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Eletricidade para automéveis 8 - ELETROMAGNETISMO 8.1 - NOGOES SOBRE MAGNETISMO Chamamos de magnetismo a propriedade que certas substancias possuem de atrair o ferro, niquel ou cobalto. A estas substancias denominamos imas. Os imas podem ser encontrados de forma permanente, que retém a propriedade magnética por tempo indeterminado, e também na forma de ima temporario, que tem duragao limitada, Possuem sempre dois polos magnéticos onde estéo concentradas as forgas de alracao. Por convengao, as linhas de forca, também chamadas de linhas de indugdo, parte do pdlo norte, por fora do ima, e penetram no pélo sul, mantendo um campo de atracdo chamado campo magnético, afetando a regio do espaco em que se manifesta Campo Magrético Como as linhas de forga partem sempre do pdlo norte para o pélo sul, enléo pdlos de mesmo nome se repelem e pdlos de nomes diferentes se atraem. Experimentalmente se observa que ao passar uma carga elétrica num determinado campo magnélico, ocorreré a aluagao deste campo. no sentido de desviar a trajetria da carga elétrica. A esta forca de campo, é denominada de For¢a Magnética de Lorentz, sendo a base do principio de funcionamento dos motores elétricos, como veremos posteriormente. s q 100 Cicl\& wens ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis 8.2- NOgGOES SOBRE ELETROMAGNETISMO Hans Christian Oersted, em 1820 observou experimentalmente que ao passar uma corrente elétrica em um determinado condutor, alterava @ posicao de uma agulha de bussola, préximo a este conduter. Concluiu que é possivel criar um campo magnélico através da circulagaéo de corrente elétrica. Quando uma corrente elétrica percorre um condutor, gera em torno do mesmo um campo magnético, cujas linhas de indugdo so circunferéncias concéntricas com o condutor. Corrente Elétrica Campo Magrético Gerado Ocampo magnético (B) gerado, em um determinado ponto no espaco: ao redor do condutor, pode se dimensionado neste caso em funcao da corrente elétrica (1) no condutor e da distancia (d) do ponto em questo ao condutor, através da expressao: B=(x.1)/(2.11.d) Lei de BiotSavart onde, c=4 11. 10” para o vacuo Obs: sé uma grandeza fisica escalar denominada permeabilidade magnética © campo magnético B, possui direcdo, sentido e valor, sendo porlanto uma grandeza velorial Se 0 condutor for enrolado na forma de uma bobina e receber uma pequena corrente elétrica, obtém-se um forte campo magnético, devido a interagao das linhas de fora, Temos linhas de indugdo dentro e fora do solendide (solendide € © nome que damos ao condutor enrolado). Dentro do solendide, sao praticamente retas paralelas, indicando um campo magnético praticamente uniforme. Fora, 0 espectro magnético é semelhante ao produzido por um ima cilindrico, * (A. www.ciclo.eng.br cicl& 62 - 3942-3939 101 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis Sentido dacorrenteeétrica ‘Campo Magrético Quanto mais longo o solendide, mais fraco o campo externo e mais uniforme o campo interno. O campo magnético ( B) pode ser determinado neste caso, em fungao da corrente elétrica (I) e do numero de espiras (n) contidas num determinado comprimento (L) do solendide, através da expressdo: Be(«.n.N/L Para se conseguir uma maior intensidade do campo magnético deve- se: a Aumentar o numero de voltas do condutor (espiras); Qo Aumentar a corrente elétrica que circula; o Introduzir no interior da bobina um nucleo de ferro, que diminua a disperséo do campo magnético, Assim, sempre que circular uma corrente elétrica por uma bobina é gerado um campo magnético. Este artificio é utilizado na construgao de reles, interruptores magnéticos, valvulas solendides, sensores indutivos, motores elétricos, geradores, etc... Qutra propriedade é que quando um campo magnético corta ou & cortado por um conduter, induz uma corrente elétrica neste condutor. Aintensidade da corrente induzida é diretamente proporcional ao: a Comprimento do condutor (numero de espiras da bobina), o Intensidade do campo magnético; Velocidade do movimento condutor ou do campo magnético ° { www.ciclo.eng.br 10 cicl& 62 - 3942-3939 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis 8.3- INDUGAO ELETROMAGNETICA Apés a descoberta do efeito Oersted (geragao do campo magnético por correntes elétricas), os fisicos da época procuraram 0 efeito inverso: gerar energia elétrica através do campo magnélico. Faraday por volta de 1830 realizou uma série de experiéncias. A mais simples delas consistia em aproximar um ima de uma espira circular. Observou que ao movimentar o ima, aproximando ou afastando, surgia uma corrente elétrica, De algum modo o movimento. do ima faz surgir uma corrente elétrica na espira, sem que houvesse contato ou pilhas, apenas pelo movimento do ima. A esta corrente elétrica gerada, foi chamada de corrente induzida. Faremos a seguir os passos desta experiéncia: Passo 1 - Um eletroima (solendide + magneto) onde o enrolamento esté ligado a uma pequena lmpada, Resultado 1 - Nesta condigao a |ampada obviamente esta desligada * (A. www.ciclo.eng.br cicl& 62 - 3942-3939 103 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis Passe? Apes um in hati an eins Resutaen 2-Aldmaatase acendscd durante omovinenio cs ma Conelusn Eats pasando ute cnrente ete plo enrlasento Passe 9- ina ea parade mula orduine 20 eto ecutaen 3- Atria eo aap 2 fj TI) (Stelusia-Asnpada series are com in ern Eletricidade para automéveis Por ov exceiioa vefcanec: 1D Seon eemarkir move nSo cert ila 1 feo mase sea aosnerdae, 9 corn mica de sentoo © 1. Gono mei apiamerteoinoferrcsmertane, mos hens € eau 8 ~Atsmpada pemareseae3ga00 {cenoess- 0 ntoruper sande ators nz area eter pie Scloréide, poltanto na do sogusae tnhae de fot Seaorement a gat he sps3 “ Giglt Erase Eletricidade para automéveis 8.4 - APLICAGOES 8.4.1 - TRANSFORMADORES Uma aplicacdo pratica do fendmeno da indugdo eletromagnética nos dispositivos denominados transformadores elétricos. O transformador permite modificar uma diferenca de potencial (ddp), aumentando ou diminuindo conforme a conveniéncia, Nos casos simples os transformadores constam de duas bobinas, 0 primario e secundario, independentes e envolvendo um mesmo nucleo de ferro laminado = mS NT U, = tensdo alternada gerada pela fonte (gerador) e recebida pelo consumidor que deseja transforma-la U, = tensdo alternada obtida e que serd utilizada pelo consumidor. A corrente allernada que alimenta o primario produz no nucleo do transformador um fluxo magnélico alternado. Grande parte deste fluxo (hd pequena perda) atravessa 0 enrolamento secundario. induzindo ai a tensao allernada U,. Chamado de N, € N, o numero de espiras dos enrolamentos primario e secundario e admitindo que nao ha perdas, vale a seguinte relacdo chamada razao de transformacao: U1/U2 = N1/N2 = 12/17 No caso da corrente ser continua, como ocorre nos veiculos, a indugdo no secundario somente ocorre quando houver o * (A. www.ciclo.eng.br cicl& 62 - 3942-3939 109 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automoveis chaveamento no primario, entretanto permanece a razao entre as espiras como sendo o fator multiplicador da tensao de alimentacao para 0 calculo da tensa na saida do secundario. Nos velculos temos a “Bobina de Igni¢ao” que gera alta tenso para Eletricidade para automéveis 8.4.2 - BOBINAS. As bobinas séo geralmente classificadas com base num conjunto relativamente amplo de parametros: o valor nominal; a tolerancia do valor nominal; o tipo de material constituinte do nucleo; a resisténcia elétrica do enrolamento (r); a corrente maxima; o fator de qualidade; a frequéncia de ressonncia propria; etc... Em relagéo ao material do nucleo, as bobinas podem ser de quatro tipos essencialmente distintos: com nucleo de ar; com nucleo de ferro; com nucleo de pé de metal; e com nucleo de ferrite. As bobinas com nucleo de ar consistem basicamente no enrolamento de um fio condutor num suporte de material ndo magnético, como o plastico ou a fibra de vidro. O material e a espessura do fio condutor diferem para 0 tipo de aplicagao da bobina. Em baixas frequéncias utiliza-se fio de cobre isolado por um verniz, mas em aplicagées de alta frequéncia € comum utilizar-se técnicas especiais de enrolamento dos fios condutores. Adimens&o das bobinas com nucleo de ar podem variar desde uma fragdo até a algumas centenas de espiras, em geral enroladas em camadas sobrepostas. E também usual impregnar as bobinas com um material isolador resistente aos agentes quimicos presentes no ar, como a umidade, garantindo-lhes, também, uma maior resisténcia mec&nica. © objetivo da utilizagéo de um nucleo magnético numa bobina é o aumento do respectivo coeficiente de auto-indugdo. O coeficiente de auto-indugdo de uma bobina é fungao crescente do numero de espiras e da permeabilidade magnélica do meio em que so induzidas as linhas de fluxo, podendo esta Ullima ser largamente amplificada, com recurso a materiais como o ferro, o ferro-silicio, o ferro-niquel € as ferrites de niquel, cobalto, magnésio e magnésio. E comum agrupar os nucleos magnéticos em trés classes: 7 l' www.ciclo.eng. br Mm cic 62 - 30942.3939 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis um sistema de automacao. Todos os tipos de atuadores utilizam os principios basicos de eletromagnetismo e indugao eletromagnética, possuindo como elemento principal a bobina eletromagnética, Como os atuadores sao internamente constituidos de condutores € apresentam uma cerla resisténcia elétrica (r) denominada de resisténcia interna do motor. indicando por (I) a intensidade da corrente elétrica que alravessa o aluador, entéo a diferenca de potencial (d.d.p,) na resisténcia interna do mesmo sera (r.l). Quando se aplica uma d.d.p. igual a (U) em um atuador, esta se divide em duas partes: 0 rl, que corresponde a queda de tensdo na resisténcia interna do atuador; o E, tensdo util do atuador, denominada de forga contra eletromotriz Desta forma podemos escrever: U=Ertrl Esta equacdo constitui a equagdo caracteristica dos atuadores * (A. www.ciclo.eng.br cicl& 62 - 3942-3939 U3 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis A) Eletrovalvula desenergizada - via A coneclada a via C A B) Eletrovalvula energizada - via A coneclada a via B A Utilizagdes mais comuns para as eletrovalvulas dos sistemas automotivos: Comando de injec&o de combustivel ou bico injetor Comando do sistema evaporativo do tanque ou purga do canister Comando de acionamento da valvula EGR Comando da marcha lenta ou corretor da marcha lenta; Comando das valvulas hidraulicas do sistema de ABS Comando de agua quente para opcdo de aquecimento Comando de recirculagdo de ar etc. a a oDoo0o000 Simbologia elétrica de uma eletrovalvula: 7 l' www.ciclo.eng. br us cic 62 - 30942.3939 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eleiricidade para automéveis {Contes coafireanene Go strarcanatlne. Comasterse Ea oe ae pm mae, te xiao spusoscunpia a un contd aoata gun came {Nequo perpen ae campo magnetics |a) © a0 snd: “Turd pos cota sufome ods vo Mus 2 wus Fayed | Losin secon ramnehn e080" orig xed = yemoguanic ani stir palabi a amps ae 9 Ooo, cw ~ 2 come apteneto dest cbesractg eres ox muteas abo vis sontarino che co cor jusie om arvkiretos Se booms nex doe pian de ma pemonarso chsesren® {agnor fogarewees seco cup Aon u cick wcsceas Paina Seniedeteer ee Eletricidade para automéveis a a | Eletricidade para automéveis No eixo do motor de partida, tem uma pequena roda dentada (pinhdo) que conecta-se com a cremalheira do volante devido a agdo de uma bobina solendide. Esta ao ser energizada, movimenta o nucleo de ferro € 0 pinhao até a cremalheira. A bobina é energizada ao mesmo tempo em que o rotor do motor de parlida inicia o seu movimento. Ao soltar a chave de ignicao, o motor de partida cessa o seu movimento de rotagéo e a bobina solendide € desernergizada, O nucleo de ferro retorna a sua posicao original devido a agdo de uma mola e o pinhdo é desconectado da cremalheira. 7 l' www.ciclo.eng. br 19 cic 62 - 30942.3939 ENGENHARIA _ vendas@ciclo.eng.br Eletricidade para automéveis O F1 =8hsdo proveniente do fusivel “F1” OQ +15 = Positivo de bateria apds chave de ignicao; 0 A Ligac&o com 0 circuito de enderegamento “A’. Assim que ligarmos a chave de igni¢do, havera tensdo de 12 volts proveniente da bateria no pino 85 do rele. Como o pino 86, esta ligado & massa (zero volts), entéo passard uma corrente elétrica pela bobina do relé. Ao energizar a bobina, o campo magnético gerado fara com que a chave do relé se feche e desta forma, tensdo proveniente do fusivel F1 sera direcionada para o acionamente do circuito com enderego “_ O relé poderia estar ligado como na figura a seguir: Observagao: Se utilizassemos um vollimetro, com as respectivas naevteses elm vera vat tA DRAENEI oer bee eeveiniven eles Eletricidade para automéveis rensio 7 Temes uma ratio Fig. Verano de tenséo (terns) se Symp0 co temee ‘Gunve sinata Em cada ur datas forma.ce una tonto allemada que racabe o| rome ce faze (U,V), Aa bobiissacham se dlpostse de ranaira {al que cada fs Se acha a 120 da outa Essa corente aterada ‘eee fangs ohama-ne ce carrie ween. A correo tieslse resulta nutr aprovatamene manor de geracer do que a cons llomace do na ina 23, Fig, Tensfo etemade certs fasan en fungi co temec ‘tte faoee acham ne encadendas ene al por msi te eames “slrle" ou “tiangue" (er fgure} AL Estrela Triangulo o ciclS esas ENGENHARIA Serdboiedo mg br Eletricidade para auloméveis ‘se maquina Se U, er ateraan de manuin,acerene de moa", Ur eragous test scores oe ae one scams Das torent strats ple stem fn pact ago fe veto, recessila ser wieads,Usliarae ches, meni Coniorme' Savguragn'a Sagar Diodes eprives ads Pasties ‘Aseou, achase fearesentads 0 ruled da ttteasso pot omic Ae onde seroviow ue rpreceiar me fouee U, VW! ‘Bo tansfonmadas er una fenedo coins bverente ondileta Eleiricidade para automéveis {ary an oneaeco semne aa wariotecs roma, in Fettocce nok got Pan aurora ac do bobo reacig eteneme for ipa eer, Acero prs iisctos ona sp 6 uastants tomar pa bfecot (a abate do coe Go algal, rou aan No ator ie cence eorane 5 Caterisds aatasto 5 Cavers ds pectaese ‘oman Darga Nobome” D+ coateratorotimsea cane pe tuna abt ane ccna oe oo awa 9 sagt 86 pot exema fr cerstcate® gs de 125 pitt stfon as ans mane Gan ene. 0 poten Pogues Worcs Accra dstabnoU bests care, Dido Megetinoe os cick wcsceas Paina Seniedeteer ee Eletricidade para automoveis ro cete de oxctayte, Em studs do um eampeds atapto mal for, eaita om ra tonasn mao, © te, ohegarde-a Tones Aoaeata om edo da cagoo uo etn ttt a a we apts ih Hy eesti Botina de owctagse tiers deve ecste con scent, as rae on eyceaso As ‘atepiee de teingactle moler wires ims each ents Uepenarorerce on met tiem ster agers se carenneo ‘herr Bashy nme onanason mise canes fo ‘teres proce 90 tema 6 rsthments git 39 eo finrjora ees coreriede exes. 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