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sid a gan NALDO DE OLIVEIRA A Forga do Catimbo SUAS VERDADEIRAS ORACOES CIP-Brasil. Catalogagdo-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ S Oliveira, Naldo A forga do catimbé: suas verdadeiras NA oragdes / Naldo Oliveira. — Rio de Ja- neiro: Pallas, 1992. Rio de Janeiro 122 p. 1. Catimbé (Cultos) — Oragées. |. Titulo. CDD 299.67 8 242.1 1 CDU 299.6 ' 243 Copyright © 1991 by Naldo de Oliveira Editores: Cristina Warth Ari Araujo Capa: Renato Martins (Versdo estilizada do Bosque Sagrado da Jurema, em Alhambra, PB) Diagramagao: José Geraldo O. Lacerda Composicao: Cid Barros Editoragao: Hernani de Andrade Direitos desta edicdo reservados a PALLAS Editora e Distribuidora Ltda. Rua Frederico de Albuquerque, 44 Higienopolis — 21050 Rio de Janeiro — RJ — Tel.: 270-0186 © ail SUMARIO Dedicatoria VIII Prefacio 1X Nota explicativa XI Breves esclarecimentos sobre o Catimbé 1 | GRUPO DE ORAGOES 9 Oragdo Sonho de Sao Pedro 11 Esta oragdo destina-se a sonhar com o que se quer saber Oragdo para abrir os caminhos urgentemente 13 Oragdo para fechar o corpo contra inimigos 15 (Oragdo das Sete For¢as do Credo) Oragdo para casos e problemas impossiveis 16 Oragao 8 Santa Rita Oragdo 4 Santa Rita dos Impossiveis 19 Esta oragdo destina-se a qualquer caso impossivel Oragdo a Santo Antonio 20 (Responso a Santo Anténio) Oracdo dos trés pedidos a Santo Antonio 22 Esta oragdo destina-se a recuperar objetos perdidos, lembrar 0: esquecidos, casos de justica e casos amorosos Oracdo 4 Santa Barbara 25 Esta oragdo é para abrandar as forcas dos inimigos Oragdo Sonho de Santa Helena 26 Esta oracdo destina-se a sonhar o que se deseja Oragéo de Santa Catarina, Santa Helena e Santa Joana 28 Esta oracdo destina-se a nos livrar de perigos, inimigos, invejas e mordidas de cobras Oragao & Santa Catarina 31 Esta oragdo para ¢ para abrandar inimigos Oragdo a Santo Onofre 32 Esta oracio 6 pare pedidos de dinheiro, trabalho e sorte nos negécios Oragdo a Sao Mateus 35 Esta oragdio destina-se a livrar a casa da pessoa de inimigos Oragdo do Sonho de Nossa Senhora 36 Esta oragdo destina-se a livrar-se de qualquer inimigo e de demandas Oragao ao Rosério de Maria 38 Esta oragéo destina-se a livrar-se de perigos, inimigos, roubos e demandas Oragao do Sonho de Santa Helena 40 Esta oragdo é para ser avisado, em sonhos, de perigos e revelagdes que possam acontecer Oracao das Almas 42 Esta oragdo destina-se a pedir ajuda em qualquer caso de desespero Oragao de Santo Antonio 44 Oragdo para casos amorosos Oragao ao Santo Anjo Custédio 46 Esta oragdo destine'se a livrar-se de inimigos, inveja @ feiticos Oracao a Santo Expedito 49 Esta oragdo destina-se a resolver qualquer problema Oragao do Justo Juiz de Nazaré 50 Esta oragdo destina-se a livrar-se de inimigos, casos de justiga, inveja, olho-grande e perigos Oragao a Santo Antdnio 52 Esta oragdo destina-se a resolver causas perdidas, recuperar roubos e achar empregos Oragdo de Nossa Senhora de Belém 54 Esta oragdo destina-se.a saber, trés meses antes, 0 _dia da sua morte Oraglio de Nossa Senhora da Penha 56 Esta oragao destina-se a livré-lo de inimigos, perigos @ males que possam flagelé-lo Oragdo do Santo Leixo 58 Esta oragdo destina-se a livrar-se de inimigos materiais e espirituais Ora¢ao ao Coracao de Jesus 63 Esta oracdo destina-se a resolver qualquer caso Oragao 4 Estrelado Céu 64 Esta oragdo destina-se a livra-nos dos males contagiosos, doencas e de calamidades Oragiio para Séo Fortunato 66 Oracdo para problemas com dinheiro e com justica, atraso de vida, ou falta de sorte ll GRUPO DE ORAGOES 73 Rosdrio Apressado de Santo Onofre 75 Esta oragdo destina-se a pedir sade e felicidade Rosario Apressado 4 Nossa Senhora da Piedade 76 Esta oracdo destina-se a todo e qualquer problema Rosario Apressado a Santa Rita dos Impossiveis 79 Esta oracdo destina-se @ casos impossiveis Rosdrio Apressado a Santo Antonio 81 Este oracdo destina-se a qualquer caso a resolver Rosario Apressado a Santo Antonio —1 83 Esta orapdo destina-se a qualquer caso amoroso Rosario Apressado de Santo Anténio— I! 85 Esta oragdo destina-se a resolver qualquer caso amoroso Rosdrio Apressado ao Bom Jesus dos Passos 86. Esta oracdo destina-se a resolver qualquer caso complicado e livrar-se de embaracos Rosario Apressado de So Pedro 89 Esta oragdio destina-se a resolver qualquer problema Rosério Apressado a Sao Pedro 91 Esta oracdo destina-se a atender qualquer pedido Rosario Apressado 4 Nossa Senhor da Conceicéo 93 Esta oragdo destina-se a todo e qualquer problema Rosdrio Apressado 4 Nossa Senhora da Concei¢éo 95 Esta oracdo destina-se a resolver qualquer caso urgente Ill GRUPO DE ORAGOES 97 Pai Nosso 99 Ave Maria 101 Gléria ao Pai 103 Creio em Deus Pai 105 Salve Rainha 107 Santa Maria 109 Breve Indice Tematico 110 DEDICATORIA OFERECO ESTE LIVRO EM MEMORIA DE DONA MARIA CONSTANCIA RAMOS, FALECIDA EM 1963 COM 108 ANOS. GRACAS A ESTA SENHORA DEVE-SE A EXISTENCIA DESTE TRABALHO, FOI DESTA QUERIDA AMIGA QUE RECEBI, POUCO ANTES DO SEU FALECIMENTO, AS ORACOES QUE CONSTAM DESTE LIVRO. A SUA DIVULGAGAO VEM A PROPOS!ITO DA PERPETUAGAO DE SUA MEMORIA. TENHO CERTEZA QUE ESTE E TAMBEM O DESEJO DE MILHARES E MILHARES DE PESSOAS QUE ESTA EXTRAORDINARIA SENHORA AJUDOU ATE O FINAL DE SUA VIDA CENTENARIA, SEMPRE TRABALHANDO EM BENEFICIO DOS SEUS SEMELHANTES. Naldo de Oliveira Vill ¥ PREFACIO Foi com muita alegria.que recebi do meu queri- do amigo, Naldo de Oliveira, a incumbéncia de coordenar a elaboragdéo e prefaciar este Oragées Fortes do Catimbo. Com cerca de quarenta anos de militancia na ma- gia, posso afirmar que o Catimbé é o segmento de major forga dentre as praticas mdgicas desenvolvi- das no Brasil. A comparar-se com ele, somente o Vodu da América Central. NZo 0 conhecia, contu- do, tao de perto. Confesso que foi com grande prazer e, até com certa surpresa, que pude constatar o lirismo, a pu- reza, a beleza, a harmonia e @ encanto — aliados 4 forca, 4 energia e 4 profundidade — das mensagens contidas nestas oragées. Como metafisico, conhecé-las foi para mim um bélsamo, um conforto para o espirito. Naldo de Oliveira, depositdrio destes saberes, fez © que de mais acertado poderia ser feito ao divulgé- Jos, aplicando a maxima: “quem sabe, tem a obriga- ¢ao livulgar seu saber”. o /eitor faca bom proveito dos conhecimen- tos’ / contidos. NM Finalmente, quero agradecer a meu genro Ro- drigo a colaboracao na paciente datilografia. Marcos Scliar NOTA EXPLICATIVA Dar a edi¢do este A forga do Catimbé — Suas verdadeiras oracgGes, exigiu, nao somente por parte do Autor, bem como de seus Editores, um ajuste e sintonia de critérios a envolver detalhes, mindcias e sutilezas que foram, desde a rigorosa selecao do que poderia ser levado a puiblico sem risco de pre- jutzos a quem das orac6es nao soubesse fazer 0 uso adequiado — o que é de responsabilidade exclusiva do Autor —; ao carinho e dedicacaéo do trabalho de coordenagao levado a cabo por Marcos Scliar; até @ forma final do produto que Vocé, caro Leitor, tem em méos. Isto, porque todos nés envolvidas neste proces- so, temos consciéncia de nossa responsabilidade em dar ao conhecimento publico textos como este, de acesso restrito a uns poucos iniciados. Um conjun- to de oragGes que muito pouco, ou nada mais tém de comum com a matriz catélica que as gerou, re- criadas que foram no amélgama da cultura negro- brasileira. Fazemos tais observacdes, visando a chamar a atengao do Leitor para o valor deste verdadeiro te- souro de nosso saber popular encerrado nestas pé- ginas. Que nédo se estranhe, também, o encontro de possiveis “erros” de concordéncia verbal ou grama- tical provavelmente encontrados nestas oracdes fortes, pois que assim nao devem ser considerados. XI Fizemos questao de manter os textos em sua for- ma original, sem conspurcar a beleza de sua musica- lidade, forga e verdade j4 que, 4 ordem dos saberes rituais, muito pouco importa a ordem “culta” ou “douta” que se lhe queira impor. E, para ilustrar nosso ponto-de-vista, tomamos de empréstimo o exemplo citado por Muniz So- dré* de que, no Brasil Colénia, aqueles escraviza- dos prescindiam explicitamente “da significacao no momento da prova de adesio ao cristianismo”, tanto que “um fragmento de oragéo como ‘res- surrexit sicut dixit’ convertia-se, sem preju{zos, em ‘Reco-reco Chico disse’,”” (grifos nossos) o que, além de ressaltar a caracteristica marcantemente ritual de sua apreensdo da realidade, equivale a uma forma de reagir 4 dominacao, de nao se deixar sub- jugar a qualquer “sentido finalistico, entendido co- mo um equivalente geral de toda atividade de lin- guagem. . . usado como meio de controle ou po- der” pelas elites modernas. Este jogo entre submissdo/reacao, tradigdo/reno- vacdo, visivel/invisivel, também estd presente nas orag6es deste A forga do Catimbé. Ei-las, aqui, como as reza o povo, melhor, seus sébios: catimbo- zeiros, curadores e rezadeiras, verdadeiras pecas de resisténcia de nossa cultura. Quanto a seu valor intrinseco, una sua fé ao ex- traordindrio poder da palavra — dita e (en/cantada no momento certo — e, Boa Sorte! OS EDITORES * SODRE, Muniz. A verdade seduzida — Por um conceito de cultu- ano Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Codecri, 1983. XII BREVES ESCLARECIMENTOS SOBRE O CATIMBO “Cada um sabera Até onde pode saber Quem sabe diz Até onde deve dizer.”” (Marcos Scliar) Catimb6 e Pajelanca O culto do Catimbé origina-se de conhecimentos da magia indfgena praticados pelos Pajés (Xamans, Medicine Men) das tribos aborigenes do Norte e Nordeste, predominantemente. Conhecimentos es- tes, aos quais somaram-se os das diversas culturas negfas introduzidas nestas regides pelo processo de escravizacao dos africanos, mormente os de proce- déncia Bantu (Angola, Congo, Mogambique, etc.), gerando uma singular miscigenagdo! de cultos an- 1 Q contato cultural ¢ interétnico entre negros e (ndios deu-se com uma freqiiéncia ¢ continuidade muito maior do que a revelada pela histéria “oficial”. Resumidamente, podemos apontar dois fatos que : a enorme proliferacéo dos quilombos, onde os negros 1. mantendo estreitas relagdes com os indigenat das tri- shas; @ @ efetiva escravizagéo do indio desde os pri- | colon: qual, se de feto nao existisse, no precisa- ida por Lei (detada de 7 de novembro de 1831), a mes- inglés ver” declarava livres os negros africanos escravi- ‘no Brasil a partir daquela data. (Apud ARAUJO, Ari. tOrico do negro. no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. CEAA, cestrais, forgados a desenvolver-se sob o manto do Catolicismo imposto pelo Colonizador. O termo Catimbé designa uma danga indigena de uso dos Pajés em suas praticas magicas, também conhecidas por Paje/an¢a, o que, literalmente, sig- finica: reuniao de Pajés. Jurema e Magia A pratica do Catimbé é também popularmente conhecida por Jurema. Tal fato deve-se a que a Ju- tema? constitui-se em seu centro de energias, ou seja, seu catalisador principal. Na verdade, a Jurema tem, de fato, uma impor- tancia primordial para os cultores do Catimbo. Nes- ta arvore, situam-se as Cidades Encantadas onde “moram” as Entidades principais do Catimbo. Aos dois tipos de Jurema correspondem os po- deres da magia branca, ou da magia negra, em acor- do com a cor das sementes por ela produzidas. Me- lhor esclarecendo: a Jurema Branca produz semen- tes brancas, associadas, portanto, aos poderes da magia branca, a Jurema Preta produz sementes pre- tas associadas, por sua vez, aos poderes da magia negra. Como veremos a seguir, tais sementes, seus pode- tes magicos, e sua complexa simbologia, tém im- portancia fundamental no processo de iniciagaéo no Catimbé e em suas demais praticas rituais. E, ainda, de sua casca e outros componentes, 2 Existem dois tipos principais desta drvore, tecnicamente conheci- “da por Pithecolobium Tortum, da familia das Leguminosas, diviséo Mimoséceas: a Jurema Branca (Mimosa Verrucosa) e a Jurema Preta (Mimoséceas Nigra). (Apud SIL VA, Ornato José de. ERVAS — Rof- zes africanas. Rio de Janeiro, s/Ed., p. 70/71). 2 que é preparada a bebida ritual sessGes. Convém observar que a relagdo dicotémica aqui estabelecida possui, ta0-somente, fins didaticos, ul- trapassando, em muito — sua simbologia, praticas rituais e conteido semantico — o maniqueismo tao caracteristico dos saberes ocidentais.* gerida durante as Iniciagao e Guias-Chefe Assim, dependendo do numero e da cor das se- mentes dadas pelo sacerdote (ou sacerdotisa) ao * Nota do Editor: A observagéo feita pelo Autor releva em impor- t8ncia, se considerarmos a complexidade simbélica presente nas cul- turas tradicionais, no caso, amerindias e africanas. As nogdes de bem @ mal, por exemplo, em tais cultures, isentas do estigma de um “pe- cado original”, néo-reprimidas sexualmente e de estrutura matriarcal @ matrilinear, tém, como representacGes sociais que séo, de assumir papéis diversos e insuspeitados. Acrescentamos estas ligeiras reflexGes a fim de que 0 leitor — se néo afeito aos saberes negro-brasileiros — néo venha a estabelecer, linear e mecanicamente, qualquer relacéo do tipo: mal x bem, es- querda x direita, magia negra x magia branca e que tais; ou, 0 que soria ainds pior, a rolagéo: esquerda/magia negra/mulher, ratiticando preconceitos “ocidentais”. Simplificadamente, 0 poder feminino exerce nestes culturas uma principalidade essencial ao equil/brio das relacées sociais e as rela- ges entre vida e morte, visivel e invisivel, explicitada mitolégica e ritualmente. A explicagéo sobre o necessério equilibrio entre os significantes esquerda/direita, no cabe nesta Nota. Contudo,a declaragao de um Hougan (sacerdote haitiano) dada a um etnoboténico, a fim de ex- plicar-the 0 que representava um Bokor outro tipo de sacerdote haitiano, associado & feiticaria), talvez lance alguma luz ao esclareci- mento buscado. Em suas palavras, o Bokor é: “O sacerdote que serve com a mao esquerda, . . De certo modo, todos somos bokors, nés, hougans. O hougan deve conhecer 0 mal para combaté-lo, 0 bokor deve acolher o bem a fim de subvertéio. Esté tudo junto.” (Apud DAVIS, Wade. A serpente € o arco-iris Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahdr, p. 43.) 3 iniciante, no ato de sua iniciagao, saber-se-a se ele pactuaré pela magia branca, ou seu contrério. Passemos um breve resumo do processo de ini- ciacdo no Catimbo. Cerca de 22:00 horas, o sacerdote (ou sacerdoti- sa), seus auxiliares e aquele a ser iniciado, dirigem- se 4 mata em busca de um grupo de pés de Jurema que contenha as duas qualidades da 4rvore (bran- cas e pretas). Neste local, sao arriadas as obrigacdes dedicadas as devidas Correntes, ato de magia acompanhado dos caénticos adequados. Aj, sera estabelecido quem sero os Guias-Chefe doa) iniciado(a): um masculi- no (um indio) e um feminino (uma {ndia). Esta ul- tima, sua protetora daf em diante, simboliza, me- thor, 6 pertencente a Corrente de Canindé. O indio é considerado a entidade do lado direi- to do(a) iniciado(a), e a (ndia (Corrente de Canin- dé) a do seu lado esquerdo. Estas Entidades séo po- pularmente denominadas Caboc/os e Caboclas. A proxima corrente a ser invocada é a dos Pretos Vefhos, a qual segue-se a dos Ciganos, e assim su- cessivamente, até a chamada dos Mestres, também um a direita e outro 4 esquerda, independentemen- te do sexo. Apos a chamada de todas as Correntes e seus Guias correspondentes, 0 sacerdote (ou sacerdoti- sa) designado popularmente de Padrinho, ou Ma- drinha, apds consulta as oferendas, determinara, nao somente o nimero, bem como a cor das se- mentes correspondentes ao iniciado(a), que Ihe se- rao inoculadas no ato principal de sua iniciagéo no Catimbé, mediante incis6es em seus membros, o que dar-se-4 exatamente as 24:00 horas. Mediante este ritual, a depender do numero e cor das sementes de Jurema utilizadas no processo, 4 configurar-se-4 a propensdo do(a) iniciado(a): se para a esquerda, ou para a direita. Fumaca e Mesa de Catimbé Na abertura de uma Sessdéo de Jurema, o sacer- dote (ou sacerdotisa) abre a Mesa mediante a reci- tagdo de preces especificas e a entoagao de cAnti- cos (toadas) de chamada das diversas Correntes e Guias, marcados pelo ritmo de maracds, ou Estados. Da-se, entao, o preparo das misturas diversas a serem usadas nos fornilhos dos cachimbos, ou mar- cas, dos mestres incorporados em seus médiuns, dando-se, entéo, inicio aos trabalhos, sejam desti- nados a direita ou a esquerda. Este dado é de fundamental importa pois que a esséncia da magia do Catimbé esté imaca das marcas dos Mestres a identificar, t a fi- nalidade dos trabalhos, ato popularmente designa- do de “fumaga as direitas” ou “fumaga as esquer- das". A marca simboliza mesmo o podagelgMestre no Catimbé e pode ser usada para uma ou Outra fi- nalidade. Ressalte-se que os trabalhos destinados 4 esquerda sao realizados no chao. Apenas uma ultima observacao. Queremos escla- recer que os trabalhos servidos 4 esquerda, no Catimb6 verdadeiro, sao secretos e de conhecimen- to exclusivo dos Mestres, ndo sendo permitida sua divulgacdo ao leigo, o que nao é o caso das orac¢des fortes ‘idas neste livro. O Autor i ATENCAO AS ORAGOES QUE CONSTAM DESTE LIVRO DIVIDEM-SE EM TRES GRUPOS: NO PRIMEIRO GRUPO ESTAO AS ORAGOES QUE SERAO REZADAS SOMENTE UMA VEZ. NO SEGUNDO GRUPO, ESTAO AS ORACOES CHAMADAS DE ROSARIO APRESSADO (TERMO UTILIZADO NO CATIMBO), E QUE DEVEM SER REZADAS VARIAS VEZES ACOMPANHANDO A RECITAGAO DO ROSARIO. FIZEMOS CONSTAR, AO TERMINO DE CADA UMA DESTAS ORAGOES, A OBSERVAGAO DESTA PARTICULARIDADE, EXPLICANDO-AS. DO TERCEIRO GRUPO CONSTAM AS ORAGOES DE USO CORRENTE, QUE SAO SOLICITADAS NA COMPLEMENTAGAO DAS ORAGOES DO PRIMEIRO E SEGUNDO GRUPOS. O PROPOSITO AO PUBLICA-LAS E O DE FACILITAR OS LEITORES. | GRUPO DE ORAGOES ESTAS ORAGOES DEVEM SER REZADAS NORMALMENTE, DE ACORDO COM SUAS INDICAGOES, EXIGINDO CONCENTRAGAO EFE. PROCURE, PARA ISTO, UM LUGAR CALMO E RESERVADO, ONDE QUER QUE VOCE ESTEJA. ORACAO SONHO DE SAO PEDRO Esta oracgao destina-se a sonhar com o que se quer saber. MEU GLORIOSO SAO PEDRO, APOSTOLO DE MEU SENHOR JESUS CRISTO, CONFESSOR DA VIRGEM MARIA. MEU GLORIOSO SAO PEDRO, VOS QUANDO PELO MAR VERMELHO PASSASTE OUVISTE UM GALO CANTAR E UMA VOZ POR VOS CHAMAR: PEDRO. .., PEDRO. ..,PEDRO..., RECEBE ESTAS CHAVES QUE TE ENVIARAM. POIS MEU GLORIOSO SAO PEDRO, ASSIM COMO ESTAS PALAVRAS FORAM DITAS E OUVIDAS, ASSIM EU QUERO QUE ME MOSTRES EM SONHOS O QUE EU DESEJO VER, VISIVEL E BEM VISIVEL. (Neste momento faz-se o pedido do que se deseja ver.) Observacéo: Logo ao término desta oracao, reza-se uma Salve Rainha até Nos Mostrai. 11

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