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GL STAO DA CULTURA E DO (| MA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA Introdugao ‘Una onganizagéo social tal como a escola, & cconstituids por uma variedade de forcas (um ean po de forgas) que se influenciam reciprocamente, Aefinindo, segundo as tendéncis assumidas (sem: pre sujeits a variag6es), um personalidade. Esse ‘campo de forgas& sobremaneira determinado pelo ‘modo como as pessoas agem & reagem, a partir de valores, erengas, mitos mexls convencionais de per. ccepeao. Quando o campo de forgas esti desencon- trado, clas se amlam reeiprocamente, gerando ins- tubilidade, insegarangs, fats de direeionamento, & cconduzindo o trabalho ao ativismo, Quando as for= ‘ga8nesse campo slo convergent, eas se masimi- am e formam uma dindmiea oientada para o seul ddo das forcas predomsinantes. Essa converg centanto, nem sempre est concentra no ateninen- toa diretrizes educacionais, na vealizagio de seus objetivos e na atengio aos interesses de desenvolv mento dos alunos, (Os conceitos de clima e cultura organizacional ‘oferecem um relerencial para compreenler de for- ‘muarticulada os movimentos ea dindmica que ocor- reno interior da escola, que deoatra forma parecem esto da cultura edo cima orgeizaconal da escola ‘Kove prerts bactn domantn sero ‘Set gen ato do hes ero die ‘nl der i te cree iiss emps pig ts ea era as ‘a pero naa riage CN EIN'SMy'Cacon dents qe in oer dns cits i in fn dS [BSeemtgepremin' 1 ora xmas alee igs peme es soe ncn dee die ‘oan lens ces ni cn ‘Sd oscar done cmd prtr {5 joiner oie wrap {Tred rgectna igo sk ‘eaoucredartcemprende eles lta de der ‘inl rom sin pcos peas ‘Gripctanque vcore, por exemple dns proses ‘Sis clan doves no ind dems cotiiana Mande ols tex sentagdessociais? em Educagio, dentre outros que, por diferentes vias evieses de intrpretagio, focal zaram diferentes aspectos do fendmeno cultural da escols,Tambeéim as teorias de Desenvolvimento Ors- ‘izacional* contribuiram parao surgimento e expan so da abordagem cultural nas instituighes ediea- cionais,valorizando seus processos soci, com cagio, relacionamentointerpessol,rituais pr6prios, sua identidade pabliea ete (MATIAS, 2007). Outrt 1.0 tee & emprezdan conta da era du Repo Sep ns Pa these, sn fama eee compte pen men re umgrp emigre dan ‘he ane repressed crepe sum nea ‘mental alto de tng ovat wel crn: ‘ont po Dates pests ALEXANDIGE, 39 e- {Mveoes aes expla nas i dra ume dacs terpenes pape snk ao eters pr pre meemteenl mte lacsem ce dese enti purr de sx conta de radia 0 Deprun Oni ee edna ‘rent, anferiemte pratt dnt dae nna {Sou e elnwa aspects raters eta ss ‘Siete lscenian neon competent cm ‘ijt des desea testers + men ese {WS ines inerattsmente ngcnjantd ompet ‘i tn ta Sech ‘ESpender amen wesley robles ea tama dee ‘etendan eesudes de dence sen ‘Wikia boio stents] (esto da cultura edo cima oxgaizaconal da escola frea importante oi a Beologia Humana, que cha- mont atengio para ofendmena da influénca da ort- nizagao dos espacos sobre ocomportamento humane a formagio de habitos (CLAWSON etal, 1976 ‘Tanto o lima como a eulturs orgnizaconal da «escola sio conceitos multidimensionaisformadlos de uma variedade de fatores, assim como consttuidos a partir de influencias as mais diversas —inluéncias ‘ssus que so, ao mesmo tempo, causa e consequén- lado modo de sere de fazer da escola, Como conse- quéneia, sua conceituagio e extudo varia confor= mea perspectiva eo olharinterpretativo do estadio- s0. Da por que nio se pode pretender constr uns perspectiva nica a respeitodesse fendmeno soeio- ‘altura, mas sim leyantarperspeetvas que poss ‘hminar essa eomplexidade e eonhecer seus milti- pilos desdobramentos, EE possivelafimar que a identidade prépria da ‘scola resulta da matureza do processo educacional, ‘que, ao mesmo tempo, assenta-se sobne e demanda ‘um processo derelacionamentofnterpestoa, uma ro ¢ cultural, que, por natureza, éGnico« irepet vel, uma ve2 que ndo pode ser proxramado como as Dessoas info air € reagir a cada aividade e agio, mesmo porque elas si interpretadas no pelo que so, mas peas ideas & concepeses subjacentes a clas «ein confronto com as necessidades¢ interesses es ein Les espirito, sensibildade, espontaneidade, habilidade de observagio refleiva para determinar os melho- res cursos deagio paraassituagies ereaghes eriadas ‘ncada passo ea eada momento, Consequentemente, para organizé-lo eorienté-lo adequadamente nia se pode fia ofucionamento pleno e universal de de- terminagies operacionais, por serem limitadas~es- tas podem ser previstas como alternativas possive ‘que, de scorde com as circunstineias, poderio ser alteradas. Apenas fundamentos, diretrizes, princi- pios e objetivos gerais podem ser fixados como exi- s@ncia geral par todas as escolas, pois oferecem os balizamentos amplos que dio sumo edefinem pari- metros de tomada de decisio eorientagio de ages, ‘deixando espago para as decisdes operacionais se- ‘gundo as cireunstincias vivenciadas nos estabeleci- ‘mentos de ensino, [A partir de findamentos, diretriaes, objetivos © ‘métodos comuns, em cada escola, adotam-se opera- ‘hes diferentes, com diferentes intensdades e color- do, mediante processos dinimieos de interagio pos- soal entre educaores e alunos: entre professores, alunos eobjetos de conhecimento;entreakunose alae nos, de tal modo que, apesar ds elementos formais ‘comuns, cada processo educacional sempre ser 0, diferentee idiossincitico,diversamente a instru ‘clo de teinamento, que pode ser programada para ser igual em todos os grupos, porém resultand em cororetor aes| see coerce soais dos envohidos. Ese processo depende, em boa parte, de perspiciela,discernimento, presenga de ‘Gest da cultura e do cima orgaizaconal da escola aprendizagens mecinieas e liitadas sem efeito pro- ‘motor de novas aprendizagens e desenvolvimento, -Acrescente-se ainda o fato de que como 0 pro- ccesso educacional tem por objetivo 0 desenvol mento social dos alunos, sua formagio para w eida- dunia, sua ealizagio depend sobremado de que 0 ambiente escolarapresente qualidade e caraterist- ‘eas compativeis com os resultados pretendidos, sto 6, que seu modo de sere de fazer, suas relagie terpessoas e socais, seus valores, entre outos as pects, seja ce tal natureza que correspondam sos valores e expresses da eidadania e que esses aspoc~ tos possam ser observados, analisados e comproen- ddidos em sua yivénciae que se aprendaa partir des- sa experi¢neia. Conelut-se, portanto, que, afim de se ter ensino de qualidade, efetivamente reulizador dos cbjetivos socias propostos pelos fondamentos da Edueagio,o cima e a eultara orsmizacional da escola precisam ser conhecidos, compreendidos ¢ rganizados do manelra que coresponda a expres- so da cidadania proposta, que de sna abservagio, anise e compreensio no s6 se promovaat melhor ‘do prcesso, como também acortespondente apren- dizagem e formacio. Acrescente-se ainda o ftp de que érecombecido ‘como ensino de qualidade aquele que se asenta no sobre conheeimentos formais estangtes,e sim s0= bre saberes socialmente valorizados e necessirios para o enfrentamento dos desafios de desenvolvie Hausa Woe :mento pessoal e social dos alunos, mediante aampli- gio de seu universo cultural, qe, por eonsequén- cia, deve fazer parte da esol. ‘Mais ainda, conforme proposto pela Unesco, a [Bducagio necesséria para o sGeulo XXI deve as- sentar-se sobre prinefpios educacionaisassociados |Aeducagio continua e permanente, em que o luna sejalevado aaprenderaaprender, aprender hzer, aprender a conviver e aprender a ser" (DELORS, 1900), processos que demandam ambiente de inten sarelagio humana e social, grande dindmiea inter- pessoal © muita atividade pedagsgica, todos esses processosexistentes na escola, porém nem sempre voltados para a formaeio pretendida ¢ com a vibra ‘gio necessria para tal fin. Conchi-se, portanto, que essa formagio no e- + promovida caso nio seja dada atengio is earacto- risticasdoclima eda eultura organizacional daesco- Ine 0 euidado continuo de seualinkamento com os ob Jetvos edueacionais que a escola propde e assume. {A rcoteta a bard ae gn a eo le ‘cn ser madres bomen dani Seren dit seosllde de seogoretinene it protien cia pr min a ner te oro ‘tos dtr amtiaae tore qn do elects oan en dt on can Ee reteset ‘inner esr comico tm ea n= cro ere |B Gcstzo da caltura edo ma orgaizacional da escola copied rtrd coco ocompreendero lina en elt oration de na creyond 3 ‘upside de ae emer come ron thor dob snr as ion de jets tucson de endo oro tnd ome by 95 Ieee nese defrag aprenden ‘seus alunos, weeesn 2 Proposigdes assoviadas 20 enfoque do clima e da cultura organizacional da escola Osestudos sobreo clima ea cultura organizacio- nal da escola emergem associadas a um conjunto de proposigies e pressupostos que sustentam ¢ ind- zm a consideragio destes conceitos como rele tes no estudo de qualquer aspecto da Edueagio, A seguir sio apresentados diversos enfoques desse cconjunto, que serio rotomades eaticulados no de- correr da exposiio: 4) “As escolas constituem uma territovialidade espacial e cultural, onde se exprime o jogo de atores educativos internos e externos” a partir ‘de mecanisimos de tomada de decisio e de rela: 6es de poder que revelam sus contextualizagio sociale politica (PEREIRA, 2007: 86). 1) A escola é uma organizag social eujos stores contribuem significativamente para determinar ‘o modo de ser e de fizer, de aoordo com a mi ‘neira come interpretam ¢ reagem diante de de- terminagSes © expectativas externas, de condi Hanis Lex ‘es extrutarais efaneionais interna, processos decisies. Assim como professores considera, ‘sala de aula como o teatro de seu dominio, ‘onde em geral detéim e exereem grande liber dade de manobra, apesir dos programas geras para todos os professores (SILVA, 2010), tam- ‘ém a escola define e assume para si, muitas ve= zes de forma sul edisfarcada,ampla antonomia sobre oestabelecimento deseu modo deser ede fazer. Adiferengaexistente entre o real eo dea, entre as propostas edacacionals e os resultados do sou trabalio, corroboram esse fator. i) Como uma instituigio de pessoas em cons tate interagio, a escola € 0 resultado de uma teia de relagies e comunieagies marcadas por ‘renga, valores, suposighes, expectativas, emo- 8es e Sentimentos que determinam como io tomadas decisbes, como inovagbes so aceltason rjeitadas, como o trabalho 6 orgunizado e real- zado e como as agbes edueacionas se profetamn no futuro ou permanecem meprodhzindo asituae io vigente. 4x) A escola 6 uma institugio estabelecida pela sociedad pata promover, de forma organizada sistemitica e intencionalmente definidae orien” tad, educagio de suas cranes, jovens eadul- tos, de mode que estes desenvolvam competén- és nevessrns wo enfrentamento dos desalfos dla vids no mumdo em continua evolugso com rs psa is | Gestdo da cultura edo cima organizaconal da escola qualidade. £6 na medida em que todos os ato- ‘esque particpam dessins tent como tum todo organizado com esse propéstto que a cecal cist como exabolecimento odacader O alinbamento dos patctpantes da escola com os propéstosedlucacionals¢ condigho pars su cfetividade sock “me ¥) Nio se pode definr a escola on conheedsa efetivamentea partir apenas das propestas oi ais, do que & defini pels lesa e pels po. ideas educacioaise nem mesme, «pati do projeto pedagigic elaborado pela propria es Cola, Para eonhece-a 6 preciso debrugarse de anode neato de julgamentas sobre as foras de pensar eaturnelapratcados eestnides eo Alanamente e para sous aranjos enter eld ‘siLva. 2010 +) Ossstomasdeensino proper parnas execs tmudangas que mut cominentedeisam de ser prtialas em sen pri nivel embod ain Shere, por exempo, que as esol stvem de acordo cm 0s prinfpon de bertrae lex dade relacionados gest demoeritic os qua 1 entanto, os mesmos gestores de sistemas de ‘ensino no alot em eu reaionamento com ‘cola, una ves que se manfém buroerdtcos © Fraguentados(NOVOA, 199). Desta forma, pro cam nos estabeleciments de ensino reagGen Conse wo desejad,responsibilzanda wes. ‘ens ex Inporesse resultado edeixando do verifcaremsi tama possivel origem ou eforg de reais ea fil ta de modelos para as mudangss. vii) Mudam-se as leas © os discursos eden clonais, porém as escolas, ainda que adotando novos diseursos, mantém Seu modo de ser e de fazer antigns, até mesino no exoreeio de novas pitas, uma ver que nao sio modifcadas suas ‘renga interpretagées sobre sen papel na for- _magio de seus alunos. Esa condigio 6 reforgada ‘pela manutengio de esteaturas formats einfor- iis de relacionamento no interior da escola, ‘como também nos sistemas de ensino viii) O eomportamento humnano que contibul para urdidira do teed imation cultural da ‘seo em grande parte condicionado situacio- nnalente, una vez que a pessoa aprende confor- ‘me os estiminlos oferecidos © apresentados nos ambientes em que convive€ se expressa Estes, de acordo com as earactersticas que apresenta, ‘ofercoemlhe delimitagées e oportunidades de ‘aco, elementos reguladores elementos expan sores. Enfim, oferecem-he um quae referen- cial sobre o que é valorizado eo que nioé,0 que 6 esperadoe o que nio é (AGATTI, 1977) ix) No ambiente onganizacional da escola, 0 que no for formalmente explicitado sora inferido na vivOncla onganizacional pela observagio de estos, tom de voz, expresso fsiondmica, movi- i | i onmooesuoro is] & esto da cultura edo lina organizaional do escola ‘mentos; pelo uso de espagos,artefitos,teenolo- sis tempo; pelos relacionamentos interpes- sais e processos de comnicacio; pela tomada de decisio e relagbes de poder exercidas ete. A aprendizagem sociale organizacional a partir dx vivéncia result mais forte do que @ proposta por cursos, discursos e agbes formas semelhantes, uma ver.que envolve a pessoa por intro em ese tado de imersio cultural. Por ela se depreende 0 que se deve fizer € 0 que no se deve. Quando 0 {que se observa no correspond ao que se prope formalmente,tem-se um ambicote earacterzado pela flsdade: quand pouco sedi, tem-sea fal. tade orientagdo ea possibilidade de invengio de informagées para suprir a auséncia dels. 9) A onganizago escolar constitui-se em espago de embate dialético entre o que é e 0 que deve ser, entre os fatos dados e os valores professados, ‘os fitos eas propostss. Dai porque verifiear-se a dlistanciamento entre o ral (cultura e elim or. sainizacional da escola) eo ideal (andamentes, prineipis, dirobizes, objtivos propostos na le- islagio, literatura © normativas educacionas) (Quanto maior dstincia entre essas das condi ‘es, maior a alts de efetvidade do ensino 4) Uma escola é um sistema de valores, habitos préprios e peeuliridades,assumidos ¢formados nnodisa dia de trabalho, E uma organizacio com personaidade e caractristis propria que adi Holsa We. tinguem das deals. Sed xs crc tarde ordem sujet a exala promavem ferent resultados em seu taba, 1 Ao ser nid nang escolar, onavo prrtcpnte busca estaelacer referencia 0: Sisco wna ora de rece e fmecer fermaybesnecesras pra seu poctionamenta fli de seu queer. Nese proceso c= tabelece-s wma conexo do sigan busos the em comunkazes verbels eno verbal, na interpret do que bseradoe amb do tne €sleneado tm vido (ROCF, 2005) “Tom expel importa nese proceso ool, tom devo festyapestume'ncclia dom Inet pr agosto d enti doa adele asin como aperpetvaempregada nes et Hoa smo ee atic deseesaretenglo nese: lementor jen. {Sco cruchis te darmvobinents da cars truaniainal deca ee clin, xi) Ocoldlmoescoarconsita-s em momento eral de expres docline dacltarnes ter E no daa aque o movinents das pits tccolaes na vida as pin excolres cons trocm erevcam ta manele pot er ¢ dfn, tio send norma oma cama do seu despestigamentoon aerando sa sia fea, de scar com as prcopbes interes Sapte noe CERTEAU, 2007, § (Gstdo do culture e do cima organzaconal da escola Xi) Como uma expresso dinimica, no embate ‘com formalidades, problemas e demandes, oe ‘ma ea cultura organizacional se moldam, assim ‘como moldam essasformalidades, eriando novos significados e novos entendimentos sobre o fi- zer edueacional. Tralw-se, portato, de uma con digo mareada pela eicularidade de influéneia reciproca 1) Em cada ato social 08 atoresintriorizam & coordenam a pereepgo que t8m do papel social dos outios edo proprio, formando sa identida- eno contextodaescola. Nesse processo, os ao Fes sto, ao mesmo tempo, predutores e produto dla organizagio social de que fxzem parte. Seme= Thantemente, valores asstmidos motivam a ree lizagio de agdes, assim como agies ¢ seus resul- tados condicionam o frtslecimento ¢ a eviagio dle valores, xvi) As pessoas agem de aeordo com os signifier dlos que atrbuem as evsas, s pessoas, 2s pale ‘ras, os simbolos, no grupo social a que perten- cemedeacordo com seu esprit coletivo, Esses significados sio alteriveis mediante a alteragio Ao status quo. Em escolas eonservadoras hia tendéncia de se manter « mesma atribuigio de sSignificados, que, por sua vex reforga as cond «bes vigentes. Em excolas inovadoras observaese 6 continio aprofundamento alargamento do acervodessigniieados, que se tomnamn mais eeti- Heol Lies vos em seu papel de orienta a ago das pessons para realizagies e desenvolvimento. Estas proposigdes apontam parao fato de que & Fundamental conhecer a escola em seu modo de ser ede fazer © que nio se povleafirmar nada sobre a ‘qualidade doensino a parti da legislagio edivetsizes ‘ediuacionais, as polticas educacionais de sisten ‘de ensino, da proposta poitico-pedagéica de es- colas, edo nivel de eapacitagio de seus prisons Para conhoet-la€ preciso que se estude, a partir de 1m ola ert, reeeptivo, eselarecido e perspieaz 0 rl de pensar e de fazer continuamente praticado 1 interior da escola, os arranjos peeuliares asst ds para o enfrentamento de desafios, o que ¢ sele ‘omado como prioridade eo que é deixado de lado © até mesmo negado, Estes © muitos outros aspeetos ‘constituem a escola real, ist €, sua cultura e yeu clic ma organizacional, que & objeto deste livro estues-se, pois, que a realizagio deses estu- doy se situa no dmbito das pesquisas ce nivel meso Sobre a Educagio (CARVALHO, 2008), gue vém mpliare dar sentido mais eftive & educagio qu “anteronmente tinka seus destnos articulados entre ‘o nivel macro das politicas edueacionats, eonside- rando os anseios da sociedad, e 0 nfvel micro, que Tevaem consideragio os processos de aprendizagem na sla deal Stic Coles de Gest & (esto da cultura edo lina organizaionl da escola Acompreensio da csc como espa cllrl nh xe um ido soa contesting extern sol pi fe, de vata 7 elagies de poe ‘qu expressam dmensoes pesos, sin pis ‘Utd esoar PEREIRA, 2009, avonmin | 8 i 1 Explicitagdo do significado de clima e de cultura organizacional da escola Clima e cultura organizacional séo dots cones tos comumente referidos de forma associada, inter ligando-os num mesmo conjunto de significados ou, até mesmo, sobrepondo-os. De fato, eles fazer pa tedomesmo conjunto de fatorese estio intimamente coneetados: expressam-se dinamicamente por ges- tos, atitudes,cliseursos, comportamentos individuais ‘ecoletivos de pessoas, arranjos de objetos e ambien- te, uso de espaco e tempo, ages € eagdes manifes- tados, tanto de forma subliminar como explicta, no cenfrentamento de desafis pela organizagio, Clima € cultura so dois conceitos tao intima ‘mente intrineados que suas fronteiras sio definidas apenas arbitrariamente, conforme a Jogica adotada pelo estudioso, em vista do que so discricionaria- ‘mente delimitadas. Em face dessa cércunstancia, Lindhal (2008) afrma que essa distingio 6 totalmen- tedesnevessira,jé que por vezes resulta em redun= dincia. E possivel, no entanto, sugerit que o exeret- cio de exploragio de caracterizagdes particulares de st oer ute | Gestdo da cultura edo lina organizacional da escola cada um dos concetos tem oferecido « possbilidade de difereneiaraspectos que demandam atengio sin- ularizada no trato da gestio escolar, do fer peda ‘gixieo e sua lideranga. Afrmamos que elim cule tumose constitu em trnos indies emo- 1a referents ao mesmo eonjunto de coufiguraso, pois apresentum diferentes conotagdes, assim como se observa na representagio eita pelos termes for- rma e fundo, objeto e sombra que compoem © mes- ‘mo fendmeno em que um nio existe sein o outro. importante destacar que oclima e ele, en toora vinculados & mesma base factual © conceitual, de cera forma, contetides e expresses ditintos, ‘dai por que seri diferenei-os,Verfcam-se ma Hite- ratura mais reeréncias&eultrs organizacina, por seu carter mats duradouro, denso, potente © siste- mstico na determinagio de comportamentos, parém oclimaorganizacional que é mais comumenteesta- dado, tendo em vista a maior fielidade de observa- ‘go desse fendmeno e ealizacio de seu estado, como luanbeém de influéncia sobre essa expresso. 2__Destaci-e também a distingio apresentada na Meraturs entre cults organizacional de escola, r- lativa ao que a escola realmente fx, como eae 08 calores que de fto assume, ea eulturs educaciomal, ‘que ores (2005) denomina de cultura escolar, re- erento cultura que a escola deve assumnr fim de § weadeadamente promov bao de fre ‘ioe aprendizagem de ses alunos, Portanto, eulta- Heals Le 13 organizacionl da esol corresponde i prétens reals eoethas da escola cultura educaciona se re- feve As coneepedes educacionas assumiase pro= fessadas em im sistema deensino eeseolis, mesmo «jue necessarianente praicada, pois muitsve- ‘5 si mais professadas do que assum, confor ‘me ert aalisado mais diane, £ tmmportante reconhocer que oF concitos de lina ede ltrs orgpnizaional esto intimamente Intelidos, de tal modo que nio apenas se reco- ‘hece que im fz parte do outro como também se sbrepdem e se confundem em muitos aspeetos, Conforme se observa na realidad, Bisogain, Nico- Tau e Gracol 2010-3} spontan que ambos os cone celts “tngenclan-se Fetprocamente em dversos sspectos", mas exerocm influéncas diferencias ‘0 fazer pedaggo, pots enquunt a cla on ‘nacional influent a forma de miso, es train de crescimento eno estaelecimento de dic relrizes de qualidade dos servos prestados, cla xgmnizacional possiiltadesereverocomportamen- to cxginizaconal enquant [si] identifcagio dos aspects que masinfiencian na pereepio dos pro- Bemasinsttucionas", Depreende-se dessa dstin- io oeariter mais dens dos valores, assocado cule {ura 0 carter mas voli do cinw. sm geal ox conceltus de clina cultura ong canal sho referidoseestudados muito comumene tee forma associa, tendo em vista atin rla- Gestdo da cultura edo cima organizaconal do escola io entre ambos, devido ao fato de que, necessaria- rente, ao se analisar afando un eoneeito,chegi-se ‘40 outro (tal como nao existe sombra sem seu obje- to). Mesmo ass, ambos os conceitos epresentam até certo ponto, dentidades especies, eabend cam. preendé-las em sua espeeiicidade e clare, tanto para se ter maior clareza sobre o que se quer conhe- ‘er e compreender, como para se atibnir maior efe- tividade mas intervengbes do gestio e lideranga do rocesso educacional, S-vilido, portant, identificar diferengas entre esses conceitos. Logo, como representantes de ma- nifestages inter-relacionadas, mas diferentes, sas espeeificidads se tornario mais claras, mais explil- tase evidentes, na medida em que forem observae das, examinadase estudaas, o que deve ser feito, ‘no entanto, sem perder de vista sa inter-relagio contextualizacio, Emboraos estudos dessa diferen ago expressos na literatura sejam em grande par= te referenciais, 6 possivel suger que, na persist cia desse exereicio e sea continvo aprofundamento, $4 nofituro poder-se-é entender melhor su dstingio, = Com cir pr orton gst cold taal educacona crore esl Acar oan tm um carter ma duu ge clin de crcl a sends consi oh equ segs deviveno crtinuaedsaminadar ete do que€ posse cone lamalhore eset: ‘Meuse Lock mente por meio de ua avaliacio continua, evouti= ‘vae que acompanba a escola de modo sstemstico © ‘comparativo para verfiear a permanéncia dos fato- tes quea expressim, assim como sua evolugio. Esse {ato & destacado na Encilopédia do Gestor (2007: 2) ‘ao apontar que “a cultura implica algam geau de es- tubilidadeestrutural wo grupo 16 algo profimdo e cestive J" derivade de wma aprendizagem acum Jada so longo do tempo por um determinado srupo, ‘como ito de uma experiéncia eoetiva e dos signi- ead construidos em toro dela As pessoas, por sua meméria, por seu arsenal de percepgies introjetadas ¢ acurmuladas ao longo do tempae, sobretudo, por sua capacidade de distanci- ar-se do tecdo cultural em que estio imersas e que ‘ajucam a construir, podem, em um dado momento, ‘etratar essa cultura de modo a compreendé-la co ‘mo condigto fundamental para exercerinfluéncia sobre ela, em vee de ser ariticae inconseientemen- te por ela conduzidas, Portant, tal eultura pode ser ‘eaptada e expressa por seus participantes a partir da representago que fazem do modo de ser e de fxzer da escola e de suas priticas mais comuns, estbele ‘das pela lembranga de experiéneias passadas, me- dante processos enidadosos de observagio, andli- see interpretagio, Mas, sobretudo, pela observacio ‘continuada de aspectos assuindos mals perenes do fazer edueacional. Steen desi | stgp do cultura © do cima oxganizaconal da escola ‘De qualquer forma, vido reiterar que os cone ceitos de clima e de cultura organizacional ni sio claramente delimitados, sendo suijeitos @ iiplas terprelagdes, como se vera seguir, que vio emer. sgindo se explicitando 8 medida que nas se debric ss sobre eles e segundo a perspectiva com que se ‘esaminam os fendimenos por eles tepresentados & 6 08 agrupa e diferencia uns dos onto 1A metifora do iceberg para representar © cariter subjacente da cultura Tendo em sts o ater subjacent mpito ds manifests do clin d cataract nal sabe aces xpcts nul cnt {praia da ati gu do eben co ttumenteadtad con metiors pra eps esse endmeno E estado que um ches toa pons crea de lode toda sua ssn expos cna diel do nar, mateo serge suber tnt spre 6 earspoufente aide wn ass tl: Uses ober montis pr representa ned ima condi, costs er que pao inser sobre wm pron sen maa suse F lags dg do comet desu antes clo, de suas consequeéncias e suas ramificagies, es: ti-se apenss alterando as questées manifestas na E ponta do iceberg, de carter meramentesintomate Hes Loe 0,de modo que o problema tend a aparecer nova mente. Consequentemente, para superar esss st- perfiialidades, 6 sempre reeomendivel anal to- a situagio em sua complexidade ¢ em suas milt- plas relies, de mancira se promover interven= ‘es mais abrangentes e mais profundas ‘Ao se passar grande parte da vida e da realida- de escolar em eondigio submersa, quer dizer, des- ‘conhecida, desconsidersd, no comproendida e nio valida, possbilita-

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