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A modernizagéo da América latina deve se fazer assim, prioritariamente, por um processo de reformas econémicas, As de ordem politica, de aprofundamento @ consolidagéio da democracia na regio nao seriam, nessa visio, indosejdveis; mas cortamente n&o constituem, como por vezes 0 discurso poderia fazer supor, pré-condigéo para obtengfo de cooperagao Internacional para 0 apregoado modelo de modemizacao. cla visdo economicista dos problem: O Consenso de Washington nado tratou tampouco de questées sociais como educagao, satide, distribuigdo de renda, eliminagéo da pobreza, mas sao vistas assim como as reformas polfticas, como decorrGencia natural da liberalizag&o econémica. E dificil, porém, por mais convicto que se esteja quanto as virtudes da absoluta liberdade do iniciativa, igncrar o alastramento da miséria na América Latina economicamente liberalizada. Para nao perder o controle do processo de reformas na regio, a burocracia internacional sediada em Washington - no FMI, no Banco Mundial @ no Bid - jé comega a se mexer e a considerar conveniente incorporar novos elementos, de natureza politica e social, aos de orem puramente econémica. © Banco Mundial sugere que para reduzir a miséria seja concedida ajuda vinculada a compromissos nacionais de medidas de combate a pobreza @ para levar a cabo as reformas sociais de que necossita a América Latina nao »0 voltaria, porém , a confiar no Estado, mas trtar-se-is de descentralizar ao méximo 0 setor pliblico pela municipalizagéo dos recursos oficiais e pela mobilizagéo das organizag5es ndo-governamentais, sabidamente estrangeiras om sua maioria. Para garantir a governabilidade e as reformas liberais, seria necessario, nada menos nada mais , que "desagregar o Estado” como Unica Miwlra de superar as burocraciasnacionais, entendidas como obstaculo por oxceléncia & modernidade. 2./). inadequagdo do diagnostico do Consenso de Washington: a yertladeira origem da crise econémica latino-americana Q_endividamento latino-americanio Marginalizada nos progiamas de ajuda externa do tempo da guerra fria, a América Latina se veria compelida a financiar os seus desequilibrios comercials @ 0 prdprio esforgo de desenvolvimento através de apelo ao mercado privado de capitais, a partir dos anos 70, A existéncia de uma grande liquidez internacional @ o aparecimento dos potroddlares, levaria a um nivel pouco prudente de endividamento, alam das perdas de reservas inteinacionais resultantes da desvalorizagao da moeda horte-americana e do choqyue traumatico dos novos pregos do petrdleo sobre a balanga comercial, Curiosamente, numa inversao total da atitude assumida um século antes, em 1890, quando os paises da regiéo recusaram proposta norte- americana de formagéo de “Unido Aduaneira das Américas’. A criagao do Nafta © consequentemente uma abertura de linhas de livre comércio entre os paises latino-americanos @ o Nafta ou os Estados Unidos , constituirgo uma séria ameaga as exportagées brasileiras de manufaturas para a América do Sul, nosso principal mercado de produtos industriais. 2 Criacdo do Estado e da Na To eficaz foi a mensagem que se tornou possivel a publica discussao, até nos meios de comunicacdo de solugées visivelmente comprometedoras da capacidade nacional de deciséo. Passou-se a admitir abertamente e sem nuances a tese de faléncia do Estado, visto como ineapaz de formular politica macrosconémica, e a conveniéncia de se transferir essa grave responsabilidade a organismos internacionais. Passou-se simplesmente a admitir como premissa que o Estado nao estaria mais emcondigées de exercer um atributo essencial da soberania, o de fazer politica monetaria e fiscal. Comegou a se por em diivida se teria o Estado competéncia até para administrar responsavelmente recursos naturais em seu territério, como no caso da Amazénia. No debate sobre a inflagao contemplam-se todas a sorte de renuincia & autonomia nacional. Admite-se desde a vinculagao formal da moeda nacional ao dolar, j4 em vigor na Argentina, até a pura substituigéo da moeda nacional pela moeda norte-americana. Sob a invocagéode slogans charmosos - globalizagao fransnacionalizagao - assume-se na América Latina, no discurso e na ago . postura de dependéncia externa virtualmente total. Diante da passividade latino-americana, nao hesitariam os participantes do Consenso em cheyar ao extremo de assemelhar a América Latina & Europa Oriental, como se as ditaduras locais pudessem ser realmente equiparadas ao titarismo do Leste europeu e como se o afinal modesto grau de estatizagao sé chegou neste nosso lado do mundo autorizasse identificar 0 modelo de organizayao econdmica que praticamos com o de planejamento, regulacgéo 6 gerenciamerito central da economia entdo existente nos paises comunistas europeus. A premissa subjacente a essa visdo neoliberal exaltada é a dogmatica afirmagao da existéncia, por um lado, de uma incompatibilidade intrinseca entre nacionalismo e livre mercado e, por outro, de uma correlagao necesséria entre liberalismo econémico e politico. / vis80 economicista do problema politico Embora se reconhega no Consenso de Washington a democracia e a economia ce mercado como objetivos que se complementam e se reforgam , nele mal se esconde a clara prefer6encia do seyundo sobre o primeiro objetivo. Ou seja, revela-se implicitamente a inclinagao a subordinar, se necess4rio, o politico ao econémico. fetal Acune.da divda externa das taxas de pros Of paises De um goips, com a siaita sievarho o mae a eee Com a Crise da divida latino-emeicana, 9s avtoridades de supervise banc4ria dos Estados Unidos passsrem a uma atitude de inflexivel cobranca do respeito fs normas de regutarSo da atividade bancérie a fim de restabelecer antes de tudo a solvancia do sistema A‘ Estrategia da divida'de 1982 Ao set instrumentada sob a supervisso do FMI, a estratégia da divida desejada pelos credores permitia que 0 organismo encontrasse uma nova missho, recuperando uma parcela do prestigio que havia perdido, primeira, em consequéncia da modéstia de seus recursos em face do crescimento do comércio intemacional e do surgimento do mercado de euromoeda, em seguida, principalmente, pelo colapso do regime de paridades foxas de cAmbio D. estratégia ivcial resultaria um sensivel fechamento dos mercados latino-americanos que seria , mais tarde, estranhamente atribuido 4e forma critica, a propésitos autéarquicas e de estatizagéo da economa brasileira, como se aquele fechamento n&o fosse produto dos esquemas de reescalonamento de uma divida contraida em fungao da inserg4o internacional que © pais havia aceito Critica que, além disso, no levava em conta que o grau de abertura de uma economia se deve calcutar também em fungdo da importancia do investimento direto estrangeso. Antecedentes esquecidos No passado, os credores tanto publicos quanto privados haviam assumido atitudes bastante mais flexiveis mas nunca lembrados pelcs economistas que se dedicaram ao estudo da divida latino-americana ou registrados nos documentos produzidos a esse respeito por orgamsmos internacionais ou por institutos especializados em pesquisa econdmica. Ao se ignorar essa nogao basica no caso latino-americano, seriam mars uma ve7 desconsiderados tanto 0 ‘problema orgamentario” quanto o chamado “problema de transferéncia". Os credores decidiriam, com graves consequéncias in‘laciondrias para os devedores latino-americanos, que cabia a estes ultimos resolverem sozinhos tais problemas Nos anos 60, a “estratégia da divida’ refletiia assim essencialmente as necessidade de recebimento dos bancos credores. Nao levaria em conta a capacidade de pagamento dos devedores e consequentemente, as tata com anscanet respectivas necessidades de desenvolvimento.Como resultado da estratégia welal dos credores @ do FMI, converter-se-iam os latino-americanos em portantes axportadores de capital. A estagnagao quando ndo a recessao, foi © alto prego page pelos latino-americanos para reescalonar suas dividas. A fim de adquirir as divisas necessérias ao servigo da divida externa, 0 govema, impossibilitado de aumentar a receita tributéria num clima de (ecess4d, for busear recurses-por processos inflacioacrios, diretamente pela emissdo de moada ou indiretamente por endividamento interno a curto prazo e taxas de juros altas. 9 Plano Baker A ia néo A seriedade da situagdo criada na América Latina (recessao com inflag&o) levaria a uma primeira revisdo, ao que se chamou de “Plano Baker’. Introduziu-se em 1985 a nogdo da necessidade de novos empréstimos para projetos de desenvolvimento, a serem concedidos pelos bancos privados no quadro de programas de financiamento do Banco Mundial para ajuste estrutural. Previa-se, igualmente, a idéia da conversao de débitos em agoes de empresas dos paises devedores. O Plano baker nao chegaria a decolar, mas resultou na introdugo do Sanco Mundial como co-gestor, com o FMI, dos esquemas de administragao da divida latino-americana. Condicionado ¢ tardio: o Plano Brady © insucesso do Plano Baker se evidenciaria no agravamento ainda ~aior da situago econémica na América Latina e na deterioragao adicional do seu peril de endividamento extemno. Em fins de 1988, surge o Plano Brady, caja nova estratégia substituiria 0 reescalonamento nas mesmas condigSes da contratagdo original pela nogdo de consolidago da divida antiga, mediante sua substituiggo por uma nova, a longo prazo e também reduaida. Essa redugdo se daria através de taxas fixas de juros inferiores as da divida antiga ‘ot por descontos no processo de sua novagao, de forma voluntaria para os t ‘os credores. O Plano Brady representou, sem duvida, um avango conseitual. Porém, chegou com atraso de seis anos e se mostrou bem modesto emtermas quantitativos. Q Piano Brady em ai O Plano Brady representa , de qualquer modo, guinada para melhor na estratégia de renegociacao da divida latino-americano e sua adogéo somente se da no momento em que os bancos norte-americanos, principais credores, ja haviam reconstituido suas reservas e diminuido sua exposigao em relagao aus mesmos. 0 que permitiria que o governo norte-americano pudesse voltar a ievar em conta os interesses de seus setores exportadores, inevitavelmente hegligenciados ne estratégia anterior. Em contrapartida 4 consolidagao da divida latino-americana a prazo mais longo e com um pequeno desconto, os Estados Unidos obteriam 4 ington abrangeu 10 reas: 1 dos gastos publicos, 3. reforma tibutania, 4 So francera, 5 "regime cambiah § (Deralizaydo comercial, 7 estrangero. 8 privatizagdo: 9 desteguiaydo, © 10 2 intstectual. As propostas do Consenso de Wastungion nastas 10 dreas converge para dos chyetives bésicos: por um lado, @ dréstica reduao do Estado e a coreséa do conceita de Nagao; por outro, 0 maximo de abertura 8 emportagao de bens e servigos e a entrada de capitais de rsco. Tudo em nome de um grende principio o da soberania absoluta do mercado autoreguidvel nas relagdes econémicas tanto intemas quanto extemas. Assoberania absoluta do mercado Apresentado como férmuta de modemizarao, o modelo de economia de mercado preconizado no Consenso de Washington constitui, na realidade, uma receita de regress3o a um padréo econémico pré-industr por empresas de pequeno porte e forneced: 7 iegéneos. Prega-se também uma economia de mercado que os préprios Estados Unidos tsmpouco praticaram ou praticam, além de ignorar completamente versdes mais sofisticadas de capitalismo desenvolvidas na nsenso de W: Europa continental e no Jap30. Este modelo ortodoxo de izissez-faire 6 uma ‘eceita ha muito superada e que pouco tem a ver com os modelos modernos Gs livre empresa que se praticam, ainda que de formas bem diferenciadas, no Prmeiro Mundo, A contradicao entre a pratica e 0 discurso se revela indiscutivel na érea © politica fiscal. Para justificar 0 encolhimento do Estado, invocam-se os excessos de regulamentagao, asfixiantes das forcas produtivas, sua ineficiéncia como empresério e sua irresponsabilidade fiscal, foco principal de inflagdes crénicas. A proposta neoliberal identifica corretamente o equilibrio das financas publicas como indispensavel ao combate a inflagdo. A ancora fiscal é sem duvida, fundamental para restabelecer a confianga na capacidade governamental de gerir a moeda. Fala-se em emagrecer o Estado para toma-lo mais eficiente. Mas 0 que parece se pretender, na verdade, é reduzi-lo a niveis to infimos que desorganizariam a maquina estatal e podem comprometer até @ Sua missao classica de provedor de seguranga contra ameagas internas a ordet: publica ou externas a integridade territorial. Sdo tantas as limitagdes que se desejam impor ao Estado, que este pareceria estar sendo abjeto de una estratégia de solapamento da Prpria idgia de nacdo, da qual o Estado hada mais é do que sua forma juridica organizada. Reuressividads e minimalismo tributénio Privatizar ou depnacionalizar? Muito defendida em nome da eficiéncia da gestSo privada dos negocios © privalizagéo @ também promovida em fun¢So de objetives fiscais de curio Prazo. Na realidade, do ponto de vista da retomada do desenvolvimento, mais valido seria canalizar os recursos do setor privado para os novos investimentos. No terreno da privatizagSo também se evidenciam incoeréncias entre o discurso e a aco. Em alguns casos notérios porém pouco comentados, no 9corre propriamente privatizagao mas apenas desnacionalizacéo Naquele caso, adotaram-se critérios muito nteressantes que talvez Pudessem ter valia na América Latina e merecem referéncia, em parboular a exigéncia de que 0 comprador se comprometesse a (1) fazer investimentos na meihoria das instalagSes e equipamentos e (2) manter o nivel de emprego Entretanto, a busca do aumento de produtividade nZo deve se dar unicamente pela redugZo da méo de obra, como tem ocorridonas privatizagies na América Latina, provocando aumento de desemprego que se toma inevilavel em clima recessivo. A abertura pela abertura —m favor da abertura a importagdes de mercadorias, invoca-se a ineficiéncia do protecionismo como alocador de recursos, como obstaculo eos interesses do consumidor nacional e como fator comprometedor das chances de uma inserg4o competitiva na economia mundial, vista como Unica forma de promover o desenvolvimento. Nao se leva em conta nessa argumentagao 0 carater oligopolista &> comécio internacional, nem o fato de que substancial Parcela desse comércio ja se faz intrafirmas, entre matrizes e Subsidiarias, nem se toma em consideragéo como a ma estrutura da distribuigao da renda pode afetar a propensao a importar. A Consenso de Washington sugere & America Latina a insercio no negociada, pela abertura unilateral e rapida de nossos mercados som levar om conta que as trocas comerciais sho cada vez mais reguladas polas praticas comorciais restritivas das multinacionais, Sua presungo pareceria a de que os paises latino-americanos teriam condigSes do compelir na exportagio de produtos primanos para os quais possuisem uma vocacfo natural e/ou em Produtos manufaturados sobre a base de mio-de-obra néio qualificada do baixos saldrios. Como se fosse possive! ou cesojdvel perpetuar vantagons comparativas baseadas numa situagSo socialmente injusta 0 economicamente retrégrada Comércio ¢ desenvolvimento A nogaio de que o crescimento econdmico seria em toda a América Latina essencialmente dependente do comércio exterior pode ser ainda mais indigesta se se considera que 0 modclo recomendado pode ser mais de importar mais para crescer do que propriamente de crescer pela via de ‘exportagdo. Tampouco ¢ correto dizer-se que a América Latina fechou-se a0 mundo por influéncia de idéias autarquizantes da Cepal A verdade 6 que , nos paises com grandes mercados internos , com economias de escala, no existiria uma necesséria correlagao entre crescimento econdmica e comércio exterior Nao haveria . portanto, porque nas resignarmos todos na América Latina a uma politica nos quais as expartagdes funcionam como motor do crescimento econémico A tese da plena liberalizagao tampouco se compatibiliza com a experiéncia dos newly industrialized countnes da Asia O éxito econémico desses paises, indiscutivelmente lastreados na iniciativa privada, nao é porém, atribuivel a politicas de abstengao do Estado Pelo contrario, um modelo de cescimento comandado peles exportasses pode muito bem exigir um forte apoio promocional do Estado. Um crescimento outward oriented pode, portanta, muito bem se realizar sem liberac&o comercial, sem abertura de Hiereado, mesmo negociada. Os paises asiaticos, entretanto, ainda que « divivados, souberam resistir & pressao dos credores ocidentais, seguindo tin pe_.ato préprio de desnvolvimento que esta longe de poder ser consideredo neoliberal. timentos estrangeiros: iqualdade ou privilégio? so de Washington, da premisse equivocada que a stimento direto estrangeiro e por isso dera ncias, ao capital de empréstimo. A américa foram muito abertos ao investimento latino-americana pelo capital de Jevados montantes necessaries comerciais, insuscetiveis de Inwé Parte-se, no Consen: América Latina era hostil ao inve: pieferéncia , com graves consequé! Latina, eo Brasil em especial, sempre estrangeiro de isco. A. prefer6encia empréstimos na década de 70 se deveu aos e' & pronte cobertura dos subitos e vultosos déficits sevem atendidos mediante capitais de risco. A proposta neoliberal implica a obrigagao de aceitar o capital . dacoiar investir na presiscdo de servigos qué ‘exam presenga local ou @ exploragio de recursos natura i stu. baseia.6e também, em restrigdes 90 direito dos paises imporiadores de capitais a conceder incentives destinados a alraitos para producw marcfatus paises de ongem, como os Estados Unidos Propnedede intelectual protecto ou moncpdtio? A distancia ertre © discurso © a¢ho dos neotiberars torns se Ragrante quando se leva em conte . entre outras, @ exigéncia pelos paises plenamento nivel de protegho & propredade indust’ ai tiho elevacio em favor dos patenteados de um verdadero © de Wransteréncia | tata com anscanet americanas no GATT, em matéria de servigos e de propriedade intelectual, Posi¢ao que 86 comegaria a ser erodida ao final do governo Sarney. Com Color 6 que se produziria a ades&o do Brasil aos postulados neoliberais recém consolidados no Consenso de Washington. J4 no seu primeiro ano de gestao, Collor tentaria, no entanto, agir com autonomia na definicao de sua politica macroeconémica no tocante & divida eterna, vista Corretamente’ Coitio maior fator de constfanigimento na formulagdo de politica macroeconémica. O Plano Collor, pelo seu carater heterodoxo e pela forma auténoma comque havia sido decidido foi recebido com frieza pela comunidade financeira internacional. Com a nomeago de Marcilio Marques Moreira, homem da confianga da Comunidade financeira internacional, o governo Collor passaria a subscrever, sem reservas, o Consenso de Washington como forma de se credenciar a ura negociagéo da divida externa agora nos termos do Plano Brady. O temperamento de Collor daria ao seu alinhamento ao Consenso algumas. caracteristicas que disfargriam a origem externa do programa governamental, Collor eliminou todos os obstaculos néo-tarifarios e iniciou um proceso de redugao acelerada das barreiras tariférias além de se dispor a levar adiante um plano extremamente ambicioso de integragao sub-regional, o Merccaul, que representaria um mecanismo pelo qual Collor buscaria consolidar por acordo internacional processo de liberalizag4o comercial que havia iniciado unilateralmente. As linhas mestras do pensamento neoliberal da era Collor sobreviverian ao seu impeachment e continuam a contar com forte apoio externo. O neoliberalismo continua a influir fortemente no cenario politico, havendo conquistado o favor da grande imprensa e margem de aceitac4p consideravel rn Ambito do Congreso. Instalou-se solidamente no seio do governo Itamar e conformou o préprio quadro da sucess&o presidencial com propostas de embos 08 candidatos de levar adiante as propostas neoliberais. $. A retomada do desenvolvimento _e a insercdo do Brasil no iqundo O argumento constantemente invocado, dentro e fora do governo brasileiro, até em partidos de oposigéo, 6 0 de que nao existe aliernativa a proposta neoliberal, fiel expresso do pensamento econdmico predominante no mundo. A unica capaz de modernizar o pais, de permitir a retornada do desenvolvimento, a insergao na economia internacional e o acesso ao Primeiro Mundo. Ou seja, a proposta que evitaria que perdéssemos "o bonds da Histéria", que nos levaria a uma insergéo aberla e competitiva’numa presumida “nova ordem internacional”. Entretanto, os paises desnvolvidos nAo praticam o modelo neoliberal que rios receitam téo dogmaticamente, ou pelo menos n4o o fazem com o mesmo rigor que nos recomendam. O préprio perisamento econBiomico nos stados Unidos, a fonte de inspiragao do Consenso de Washington, dé nitidos

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