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A vida em Marte é quase espiritual?


 
Conforme parte do texto ditado pelo Espírito Humberto de Campos, recebido pelo médium Chico Xavier.
Em 25 de Julho de 1939.
Enquanto as empresas de turismo organizam na Terra os grandes cruzeiros intercontinentais, realizando um
dos mais belos esforços de socialização do século XX, no mundo dos Espíritos organizam-se caravanas de
fraternidade, nos planos do intermúndio.
        Enquanto os astrônomos europeus e americanos examinam, cuidadosamente, os seus telescópios, para
a contemplação da paisagem de Marte, à distância, de quase trinta e sete milhões de milhas, preparando as
lentes poderosas de seus instrumentos de óptica, fomos felicitados com uma passagem gratuita ao nosso
admirável vizinho do Sistema Solar, cujo percurso, nas adjacências do orbe, vem empolgando igualmente os
núcleos de seres invisíveis, localizados nas regiões mais próximas da Terra.
Depois de alguns segundos, chegávamos ao termo de nossa viagem vertiginosa.
        Dentro da atmosfera marciana, experimentamos uma extraordinária sensação de leveza... Ao longe,
divisei cidades fantásticas pela sua beleza inaudita, cujos edifícios, de algum modo, me recordavam a Torre
Eiffel ou os mais ousados arranhacéus de Nova York. Máquinas possantes, como se fossem sustidas por
novos elementos semelhantes ao “Hélium”, balouçavam-se, ao pé das nuvens, apresentando um vasto
sentido de estabilidade e de harmonia, entre as forças aéreas.
        Aos meus olhos, desenhavam-se panoramas que o meu Espírito imaginara apenas para os mundos ideais
da mitologia grega, com os seus paraísos cariciosos.
        Aturdido, interpelei o chefe da nossa caravana, que se conservava silencioso: “Se a Terra julga a
influência de Marte como profundamente belicosa, como poderemos conciliar a definição dos astrólogos
com os espetáculos que estamos presenciando?“
        — “E porventura — respondeu-me o excelente mentor espiritual — chegaste a conhecer no planeta
terrestre um homem ou uma idéia, que retirasse a humanidade de sua rotina, sem sofrimento e sem guerra? 
Para o nosso mundo, Marte é um irmão mais velho e mais experimentado na vida. Sua atuação no campo
magnético de nossas energias cósmicas visam a auxiliar os homens terrenos para que possam despir os seus
envoltórios de separatividade e de egoísmo.”
        Mas, nesse instante, havíamos chegado a um belo cômoro atapetado de verdura florida.
        Ante os meus olhos atônitos, rasgavam-se avenidas extensas e amplas, onde as construções eram
fundamente análogas às da Terra.
        Tive então ensejo de contemplar os habitantes do nosso vizinho, cuja organização física difere um tanto
do arcabouço típico com que realizamos as nossas experiências terrestres. 
Notei, igualmente, que os homens de Marte não apresentam as expressões psicológicas de
inquietação em que se mergulham os nossos irmãos das grandes metrópoles terrenas. 
Uma aura de profunda tranquilidade os envolve.
        É que, esclareceu o mentor que nos acompanhava, os marcianos já solucionaram os problemas do meio
e já passaram pelas experimentações da vida animal, em suas fases mais grosseiras. Não conhecem os
fenômenos da guerra e qualquer flagelo social seria, entre eles, um acontecimento inacreditável. Evolveram
sem as expiações coletivas, amarguradas e terríveis, com que são atormentados os povos insubmissos da
Terra. As pátrias, ali, não recebem o tributo do sangue ou da morte de seus filhos, mas são departamentos
econômicos e órgãos educativos, administrados por instituições justas e sábias.
        Era tempo, contudo, de observarmos a cidade com as suas disposições interessantes.
        O leitor não poderá dispensar o nome dessa cidade prodigiosa, e à falta de termos comparativos,
chamemos-lhe Marciópolis.
        Orientados pelo amigo que nos dirigia a singular excursão, atingimos extensa praça, onde se erguia um
templo maravilhoso pela sua imponência, tocada de majestosa simplicidade, e onde, ao que fomos
informados, se haviam reunido todos os credos religiosos.
        De uma de suas eminências, vimos o nosso Sol, bastante diferenciado, entornando na paisagem as tintas
do crepúsculo.
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        A vegetação de Marte, educada em parques gigantescos, sofria grandes modificações, em comparação
com a da Terra. É de um colorido mais interessante e mais belo, apresentando uma expressão de tonalidade
avermelhada em suas características gerais.
        Na atmosfera, ao longe, vagavam nuvens imensas, levemente azuladas, que nos reclamaram a atenção,
explicando-nos o mentor da caravana fraterna que se tratava de espessas aglomerações de vapor d'agua,
criadas por máquinas poderosas da ciência marciana, a fim de que sejam supridas as deficiências do líquido
nas regiões mais pobres e mais afastadas do largo sistema de canais, que ali coloca os grandes oceanos
polares em contínua comunicação, uns com os outros.
        Tais providências, explica o Espírito superior e benevolente, destinam-se a proteger a vida dos reinos
mais fracos da natureza planetária; porque, em Marte, o problema da alimentação essencial, através das
forças atmosféricas, já foi resolvido, sendo dispensável aos seus habitantes felizes a ingestão das vísceras
cadavéricas dos seus irmãos inferiores, como acontece na Terra, superlotada de frigoríficos e de matadouros.
        Todavia, ao apagar das luzes diurnas, o grande templo de Marciópolis enchia-se de povo. Observei que a
nossa presença espiritual não era percebida, dai podermos examinar a multidão, à vontade, em seus
mínimos movimentos.
        Todos os grandes centros deste planeta, esclareceu o nosso amigo e mentor espiritual, sentem-se
incomodados pelas influências nocivas da Terra, o único orbe de aura infeliz, nas suas vizinhanças mais
próximas, e, desde muitos anos, enviam mensagens ao globo terráqueo, através das ondas luminosas, as
quais se confundem com os raios cósmicos, cuja presença, no mundo, é registrada pela generalidade dos
aparelhos radiofônicos.
        Ainda há pouco tempo, o Instituto de Tecnologia da Califórnia inaugurou um vasto período de
experimentações, para averiguar a procedência dessas mensagens, misteriosas para o homem da Terra,
anotadas com mais violência pelos balões estratosféricos, conforme as demonstrações obtidas pelo Dr.
Robert Millikan, nas suas experiências científicas.
        A palestra esclarecedora seguia o seu curso interessante, mas os movimentos na praça acentuavam-se,
sobremaneira.
        No horizonte, surgia uma grande estrela de luz avermelhada, enquanto os dois satélites marciáticos
resplandeciam.
        Todos os olhares fitavam o céu, ansiosamente.
        Aquela estrela era a Terra.
        Uma comissão de cientistas iniciou, da tribuna maior do santuário, uma vasta série de estudos sobre o
nosso mundo distante. Aparelhos luminosos foram afixados, na praça pública, ao passo que presenciávamos
a exibição de mapas quase irrepreensíveis dos nossos continentes e dos nossos mares.  Teorias notáveis com
respeito à situação espiritual do planeta terrestre foram expendidas, entendendo-se perfeitamente as idéias
dos estudiosos que as expunham, através da linguagem universal do pensamento.
        A Terra enviava-nos a sua claridade, em reflexos trêmulos e tristes.
        Observamos, então, que os marcianos haviam colocado em seu templo poderosos telescópios.
        Enquanto os melhores aparelhos da América possuem um diâmetro de duzentas polegadas, com a
possibilidade de aumentar a imagem de Marte doze mil vezes, a astronomia marciana pode contemplar e
estudar a Terra, aumentando-lhe a imagem mais de cem mil vezes, chegando ao extremo de examinar as
vibrações de ordem psíquica, na sua atmosfera.
        A nossa grande surpresa não parou ai, entre os mais avançados aspectos de evolução e de cultura.
        Enquanto a luz avermelhada da Terra tocava a nossa visão espiritual, víamos que todas as multidões do
templo se haviam aquietado, de leve... A Ciência unida à Fé apresentava um dos espetáculos mais belos para
o nosso espírito.
        Vimos, então, que ao influxo poderoso daquelas mentes irmanadas no mesmo nível evolutivo, pela
sabedoria e pelo sentimento, formara-se sobre o santuário uma estrada luminosa, em cujos reflexos
descera do Alto um mensageiro celeste.
        Recebido com as intensas vibrações de júbilo divino e silencioso, a figura, quase angélica, começou a
falar, depois de uma prece comovedora:
        — “Irmãos, ainda é inútil toda tentativa de comunicação com a Terra rebelde e incompreensível! 
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Debalde os astrônomos terrenos vos procuram ansiosos, nos abismos do Infinito!


        Seus telescópios estão frios, suas máquinas, geladas. Faltam-lhes os ardores divinos da intuição sublime
e pura, com as vibrações da fé que os levariam da ciência transitória à sabedoria imortal.  Fatigados na
impenitência que lhes caracteriza as atividades inquietas e angustiosas, os homens terrestres precisam de
iluminação pelo amor, a fim de que se afastem do círculo vicioso da destruição, na tecnocracia da guerra.
        Irmãos, contemplemos a Terra e peçamos ao Senhor do Universo que as modificações, precisas ao seu
aperfeiçoamento, sejam menos dolorosas ao coração de suas coletividades! Oremos pelos nossos
companheiros, iludidos nas expressões animais de uma vida inferior, de modo que a luz se faça em seus
corações e em suas consciências, possibilitando as vibrações recíprocas de simpatia e comunicação, entre os
dois mundos!...”
        A multidão ouvia-lhe a palavra, atenta e comovida, e nós lhe escutávamos a exortação profunda, como
se fôramos convocados, de longe, pela harmonia mágica da lira de Orfeu, quando o nosso mentor espiritual
nos acorda, do êxtase, a nos bater levemente nos ombros, chamando-nos ao regresso.
        Em todos os lugares, há os que mandam, e vivem os que obedecem. Na categoria dos últimos, voltamos
às esferas espirituais da Terra, como o homem ignorante que fizesse um vôo, sem escalas, através do mundo,
confundido e deslumbrado, embora não lhe seja possível definir o mais leve traço de seu espantoso caminho.
[76 - Pág. 57] 25 de Julho de 1939

CONTRADIÇÕES ACERCA DA VIDA NO PLANETA MARTE


        Desde as épocas mais remotas o Universo tem nos acenado com a possibilidade, cada vez mais
admissível, de existência de vida extraterrena; e, ao elevarmos a fronte em direção ao firmamento, uma
profunda intuição nos dá a certeza de que Deus não ergueria bilhões de corpos celestes apenas para nossa
contemplação.
        A partir de 18 de abril 1857, data da primeira publicação de O Livro dos Espíritos, passamos a ter o
respaldo das Inteligências Celestiais, que vinham para atestar a pluralidade dos mundos habitados—um dos
postulados da Doutrina Espírita—revivendo, na verdade, o próprio Cristo, que já nos havia asseverado: Na
casa de meu Pai há muitas moradas (...) (João 14:2).
        Uma dessas moradas, o planeta Marte, tem sido alvo das mais variadas especulações, que vão desde as
historietas e filmes infantis, povoados de imagens hilariantes e fantasiosas, que tanto fertilizam a nossa
imaginação, até as mais profundas ilações de cunho esotérico ou cientifico.
        Sob a ótica espírita, a temática sob análise atinge conotações ainda mais profundas, em virtude da
observância do tríplice aspecto — Ciência, Filosofia e Religião. Visando à elucidação dos fatos, examinemos,
preliminarmente, a nota de Kardec, atrelada à questão 188 da primeira obra basilar, que ora transcrevemos,
em parte: 
De acordo com o ensinamento dos Espíritos, de todos os globos que compõem o nosso sistema planetário, a
Terra é onde os habitantes são menos avançados, tanto física como moralmente. Marte lhe seria ainda
inferior (...)

        Certamente valeu-se o codificador, inclusive, da comunicação dos Espíritos Mozart e Bernard Pallissy,
que se diziam encarnados em Júpiter, em mensagem canalizada pelo médium e teatrólogo francês Victorien
Sardou. Segundo eles, Marte seria o planeta mais inferior do Sistema Solar, de precárias condições de vida,
habitado por criaturas subumanas.
        Alguns anos após, mais precisamente em 1935, viria a lume a obra Cartas de Uma Morta, uma coletânea
de mensagens psicografadas pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, na qual o Espírito Maria João de Deus,
sua querida mãe, entre outros temas, nos descrevia com riqueza de detalhes a vida marciana. Atentemos
para o trecho que se segue: 
        Todavia, o que mais me admirou não foram as expressões físicas deste planeta, tão adiantado em
comparação com o vosso. Nele a sociedade está constituída de tal forma, que as guerras ou os flagelos
seriam fenômenos jamais previstos ou suspeitados. A vibração de paz e de harmonia que ali se experimenta
irradia aos corações felicidades nunca sonhadas na Terra. A mais profunda espiritualidade caracteriza essa
humanidade, rica de amor fraterno e respeito ao Criador.
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        Mais tarde, novamente através da mediunidade segura de Chico Xavier, em crônica datada de 25 de
julho de 1939, integrante da obra intitulada Novas Mensagens, o Espírito Humberto de Campos nos trazia
informações complementares, corroborando o relato acima;
        Conforme se depreende facilmente, as duas últimas mensagens supracitadas, de fonte mediúnica
comprovadamente fidedigna, opõem-se frontalmente às instruções recebidas por Victorien Sardou,
considerado pelo Professor Rivail como "um desses fervorosos e esclarecidos adeptos" (Revista Espírita, ano
I, n1 08, agosto/1858). Entretanto, de posse de seu peculiar bom senso, Kardec jamais conferiu às
orientações dos Espíritos o caráter de verdades absolutas, consciente de que o tempo traria novas
revelações ou descobertas científicas que haveriam de modificá-las ou ratificá-las, pois que, à época, a
Doutrina Espírita apenas acabara de desabrochar. 
        E, certamente, as investidas espaciais nos têm dado relevante contribuição. Durante meses diversas
imagens nos foram transmitidas, entretanto, em momento algum foram encontrados quaisquer indícios de
vida orgânica, nem, tampouco, de "criaturas subumanas".
        Ante o exposto, uma dúvida naturalmente se estabelecerá: Se nos é defeso, enquanto encarnados,
visualizar aspectos da civilização marciana, mesmo de posse dos mais hodiernos recursos da tecnologia
astronômica, a que espécie de vida, afinal, se referiram os Espíritos Humberto de Campos e Maria João de
Deus em suas revelações? 
 Recorramos, primeiramente, à questão 181, de O Livro dos Espíritos, na qual o mestre de Lion
indaga:  Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos? A que os
Espíritos respondem: "Sem dúvida possuem corpo, porque é preciso que o Espírito esteja revestido de
matéria para agir sobre a matéria. Porém, esse corpo é mais ou menos material, de acordo com o
grau de pureza a que chegaram os Espíritos. E é isso que diferencia os mundos que devem percorrer;
porque há muitas moradas na casa de nosso Pai e, portanto, muitos graus (...)". 
E mais adiante, à questão 186, Kardec questionaria: "Há mundos em que o Espírito, deixando de habitar um
corpo material, tem apenas como envoltório o perispírito? ...tendo obtido o seguinte esclarecimento: -Sim,
há. Nesses mundos até mesmo esse envoltório, o perispírito, torna-se tão etéreo que para vós é como se não
existisse. É o estado dos Espíritos puros.
        Percebemos, destarte, que os Espíritos que ora habitam o planeta Marte, ainda que não se encontrem
num patamar evolutivo de absoluta pureza, certamente se fazem revestir de um corpo de matéria tão
quintessenciada que nossa limitada percepção visual não consegue atingir.
        Ademais, aguardemos, por orientação futurista do próprio codificador, os avanços científicos que,
gradualmente, confirmarão todos os fundamentos espíritas, pois que, contradições, quando se
apresentam, são mais na superfície do que no fundo, o que atesta a essência irrefutavelmente divina
do Espiritismo, apanágio que, em última análise, constitui seu inabalável alicerce

Diferentes categorias de mundos habitados


Apresentamos nesta edição o tema no 27 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui
apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira,
estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam
debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do
leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.
Texto para leitura
Povoamento dos mundos
1. Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos eles para o objetivo final da Providência.
Acreditar que só os haja no planeta que habitamos é duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa a1guma
inútil. Certamente, a esses mundos o Pai há de ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem
a vista. Nada, aliás, existe, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa
induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos trilhões de mundos
semelhantes.
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2. Quando Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Há muitas
moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar.
Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que
onde eu estiver, também vós aí estejais" (João, 14:1 a 3), o Mestre estava nos ensinando o princípio da
pluralidade dos mundos habitados, de uma maneira cristalina, para não deixar dúvidas.
A constituição física dos diversos planetas
3. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e
oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos
Espíritos. Em função disto, diversa é a constituição física de cada mundo e, conseqüentemente, dos seus
habitantes. Cada mundo oferece aos que o habitam condições adequadas e próprias à vida planetária. As
necessidades vitais num planeta poderão não ser as mesmas, e até opostas, noutro.
4. O mundo que habitamos faz parte de um séquito de planetas e asteróides que acompanham o Sol em sua
viagem pela vastidão incomensurável do espaço. Mesmo assim, as distâncias entre os planetas que formam o
nosso sistema planetário são imensas. Para se ter idéia, enquanto a Terra gasta aproximadamente 365 dias
para promover uma volta ao redor do Sol, existem planetas que gastam para completar uma revolução ao
redor do mesmo Sol entre 88 dias e 25 anos terrestres.
5. Nosso sistema planetário não ocupa, porém, senão um ponto ínfimo no universo. Haja vista que ele
pertence a um grupamento estelar, ou galáxia, chamada Via-Láctea, onde existem bilhões de estrelas,
algumas das quais tão grandes, mas tão grandes, que uma só ocupa espaço igual ao ocupado pelo Sol e quase
todos os planetas que este arrasta consigo. (N.R.: A estimativa mais recente feita pelos astrônomos revela que
existem na Via-Láctea cerca de 400 bilhões de estrelas.)
As diferentes categorias dos mundos habitados
6. Dos ensinos dados pelos Espíritos resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos
mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que
seus habitantes são inferiores aos da Terra, física e moralmente. Outros possuem a mesma categoria que o
nosso e muitos lhe são mais ou menos superiores.
7. Nos mundos inferiores, a existência é toda material e as paixões reinam soberanas, sendo quase nula a vida
moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que nos mundos mais
adiantados a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
8. Evidentemente, não podemos fazer uma classificação absoluta das categorias dos mundos habitados, mas
Kardec nos oferece uma que nos permite uma visão geral sobre o assunto:
A)   Mundos primitivos – Nos mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma
humana, a vida, toda material, se limita à luta pela subsistência, o senso moral é quase nulo e, por
isso mesmo, as paixões reinam soberanas. A Terra já passou por essa fase.
B)    Mundos de expiação e provas – Nesses mundos o mal predomina. É a atual situação da Terra,
razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
C)   Mundos de regeneração – São mundos em que as almas que ainda têm o que expiar haurem
novas forças, repousando das fadigas da luta.
D)   Mundos ditosos ou felizes – São os planetas onde o bem sobrepuja o mal e, por isso, a
felicidade impera.
E)    Mundos celestes ou divinos – São as habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente
reina o bem, visto que todos que aí vivem já alcançaram o cume da sabedoria e da bondade.

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