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Carta ao leitor Tnstoria Engoes anreniones Bas ‘ae irae aon ‘Se betpanctie Scien ‘tetas Sept ores Hes Tmerhewertbe on! serra Proes mee Anh FIP (B8c HISTORIA A aventura da vida real Bravos cavaleitos, lendas sobrenaturais, polémicas religiosas, inesqueciveis batalhas. Poucos periodos mexem tanto com a imaginagio humana quanto a Idade Média. Nao & por acaso, portanto, que o primeiro passo para compreender essa era mitica, que durou cerca de mil anos (do século 5 ao 15), seja separar realidade de fiegao. (0 tuniverso dos contos de fadas, por exemplo ~ com seus magnificos castelos, belas princesas e principes encantados - esta longe de representar 0 verdadeiro cotidiano da época. No outro extrem, a idéia de que a Idade Média foi uma longa e escura noite, em {que o homem simplesmente mergulhou nas trevas da ignorancia, também nao apresenta © rigor historico em que alguns professores do ginzisio podiam nos fazer acreditar, Deixando 0 emaranhado de mitos e as suposigoes de lado, porém, a Era Medieval no fica menos interessante, Pelo contrério: no dia-a-dia dos camponeses, nos jogos ce brincadeiras das criangas, no burburinho de uma vibrante feira popular ou no interior de uma igreja gética podemos encontrar boas historias, fazer impressionantes constatagdes e, até mesmo, viver surpreendentes aventuras. Parece trivial demais? Entao, que tal conhecer os bastidores e 0 front de batalha ago dos desprevinidos muculmanos quando os primeiros guerreiros cristios, guiados pela {é e sedentos por sangue, alcangaram a Terra Santa? Para completar, por que rio acompanhar a controversa saga dos misteriosos cavaleiros templarios ao longo de uma Cruzada? Ou, quem sabe, ir ainda mais longe e assistir de perto a de sua breve e turbulenta trajetéria? Pois todas essas jornadas também fazem parte da historia real da dade Média e, por isso mesmo, esto presentes nas paginas desta edi¢io dedicada ao tema, Seja muito bem-vindo a mais e jagem no tempo. Boa leiturat CARINE PORTELA- EDITORA carine@grupodomo.com.br { Brasil entra em campo |. 8 BBC Hstrianasce da seesio de eportagenspro- duzidas sb 0 soto de qualidade BBC, mas trabalho teat ange deparar por ai. Aquino Brasil, umatalen- tosaequipe entra em campo, todos os meses pars mmergulhar ainda mais fundo nos temas abordados. Daniel John Furune ¢ um dos craques desse time. ‘Alm de ser responsive por inimeraspartcipagées especial em cada eico, ele est sempre em conto cam os maiores especialistas em Histra do pais ~o resultade desc ric inercdmbio voce confere nas ‘30 BBC Inca que raz sugestes certeirasde fies ‘liv pra os amantes da Misra Vale penal Para receber a BBC Histéria em casa, ligue de segunda a sexta-feira, das 9h as 18h, para (11) 3512-9462 (Sao Paulo} e (21) 4063-6989 (Rio de Janeiro] ou confira nossas promocoes ros sites:www.bbchistoria.com.br wwwassinedigerati.com.br Sumario 08 Desvendando a mente medieval dlinheiro,cénca..O qu dos homens que viviam em um tempo ‘marcado por obscuras contradigSes? 18 abrindo os portées dos castelos Muros, torres e galerias subterineas: descubra tudo sobre as majestsasfortalezas de pedra ~ inclusive as melhores tiicas para conguisté-las 24 Pequenos na Idade Média via um “eonecito de infnca na Ea das Teas? Ao contri do que antigo pesqusadoresdefendiam, 34 shopping medieval ~ Viajeatéo século 14 e conhega um mercado diferente. Aqui, temperos so artigo de xo e, se SECOES oS Registro No coragio de Pars, uma igeeja-relicirio traduz aesséncia da arquitetura gotica Entenda a peste negra, ofantasma que assombrou Europa matando 1 a cada 3 de seus habitantes © Painet ‘Uma selegio de obras de arte inspiradas nos conceitos medievais de morte violéncia _ BBC Histéria indica Imagindrio fatto: mes eos ue revelam as mis faces do priodo ‘Ocstudo da Idade Média deveria ir além das Cruzadas, do feudalismo eda peste? Veja opinides dstintas Q CRUZADAS 1 mais angrentos da istria do ( (Cxistianismo: durant Se | ‘| tri | 38 Robin Hood, o mito Reiventada ao longo dos séculos.alenda do hei quetrava dos rics pra dar aos pobres 60 como nasce um santo “Aventure-se plas pginas de um proceso de canonizagio medieval. Nese curoso ingot, até um “resuscitado” dio seu testemunho rilhes que se desfazem misteriosamente a simpatias que definem julgamentos: incriveishistérias sobre ajustiga de Deus agindo sobre a Terra 68 Guerreiros em nome de Deus A saga dos templirioshospitalrios e outros Ret Dae een aaa IS oy DE eo wy are masse REE i ete ieval Cra ULL eOkme CCT as pessoas deviam pensar duas ve- PS Ce CRM bestia Ra eer) BEC CR hm ery pelos bosques e precisavam ser enter- rados repetidas vezes ou ter seus cora- ¢6es queimados até virarem cinzas” TEXTO: JU RK aR.) 4: eT Conhecimento empirico e crencas sobre- StcLabi CH SaRelcx1-) ooo UCM (Ae as iNT L0n 0 nobre cddigo dos cavaleiros e a explo- tacao do trabalho dos camponeses: refle- xo do mundo em que viviam, a mente dos homens medievais era repleta de contradi ces e muito diferente da mente contem- poranea — ou sera que nem tanto? UEM SABE? Pode ser que, daqui a um punhado Peet ene o ey eee ete eet ern tigdes. Pode ser que achem espantosos 0s nossos tabus sexuais. £ possivel que estranhem o abismo que separa as nagies desenvolvidas dos paises miseriveis. Nao podemos ainda descartar a hipétese de que, assistindo aos n0ss0s fil pee ee ue cs terrestre, com discos voadores e homenzinhos verdes. “Trata-se de um exercicio perfeitamente natural ~ aprenden- eee ee ere un ‘essa busca que impulsiona o estudo da His- téria e alimenta nosso fascinio pelo passade, fazendo com que ere eee ee eg do futuro ~ nos questionemos: apesar dea vida na Idade Média ser tao diferente da nossa, sera que as pessoas daquele tempo pensavam de um jeito muito diferente de nds? De acordo com Robert Bartlett, renomado professor de His- téria Medieval eapresentador da série de documentarios Inside ae ene ee eae ed 4 resposta no é assim tio simples. “Em muitos aspeetos, eles ‘eram muito parecidos conosco, em termos de sentimentos, fa- er ee realidade bastante diversa, na qual se acreditava que os mortos pperambulavam entre os vivos e que, em algum lugar do planeta, ey eee ee ‘Antes de buscar compreender 0 mundo de nossos antepas- sados medievais, é preciso contextualizé-lo. Para comeyar, a prépria definicao de “mundo” era outra:a Europa cia muito além de suas fronteiras, salvo algumas partes da Africa e da Asia. E, diferentemente da visio humanista que een er een oc Seer eee ne ‘Média e a Moderna -, acreditava-se em um universo contro ee eee ed ee eee ee enc Além disso, a consciéncia da Europa medieval, eminente- ee ees ‘espécie de guerra envolvendo os céus ea Terra. E todos sabiam como seria 0 fim dos tempos. Afinal, muitos textos da época, tais como Os Quinze Sinais Anteriores ao Dia do Juizo Final, do erreeee To Se es Peete arto dia, todas as criaturas mas se reunirio na superficie e emitirao sons e grunbi- fcado apenas Deus conhece’ Eassim a descricio prosseguia, até 0 15° dia oltimo do homem sobre a Terra no se pode ver, hi bons motivos para acreditar que a Sree ara tirar a divida, vamos conhecer, a seguir, al Ponet pais idéias da complexa ~ e controversa ~ Fra das Trevas 7 ges Cs Eles tinham conhecimento andl ttapenpees aot “poucodepoisdechegarmos,hou- chorro suscitavam uma quest s it f rl ? ‘veum eclipse dalua. Isso acontece | importante: seri que eram essen Pere rereeriersneaans a Te at seal Respite PCO ae On ntss Cet re Cte ann e eee ete eRe poomtemieces og oe he a cage eat POnet CUC cease Oe encarta 2 eee eet halen oes canal lei ear pera ee Ee ee | ee pir igre mall ninabriniar ier 2 eel so apn petites yao rarer ean ana er [ane erate Banna epibinenniriete a Oe peer Spun I ROUT SS ae ee en ars ie ploeeniga Rome aeraniemnmpanin pment CE i ei nips imaiabsanbadesersap aaa SEpET ge gg] toh os Hee Raiteninteanaherins panies (bead | ns) ry sae ml mete nade nega ae Sc eae alpen empeedaninappananiate ae = pein | a soneahers iam aaa aaeeior aia Se re ng ee ; prasstrnsPe' 3: Leap 5 Gy sae ara meng cone peecereiammerear pene rene Pn ULC CES VG cL Para que este saiba que a po celeste passava na -Q ESPAaCO, O Navegante medieval sonha- ee forma, os homens precisam se li- | mo assim, era possivel V@ COM mundos desconhecidos, repletos ee a ee eee ee eee ere oe nie ae ee Coco

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