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erwin panofsky SIGNIFICADO NAS ARTES VISUAIS PANOFSKY, Erwin Significado nas artes visuais Trad. Maria Clara F. Kneese, J. Guinsburg Sio Paulo: Perspectiva, 2002. 3* ed ISBN 9788527302432 Capitulo 1. Iconografia ¢ iconologia: uma introdugio 20 estudo da arte da renascenga paginas 47 4°87 1, ICONOGRAFIA E ICONOLOGIA: UMA INTRODUCAO AO ESTUDO DA ARTE DA RENASCENCA Tonografia 6 o ramo da bist ds arte que tata do tema ou mensagem dis obras de arte em contrs- Dosigio & sun forms. Tentemos, portant, defini Gistngzo entre tema ou significado, de wm Tada © for sma, de outro ‘Quando, na rue, um conbecido me cumprimenta tind 0 chapéu, 0 gue vejo, de um pooto de vista formal, & apeaas 2 mudanga de algns dtahes dentro ds conliguragao que fax parte Go padi eral de a cores ia volumes conti oman a in eR ater" gun tng sutostnment TP cecgugio sono wl bo, (enalnio) 2 a nag dae como in mtn 9 pls apno ote u pepeo purnment EARS) pale apm eras ou men eS agains san perce € estes Eis etme specie opasaremos + ‘tis de sein tna € seco pase fe engl cee fome vv com ctr Bipioe qu coer por epetncn prtn © pla ‘abc an mudangh de ta tegen gam eos ‘ies on ce (1m o oir falos mim deinen poe sit, nares wn reno enim Pelo modo IQUE sm sos pdr ers de bom on mau mor, ose sun somes Slee rnpto so de amino, ndfrenga ou host Ses manas pools rig 20 0 de Stew amigo tr spin eor qo chamatenos de Sires "red nel porte spony ns for sper efao, mas por “empat”Para mention eta siade,es Save nnd ate dentin exec pty 0 & SE pio titridde ena com ojos noe ‘Sam tot oii exressoel coma fate fos nce json contac a Glase dos Spades pinion mtr aetan, nin compen de qu 0 ato do tar 6 cape open campri pecs 2 or cape culate dra de tape fama de sooero & peclar a0 mundo cet © Sim eaucle coe edie 0 homens {enadot comma tlt enor pars debarem Ey sas ingles atic soe conga ate gsi dv ntow” Nio spot cere ‘een Neoytnan antrlans com ggo 2g SGoprcadian qe oa aro chapda fue, no St sconce pz com suman contetee Seni con tbn un aoe piden Fare ‘Biter o gue o gen do crac sgn, precio ‘S26 Toma! contain com o ad rcs “a dos obese fos, mas, além disso, com © mundo Stas do que pric ds contmese adiges entre peculiar a uma dada cvlizago. De modo invers, fea cones nao t sent impldo a me Ctmpe- Imenartinndo 0 ehapéa te nfo exivese ebnsco do ‘piiado deve sto. Quanta he conctghes expres: ‘als que acompanham sua ago, prado note cone Se ay "orange nero» fat tra 0 chapéa como uma sdago pli, reconh fete wn significado gue pode ser chamado de sscam. ‘rio ou convencionl; dere do primitio ob natural or dae raderem priv Isr, por se nigel Sys sel sgt po ro Senlemente confi & acho pres pela qual € vel seni rition pela gs FE finalments:além de conse um acontecimen- to natural no tempo © epg, alm de india, naturel rents, dipoign de anima e setimeton sem deo ‘oman uma sstdasSoconvencionl, 1 gio 60 me Conhecido pods revs umabrerado exermentsda {ido alo que ents na compoigo de san “pet ‘aided sn personalidad € candiionada por ser {Tetum homem de sulo XX, por sus bases nations, Socials. de ear, pela hsteia de sua vids pasada pas creonstncas asi gue 0 rodeam: ns la {ambém se dtinge pelo modo ivi de eneerat ts city de reigit 20 mundo que, s raconazado, ‘oveiachamsrse de esta. Na af lad de uma “Saudagio cms, too snes fats Bo te manfetam ‘Shramente, por satomsticamont. NBo_podemos ‘onsinir 0 etrsto mental de um homem com bare ‘esta glo isla, e san coorenendo um pane n- tmero de observagdes smlars © alerpeando-s outst de novar informs geri qanto Amin pocn, nactonalidde, clase roc, trier elec ‘asim por dint. No ata, foda eas goa. nies qo retrto mental expistsmente mostra Bo implctamenteinerentes a cada ago tolada de ‘odo gue, inversamene, cada agS0 pode et intr pretade blur desas qualidade, (0 sigificdo ssi detoberto pode denominnse snnseao on consid, @ esenl ehguano que os » outros dolstlpes de significado, primério ow natural op secundéo os convencionl, #0 fenomensl. posse definilo como um principio unifcador que fublinha explca os acontecimeats visvels © sua ‘Sgnfeagiointigivel e que determina até a forma sob ‘gual 0 scontecimento vise se manifest. Normal= mente, ese significado ntinsco ou contetdoasté tio fcima de exfea da vontade conscente quanto sgni- ficado expresional ex abaixo dela. ‘Tranaportando 08 resultados desta ane da vida coiaiana para uma obra de are, cabo dsinguir os tmexmoe te nies no seu toma cu significado: 1. Tema primi ou ritual, ubdividido ca fatual e expressional. 8. apreenddo ‘pela identtieagso das formas pure, ov soja: certs conliguagSes. de Tinka © cor, ou determinados pedagos de bronze ot podra de forma peculiar, com feprsentalives de abje- tos naturais fais que sefes humanes, animals, plantas, ‘casas, ferramentas assim por dint; pea identifies: So de suas relagées mituas como acontecimentos, © ela percepefo de algumas qualldades expresionsis, oma’ carater pesaroso'de uma pose ot pest, ou 8 latmostera casera paifiea de um interior.” O mundo as formas porat stim reconhecidas como portadoras de spnifleados primsios ou naturals pode set chamado ‘4 mundo dor motivor articor, Uma enamerseio ‘desee motivos constiura uma desergio.pré-cono- tics de uma obra do ate, “Fema secundério ow convencional: & speeen- Ado pela pereepeso de que uma figura mascalina com ‘ume faca representa Sio Bertlomes, que una figura feninia com um plsego na mlo é a personfiagio 4 veracidade, que wm grupo de fguris, sntadss a ‘ama mess de jntar um certs disposiclo e pose, = presenta a Olina Cela, ou que dusz figuras combar fendo entre si, numa dada posiio, representa a Lute faite 0 Vieio en Virtde. Asim fazcndo, Ugemos os ‘motives artists © as combinagdes de motvos arti ticos (composites) com assuntos ¢ conceit. Moti ‘or reconhesidos como portadores de um significado 50 ‘seeundétio 01 convencionl podem chamare imagens, ‘endo que combinapiet de imagens efo o.gue or ant {9s tbtios de arte chamavam de invecioni; 16s cos fmamos darihes o nome de etSris ¢slegoras A ‘entifeagio de tals imagens, estcias © slegoias € 0 dominio daquilo que & normalment conkecido por ‘“eonogratia™., De fato, a falarmos do “tema em opo- sigdo A form", referino-nos, prncpalmente, & esfera Ido dow sito eee ow ones mane {dos em imagens, estrias e alegorias, em oposicio fo campo dos temas primes ou naturals manifestados fos motivon artsicas."Andlse formal”, segundo Woliis, & uma andise de motives © combinactes de smotivos” (composites), pos, no seatido exaio da pa lavra, uma antlise formal deveria eltar expresses co ‘mo “homem’, “cavalo” ou "olan, sm flarmos em frases como “o-feio tringulo entre as pemas de Davi dds Michelangelo” ou “a admicivel luminagdo das jon- {ts do corpo humana”. B dbvio que una aise Jeo- ogres correta retsopde wa ienticasso exata dos motos. Se a faca que nos permite Identifiar Sto Bartolomea no for ma foca, mas um abridor Je {garafas, a figura nio serd St Bartolomeu. AtEm fdsso,€ importante nolat que a aflemagio "essa figura Eekeerte ete ae or ae s ua imagem de So Partlomes” ings incao ‘cots st de penn oat Sto, ears ‘S"prldades exper Go gra pone peste tee 50 econ TIL Snead nrtnco ou coe: 6 see cnt pn Germinaio daenes pps th lng ream ad Des ut nasa, Sin pelo, ete toi eng rg on t= ‘en gunn por sina pesos ¢ condor ‘Slo cas Nas € pedo da go oer pe Sh" maine ¢ rin cream, gue Ss os node Be cpa a tanto ongrner_ Now toe SIV e XV, Por Stet (or nmcos sxe dam de oa de i300) tp is Nasa aio com 2 Vigem Nata etbade pom sao ap Tee tenes pr sar oo gue ons 2 Vipem ‘Seas em loon ante o Menta Do panto Se 2EaNa capone, oan mada ng onde [pone moda subsio do encom por Stomp pont en monogrdi, S fer alo do's nv toms 1 folds ts st por noes como Theo Borer ¢ Shasnaps. Man a memo temp ev ams Some atte tna cars no pros {Rade Mélu Uin lve seament ex thu‘ peste on conti pseu fol mater tna enact Sum et Ply pet om mi por eel, = a itdagl pts ope, fn vor deem Wits oo gel dt Soman east et Sh fo inom de sm mean tds bisa Sedu em tn or teu epee Hes eto Ao soccer tim formas Parson a, imgem, cre pas come Bnasgbr de ncn bases © gaye ‘Rnd accent somo sen ote Erk lie cuss de aoe “moos Engeato Scrinior em que fam staco os Leo Teed de Vit mont go de eae homens om {ols mend ner qu en grape de Homes pests ana Coy taamos gb eae Eats lures as cacti co 2 ons © iconoprtias como qualiicnses & proptie- Ghudes cla invents. Mas, quando tentamos compre fendéla como vm documento da. persmsidade. de Leonardo, ou da eiviizagio da Alta Renascena it Tiana, cu e uma attude religiosa paricolar, watamos ‘obra de arte como um sintoma de algo mals que se ‘xpressa tuna variedade incontivel de outros satomas fe interpretamos suas caracteriteas composclonsis © Jeonogiliens como evidéocia mais partcuarizada desse “algo mat”. A descobertae inlerpreagio dests vac lores “smbstcos” (que, mutes vues, slo desconhe- ios pelo proprio atsta e podem, até, diteirenfati- tamente do que cle conscentemente tentou expressar) So objeto do que se poderia design por “iconlogia” em opasgio 8 "iconografia" {0 sufixo “praia” vem do verbo grego grophein, “eseever" implica im mtodo de proceer puramente desritivo, ou af mesino estalistiea.. A conogralia &, portato,» desergSo ecasiicagho dae imagens assim ‘Somo # cnografia 6 deseriggo e elaifiagio. das faeas humanas; & um. estudo Timid e, como que. Snel, que nos informa quando e onde temas espect- feos fovam visulizads por quais motives espetfios. Diz-nos quando e onde o Cristo erucficado waa uma tanga oa uma veste comprida; quando e onde fot Hle ‘progado 2 Crazy e se com quai ou tés craves; como 0 Vico © a Virude eram fepreseniados nos deretes ‘uae e ambientes. “Ao fazer este trabalho, icono- agafia € de auxii incalelivel parao establecineato ‘de datas, origens , As vezes,abieniiade; © fomnece fas bases necessiras para quaisquerIntepretacies ul terores Entrant, ela nfo tenta laborer a Inerpre tagio sozinha, Colla cnsifica a evidénca, mas info se considera obrigada ou eapaciada 1 invesigar 2 sénese e signiicagto dessa evidénda: 4 ineragio fate or diversce “pes; a inlufaca des Ids flo Sifias,teoldgieas e polices; os propos « inclina- ‘er individuals dos artistas © patzonces correagio Sour. os eoncelios laeigivels € a forma visvel que assume em cada caso especiico. Resumindo, ono ‘fia considera apenas uma parte de todos ‘esses ele- Mentos que constivem 0 costeddo innieco de wma 33 ‘bra de arte ¢ que precim tornat-s expliitos 52st cps go = pecan dese contd Yeahs © ‘tDetio s pve rst que o wo cog, especialmente. nese pals *, opéem & palavra “leona. tralia’, proponho revier 0 velho e bom temo, “iano Toga’, sempre que 2 iconografia for trada de sou lnolamento ¢ intgrada em qualguer outro método his trie, palcolipico ou eric, que tenlemon want pare resolver o enigma da efinge. Poi, seo sufxo “graf” ‘nots algo descr, asim também 9 sufixo "To por exemplo, € delinida como “ciénia des rac hue janis” pelo mesmo Oxford’ Dicdonary que define "etnogratia” como “deseo das ragas humanas"; © 0 Webvieradvere, exgliciamene, cons uma const tos dois termos, oa medida ei que a “etnografia se reasinge ao tetamento purameate desrivo de povos rags, enquanto 2 enologia denta seu estudo com parative". Assim, conctbo a iconologia como uma FEonografia que se toma interpreatva s desse modo, onverte-se em paste Intgral do estado da arte em Yer de Gear lnitada a0 papal de exame estatsico Drelininar. HS, enretanto, certo pergo dea lonologla {2 portar, nfo como a einologa em oposigio & eino- fafia, mar com's asrologia em oposigao 8 asto- enfin} Teonologs, portanio, & um método de interpreta- ‘elo que adem 2 satese mals gue da anise. E Sesim como a exala Mentfiacio dos motivos 6 6 re- Guisto bisico de uma comets andise iconogriice, {imbéma a extn andlige dar imagens, estas e ale- ovis 0 roultito eiencal para uma cometainter- Proiagio feonolgica — a nlo ser que lidemos com bras de arte nas qsis todo 0 campo do tema sen ‘és ou coavencional ten sido eliminadoe haja uma teansgfo dita dos motivos para 0 conto, como & fo caro. da pinta palsgitica europea, da aatrera fnorta eda platura de género, zm felarmoe da ate “noobjeiva" “ ‘ois bem, como poderemos conseguir “exatdo" so idarmos com ett tbe nies, Jesctgdo preicono- fia, andlise iconogdfica ¢ interpretario Tondls. No eato de uma descisfo préieonogriia, que se man dato dos ints Go mando des mein, © problema parse batnie simples OF objeon ¢ ett tj presente por las, cores vlunes Coste © mundo doa motven, podem ser Ieatic Sos, como a vmon, tendo por base nossa experi Gia pin” Gualguer pon pote reconhece forma 4 comporamento dor sere manos, ant © pl tes onto hi quer slo pons Sigs um sono to de-um alegre. Clr, ds ves sconce, rm ‘ado Gao, que o scans de nossa expcncla no ja Saco, por exempla qbando ox dfropames com ‘represctso dou sali obsteto ou damier ‘oncom a repesntato de uma planta ou animal es ‘onieeldos,"Newes extn, pecsamor aumentar © al ‘ance de nossa expesenci pete consulland un Tv ts um peo; mse, mesmo im, nfo sbandonsmon 8 irs de expec pesca gen ni esneceskio das, 1 io que deve Sema ipo de pesto "Todi, mano att te, paramos com um problema cape Pond de lado o ato da os objets, Sontecmenton ccxpesdes pitas numa obra dea poserem set recouestvis devi 8 Tncompetenca ‘Sr prmeditagto malin do artis impose che- pra uma ejata decrico peicongefen ov Heat ‘Esggo pindsa do tens, splcand, Indscinineds Imes, toss experience pia a una obra de ate [Nowe experiéncia pres @indsensévele elicits Sapo maria par gosto eons ‘Uma descrip prelcoogtic da obra de Roger van der Weyden, Os Trts Mag, que ctl no Kater Fred Maseum, de Betim (Fig 1), tei, & lao, Que eviar termes’ como “Magis” *Meoino sus le. as ein cbvigadn'n meno que s eptigio {ie ecanga fol vista no cba, Como tbemos qe 2 ‘gun da xanga 6 pause eatelida como sm ape Tiled “O fata de exter odeatn e hale Sourados 0 3s 6 provasufciente dessa suposgo, pois halos similares podem sor observados emt repreentager da Nativi- ‘Sade, oade 0 Menino Jesus 6 real. Sé podemos deduzir ‘gue a erianga do guadro de Roger deve eer entendida omo uma ‘pariglo pelo fato de pairar em pleno ar ‘Mas, com sabemos Que para no'a/?" Sua pose ao seria diferente se esvesse Sentada numa almofada no chi; de flo € altamente provavel que o artista tenha ‘uado tm désenko 30. vivo de’ uma crianga sentida ‘nom tavestito. A Une rerio vids para a nossa faposelo de que a cvianga na pinta de Bedi ja lima apsrigo € 0 fato de eter configurads no expaso, Sem nenhum apoio vsvel. demos, porém, advzitcentenas de casos em que seres humanos,animais e objets inanimados parecer. ‘tar soot no espace, vioando as leis du. gravidade, fem nem por isd pretenderem set spades. Por remplo, ata miniatura doe Evongelnos de Oto Hl, {qe se encontra na Steatsbibliothek de Monique, uma ade itera represeatada no centro de ui espaco” lite, enquanto que st figuras, patcpantes da ago petmanecem no solo (Fig. 2). ‘Um observador inexperient podera pereitamen- te presimie que a cidade deverla ser entendida como fetendo suspense no af por ums espicie de. magla ‘Todavia, este caso, falta de apoio nso implica uma Iuvaldagdo miracalosa das leis da natureza. A cidade represenada 6 uma cidade efetiva, Nan, onde a2 dew fr reemeeieio do jover. Nama’ miniatura de corea {4a ano 1000, “espero yaslo" nfo vale realmente ‘como meio tridimensional, como acontece num perfodo © 'ewowo formato semicirelar do que deverla sot 3 Haha bisica das tore atesta que, 20 prottipo mais realita da nossa miniatura, dade stuayise num terreno montanhoso, mas fol tansposta para uma re- preentapio na qual o expajo deizara de ser concebido fm teos de realisno perspective. Assim, enquanto figura sem apoio da cbra de van der Weyden € uma spargfo, a cidade fluuane da ylstura ctoiana fo team nenboma conotagio mirsculosa, Estar interpre. ° 7 tages contastantes nosso sugerdas pelos qualidades “ealincee” da pntora ¢-pelat qualdades "iecalisti- cae” da minitir, Mas, 0 fato de apecsndermos essas (ualiades ma fragio de um segundo, quaseautomatea- {hese nfo nor deve Tevar a erer qos jamais nor ssa posse dar Uma coreta dscrigfo pré-seonogritica de fina obs de arte sem advinharmos, por axsim dizer, {ual o seu locur histrico. Embora sereditemos star Heatifeando os motivos com bate em nossa expeiéa- Gia pritien pura e simples, estamos, ra verdade, lendo 5 que vemos", de conformidade ‘com © modo pelo ‘gal os objetos fats so. expressos por formas que Saran segundo as condigtes hstrieas Ao fazeros iso, submetemos nosa expeigocia peiica a um prin- ‘pio “coretivo que’ cabe.chamar de histria do esto “A anlie iconopriic, tratando das imagens, es- ising e alegoiss em ver" de. motives, pressupte, & ‘aro, muito mais que a familaridade com objetos © iso go aaglintepia Cxpsin peles. "Pre- supe ‘a faniliardade om temas especificos ou co ‘cat, tal como 380 ransmidos. através. de. fontes Hterdrias, quer obtidos por Iitura deliberada ou tradi- (Go oral. "Nossa boequimano susraliano nso sera ‘Spaz de reconfiecer o ansunto da Oltina Cela eta the ‘comunicari apenas aiala dea jantar enimado, Para ‘ompreenderoslgnfieado feonografca ds platura, tea ‘gve te fanllrizar com 0 conteido dot Evangelhs. ‘Quando so trata da represenaeo de temas oatros que ‘elas biblicoe ou cons da hata ou mitloga que, ‘onmalmeste, so conhecides pela média das “pessoas ‘educadss, tOdos nis somos Desgufmanos australlanos NNesses casos, devemos, também as, tot 0s fam Harlaae com’ aguilo que os autores das reprsentagdes iam ov ssbiam. No entanfo, mas una vez, embora ‘Oconhecimento dos temas coneitosespecticos (rans Iniidos através de fontesMterdriasSefalndspensfvel fificiente para uma andlise leonogrifia, nfo garante Sua exatiio. to imposivel, pra ns, fornecer uma nile feonogrifien cores spleanda inseriminada- ‘mente, nowo conhetimentoliterso 20s motives, quan 1 fomecer uina deserico préleonogritica ceria ap indo nisciinadamemte, nascent een formas, "Un quadro, de autora de um pntorvenesano do seulo XVIT, Francesco Maffei, epesentando uma bo~ tite jovem Com oma espada na mio esquerda e, na iret, uma travesen na qual estf a cabega de” um hhomem degolado (Fig 3) fl pubicado como o retrato, de Salam com cabera de Sto Jofo Batista. De {ato, a Biblia afima que a cabera de Séo Joso Batista {oi apresentada a Salomé noma bandeja ou prato. Mas, e's eapads? Salome no decsptou 0 nto com PpeSprias mos. Pols bem, a Pibia nos fala de uma futta bela muiher em conexio com o degolamento de tim homem: Tudite. Nese caso, 1 siuapio @ exat- Inenls inversa. A espada no quatro de Male estaria orela, porque Judte decapitou Holoferes com as ex mos, mah a Kavesa to concorda com sua xera, pois 0 texto dz, explictament, qus « cabeca {de Holofemes fot posta mum saco. Assi, temos duas fontesliteririas epicéveis 2 mesma obra, com os mes- ‘mos direitos e mesma incoeénea. Se a inerpretarmos Gamo o retrato de Salomé, o texto explcria a travessa, ‘mas no a eapada: so iterpretarmos como figuragi®) e Jodie, 0 texto explicaria a espada, mis M0 4 ttaiessa Exariamos inteiramente peridas i depen- ‘ssemes apenas das fonts Mersrias Felamete, esse ‘nfo é'0 caio.” Aisin como pudemes suplemeniar © 9

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