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Ìbà Òlòdùmare até rere k´ayé Ìbà l ´ótu Ifè

E má mà ´pé mo pé o Àtò, àtò mo mì se ò, àtò


Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Orúnmìlà, Bara Elèsìn Oyán
E má mà ´pé mo pé o Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Bàbá, a tó ì bá j ´ayé
Kì ntó júbà Orì Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Orúnmìlà, mo `yinbo `rú
Kì ntó júbà Bàbá Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Orúnmìlà, mo `yinbo `rú
Kì ntó júbà Ìyá Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Kì ntó júbà Akódá Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò
Kì ntó júbà Asèdá (2) Òyèkú-Logbè
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Isé t´ órì rán mi ni mò njé
Kì ntó júbà Ojùgbònà Onà ti èdá mi là silè ni mo njé
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Mo t´ònà tìti, mo tòó dé´lùú okooroko-jáko
Àgbààgbà, mo sè ´bà Mo bá aro l ´ónà
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Aro ò seé gbá l ´ójú
Mo Júbà omodé Aràrá ò seé kàn n ´íkù l ´áya
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Orìsà-Nlá Òsèèèrèmàgbò ló fi owó efun te
Òwónrìn S `ogbè, ìba àlafín l ´óri
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò D ´Ífa fun Sòwò- Opè
Egúngún, mo sè ´bà o Ti nse omo bibí inú Àgbonnìrègún
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò Òwò kókó ni wón fi nwo igi
Ìyámi Àyèlàlà, mo sè ´bà o Òwò Òrìsà ni wón fi nwo àfin
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò E wo òwò Opè l ´ará mi
Àràbà, bàbá Eríwo Eni bá na Òyèkú, a r ´ìjà Ogbè
Àtò, àtò mo mì se ò, àtò E wo òwò òpè l ´ará mi.
ORIN

E wo òwò òpè l ´ará mi (2x) Minha Mãe Iyami Ayelala deve ser
Eni bá na Òyèkú, a r ´ìjà Ogbè venerada
E wo òwò òpè l ´ará mi. Essa foi a razão pela qual me tardei
Devo dar reverência à Araba, o primeiro
Tradução: líder de Ifá
Essa foi a razão pela qual me tardei
Saudações ao Deus Supremo E as energias positivas de Ifá devem ser
Parece que muito tempo se passou veneradas
Estava organizando, estava organizando, Essa foi a razão pela qual me tardei
estava organizando Orunmila, o Supremo deve ser venerado
Parece que muito tempo se passou Essa foi a razão pela qual me tardei
Estava organizando, estava organizando, Ele é o Pai com quem vale a pena passar
estava organizando a vida inteira
Ori deve ser reverenciado Essa foi a razão pela qual me tardei
Essa foi a razão pela qual me tardei Orunmila, me inclino em atitude de
Meu Pai deve ser reverenciado reverência
Essa foi a razão pela qual me tardei Se me tardei foi porque estava ocupado
Minha Mãe deve ser reverenciada planejando e organizando o meu trabalho.
Essa foi a razão pela qual me tardei
Desde que devo saudar à Akódá 2-Oyeku-Logbe
Essa foi a razão pela qual me tardei
Eu também devo saudar Asèda Estou fazendo o que fui enviado a fazer
Essa foi a razão pela qual me tardei Estou seguindo o caminho escolhido e
Eu devo saudar ao meu Ojugbònà testemunhado para mim
Essa foi a razão pela qual me tardei Sigo o caminho reto que me conduz ao
Os Anciões devem ser venerados povo do éxito
Essa foi a razão pela qual me tardei No caminho conheci a um cavalo
Os meus contemporâneos devem ser O cavalo não pode ser espancado
aplacados (abusado)
Essa foi a razão pela qual me tardei O corcunda não pode ser golpeado em
E Owónrín S ´ogbè deve ser venerado suas costas
Essa foi a razão pela qual me tardei O albino é uma criação especial de
Também devem ser venerados os Obàtálá
Egunguns Foi divinado para o Sowo Opè (uma
Essa foi a razão pela qual me tardei pessoa dedicada ao serviço de Orunmila)
Que foi um filho de Orunmila
O tronco da árvore sempre é respeitado
(o tronco da árvore é a parte mais difícil
de ser cortar com um facão)
O Albino(a) é respeitado(a) porque tem a
marca de Obatala no seu corpo
Respeite-me pois eu carrego a marca de
Orunmila (não lutem comigo, pois estarão
estimulando a ira de Orunmila)
Qualquer um que lute com Oyeku terá
problemas com Ogbe (qualquer que lute
contra oyeku terá que entender-se com Eji
Ogbè).

Cântico:

E wo òwò òpè l ´ará mi (2x)


Eni bá na Òyèkú, a r ´ìjà Ogbè
E wo òwò òpè l ´ará mi.
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ÌWÚRE
A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Prefácio
A necessidade de estudar, refletir e praticar a mensagem universal e atemporal
de Ifá.

Aboru Aboye o!

A vida espiritual, a ordem (harmonia), a moral divina, a integridade pessoal


(retidão) e vida holística deve manter o ritmo, assim como o avanço da ciência, tecnologia
e modernidade. Sem uma perspetiva divina ou filosófica do sagrado da vida, nossas vidas,
pessoais e coletivas seria estéril, vazia e nos faltaria uma afirmação da vida em seu real
significado. A sociedade humana moderna está se movendo em ritmo acelerado sem
precedentes.

O avanço da ciência, medicina, arte, música e tecnologia durante os últimos cem


anos, ultrapassou as realizações da humanidade na velocidade de mil anos a cada ano
anterior ou assim parece. Vivemos na era da informação, e o mundo tornou-se menor e
mais unido. Avanços tecnológicos e científicos incontáveis têm melhorado e promovido a
qualidade da vida humana para um status no qual somos agraciados. Todos os tipos de
esforços estéticos e formas de entretenimento evoluíram para satisfazer a crescente
necessidade da humanidade para mais e mais prazer. Através de uma variedade ilimitada
de metas e objetivos a humanidade está buscando satisfazer suas necessidades intelectuais,
morais, emocionais e espirituais. A humanidade procura cumprir-se através da arte, música,
ciência, medicina, filosofia, misticismo, religião e assim por diante. Apesar de todas as
maravilhosas descobertas e avanços da era da ciência, tecnologia e recreação pessoal, as
pessoas de um modo geral, não parecem estar mais satisfeitas com suas vidas quando
comparados com os seus antepassados de civilizações antigas. Sem dúvida, a vida hoje é
mais confortável devido às conveniências modernas. As pessoas também estão vivendo
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vidas mais longas e mais saudáveis fisicamente. Mas, não necessariamente, saudáveis vidas
mentais, emocionais, intelectuais e espirituais. Individual e coletivamente as pessoas não
parecem estar totalmente satisfeitas com a sua qualidade de vida atual. Poucos se
perguntam o real porque deste estado de sentidos. A resposta não poderia ser outra senão
o fato de que, a maior parte do desenvolvimento neste mundo moderno estar voltado
principalmente para indulgência em conforto, facilidade, conveniência e gratificação dos
sentidos.

A humanidade esqueceu de Olodumare (Deus), sua realidade e importância. A


humanidade esqueceu como fazer de Olodumare seu pai, confiar nele, se apoiar e escutar
sua palavra. Quando nos esquecemos de como fazer isso, Ifá nos ensina e nos lembra de
forma sutil e suave. A natureza humana não pode ser satisfeita apenas satisfazendo as
necessidades materiais básicas, buscando conforto infinito e recreação excessiva. A
qualidade na vida humana vem da vida vivida em harmonia e da união consciente com o
divino, harmonizada com a natureza. Os animais se dedicam a buscar abrigo, comida,
gratificação sexual (prazer) e sono. Embora os seres humanos também existam para
satisfazer essas necessidades fundamentais, se toda a humanidade procurar essas coisas, ela
não seria melhor dotada do que os animais irracionais. Os animais são impulsionados pelo
instinto. Os seres humanos têm instinto, mas somos conduzidos e liderados pelo dom e
poder da inteligência divina, perceptividade iluminativa e um poder altamente superior de
compreensão e livre vontade. Temos o poder da autoconsciência e a capacidade de
discernir, refletir, mudar e escolher. Foi-nos dada a capacidade de escolher o curso e direção
de nossas vidas por Eledumare (o supremo e único Criador e Emanador). O ser humano é
essencialmente uma personalidade espiritual-divina. O coração humano precisa ser
informado, liderado e guiado por instruções divinamente fornecidas.

É a instrução divina, a alimentação espiritual e a agência de capacitação que nos


forneceu Olorun Alaaye (a vida que concede ao Ser Supremo, que é a única e eterna vida).
A mensagem universal e atemporal de Ifá é infundida com o potencial de enriquecer
eternamente a humanidade. Agora é o momento em que os tesouros divinos e a ciência
sagrada de Ifá devem ser revelados e mostrados ao mundo em geral, porque agora é o
momento em que a humanidade precisa mais do que nunca de Ifá. As mensagens divinas e
os ensinamentos de Ifá foram especificamente preparados para a iluminação moral-ética,
intelectual-espiritual e orientação da humanidade. Através do estudo e prática de Ifá,
promovemos a evolução espiritual da humanidade e somos capazes, individual e
coletivamente, de sermos abençoados com a visão divina e alcançar a realização divina. Se
Ifá nos ensina que, como indivíduos e membros da família humana divina, podemos
transformar e evoluir, também nos ensina a perceber com justiça e precisão o mundo e o
nosso lugar nele. Ifá nos ensina a melhor maneira de responder aos desafios e escolhas que
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nos confrontam. É um modelo inigualável para a verdadeira riqueza interior, prosperidade,


superação e realização divina. Ifá abre nossos olhos espirituais para as realidades do reino
primordial de Olodumare e se desdobra diante de nosso entendimento do significado e
propósito de nossas vidas. Ifá se descortina diante dos olhos do nosso entendimento o
objetivo sublime da criação! E assim nos faz capazes de experimentar e conhecer o poder, a
beleza e a sabedoria do reino divino. A humanidade está descobrindo nesta era de
conveniência e afluência, que acumular coisas e desfrutar a simples gratificação de nossos
sentidos externos não nos satisfaz. Quando nós experimentamos pessoalmente isso, nosso
coração está preparado para se abrir para o reino divino, ou seja, o mundo majestoso de Ifá.
Os versos místicos (enunciados) de Ifá foram formulados não só por Orunmila, mas por
uma cadeia de videntes divinamente inspirados e por um coletivo de mestres espirituais,
através dos quais essas palavras divinas emanaram do fundo de seus corações e foram
infundidas com alegre radiação e poder transformador. Esses versos, ditados e ensinamentos
espirituais de Orunmila Awinrin oferecem orientação, compreensão e conhecimentos
inestimáveis para aspirantes a boa fé (Awo). A visão da vida que Ifá nos apresenta e oferece
é tão atraente, bela, espantosa, que afirma e fortalece a vida, que por milhares de anos,
videntes sábios, santos sábios-eruditos e sacerdotes divinos se dedicaram a preservar na
memória este tesouro de divina compreensão. Através de uma linhagem cuidadosamente
protegida, preservada e cultivada de sucessão discipulada desde a época de Orunmila até os
nossos dias, a sabedoria, o poder e a eficácia de cura de Ifá foram preservados para a
posteridade. Orunmila é certamente um visionário divino compassivo e compreensivo. Ele
é capaz de ver e assumir o conjunto de todas as coisas. Ele vê e entende a imagem completa.
Este é o dom divino e uma doação que ele recebeu do Ser Supremo Olodumare.

Especialmente pelos tempos em que vivemos, a mensagem instrutiva de cura, a


natureza ou o poder da Ifá foram salvaguardados. À medida que o Odú e os versos
sagrados de Ifá cobrem uma ampla gama de assuntos, um estudo diligente ajudará as
pessoas a enriquecer todos os aspectos de suas vidas. É por isso que Ifa é o tesouro sagrado
e o remédio infalível dos sábios. Ambos os deuses (personalidades divinas totalmente
maduras) e os homens são iniciados em seus mistérios. Se é para eles, torna-se uma fonte de
prazer ilimitado, maravilha, orgulho santo, conforto, força e poder. Para as pessoas imersas
na vida cotidiana, Ifá oferece assistência na melhoria da qualidade de vida. Para aqueles que
procuram melhorar a si mesmos, Ifá aparece como uma visão de maneiras de conduzir uma
vida virtuosa. Para pessoas perseverantes e dedicadas que desejam cavar mais fundo, Ifá
desvenda verdades profundas por trás da vida, da criação e da divindade. Ifa é um
armazém de poder ilimitado, sabedoria, educação divina, garantia, clareza e conforto.
Essencialmente, Ifá ajuda os indivíduos a melhorar suas vidas, bem como encoraja alguém a
empreender a jornada espiritual que leva à perfeição, glória e imortalidade. Ifá guia nosso
desenvolvimento espiritual com amor ilimitado, compreensão e profunda sabedoria
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imensurável. Ifá trabalha com você como um indivíduo único e não o compara com
ninguém. Através de Ifá, percebe-se e experimenta o grande amor, preocupação, interesse e
carinho de Olodumare em nossa direção, seus propósitos maravilhosos para nós e sua
grande confiança em nós.

Através desta revelação confidencial e pessoal experimentamos sua revelação,


somos nutridos pela nossa experiência do amor transbordante de Olodumare que se
derrama como uma torrente sobre nós, seus filhos amados. À medida que se desenvolve
santidade, compreensão e caráter, a compreensão pessoal e a apreciação das mensagens de
Ifá se aprofundarão. À medida que avança na jornada, Ifá revela seus tesouros espirituais,
poder, atratividade e esplendor. Ifá diz que, se nos familiarizarmos intimamente com
Orunmila, com sua sabedoria e maneiras, então seríamos elegíveis e qualificados para
participar e curtir a vida eterna. A vida eterna significa a mesma gloriosa qualidade de vida,
prazer e alegria em que Olodumare permanece puro dentro de nós. Imagine e considere
isso !!! Glória primordial, dignidade, caráter, poder e prazer !!!

Para obter o maior benefício de estudar Ifá, os aspirantes devem ser de mente
aberta e sinceramente determinada a fazer progresso espiritual. Em vez de estudar Ifá para
explorações acadêmicas, ostentação ou performances meramente externas, os aspirantes
devem refletir sobre o significado de Ifá para enriquecer e melhorar a si mesmos. Ifá irá
ensinar-lhe o que é essencial e necessário para você. Somente quando alguém assimila
completamente e incorpora completamente Ifá como um ser pensante e vivo; pode-se
então estar em posição de realmente ajudar, orientar e conduzir os outros. Só precisa de sua
perseverança, compromisso e dedicação. Você precisa das experiências e da compreensão
que somente Ifá pode conceder. Confirmação nasce de trabalho, enraizado no contínuo
estudo e prática pessoal de Ifá. Ao longo do tempo, a realidade tangível de Ifá torna-se um
poder vivo, ativo e experiencial (presente) em seu ser, seu espírito e pensamento. Ifá enche
os devotos com admiração, inspiração, confiança e segurança. O devoto de Ifá é sempre
otimista, motivado, entusiasmado e otimista. Ifá dá poder para navegar com sucesso
através da vida em meio a desafios, lutas, dificuldades e adversidades. Ifá nos ensina como
converter o veneno em medicina. Nada pode matar o espírito de uma criança de Ifá!!!
Torne-se um com o espírito Ifá de luz e vida ilimitadas! Este é o convite e o desafio que Ifá
define antes de você nascer!!! Como Orunmila, nós também devemos experimentar a
unidade com Ifá e poder dizer com sinceridade: “Ifá, você e eu estamos intimamente
relacionados. Ifá, certamente somos um”. Em boa medida, esse objetivo pode ser alcançado
maravilhosamente por nós. Em vez de impor ideias e ideias preconcebidas sobre as
revelações de Ifá, deve-se fazer um esforço para permitir que pensamentos, inteligência e
coração sejam moldados pelo poder pleno e pela abertura dos olhos as revelações de Ifá.
Deve estar disposto a absorver de pessoas que pensam, vivem e praticam e se reconectam
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ao espírito puro muito interior as mensagens de Ifá. Ifá é para todos, mas Ifá é
especialmente para a pessoa determinada e enérgica. A pessoa possuída de auto-iniciativa
ganhará muito. Através da paciência, simplicidade e perseverança, o poder, a glória e a
graça de Ifá se manifestarão na vida uns dos outros. As instruções de Ifá são guias práticas
para transformar vidas mortais em vidas divinas. Você sabia que muitos videntes sagrados e
sábios sacerdotes divinos foram resgatados para o reino divino sem morrer por causa da
intimidade e afinidade que cultivaram com Ifa!!! Eles foram transformados e elevados neste
mundo presente ao estado e condição dos seres divinos. É assim que obtivemos muitos dos
nossos Orisas!!! Muitos se tornaram seres humanos magistrados e Orisas divinos
perseverando e dominando a ciência divina de Ifá. Eles moravam em, por e para Ifá. Como
tal, esses homens e mulheres honestos, verdadeiros e perseverantes foram honrados e
elevados por Olodumare. O estudo e a prática diligentes das instruções da Ifá iniciam
aspirantes sinceros a um modo de vida desinteressante aos olhos profanos. A fé (confiança)
nasce da reflexão, boa e firme determinação e aplicação pessoal. Se alguém tem o privilégio
de estudar sob a orientação de um profissional experiente, Ifá começará a desdobrar o
caminho para a divindade. Se alguém é incapaz de garantir um sacerdote de Ifá qualificado,
não se preocupe, Ifá irá guiá-lo e ensinar-lhe. Sinceridade, veracidade, persistência e
obediência inteligente são os requisitos necessários para a aceitação no treinamento Ifá.

Compreender e adotar as diretrizes, ensinamentos e preceitos de Ifá são cruciais


para enriquecer nossas vidas. Para a pessoa sincera, honesta e direta, Ifá abre e revela os
tesouros da sabedoria, chaves do poder e formas incomparáveis de amor divino. Para a
pessoa insincera, desonesta e de mente duvidosa, Ifá esconde o verdadeiro esplendor, a
glória, o gênio e o poder. Ifá abrange uma ampla gama de assuntos, desde as ocorrências
cotidianas da vida comum até os segredos da criação e os mistérios divinos de Eledumare.
As revelações de Ifá são informativas, interessantes, provocadoras de pensamentos, e
capazes de transformações de vida, intelectualmente satisfatórias e desafiadoras. As gemas
místicas da revelação de Ifá e as experiências místicas de videntes sagrados, sábios,
sacerdotes e Orisas consagrados em Ifá podem mudar a vida dos indivíduos. O praticante
de Ifá será amplamente recompensado por seu estudo, perseverança e aplicação. O estudo
e prática de Ifá tornam nossas vidas mais gratificantes e completas. Um estudo diligente e
reflexivo sobre Ifá, a compreensão de sua mensagem e a sua implementação na vida
resultará em felicidade e satisfação incomparáveis. Para este fim, Orunmila vem junto a nós
para encorajar, apoiar, defender e inspirar. As palavras e os ensinamentos de Ifá são os
enunciados e revelaram visões místicas e experiências divinas e revelações de videntes
antigos que foram movidos, inspirados e iluminados pelo poder de Olodumare. Através de
nossos esforços de união com o funcionamento do Ase de Olodumare, experimentamos a
satisfação de ser participantes ativos em nosso próprio desenvolvimento espiritual, bem
como a alegria de sermos colaboradores e amigos verdadeiros de Olodumare. Os vários
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insights, revelações e compreensão de vários videntes inspirados e sábios de diferentes


algarismos autênticos de sabedoria e compreensão estão incluídos nas revelações divinas de
Orunmila. Como as declarações de Ifá são de natureza única e pessoal, elas não estão de
acordo com as normas literárias habituais. Ao dispensar as limitações do discurso verbal, os
versos de Odú Ifá floresceram como enunciados naturais emanando a fragrância divina.
Recitar, ouvir, refletir e praticar as direções de Ifá imediatamente faz com que alguém esteja
ligado ao reino divino e sendo assim um possível candidato a ser elevado à plataforma
divina. Um ser que sente seu espírito e mente elevando-se acima da dimensão divina.
Fundindo-se assim com a energia sagrada divina que inspira, enche, cura e fortalece você.

Através de Ifá, o aparentemente impossível torna-se possível. Através de Ifá,


descobre-se as maravilhas do próprio ser e as potencialidades divinas. Através de Ifá,
podemos perceber a preservação divina em tudo e em todos. Se é sagrado e sagrado
porque é inseparável de Olodumare e inseparável da vida verdadeira. Se é mais, muito mais
do que poesia, histórias, anedotas e revelações místicas. Se é a sabedoria e o poder
manifestos de Olodumare. É por isso que sempre ganhamos benefícios espirituais, apoio e
força dos Odús Ifá, mesmo que não compreenda inicialmente seu conteúdo ou significado,
mas através da perseverança e da determinação, Ifá ensina, orienta e ilumina habilmente.
Ifá foi revelado e sistematizado por Orunmila com o propósito de lembrança pessoal,
estudo, reflexão e aplicação. É inútil apenas ler e apreciar as revelações, ensinamentos e
orientação, sem adotá-los ao estilo de vida e modo de perceber o mundo. Aplicar os
pensamentos divinos de Ifá dados em Odú Ifa traz charme, graça e carisma únicos para a
vida. Ifá é completo e perfeito e não tem nada mais precioso que isto.

As palavras, os ensinamentos sagrados e os mistérios revelados Orunmila


Awimilogbon alimentam o corpo, a mente e a alma de forma holística. Eles mostram como
viver uma vida feliz e contente. Ifá ilumina nossa compreensão e ordena nosso caminho de
vida para assegurar a realização da divindade e a realização do destino supremo (Ifayelele).
As mensagens em Odú Ifá são mais do que palavras. Elas são poderes vivos, vivendo
energias criativas e inteligências divinas que descem do coração de Olodumare. As
mensagens que eles fornecem são abrangentes e abrangem todos os aspectos da vida aqui e
a seguir. Na verdade, é triste se as pessoas não podem (ou não querem) compreendê-las e
permanecem procurando em outros lugares. Se Ifá é a ciência divina suprema e definitiva
para aspirantes autênticos e almas maduras. Riqueza, poder, fama e fortuna são as
atividades cobiçadas na sociedade humana de hoje. No entanto, se as pessoas percebem as
limitações ou o verdadeiro propósito desses, eles podem tentar empenhar-se em atividades
frutíferas e completamente satisfatórias. Para as pessoas conscientes das limitações das
perseguições verbais, as mensagens claras e douradas de Ifá tornam-se tesouros inestimáveis.
Estão repletas de virtude divina, força inesgotável, sabedoria ilimitada que é capaz de
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conferir todas as bênçãos. Quando as pessoas compreendem o poder, a sublimidade e as


incríveis mensagens, descrições e revelações de Ifá, eles perceberão que nenhuma riqueza na
face desta terra pode aproximar-se de igual modo. Vamos reconsiderar a grandeza do
tesouro e benção de Ifá que Olodumare nos deu através de Orunmila. Deixe-nos ver o
tesouro, valor e prazer em Ifá. Deixe-nos dar a Ifá a importância e proeminência que
merece. Deixe-nos a nossa própria maneira compartilhar e divulgar a beleza, sabedoria e
praticidade de Ifá.

“Ifá, é você que estamos seguindo! Ifá é você quem está liderando o
caminho! Ifá é você quem sabe como planejar! Ifá! O que você planeja
para mim é excelente e é melhor do que o que eu sou capaz de planejar
para mim mesmo! Ifá, a felicidade, a alegria e a realização que você tem
em mente para mim transcendem e são superiores a qualquer coisa que
eu possa conceber ou imaginar. Ifá você abençoa seus alunos e filhos
fiéis além do que eles perguntam ou esperam! Ifá nos fortaleça e nos
encoraje, pois você é nosso professor divino, amigo e bombeiro. Ifá!
Você é aquele que guia, aconselha e protege-nos melhor do que nossos
parentes mais próximos e queridos. Orunmila, apoie-nos e guie-nos
sempre. Nos encha de sua paciência e caráter. Revele-se em nossas vidas
e em nosso mundo presente que precisa de você. Certamente Ifá! Você
vai consertar nosso mundo. Ase”.

“Olodumare você se entregou a nós através da sua sabedoria e


poder, Ifá! Olodumare você é nosso orgulho e sua palavra Ifá é a nossa
glória. Agradecemos e adoramos o excelente pai Olodumare. Que nunca
percamos o coração e nunca nos envergonhemos da tradição divina,
Isese, você nos abençoou. Que a luz do isese brilhe sobre nossas vidas e
se reflita em nossa conduta. Ase”.

“Orunmila salvador, vidente, sábio e guia da humanidade, estamos


orgulhosos de você, meu deleite e prazer esta em você e seu amor. Que
possamos ser dignos de você cultivando seu caráter, paciência,
perseverança e sagacidade divina.

Aboru Aboye ooo Orunmila”.

Orunmila Ela moyin aboru.

Orunmila Ela moyin aboye.

Orunmila Ela moyin abosise.


OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Capítulo 1
ÌWÚRE
ESCAVANDO O TESOURO DA PALAVRA DE IFÁ

Muitas pessoas na cidade Oòduà traduzem "ORAÇÃO" como "ÀDÚRÀ" ou "ÀDÚÀ".


A ignorância ou falta de informação os impede de saber que "ÀDÚRÀ" ou "ÀDÚÀ" é um
termo árabe e que " ORAÇÃO" é "ÌWÍRE", "ÌWÚRE" ou "ÌSÚRE" na língua iorubá real. Raji,
SM (1991: vi) diz em seu livro intitulado "Ìwúre Nibi Àseye" que: Ìwúre ni "ire ti a n wú láti
inú ile àti inú okàn eni wá" significa "a oração é a coisa boa que você está cavando da terra
ou da mente de alguém. " Definir ÌWÚRE, ÌWÍRE ou ÌSÚRE, uma palavra da língua Oodua
para a oração, morfológica e fonologicamente se resultará na compreensão do seu
significado como é realmente usado em sua raíz. A etimologia da palavra mostra que esta é
uma palavra formada por um morfema flexional "ì" e o morfema raíz "wí" e "ire". De outra
perspectiva, este é formado por um morfema flexional "ì" e morfema raís "wí" e "ire". A
terceira perspectiva mostra "ì" (morfema flexívo) e "sú" e "ire" morfemas de raiz.

O primeiro morfema da raiz "wú" é um verbo, enquanto o segundo morfema de


raiz "ire" é um substantivo. Portanto, ele sofreu um processo morfológico e fonológico:

Ì + wú + ire = ìwú + ire = Por eleição vocal: Ìwú + ire = ìwúre

ou
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Ì + wú + ire = Por eleição vocal: Ì + wú + ire = ì + wúre = ìwúre.

"Ì" é um morfema flexivo que significa "algo que é usado para ..." ou "o ato de "
enquanto "wú" é um verbo que é um morfema de raiz que significa "cavar / exumar
"especialmente no dialecto de Ibadan onde / h / e / w / são usadas intercambiando-se entre
palavras como" wú / hú "(germinar) e" wú / hú "(escavar / exumar).

"Ire" é um substantivo que é, por sua vez, um morfema de raiz que significa
"fortuna", "coisas boas" ou "tudo o que traz felicidade para alguém ou faz este alguém feliz".

"Wúre" é um verbo composto que significa "cavar / exumar a fortuna, coisas boas
ou algo que traz felicidade ou faz alguém feliz".

Com essa análise, a oração pode então ser definida na língua (Oòduà) como um
processo de trazer coisas boas ou fortuna que foi retirada do seu confinamento. Isto é feito
para extrair a fortuna da gaiola em que foi confinada e leva-la a uma pessoa que faz um
pedido ou precisa disso. A gaiola é "a terra e a mente de alguém". Acredita-se que "ìwúre" é
a mente, que compara a fertilidade da mente com a da Terra a partir da qual muitas coisas
boas podem ser extraídas (Raji, S.M. 1991: vi).

O processo de escavação da fortuna não é através do uso de um facão, enxada ou


pá, mas através da (s) súplica (s) em direção a Olódùmarè por meio de qualquer energia
chamada Imolè ou Òrìsàs (assim como Irúnmolè e Igbámolè / Òrìsà) eles são seus
mensageiros, com os passos apropriados a seguir estabelecidos pelos Òrìsàs que são
gravados em Ifá, que é a palavra sagrada de Olódùmarè enviada por todos os Imolès /
Òrìsàs.

Na segunda perspectiva, o primeiro morfema da raiz "wí" também é um verbo,


enquanto o segundo morfema "ire" é um substantivo. Isso passa por um processo
morfológico e fonológico que segue assim:

Ì + wí + ire = ìwí + ire

Por eleição vocal: "wí + ire = Ìwíre ou Ì + wí + ire

Por eleição vocal = ì + wí + ire = Ì + wíre = Ìwíre.


OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

"Ì" é um morfema flexivo que significa "algo que é usado para .........." ou "o ato
de "

Enquanto "wí" é um verbo (morfema de raiz) que significa "fortuna", "coisas boas"
ou "algo que traz felicidade a alguém ou faz alguém feliz".

"Wíre" é um verbo composto que significa "dizer coisas boas, dizer tudo o que traz
felicidade a alguém ou faz este alguém feliz".

Com esta análise, a oração será finalmente definida na linguagem Oòduà como um
processo de dizer coisas boas, dizendo tudo o que traz felicidades ou faz alguém feliz.

Esta segunda análise também pode impor sua definição derivada da primeira
definição devido à seguinte pretensão:

Isto é através da coalescência vocal que "wí" + "ire" se torna "wúre" ou "ìwí" + "ire"
torna-se "iwúre", por exemplo:

"Ì" + "i" = "ú".

De acordo com a pretensão, V1 + V2 = V3

Outros exemplos para apoiar esta pretenção no idioma são:

Pa + iró = puró

Sá + aré = súré

Além disso, algumas palavras que começam com "i" na linguagem padrão Oòduà,
começam por "u" no dialeto Èkìtì, bem como no Ìjèsà. Por exemplo, nesses dialetos "isu" e
"ilè" são "usu" e "ulè", respectivamente. Portanto:

Ì + wí + ure = ì + wúre = ìwúre.

Ou ainda,

Ì + wí + ure = ìwí + ure = ìwúre (por eleição vocal).

Em vista do terceiro termo "ìsúre", o primeiro morfema da raiz "sú" também é um


verbo, enquanto o segundo morfema da raiz "ire" é um substantivo. Isso acontece através
de um processo morfológico e fonológico que é:
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Ì + sú + ire = ìsú + ire, por eleição vocal Ìsú + ire = ìsúre

ou Ì + sú + ire

Por eleição vocal: Ì + sú + ire = ì + súre = ìsúre.

"Ì" é um morfema de inflexão que significa "algo que é usado para......... " ou "o ato
de.........".

Enquanto "sú" é um verbo (morfema de raiz), que significa "fortuna / coisas boas /
coisas que trazem a felicidade a alguém, que faz alguém feliz".

"Súre" é um verbo composto que significa "espalhar / difundir a fortuna, coisas boas,
algo que traz a felicidade a alguém ou aquilo faz alguém feliz".

Com essa análise, a oração pode ser definida na linguagem Odùduwà / Oòduà
como um ato de chamado ou ainda espalhar fortunas / coisas boas / tudo o que traz
felicidade a alguém ou faz alguém feliz, que será obtido imediatamente ou no futuro.

Com a explicação até agora, a oração é "ÌWÚRE", "ÌWÍRE" ou "ÌSÚRE" na língua


Oòduà, este é o processo de chamar, dizer ou propagar (com o objetivo de colher) as coisas
boas ou tudo o que traz felicidade para alguém ou faz alguém feliz. É importante notar que
essa coisa que faz uma pessoa (o suplicante) ser feliz pode incomodar outra pessoa ou
inimigo do suplicante, porque uma oração por alguém pode ser a maldição para outra
pessoa ou o oponente.

Seguiremos aqui então falando do mito vivo na tradição oral que nos remeterá ao
início do tempos e à formação dos pilares do pensamento africano. Para os povos do
continente africano Deus possui muitos nomes, sendo Olódùmarè o nome mais antigo.
As partes que compõem o nome de Olódùmarè têm o seguinte significado: Ol' (Oni) =
senhor de tudo, parte principal, líder absoluto, chefe, autoridade, onipotente; Odu =
muito grande, recipiente profundo, muito extenso, pleno; Ma re = aquele que permanece,
aquele que sempre é presente (onipresente) ou Mo are = aquele que tem autoridade
absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e é incomparável; Mare = aquele que é
absolutamente perfeito, o supremo em qualidades. Olódùmarè é o ser superior dos
yorubás (Onisciente), que vive num universo paralelo ao nosso, conhecido como Òrún,
por isso ele é também conhecido como Àjàlórún e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", ou seja,
Senhor ou rei dos nove reinos.
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

De acordo com o corpo literário do Ifá e a tradição africana Olódùmarè criou o


céu e a terra, domina as leis da física e assim governa o universo. Neste contexto
consideramos Orunmilá como a primeira divindade criada por Olódùmarè. Dizem os mitos
que ele é quem testemunhou toda criação, a formação das galáxias, estrelas, sistemas solares
e planetas e por conta disto tem o título de Elérí Ìpín - "o testemunho de Deus'', Ibìkéjì
Olódùmarè - "o vice de Deus", Gbàiyégbòrún - "aquele que está no céu e na terra", Òpitan
Ìfé - "o historiador da cidade de Ìfé". Segundo Abimbola (1977, p. 1), o yoruba acredita que
Ifá (também conhecido como Orunmilá) foi um das quatrocentas divindades que vieram do
Orun (céu) para Aye (terra). A partir destes conceitos consideramos a importância e
competência de Orunmilá bem como sua responsabilidade com Olódùmarè.

Segundo os mitos Olódùmarè passou e confiou de maneira especial toda a


sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados
e não habitados à Orunmilá, que passou a ser o representante de Olódùmarè que, em
seguida, criou os Irunmolés (luz que tremula) que são aqueles que habitam o universo do
cosmo chamado de Orun, (céu ou cosmo para os yorubás aonde existem nove reinos, ou
seja, nove sistemas planetários como o nosso). Estes somam em número quatrocentas
divindades que habitam o lado direito do criador. Olódùmarè também criou os
Igbamolés (luz muito antiga) tidos como o lado esquerdo de Olódùmarè e que
representam duzentas divindades, conhecidas como não humanos cuja força é respeitada e
contam os mitos que suas forças suplantam as forças de outras formas de vida. Segundo
Ademola (1991), estas divindades por sua vez viveram na terra por milênios e depois foram
destruídas com a terra. Os Igbamolés são conhecidos do povo Ewé tendo ligação através
dos cultos aos Orisas Osalá, Obaluaye e Nana Buruku.

Na tradição africana dizem que as quatrocentas divindades da direita de Olódùmarè são


masculinas e as duzentas divindades da esquerda são femininas sendo também conhecidas
nesse contexto feminino as divindades-filhas chamadas de Eborás (“Ebó” aquele que
mantém o “ara” – o corpo da pessoa ou o que sustenta a vida) ou Orisas. Os mesmos são
energias da natureza que participam da criação e são tidos como seres encantados. Os
Eborás compreendem todos os orisas exceto Osala, Orunmilá, Olorum e Olódùmaré.
Segundo Santos (1986), “entre esses Eborás temos Esu, que pertence tanto aos Irunmalés da
direita quanto aos da esquerda, pois serve de veiculação da força imaterial divina, o axé,
entre os Orisas e os Eborás, ‘intercomunicando todo o sistema’” (SANTOS, 1986, p. 75).
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

De acordo com a citação acima Esu pertence ao grupo dos Eborás, esta divindade
de grande expressividade e função dentro da adivinhação ou ciência do Ifá onde se
destacam os seus arquétipos de significados e simbolismos no tabuleiro como mensageiro
de Ifá- Orunmilá.

Quando se diz quatrocentas divindades da direita e duzentas da esquerda não


podemos deixar de atribuir mais uma presença, que é a de Esu que também é tido como a
divindade que caminha entre mundos, o mundo dos Irunmolés, dos Igbamolés e o Aye
(terra). “Esu é uma das divindades iorubás, considerada o olho que tudo vê, o mensageiro
divino entre mundos e detentor do asè (poder divino) com o qual Olódùmarè criou o
universo e manteve as suas leis físicas” (IDOWU, 1962, p. 19). Esu também significa para os
yorubás, a ordem, disciplina, organização, comunicação, equilíbrio mental e emocional,
tolerância, paciência. Sendo que ele foi criado por Olódùmarè para ser o guardião protetor
de toda essência emocional que o ser humano precisa ter para ter sucesso, equilíbrio, alegria
e satisfação na vida. Nesta a divindade Esu se tornou o mais humanizado que existe.

Para outros a união de forças dos Irunmolés com os Igbamolés geraram os Orisas
desenhando na visão geral a compreensão que existe uma descendência genealógica que
veio na totalidade de quatrocentos do Orun (céu ou cosmo na compreensão iorubá) para o
Aye (terra) e se destacam na origem dos ancestrais da humanidade na visão iorubana assim
como a concepção da vida e tudo que permeia a mesma. Esse discurso é de suma
importância para o entendimento iconográfico dos tabuleiros de Ifá e diante deste conceito
se torna possível explicar quem é Ifá. O mesmo é o texto sagrado de Olódùmarè para a
humanidade, foi cedido a Orunmilá, tido como primeira divindade que habitou os dois
mundos. Na figura 1 temos o exemplo da árvore genealógica de Olódùmarè. Contam os
mitos que os primeiros sacerdotes dos povos da África foram discípulos de um sacerdote
ancestral, considerado o maior dos sacerdotes chamado de Shetilu que foi entronizado
como depositário de todo conhecimento de acesso ao divino através de Orúnmìlà e dele
vieram os herdeiros do conhecimento chamados de primeiros discípulos de Ifá, na cidade
de Ile-Ifé, conhecidos como Akoda e Aseda, que viajaram e levaram os ensinamentos e a
forma de comunicação com as divindades.

Shetilu segundo Johnson (1921, p. 33) era cego de nascença e cresceu com
extraordinária capacidade de adivinhação. Com a idade de cinco anos ele tinha a fama de
ter começado a predizer com exatidão os eventos. A trajetória de Shetilu envolve a
migração do mesmo da área de Nupe (noroeste da cidade de Oyó) por imposição dos
inimigos de religião tradicional que não gostavam das suas habilidades. Ele fugiu através do
rio Níger indo parar em Ile-Ifé.
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Durante a estadia de Orunmilá na terra, através da vontade de Olódùmarè, ele


participou da criação da terra e do homem e foi quem auxiliou o homem em seu dia a dia;
portanto, foi nesse paradoxo que surgiu o caminho de se suprir a necessidade humana,
através da consulta ao Ifá, por parte do sacerdote, com o fim de auxiliar os adeptos ou
somente consulentes. Ifá é a estrutura de formas de pensamento dos povos yorubás e
também está presente em etnias mulçumanas. Na África ele não é somente um tratado
alegórico e filosófico, funciona também como a ontologia e antropologia de um povo,
representa o próprio divino criador e toda sua genealogia que permeia a vida e permite-se
ser tocado pelo ser humano como o Deus acessível, o próprio Arkhé. Ifá é quem detém o
conhecimento sendo o primeiro porta-voz de Orunmilá. “É por isso que o nome dele de
louvor é Akerefinusogbon,a pequena, aquele cuja mente está cheia de sabedoria”
(ABIMBOLA, 1977, p. 1).

Os povos yorubás seriam os iniciadores e iniciados neste conhecimento, segundo


Bascom (1969). A prática de Ifá também pode ser encontrada entre os Fon da República do
Benin. De acordo com Maupoil (1988), temos também a palavra fá ou fa’lun que significa
sorte, augúrio, e Mujarrib El Fal é aquele que prevê o futuro, adivinho. Hoje sabemos que
sua cultura se encontra difundida em diversos países, principalmente naqueles que
escravizaram os povos africanos.

Os sacerdotes de Ifá são conhecidos como Babalawós que significa detentores do


segredo. Eles são considerados discípulos de Shetilu ou sacerdotes de Orunmilá, que
representam o mesmo no Aye (terra), valendo-se da consulta ao oráculo divino. O corpo
literário do Ifá-Orunmilá compreende 1.600 mitos em forma de parábolas que mostram
todos os conhecimentos e sabedorias nas profecias deste, que não representam só a profecia
e sim um meio de comunicação com o metafísico para suprir através do conselho do seu
porta-voz, o Babalawó, a necessidade do adepto ou daquele que deseja somente se
consultar.
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Figura 1 - Genealogia de Ólodùmarè

ÈSÙ

OLÓDÙMARÈ

Forças da Mão Esquerda Forças da Mão Direita


Destrutivas Construtivas

AJOGUN 200 +1 ÒRISÀ 400 +1


Os oito Senhores da Guerra Egúngún-Ancestrais
são: Orí- Cabeça Interior|
Ikú- Morte Àjé destino pessoal
Àrùn- Doença Aka Eleye
Òfò- Perda Aka Eníyán
Ègbà- Paralizia Ènìyàn-Humanos
Òràn- Grande Problema Natureza- Árvores, rochas,
Èpè- Curso/Luta plantas etc...
Èwòn- Prisão Animais
Èse- Soma de todas as
aflições

O mesmo corpo literário delega e exige o conhecimento e o saber do Babalawó quando se


trata de absorver o entendimento e aprendizado de 256 versos odúnicos, onde cada verso é
composto por mais 16 subversos, exigindo do Babalawó a memorização por comparação e
derivação de onde fica subentendida uma matemática binária. Desta forma o mito na cultura
africana é o legado do conhecimento ancestral. Para cada um dos 256 Odús (destino) tem
narrativas extensas (em prosa ou poema) sobre a vida dos Deuses, humanos e animais na
visão cosmológica (ABIMBOLA, 1977).
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Remontando ao que foi supracitado sobre os mitos e a concepção divinal da


tradição africana temos a dizer que não se busca nos mitos fazer afirmativa, mas ascender
conhecimento da humanidade e também o mais importante à concepção da base da
Inteligência que é aprender a filosofar. Consideramos que isso é importante para a cultura e
educação brasileira, dadas as circunstâncias do nosso pertencimento. Portanto, os mitos são
responsáveis dentro da cultura do educar africana como forma de entender para aprender,
mas com uma peculiaridade inerente a essa tradição que busca através das suas descobertas
uma forma de contar e fazer memória, é um dos meios do educando africano se auto
desenvolver com o censo do filosofar através da lógica. Este é o meio genealógico da
tradição africana de educar dentro da coletividade para formar a individualidade dos seres
responsáveis e integrados no sentimento coletivo do bem viver, chamado de base filosófica.

COSMOS
YORUBÁ
OUROBOROS
ÌWÚRE A EFICÁCIA DA ORAÇÃO À FORÇA SUPREMA

Os mitos e versos (Itans) é uma forma de diálogo interdisciplinar no qual a cultura


interage com as informações e aprendizados, ou seja, não se trata somente de um
entretenimento, é o veículo que ajuda a estruturar a sociedade africana que flexivelmente se
adaptou de forma atemporal na sociedade contemporânea, moderna e pós-moderna.
Dentro desta analogia podemos dizer que o entendimento do educando enquanto forma
de organizar o pensar é o ato de filosofar como forma de questionar, comparar,
experimentar e deduzir o que foi ouvido; podemos então compreender que o filosofar é o
ascender do educando à personalidade crítica. A indução quando alimentada dentro do
educando se condiciona a buscar respostas para a criticidade frente ao desejo pelo bem
viver em harmonia com o meio em que vivemos.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Capítulo 2
A ESTRUTURA DO PENSAR
FILOSÓFICO DE IFÁ
Nos mitos, parábolas e adivinhas da tradição africana percebemos que existe um
pensamento subjetivo e a reflexão apresenta um processo de análise dedutiva e indutiva
que implica em analogias e processos empíricos de coletas de dados para posteriores
avaliações sobre fatos de vida do ser humano e da natureza.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Falar de pesquisa na tradição do Ifá é remeter a uma ciência cosmovisionária que


desenvolveu uma técnica de tratamento dos dados de origem egípcia e ao longo dos
tempos se manteve por meio da oralidade sendo todo conhecimento adquirido pela
tradição do Ifá, codificado por meio de parábolas, enigmas e signos odúnicos (Odús).

Os princípios instituidores do pensamento filosófico africano pensam o ser


humano racional como descendente divino de Olódùmarè, ligado ao cosmo metafísico.
O universo da filosofia do Ifá se fundamenta na compreensão de formas de energias
inteligentes que se manifestam em tudo que é material e imaterial.

Essas inteligências são tidas como proposições de acontecimentos que marcam


começo, meio e fim de tudo que está na terra e no universo. Para a filosofia
africana as energias se aplicam ao todo e à parte e coexistem de formas diferentes que
se manifestam na vida e a chamamos de Odús, que para os adeptos presidem a vida
das pessoas através de presságios (anúncios). Odú é a inteligência que tudo transforma ou
que tudo pode transformar e de acordo com Costa (1995) Odú é “inteligência viva”. Enfim,
Odús são proposições de acontecimentos que levarão a um destino.

A filosofia provinda de Ifá nos deu como legado uma ciência codificada; a mesma
continua avançada como padrão de raciocínio binário. É o tratado mais antigo que
remonta à forma como o homem raciocina e externaliza as coisas. Trata-se da maneira
como o homem analisa o universo e o meio em que vive e também como ele deve tratar
esse meio de forma que continue cíclico (renovação).

Faz-se necessário afirmar que as sociedades africanas estão sempre relacionando


todo corpo existente e não existente, o mundo visível e invisível, a energia vital, que pode
ser compreendida de acordo com a cultura bantu nas citações abaixo:

O banto, em resumo, distingue o “existente imóvel” (minerais), o


“existente assimilativo” (vegetais), o “existente sensitivo” (animais); o
“existente inteligente” (a pessoa humana), o “existente com inteligência
desencarnada” (o antepassado) e, por fim, o Preexistente (Deus) (KAGAME,
1976, p. 186-256).
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

O mundo visível está integrado por forças pessoais e impessoais. A força pessoal
é o homem, centro da pirâmide por ser o único existente ativo inteligente capaz
de aumentar a sua vida e de dominar as forças inferiores. Toda criação se
centra na pessoa humana. Todos os seres estão destinados a realizar com
plenitude a pessoa humana, centro do sistema. “O homem é a força suprema a
mais poderosa entre os seres criados” (TEMPELS, 1965, p. 66).

É do princípio de como o ser humano forma ideias sobre as coisas que ele passa a
perceber suas potencialidades ou habilidades de combinar, comparar, identificar, deduzir e
materializar algo. São padrões concebidos há milênios de forma binária, que sabemos hoje
ser a forma como o cérebro raciocina.

A função da filosofia africana se aplica na necessidade de estarmos em contato


com a natureza e o universo, compreendê-los, interagir, com o que entendemos e não
entendemos dentro subjetividade metafísica. Ela se fundamenta e se estrutura em ensinar o
ser humano a buscar resposta em virtude do contato e relações com todas as coisas, a fim
de que através das ações e contato dos mesmos elas se renovem no seu ciclo natural de vida,
ou seja, se torne cíclico. Enfim, toda ação ou meio criado ou adotado deve dentro
desta filosofia valorizar a vida e a memória como a regra para perpetuar através da
renovação (Àtúnwá).

A memória na filosofia africana é o maior bem que ajuda a renovação


(ciclicidade), pois nela está o orgulho de pertencer a uma tradição milenar, é tida como
a biblioteca viva e renovável, movida pela prática da oralidade. Ela é além de um padrão
binário de comparações e identificações a forma de liberdade do pensar e criar de acordo
com o que temos de conhecimentos adquiridos, ou seja, memorizados.

Dentro dessa filosofia nada morre, simplesmente deixa de ter um corpo, nada é
intocado, seja divinal ou ancestral. Nessa filosofia nada é impossível porque a
mesma se baseia em princípio na mutação, renovação e transformação, nessa
filosofia nada é inimaginável que por isso se tornou divinal a ponto de não ser tocado.
Não podemos deixar de dizer que na filosofia do Ifá a renovação é uma forma de
agregar os conhecimentos dos ancestrais, também é a forma de manter a memória e
se tornar memória a fim de se ter raízes, tronco e os galhos da árvore genealógica da
vida bem estruturada. Em outras palavras renovar não significa, para a tradição e
filosofia do Ifá, esquecer seus ancestrais e suas memórias.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Na representação dos pensamentos sintetizados em frases ou em mitos podemos


ter a designação numérica binária que foi e é uma forma de codificação da ciência
filosófica do Ifá. A maneira como os padrões estão representados binariamente é
semiótica, ou seja, através de signos, sendo estes formados cada um por dois elementos
de um grupo de quatro que são conhecidos como terra, fogo, água e ar, citados
posteriormente como estruturas dos signos dos Odús.

Devido à natureza da representação binária e estrutura dos quatro elementos é


que os Odús existem em 256 formas de inteligência conhecidas e podem ser
consultados na adivinhação por meio do Ifá e jogo de búzios. Ademais os textos sobre
os Odús discorrem sobre os seus significados em forma de presságios que
consequentemente estão codificados em forma de parábolas que muitas vezes
requerem conhecimentos de base sobre a dinâmica do processo civilizatório africano
para interpretar a verdade dos fatos, atos estes que resumem o que poderemos chamar
de filosofar para a vida. “A religião é ao mesmo tempo conhecimentos, ciência natural,
iniciação à arte, história, divertimento e recreação, uma vez que todo pormenor nos
permite remontar à unidade primordial” (Bâ, 2010, p. 169).

É importante falar sobre os Odús que estão expressos nos versos odúnicos. Estes
estão divididos em duas gerações: os Olodus ou Odùs Agbas sendo estes os dezesseis
mais velhos e os únicos que habitaram o Orum (céu ou cosmo para o yorubá). Em
seguida temos os Omo-Odús que representam os 240 Odús que nasceram no Aye
(terra) e foram gerados pela união aos pares de cada Olodu; sendo assim, são Odús
conhecidos como filhos e são tidos como aqueles que contribuíram com ciclos naturais
de acontecimentos e desenvolvimento na vida dos seres humanos.

Os Odús (Olodús) carregam dentro de si a energia, matrizes que contribuíram com


a formação de vida na terra. Os Odús que abrangem os geradores e filhos são mais do
que energia da natureza, são forças cíclicas de renovação e presidem na adivinhação
ou ciência do Ifá os pré-destinos de acordo com o livre arbítrio de cada ser humano.
Esses Odús vão ser consultados dentro da tradição do Ifá pelos Babalawós através
dos jogos de adivinhação conhecidos por Merindilogum, Ikins o Òpèlè Ifá, para
definir quais são os presságios no caminho do consulente e os conselhos a serem dados.
Através do Merindilogum conhecido no Brasil por jogo de búzios o Babalawó na
Nigéria se utiliza dos búzios numa peneira redonda ou esteira para fazer a consulta que
é no chão e com os Ikins (Caroços de dendê).
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Através de movimentos entre mãos com os caroços se determina pelas sobras em


um símbolo par ou ímpar que veremos mais adiante ser riscado no tabuleiro sobre
um pó chamado Yerossun. Os mesmos traços serão marcados quando o Babalawó
consulta o Òpèlè Ifá que é um colar com nozes de palmeira (Mangifera gabonensis).
O colar de Òpèlè Ifá é também, assim como os búzios, consultado pelo Babalawó
sentado sobre uma esteira.
A interpretação do Babalawó exige dele uma iniciação no culto religioso
e na tradição que pode demorar muitos anos. Nesse ínterim ele se submete a estágios
probatórios que irão ajudar a definir com o passar do tempo um grau como título e
responsabilidades a serem assumidas. Nesse processo a interação do iniciado exige
dele conhecer 4.096 Itans (versos de Ifá) que falam de mitos, e todo tipo de relação
com a natureza e tudo que existe nela. Os Itans também falam de Olodumare e
toda sua criação e nesse contato passam a conhecer tudo que está codificado nos
Odús.

O corpo literário do Odú é também interpretado através de ideogramas sagrados,


os mesmos são formas gráficas específicas de cada Odú que os sacerdotes riscam na
interpretação do que Orunmilá, “a fala que vem do céu”, revela ao sacerdote. Os
ideogramas e suas derivações vêm de encontro às representações e referências
simbólicas, estéticas e semióticas que podem estar representadas nos tabuleiros
ligadas ao ontem, ao amanhã e ao hoje, são os presságios que sugerem as
afirmações e probabilidades de acontecimentos na vida dos seres humanos e
também podem estar presentes na arte africana ligada a forma geométricas fractais.

Podemos presumir que os destinos são descritos pelos presságios trazidos pelos
Odús e se apresentam como possíveis probabilidades de caminhos, que muitas vezes
não foram imaginados pelo consciente, mas seguidos pelo inconsciente do ser humano
de acordo com a hereditariedade e a lei de atração e repulsão que exercemos em
contato com o universo. E os mesmos podem se tornar conhecidos e mudados
como for necessário através do Babalawó que detém o conhecimento sobre Ifá e
desenvolve a habilidade binária e de memória para se tornar porta-voz dos
conhecimentos e mistérios da vida segundo a tradição africana do Ifá.

Odú é a forma básica do conhecimento e da dinâmica desse conhecimento. Assim


entendemos os Odús como a inteligência do saber para se equilibrar com a vida. Os
dezesseis Odús principais são estruturais no campo do pensamento dentro da
cultura africana que comporta várias ciências ou várias áreas do conhecimento.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Para a tradição africana do Ifá os seres humanos são indivíduos integrantes


da natureza e dependem do equilíbrio através da harmonia, para manter a vida
sendo esta harmonia a base da hermenêutica do bem viver, que na filosofia africana é a
forma de tocar e interagir com o divino. Conforme Epega (1987), o povo yorubá
afirma que os Odús são originados de Orunmilá em Ile-Ifé, são milenares e similares
a outros signos usados em diversos lugares da África, como Egito, Líbia, Senegal, Futa e
os Estados Haussá.

A importância de se comentar os Odús e sua genealogia serve para entender que


deles decorrem 4.096 versos que traduzem conhecimentos sobre os presságios.
Esses presságios estão descritos nos versos de Ifá (Itans), parábolas e mitos. Desta
forma podemos perceber até aqui que através da cultura oral e do que foi supracitado
se desenvolveu uma forma de codificar o conhecimento através dos signos que são
combinações dos elementos da natureza para explicar sobre os conhecimentos acerca
de tudo que está à volta do ser humano.

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA
TRADICIONAL DE IFÁ

A filosofia do Ifá começa a se moldar através dos princípios que obedecem ao


desenvolvimento de ideias com base na lógica binária de interpretação do Odú em
face aos fenômenos naturais bem como aos fatos do cotidiano dos seres humanos. A
forma de raciocínio concebida por Orunmilá 6.000 anos atrás contempla o
raciocínio binário como o meio pelo qual o cérebro desenvolve e amplia suas
potencialidades. A filosofia detalha codificadamente a estrutura do pensar inter-
relacional em relação a como tudo que compreende as formas da natureza e vida,
seja material ou espiritual, está relacionado aos fatos e acontecimentos do dia a
dia.

Os princípios do pensar filosófico africano se baseiam nas premissas lógicas de que


o par e o ímpar podem se unir e também formar outro elemento considerando que os
dois podem ser opostos ou diferentes entre si. Poderíamos interpretar que o
masculino e o feminino podem se unir e dar vida a outro elemento; logo, os dois são
diferentes, dentro da lógica esta seria uma premissa verdadeira.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Mas devemos atentar que esta premissa atende somente à condição sexuada,
mas também existe a condição assexuada na qual um organismo adulto (matriz) se
multiplica, originando descendentes com características genéticas idênticas, que
também se explicam pelo princípio da bipartição onde um se transforma em dois e dois
vão gerar mais dois. Também é possível o raciocínio que parte do ponto de vista que
no princípio de tudo havia as energias geradoras e criadoras e as mesmas compõem o
universo sendo que as criadoras seriam os Odús. Seguindo este conceito a energia
criadora assume o papel de fecundadora. Seja de acordo com o princípio anterior
(assexuado ou sexuado), ou não, o critério para que haja geração de vida por parte
do órgão gerador é que deve haver um equilíbrio do organismo com o meio no
qual se vive.

Dentro da tradição do Ifá o equilíbrio natural só é possível quando atende


ao
critério da ciclicidade. A mesma significa o intenso movimento da vida (energia vital) que
deve estar em constante renovação atemporal que só é possível através do ganho e perda
do corpo físico, da importância que envolve o mistério da vida de cada indivíduo
(evolução), a reprodução e principalmente o significado e importância de tudo para o meio
no qual vivemos seja de valores ou renovação.

Toda estrutura do filosofar através do Ifá está fundamentada nos quatro


elementos da natureza (terra, fogo, água e ar); só através deles é possível a concepção
do plano físico em que vivemos como manifestação de toda forma de vida ou matéria
e dentro deste conceito preside todas as combinações possíveis dos quatro elementos
que darão forma à vida e somam-se no total de 256 proposições que chamamos
de Odús. Daqui em diante para entendermos a filosofia é necessário estudar as
combinações no mínimo dos dezesseis Odús principais.

As combinações dos quatro elementos da natureza são exemplificadas por


símbolos aos pares que chamaremos de Odús; os mesmos sugerem muitos significados
que nos levam à compreensão da evolução dos seres humanos bem como à
organização cognitiva do raciocínio binário que nunca separa o pensamento subjetivo
do lógico dentro da tradição africana.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

A representação é garantida pela função simbólica, mas só é


desenvolvida no contexto social, uma vez que nasceu, no decorrer da filogenia
da espécie, justamente como forma de contato entre os membros de uma
comunidade. “As mesmas causas que fizeram do homem o animal social que ele
é, deram-lhe também a aptidão para formar representações.” (WALLON,
1942/1970, p. 190).

Toda representação simbólica dos Odús assim como sua tradição é filogênica, mas
com extrema importância no desenvolvimento do raciocínio humano uma vez que
raciocinamos binário; é também a estrutura de base sólida do pensamento filosófico
africano. Para entendermos todos os versos, poemas, palavras e mitos,
precisamos compreender os princípios simbólicos do pensamento que nascem de dois
sinais verticais que seguem:

I II
Um único sinal vertical representa a expansividade e dois sinais paralelos e
verticais representam a contração. O símbolo (ideograma) ímpar é decodificado como
aquele que se remete a energia criadora explicada anteriormente como
fecundadora e a mesma poderá ser simbolizada como masculina, que assume o
caráter expansivo. O símbolo (ideograma) par é decodificado como aquele que se
remete a energia geradora, ou seja, aquela que foi fecundada gerará o corpo para a
vida poder habitar e representa a contração. É importante dizer que o sexo é
somente figurativo nessa interpretação a fim de entendermos os princípios da
Filosofia de Ifá, pois a questão transcende gênero.
“O Pai é o Vazio
A Mãe, as ondas O
Filho, a Matéria

A Matéria acasala com a Mãe


E seu rebento é a Vida, Uma Filha

A Filha é a Grande Mãe


Que com seu Pai/Irmão a Matéria tomada por amante
Deu a Luz ao Espírito”
-Gary Snyder-
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Na origem da criação do cosmos surge uma primeira força, princípio da explosão


criadora do universo. Esta força chama-se ÌWÁ e é equivalente ao princípio do Big-Bang da
Física. Desta força original desenvolve-se uma contraparte complementar, o princípio
equilibrador do Ìwá, cujo nome é ÀBÁ. Comparando com os princípios originais de outras
religiões o Ìwá serio O Pai e o Àbá seria A Mãe (ou Espírito Santo).

Da união de Ìwá com o Àbá, surge a energia intermediária, que a tudo liga e
movimenta em sua função equilibrante e dinâmica, seu nome é ÀSE. Se Ìwá é o Pai e
Àbá a Mãe, o Àse é o filho.

ÌWÁ I I I ÀBÁ

III
ÀSE

Por causa da relação entre Ìwá, Àbá e Àse, a encruzilhada de três caminhos é
considerada sagrada na magia Yorùbá. Ela é o ponto de encontro na terra, dos três
princípios básicos do universo. Seu equivalente como ascensão ritual são as árvores que
de um único tronco se desdobram para cima em três galhos.
Desta trindade original, surgem as forças OFÚ e OSA. Estes são equivalentes aos
conceitos orientais de Yang E Ying. Ofú e Osa são modulações energéticas, e suas
nuances são aplicadas a todos os movimentos da natureza. São dois polos opostos, que
em igual proporção são responsáveis pelo equilíbrio. Um polo tem valor igual ao seu
polo oposto, que lhe é complementar e necessário. Quando o equilíbrio entre os dois
se altera, ambas as partes revelam seu lado destrutivo e maléfico. Ofú e Osa compõem
o universo e são vistos de uma forma circular, contínua de movimento, uma vez que
nada é estático e todo equilíbrio é dinâmico, este circulo na verdade é a Espiral,
símbolo por excelência do movimento equilibrado e benéficos dos polos Ofú e Osa.
Ofú é o calor, luz, expansão, é o princípio inicial do que ainda vai ser fogo (por isso é
Luz). Osa é o frio a ausência de luz, trevas, contração, é aquilo que ainda vai ser água
(por isso é trevas- e sem o menos sentido negativo nesta palavra), é o aspecto feminino
presente nas mulheres e nos homens.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Sobre os elementos em si e por si, na presença de Luz ou na sua ausência, são


manifestação de um único elemento que em yorùbá chama-se Ìmólè.

Ìmólè é a origem da criação dos elementos, por isto este é o elemento mais
importante e poderoso de todos, ele é a origem, o fundamento de todas as coisas e de
toda a criação. Em resumo, este elemento é a esfera primordial. Ìmólè é isento de
tempo e espaço. Ele é o não criado, o incompreensível o invisível. Ele é a quinta força,
a força que contém tudo o que foi criado e que mantém tudo em equilíbrio. É a origem
e a pureza de todos os pensamentos e idéias, mas do que a luz em si, chamada pelo
nome de Ìmò ( a qual desta forma estaria ligado a Ofú, em equilíbrio com a escuridão
da força de Osa), Ìmólè é a ação superior da rotação entre a luz e as trevas, é o
equilíbrio e a origem de tudo, dai sua transliteração mais apropriada de iluminação.

Os materiais que canalizam o poder de Ìmólè para os rituais são:


Sangue e esperma (por serem as arcas do corpo onde este elemento está presente).
Animais deste elemento: Ser humano e insetos.

Seguimos a interpretação dos sinais informando que o símbolo ímpar (masculino)


se refere a dois elementos da natureza que no caso identificaremos como ar e fogo
sendo que estes estão ligados aos orixás considerados masculinos chamados dentro
da tradição Ifá de Okunrin, descendentes dos Irunmolés, “Luz que tremula”, citados
anteriormente como aqueles que habitam a direita do divino Olodumarè.

Os elementos assumem significados que serão as bases do pensamento, ou seja, os


princípios do pensamento filosófico e começando pelo elemento ar podemos dizer que ele
significa o pensamento, o intelecto racional lógico e subjetivo ligado à busca pela evolução, o
futuro e o planejamento do mesmo. É representado simbolicamente por um elemento ímpar
sobre o par, sendo considerado masculino porque o elemento ímpar sobrepõe o par.

Veremos abaixo as informações mais detalhadas do elemento ar:


OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

1
Elemento AR

Atègun é ação da força Ofú atuando sobre Osa, por isto o ideograma que representa
o Ar na magia yorùbá é: Ofú I atuando sobre Osa II
O ar possui uma posição intermediária entre o fogo e a água, assim como o Àse,
possui uma posição intermediária entre o ìwa e o Àbá. Da forma como o ar possui
efeitos alternados dos elementos passivo a ativo do fogo e da água, o ar é o elemento
em que se baseia toda a vida criada, pois é este movimento entre os pólos e o fogo e a
água que pode possibilitar a criação da existência. Em seu papel intermediário, o
princípio aéreo assumiu do fogo a característica do colar, e da água o da umidade.
Sem estas duas características a vida não seria possível, além disso elas também cedem,
ao ar duas polaridades: em Ofú o ar é a grande força doadora de vida, e em Osa é a
força exterminadora.

Elemento Ideograma Ocidental Ideograma Yorubá


I
II
Temperos: Folhas ou cascas de avelãs, zimbro, flores ou folhas de rosas
e sementes de coentro.
Como força Ofú do ar: A atmosfera da Terra.
Como força Osa do ar: O Sufocamento.
Folhas: Bambu, samambaia, lótus e folhas afins (de texturas finas e
ou/secas).
Cor: Azul Claro
Metal: Níquel.
Parte do corpo humano: Tórax.
Cabaça da Existência: Efun.
Ponto Cardeal: Sul.
Animais: Pássaros.
Lua Crescente.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Ofó´re (palavras de poder): Yoruba: Tradução:


Atégun, Bàbá aféfé, Ar, Pai dovento,
Omo òrò ìse, òfuurufú, Filho do verbo, ar da atmosfera
Yo mi nínú ibi Salve-me do mal
Ma je kó hun mí ahùn. Não permita que algo me prejudique.

2
Elemento FOGO

O segundo elemento masculino é o fogo, representado pelo elemento ímpar sobre


ímpar e significa a vontade, o envolvimento, a transformação e a manifestação do destino
pessoal. Tanto o elemento ar como o fogo inspira o caráter expansivo na humanidade.

O segundo elemento masculino é o fogo, representado pelo elemento ímpar sobre


ímpar e significa a vontade, o envolvimento, a transformação e a manifestação do destino
pessoal. Tanto o elemento ar como o fogo inspira o caráter expansivo na humanidade.

Inón é a ação da força ofú atuando sobre si mesma. Na medida em que Ìmólé é a
origem dos elementos, o primeiro elemento que nasceu do Imólè foi Inón (o princípio do
fogo). Este elemento como todos os outros, não age só em nosso plano material, mas em
tudo o que foi criado. As características básicas do princípio do fogo são calor e a expansão; é
por isso que no começo da criação tudo era fogo.

Cada elemento, inclusive o fogo, possui polaridades, a ativa e a passiva (Ofú e Osa),
a parte Ofú do fogo é construtiva, criadora e geradora, enquanto Osa é desagregadora,
destrutiva e exterminadora. |Sempre devemos considerar essas duas características básicas de
cada elemento. As religiões atribuem o bem ao lado Ofú (ativo) e o mal Osa (passivo), mas
em princípio bem e mal não existem, eles são conceitos da condição humana. No universo
não existem coisas boas ou más, pois tudo foi criado segundo leis imutáveis. Assim, é
justamente através destas leis que se reflete o princípio divino, e apenas na posse do
conhecimento destas leis é que podemos nos aproximar de Deus. O fogo emana à força do
princípio elétrico em todo o universo. Como veremos mais a frente, a força que representa
este princípio elétrico nascido do fogo no universo, é chamada de Odù Èjìogbè.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Os materiais que canalizam o poder do princípio do Fogo (Inón) para os ritos são:
Elemento Ideograma Ocidental Ideograma Yorubá

I
I
Temperos: Cebola, alho, pimenta, grãos ou sementes de mostarda.
Como força Ofú do ar: A luz solar.
Como força Osa do ar: A polvorá.
Folhas: Urtiga, cansansão, cambará, erva-tostão e plantas afins.
Cor: Vermelho
Metal: Cobre.
Parte do corpo humano: Cabeça.
Cabaça da Existência: Carvão vegetal
Ponto Cardeal: Leste
Animais: Animais de Sangue Quente
Lua Cheia.
Ofó´re (palavras de poder): Yoruba: Tradução:
Inón Inón mo júbà e e Fogo, fogo, meu respeito e reverência
mo jùbá Fogo, fogo meu respeito com pedido
Inón Inón mo jùbá e àgó de licença e mais reverência.
mo jùbá

3
Elemento Água

O símbolo par (feminino) se refere a também dois elementos da natureza que são
conhecidos como água e terra que se remete como dito antes ao significado de contração (retenção,
ligação e hereditariedade) e em Odú Ifá é onde preside os orixás Obinrin (femininos) ou aqueles
que ocupam a esquerda de Deus chamada Igbamoles, “Luz muito Antiga”.Ao nos referirmos ao
elemento água seu significado está atrelado ao lugar onde se iniciou a vida, de acordo com a
tradição africana foi no útero e no mar. Seu significado está ligado à formação da matéria como
parte do que a compõe e se repõe a fim de manter a vida; também está atrelado à lua como o
signo da noite que influencia diretamente os corpos femininos e as marés altas e baixas, ou seja, é o
elemento que assume papel agregador na filosofia do Ifá, pois a mesma sofre influências da pressão
atmosférica, assim como nós. Segue abaixo o símbolo ou ideograma do elemento água como sendo
feminino pelo fato de ser o elemento para sobrepor o elemento ímpar.
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Elemento Ideograma Ocidental Ideograma Yorubá


II
I
Temperos: Aveia, semente de tubérculos e folhas ou cascas de cerejeira.
Como força Ofú do ar: O orvalho.
Como força Osa do ar: Líquidos que contenham partes de materiais em
decomposição.
Folhas: Saião, Fortuna e plantas afins que contenham bastante água
dentro.
Cor: Azul escuro
Metal: Ferro.
Parte do corpo humano: Ventre.
Cabaça da Existência: Lama.
Ponto Cardeal: Oeste.
Animais: Peixes.
Lua Nova.
Ofó´re (palavras de poder): Yoruba: Tradução:
Omi ìmonlé másé mi Espírito da água não me faça mal.
Omi tutu, omi onòn A água refresca, a água refresca o
tutu caminho.
Omi oko tutu,omi iyè A água refresca a lavoura, a água
tutu refresca a vida.
Omi ìmonlé másé mi Espírito da água não me faça mal.

3
Elemento Água

Como último elemento “par” a terra tem significado simbólico feminino como elemento
que nos une (o coletivo) e para onde voltamos, representa a necessidade de voltar, reciclar e até
mesmo de nos tornarmos o alimento para outros que voltarão para ela; é necessário voltar para
renascer ou para outro renascer (a terra o alimenta para a vida e você a alimenta com sua morte).
OUROBOROS
A ESTRUTURA DO PENSAR FILOSÓFICO DE IFÁ

Como quarto elemento, a terra formou-se por último, pois através de sua
característica específica, a solidificação, ela integra em si todos os outros três elementos.
Foi justamente essa característica que conferiu uma forma concreta aos três elementos.
Ao mesmo tempo, porém foi introduzido um limite ao seu efeito, que resultou na
criação do espaço, da dimensão, do peso e do tempo. Em conjunto com a terra, o
efeito recíproco dos outros três elementos tornou-se quadripolar. O fluído na
polaridade do elemento terra é eletromagnético. Como todos os elementos são ativos
(vibram Ofú) no quarto elemento, toda a vida criada pode ser explicada. Foi através
da materialização da vida nesse elemento que surgiu a força poderosa da criação
universal.

Elemento Ideograma Ocidental Ideograma Yorubá


II
II
Temperos: Salsa (raiz, folhas ou sementes), tanchagem, flor de cravo e
melissa.
Como força Ofú do ar: Campos férteis.
Como força Osa do ar: Terremotos.
Folhas: Alfavaca, abacaxi, mamona, peregun e etc.
Cor: Morron
Metal: Ouro.
Parte do corpo humano: Pernas e pés.
Cabaça da Existência: Òsun
Ponto Cardeal: Norte
Animais: Preá, tatu, porco e animais que vivam em túneis em geral.
Lua Minguante.
Ofó´re (palavras de poder): Yoruba: Tradução:
Ìyá ayaba, ìya Mãe rainha, Mãe senhora da terra
Onílè Onílè mo Senhora da terra, os meus respeitos
júbà awo Mãe, mãe, mãe e senhora da terra.
Ìyá, ìyá, ìyá Onílè.

Ire o.
Ososegun Aye’la| Babarinde Ayoka Ifasowunmi
Presedente do Ifá Ìwúre Instituto Brasil

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