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RAPHAEL BAPTISTA TRATADO DE REGENCIA APLICADA A ORQUESTRA, A BANDA DE MUSICA E AO CORO (0) Conyrignt 3978 by IRMAOS VITALE S.A. int Eon. 80 Paulo « Rio de Janel - Brat foaon en eretosautortsteservadon borates on pales = Al chs reserve 296-M" IRMAOS VITALE, EDITORES Dados Internacionais de Catalogacao na Publicacao (CIP) (Camara Brasileira de Livro, SP, Brasil) APRESENTAGAO an Baptista, Re ‘ Nosso propésito nesta obra consiste em metodizar a aprendi- ptista, Raphael ; : : : Tratado de tegéncia : cplicada & orquesta, & | zagem da gesticulagdo, a fim de proporcionar aos alunos de re banda de musica e ao coro / Raphael Baptista, -- géncia um répido e consciente processo de automatizagio de + $Go Paulo : ImGos Vitale movimentos dos bragos. A maneira indicada para conduzir os gestos, a terminologia empregada na classificagao dos mesmos 2 aplicacao inteligente de uma gesticulacéo clara e objetiva, s80 de nossa exclusiva autoria. 1. Regéncia (mtsica) |, Tito As normas e preceitos aqui ditados nao so dirigidos exclu- sivamente aos regentes de orquestra e de banda de masica, Diri- ‘gimo-nos, também, aos regentes de coro, pois, este, quando inte- grado na misica sinfonica. submetese & reséncia convencional os conjuntos instrumentais. 9 Autor 00-4969 CDD-781.45 INDICES PARA CATALOGO SISTEMATICO: 1. Regéncia : Misica 761.45 ‘A JOSE PAULO DA SILVA In Memoriam INDICE F CAPITULO Generalidades — A Regéncia — Postura do regent — Dos gestos ¢ sua aplicagio — Gesto preventiva 1 CAPITULO. Anélisé do mecanismo da reg8nsia — Descriefo gréfica dos gestos — 0 ‘executante © a técnica da regéncia — Ainda © gesto preventivo — Su. ccess80 de compassos com numeradores. diferent IL CAPITULO Aplicagio dos gestos em trechos melédices de obras célobros Wv capmTULO pasnus alternados — Os genutnos compassos alternados — Compassos tos — Outras modalidades de considerar os simbolos métricos ou V cAPTTULO Plano para 0 estudo metédico da rogéncia através de solfejos, entoados com ‘© emprega simultineo de gesticulagio Vi captruLo — Andamentos — Fermata — Dingmica — Agégica 13 35 59 ro CAPITULO | Recentes pesquisas realizadas no campo da regéncia de conjuntos ins: trumentais (orquestras e bandes de musica), levaram-nos a conceber a presente metodologia, com vistas as atividades dos alunos de regéncia e de pratica de orquestra.. Trata-se de um plano racional de ensino em substi- tuigdio a0 velho método empirico que, entre nés, sempre norteou a atuacio das duas principais figuras do conjunto sinfénico: o regente e o executante, Concluimos, pelos estudos feitos, que ambes as figuras devem ser estudadas ‘em conjunto, uma em fungéo da outra, como corpo e alma na concepedo da psicologia moderna. Ao estudé-las, o interessado em nosso trabalho deverd Imagina-las no conjunto instrumental, tendo 0 musico subordinado ao regente @ este transmitindo aos seus subordinacos, por meio de gestos convencionais, 1 interpretagao mais fiel as intengées do autor da partitura. ‘A REGENCIA A regéncia € 0 ato de transmitir a um conjunto instrumental ou vocal, por meio de gestos convencionais, 0 contetido ritmico e expressivo de uma obra musical, A necessidade de se manter em uniformidade ritmica © ex: pressiva, todos os planos sonoros de uma obra sinfonica, fez surgir a figura do regente. Um musico habil, dotado de conhecimentos que estudaremos (redativamente, exerce cosa fungtio & frente de qualquer conjunto, seja or- Questra, banda ‘de musica ou coro. A complexidade de detalhes que encerra uma partitura modema, com ‘seus ritmos profusos, suas harmonias dissonantes e sua exuberante dina mica, exige do regente, outrora um simples batedor de compasso, conheci- mentos amplos de musica aliados a qualidades de comando que vamos Identificar na sua gesticulacdo. Assim, o grau de cultura e a autoridade de comando qualificam o regente. Conhecida a figura do regente, esse miisico tao aplaudido pelo piiblico de concertos sinfénicos, vejamos, no decorrer desta obra, quais os preceitos que ele deve observar como intérprete de uma obra sinfénica. Ao metodizar esses precel’os, levamos 0 candidato & profissao de musico de estante a compreender a atuagao do regente que ele, executante, acompanhara, obe- decendo as suas observacbes e adverténcias no preparo de uma obra sinfOnica, A técnica de gesticulagtio esté sujeita ao temperamento artistico do regente © a interpretacdo que cada um deles entende de transmitir ao conjunto. Todavia, nem sempre as normas de conduta do regente so neces- sariamente claras e precisas. Referimo-nos, equi, a determinados gestos que cauusam uma execucao falha e imprecisae muitas vezes imperceptivel a0 Peet HAPLIALL HAPTISIA piiblico em geral, mas sentida e condenada pelos muisicos do conjunto, Por esse motivo diz-se, com muita razo, que o melhor critico do regente & a prépria orquestra que ele conduz e que com ele convive constante e diretamente. Os meios expressives do regente alcangaram hoje em dia uma técnica que escandalizaria os compositores e regentes de outrora. Passou-se da simples marcagéo do compasso, a principio rigida e.inexpressiva, 2 uma série de gestos que atende com mais propriedade as indicagbes expresses nna partitura e que provoca maiores emogbes ao publico ouvinte. A atuagéo Go regente tornou-se, tualmente, ume atividade artistica especializada. Se alguns condutores de orquestra pretendem impressionar 0 publico com uma gesticulagio exagereda, sem uma preocupagdo maior pela verdadeira con: cepcao do autor da partitura, outros, mais s6brios, marcam discretamente © compasso @ descrevem com’ gestos elegantes, argos e as vezes vigorosos, as varias situagdes expressivas da obra, sem prejuizo das intengdes do autor. Toscanini e Kleiber, que marcaram época na regéncia nos primeiros decénios deste século, nao seriam hoje os predilatos do puiblico. Isto porque a regéncia de ambos, normalmente discreta @ uniforme, porém fiel e segura, no tinha cutra intencdo do que dar a conhecer ao publico 0 verdadeiro sentido da obra que interpretevam. Apesar da auséncia de gestos sensa- cionais, esses dois gigantes da orquestra e muitos outros que a eles se assemelhavam € que ainda encontramos vez por outra, nos deixaram inter: pretagdes sdbias que servem de escola as geragdes seguintes. Se nao se- guimos a sua maneira moderada de gesticular, recorremos as suas in- terpretagdes famosas trazidas até nés em gravagbes fonograficas, Aconselhamos na nossa didética uma gesticulagao discreta mas enri- quecida de lances que revelem o verdadeiro espirito emocional da trama sonora que se desenvolve na partitura. A gesticulag3o desmesurada, urdida com fins sensacionais, deve ser abolida do métado de qualquer aspirante & profissdo de regente, Tal sensacionalismo pode agradar a0 publico, que desconhece inteiramente as normas de regéncia, mas causam repulsa aos misicos da orquestra, os quais so vitimas constantes de regentes inescru- pulosos, inconsequentes e apressados em impressionar 0 publico com uma falsa gesticulagdo. Sob a direcao de regentes dessa natureza o misico de estante esforga-se, assim mesmo, para que a execugdo caminhe sem atropelos, mas, para tanto, ele tem que se tornar indiferente aos gestos daqueles, cujo comportamento 6 repreeensivel e comprometedor para a orquestra, Infelizmente, parte da nossa critica especializada e 0 piiblico, parti- cularmente, desconhecem essa verdade, aplaudindo e elogiando regentes exagerados em gestos espetaculares que nada tém a ver com o seguimento ritmico que deveriam assinalar. Essa falha, repotimos, 6 0 resultado da preocupagdo que tais intérpretes tem em impressionar 0 publico com ex- cessos de gestos que classificamos de intteis e impréprios na interpretagao de uma obra sinfénica. ARATADO DE NEGENCIA —9 POSTURA DO REGENTE A FRENTE D0 CONJUNTO INSTRUMENTAL ‘A posigdo do corpo do regente a frente do conjunto influe seriamente nia oxecucdo. Primeiro, porque 0 regente deve conservar uma atitude de autoridade © de respeito diante de seus comandados e, segundo, porque aus _gestos devem estar ao alcance das vistas de qualquer integrante do conjunto, esteja este préximo ou bem afastado daquele. Comesamos por fecomendar as seguintes observagées: @) corpo ereto, sem as caracteristicas da posigdo militar de sentido; b) bragos acima da cintura, arqueados e em sentido horizontal, mo- vimentando-os livremente para a direita e para a esquerda e ainda para cima até @ altura da cabeca. O t6rax poderé acompanhar os movimentos dos bracos, para a direita ou para a esquorda, porém, jamaic devord ser curvado para a frente, em atitude de quem quer tocar as mos no chao: ©) constante relaxamento muscular dos bragos para facil flexibilidade dos movimentos; d) exercicios de dissociago de movimentos simultaneos dos bracos. ‘As recomendagdes previstas nas letras «a» e Ou , DE WAGNER Moderato Molto © emprego do destacado-acentuado se faz sentir logo no inicio desta abertura. A articulacao sistemética e uniforme dos tempos de cada com- Passo e 0 cardter vigoroso da idéia melédica inicial e de outras situacdes semelhantes que circulam pela obra, determinam a aplicagéo do gesto destacado-acentuado, frequentemente. 2 — ABERTURA DE «A GRUTA DE FINGAL», DE MENDELSSOHN Hite Allegro Moderato frees Set crescendo v9 Este grande «tutti», precedido de um crescendo, no qual o gesto destacado-leve, tem predominancia com progressiva violéncia, é um exemplo caracteristico do emprego do gesto destacado-acentuado. DESTACADO-LEVE 4. — ALLEGRO CON BRIO, DO 1 MOVIMENTO DA «PRIMEIRA SINFONIA, DE BEETHOVEN Allegro con brio s P p € = Neste Allegro con brio inicial, apés a introdugdo, aplica-se o destacado- lave que, gradativamente, vai se transformando, com gestos cada vez mais, Aticulados, no destacado-acentuado que se torna definitivamente caracte- Pizedo ao atingir o «tutti». préximo. 2 — ALLEGRO, DA Adagio “ABERTURA PROMETEUS», DE BEETHOVEN Allegro molto con brio P Lavaridide Exemplo idéntico ao precedente, Saindo de um gesto subdividido (do Adagio Molto, da Introducdo) 0 Allegro que se segue faz-se com o gesto destacado-leve, o qual, de forma progressiva, passa para o destacado-acen- tuado ao atingir o «tutti», Justifica-se 0 destacado-leve nesse trecho, por causa dos acentos que se devem exprimir na regéncia para que os baixos trticulem com uniformidade os tempos dos compassos: ora o 1° tempo € ora o 1? e 2° tempos, sucessivamente, © GESTO SUBDIVIDIDO mos © exemplificamos os gestos ligado e destacado nas suas Agora cuidaremos do gesto subdividido nes suas Ja defi duas formas principais. variadas aplicagées. © subdividide, conforme seu préprio nom: a, compreende 0 fra: sionamento dos tempos, em duas ou mais partes. Sua caracteristica esté na subdiviso dos tempos nos gestos clasificados como ligado e destacado, tanto um como outro nas formas em que podem ser executados. SUBDIVIDIDO, NO LIGADO-CONTINUO 1 — INTRODUCAO DA «PRIMEIRA SINFONIA», DE BEETHOVEN Adagio Molto eres. Nos trés primeiros compassos desta introducdo empregamos, alterna- damente, 0 destacado-acentuado e 0 destacado-leve. A partir do segundo tempo do quarto compasso, os valores se articulam sobre todos os tempos e partes destes por um longo periodo, o que impde o emprego do gesto subdividido, na forma do ligado-continua, Nos cinco ultimos compassos, ainda da inkrodugAo, so ampregados, ora Um ora outro, os gestos destacado- acentuado e ligado-continuo, que nao séo objeto de estudos no momento. 2.— «ABERTURA PROMETEUS», DE BEETHOVEN Passados os quatro primeiros compassos da introducao, tem inicio a 30 do gesto subdividide, na forma do ligado-continuo, pelos mesmos 8 alegados no comentario anterior. SUBDIVIDIDO, NO LIGADO-ARTICULADO Uma andlise superficial e ligeira pode nos levar a falsas conclusbes bre o emprego deste ou daquele gesto. E 0 que pode ocorrer quando se (Quer determinar o gesto mais adequado para um determinado trecho musical: $9 0 ligado articulado ou o destacado leve. Se o trecho a ser regido estiver ‘Guleito 2 ligaduras, mas tendo os seus valores ritmicos ligeiramente arti ulados por influéncia da posicao das préprias ligaduras ou em virtude dos Uinais de «staccati» (representados por esta expresséo ou por pontos co: fecados sobre as notas) encontrados sob as ligaduras, faz-se o gesto ligado- ttlculado, Para isto devemos considerar ainda a dindmica do trecho, a Qual, no caso do ligado-articulado, néo deve ir além do mf (meio forte). Acima desta intensidade (mf), com ou sem ligaduras, tem lugar entéo, 0 {gusto destacado-teve ou, depencendo de uma dinamica ainda mais elevada, o destacado-acentuado, conforme veremos adiante. 11 ADAGIO, DO «CONCERTO EM Ré MENOR, PARA PIANO E E ORQUESTRA, DE J. §. BACH Observese que, em toda a extenséo deste movimento do Concerto de Bach, a subdiviséo dos tempos, resultante do andamento indicado (Adagio), provoca a articulagdo constante das fragées dos tempos do compasso. Acres- cida da dinamica que acompanha todo este movimento a qual varia entre © P (piano) e o F (forte), nada mais acertado do que 0 emprego do gesto ligadio-articulado subdividido. Todavia, podemos alterar, em determinados trechos, com o gesto destacado-leve subdividide, quando a dindmica em- pregada exigir golpes leverente acentuados. RAPHAEL BAPTISTA MOVIMENTO DA «SINFONIA LONDRES», EM RE MAIOR, DE HAYDN Destecado-acentuado subdividide | Ligadoarticulado subdividide ay a P at ‘A partir do 3* compasso do Adagio inicial, tem lugar 0 emprego do ligado-articulado subdividido, visto que as acentuagées, tanto as naturais ‘como as provocadas pelos sinais expressivos, exigem movimentos articulados dos tempos e partes destes. Salvo raros momentos, todo este Adagio, que a introducéo da Sinfonia em questéo, deve ser regido na forma do ligado- articutado subdividido, SUBDIVIDIDO, NO DESTACADO-ACENTUADO 1 — SEGUNDA VARIAGAO DO ANDANTE DA SINFONIA , DE HAYDN ae Andante? Os golpes atribuidos a0 gesto destacado-leve tém as mesmas carac: teristicas do destacada-acentiada, porém, executado com muito menos tensidade (vide Classificacdo dos gestos). Na Sinfonia A Surpresa, de Haydn, hd pouco citada, esses dois gestos s4o aplicados sucessivamente, com fre- quéncia e em forma de contraste dinamico. oe HAPIIALL, DAPTISTA Reservamos para segundo exemplo do emprego do gesto destacado-leve (subdividido) 0 trecho acima. extraido ainda da Sinfonia «A Surpresan, de Haydn, Trata-se da terceira Variago que, em todo o seu curso, exige 0 gesto em causa, muito embora possamos empregar, de passagem, o ligado- todos os gestos clasificados com as suas respectivas descrigdes gréficas, dispensa qualquer demonstracéo em trechos musicais. Entretanto, para aqueles que nao assimilaram convenientemente aquela explicacéo, damos abaixo um ligeiro exemplo de como empregé-lo, lembrando que este exemplo, Por sua vez, servi de orientagdo para uma infinidade de casos andlogos. ISOLADO EXEMPLO UNICO: 17: COMPASSO DO TEMPO PRIMO (ALLEGRO) DO 1 MOVIMENTO DO «CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA», DE SCHUMANN eee ee eee a bene. seaye solo de piano ‘oesto Yoolndo™ = (isis adiante outro gesto isglado) S237 > © «staccato» da mao, bem como os gestos mistes e alternados, no necessitam de exemplos musicais para uriviitar © seu emprego, Basta re. forrer & descrico feita no ponto destinado a Classificagdo dos gestos, para te ter uma nogio exata de como empregé-los. CAPITULO IV COMPASSOS ALTERNADOS Os chamados compassas alternados, na forma como os simbolizaram himoros compositores do passado, jé sau comportam mals esta denomi- Mtoe tradicional. Deixaram de ser 0 resultado da fusto de dois compassos Msicos para se imporem como um simbolo dnico, distinto e indivisivel, de ombinacées ritmicas que nao fazem supor aquela fuse. Conclui-se, ent4o, ue um compasso (simbolo métrico) que tem por numerador o numero Ute, 6, na realidade, um compasso de sete tempos e no a combinacao de dois compassos basicos, um de trés tempos e outro de quatro ou vi wea, Nao sendo nosso propésito, no momento, comparé-los numa critica Mais aprofundada, vamos admiti-los nas duas formas conhecidas: a tradi ional, que compreende a fusdo de dois compassos basicos, e a moderna ue, por sua vez, compreende um tinico compasso bésico, seja de dois, {rls, quatro, cinco, sete ou mais tempos, ambas as formas representadas Por um Gnico simbolo métrico. Poréin, quando se tratar de dols compassos de natureza diferentes, que se revezam no decorrer de um trecho musical, lum apés outro ou separados por periodos, emprega-se, como veremos opor- tunamente, dois simbolos métricos distintos, um a0 lado do outro, para presentarem aqueles dois compassos. A gesticulagéo para os compassos alternados ¢ executada de acordo om 0 endamento da obra e a disposigéo ritmica dos valores compreendides amtre as barras da pauta musical. Muitos regentes preferem dividi-os em dois outros compassos (conforme # velha teoria que rege os compassos alternados), o que Ihes obriga a mercer dues vezes um mesmo primeiro tempo para orientar um Unico tompasso alternado. "Isto pode provocar confuséo aos executantes, espe- tislmente aos que tém em suas partes compassos em branco (também ‘thamados de compassos de espera) para contagem. Vamos exemplificar a preferéncia de alguns regentes e, em seguida, 9 modo mais correto de interpreté-tos. eee ee ‘PRATADO DE REGENCIA av AMT ABEDE ALTERNA DOS DH Cio Ue) TEMPOS: Nossa técnica rejeita este proceso (divisto, em dois gestos funda- Exemplo melédico: Mantais, de um Gnico compasso alternado) e recomenda uma gesticulagio Gireta, sem retorno ao 1° tempo, uma gesticulacdo que faca sentir, distin- ders rents todos os tempos que o simbolo métrico exprime na_realidade. ieee tet via, hd excegoes e estas serdo estudadas dentro de momentos. 8 exeougdo dos gestos, Assim sendo, vamos expor 0 que recomendamos. a Exemplo melédico: Gesticulagao: add Z = = G SS Gesticulacao: Desta forma assinalamse, distintamen- ‘to, todos 0s tempos. De acordo com a interpretacéo dada a diviséo ritmica do exemplo acima, 0 compasso de cinco tempos, neste caso, ficou dividido em um compasso de trés tempos e outro de dois, conforme @ velha teoria Vejames, @ seguir, uma disposicao diferente dos valores, com 0 mesmo becleaeceat ‘A repetigéo do gesto caracteristico do 1° tempo, quando feita em teguida a0 referido tempo, nio dificulta a divisto ritmica e nem a contagem G08 compassos de espera, a0 contrario do que ocorre quando se fraciona ft gesticulegdo, que passa a ter dois primeiros tempos marcados em pe- flodos. Acresce ainda que a repetic3o imediata do 1° tempo oferece mais teguranca 20 regente pois, numa infinidade de casos, & mais comodo retornar f um mesmo ponto do que levar os bragos constantemente para outras direcdes, movimentos estes que concorrem, naturalmente, para maior dis- péndio de ener Num andamento mais acelerado o esquema de gesticulagéo se mo- difica essencialmente para facilitar os movimentos dos bragos, 0 que se faz suprimindo-se alguns gestos que néo s4o fundamentais para os casos ) » Neste caso, a divisto reautou em un SStudo. te ‘compasso do" dols tempos © outro ee ites Exemplo melédico: Vivo dene tds f ested, om00 © repetido . er eee eer Gesticulacao: Gostos curtos entre o 47 Assinalam-se, somenta, 1» 5° tempos, bem como tempos que a setae, Ind fentre 05! @ 0 17 do conv asso seguinte, am (12, 42 0 5.) fi do. 05 demals (2 «| ‘subentendidos num o gosto Mudando-se 0 desenho ritmico mudase a gesticulagao. Vejamos o wxenplo seguinte. Exemplo melédi Vivo d= 200ca)= 2s ® = Gesticulacao: <7 Assinalam-se, somente, tempos que ‘as. setae. In dicam (12, 3 4" @ 5!) fleanda 62° tempo. sub ‘antandida no gesto do 1 tempo, Gestos curtos entre 0 3: 470-57 tempos, bem co- mo entre 0 5:8.0 17 do Compass Seguin, Podemos inverter a gesticulagdo acima, passando 0 3 tempo para a direita e 0 4" para a esquerda, conservando-se 0 1” @ 0 5? na posigao em que se encontrar. Dentre os numerosos exemplos de compassos quinarios que poderiamos citar, destacamos mais 0 seguinte: Exemplo melédico: den rvo dds © La ‘Segue-se a gesticulaco para os dois compassos acima. » Aqua. tempo est come prtendido no gentoo 2° mrcomo 60 $2 a0 1? po ston curtos do 1! a0 trempos edo 4° a0 5", ‘compasso seguinte ot of Conclusde: A gesticulagdo para os compassos alternados depende, mo id frisamos. do andamento da obra e da disposicao ritmica dos va res cistribuidos entre as barras do compasso. Ao interessado cabe es: tolher a gesticulacao que melhor convier ao caso, mediante andlise acurada Ge cada situacéo. A supresséo de alguns gestos (mas compreendidos metronomicamente num tinico golpe), proporciona @ regéncia uma gesticulaéo menos agitada rigida e torna-a mais expressiva @ graciosa, Trala-se de opgbes que estu daremos cuidadosamente em outro capitulo. A dificuldade na execugio desses compassos alternados, na forma que tecomendames, reside na falta de simetria e coordenacdo dos movimentos dos bracos, considerando-se a diregdo que os gests tomam e a duracao tompreendida entre os mesmos, a qual nem sempre é uniforme. Quando, numa obra sinfénica, os desenhos ritmicos se repetem si: milarmente, ‘em cadeia, por muitos e muitos compassos, o emprego de qualquer das gesticulagoes_ por nds recomendades no, apresenta dificul: deS para O regente erm virlude da autometizagéo resultante da repetigio ‘4m série de uma gesticulago que se torna uniforme. Entretanto, de grande dificuldade & a execucdo de gestos numa série heterogénea de simbolos métricos, orientando cada um destes um desenho ritmico particular. Ao terminarmos 0 estudo dos compassos alternados, daremos, em outro capt tulo, um exercicio especifico para a leitura métrica de varias séries do umbolos métricos diferentes. Vamos prosseguir com 0 estudo dos compassos alternados, dedicando- ‘nos, agora, ao compasso de sete tempos. COMPASSOS ALTERNADOS DE SETE TEMPOS Exemplo metédico: Andante dn @ Grupo de. tr6s valores assinela dos em diregdes diferentes. Grupo de dois { Neste exemplo assinalamse to {dos os tempos porque 0 anda: ‘mento assim permite Grupo, de, dts Mudando-se 0 desenho ritmico, muda-se a gesticulagao. Exemplo melédico: Andante 2. Gesticulacdo: Grupo de dois valores sinaledos em diregdes jh » Soh crmeccie [2g Cee ‘Grupo de trés yalores Neste exemplo assinalam-se to- dos 0s tempos porque o anda ‘mento. eseim perm Observe-se que temos respeitado as acentuagbes ritmicas préprias dos desenhos melédicos exemplificados. Neste altima caso, por exemplo, cada ipo de valores (um de trés e outro de dois) foi marcado numa’ tinica direcdo, mas o timo grupo (de duas colcheias) teve seus valores mar- cados em diregées diferentes sem que isto contrariasse qualquer principio estabelecido, ei eb eee Seeeeninn ss at Gesticulacao: os >) AApés assinalar, na mesma posicdo, um fTupo de dois ou mais valores, os gestos tomam outra diregao para marcar, sem re- torno algum, os valores do grupo seguinte, Todavia, pode-se admitir, para casos idénti os, uma gesticulagio direta, dependendo, 6 lero, do andamento, Para 0 mesmo exemplo melédico n° 8. Na gesticulagzo acima nao houve retorno algum. Optamos por esta fosticulacio por cor muito clara ¢ precisa. Entretante, velamas uma oltre 1a, ainda para © mesmo exemplo melédico n° 8. Aqui, com retorna 20. Primeiro tempo, O que no se deve permitir, de forma alguma, é a gesticulacto que Modifica ‘a acentuacao légica, natural, de valores idénticos mas dvidicos (m grupos de quantidades diferentes. Fxemplifiquemos eseo case condenade, Exemplo melédico: Andante daw Gesticulacao: Co ~** | Errado porque a mudanga de po- . slg80 dos gostos nfo ‘coincide > com os acontos propras do de ‘senho melédico,

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