, mulher do general grego Mencl ‘dou inicio & guerra entre os hhumanos 3, Bncontrando as recompensas ou castigos que os deuses do # quem os ‘esobedces ou a quem os obedoce. ‘Como 0 mito narra, por exe 0 fogo é essencial, 1s? Para os homens, i porque tanto passam se aguecer no inverno| ‘quanto podem fabricar intrumentos do metal para otabelho e para guerra, itd, Prometcu, mais amigo dos homens do que dos deusss, roubou ume centelhe de fopo © a rouxe de presente pura 0s humanos. Prometeu fi castigado ‘num rochedo para qe as aves de raping, ternamente, devorassem seu ‘homens também. Qual foi o astigo dos homens? crigem das coisas por meio de lta, aliangas « rolagdes sexeis entre forgas sobrenaturais que governam © mundo eo destino -3- os homens. Como os mitos sobre a origem do mundo slo genealogies, diz-se {que sdo cosmogonias eteogonias, avras grogas: do verbo gerao (engender, do substantive geno mia, portant, quer dizer: 4 partir de concepeio sexual © do parte. Cosmos, como ‘mundo ordenado © ompanizado, Assim, « cosmogonia Iscimento © a orgsnizaglo do mundo, partir de foryas divs petigbes das coisas; pare isso, ola nasce de 5%0 gradual dos mitos ou de uma niptura radical com os autos? AA primeira delas foi dada nos fins do séeulo XIX e comego do sé quando reinaya um grande otimismo sobre os poderes cientificos 2 do homem. Diziase, entéo, eu por ume rupture com os mitos, sendo a primeira explicagdo cientifica da retidade Produzide pelo Ocidente ‘A segunda resposta foi dada a partir de mesdos do século XX, quando os studos dos entropslozes e dos historiadores mostraram a importineie. dos tural das sociedades e como os ‘rofindamenteentranhados nos modos de pensar e de sentir de uma tocied Por iso, dia-se que os eregos, como qualquer outto povo, areditavan ey mitose que a Filosofia na fm ou tinham sido no passado vse para © que ra antes que tudo losofia, ao contro, se preocup em 1, no passado, no presente © no futuro (isto én ttalidade so como sto; fe ou aliangas eno oft, ao contro, ‘eausas naturais. ¢ conttirio, nfo admite cantadigoes, cexige que a explicapto seje cocrente, idade da explicagto ngo Vem da pessoa do ‘mesma em todos o8seres humans. ‘ym Gltimo a solucionar: © q Grécin no final do séeulo VIl¢ no 2 as viagens maritimas, que permitiram eos gregos descobrir que ‘os mitos diziam habitados por deuses, tts e herds eram, na vorda por outros seres humanos, e habitados por monsros eseres fabulosos. As viagens prod cantamento ou & de SS, assim, a exigit ume explicapio sobre su 0 podia oferover; lero tempo segundo ax © 30 repetem, revelando, 80 do tempo coma Comte Hse coisas diferentes, evelando, portato, uma nove capacidade de abstagto © do seneralizagios ° o surgimento da vida urbana, com predomnio do om nko se represente uma imagem da coisa que est endo dita, ma «que dela se pensa e a0 transereves, 2 a Inveneao da polities, que introduz t8s aspectos novos & deisivos para o anascimento da Filosofia 1 4a lei como expressto da vontade de uma colt decide por si mesma 0 que & melhor para sie como ela internas, O aspecto legislado o rogulado da cidado = da pei pra a Filosofia propor o aspecto legislado, regulado e crdenado tue mundo racion A pulitca, valorizando o human, © pensamcnto, a discuss, a pasuasto © a ‘kexisio rcional, valorizou o pensemento rational ¢ criou eondigdes para que surgisseo discurso ou a palavrafilosdtica, Principaiscaracteristicas da Filosofia mascente 0 pensamento 2 rondéncia 4 racionlideda, isto Principios ¢ regras, j20 em seu nescimonto faba como tragosprincpais: form jo, sido, ens0s0), por causes naturais liquetagéo, evaporasio). Reuninéo semelbangas, o pensamento conch {que aparece para nossos sentiéos de mancias dite coisas diferentes. O pensamento generaliza porque (s iagos smelhantes), ou sej,reaiza uma sintese. snbém goors, Muites veces nostos éreos dos sntidos nos fazem ierentes como se fostem a mosina coisa, © 0 ponsamento emonstrard queso ata de uma colsa diferente s0b a aparSncia da somalbanga 2 pitaram a cara com as cores da ypeiniento do presidente da 1s Forges Armadas braslciras, part parsiadit Jovonsenens-pintadas para apar ‘mesmo tempo, virias empresas, rotondenda vender sous produtos aos jovens ‘contaram artists jovens para, de curs pinteda, fizer « propaganda de sous prodtes Aparentements Separando as difereagas, 0 ia, nesse caso, vina anise =e.

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