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caAPITULS PROJETO DE SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR a a simplificado de geragio, smissio ¢ distribuigao de i elétrica um conjunto de condutores, aparethos € equipamentos destinados a modificar as caracteristicas da energia elétrica (tensio e corrente), permitindo a sua distribuigio aos pontos de consumo em niveis adequados de utilizagao. Em termos gerais, as subestagdes podem sere ficadas como a) Subestagio central de transmisstio, 7 sijoea sonata BoRRTLaN a Tae Og bain PR NUIORAR UNaTTRREIMNEAeUIA Ci lidade é clevar os niveis de tensiio fornecidos pelos geradores para transmitir a poténeia gerada fags grandes centros de consumo. b) Subestagdo receptora de transmissio aquela construida préxima aos grandes blocos de carga e que esti conectada, através de Kinha subestagdo central de transmis o receptora intermediatia, ©) Subestagao de subtransmissaio E aquela construida, em geral, no centro de um grande bloco de carga, alimentada pela subestagao receptora e de onde se originam os alimentadores de distribuigdo primrios, suprindo diretamente ‘0 transformadores de distribuigdo e/ou as subestagdes de consumidor, 4d) Subestacao de consumidor aquela construfda em proprieclade particular suprida através de alimentadores de distribui- «20 primérios, originados das subestagdes de subtransmissdo, que suprem os pontos finais de con- ‘A Figura 12,1 mostra esquematicamente a posigdo de cada tipo de subestagio dentro do con- texto de um sistema de geragao, transmissao e distribuigdo de energia elétri Translormador de Distrito Subestago de Subtarsmisto voVv Vv Vv. V = fa : ae —e 578 Capito Doze Este capitulo trata ky. Por exigéncia da legislagdo em vigor, todo consumidor cuja poténcia instalada seja igual ov superior a 50 KW ¢ igual ou inferior a 2.500 kW deve, em princ(pio, ser atendido pela concessio- néria local em tensio primaria de distribuigao, ‘As concessiondirias de servigo piblico de energia elétrica normalmente possuem normas pré- prias que disciplinam a construgao das subestagdes de consumidor, estabelecendo critérios, con- digdes gerais de projeto, protecdo. aterramento ete. Todas as companhias concessionérias de dis tribuigdo de energia elétrica distribuem os interessados as normas de fornecimento em tensio primaria e secundaria que, no seu todo, esto compativeis com a Norma Brasileira de Instalagdes Eletricas de Alta Tensdo - NBR 14039/03. Acescolha do niimero de subestagdes dentro de uma planta industrial depende da localizacaoe concentragio das cargas, bem como do ator econdmico que envolve essa decisio, cujas linhas de orientagio sio em seguida delineadas: 4 somente de projeto de subestagao de consumidor limitada a tensio de 15 440, maior 0 custo por kVA; unitérias, maior sera o emprego de cabos de tensio + quanto menor a capacidade da sube: + quanto maior o niimero de subestagdes primériat; + desde que convenientemente localizadas, quanto maior o niimero de subestagdes unitirias, ‘menor Sera o emprego de cabos de baixa tensio; + quanto menor 0 niimero de subestagdes unitarias de capacidade elevada, menor ser o em- prego de cabos de tensio priméria e maior o uso de cabos de baixa tensio. Como se pode observar, o projetista deve assumir um compromisso téenico-econdmice que ‘melhor favoreca tanto a qualidade da instalagio quanto o custo resultante, Como ja abordado no Capitulo 1, € comum o projetista receber do interessado a planta baixa com a dispo. «a das maiquinas € com o espago reservado para a subestago. Um projeto de subestagao deve conter 0s seguintes elementos: a) Memorial descritivo previsto Visa fomecer aos interessaddos (inclusive & concessionéria que aprovaré o projeto) os seguit tes dados + finalidade do projeto; + local onde vai ser construfda a subestagio: + carga prevista e tipo de subestacdo (abrigada, ao tempo, blindada ete.) + memorial de calculo da demanda prevista: + descrig&o sumaria de todos os elementos de protecdo utilizados baseada ne célculo do cur to-circuito; + caracteristicas completas de todos os equipamentos utilizados. 12.2 PARTES COMPONENTES DE UMA SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR Em geral, as subestagdes de consumidor, exceto aquelas destinadas ao atendimento a edificios de miihiplas unidades de consumo, apresentam os seguintes componentes 12.2.1 Entrada de Servico Compreende 0 trecho do circuito entre o ponto de derivago da rede de distribuigao pablicae 6s terminais da medigao, A entrada de servigo é composta dos seguintes elementos, mostrados na Figura 12.2, e com preende duas diferentes partes. 12.2.1.1 Ponto de ligagao E aquele de onde deriva o ramal de ligagao e corresponde ao ponto A da Figura 12.2. PRoie70 DF SUBESTAGAD DE CONSLMIDOR 579 FIGURA 12.2 Feds do Oi Blementos de entrada de servigo - deuma unidade consumidora de ala tens wieno _— Pond og Condulor do Rural oe Ervaca LU 12.2.1.2 Ramal de ligagao £ o trecho do circuito aéreo compreendido entre © ponto de ligagdo € 0 ponto de entrega que corresponde ao ponto B da Figura 12.2. £ importante frisar que o ramal de ligago, por definigdo, ¢ 0 trecho do circuito aéreo, no devendo ser confundido com o trecho de circuito subterraneo (caso exista), denominado ramal de entrada subterraneo. Este conceito, em geral, € vlido para todas as concessiondrias de servigo prliblico de eletricidade, exceto para aquelas que exploram redes de distribuigdo subterraneas. ‘Como o ramal de ligagao, na realidade, é uma extensdo do sistema de suprimento, toda a res- ponsabilidade do projeto, construgao e manutengao do mesmo caberd A concessiondria local 12.2.1.3 Ponto de entrega E aquele no qual a concessiondria se obriga a fornecer a energia elétrica, sendo responsével tecnicamente pela execugao dos servigos de construgo, operagio e manutengo. Nao deve ser confundido, entretanto, com 0 ponto de medigio. Dependendo do tipo de subestago de consumidor, 6 ponto de entrega pode ser: 4a) Subestagdo com entrada aérea 0 ponto de entrega se localiza nos limites da propriedade particular com o alinhamento da via piiblica, quando a fachada do prédio da unidade consumidora é construfda no referido limite do passeio. ‘Quando 0 prédio da unidade consumidora esté distante da via publica, 0 ponto de entrega se localiza no primeiro ponto de fixagao do ramal de ligagao, podendo ser na propria fachada do prédio ou em estrutura propria. b) Subestago com entrada subterrinea De preferéneia deve ser localizado em dominio particular, porém, no caso de unidades consu- midoras cuja fachada do prédio se limita com a via publica, o ponto de entrega poder situar-se no poste fixado no passeio, Neste caso, os terminais do lado externa devem ser instalados a uma al- {ura minima de 5 m, Deve ser empregado cabo com isolamento correspondente & tensio de seryi- {¢0, protegido por eletroduto de ago no trecho exposto até a altura minima de 3m acima do nivel do solo. As terminagGes devem ser do tipo apropriado e ligadas a terra, 580 Caetruto Doze 12.2.1.4 Ramal de entrada Bo conjunto de condutores com os respectivos materiais necessérios & sua fixagdo e interligagao clétrica do ponto de entrega aos terminais da medigio. (© ramal de entrada pode ser definido diferentemente em fungdo do tipo de subestagao. a) Ramal de entrada aéreo E aquele constituido de condutores nus suspensos em estruturas para instalagdes agreas b) Ramal de entrada subterriineo ilados dentro de um conduto ou diretamente E aquele constituido de condutores isolados ins enterrados no solo, O ramal de entrada subterrineo, bem como todos os ramais constituidos de cabos isolados, instalados em eletrodutos ¢ localizados em dreas sujeitas a trinsitos de veiculos, dewem ser prote- gidos mecanicamente contra avarias e nao se deve permitir a presenga permanente de liquidos dentro da tubulacio, Os trechos em cabos subterrdineos devem ser dotados de caixas de passagem construsdas em alvenaria ou conereto, com dimensdes minimas aproximadas de 80. 80 80cm, E conveniente deixar em cada caixa de passagem uma folga no cabo através de uma volta com- pleta do mesmo no interior da referida caixa, a fim de permitir o aproveitamento dos condutores, devido a uma eventual falha nas suas extremidades (muflas ou terminagées) ou em outro ponto ‘conyeniente (caixa de passagem). De acordo com a NBR 14039/03, a queda de tensio desde 0 ponto de ligago com a rede da concessiondria até © ponto de conexiio com 0 posto de transformagao (ponto de utilizagao) deve ser de no maximo 5%. 12.3 TIPOS DE SUBESTAGAO Dependendo das condigdes téenicas e econdmicas do projeto, pode ser adotado um ou mais tipos de subestagao para suprimento da carga da instalagio. Em geral, as subestagées podem ser classificadas em: 12.3.1 Subestagao de Instalagao Interior #aquela em que'os equipamentos e aparelhoe ‘so instalados em dependéncias’abrivadas dag intempéries. Para essa maneira de instalagdio, as subestacdes podem ser construfdas em alvenaria ou em in- vélucro metélico 12.3.1.1 Subestagao em alvenaria Bo tipo mais comum de subestagfo industrial. Apresenta um custo reduzido, além de ser de facil montage e manutengao, Requer, no entanto, uma érea construida relativamente grande, A sua aplicagio é mais notavel em instalagdes industriais que disponham de espagos préximos aos centros de carga. AAs subestagées em alvenaria sao divididas em compartimentos denominados postos ou cabi- nes, cada um desempenhando uma fungdo bem definida, a) Posto de wedigao priméria E aquele destinado & localizagao dos equipamentos auxiliares da medigZo, tais como transfor madores de corrente e potencial Esse posto € de uso exclusivo da concessiondria, sendo 0 seu acesso devidamente lacrado, de modo a nao permitir a entrada de pessoas estranhas a companhia fornecedora, A sua construgdo € obrigat6ria nos seguintes casos + quando a poténcia de transformagao for superior a 225 kVA; + quando existir mais de um transformador na subestagao; PROIeTO DE SUBESTAGAO DE CaNSUNIDOR 581 + quando a tensio secundéria do transformador for diferente da tensao padronizada pela con- cessionéria Deve-se alertar que nem todas as concessionérias adotam em suas normas as condigdes ante ormente estabelecidas, sendo, no entanto, empregadas pela maioria delas. Quando a capacidade de transformagio for igual ou inferior a 225 kVA, caso de pequenas in- dstrias, a mediga0, em geal é feita em tensio secundaria, sendo dispensada a construgdo do posto de medigio. Se ha, porém, perspectiva de crescimento da carga, € conveniente se prever 0 local reservado ao posto de medigo, evitando futuros transtomos. ‘A maneira de instalar os equipamentos auxiliares da medicao varia para cada concessionsia, que se obriga apenas a fornecer gratuitamente os transformadores de corrente, de potencial ¢ medidores, As normas de fornecimento dessas concessiondirias geralmente estabelecem os padres dos suportes necessérios & fixagao desses equipamentos. b) Posto de protegdo priméria E destinado a instalagdo de chaves seccionadoras, fusiveis ou disjuntores responsdveis pela protecdo geral e seccionamento da instalagao, ANNBR 14039/03 estabelece que, para subestagdes com capacicade de transformagao trifésica superiora 300 kVA, a protecdo peral na média tensao deve ser realizada por meio de um disjuntor acionado através de relés secunciirios com as funcdes 50 51, fase € neutro (onde & fomecido o neutro).. ‘A mesma norma estabelece que, para subestagdes com capaciclade de transformagio trifésica igual ou inferior a 300 kVA, a protego geral na média tensio deve ser realizada por meio de um disjuntor acionado através de refés secundarios com as fungdes 50 e 51, fase e neutro (onde € for- necido o neutra), ou por meio de chave seccionaciora ¢ fusivel, sendo que, neste caso, adicional- mente, a protec ao geral na baixa tensiio deve ser realizada através de disjuntor, Os disjuntores devem ser acionados através de relés secundirios conectados a transformadores de corrente destinados & protegio. Os ajustes desses dispositivos estio determinados no Capitulo 10. Os transformadores de corrente devem ser localizados antes da chave seccionadora intema que sucede os equipamentos de medigdo. Os relés de protegao devem ser dotados no minimo das fungdes 50.¢ 51. ©) Posto de transformacio, E aquele destinado a instalagao dos transformadores de forga, podendo conter ou ni 6s equi pamentos de protecio individual. ‘A NBR 14039/08 estabelece que nas instalagdes de transformadores de 500 kVA ou maiores, em liquido isolante inflamavel devem ser observadas as seguintes precaucoes: + construgio de harreiras incombustiveis entre os transformaciores e demais aparethos; + construgio de dispositivos adequados para drenar ou conter 0 Iiquido proveniente de um eventual rompimento do tanque. Esses dispositivos podem ser construidos de diferentes formas, porém todas elas t8m como objetivo fundamental a limitagao da quantidade de dleo a ser queimado, no caso de incéndio even- tual. Apés a descarga do liquido do transformadar e a coleta do mesmo através de um recipiente, 0 6leo pode ser reaproveitado apés tratamento, A Figura 12.3 mostra as principais partes componentes de um sistema coletor de éleo com barreiras corta-chamas, ou seja: + recipiente de coleta de leo; + sistema corta-chamas; + tanque acumulador. O recipiente de coleta de 6teo pode ser construfdo com uma drea plana igual a segio transyer- sal do transformador, incluindo 0s radiadores. Também pode ser construido com a dea plana de dimensdes reduzidas, prevendo-se, no entanto, um declive minimo do piso de 10% no sentido do recipiente, a fim de coletar o dleo que porventura vaze pelos radiadores. sistema corta-chama funciona como barreira de protegao impedindo que a chama, no caso de incéndio, atinja o tanque acumnulador. Deve ser construido com material incombustivel eresis= tente a temperaturas elevadas. Os dutos de escoamento devem ter dimetros de 75 mm. 582 CapiruLo Doze ‘ature Tongue Acunuladoe ecpionte to olen de oteo FIGURA 12.3 Sistema coletor de leo ‘Otanque acumulador deve ter capacidade de armazenar todo 0 volume de dleo contido no trans- formador. Esta capacidade titi de armazenamento esté referida no nivel da extremidade do tubo de descarga no-tanque. Para transformador com poténcia nominal igual ou superior & 1.500 kVA. e inferior a 3.000 kVA, a capacidade siti! minima do tanque acumulador € de 2 m*. Quando existir varios transformadores, pode-se construir apenas um tanque acumulador liga do atrayés de sistemas corta-chamas aos recipientes de coleta de Gleo. Neste caso, a capacidade Util minima do tanque acumulador deve ser igual d capacidade volumétrica do maior transforma dor do conjunto considerado, ‘A Figura 12.4 mostra outro tipo de construgao de um sistema coletor de leo dotado de sift corta-chama. ome oni FIGURA 12.4 Sistema coletor de dteo PRo.eTo DE SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR 583 123.111 Classificagao |As subestagdes em alvenaria podem ainda ser classificadas quanto ao tipo do ramal de entrada. a) Subestaco alimentada por ramal de entrada subterrineo Quando montadas no nivel do Solo, as subestagdes alimentadas por ramal de entrada subterr- eo so construidas, normalmente, com altura minima definida pela altura dos equipamentos & pela altura da instalagdo de chaves, barramento, isoladores ete. ‘A Figura 12,5 mostra, em corte, a vista frontal de uma subestagao, detalhando todas as dimen- sdes fundamentais & sua construgaio e que serdo analisadas posteriormente. A mesma figura mos- tra a vista superior da referida subestagao. As paredes externas c as divisdes interiores sio singe~ las, isto &, apresentam uma largura de 150 mm. sen ted de FeroGaanizago - Diente am itn Poste de anstormarso Ee = ace 8 TAN600. FIGURA 12.5 ‘Vistas frontal e superior de uma subestagdo com ramal de entrada subterrineo 584 FIGURA 12.6 Vista frontal de uma subestagio ‘com ramal de entrada aéreo Gaptrute Doze b) Subestagao alimentada por ramal de entrada aéreo Quando montadas no nivel do solo, as subestagdes alimentadas por ramal de entrada aéreo sdo construidas normalmente com altura minima de 6 m ou superior, A Figura 12,6 mostra, em corte, a vista lateral de uma subestagdo com pé-direito igual a 6 m, detathando todas as dimensdes fundamentais & sua construgdo, que setdo analisadas posterior mente, Tisvodao Nic Megreieo “Toi Metta Ge Protege avalon Metdico ‘errmento 0 Pan As subestagéies com pé-direito igual a 6 m, ou superior, apresentam paredes externas com lar gura minima de 300 mm e as paredes das divisdes intemas com largura de 150 mm, construidas geralmente em alvenaria, A preferéncia de construgdo recai, em geral, nas subestagdes alimentadas por ramal de entrada subterrineo, par ser mais compacta. No entanto, quando a instalagio jé dispde de galpao com al {ura elevada, aproveita-se a construgao existente e se projeta a subestagdo com o ramal de entrada aéreo, isto é, com um minimo de 6 m de altura, Quanto ao custo, basta comparar o adicional de construgio civil somado & descida dos ‘barramentos ¢ demais acessérios, no caso de subestagdes alimentadas por ramal de entrada aéreo, com 0 custo de instalagio do cabo isolado a tensio primsiria de distribuigao. Porém, para grandes ramais de entrada, sem divida, as subestagdes alimentadas por ramal de entrada subvterraneo apre= sentam custo superior devido ao alto prego das instalagdes dos cabos isolados. Podle-se, no entan- to, adotar 6 ramal de entrada misto, isto é, parte area e parte subterrainea. ‘© ramal de entrada das subestagdes alimentadas por ramal de entrada aéreo pode ser fixado na parte frontal ou na parte lateral das mesmas Independentemente do tipo de subestagZo, a sua cobertura deverd ser construfdla em placa de concreto armado, resistente a infiltragao de dgua. 12.3.1.2 Subestagao modular metélica ‘Também chamada de subestagio em invélucro metilico, é aquela destinada & indkistria ou a outras edificagées onde, em geral, 0 espaco disponivel € reduzido. Pode ser constru(da para uso interno ou ao tempo. 12.3.1.2.1 Classificagao ‘AS subestagdes modulares metélicas podem ser classificadas, segundo a sua construgio, em quatro tipos basicos: 4a) SubestacZo com transformador com flanges laterais jst frontal de uma subestaga0 ar metilica, do tipo flange HERA 12.8 de uma subestagio modular "padlca do tipo flange lateral PROJeTO DE SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR 585 ste é um dos tipos mais utilizados em instalagoes industriais, principalmente quando se dese- ja prover um determinado setor de produgio de grandes dimensGes e um elevado nimero de mé- {uinas de um ponto de suprimento localizado no centro de carga. E urna subestaclo compacta que ocupa uma drea reduzida, devendo ter grau de protegao IP 5X, ou superior, de modo a oferecer grande seguranga aos operadores e aos opersrios em geral £ constituida de transformador de construgdo especial, onde as buchas priméria € secundiria sito fixadas lateralmente & carcaga e protegidas por um flange de segdo retangular que se acopla ‘40s médulos metilicos primario e secundirio, A Figura 12.7 mostra a vista frontal de uma subestagdo modular metalica, do tipo flange late~ ral, detalhando as partes fundamentais, J4 a Figura 12.8 revela « fotografia do mesmo tipo de subestagao da Figura 12.7, Quadro de Baixa Tensao Quadro de Mécka Tonsiio Quadro de Comando de Média Tensao. 586 FIGURA 12.9 Vista frontal de uma subestagiio ‘modular metilica do tipo flanges superior e lateral captruta Doze ‘Os médulos metélicos poderao ser complementados acoplando-se novos médulos aos existen- tes, caso haja necessidade de aumento do miimero de saidas de ramais primédrios e secundérios, 'b) Subestago com transformador com flanges superior e lateral constituida de um transformador de construgao convencional, acoplado aos médulos metil ‘cos primério e secundario através de duas caixas flangeadas, sendo uma fixada na parte superior do transformadior ¢ a outra lateralmente, Deve ter grau de protegao IP 5X ou superior e tema mes- ‘ma aplicagiio da subestagao de Flanges laterais. ‘A Figura 12.9 mostra a vista frontal de uma subestagao modular metilica, do tipo flange supe: riore lateral, detalhando as partes fundamentais. Posto de BT Posto de MT t Caixa Flangeada de MT im} nd 09 ~ | ee 000 ©) Subestacdo com transformador enclausurado em posto metilico em tela aramada um invélucro Esse invélucro é sa Subestagio € constituida por transformadores instalados internamente metilico cuja cobertura é feita de chapa de ago, em geral de 2mm (14 USS lateralmente protegido por uma tela aramada, com malha de 13 mm, ou menor, ¢ esté acopladaa ‘médulos metilicos primério € secundéio, Dado o seu baixo grau de protecdo, principalmente 0 dos médulos de transformagado ¢ prote- 20, que geralmente sao fabricados com grau de protegao IP X1, essas subestagdes nao devem ser inilizadas em ambientes polufdos, notadamente de materiais de facil combustio, ou em dreas onde haja presenga de pessoas nao habilitadas ao servigo de eletricidade, Hé fortes restrigdes quanto sua instalagdo ao tempo. (Os transformadores ¢ os demais equipamentos sio de fabricagdo convencional, tomando o seu custo bastante reduzido. A Figura 12.10 mostra as vistas frontal e superior, respectivamente, de uma subestagio modu Jar metalica com tela lateral ararmada, detalhando as suas partes funddamentais, enquanto que a Figura 12.11 evidencia a parte frontal externa da mesma subestagio, 4) Transformador e demais equipamentos enclausurados em posto metilico em chapa de aga Esse tipo de subestagio € composto de transformadores instalados internamente a invéluctos metilicos, constituidos totalmente em chapa de ago de espessura adequada, geralmente de 2 mm (14 USSG), ¢ providos de pequenas aberturas para ventilagio. Os postos metilicos sao acoplados lateralmente através de parafusos e constituem um médulo compacto cujo grat de protegto de- pende da solicitago do interessado, sendo fungao do ambiente onde © mesmo for operar. s transformadores, chaves e demais acessérios so de fabricagao convencional ‘A Figura 12.12 mostra as vistas frontal e superior, respectivamente, de uma subestagio mode lar metilica com o transformador enclausurado em posto metélico em chapa de ago. Ja a Figura 12.13 revela a vista frontal externa desse tipo de subestagdo. Relativamente aos tipos de subestago modulares metilicas relacionadas anteriormente, exis: tem outros modelos de fabricagao comercial, porém todos eles de concepgdo deri vada de um dos ‘quatro tipos aqui apresentados. Prous dE SUBESTAGAD DE CoNSUMIDOR 587 Chave i Fusivel Condutor de: Aterramento_/ Poste deTransformagao Posto deProl@s80—ascts de Madigao Isolador de Apoio Gabinete Metalico senha Externa s Mufta interna |r! | g g mits th Eletroduto Caixa de Passagem Posto de Medigao Posto do Proteg Posto de Transformacdo | Caixa de Medico FIGURA 12.10 ‘Vistas frontal e superior de uma subestagio modular metilica com tela aramada Tela Aramada Caixa de Mi lode —_Alga do Eleva FIGURA 12.11 Vista frontal externa de uma subestagio modular metélica com tela aramada 588 Capriuco Doze Péra-raios Condutor de rramento Posto de Medico Gabinete Metalico Musa (| AY interna, Toduta metaloo Caixa de Passagem Posto de Madicao Posto de Protegaio Posto de Transormagéo al|_S Caixa de Passagem/ FIGURS 12.12 ‘Vistas fromtal e superior de uma subestagio modular ‘mettiliew em ehapa de ago Porta Frontal ‘Aberturas de Ventilagao Alga de Elovagaio \ e 9 a by | Cara de je | Medigao FIGURA 12.13 Vista frontal externa de uma subestacio modular metilica em capa de ago Pra,eTa DE SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR 589 12.3.2 Subestacao de Instalagao Exterior B aquela em que os equipamentos so instalados ao tempo e, normalmente, os aparelhos abrigados. 12.3.2.1 Classificagao AAs subestages de instalagio exterior podem ser classificadas segundo a montagem dos equi pamentos em trés tipos: 1) Subestagio aérea em plano eleyado ‘Sao assim consideradas as subestagdes cujo tran formador esté fixado em torre ou plataforma, _geralmente fabricadas em concreto armado, ago ou madeira, Todas as partes vivas nao protegidas devem estar situadas, no minimo, a 5 m acima do piso. ‘Quando nao for possivel observar a altura minima de 5 m para as partes vivas, pode ser tolerado ‘© limite de 3,5 m, desde que o local seja provido de um sistema de protegdo de tela metilica ow equivalente, devidamente ligado 2 terra, com as seguintes caracteristicas + afastamento minimo de 30 em das partes vivas: + matha da tela com 50 mm de abertura, no méiximos + figs de ago zincado ou material equivalente de 3 mm de didmetro, no minimo. (Os equipamentos podem ser instalados da seguinte forma: + em postes ou torres de ago, conereto ou madeira adequada; + em plataformas elevadas sobre estrutura do concreto, ago ou madeira adequada; + em areas sobre cohertura de edificios, inacessiveis a pessoas niio qualificadas ou providas do necessirio sistema de protegao externa, Em nenhum equipamento, neste caso, nao deve ser empregado liquido isolante inflamavel. As normas de algumas concessionérias limitam a poténeia do transformador instalado em um s6 poste em 150 kVA, ficando a instalagdo em dois postes para transformadores de poténeia igual ‘ou superior a 225 kVA. tras 12.14 ¢ 12.15 mostram duas subestagdes em torre com as unidades de transforma- montadas, respectivamente, em um ¢ dois postes, b) Subestagdes de instalagdo no nivel do solo E aquela em que os equipamentos, tais como disjuntores e transformadores, sio instalados em bases de concreto construfdas ao nivel do solo os demais equipamentos, tais come para-raios, ‘haves fusiveis e seccionadoras, so montados em estruturas aéreas, conforme exemplifica a Fi- ‘pura 12.16, respectivamente as vistas lateral e superior se tipo de subestagao em local urbano normalmente € de custo muito elevado, em virtude ‘dos equipamentos serem apropriados para instalagao ao tempo e devido ao prego do proprio terre- no, Em dreas rurais, porém, esse Lipo de subestacdo apresenta vantagens econdmicas. Ao nivel da tensiio de 15 KV, tem-se mostrado pequen a utilizagdo desse tipo de subestagio. (0 fosso coletor de leo do transformador de forga é geralmente construfdo sob o equipamento edeve conter, pelo menos, 1,25 vez a capacidade de éleo contido no mesmo. A base dos aparelhos contendo liquidos isolantes inflamaveis deve ser dotada de revestimento do tipo auta-extintor de neéndio, tais como pedra britada, ou um sistema de drenagem adequada, ‘0 fundo do fasso do coletor do dleo do transformador deve ser recoberto por 20 em de brita € possuir dispositivo do tipo auto-extintor de ineéndio, tal como pedra britada ou um sistema de renagem adequada, A subestagio deve ser protegida extemamente com tela metilica, arame farpado ou mureta de alvenaria, a fim de evitar a aproximagio de pessoas ou animais. Quando usada tela de protegaio extema, esta deve ter malha de abertura mixima de 50 mm ¢ ser constituida de ago zineado de didmetro 3 mm, no minimo, ou material com resisténcia mecanica equivalente. Quanclo for usado arame farpado, 0 espagamento entre 0s fios nao deve exceder 15 em. Deve-se fixar pelo menos um aviso indicando o perigo que a instalagaio pode causar. Esse avi- 80 deve ser colocado em local visfvel ¢ externamente d subestagio.. Quando nao houver mureta de base em alvenaria, a parte inferior da tela nao deve ficar a mais de 10 em acima do nivel do solo. 590 FIGURA 12.14 Subestagio de torre ¢ 12.4 DIMENSIONAMENTO FISICO DAS SUBESTAGOES poste Doze Rede Abrea. Circuito ‘Secunda Abacadera Flstrodto ds Ferro Gabanizado os TO} roy Caixa de Passage Vista Lateral Vista Fromal © acesso a materiais ¢ equipamentos deve ser feito através de portio, ubrindo para fora, com dimenstes minimas de 3,0 X 2,10 m. O porto deve ser adequado também a entrada de pessoas no interior da subestagao, Deve-se prever a construgao de um sistema adlequado de escoamento de éguas pluviais ‘Os pérticos podem ser construidos de vigas © postes de conereto armado ou de perfis de ago galvanizado. Os aparelhos si, geralmente, instalados em quadros metilicos abrigados em construgdo de alvenaria, Tambeém poclem ser instalados em quadros metilicos apropriados para operaedo ao tempo com grau de protegao IP 54. Para o dimensionamento fisico de uma subestagdo, ¢ necessério conhecer as dimensies de to dos os equipamentos que serdo instalados, bem como os afastamentos minimos previstos pela NBR 14039/03, As subestagdes de que trata este capitulo, isto €, a de classe 15 kV, podem ser facilmen: te dimensionadas, ja que a parte dos equipamentos utilizados tem seus comprimentos, larguras¢ profundidades variando numa faixa relativamente estreita, © que permite a padronizagao prévia ‘das dimensdes de certos compartimentos. Essas dimensdes podem ser obtidas facilmente em ew logos de fabricantes, ou simplesmente através. da Internet, acessando os sites dos respectivos fabricantes, (O dimensionamento das subestagdes deve ser realizado em conformidade com o seu tipo cons: trutivo, ou seja, subestagdes de construgao interna e subestagdes ele construgdo externa. GURA 12. Subestago de torre em poste apie PRovETo De SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR 591 ‘Gramoo de Linn Vi Ieoado: do 8 KV “J J Fost de Conereto Arado Duplo T Transtormador ssroduta to Cra “Chapa a Aanio a) Subestagdes de construgio interna, ‘So aquelas cujos equipamentos sao instalados abrigados da chuva e dos raios solares. Podem. usar equipamentos com isoladores lisos ou corrugados € de invotucro de material sintético propri- 05 para instalagio interna, ou equipamentos com isoladores com sais invélucros metélicos com isolagao a 6leo mineral As distancias minimas adotadas esto definidas nas Figuras 12.18 ¢ 12.19 da NBR 14039/03. a) Subestagdes de construgdo externa So aquelas cujos equipamentos sfo instalados externamente sob condigdes de chuva, dos rai- os solares ¢ de descargas aimosféricas. Somente usam equipamentos com isoladores com sais (que- bra do pingo d’gua) e invélucros metélicos com isolagao a 6leo mineral As distincias minimas adotadas esto definidas na Figura 12.20 da NBR 14039/03. ‘A seguir serdo dimensionados os principais tipos de subestages industriais. 12.4.1 Subestago de Alvenaria 0 dimensionamento dos virios postos depende da posigdo de instalagao dos equipamentos, De acordo com a norma NBR 14039/03, os afastamentos entre as diferentes partes dos postos ¢ os arranjos dos equipamentos devem obedecer algumas condigdes a seguir definidas. A Tabela 12.1 indica as dimensGes minimas permitidas pela norma NBR 14039/03 que devem. ser respeitadas no projeto dos corredores de controle ¢ manobra, associados as Figuras, 12.18 € 12.19 para subestagdes abrigadas (internas) e Figura 12.20 para subestagdes ao tempo (wo tempo), 592 Capiruto Doze e Transformador de Forga Mourio de Concrete ubiculo do Protegao || k ‘4 f ZTE Hl TE r @ ea al E 7 8 Tearslommader de Fora e 1 ee 8 " : | ° 3 dette. 52 |) iE 1 © | pect = } : —[]nsoacircorore Esiutade Gouao _7 — GoradeArame _, B pices tere tet an eee FIGURA 12.16 Vistas frontal e superior de uma subestacao de instalagao exterior no nivel do solo PROUETO DE SUBESTAGKO DE ConsUMIDOR Barreira Corta-chama Transformador Barramento de Entrada FIGURA 12.17 ‘Vistas superior ce uma subestagio de instalagiio exterior no nivel do solo 593 W) | Q \W rea de cieulagdo pormida a pessoas advertdas; x — area de irculacdo probida FIGURA 12.18 Circulagdo por um lado - Tabela 12.1 594 Capiuco Doze \W--4tea de ciculagto permiida a pessoas adveridas; x ~ area de crculagao proibica FIGURA 12.19 Circulagiio por mais de um lado - Tabela 12.1 TABELA 12.1 Espagamentos para instalagdes internas 300 até 24.2 KV rer Distincia Entre a Parte Viva € um Anteparo Vertical a : Valores da Tabela 12.3 (fase © terra) R 1,200 Locais de manobra u 2.700 Altura minima de uma parte viva com cireutagio K 2,000 Altura minima de um anteparo horizontal F 1.700 Altura minima de um anteparo vertical 1 E +300 Altura minima de uma parte viva sem eitculagaio Dimensdes Matximas (mm) E 300 Distincia maxima entre a parte inferior de um amteparara vertical 0 piso M 1.200) ‘Altura dos punhos de acionamento manual Matha 20 ‘Abertura da mala IGURA 12.20 Espagamento para insalagdes externasano nivel o piso, de acordo com a Tabela 12.2 PRaueTa b= SUBESTAGAO DE CONSUMIDOR 595 \W/- a1ea de crulagde permit a pessoas advertidas; X ~ Area de crculagao protida ‘TABELA 12.2 Espagamento para instalagdes externas Dimensdes Minimas (mm) A | =| Valores de distancias minimas da Tabela 12.3 G | 1.500 | Distincias minima entre a parte viva ea protegio extema 8 | 4000 | Altura minima de uma parte viva na drea de circulagio R_ [1.500 | Locais de manobra D_| 500 | Distancia minima entre «parte viva e um anteparo vertical [2.000 | Attn minima de um anteparo vertical 6.000 | Em ruas, avenidas e entradas de préios e demais loais com trnsito de veiculos 1500 | Em oct com insito de pees omen 9.000 | Em ferrovias 7.000, | im rodovias J | 800 | Altura minima de uma parte viva na érea de ireulagdo proibida |2.200 | Altura minima de um antepuro horizontal [2.000 | Atura minima da protegao externa © | 2.000 | Circutagio Dimensies Méximas (mm) | | 600 | Distincia maxima entre a parte inferior de um anteparo verical eo piso, M_ | 1.200 | Attra dos punhos de acionamento manual Maia [| 20. | Abertura das mathas dos anteparos 596 Captrute Doze is pela mesma norma com relaglio aos equi- Ja Tabela 12.2 indica as dimensdes minimas permi pamentos para instalagdo externa no nivel do piso. ‘TABELA 12.3 Distincias minimas tensio nominal da instalagao ah lee 0 20/40 60/60 120/120 4.16 9 6 0 120 6} 1 20 40/60 60/90 120/120, 38 M 95 /110/ 125 160/ 180/220 Bt iy 50 95/125 ‘160 / 220, 345 0 145/170 270 1320 12.4.1.1 Altura da subestagao Para se determinar a altura mfnima da subestagao, adotar as medidas estabelecidas nas Tabelas 12.1 ¢ 12.2, observando as distancias assinaladas na Figura 12.5, ou sejaz Hy =H, + Hy + H+ H+ Hy H,,~ altura total da subestagiio; H,~ altura total do transformador (pode ser obtida através da Tabela 12.4); H,,~ afastamento da chave seccionadora (a critério do projetista; usar, em média, 300 mm); H,~ altura da chave seccionadora (depende do fabricante; para chave de 15 kV usar, em mé= dia, 600 mm); H,~ altura do isolador (depende do fabricante; para isoladores de 15 kV usar,em média, 250mm}, H.g.— afastamento do barramento, 12.4.1.2 Posto de medigao Ocupa o espago minimo de 1,600 2,000 m. 12.4.1.3 Posto de protecao Deve ter as seguintes dimensdes minimas: D,, =D, + 1.000.mm (121) D,,~ dimensao do posto: comprimento ou largura, em mm; ‘D,~ dimensio do disjuntor referida a diregao em que se quer medir a dimensiio do posto, em mm, De modo geral, os disjuntores da classe 15 kV, 600 A e eapacidade de ruptura de até 500 MVA {1ém comprimento frontal de aproximadamente 700 mm uma profundidade de 900 mm, 12.4.1.4 Posto de transformagao Deve ter as seguintes dimens6x D,, =D, + 1.000 mm (12.3) D,,~ dimensio do posto: comprimento ou largura, em mm; D,~ dimensao do transformador: comprimento ou largura, em mm.

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