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APENDICE B RESPOSTAS SUCINTAS PARA AS DUVIDAS MAIS FREQUENTES SOBRE A EVOLUCAO Ao ler a respeito de algo tao complexo como a evolugio, é natural que um leigo fique com muitas dtividas. Embora eu tenha procura- do, nos 12 capitulos deste livro, esclarecer com detalhes os pontos principais, apresento aqui respostas resumidas para as dividas mais comuns. 1. A evolugao é um fato? A resposta é “sim”. A evolugdo nao é apenas uma idéia, uma teoria ou um conceito, mas o nome de um processo que ocorre na nature- za. Sua existéncia é demonstrada por intimeras evidéncias que nin- guém foi capaz de refutar, algumas das quais aparecem nos Capitu- los 1, 2 e 3. Hoje em dia, nao faz mais sentido falar em teoria da evolugdo; a evolugdo nao € mais uma teoria, mas um fato. 2. Algum processo evolutivo exige uma explicagao teleolégica? A resposta a esta pergunta é um enfatico “nao”. No passado, muitos autores acreditavam que a evolugdo se devesse a uma tendéncia natural para a perfeigao. Antes da descoberta do principio da sele- ¢4o natural, nao se imaginava que um processo nao-teleolégico fosse capaz de gerar um 6rgio tao perfeito como o olho ou um com- portamento tao complexo quanto as migrag6es anuais das aves. Contudo, hoje se sabe que a ortogénese e outras explicagées teleo- légicas da evolugdo nao tém o menor fundamento e que a selegao natural é perfeitamente capaz de produzir todas as adaptagées que antes eram atribuidas 4 ortogénese (veja os Capitulos 6 e 7). 3. O que diz a teoria de Darwin? Esta pergunta esta mal formulada. Em A origem das espécies e em outras publicagées posteriores, Darwin propés varias teorias, das quais cinco podem ser consideradas mais importantes (veja o Quadro 5.1). Duas delas, a da evolugéo como um fato e a teoria da origem comum, foram quase de imediato aceitas pelos bidlogos. Essa foi a primeira revolugdo darwiniana. As outras trés teorias, relativas ao gradualismo, 4 especiagdo e 4 selegado natural, s6 foram aceitas muito mais tarde, durante a época da sintese evolucionista na década de 1940. Foi a segunda revolugao darwiniana. 4. Os “fatos” da biologia evolutiva nao s4o um pouco diferentes dos apresentados pela astronomia, que mostram, por exemplo, que € a Terra que gira em torno do Sol e nao o contrario? A resposta a esta pergunta é afirmativa. O movimento dos planetas pode ser observado diretamente, enquanto a evolugdo € um proces- so histérico. Os estagios passados da evolugdo nao podem ser obser- vados de modo direto, sao inferidos a partir dos dados disponiveis. Entretanto, podemos confiar nessas inferéncias, j4 que (1) as respos- tas podem ser previstas, e as descobertas factuais as confirmam; (2) as respostas podem ser confirmadas com base em diversas linhas de evidéncia; (3) na maioria dos casos, nenhuma explicagdo racional alternativa foi apresentada. Quando, por exemplo, descobrimos fésseis de répteis terapsi- deos em uma série cronolégica de estratos geolégicos e observamos que os répteis se tornam cada vez mais parecidos com os mamiferos A medida que examinamos estratos mais recentes, até chegarmos a um espécime que os especialistas tém dificuldade de classificar co- mo réptil ou mamifero, nado consigo imaginar nenhuma explicagao razoavel a nao ser a de que os mamiferos evoluiram a partir dos rép- teis terapsideos. Na verdade, existem milhares dessas séries no regis- tro féssil, embora a maioria apresente descontinuidades originadas da imperfeigdo inerente A estratigrafia relacionada aos fésseis. Nao consigo entender por que inferéncias bem fundamentadas nao podem ser consideradas tao convincentes quanto observagGes diretas. Muitas teorias em outras ciéncias hist6ricas, como a geolo- gia e a cosmologia, também se baseiam em inferéncias. A insisténcia de certos fil6sofos em tragar uma linha diviséria entre os dois tipos de evidéncias me parece descabida. 5. Como podemos estabelecer teorias a respeito das causas de pro- cessos evolutivos histéricos, se nao podemos usar o método mais comum da ciéncia, que é o método experimental? E dbvio que no podemos, por exemplo, testar experimentalmente nossas hip6teses acerca da causa da extingao dos dinossauros. Entretanto, o método das “narrativas histéricas” pode ser usado para explicar qualquer processo histérico (incluindo os processos evolutivos). Neste método, propomos um determinado cendario como uma possivel explicagao e determinamos a probabilidade de que ele tenha de fato ocorrido. No caso da extingao dos dinossau- ros, varios cendrios foram testados (como uma epidemia devastado- ra causada por um virus ou um desastre climatico), mas todos foram rejeitados porque estavam em conflito com outros fatos conhecidos. Por outro lado, a teoria de Alvarez (de que a extingao dos dinossau- ros foi causada pelo impacto de um asterdide) concordou tao bem com os fatos conhecidos (e com os que foram descobertos mais tarde) que hoje é a tese universalmente aceita para explicar esse fenémeno (veja o Capitulo 10). 6. O darwinismo é um dogma imutavel? Todas as teorias cientfficas, incluindo o darwinismo, sao vulneraveis 4 rejeigao caso sejam falseadas. Ao contrério dos dogmas religiosos, nao sao imutdaveis. A histéria da biologia evolutiva contém muitos casos de teorias evolucionistas que mais tarde foram refutadas, como a tese de que o gene pode ser objeto da selegao natural. As teo- rias do transmutacionismo e do transformacionismo também foram abandonadas. 7. Por que a evolugao é imprevisivel? A evolugao esta sujeita a um grande ntimero de interagdes. Dentro da mesma populag4o, diferentes genétipos podem responder de forma variada 4 mesma mudanga ambiental. Além disso, as préprias mudangas, como alterag6es no clima ou a competicao de novos pre- dadores ou competidores, sao imprevisiveis. Afinal, de vez em quando ocorrem mudangas drdsticas no ambiente, em nivel global, que produzem as chamadas extingGes em massa. Nesses eventos em massa, 0 acaso pode desempenhar um grande papel na determina- cao de quais organismos sobrevivem e quais nao. Devido A imprevi- sibilidade de todas essas situag6es, a natureza da mudanga evolutiva através da qual uma dada populagao vai responder também é impre- visivel. Mesmo assim, o conhecimento do gendtipo e da natureza das restrigdes existentes permite, na maioria dos casos, fazer previ- sdes razoavelmente precisas. 8. Quais foram as principais realizag6es da sintese evolucionista? ‘Trés realizagées da sintese evolucionista sao particularmente impor- tantes. Em primeiro lugar, ela refutou em definitivo as trés teorias da evolugdo que competiam com o darwinismo: a ortogénese (fina- lismo), o transmutacionismo (baseada em saltos) e a da heranga dos caracteres adquiridos. Em segundo lugar, foi responsavel por uma sintese entre as idéias dos estudiosos da adaptagao (anagénese) e os da diversidade organica (cladogénese). Por fim, confirmou o para- digma darwiniano original da evolugao através da variagdo e da selegao natural, ao mesmo tempo que refutou todas as criticas a esse paradigma. 9. As descobertas da biologia molecular tornaram necessaria uma revisao do paradigma darwiniano? A biologia molecular foi responsavel por grandes contribuigées para © nosso entendimento do processo da evolugao. Porém, os concei- tos darwinianos bAsicos de variagio e selegao nao foram afetados. A substituigao das proteinas por Acidos nucleicos no papel de porta- dores das informagées genéticas também nao implicou nenhuma modificagao na teoria da evolugao. Na verdade, uma compreensao maior da natureza das variacdes genéticas serviu apenas para refor- car as teses do darwinismo. Assim, por exemplo, ficou provado que a heranca de caracteres adquiridos é impossivel. A combinagao das evidéncias moleculares com as morfolégicas também ajudou a resol- ver muitos enigmas filogenéticos. 10. Os termos “evolucao” e “filogenia” sao sin6nimos? Nao, evolugao é um conceito muito mais abrangente. O termo filoge- nia é aplicado apenas a um dos muitos fenémenos associados 4 evolu- cao, o padrao da ancestralidade compartilhada. Entretanto, quando devidamente considerada, a filogenia significa ndo apenas o padrao dos pontos da ramificagdo, mas também as mudangas entre esses nés. 11. A evolugdo é progressiva? Os organismos filogeneticamente mais recentes sao “superiores” aos seus ancestrais? E verdade que esto em um nivel mais alto da Arvore filogenética, mas sao “melhores” do que os ancestrais? Os que defendem essa tese enumeram varias caracteristicas dos orga- nismos “superiores” que supostamente demonstram que os mesmos s4o mais avangados, como a divisao de trabalho entre os érgaos, a maior diferenciagao e complexidade, a melhor utilizagao dos recur- sos do ambiente e uma adaptagao geral melhor. Essas chamadas me- didas do “progresso” de fato constituem uma evidéncia valida de superioridade? . Aqueles que negam sinais de progresso em toda a evolugdo ten- dem a ter uma interpretagdo determinista ou teleoldégica da idéia do processo. E verdade que a evolugao parece ser altamente progressi- va quando analisamos a linhagem que vai da bactéria ao homem, passando pelos protistas, as plantas, os animais e os primatas. Con- tudo, os mais antigos desses organismos, as bactérias, estao entre os mais bem-sucedidos, com uma biomassa total maior do que a de todos os outros organismos juntos. Além disso, entre os animais superiores existem linhagens, como as dos parasitas, dos habitantes das cavernas, dos animais subterraneos e de outros especialistas, que exibem tendéncias regressivas e simplificadoras. Podem estar em niveis relativamente elevados da Arvore filogenética, mas nao exi- bem as caracter{sticas consideradas evidéncias do progresso evoluti- vo. O que ndo se pode negar, porém, € que, em cada geragao do pro- cesso evolutivo, os sobreviventes sao, em média, mais aptos do que a média dos que nao sobreviveram. Sob esse aspecto, a evolugao real- mente € progressiva. Além disso, durante toda a histéria da evolu- cao foram introduzidas inovagdes que tornam os processos funcio- nais mais eficientes. 12. Como € possivel explicar uma estase de longa duragao? Depois que uma espécie adquire mecanismos eficazes de isolamen- to, ela pode permanecer inalterada durante milhdes de anos. Os chamados “fésseis vivos” nao sofreram nenhuma mudanga em cente- nas de milhées de anos. Como isso pode ser explicado? Alguns ale- gam que a estase se deve ao efeito da selecao normalizadora, que eli- mina qualquer variagdo em relag4o ao genétipo étimo. Acontece que a selecdo normalizadora também esta presente nas linhagens que evo- luem com rapidez. Aparentemente, a estase indica a existéncia de um gendtipo que € capaz de se ajustar a todas as mudangas do ambiente sem necessidade de mudar o fendétipo basico. Explicar de que forma isso acontece € missdo para a genética do desenvolvimento. 143. Como o darwinismo explica os dois grandes mistérios da filo- genia dos animais? O primeiro mistério € 0 sibito aparecimento de sessenta a oitenta diferentes tipos estruturais (planos corporais) de animais no Cam- briano Inferior. O segundo é: por que nao apareceram tipos novos nos 500 milhdes de anos que se seguiram ao Cambriano? Hoje sabemos que o aparecimento aparentemente stibito de novos tipos de animais € um artefato de preservagao. Antigamente, acreditava-se que todos esses tipos haviam aparecido em um inter- valo de 10 a 20 milhdes de anos, a partir de cerca de 544 milhées de anos atras. O método do relégio molecular mostrou que os ani- mais apareceram pela primeira vez ha 670 milhdes de anos, mas os animais que viveram entre 670 e 544 milhdes de anos atras nao dei- xaram fdsseis porque eram muito pequenos e no tinham esqueleto. A razao pela qual nao apareceram novos tipos nos 500 milhées de anos seguintes ainda nao foi de todo esclarecida; entretanto, a genética molecular apresentou uma explicagao plausivel. Hoje em dia, o desenvolvimento é controlado com precisaéo por “grupos de trabalho” constitufdos por genes reguladores. No Pré-Cambriano, € provavel que o namero de genes como esses fosse bem menor e que eles nado controlassem o desenvolvimento de forma tao rigida, o que facilitava o aparecimento de novos tipos estruturais. No final do Cambriano, os genes reguladores j4 estavam operando como hoje e o surgimento de novos tipos estruturais se tornou dificil, se ndo impossfvel. E preciso ndo esquecer que as mudangas ocorridas antes do Cambriano no foram stibitas. Aconteceram, como ja dis- semos, em um intervalo de centenas de milhdes de anos, embora nado tenham ficado documentadas no registro féssil. 14. A hipétese de Gaia é incompativel com o darwinismo? Embora a maioria dos darwinistas nao aceite a hipdétese de Gaia, os proponentes mais conhecidos da mesma, como Lynn Margulis, aceitam o darwinismo sem reservas. Nao existe nenhum conflito. 15. Qual é o papel das mutagées na evolucg4o? As mutag6es sao a principal fonte de variabilidade genética em uma populacao. A maioria das mutagées se deve a erros no processo de replicagao, ocorridos durante a meiose, que nao sao corrigidos pelos mecanismos de reparo. A selecdo natural nao favorece as mutagGes; a grande maioria dos genétipos disponiveis em uma populacao para a ag4o da selegao natural resulta de recombinagées, e nao de novas mutagées. 16. A selecado de espécies € um conceito valido? Darwin ja havia observado que a introdugao de plantas e animais ingleses na Nova Zelandia resultou na extingao de muitas espécies nativas. Tem sido observado com freqiiéncia em outras partes do mundo que o sucesso de uma espécie pode resultar no declinio de outra. Em casos como esses, alguns autores se referem a selegdo de espécies, mas 0 termo ndo esta bem empregado. Na verdade, a sele- ¢do age sobre os individuos das duas espécies como se pertencessem A mesma populacao. Assim, a “luta pela sobrevivéncia” é travada entre individuos de ambas as espécies, embora na média os indivi- duos de uma delas sejam mais bem-sucedidos do que os individuos da outra. Trata-se, portanto, de um caso tipico de selegao darwinia- na dos individuos. O objeto da selegdo jamais é a espécie como um todo. E necessdrio admitir, porém, que o sucesso dos individuos que pertencem a uma espécie pode levar ao sucesso coletivo. Nesse caso, para evitar mal-entendidos, é melhor falar em substituigao de espé- cies (Species turnover) em vez de selegao de espécies. 17. A afirmacao de que o objeto da selegao é geralmente o indivi- duo também se aplica a organismos assexuados? No caso dos organismos que se reproduzem de forma assexuada, o objeto da selegao é o clone como um todo, ou seja, a totalidade dos individuos geneticamente idénticos. Um clone é substitufdo pela selegdo natural no momento em que seu tiltimo membro morre. Do ponto de vista da evolugao, a eliminagao de um clone pela selegao natural é equivalente a eliminagao de um individuo no caso dos organismos sexuados. 18. Qual é 0 objeto da selegao natural? Por que tem havido tantas discussdes a respeito do objeto da selegao natural? Na época da sintese evolucionista, os geneticistas acredita- vam que fosse o gene, enquanto os naturalistas sustentavam que era o individuo, como Darwin sempre afirmara. Quarenta anos de estu- dos deixaram bem claro que o gene em si nao pode ser 0 objeto direto da selegdo. Entretanto, além do individuo, um grupo também pode ser objeto da selegao caso seja um grupo social, se a coopera- cao entre os membros do grupo aumentar sua probabilidade de sobrevivéncia. Os gametas também estao diretamente expostos a selecdo e diferentes gametas produzidos pelo mesmo individuo podem diferir quanto 4 capacidade de fecundar um évulo. 19. Em que estagios do desenvolvimento um individuo é objeto da selecao? Em todos os est4gios a partir do zigoto. Alguns evolucionistas se esquecem de levar em consideragao 0 estégio embrionério ou larval, que muitas vezes estd mais sujeito a pressao seletiva do que o esta- gio adulto. Por outro lado, a eficdcia evolutiva da selegao deixa de ter efeito sobre a evolugdo quando o individuo chega ao final da sua vida reprodutiva. Na espécie humana, por exemplo, as doengas da velhice nao sao diretamente afetadas pela selegdo natural. Nesse caso, porém (como em outras espécies sociais), pode haver um efei- to indireto, j4 que a presenga de avés saudaveis favorece a sobrevi- véncia dos descendentes. 20. A expresso “luta pela sobrevivéncia” deve ser interpretada de forma literal? FE claro que nao! Como o préprio Darwin enfatizou, a expressao € apenas uma metdfora. Dizemos que as plantas na borda de um deserto lutam pela existéncia no sentido de que poucas sobrevivem a falta de 4gua, enquanto a maioria sucumbe as condigées climati- cas. As lutas de verdade, porém, sao muito raras; ocorrem apenas em algumas espécies de animais poligamos em que os machos lutam entre si, em embates territoriais, nas lutas por espago entre organis- mos marinhos benténicos e em situagGes semelhantes. Essa luta é mais é6bvia quando envolve a competig&o por espago. Nas espécies sociais, os individuos de categorias inferiores podem lutar por recursos com individuos de categorias superiores. 21. A selecdo é uma forcga ou uma pressao? Nas discussées sobre evolugado, é freqiiente alguém dizer que a “pressao da seletiva” foi responsdvel pela perpetuagi’o ou elimina- go de certas caracteristicas. Os evolucionistas retiraram essa ex- pressao da terminologia das ciéncias fisicas. O que isso quer dizer, naturalmente, € que as mudangas observadas foram causadas pelo sucesso ou fracasso de certos fenétipos. Neste caso, o uso de expres- sdes como “forga” e “pressdo” € estritamente metaférico; na verda- de, nao existe nenhuma forga ou pressao, no sentido em que essas palavras so usadas na fisica e ciéncias afins. 22. Onde entra 0 acaso (processos estocasticos) no processo de sele- ¢Ao natural? O primeiro estagio do processo de selegao natural, a produgao de variabilidade genética, é aleatdrio, a nao ser pelo fato de que a natureza da mudanga em um determinado lécus génico esta subme- tida a fortes restrigdes. O acaso também participa do segundo esta- gio, o de eliminagdo dos individuos menos aptos. E é particular- mente importante durante os periodos de extingéo em massa, em que a sobrevivéncia muitas vezes depende mais da sorte do que da aptidao. 23. A selecdo natural gera a perfei¢ao? Darwin jA chamava a atengdo para o fato de que a selecdo natural nunca produz a perfeig4o, mas apenas uma melhor adaptag4o as condigées existentes. Assim, por exemplo, os animais e plantas da Nova Zelandia estavam bem adaptados uns aos outros. Quando ani- mais e plantas da Inglaterra foram introduzidos na Nova Zelandia, muitas das espécies nativas foram extintas, pois eram menos “per- feitas” na presenga das espécies invasoras. A espécie humana foi bem-sucedida, embora ainda nao tenha completado a transigao da postura quadripede para a bipede em todas as suas estruturas. Nesse aspecto, ainda esta longe da perfeigdo. 24. Como evoluiu a consciéncia humana? Esta é uma pergunta que os psicélogos adoram fazer. A resposta € simples: a partir da consciéncia dos animais! Nao existe nenhuma justificativa para a crenga generalizada de que a consciéncia € uma caracteristica exclusiva dos seres humanos. Os estudiosos do com- portamento animal j4 reuniram muitas evidéncias de que os animais possuem consciéncia. Quase todos os donos de caes j4 tiveram oportunidade de observar o “sentimento de culpa” que um cachor- ro exibe quando, na auséncia do dono, faz alguma coisa que nao devia. £ dificil dizer o quao “superior” deve ser um animal para possuir consciéncia; ela pode estar envolvida até mesmo na reagao de evitagio de alguns invertebrados e protozodrios. O que é certo, porém, é que a consciéncia humana nao emergiu de maneira repen- tina na espécie humana. £ fruto de uma longa histéria evolutiva.

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