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pastoral _"NAO” A VIOLENCIA, “NAO” A MARGINALIZACAO Nosso objetivo é oferecer alguns subsi- dios @ CAMPANHA DA FRATERNIDADE para localizar a violéncia na marginalizacao. Apés uma breve introdueao colocando a questo no devido contexto (status questionis), tratare- mos, numa primeira parte, da marginalizacdo, salientando duas categorias de marginaliza- dos: 0 “povo da rua” e a "mulher-feitaobjeto- ~na-prostituicao”. A seguir, numa 2 parte, pro- curaremos identificar a violéncia da margina- lizagéo. Na conclusdo, esperamos traduzir 0 “sim @ fraternidade” em exigéncia de compro- misso historico com os marginalizados. Nosso tema — “ndo” a violéncia, “nao” 4 marginalizagao — pode ser expresso também nestes termos: “a violéncia da marginalizacao". um assunto que merece estudo cuidadoso. Infelizmente quase que somente socidlogos se ocupam da marginalizacdo, assim mesmo apenas com o objetivo de anilise cientifica. A marginalizacdo, porém, é geralmente vista e vivida como uma fatalidade. E quando se fala de violéncia da marginalizagdo, pensa-se em primeiro lugar na violéncia que margina- ligados praticam ou podem praticar. A violén- cia geradora de marginalizacao, a violencia que se identifica com a marginalizacio ou a violéncia que recai sobre os marginalizados fi- cam em segundo plano ou nem sao lembradas. A CF se nos apresenta como um apelo a se dizer “ndo” a violéncia e “sim” & frater- nidade. Isto no momento em que a Igreja ten- ta viver a opcdo pelos pobres e a teologia comeca a adotar a mediagdo socioanalitica. Neste contexto, a reflexio teolégica, ajudada pelos dados sociolégicos, sente-se responsdvel de fazer entrar em cena a marginalizagdo co- ‘mo expresso de extrema pobreza e exigéncia de libertagao. Ao mesmo tempo é seu dever evidenciar 0 nexo entre marginalizacdo e vio- Iencia, despertando a consciéncia: para um compromisso de libertac&io. Deste modo a teo- logia estar contribuindo para que o “nao” a violéncia se concretize como “ndo” & margi- nalizagao. Vado merecer nosso especial cuidado o “pt vo da rua” e a “mulher-feita-objeto-na-prosti tuigéo” enquanto marginalizados-violentados. Pe, José Maria Fructuoso Braga I. A MARGINALIZACAO Muitas vezes se d4 a palavra “marginal” © sentido de criminoso, alguém que vive A mar- gem da sociedade agredindo-a seja pelo furto ou roubo, seja pela violencia fisica contra as pessoas. N4o raro os marginalizados na socie- dade séo tidos como marginais ou criminosos. Hoje, estudos sérios sobre a violéncia levan- tam a pergunta: o “marginal” é agressor ou vitima?’ Independentemente da resposta a es- ta pergunta, podemos afirmar que marginal: zados nao séo necessariamente “marginais” neste sentido de marginal-criminoso. Margina- lizados so, antes de tudo, 0 produto do pro- cesso de marginalizacdo que atua na socieda- de, Entre multidées de marginalizados salien- taremos duas categorias: 0 “povo da rua” e a “muther-feita-objeto-na-prostituicdo”. 1. As migragSes, um sinal da marginalizacio As constantes migracdes que se verificam no Brasil constituem um sinal da marginali- zagio produzida em nossa patria. Embora exis- tam migracdes de campo para campo, elas se realizam sobretudo do campo para a cidade. Na década de 1970/80 mais de 16 milhées de pessoas deixaram o campo para tentarem a vida na cidade. Nesse periodo, somente 0 mu- nicfpio de Séo Paulo cresceu demograficamen- te mais do que toda a 4rea da Amaz6nia, ten- do recebido 3,5 milhées dé migrantes. Porém, foi a regio de Campinas, SP, que mais cres- ceu com as migragdes da década de 703, 2. A marginalizagdo na cidade e no campo — na cidade: a multiplicacdo das favelas € dos corticos, nos grandes centros, aparece como conseqiiéncia dessas migracdes. A mar- ginalizacao esté ndo apenas nas moradias de- sumanizantes. Encontramola nos saldrios. bai- xos completamente insuficientes para a sub- sisténcia sadia das pessoas e das familias; na negacao do direito a estabilidade no trabalho; nos subempregos a que muitos sao forcados a sujeitarse, com uma renda abaixo do minimo VIDA PASTORAL — MARCO-ABRIL DE 1983 — 7 necessério e sem direitos; na falta completa de trabalho; nas dificuldades de assisténcia @ satide; de modo especial, cla se situa naque- Jes que, nao encontrando trabalho, acabam permanecendo na rua, sem eira, nem beira, — no campo: enquanto isto se realiza nas cidades, no campo a conflitiva ameaca de ex- pulsdo de posseiros que cultivam um pouco de terra de que os grandes querem se apode- rar, Os bdiasfrias que resultam seja da pré- pria expulsdo de posseiros, seja do éxodo for- ado de trabalhadores rurais até entio empre- gados em fazendas agora convertidas ou em canaviais ou em territ6rios de criagéo de ga- do, e ainda dos que sao obrigados a sair das terras desapropriadas para serem alagadas em favor de novas centrais geradoras de energia elétrica. A procura da cidade grande pode ter outras causas, porém, dificilmente: nao esta presente a necessidade econdmica’, 3. Duas categorias de marginalizados urbanos A marginalizacio no campo produz a mar- ginalizaggo na cidade. E agora focalizamos duas categorias de marginalizados urbanos: 0 homem da rua e a “mulher-feitaobjetona- -prostituicéo”. 1) 0 “povo da rua” © “povo da rua”, nos grandes centros, uma conseqiiéncia das migracdes. Muitos mi- grantes conseguem viver na cidade grande, em- bora quase sempre em condiges duras. O “po- vo da rua” & aquele que a cidade nao absor- Yeu nos seus quadros, € gente que néo en- controu emprego para viver dignamente. "E um drama que a cidade nao vé. Sé o vé quem © vive. Testemunha tinica e seu protagonista € este povo que escoa para a cidade e nio é recebido. E empurrado de todos 0s espacos, de todos os lugares onde se mora e se traba- Tha. E gente que chega & cidade sem profis- so urbana ou passa de crianca a adulto sem formagao. Comeca se agarrando a biscates, la- va carros, vende doces nos sinais de transito, vai ser pedo de construcao. Acaba se desligan- do de qualquer vinculo familiar, perde qual- quer lugar na sociedade e cai no plano incli- nado da vida, desvivendo nos terrenos baldios, nos baixos dos viadutos, nos casardes apodre- cidos a0 abandono, nos desvaos, porque a ci- dade deixou-os de lado por nojo e que nao quer ver”, ‘Na cidade de Sdo Paulo no ano de 1981 registrou-se a passagem de 25.832 migrantes pelo CETREM, albergue noturno e diurno. E existem nesta cidade mais de dois milhées de pessoas que vivem em casas de cémodos sub- alugados ou abandonados, em péssimas condi- des. Verifica-se ainda que os cortigos do cen- tro de Sdo Paulo aumentaram cerca de 200%. Fenémeno semelhante acontece também em todos os outros grandes centros brasilei- Tos, que o documento da CNBB “Solo urbano € aco pastoral”, afirma serem 13: "Hoje, em 13 concentracées urbanas moram 3296 da po- pulacdo total, que representa metade da popu- lacao urbana” ’. Mesmo em outras cidades, com uma populacéo bem menor, existe a mesma realidade do “povo da rua”. Para poderem sobreviver, muitos se fazem mendigos quantas vezes inventando estdrias comoventes. Nao raro vio se desabafar na pin- 84, que os sustenta no meio de tanto sofri- mento. Chegam até ao extremo do que uma moradora de um mocé de Sao Paulo chama de verdadeiro maloqueiro: “O verdadeiro malo- queiro € aquele que vive jogado na rua, sujo, rasgado, meio louco da cabeca, cata coisas do cho, no lixo, vive quase pelado, no tem eira nem beira. Tanto faz se 0s outros olham ou nao. Pede um pedaco de pao. Se deu, tudo bem. Se ndo deu, t4 na mao, ele toma na marra e sai andando. Quando chamam a poli- cia para ele... vem o guarda, chama, Nem liga, sai andando, nao quer conversa” ® 2) A “mulher-feita-objeto-na-prostituicd Freqiientemente, a mulher se prostitui co- mo conseqiiéncia da migracéo para a cidade. ‘Muitas vezes, existem outras causas, porém a maior é sempre de ordem econdmica. F co- mum jovens migrantes encontrarem na prosti- tuigo a tinica saida para ndo morrerem de fome. Outras vezes, iludidas pela promessa de emprego, véem-se enleadas na prostituigio. Ja tive ocasifio de escrever sobre 0 pecado social da prostituicao, mostrando os mecanismos ge- radores dessa forma de marginalizacao’. Numa zona confinada, a mulher é obriga- daa diariamente “fazer' sala” levando o fre- gués a beber ao méximo, devendo também ela beber. Tem necessidade de trajar-se bem, o que a envolve em dividas. Deve pagar & dona da casa cada programa que faz com um fregués. Existem zonas e/ou casas de baixo, médio € alto meretricio, cada nfvel com suas caracte- risticas, mas sempre a mulher é feita objeto para o homem e para os exploradores, que au- ferem Jucros da prostituicao. As mulheres do “trottoir” quase sempre moram em quartos subalugados por alto pre- 0, ou num cortigo. Fazem ponto na rua, aguar- dando freguezes com os quais saem de carro para programas ao sabor dos mesmos, Ou en- to elas mesmas levam os freguezes para quar- tos de hotéis de alta rotatividade, pagando elas aos proprietarios 0 uso dos quartos. Em todas as formas e niveis de prostitui- ¢4o a muther sempre é a explorada. & tratada como objeto. ‘A marginalizagio da mulher na prostitui- do e a marginalizacdo de homens e mulheres VIDA PASTORAL — MARGO-ABRIL DE 1983 — 9 como “povo da rua” fazem parte do mesmo Processo de marginalizacio que faz desenca- dear as migragées, fabrica favelas e corticos, mantém salérios desumanizantes etc, O “povo da rua” é uma expressao do que fica de fora € nao interessa a sociedade, a qual se es tura privilegiando uma classe. A prostituigao ndo é apenas uma conseqiiéncia de outras for- mas de marginalizacéo, como forma de sobre- vivéncia de mulheres que ficaram de fora, é ainda um tipo de marginalizagao provocada como fonte de lucro para os opressores. O pro- cesso de marginalizacéo ¢ estrutural. II. A VIOLENCIA DA MARGINALIZACAO A Campanha da Fraternidade deste ano apresenta-se como um apelo a se dizer “ndo” @ vioténcia. Importa, pois, saber onde existe violéncia, como ela atua, quais as suas fontes. Reduzimos nossa reflexio ao “povo da rua” © & “mulher-feita-objeto-na-prostituicao"; exa- minaremos agora, brevemente, a violéncia af presente e suas causas. 1. A violéncia presente no “povo da rua” Os dados que possuimos* se referem cidade de Sao Paulo. Sabemos porém que mesmo acontece em outros grandes centros ainda em cidades menores em que existe “povo da rua”. oaor 1) 0 “povo da rua” é formado de pessoas que perderam suas raizes. Homens que emi- graram, tendo deixado a terra em que nasce- ram, muitas vezes forcados pela necessidade de sobreviver. Perderam os lacos familiares juntamenté com os afetos e valores do lar, seja porque a familia ficou em terra distante, seja porque a vida sem eira nem beira desfez a unido familiar. Perderam o trabalho na roca que estd Jonge e 0 trabalho na obra, em que ndo foram aceitos ou tiveram que abandonar. Na cidade grande sentem-se desapropriados de sua religiosidade, de suas tradigdes e festas, dos seus hdbitos: esto atirados A margem de uma cidade indiferente A sua sorte e mes- mo & sua presenca. 2) Perderam o seu nome. Na sua terra eram José, Joao, Cicero, Maria, Benedita, Rai- munda. Na cidade agora constituem um Zé- -Ninguém ou uma “mulher” da rua. E sao clasificados como vagabundos, aproveitadores da caridade ptiblica, ladrdes, pessoas perigo- sas, doentes mentais. 3) Nao tém nada, ndo sao ninguém, nao podem falar — Ndo tém nada: vivem sem teto, sem Agua, sem roupas; além da veste rasgada e su- ja que lhes cobre 0 corpo, tudo o que pos- suem cabe dentro de uma sacola e mesmo isso muitas vezes Ihes é tirado. Vivem sem comida: alimentam-se das sobras de mercados e feiras ‘ou de um prato de comida recebido de esmo- Ja, Sem direitos e sempre controlados pela po- licia. Sem nenhum afeto ou laco permanente. — Nao sao ninguém, vivendo em comple- ta exclusio social. Sua permanéncia sob um viaduto ou numa casa abandonada, numa drea um pouco protegida junto a prédio ou igreja, corre 0 risco de ser perdida a qualquer mo- mento, sendo eles postos a correr. — Nao podem falar. Devem sofrer calados violéncias ou arbitrariedades cometidas contra as suas préprias pessoas e contra outras pes- soas, seja da parte de policiais, seja da parte de malandros. Encontram-se em permanente isco de vida: pelo frio, fome, doenga, agressao. — no trabatho: como pedes de construe do, esto sujeitos a toda sorte de inseguran- a; nos bicos ou catando papeléo sio muitas vezes explorados. — na rua: a “operagio timpeza” muitas vezes os retira do cantinho que ocupavam; ¢ i : Industria & Comércio VIDROARTE Ltda. VITRAIS ARTISTICOS: CHUMBADOS - COLADOS - CONCRETADOS E RESTAURAGOES. DISTRIBUIDOR DE VIDRO COLORIDO IMPORTADO E FABRICACAO PROPRIA. Longos anos dedicados a Arte Sacra em Vitrais e Mosaicos, com centenas de obras em todo © Brasil. Consultem-nos sem compromisso. 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Téo somente vou sistemati- zar um pouco as miltiplas experiéncias. 1) A violéncia da situagdo que as levou a procurar esse tipo de vida — Esta encontrava-se na rua passando fo- me e sofrendo muitas outras violéncias. Acei- tou o convite de um “amigo” de ir para a zona. Ai ao menos tem o que comer. — Outra tinha-se engravidado, O pai ndo suportou a “vergonha” de ter em sua casa uma filha que se tornara mae-olteira: teve de escolher entre procurar 0 aborto e perma- necer em casa ou manter a gravidez e deixar a casa da familia. A conseqiiéncia da segunda alternativa foi conseguir ter o filho numa ins- tituicdo para maes solteiras e passar a vender © corpo para sustentar o filho e continuar vi- vendo. — Aquela, ainda menor, foi empregada do- méstica € se engravidou. Pressionada por gen- te da familia em que trabalhava, teve também como iltima alternativa a prostituicao. Esta outra, empregada doméstica e menor, vinda do interior, sentiu a forca do atrativo da so- ciedade de consumo e passou a fazer parte do “trottoir” para ter roupas melhores € jias. 2) A violéncia permanente a que estao sujeitas as “meninas” — so exploradas pelas “donas de casa” as quais interessa apenas 0 lucro e nao as “me- ninas”, — esto expostas & prisdo e muitas vezes devem pagar a “protecao” policial; — esto sujeitas a doencas e muitas vezes Ihes falta a assisténcia médica necesséria. 3) A mdxima violéncia © que porém mais Ihes falta e doi é a falta de amor. — Aparece o “gigolo” que as ilude com uma aparéncia de amor e por causa dessé “a- mor” elas séo capazes de se privar de tudo e nao raro se fazem violentas entre elas com medo de perder o “amigo”. — Amam os filhos que geram e quando moram na zona, precisam viver separadas de- les... Estes também sofrem a violéncia da auséncia da mae verdadeira. — Sentem profundamente esta falta de a- mor: a familia muitas vezes as rejeita; a so- ciedade as tem como “sujas”, pervertedoras dos bons costumes ¢ thes nega os meios para poderem ter uma profisséo: ndo raro, ao ten- tarem um trabalho ou véem todas as portas fe- chadas o& séo demitidas logo que reconheci- das. Em toda a parte trazem como que uma marca de “'condenagdo”, criada por uma ‘“mo- ral” farisaica. 4) Também nds-Igreja — no as vemos com os olh Cristo, 0 qual afirma que elas muita gente no Reino dos céus”®, de Jesus ‘precederao sempre com mi SINO DE BRONZE SINOS CRESPI Ltda. TRADICAO E QUALIDADE DESDE 1498 — CREMA — ITALIA FABRICANDO SINOS DE ACO E SINOS DE BRONZE ‘arte e dedicacdo VISITE NOSSA EXPOSICAO ‘OU SOLICITE CATALOGO! 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De tudo isso, vém 0 —povo da rua e a mulher que vai para a prostituicdo. 2) Duas grandes violéncias: a fome de pao ea fome de amor. Resultam das violéncias em cadeia geradoras de miséria. Em favelas, em cortigos e pelas ruas se encontram muitas criangas com fome de pio,-inteiramente sub- nutridas; encontram-se também muitas crian- gas com fome de amor, desejosas de serem reconhecidas como pessoas humanas, revesti- das da dignidade de filhos de Deus, Esta du- pla fome pode gerar a violéncia entre os pré- prios marginalizados e sobre a sociedade que produz a marginalizacéo. O ORGAO ELETRONICO , _ITSON Faz o ritmo. E vocé o sucesso. pp. _

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