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INTRODUGAO Na costa brasileira, as primeiras feitorias portuguesas corriam o riscy permanente de assaltos de piratas ingleses, franiceses e holandeses, Na- cionalidades variadas também tentaram a posse efetiva de regides ainda nio ocupadas por gente de Portugal, querendo estabelecer enclaves des- tinados a transformar-se em colénias que romperiam a continuidade do litoral lusitano, Franca, por exemplo, soube Awe a alguns indigenas inimigos dos portugueses € 0s franceses chegaram mesmo a fi- xar-se longamente, pelo menos no Rio de Janeiro, em 1555, e no Mara- | nhao, em 1612. Os holandeses, mais ambiciosos, organizados e financia~ dos por poderosas companhias de comércio, trataram de conquistar nticleos jd estruturadas e ricos pro- | dutores de acticar. Atacaram, no ini- cio do segundo quartel do século XVII, a Bahia e logo depois conquis- taram Pernambuco, la ficando qua- se vinte e cinco anos. Os primeiros estabelecimentos portugueses também se viram ame- - agados pelos indios, nem sempre amigos porque, guerreando-se en- tre si, muitas vezes atacavam as po- voagées dos colonizadores onde es- | tivessem homiziados os seus desa- _ fetos, ali bem relacionados. Assim, 08 portugueses eram hosti- lizados tanto pelos seus inimigos eu- Fopeus como, muitas vezes, pelos selvagens da terra conquistada. Ini- migos, pois, possuidores de diferen- tes logisticas e estratégias, uns na Idade da Pedra Polida, usando mé- | todos primitives, mas eficazes, dada | i As FortiFicacdes CoLoniats NO Barasi | Forte de Sao Marcelo em Salvador (BA), tambem chamado Forte do Mar. Obra de Frias de Mesquita (1622) a diferenca numérica entre os oposi- tores; outros providos de todos os recursos que a modernidade ofere- cia naqueles tempos do nascimento da pirobalistica. Contra os indios ha- | via a intimidagao, até certo ponto fa- | cil. Tomé de Sousa dava 0 exemplo | | matando-os as dezenas, a tiros de ca- nhao. Outros eram aprisionades e amarrados uns aos outros com cor das. Para combater os invasores que vinham pelo mar, providos dos mais recentes recursos em matéria de a mamento com base na pélvora, tra Tratado de Tordesithas (1494): novos descobrimentos divididos entre Espanha e Portugal AS ForTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL Faw oped pare sagpaira. iB ar Compe she fogamnce 9 Aiea he ane abo queen Ataque do corsario Duguay-Trouin ao Rio de Janeiro em 1712 Le Ses! 1909 taram os lusitanos de providenciar fortalezas, Lembremo-nos, porém, de um aspecto: até 1580, o sistema defensério portugués era incipiente porque nao havia, verdadeiramente, valores a defender, a nao ser meia duizia de povoagées ainda nao bem estruturadas economicamente em atividades lucrativas de modo efetivo. Foi durante o dominio espanhol sobre Portugal que realmente se or- ganizaram os primeiros sistemas eruditos de fortificagdo, principal- As ForTiFICACOES COLONIAIS NO BRASIL | | | | [ mente a vista do perigo holandés. | Assim, desde aquele ano até 1640 a arquitetura das fortificagées, no Bra- sil, foi baseada nas ordens dos arqui- tetos sob o comando espanhol e a vi- gilancia especial de Felipe II. Os ita- lianos, na época os maiores especia- listas em fortificagSes modernas apropriadas as novas armas de fogo, foram os mentores dos espanhéis, agora donos de toda a América. Podemos dizer que, de um modo geral, as fortificacées brasileiras fo- ram condicionadas a experiéncia ita- liana de fortificagdes a partir do sé- culo XVII, abandonando totalmente as maneiras transitérias baseadas ainda na tradicao medieval das altas muralhas e das ostensivas torres de defesa. Agora, havia que privilegiar as fortificacées baixas e de grande, enorme, espessura, De pouca altura | Para oferecer o menor alvo possivel, © gr0ssas para absorver o impacto de Projéteis de forca incrivel. Esses primeiros tempos de coloni- zacao, 0 primeiro século de posse, Ataque holandés aos Engenhos na Bahia de Todos os Santos protegidos por paligadas de madeira (1640), segundo Franz Post | pa compreende 08 pr foram realmente anos de muito Sa crificio e improvisagio. Os docu. mentos demonstram 0 heroismo dos colonizadores defendendo-se de perigos de toda ordem. Esses pa- péis dos arquivos falam-nos das for- tificagdes iniciais, principalmente paligadas, cercas pontiagudas de paus-a-pique protegendo as peque- nas povoacies; trincheiras, atalaias, torres, mesmo as de igrejas providas de seteiras, como a de Cananéia, permitindo o exame atento dos are dores descampados; depois, 05 pr meiros muros abaluartados. Ve mos, porém, 0 que nos interessa: fortalezas defensoras, de norte asul, terras | dos limites portugueses nas j da América do Sul. Podemos estabelecer uma mo dologia de abordagem desse eo tema relative a defesa do tem ts brasileiro, dividindo a historia we fortificagdes em algumas on " nificativas do periodo colonial. jra et imeita © vo melhor juizo, uma primes” jmeitos. As FortiFicacOs COLONIAIS NO BRASIL partir de 1500 até 0 ataque holan- dés, aquele que verdadeiramente ameagou a integridade do litoral brasileiro. Corresponde, a grosso modo, ao tempo pioneiro de toma- da de conhecimento do territ6rio somado ao periodo de dominagao espanhola sobre Portugal, que vai de 1580 até 1640. Uma segunda eta- pa, com ligeira sobreposigao de da- tas em relacao a anterior, abrange 0 periodo de permanéncia dos holan- deses no litoral pernambucano, aproximadamente de 1630 a 1654, nao havendo construgées defensi- vas significativas no resto da costa, fora da nordestina. Uma terceira Artilheiros holandeses na Batalha de Guararapes. Detalhe da pintura “A Batalha de Guararapes” no forro da Igreja de N. Senhora da Conceigao dos Militares em Recife, atribuida a Joao de Deus Sepulveda. etapa, na bacia amazdnica, vai des- de os tltimos anos do século XVII século XVIIL, referindo-se aos planos de fortificagdo da Area contra os fran- , inte ceses, ingleses e holandese ressados em estabelecer dominio ao longo da margem esquerda do rio Amazonas. A quarta etapa corres- ponde ao periodo em que os espa- nhois da Argentina procuraram _ ocupar o litoral ao sul de Cananéia, ja que ainda eram nebulosas as di- visas entre os dominios de Castela e Portugal antes do Tratado de Ma- | drid, de 1750, e do Tratado de Santo | Iidefonso, de 1777. | até praticamente ao fim do | | | sabTii ‘AS FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL A PRIMEIRA ETAPA Por motivos bastante compreensiveis a primeira etapa, carece de ampla documentagéo escrita e é praticamente omissa em iconografia referente as primeiras fortificacGes brasileiras, s construtores militares vin- O dos nas comitivas dos pri- meiros donatarios e governa- dores eram infatigaveis, e talvez 0 pe- dreiro Luis Dias seja o modelo deles. Luis Dias esteve na Bahia com Tomé do alguns anos. Construiu os primei- ros baluartes e muros da cidade, tudo obra de taipa de pilao. Parece que a | taipa de pilao foi, no comeco da piro- balistica, um material recomendavel nas fortificagdes porque amortecia 0 impacto dos projéteis, evitando o | sempre perigoso ricochetear de al- cance imprevisivel. Essa qualidade talvez fosse de certo interesse, mas a precariedade e conservacdo perma- nente, ligadas a taipa, logo exigiram recobrimentos de pedra aparelhada, fazendo a pedra o papel do taipal. | | | Como sabemos, até © inicio do século XVUI, os maiores Tendimen, tos de Portugal no Brasil Provi- nham da produgao acucareira das | areas litoraneas do Nordeste, Da : Bahia para o sul, desde os primei- de Sousa por volta de 1549, la residin- | TOs anos até aquela data, as Povoa- ¢ées, eram muito Pobres, sem ex. Pressdo alguma que pudesse justi- ficar um sistema de defesa catego- rizado. Os pequenos portos daque- las humildes cidades eram unica- mente assediados por corsdrios ja conformados com 0s irrisérios des- pojos que anteviam. Talvez, ali, aportassem mais por desfastio ou diversao, porque nada havia de im- portante a roubar. E vinham de vez em quando, passando ao lado de fortalezas vazias e de canhées | abandonados, como aconteceu no LOE litt, Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, construida por Flores Valdez na _ entrada do Porto de Santos (SF) As FortificaGOes COLonials NO BRASIL Rio de Janeiro em 1712, quando o pirata Du- guay-Trouin encontrou desguarnecida a Forta- leza de Santa Cruz ao assaltar a cidade. Mas nado devemos esquecer o primeiro desses aventureiros do mar que saqueou © litoral sul brasileiro, que foi poucos, foi sendo aper- feigoada até se transfor- mar na Fortaleza da Barra, ou de Santo Amaro, que hoje vemos na ponta da Praia da- quela cidade. Do pri- meiro século, de 1532, também é a pequena fortificagdo levantada por Martim Afonso para defender, na barra Thomas Cavendish, ' Felipe Il, rei de Port . F . autor da proeza de en- Espanha vetted ear da Bertioga, a vila pro- Ticiano xima de Sao Vicente do curralar toda a popula- cao de Santos, no Natal de 1591, dentro das igrejas, nos mo- mentos das cerim6nias religiosas daquele dia e saquear a cidade e os modestos engenhos de agticar no caminho de Sao Vicente. Sabemos que 0 almirante Diogo Flores Valdez, na sua viagem de re- conhecimento pela costa, anotou os lugares que deveriam ser guarneci- dos e que chegou mesmo a erigir algumas fortificagdes até a altura de Santos, local onde a sua esqua- dra fora assaltada por ingleses. Ali, fez modesta fortificagéo que, aos eR ataque dos indios ta- | moios, ¢ parece que nisso tal provi- déncia foi inoperante, pois 0 local foi assaltado em 1551 pelos selva- gens, que acabaram por aprisionar » oseu artilheiro, o alemao Hans Sta~ : den, autor de célebre livro de me- morias. Essa pequena Fortaleza da Bertioga foi aperfeigoada entre 1551 e 1560, e praticamente recons- truida em 1750. Sao essas duas for- talezas santistas, as tinicas ainda existentes, que podem pertencer ao primeiro século na nossa classifica- | cao. As primeiras trincheiras e ba- Forte da Bertioga localizado na entrada da Barra Pequena do Porto de Santos (SP). a - AS ForTIFICACOES COLONIAIS NO BRASIL Forte do Picdo em Recife em mapa de 1759 PJ Cactano- BN terias do Rio de Janeiro foram tao alteradas a partir da transferéncia da capital do vice-reinado da Ba- hia, em 1763, ea seguir a instalacéo da corte de D. Jodo Vie a indepen- déncia, proclamada por D. Pedro I, que mais nada de original existe, restando delas somente vagas indi- cagoes e velhas plantas e vistas em | necen _ lo de engenheiro-mor, perma esmaecidas aquarelas e em algu- Mas gravuras jd do século XVIII, No alvorecer do século XVII, so- bressai Francisco Frias de Mesquita € sua obra, englobando, inclusive, trabalhos de arquitetura religiosa. | de muito trabalho. Foi, Francisco Frias de Mesquita, enge- nheiro militar portugués, nasceu em 1578, e aos 20 anos de idade _ conseguia ser pensionista de Felipe | ; ° | TInuma das trés vagas existentes ™ « nar: curso de Arquitetura que o mo! i es | ca mantinha em Lisboa. Com 0s . 4 meti- tudos concluidos em 1603, ¢ re! veh do ao Brasil com o importante a e dois anos além de e dado genheiro militar, também waved valoroso. Por volta de ‘on oa construir a Fortaleza da Laje do na colénia por trint As FortiFICACOES COLONIAIS NO BRASIL A bém conhecida por Castelo do Mar, Forte de Sao Francisco ou Forte do Picdo, no Recife, desenho de Tibtir- | cio Spanochi, no tempo do governo de Matias de Albuquerque. A obra foi terminada em 1612 e elogiada, como € relatado por Sousa Viterbo. Possufa nove lados, ocupando pra- ticamente toda a superficie do par- cel que Ihe deu 0 nome, medindo aproximadamente dez bracas de di- metro, e a sua muralha alambora- da tinha mais de quatro bracas de altura. O proprio Frias, em 1618, es- | creveu que 0 povo espontaneamen- te havia concorrido com recursos para o fabrico desta fortaleza, auxi- _ » os mais recentes critérios de fortifi- lio também ocorrido durante a Fortaleza dos Reis Magos, em Natal. Em 1603, essa fortificacao foi reconstruida com novo projeto de Francisco Frias de Mesquita, definida por uma tenalha em cauda de andorinha na parte posterior e uma obra coroa na frente. construgaéo da matriz de Olinda, o que sugere tenha sido aquele tem- plo também projetado por ele. Em 1614, Francisco Frias de Mes- quita estava as voltas com a Forta- leza dos Reis Magos, em Natal, Rio Grande do Norte, que fora iniciada em 1598 pelo padre jesuita Gaspar Samperes. O arquiteto José Luis _ Mota Meneses, no seu livro sobre as fortificagdes do litoral nordesti- no brasileiro, vé proximidade de concepgGes entre este projeto de Frias de Mesquita e o da Fortaleza de Jesus em Mombaga, da segunda metade do século XVI, onde espe- cialistas italianos atuaram segundo As FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL Plataforma da‘Forta feza de Bombaca, Forte de Jesus em Mombaca segundo desenho de Joao Teixeira Albernaz ¢, 1548, one cagdo. Assim, a Fortaleza dos Reis Magos nao seria mais que um | exemplar feito segundo uma conti- nuidade tedrica norteadora das novas defesas. A fortaleza em cau- sa nao possui os j4 vigentes balu- | artes triangulares agenciados as cortinas pelos flancos de angulos variados. A sua muralha envol- vente 6 quase um retangulo de 50m por 100m cujos lados sao que- brados fazendo angulos reentran- tes na maior dimensao e um angu- lo saliente na face que olha para o mar. Na face oposta, ha a entrada defendida por dois “orelhdes”, es- pécie de baluarte provido de um s6 flanco, como mostra com mais clareza a ilustragao. Talvez seja a Fortaleza dos Reis Magos 0 mais belo exemplar de fortificagio re- manescente dos tempos herdicos 1 da posse portuguesa, constituindo i exemplo de fortificagdo tinica iso- Jada na vastidao do litoral abando- nado, defendendo tio- somente a humilde povoacao de Natal. O seu papel era mais politico, simboli- zando a inamovivel presenca luso- espanhola da costa. Muitas vezes a fortaleza defendeu-se bravamente, mas um dia, em dezembro de 1631, a sua pequena guarnigao nao resistiu ao poderio de 2.000 holan- deses chegados numa esquadra de 16 navios. Entao, passou a chamar- se Castelo Ceulen. Foi recuperada em 1654. Em 1617, na barra da lagoa de Araruama, nas proximidades da re cém-fundada vila de Cabo Frio, Fri as localiza o Forte de Sao Mateus, obra destinada a proteger aquel? rea das incursdes de ingleses ¢ bo” landeses que ali, com a conivéncia dos indios, furtavam pau -brasil AS FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL Nesse ano, freqiienta o Rio de Janei- | sobre uma laje que aflorava na maré ro, ali proximo, e elabora 0 seu mais prestigiado projeto de edificio rel gioso: 0 Mosteiro de Sao Bento. Em 1622 projeta, com base nas orienta- goes de Spanochi, o Forte do Mar, em Salvador. Essa também é uma fortificagdo brasileira importante, imaginada para defender a capital baiana dos holandeses. Construida | baixa, como no caso do Recife, ainda ostenta a sua forma original circular, com quase 90m de diame- tro. Também foi chamada de Sao Marcelo ou de Nossa Senhora do P6pulo. Durante a frustrada inva- Jo holandesa de 1624-1625 sofreu agravos que depois foram repara- dos pelo préprio Frias. Vista do Forte dos Reis Magos, em Natal (RN). Desenho da Casa de Polvora, de autoria de Frias de Mesquita (abaixo) As ForTiFICACOES COLONIAIS NO BRASIL A SEGUNDA ETAPA A segunda etapa da histéria das fortificagoes brasileiras trata primordialmente das obras relacionadas com o periodo holandés em Pernambuco e areas limitrofes, onde, pela primeira vez no Brasil, o sistema defensivo é articulado, envolvendo variados redutos, cujos alcances de tiro garantiam a defesa continua de extensa faixa litoraneo, “4 verdade que esse sistema de apoio mituo foi iniciado pelos espanhdis, inclusive na Bahia, mas foram os holandeses que o aperfeicoaram, construindo fortifi- cages em pontos desguarnecidos e fortalezas projetadas conforme no- vas bases, préprias da chamada “es- cola holandesa”. Na verdade, essa maneira batava nada tem de muito diferente da italiana, como nos lembra Ulises Per- nambucano de Melo Neto no seu trabalho “O Forte das Cinco Pontas”, pois foi um técnico vindo da Italia, em 1559, chamado Marchi, “ quem introduziu nos Paises Baixos alteracdes nos critérios anti gos de agenciamento de defesas ali ainda vigentes. O que caracteriza a sistematica holandesa é a maneira de implantagao no terreno, a esco- Iha de Areas planas, até mesmo ala- gadicas e a introdugdo do chamado “sistema bastionado”, isto é, a loca- lizacao fora dos muros principais de bastides ou trincheiras avancgadas fazendo linhas concéntricas de defe- sa em volta da fortaleza propria- mente dita. E claro que essa acomo. dagao as planicies nem sempre erg viavel nas costas brasilei Tas, mas, de um modo geral, ela foi aplicada ten- do sempre o cuidado de se evitar padrastos proximos, Providéncia que Os portugueses nem sempre to- » Mavam, embora fosse justamente da sua tradicio a fortificagdo dos pontos altos. Enfim, de uma maneira geral, os . portugueses privilegia- gj tam as elevagdes do terreno na_instalagao das suas fortificagdes e os holandeses, a0 contrario, davam prio- ridade as planicies. Esta claro também que os ho- landeses, depois de se apossa- rem do litoral nordestino, aproveita- ram as fortalezas portuguesas ali encontradas, reformando-as segun- do as suas conveniéncias. Antes de tratarmos das atividades holandesas no Recife, ¢ conveniente, porém, que sejam lembradas as ins- talagdes de defesa de Salvador © Bahia, porque, de um modo oa outro, elas também estiveram 1° ‘i © onadas com a presenga be | porvolta de 1625. Sao, evidentem ee AS FORTIFICACOES COLONIAIS NO BRASIL Ataque dos holandeses a cidade do Recife em 1630 66 sm te, obras que devem estar situadas — | 06 de Salvador, permitinds livre de- | Sembarque de tropas, Ali, dentre as na primeira etapa da classificagdo que estamos seguindo, como muitas outras, tal qual as do Recife, confor- me veremos, mas que somente ago- ta estao a ser tratadas devido preci- samente a ja citada sobreposigdo no tempo entre as duas primeiras | Forte do Mar, de que j4 falamos Salvador, situada numa baia de — | co Frias de Mesquita, Depois das divisdes. grandes proporgdes, que possui abertura para o “mar Oceano” com mais de duas léguas de largura, ex- tensdo muito grande para permitir o | cTuzamento de fogos de armas ainda _ incipientes naquele tempo, na ver- i ficagdes de variados tamanhos. dade nunca péde ostentar um racio- - nal sistema de defesa, tanto que as i Principais escaramugas entre baia- _ Nos e holandeses, em 1624-1625 e de- Pois em 1638, se deram em terra, jé que varies cram. om pontos envoltari- Principais fortalezas vindas ainda do tempo dos portugueses, destaca- mos o Forte de Santo Anténio da Barra, a Fortaleza de Nowsa Senhora de Monserrate (ou de Sao Felipe) eo quando tratamos da obra de Francis- ameacas helandesas, o sistema de- fensivo baiano foi aperfeigoado den- tro das possibilidades e acabou por possuir cerca de vinte e quatro forti- O citado Forte de Santo Anténio da Barra data aproximadamente de 1534 e foi reconstruido em pe dra e cal pelo governador-general D. Francisco de Sousa, e desde AS ForTiFicacoes COLontais NO Brasi. Forte de Santo Antonio da Barra em Salvador (BA), em desenho do século XVII ane ta em causa. Foi tomado pelos ho- landeses e logo depois reconquis- | tado. Em 1627, nas suas imediac6- es, foram levantados os Fortes de Santa Maria e Sao Diogo, para que _ fossem evitados novos desembar- ques nas redondezas. As trés fortificagdes, no entanto, de Santo Anténio da Barra teve, ao _ documental porque aquele tempo a sua eficdcia foi pos- | mentado, Passando ma de um Poligono lados e nenhum b somente @ Mostray a itregular aluarte, Suaritas Nos Ir de dez Mas tj On salientes. A Fortaleza de Nossa Senho, Monserrate de Salvador tem int, de leres., Se arquiteténico e, ao dO Mesmo te; ™po, Z Seja a ul. 1ta Projetada Tquiteto italia. trazido para . . tal mister. Antigamente, chamava-se Forte de Sao Felipe, em homenagem a0 rei espanhol, tendo sido feita so. bre uma primitiva fortificacao, entre 1591 e 1602, por ordem do mesmo D, talve; tima fortificagdo brasile: € construida por um a: no especialmente | Francisco de Sousa, tendo como ar- estao a mercé de padrastos bem pré-__ ximos, 0 que as torna vulneraveis.O | quiteto o gentil-homem florentino Baccio di Filicaya, que certamente _ trouxe para o Brasil as novidades ar- longo do tempo, o seu perimetro au- i quiteténicas nao sé referentes as gicacdes 45 Sistema bastionado segundo o “Método Luzitano de Desenhar Fortificacoes Pracas Regulares e Irregulares”, de Serrdo Pimentel (1680) _ 66 As FortiFicacoes COLONIAIS NO BRASIL Forte de Nossa Senhora de Monserrate, Salvador (BA) construgdes militares, mas também 4s obras religiosas e particulares. Essa Fortaleza de Nossa Senhora de Monserrate tem como planta um he- xdgono irregular mostrando nos vértices seis torredes, ou guaritas abobadadas, que lhe marcam incisi- vamente a silhueta. Na area de influéncia pernambu- cana ha a destacar, na regiao da Pa- taiba, a célebre Fortaleza de Santa Catarina de Cabedelo. O seu primei- To projeto deveu-se ao zelo do jé ci- tado Diogo Flores Valdez nas suas Vistorias nos pontos importantes ainda falhos de defesas eficazes. Na | foz do rio Paraiba providencia ele a | erecdo de um forte projetado pelo | engenheiro alemdo Cristovan Lintz | por volta de 1585. Foi trabalho mal j executado, no entanto. As suas tai- pas nao resistiram aos anos e as in- tempéries. Isso fez com que 0 pro- prio Felipe II ordenasse uma “refor- magio” de tal fortaleza, altamente degradada. Cumprindo tais ordens, em 1618, D, Luis de Sousa, 0 entao governador-geral da capitania, vai | ao local, na companhia de Francisco Frias de Mesquita, e planeia uma nova construgdo, aquela que hoje | ombreia em importancia arquitet6- AS FORTIFICACOES COLONIAIS NO BRASIL Fortaleza de Santa Cruz de Itamaraca, na Barra do Rio Igaracu, (PE). Antigo Forte Orange, edificado pelos holandeses em 1631, foi tomado pelos portugueses em 1654, quando foi rebatizado com o nome atual. aviv tificagdes, fora as de Alagoas. Citare- Mos somente as duas principais, que tém certo valor arquitetonico e histé- _ rico e testemunhama obra fortificaté- ria dos subordinados do conde Mau- | ricio de Nassau: a Fortaleza de San- Forte Orange na tlha de ttamaraca (PE), _tiago das Cinco Pontas e a Fortaleza em gravura do século XVil do livro de | de Santa Cruz de Itamaraca (ou For | te Orange). nica com os Reis Magos de Natal. | Hoje, a Fortaleza das Cinco Pontes Em 1634, 6 tomada pelos holande- | estd envolta pelo casario do Revite & Ses, que ali ficam por vinte anos fa- ha muitos & muitos anos que }1 zendo obras de ampliagio e manus | existem os cinco bahuartes que the tencdo, Passou a chamar-se Forte | deram o nome, apelido, aliss, vine Margaret. A sua planta irregular | dos tempos dos tlamenges: we apresenta trés baluartes voltados ua todas as modificagdes intro” para 0 oceano. duzidas no seu perimett?: fon Da Paraiba para o sul comega ote, essa fortaleza, levantad oe grande sistema defensive que carace pelo engenheiro hotandés terizou o periodo da dominagio hoe mersteyn, possuia WM landesa. $6 na costa Perhambucana | pentagonal que aos pouees podemos identificar vinte e oito for= | ser remodelado em obras per mete passed ‘ e cone” AS FORTIFICACOES COLONIATS NO BRASIL fortaleza de Santa Catarina de Cabedelo na Paraiba gariseus, 1647 vacdo, até surgir a planta definitiva, _ que hoje vemos, caracterizada pelo — convencional quadrado provido de quatro baluartes nos seus vértices. A Fortaleza de Santa Cruz de Ita- maraca, também denominada Forte Orange pelos holandeses, que a construiram, conforme citamos, data de 1631 e, situada ao sul da ilha daquele nome, defendia a barra do Rio Igaracu, que, mesmo na maré baixa, dava calado aos navios de grande porte. Possuia planta quadrada, com os sempre presentes quatro baluartes de angulo agudo. A TERCEIRA ETAPA Restaurada a soberania portuguesa na totalidade do litoral brasileiro do Nordeste em 1654, ficaram ainda indecisas as demarcacées separando o Brasil das possessdes espanholas. udo era muito nebuloso de : Santa Catarina, ao sul de Ca- | nanéia, em diregao a Buenos Aires, e também nada estava defini- | do no que diz respeito as divisas no amago do continente, pois todo | percorreram, em busca de indios a aquele sertao, praticamente desco- nhecido, aguardava uma decisio ne indicasse 0 que pertencia a Por- | a © © que seria espanhol. Con- *riando o velhissimo Tratado de | lados, que serviram de balizas lusi- Pedesihas, estavam os portugue- oon fixados centenas de Iéguas a *e, quase nas faldas dos Andes, e realmente aquele remoto labirinto de rios envolvendo gigantescas flo- restas que escondiam riquezas ini- magindveis haveria que ser reparti- do. Os bandeirantes paulistas, des- de os anos iniciais do século XVII, escravizar e de ouro, em viagens que duravam anos, todas aquelas remotas paragens e durante essas andangas fixaram-se em pontos iso- tanas na hora das confrontagdes © territoriais. AS ForTiFicACOES COLONIAIS NO BRASIL Em 1750, ocorre o Tratado de Ma- | drid, que estabelece as divisas entre | as duas nagdes com base numa inci- piente cartografia que simplesmen- te apontava rumos ou diregoes, sem a possibilidade de indicar com exa- ta preciso o percurso da raia sepa- radora das duas linguas. Ha neces- sidade, entao, de profissionais que viessem a América do Sul para de- marcar os limites imaginados pelos — diplomatas na corte espanhola. Por- tugal arregimenta o que hd de me- Ihor entre os seus profissionais, — principalmente cartégrafos e enge- nheiros militares, e manda também que sejam contratados especialistas | italianos que facilitem o intento de - balizar o territério por meio de ob- servacées astronémicas e, inclusive, localizar fortificagdes nos pontos- chave. Dentre esses italianos distin- guiram-se Anténio José Landi, Hen- | Portal do Forte Principe da Beira, em Rondénia c rique Antonio Galluzzi e . Sambuceti, todos chegados ag N te do Brasil poucos anos “r | teferido tratado diplomatico, Den. tre os trés, Landi talvez tenha sido mais famoso no exercicio da profs sao, pois revelou-se um arquiteto competente, tendo sido. Tesponsivel pela introdugéo de novas versdes estilisticas que poderiamos chamar de “tardo-maneirismo” a partir de suas obras civis de Belém do Pari, No entanto, como engenheiro forti- ficador, assumiu aspecto apagado, Os seus patricios, porém, na arqui- tetura militar tiveram papel atuante, O rio Amazonas era vulneravel porta aberta para o interior do con- tinente, e dai a extensao do proble- ma surgido para os portugueses: pela sua quilomeétrica foz, ingleses, franceses e holandeses, insatisfeitos s6 com a posse das Guianas, volta- AS ForTiricacdes COLONIAIS NO BRASIL Planta da Fortaleza de N. Sra. de Nazareth no Rio Tocantins (PA) av _ de ser comprometida com o empre- go de navios de guerra. No entanto, em alguns pontos julgados estraté- gicos foram levantadas poucas for- _ talezas, que vém a constituir as da i terceira etapa da nossa classifica~ : cao, e duas delas, pelo menos, tive- _ ram, e tém ainda, grande significa~ - ¢o arquiteténica: uma, a de Maca- _ pa, no imenso delta amazénico, ea outra bem no interior, nas margens das para o Atlantico, desejavam _ também fazer frente para as aguas — amazonicas, enquanto no Peru, Co- © lombia e Venezuela, os espanhdis desciam pelos rios da cabeceira dao italiano, parece que natural de para atingir o mar facilitador das comunicagées com a Europa. Havia que trancar o rio. Coisa dificil, no entanto, porque s6 da terra firme seria impossivel 0 estabelecimento articulado de fortificagdes. A defesa dos canais necessariamente haveria do Guaporé, j para os lados da re- mota capitania do Mato Grosso. A Fortaleza de Sao José de Maca- pa foi projetada em 1764 por Hen- rique Anténio Galluzzi. Esse cida- | Mantova, foi contratado em 1750 | | i | como ajudante de infantaria, com 0 | exercicio de engenheiro. Sao José de Macapa foi, deve-se reconhecer, uma fortaleza de pouca eficacia, dada a imensa largura do rio 4 sua Projeto de fortificagao da cidade de Belém do Para, de Gaspar Gronsfeld 1 ‘AS FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRasit Planta da Fortaleza de S. José de Macapa, no Rio Amazonas, desenhado Galluzzi 4 frente e também por estar sempre malguarnecida de soldados devido | 4 pestiléncia do local, naquela épo- ca caracterizado por pantanos en- volventes. Pois naquele deserto, longe de tudo e de todos, o capi- tao-general Fernando da Costa | Ataide ratificou a posse portugue- sa mandando 0 engenheiro italiano levantar a mais vasta praca de guerra do Brasil, que chegou a pos- suir 86 canhées. Toda construida de pedra escura habilmente traba- lhada, tem planta quadrada com quatro baluartes cujos flancos fa- zem angulos bastante abertos com as cortinas. No recinto da fortifica- a0, havia oito edificios apropria- | dos para os diferentes misteres de "uma praca de guerra, como 0 paiol | de polvora, o hospital, a capela, 0s | armazéns, os quartéis, a casa do comandante, etc. ; O Real Forte do Principe da Beira teve a sua pedra fundamental lang da em 20 de junho de 1776 nas mar gens do Rio Guaporé, hoje munich do Guajaré-Mirim (Rondénia), r. capitao-general Luis de Aa que de Melo Pereira e Caceres “ . a seu lado o ajudante de ine engenheiro Domingos sor Natural de Génova, este profiss! hs italiano também pera or sertées amazénicos, N40 “ fort + demarcagées, como refazen AS ForTiFicAaCOES COLONIAIS NO BRASIL Beira em Guajara-Mirim (RO). Em baixo, detalhe do portal do forte ci cages a beira-rio deixadas pelos pri- meiros portugueses na regido. Essa fortaleza de Sambuceti também é de planta quadrangular com os seus | quatro baluartes 4 “moda Vauban”, como dizem os cronistas brasileiros quando tratam desses redutos da flo- | resta amazénica. Projeto e construgéo da Guarita do Forte Principe da Beira. 5 Gnnumdaafied As FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL A QUARTA ETAPA As providéncias demarcatorias das divisas entre Espanha e Portugal ng América do Sul, decorrentes do ja citado Tratado de Madrid, na parte da marinha sul, nao chegaram a bom termo, néo impedindo as escaramucas entre gente de Buenos Aires e os moradores da colénig do Sacramento, o ponto mais avangado ao sul, nas margens do Prata, em que os portugueses se haviam fixado. m 1735 a colénia foi atacada lo rapidamente. A expedicao ao sul foi confiada ao brigadeiro José da Silva Pais, engenheiro e arquiteto de muita importancia na historia da ar- quitetura brasileira porque foi o pri meiro a projetar na colénia, em ple- na euforia barroca, ocorrida princi i palmente no Nordeste, edificios duramente, iniciando-se a | guerra entre os dois paises, que durou alguns anos. Acordaram i que Silva Pais, como seus colegas nessa hora os portugueses, vendo o | seu vasto litoral sul totalmente des- | ainda estava preso ao maneirismo guarnecido, e trataram de fortificd- © contidos dentro da mais austera composic¢ao classicizante. Acontece engenheiros militares Portugueses, histérico que antecedeu ao barroco, O Palacio do Governo, Projetado por Silva Pais, cujos desenhos origi- nais esto em Lisboa, hoje totalmen- te desfigurado, pode ser considera- do a primeira construcao classica brasileira do século XVIII, que reto- » mou, depois de cem anos, a conci- Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim em Floriandpolis, SC As ForTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL Anhatomirim, segundo desenho de José Custédio de Sa e Faria, ca. 1754 sma. so maneirista desaparecida duran- te a guerra com os holandeses. José da Silva Pais talvez tenha | sido melhor arquiteto do que forti- | ficador, porque imaginou, em 1739, um sistema triangulado de fortale- zas situando duas delas nas ilhas Anhatomirim e Raton Grande e a terceira na ponta Grossa da ilha de Santa Catarina, onde se situava a _ cidade do Desterro, a atual Floria- _ népolis, capital do Estado de Santa _ Catarina. Tais fortalezas foram ine- ficazes, permitindo, por exemplo, que em 1777 os espanhdis, sob 0 co- mando de D. Pedro Ceballos, ocu~ passem a ilha. Essas trés fortalezas foram: Santa Cruz de Anhatomi- rim, S40 José da Ponta Grossa e Santo Anténio de Raton Grande, ou Fortaleza dos Ratones. As trés forti- ficagdes foram organicamente ade- quadas as conformagées topografi- cas de seus sitios de implantagao, de modo que nao apresentam nas | suas plantas nenhuma ordenagao © geométrica. Os seus perimetros sdo sinuosos e irregulares, permitindo grandes terraplenos, onde o arqui- - teto, ao longo de uns dez anos, foi dispondo edificios necessdrios e normais as pragas de guerra assim | fortificadas. Delas, a mais impor- tante (e hoje restaurada) é a primei- ra, a de Santa Cruz, cujas constru- "Prospecto da Fortaleza de S. Cruz da Ilha Anhatomirim”, 1760 svi ‘AS FORTIFICAGOES COLONIAIS NO BRASIL Fortaleza de Jesus Maria José, no Rio Grande do Sul, projetada por Manuel Vieira Ledo 4: Ges internas possuem bastante in- teresse arquiteténico. Finalmente, ainda na quarta etapa da nossa classificagdo, tem de se mencionar a Fortaleza de Nossa Se- nhora dos Prazeres da Ilha do Mel, nas proximidades de Paranagua, no litoral paranaense, Tem planta re- tangular, cujas cortinas sao de can- | mada por ser considerada inttil, principalmente por estar situada ao lado de um morro, seu padrasto. Esse é 0 panorama geral relativo a disposigao, no tempo e no espa- go, do sistema de fortificagdes erigido no Brasil colonial. A Hist6- / ria esta repleta de exemplos de for- taria aparelhada, e foi construida | em 1767 pelo tenente-coronel Afon- so Botelho de Sampaio, a mando do morgado de Mateus, D. Luis Anté- nio de Sousa Botelho Mourao, seu primo, entao governador-general da capitania de Sao Paulo. Essa provi- déncia fora decorrente de recomen- | dagao do marqués de Pombal, que ficara impressionado com a quanti- F venciam, com os recursos mai dade de incursdes de piratas naque- las redondezas. Em 1800 foi desar- tificagdes invadidas por indios re- voltados, por corsarios ousados ¢ por militares aos milhares, como aconteceu com a Fortaleza dos Reis Magos, de Natal. Sio muito raros os cercos frustrados por resisténcl- | as eficazes. Herdicas, sim, foram sempre as reconquistas, em que soldados e povo irmanados, prati- cando principalmente a guerrilha, is in cipientes, 0 invasor poderoso. Re- conquistando-se os baluartes Tov" As ForTiFicaGOes COLONIAIS NO BRASIL are para servir d'demonstragao dos lugares fortificados ha de Santa Catarina”, desenhade por Jose Correia Rangel - 1786 sis AS FoRTIFICACOES COLONIAIS NO Brasit bados, reassenhoreava-se a posse politica. Dai, por exemplo, a nem sempre correta escolha do sitio a ser fortificado, demonstrando uma favorecer os colonos espoliados.., Somente depois dos tratados de Madrid e de Santo Ildefonso é que Portugal realmente se precaveu, com estudada racionalidade na de- fesa das suas terras, tanto no sertdo amazénico como no litoral sul. So- mente depois desses acordos. Na verdade, nem o ouro de Minas, despachado para a Corte pelo por- D, Jodo, pintado por Debret. A transferéncia da Corte para 0 Rio de Janeiro encerrou um capitulo da nossa historia militar. Carlos A. Cerqueira Lemos i _ porque 0s provéyeis certa displicéncia ou, quem sabe, _ Precaucdo. E que até os Proprios | padrastros, um dia, acabariam por | . a atacantes da pirataria, institucionalizada agor, a em meados do séculy XVI, Prefe. Tissem agir em alto mar, inVestinds contra a frota rica, Assim, ny diz respeito a arquitet Brasil, de dos, que ‘tura Militar, 9 Vido a esses SUCESSOS tg, apresenta uma interessantigs). ma diversificagaa tipoldgica que, a Rosso ver, esta a espera de um aten- | to pesquisador que venha a mos. trar como a teoria dos especialistas em Portugal se manifestou despoli- ciada na colénia. dre (*) Resumo do texto: “O Brasil” in “Hist6ria das Fortificagdes Portuguesas de Rafael Moreira, Publicagbes Alfa, Lisboa, 1998, pp. 235/254. AS ForTiFICACGES COLONIAIS NO BRASIL

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