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Capitulo sexto Platao ea Academia antiga I. A questao platénica + Platdo foi primeiro discipulo do heracitiano Crétilo e depois de Socrates. A compreensdo de seu pensamento ndo ¢ faci, porque ele nao escreveu suas men- sages losses em Sua totaidege jatdo viveu num momento em que acontecia uma re- volugéo cultural, que consistia em um conflito entre a oralida- Precedentes dde ea escrita, com a vitoria da escrta (30 antiga a oralidade era o meio de comunica- ‘80 privilegiado. Sécrates confiara exclusivamente 8 oraidade Sialética sua mensagem. Os Sofists, a0 contraro, tinham pr vilegiado sobretudo o meio de comunicacao escrita, que a se dfundira, Aristteles adotard a cultura da escrita sem reservas, consagrando-a definitivamente como meio privilegiado de comunicacéo do saber. Platao tentou estabelecer média en tres as ctlturas,mas com datos quedo foram aceltos por seus proprios ds ules. “desenvolvimentos Ser * De Plato nos chegaram todos os escritos (trintae sels dislogos, subdividi- dos em tetralogias), caso unico e afortunado na antiguidade, mas que pe alguns problemas deveras complexos: 1) estabelecer quais dialogos s80 auténticos e quais nao; 2 satabetecers cronglogs dos edloges sso? 3B eabeier ecu ng sodetirasfoxsfcasque an se deduzem dos didlogos e as assim chamadas “doutrinas nao escritas" proferidas por Plato somente de forma oral (em particular nas suas aulas na Academia), das quais temos noticia por meio dos. {estemunhos indiretos dos discipulos (em muitos casos a recuperagio destas dou- ‘tinas resolve problemas que em si os didlogos deixam em aberto).. Escrevendo, Plato reproduziu o método dialégico socratico, fundando novo genero litersrio: deste mado seu filosofar assume uma dinamica delicio- samente socratica, na qual 0 proprio leitor & envolvido na tarefa de extrair maieuticamente a solucao dos problemas suscitados endo explicitamente resol- vidos. Plato recupera, além disso, 0 valor cognoscitivo do mito como complemento do lagos: a filosofia platénica se torna, na forma do mito, uma espécie de f6 ra- Ciocinada, no sentido de que, quando a razao chega aos limites extremos de suas ‘apacidades, deve superar intultivamente tals limites, desfrutando as possibilida- ides que se Ihe oferecem na dimensao da imagem e do mito, 132 Quarta parte -Plotie de Platao ime Vide © obre Platt nasce em Atenas, em 428/42 2.C. Sea verdadeironomecra Avstoces, Pat io apcldo que dervou, como refer ak tgs, desu igor fic como conta o ton ite de veto onda niles peeciamente “ample argoca "Carenato") Seu pai conavaongulhosamen recom orei Codto entre sus antepassidos, to passo que sua mie se orguhava do po fentesco com Solon Asin € natural iy desde a juventude, lato fi vise na vida politica seu proprio teal nasciment, inte Fgencia, ates pessoais tao 0 levava para esa drego, Ese cum dado biogri oabsolamente essen, que inci pro- fndamentena propria sobsancia desea Arisetlesrelatanos que Plato fon cialmentedscpulo de Crit, seguidor de Herdcitoc, poteriormente, de Sarat. O nconto de Blaho com Sotaes des po savelmente-quando Piso tinhs apron Inadamente ine anos. Ecerty pone que Piao fequentow ocirculo de Socrates com tron ovens, ou sland para fared flo sof finaidade da propa vidya Pa ta melhor se prepara pela Hosta, para a Ison de Maio pra oa reto coma vida politics em 404/403 9.0, Paretes set, Carmine Crtay tram Inportante prticipagio no governo olga ay Foscraee unser ama Capitula texto - Platio «a Acad paternal ape se ncrncon tpn oes eet de rare pepe esa sercnmeme pe. Ea ebenden oor i gender eo 8 Rorarossubariea i Guay nae a gl Sg cee: Feet coco coe Se, Comat Ps ce ceieramyeineataer a screen cena ican shen come Se gam en Aco a en ad are dtendo his epee deo 13 Em 367 a.Cx Platio votou & Sica Dionisio Ialeera; tendo the scedido of Tho Dionisio que seguro afangava Dion, podria colaborar bein mae qu 9 pai pars Mealzagio den designos de Platt. Dio isi, entetano,revlou as mesma er Aeneas do pas exw Dion, scunando-o de teamar contra 0 trono, ¢ manteve Diatfo {quase como prisionero, Dionisio sperm. {is que Patdo retomnase a Atenas porgue éstavaempenhado numa guerra, Em 361 a.C, Patio voleou pela ter ceira ver 3 Sica, Em seu regreso 4 Ate tas, de fatoy la encontrow Dion, guc se 1 fugiara nesta cidade, Dion o convenceu a acer nov cimtent conte de Dit floyna esperanga de qu, desea forma, an iin el sera recebido novamente em Sirs css, Dionisio deseava o retorno de Patio tna corte com 3 nica finalidade de com. pletara propria preparagaoflosfica, Foi, pporem, grave ero acredivar na mudan UeSentimentos de Dionisio, Plo teria a frriscado perder a propria vida, no fosse 134 Quarta parte Patse 4 proteso de Arquita c dos amigos da ct: dade de Taranto. {Em 367 3.€, Dion con Seguin tomar o poder cm Siracusa, mas por pouco tempo apenas, endo asassnad em Bsc Em 360 a.C, Platio retomou a Ate- nas, onde permancceu na diregio da Aca demia ate sua more, oconida em 347. ‘reseed aio ear a 0 em sua toraldade. A disposigio que thes foi conferida, da qual nos dé conta o gra- mmatico Teasilo, basea-se no conteddo dos props srt Os nse abatos ram subdividides nas nove tetralgias se sinces: en baton, Apoidea, ito, I: Crtilo, Teter, Sofista,Poltics I Panmdnides,Flebo, Banquet, Fedo; Beales 1 alba par Vi Teages, Cirmides, Lagues, Liss; Vi: Eutidemo, Protigoras, Gorgas, Menon: VIL: Hipias menor, Hipias maior, fon, Menexenos ‘Vl Clitofon, Replica, Time, Cras IX: Mino, eis, Epmomis, Cartas AN imerpretagio e 2 avalagdo correta gages ttn propo ma sve de po lemas extremamente complenos quer em seu conjunto,consttuem a questo plat wl A questo da autenticidade eda cronolagia dos escritos © primeiro problema que surge em selagdo son trintae ses ecrtos€0 sep te: fo todos eles auténticos ou existem Ong auc? Equassi0 os mio aut 'A critica do século pastado seer shou de forma incrvelmente metiulosa na Sqesto da aurendcidadechegando a exe thismos hipereitcos verdadeiramente su preendentes- Duvidow-se da autentcdade de fue odo dogo, oreo, 0 problema passou a perder importanca ©, Koj, a tendencia € consideraranténticos se todos ox logos on até mesmo toon © segundo problema concerme & cro- nologia ds exritosplatonicos, Nao se ata Sess problema de rds, poai fo o pensamento platonic solrea continuo Aesenvolvimento, enniquecendorse através da Stocrtic eda autocoregso. parti e ns do secu passado, em parte pela utliagio do critro estilometrico, ou sj do estado ‘Sentfico das caracteristcasestlisticas das diverts drs, comeguise propor are posta pelo menos parcial para o problema. “Yomanulose como ponto de parti As Leis, que conseituem ceramente 0 itimo cscrito de Platdo, apos acurado exame das ‘aracteristcas estlsicas dea obra, bus couse extabelecerquas outros escrito apre- Sentam as mesmas caracterstcas. Usandorse tambem erterioscolateras, pode-econclir tue, provavelmente, os esenitos do ultimo periodo si, pela ordem, os eguintes: Tee: feto, Parméntdes, Sofsta, Politico, Filebo, Timew, Citas © As Leis ‘Bepois também fo possivelestabele- ‘ee que a Republica pertence a fase central ds producto plardnic, que precedia pelo Fédone polo Banquete,e que sequida pelo Petro. arg sca Rs ee Ot Eee mar Se aera ce fe sirngemeaco mic rome Saree Nee dees fee tree deri tfc uo stre dan ste ales ere fe Pi, obras ers cade bor perma lm Capitulo sexta - Plato e 0 Ac escritos a OF eas “doulrinas ndo eseritas’ © suas velacSes Espesiamente ao longo ds iia cadas, evdenciou-se um trcelro problema, O das chamadas “doutrings nao cscritas", que sornou a quetfeplatica anda mais Complexa ey por varios aspectos, demons. trou ser de dviivaimmportancia. Hoje, mn tos estudiosos consideram que da sclugto tse problema dependescompreensio cor trad pent pn sn eral propria histria do platonsmo na antiga dace ® Fontes antigas nos refeem qu, na Aca densa, Plato ministrou cursos inttulados Sobre’o bem, cujo teor ce no quis escte= ‘er Env tai cursos, discorva sobre resid des itmase supremas, ou sei, sre os rieiros principio adestando os disipu- be para a comprecasfo dete prineipis através de rigoroso tifocnio metodieo e diactco, Plato erava convencido de que tssas "realidades ltimas e supremes™ eo podiam ser transmitidas sento mediante ENdequada preparagio erigorosas observa {Bess aue 6 podem ocorrer no dilogo vivo Sho capeego da dake ora G' proprio Patdo nos di conta disso em sta Carta VIl:"O contecimento dessa Cosas no €de forma alguma tranisaoel como os outros conhecimento, mas apenas pds muitasdiscasbee sobre tals cosas © 276s um petiodo de vida ems conn, qua db, de modo imprevisto, como Iz que acende desimplsfagulha, esse conhecimen- to nasce na alma ede mesmo se alimen "Em suma, nese ponto Plato nostro te mito firme eaea decisbo fot categories “Sobre estas coiss alo hd nenburn esetto ret, enunca hovers Enretanto, os dsipulos qu assisram as ligdes esreveram exsas doutrina Sobre bene alguns desses excritoschegaram at tte Patio desaprovou a ineativa ey mals za, condcnou expecttaneate care coe mndore noc € intel, pe- ins tazdesjé mencionadss, Admitu, pore, se gt dons dios hava com preendido bem sta ‘Concluindo, além dos didlogos ex tos, para bem compreender Plato, também Drecleamos ter preentes as “doutrnas nfo Gertas" que nos foram legadas pela radi 135 0 indireta, ee se referem justamente & Shave fundamental do sistema, Hoe muir tos estuloros eto convencidos de qu cet tos didlogosesobretodo certas partes de dis logos, consideradas no passadoenigmaticas om problemsticas,resehem nova Ise exata. mente quando conectadas com as *dout Em sma cmpee observar qu, além dos didlogos tsertos, para compreender Plaio, devemos eemontar 3s “dourtins no csertas” expontas nas ides miistradas 308 os da Acadia ecompladss sob 0 ‘onsttur ponto de referencia essen, 3 ‘medida, a0 menos, que nos foram tansm fides. GON tds, Os didlogos platinicos ¢ Sécrates come personagem dos didlogos Plato recusousse a escrever sobre of principios altimos. Eneretanto, mesmo em elagao aos temas a respeito dos quais con- siderou que pudesse eserever, buscou sem pre evi conferihestatameno “sist itico”, procurando reproduziro esprito do didlogo socratico, cujas peculiaridades bhuscava imitar. Tentou reproduzir 0 jogo de perguntas erespostas, com todos os me Andros da divida, com as fugares e impre- vistas eevelagoes que impulsionam para a verdade sem, porem, reveli-la, convidar: do a-alma do ouvinte a realizar 0 seu en- contro com ela, com as rupruras dramaticas de sequeéncia que preparam para ulteriores investigagdes: em suma, toda aquela di- rnimiea tipicamente socritica estava pre- Nasceu assim 0 “dislogo socritico”, gue se tornou um genero literario espectt 0, adotado por numerosos discipulos de Sbczates e por fildsofos posteriores, eéne: +0,cujo inventor foi provavelmente Placao edo qual certamente foi o maior represen tante, ou melhos, tinico representante au ‘énvico, porquanto somenteem Plat € pos sivel reconhecer a verdadeirs natareza do filosofar socratico que, nos outros escrito- res, decai a0 nivel de mero expediente ma 136 Quarta parte Pts Portanto, pats Plato 50 escrito filo fico apresemtavase como “didlogo”, que ter comamente Sérates como prtagonts- tay discuindo com um ou vitioy intro ‘sors 2 a dn a igo eto, ‘om fngaoigualmente importante cham ‘o's parcipar também como irlocutor bsolamentenubstuve, no sentido que abe precisamente a0 lrtor a tarefa dee tral maieutcamente a slugio de diversos problemas discuidos. ‘Assim, €evidente que 0 Sécrates dos dislogos platonicos€, na realidade, 0 pr ro ato 0 Path ete, pela ats Conta o Plato no escrito. Ein todo caso € trad lero Blogs con fot ine tmente “auténoma do pensament plat tio erejeitar a tradiao indices. ian Sitrary de Onfonh ia whe Recuperacéio e novo significado do "mito” em Plato Ji constataos guc a filsofa nsec como libereagao do logos em relagao 20 Sito” e3 fantasia, Os Sofistsfizeram uso funcional (alguem disse “iluminista", ou sein “racionalista") do mit, Mas Scrates Condenou também esse tipo de uso do mito, txigindo 0 provedimento rigorosamente dialético, Platao,iniialmente, partcipou ‘om Séerates dessa posiio. Enuetano, ja & partir do Gargtas, passou a atibui novo “aor 0 mito, que panera a sae de Forma Constante, conferindocIhe grande impor: Como explicar ese fato? Por que a filosofa vol assume o mito? Ree as proprias retro and fiosoia, re dine 4 coerencia ou, talver, um sintoma de desconfianga em sf mesma? Em outras palavras, qual o significado do mio cm Praeio2 Extremamente dversifcadas foram as respostas a esse problema, Solugoes dame ttalmente opostis derivaram de Hegel eda tscola de Hever, Platao reavalia o mito a pat mento em gue comes» reavliae {ese fandamentais do Orfismo ea compo nent ela, Pra Path, ma ge (ee de cron Na verdade, en muitos i logos, a partir do Gorgias, a filosofia de Platio referent a certs temas se configura como féraconalizada:o mito procura cl ado ogo fg tes comple 0s limites extremos de sass possi Idd Pato conta org do mo 2 tefa de superar intutivaments esse limites, tlevando 0 exptito 4 uma visio oly pelo tnenos, «uma tensfo transcendence,” Portanto, se qusermon entender Patio, devemos preserva a fungao e 0 valor d mito, 20 fado.ejuntamente com 2 fungio teservada 20 logos, nos moldes do que ‘cou acim explicado. Por conseguits, et janarse tanto quem pretende eanelilo em Benetisio exclusivo do puro logos como «quem busca concederte prioridade em re- IiGao a logos a ponta de representa a su peragio do logos (mitologal Capito sexto- Protie ea Academia antiga 37 === ILA fundacao da metafisica A principal novidade da filosofia platonica consiste na descoberta de uma ‘ealidade superior a0 mundo sensivel, ou seja, uma dimensao suprafisica (ou ‘metafisica) do ser. Esta descoberta ¢ ilustrada por Platao com a Imagem marinha da "segunda navegacao”. A “segunda ‘A primeira navegacdo era a entregue as forgas fisicas do hayegoca0 vento ¢ das velas do navio, e representa emblematicamente a 2 fundacso filosofia dos Naturalistas que explicavam a realidade apenas da metafiica comelementos cos (or, gua tera, Fogo etc) eforcastisicas +57 a eles ligadas. ‘A "segunda navegacao" entrava em jogo quando as forcas fsicas dos ventos, ‘na bonanca, no eram mais suficientes, e era entao entregue as forcas humanas {ue impulsionavam o navio com os remos: para Plato ela representa a filosofia gue, com as forgas da razao, se esforca para descobrir as verdadeiras causas da realidade, para além das causasfisicas. Se quisermos explicar a razao pela qual ‘uma coisa ¢ bela, nao podemos nos limitar aos components fisicos (beleza da Cor, da forma etc.), mas devemos remontar a Idéla do belo. * plano supra-sensivel do ser € consttuido pelo mundo das idlas (ou For- mas), do qual Platao fala nos dialogos, e pelos Princpios primelros do Uno e da Diade, dos quais fala nas doutrinas nao esritas. As Idelas platnicas nao so sim- ples conceltos mentais, mao “entidades” ou “es:énciat” que subustem emsl@ porsiem um sistema hierarquico bem organizado (representado pela imagem do Hiperuranio), que constituem o verdadeiro ser. No vertice do mundo das ldeias encontra-se a ida do Bem, que coinclde com © “Uno” das doutrinas no escritas. O Uno ¢ principio do ser, da verdade e do valor. ‘Todo'e mundo inteligivel deriva da cooperagio do Principio do Uno, que serve come limite, om 0 segundo Principio (a Diade 4 core de grande-e-pequeno), entendido como indeterminagao e das dsias timitagho SS douting No nivel mas baixo do mundo intlgivel encontram-se as en- os Principe tidades matematicas, isto 6, os nUmeros e as figuras geométricas._ultimos Toda a realidade em todos os nivel, consequentemente, U0 2iade) ‘tem estrutura bipolar, ou seja, é "mistura", mediacao sintetica 5 d0 Uno e da Diade segundo justa media. Nos idlogos estes princpiossd0 apresentados na sua fungio de limite e iimite, ‘2useja, como principio determinantee principio Indeterminado nas suas relagoes fundantes estruturais. O ser é portanto um misto de limite e limite. ‘#0 mundo inteligivel resulta da cooperacdo bipolar imediata dos dots Princ pbios supremos; 0 mundo sensivel, ao contrario, tem necessidade de um mediador, de um Deus-artifice que Platao chama de “Demiurgo”; este ria, ‘© mundo animado pela bondade: toma como modelo as ld6ias 0 Demiurgo fe plasma a chora, isto é, 0 receptaculo material informe. O ea génese Demiurgo procura descer na realidade fisica os modelos doo cosmo mundo ideal, em fungao das figuras geométricasedosnimeros. snsivel (0s entes matematicos s80, portanto, os entes intermedia 54 rlossmediadores que permitem inteligencia demidrgica trans- formar o principio castico do sensivel em cosmo, desdobrando de modo matems- tico.a unidade na multiplcidade em fungso dos numeros e, portanto, produzir ‘ordem, Deste modo, o mundo sensivel aparece como cépia do mundo inteligivel. ‘O mundo inteligivel ¢ eterno, enquanto 6 sensivel existe no tempo, que é imagem mével do eterno. 138 Quarta parte -Plotio gly A “segunda navegacao", on a descoberta da metafisica Tite um pete fondant dle senna emia deme ce gosdvossio deer Fl portlet ret sales worm or me semen aga nt de rely ecehpromrpatconpepir se rmiognsttac cer mec a Platao observa que o proprio Anaxa- ede edule ance ‘rotamer mioem to croruniesariay song Engen = coe olen fre edge pc ar congue i SAT Sat Saal ae ea cin me couecminens 2 ne seco Ne iar anna dhe escent eg oe nee mgegeeseleng reer de et pina ih otodethe posta gua meg fmt cheer pee A poe ee sega federation Se no consepuiram explicaro sense através th perio sensvel Jaa =sepnda navega- Ho" encontea a nova rota que conde 3 ‘escoberea do supra-sensivel ou sia, doser ihe Na pana sara i dlosedo semsivel,enguamto que, na sep: da navegagao”, Plato tenta a libertagio tadical dos setidos edo sesiel eum des- locamento decidido para o plano do racio- ino puro edaquilo qu écapedvel pelo puro intletoe pla pura mente HEEB Deis exemplos esclarscedoves prezentados por Platae Sensivel mas inteligfel Esa canes &4 16a fu, de qualquer modo, atraves de eevta Fe. soo einen Epa ee Site ratio Sécrate teria movado e Betion we smemnara ge comers: Ors 139 Capitula sexta Ploie & a Acostemia antiga para se dirigit a0 cdrcere e Hi permanecer GR Comeueorpo.Averisdccscaus pela qual (PEERES e Sécrates foi para o crceree nel se encom tpanane de ordem mecaneaemateril,mas {de ordem superion representando um valor spiritual e moral: ele decidiu acatar 0 vere- dito dos juzes e submerer-se a let de Ate nas, areditando que isso representasse para tle bem eo convenionte. Ee : ‘ia dessa escolha de carster morale spit tual, ele, em seguida, moveu os misculos e as pernas,dirigiu-se para o cércere, eld per Comoe ia se fe conan ae lings sia’ HEE © gonho do A “segunda nayegagio”, portanto, leva a0 reconhecimento da existencia de dois pla nos do ser: um, fenomenico e visivel outro, Invisivele metafenoménico,captavel apenas ‘coma mente e, por conseguinte, puramente inceligivel. Podlemos afirmar sem dvida que a *se sgunda navegagio" platénica consticui uma onguna que ssn a0 mesmo ena fundacao e2 etapa mais importante da his ‘ria da metaisica, De fat, tod o pensamen: to ocidental sera condicionado definitiva- tne por esa distingio" tao na medida desu seczagio(o gue € dbo} como am ism na medida desea nto cetagdo. Nese ftmo caso, na verdade, tera de jsticar Tolemicamente a nao acekagao e, por forga {ess polemics, continuaré dialeteamente seimpe contictiado. eros de pins aveaco” pe sdnica somente depts dela) gues pode fslarde "material evimateral"sssensvel™ “supe sensivel”,“empinco” ¢*metaem- pivco"y“tswo® c “sopratisco". Ee lar Eos Caregen que ce Fiskon anteriores Se revelam materialist e que aaturera€ ‘© cosmo nao aparece mats como a toral diade das colts que existem, mas apenas we © Hiperuranio ou o mundo das Jdéias Platio denominou essas causas de na- tureza ndo-fisica, essas realidades intelig ‘eis, principalmente com os termos idéa ¢ 140 Quarta parte - Passo ido, que significa “forma”, As léis de Ge flava Patio no so, portant, simples oncrto ou represetagbespurament met tals (26 muito maistardeotermo ss ‘csesinlicao) mas sho “entidads" tei Asis em sma no sho in fnento pensa quando liberto do sensivel: Constcdem 0 “verdadero set”, "0 set pot excelncia”, Em outras palvras: as Gas DlatOnicas so as eseéncas dag cols, oo ‘ej, aquilo que faz com que cada coisa ja dauilo que é Plato usou também o termo “pacadiama” par ina em se Eosa (como cada cota deve ser) Entrant, as expresses mais famo- sas utlizdas por Plato para indicar as ign st indfvavelment Sem a sor ye cambem “em se por si (o blown: 3 hememi ete), Hequentemente mal compreendidas, a ponto de te ter cunbi-las. Tas expresses, na verdade, in dicam o carter de nio relatvidade e 6 de tstabilidade, ocaraterabsoluto das ldéias ‘Nirmar que as lias exstom “em se por Si" sgniica dizer, por exemplo, que o Belo Gu 0 Verdadeiro no s20 cas apenas rel. ‘nvamente'a un Sujeto particular (como pretend, por eco, Progoras nem nipuladas to sabor dos caprichos do sue tor mas, 40 conterio, se impoem a0 suet {olde modo absolut. Afirmar que as idéas exit Sem se por a” sani gas mo slo arrastades pelo vortice do devit ‘Que caroga todas a coisas senses: as Solas els sensves tomate fla, sem gps nie ge err et Cau Jo elo, ou si a Tdéia do belo. Em est ios erdadrs cast de ods acs Ger ndo podem clas mesnassofrer mudan 2 do contedrio ndo seriam as "verdadet Tascavsas" ni svt rasbes itis Capitulo sexto- Plate e to famone Cater Parsi A do sé, IX ri, Bibleotca Nacional (© conjunto das Idéias, com as caracte risticas acima mencionadas, passou para a histéria sob a denominagao de "Hiperura rio, rermo usado no Fedro, que se tora célebre, embora nem sempre entendido de forma corteta. 'Note-se que “lugar hiperurénio” sign fica “lugar acima doefa” ou “acima do costo ico", portant, consi represenags0 imitica e’ imagem que, entendida correta smente, indica wn lugar que nao & absolut ‘mente wn lugar. Na verdade, a8 Idéias sto ‘eseritas como dotadas decaracteristicas tais impossbiltam qualquer rlagio com ut fico indo possum figura nom co, so intangiveis etc.) Logo, © Hiperurinio € a imagem do mundo a-espacial do inteligivel, (do género do ser supratisico. Finalmente, podemos concluir que, com a teoria das Idéias, Platao pretendeu Sustentar 0 seguince: 0 sensivel s6 se explica, ‘mediante o recurso a0 supra-sensivel, 0 re lativo como absoluto, o mével com 6 imo: vel, 0 corruptivel com 0 eterno. 144 ig A estrutura do mundo ideal dos Ieeions dia do Bem Como ja svemos casio de salen, «© mundo das lias, pelo menos implica ‘mente € consttuido por uma mokipbidads, quanto existem Iddias de todas 35 ci. sles de valores estticos, Lia de v Tores moras, leis das diversas realidades comporeas, Ideas dos diversas ents geome or tudo o que disemos, ica evidente aue Patio podia conceber o complexo das gis como um sistema hierarqucamente organinado e ordenado, no qual ay Ideas inferioresimplicam as superiores numa 3 Senoconinuate idea queocipaover das as outras e ndo condicionada por senfuma dela (oincondicionado ou 0 ab so ° , i xs principio incondcionado,s tuado no vertice, Plato se pronunciou ex pressamente,embors de form income, Em A Republica afirmando tratarse da {den do Bem. do Bem afemou ae 80 @ Bem. Platdo fois primero atrazer Balla o concelto de Bem do ponto de vista ontologio, Identiticando-o com a sural, © com 0 principio primeira e supremo do Uno (que € 2 Medida suprema de todas as coisas) 9 gual depende toda 9 realidode Patio ligou ds modo efit 9 Seto com 9 Sem, 142 ‘Quarta parte -Plaiie 2s constitu fandamento que tora as iUGias cognoscveis ea mente capaz de co- thece, las que verdadrramente “prods Oaer¢ a subseiaca”e que wo Bent nao € Suberdnia ou exsncia, mas frase cima digubinda rants ie Sobre esse principio incondcionado e absol,situad lem do sero qual det amo as dese, Patio naa mai ere Yeurnos didlogos reservando o que ia pata Earras cnn apoagics ons, bese, ‘fs ae pomslam exatament oo Sabre { Ben. Considers, no passa, que ets ises contin ai Ral do pose platnico Enretato os mats etn ero. Rundados estos demonstaram que as foram mnrades pareClancoeea Cabos. cielo nmap e- Gnas redagiod Republica QoantoSrario pela qual Fado nfs quis cocever sabre c= Sscotsas“limase supremas™ dscns svar & Frat Js dzpulosa esas lige, pars tt ss consideragies que sogiem EDS" EEE A dlosivina dos P Uno (2 Bow) « Dia Indefnida © principio supremo, que na Reprbia denomina-se “Bem na dotrinas nao esc tas chamase "Uno". A diferenga, poten, € peretamente explicivel porquano, como {ogo veremos, 0 Uno sinezaem sto Bem, pons tao quanto Uno prez g bem fo bem Fo aspeto funcional do Uno, como args. menos cao mrp Ao io ontrapunia um segundo rcp, te orginsio mas de ordem infrion ented ‘do como principio mdeterminado efiitado como principio de muipicade. Deno- Ina pei Dade os Duala egrande-epequenoenquanto rico gue fend, ao mesmo tempo, para tii gran deaa ¢ para aininita pequenc, senda por {sso denominado tambem de Duaidade definida (ou indeterminada, ilimitada). ‘Da colaboragio desses dos principios cxigindrios procede a totaidade das Kia ‘© Uno age sobre a muliplicidade limitada com principio linitante edeterminante ou Seja,como principio formal (como prinipio ‘quedi forma enquanto determina ¢ de lint ta), 20 passo que o principio da mulspl cidade fimitada fanciona como substeato {como mati inteigivel, se quisermos did Jocom tenminologa posterior). Conseauen temente, cada uma etodas a Kis surgem Como resultado de uma “mistura™ dos dois rincpios(delimitagao de un limitado). $i iso, Uno enganto demise ‘manifesta como Ber, porguanto a delim {agio do imitado, que se fevela como for sms de unidade a multiplcidade,€ in", “ordem",perfeigaoe valor is as consequcncias que dai deriva. 4) 0 Uno € princpio de ser (porquan to,como vimos, ser ~ ou sea, aestencia, iia — nasce precisarmente do limitado} 1) principio de verdadee cognosci- bilidade, porquanto s6 aquilo que € deter rminado Eineligivele copnoscvel- 2) principio de valor porgue a deli mitagto implica, como vimos: orden ep feigd, ou sia, postvidade Finalmente, “pelo ue € possivel con cluira partir de ima sriedeindicon, Plato efi unidade como'medidae, mais pre tisamente, como "medida absolutamente exata H Keimer ses tora atestads especialmente por Arise pelos seus comeadores ation, presents confirmada pr muitos didlos, ab menos a parirda Repub, erevela la mpi pag, la wad Inman cot ma pole fo espinito progo gu, nor seus mai vata. do aspectom manfestouse como nt estabe- @ Apeiron. significa “infinite”, "in ‘Sefinigo™“limitado™. Em Patso.de- ‘Signa oelemento indeterminado Este ‘elemento € de-terminado e de-lim- ‘ado pelo “limite” (péras, prin limitante). A “mistura™ desses dois Blinc constitu 0 Ser de todas s dpeiron, em nivel originério, € 0 pre da Dade no plano sented ‘a chora, ouseja, 0 princpiomaterial ‘abt, sobre o qual o Demiurgo age pra produair9 mundo ransforman- ‘do 0'caos em Kosmos, introduzindo fa chora 0 "limite" por meio dos nd. ‘merose das figuras geometricas. Toda a realidade tem, portant estrutura Bipolar de dpetron eperas. @ eX ¢ Capitulo sexta - Ps lecer limite para aguilo que éilimitado, como sum encontrar a ordem ea justa medida. ‘Osentes matemticos encontram-se no degra mais baixo da bierarquia do mundo inceligive Biferentemente dos nsimeros ideais,e- ses entes $0 miltiplos (existem muitos um", muitos eidngulos et.) embora se jam ineligives. Por este motivo, Plato os chamou de entes “intermediarios*, ou sj, entes que e> {oa meio caminho entre asidéias eas cvs, ty O cosmo sensive Ea 0. P» Do mundo sensivel, mediante a “se: unda navegagio", ascendemos ao mun: {do intligivel, que representa sua “verda deira causa”, Ora, compreendida a exru tura do mundo ineligvel, € poste! com- preender melhor a gensee a estrutura do Inando nel, Asim como 0 mun tiie! deriva do Uno, que deempenha 8 fungio de principio formal, da Diade indeterminala que funciona como pine pio material (ntligivel, também o mun Uo fsicn deriva das Ideas, que funcionam como principio formal, e de um prinepio tater, sensivel ou sa, de wm prin pio dimitado eindeterminado de cardtr f Todavia, enquanto na esfera do in tcligivelo Uno age sobre 8 Diade inde- terminada, sem necessidade de mediado- £23, poraie ambos os principos 80 de hatufeza inteligivel, o mesmo néo ocorre na esfera do sensivel, A matéria ou recep: ticulo sensivel, que Platao denomina “cho: 1a” (espacialidade), apenas “participa de modo obscuro do inteligivel”, permane cendo 4 merce de um movimento informe fe castico, Como é possivel, entio, que as Ideas inteligiveis possam agir sobre 0 re expeicul sense edo eos sua 9 cosmo 144 Quarta parte -Platio A dostrina do Densurge Aresposta de Platio € a sequin. Exis eum Demung, to um Deusara, um Deus que pena e quer fe que, portant, € pessoal) ogi ssuminde como modelo” @ rmand ds elas cra ou sea, © geveprculo sense segundo ese “mode to" gerando des forma o cosmo fisico. % aquema sobre o qual Patio se bx scia para expicar o mando sensivel por {antoyabslicament claro: ha um modelo (o'mindo ideal existe ama copia (o mi {Sotensvel) existe um Aence, que prods diva copia servindo-se do modelo. © mun- ‘do dosimttigivel o modelo} € exert, como teen €rambem 0 Arnie (a inteign nnd sonia corr consi Jo Aric, nasceu, ito fol gerado, no SE verso «prop do ero “ont, porque o Demirgo quis ge raromundo? © Artice dvinogerou om {Spor “bondace"eporamor ao bem. “Por {que Deus, querendo que todas as cofsas ossem boas eb medida do possvel, no fossem mds, tomon tudo quanto bavia de sve! que nda se encontrar camo, masse Leia deforma iregularedesordenada,¢ oes passa da desordem para orden, ate Gand que iss era mut methor do ante- flor Com efoto monca fot mem Ho ‘timo fazer ontra cosa sendo a mais bela EEA ali clo mn (© Demiuego, poranto, ealizoua obra ‘mais bela possivel animado pelo desejo de hhem: o mal ¢ 0 negativo que permanecem netemunodvem se space Patio concebe o mundo com vivo e inteligene porae juga ose vivo ime ligente mis perio do que o ndo-vive © ‘Mosniligemte, Coneqdzntement, 0 De- titrgo dtou 0 mundo, alm de um corpo perfelto, também de ana ede neligenea fever Anumy ria ana do mmo D enticoe o divers} e, a alm, 0 corpo do mundo ‘O mundo, portanto, uma epécie de Deus visieljecdeuses vse? 30 a8 Gira do Demiurgo & pert, els nio se Corrompe: mundo nace, mas nao per HB 0 tempo e o cosmo Enquanto «temo, 0 mondo ineligvel esti nadmensiodo "esemorer smo Sled O mundo erie acon et ta dimensto Go tempo gue °a mage mo te do errno" como ima expeie de de- servolvmento do "€> através do sera” edo Sei" Por isso implica eragio © move. ‘ tempo, portant, nace “junto com 1 céu”, ou sejascoma eragio do cosmos 0 Shue sgnca que vantes” da geragio do rund nioexisca tempo Dessa forma, mundo sensivel ror ase "cosmo, ordem pert, que marca triunfo do intligivel sobre a cog neces Sidade da matrias por obra do Demiurgo Capitula sexto- Prd e « Academia antiga 4S METAFISICA Esfera dos Princpios (© Uno ea Diade inteagem ‘ formam todas a coisas. Tudo 9 que existe € um misto de limie (Uno) eiimite (Diade) , . Uno Diade pencipio formal 9» Dualidade de grande-pegveno, de unidade, dfinigio, . principio materia determina, se, Aeindeterminagio, verdadelcoproscbiidade, ‘de muliphicidade ‘lon media exatisima, sel abatxo do ser ‘O Uno ests acim do ser Eo cealinabe SRT GACH DA REALIDADE Esfera dos Principios ‘Mundo das Iss contd todas 8 Mas, tendo no vérie a ela do Bem Fsfera dos Intermedicios Demiugo (coe sense e spra-senavel) Einerior 1s, ‘rend vir agua para Plstio ‘enc gemeicon sa 6 Tncligel€superoe = Estas ceaidades denominam se nrermediris Stele, org sm ao mesmo tempo sopeior 0 cosmo, racers do mundo ea ‘nano ocra rages com 0 mundo sense “ roe ten se tum vivent intlgente dorado de alma e corpo 146 Quarta parte - Pllc === III. O conhecimento, a dialética, a arte eo “amor platénico” ‘+0 conhecimento é anamnese, isto 6, recordacdo de verdades desde sempre conhecidas pela alma e que reemergem de vez em quando na experiéncia concreta. Platdo apresenta esta teoria do conhecimento tanto em modo mitico (as almas so imortais e contemplaram as Idéias antes de descer nos cor- Oconhecimento pos) quanto em modo dialético (todo homem pode aprender eadaletco”” porsiverdades antes ignoradas, por exemplo, os teoremas mate- maticos). O conhecimento ocorre por graus: simples opiniao (déxa), que se subdivide em imaginagao e crenca; cléncla (epis- ‘teme), que se subdivide em conhecimento mediano e pura intelegao. O processo do conhecimento ¢ a dialética, que pode ser ascensional ou sinética (remontar do ‘mundo sensivel &sIdéias) e descensional ou diairética (partir das Idéias gerais para descer as particulares). ‘sPlatao liga o tema da arte a sua metafisca: arte & cépia do mundo, seque-se que a arte & ‘© mundo ¢ cépia da Idéia, ea ia de uma cépia, Imitagéo de Ume ita e, portanto,stestamento do verdadeio. ee A verdadeira beleza nao deve ser procurada na estética, Aare ploténico” oes ‘mas na erética. A doutrina do amor platénico é, com efelto, estreitamente ligada a busca do Uno, que, em nivel sensivel, se manifesta como Belo: Eros € um deménio mediador, inter” mediario entre fealdade e beleza, entre sabedoria eignordncia, fill de Pen’a (Pobreza) e de Péros (Recurso): é uma forca que por meio do Belo nos eleva até o Bem, pelos vi escala de amor. thy A anamnese, raiz do conhecimento Aé agora falamos do mundo inti vl, de sua estotura e do modo pelo qual tle incide sobre o sense, Resta examinar de que forma pode o homem aceder cog noseitivamente a0 inteligive ‘0 problema do conhecimento ji fora de algum modo ventilado por todos 0 >= Sofos precedentes. Na se pode, pore, air sma que aigum pensador anertor 4 Platao ‘tena proposte de forma espectfica ede nitiva.Patao foi o primeiro 8 propolo em toda a sua clareza, gragas aguisgbes es trururalmente igadas 4 grande descoberta Ado mundo inteligvel muito embora, como obvi, os solugges por cle propostas reel cm ane pe, apretan rimeraresposta a0 problema doco shecimentoencontra-se no Menon. Os Eris ticos tentaram capciosamente blogucar a ‘graus que constituem 2 {questio, sustentando a impossibilidade da Pesquisa e do conhecimento. De fato, €imm- possivel investigar econhecer aquilo que a da ndo se conhece, porquanto, mesmo que se viessea descobeo, seria impossvelide- tifci-o, pois falearia 0 meio para a realiza io da identificagio. Nem mesmo 0 que jé Seconhece pode ser investigado, precisamen te porque ja € conhecid. Exatamente para superar essa aporia é «que Platio descobre um caminho totalmen- tenovoro conhecimento é "anamnese”, ot sauna forma de recordag3o",um cer ait daquilo que ja existe desde Sempre 50 Imeie de ns ana (© Menon apresenca essa douttina sol ddupla forma: uma de eariter miico e outra sialética,E importante examiné-las para nlo fos arriscarmos a trait 0 pensamento pl ‘A primeira forma, de caréter mitico- religioso, vincula-se as doutrinas érfico- pitagoricas, segundo as quais, como sahe- alma € morale renasce muitas ve Zen, Conseqientemente, 2 alma vit © co- ninccew toda a realidadey a realidade do jutro mundo e 4 realidad deste mundo, Sendo assim, conclui Patio, € fac com: preender como a alma pode conhecer © Epreendee els deve smpesmente extra desimesina a yerdade que ji possut desde cordar™ Tniretanto, logo em seguida, no Mé Sentava como conclusfo transformarse en interpretagio filosfica dem dao de f= to-experimental comprovado, o passo que Al que antes era pressoponto eitolotco om ungio de fundamentotorna:se con “W7 o sexto- Plat sami onion So. De fato, apés a exposigdo mitolgic, Pistio reaies uma “expentnca mata ort inspiragio sorties Inerrogs um fazer com que ele apenas atravs do meto- do soeratico da fnerropagio, resolv un complexo problema de geometia (ipl Cando basieamente oconhecimento do te rema de itégors). Logo —argumenta Patio como o excravo ada aprendca de peo imeiia antes como ninguem Ie forneera $solugio, a patc da constatagdo de que ele 4 Soule encontrar por si mesmo, Ale testa Sendo conclu que ele a extra de demo desi mesmo, de sua propria alma, isto 6, ‘ecordouse dls. Ag, como transparece claramence, a based argumentagio, for gc de ser uin mito, €a conststagao de um ato: escravo, como qualguer pessoa etn sera pode extra desi mesmo verdades ve antes ndo conheca e que ninguém The 'No Fédon, lati apresentou nova con firmagdo da anamese, apelando especial ‘mente para osconheeimentos matematicos (que desempenharam pape extemamente importante na descoberta do intelgiel) Platt argument, subsenciamente como Segue, Com os enidon constatamos ex {quadeadas, ciculaescoutrassemelhantes Ertan, com tenia refed deco Forneee — todos os dador, sem excegio — info se adequam jamais de manera perfei- tay ae nogoes correspondents, que possi ‘mos indiscutivelmente: nenhuma cota se sivel €*perfetamente”e “absolutamente™ ‘quadrada ou cieulag mesmo que possamos nogbes de igual, de quadrado.ede circulo "absolutamente perfeitos". £ necestiio eto concuir que existe certo desnivel en tre os dados da experiencia eas nogdes que Posstimos as ogoes contém algo mais 30 fue os dados da experizncia. Qual a of sen, porn deste algo ma Se, om te derivar dos sentidos, isto & do mundo texterion 6 resta conclu que deriva de nds mesmos. Mas nao pode vir de nos como Ctiagio do sujito pensante, pois sujito pemsante nio “crit” este algo mais, mas penas 0 “encontra” e 0 “descobre"; 30 ontriro, cles impae ao sueto objetva mente ¢ ndependentemente de qualquer poder do sujett, Porranto, os sentidos os Proporcionam apenas eonhecimentos in 148 Quarta parte perfeitos. Nossa mente (nosso intlecto}, a0 Se deparar com os dados dos sentidos, vo tando-se para aprépria profundeza, quase dobrando-se sobre si mesma, encontra ne les a ocasiio para descobrit em st 08 co sihecimentos perfeitos correspondentes, E, visto que nio os produz, nao resta senda coneluir que ela os encontra em sie os ex ‘rai de si como algo “originariamente pos sudo”, ou seja,deles "se recorda”. gla O8 graus do conhs a opinidio e a € A anamneseexplica a “raiz" ona “pos- sibilidade" do conhecimento, quando expl «ca que o conlecer € possivel porque temos ra alma uma intuiga0 originaria do verda- eizo, Mas as etapas e os modos especificos, Ge realizagio desse conhecimento permane- ‘com ulteriormente indeterminados,e Patio fs determinou na Republica e nos didlogos Gialticos, Na Repiiblica Patio paste do printpio segundo 0 qual 0 conhecimento ¢ propor sional ao sem, de modo que apenas aquilo {gue é ser em grau maximo ¢ perfeitamente Cognoscivel, enquanto 0 ndo-ser € absolu~ amente incognoscivel. Entretanto, como existe também uma realidade intermedia ria entre ser e nio-ser, isto 6, 0 sensivel, ‘que & mescla de sere nio-ser fenguants Sujeito a0 devir), Platio acaba por coneluie {que desse “intermediario” existe um conhe- cimento igualmente intermedidrio entre cigncia e ignorincia, um tipo de conhe- eimento que nio 5 identea om 0 co- rnhecimento verdadeiro e proprio; a “opi ido” (doa) Para Platio, porém a opinido & quase sempre enganadora, Pode ate ser verdad re reta, mas jamais pode possuir em si ‘mesma a garantia de sua retidao, permane: cendo sempre sujeita a alteragies, assim como mutavel é o mundo sensivel 20 qual tla se refere. Para fundamentar a opin mpde-se, como diz Platio no Ménon, erat Ta como expediente do “raciocinio causal”, isto &, firma-la através do conhecimento da causa (da ldéia). Desse modo, porém, a 0p) nido deixaria de ser opinizo, transform ddo-se em cigncia ou epistéme Plato especifica ainda que tanto a opiniso (déxa) como a cigneia (episteme) EGRAECOIN Larva Sonvins LIOR ta atv seit sche 0 exo da Repatica on Bibteca Riccardi realizam-se em dois graus: a opiniao se di: ‘ide em simples imapina 2 (pists), eng fm ciencia intermediaria (didmota) e em intelegao pura (ndests). A cada grau ou for sma de conhecimento corresponde um grat fu forma de reaidade e de ser. A eikasia ¢ 2 pis conespndem 0 ras do serie referindo-se a erkasia 3s sombras © 38 ima fens sees das olay 20 passo ue a pistis corresponde as coisas ¢ 20s proprios ‘bjetos sensiveis. A didmons e a noesis rete remse a dois graus do inteligivel (00, se undo alguns, a dois modos de caprar o {nteligivel). A didnoia consiste no conhect mento maiemético-geométrico, a0 Passo {que a desis se identifica com 0 conhect tento dilético das Idéias. A didnoia (co nhecimento intermedisrio, como alguém ‘oportunainent radu temo) opera ain gem tomo declements visivos (por exem- plo, as hguras ragadas nas demonveraces eometricas) ede poten. A sess cap {alo pura das lias e do principio supre- tmoe dbsolute do qual odat dependem (sto la dela do Bers tie > dlialético s homens comuns se dem 908 pi smeiros dois degravs da primeira forma de Conhecmento, 9 ne plano da opines or matematicossobem adidmoi; somente 0 flosofo tem acesso 8 noes 8 cléncla Suprema, Ointelecto ea intelegio, supers: Gav assensagaese todos ov elementos ia dos ao senavel, capram, com umm processo ave ésimultancamente dscursivo Sos as Ides pars, jontamente Texpectivos nos postvore negatives, dom todas as ss ligagdes de implica € de exclsdo, acendendo de Ideia «Idea in ana de ain prem oh So trclect passa de Leia para Tia, const- tia “dialeiea”, de mode que 0 flésof0 60 “dialeico” Por consepuinte, existe uma daltca Se fendendo de fia ia lean a Ida ° Por outro lado, existe também uma diletien descendente que percorrendo ea. mminho inverso, parte da ila supremo Aeideas peas & por um process de div Sio(proeedinenta date), median Colpo us a ry compe cups na eatrtura besérguica do mundo das ideas, (Esse aspecto da dialética€ a plamente iisttado nos dilogos da lima Fis oncuindo, poderos dizer que a dis leticaconsiste na eapeacio, baseada a in tuigtointlecraal do mando wesh da sa tstrururae do ugar que cada Kia ocupa ea elagho ds outas Ideas nessa estat, Pins ea “verdad ‘Como é evident, 6 novo significado dle diaiea® result ncelramence ds aque Sigdes da "sogunda navegagio" situ sexto- Pts 149 2 0 Academia antiga Aaarie como distanciamento do verdadeivo A problematic planica da are deve ser encase eae eonceto Soh {Sniametaotcne daca Na verdad, So determinar asenctaaungiow oles ah att se proupaapenarem et Bele ose vale de verde, F sua te Pons como se ste, €profundamente ne Exings ae to esele mas-econde 9 Perley porearto no cone ea forma de coshecnento nem nlrb tiem nas ocoromps porque € meen, ocdaca o homer nats desedac, pos he sola pas a facuidades recon Tosti que consttuem as partes inferores de nos msmos Ja em seus primeiros escritos Platao assute ste ngatva dane de oes osiderando-adetiarnentifetor font © pots nie ¢ post pel cincia © nl enn ma or tea “fora des", € invadido", achando portant em sua de eos Roa ario do que faze ao sabe ensinar outs oque fa/0 pone poeta porte finn diving’ nfo poe site derada do Conbeement, ‘Sats precsas ¢deerminadas si as concopste de are exes por Pato a0 ftom do Replies Enveodsesssuae txprestes (pos ane putea © pls Selgisuma since una “unto de rade conve thmens cos toveacotecment dives) Or sbenes Qheas coos sess represen, sa 0 spect ontlogc, ina agen dct Spradlin, por os {ump verdadero media que’ copa dita origin Sea aes pr oun ere tomo seed stag de iniegio® pia qe pro capi por eonsei “sre gratia, portato mit i ples apartnete Asin os pots aa sem UBher sem ooohecer ago de que fam Fo iid awed eee, am og, ens boncadsia, Consequete ite comio de e's ae mosedirges parte melhog mas m3 pa te menos nobre de nossa ala, 150 Quarta parte - Poti Desse modo, a arte se mostra cory tora, devendo ser banida ou até mesmo ei minada do Estado perfeito, a menos que §cabe por se submeter 4s les do bem edo Pho — sere — no neg a ‘Que a arte sea dotada de valorem st mes tha: arte serve ao verdadero 040 falso, tertnm non datwr Entregue asi mesma, a arte seve ao faleo, Logo, se quiser seal var", aarce deve submeterse 3 flosofa, {ue éa unica capaz de aleancaro verdadet. fo, © 0 poeta deve submeterse ds regras do loco pg © “amor platdnico” como caminhe aldgice para o absolute Em Platéo tema da belera nose liga ao tema da art imitaao de mera paren. a que no revela a beers ineligivel) mas winctla-e a0 tema do Eros ¢ do-amor, tendido como forca mediadora entre o sn- sfvel eo supre-sensive, orga que di asas¢ eleva, staves dos varios genus da belea, 3 Ielca meaenpia exe eh oe sho, pars os grepom 0 Bel coincide com 0 Bem ow, de ceres forms, representa um a pecto do Bem, 0 Eros é uma forga que eleva fo Bem ea erotica se revela um eaminho Alogico que conduz a0 Absoluto, 'anaise do. Amor stu-se entre as tmais explendidas andlises que Patio not dsixour O Amor alo € nem belo nem bom, amas € sede de elera © bondade. © Amon portanto, nao Devs Des esomentee som: pre elo borg nem homens Nao € mortal ‘nem imortal. E um daqueles seres demonia- os “intermedros” entre o homem e Devs ‘Asim, o Amor €“flo-sofo" no sent do mai Sin deo, A phi 0 a tabedora,¢ algo que s6 Deus poss ignrineie€proprcde daguele que ett anentedate da saben ir ‘Mo nem inorante net dbo, daguele que ‘io pom aber ce air agile Cancador lhe foge ¢ deve procurs-lo nove ‘gue os homens comment denomi- nam amor nio representa endo pequena parte do verdadeiro amor: o verdadeiro mor é deseo do belo do bem, da sabedo tia da finda, da ioral, do Abe sofuto.© Amor dispoe de muitos caminhos ge conde vaio araus de bem (ola forma de amor ¢ desc de possur o bem defintivamente), Overdadeiroamante, por rey Eagle ie te pte oes ma do belo absoluto. = " 2) O grau mais baixonaescala do amor & o amor isco, que consisteno deseo de possuir 0 corpo helo tim outra corpo, Esse i deseo de nora te crigurs mortal, ¢ prenidade e imortal- ca Depois vem o gra dos amantes que se mostra fecundes;nlo quanto 208 or pos mas quanto de alas, pottadores de ge mies que hascem e erescem na dimensi0 do Cito, neo aan ta dimer do spirit encontramse, em exala de promes- S30 ascensionaly os amantes das alas, os mantesdajustigae das els oxamantes das ‘) Finalmente, no pice da excala do amor etd vaio fulgarane da Taeia do Belo em sh, do Absolut No Fedro, Patao aprofunda ulterior. aente o problema da natureza sinética € tnediadora do amon, vinculando-o 3 doutre- ttada remiigcencia Ema vide préverena justo aos deasen, ala contemplon 0 Hiperiranio e a8 lias, Posteiorments, amigo”, em funco ‘ola paricular¢smiga, Como am Soctomem quer aleangaro Prime Feamigo. BrP FES Capitulo sesto- Poe 0 Acodenis MAATQNO®E AMANTA TA SQZ0MENA PLATONIS va aie quecrancomns perdendo as asase previpitando-se nos cor os, esqueceu tudo. Entreranto,embora com ‘muito esforgo, a0 filosofar alma “se re corda” das coisas que um dia contemplou. Este *recordarse”, no caso especifico da 1st Beleza, veriica-se de modo totalmente par tieulae porquanto somente a Idéia do Belo, ‘entre todas as outras Idéias ecebeu 9 pr Wilégio de ser “extraoedinariamente eviden tee amavel”, O reflexo da Beleza ideal no belo sensivelinflama a alima, que €tomada pelo desejo de agar vo e volrat para o lu- garde onde desceu, Fsse deseo éustamen te Bros, que, com o anseio do supra-senst vel, faz despontar na alma suas antigas asas eacleva (© amor (“o amor platénico”) & nos talgia do Absoluto, tensio transeendente pata mundo meat, fore us pulsiona para o retorao 2 nossa exstencia ‘riginaria junto aos deuses “ pees Emparticular a Beeza¢, para Patio, ‘como oemeroidointeigiveino sen: sel Ne fear ee sree “A Blea Sit como Sor € ba unos c Bobo, eaptomos coma mai Rd 152 Quarta parte- Pratse $A concep latdnica do homem s inspira em fort dualism entre ama ‘entendido como carcere ou mesmo como tumulo da alma. Daqui corpo; 0 corpo derivam os paradoxos da do corpo” (0 filésofo a morte eparagho di ama corps) © Ga “tage G0 munie® are Tor nar-se semelhante a Deus 0 quanto é possive! ao homem). Era concepgio prestypoe a doutrina da imortalidade da alma, qual ign se estreitamente as doutrinas da meter ‘A concepeio ‘do homem Sere IV. A concepgao do homem fenquanto| cose, ou transmigragdo das almas em diferentes, corpos, e dos destinos escatolégicos das almas depois da morte. is mitos platonicos sio em- bleméticos: 0 mito de Ere o mito do carro alado. ta Concepetio dualista do homem Na segio anterior, explicamos o caré- tee nao "duatista”,no Senido sal cone Fido a essa expresoo, da relagio ete 33 TdGias eas coisas, uma ver que ss das io 4 "verdadeira causa” das cosas, No entan- to, dase fem cron dogo em sent db totale radical) a concepgdo platonica das ‘clades entre alma econo, parqanto Pl {do trod, além da participa da pes Dectiva meafsicoontolgicayaparcpacio {So clementoreligioso derivado do Orfismo, Se transforma a ditingdo entre alma pra-sensivele corpo (© senivel) em opos {io Porena aa o corpo eu nagran- vida juntamente com sas capatiades de Dperagio {6 poranto, como instrument Servic da ta segundo o mod de entender ge Sere sin acon como cm de expiagao da alma. * Enquanto temos um corpo, estamos “orn organ andaentan senossa alma; ea alma, enguanto seencon- tea em um corpo, acha-se como em ma tml; «com soo, encontrase em st edemore No mare om oro) felibert do citere.O corpo rat de todo thal, fone deamoresinsenvatos de paindes, Inimizades,dscordas,jordnel eloucura, ado iso precsamente morilica salma Essa concepeio negativa do corpo soe cer tes atenoagoes nas timas obs de Pato, émbora munes desaparesa por completo Enetano, eas esis observes € importants conser que 2 een pence = pacts apenas pocanenty cond fade por es duatno exacerbado Sexe feorenascorltiog ndamentay na vee Aide apotse na Gunga tata ce realm er dado de afta com ott Ive coro tesa sesh momma gor conrapondo mates cane Sin (demon comp um ire ese conraporcto poco forgo fxterisa ea cueperaao paradonal de a fnsprinepos que entra, peace eihdee nc context toca no thn ren nope, tc overdadciro indament daca platen. sda Os paradoxos dla "fuga do compo” eda “fuga do mundo” ignificado Examinemeon agora os dois paradoxos mais conhecdos da ea platonic, fear tonent enendsos deforma incor palo tod ges ea maura ena do que para sua fundamentagio meats, seams nos referindo aos dos paradoxos da fuga do corp” ed aga do mondo" 10 primcro paradoxo desenvolve se especialmente no Felon. A aa tem Je {aro nas poutel do corpo Por ino, o er dda flosoto devia a monte ea verdade raflosofaexerecto de morte™O semido Capitulo sexto- Pata « less paradoxo se manifesta de forma ext ‘mamente clare, A morte rpresnes tn Sto que ontologicamente we relere exc vamente a0 corpo la nio apenas no casa ano’ alma, as ao contri, he tra ran de beni, prmtindo the viver uma vida mas verdadtry vida yoleda para si mes: mma sem obsculoe vay itirament uni 4s 20 intlgivel. nso significa que a more do corpo aberira para a verdadira vida da alma, 0 senido do paradoxo, portato, tua coma inverts de sa form lo. Pelo contiio,torna-se mais prcsoro Hlsiofoéaqule que desejaa vrdadcira vida (=moree de corpo} a hlosofiae reine para 2 vida sutenica,para'avida ‘na dimensio jaclinva do epitito.A"hag do corpo” com. pom renay do eni 0,0 da "fuga do mundo", também é lac to. De resto, proprio Plo, deforma to- {almenteexplicha, desvenda exe significado so nos explicar que gir do mundo signif Sitomarsevirosoeassemelharsea Des “O mal nio pode perecer, pols sempre cx tng algo opesto € contrio a0 bem no pode igualmente habitar entre os deuses, thas deve necessariamente reside nesta tet “ju ena nurs moral fabdo pela qual devemos fazer de tudo para fig quanto ants gc If para cma. Eas fir consisteem nos assemetbarmos Deus até onde sejapossvel an ser burma to. Assemelharse a Deus € adr us ¢ samtidaee, ao mesmo tempor sabedoria. ‘Como se vey os dois paradoxos possi- em significado iéntco: fugir do corpo sige nica fugir do mal do corpo mediante a Ute 9 content mando ‘sta, sempre realizando esa fuga pela vi tude e pelo conbecimentospratieata vir dee dediearse a0 conhectmento significa ornare semelhantea Deus, quals como felatirma nas Lei, €“medida® de todas a8 sda A purificagdo da alma como conhecimento Sécratesidentificara a “cura da alma” com a suprema missio moral do homem, Platao insiste sobre esse mandamento so: ico, mas acresentathe certo colorido tistico,eslarecendo que “cura da alma” gnfica =purificagdo da alma” Essa put Ficagdo se reali’ medida gve = sims, Ultrapassandoos sents, congusta orn. dodo intelgvel ed esis mergulhan- do nle como em algo qo he conse Neste caso de modo bastante diferente de omo ovorse nas ceriménias de niiaglo do Onhsmo, a portcagao coincide com 0 proceso de eevagio a0 conhecimento st remo do inteligve. E é preciamentes0- Bre esse valor de parieasao atribuido 3 ica 4, conheeimen (valor paca smentedescobero pelos antigos rae on como vimos) que €necessiio tele para compreendera nowidade do “istic Esmo™ platonico, Exe mistciemo nda con Site na contemplagao estan © aloe, thas no esforgo eatartieo de busca e de 35. Censdo progressva 20 conhecimento, En posivelcompreender como o proceso do concierto raconal abet ee Sente, para lata um proceso de "con versio moral, Na verdade, a medida que b procesto do conhecimento nos leva do Sensivel para 0 suprasensivel nos tans. porta deum mundo para o outro, tambem fos cond da faba para a verdadeia dh rmensto do ser Conseqientement,€ "0 ‘hecendo® que a alma cura ast mesma, Tealiza a propria punficagio, se convene se leva Esso resides verdadeira vie tude aio expe essa ee nfo apenas no Fédon, mas também nos livros cera Repiblce calc represent iveras30 dor ceponeeadeias do senivel, € “conver: S80" do der a0 st nicigao 30 Be st premo. E caret, portanto,o que excreveu ewe epeto W Jnr “Ace propor “Converso! como tl mas da crigem do con ceito criti de conversfo, € forgo reco- nhhecerem Plato aque gu por peimeiro tlaborou esse concsito.” hy A imortalidade da alma Para Sdcrates era suficiente compreen- dee que a esséncia do homem ¢ sua alma (psyche) para que se estabelecessem os fun- damentor da nova mera: Por conepune 154 Quarta parte- Platac alma é ou nio imortak; a vide tem seu Premio em si mesma eo vicio tem o-castigo Para Patio, a0 contririo, problema da imortalidade se tornaextencial: se, com A morte, homem se dstolvese totalmente ho mada, 3 doutrina de Socrates ndo seria Suliiene para refaros que egam a exis. tec de do guages pin or exemplo, os Softtarpaliices, cHo Tengo pra dignstcn€ CAs, pesca gem do Cargias). Além do mais desco- Fert da metaisica ea aeetagio do ndcleo emsencial da mensagem Orfca impunham a questo da imortahdade como fundamental Compreende-se,portaneo, que Pltao tena fetornado virts vezes 0 assunto: ila tent, deforma breve, no Menon: posterior tmente, com tésargumentossOidose ta- bathados, no Fedon; por fim, com provas omplementares de apoio, na Republica © no Fe, . central do Fédon da seguinte forma: # alma mana sents, toy ese con tudo o que vimos ateiormente) €capaz de Conhecer as reaidades imutaveseeternas poder conhecer tas realidades ela deve possi necessaramente uma nature ‘a afm com elas. Caso contro, ess ea iidadesultrapassariam as eapacidades da alima. Consequentemente como sio imuté We een an tien em der 'No Timeu, Patio precisa ques almas so geradas pelo Demitrgo, com a mesma Substancia de que ¢ feta ma do mundo iGomponta de “enséncia, de “idenidade™¢ de “diversidade") Eas, portant, nasce ram, mas, por determinagaodivinay nao es {Ho maja more como nso ext so morte ado o que € prog dretsmen. te pelo Demiurgo Das varias provas apresentadas por Patio, um ponte &cerors exsencia Ca imorealidade da alma x6 rém sentido caso seradmia a eisténcia do ser metaer ‘lina consti a dimensio inteligivel ¢ imetaempirica, por isso mesmo, incor rupee do hometm: Com Plo, homer fe descobre como scr de dss dimensoes Ges aguio neon reel po ‘Ho suprafisia,atrbuirdo 4 dimensio fi ‘um significado toralmente diferente do Sizificado que ela possua quando.o supra. sensivel era ignorado, A metempsicose eens ae alma apés a morte Prue ii pc eo spice com nats sepn a Came cere ese

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