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20 _RECURSOS HiDRICOS ‘ € — gy 3 C7) ee ey Em areas de clevado risco geologico e climatolé- gico, como aquelas sujeitas a terremoros e vuleanismo, 1 agua subterrinea é uma reserva estratégica, uma vex que € menos vulnerivel aos eventos catastréficos que atingem as populagdes, Outro importante papel desempenhado pela gua subterrinea é sua descarga em cursos de égua superficial (fluxo de base), como tios ¢ lagos, o que permite a sua manutengao durante a época de seca. O fluxo de base pode chegar a totalidade da s épocas do ano, per mitindo a utilizacio desse recurso superficial para 08 mais diversos fins, incluindo a captagio para 0 abastecimento ou para a diluicio do esgoto nao, tratado lancado pelas cidades. O mesmo mecanis reas alagadicas, como mo garante a manutencio de brejos, pintanos, mangues € restingas, importantes Tabela 20.5 Padrao de potabilidade e classificagao dos corpos de 6qua considerando alguns compostos inorganicos e orgénicos de risco saude. Eos eres DO ee CC or] ‘Aménio (NH,) 0.01 0,02 0,02 é Arsénio (As) 05 0,05 0,05 0,05 Cédmio (Ca) 0,005 0,001 0,001 0,01 Cromo hexavalente (Ci) 0,05 0,05 0,05 0,05 : Cioneto (CN) 0,05 0.01 0.01 02 Fluoreto (F) 06-17 1A 14 14 Ferro (Fo) 08 : Chumbo (Po) 0,05 0,03 0,03 0,05 Merctrio (Ha) 0,001 0,0002 0,002 0,002 : Nitroto (NO,-N) 10 10 10 10 Peeters yd rere Cmte he Benzeno 10 Clorobenzeno OT Tetracloreto de carbone 3 Cloroiérmio 30 Pentaclorofencl 10 Clordono (total de is6meros) 03 DDT (¢iclorodifenilricloroetono) 1 PCBs 2,4 D (écido dicloro-fercxiacétice) ‘100 * Porta 36 do Ministerio do Sadde, dissolvidos totais e de O,Syg/L de fencis sintticos. 10 0,04 0,002 0,001 4 Cree Classe3 Classe 4 10 10 3 3 : 10 10 0,04 0,3 0,002 1 0,001 0,001 4 20 Comunidade Econémica Européia (1982) recomends 1Qug/L. de hidrocarbonetos 422 DeciFranpdo a Terra grande “planeta agua” esti pasando sede. E incrivel imaginar que atualmente dezenas de milhdes de pessoas vivam com menos de cinco litros de gua por dia em um planeta que possui 70% de sua superficie coberta por igus. E certo que a “hidrosfera aproveitivel” € suficiente para 0 abasteci- mento de ‘gua de toda a populacio da Terra, mas ela ¢ irregularmente distribuida. A agua como substancia, esti presente em toda parte, mas o recurso hidrico, entendido como um bem econémico ¢ que pode ser aproveitado pelo ser humano dentro de custos finan- zoviveis, é mais escasso, Cerca de 97,5% de toda a agua na Terra sio salga das, Menos de 2, ntre as calotas polares (68,9%), os agiiiferos (29.9%), tins € lagos (0,3%) e outros reservatérios (0,9%). Des doces ¢ estio distribuidas ta forma, apenas 1% da agua doce é um recurso aproveitivel pela humanidade, o que representa 0,007% de toda a agua do planeta. (O problema da escassez de Agua esté atingindo pro. porgdes alarmantes. Em 1972, a Conferéncia das Nagées Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocol: mo ja prenunciava uma crise mundial da agua. Na década de 1990, 0 Comité de Recursos Natutais das Nagées Unidas confirmou que 80 paises, que repre BD Umidas BFios rR <. a Swe Ra Ng i i BB Semiaridas a¢ ‘> . Wi svb-smidas + sentavam 40% da populagio mundial, padeciam de grave caréncia de agua © que em muitos casos esta falta era um fator limitante para o desenvolvimento econdmico e social. A escassez dle Agua atinge hoje ais de 460 milhdes de pessoas. Se nao for alterado 0 estilo de vida da sociedade, um quarto da populagio mundial softer ste problema nas proximas décadas. A contaminagio da dgua vem ereseendo assusta doramente, sobretudo nas 2 eem grandes costel cidades em todo 0 mundo, Fornecer ig todos é 0 grande desafio da humanidade para os pré- sximos anos, A agua de boa qualidade pode reduzir a poravel para taxa de mortalidade e aumentar a expectativa de vida da populagio, Segundo a Organizacio Mundial da Satide, cerca de 4,6 milhdes de criangas de até 5 nos doenga relacio nada A ingestio de égua nio potavel, agravada pela fome € resultado da mé distribuigio econdmica de renda. A falta de higiene associada 4 escassez de Agua € gio conta: giosa que atinge a cérnea ¢ causa a cegueira, Fstima-se que meio bilhio de pessoas em paises pobres sofrem deste mal, O abastecimento de agua potivel eo sane amento ambiental poderiam reduzit em 75% as taxas de mortalidade e enfermidades da populagio. de idade morrem por ano de diarr causadora de doengas como tracoma, in| . aos Fig. 20.1 Distribuicao das regides secos e Umides no ploneto. Fonte: Nocées Unidas, 1997, “Visto oére0 do regido de mangues no Parque Nacional do Cabo Orange (AF). frm muitas stuacdes, a 6qua sublerrineo ¢ origem «parte dos compos de digua supercial. Por que dstingui-los, se $60 componentes do mesmo recurso? Foto: Zig Kach/Kino Arquivo Neste capitulo veremos a situagio dos recursos hidricos no Brasil e no mundo, sua disponibilidade, scu uso atual as perspectivas fururas. Especial ate sao seri dada & Agua subterrinea, & sua distribuigio © aos impactos causados pela atividade humana, inclu. indo a contaminagio € a extracio excessiva. 20.1 Abundancia e Distribuigio da Agua Doce no Planeta Aproximadamente 72.000 km'/ano de agua retornam a atmosfera por evapoteanspiracao, dos 119,000 km’/ano da precipitagio que eaem sobre os continentes (Cap. 7). Os 47.000 km /ano restantes de gua doce que citcalam pelo planeta, através do esco- COUR ete a amento superficial ¢ subterrineo representam 0 x= cedente hidrico, que é precipitado © 0 evapotranspirado, ¢ pode ser decom a diferenca entre o volume posto na escoamenta de gua superficial e subterrinea A abundancia de gua em uma regio é o resulta: do da interagio entre o clima ea fisiografia, O Atlas da desertif para o Meio Ambiente mostra io do Programa das Nacdes Unidas diferentes divisdes segundo a disponibilidade de umidade, desde hiper aridas até timidas (Fig, 20.1). As regiGes como América do Sul e Asia sio aquelas onde ha maiores porgoes de terras timidas, enquanto os maiores desertos encon: tram-se no norte da Africa € centro da Asia. Somente ‘na bacia do Amazonas fluem 16% da agua doce do planeta ¢ apenas a bacia do Congo-Zaire representa Tabela 20.1 Descarga dos rios dos paises mais ricos e mais pobres em agua do planeta. Deer mre Der Rr Peerrea Brasil 6.220 Risso 4.059 EUA (incluindo Alasco} 3.760 Conadés 3.290 China 2.800 Indonésia 2.530 Indios 1.850 Colombia 1,200 Peru 1.100 ‘Comunidade Econémica 171 Européia (15 paises) Europa Asio 32.200 Afiico 22.300 ‘América de Nore 18.300 América do Sul 28.400 Austrélio. @ Oceania 7.080 Antartica 2.310 Total 119.000 Fonte: Nagées Unidas, 1997 Mota 15 Gaza 46 Unido dos Emiredos Arabes 500 Libio 600 Singopure 600 Jerdério 680 lsroe! 750 Chipre 9700 Berenice (km?/ano) 18.100 17.700 10.100 16.200 4570 72.000 424 DeciFRANDO A TERRA tum tergo das drenagens de todos os rios alticanos (Tabela 20.1). As regides semi-fridas constituem 40% a superficie continental € somam apenas 2% do es coamento hidrico superficial. Nos 9 paises mais ricos em Agua, incluindo Brasil, Russia, E.U.A., Canada, Chi na, Indonésia, india, Colombia © Peru, estio concentrados 60% do total de igua doce do mundo, ou seja, um volume superior a 26,800 km'/ano, A Tabela 20.2 detalha o balango hidtico dos prin- cipais continentes, indicande \queles onde o exeedente hidrico € positive, A mi distribuigio dos recursos hidricos nao existe apenas espacialmente. Muitas vezes varias regi acometidas por grandes enchentes € em outra época do ano ha periodos de seca. O tempo de residéncia da sigua na superficie terrestre também acaba por li- mitar sua disponibilidade. Suécia ¢ Botswana recebem © primeiro possui um clima timido © outro semi-arido. A razao desta desigualdade esta nas altas taxas de evapotranspiracao ‘mesma precipitagio anual, m: distribui irregular da chuva no pais africano, 20.2 Demanda de Agua Segundo estatistcas recentes, estima-se que 9.000 kmi/ ano de fgua so acessiveis a0 consumo humano € cerca de 3.500 km® encontram-se armazenados em represas, somando um total de ficil acesso de 12.500 km /ano. O escoamento superficial total € de 47,000 km'/ano, mas a exploragio dos restantes 34.500 km'/ano € difieil, custo- sa ou pode causar impactos negativos ao meio ambiente. Atualmente, 6,500 km* de agua sio utilizados por ano pela sociedade para diversos fins, concentrando-se no uso predominantemente agricola, seguido pelo industri- al e urbano (Fig, 20.2) No século XX a demanda de égua aumentou em ais de seis vezes, superando em duas vezes 0 cresci mento populacional no periodo. O consume per capita do recurso aumen gcometricamente com a melhora da renda da sociedade. Enquanto um volume de 80 litros/dia € considerado suficiente para a manutencao de un pessoa em bons niveis de satide e higiene, a ‘om volume per ‘apita be 5,4 litros/dia, € um eidadio norte-americano populacio de Madagascar sobrevive usa quantidades superiores a 500 litros/dia, sobretu- do devido ao desperdicio. proprio crescimento populacional demanda um aumento na produgio agricola. Hoje, 2.600 km'/ano de gua sio utilizados nas lavouras em todo 0 mundo. 1000 km /ane eso 1950. 19601970 10801990000 =Total — indistia —Agicutura = Municipio Fig. 20.2 Uso mundial de agua por setores nos climes 60 ‘anos. Fonte: Nacdes Unides, 1997. © uso da irrigacio, juntamente com a introducio de espécies de alto rendimento, a utiliz tes e agrotéxicos, tem permitide um grande de fertilizan: s cule 17% das terras agricolas do mundo, a lavoura irrigada produz 35% da producio mundial de alimentos. A rendimento ¢ Embora ocupando somente necessidade cada vex maior de agua para a irrigag fez com que desde 1960 tenha hy de consumo de agua em mais de 60%. Dividindo-se globalmente a gua existente no pla ‘neta por toda a sua populacio, ndo haveria eseasse2 de Agua. Para 0 ano 2000, 0s aportes superficiais € subtertiineos de gua poderiam fornecer cerca de 6,50) m’/ano,pessoa, ou seja 6,5 vezes maior que a quanti dade minima considerada razoivel pelas Nagdes Unidas. Entretanto esses niimeros sio irreais, pois, além de cc ha efetivamente disponivel, do recurso hidrico ¢ da populagio no mundo, Consi Jerarem toda a gua de superficie € no aque io analisa a distribuigao derando mimero de pessoas em 1995, 0 uso per capita de Agua ¢ a classificagio em cinco niveis das Nasées Unidas, determinou-se o grau de caréncia de ‘agua dos paises (Fig, 20.3 ¢ Tabela 20.3) Nes vez que recentes estimativas indicam que aqui correm 53% da agua doce da América do Sul e 12° total mundial dos tios, ou seja, um toral de 1 cenario o Brasil é um pais privilegiado, uma 7.900 m’/s, Esta imer gua é resultado da quantidade de extensio territorial, somada ao regime climitico, pre dominantemente equatorial € tropica precipitacdes médias anuais de 1,000 a 3.000 mm/ timido, com ano em mais de 90% do territério. Capituto 20 * Recursos Hipricos 425 Proporgao do uso de dgua em ralagdo a sua disponibilidade > 40% Bi 20-40% 10-20% Dh <10% Fig. 20.3 Proporcée entre uso € disponibilidade hidrico no mundo. Fonte: Nagoes Unidas, 1997. Tabela 20.3 Clossificacéo de Margat (1997) dos paises segundo «a disponibilidade e uso per capita de agua em m'/ano.pessoa. Cee crers a Cor ae cry tency ey {<500) _(500-1,000) (1.000-2.000) (2.000-10.000) (10,000-100.000) (>100.000) Muito Baixo Bahamas, Quénio Etispio Gano, Nigéric, Angolo,indonésio, Gab6o (<100 Singapure Zoire Boixo Argélia Cabo Verde AIricado Sul, Chino, Etidpia _Austio, Bangladesh, Guiana (F) (100-500) LUbane, Polério, Bolivo, BRASIL, Somalia Colémbic, Venezuela Moderado E.Arobes, Belgica, Alemanho, Abbéiio, {sl6ndio (500-1.000) — Goza, Israel, Ucrénia Espanho, N.Zeléndio, Jordénia, Tunisia Fronga, idl, Russia Mexico, Peru, = Siri, Reino Unido Alto Axdbio, gto Paquistéo BUA, Argentino, (1.000-2.000) Soudito, ibia Filipinas, Ausiélia, Canad, = Mee Chile Muito Alto ELA rogue, Turquistéo, Sibério (2.000) (Beixo Colorado) EUA Colored) (ROssio) 426 DeciFRANDO A TERRA Tabela 20.4 Disponibilidade hidrica social e demandas por Estado no Brasil. rr emery Cueto) Rondénia 150,2 1,229,306 Acre 154,0 483.593 Amazonas 1,848,3 2.389.279 Reraima 372,3 247.131 Poré 1.1247 5.510.849 Amopé 196,0 379.459 Tocantins 122,8 1,048.642 Maranhéo 84,7 5.022.183 Piaui 248 2.673.085 Cearé 15,5 6.809.290 RiGronde do Norte 43 2.558.660 Paraiba 46 3.305.616 Pernambuco. 9.4 7:399.071 Alogoos 44 2.633,251 Sergipe 26 1.624020 Bohio 35,9 12.541.675 Minos Gerois 193,9 16.672.613 Espirito Sento 18.8 2.802.707 Rio de Janeiro 29,6 13:406.308 80 Paulo a9 34,119.10 Parond 1134 9.003.804 Sto. Caterina 62,0 4.875.244 R.Grande do Sul 190,0 9.634.688 Mato Grosso do Sul 69,7 1.927.834 ‘Malo Grosso 5223 2.235.832 Goids 283,9 4.514.967 Federal 28 1.821.946 BRASIL 5.6100 157.070.163, Fonte: Rebougas, 1994 ado Ama dos rios nacionais, seguida A maior bacia hidrografica brasileira zonas, com 72% da vazi das bacias do Parana (6,3%), Tocantins (6%), Parnaiba. Atkintico Norte Uruguai 2.5%), e Atlantico Sul ¢ So Francisco (ambas com 1,7%), © valor de disponibilidade hidrica social, ou seja, © total de agua da descarga continental, dividido pela 32 m'/hab/ano (Tabela 20.4). B, possivel notar que somente alguns Estados populacio no Brasil é de 35. do Nordeste apresentam uma disponibilidade hidvica considerada regular (1,000-2.000m' /hab/ano), pois os Cee eee orem erm erry Gene eo Te oo (m°/hab/ano) — (hab/km?) (m*/hab/ane) 1991 115.538 5,81 44 0,03 951.123 3,02 95 0,02 773,000 1,50 80 0,00 1.506.488 121 92 0,00 204.491 443 46 9,02 516.525, 2,33 6 0,01 116.952 3,66 16.226 15,89 61 0,35 9.185 10,92 101 1,05 2.279 46,42 259 10,63 1.654 49,15 207 11462 1.294 59,58 172 12,00 1.270 75,98 268 20,30 1.692 97,53 159 9,10 1.625 73,97 161 5,70 2.872 22,60 173 571 1.61 28,34 262 22 6714 61,25 223 3,10 2,189 305,35 224 9,68 2.209 137,38 373 12,00 12.600 43,92 189 iat 12.653 51,38 366 2.68 19.792 34,31 1.015 4,90 36.684 5,42 174 0,44 237.409 2,62 co 0,03 63.089 12,8r 77 0,25 1555 303,85 150 8,56 35.732 18,37 273 071 ‘outros apresentam abundancia do recurso, Entretanto uma anélise mais detalhad: vai expor a caréneia do recurso em bacias hidrogrificas especificas, como a SP), do Oriental Pernambuco, do Leste Potiguar (RN) ¢ de F plo, Os Estados brasileiros de maior utilizacao per capita de gua sio Rio Catarina, Pernambuco ¢ Minas Gerais, aqueles que do Alto do Tieté ‘ortaleza (CE), por exem: rande do Sul, Sio Paulo, Santa porcentualmente, mais utilizam o recurso hidrico total sio Pernambuco, Sio Paulo, Paraiba, Rio Grande do Norte © Ceara 20.3 Impacto das Atividades Antropicas nos Recursos Hidricos As extragdes desmedidas dos corpos de agua € 2 contaminagio sio os dois grandes problemas que tém ocupado as atenedes dos governos nas itimas décadas. © abastecimento de grandes areas metro politanas exige que a agua seja trazida de regides cada vex mais distantes, onerando © comprome- tendo os recursos hidticos. Ao mesmo tempo, tradicionalmente 0s rios tém servido de receptores para os langamentos de esgotos urbanos, de lixos € de efluentes agro-industriais. Em varias regides 0 meio ambiente tem sido incapaz em degradar estes contaminanteé e restituir o seu equilibrio natural \ detivagio de um curso de agua pode tam bem comprometer a sua qualidade, uma vez. que a reducio na vazio do rio diminui a sua capacidade depurativa, aumentando assim a contaminacio. No Brasil os corpos de agua doce sto classifi cados em cinco classes, segundo a sua qualidade bio-fisico-quimica, As classes limitam a concentra cio de contaminantes presentes nos efluentes langados em ios ou infiltr Jos em agiifferos. Por exemplo, 6 chumbo pode ser tolerado em até 0,03mg/L em corpos de classe 1 ¢ 2 € até 0,05 na classe 3 ¢ praticamente sem restrigio para a classe 4. A classe especial, que inclui as aguas subterrine as, € aquela em que os langamentos de efluentes ou infiltragdes de contaminantes nto devem exceder as qualidades naturais do corpo receptor ou os padroes de potabilidade humana para a agua (Ta hela 20.5) © padrio de potabilidade ¢ definido pelas le gislagdes federal c estadual, Lom uma série de parimetros fisicos, quimicos e biolégicos ¢ os limi tes miximos permitidos para © ser humano. Esse padio é baseado em dois critérios diferentes: um que afe a satide (toxicidade, carcinogenicidade © mutagenicidade) © © segundo, associado a valores estéticos (organolépticas). Virias sio as limitagdes de tais listas, uma vez que a quantidade de produ: tos quimicos comercializados hoje supera em muito as substincias analisadas quanto ao risco 4 sade € 10 meio ambiente Cet ee me O que representa Ipg/L (micro- grama por litro) de contaminagao? Alguns compostos quimicos como solventes halogenados, utilizados amplamente como desengeaxantes pela indistria moderna, sio alta- ‘mente tdxicos. O padriio de potabilidade para alguns deles nio ultrapassa alguns microgramas por litro. ‘Como um litro de agua tem uma massa aproximada de 1 kg (densidade 1 kg/litro), pode-se dizer que 1yig/L corresponde a uma solugio contendo um micronésimo de grama ((,000001g) de contaminante ‘misturada em uma massa de 1 kg de agua. FB equi- valente, entio, a uma concentracio de uma parte porbilhio (ppb), ou seja, 1 kg de contaminante em tum bilhao de kg de égua. Mas para se ter uma idéia de quio pequeno é esse valor, imagine um edi cio residencial médio de 20 andares com 80 apartamentos. Se fosse possivel enché-lo completa- ‘mente de gua, seria necessirio apenas o volume de ‘uma xieara de chi do contaminante para se obter a ‘concentragio de Ippb. 20.4 O Recurso Hidrico Subterraneo 20.4.1 Ocorréncia e importan subterranea da agua Embora representem 97% da agua doce liquida do planeta, 0 que por si sé mostraria seu valor, as aguas subternineas desempenham um papel fundamental no abastecimento publico ¢ privado em todo o mundo, Estima-se que mais de 1,5 bilhio de pessoas em niicleos urbanos © uma grande parcela da populacio rural te nb m suas necessidades supridas pelo manancial subterrineo. As tendéncias mundinis mostram um forte crescimento dessas cifras, sobretudlo em paises de eco: nomias periféricas, que esto encontrando na suhterrinea uma alrernativa de baixo custo, devido a sua fiicil obtengio € boa qualidade natural © valor econdmico deste recurso também é grande © uso agricola na irrigagio de pequenas e grandes pro- priedades tem aumentado, permitindo a regularizagac ro suprimento de agua em épocas de seca, Muitas vezes, em grandes centros urbanos, as Jguas subterrineas po dem a ¢é ter disponibilidades volumétricas menores, em comparagio aos recursos superficiais, mas o uso pela indastria e comércio tem freqiientemente gerado pro- dutos de maior valor agregado. Capituto 20 * Recursos Hipricos 429 Na América Latina, embora nao existam cifras muitos paises. A Fig, 20.4 mostra a dependéncia dos oficiais seguras do uso da digua subterrinea para. o paises do recurso hidrico subterrineo, indicando tam- abastecimento piblico e privado, seu papel € vital para ——_bém alguns nticleos urbanos de grande demanda. * (BAHAMAS LY "2 RERDOMINICANA Fig, 20.4 Importéncia dos égues subterténeas pora © abastecimento piblico na América Latina e Caribe. CX) ete oy Em pelo menos duas das maiores concentra- ges urbanas do continente americano, Cidade do México € Lima (Peru), os recursos hidricos subter- das necessidades rineos suprem a maior propos municipais e domésticas de 4gua potivel. No caso da Cidade do México, a gigantesca cifra de 3.200 milhdes de litros por dia (ML/dia) (04% do total suprido em 1982) é fornecida por um conjunto de 1.330 pogos tubulares. A gua distribuida na Gran- de Lima, incluindo 0 Porto de Callao, é obtida pelo bombeamento de 320 posos, produzindo mais de 650 ML/dia. Em outras grandes areas urbanas, in- cluindo Buenos Aires e Santiago (Chile), a agua subterriinea proporciona uma significativa parcela do suprimento municipal de 4gua potavel A excelente qualidade natural aliada ao baixo tificado 0 erescente uso deste recurso custo tem j ‘mesmo em areas Gimidas com excedentes hidricos, como na América Central ou no Brasil, onde 35% da populacio fi primento de suas necessidades de gua po em uso deste recurso para o su avel. No fio Paulo, por exemplo, 70% dos ni- bastecidos total ou parcialmente \iiiferos, totalizando 34% Estado de § cleos urbanos sao por dguas oriundas de da populagio. 20.5 A Influéncia das Atividades ‘Antrépicas nos Recursos Hidricos Subterraneos 20.5.1 A extragio intensiva das 4guas subterraneas Muito embora os aqiiiferos formem o maior reservatério de agua potavel liquida do mundo, sua distribuigio nfo € igual no planeta. Algumas areas possuem uma abundancia deste recurso enquanto em outras é quase inexistente. O principal controle € a interagao entre as caracteristicas geolégicas € climatolégicas da area. Como visto no Cap. 7, a permeabilidade e a porosidade da rocha definem a capacidade do aqiiffero em transmitir, armazenar fornecer gua, O clima, na zona de recarga, vai con- trolar os volumes ingressados de igua ao aqiifero, atr és do balango hidrico, Qualquer bombeamento de um poco causa al guma descida nos niveis de um aqiiifero. Caso a extragio seja limitada, o nivel de égua se equilibrard em funcio do balango entre a extracio € a recarga Entretanto, se a extragio for maior que a capacida- de de reposigao de agua no agiiifero, 0 nivel hidraulico continuara caindo ao longo dos anos € podera chegar a comprometer seriamente 0 recur- so subtersineo, Quando a extragio de agua do agiiffero supera a recarga em periodos muito prolongades, ov quan do 0 bombeamento esta concentrado em uma pequena zona, ocorre a superexplorago, ou seja, a retirada de Agua do aqiiifero se di em quantida des maiores que a sua reposigao, acarretando, desequilibrios no balango entre as entradas de agua no aqilifero (recarga) € as saidas (extragio). Devi do ao grande armazenamento do aqiiifero, este pode ser, durante periodos especificos, explorado em volumes maiores que a sua recarga sem proble- mas, desde que isso ocorra de forma estudada planejada, As conseqiiéncias da exploracio irracional nor- malmente estdo associadas aos seguintes problemas, alguns jé interpretados no Cap. 7: + redugao na capacidade produtiva individual do poco ou de poses préximos, com aumento nos custos de bombeamento; * indugio de fluxos laterais de agua salina da costa maritima; + infiltragdo de gua subterrinea de baixa quali- dade advinda de outras unidades aqitiferas mais superficiais; * drenagem de tios e outros corpos de agua sv: pesficial, pelo rebaixamento do nivel hidriulico do aqiiifero; * subsidéncia do terreno, resultando em proble- mas de estabilidade ¢ danos de edificagdes ¢ rede de esgoto. 20.1 Quanto de agua subterrdnea tem o Brasil? Os 8.512.000 km’ do territério nacional po- dem armazenar um volume superior a 112,000 km’ de gua subtertiinea. Esta co- lossal quantidade de gua poderia abastecer a populagio do planeta durante Infelizmente, nem toda a égua subterrinea pode ser extraida, tampouco a sua distribu Gio € equitativa em todo o Pais. Diferentes s tém diferentes capacidades de arma- zenar e transmitir agua, Em certas areas, 0 regime climitico limita a recarga dos aquiferos, reduzindo a sua produgio. As grandes provincias hidrogeol6gicas do Pats © as suas principais caracteristicas aqiiferas esto na Fig, 20.5. roc! CPN TER A ote Provincias hidrogeolégicas do Brasil rrovincu powiwo | STEM | voumene | A240! HIDROGEOLOCICA maven | AUER | Keuntim TOS °. 1 [2m csCueO CENTRAL Zona enn © 3 | SkOFRANCISCO 0 eee bore RRM coro ccsre samwaroon mens | an 510 oo cars ct PARANA fae ean -Seiere | | | wm | wn a fee = £6 Fig. 20.5 As Gquos subterraneas no Brosil Fontes: DNPM/CPRM, 1983 e Reboucas, 1999. eet 432 DeciFrRANDO A TERRA Problemas dle extragio no controlada em aquiferos sio bastante comuns em varias partes do mundo, como conseqiténcia do crescimento desordenado das cidades © da falta de planejamento no uso dos recursos hidricos des da Asia tém sido observadas quedas entre 20 ¢ 50 metros nos niveis dos aqaiferos. A situagio itica € observada em Leén-Guanajuato, Mé xico, onde os niveis desceram 90 meteos entre 1960 ¢ 1990 e nos anos subseqiientes a um ritmo de 1 a5 metros por ano. No Brasil, muitos casos de perfuragio descontrola: da de pogos ocorreram pela inexisténcia de dispositivos legais que regulamentem a atividade. O Cédigo de Aguas de 1934 dispunha que 0 dono de qualquer terreno po- ceria se apropriar, por meio de pocos ou galerias, da ‘gua que existia ct contanto que nio prejudicasse os aprovcitamentos exis. tentes, nem derivasse a gua de seu curso natural. Somente » Federal de 1988 e com as leis decor rontes, agua subterrinea passou a ser considerada bem. subsuperficie na sua propriedade, com a Constitu de dominio dos Estados, possibilitando © efetivo gerenciamento da reserva hidrica subtersinea. Mesmo em areas onde as propriedades contam com rede de digua de Agu tn, pesfurgo de pogo para uso privado é nte comum, sobretudo para indiistrias, empresas € condominios residenciais. Esta pritica é motivada pela economia direta desta fonte alternativa ¢/ ou pela possibilidade de contar com uma fonte adicional segura, em areas onde o fornecimento niio é regular. Devido a falta de disciplina nas autorizagies de perfura 20 € de exploragao de pogos na maionia dos paises, a grande densidade de pogos em niicleos urbanos acaba provo dramatic: indo problemas de superexploracio © redugio Jos niveis dos aqiiiferos, A urbanizacio causa a impermeabilizagio do solo e sa expulsio ds sireas verdes agricolas em torno das cida a por reduzir a infiltragio e a recarga do aqilifero, Por outro lado, as perdas de agua potivel por des, o que aca vazamento da rede de distribuigio, que facilmente che gam a 45% do volume total, contribuem de forma bastante es, a urbanizaciio fiz.com que a contabilidade hidrsulica seja mais favorivel ao aqiiifero, snte com a recarga do agiiifero, Muitas ve 20.5.2 Intrusio salina Nas Areas costeiras, os agiiiferos normalmente des carregam suas fguas no mar, Existe um equilibrio dindmico entre as Aguas subterrineas, de baixo contetido salino, € as Aguas salgadas que saturam as rochas ou sedi mentos sob o mar. Quando este equilibrio se rompe através do bombeamento de pocos, por exemplo, haa > da agua marinha salina no interior do aqiiifero, causando a sua degrad: 20.2 Superexploragao de aqiiifero Na América Latina, um dos mais importantes exem- plos de superexploracio de aqiiffero pode ser ‘observado na Area Metropolitana de Lima (Peru). Em 1985, 264 pocos tubulares municipais extraiam mais de 208M" /a de gua de um sistema aqifero livre (ahivio- coluvionar) de grande produtividade. A falta de planejamento de uso do recurso tem causado proble- mas de queda dos niveis do agiiifero, que implicam pocos de maior profundidade maior dispéndio de energia elétrica. Em 1964, os niveis de agua eram quase aflorantes e, em menos de 20 anos, desceram 40 metros, exaurindo os horizontes agiifferos mais permeaveis. A producio média, de 43-60L/s (154-216m°/h) por pogo em 1964, caiu para menos de 25 L,/s (90m*/h) em 1984, Em 1975 gastava-se 0,7 kW para produzit 1 mde agua -e dez anos apés, 0,88kW/m’ (Fig. 20.6). Fig. 20.6 Redugdo dramética no producto de posos publicos de obostecimento de agua no cidade de Limo, Perv. ‘Queda no nivel de Aqua do aquifero entre 1964 e 1984 ‘com diferentes regimes de bombeamento Steen] © Pogo tubular tipo Horizonte mate ‘ermevel do autor A sigua do mar é mais densa que a égua subterri- ‘nea, Isto faz com que uma cunha de agua salgada se posicione sob a agua doce do agiiifero (Fig. 20.7 Obviamente o formato preciso dessa cunha, bem como suas dimensdes, vai depender do fluxo da gua subterrinea, do gradiente hidriulico do aqiiifero, da variacio do ‘nivel do mar, do efeito de maré, da heterogencidade e anisotropia do agiifero e, caso exis- ta, da intervengio do set humano. Na virada do século XIX, os pesquisadores Ghyben © Herzberg, trabalhando independentemente, estabe leceram uma relacio entre um agiifero livre, de porosidade primaria, homogéneo e isotr6pico e as aguas do mar, com um modelo hidrostitico, que le- vava em consideracio apenas as densidades dos fluidos. Embora © modelo seja bastante simples, ele di uma nogio da sensibilidade deste sistema fi bombeamento de pogos na linka de costa. Segundo esses autores, 0 rebaixamento de apenas um metro do nivel do aqiifero, através da extracio de um poco proximo @ cunha salina, causaria uma ascensio ou intrusio de até 40 metros da égua salgada. TR eR Dc Lengel tay sine eet eee . oie pe Cone de as. on zg tinea ’ ape " oseensd0 ive sah oon Fig. 20.7 Relagao enire égua subterrénea e égua do mar em ree de descarga de um aquifer livre, Aesragao de agua sub- Jerénea da linhe de coste acabe por criar © avango da gua solgada em subsuperticie, processo chamado de intrusdo salina Tabela 20.6 Areas de subsidéncia causada pelo bombeamento excessive de agua subterranec. Been Cas Lorry Pars Peery Arizona Ceniral 23 California Vole de Sto Clora 4 Vole de San Joaquin a9 Loncoste 1 Nevado os Vegas 1 Texas Houston-Galvesion Louisiona Baton Rouge 0,3 1-15 190 1928 -68 190 1920 -70 130 1938 - 70 130 1961-69 650 1948 - 67 650 1920-70 1,000 1935-70 400 1955 - 67 500 1935 - 63 8.860 1943 ~ 64 650 1934 - 65 (l - Tricloroetileno S pee 4,4,1-Tricloroetano —_§.700.000.000 15.000 ee Tetracloroetileno Ocean City, New Jersey Indlistia Tricloroetileno Eletrénica 4,1,1-Tricloroetano 6.000.000.000 9.800 Mountain View, California Drenos de Tricloroetieno 00 4.500 RMD iiss, egeeere,——_+0.000.000 esgoto Cape Cod, Massachusetts 1,4-Dioxano = Atetro sanitario ea 402.000.000 190 Gloucester, Ontario gr en 1,1,1-Tricloroetano Freon 113 5.000.000.9000 130 gercnes) 1,1-Dicloroetileno San Jose, California 4\4,1-Trieloroetano ‘Aeroporto Tricloroetileno 4.500.000.000 80 Denver, Colorado Dibromocloropropano 436 DeciFRANDO A TERRA Alguns compostos orginicos halogenados, utiliza- dos amplamente como solventes € desengraxantes, € algui hidrocarbonetos podem causar problemas ir remed Weis aos aqiiiferos. Estes compostos sao altamente téxicos ¢ bastante persistentes em subsuperficie. Devido a suas caracteristicas fisicas, os primeciros sio geralmente mais densos que as iguas (DNAPL: dense non-aqueous phate liquid) & 0s outros, me nos densos (NAPL: dight non-aqueous phase liga apresentam baisa solubilidade geralmente acabam por criar uma fase imiseivel que afunda ow flutua no aqiiifero, de acordo com o composto. A remocio total desses compostos em meios porosos, prineipal- mente quando fragdes argilosas estao present praticamente impossivel. Nao existe ainda tecnologia disponivel que petmita que aqiifferos seriamente con- taminados por esses produtos sejam remediados. A preocupacio ambienta ainda & maior quando se veri- iades desses liquidos podem gerar grandes volumes de aqiiiferos contaminados, conhecidos como plumas contaminantes (Tabela 20.7). Um exemplo impressionante foi o ocorrido em San Jose (Califérnia, EUA), onde apenas 130 litros de solventes geraram uma pluma de 5.000000,000 litros. fica que pequenas quanti Outros contaminantes bastante comuns subtertineas sio os microorganismos patogénicos, incluindo as bactérias ¢ virus. Para a medigio da qua s Aguas DILUIGAO |retanoacho| lidade da égua tanto superficial como subterrinea, é usado 0 padrio de contagem de coliformes. Embora usadas devido a sua grande abundancia nas fezes de animais. Portanto a deteccio de coliformes nas 4g € um indicador de contaminagio recente Embora esse padrio seja mundialmente aceito € disseminado, para as 4puas subterrineas ele é bastante limitado. Essas bactérias sobrevivem em aqiifferos, em média uma semana, contra mais de 200 dias de alguns virus patogénicos, fazendo com que muitas vezes a sua auséncia no exclua problemas de qualidade da gua por outros microorganismos patogénicos persistentes, Eventualmente, a contaminagao das aguas subter rineas pode ocorrer por mecanismos naturais. A interagio entre a dgua e a rocha faz com que a agua se enriqueca de certas substincias, algumas das quais em concentragdes que a tornam nao potiivel. Estes pro blemas, embora ndo to comuns, ocorrem em agtifferos onde a atriz. mineral apresenta concentra- cio elevada dessas substincias © o ambiente freqiientemente propicia a sua solubilizacao, Os contaminantes mais comuns sio ferro, manganés flior, € em concenteagdes menores arsénio, cromo, cidmio, niquel, zineo, cobre, entre outros. ELIMINAGAO Solo i I | 1 1 fluxo vertical Zona n&o-saturada Predominancia de g si 2 [| 2 a< = a #¢e a ce Zona saturada Predominancia de fluxo horizontal Transformagao Bioquimica Precipitacto, Hid ‘Complexacéo I cee Reagdes em jambientes redutores Fig. 20.9 Perfil de degradagdo do solo e zona saturada e ndo-saturada. A espessura da linha corresponde a maior ov menor ‘atvacdo do processo indicado. PC Re ote Uma das mais graves contaminagdes de origem natural, envolvendo arsénio, ocorreu em Bangladesh. Um programa coordenado pelas Nacdes Unidas per farou milluares de pugus wos vales deluiivuy daquele pais, como alternativa para 0 abastecimento de de populagio ali residente, que anteriormente extraia ig dos aqiiiferos rebaixou os niveis fredticos, que induziu Jirctamente de rios contaminados. A exploracio a oxidacio do sedimento, Esta alteragio do ambiente fisico-quimico acabou por solubilizar 0 arsénio, que contaminow milhares de pessoas eausando problemas graves de saiide, Agua de fltior tem sido detectada na bacia sedimentar do Parani. Varios posos, inclusive de grande profundi- dade explorando o Si (formagdes Botucatu-Pirambéi subterrinea contendo elevada concentragio ro Gua rema Aq estio inoperantes ou ». Embora virios sendo sub-utilizados por esta 12 estudos tenham sido realizados, ainda existem muitas dividas sobre a origem desse fon na égua © solo participa ativamente da atenuacao de mui 10s, mas niio todos, contaminantes da gua subterrinea. © processo de atenuagio continua em menor grau na zona nio-saturada, especialmente onde sedimentos nao (pou- tanto 0 solo consolid: wdos, em oposicao a rochas fraturada antes (Fig, 20.9). como a zona nao-saturada sio a primeira linha de da agua subterrs Isto ocorte mio somente pela sua posigao estratégica, co reativas), estio pre defesa natural contra a polui mas também pelo ambiente mais favorivel 4 atenua- cio ¢ climinagio de poluentes e pela presenga de grande quantidade de microorganismos. A gua na zona nfo-saturada movimenta-se nor: poros. As velocidades geralmente nao excedem a 0,2m/dia malmente de forma lent restrita aos menores em curtos periodos de tempo e menores ainda para petiodos mais longos. As condigdes quimicas geral- mente sio aerébicas e freqiientemente alcalinas, permitindo: interceptagio, sorgio € eliminacio de micro organismos patogénicos, b) degradacio da carga de metais pesados € ow ravés da precipitacio (como carbonatos, sulfatos hidréxidos), tros quimicos inorginicos, ©) sorgio e biodegradagio de muitos hidro: carbonetos sintéticos e naturas. ‘Tais proce nem menor grau, na zona saturada, Nesta zona a redugio das concentragdes ocorre principalmente pela diluigio, resultado da dlis- peisio que acompanha o fluxo da gua subterrines A atenuacio de contaminantes no é mesma para eros, Algumas unidades oferecem me todos os aqii Ihor protecao que outras, devido as caracteristicas litol6gicas ¢ hidetulicas da zona nio-saturada ou do agiitarde, Desta forma, a vulnerabilidade 4 polui- do de um aqitfero € uma caracteristiea intrinseca que determina a sensibilidade do aqiiffero em set conta minado. 20.6.1 Causas Antrépicas da Poluigio de Aqiiiferos Uma lista das principais fontes poteneialmente contaminantes ¢ apresentada na Tabela 20.8. As ativi dades mais importantes no contexto latino americano’ sio os sistemas de saneamento ar situ, ou 8 infiltram os efluentes dir posicio incorteta de residuos slides, vazamento de yuelas que amente no solo, como de~ postos de gasolina, entre outras. * Nessus le fesse iid Deee- tar ed taza) Fig. 20.10 Conteminacéo do éguo subterrénea por fossas séplicas e negras. 438 DeciFranvo a TERRA Areas urbanas sem rede de esgoto Sistemas jn sitw de esgotamento sanitétio, como fossas sépticas, latrinas, fossas ventiladas e secas, entre outras, so adequadas para a disposigiio de efluentes domésticos em zonas rurais, vilas ¢ pequenas cidades n custo bastante reduzido, comparativamente a redes de esgoto € estagdes de tratamento de efluentes, Tabela 20.8 Atividades antrépicas potenc Os efluentes domésticos municipais possuem ele vadas concentragdes em carbono orginico, cloreto, nitrogénio, sédio, magnésio, sulfato € alguns metais, incluindo ferro, zinco e cobre, além de concentragdes variadas de microorganisms patogenicos. Destes com: postos, os que apresentam os maiores riscos 4 égua subterrinea fio 0 nitrogénio e os microorganismos patognicos (Fig, 20.10). mente poluidoras do aqiifero, mais comuns na América Latina. Atividades Petey Caracteristica da carga conta oo Gane eed URBANA (a) Saneamento in situ Lagos de onidocao Uxiviodos de inxdes/aterros sanitirios Tangues de combustivel INDUSTRIA Vazomento de tanques/tubostb) Derramomento acidental Lagoos de efluentes Lixiviedo de residuos sélidos (chorume} AGRICOLA (c) ‘Areas de culivo + com ogroquimicos = 8.com irigacéo = com lodos/residuos Ji Beneficiamento de godo e animais - logoos de efiventes sem revestimento (0). Pode incluir componentes industrcis (©) Pode também ocorrer em reas nao industrcis {© Inensfcagée opresenta aumento no risco de conta rminagio u/r Urbano/Rural - PAYD Pontual/linear/difuso 1 Nutrientes ur PD nfo we? ofnm whe oshm wR ° uPD oh vPD oh up ohsm a ohsm rD ne 1D nos D nos ° fon # Patégenos fecois 8 Solinidade m_ Meiais pesados h Hidrocarbonetos Compostos nitrogenados nos dejetos humanos podem causar uma persistente € extensa contamina- sao em agiiiferos fredticos em zonas urbanas © peri-urbanas, Por exemplo, uma Area de densidade populacional de 20 pessoas por hectare pode gerar uma carga de 100 kg/ha/ano de nitrogénio que, se oxidado por 100 mm/a de infiltragao de ‘gua de chu- va, poderia resultar em uma recarga local a0 aqiiffero de 100 mg/L de nitrato, ou seja, quase 10 vezes maior que padrio de potabilidade aceito para agua. Na pritica, a proporcio de nitrogénio depositado que ser diluicio redugio quimica, devido a varios processos que ocor- lixiviado € desconheeida, bem como a st rem em subsuperficic, Eatretanto, 0 exemplo demonstra que éreas sem rede de esgoro, mesmo em , podem ser alvos de contami mais secas, onde 0 fluxo climas bastante timid nagdes significativas. regional é menor, a concentragio do contaminante na gua infiltrada pode ser ainda maior. Atividades industriais A ativid lade industrial contamina os aqiifferos quando seus efluentes liquidos, gasosos € residuos sélidos sio Pee Getta SVaretutaunotets TO aged tig Capituto 20 * Recursos Hivricos 439 depositados (estocados) incorretamente (Fig, 20.11). O armazenamento de matérias primas também poder contuminar o solo e as Aguas subterrineas. Nio si dos maiores problemas das aguas superficiais que re necessariamente as indiistrias causadoras presentam 0 maior perigo para as aguas subterrineas. ‘© Lancamento de efluentes com altos valores de DBO (demanda bioguimica de oxigénio), que causa a mor talidade de peixes na gua superficial, representa uma menor preocupagio aos aqiiiferos, devido 4 alta ca pacidade depurativa do solo em r contaminante, Da mesma forma, pequenas indstrias © oficinas mecanicas que manuseiam compostos t6xi cos sem muito cuidado podem causar sérias contaminages ao subsolo, sem atingir contudo os corpos de gua superficial. As dificuldades na identifi cago e fiscalizacio desses pequenos empreendimentos, complica a implementagio de programas eficazes de protegio das aguas subterrineas. Uma pritica muito comum é a utilizagio de lagoas para a estocagem, manuseio, evaporagio, sedimenta- lo ¢ oxidagio de efluentes industriais e sanitarios. A grande maioria dessas lagoas tem uma base em terre Infiltragéo Eon ene aie Eonre Panne es Fig. 20.11 Contominacao da égua subierréneo pela otividade industriol 440 Decirranpdo a TERRA no natural, que, em certo grau, € impermeabilizado pela compactacio ou pela sedimentagio dos sélidos trazidos pelos efluentes. Tal condi¢ao, entretanto, nio € capaz de evitar uma infiltragio, que em alguns casos, € maior que 20 mm/dia, e a frequente contaminacao ‘ de agiiiferos. Residuos s6lidos A deposigio de residuos sélidos de origem do- méstica ow industrial tem causado muitos incidentes de contaminagao na agua subterrinea em nosso Pais, especialmente quando feita sem controle e quando a deposigio, que muitas vezes envolve liqlidos perigo- sos, € realizada em locais hidrogeologicamente vulneriveis (Fig. 20.12). No passado, virios residuos foram enterados para evitar a contaminacio de aguas superficiais ea exposicio ao ar livre. Hoje, muitos destes depésitos esto poluindo os aqiiiferos, Em virios casos, residuos industriais perigosos, que podem conter metais pesados € solventes orginicos, silo colocados em areas destinadas aos residuos do- mésticos. Outras vezes, a deposigao clandestina de substi clas t6xicas, comum em muitas regides, difi- Fig. 20.12 Contamiinagao do égua subie nea pele deposicao incorrela de residuas sdlidos e pelos perdas da rede de esgoh culta a avaliagio precisa dos riscos para o agiifero © da qualidade dos liquidos que percolam através do liso (chorum A construcio de aterros de residuos sélidos tem de obedecet a notmas minimas, regidas por legisla cio, A obra deve ser bem localizada em relacio aos agiliferos existentes © aos corpos de agua superficial Atualmente, estudos hidrogeologicos prévios sto ne cessirios ¢, quando da construcio, € exigida uma camada inferior impermedvel de angila de 0,6 a 1,5m de espessura ¢ um recobrimento diirio de 0,1 a 0.3m de solo compactado. Algumas vezes é necessiria a co: locagio de camadas de material sintético, de grande resisténci mecanica ¢ quimica, para garantir a com: pleta vedagio hidriulica do empreendimento, Drenos superficais sio necessatios para escoar aguas de chu: va, ¢ diminuir a infiltracio no niicleo do aterto, Atividades agricolas Como conseqiiéncia do aumento do uso de Fert inicos, depois da I Guerra Mundial, muitos solos, anteriormente pobres em nutrientes, pas saram a conter intermitentemente excessos de sais, pare Boe [slo se Se POC Re Ct cea ee compostos nitrogenados ¢ outros produtos que, uma vez mobilizados pela agua infiltrada, podem atingir os aqiiiferos. Sérios problemas associados aos fertilizan- tes nitrog 1ados sio observados em varias partes do mundo, incluindo nos paises do oeste europen ¢ na América do Norte (Fig, 20.13). © comportamento pouco conhecido de agrotxicos (herbicidas, inscticidas, fungicidas, acaricidas, entre outros) em subsuperficie, associado as baixas concentragdes € & sua ampla aplicacio, faz da atividade agricola uma das mais dificeis de serem avaliadas em termos de riscos hidrogeolégicos. Com as facilidades analiticas das instituices de controle ambiental, iniciou-se uma ampla monitoragio da 4gua subtertainea em muitos paises da América do Norte € Europa na década de 1990, Os resultados mostram que mais de 70 agrotéxicos foram detectados, mas na maioria dos casos, em concentragdes seguras, inferio: res aos padroes de potabilidade, O nimeto de trabalhos desenvolvidos ainda é insuficiente para per mitira caracterizacio satisfatéria de impactos causados por agrotdxicos, fazendo com que estes contaminantes merecam estudos mais detalhados, Fig. 20.13 Contaminacéo da égue subterréneo em drea agricola, provocada pelo Extrativismo mineral A extracio de minérios que mais preocupa 0s recur s08 hidricos subterrincos esti ligada aos bens minerals metlicos, 4 exploragio de petrileo ¢ gis ¢ a algumas substincias nio-metilicas muito soliveis. Estes materials representam perigo para os aqiiferos devido as suas ca racteristicas de solubilidade e toxicidade ou por estarem associados a processos de beneficiamento que podem gerar substincias perigosas Mesmo quando 0 bem mineral explorado repre senta pouco tisco hidre impactos sobre a 4gua subterrinea devido a pertur bagées hidriulicas, diretas ou indiretas, deposicio de liquidos com alto contetido salino ou lixiviagio do zeoligico, podem ocorter material estéril removido durante a extragio, Quando campos de petréleo ¢ jazidas de bens minerais estio localizados sob aqiiiferos importantes, deve haver um cuidado especial durante a construcio de obras de acesso mina ou dos pocos de petrileo para isolar 05 agiifferos mais importantes. Os bens minerais nio-metilicos, por exemplo, de emprego imediato na construcio civil, apresentam {a de fetilizantes e agrotbxicos. Cee a ee ey baixo potencial gerador de cargas contaminantes, uma vez, que compreendem substincias nio-perigosas e muitas vezes inertes. O risco maior esta relacionado a remogio do solo ¢ da eamada no-saturada, expon- do muitas vezes 0 nivel freitico, 0 que nio s6 reduz a capacidade de degradagio dos contaminantes no per- fil geoldgico como aumenta a vulnerabilidade do agiiifero & poluigio. Acidentes ambientais e tanques enterrados Um dos mais freqtientes casos de contaminasio de agiiferos em centros urbanos refere-se a tanques enterrados contendo liquidos perigosos, incluindo os combustiveis, Estatfsticas na Holanda, por exemplo, ‘mostearam que até c 0 foram responsiveis por mais de 30% dos casos de contaminagio, seguidos de perto pelos residuos séli- dos, muito embora no fossem os casos mais graves, de degradacio de aqiiiferos naquele pais. » de 1985, os postos de servi- O grande nimero de contaminagdes por postos dle servigo decorre da quantidade de empreendimen- tos, da estocagem de produtos perigosos ¢ altamente téxicos, que mesmo em pequenas perdas eausim po- tencialmente grandes plumas contaminantes, da dificuldade da detecgio de vazamentos em tanques subterrineos € da falta de fiscalizagio adequada. Atu- -m Areas de maior risco ambiental, varios tanques tradicionais esto sendo substituidos por tan- alment ques de paredes duplas, com detectores de fugas pogos de monitoraio, © vazamento de tanques ¢ tubulagdes, choques de caminhdes transportando compostos perigosos, falta de cuidado na carga e descarga de produtos sio al- guns dos possiveis vetores de contaminacio. 20.7 Protegao das Aguas Subterraneas O uso cada vez mais intenso e extensive das iguas subtersiineas em todo o mundo, decorrente da grande disponibilidade, menores eustos de produgio, distribuigao e qualidade natural normalmente excelen- te, esti levando a sociedade a se preocupar mais com este recurso. A implementagio de progra- ‘mas de protecio da quantidade e qualidade da agua é bastante recente no mundo, mas apenas incipiente em paises de economias periféricas, como o Brasil. © ditado popular — € diretamente aplica ‘melhor prevenir que remedian” — 1s guas subternineas. Como isto neste capitulo, uma forte contaminagio por subs: tncias altamente téxicas e persistentes pode tornar um aqiifero irrecuperivel em sua qualidade natural. Estu ich de um ag} dos para caracterizar a contami podem facilmente alcangar centenas de milhares de délares enquanto sua recuperagio, que muitas vezes é pouco eficiente, freqiientemente demanda dezenas de milhdes de délares Da mesma forma, a intensa ocu- pacio territorial, associada a0 uso da agua subterrinea torna o gerenciamento do recurso complexo. Definir programas de protecio é portanto permitir 0 uso ra ional e sustentavel da maior reserva de 4 ‘Terra, em termos quantitativos ¢ qualitativos, ua doce da 20.7.1 Assegurando a quantidade das Aguas subterraneas O grande problema no gerenciamento da quantida de dos recursos hidricos subternineos € estabelecer 0 volume total explotivel de um aqiiifero ou parte dele, sem que isso esgote 0 recurso. A estratégia mais comum € controlar a perfurngio de novos pocos ¢ o regime de extracio em Areas mais critcas, sempre baseada na recarga o agiifero, no rebaixamento cansado pela nova obra de captagio, nos outros pogos existentes, no uso previs to para a gua © em outros impactos secunditios. Em fireas de baixo uso, as restrighes poderio ser menores. O ptocedimento de aprovagio de licengas de perfuragio ¢ outorga do recurso poder favorecer o pl sacional de ocupagio territorial lanejamento Para se determinar a disponibilidade de ‘gua de ‘um agiiffero para um uso qualquer é importante defi nir as suas reservas, ou seja, a quantidade de égua armazenada no substrato rochoso ou no sedimento passivel de ser utilizada pelo bombeamento de um poco ou grupo de pogos. A reserva permanente é 0 volume total de Agua que pode ser extraido de um aquifero utilizando téenicas convencionais de bombeamento, A reserva reguladora ou din mica corresponde A parcela da 4gua infiltrada no solo, a partir das chuvas, acrescida da agua infilteada artificial: mente, a partir das perdas das redes de distribuigio de Aguas € esgoto, ou seja, 0 proprio volume de recarga do aqiiffero. F. finalmente, a reserva explotivel correspond a uma fragio da reserva reguladora (usu- almente de 25% a que extragdes maiores que esta fragio comprometeriam 0 recurso, , entendendo-s Em algumas areas, mesmo que respeitando as re servas explotiiveis, a extragio efetuada por um conjunto pocos pode, através do rebaixamento conjunto, comprometer 0 agiiifero. Isto ocorre pois © conceito de reserva explotavel é definido para 0 aqiiffero todo nio para problemas de interferéneia entre pocos, onde a dist ncia entre as obras de captagio deve ser considerada. Neste caso, a auorizacio para a perfura- ao, concedida pelo drgao de gestio do recurso hidrico deveri vetar a construgio de novos pocos, apoiado em eritérios de importincia do usuario e estudos pré vios da hidréulica do agiifero 20.7.2 Assegurando a qualidade das Aguas subterraneas \ anailise das estratégias de protecio de qualidade de aqiiiferos em varios paises revela duas linhas basi cas de a do, muitas vezes independentes ¢ baseadas no controle do uso da terra. A primeira linha restringe a ocupacio do terreno a partir de cartas de vulnerabilidade & poluicio do aqiifero, proibindo ou autorizando a instalacio de novas atividades potenci almente contaminantes segundo fireas de alta ou baixa vulnerabilidade, A segunda linha se baseia no estabeleci- mento de zonas ao redor de pogos ou fontes de abastecimento com diferentes graus de restrgio de ocu pacio, a partir da identifieagio de contribuigdes de Agua para 0 poco ou fonte (parte da area de recarga do agiifero), conjuntamente com 0 tempo de trinsito € 0 comportamento hidritulico do aqitfero. Esta estratégia se apéia na idéia de que quanto mais proxima a atividade ig, 20.14). do poco, maior © perigo de contaminacio. Quando 0 poder publico estabelece o zoneamento © 0 oficializa por meio de um instrumento legal, este voneamento & chamado perimetro de protegio de pogo (PPP). Poco | Forse do captura Porimetro interno Perimetro imediato Fig. 20.14 Conceito de perimetro de protecdo de poco. Controle da atividade antrépica em relagio @ proximidade do poco e de sue Contribuigo ou de recarga. no de Se ste eres) (Os PPPs sio mais eficientes em aqiiferos simples, homogéneos ¢ isotrépicos © em pequenas teas. A gran. de densidade de pogos explorados de forma irregular dificulta a definigaio das zonas a serem protegidas. A estratégia de mapas de vulnerabilidade é melhor em areas maiores, com a anilise de um niimero relativa mente grande de atividades potencialmente nantes ¢ com a existéncia de uma quantidade reduzida de informacio ou grande complexidade hidrogeolbica. Esta técnica nais adequada para pla nejar 6 uso e ocupacao do solo ¢ estabelecer prioridades de aco para a protegio do recurso, bat ado no reconhecimento de reas ou atividades de m: perigo de degradacio de aqiifferos. © plancjamento de uso do solo pode se dar de trés formas, de acordo com a existéncia de fontes de contaminacio antropica: em areas onde jé se com. provou a contaminagio de agiifferos por uma atividade specifica (fontes herdadas), em reas onde novas ati vidades potencialmente contaminantes serao instaladas| € em direas onde a ocupacio ja ocorreu, porém no foram detectados problemas de contaminacio. Em zonas altamente urbanizadas ¢ industrializadas ou ‘com intensiva aividade agricola, a prioridade seri naiden tificagio de éreas ou atividades que apresentem os maiores riscos a poluigio dos agiiferos. Para isto precisam ser idenuificadas ¢ cadastradas as atividades antrépicas ¢ es tes dados confrontados com uma carta de vulnetabilidade {i poluigio de aqiiferos ou com a localizagio das zonas de captura de pogos ¢ seus perimettos de protecio. O petigo maior seri definido pela atividade que apresente maior porencial contaminante e que estejalocada em area de elevada vulnerabilidade do aqiifero ou mais proxima de pocos importantes. Em freas degradadas de aqiiferos, caracteriza-se o risco real para a populagio € para ‘© meio ambiente. Este critério deveri nortear a decisio da remediaga do agiiifero ¢ 0 prau de limpeza que se quer atingir, No terceiro caso, em reas novas onde se planeja ocupar 0 solo, a implementacio de atividades de reconhecido po- wiser detent! povente deve ser precdia por estes erenagem de impactos ao meio ambiente especficos, para dfinir as restrigSes que deverio ser impostas & atividade, Em suma, a chave para o sucesso de qualquer programa de manejo € protecio dos recursos hidricos é a participagio dos envolvidos, incluin do a sociedade civil, 0 contaminador ¢ o Estado, através de seu Grgio de controle ambiental ne Ee

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