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N.

o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6411

as Partes Contratantes do Acordo Euro-Mediterrânico relativa à avaliação dos efeitos de determinados pro-
Que Cria Uma Associação entre a Comunidade Euro- jectos públicos e privados no ambiente, com as alte-
peia e os Seus Estados Membros, por um lado, e a rações introduzidas pela Directiva n.o 97/11/CE, do
República Argelina Democrática e Popular, por outro, Conselho, de 3 de Março, dando resposta às questões
assinado em Valência, Espanha, em 22 de Abril de 2002, suscitadas pelo parecer fundamentado da Comissão
concluíram as formalidades necessárias à entrada em Europeia.
vigor do Acordo. Assim, foram introduzidas alterações que garantem
Portugal é Parte neste Acordo, aprovado, para rati- a selecção de determinados projectos sujeitos a AIA
ficação, pela Resolução da Assembleia da República em função da sua localização, natureza e dimensão, a
n.o 52-A/2004 e ratificado pelo Decreto do Presidente obrigatoriedade de apresentação, pelo proponente, de
da República n.o 35-A/2004, ambos publicados no suple- todos os elementos necessários à avaliação, a funda-
mento ao Diário da República, 1.a série, n.o 169, de 20 mentação da decisão do procedimento de AIA e a pre-
de Julho de 2004. visão da obrigatoriedade de sujeição a AIA de locais
A lista actualizada das Partes Contratantes que con- para depósito de lamas.
cluíram as formalidades necessárias à entrada em vigor Procede-se, ainda, à transposição parcial da Directiva
do Acordo é a seguinte: n.o 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Con-
selho, de 26 de Maio, relativa à participação do pú-
Comunidade Europeia, em 22 de Julho de 2005; blico na elaboração de certos planos e programas rela-
Bélgica, em 29 de Dezembro de 2003; tivos ao ambiente, na parte que altera a Directiva
Dinamarca, em 30 de Agosto de 2004; n.o 85/337/CEE, do Conselho, de 27 de Junho, alterada
Alemanha, em 26 de Novembro de 2003; pela Directiva n.o 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março.
Grécia, em 7 de Maio de 2004; As normas ora aprovadas visam potenciar um maior
Espanha, em 26 de Novembro de 2004; envolvimento dos cidadãos no processo de tomada de
França, em 28 de Janeiro de 2004; decisão, garantindo a participação do público, a ampla
Irlanda, em 27 de Janeiro de 2003; divulgação e disponibilização da informação, bem como
Itália, em 16 de Setembro de 2004; o acesso à justiça.
Luxemburgo, em 21 de Abril de 2004; As alterações introduzidas às normas sobre partici-
Países Baixos, em 25 de Maio de 2005; pação do público e divulgação da informação facilitam
Áustria, em 22 de Março de 2004; e clarificam a tramitação do procedimento de AIA e
Portugal, em 28 de Julho de 2004; permitem uma intervenção mais esclarecida e activa dos
Finlândia, em 27 de Abril de 2004; cidadãos.
Suécia, em 22 de Junho de 2003; Por outro lado, actualizam-se as designações das enti-
Reino Unido, em 4 de Março de 2004; dades envolvidas no procedimento de AIA e, em con-
Argélia, em 22 de Julho de 2005. sequência, a autoridade de AIA passa a ser responsável
pela participação do público.
Nos termos do artigo 110.o, o Acordo está em vigor Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
em 1 de Setembro de 2005. Regiões Autónomas e a Associação Nacional de Muni-
cípios Portugueses.
Direcção-Geral dos Assuntos Comunitários, 25 de Assim:
Outubro de 2005. — O Director de Serviços dos Assun- Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
tos Jurídicos, Luís Inez Fernandes. Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.o
MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL Objecto

O presente diploma altera o Decreto-Lei n.o 69/2000,


Decreto-Lei n.o 197/2005 de 3 de Maio, transpondo parcialmente para a ordem
de 8 de Novembro jurídica interna a Directiva n.o 2003/35/CE, do Parla-
mento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio, relativa
O Decreto-Lei n.o 69/2000, de 3 de Maio, aprova à participação do público na elaboração de certos planos
o regime jurídico da avaliação de impacte ambiental e programas relativos ao ambiente, na parte que altera
dos projectos públicos e privados susceptíveis de pro- a Directiva n.o 85/337/CEE, do Conselho, de 27 de
duzirem efeitos significativos no ambiente, constituindo Junho, alterada pela Directiva n.o 97/11/CE, do Con-
um instrumento fundamental da política de desenvol- selho, de 3 de Março.
vimento sustentável.
Algum tempo volvido sobre a publicação do Decre- Artigo 2.o
to-Lei n.o 69/2000, de 3 de Maio, considerou o Governo
ser importante introduzir alterações que esclarecem o Alteração ao Decreto-Lei n.o 69/2000, de 3 de Maio
âmbito de aplicação do diploma, clarificando, designa-
damente, a obrigatoriedade de realização de avaliação 1 — Os artigos 1.o, 2.o, 3.o, 5.o, 6.o, 7.o, 9.o, 10.o, 11.o,
de impacte ambiental (AIA) para determinados pro- 12.o, 13.o, 14.o, 15.o, 16.o, 17.o, 18.o, 19.o, 20.o, 22.o, 23.o,
jectos públicos ou privados. 24.o, 25.o, 26.o, 28.o, 30.o, 31.o, 33.o, 34.o, 35.o, 36.o, 37.o,
Desta forma é assegurada, também, a conformidade 39.o, 42.o, 44.o e 45.o do Decreto-Lei n.o 69/2000, de
da legislação nacional com os objectivos impostos pela 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelos Decre-
Directiva n.o 85/337/CEE, do Conselho, de 27 de Junho, tos-Leis n.os 74/2001, de 26 de Fevereiro, e 69/2003,
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de 10 de Abril, e pela Lei n.o 12/2004, de 30 de Março, tributos do público interessado sobre cada pro-
passam a ter a seguinte redacção: jecto sujeito a AIA;
g) .........................................
h) .........................................
«Artigo 1.o i) .........................................
[. . .] j) .........................................
k) (Revogado.)
1 — O presente diploma estabelece o regime jurídico l) .........................................
da avaliação de impacte ambiental (AIA) dos projectos m) ‘Participação pública’ — formalidade essencial
públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos do procedimento de AIA que assegura a inter-
significativos no ambiente, transpondo para a ordem venção do público interessado no processo de
jurídica interna a Directiva n.o 85/337/CEE, do Con- decisão e que inclui a consulta pública;
selho, de 27 de Junho, com as alterações introduzidas n) .........................................
pela Directiva n.o 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março, o) .........................................
e pela Directiva n.o 2003/35/CE, do Parlamento Europeu p) .........................................
e do Conselho, de 26 de Maio. q) ‘Público’ — uma ou mais pessoas singulares,
2 — A decisão proferida no âmbito do procedimento pessoas colectivas de direito público ou privado,
de AIA é prévia à autorização ou licenciamento de todos bem como as suas associações, organizações
os projectos susceptíveis de provocar efeitos significa- representativas ou agrupamentos;
tivos no ambiente. r) ‘Público interessado’ — os titulares de direitos
3 — Estão sujeitos a AIA, nos termos do presente subjectivos ou de interesses legalmente prote-
diploma: gidos, no âmbito das decisões tomadas no pro-
a) Os projectos tipificados no anexo I; cedimento administrativo de AIA, bem como
b) Os projectos enunciados no anexo II. o público afectado ou susceptível de ser afectado
por essa decisão, designadamente as organiza-
4 — São sujeitos a AIA os projectos elencados no ções não governamentais de ambiente (ONGA);
anexo II, ainda que não abrangidos pelos limiares nele s) [Anterior alínea q).]
fixados, que sejam considerados, por decisão da entidade
licenciadora ou competente para a autorização do pro-
jecto, susceptíveis de provocar impacte significativo no Artigo 3.o
ambiente em função da sua localização, dimensão ou [. . .]
natureza, de acordo com os critérios estabelecidos no
anexo V. 1 — Em circunstâncias excepcionais e devidamente
5 — São ainda sujeitos a AIA os projectos que em fundamentadas, o licenciamento ou a autorização de
função da sua localização, dimensão ou natureza sejam um projecto específico pode, por iniciativa do propo-
considerados, por decisão conjunta do membro do nente e mediante despacho do ministro responsável pela
Governo competente na área do projecto em razão da área do ambiente e do ministro da tutela, ser efectuado
matéria e do membro do Governo responsável pela área com dispensa, total ou parcial, do procedimento de AIA.
do ambiente, como susceptíveis de provocar um impacte 2—..........................................
significativo no ambiente, tendo em conta os critérios 3—..........................................
estabelecidos no anexo V. 4 — A autoridade de AIA, no prazo de 30 dias con-
6 — O presente diploma não se aplica a projectos tados da recepção do requerimento, emite e remete ao
destinados à defesa nacional, sempre que o Ministro ministro responsável pela área do ambiente o seu pare-
da Defesa Nacional reconheça que o procedimento de cer, o qual, sendo favorável à dispensa do procedimento
AIA tem efeitos adversos sobre as necessidades da de AIA, deve prever:
defesa nacional, sem prejuízo de a aprovação e execução a) Medidas de minimização dos impactes ambien-
destes projectos ter em consideração o respectivo tais considerados relevantes a serem impostas
impacte ambiental. no licenciamento ou na autorização do projecto;
b) Necessidade de proceder a outra forma de ava-
Artigo 2.o liação, quando tal se justifique.
[. . .]
5 — Sempre que o projecto em causa possa vir a ter
............................................. impactes significativos no ambiente de um ou mais Esta-
dos membros da União Europeia, o ministro responsável
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
pela área do ambiente deve promover a consulta destes
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
sobre a dispensa do procedimento de AIA, remetendo
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . uma descrição do projecto, acompanhada de quaisquer
ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . informações disponíveis sobre os seus eventuais impac-
iii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tes transfronteiriços.
6—..........................................
c) ......................................... 7 — No prazo de 20 dias contados da recepção do
d) ......................................... parecer da autoridade de AIA, o ministro responsável
e) ......................................... pela área do ambiente e o ministro da tutela decidem
f) ‘Consulta pública’ — procedimento compreen- o pedido de dispensa do procedimento de AIA e, em
dido no âmbito da participação pública e regu- caso de deferimento do pedido, determinam, se apli-
lado nos termos do presente diploma que visa cável, as medidas que deverão ser impostas no licen-
a recolha de opiniões, sugestões e outros con- ciamento ou na autorização do projecto com vista à
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minimização dos impactes ambientais considerados h) Proceder à publicitação dos documentos e infor-
relevantes. mações relativos ao procedimento de dispensa
8 — A decisão de dispensa do procedimento de AIA, de AIA;
acompanhada da sua fundamentação e do correspon- i) Proceder à publicitação dos documentos e infor-
dente requerimento, é comunicada pelo ministro res- mações relativos ao procedimento de AIA;
ponsável pela área do ambiente à Comissão Europeia, j) [Anterior alínea e).]
bem como, na situação referida no n.o 5, ao Estado l) [Anterior alínea f).]
membro ou Estados membros potencialmente afectados, m) [Anterior alínea g).]
antes de ser concedido o licenciamento ou a autorização n) Cobrar ao proponente uma taxa devida pelo
do projecto em causa. procedimento de AIA de montante a fixar por
9—.......................................... portaria conjunta dos ministros responsáveis
10 — Quando haja lugar a outra forma de avaliação, pela áreas das finanças e do ambiente em função
nos termos da alínea b) do n.o 4 do presente artigo, do valor do projecto a realizar;
a autoridade de AIA coloca à disposição do público o) Enviar ao IA as decisões de dispensa de pro-
a informação recolhida através da avaliação. cedimento de AIA nos casos em que a auto-
11 — (Anterior n.o 10.) ridade de AIA é a CCDR;
p) Remeter ao IA todas as informações e docu-
mentos que integram o procedimento de AIA
Artigo 5.o nos casos em que a autoridade de AIA é a
[. . .] CCDR;
q) Comunicar ao IA a decisão final do procedi-
............................................. mento de licenciamento ou de autorização do
a) ......................................... projecto nos casos em que a autoridade de AIA
b) ......................................... é a CCDR;
c) [Anterior alínea d).] r) [Anterior alínea j).]
d) [Anterior alínea e).]
Artigo 9.o
Artigo 6.o [. . .]
[. . .]
1—..........................................
.............................................
a) Dois representantes da autoridade de AIA, um
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . que preside à comissão e outro que assegure
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a integração dos resultados da consulta pública
c) Decidir sobre a sujeição a AIA dos projectos no parecer final do procedimento de AIA;
abrangidos pelo n.o 4 do artigo 1.o b) Um representante do Instituto da Água (INAG)
sempre que o projecto sujeito a procedimento
Artigo 7.o de AIA possa afectar recursos hídricos;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[. . .]
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1—.......................................... e) Um representante da CCDR ou das CCDR ter-
ritorialmente competentes na área de localiza-
a) O Instituto do Ambiente (IA) nos casos em que: ção do projecto a licenciar ou autorizar, desde
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . que não se encontrem representadas nos termos
ii) A entidade licenciadora ou competente da alínea a);
para a autorização seja um serviço central f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
não desconcentrado, um instituto sob
tutela da administração central ou uma 2—..........................................
comissão de coordenação e desenvolvi- 3—..........................................
mento regional (CCDR); 4 — Por proposta da autoridade de AIA devidamente
iii) O projecto se situe em área sob jurisdição fundamentada, o ministro responsável pela área do
de duas ou mais CCDR; ambiente poderá determinar que a presidência da comis-
são de avaliação seja assegurada por uma personalidade
b) As CCDR nos restantes casos. de reconhecido mérito na área do projecto a avaliar.
5—..........................................
2—..........................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) Proceder à audição das instituições da Admi-
c) Emitir parecer nos termos do n.o 2 do ar- nistração Pública cujas competências o justifi-
tigo 2.o-A; quem, nomeadamente em áreas específicas de
d) [Anterior alínea c).] licenciamento do projecto, bem como solicitar
e) [Anterior alínea d).] pareceres especializados de entidades externas,
f) Prestar os esclarecimentos que lhe forem soli- quando necessário;
citados por escrito no decurso da participação d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
pública; e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) Elaborar o relatório da consulta pública; f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Artigo 10.o 3—..........................................


[. . .]
4 — A comissão de avaliação deve, no prazo de 30 dias
a contar da sua recepção, pronunciar-se sobre a con-
1 — O IA assegura as funções de coordenação geral formidade do EIA com o disposto no artigo anterior
e de apoio técnico do procedimento de AIA, compe- ou, quando tenha havido definição do âmbito do EIA,
tindo-lhe, nomeadamente: com a respectiva deliberação.
5—..........................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6—..........................................
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7—..........................................
c) Solicitar o envio e tratar os dados provenientes
8—..........................................
das Regiões Autónomas e das CCDR para efei-
9 — Declarada a conformidade do EIA, nos termos
tos estatísticos e de preparação de relatórios
do n.o 4, este é enviado, para parecer, às entidades públi-
nacionais e de troca de informações com a
cas com competências para a apreciação do projecto.
Comissão Europeia;
10 — Os pareceres a que se refere o número anterior
d) Organizar e manter actualizado o registo central
são emitidos no prazo de 40 dias, podendo não ser con-
de todos os EIA e respectivos pareceres finais,
siderados se emitidos fora desse prazo.
DIA e decisões proferidas no âmbito do licen-
ciamento ou da autorização dos projectos sujei-
tos a procedimento de AIA, bem como dos rela- Artigo 14.o
tórios da monitorização e das conclusões das [. . .]
auditorias realizados no âmbito do presente
diploma. 1 — No prazo de 15 dias contados da declaração de
conformidade a que se refere o artigo anterior, a auto-
2 — É criado junto do IA um conselho consultivo ridade de AIA promove a publicitação do procedimento
de AIA, cuja composição e funcionamento são definidos de AIA através de anúncio que deverá conter os seguin-
por portaria do ministro responsável pela área do tes elementos:
ambiente. a) Identificação do proponente;
3—.......................................... b) Identificação e localização do projecto;
c) Indicação de que o projecto está sujeito a pro-
Artigo 11.o cedimento de AIA;
d) Indicação de que o projecto está sujeito a con-
[. . .]
sulta entre Estados membros, quando aplicável;
1—.......................................... e) Indicação dos documentos que integram o pro-
2—.......................................... cedimento de AIA, designadamente o projecto,
3—.......................................... o EIA e o resumo não técnico;
f) Local e data onde se encontram disponíveis os
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . documentos que integram o procedimento de
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . AIA, bem como outra informação relevante e
meios de disponibilização;
4—.......................................... g) Período de duração e forma de concretização
5—.......................................... da consulta pública;
6 — A consulta pública a que se refere o número h) Identificação da autoridade de AIA;
anterior opera-se nos termos e por período entre 20 e i) Identificação da entidade competente para emi-
30 dias, a serem fixados pela autoridade de AIA, que tir a DIA;
deve apresentar à comissão de avaliação o respectivo j) Identificação da entidade competente para licen-
relatório nos 10 dias subsequentes à sua realização. ciar ou autorizar o projecto;
7—.......................................... l) Identificação das entidades que podem fornecer
8—.......................................... informação relevante sobre o projecto;
9—.......................................... m) Identificação das entidades junto das quais é
possível apresentar opiniões, sugestões e outros
Artigo 12.o contributos e respectivo prazo;
[. . .]
n) Indicação expressa de que o licenciamento ou
autorização do projecto só podem ser conce-
1—.......................................... didos após a DIA ou decurso do prazo para
2—.......................................... a sua emissão;
3—.......................................... o) Prazo para a emissão da DIA nos termos pre-
4 — (Anterior n.o 5.) vistos no presente diploma.
5 — (Anterior n.o 6.)
6 — (Anterior n.o 7.) 2 — Tendo em conta a natureza, dimensão ou loca-
7 — (Anterior n.o 8.) lização do projecto, a autoridade de AIA fixa o período
8 — (Anterior n.o 9.) da consulta pública, que é:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 13.o b) De 20 a 30 dias, para outros projectos.
[. . .]
3 — O público interessado, na acepção da alínea r)
1—.......................................... do artigo 2.o, é titular do direito de participação no
2—.......................................... procedimento de AIA.
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4 — Compete à autoridade de AIA decidir, em função minimização dos impactes ambientais negativos que o
da natureza e complexidade do projecto, dos seus impac- proponente deve adoptar na execução do projecto.
tes ambientais previsíveis, ou do grau de conflitualidade 3 — (Revogado.)
potencial da execução daquele, a forma de concretização 4 — (Revogado.)
adequada da consulta pública, a qual pode incluir a rea-
lização de audiências públicas a realizar nos termos do Artigo 18.o
artigo seguinte, ou constituir qualquer outra forma ade-
quada de auscultação do público interessado. [. . .]
5 — No prazo de 15 dias após a realização da consulta
1 — A DIA é proferida pelo ministro responsável pela
pública, a autoridade de AIA envia ao presidente da
área do ambiente no prazo de 15 dias contados a partir
comissão de avaliação o ‘relatório da consulta pública’,
da data da recepção da proposta da autoridade de AIA.
que deve conter a descrição dos meios e formas esco-
2—..........................................
lhidos para a publicitação do projecto e participação
3—..........................................
dos interessados, bem como a síntese das opiniões pre-
dominantemente expressas e a respectiva representa-
tividade. Artigo 19.o
6 — A autoridade de AIA deve responder por escrito,
no prazo de 30 dias, aos pedidos de esclarecimento que [. . .]
lhe sejam dirigidos por escrito pelos interessados devi-
damente identificados no decurso da consulta pública, 1—..........................................
podendo a resposta ser idêntica quando as questões 2—..........................................
sejam de conteúdo substancialmente semelhante. 3—..........................................
4—..........................................
5 — No caso previsto no n.o 1, a decisão da entidade
Artigo 15.o competente para o licenciamento ou autorização enun-
[. . .]
cia as razões de facto e de direito que justificam a de-
cisão, tem em consideração o EIA apresentado pelo
1 — A autoridade de AIA convoca, define as con- proponente e inclui, quando disponíveis, os restantes
dições em que se realizam, conduz e preside às audiên- elementos referidos no n.o 1 do artigo 17.o do presente
cias públicas. diploma.
2—.......................................... 6—..........................................
3—.......................................... 7—..........................................
4 — Compete à autoridade de AIA registar em acta
ou em outro suporte adequado, desde que posterior-
mente reduzido a acta, a identificação e opinião de cada Artigo 20.o
participante. [. . .]

Artigo 16.o 1—..........................................


[. . .] 2 — Em qualquer caso, o licenciamento ou a auto-
rização do projecto deve compreender a exigência do
1—.......................................... cumprimento dos termos e condições prescritos da DIA
2 — A autoridade de AIA deve remeter ao ministro ou, na sua falta, os elementos exigidos no n.o 5 do
responsável pela área do ambiente a proposta de DIA artigo 19.o do presente diploma.
no decurso do prazo previsto no número anterior. 3—..........................................

Artigo 17.o Artigo 22.o


[. . .] [. . .]
1 — A decisão sobre o procedimento de AIA consta
1 — O procedimento de AIA é público, devendo
da DIA, a qual pode ser favorável, condicionalmente
encontrar-se todos os seus elementos e peças processuais
favorável ou desfavorável e inclui os seguintes ele-
disponíveis, nomeadamente:
mentos:
a) Pedido formulado pelo proponente; a) Na autoridade de AIA e no IA quando este
b) Resumo do conteúdo do procedimento, incluindo não seja a autoridade de AIA, sendo, neste caso,
dos pareceres apresentados pelas entidades da responsabilidade desta autoridade o envio
consultadas; dos documentos ao IA;
c) Resumo do resultado da consulta pública, expres- b) Nas CCDR da área de localização do projecto;
sando as preocupações e opiniões apresentadas c) [Anterior alínea d).]
pelo público interessado e forma como essas
considerações foram tidas em conta na decisão; 2 — Após o termo do procedimento de AIA, a con-
d) Razões de facto e de direito que justificam a sulta dos documentos pode ser efectuada na autoridade
decisão. de AIA ou no IA.
3 — A pós-avaliação é pública, encontrando-se dis-
2 — A DIA especifica ainda as condições em que o poníveis no IA todos os documentos elaborados no
projecto pode ser licenciado ou autorizado e contém decurso da mesma.
obrigatoriamente, quando necessário, as medidas de 4—..........................................
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Artigo 23.o n.o 1 do artigo 22.o, sem prejuízo da sua divulgação


Divulgação
através de meios electrónicos, quando disponíveis.
4 — (Revogado.)
1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4 do artigo ante-
rior, são objecto de divulgação obrigatória: Artigo 28.o
a) ......................................... [. . .]
b) .........................................
c) ......................................... 1—..........................................
d) Todos os pareceres emitidos no âmbito do pro- 2—..........................................
cedimento de AIA; 3 — No caso previsto na segunda parte do número
e) [Anterior alínea d).] anterior, a entidade licenciadora ou competente para
f) [Anterior alínea e).] a autorização envia a documentação para a autoridade
g) [Anterior alínea f).] de AIA, a qual deve, de imediato, remetê-la à comissão
h) [Anterior alínea g).] de avaliação.
i) [Anterior alínea h).] 4—..........................................
5—..........................................
2 — (Anterior n.o 3.) 6—..........................................
7—..........................................
Artigo 24.o
Responsabilidade pela divulgação
Artigo 30.o
A divulgação dos documentos referidos nas alíneas a) [. . .]
a h) do n.o 1 e no n.o 3 do artigo anterior é da res-
ponsabilidade da autoridade de AIA, cabendo à enti- 1—..........................................
dade licenciadora ou competente para a autorização do 2 — Para cada auditoria, a autoridade de AIA designa
projecto a responsabilidade pela publicitação do docu- os seus representantes, a seguir designados ‘auditores’,
mento mencionado na alínea i) do n.o 1 do mesmo artigo. que podem ser consultores convidados, ao abrigo do
disposto na alínea e) do n.o 2 do artigo 7.o
Artigo 25.o 3—..........................................
Prazo de divulgação

1 — Os documentos referidos no n.o 1 do artigo 23.o Artigo 31.o


são divulgados no prazo de 20 dias. [. . .]
2 — O prazo referido no número anterior conta-se:
a) No caso dos documentos constantes das alí- 1 — No decurso da pós-avaliação, o público interes-
neas a), b) e g) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir sado tem a faculdade de transmitir por escrito à auto-
da data do seu recebimento na autoridade de ridade de AIA quaisquer informações ou dados factuais
AIA; relevantes sobre impactes negativos no ambiente cau-
b) No caso dos documentos mencionados nas alí- sados pela execução do projecto.
neas c) a e) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir 2 — Compete à autoridade de AIA comunicar por
da data de emissão da DIA; escrito ao público interessado as medidas adoptadas ou
c) No caso dos documentos mencionados nas alí- a adoptar.
neas h) e i) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir
da respectiva data de emissão. Artigo 33.o
[. . .]
Artigo 26.o
1 — Sempre que o projecto possa produzir um
Modalidades de divulgação
impacte ambiental significativo no território de outro
1 — A divulgação do procedimento de AIA, bem ou outros Estados membros da União Europeia, a auto-
como da realização de audiências públicas, é feita obri- ridade de AIA envia, através dos serviços competentes
gatoriamente através de um anúncio, contendo pelo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, às autoridades
menos os elementos referidos no artigo 14.o, publicado do Estado potencialmente afectado, o mais tardar até
em pelo menos duas edições sucessivas de um jornal à publicitação do procedimento de AIA, nos termos
de circulação nacional e, sendo possível, também num do artigo 14.o, pelo menos a seguinte informação:
jornal de circulação regional ou local, bem como pela
afixação do mesmo anúncio nas câmaras municipais a) A descrição do projecto, acompanhada de toda
abrangidas pelo projecto, sem prejuízo da sua divulgação a informação disponível sobre os eventuais
através de meios electrónicos, quando disponíveis. impactes transfronteiriços;
2 — A autoridade de AIA pode, em função da natu- b) Informação sobre a natureza da decisão que
reza, dimensão ou localização do projecto, decidir se pode ser tomada.
devem ser utilizados outros meios de divulgação, tais
como afixação de anúncios no local proposto e na junta 2 — O Estado membro potencialmente afectado pode
de freguesia da área de localização do projecto, difusão declarar, no prazo de 15 dias, que deseja participar no
televisiva ou radiodifusão. procedimento de AIA.
3 — Os documentos referidos nos n.os 1 e 3 do 3—..........................................
artigo 23.o estão disponíveis nos locais mencionados no 4—..........................................
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6417

Artigo 34.o b) .........................................


[. . .]
c) .........................................
d) .........................................
1 — Sempre que as autoridades competentes do e) .........................................
Estado membro potencialmente afectado por um pro- f) .........................................
jecto sujeito a procedimento de AIA manifestem for- g) .........................................
malmente a intenção de participar naquele procedi- h) .........................................
mento, são enviados todos os elementos objecto de
publicitação nos termos do artigo 14.o, bem como o 2—..........................................
projecto, o EIA e o resumo não técnico. 3—..........................................
2 — Os resultados da participação pública no Estado 4—..........................................
membro potencialmente afectado são tomados em con-
sideração pela comissão de avaliação na elaboração do Artigo 39.o
parecer final do procedimento de AIA.
3 — Concluído o procedimento, o IA envia, através [. . .]
dos serviços competentes do Ministério dos Negócios
1—..........................................
Estrangeiros, às autoridades do Estado membro a DIA
e a decisão final sobre o licenciamento ou a autorização 2 — Sempre que o dever de reposição da situação
do projecto. anterior não seja voluntariamente cumprido, os serviços
competentes do ministério responsável pela área do
Artigo 35.o ambiente actuarão directamente por conta do infractor,
[. . .] sendo as despesas cobradas coercivamente através do
processo previsto para as execuções fiscais.
1 — Sempre que o Estado Português receba infor-
mação de outro Estado membro sobre um projecto sus-
Artigo 42.o
ceptível de produzir um impacte significativo no ter-
ritório nacional, o IA desencadeia o procedimento de [. . .]
participação do público, divulgando a informação rece-
bida ao público interessado e a todas as autoridades O produto das coimas é afectado da seguinte forma:
a quem o projecto possa interessar. 10 % para a entidade que dá notícia da infracção;
2 — Os resultados da participação prevista nos núme- 30 % para a IGAOT;
ros anteriores são transmitidos aos órgãos competentes 60 % para o Estado.
do Estado membro responsável pelo procedimento de
AIA de modo a serem considerados na respectiva deci- Artigo 44.o
são final.
3 — A informação do Estado membro sobre a con- [. . .]
clusão do procedimento é pública, encontra-se dispo-
1—..........................................
nível no IA e é divulgada através de meios electrónicos,
2 — Os serviços e organismos das respectivas admi-
sempre que possível.
nistrações regionais autónomas devem remeter ao IA
Artigo 36.o a informação necessária ao cumprimento da obrigação
de notificação à Comissão Europeia prevista no n.o 1
[. . .] do artigo 3.o da Directiva n.o 97/11/CE, do Conselho,
1 — A fiscalização do cumprimento das disposições de 3 de Março.
previstas no presente diploma ou dele resultantes e o Artigo 45.o
respectivo sancionamento são da competência da Ins-
[. . .]
pecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Ter-
ritório (IGAOT), sem prejuízo das competências de 1 — Por portaria do ministro responsável pela área
fiscalização próprias das entidades licenciadoras ou com- do ambiente são fixadas as normas técnicas previstas
petentes para autorizar o projecto. no presente diploma, nomeadamente os requisitos a
2 — Sempre que a autoridade de AIA, o IA, a CCDR observar pelo proponente na elaboração do EIA, o con-
ou qualquer outra entidade competente tome conhe- teúdo mínimo da proposta de definição do âmbito do
cimento de situações que indiciem a prática de uma EIA e a composição e funcionamento do conselho con-
contra-ordenação prevista no presente diploma deve dar sultivo de AIA.
notícia à IGAOT e remeter-lhe toda a documentação 2 — Por portaria conjunta dos ministros responsáveis
de que disponha para efeito da instauração e instrução pelas áreas das finanças e do ambiente é determinado,
do processo de contra-ordenação e consequente decisão. em função do valor do projecto a realizar, o montante
das taxas a liquidar pelo proponente no âmbito do pro-
Artigo 37.o cedimento de AIA.»
[. . .]
2 — São alterados os anexos I e II do Decreto-Lei
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima n.o 69/2000, de 3 de Maio, que passam a ter a seguinte
de E 498,79 a E 3740,98, no caso de pessoas individuais, redacção:
e de E 2493,98 a E 44 891,81, no caso de pessoas colec-
tivas, a prática de qualquer das seguintes infracções: «ANEXO I
a) A execução parcial ou total de projectos a que [. . .]
se referem as alíneas a) e b) do n.o 3 e o n.o 4
do artigo 1.o sem a prévia conclusão do pro- 1—..........................................
cedimento de AIA; 2—..........................................
6418 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

3—.......................................... h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4—.......................................... i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5—.......................................... j) Locais para depósito de lamas.
6—..........................................
7—.......................................... 12 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8—.......................................... 13 — Qualquer alteração, modificação ou ampliação
9—.......................................... de projectos não incluídos no anexo I e incluídos no
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . anexo II já autorizados e executados ou em execução
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . que possam ter impactes negativos importantes no
12 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ambiente.
13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Projectos do anexo I que se destinem exclusiva ou
14 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . essencialmente a desenvolver e ensaiar novos métodos
15 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ou produtos e que não sejam utilizados durante mais
16 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de dois anos.»
17 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 3.o
19 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aditamento ao Decreto-Lei n.o 69/2000, de 3 de Maio
20 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21 — Qualquer alteração ou ampliação de projectos 1 — São aditados os artigos 2.o-A e 35.o-A ao Decre-
incluídos no presente anexo, se tal alteração ou amplia- to-Lei n.o 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações
ção, em si mesma, corresponde aos limiares estabele- introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 74/2001, de 26 de
cidos no presente anexo. Fevereiro, e 69/2003, de 10 de Abril, e pela Lei
n.o 12/2004, de 30 de Março, com a seguinte redacção:
ANEXO II
«Artigo 2.o-A
[. . .] Apreciação prévia e decisão

1—.......................................... 1 — A entidade licenciadora ou competente para


2—.......................................... autorização decide sobre a sujeição a AIA dos projectos
3—.......................................... que lhe sejam submetidos para licenciamento ou auto-
4—.......................................... rização sempre que considere que o projecto está abran-
5—.......................................... gido pelo n.o 4 do artigo 1.o do presente diploma.
6—.......................................... 2 — Para efeitos do disposto no n.o 1, a entidade licen-
7—.......................................... ciadora ou competente para autorização do projecto
8—.......................................... pode solicitar parecer à autoridade de AIA.
9—.......................................... 3 — A entidade licenciadora ou competente para
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . autorização do projecto pode solicitar ao proponente
os elementos identificados no anexo IV que se afigurem
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . necessários à apreciação do mesmo para efeitos de sujei-
b) Operações de loteamento urbano, incluindo a ção a AIA.
construção de estabelecimento de comércio ou
conjunto comercial, nos termos definidos na Lei Artigo 35.o-A
n.o 12/2004, de 30 de Março, e parques de esta- Acesso à justiça
cionamento, não abrangidos por plano muni-
cipal de ordenamento do território; O público interessado bem como as ONGA têm a
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . faculdade de impugnar a legalidade de qualquer decisão,
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . acto ou omissão no âmbito do procedimento de AIA,
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nos termos gerais de direito.»
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — São aditados os anexos IV e V ao Decreto-Lei
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . n.o 69/2000, de 3 de Maio, com a seguinte redacção:
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . «ANEXO IV
k) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Elementos a fornecer pelo proponente
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução
n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Identificação do projecto, do proponente e do licen-
ciador.
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contactos do proponente.
a) ......................................... Caracterização do projecto
b) .........................................
c) ......................................... Objectivo do projecto.
d) ......................................... Características físicas da totalidade do projecto, nomea-
e) ......................................... damente construções, configurações, infra-estruturas
f) ......................................... e áreas ocupadas na fase de construção e funcio-
g) ......................................... namento.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6419

Descrição dos projectos associados. A capacidade de absorção do ambiente natural,


Descrição do processo, nomeadamente dimensão, capa- com especial atenção para as seguintes zonas:
cidade, fluxos e entradas e saídas no sistema.
Acessos a criar ou a alterar. a) Zonas húmidas;
Calendarização das fases do projecto (construção, fun- b) Zonas costeiras;
cionamento e desactivação). c) Zonas montanhosas e florestais;
Utilização de recursos naturais, nomeadamente água, d) Reservas e parques naturais;
energia e outros, indicando a sua origem e quan- e) Zonas classificadas ou protegidas, zonas de
tificação. protecção especial, nos termos da legis-
Produção de efluentes, resíduos e emissões. lação;
Risco de acidentes, atendendo sobretudo às substâncias f) Zonas nas quais as normas de qualidade
ou tecnologias utilizadas. ambiental fixadas pela legislação nacional
Alternativas consideradas — principais razões da esco- já foram ultrapassadas;
lha efectuada, atendendo aos efeitos no ambiente. g) Zonas de forte densidade demográfica;
Efeitos cumulativos relativamente a outros projectos. h) Paisagens importantes do ponto de vista
histórico, cultural ou arqueológico.
Descrição do local do projecto
3 — Características do impacte potencial — os poten-
Localização e descrição geral da área do projecto e ciais impactes significativos dos projectos deverão ser
envolvente, com a indicação do local, freguesia e con- considerados em relação aos critérios definidos nos n.os 1
celho e das infra-estruturas existentes. e 2 supra, atendendo especialmente à:
Apresentação da planta de localização com implantação
do projecto (escala de 1:25 000). Extensão do impacte (área geográfica e dimensão
Indicação das áreas sensíveis, da ocupação actual do da população afectada);
solo e da conformidade do projecto com os instru- Natureza transfronteiriça do impacte;
mentos de gestão territorial. Magnitude e complexidade do impacte;
Descrição dos elementos do ambiente susceptíveis de Probabilidade do impacte;
serem consideravelmente afectados pelo projecto pro- Duração, frequência e reversibilidade do impacte.»
posto, nomeadamente a população, a fauna, a flora,
o solo, a água, a atmosfera, os factores climáticos,
os bens materiais, incluindo o património arquitec- Artigo 4.o
tónico e arqueológico, a paisagem, bem como a inter- Norma revogatória
-relação entre os factores mencionados.
É revogado o artigo 8.o do Decreto-Lei n.o 69/2000,
Identificação e avaliação de impactes de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelos
Decretos-Leis n.os 74/2001, de 26 de Fevereiro, e
Descrição qualitativa dos impactes esperados, quer posi- 69/2003, de 10 de Abril, e pela Lei n.o 12/2004, de 30 de
tivos quer negativos, nas fases de construção, explo- Março.
ração e desactivação.
Indicação da natureza (directo, indirecto, secundário, Artigo 5.o
temporário e permanente), magnitude, extensão (geo- Republicação
gráfica e população afectada) e significado (muito
ou pouco significativos). o
O Decreto-Lei n. 69/2000, de 3 de Maio, que aprova
Identificação das medidas do projecto preconizadas para o regime jurídico da AIA dos projectos públicos e pri-
minimizar os impactes negativos expectáveis nas fases vados susceptíveis de produzirem efeitos significativos
de construção, de exploração e de desactivação. no ambiente, com as alterações introduzidas pelos
Decretos-Leis n.os 74/2001, de 26 de Fevereiro, e
ANEXO V
69/2003, de 10 de Abril, e pela Lei n.o 12/2004, de 30 de
Critérios de selecção referidos nos n.os 4 e 5 do artigo 1.o Março, e com as alterações agora introduzidas, é repu-
1 — Características dos projectos — as características blicado em anexo, que é parte integrante do presente
dos projectos devem ser consideradas especialmente em acto.
relação aos seguintes aspectos: Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 21
Dimensão do projecto; de Julho de 2005. — José Sócrates Carvalho Pinto de
Efeitos cumulativos relativamente a outros pro- Sousa — Diogo Pinto de Freitas do Amaral — Fernando
jectos; Teixeira dos Santos — Alberto Bernardes Costa — Fran-
Utilização dos recursos naturais; cisco Carlos da Graça Nunes Correia — Manuel Antó-
Produção de resíduos; nio Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes
Poluição e incómodos causados; Silva — Mário Lino Soares Correia — José António Fon-
Risco de acidentes, atendendo sobretudo às subs seca Vieira da Silva.
tâncias ou tecnologias utilizadas.
Promulgado em 10 de Outubro de 2005.
2 — Localização dos projectos — deve ser conside- Publique-se.
rada a sensibilidade ambiental das zonas geográficas sus-
ceptíveis de serem afectadas pelos projectos, tendo O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
nomeadamente em conta:
Referendado em 17 de Outubro de 2005.
A afectação do uso do solo;
A riqueza relativa, a qualidade e a capacidade de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
regeneração dos recursos naturais da zona; Sousa.
6420 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

CAPÍTULO I especial, classificadas nos termos do


Decreto-Lei n.o 140/99, de 24 de Abril,
Disposições gerais no âmbito das Directivas n.os 79/409/CEE
e 92/43/CEE;
Artigo 1.o iii) Áreas de protecção dos monumentos
Objecto e âmbito de aplicação nacionais e dos imóveis de interesse
1 — O presente diploma estabelece o regime jurídico público definidas nos termos da Lei
da avaliação de impacte ambiental (AIA) dos projectos n.o 13/85, de 6 de Julho;
públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos
significativos no ambiente, transpondo para a ordem c) «Auditoria» — avaliação, a posteriori, dos impac-
jurídica interna a Directiva n.o 85/337/CEE, do Con- tes ambientais do projecto, tendo por referência
selho, de 27 de Junho, com as alterações introduzidas normas de qualidade ambiental, bem como as
pela Directiva n.o 97/11/CE, do Conselho, de 3 de Março, previsões, medidas de gestão e recomendações
e pela Directiva n.o 2003/35/CE, do Parlamento Europeu resultantes do procedimento de AIA;
e do Conselho, de 26 de Maio. d) «Autorização» ou «licença» — decisão que con-
2 — A decisão proferida no âmbito do procedimento fere ao proponente o direito a realizar o
de AIA é prévia à autorização ou licenciamento de todos projecto;
os projectos susceptíveis de provocar efeitos significa- e) «Avaliação de impacte ambiental» ou «AIA» —
tivos no ambiente. instrumento de carácter preventivo da política
3 — Estão sujeitos a AIA, nos termos do presente do ambiente, sustentado na realização de estu-
diploma: dos e consultas, com efectiva participação
pública e análise de possíveis alternativas, que
a) Os projectos tipificados no anexo I; tem por objecto a recolha de informação, iden-
b) Os projectos enunciados no anexo II. tificação e previsão dos efeitos ambientais de
determinados projectos, bem como a identifi-
4 — São sujeitos a AIA os projectos elencados no cação e proposta de medidas que evitem, mini-
anexo II, ainda que não abrangidos pelos limiares nele mizem ou compensem esses efeitos, tendo em
fixados, que sejam considerados, por decisão da entidade vista uma decisão sobre a viabilidade da exe-
licenciadora ou competente para a autorização do pro- cução de tais projectos e respectiva pós-ava-
jecto, susceptíveis de provocar impacte significativo no liação;
ambiente em função da sua localização, dimensão ou f) «Consulta pública» — procedimento compreen-
natureza, de acordo com os critérios estabelecidos no dido no âmbito da participação pública e regu-
anexo V. lado nos termos do presente diploma que visa
5 — São ainda sujeitos a AIA os projectos que em a recolha de opiniões, sugestões e outros con-
função da sua localização, dimensão ou natureza sejam tributos do público interessado sobre cada pro-
considerados, por decisão conjunta do membro do jecto sujeito a AIA;
Governo competente na área do projecto em razão da g) «Declaração de impacte ambiental» ou «DIA» —
matéria e do membro do Governo responsável pela área decisão emitida no âmbito da AIA sobre a via-
do ambiente, como susceptíveis de provocar um impacte bilidade da execução dos projectos sujeitos ao
significativo no ambiente, tendo em conta os critérios regime previsto no presente diploma;
estabelecidos no anexo V. h) «Definição do âmbito do EIA» — fase prelimi-
6 — O presente diploma não se aplica a projectos nar e facultativa do procedimento de AIA, na
destinados à defesa nacional, sempre que o Ministro qual a autoridade de AIA identifica, analisa e
da Defesa Nacional reconheça que o procedimento de selecciona as vertentes ambientais significativas
AIA tem efeitos adversos sobre as necessidades da que podem ser afectadas por um projecto e
defesa nacional, sem prejuízo de a aprovação e execução sobre as quais o estudo de impacte ambiental
destes projectos ter em consideração o respectivo (EIA) deve incidir;
impacte ambiental. i) «Estudo de impacte ambiental» ou «EIA» —
Artigo 2.o documento elaborado pelo proponente no
Conceitos
âmbito do procedimento de AIA, que contém
uma descrição sumária do projecto, a identi-
Para efeitos da aplicação do presente diploma, enten- ficação e avaliação dos impactes prováveis, posi-
de-se por: tivos e negativos, que a realização do projecto
poderá ter no ambiente, a evolução previsível
a) «Alteração de um projecto» — qualquer alte-
da situação de facto sem a realização do pro-
ração tecnológica, operacional, mudança de
jecto, as medidas de gestão ambiental destinadas
dimensão ou de localização de um projecto que
a evitar, minimizar ou compensar os impactes
possa determinar efeitos ambientais ainda não
negativos esperados e um resumo não técnico
avaliados;
destas informações;
b) «Áreas sensíveis»:
j) «Impacte ambiental» — conjunto das alterações
i) Áreas protegidas, classificadas ao abrigo favoráveis e desfavoráveis produzidas em parâ-
do Decreto-Lei n.o 19/93, de 23 de metros ambientais e sociais, num determinado
Janeiro, com as alterações introduzidas período de tempo e numa determinada área,
pelo Decreto-Lei n.o 227/98, de 17 de resultantes da realização de um projecto, com-
Julho; paradas com a situação que ocorreria, nesse
ii) Sítios da Rede Natura 2000, zonas espe- período de tempo e nessa área, se esse projecto
ciais de conservação e zonas de protecção não viesse a ter lugar;
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6421

l) «Monitorização» — processo de observação e os elementos identificados no anexo IV que se afigurem


recolha sistemática de dados sobre o estado do necessários à apreciação do mesmo para efeitos de sujei-
ambiente ou sobre os efeitos ambientais de ção a AIA.
determinado projecto e descrição periódica des- Artigo 3.o
ses efeitos por meio de relatórios da respon-
sabilidade do proponente com o objectivo de Dispensa do procedimento de AIA
permitir a avaliação da eficácia das medidas pre- 1 — Em circunstâncias excepcionais e devidamente
vistas no procedimento de AIA para evitar, fundamentadas, o licenciamento ou a autorização de
minimizar ou compensar os impactes ambientais um projecto específico pode, por iniciativa do propo-
significativos decorrentes da execução do res- nente e mediante despacho do ministro responsável pela
pectivo projecto; área do ambiente e do ministro da tutela, ser efectuado
m) «Participação pública» — formalidade essencial com dispensa, total ou parcial, do procedimento de AIA.
do procedimento de AIA que assegura a inter- 2 — Para efeitos da instrução do pedido de dispensa,
venção do público interessado no processo de o proponente deve apresentar à entidade competente
decisão e que inclui a consulta pública; para licenciar ou autorizar o projecto em causa um
n) «Pós-avaliação» — processo conduzido após a requerimento de dispensa do procedimento de AIA,
emissão da DIA, que inclui programas de moni- devidamente fundamentado, no qual descreva o projecto
torização e auditorias, com o objectivo de garan- e indique os seus principais efeitos no ambiente.
tir o cumprimento das condições prescritas 3 — No prazo de 15 dias a contar da data de entrega
naquela declaração e avaliar os impactes do requerimento, a entidade responsável pelo licencia-
ambientais ocorridos, designadamente a res- mento ou pela autorização analisa-o sumariamente, pro-
posta do sistema ambiental aos efeitos produ- nuncia-se sobre o mesmo e remete-o à autoridade de
zidos pela construção, exploração e desactivação AIA, juntando o seu parecer.
do projecto e a eficácia das medidas de gestão 4 — A autoridade de AIA, no prazo de 30 dias con-
ambiental adoptadas, com o fim de evitar, mini- tados da recepção do requerimento, emite e remete ao
mizar ou compensar os efeitos negativos do pro- ministro responsável pela área do ambiente o seu pare-
jecto, se necessário, pela adopção de medidas cer, o qual, sendo favorável à dispensa do procedimento
ambientalmente mais eficazes; de AIA, deve prever:
o) «Projecto» — concepção e realização de obras
de construção ou de outras intervenções no a) Medidas de minimização dos impactes ambien-
meio natural ou na paisagem, incluindo as inter- tais considerados relevantes a serem impostas
venções destinadas à exploração de recursos no licenciamento ou na autorização do projecto;
naturais; b) Necessidade de proceder a outra forma de ava-
p) «Proponente» — pessoa individual ou colectiva, liação, quando tal se justifique.
pública ou privada, que formula um pedido de
autorização ou de licenciamento de um pro- 5 — Sempre que o projecto em causa possa vir a ter
jecto; impactes significativos no ambiente de um ou mais Esta-
q) «Público» — uma ou mais pessoas singulares, dos membros da União Europeia, o ministro responsável
pessoas colectivas de direito público ou privado, pela área do ambiente deve promover a consulta destes
bem como as suas associações, organizações sobre a dispensa do procedimento de AIA, remetendo
representativas ou agrupamentos; uma descrição do projecto, acompanhada de quaisquer
r) «Público interessado» — os titulares de direitos informações disponíveis sobre os seus eventuais impac-
subjectivos ou de interesses legalmente prote- tes transfronteiriços.
gidos, no âmbito das decisões tomadas no pro- 6 — Na hipótese prevista no número anterior, o prazo
cedimento administrativo de AIA, bem como para a emissão do parecer pela autoridade de AIA é
o público afectado ou susceptível de ser afectado de 45 dias e deve referir o resultado das consultas
por essa decisão, designadamente as organiza- efectuadas.
ções não governamentais de ambiente (ONGA); 7 — No prazo de 20 dias contados da recepção do
s) «Resumo não técnico» — documento que inte- parecer da autoridade de AIA, o ministro responsável
gra o EIA, de suporte à participação pública, pela área do ambiente e o ministro da tutela decidem
que descreve, de forma coerente e sintética, o pedido de dispensa do procedimento de AIA e, em
numa linguagem e com uma apresentação aces- caso de deferimento do pedido, determinam, se apli-
sível à generalidade do público, as informações cável, as medidas que deverão ser impostas no licen-
constantes do respectivo EIA. ciamento ou na autorização do projecto com vista à
minimização dos impactes ambientais considerados
Artigo 2.o-A relevantes.
Apreciação prévia e decisão
8 — A decisão de dispensa do procedimento de AIA,
acompanhada da sua fundamentação e do correspon-
1 — A entidade licenciadora ou competente para dente requerimento, é comunicada pelo ministro res-
autorização decide sobre a sujeição a AIA dos projectos ponsável pela área do ambiente à Comissão Europeia,
que lhe sejam submetidos para licenciamento ou auto- bem como, na situação referida no n.o 5, ao Estado
rização sempre que considere que o projecto está abran- membro ou Estados membros potencialmente afectados,
gido pelo n.o 4 do artigo 1.o do presente diploma. antes de ser concedido o licenciamento ou a autorização
2 — Para efeitos do disposto no n.o 1, a entidade licen- do projecto em causa.
ciadora ou competente para autorização do projecto 9 — O requerimento de dispensa do procedimento
pode solicitar parecer à autoridade de AIA. de AIA, a decisão e a respectiva fundamentação são
3 — A entidade licenciadora ou competente para colocados à disposição dos interessados nos termos pre-
autorização do projecto pode solicitar ao proponente vistos neste diploma para a publicitação da DIA.
6422 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

10 — Quando haja lugar a outra forma de avaliação, ii) A entidade licenciadora ou competente
nos termos da alínea b) do n.o 4 do presente artigo, para a autorização seja um serviço central
a autoridade de AIA coloca à disposição do público não desconcentrado, um instituto sob
a informação recolhida através da avaliação. tutela da administração central ou uma
11 — A ausência da decisão prevista no n.o 7, no prazo comissão de coordenação e desenvolvi-
aí referido, determina o indeferimento da pretensão.
mento regional (CCDR);
iii) O projecto se situe em área sob jurisdição
Artigo 4.o de duas ou mais CCDR;
Objectivos da AIA

São objectivos fundamentais da AIA: b) As CCDR nos restantes casos.


a) Obter uma informação integrada dos possíveis
efeitos directos e indirectos sobre o ambiente 2 — Compete à autoridade de AIA:
natural e social dos projectos que lhe são
submetidos; a) Coordenar e gerir administrativamente o pro-
b) Prever a execução de medidas destinadas a evi- cedimento de AIA;
tar, minimizar e compensar tais impactes de b) Emitir parecer sobre o pedido de dispensa do
modo a auxiliar a adopção de decisões ambien- procedimento de AIA de um projecto;
talmente sustentáveis; c) Emitir parecer nos termos do n.o 2 do ar-
c) Garantir a participação pública e a consulta dos tigo 2.o-A;
interessados na formação de decisões que lhes
digam respeito, privilegiando o diálogo e o con- d) Nomear a comissão de avaliação;
senso no desempenho da função administrativa; e) Solicitar a colaboração no procedimento de AIA
d) Avaliar os possíveis impactes ambientais signi- de consultores especializados sempre que tal
ficativos decorrentes da execução dos projectos seja necessário em função das características do
que lhe são submetidos, através da instituição projecto;
de uma avaliação, a posteriori, dos efeitos desses f) Prestar os esclarecimentos que lhe forem soli-
projectos no ambiente, com vista a garantir a citados por escrito no decurso da participação
eficácia das medidas destinadas a evitar, mini- pública;
mizar ou compensar os impactes previstos. g) Elaborar o relatório da consulta pública;
h) Proceder à publicitação dos documentos e infor-
CAPÍTULO II mações relativos ao procedimento de dispensa
de AIA;
Entidades intervenientes e competências i) Proceder à publicitação dos documentos e infor-
Artigo 5.o mações relativos ao procedimento de AIA;
j) Fazer a proposta da DIA ao ministro respon-
Entidades intervenientes
sável pela área do ambiente e, após a sua emis-
No âmbito da AIA, intervêm as seguintes entidades: são, notificá-la à entidade licenciadora ou com-
a) Entidade licenciadora ou competente para a petente para a autorização do projecto;
autorização; l) Notificar o proponente e a entidade licenciadora
b) Autoridade de AIA; ou competente para a autorização do projecto
c) Comissão de avaliação; do parecer sobre o relatório referido no n.o 1
d) Entidade coordenadora e de apoio técnico. do artigo 28.o;
m) Conduzir a pós-avaliação ambiental, nela se
Artigo 6.o compreendendo a análise dos relatórios de
Entidade licenciadora ou competente para a autorização
monitorização e a realização de auditorias;
n) Cobrar ao proponente uma taxa devida pelo
Compete à entidade que licencia ou autoriza o procedimento de AIA de montante a fixar por
projecto: portaria conjunta dos ministros responsáveis
a) Remeter à autoridade de AIA todos os elemen- pelas áreas das finanças e do ambiente em fun-
tos relevantes apresentados pelo proponente ção do valor do projecto a realizar;
para efeitos do procedimento de AIA; o) Enviar ao IA as decisões de dispensa de pro-
b) Comunicar à autoridade de AIA e publicitar cedimento de AIA nos casos em que a auto-
o conteúdo da decisão final tomada no âmbito ridade de AIA é a CCDR;
do procedimento de licenciamento ou de auto- p) Remeter ao IA todas as informações e docu-
rização do projecto; mentos que integram o procedimento de AIA
c) Decidir sobre a sujeição a AIA dos projectos
abrangidos pelo n.o 4 do artigo 1.o nos casos em que a autoridade de AIA é a
CCDR;
q) Comunicar ao IA a decisão final do procedi-
Artigo 7.o
mento de licenciamento ou de autorização do
Autoridade de AIA projecto nos casos em que a autoridade de AIA
1 — São autoridades de AIA: é a CCDR;
r) Detectar e dar notícia do incumprimento do dis-
a) O Instituto do Ambiente (IA) nos casos em que: posto no presente diploma à autoridade com-
i) O projecto a realizar esteja incluído no petente para a instrução dos processos de
anexo I; contra-ordenação.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6423

Artigo 8.o quem, nomeadamente em áreas específicas de


(Eliminado.) licenciamento do projecto, bem como solicitar
pareceres especializados de entidades externas,
Artigo 9.o quando necessário;
d) Proceder à verificação da conformidade legal
Comissão de avaliação e à apreciação técnica do EIA;
1 — Por cada procedimento de AIA é nomeada uma e) Elaborar o parecer técnico final do procedi-
comissão de avaliação constituída, em número ímpar mento de AIA;
de elementos, por: f) Analisar e dar parecer sobre o relatório men-
cionado no artigo 28.o, n.o 1.
a) Dois representantes da autoridade de AIA, um
que preside à comissão e outro que assegure
a integração dos resultados da consulta pública Artigo 10.o
no parecer final do procedimento de AIA; Coordenação e apoio técnico
b) Um representante do Instituto da Água (INAG)
sempre que o projecto sujeito a procedimento 1 — O IA assegura as funções de coordenação geral
de AIA possa afectar recursos hídricos; e de apoio técnico do procedimento de AIA, compe-
c) Um representante do Instituto da Conservação tindo-lhe, nomeadamente:
da Natureza (ICN) sempre que o projecto a) Ser a autoridade nacional do procedimento de
sujeito a procedimento de AIA se localize em AIA para efeitos de interlocução com a Comis-
zonas definidas como sensíveis, nos termos da são Europeia e com outros Estados membros
legislação aplicável às áreas protegidas ou à con- da União Europeia, no âmbito do processo de
servação de espécies ou habitats protegidos; consulta recíproca;
d) Um representante do Instituto Português do b) Propor normas técnicas uniformemente aplicá-
Património Arquitectónico (IPPAR), ou do Ins- veis no âmbito dos procedimentos de AIA e
tituto Português de Arqueologia (IPA), sempre facultar apoio técnico geral;
que o projecto sujeito a procedimento de AIA c) Solicitar o envio e tratar os dados provenientes
se localize em zonas definidas como sensíveis, das Regiões Autónomas e das CCDR para efei-
nos termos da legislação aplicável às áreas de tos estatísticos e de preparação de relatórios
protecção dos monumentos nacionais e dos imó- nacionais e de troca de informações com a
veis de interesse público; Comissão Europeia;
e) Um representante da CCDR ou das CCDR ter- d) Organizar e manter actualizado o registo central
ritorialmente competentes na área de localiza- de todos os EIA e respectivos pareceres finais,
ção do projecto a licenciar ou autorizar, desde DIA e decisões proferidas no âmbito do licen-
que não se encontrem representadas nos termos ciamento ou da autorização dos projectos sujei-
da alínea a); tos a procedimento de AIA, bem como dos rela-
f) Técnicos especializados em número não inferior tórios da monitorização e das conclusões das
a dois, no caso de projectos constantes do auditorias realizados no âmbito do presente
anexo I. diploma.
2 — Os técnicos especializados a que se refere a alí-
nea f) do número anterior são designados pela auto- 2 — É criado junto do IA um conselho consultivo
ridade de AIA, podendo estar integrados nos serviços de AIA, cuja composição e funcionamento são definidos
do Estado, de modo a garantir a interdisciplinaridade por portaria do ministro responsável pela área do
da comissão em função da natureza do projecto a avaliar ambiente.
e dos seus potenciais impactes. 3 — Compete ao conselho consultivo de AIA acom-
3 — A nomeação dos representantes das entidades panhar genericamente a aplicação do presente diploma,
mencionadas nas alíneas a) a e) do n.o 1 deve ser feita formular recomendações técnicas e de orientação dos
no prazo de cinco dias contados da data do pedido de serviços, bem como pronunciar-se sobre todas as maté-
nomeação, sob pena de estes não serem considerados rias que lhe sejam submetidas para apreciação.
na composição da comissão de avaliação.
4 — Por proposta da autoridade de AIA devidamente
fundamentada, o ministro responsável pela área do CAPÍTULO III
ambiente poderá determinar que a presidência da comis- Componentes de AIA
são de avaliação seja assegurada por uma personalidade
de reconhecido mérito na área do projecto a avaliar.
5 — Compete à comissão de avaliação: SECÇÃO I

a) Deliberar sobre a proposta de definição do Delimitação do âmbito do EIA


âmbito do EIA;
b) Promover, sempre que necessário, contactos e Artigo 11.o
reuniões com o proponente e com entidades Definição do âmbito do EIA
públicas ou privadas, nomeadamente a entidade
licenciadora ou competente para a autoriza- 1 — O proponente pode, preliminarmente ao proce-
ção, por sua iniciativa ou mediante solicitação dimento de AIA, apresentar à autoridade de AIA uma
daqueles; proposta de definição do âmbito do EIA.
c) Proceder à audição das instituições da Admi- 2 — A proposta de definição do âmbito do EIA con-
nistração Pública cujas competências o justifi- tém uma descrição sumária do tipo, características e
6424 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

localização do projecto, sendo acompanhada de uma 5 — A informação que deva constar do EIA e que
declaração de intenção de o realizar. esteja abrangida pelo segredo industrial ou comercial,
3 — Recebidos os documentos, a autoridade de AIA: incluindo a propriedade intelectual, ou que seja rele-
vante para a protecção da segurança nacional ou da
a) Solicita, por escrito, às entidades públicas com
conservação do património natural e cultural será ins-
competência na apreciação do projecto os res-
crita em documento separado e tratada de acordo com
pectivos pareceres;
a legislação aplicável.
b) Nomeia a comissão de avaliação, à qual submete
6 — Todos os órgãos e serviços da Administração
a proposta de definição do âmbito do EIA para
Pública que detenham informação relevante para a ela-
análise e deliberação.
boração do EIA e cujo conteúdo e apresentação permita
a sua disponibilização pública devem permitir a consulta
4 — Os pareceres a que se refere a alínea a) do
dessa informação e a sua utilização pelo proponente
número anterior devem ser emitidos no prazo de 15 dias,
sempre que solicitados para o efeito.
podendo não ser considerados se emitidos fora desse
7 — O EIA é apresentado em suporte de papel e,
prazo.
sempre que possível, em suporte informático selado, em
5 — Por iniciativa do proponente, e mediante decisão
condições a definir pela portaria a que se refere o
da comissão de avaliação, a proposta de definição do
artigo 45.o, n.o 1.
âmbito do EIA pode ser objecto de consulta pública.
8 — O resumo não técnico é apresentado em suporte
6 — A consulta pública a que se refere o número
de papel e em suporte informático selado.
anterior opera-se nos termos e por período entre 20 e
30 dias, a serem fixados pela autoridade de AIA, que
deve apresentar à comissão de avaliação o respectivo Artigo 13.o
relatório nos 10 dias subsequentes à sua realização. Apreciação técnica do EIA
7 — No prazo máximo de 30 dias a contar da recepção
da proposta de definição do âmbito do EIA ou, na situa- 1 — O EIA e toda a documentação relevante para
ção prevista no número anterior, do relatório da consulta AIA são remetidos pela entidade licenciadora ou com-
pública, a comissão de avaliação, atendendo aos pare- petente para a autorização à autoridade de AIA.
ceres recolhidos e demais elementos constantes do pro- 2 — No caso de projectos sujeitos a licenciamento
cesso, delibera sobre a proposta apresentada, indicando industrial e de estabelecimentos de comércio ou con-
os aspectos que devam ser tratados no EIA, do que juntos comerciais sujeitos a autorização de instalação
notifica de imediato o proponente. ou de modificação, a entidade coordenadora do res-
8 — Considera-se a ausência de deliberação no prazo pectivo licenciamento ou procedimento de autorização
mencionado no número anterior como favorável à pro- procede à remessa do EIA e demais documentação refe-
posta apresentada. rida no número anterior à autoridade de AIA no prazo
9 — A definição do âmbito do EIA vincula o pro- de três dias úteis.
ponente e a comissão de avaliação quanto ao conteúdo 3 — Recebidos os documentos, a autoridade de AIA
do EIA a apresentar por aquele, salvo a verificação, nomeia a comissão de avaliação, à qual submete o EIA
em momento posterior ao da deliberação, de circuns- para apreciação técnica.
tâncias que manifestamente a contrariem. 4 — A comissão de avaliação deve, no prazo de 30 dias
a contar da sua recepção, pronunciar-se sobre a con-
formidade do EIA com o disposto no artigo anterior
SECÇÃO II ou, quando tenha havido definição do âmbito do EIA,
Procedimento de AIA com a respectiva deliberação.
5 — A comissão de avaliação pode solicitar ao pro-
Artigo 12.o ponente, e este pode tomar a iniciativa de propor, por
Elaboração e conteúdo do EIA
uma única vez, aditamentos, informações complemen-
tares ou a reformulação do resumo não técnico para
1 — Sem prejuízo da fase preliminar e facultativa pre- efeitos da conformidade do EIA, a apresentar em prazo
vista no artigo anterior, o procedimento de AIA inicia-se a fixar para o efeito, sob pena de o procedimento não
com a apresentação pelo proponente de um EIA à enti- prosseguir, suspendendo-se, entretanto, o prazo previsto
dade licenciadora ou competente para a autorização. no número anterior, o que deve ser comunicado à enti-
2 — O EIA é acompanhado do respectivo estudo pré- dade licenciadora ou competente para a autorização.
vio ou anteprojecto ou, se a estes não houver lugar, 6 — Quaisquer outros pedidos posteriores de adita-
do projecto sujeito a licenciamento. mentos ou informações complementares não suspendem
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 7 do artigo ante- o prazo do procedimento de AIA.
rior, o EIA deve conter as informações adequadas, 7 — No caso dos projectos referidos no n.o 2, as infor-
consoante o caso, às características do estudo prévio, mações mencionadas nos n.os 5 e 6 são solicitadas ao
anteprojecto ou projecto em causa, atendendo aos proponente através da respectiva entidade coordena-
conhecimentos e métodos de avaliação existentes, dora.
devendo abordar necessariamente os aspectos constan- 8 — A declaração de desconformidade do EIA, nos
tes do anexo III do presente diploma e que dele faz termos do n.o 4, deve ser fundamentada e determina
parte integrante. o encerramento do processo de AIA.
4 — O EIA deve, ainda, incluir as directrizes da moni- 9 — Declarada a conformidade do EIA, nos termos
torização, identificando os parâmetros ambientais a ava- do n.o 4, este é enviado, para parecer, às entidades públi-
liar, as fases do projecto nas quais irá ter lugar e a cas com competências para a apreciação do projecto.
sua duração, bem como a periodicidade prevista para 10 — Os pareceres a que se refere o número anterior
a apresentação dos relatórios de monitorização à auto- são emitidos no prazo de 40 dias, podendo não ser con-
ridade de AIA. siderados se emitidos fora desse prazo.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6425

Artigo 14.o 6 — A autoridade de AIA deve responder por escrito,


Participação pública no prazo de 30 dias, aos pedidos de esclarecimento que
lhe sejam dirigidos por escrito pelos interessados devi-
1 — No prazo de 15 dias contados da declaração de damente identificados no decurso da consulta pública,
conformidade a que se refere o artigo anterior, a auto- podendo a resposta ser idêntica quando as questões
ridade de AIA promove a publicitação do procedimento sejam de conteúdo substancialmente semelhante.
de AIA através de anúncio que deverá conter os seguin-
tes elementos:
Artigo 15.o
a) Identificação do proponente;
b) Identificação e localização do projecto; Audiências públicas
c) Indicação que o projecto está sujeito a proce- 1 — A autoridade de AIA convoca, define as con-
dimento de AIA; dições em que se realizam, conduz e preside às audiên-
d) Indicação que o projecto está sujeito a consulta cias públicas.
entre Estados membros, quando aplicável; 2 — A realização de audiências públicas é sempre
e) Indicação dos documentos que integram o pro- publicitada com uma antecedência mínima de 10 dias.
cedimento de AIA, designadamente o projecto, 3 — Nas audiências públicas participam representan-
o EIA e o resumo não técnico; tes da comissão de avaliação, dos técnicos responsáveis
f) Local e data onde se encontram disponíveis os pelo EIA e do proponente.
documentos que integram o procedimento de 4 — Compete à autoridade de AIA registar em acta
AIA, bem como outra informação relevante e ou em outro suporte adequado, desde que posterior-
meios de disponibilização; mente reduzido a acta, a identificação e opinião de cada
g) Período de duração e forma de concretização participante.
da consulta pública;
h) Identificação da autoridade de AIA; Artigo 16.o
i) Identificação da entidade competente para emi-
Parecer final e proposta de DIA
tir a DIA;
j) Identificação da entidade competente para licen- 1 — No prazo de 25 dias a contar da recepção do
ciar ou autorizar o projecto; relatório da consulta pública, a comissão de avaliação,
l) Identificação das entidades que podem fornecer em face do conteúdo dos pareceres técnicos recebidos,
informação relevante sobre o projecto; da apreciação técnica do EIA, do relatório da consulta
m) Identificação das entidades junto das quais é pública e de outros elementos de relevante interesse
possível apresentar opiniões, sugestões e outros constantes do processo, elabora e remete à autoridade
contributos e respectivo prazo; de AIA o parecer final do procedimento de AIA.
n) Indicação expressa de que o licenciamento ou 2 — A autoridade de AIA deve remeter ao ministro
autorização do projecto só podem ser conce- responsável pela área do ambiente a proposta de DIA
didos após a DIA ou decurso do prazo para no decurso do prazo previsto no número anterior.
a sua emissão;
o) Prazo para a emissão da DIA nos termos pre-
vistos no presente diploma. SECÇÃO III

2 — Tendo em conta a natureza, dimensão ou loca- Declaração de impacte ambiental


lização do projecto, a autoridade de AIA fixa o período
da consulta pública, que é: Artigo 17.o
a) De 30 a 50 dias, quanto a projectos previstos Conteúdo
no anexo I;
b) De 20 a 30 dias, para outros projectos. 1 — A decisão sobre o procedimento de AIA consta
da DIA, a qual pode ser favorável, condicionalmente
3 — O público interessado, na acepção da alínea r) favorável ou desfavorável e inclui os seguintes ele-
do artigo 2.o, é titular do direito de participação no mentos:
procedimento de AIA.
4 — Compete à autoridade de AIA decidir, em função a) Pedido formulado pelo proponente;
da natureza e complexidade do projecto, dos seus impac- b) Resumo do conteúdo do procedimento, incluindo
tes ambientais previsíveis, ou do grau de conflitualidade dos pareceres apresentados pelas entidades
potencial da execução daquele, a forma de concretização consultadas;
adequada da consulta pública, a qual pode incluir a rea- c) Resumo do resultado da consulta pública, expres-
lização de audiências públicas a realizar nos termos do sando as preocupações e opiniões apresentadas
artigo seguinte, ou constituir qualquer outra forma ade- pelo público interessado e forma como essas
quada de auscultação do público interessado. considerações foram tidas em conta na decisão;
5 — No prazo de 15 dias após a realização da consulta d) Razões de facto e de direito que justificam a
pública, a autoridade de AIA envia ao presidente da decisão.
comissão de avaliação o «relatório da consulta pública»,
que deve conter a descrição dos meios e formas esco- 2 — A DIA especifica ainda as condições em que o
lhidos para a publicitação do projecto e participação projecto pode ser licenciado ou autorizado e contém
dos interessados, bem como a síntese das opiniões pre- obrigatoriamente, quando necessário, as medidas de
dominantemente expressas e a respectiva representa- minimização dos impactes ambientais negativos que o
tividade. proponente deve adoptar na execução do projecto.
6426 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

Artigo 18.o ou, na sua falta, os elementos exigidos no n.o 5 do


Competência e prazos
artigo 19.o do presente diploma.
3 — São nulos os actos praticados com desrespeito
1 — A DIA é proferida pelo ministro responsável pela pelo disposto nos números anteriores, bem como os
área do ambiente no prazo de 15 dias contados a partir actos que autorizem ou licenciem qualquer projecto
da data da recepção da proposta da autoridade de AIA. sujeito ao disposto no artigo 28.o sem o prévio cum-
2 — A DIA é notificada, de imediato e em simultâneo, primento do disposto nesse artigo.
à entidade licenciadora ou competente para a autori-
zação e ao proponente. Artigo 21.o
3 — Os prazos estabelecidos para o licenciamento ou
Caducidade
a autorização ficam suspensos até à data em que ocorra
a notificação da entidade licenciadora ou competente 1 — A DIA caduca se, decorridos dois anos sobre
para a autorização ou ocorra a situação prevista no artigo a data da sua emissão, não tiver sido dado início à exe-
seguinte. cução do respectivo projecto.
2 — A deliberação da comissão de avaliação sobre
Artigo 19.o
a proposta de definição do âmbito do EIA caduca se,
Deferimento tácito decorridos dois anos sobre a data da sua notificação
ao proponente, este não apresente o respectivo EIA.
1 — Considera-se que a DIA é favorável se nada for
3 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio-
comunicado à entidade licenciadora ou competente para res os casos em que o proponente justifique, mediante
a autorização no prazo de 140 dias, no caso de projectos requerimento dirigido à autoridade de AIA, a neces-
constantes do anexo I, ou de 120 dias, no caso de outros sidade de ultrapassar os prazos previstos ou, tratando-se
projectos, contados a partir da data da recepção da docu- de projectos públicos, os casos em que o não cumpri-
mentação prevista no n.o 1 do artigo 13.o mento dos prazos se fique a dever a situações decor-
2 — No caso de projectos sujeitos a licenciamento rentes da tramitação aplicável a tais projectos por causa
industrial, o prazo referido no número anterior é de não imputável ao proponente.
120 dias, sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4. 4 — A realização de projectos relativamente aos quais
3 — Sempre que, a requerimento do interessado, a se tenha verificado a caducidade prevista no presente
instalação de um estabelecimento industrial seja con- artigo exige um novo procedimento de AIA, podendo
siderada, mediante despacho dos ministros responsáveis a autoridade de AIA determinar, em decisão funda-
pelas áreas da economia e do ambiente, como estru- mentada, quais os trâmites procedimentais que não
turante para a economia nacional, o prazo referido pode necessitam de ser repetidos.
ser reduzido até 80 dias.
4 — No caso de estabelecimentos industriais a instalar SECÇÃO IV
em áreas de localização empresarial e na condição de
a actividade industrial a desenvolver integrar o âmbito Publicidade das componentes de AIA
da DIA relativa à área de localização empresarial em
causa, o prazo referido no n.o 1 poderá ser reduzido Artigo 22.o
até um mínimo de 80 dias, mediante despacho conjunto Princípio geral
dos ministros responsáveis pelas áreas da economia e
do ambiente. 1 — O procedimento de AIA é público, encontran-
5 — No caso previsto no n.o 1, a decisão da entidade do-se todos os seus elementos e peças processuais dis-
competente para o licenciamento ou autorização enun- poníveis, nomeadamente:
cia as razões de facto e de direito que justificam a de- a) Na autoridade de AIA e no IA, quando este
cisão, tem em consideração o EIA apresentado pelo não seja a autoridade de AIA, sendo, neste caso,
proponente e inclui, quando disponíveis, os restantes da responsabilidade desta autoridade o envio
elementos referidos no n.o 1 do artigo 17.o do presente dos documentos ao IA;
diploma. b) Nas CCDR da área de localização do projecto;
6 — O prazo previsto no n.o 1 suspende-se durante c) Nas câmaras municipais da área de localização
o período em que o procedimento esteja parado por do projecto.
motivo imputável ao proponente, designadamente na
situação prevista no n.o 5 do artigo 13.o 2 — Após o termo do procedimento de AIA, a con-
7 — O prazo previsto no n.o 1 não se aplica na situação sulta dos documentos pode ser efectuada na autoridade
prevista no n.o 3 do artigo 33.o de AIA ou no IA.
3 — A pós-avaliação é pública, encontrando-se dis-
poníveis no IA todos os documentos elaborados no
Artigo 20.o decurso da mesma.
Força jurídica 4 — O disposto nos números anteriores não é apli-
cável aos documentos referidos no n.o 6 do artigo 12.o
1 — O acto de licenciamento ou de autorização de
projectos sujeitos a procedimento de AIA só pode ser
praticado após a notificação da respectiva DIA favorável Artigo 23.o
ou condicionalmente favorável ou após o decurso do Divulgação
prazo necessário para a produção de deferimento tácito
nos termos previstos no n.o 1 do artigo anterior. 1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4 do artigo ante-
rior, são objecto de divulgação obrigatória:
2 — Em qualquer caso, o licenciamento ou a auto-
rização do projecto deve compreender a exigência do a) O EIA;
cumprimento dos termos e condições prescritos da DIA b) O resumo não técnico;
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6427

c) O relatório da consulta pública; SECÇÃO V


d) Todos os pareceres emitidos no âmbito do pro-
cedimento de AIA; Pós-avaliação
e) O parecer final da comissão de avaliação;
f) A DIA; Artigo 27.o
g) O relatório previsto no n.o 1 do artigo 28.o;
Objectivos
h) A decisão de dispensa de procedimento de AIA;
i) A decisão relativa ao pedido de licenciamento Após a emissão da DIA favorável ou condicional-
ou de autorização. mente favorável, compete à autoridade de AIA dirigir
e orientar a pós-avaliação do projecto, abrangendo as
2 — É ainda obrigatória a publicitação periódica dos condições do seu licenciamento ou autorização, cons-
relatórios da monitorização apresentados pelo propo- trução, funcionamento, exploração e desactivação,
nente, bem como dos resultados apurados nas auditorias visando as seguintes finalidades:
realizadas nos termos do presente diploma.
a) Avaliação da conformidade do projecto de exe-
cução com a DIA, nomeadamente o cumpri-
Artigo 24.o mento dos termos e condições nela fixados;
Responsabilidade pela divulgação b) Determinação da eficácia das medidas previstas
para evitar, minimizar ou compensar os impac-
A divulgação dos documentos referidos nas alíneas a) tes negativos e potenciar os efeitos positivos,
a h) do n.o 1 e no n.o 3 do artigo anterior é da res- bem como, se necessário, da adopção de novas
ponsabilidade da autoridade de AIA, cabendo à enti- medidas;
dade licenciadora ou competente para a autorização do c) Análise da eficácia do procedimento de AIA
projecto a responsabilidade pela publicitação do docu- realizado.
mento mencionado na alínea i) do n.o 1 do mesmo artigo.
Artigo 28.o
Artigo 25.o Relatório e parecer de conformidade com a DIA

Prazo de divulgação 1 — Sempre que o procedimento de AIA ocorra em


o o fase de estudo prévio ou de anteprojecto, o proponente
1 — Os documentos referidos no n. 1 do artigo 23. apresenta junto da entidade licenciadora ou compe-
são divulgados no prazo de 20 dias. tente para a autorização o correspondente projecto
2 — O prazo referido no número anterior conta-se: de execução, acompanhado de um relatório descritivo
a) No caso dos documentos constantes das alí- da conformidade do projecto de execução com a res-
neas a), b) e g) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir pectiva DIA.
da data da sua recepção; 2 — Na situação prevista no número anterior, a DIA
b) No caso dos documentos mencionados nas alí- estabelece se a verificação da conformidade do projecto
neas c) a e) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir de execução pode ser feita em sede de licenciamento
da data de emissão da DIA; pela entidade competente para a licença ou para a auto-
c) No caso dos documentos mencionados nas alí- rização ou se carece de apreciação pela autoridade de
neas h) e i) do n.o 1 do artigo 23.o, a partir AIA, nos termos previstos nos números seguintes.
da respectiva data de emissão. 3 — No caso previsto na segunda parte do número
anterior, a entidade licenciadora ou competente para
a autorização envia a documentação para a autoridade
Artigo 26.o de AIA, a qual deve, de imediato, remetê-la à comissão
Modalidades de divulgação de avaliação.
4 — A comissão de avaliação, no prazo de 40 dias
1 — A divulgação do procedimento de AIA, bem contados a partir do seu recebimento, emite e envia
como da realização de audiências públicas, é feita obri- à autoridade de AIA um parecer sobre a conformidade
gatoriamente através de um anúncio contendo pelo do projecto de execução com a DIA.
menos os elementos referidos no artigo 14.o, publicado 5 — Caso o parecer mencionado no número anterior
em pelo menos duas edições sucessivas de um jornal conclua pela não conformidade do projecto de execução
de circulação nacional e, sendo possível, também num com a DIA, deve fundamentar as razões daquela con-
jornal de circulação regional ou local, bem como pela clusão e indicar expressamente as medidas que o pro-
afixação do mesmo anúncio nas câmaras municipais jecto de execução deve observar ou a necessidade da
abrangidas pelo projecto, sem prejuízo da sua divulgação sua reformulação.
através de meios electrónicos, quando disponíveis. 6 — No prazo de cinco dias a contar do recebimento
2 — A autoridade de AIA pode, em função da natu- do parecer, a autoridade de AIA notifica a entidade
reza, dimensão ou localização do projecto, decidir se licenciadora e o proponente, o qual, no caso previsto
devem ser utilizados outros meios de divulgação, tais no número anterior, fica obrigado ao cumprimento das
como afixação de anúncios no local proposto e na junta condições constantes daquele parecer.
de freguesia da área de localização do projecto, difusão 7 — Decorridos 50 dias contados a partir da recepção
televisiva ou radiodifusão. pela autoridade de AIA da documentação prevista no
3 — Os documentos referidos no n.os 1 e 2 do n.o 1 sem que nada seja transmitido à entidade licen-
artigo 23.o estão disponíveis nos locais mencionados no ciadora, considera-se que o projecto de execução está
n.o 1 do artigo 22.o, sem prejuízo da sua divulgação conforme com a DIA, pelo que pode ser licenciado ou
através de meios electrónicos, quando disponíveis. autorizado.
6428 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

Artigo 29.o ou outros Estados membros da União Europeia, a auto-


Monitorização ridade de AIA envia, através dos serviços competentes
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, às autoridades
1 — A monitorização do projecto, da responsabili- do Estado potencialmente afectado, o mais tardar até
dade do proponente, efectua-se com a periodicidade e à publicitação do procedimento de AIA, nos termos
nos termos constantes da DIA ou, na sua falta, do EIA. do artigo 14.o, pelo menos a seguinte informação:
2 — O proponente deve submeter à apreciação da
autoridade de AIA os relatórios da monitorização a) A descrição do projecto, acompanhada de toda
efectuada nos prazos fixados na DIA ou, na sua falta, a informação disponível sobre os eventuais
no EIA. impactes transfronteiriços;
3 — A autoridade de AIA pode impor ao proponente b) Informação sobre a natureza da decisão que
a adopção de medidas ou ajustamentos que considere pode ser tomada.
adequados para minimizar ou compensar significativos
efeitos ambientais negativos, não previstos, ocorridos
durante a construção, funcionamento, exploração ou 2 — O Estado membro potencialmente afectado pode
desactivação do projecto, do que dá conhecimento à declarar, no prazo de 15 dias, que deseja participar no
entidade licenciadora ou competente para a autorização. procedimento de AIA.
3 — Na situação prevista no número anterior não é
Artigo 30.o aplicável o disposto no n.o 1 do artigo 19.o do presente
diploma.
Auditorias
4 — O disposto nos números anteriores é aplicável
1 — Compete à autoridade de AIA a determinação aos casos em que haja uma solicitação expressa de um
do âmbito e a realização de auditorias para verificação Estado membro da União Europeia.
da conformidade do projecto com a DIA, bem como
para averiguação da exactidão das informações pres-
tadas nos relatórios de monitorização. Artigo 34.o
2 — Para cada auditoria, a autoridade de AIA designa
os seus representantes, a seguir designados «auditores», Procedimento
que podem ser consultores convidados, ao abrigo do
disposto na alínea e) do n.o 2 do artigo 7.o 1 — Sempre que as autoridades competentes do
3 — No decorrer de uma auditoria, o proponente é Estado membro potencialmente afectado por um pro-
obrigado a fornecer aos auditores todos os dados res- jecto sujeito a procedimento de AIA manifestem for-
peitantes ao projecto que lhe sejam solicitados, bem malmente a intenção de participar naquele procedi-
como facilitar o acesso a todos os locais relacionados mento, são enviados todos os elementos objecto de
com o desenvolvimento do projecto. publicitação nos termos do artigo 14.o, bem como o
projecto, o EIA e o resumo não técnico.
Artigo 31.o 2 — Os resultados da participação pública no Estado
membro potencialmente afectado são tomados em con-
Acompanhamento público
sideração pela comissão de avaliação na elaboração do
1 — No decurso da pós-avaliação, o público interes- parecer final do procedimento de AIA.
sado tem a faculdade de transmitir por escrito à auto- 3 — Concluído o procedimento, o IA envia, através
ridade de AIA quaisquer informações ou dados factuais dos serviços competentes do Ministério dos Negócios
relevantes sobre impactes negativos no ambiente cau- Estrangeiros, às autoridades do Estado membro a DIA
sados pela execução do projecto. e a decisão final sobre o licenciamento ou a autorização
2 — Compete à autoridade de AIA comunicar por do projecto.
escrito ao público interessado as medidas adoptadas ou
a adoptar. Artigo 35.o
CAPÍTULO IV Participação em procedimentos de AIA
de outros Estados membros da União Europeia
Impactes transfronteiriços
1 — Sempre que o Estado Português receba infor-
Artigo 32.o mação de outro Estado membro sobre um projecto sus-
Consulta recíproca ceptível de produzir um impacte significativo no ter-
ritório nacional, o IA desencadeia o procedimento de
O Estado Português deve consultar o Estado ou Esta-
participação do público, divulgando a informação rece-
dos potencialmente afectados quanto aos efeitos
ambientais de um projecto nos respectivos territórios bida ao público interessado e a todas as autoridades
e quanto às medidas previstas para evitar, minimizar a quem o projecto possa interessar.
ou compensar esses efeitos, bem como pronunciar-se 2 — Os resultados da participação prevista nos núme-
quando, em idênticas circunstâncias, for consultado por ros anteriores são transmitidos aos órgãos competentes
outro Estado. do Estado membro responsável pelo procedimento de
AIA de modo a serem considerados na respectiva deci-
Artigo 33.o
são final.
Projectos com impactes nos outros Estados membros 3 — A informação do Estado membro sobre a con-
da União Europeia
clusão do procedimento é pública, encontra-se dispo-
1 — Sempre que o projecto possa produzir um nível no IA e é divulgada através de meios electrónicos,
impacte ambiental significativo no território de outro sempre que possível.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6429

CAPÍTULO V coima e não existirem outros meios de o eliminar, pode


este elevar-se até ao montante do benefício, não
Fiscalização e sanções devendo, todavia, a elevação exceder um terço do limite
máximo legalmente estabelecido.
Artigo 35.o-A 4 — A tentativa e a negligência são puníveis nos ter-
Acesso à justiça mos da lei geral.
O público interessado bem como as ONGA têm a Artigo 38.o
faculdade de impugnar a legalidade de qualquer decisão, Sanções acessórias
acto ou omissão no âmbito do procedimento de AIA,
nos termos gerais de direito. 1 — Simultaneamente com a coima, pode a autori-
dade competente determinar a aplicação das seguintes
Artigo 36.o sanções acessórias em função da gravidade da con-
Competências tra-ordenação:

1 — A fiscalização do cumprimento das disposições a) Perda, a favor do Estado, de objectos perten-


previstas no presente diploma ou dele resultantes e o centes ao agente utilizados na prática da in-
respectivo sancionamento são da competência da Ins- fracção;
pecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Ter- b) Suspensão do exercício de profissões ou acti-
ritório (IGAOT), sem prejuízo das competências de vidades cujo exercício dependa de título público
fiscalização próprias das entidades licenciadoras ou com- ou de autorização ou homologação de autori-
petentes para autorizar o projecto. dade pública;
2 — Sempre que a autoridade de AIA, o IA, a CCDR c) Privação do direito a subsídios ou benefícios
ou qualquer outra entidade competente tome conhe- outorgados por entidades ou serviços públicos;
cimento de situações que indiciem a prática de uma d) Encerramento de estabelecimento cujo funcio-
contra-ordenação prevista no presente diploma deve dar namento esteja sujeito a autorização ou licença
notícia à IGAOT e remeter-lhe toda a documentação de autoridade administrativa.
de que disponha para efeito da instauração e instrução
do processo de contra-ordenação e consequente decisão. 2 — As sanções referidas nas alíneas b) a d) do
número anterior têm a duração máxima de dois anos
contados a partir da decisão condenatória definitiva e
Artigo 37.o a sua aplicação está sujeita ao disposto no regime geral
Contra-ordenações das contra-ordenações.
3 — Nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima n.o 1 do artigo anterior, deve a autoridade competente
de E 498,79 a E 3740,98, no caso de pessoas individuais, para a aplicação da coima, a expensas do infractor, dar
e de E 2493,98 a E 44 891,81, no caso de pessoas colec- publicidade à punição pela prática das contra-ordena-
tivas, a prática de qualquer das seguintes infracções: ções aí previstas.
a) A execução parcial ou total de projectos a que Artigo 39.o
se referem as alíneas a) e b) do n.o 3 e o n.o 4
Reposição da situação anterior à infracção
do artigo 1.o sem a prévia conclusão do pro-
cedimento de AIA; 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o
b) A execução parcial ou total de um projecto infractor está sempre obrigado à remoção das causas
abrangido pelo disposto no artigo 3.o sem obser- da infracção e à reconstituição da situação anterior à
vância das medidas previstas no n.o 7 do mesmo prática da mesma.
artigo; 2 — Sempre que o dever de reposição da situação
c) A execução de projectos sem a necessária DIA anterior não seja voluntariamente cumprido, os serviços
ou em contradição com o conteúdo desta; competentes do ministério responsável pela área do
d) O não cumprimento das obrigações previstas ambiente actuarão directamente por conta do infractor,
nos n.os 1 e 5 do artigo 28.o; sendo as despesas cobradas coercivamente através do
e) A falta de realização da monitorização imposta processo previsto para as execuções fiscais.
na DIA;
f) A realização deficiente da monitorização em
face das condições previstas na DIA; Artigo 40.o
g) A falta de entrega dos relatórios da monito- Medidas compensatórias
rização à autoridade de AIA nas condições e
prazos fixados na DIA; Em caso de não ser possível ou considerada adequada
h) Qualquer impedimento ou obstáculo da respon- pela autoridade de AIA a reposição das condições
sabilidade do proponente à realização de uma ambientais anteriores à infracção, o infractor é obrigado
auditoria determinada pela autoridade de AIA, a executar, segundo orientação expressa daquela enti-
designadamente o não cumprimento do disposto dade, as medidas necessárias para reduzir ou compensar
no n.o 3 do artigo 30.o os impactes provocados.

2 — A determinação da medida da coima é feita nos Artigo 41.o


termos do disposto no regime geral das contra-orde- Responsabilidade por danos ao ambiente
nações.
3 — Se o agente retirou da infracção um benefício 1 — Caso as medidas compensatórias referidas no
económico calculável superior ao limite máximo da artigo anterior não sejam executadas ou, sendo execu-
6430 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

tadas, não eliminem integralmente os danos causados Artigo 46.o


ao ambiente, o infractor fica constituído na obrigação Revogações e entrada em vigor
de indemnizar o Estado.
2 — Na total impossibilidade de fixar o montante da 1 — São revogados o Decreto-Lei n.o 186/90, de
indemnização por recurso à caracterização de alterna- 6 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.o 278/97, de
tivas à situação anteriormente existente, o tribunal 8 de Outubro, e o Decreto Regulamentar n.o 38/90,
fixará, com recurso a critérios de equidade, o montante de 27 de Novembro, alterado pelo Decreto Regulamen-
da indemnização. tar n.o 42/97, de 10 de Outubro.
3 — Em caso de concurso de infractores, a respon- 2 — A Portaria n.o 590/97, de 5 de Agosto, é revogada
sabilidade é solidária. com a entrada em vigor do diploma mencionado no
4 — O pedido de indemnização é sempre deduzido n.o 2 do artigo 45.o
perante os tribunais comuns.
5 — O disposto nos números anteriores não prejudica ANEXO I
o exercício pelos particulares da pretensão indemniza- Projectos abrangidos pela alínea a) do n.o 3 do artigo 1.o
tória fundada no n.o 4 do artigo 40.o da Lei n.o 11/87,
de 7 de Abril, e demais legislação aplicável. 1 — a) Refinarias de petróleo bruto (excluindo as
empresas que produzem unicamente lubrificantes a par-
tir do petróleo bruto).
Artigo 42.o b) Instalações de gaseificação e de liquefacção de
Afectação do produto das coimas pelo menos 500 t de carvão ou de xisto betuminoso por
dia.
O produto das coimas é afectado da seguinte forma: 2 — a) Centrais térmicas e outras instalações de com-
10 % para a entidade que dá notícia da infracção; bustão com uma potência calorífica de pelo menos
30 % para a IGAOT; 300 MW.
60 % para o Estado. b) Centrais nucleares e outros reactores nucleares,
incluindo o desmantelamento e a desactivação dessas
centrais nucleares (excluindo as instalações de inves-
CAPÍTULO VI tigação para a produção e transformação de matérias
cindíveis e férteis cuja potência máxima não ultrapasse
Disposições finais a 1 kW de carga térmica contínua).
3 — Instalações de reprocessamento de combustíveis
Artigo 43.o nucleares irradiados e instalações destinadas:
Prazos a) À produção ou enriquecimento de combustível
Os prazos previstos no presente diploma suspen- nuclear;
dem-se aos sábados, domingos e dias de feriado na- b) Ao processamento de combustível nuclear irra-
cional. diado ou resíduos altamente radioactivos;
c) À eliminação final de combustível nuclear irra-
Artigo 44.o diado;
Regiões Autónomas
d) Exclusivamente à eliminação final de resíduos
radioactivos;
1 — O regime do presente diploma aplica-se às e) Exclusivamente à armazenagem (planeada para
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira sem pre- mais de 10 anos) de combustíveis nucleares irra-
juízo das adaptações decorrentes da estrutura própria diados ou outros resíduos radioactivos, num
da administração regional autónoma a introduzir em local que não seja o local da produção.
diploma regional adequado.
2 — Os serviços e organismos das respectivas admi- 4 — a) Instalações integradas para a primeira fusão
nistrações regionais autónomas devem remeter ao IA de gusa e aço.
a informação necessária ao cumprimento da obrigação b) Instalações para a produção de metais brutos não
de notificação à Comissão Europeia prevista no n.o 1 ferrosos a partir de minérios, de concentrados ou de
do artigo 3.o da Directiva n.o 97/11/CE, de 3 de Março. matérias-primas secundárias por processos metalúrgi-
cos, químicos ou electrolíticos.
5 — Instalações destinadas à extracção de amianto
Artigo 45.o e para o processamento de amianto e de produtos que
Regulamentação contenham amianto:
1 — Por portaria do ministro com responsabilidade a) No caso de produtos de fibrocimento, com uma
na área do ambiente são fixadas as normas técnicas pre- produção anual superior a 20 000 t de produto
vistas no presente diploma, nomeadamente os requisitos acabado;
a observar pelo proponente na elaboração do EIA, o b) No caso de material de atrito com uma produção
conteúdo mínimo da proposta de definição do âmbito anual superior a 50 t de produtos acabados;
do EIA e a composição e funcionamento do conselho c) Para outras utilizações de amianto, utilizações
consultivo de AIA. de mais de 200 t/ano.
2 — Por portaria conjunta dos ministros responsáveis
pelas áreas das finanças e do ambiente é determinado, 6 — Instalações químicas integradas, ou seja, as ins-
em função do valor do projecto a realizar, o montante talações para o fabrico de substâncias à escala industrial
das taxas a liquidar pelo proponente no âmbito do pro- mediante a utilização de processos químicos de con-
cedimento de AIA. versão, em que coexistam várias unidades funcional-
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6431

mente ligadas entre si e que se destinem à produção o volume de água transferido seja superior a 100 milhões
dos seguintes produtos: de m3/ano.
b) Todos os outros casos de obras de transferência
a) Produtos químicos orgânicos de base;
de recursos hídricos entre bacias hidrográficas em que
b) Produtos químicos inorgânicos de base;
o caudal médio plurianual na bacia de captação exceda
c) Adubos (simples ou compostos) à base de fós-
os 2000 milhões de m3/ano e em que o volume de água
foro, azoto ou potássio;
transferido exceda 5 % desse caudal.
d) Produtos fitofarmacêuticos de base ou biocidas;
Em qualquer dos casos excluem-se as transferências
e) Produtos farmacêuticos de base que utilizem
de água potável.
processos químicos ou biológicos;
13 — Estações de tratamento de águas residuais de
f) Explosivos.
capacidade superior a 150 000 hab./eq.
14 — Extracção de petróleo e gás natural para fins
7 — a) Construção de vias para o tráfego ferroviário
comerciais quando a quantidade extraída for superior
de longo curso e aeroportos cuja pista de descolagem
a 500 t/dia, no caso do petróleo, e 500 000 m3/dia, no
e de aterragem tenha um comprimento de pelo menos
caso do gás.
2100 m, e
15 — Barragens e outras instalações concebidas para
b) Construção de auto-estradas e de estradas des-
retenção ou armazenagem permanente de água em que
tinadas ao tráfego motorizado, com duas faixas de roda-
um novo volume ou um volume adicional de água retida
gem, com separador, e pelo menos duas vias cada, e
ou armazenada seja superior a 10 milhões de m3.
c) Construção de itinerários principais e de itinerários
16 — Condutas para o transporte de gás, de petróleo
complementares, de acordo com o Decreto-Lei
ou de produtos químicos de diâmetro superior a 800 mm
n.o 222/98, de 17 de Julho, em troços superiores a 10 km.
e de comprimento superior a 40 km.
8 — a) Vias navegáveis interiores e portos para nave-
17 — Instalações industriais de:
gação interior que permitam o acesso a embarcações
de tonelagem superior a 4000 GT. a) Fabrico de pasta de papel a partir de madeira
b) Portos comerciais, cais para carga ou descarga com ou de outras substâncias fibrosas;
ligação a terra e portos exteriores (excluindo os cais b) Fabrico de papel e cartão com uma capacidade
para ferry-boats) que possam receber embarcações de de produção superior a 200 t/dia.
tonelagem superior a 4000 GT.
9 — Instalações destinadas à incineração, valorização 18 — Pedreiras e minas a céu aberto numa área supe-
energética, tratamento químico ou aterro de resíduos rior a 25 ha ou extracção de turfa numa área superior
perigosos. a 150 ha.
10 — Instalações destinadas à incineração ou trata- 19 — Construção de linhas aéreas de transporte de
mento químico de resíduos não perigosos com capa- electricidade com uma tensão igual ou superior a 220 kV
cidade superior a 100 t/dia. e cujo comprimento seja superior a 15 km.
11 — Sistemas de captação de águas subterrâneas ou 20 — Instalações de armazenagem de petróleo, pro-
de recarga artificial dos lençóis freáticos em que o dutos petroquímicos ou produtos químicos com uma
volume anual de água captado ou de recarga seja equi- capacidade de pelo menos 200 000 t.
valente ou superior a 10 milhões de m3/ano. 21 — Qualquer alteração ou ampliação de projectos
12 — a) Obras de transferência de recursos hídricos incluídos no presente anexo, se tal alteração ou amplia-
entre bacias hidrográficas sempre que esta transferência ção, em si mesma, corresponde aos limiares estabele-
se destine a prevenir as carências de água e em que cidos no presente anexo.

ANEXO II

Projectos abrangidos pela alínea b) do n.o 3 e pelo n.o 4 do artigo 1.o

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

1 — Agricultura, silvicultura e aquicultura


a) Projectos de emparcelamento rural com ou sem infra-es- » 350 ha com regadio. » 175 ha com regadio.
truturação para regadio. » 1000 ha nos outros. » 500 ha.

b) Reconversão de terras não cultivadas há mais de cinco anos » 100 ha. » 50 ha.
para agricultura intensiva.

c) Projectos de desenvolvimento agrícola que incluam infra- » 2000 ha. » 700 ha.
-estruturação de rega e drenagem.

d) Florestação e reflorestação, desde que implique a substituição Florestação/reflorestação com uma Florestação/reflorestação com uma
de espécies preexistentes, em áreas isoladas ou contínuas, área » 350 ha, ou » 140 ha, se, em área » 70 ha, ou » 30 ha, se, em con-
com espécies de rápido crescimento e desflorestação des- conjunto com povoamentos pree- junto com povoamentos preexisten-
tinada à conversão para outro tipo de utilização das terras. xistentes das mesmas espécies, dis- tes das mesmas espécies, distando
tando entre si menos de 1 km, der entre si menos de 1 km, der origem
origem a uma área florestada supe- a uma área florestada superior a
rior a 350 ha. 70 ha.
Desflorestação » 50 ha. Desflorestação » 10 ha.
6432 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

e) Instalações de pecuária intensiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 40 000 frangos, galinhas, patos ou » 20 000 frangos, galinhas, patos ou
perus. perus.
» 3000 porcos (+ 45 kg). » 750 porcos (+ 45 kg).
» 400 porcas reprodutoras. » 200 porcas reprodutoras.
» 500 bovinos. » 250 bovinos.

f) Piscicultura intensiva (unidades com uma produtividade supe- Piscicultura em sistemas estuarinos Todas.
rior a 10 t/ha/ano). ou similares ou sistemas lagunares:
tanques: área » 5 ha ou produção
» 200 t/ano, ou área » 2 ha ou pro-
dução » 80 t/ano se, em conjunto
com unidades similares preexisten-
tes, distando entre si menos de
1 km, der origem a área » 5 ha ou
produção » 200 t/ano; estruturas
flutuantes: produção » 200 t/ano,
ou produção » 80 t/ano se, em con-
junto com unidades similares pree-
xistentes, distando entre si menos
de 1 km, der origem a produção
» 200 t/ano.
Piscicultura marinha: produção
1000 t/ano.
Piscicultura de águas doces: tanques
» 2 ha ou produção 200 t/ano, ou
área » 0,80 ha ou produção
» 80 t/ano se, em conjunto com uni-
dades similares preexistentes, dis-
tando entre si menos de 2 km, der
origem a área » 2 ha ou produção
» 200 t/ano; estruturas flutuantes
com produção » 100 t/ano, ou pro-
dução » 40 t/ano se, em conjunto
com unidades similares preexisten-
tes, distando entre si menos de
1 km, der origem a produção
» 100 t/ano.

g) Recuperação de terras ao mar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 100 ha. Todos.

2 — Indústria extractiva
a) Pedreiras, minas a céu aberto e extracção de turfa (não incluí- Pedreiras, minas » 5 ha ou » 150 000 t/ Todas.
dos no anexo I) em áreas isoladas ou contínuas. ano ou se, em conjunto com as
outras unidades similares, num raio
de 1 km, ultrapassarem os valores
referidos.
Turfa: » 50 ha.

b) Extracção subterrânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 5 ha ou » 150 000 t/ano. Todas.

c) Extracção de minerais, incluindo inertes, por dragagem mari- » 1 ha ou » 150 000 t/ano. Todas.
nha ou fluvial.

d) Perfurações em profundidade, nomeadamente geotérmicas, Geotérmicas: todas. Todas.


para armazenagem de resíduos nucleares, para o abasteci- Resíduos nucleares: todas. Todas.
mento de água, com excepção de perfurações para estudo Abastecimento de água: » 5 hm3/ano. Abast. água: « 1 hm3/ano.
da estabilidade dos solos.

e) Instalações industriais de superfície para a extracção e tra- » 5 ha ou 150 000 t/ano. Todos.
tamento de hulha, petróleo, gás natural, minérios e xistos Minérios radioactivos: todos.
betuminosos.

3 — Indústria da energia
a) Instalações de combustão para a produção de energia eléc- Potência calorífica » 50 MW. Potência calorífica » 20 MW.
trica, de vapor e de água quente (não incluídos no anexo I).

b) Instalações industriais destinadas ao transporte de gás, vapor Gás, vapor, água: » 5 ha. Gás, vapor, água: » 2 ha.
e água quente e transporte de energia eléctrica por cabos Electricidade: » 110 kV e » 10 km. Electricidade: » 110 kV.
aéreos (não incluídos no anexo I). Subestações com linhas » 110 kV. Subestações com linhas » 110 kV.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6433

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

c) Armazenagem de gás natural à superfície . . . . . . . . . . . . . . . . » 300 t ou » 1 ha. Todas.

d) Armazenagem subterrânea e superficial de gases combus- » 300 t. » 150 t.


tíveis.

e) Armazenagem de combustíveis fósseis, líquidos ou sólidos » 100 000 t. » 20 000 t.


à superfície (não incluídos no anexo I).

f) Fabrico industrial de briquetes, de hulha e de lignite . . . . . . . . » 150 t/dia. Todos.

g) Processamento e armazenagem de resíduos radioactivos (não Todos. Todos.


incluídos no anexo I).

h) Instalações para a produção de energia hidroeléctrica . . . . . . » 20 MW. Todos.

i) Aproveitamento da energia eólica para produção de elec- Parques eólicos » 20 torres ou loca- Parques eólicos » 10 torres ou locali-
tricidade. lizados a uma distância inferior a zados a uma distância inferior a 2 km
2 km de outros parques similares. de outros parques similares.

4 — Produção e transformação de metais


a) Produção de gusa ou aço (fusão primária não incluída no » 10 ha ou » 2,5 t/h. Todos.
anexo I e fusão secundária), incluindo equipamentos de vaza-
mento contínuo.

b) Processamento de metais ferrosos por: laminagem a quente; Laminagem a quente: » 10 ha ou Todos.


forjamento a martelo; aplicação de revestimentos protectores » 20 t/h aço bruto.
em metal fundido. Forja/martelo: » 10 ha ou 50 KJ/mar-
telo e » 20 MW.
Revest./metal fundido: » 30 000 t/ano
de material de revestimento ou
» 2 t/h aço bruto.

c) Fundições de metais ferrosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 20 t/dia. Todos.

d) Fusão, incluindo ligas de metais não ferrosos, excluindo os » 4 t/dia Pb ou Cd. Todos.
metais preciosos, incluindo produtos de recuperação (afina- » 20 t/dia outros metais.
ção, moldagem em fundição, etc.).

e) Tratamento de superfície de metais e matérias plásticas que Volume total das cubas de tratamento Todos.
utilizem processo electrolítico ou químico. » 30 m3.

f) Fabrico e montagem de veículos automóveis e fabrico de » 10 ha de área de instalação. Todos.


motores de automóveis.

g) Estaleiros navais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Área de implantação » 5 ha ou ocu- Todos.


pação de linha de costa » 150 m.

h) Construção e reparação de aeronaves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 10 ha de área de instalação. Todos.

i) Fabrico de equipamento ferroviário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 10 ha de área de instalação. Todos.

j) Estampagem de fundos por explosivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 10 ha de área de instalação. Todos.

k) Ustulação, calcinação e sinterização de minérios metálicos . . . » 10 ha de área de instalação. Todos.

5 — Indústria mineral
a) Fabrico de coque (destilação seca do carvão), incluindo a » 5 ha ou produção 150 000 t/ano. Todos.
gaseificação e liquefacção.

b) Fabrico de cimento e cal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cimento: todos. Cimento: todos.


Cal: » 50 t/dia. Cal: » 10 t/dia.
6434 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

c) Produção de amianto e produtos à base de amianto (não Todos. Todos.


incluídos no anexo I).

d) Produção de vidro, incluindo fibra de vidro . . . . . . . . . . . . . . . » 20 t/dia. Todos.

e) Fusão de matérias minerais, incluindo produção de fibras » 20 t/dia. Todos.


minerais.

f) Produtos cerâmicos por cozedura, nomeadamente: telhas, tijo- » 75 t/dia. Todos.


los, tijolos refractários, ladrilhos, produtos de grés ou por-
celanas.

6 — Indústria química (projectos não incluídos no anexo I)


a) Tratamento de produtos intermediários e fabrico de produtos » 250 t/ano de cap. de produção de Todos.
químicos. substâncias ou preparações perigo-
sas classificadas como canceríge-
nas, categoria 1 ou 2, mutagénicas,
categoria 1 ou 2, ou tóxicas para
a reprodução, categoria 1 ou 2; ou
» 500 t/ano de cap. de produção de
substâncias ou preparações pe-
rigosas classificadas como cancerí-
genas, categoria 3, mutagénicas,
categoria 3, ou tóxicas para a repro-
dução, categoria 3; ou
» 1250 t/ano de cap. de produção de
substâncias ou preparações perigo-
sas classificadas como tóxicas ou
perigosas para o ambiente com o
símbolo «N»; ou
Área de instalação » 1 ha.

b) Fabrico de pesticidas, produtos farmacêuticos, tintas e ver- » 1000 t/ano de cap. produção de Todos.
nizes, elastómeros e peróxidos. pesticidas.
» 1000 t/ano de cap. produção de pro-
dutos farmacêuticos.
» 50 000 t/ano de cap. produção tintas
e vernizes.
» 50 000 t/ano de cap. produção elas-
tómeros.
» 10 000 t/ano de cap. produção de
peróxidos.

c) Armazenagem de petróleo e produtos petroquímicos e » 100 000 t. » 20 000 t.


químicos.

7 — Indústria alimentar
a) Produção de óleos e gorduras animais e vegetais . . . . . . . . . . » 75 t/dia de produto final para óleos » 15 t/dia de produto final para óleos
e gorduras animais. e gorduras animais.
» 300 t/dia de produto final para óleos » 60 t/dia de produto final para óleos
e gorduras vegetais. e gorduras vegetais.

b) Indústria de conservação de frutos e produtos hortícolas » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.

c) Indústria de lacticínios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 200 t/dia de leite para tratamento » 40 t/dia de leite para tratamento ou
ou transformação. transformação.

d) Indústria de cerveja e malte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.

e) Confeitaria e fabrico de xaropes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.

f) Instalações destinadas ao abate de animais e preparação e » 50 t/dia de carcaça bruta. » 10 t/dia de carcaça bruta.
conservação de carne e produtos à base de carne.

g) Instalações para o fabrico industrial de amido . . . . . . . . . . . . . » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.

h) Fábricas de farinha de peixe e de óleo de peixe . . . . . . . . . . . . » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6435

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

i) Açucareiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 300 t/dia de produto final. » 60 t/dia de produto final.

8 — Indústrias têxtil, dos cortumes, da madeira e do papel


a) Fabrico de papel e cartão (não incluídos no anexo I) . . . . . . . » 20 t/dia de produto final. Todos.

b) Tratamento inicial (lavagem, branqueamento, mercerização) » 10 t/dia de capacidade de produção. Todos.


ou tintagem de fibras ou têxteis.

c) Instalações destinadas ao curtimento das peles . . . . . . . . . . . . » 12 t/dia de capacidade de produção. Todos.

d) Instalações para a produção e tratamento de celulose . . . . . . » 40 t/dia de produto final. Todos.

e) Fabrico de painéis de fibra e de partículas e de contraplacados » 1 000 000 m2/ano e 100 000 m3/ano Todos.
de produto final.

9 — Indústria da borracha
Fabrico e tratamento de produtos à base de elastómeros . . . . . . » 10 000 t/ano. Todos.

10 — Projectos de infra-estruturas
a) Projectos de loteamento e parques industriais . . . . . . . . . . . . . Todos os parques industriais com Todos.
indústrias de classe A ou área
» 10 ha.
Loteamentos industriais com área
» 10 ha.

b) Operações de loteamento urbano, incluindo a construção Operações de loteamento urbano que Operações de loteamento urbano que
de estabelecimento de comércio ou conjunto comercial, nos ocupem área » 10 ha ou construção ocupem área » 2 ha.
termos definidos na Lei n.o 12/2004, de 30 de Março, e parques superior a 500 fogos.
de estacionamento não abrangidos por plano municipal de Estabelecimento de comércio ou con- Estabelecimento de comércio ou con-
ordenamento do território. junto comercial » 1,50 ha. junto comercial » 0,50 ha.
Parque de estacionamento » 2 ha. Parque de estacionamento » 1 ha.

c) Construção de vias férreas e instalações de transbordo inter- » 5 ha ou » 5 km. Todos.


modal e de terminais intermodais (não incluídos no anexo I).

d) Construção de aeroportos e aeródromos (não incluídos no Pista » 1500 m. Todos.


anexo I).

e) Construção de estradas, portos e instalações portuárias, Itinerários principais e itinerários


incluindo portos de pesca (não incluídos no anexo I). complementares.
Estradas nacionais e estradas regio- Estradas nacionais e estradas regio-
nais, de acordo com o Decreto-Lei nais: todas.
n.o 222/98, de 17 de Julho, em tro-
ços » 10 km.
Portos e instalações portuárias: Portos e instalações portuárias: todos.
embarcações » 1500 GT.

f) Construção de vias navegáveis (não incluídas no anexo I), Vias navegáveis: » 5 ha ou » 2 km. Todos.
obras de canalização e regularização dos cursos de água. Obras de canalização e regularização
com bacias de drenagem » 25 km2
ou comprimento » 5 km.

g) Barragens e outras instalações destinadas a reter a água ou Altura » 15 m ou volume » 0,500 hm3 Altura » 8 m ou volume » 0,100 hm3
armazená-la de forma permanente (não incluídos no anexo I). ou albufeira » 5 ha ou coroamento ou albufeira » 3 ha ou coroamento
» 500 m. » 250 m.
Barragens de terra: altura » 15 m ou Barragens de terra: altura » 8 m ou
volume » 1 hm3 ou albufeira » 5 ha volume » 0,500 hm3 ou albufeira
ou coroamento » 500 m. » 3 ha ou coroamento » 250 m.

h) Linhas de eléctrico, linhas de metropolitano aéreas e sub- » 20 ha ou » 5 km. » 4 ha ou » 1 km.


terrâneas, linhas suspensas ou análogas de tipo específico,
utilizadas exclusiva ou principalmente para transporte de
passageiros.

i) Construção de oleodutos e gasodutos (não incluídos no Oleodutos: todos os exteriores a ins- Todos.
anexo I). talações industriais.
Gasodutos: » 5 km e Ø » 0,5 m. Gasodutos com Ø » 0,5 m: todos.
6436 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

j) Construção de aquedutos e adutoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 10 km e Ø » 1 m. » 2 km e Ø » 0,6 m.

k) Obras costeiras de combate à erosão marítima tendentes Todas. Todas.


a modificar a costa, como, por exemplo, diques, pontões,
paredões e outras obras de defesa contra a acção do mar,
quando não previstos em plano de ordenamento da orla cos-
teira, excluindo a sua manutenção e reconstrução ou obras
de emergência.

l) Sistemas de captação e de realimentação artificial de águas » 5 hm3/ano. » 1 hm3/ano.


subterrâneas (não incluídos no anexo I).

m) Obras de transferência de recursos hídricos entre bacias Todos. Todos.


hidrográficas (não incluídas no anexo I).

n) Dragagens nas barras entre molhes e nas praias marítimas, » 100 000 m3/ano. Todos.
excepto as de manutenção das condições de navegabilidade
que não ultrapassem cotas de fundo anteriormente atingidas.

11 — Outros projectos
a) Pistas permanentes de corridas e de treinos para veículos » 8 ha. Todos.
a motor.

b) Instalações destinadas a operações de eliminação de resíduos » 5 t/dia. Todos.


perigosos (não incluídos no anexo I).

c) Instalações destinadas a operações de eliminação de resíduos Aterros » 150 000 t/ano. Todos.
não perigosos (não incluídos no anexo I).

d) Estações de tratamento de águas residuais (não incluídas ETAR » 100 000 hab./eq. ETAR » 50 000 hab./eq.
no anexo I).

e) Parques de sucata não abrangidos por plano municipal de » 5 ha ou com capacidade » 50 000 m3. Todos.
ordenamento do território.

f) Bancos de ensaio para motores, turbinas ou reactores . . . . . . » 2 ha. Todos.

g) Instalações para o fabrico de fibras minerais artificiais . . . . . . » 2 ha. Todos.

h) Instalações para a recuperação ou destruição de substâncias » 5 ha ou dist. » 200 m áreas de Todos.


explosivas. habitação.

i) Instalações para o tratamento de superfície de substâncias, Consumos » 150 kg/h ou » 200 t/ano. Consumos » 75 kg/h ou » 100 t/ano.
objectos ou produtos, com solventes orgânicos.

j) Locais para depósito de lamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Todos. Todos.

12 — Turismo
a) Pistas de esqui, elevadores de esqui e teleféricos e infra- Comprimento » 500 m ou capacidade Todos.
-estruturas de apoio. » 1800 passageiros/hora.

b) Marinas, portos e docas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Rios: » 100 postos de amarração para Todos.


embarcações com comprimento
fora a fora até 12 m (7 % dos postos
para embarcações com compri-
mento superior).
Lagos ou albufeiras: » 50 postos de
amarração para embarcações com
comprimento fora a fora até 6 m
(7 % dos postos para embarcações
com comprimento superior).
N.o 214 — 8 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6437

Tipo de projectos Caso geral Áreas sensíveis

Costa marítima: » 300 postos de


amarração para embarcações com
comprimento fora a fora até 12 m
(7 % dos postos para embarcações
com comprimento superior).

c) Estabelecimentos hoteleiros e meios complementares de alo- Aldeamentos turísticos com área Aldeamentos turísticos: todos.
jamento turístico quando localizados fora de zonas urbanas » 5 ha ou » 50 hab./ha.
e urbanizáveis delimitadas em plano municipal de ordena- Hotéis, hotéis-apartamentos e apar- Hotéis, hotéis-apartamentos e aparta-
mento do território ou plano especial de ordenamento do tamentos turísticos » 200 camas. mentos turísticos » 20 camas.
território.

d) Parques de campismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 1000 utentes ou » 3 ha. » 200 utentes ou » 0,60 ha.

e) Parques temáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 10 ha. » 2 ha.

f) Campos de golfe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Campos de » 18 buracos ou » 45 ha. Todos.

13
Qualquer alteração, modificação ou ampliação de projectos não incluídos no anexo I e incluídos no anexo II já autorizados e executados
ou em execução que possam ter impactes negativos importantes no ambiente.
Projectos do anexo I que se destinem exclusiva ou essencialmente a desenvolver e ensaiar novos métodos ou produtos e que não sejam
utilizados durante mais de dois anos.

ANEXO III resultantes da existência do projecto, da utilização dos


recursos naturais, da emissão de poluentes, da criação
Conteúdo mínimo do EIA
de perturbações e da forma prevista de eliminação de
1 — Descrição e caracterização física do projecto, das resíduos e de efluentes.
soluções alternativas razoáveis estudadas, incluindo a 6 — Indicação dos métodos de previsão utilizados
ausência de intervenção, tendo em conta a localização para avaliar os impactes previsíveis, bem como da res-
pectiva fundamentação científica.
e as exigências no domínio da utilização dos recursos 7 — Descrição das medidas e das técnicas previstas
naturais e razões da escolha em função: para:
Das fases de construção, funcionamento e desac- Evitar, reduzir ou compensar os impactes nega-
tivação; tivos;
Da natureza da actividade; Prevenção e valorização ou reciclagem dos resíduos
Da extensão da actividade; gerados;
Das fontes de emissões. Prevenir acidentes.

2 — Descrição dos materiais e da energia utilizados 8 — Descrição dos programas de monitorização pre-
ou produzidos, incluindo: vistos nas fases de construção, funcionamento e desac-
tivação.
Natureza e quantidades de matérias-primas e de 9 — Resumo das eventuais dificuldades, incluindo
matérias acessórias; lacunas técnicas ou de conhecimentos, encontradas na
Energia utilizada ou produzida; compilação das informações requeridas.
Substâncias utilizadas ou produzidas. 10 — Referência a eventuais sugestões do público e
às razões da não adopção dessas sugestões.
3 — Descrição do estado do local e dos factores 11 — Resumo não técnico de todos os itens anterio-
ambientais susceptíveis de serem consideravelmente res, se possível acompanhado de meios de apresentação
afectados pelo projecto, nomeadamente a população, visual.
a fauna, a flora, o solo, a água, a atmosfera, a paisagem, ANEXO IV
os factores climáticos e os bens materiais, incluindo o
património arquitectónico e arqueológico, bem como Elementos a fornecer pelo proponente
a inter-relação entre os factores mencionados.
Introdução
4 — Descrição do tipo, quantidade e volume de
efluentes, resíduos e emissões previsíveis, nas fases de Identificação do projecto, do proponente e do licen-
construção, funcionamento e desactivação, para os dife- ciador.
rentes meios físicos (poluição da água, do solo e da Contactos do proponente.
atmosfera, ruído, vibração, luz, calor, radiação, etc.).
5 — Descrição e hierarquização dos impactes ambien- Caracterização do projecto
tais significativos (efeitos directos e indirectos, secun-
dários e cumulativos, a curto, médio e longo prazos, Objectivo do projecto.
permanentes e temporários, positivos e negativos) Características físicas da totalidade do projecto, nomea-
decorrentes do projecto e das alternativas estudadas, damente construções, configurações, infra-estruturas
6438 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 214 — 8 de Novembro de 2005

e áreas ocupadas na fase de construção e funcio- ANEXO V


namento. Critérios de selecção referidos nos n.os 4 e 5 do artigo 1.o
Descrição dos projectos associados.
Descrição do processo, nomeadamente dimensão, capa- 1 — Características dos projectos — as características
cidade, fluxos e entradas e saídas no sistema. dos projectos devem ser consideradas especialmente em
Acessos a criar ou a alterar. relação aos seguintes aspectos:
Calendarização das fases do projecto (construção, fun-
cionamento e desactivação). Dimensão do projecto;
Utilização de recursos naturais, nomeadamente água, Efeitos cumulativos relativamente a outros pro-
energia e outros, indicando a sua origem e quan- jectos;
tificação. Utilização dos recursos naturais;
Produção de efluentes, resíduos e emissões. Produção de resíduos;
Poluição e incómodos causados;
Risco de acidentes, atendendo sobretudo às substâncias
Risco de acidentes, atendendo sobretudo às subs-
ou tecnologias utilizadas.
tâncias ou tecnologias utilizadas.
Alternativas consideradas — principais razões da esco-
lha efectuada, atendendo aos efeitos no ambiente.
Efeitos cumulativos relativamente a outros projectos. 2 — Localização dos projectos — deve ser conside-
rada a sensibilidade ambiental das zonas geográficas sus-
ceptíveis de serem afectadas pelos projectos, tendo
Descrição do local do projecto nomeadamente em conta:
A afectação do uso do solo;
Localização e descrição geral da área do projecto e A riqueza relativa, a qualidade e a capacidade de
envolvente, com a indicação do local, freguesia e con- regeneração dos recursos naturais da zona;
celho e das infra-estruturas existentes. A capacidade de absorção do ambiente natural,
Apresentação da planta de localização com implantação com especial atenção para as seguintes zonas:
do projecto (escala de 1:25 000);
Indicação das áreas sensíveis, da ocupação actual do a) Zonas húmidas:
solo e da conformidade do projecto com os instru- b) Zonas costeiras;
mentos de gestão territorial. c) Zonas montanhosas e florestais;
Descrição dos elementos do ambiente susceptíveis de d) Reservas e parques naturais;
serem consideravelmente afectados pelo projecto pro- e) Zonas classificadas ou protegidas, zonas de
posto, nomeadamente a população, a fauna, a flora, protecção especial, nos termos da legis-
o solo, a água, a atmosfera, os factores climáticos, lação;
f) Zonas nas quais as normas de qualidade
os bens materiais, incluindo o património arquitec-
ambiental fixadas pela legislação nacional
tónico e arqueológico, a paisagem, bem como a inter-
já foram ultrapassadas;
-relação entre os factores mencionados.
g) Zonas de forte densidade demográfica;
h) Paisagens importantes do ponto de vista
Identificação e avaliação de impactes histórico, cultural ou arqueológico.

Descrição qualitativa dos impactes esperados, quer posi- 3 — Características do impacte potencial — os poten-
ciais impactes significativos dos projectos deverão ser
tivos quer negativos, nas fases de construção, explo-
considerados em relação aos critérios definidos nos n.os 1
ração e desactivação.
e 2 supra, atendendo especialmente à:
Indicação da natureza (directo, indirecto, secundário,
temporário e permanente), magnitude, extensão (geo- Extensão do impacte (área geográfica e dimensão
gráfica e população afectada) e significado (muito da população afectada);
ou pouco significativos). Natureza transfronteiriça do impacte;
Identificação das medidas do projecto preconizadas para Magnitude e complexidade do impacte;
minimizar os impactes negativos expectáveis nas fases Probabilidade do impacte;
de construção, de exploração e de desactivação. Duração, frequência e reversibilidade do impacte.

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