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Organizadora: Heloisa R. Fernandes SOCIOLOGIA TExTO Consultoria geral Florestan’ Fernandes Coordenasio editorial Maria Carolina de A. Boschi Reda Lene Bus aa Siva is ARTE Comdecagie a Antigo Am Rocha 8, Atetinat gé& René Etiene Ardanuy gee z Bie Reps Se tetra gaits ‘ween tie ine GE SEB gia } s ae as i IX) 278-9322 — End. Telegratico “Bomlivro” ~~ Seo Past SUMARIO INTRODUGAO Mills, 0 sociélogo-arteso (Por Heloisa Rodrigues Fernandes) 7 goth kta Ee ee ee 1. TEORIA SOCIOLoGICA rofissional dos patologistas sociais 38 sand people: the collected essays of I_EUA: ESTRUTURA SOCIAL E POLITICA SET creer cee 2. A elite do poder: militar, econdmica e politica 62 (Problems of power in American democracy) 3. A principal tendéncia (The new men of power — America's tabor leaders) ESE eer rr reer HEE 4. OS lideres sindicais operdrios e a elite do poder 98 (Power, poittics and people...) 5: Introdugéo a Nova classe média e politica da retaguarda 119 (White colfer: the American middle classes) 6. Sociedade de massa 134 (Power, pol at chegamos em geral & conclusio de que, poe um “todo”, de que, concordando com as imagens que dela fazemos, nio hé uma elite s6, mas muitas, ¢ de que elas nio estéo realmente ligadas umas as outras. Precisamos compreen- der, penso eu, qu todo, talvez nossa impressio de nao sé-lo resul aginacao sociol6gi Muitos dos que ref seguindo 0 exemplo do lfredo Pareto, a definem como possuidora de va. a elite sio os que possuem uma parcela maior do sas valiosas ¢ das experiéncias caras desta sociedade: dinheiro, poder, celebridade, A el Il. EUA: ESTRUTURA SOCIAL E POLITICA apenas da nossa falta 2. A ELITE DO PODER: MILITAR, ECONOMICA E POLITICA * sicem conscientemente a um. estrato social superior, a um grupo ou conjunto de grupos cujos membros Se conhecem mutuamente © que, ao menos em parte, compéem uma entidade organizada. Resumindo, a elite séo simplesmente “as classes no emprego mais fluido do term Outros te6ricos como, por exemplo, 0 ens: Gasset, definem a elite de maneira moral e psic de pessoas que, de uma ou outra forma p: superiores. O resto da populagio é massa. As a gue tenta transcender a sii mesma, a que memge numa mediocridade confortavel. Finalmente, também em conti Posso pegar uma Pequena deste tema m Provar algo sobre cle de forma det, todo e procurar ser apenas prove gundo cami Em primeiro lugar, é mais fe tentemos raciocinar a pessoa de Tepousa preguicosa- aparente, podemos definir a igdes: a elite sd0 os que e: no topo das principais hierarquias e organizagdes da sociedade moderna, istema de poder predominante, hoje, de acrescentar essa expressiio. a0 nosso seguida, desenvolver uma tese sobre bem como sobre as bases dessa unidade der. vocabulirio a unidade e 0 poder dessa © o'contexto estrutural dess lade, espet dirigem @ maquina social do Estado; ou sio os homens que no topo da hierarquia ou, finalmente, so todos aqueles que, consi- idos em conjunto, ocupam’ os postos de comando das pri ite norte-americana, de modo geral, € um conjunto de imagens rando ouvimos igurdo”, “magnata, “clube nos que sabemos a0 menos vaga- ue imagens evocam, ¢, muitas vezes, sabemos realmente, fe freqiientemente nao fazen essas imagens umas as out A primeira concepgio define a elite em termos da est valores selecionados: a segunda, em termos da participacdo como membro num grupo parecido com uma “panelinha"; a terceira, em termos do que vem a ser am ide de certos tipos de p em termos da sox da posigao formada por essas instituicdes. Em outras palavras — resumindo em mos mais grossciros —, em termos do que eles tém, dos grupos a que ertencem, do que realmente sio ou do que cht Embora seja verdade que cada uma dessas concepgdes terha sua uuidade, ngo basta dizer apenas isso. Também & verdade que, 20 * Reproduzide de Mi In: Kon Wayne State CW. The power ore. Froh Press, 1957. p 6a raciocinarmos sobre assuntos pablicos, devemos, com certas modifica: gies, usar cada uma dessas concepgdes. Contudo, dizer isso ainda neo basta, Temos de nos esforcar para criar uma visio sindptica que com, fenha tudo 0 que consideremos vlido em cada uma destas concepgoes € na qual cada uma encontre uma clara e proveitosa relagao com todas as outras. Selecionarei a quarta visio — a da elite definida em termos de osigio institucional — e, depois de elaboré-la um pouco, localizarei, as outras concepgces. ‘0s de comando nas chefias das tituigdes incluem as grandes cor ‘ores do governo federal — em a burocracia executiva © o establishment — € composta dos intrusos ico, dos almirantes e generais 10S executivos e estratégicos possuidores dos escaldes superiores, e dos das maiores eorporacoes. Essa concepeio franca da clite apresenta uma vantagem pritica © duas teéricas. A vantagem pratica 6 que ela parece ser a forma tai simples e concreta de se abordar o problema todo — mesmo que isso acontega apenas porque existe uma grande quantidede de informecte, mais ou menos facilmente disponivel & reflexdo sociologica, sobre assunto, Mas as vantage ‘mais importantes. Em primeiro ugar, a concepeio rutural no nos forca a prejulgar, por definigao, aquilo q i i em aberto a investigacio. Con ceber a elite moralmente, por exemplo, como pessoas que tea un sexto tipo de caréter, ndo € concludente, pois, além de set, antes de mais nada, arbitrario em termos. morais, imedistamente leva o sociGlose 2 erguntar por que essas pessoas tém esse ou aqucle tipo de cariter Conseqtientemente, deverfamos deixar em aberto de carter que os membros da elite de fato demonstram ter, a0 invés de optar por tuma definigio que os selecione em termos de u .E, de forma semelhante, nao queremos, com nossa definicao, sea elite € formada por membros co: ou de uma classe social A segunda vantagem teérica de definir a elite em termos das prin- cipais instituicbes que ela dirige € ainda mais importante. Essa abor. dagem, como jé dei a ; Mos permite alocar as outras trés con ‘cepedes de um mod ico. institucionais que os homens ocupam durante seu tempo de vida determinam suas probabilidades de obler e defender valores selecionados. Biblioteca Central - PUSFR 6 © tipo de seres icos que eles se tornam é, em larga medi determinado pelos valores, que eles assim experienciam, e pelos paj institucionais que eles desempenham. E se eles chegam ou ndo a se sentir como pertencentes a uma classe social selecionada, ou se agem ou nao segundo aquilo que consi- deram ser seus interesses — também estas so questées em grande parte determinadas por sua posic&o institucional, como também pelos valores selecionados que possuem pelo cardter que adquirem, Consideremos, agora, as outras trés concepgdes nemos cada uma delas, por sua vez, & concepcdo € relacio- Nao ha contradigdo entre a definicdo de elite em buigdo de valores © a definigdo em termos de posi¢ao as posigdes institucionais ocupadas pelos homens det Parte suas probabilidades de tere defender valores sel a, a0 escolher os valores em termos dos quais tu poder da lista. E poder, em qual- guer sentido socialmente relevante, significa que 0 poderoso pode realizar sua vontade, mesmo contra a resisténcia dos outros; significa, em re~ sumo, que ele pode tomar decisies e, se dizemos que ele € mul stamos dizendo que as decisdes que ele toma, ou das 4 tém conseqiiéneias importantes para muitas outras pessoas. Por {anto, se por elite do poder entendemos aqueles que decidem o que quer que seja decidido que tenha conseqiéncias importantes, ninguém poderia atender as especificagdes dessa definico a menos que 1030, das decisoes. O verdadeiramente Toso é poderoso, em primeiro instincia, sobre os mé de poder. Os executives do governo federal, tanto os pol © generais ¢ os idemos necessariamente negar que das corporagies. Nao pret n es, e sim afirmamos que poderes que no esto ci a tinica forma do enconts poder dentro © em torno des © poder pode ser exercido e ser mais ou menios cor giiencias, Dinheiro & outro item costumeiro na lista dos valores da Mas quando pesqui ‘des. Pois somente por meio delas 10 em suas conse- elas ocupam. sobre instituig heir grosso" do salério. £ impossivel examinar em profundidade “os am re ricos ultrapassa a economia de consumo, precisamos caesarean Goes com estas corporagdes. im resume, at elas ay homens com as formas modernas de roy sips das corporagdes, dete rigueza ¢ reeeber a coerente de agrupamento. mos dizer que a organizagio da elite seja necessari ‘um mero refiexo da organizacio das mas sim que ambas, segundo nossa definigao, esto relacion que nossa concepgdo nos convida a determinar ao certo a rela entre elas A medida que comparamos a visio instituc iedade, com as igdes lades ‘de assegurar grande Nao € to ébv’ que a probal rada na posigéo institucional. Mas diminutas hierarquias da sociedade loc nacional. Este prestigio, atu: , segue tucionais da estrutura social nacional. As preten por exemplo, as do General Eisenhow ial com as outras, rir nesta concepgao a visio de que a elite € composta de pessoas que tém um certo tipo de cardter. Ao menos nao sera dificil se soubermos 0 que entendemos por carter de um homem ¢ como © adquire. & suficiente afirmar que alguns dos valores ¢ tragos associa~ nfo podem ser imputados a dos as varias imagens do carter da alguém, a menos que el 10 de preparo social e ocupado certas posico: - Do ponto de vista do bidgrafo ou do psicélogo ial — ¢, naturalmente, a visio de ambos ¢ a mesma —, um homem es superiores é formado por suas relagdes com ouitras pessoas ‘como ele préprio, numa série de pequenos agrupamentos pode retornar durante toda sua vide. jores so, entre outras coisas, um conjunto de clecionados, treinados ¢ igBes seja a de que suas posigdes superiores aio, cad vee mens cambidvels. Também 6 certo que o prestigio depende, mal de wt das pessoas imagin, do acesso as méquinas de pubicdsde * dos meiosinsttuionais das telagoes pablicas bom sueediden os que tém mais riqueza, prestigio © se ente entendidos a : ‘hs gbes.nort-amerieans ele percorre ¢ aos as classes st jos membros for ymando por base as prin- ira instincia, a “elite” iplesmente as pessoas que estko no topo daquelas grandes qe so, ao mesmo. tem incipais bases de poder, bridade, bem como os principais meios de exereet inciro © de faturar nas maiores pretenses ao pres uperiores das De fato, é de st da classe superior — na medida em que compostos, se se puder dizé-lo jeux que formam o caréter esse cariter — estejam , de tomadores de de~ | cisies @ mesa, de uma fusiio de lade dentro de uma espécie de | irmandade social e de preacupagio com questdes de decisio. 65 67 sem analisar também a corporagdo moderna. Praticamente todas as fa- i milias muito ricas estiveram ou ainda estio, : ; fc 'S vezes, também empresai . das cem ou duzentas maiores corporagoes. Se nosso interesse pelos mul 3 E, no entanto, hd motivos muito fortes para ndo entendermos as “posigdes” da elite apenas pela compreensio do carter dos homens que ‘ocupam esses postos de comando, es tigdes conhe- Matas vezes, o poder, a riqueza ou a fama de alguém nfo sio dele homens, ou ndo?""Natersen imadores de um conjunto eoerente de proprio, mas da posigio que ocupa. Isso € verdadeiro nfo apenas no Cisne soll ace Tonle eae ents MATE pea que co caso constitucional formal — obedecemos & Presidéncia, nfo #0 Presi SINS Bak eat sentido consciente, embora no estando entre & dit | dente —, mas tanném em outras instituigdes, especialmente na economia. igdes norte-americanas, mas elas néo podem Além disso, os homens que ocupam as posicdes do topo tém muitos ser da elite do poder s comando dessas insti iplesmente porque para isso 08S OU er ACeSsO AO8 que e de estar no porta-vozes, conselheiros e produtores dos sous discursos ¢ outras falas, gue nao s6 0s auxiliam no que eles querem fazer mas que, efetivamente, faim suas imagens © moldam muitas de suas decisdes. Natu a ninguém. Essas coisas ‘igem instituigdes sihcou cae, meios através dos quais sio exerci de fat me pensdveis & sua existénc i ciada que, para fixie chanaee cnmeg deve Eager m8 Son bao fo procure sear Nea a pn te mic de lo desempregados, les "ie tomnaram pega, s chamam isto de “lesen. : =o io Iga, que ay pessone de gmpreas "Ora, em termos individuals, aqulo de gic nes usualmentetém consciaciae agulo que, mse, tena oer es tad pel hor socal especifico.” Muitor homes os Tocais. Emo ° oe " controle, pois as grand idancé oa. araee cont les mudancas, por definigao, sie’ agectae tuss sttam-se fora do milew de homens comes, ey cess cuts ante afeiam sua condita e sua perspectiva E € por au ei oe Plenos destas mudangas muitos homens comuns se senien “habe 0 ge verdadciramente sto. -O desemprego em maser gy ee Blo, ao se origina numa fibrica ou numa dase, amr we hee aes seca tbricn ou una cidade fazem iam ie Taner” Ai roams Ta podem fzr‘um home, me fin, ue ede 8 nose encontram as suas causas astted-las? “Sin, cls se enconteaes as. Apenas para rotular cosae name Mas as grandes em algum lugar? E nao podemo: em algum lugar e podemos rastrei 6 dangas nds as chamamos estruturais, € as compreendemos como aquelas mudangas que transcendem os miliewx da maioria dos homens. Trans- cendem-nos ndo s6 porque afetam uma grande variedade de miliewx pessoais, mas por wea, por sua na- fureza, dizem respeito as conseqiiéncias portanto, ines- peradas, daquilo que os homens — situados em ¢ limitados por varios ymiliews’ — possam estar tentando fazer ou evitar. . alguns esto situados de que, por assim dizer, podem observar de cima os miliewx de muitos homens comuns. Esse é 0 significado geral mais importante que desejo dar ao termo elite, Essa 6 a p A elite € formada pelos que dirigem as principais instituigdes e cujas posigées de comando os localizam de tal forma na estrutura social que eles ‘iranscendem, em maior ou menor grau, os miliewx comuns de ho- mens ¢ mulheres comuns, sdade ocidental nos fado, sobretudo, pelo nivel da técnica, pelos meios de poder, violéncia © organizacdo que predominam numa dada sociedade. Em relagao a isso, também apren- demos que hé uma forte linha ascendente que percorre a histéria do Ocidente: que os meios de opressdo e exploracao, de violencia ¢ des- truigdo, tanto quanto os meios de producdo e reconstrucao, tém sido progressivamente ampliados e crescentemente centralizados. ‘Como os meios institucionais de poder e os meios de comunicacao que 0s unem se tornaram firmemente mais eficientes, aqueles que hoje © exame mais superficial da histéria d sem precedentes imax deste desen- volvimento, J4 nao podemos mais nos apciar ou nos acomodar as hist6~ iS ascensies e quedas dos grupos dirigentes das épocas anteriores. Neste sentido, Hegel esta correto: 0 que aprendemos da Histéria € que dela nada podemos aprender. Para cada época ¢ para cada estrutura social precisamos elaborar uma resposta a questao do poder da elite. E as principais questoes sobre a elite norte-americana atual — sobre sua composigio, sua unidade ¢ seu poder — precisam ser enfrentadas agora com a devida atencao aos temiveis meios de poder que hoje sio acessiveis a ela. César podia fazer menos com Roma do que Napoledo com a Franca; Napoledo, menos com a Franga do que Lénin com a Riissia; ¢ Lénin, com a Rissia, 70 n de faléncias entre as quinhentas maiores corporagses fosse tio clevada quanto a taxa de divércios entre os 37 milhOes de casais, haveria uma fatéstrofe econdmica de escala internacional. Se os membros das Forgas ‘Armadas nfo Ihes dessem nada mais de suas vidas do Ciara nse, Mean, Ms © oe ao poder ae fulo interno da Russia Soviética ou da adr ist io wah os a destruicdo total de Brandes cidades em uma sé ote gen aaa tornou centralizada. Subjacente a esses processos, delas existe a fabulosa e gigantesca tecnologia; pi clas, -nologia € a dirigem, mesmo quando ela molda, fe regula seus desenvolvimentos. ‘A economia trora uma grande dispersfio de pequenas unidades produtivas em equilibrio auténomo — tornou-se dominada por cem ou. duzentas corporacdes gigantes, administrat erligadas, que juntas detém as chaves das decisdes econémic ‘a, outrora um conjunto descentralizado de algumas com uma coluna vertebral fraca, tornou-se um esta- blishment centralizado, executivo, que se apropriou de mt anteriormente dispersos e que, agora, penetra por todas as condmico, politics ¢ nit folocadas do lado de fora’ da histSrn, mdse i flando, subordinam-se convenientemente aqueles domiior $0 diretamentepoderosa em quesdes nations gua henhuma igrsja € to dietameite poles canos de hoje quant oderosa na confor. nsslho de Sepuranga Nac cepa AS niles @ familiar nao sto centvoo i nacional; pelo contrac, essa dreus dec So cada vez mals moldadas pels wee se ce Gua hoje os eventos de consequgncin decitiva © inode o> Susi oforrem Familias, igrejas e escolas ada, ES 7 exces tt © clas adaptanse 2 vida Tnodema; governs, is quanto 0 Conselhy religiosa, educaci disposicio das unidades centralizadas de decis4o aumentaram enorme- mente, e seus poderes executivos centrais intensificaram-se A medida que as rotinas administrativas modernas foram sendo elaboradas ¢ tornadas, mais rigidas aos subordinados de cada um de seus centros. A medida que cada um desses dominios se torna mais ampliado e centralizado, as conseqiiéncias de suas atividades se tornam maiores e as trocas entre les aumentam. As decisoes de um punhado de corporagées repercutem nos eventos militares e politicos, além de econémicos, do mundo inteiro. As decisdes do establishment militar baseiam-se na vida politica e a afetam intensamente bem coma 20 da atividade econémics, ‘As decisdes tomadas no ividades econd- é claro, hé mui : 4 a pela revolugio industrial © ago or compulsio se necestia, sons convocasi. Eos simbolos de teen izados para Tegtimar o poder & ag aa. O destino do individuo modern gue ele nasceu ou na qual ingrewsou pol casera eae fama em da corporacao na qual despende a m: d melhores anos; nfo apenay da scl 9, adelescente, mas tambsm do Estado que nce en {ids fo apenas da igreja em que ocesonalmen ea ; no qual € discipline Se 0 Estado centraizado nto pudesse conta ne mas escolas publicase privadas, seus leant coe ma educacional descentralizado. Sea tng crianga da. sua js4o mundial que atravessa a Europa Cent icas, hé a conexio crescente da estrutura econémica, militar @ politica. F se h4 intervencio governamental na economia das corpo- 2 rages, também i imervengio das corporagoes no processo. governa- ido estrutural, este tiingulo de poder fenlen ay I estutura histrica do presente ¢ laramente revelada em cada um alista moderna —~ recess, ; uum deles, os homens de de! éncia da interdependéncia das pri jando a eseala de + sua integragio liberal era alcangada automitica por um equilforio auténomo das Tongan Se nec dominio poltico automético, pela barganha ® pelo vow a ue, das oscilagdes © das fricgdes resultantes die dociodes Meee Posies enido no devido tempo, emergiria um novo sl ilo pode ser accto, como nto 0 ¢ pelos homens due er at 8es do topo de cada uma das tres hierarquite doiminaaigg SP dada 0 extensio das consequéncias, us devises em cade uma icam-se nas outras e portant, ts decisOes do topo octane jordenadas, ‘Transformamse em decisoes que ‘ee coy ne 9 contexto total da nagio ec, de fato, do mundor Ein sean senate culados, os homens de decisio precisam antecipar comequcnes a longo alcance, para ndo serem fatalmente engelfador por peotinens aves o imprevistos No topo de cada um desses surgicam guerra ¢ expansio econdmic: iso sfio levados a uma con: ordens in: é °m suas conseqiléncias, os homens s de poder — os senhores da — tendem a se letra, os chefes das corpo reunir e formar a elite d Se © poder de decidir sobre questdes. na decididas fosse comp: famente eqilitativo, nao haveri na realidade, nao haveria gradagio de poder, mas somente uma radical homogencidade. Também no extremo oposto, poder ‘de tomar decisdes fosse absolutamente monopolizado por um Pequeno grupo, néo haveria gradagio de poder; haveria apenas esse pe- queno grupo no comando e, abaixo dele, a massa dominada, indiferen. Giada. A sociedade norte-americana atual nao represent im desses 73 dois extremos; no obstante, uma concepgao deles néo deixa de ser itil: ela nos permite compreender mais claramente a questao da de poder nos EUA ¢ a posigéo da elite do poder dentro dela Afirmer que ha, obviamente, gradagdes de poder e de oportunidades de decidir dentro da sociedade moderna nao € dizer que os poderosos eles sabem plenamente © que fazem, ou que estio conscientemente reunidos em conspiragdo. Tais questdes sio mais bem enfrentadas se, em primeira instdncia, nos ocupamos mais da posigao estrutural dos superiores e poderosos ¢ das conseqiigneias das suas de- cisoes do que do grau da sua consciéncia ou da pureza dos seus motivos. A formacio da elite do poder, da forma como a conhecemos agora, ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial ¢ suas conseqtiéacias. No curso da organizagio da nagao para esta guerra, e na conseqiiente esta- bilizagdo da postura bélica, certos tipos de ¢ formados, ¢, no decorrer desses processos institucionais e psicolégicos, novas oportunidades ¢ intencOes surgiram entre eles, Assim como o ritmo da vida norte-americana em geral, as tendén- cias a longo prazo da estrutura de poder foram aceleradas a part comegaram a moldar especifico & sua Q do poder de hoje es io da politica como debate, genuino ¢ ’s — com partidos nacionalmente respon- coerentes em sua politica, e com organizagées auténomas ligando is inferior © médio do poder aos niveis superiores de decisio. Atualmente, os EUA sao, em grande parte, formal do que uma estrutura social democ tendéncia de empres idamente envolvidos que antes rmos das agéncias exe- cutivas do Estado que a aproximagio processou-se mais decisivamente. © crescimento do ramo executive do governo, com stias agéncias que patrulham a complexa economia, nao significa apenas a “ampliacdo do Boverno” como uma espécie de burocracia auténoma: ele tem represen tado a ascensio do homem da corporago como um intruso politico. Se, durante 0 New Deal, os chefes das corporagdes ingressaram no , quando da Segunda Guerra Mundial vieram a domi- Hé muito tempo entrosados com o governo, agora caminhavam ara a direcio quase total da economia do esforgo de guerra e do periodo pOs-guerra, E essa mudanga dos executivos das corporagées dentro do 74 15 nae no Gaui seelerou a prolongada relegagdo dos polices protssio- sagas 8 colncidéncia de intereses entre os que controlam os principais nais no Congreso aos niveis médios de poder melos de produgao © os que controlam os meios de violencs seices 2) Se a pista est -ampliados; gragas a0 declinio dos politicas profissionais © 1 wens Estado militar e ampliado, ees © dos senhores da guerra 20 comands 0s senhores da guerra se ‘1 gragas A auséncia de qualquer i Politica decisiva e obtiveram poder le genuinas, independente de i Rorte-americana ¢ agora, én : i do poder € composta de homens. politicos, Pois a aparente ameaca i controle dos homens, matér todas as ago tensio: elas concordam apenas sob certos pontos coincidentes ¢ sorronte em certas ocasides de “crise”. Na longa paz do século XIX, os militares altos conselhos de Estados, nem no diretério.p ataques. espord Na década de trinta, 0 estava em ascensio e, hoje, o3 militares e homens de nas posigdes mais elevades. ipos de circulos que hoje compdem a elite do poder, S que mais se beneficiaram com o aumento de seu poder, wad St © foco de atengao da elite, con. trado na década ¢k a Feeessio econdmica, deslocou-se dos pro. corporagio le 9s problemas internacionais, centrando-se, noe Dos tres écadas de quarenta e cinglenta, em tomo da guerra, foram 0s mil Como o aparelho governamental dos EUA, embora os homens das corporagdes também tenham tem sido adaptado © moldado por lutas ¢ ree) explicita ¢, de feto, decisiva os circulos de decisio mais vem Bo dispde, sob nenhum angulo, de agéncias ¢ mais perdeu foi o politico profissional, tanto que, a0 analisar os asomte, manejo de i cimentos © as decisses, sentimo-nos Os senhores da guerra como implificadas demais, E é para do poder”, mais do que, por se dirigente” € uma expresso carregada de im- lum termo econ6mico; “dirigente” é um termo poli. expresso “classe dirigente” contém a teoria de que io0s. Nio S40 0 pol nse ae Ceondmica dirige politicamente. Esta teoria simplificada pode (08 das corporagdes que se sentam com os © planejam Serine nis were sex verdadeira, mas, nas expressdes que’ usamos ara @ organizagio do estore de jueremos nos apoiar numa teoria tao sim- do poder hoje s6 podem ser s de tendéncias estruturais so "ncia: © capitalism 76 nal, Sustentamos que uma viséo t4o simplista de “‘determinismo econd- mico” precisa ser elaborada ‘pelo “determinismo px © pelo “deter "; que os agentes superiores de cada um desses trés complexos de coalizio iportantes. Esses sio os "ais motivos pelos quais preferimos “elite do poder” a “classe diri- fomo expresso caracterizadora dos cfrculos superiores, quando leramos em temos de poder, Na medida em que a elite do poder aleanga ampla atengao pai © faz em termos da “panelinha militar” e, de fato, a el adquire sua forma atual quando os militares nela ingressam, de modo decisivo. Sua presenca ¢ sua ideologia sio suas principais legitimagoes, sempre que a elite do poder sente a necessidade de providencia-las. Mas ida “panelinha militar de Washington” nfo é composta apenas ires, e ela nao predomina somente em Washington, Seus mem- por todo o pais, ¢ ela é fo de gener tentes de um oficial de gal mente membro de um: jolve a coincidéncia, € politico. uma “panelinha frequentemente di Hoje, a el do poder econé lo poder env. SMO que nossa compreensio estivesse |i is, terfamos base para acreditar que a el — na realidade, indispensivel — a no topo da modern: que nio estamos te do poder, como a baseia na semelhanca dos seus membros e nas relagdes pessoais e afinidades sociais e psi A elite do poder ndo é uma aristocracia, ow sé politico dirigente baseado na nobreza de origem. no tem base compacta num pequeno cfrculo de grandes fami sujos_ membros, conseqilentemente, podem ocupar e ocupam, como ¢lite do poder, as osigdes do topo nos varios circulos superiores sobrepostas. Mas, tal nao é um grupo 7 nobreza € apenas uma base possivel de origem comum; ¢, se nao pare a clite dos EUA, também é verdade que esta elite nao deriva socialmente da ampla série de estratos que compdem a sociedade norte- -americana. Em. proporcdes substancia deriva das classes supe- Ie dos 400 m: tada, quando mi fe de ocupacao. Seus pai imo, nais liberais ou de negécios, e freqiientemente, superi de pais nativos, de origem basicamente urbana, 0m excegao dos pr ‘que hi entre eles, so esmagadoramente do. leste do pais. Sao principalmente protestantes, sobretudo episcopais ou presbiterianos, lite do poder & compo: suas carreiras e de homens de origem e educagdo seme- ida s40 notavelmente parecidos. para sua unidade, culminante no usuft mundo da celebridade; aleanca seu extremo mais sdlido graces a esta idade de posigdes dentro de e entre cada uma das trés ordens iruturais importantes de icluindo 0 desenvol: lishment de guerra perm corporacoes, dentro de um vacuo poder nao se baseia is das suas po- se da unidade de uma coordenagio mais expl circulos supe- jores estiio crescemtemente coordenados, que esta é uma base da sua unidade © que, as vezes, — como durante as guerras — esta coorde- menos signitica @ tinica ou principal a do poder tenha surgido como a realizagio inua, ou mesmo que el dizer que a coordenaga sua unidade; ou que a 78 de um plano. Mas significa dizer que, como 0 mecanismo ins do nosso tempo abriu caminhos aos homens que esto procurando lizar seus varios interesses, muitos deles perceberam que esses varios inte resses poderiam ser atingidos mais facilmente se eles trabalhassem jun tos, seja de modo formal ou informal, e que, portanto, foi isto ‘que fizeram, E, no entanto, no aquele que ques fazemos. Ha uma série de femos dar o devido peso ao outro lado do caso: (os, mas antes, a interpretagio que deles "Ses que, inevitavelmente, sero feitas & nossa concepeao global da elite do poder, mas que, essencialmente, 86 fem a ver com a psicologia dos seus membros. Podem muito bem ser levantadas por liberais ou conservadores mais ou menos. da forma 2 seguir. © associages? E esta caracterizacao nfo seria, justa ¢ falsa? E seré que os homens — especial~ ‘mente norte-amer » como estes — nao se modificam A medida que ascendem, izer as exigéncias dos seus empregos? Sera que eles o atingem rapidamente uma visio ou uma direcao pol Senta, tanto quanto © permite sua fraqueza humana, os aggo como um todo? Nao so cles simplesmente homens que estio cumprindo seu dever? E, apesar de tudo, néo sio eles homens honrados? © que devemos responder a essas objecdes? Estamos seguros de que eles so homens honrados. Mas o que & a honra? Honra s6 pode sig viver segundo um cédigo que se acre- dite ser decente, mas nao hi um s6 eédigo com o qual todos concordemes. E por isso que, como pessoas civilizadas, nfo matamos todos aqueles dos quais discordamos. A questo nao é: Estes sio homens honrados? A questo é: Quais sfio seus cédigos de honra? E a resposta a essa questo € que sao os cédigos dos seus circulos, daqueles cujas opinides eles acatam como corretas © boas. Como poderia ser de outro modo? Esse 6 um significado do importante truismo segundo 0 qu homens so humanos € todos os homens sio criaturas soe a sinceridade, ele 6 pode ser refutado, nunca provado. A questio da sua adaptabilidade — que significa sua capacidade de transcender os cédigos de conduta que adquiriram no trabalho © nas experiéncias de suas vides —, deve-se responder: Nao, simplesmente fifo podem, pelo menos no breve perfodo dos poucos anos de vida que & maioria deles ainda tem pela frente. Acreditar que possam 6 supor que les, de fato, sejam de um tipo estranho © oportunista; pois esta ia, no fundo, uma violagko daquilo que, acertada- podemos consicerar seu cariter e sua integridade. F, a propésito, ‘nfo poderia ser justamente por falta desse cardter e dessa integridade 9 que, apesar de muitas forgas contrétias, estilos mais antigos de politicos norte-americanos nao representaram uma ameaca téo grande quanto a esses homens de cardter? Seria um insulto ao efici dos militares, supor que os ofi tesinamento, bem como & do is mudam seu. carater_e. perspectiva militar quando tiram a farda ¢ se vestem a paisana, Essa formacio talvez seja mais importante no caso dos militares do que mo dos exe. cativos das corporagdes, pois o teinamento da carrera € mais profundo ¢ mais total. “Fatt de imaginasio", om fal de principio. Pelo contririo, um homem sem rtemente um homem dos mais cevados prncipos, 5 Pioeipin conformanse-a famooa defiigto. de pio € uma norma. Ge inugao que ofeete Ta20e ‘do se fazer num css0 especificd © que, ate Un jos, pareceria ser cornea Nao seria ridiculo, por exemplo, acreditar seriamente que, em termos psicolégicos, Charles Erwin Wilson representou outra pessoa ou ‘outros interesses que nao os do mundo da corporagao? Isto, nfo porque ele seja desonesto; pelo contrério, é porque ele 6 provavelmente um homem de sélida integridade no pode ser melhor profissional da corporagi jo governo quanto fora di f2 a rigueza do mundo superior das corporagies; ele re} seu poder; ¢ acredita sincera- mente no seu tao citado comentério sobre 0 bem’ miituo dos EUA e da General Motors Corporation. © aspecto revelador dos lamentaveis interrogatérios para a ratifi- casio desses homens nao € 0 cinismo que eles manifestam em relacio a lei © aos legisladores nos niveis médios do poder, nem sua relutancia 4 dispor do seu estoque de agdes nominais. O ponto interessante & 0 quao impossivel & para esses homens renunciar ao seu compromisso da corporagio em geral e com suas préprias corporagées, Nao apenas seu dinheiro, mas seus amigos, seus inte- jamento — suas vidas, em suma — encontram-se profun- damente enyolvidos nesse mundo. A. ralmente, € apenas um rito de purificagio. Pois a questio nfo € tanto a dos interesses, financeiros ou pessoais, numa determinada corporagio, mas ‘sua identificago com 9 mundo das corporagées como um todo. Pedir- clhes subitamente que se despojem desses interesses e sensibilidades & quase como pedir a um homem que se transforme rapidamente numa mulher, observou Gerald W. Johnson, “aio deve ser somo sdo seus colegas, Quanto & questéo do seu patriotismo, do seu desejo de servir & cédigos de hon bom para toda ‘8 quais pode exi como estes outros samente quando reflete sobre da forma como o fazemos, estaremos conte: re ices subordinadas do mundo; ¢ que isso ma fazer, 3. A PRINCIPAL TENDENCIA * [Em novembro de 1946 foi realizada uma pesquisa de massa pare saber se ‘todas as corporagdes deveriam ou no jgadas a colocar fim representante sindical em sua junta de Para a maioria dns peasoas, 2 questio apresentava uma idéia inteiramente nove, 0 qe we Pecinda mals surpreendente que 42% se manifestassem favordvels de um sindicalista. cia nfo é mera fantasia de algum pesquisador de opinido em com a melhor retGrica inde das relagdes A busca da sua cota mensal de questes. Alinha-s liberal, levemente ampliada; nfo esta fora da possi de cooperacao sinceramente desejadas por varios 'As relaghes de cooperagio entre empresa e tr desejo de paz estabilidade por parte de empresirios, fades politicas. Tal desejo, com suas conseqiléncias_monopo- festava subjacente ao cartel trabalho-empresa de dmbito mé itano, Atualmente, numa escala muito mais ampla, com conseqiién- ‘que ultrapassam 0 monopélio puro e simples, um tipo de plano 10 para estabilizar a economia politica dos EUA esti por tras de trés poderosas burocracias na FReproduzido de Mutts, C. W. The “Mimerica’s labor leaders. Com as Brace and Company, 1948. p. 223-38. Tr

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