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teologia moral A MORAL DO HOMEM NOVO A moral crista sobressai como uma novi- dade de vida frente ao quadro de referéncias da “moral estabelecida” no mundo em que vi- vemos. E_a moral do “homem novo”. Neste mundo, estruturado sobre o pecado, vigora_uma moral “classisia”, baseada nos in- teresses de individuos e grupos; uma moral “manipuladora”, que forca as pessoas a se ajus- tarem aos “costumes” ¢ regras da sociedade, e, a0 mesmo tempo, moral “funcional”, preo- cupada téo somente com 0 bom andamento das instituigdes, sem atender a dignidade e direitos do homem. A moral crista, porém, é a moral da vida no Espirito, que é dom para aqueles que, na fé, acolhem a Jesus Cristo: “a todos que o receberam (Jesus Cristo), deu o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1,12). A “vida esté em Jesus Cristo, Filho de Deus: “quem tem o Filho, tem a vida” (1Jo 5,12). A moral crista se fundamenta na filiag@o divina do cristo e, por isso, na vida divina que o cristao recebe pela fé, sob a agao do Espirito Santo. Crendo em Jesus Cristo, o homem se com- promete com a vida nova que Jesus Cristo veio trazer (Rm 6,4). Liberta-se do pecado interior e da adesdo as estruturas de pecado que sus- tentam uma sociedade injusta (cf. Rm 8,2; Jo 1,29; Rm 6,6). Assume um novo quadro de referéncias, 0 da Lei do Espirito que da a vida (Rm 82), 0 da moral do “homem novo” (Cl 1,10). I. A MORAL DO “HOMEM Novo” ¥ UMA SUPERACAO DO COMPORTAMENTO “CLASSISTA”, BASEADO NA DESIGUALDADE SOCIAL 1, Mudanca de quadro de referéncias © “ser cristo” acarreta uma ruptura to- tal com o quadro de referéncias do “homem velho", do pecado, conforme a linguagem de so Paulo (CI 3,5.9). E exige o quadro de refe- réncias do “homem novo, que vai se renovan- do para o conhecimento segundo a imagem do seu Criador” (CI 3,10). Sob a acio do Espirito, 0 cristio vai aprendendo a discernir conforme o designio de Deus Criador e Salvador (Rm 12,2). Po- 12 — VIDA PASTORAL Pe. José Maria Fructuoso Braga de-se dizer: vai adquirindo uma consciéncia critica dentro da historia que os homens es- tao construindo. Isto acontece a medida em que 0 cristéo se compromete a viver histori- camente a filiagéo divina (Ef 1,310), guiado pelo Espirito Santo, na disposigao de sofrer com Cristo (Rm 814-17). 2. Igualdade fundamental e desigualdade social Este discernimento no Espirito dé a com- preensdo da igualdade fundamental de todos os homens e da desigualdade social em que, de fato, se encontram. Na perspectiva do ho- mem novo “nao hd mais grego e judeu, cir- cunciso e incircunciso, barbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3,11). Por isso, na perspectiva da moral cristé no existe diferenca de direitos humanos entre um “péia fria” e um trabalhador qualificado de industria, entre operarios e empresdrios, entre um homem do povo e um membro do gover- no, entre um pais latinoamericano e uma grande poténcia mundial. Todos so iguais, como pessoas e como comunidades humanas. No quadro de referéncias da moral do “homem novo” esta presente a igualdade fun- damental de todos os homens, baseada na Criagdo de todos segundo a “imagem de Deus” e no “gesto salvifico” universal de Cris- to. Esta presente como vocacio de todos os homens & filiagao divina em Cristo (Ef 1,5), cuja realizacao plena fard que “Deus seja tu- do em todos” (1Cor 15,28). Esta compreensao, na fé, da igualdade de todos os homens mo- difica completamente a compreens4o das re- laces humanas. 3. O comportamento “classista” As relagdes sociais se fundamentam nas estruturas econdmicas, que criam classes na sociedade e sustentam profundas desigualda- des, dentro de um mesmo pais e na com véncia das nagdes. Os homens e as nagdes so valorizadas pelos bens que possuem e pelo po- der que exercem. A Declaracio Universal dos Direitos Humanos, art. 1°, afirma: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade ¢ direitos. Sdo dotados de razéo e consciéncia, e@ devem agir em relagdo uns com os outros com espirito de fraternidade”. Entretanto, 0 lugar que a pessoa ocupa na sociedade, fun- dada grandemente no poder econémico, con- diciona 0 seu comportamento e motiva muitas vezes 0 comportamento de outras classes. Os que formam uma classe social mais elevada tém um “status”! que cria uma “mentalidade”, € estabélece regras de comportamento, sem- pre em ordem a manter o “status”, e sem atencdo, a nao ser “paternalista”, para com as classes inferiores. Os de classe inferior culti- vam freqiientemente a aspiracdo de chegar ao “status” de classes mais altas e, ndo raro, ado- tam alguns comportamentos exteriores de tal “status”, sactificando até mesmo certas neces- sidades basicas da propria familia, ‘Muita injustica no relacionamento social se explica em vista de manter ou alcancar um “status”. E as pessoas tém acesso aos bens da sociedade de consumo, de acordo com as suas posses, as quais determinam a sua classe social. A superacdo Diante disso, a moral cristé sobressai na sua originalidade, que nao ¢ outra sendo a ori- ginalidade do designio de Deus a respeito dos homens: todos iguais, chamados & filiacdo di- vina, a vida nova. Isto empenha para a su- peracdo do comportamento “classista”, através de relagdes humanas diferentes daquelas cria- das pela tipologia comportamental do lugar so- cial, mas baseadas na dignidade da pessoa hu- mana e nos direitos que resultam dessa igual dignidade dos homens. Por isso, é uma moral que é feita de verdade, de justica e de amor (Cl 39-14) Entretanto, a moral do “homem novo" in- clui a exigéncia do compromisso histérico de uma transformacao social que realize, nas pro- prias estruturas, as condigdes da igualdade de todos os homens, assegurando, para todos, os seus direitos fundamentais. 2 II. A MORAL DO “HOMEM NOVO” =~ UMA MORAL QUE LIBERTA E RESPONSABILIZA No quadro\de referéncias da moral do “homem novo” ocupa o centro a libertacéo? que Jesus Cristo realizou: “E para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e nao vos deixeis prender de novo ‘a0 jugo da escravidéo” (Gl 5,1). “A lei do Es- pirito que dé a vida em Jesus Cristo me li- bertou da lei do pecado e da morte” (Rm 82). E uma libertago “de”... “da lei do pe- cado e da morte”, que se torna liberdade “pa- ra”... a vida no Espirito (Gl 5,25), isto 6, “vi- da por forca do Espirito”, vida dos filhos de Deus. novidades NOSSA AMIZADE com JESUS J. Lange A. Cushing A preocupagao fundamental dos Autores deste livro € comunicar aos leitores a sua experiéncia de vida com Deus. Nao se fala, aqui, de “experiéncia’ como algo com alta carga emocional. Mas do dia-a-dia de todas as pessoas, com suas alegrias e decepcées, porém iluminadas por um relacionamento pessoal com Deus. Inicialmente, os Autores fazem uma des- crigao geral da nossa condi¢o humana, e em seguida mostram o contraste en- tre a resposta do mundo e a resposta de Deus. Depois, falam a respeito de Deus, para nos lembrarmos de que é de Deus que estamos tratando, e nao de alguém como nés. £ preciso, portanto, crescer nesse relacionamento pessoal com ele, através da oracao. 248 paginas, Cr$ 50,00. Reimpressao: JESUS CRISTO ME DEIXOU INQUIETO Pe. Zezinho, sc} As coisas que esto registradas neste livro nao se passaram todas com o A. E, se tivessem acontecido exatamente co- mo as descreve, ele provavelmente nao teria a coragem de narrd-les, temendo acabar profeta & forca. Todos nés temos medo, muito medo de ser profeta. Este livro ‘nfo foi escrito para incomodar, nem muito menos para desinstalar, nem para jperar. Foi escrito para todos aqueles que querem comprometer-se com Cristo, que querem inquietar-se, que querem tomar parte da grande falan- ge dos que encontraram o Cristo. 192 paginas, Cr$ 40,00. Noi ee VIDA PASTORAL — 13 1. A moral manipuladora da nossa sociedade A moral que vigora no mundo estrutura- do sobre 0 pecado é uma “moral” de manipu- lagao. J4 dissemos como o lugar social condi- ciona as relacdes humanas e cria uma tipo- logia comportamental. Ai atua a ideologia, que sustenta as estruturas de uma sociedade in- justa. A ideologia é 0 pano de fundo do qua- dro de referéncias da sociedade; ela configura os valores aceitos por seus membros. Até a propria religido pode ser configurada e ins- trumentalizada pela ideologia. Entao, a moral vigente fica sendo ideol6gica e, como tal, ma- nipuladora das consciéncias: transforma as atitudes e condutas humanas, adaptando-as as tarefas e condigdes de existéncia dentro da sociedade. Muitos dos valores que regem 0 compor- tamento e despertam as aspiragées até das classes mais pobres sao reflexos da propagan- da que os meios de comunicacdo social reali- zam. A crianga, desde cedo, aprende o ideal de uma sociedade de consumo. Os pobres enfei- tam a casa ou o barraco com paginas de re- vistas que retratam a riqueza que eles dese- jam. Carlos Mesters, contando 0 que viu em certa regido do Ceara, diz: “Reparei que po- bre nunca coloca fotografia de pobre na pare- de. Isso, ao que parece, s6 os ricos fazem Casa de rico est4 cheia de fotografias e pin- turas de gente pobre: objetos de indios, pintu- ras do sertéo seco, estatuazinhas de sertane- jos, e mais coisas assim. Pobre sé coloca fotografias de gente rica’? 2. Vida nova e liberdade responsdvel Libertos por Cristo do pecado do mundo4, que atinge as estruturas injustas da sociedade, 0s cristéos sio chamados a uma vida nova (Rm 69-10), na liberdade responsdvel: “Vos fostes chamados a liberdade, irmaos. Entre- tanto, que a liberdade nao sirva de pretexto para a “carne”, mas, pela caridade, colocai- -vos a servigo uns dos outros. Pois toda Lei esté contida numa sé palavra: Amards teu préximo como a ti mesmo” (Gl 5,13-14). Por isso, a moral do ““homem novo”, diferentemen- te da moral de manipulacdo, ¢ libertadora e, a0 mesmo tempo, responsabilizadora. I, A MORAL DO “HOMEM Novo” RESPONSABILIZA PARA A EDIFICACAO DO “CORPO DE CRISTO” Em virtude da “lei do Espirito que dé a vida’'‘, em virtude do Espirito que distribui ‘os dons (1Cor 12,4), e do designio de Deus de reunir todos em Cristo (Ef 3,3), a moral do “homem novo” responsabiliza os cristaos para a edificacdo do Corpo de Cristo. 1. A comunidade eclesial Os membros da comunidade eclesial rece- bem a graca divina “segundo a medida do dom de Cristo” (Bf 4,7), e 0 que recebem — a comecar daquilo que cada um ¢ — se des- tina a ser dom? para a propria comunidade. A diversidade das pessoas, com diversidade de dons, constitui “multiplicidade de dons” (pes- soas diferentes), para que a comunidade cres- ¢a e se edifique como Corpo de Cristo (Ef 4, 13). Cada comunidade ou igreja local é for- mada de cristaos que, libertos e enriquecidos pela graca de Cristo, devem colocar-se a ser- vico uns dos outros. 0 Espirito nao cria uma moral manipula- dora, Ao contrério, na medida em que cada qual recebe, é que se experimenta responsé- vel em ser dom para os irmaos. O lugar que cada um ocupa na Igreja, os diversos minis- HUBERT VAN DOORNE vitrais artisticos Mestre vitralista, formado na Academia de Belas-Artes "Sao Lucas", na Belgica. Trés geragdes, de pai para filho, servindo com sucesso © lero na Europa. 16 anos de trabalho no Brasil, com muito éxito, na arte» aplicada do vidro. Por tradig&o, especializado em arte sacra, Executamos estilo classico e moderno. Restauramos vitrais antigos. Retertnclse:2200m2de virals do Santussio Dom Bosco, em Brass laeia Masts N Sra. de Patina em Golaets ison? -Cateaal de & Miguel ACanIo, ‘om 880 Miguel do Oeste, Santa Catarina 000m®), « otras trols No Bra Projetos e orgamentos sem compromisso. Rua Jodo Cachoelra, 220 - 10%- ap. 103 - Fone: 859-9003 ‘Saraim Paulista -04353 SKO PAULO - SP 14 — VIDA PASTORAL térios* constituem dons para o servico da co- munidade. Nao existe possibilidade de mani- pulacdo sem trair e entristecer 0 Espirito (Ef 4,30). Através dos servicos comunitarios, os mem- bros da Igreja sdo chamados a atingir a “uni- dade de fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus”, caminhando até a grandeza da di- mensao de Cristo (Ef 4,13). ‘A moral do “homem novo”, em nivel de Igreja, é a de uma liberdade “para” o servico da comunidade, a caminho da unidade plena, em Jesus Cristo 2. A comunidade humana reunida em Cristo A Igreja nao é fim em si mesma. Os cris- tdos sdo chamados a atuar na sociedade, nes- ta sociedade construida sobre 0 pecado. Cristo é cabeca de toda a humanidade, ¢ a Igreja, que j4 0 reconhece como Senhor) recebe a “graca”, na diversidade dos dons, nao apenas para “uso interno”, mas para reunir todos os homens em Cristo (Ef 3,3;4,15) € co- locar todo 0 universo sob o dominio do Cris- to-Senhor (Ef 1,10) Esta é uma exigéncia fundamental da da nova que Jesus Cristo concede, no Espirito, acs que créem. Por isso, a moral do “homem, novo”, que — libertando — responsabiliza em ordem a construcéo da comunidade eclesial, por isso mesmo responsabiliza para a constru- do da comunidade humana segundo o designio de Deus: todos os homens reunidos em Cristo. 3. Comportamento maduro No mundo estruturado sobre o pecado, os cristéos — libertos pelo Espirito da adeséo as estruturas pecaminosas — conservam po- rém toda ambigiiidade do homem. E existe nos homens a forte tendéncia de adaptar sua mentalidade & da maioria, de ser um elemento “funcional” da “maquina social” em aco, acei- tando, sem critica, 0 quadro de valores vigen- te, Paulo chama a atencao dos cristéos para que nao sejam mais “criancas, joguetes das ondas, agitadas por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua asticia que induz ao erro” (Ef 4,14) A atitude infantil se verifica sempre que cristdos, fazendo-se “joguetes das ondas”, agem conforme solicitam os seus interesses pessoais ou os do seu grupo, fechando os olhos & jus- tica. Quando, “agitados por todo vento de dou- trina”, avaliam a realidade ¢ a historia que se constréi, de acordo com os critérios criados pela manipulac&o social. Quando, para pro- gredir, se deixam prender pela “artimanha” e "astiicia” dos que “estéo bem” com as in- justigas. Somente na maturidade da fé — sustenta- da em Igreja — é que se pode ter e manter SEDUCAGAO “PARA O.AMOR 5 Obra essencial para a educactio dos jovens 1.0 Problema 2.0 Medo & Liberdade 3. Sexualidade e Amor 4.0s Dois Sexos 5.0 Corpo, Instrumento de ‘Comunicacao * 44O Slides e 5 Cassetes * “Livro texto com orientagdes pedagogicas Obra Completa Crs 3.500.00 | PBR SEE EEA La SONO-VISO VIDA PASTORAL — 15 © quadro de referéncias do “homem novo", num comportamento cristéo coerente dentro da sociedade estruturada sobre 0 pecado®. 4. Seguindo a verdade em amor A moral do “homem novo” € uma exi géncia de seguir a verdade, Em primeiro lugar, trata-se da “verdade” do Evangelho, que € 0 proprio Cristo, a “verdade que liberta” (Jo 8,32). Na perspectiva moral, este “‘seguimento” se concretiza na opedo pelos “critérios” de Cristo no viver e no agir, dentro da realidade concreta. Trata-se, ainda, de estar aberto ao “Espirito da verdade”, que guia a verdade ple- na (Jo 16,13). E isto se manifesta também nas exigéncias histéricas de transformar a propria sociedade. Seguir a verdade “em amor” € seguir a Cristo nos caminhos do amor (Jo 15,13). O amor que levou Cristo a dar a vida, sera sem- pre o critério bdsico das atitudes cristas den- tro da sociedade. A prépria “verdade” do Evan- gelho & 0 amor gratuito de Deus para com ‘os homens e o amor vivido nos relacionamen- tos humanos (1Jo 4,7-13). Ha duas dimensdes na “salvaco”, e nao podem ser separadas sem contrariar 0 proprio designio de Deus. A salvacdo é uma libertacao interior do homem, que ele recebe de Deus, quando aceita Jesus Cristo Salvador. E a sal- vacao inclui uma libertacdo exterior, que se concretiza em estruturas humanizantes da so- ciedade construfda segundo a justica. A liber taco interior liberta para o amor verdadeiro, © qual exige participacdo na acdo transforma- dora da sociedade. Seguir a verdade no amor se efetiva, pois, nesta dupla dimensdo: viver a liberdade interior ¢ participar responsavel- mente na vida social. Existe sempre, entretanto, 0 perigo de se absolutizar uma forma de vida social como concretizacdo exterior da salvacdo. S6 ¢ sal- vifica uma forma enquanto exprime o homem liberto interiormente, e este permanece livre € responsdvel para criticar toda e qualquer forma de vida social & luz do Evangelho, bem consciente da ambigiiidade de todas as reali- zacdes humanas. CONCLUSAO. A moral do “homem novo” supera 0 com portamento “classista”, liberta e responsabili- za para a edificacio do Corpo de Cristo. O designio de Deus é a utopia de um mundo justo, em que todos os homens, uni- dos em amor, construam responsavelmente a sociedade em favor de todos. Fo “novo céu” a “nova terra” (Ap 21,1) projetados no fu- turo e ja presentes na construcao da socieda- de terrestre, embora em meio & ambigiiidade humana. O “homem novo", justificado pela fé, vi- 16 — VIDA PASTORAL vendo pelo Espirito (Gl 5,25) acredita nesta utopia. O Cristo ressuscitado ¢ cabeca da. hu- manidade. ‘Por. ele, 0 mundo todo é. reconci- liado com Deus (CI 1,20). Ele polariza a cons- trucéo do “mundo novo”. Envia o Espirito Santo, que derrama o amor nos coragdes (Rm 5,5), tornando aqueles que eréem capazes de irem transformando as relagdes humanas e as proprias estruturas da sociedade. Isto pela fidelidade aos “eritérios” de Cristo no modo de avaliar e de agir dentro da prépria socie- dade. Isto pelo empenho em assumir as fun- oes da vida social, “seguindo a verdade em amor” (Ef 4,15). Nesta perspectiva de Cristo-cabega, 0 Cor- po de Cristo, em sua inteireza (Ef 4,16), ha de entender-se de todos os homens retos, em- penhados na construgio de um mundo justo, mesmo daqueles que no chegam a confessar- -se cristaos. E se impde a solidariedade uni- versal para que se realize a edificacdo, em amor, desta “plenitude” (Ef 4,16). 0 “homem novo” é a pessoa aberta para © irmao no amor fraterno. A moral do “ho- mem novo” é a moral do “amor”, que faz de todos um (Jo 17,11.21). Tine, te aie eae, come, un tee ae ree eee eect eae! Ors: Behe y ae nee teeta re Ses 1 en hee ee ea a 12 a a aeenae ga ttassPar 2 a eee a eck ee I oe nes 2 “0 centro da consciéncia do Israel antigo era 1 ent ate ee 2 tres eee ynivefsal irado de todos og povgs da terra"! le ‘age em funcao da vocagao de todas as nacoes a par- ticiparem do-Povo de Deus..." (I. COMBLIN, It berdade cristé, £4, Vores, Petropolis, 1977, pp! 7-10). 3 CARLOS MESTERS, Sels dias nos ‘pordes da humanidade, Ed. Vozes, Petnépolis, 1977, 2+ ed.,.p, 23 Pecado do mundo ¢ a situdeo de pecado’ em que se encontram 0S homens ese manifesta em estruturas. socials de injustiga, criadas © mantidas pelo, pecadi 5A propria liberdade, que € dom de Deus, pode tomar-se’ ocasio para 0 ‘homem fazer-se prisioneiro da “carne”, isto é, de sua propria fragilidade humana inclinada do egoismo. 6A expressao “lei do Espirito” “é como um re- sumo de Jr 3133 ¢ Ez 362737,14. Renovado ¢ trans- formado pelo Espirito, dé Deus dado por’ Jesus, 0 crente pode obedecer & vontade de Deus que nao ¢ ‘mais para ele um constrangimento exterior, mas a lei interior, de sua vida nova’ (TO.B,, Nouveau Testa- ment, Paris, 1973, p. 468, nota 1). 7H. SCHLIER, La’ lettera ‘agli Efesini, Paideia Ed, Brescia, p. 3il, afirma que “dons do Cristo glo- rioso, demonstragad da sua graca, no sao apenas aguelas pessoas que fundaram a Igreja e difundiram o-Evangelho, mas também os depositarios © adminis- fradores da’ graca, que agem, atuaimente na Igreja, edificada e sempre @ edificar”. 8A teologia da “missao” faz compreender que foda a Igreja'¢ enviada a transformar os homens em “filhos de Deus", responsdveis pela construcao ‘de uma "Sociedade justa, '9,S6 enquan{o comunidade os cristdos podem fa- zer frente a0 “pecado do mundo", ou ao mundo estruturado sobre 0 pecado.

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