You are on page 1of 14

2

BIOQUÍMICA BÁSICA

BIBLIOGRAFIA

MARZZOCO; A. e TORRES; B. B. “Bioquímica Básica” 2ª ed. Editora


Guanabara Koogan, RJ, 360p. 1999.
STRYER, Lubert “Bioquímica” 4ª ed. Editora Guanabara Koogan, RJ, 1000p.
1996.
LEHNINGER, Albert Lester “Princípios de Bioquímica” 2ª ed. Editora Sarvier,
SP, 839p. 1993.
ALLINGER, N. L. e col. “Química Orgânica” 2ª ed. Editora Guanabara Dois, RJ,
1976.

1 – INTRODUÇÃO

O objetivo desta aula é mostrar/recordar conceitos básicos de


estrutura de biomoléculas e um rápido comentário sobre ao metabolismo celular.
Em nenhum momento teremos a intenção de aprofundar no assunto. As
necessidades do profissional da área industrial, são centradas em conhecimentos
estritamente necessários para o entendimento dos processos industriais.
Inicialmente estudaremos três classes de moléculas biologicamente
ativas:
 lipídeos e gorduras,
 carboidratos,
 aminoácidos e proteínas.

2 - LIPÍDEOS

São compostos biológicos com características apolares, que possuem


funções biológicas diversas.

2.1- Ácidos graxos: são lipídeos relativamente simples com a fórmula


geral:
O

CH3  ( CH2 ) n  C

OH

2.2- Óleos e gorduras: são ésteres formados pela condensação de


ácidos graxos com glicerol, resultando em mono, di ou triglicerídeos.

CH2  OH O

CH  OH + 3 C  ( CH2 ) n  CH3

CH2  OH OH
Glicerol Ácido carboxílico

14
O

CH2  O  C  ( CH2 ) n 1  CH3
O

CH  O  C  ( CH2 ) n 2  CH3
O

CH2  O  C  ( CH2 ) n 3  CH3
Fórmula geral de uma gordura ou um óleo.

De uma maneira geral os óleos são moléculas mais insaturadas que


as gorduras.
Os óleos e gorduras são as principais formas de armazenar energia
nos organismos, os fosfolipídeos e os esteróis fazem parte de aproximadamente
metade da massa das membranas celulares.

2 - CARBOIDRATOS

São compostos encontrados em todos os animais e plantas. Na


fotossíntese o CO2 é convertido em açúcares simples de 3 a 9 C que
posteriormente são polimerizados formando por exemplo a celulose.
luz
x CO2 + y H2O Cx ( H2O ) y + x O2
clorofila
hidrato de carbono

Quimicamente os carboidratos são poliidroxicetonas ou


poliidroxialdeídos ou substâncias que, hidrolisadas, liberam estes compostos.
Carboidratos com sabor doce, como a sacarose, glicose e frutose,
comuns na alimentação humana, são chamados açúcares.

2.1 - Monossacarídeos: são as menores unidades dos carboidratos.


Ex.: glicose, frutose, xilose, manose, etc. Estes grupos se dividem em
cetoses e aldoses.

15
CH2  OH CHO
 
C O H  C  OH
 
HO  C  H FRUTOSE OH  C  H GLICOSE
 C6(H20)6  C6(H20)6
H  C  OH ( ceto hexose ) H  C  OH ( aldo hexose )
 
H  C  OH H  C  OH
 
CH2OH CH2OH

Em soluções aquosas, os monossacarídeos com mais de 4 átomos de


carbono formam estruturas cíclicas, em lugar das estruturas lineares
representadas acima. O anel é formado pela reação do grupo carboxila (-C=O)
com a hidroxila . A forma cíclica predominante em uma solução de açúcares, não
exibe características reativas de aldeídos e cetonas.

CH2OH

H O H

OH H Glicose
OH OH

H OH
O

HOCH2 CH2OH
Frutose
H H OH OH

OH H

16
2.2 - Dissacarídeo: Um dissacarídeo é um composto que pode ser
hidrolisado a dois monossacarídeos ou duas moléculas do mesmo
monossacarídeo. Ex. SACAROSE, mostrada abaixo

CH2OH O
O
H H CH2OH
O
OH H HOH2C OH H H
OH
H OH H OH

A hidrólise ácida dá uma mistura equimolar dos dois monossacarídeos:


D-glicose e D-frutose.
Historicamente, a hidrólise é chamada de inversão do açúcar e a
mistura de produtos, açúcar invertido. A ação da enzima invertase de leveduras é
a mesma.
A reação é importante comercialmente, porque os dois
monossacarídeos misturados têm sabor mais doce do que a sacarose e são mais
úteis em certos processos, principalmente na preparação de sorvetes,
refrigerantes e balas. A glicose livre ocorre em frutos maduros, sendo, às vezes,
chamada de açúcar de uva por ser o adoçante principal das uvas. Frutose, por
outro lado, é o adoçante principal do mel. A conversão parcial da glicose em
frutose para imitar o gosto doce do produto de hidrólise da sacarose tem sido feita
pela indústria alimentícia.

2.3 - Polissacarídeos: Na glicose o grupo OH na posição 1 é


muito reativo, ocorrendo então uma condensação com outro açúcar na posição 4
com a eliminação de uma molécula de H2O. Formando assim a ligação -1,4.

6 CH2OH 6 CH2OH
5 5
O O condensação
4 1 + 4 1
OH OH hidrólise
OH 3 2 OH HO 3 2 OH

OH OH

17
CH2OH CH2OH
O O
 maltose
OH O OH (dissacarídeo) + H2O
OH OH

OH OH

ligação glicosídica -1,4

Continuando a polimerização chegaremos a amilose que é um constituinte


do amido (  20  ). Logo a amilose é um polímero reto de -glicose com ligações
-1,4.

o o o o

Amilose

O restante do amido é amilopectina ( 80%), polímero ramificado com


ligações glicosídicas -1,4 e -1,6.

C C
O O
O O
-1,4 O -1,6

CH2
Amilopectina C
O O
O O O

Celulose é o maior componente estrutural das paredes celulares das


plantas.
A celulose é formada por ligações -1,4 entre unidades de glicose.

18
C C C C

O O O O

-1,4 difícil de ser hidrolisada

Na bioquímica vem se estudando processos alternativos para a


hidrólise de celulose em açúcares menores tentando se descobrir um processo
econômico.

3- AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

3.1 Estrutura de Aminoácidos

A estrutura geral de um aminoácido é a seguinte:

H O

NH2  C  C
 OH
R

Carbono assimétrico

As estruturas dos 20 aminoácidos encontrados na natureza são


mostradas a seguir.

19
Alanina Arginina Asparagina Aspartato

COO- COO- COO- COO-


+H N C H +H N +H N C +H N C
3 3 C H 3 H 3 H
CH3 CH2 CH2 CH2
CH2
CH2
H2N
C
O
COO-
C
NH

C=NH2+
NH2

Cisteína Fenilalanina Glicina Glutamato

COO- COO- COO- COO-


+H N C H +H N C H +H N C +H N C H
3 3 3 H 3
CH2 CH2 H CH2
SH CH2
COO-

Glutamina Histidina Isoleucina Leucina

COO- COO- COO- COO-


+H N C H +H N C H +H N C H +H N C H
3 3 3 3
CH2 CH2 CH CH2
CH2 C NH H3C CH2 CH
C CH CH3 H3C CH3
H2N O C N+
H H

20
Lisina Metionina Prolina Serina

COO- COO- COO- COO-


+H N C H +H N C H C +H N C
3 3 3 H
+H N CH2
CH2 CH2 3 CH2
CH2 CH2 H2C CH2 OH
CH2 S
CH2 CH3
NH3+

Tirosina Treonina Triptofano Valina

COO- COO- COO- COO-


+H N C H +H N C H +H N C H +H N C H
3 3 3 3
CH2 HC OH CH2 CH
CH3 C CH H3C CH3
NH
OH

3.2 - Estrutura de Proteínas

As proteínas constituem uma estrutura complexa de cadeia de


aminoácidos.
Sendo que as propriedades e funções de qualquer proteína dependem
do número de posições relativas dos aminoácidos presentes e da natureza
química de seus grupos (representados por R na fórmula anterior).
Os aminoácidos são ligados através de cadeias peptídicas, formando
polímeros chamados polipeptídeos, que tem a seguinte estrutura:

21
H O H H O H H O
       
NH2 C C N C C N C C OH
  
R1 R2 R3
n

A proteína pode conter uma ou mais cadeias polipeptídicas e para


definir esta estrutura complexa foram estabelecidos quatro níveis estruturais
básicos para uma proteína.

Estrutura primária: indica o número e a sequência exata dos


aminoácidos.
Estrutura secundária: indica a estrutura helicoidal da cadeia protéica.
Estrutura terciária: indica a tendência da cadeia enrolar ou dobrar,
formando uma estrutura complexa, mais ou menos rígida.
Estrutura quaternária: define o grau de associação de uma unidade
protéica com outra.

22
4 - METABOLISMO CELULAR

O metabolismo consiste de vias catabólicas ( degradativas ) e de vias


anabólicas ( biossintetizantes ).

nutrientes macromoléculas
liberadores de celulares
energia

carboidratos proteínas
gorduras polissacarídeos
proteínas lipídeos
ácidos nucléicos

energia
Catabolismo química Anabolismo
ATP
NADPH

moléculas
produtos
precursoras
finais pobres
em energia
aminoácidos
açúcares
CO2
ácidos graxos
H2O
bases nitrogenadas
NH3

ATP – Adenosina 5-trifosfato


NADP - Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato
NADPH – Forma reduzida de NADP

23
4.1 - Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória

aminoácidos glicose ácidos graxos

glicólise
CO2

NH3

2 ácido pirúvico

condições O2 condições condições


anaeróbias aeróbias anaeróbias

2 ácido lático
2 etanol + 2 CO2 2 CO2

fermentação glicólise anaeróbica


alcoólica no músculo em
2 acetil - CoA contração, e fermentação
lática.
O2

animais, vegetais e
muitas células microbianas Ciclo
em condições de
aeróbias. Krebs

cadeia respiratória

4 CO2 + 4 H2O

Observações:

- A glicólise pela via aeróbia é semelhante a uma combustão química.

24
- Toda esta cadeia pode ser chamada de catabolismo que ocorre no citoplama.

4.2- Balanço enegético da glicólise

Rendimento energético devido à oxidação aeróbia e anaeróbia da glicose.

Reação Produção de ATP


Aeróbia Anaeróbia

Glicose  6 - fosfoglicose -1 -1
6 - fosfofrutose  1,6 difosfofrutose -1 -1
2 ácido 1,3 difosfoglicérico  2 ácido 3 fosfoglicérico +2 +2
2 ácido fosfoenolpirúvico  2 ácido pirúvico +2 +2
+ +
2 NADH + H 2 NAD ( citossólico ) +4 ou +6 *
Ciclo de Krebs a partir de 2 piruvato ( mitocôndria ) + 30
+36 ou +38 +2

Observações:

Para cada mol de glicose completamente oxidada a CO 2 e H2O no fígado,


rim e coração, são gerados 38 mols de ATP, nas demais células (inclusive
microbianas) 36 mols de ATP.

4.3 – Processo Fermentativo Hipotético

Inóculo x

Com O2 Sem O2
(aeróbio) (anaeróbio)

Meio de cultura Subprodutos

Ar X

X
25
Onde X, neste caso representa um m.o. facultativo.

26

You might also like