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Sexta-feira 25 de Novembro de 1966 an. = Ja, quer oficial, quer relative. a anancios ¢ 2 assinaturas eDisrio do Coverno» e do «Diario das SasSess, deve ser dirgida & Adminis- tragio da Imprensa Nacional de Lisboo. | ‘ADMINISTRAGA DA IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA AVISO Por ordem superior ¢ para constar, coftunica-se que rio sero aceltes qualsquer originals destinados 0 @Disrio do Governo» desde que nfo tragam aposta ‘a competente ordem de publicagdo, assinada e auten- ticada com selo branco. SUMARIO Ministério da Justiga: Decreto-Lei n° 47 344: Aprova 9 Cédigo Civil e regula e sua aplicagio — Revoga, tj dda da end mm Tg de nove Cio Ox oda’ legislagto civil relatives matétias que o mesmo abrange. MINISTERIO DA JUSTICA Gabinete do Ministro Decreto-Lei n.’ 47344 Usando da faculdade conferida pela 1* parte do do artigo 109.° da Constitu'gao, 0 Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, 0 seguinte ARTIGO 12 (Aproragio do Cédigo Cixi!) F aprovado o Cédigo Civil que faz parte do presente deeretorte, ARTIGO 2° (Gomego de vigéncta) 1. 0 Cédigo Civil entra em vigor no continente e ilhas adjacentes no dia 1 de Junho de 1967, & excepgao do Uisposto nos artigos 1811.2 a 1850.*, que comegard a vigorar smente em 1 de Janeiro de 1068. 2. 0 eddigo nio & porém, aplicdvel As acgies que estejam pendentes nos tribunais no dia da sun entrada fem vigor, salvo 0 disposto nos artigos 17.° e 21° do presente deereto-lei. 1 Série—Némero 274 DIARIO 00 GOVERNO PREGO DESTE NUMERO— ohare Lae ARTIGO 8° (Revogagio do divelto anterior) Desde que prineipie @ vigorar 0 novo Cédi revogada toda a legislaglo civil relativa as matérias que fess0 diploma abrange, com ressalva da legislagio especial fa que se {nen expressa referéncia ARTIGO (Romissées para o Cédlgo de 1867) ‘Todas as remissdes feitas em diplomas legislativos para © Cédigo Civil de 1867 consideram-se feitas para as dis- posigdes correspondentes do novo eédigo. ARTIGO 5. (Aplicagio no tempo) ‘A aplicagio das disposigaex do nove edd passados fica subordinada As regras do ar mesmo diploma, com as modifieagdes e 08 esc constantes dos artigos seguintes. ARTIGO 6 (Bessoas olectivas) “As disposigaes dos artigos 157." # 194.° do novo Cédigo, Civil nin prejudicam as normas de direito piblieo con- tidas em le's administrativas. ARTIGO 7° (CInterdlgdes) (Os dementes, surdos-mudos ou prédigos que tenham. sido total ou parcialmente interditos do exercicio de di- reitos, ou venliam a sé-lo em. aegies pendentes, mantém © grat do incapacidade que Ihes tiver sido on vier a ser fixado na sentenga ou gue resultar da lei anterior ARTIGO 82 (Privilégios creditérios @ hipotecas tegels) 1. Nao sto reeonheeidos pare o futuro, salvo em acges penientes, os privilégios ¢ hipotecas legais que nio sejam concedidos no novo Cédigo Civil, mesmo quando conferidos em legislagio especial, 2. Exceptuam-se os. privilégios © hipotecas legais con- codidos ao Estado ou a outras pessoas colectivas piblicas, quando se nio destinem & garantia de débitos fiscais. 1 SERIE — NOMERO 274 ARTIGO 9. (Boctedades universals ¢ familiares) res constituldas até 6 A sua extingao, respectivamente, as dieposigdes dos artigos 1248.* a 1248," @ 1281." a 1297.* do Cédigo Civil ARTIGO 102 (Arendamentos em Lisboa « Porto) Enquanto nBo for revista a situagio criade em Lisbos ¢ Porto pela suspensio das avalingSes fiseais para o efeito de actualizagto de rendas dos prédios destinados a habi- tagio, mantém-se o regime excepcional de Lei n.° 2080, de 22 de Junho de 1948, quanto a esses arrendamentos. ARTIGO 118 (Parosria agriools) Ao contrato de parceria agricola so aplicdveis, para © futuro, as disposigdes que regulam o arrendamento rural. ARTIGO 12. (Fores do Estado) ‘Na determinagio do quantitative do laudémio nos foros do Estedo, para efeitos do disposto no artigo 1517." do novo Cédigo Civil, atender-se-4 a0 valor dos respectivos prédios que resulte da matriz. ARTIGO 18.° (nulagto do cassmerto) 1. Op casamentos civis celebrados até 31 de Maio de 1967 nfo podem ser declarados nulos ou anulados, ce para tal nio houver fundamento reconheeido tanto pela antiga como pela nova lei civil, a nio ser que ja feja pendente, naquela data, a respectiva acgio. 2. 0 disposto nos artigos 1689." a 1646.° do novo eédigo 6 aplicével is acgdes que forem intentadas depois de 31 de Maio de 1967, sem prejulzo do que, relativamente aos razos, prescreve o artigo 207.* do mesmo diploma ARTIGO 142 € aplicével aos casamentos celebrados até 81 de Maio de 1967, mas em caso algum serio anulados os actos praticados pelos ednjuges na vigéncia da lei antiga, se em face desta nilo estiverem vieindos, ARTIGO 152 (Regime de bens) © preceituado nos artigos 1717.° a 1752.* 38 é aplicavel 0s casamentos celebrados. a6 81 de Maio de 1967 na modida em que for considerado como interpretativo do direito vigente, salvo pelo que respeita ao n.° 2 do ar- tigo 1789." ARTIGO 18 (Dongen para casamento o entre oasados. ‘eparagto e diréecio) 1. Sem prejuio da regra estabelecida no nv 2 do tigo 2.° deste decreto-lei, so aplicdveis aos easamen- tos celebrados até 81 de Maio de 1967 as disposigaes do novo Cédigo Civil relativas A caducidade das doagice para casamento, is doagdes entre casaios, i separagio dos eénjuges ou dos seus hens e a0 divércio. 2, No pode, no entanto, ser decretada a separagio judicial de pessoas bens ou 0 divéreio de cdnjuges ca. Sados até 81 de Maio de 1967 com fundamento em facto due nfo seja relevante segundo a lei vigente x datn da sun verifieagio. aRrico 17 (Conrersto a separagto om dlrérco) 0 disposto no artigo 1798.° é aplicével nas acgdes pen- lentes ¢ nos processos findos A data da. entrada em vigor do novo Cédigo Civil ARTIGO 18.9 (lmpugnagto de legitimiaade) 1. Até 81 de Outubro de 1967 pode o marido da mae intentar acglo de impugnagio da paternidade, con fun- damento em qualquer dos factos referidos nas alineas ) © d) do artigo 1817.° do novo Cédigo Civil, relative. mente ao filho nascido antes da entrada em vigor deste loma, com prejuizo do disposto no artigo 1818.° 2. Dentro do mesmo prazo sero recebidos nos tribu- nais de menores os requerimentos a que se refere 0 ar. tigo 1820.*, seguindo-se os demais termos da impugnagao ofiviosa, desde que o filho teaha menos de catorze anos de fdade & data da apresentagdo do requerimento. ARTIGO 10° (Koptes do ineestigagto de materniand ou paternic ‘Mogitima) . © facto de se ter esgotado 0 perfodo a que se refere © n* 1 do artigo 1854." nfio impede que as acgies de investigagio de maternidade ou paternidade ileg{tiraa se- jam propostas até 31 de Maio de 1988, desde que nio tenha cadueado antes, em face da legislagio anterior, © direito de as propor. ARTIGO 20, (Pithos adulterinos) Os assentos secretos de perfilhagio de filhos adulteri nos, vilidamente lavrados ao abrigo da legislagdo vigente, tormar-se-do puiblicos mediante averbamento oficioso, sem. Bre que, sejam passadas certidées do respectivo regio ARTIGO 21. (Tatela 6 curstels) As disposigdes do novo Cédigo Civil relativas a tutela 6 & curatela so aplicdveis jig tutelas © curatelas insta. radas até 31 de Maio de 1967; porém, os tutores © os curadores jd nomeados manter-se-do nos seus cargos en- quanto deles nfo se escusarem ou enquanto niio.forem Femovidos ow exonerados. ARTIGO 22° (Declarapto do naldade ou annlgto de tetamento ‘ ‘ou de disposigbes testamentérias) s testamentos anteriores @ 81 de Maio de 1967 ¢ as disposi¢des testamentérias neles contidas sé podem ser declarados nulos ou anulados, por vieio substancial ou de forma, se 0 respectivo fundamento for também reconhe- 25 DE NOVEMBRO DE 1966 ido pelo novo Céiigo Civil, salvo se a acgho jd estiver pendente naqucla data ARTIGO 28 (estamentaria) ‘As atribuigoes do testamenteiro sfio as que The fotem fixadas pela lei vigente & date da feitura do testamento, Pulilique-se © cumpra-se como nele se contém. Pagos do Governo da Repiblica, 25 de Novembro de 1966. — Aswimico Deus Ropriaues THoaz — Antinio de 1885 Olivcira Salazar —Anténio Jorge Martins da Mota Veiga — Manuel Gomes de Arailjo— Alfredo Rodrigues dos. Santos Jiinior —Joto de Matos Antunes Varela — Utiseea Crue de Aguiar Cortés —Joaquim da Luz Cunha— Femando Quintanitha Mendonga Dias — Alberto Marciano Gorjao Franco Nogusira— Eduardo do Arantes ¢ Oli veira— Joaquim Moreira da Siloa Cunha — Inocéncio Galwdo Peles — José Gongalo da Cunha Sottomayor Cor- reia de Oliveira — Carlos Gomes da Silva Ribeiro — José Jouo Crngalves de Procnga — Francisco Percira Neto &e Carvalho. Para ser presente Assembleia Nacional. 1886 I SERIE — NOMERO 274 CODIGO CIVIL LIVRO I PARTE GERAL TETULO 1 Das leis, sua interpretagio e aplicagio cartroto 1 Fontes do direito ARTIGO 1! (Fontes Imediatas) 1, Sio fontes imediatas do direito as leis ¢ as normas corporativas. 2, Consideram-se leis todas as disposigoes _genéricas Provindas dos drgaos estaduais competentes; io nor- mas corporativas as regras ditadas pelos organismos 2e- presentativos das diferentes categorias morais, culturais, econémicas ou profissionais, no dominio das stas atribui- goes, bem como os respectivos estatutos e regulamentos 3. As normas corporativas nao podem contrariar as dis- posigdes legais de carioter imperativo, ARTIGO 2° (Assentos) Nos casos declarados na lei, podem os tribunais fixer, or meio de assentos, doutrina vom forga obrigatérin geral ARTIGO 3° (Valor juridico dos usos) 1, Os usos que niio forem contrivios aos prinelpios da bon f6 sto jurid'eamente atendiveis quando & lei o deter 2, As normas corporativas prevalecem sobre os us0s. ARTIGO 4 (Valor da equidade) Os tribunais s6 podem resolver segundo a equidade 4) Quando haja disposigao legal que o permita; b) Quando haja acordo des partes © a relagio junidicn ‘nfo seja indisponivel; ©) Quando as partes tenham préviamente convencionado © recurso A equidade, nos termos aplicdveis & cléusula compromisséria CAPITULO It Vigéncia, interpretacdo e aplicagéo das leis I, A lei 6 se torna obrigatéria depois de publicada 26 jomal ofteial, 2. tempo que a prépria lei fixar ou, na falta de fixag for determinalo em legislagio especial. intro a publiengio e a vigéneis da lei decorreré o o que ARTIGO 6° (Ignorincia ou ma interpretagio da lel) A ignordneia ou md interprotagdo da lei niio justifiea falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sangdes nela estabelecidas. ARTIGO 7° (Cessagio da vigencia da lei) 1. Quando se nfio destine a ter vigéncia tempordvia, 4 Tel sd deixa de vigorar se for revogeda por outea lei 2, A revogagio pode resultar de declaracdo expressa, da incompatibilidade entre as novas disposigaes © as re. gras precedentes ou da circunstincia de a nova lei re. gular toda a matéria da lei anterior. 3. A lei geral no revog a lei especial, excepto so outra for n intengdo inequivoce do legistador. 4, A revogagio da lei revogatéria no importa o renas- cimento da lei que esta revogara, ARTIGO 6° (Obrigasio de julgar e dever de obediéncia a Ie) 1. © tribunal nao pode abster-se de julgar, invoesndo 4 falta ou obscuridade da lei ou alegando diivida insani- vel acerea dos factos em litigic. 2, 0 dever de obediéncia lei nto pode ser afastado sob pretexto de ser injusto ou imoral » eantetido do preceito legislativo, 3, Nas decisdes que proferir, o julgador teri em consi- eraciio todos os casos que meregam tratamento andlogo, 4 fim de obter uma interprotagio e aplieacdo wniformes do diveito, ARTIGO (Interpretagio da tei) 1. A interpretagio: nfo deve cingir-se i letra da lei, mas reconstituir a partir dos textos o pensamento legiala. tivo, tendo sobretado em conta a unidade do sistema ju. ridico, as circunstaneias em que @ lei foi elaborada ¢ as condigses especifieas do tempo em que & aplicada. . Nio pode, porém, ser considerado pelo intérprete © pensamento legislativo que nio tenha na letra da lei tum minimo de correspondéneia verbal, ainda que imper fvitamente expresso. 3. Na fixagio do sentido e aleance da lei, o intérpreto Presumiri que o legislador consagrou as solugées mais, acertadas € soube exprimir o seu pensamento em termos adequados ARTIGO 100 (Tategeacto das Incunas da tel) 1, Os casos que a lei nito preveja sfio regulados segundo ‘8 norma aplicivel aos easos andlogos. 25 DE NOVEMBRO DE 1966 2, Hi analogia sempre que no caso omisso procedam as raz0es justifieativas da regulamentagio do caso previsto nal 3. Na falta de caso anslogo, # situaeio & resolvida se- squnilo a norms que o préprio intérprete crinria, se houvesse te legistar dentro do espirito do sistema. ARTIGO 11° (Normas excepcionsis) As normas exeepeionsis nio comportam aplieagio ana- logico, mas admitem interpretaciio extensiva. ARTIGO 12° (Aplicagio das leis a0 tempo. Principlo geral) 1, A lei sé dispée para o futuro; ainda que The seja atribulda eficdcia retroactiva, presume-se que ficam res- salvados os efeitos jé produzidos pelos factos que a lei se destina a regular 2. Quando a lei dispde sobre as condigoes de validade substaneial ow formal de quaisquer factos ou sobre os seus efeitos, entende-se, em caso de divide, que s6 vise os factos novos; mas, quando dispuser directamente sobre o contetido de certas relagdes juridieas, abstraindo dos factos que Ihes deram origem, entender-se-4 que a lei abrange fas proprias relagies jd constituidas, que subsistam A data da sus entrada em vigor ARTIGO 13° (Aplicasio das leis no tempo. Leis interpretativas) 1, A lei interpretativa integea-se no Tei interpretada, fieando salyos, pordm, os efeitos jd produzidos pelo cum- primento da obtigagio, por sentenga passada em julgedo, por transacgio, ainda que no homologada, ou por actos de andloga natureza 2. A desistincia e a confsso no homologadas pelo tri- bunal podem ser revogndes pelo desistente ou confitente ‘a quem a lei interpretativa for favorével caprruLo TIT Jitos dos estrangeiros e conflitos de leis smcgXo 1 Disposigées gerais RaTIGO 14 (Condigio juridica dos estrangeiros) 1, 0s estrangeitos silo equiparados aos nacionais quanto ao gozo de direitos civis, salvo disposigdo legal em contré- 72, Nao sito, porém, reconhecidos aos estrangeiros os di- reitos que, sendo atribuidos pelo respectivo Estado aos mais, o nfo sejam aos portugueses em jgualdade ARTIGO 15° (Qualificasses) A competéncia stribufda a uma lei abrange sbmente as normas que, pelo seu contetido © pela funeao que tem nessa lei, integeam o regime do instituto visado ne regra de contlitos, 1887 ARTIGO 16° (Referéncia a lel estrangelra. Principio geral) A referéncia das normas de conflitos a qualquer lei es trangeita determina apenas, na falta de preceito em con- trdrio, a aplicagito do direito interno dessa lei, ARTIGO 17." (Reenvio para a tei de um terceiro Estado) 1. Se, porém, 0 diteito internacional privado da lei referida ‘pela norma de conflitos portuguesa remeter para ultra Tegislagio e esta se considerar competente para re- gular o ea:0, € o direito intemo desta legislaglo que deva ser aplicado, 2. Cessa o disposto no miimero anterior, se a lei rele: rida pela norma de conflitos portuguesa for a lei pessoal 0 Interessado residir habitualmente em tertitério port gués ou em pais cujas normes de confitos considerem competente 0 direito interno do Fstedo da sua naciona- lidade, ica, todavia, imicamente sujeitos & regra do n? 1 os casos da tutela e curatels, relag6es patrimoniais entre os ednjuges, poder paternal, relagdes entre adop- tante @ adoptado © sucessiio por morte, se a lei naciopal indieada pela norma de conflitos devolver para a lei da situagtio dos bens iméveis e esta se eonsiderar competente, ARTIGO 18" (Recavio para a lei portuguesa) 1, Se o direito internacional privado da lei designada pela norma de conflitos devolver para o direito interno portuguis, é este 0 dirsito aplicavel 2, Quando, porém, se trate de matéria compreendide no estatuto pessoal, ‘a Iei portuguesa 26 6 aplicavel se 0 interessado tiver em ternitério portugués a sua residéncia habitual ov se a lei do pals desta residéncia considerar igualmente competente o direito interno portugués ARTIGO 18° (Casos em que no é admitido o reenvio) 1. Cessa o disposto nos dois artigos anteriores, quando a aplicagio deles resulte a invalidade ou inefiedcia de sum negécio juridico que seria vilido ou eficaz segundo fa regra fixada no artigo 16.*, ou a ilegitimidade de um estado que de outro modo seria legitimo. ‘2. Cessa igualmente o disposto. nos mesmos artigc se a lei estrangeita tiver sido designada pelos interessa- dos, nos easos em que a dosignagdo é permitida. ARTIGO 20° (Ordenamentos jutidicos plurilegistativos) 1. Quando, em razio da nacionalidnde de certa pessoa, for competente a lei de um Estado em que coexistam diferentes sistemas legislativos locais, 6 0 direito interno desse Estado que fixa em cada caso o sistema aplicdvel. 72. Na falta de normas de dircito interlocal, recorre-se 0 diteito internacional privado do mesmo Estado; e, se teste niio bastar, considera-se como lei pessoal do inte ressado # lei da sua residéneia habitual 3, Se a legislagio competente constituir uma ordem ju vidiea territorialmente unitéria, mas nela vigorarem diver sos sistemas de normas para diferentes categorias de pes- soas, observar-se-4 sempre 0 estabelecido nessa legislaclo quanto ao conflito de sistemas. 1888 ARTIGO 21° (Praude a tel) Na aplicngio das normas de conilitos sfio irrelevantes as situagdes de facto out de direito criadas com o intuito fraudulento de evitar a aplicabilidade da lei que, noutrns vireunstineias, seria competente ARTIGO 22.° (Ordem pablica) 1, Nao sdo aplicivels og preceitos da lei estrangeira in: dicados pela norma de conflitos, quando essa aplieagio envolva ofenss dos prineipios Zundamentais da ordem pti blicw internacional da Estado por 2. Silo aplicaveis, neste caso, as normas mais apropria- das da legislagio estrangeira competente ou, subsidii riamente, as regras do diteito intemo portugnds ARTIGO 23° Unterpretagio e averiguasio do direlto estrangeiro) fadn dentro do sistema 9 vegas interpretativas 1, A lei estrangeira & interp que’ pertence e do acordo com nele fixadae, 2, Na impossibilidade de averiguar 0 contetido da lei estrangeita aplicdvel, reoorrer-se-é lei que for subsidii- siamente compotente, devendo adoptar-se igual procedi- mento sempre que nfo for possivel detorminar os elemen. 405 de facto ou de direito de que dependa a designagio da lei aplicével ARTIGO 242 (Actos realizados a bordo) 1, Aos actos realizndos a bordo de navios ow aeronaves fora dos portos ou aerédromos, é aplicavel a lei do lugar da respectiva matrieula, sempre que for competente a lei teritoral, 2. Os navios ¢ seronaves militares consideram-se como parle do tertério do Bstailo a que pertencem. secexo 11 ‘Normas de conflitos sunsrogio 1 Ambito e determinagéo da lei pessoal ARTIGO 25° (Ambito da tei pessoal) © estado dos individuos, a capacidade das pessoas, as relagies de familia © as sucessées por marte sfio regulados pela lei pessoal dos respectivos sujeitos, salvas az restri- goes estabelecidas na prosente seveto. ARTIGO 26, (Inicio ¢ termo da personalidade juridica) 1. 0 infeio e termo da personalidade juridiea sto fixados igualmente pela lei pessoal de eada individuo, 2. Quando certo efeito juridico depender da sobrevivén- cia de uma a outra pessoa e estas tiverem Teis pessoas I SERIE — NUMERO 974 diferentes, se as presungses de sobrevivéncia dessas leis forem inconciliéveis, é aplicavel o disposto no n. 2 do artigo 68. ARTIGO 27,° (Diteltos de personatidade) 1. Aos diteitos de personalidade, no que respeita & sua ine tutela © As restrigdes impostas so seu exer- é também aplicdvel a lei pessoal, 2, 0 estrangeiro ow apitrida no goza, porém, de qual quer forma de tutela juridien que nfo’ seja reconhecida na lei portuguesa, ARTIGO 28.» (Desvios quanto as consequéncias da incapacidade) 1, 0 negdcio juridieo celebrado em Portugal por pes- soa que seja incapaz segundo a lei pessoal competente ni pode ser anulado com fundamento na incapacidade no aso de a lei interna portuguesa, se fosse aplicivel, considerar essa pesson eum capan. 2, Esta excepedio cess, quando a outea parte tinh conhecimento sobrevivo on qualquer desrondente, ascendente, irmbo, sobrinko ou herdeiro do falecido. 3, Se a ilicitude da ofensa resultar de falta de con- senfimento, sé as pessons que o deveriam prostar tém legitimidade, conjunta ou separadamente, para requere= ae providéneias a que o nilmero anterior se refere. ARTIGO 72° (Direito 20 nome) 1. Toda n pessoa tem direito a usnr o seu nome. completo ou abreviado, e @ opor-se a que outrem o use ileitamente para sua identificagio ou outros fins. 2, 0 titular do nome nfo pode, todavia, especial- mente no exereicio de uma actividade profissional, usé-lo de moda a prejudicar os interesses de quem tiver nome total ou parcialmente idéntico; nestes ensos, o tribunal dvcretars as providéneins que, segunda jniros de equi- dade, melhor eonciliom os interesses em conflito ARTIGO 73° (Legitimidade) As ncgies relativas & defesa do nome podem ser exer ias no &6 pelo respectivo titular, como, depois da morte dele, pelas pessoas referidas no n.* 2 do artigo 71° ARTIGO 742 (Pseudénimoy © pseudénimo, quando tenha notoriedade, goza da protecgin conferida ao prépric nome, ARTIGO 75° (Cartassmissivas confdenciais) 1, © destinatévio de carta-missiva de natureza con- fideneial deve guardar reserva sobre o seu contetido, ndo Ihe sendo Heito aproveitar os elementos de infor. magio que ela tenba levado ao seu conhecimento, 2, Morto o destinatério, pode a restituigio da carta confideneial ser ordenada pelo tribunal, a requerimento do antor dela ou, se este {6 tiver falecido, das pessoas indieadas no n.° 2 do artigo 71.°; pode também ser or: denada a destruigto da carta, o sen depisito em mio de pessoa iidénea ou qualquer outra medida apropriada. ARTIGO 76° (Publicagio de cartas confidenciais) 1, As cattas-missivas confidenciais s6 podem ser pu- Dlicadas com o consentimento do sew autor ou com 9 suprimento judicial desse consentimento; mas nio hé 25 DE NOVEMBRO DE 1966 1893 lugar ao suprimento quando se trate de utilizar as car. tas como documento literdrio, histérico ou biogréfico 2. Depois da morte do autor, a autorizagio compete fas pessoas designadas no n° 2'do artigo 71., segundo a ordem nele indieada, ARTIGO 77 (Memérias familiares e outros escrites confid ciais) 0 disposto no artigo anterior 6 aplicdvel, com a: necessérias adaptagées, As memérias familiares e pessoais © a outros escritos que tenham cardcter confidencial ou se refiram a intimidade da vide privada, ARTIGO 78° (Cartas-missivas nio confidenciais) © destinatirio de carta nfo confidencial s6 pode usar dela em termos quo nko contrariem a expectativa da autor. ARTIGO 79° (Direito & imagem) 1, © retrato de uma pessoa niio pode ser exposto. reproduzido ou langado no coméreio sem 0 consentiments dela; depo's da morte da pessoa retratada, a autorizagio compete iis pessoas designadas no n.° 2 do artigo 71." segundo a ordem nele indieada, 2, Niio é nevessirio o consentimento da pessoa retra. tada quando assim o justifiquem » sua notoriedade, 0 ‘cargo que desempenhe, exigénelas de polieia ou de justiga, finalidades cientificas, diddctieas ou culturais, ow quando ‘8 reprodugao da imagem vier enquadrada na de lugares piiblicos, ow na de factos de interesse piblico ou que hajan decorrido piblieamente. 3, O retrato no pode, porém, ser reproduzido, exposto fo langado no coméreio, se do facto resultar prejuizo para honra, reputacdo ou simples decoro da pessoa retratada ARTIGO 0 (Direito & reserva sobre a intimidade da vida privada) 1, Todos devem guardar reserva quanto & intimidade a_vida privada de outrem, 2, Lextensio da reserva 6 definida conforme a natureza do caso @ a condigho das pessoas, ARTIGO (Limitagio voluntiria dos direitos de persoualidade) 1, Toda a limitagao voluntivia ao exerefcio dos direitos de personalidade 6 nula, se for contréria aos prinetpios da_ondem pallies 2, \ limitagio voluntiria, quando legal, é sempre revo- sivel, ainda que com obrigagho de indemnizar os prejuizos causados as legitimas expectativas da outra parte secgxo 1 (Domicitio voluntirio geral) 1, A pesson tem domieflio no Iugar da sua residéncia habitual; se residir alternadamenty em diversos lugares, tem-se por domiciliada em qualquer deles. 2, Na falta de residéncia habitual, eonsidera-so domi- ciliada no lugar da sua residéncia oeasional ou, se ests niio puder ser determinada, no lugar onde se encontrar ARTIGO 63, (Domicitio profissional) 1, A pessoa que exerce uma profissio tem, quanto iis relagdes que a esta se referem, domieilio profissional no lugar onde a profissio § exereida. 2, Se exercer a profissao em lugares diversos, eada um deles constitui domicilio para as relagées que Ihe correspondem, ARTIGO 84° (Domicitio elective) E permitido estipular domicflio particular para deter: minados negécios, contanto que a estipulagio seja reds rida a escrito, ARTIGO 85, (Domicitio egal dos menores e interdites) 1, O domicilio dos menores e interdites é 0 do res- pectivo representante legal, salvo quanto aos actos em que possam intervir pessoalmente. . Nao é aplicével 0 disposto no niimero anterior, se 0, representante residir no estrangeiro ou numa provincia ultramarina ou estiver cumprindo pena de prisio, seja qual for # natureza desta. ARTIGO 66" (Domicitio legal da muther casada) A mulher easada tern o domicilio do marido, excepto se 08 cOnjuges estiverem separados judic‘almente de pes- soas ¢ bens, ou se entretanto se verifiear algum dos easos previstos nas alineas 6) © ¢) do n.° 1 do artigo 1672.° ou, telativamente ao marido, no n.° 2 do artigo anterior ARTIGO &72 (Domicitio legal dos empregados piblicos) Os empregados publicos, civis ou militares, quando hhaja lugar certo pars o exercfeio dos seus empregos, tém nele domictlio necessirio, sem prejuizo do sex domieilio voluntério no lugar da residéneia habitual. 2, 0 domicitio necessirio 6 determinado pela posse do eargo ou pelo exercicio das respectivas fungdes, ARTIGO (Domicitio legal dos agentes diplomsticos portugueses) Os agentes diplomaticos portugueses, quando invoquem a extraterritorialidade, consideram-se domiciliados em Lisboa sRcgko iv Auséncia sunseegio 1 Curadoria proviséria ARTIGO 68° (Nomeasio de curador provisério) 1. Quando haja necessidade de prover aceroa da admi nistraggo dos bens de quem desapareceu sem que dele 1894 1 SERIB — NOMBRO 274 se saiba parte ¢ sem ter deixado representante legal ou procurador, deve o tribunal nomear-lhe curador provisério 2, Deve igualmente ser nomeado euridor ao ausente, se © procurador no quiser ou nio puder exereer as suas fungoes. 3, Bode ser designado para cortos nogécios, sempre que’as citeunstancias o exijam, um eurador especial, ARTIGO 80° (Providencias cautelares) A possibilidade de nomeagio do curador provisério no obsta As providéneins cantelares que se mostrem indis- pensiiveis em relagio a quaisquer bens do ausente. ARTIGO 81: (Legitimidade) A curadoria proviséria e as providéncias a que se refere 9 artigo anterior podem ser requeridas pelo Ministério Pablico ou por qualquer interessado. ARTIGO 92.° (A quem deve ser deferida a curadoria proviséria) 1, 0 eurador provisério sori eseothido de entre as pes: sons seguintes: 0 ebnjuge do ausente, algum ou alguns dos herdeiros presumidos, ou algum ou alguns dos inte- ressados na conservagio dos bens. 2, Havendo conflito de intoresses entre o ausente e 0 curador ou entre o ausente ¢ 0 cénjuge, ascendentes ou descendentes do curador, deve ser designato um eurador especial, nos termos do n.* 8 do artigo 89." ARTIGO 83. (Rotagio dos bens © caucio) 1, Os bens do ousente settio relacionados « s6 depois entregues ao curador provisério, ao qual seré fixada eaugdo pelo tribunal. i 2, Em caso de urgéncia, pode ser autorizada a entrega dos bens antes de estes serem relacionados ou de o curador prestar @ caugio exigida. 3, Se o curador nfo prestar a caucio, seri nomeado coutfo em lugar dele. ARTIGO (Direitos e obrigayses do curador provisério) 1, 0 curador fiew sujeito ao regime do mandato geral em tudo 0 que nio contrariar as disposigdes desta subsee- gio. 72. Compete ao curador provisério requerer os procedi- mentos eautelares necessirios e intentar as acgoes que niio possam ser retardadas som prejuizo dos interesses do ausente; cabe-Ihe ainds representar o ausente em todas fs acgdes contra esto propostas. 3. 86 com autorizagio judicial pode o curador alienar ‘ou onerar bens iméveis, objectos preciosos, titulos de crédito, estabelecimentos comerciais @ quaisquer outros bens cuja aliensgio ou oneragio nfo constitua acto de administragao. 4, A autorizagio judicial sé seri concedida quando o acto se justifique para evitar a deterioragio ou ruina dos bens, solver dividas do ausente, custear benfeitorias necessérias ou uiteis ou ocorrer a outra neeessidade tir. gente. ARTIGO 95° (Prestagiio de contas) 1, curador provisério deve prestar contas do seu mandato perante o tribunal, anualmente ou quando este © exigir. 2, Deferida a curadoria definitiva nos termos da subsec- ‘glo seguinte, as contas do curador provisério sfio prestadas aos carndores definitivos. ARTIGO 982 (Remuneragio do curador) © enradar haverd dex por eento de reeeita Nquida que realizar. -ARTIGO 87° (Substituigo do curador provis6rio) © curador pode ser substituido, a requerimento do Ministério Puiblieo ou de qualquer interessado, logo que se mostre inconveniente » sus permandneia no cargo. ARTIGO 98° (Termo da curadoria) A curadoria proviséria termina 4) Belo regresso do ausente; b) Se 0 ausente providenciar acerea da administragio dos bens; c) Pela compardncia de pessoa que legalmente repre- sents 0 ausente ou de procurador bastante; 4) Pela entroga dos bens aos curadores defintivos ou ‘0 cabeen-de-casal, nos termos do artigo 108.* 2) Pela certeza da morte do ausente, sunsnegio i Curadoria definitiva ARTIGO 98° (lustificagio da auséncia) Decorrides dois anos sem se saber do ausente, se este no tiver deixado representante legal nem procurador bastante, ou cineo anos, no caso contririo, pode o Minis- t6rio Paiblieo ou algum dos interessados requerer a justifi cagia da auséncia, ARTIGO 100° (Legitimidade) Sto interessados na justifeagio da auséneia o cénjuge io sepatado judicialmente de pessoas ¢ bens, os herdeiros do ausente © todos os que tiverem sobre os bens do ausente diteito dependente da condigio da sua motte. ARTIGO 101: (Abertura de testamentos) Tustificada a ausineia, o tribunal requisitaré cortiddes dos testamentos piblicos e mandari proceder & abertura, dos testamentos cerrados que existirem, a fim de serem tomados em conta na partilha e no deferimento da eura- doria definitiva. 25 DE NOVEMBRO DE 1966 ARTIGO 102° (Batrega de bens aos legatirios e outros interessados) Os legatarios, como todos aqueles que por morte do ausente teriam direito a bens determinados, podem reque- rer, logo que a auséneia esteja justificada, independente: mente da partilha, que esses bens lhes sejam entregues, ARTIGO 103. (Entrega dos bens aos herdeiros) 1, A entrega dos bens aos herdeites do ausente a data das tltimas noticias, ou aos herdeitos dos que depois tiverem falecido, 26 tem lugar depois da partilha. 2, Enquanto nfo forem entregues os bens, a adminis- fragao deles pertenco ao cabega-de-casal, designado nos termos dos artigos 2080.° ¢ seguintes. ARTIGO 104 (Curadores deSinitivos) Os herdeitos e demais interessados a quem tenham sido entregues os bens do ausente sio havides como curadores definitivos ARTIGO 1052 (Aparecimento de novos interessados) Se, depois de nomeados os curadores definitivos, apa- recer herdeito ou interessado que, em relagdo & data das iiltimas noticias do ausente, deva excluir algum deles ‘ou haja de coneorrer & sucesso, serlhe-to entregues 03 bens nos termos dos artigos anteriores, ARTIGO 106° (Exigibilidade de obrigagées) A exigibitidado das obrigagies que se extinguiriam pela morte do ausente fica suspensa, ARTIGO 1 (Causa) 1. © tribunal pode exigir eaugiio aos curadores defini tivos ou a algum ou alguns deles, tendo em conta a ~ espécie e valor dos beus e rendimentos que eventualmente hajam de restituir. 2, Enquanto nfo prestar a caugto fixada, 0 curador esti impedido de receber os bens; estes sa entregues, até ao termo da curadoria on até & prestagio da caugio, 8 outro herdeiro ou interessado, que ocuparé, em relagio a eles, a posigio de curador dedinitivo. ARTIGO 108° (Ausente casado) Seo ausente for casado, pode o ednjuge ilo separado judicialmente de pessoas © bens requerer inventatio ¢ partilha, no seguimento do processo de justifieagtio da auséncia, e exigir os alimentos a que tiver diteito. ARTIGO 109° (Aceitagio ¢ repiidio da sucesso; Aisposigio dos direltos sucessérios) 1, Tustifinda a ausés sucessiio do ausente ou a tos sueessérios. & admitido o repiidio da isposigo dos respectivos direi- 1895 2, A eficécia do repiidio ou da disposigio, assim como aceitagio da herangs ou de legados, ‘ficam, todavia, sujeitas & condigao resolutiva da sobrevivéneia do ausente. ARTIGO 110 (Direitos e obrigasies dos curadores definitivos fe demais Interessades) Aos eutadores definitivos a quem os bens hajam sido entregues & aplieivel o disposto no artigo 94%, fieando extintos os poderes que anteriormente hajam sido confe- ridos pelo ausente em relagio aos mesmos bens. ARTIGO 111 (Pruigio dos bens) 1, Os ascendentes, os descendentes © o eénjuge que sejam nomeados euradores definitives tém diteito, a con: tar da entrega dos bens, & totalidade dos frutos percebides. 2, Os curadores definitivos nfo abrangidos pelo mimero anterior devem reservar para o ausente um terGo dos tendimentos liquidos dos bens que administrem. ARTIGO 1122 (Termo da curadoria definitivay A curadoria definitive termina: 2) Pelo regresso do ausente; ) Pela noticia da sua existéncia ¢ do lugar onde reside; c) Pela certeza da sua morte; @) Pela declaragio de morte presumida. ARTIGO 11° (Restituigio dos bens ao ausente) 1. Nos casos previstos nas aliness a) ¢ b) do artigo anterior, os bens do ausente ser-Ihe-fo entregues logo que ele o requeira. 2, Enquanto nao for requerida a entrega, mantém-se © regime da curadoria nos termos desta subsecgio. sunsecgxo a Morte presumida ARTIGO 114° (Requisites) 1, Decorvidos dez anos sobre a data das tiltimas notf- igs, ou passados cineo anos, se entretanto 0 ausente houver completado oitenta anos de idade, podem os inte. ressados a que se refere o artigo 100.° roquerer a decla- fio de morte presumida 2, A declaracio de morte presumida nfo serd proferida antes de haverem decorrido eineo anos sobre a data em que 0 ausente, se fosse vivo, atingitia a maioridade. 3. A declaragio de morte presumida do ausente nfo depende de prévia instalagio da curadoria proviséria ou efinitiva e referit-se-d ao fim do dia das wltimas noticias que dele houve ARTIGO 115° (Eleitos) A. declaragtio de morte presumida produz os restos efeitos que a morte, 1896 ARTIGO 116" (Nove casamento do conjuge do a sente) 1. 0 cénjuge do ausente easado civilmente pode con: trair novo easamento; neste caso, se o ausente regressar, ‘ou houver noticia de que era vivo quando foram celebradas ‘as novas mipeins, considera-se 0 primeito. matriménio dissolvide por divéteio & data da declaracio de morte pre- sumida, 2. Sendo catdlico 0 casamento do ausente, o seu cén- juge 85 pode celebrar nove matriménio se as leis eandnicas 9 permitirem. ARTIGO 117 (Entrega dos bens) A entrega dos bens gos sucessores do ausente ¢ feita nos termos dos artigas 101.° e seguintes, com as necessi- vias adaptagies, mas nio hé lugar a eaugiio; se esta tiver sido prestada, pode ser levantada, ARTIGO 118" (Obito em data diversa) 1. Quando se prove que o ausente “morreu em data diversa de fixada na sentenga de declaragio de morte presumida, 0 direito A heranga compete sos que naquela (ata The deveriam suceder, sem prejuizo das regras da usucapiao. 2. Os sueessores de novo designados gozam apenas, fem telagio aos antigos, dos direitos que no artigo se- guinte sto atribuidos ao ausente. ARTIGO 118° (Regresso do ausente) 1. Se o ausente regressar ou dele houver noticias, ser hes devolvido 0 patriménio no estado em que se en= ccontrar, com 0 prego dos bens alienados ou com os bens Girectamente sub-rogados, e bem assim com os bens adquiridos mediante o prego dos alienados, quando no titulo de aquisigio se declare expressamente a prove- nigneia do dinheiro. 2, Havendo mé £6 dos sucessores, 0 ausente tem di reito a ser indemnizado do prejutizo softido, 3. A mé i6, neste caso, consiste no conhecimento de qne 0 ausente sobreviveu i data da morte presumida: sunseogio 1 Direitos eventuais do ausente ARTIGO 120: (Direitos que sobrevierem ao ausente) 0s direitos que eventuslmente sobrevierem ao ausente desde que desapareceu sem dele haver noticias © que sejam dependentes da condigio da sua existéncia passam As pessoas que seriam chamadas i titularidade deles se ‘9 ausente fosse falecido, ARTIGO 121° (Curadoria proviséria © detinitiva) 1, 0 disposto no artigo anterior no altera o regime da curadoria proviséria, i qual ficam sujeitos os direitos nele referides. 1 SERIE — NOMERO 274 2, Instaurada a curadoria definitiva, sfio havidos enmo curadores definitivos, para todos os efeitos legais, aqueles {que seriam chamads i titularidade dos direitos nos ter- mos do mesmo artigo, seccko Vv Incapacidades SUBSEOGKO 1 Condigéo juridica dos menores ARTIGO 122° (Menores) Sao menores as pessons de um ¢ outro sexo enquanto nfo perfizerem vinte © um anos de idade. ARTIGO 128° (Ineapacidade dos menores) Salvo disposigio em contririo, os meuores earecem de capacidade para o exercicio de direit ARTIGO 124° (Suprimento da inca cidade dos menores) A ineapacidade dos menores & suprida pelo poder pa- ternal e, subsidiariamente, pela tntels, conforme se dis- pie nos’ lugares respeetivos. ARTIGO 125: (Anulabilidade dos actos dos menores) 1, Sem prejuizo do disposto no n.* 2 do artigo 287.°, (05 negécios juridicos celebrados pelo menor podem ser sanulados: @) A requerimento, conforme os casos, do pai, do tutor Jo administrador de bens, desde que a acgio seja proposta no prazo de um ano’a eontar do conhecimento que 0 requerente haja tido do negécio impugnado, mas nunca depois de o menor atingir 8 maioridade ou ser emancipado, salvo o disposto no artigo 181.° }) A requerimento do préprio menor, no prazo de um ano a contar da sua maioridade ou emancipagao; ¢) A requerimento de qualquer herdeiro do menor, no prazo de um ano a contar da morte deste, ocorrida antes de expirar o prazo referido na alinea anterior, 2, A anulsbilidade é sanével mediante confirmagio do menor depois de atingir a maioridade ou ser emancipado, ou por confirmagio do pai, tutor oa administrador de bens, tratando-se de neto que algum deles pudesse cele- Iprar como representante do menor. ARTIGO 1256 (Dole do menor) Nao tem o direito de invocar a anulabilidade o menor que para praticar o acto tena usado de dolo com o fim de se fazer passar por maior ow emaneipado. ARTIGO 1272 (ExcepyBes & Incapacidade dos menores) 1, So exeepeionalmente vilidos, além de outros pre~ vistos na lei ‘@) Os actos de administragio on disposigio dos bens ‘gue 0 menor haja adquirido por seu trabalho ou indiistria, 25 DE NOVEMBRO DB 1966 1897 vivendo sobre si com permissiio dos pais, ou pelas armas, letras ou profissio liberal, vivendo ou nfo em compa: hia dos pais; 6) Os negécios jurfdicos préprios da vida corrente do menor, que, estando ao aleanee da sua capacidade natu- ral, 86 impliquem despesas, ou disposigses de bens, de pequena importincia; ¢) Os negécios juridicos relatives & profissio, arte ow oficio que o menor tenha sido autorizado a exorcer, ou 08 Pratieados no exerefoio dessa profissio, arte ou oficio. 2, Pelos actos relativos & profissto, arte ou oficio do menor ¢ pelos actos pratieados no exéreicio dessa profi. slo, arte ou oficio 96 respondem os bens de que 0 menor tiver a livre disposigto ARTIGO 1 (Dever de obediéncia) Em tudo quanto nfo seja ilieito ou imoral, devem os menores niio emancipados obedecer a seus pais ou tutor © cumprir os seus preceitos. ARTIGO 12 (Termo da incapacidade dos menores) A ineapacidade dos menores termina quando cles atin. gem a maioridade ou siio emancipados, salvas as res- trigées da lel sunseegio 1 Maioridade e emancipagio ARTIGO 120° (Efeitos da maieridade) Aguele que perfizer vinto ¢ um anos de idade adquire plena eapacidade de exeroicio de direitos, fieando habili- ftado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens ARTIGO 191 (Pendéncia de acgio de interdigio ou inabilitagio) Estando, porém, pendente contra 0 menor, ao atingir majoridade, acgio de interdigio ou inabilitagio, man- ter-se-d o poder paternal ou a tutela até ao trénsito om julgado da respectiva sentenga, ARTIGO 132° (Factos constitutivos da emancipasio) A, emancipagio pode resular 4} Do easamento do menor; 8) De eoneensto do pa ou da mio quando exerga ple nameate o poder paternal: @} De concesio do conselho de familia, na fala dow pois ou estan elo ibis do poder peters 2) Do decsto do tibuaal de menores, ARTIGO 133° (Efeltos da emanctpasie) A omancipagio atribui no menor plena capacidade de exereieio de direitos, habilitando-o a reger a sua pessoa © 1 dispor livremente dos seus bens come se fosse maior, salvo o disposto nos artigos 188.° e 1649.° ARTIGO 184 (Emancipagio por concess ‘ou do conselho de fam il A emaneipagao por concesstio do pai, da mie ou do conselho de familia <6 é possivel com a aquieseéncia do menor e depo's de este haver completado dezoito anos de idade, ARTIGO 135. (Emancipagio resultante de decisie judicial) © tribunal de menores pode decretar emancipagio do menor que tena completado dezoito anos de dade, ccorrendo alguma das seguintes circunstineias 4) Ser o menor filho ilegitimo; b) Procoder o menor de casamento declarado nulo 4 anulado, ou acharem-se os pais divorciados, separados jttdicialmente do pessoas e bens ou separados de facto; ¢) Estar o menor sob tutela; @) Estar o menor abandonado, ARTIGO 1382 (Emancipagio restritay 1, A emancipagio por concessio ou por decisto do ti Dunal de menores pode respeitar apenas a certos actos ou eategorias de actos, continuando o emaneipado a ser hhavido como menor quanto aos actos restantes, 2, Sempre que tiver sido concedida com 0 intuito de habilitar 0 menor & pritica de certos actos ou ao exereicio de determinada actividade, e esse fim constar do respec: tivo registo, presume-se que a emancipagio se restringe A pritien desses actos ou ao exereicio dessa actividade. ARTIGO 1372 (Revogasio da emancipasio) 1, A cmancipagio por concessio ou por decisio do tribunal de menores revogivel por este tribunal, a re- querimento do emancipante ou do Ministério Pilblico, ow oficiosamente, se 0 emancipado vier a mostrar inaptidio para reger a sua pessoa ou administrar os seus bens. 2. A revogaeio sb produz efeitos a partir do registo. svssze¢io m1 Interdig6es ARTIGO 128° (Pessoas sujeltas # interdisio) 1, Podem ser interditos do exereicio dos seus direitos todos agueles que por anomalia psiquiea, surdez-mudez ‘on cegueira se mostrem incapazes de governar suas pes- soas © bens. 2, As interdigdes sao aplicdveis a maiores; mas polem ser requeridas e decretadas dentro do smo anterior i maioridade, para produzirem os seus efeitos a partir do dia em que 0 menor so tore maior. 3, A interdigao por anomalia psiquica pode, todavia, ser requerida e decretads a partir dos dezassote anos do interditando, com os efeitos do numero anterior, mas sem prejuizo do disposto no artigo 2290,° ARTIGO 199° (Capacidade do interdito ¢ regime da interdicio) Sem prejuizo do disposto nos artigos seguintes, in. terdito 6 equiparndo ao menor, sendo-lhe aplicéveis, com 1898 as necessirias adaptagtes, as disposigdes que regulam a ineapacidade por menoridade ¢ fixam os meios de suprir © poder paternal, ARTIGO 140: (Competéncia a tribunais comuns) Pertence ao teibumal por onde corre o processo de in- terdicio a competéneia atribuida ao tribunal de menores nas disposes que reglam 0 supsimente do paler ps: ternal ARTIGO M1: (Legitimidade) 1. A interdigio pode ser requerida pelo conjuge do jntetditando, pelo tutor ou curador deste, por qualquer parente sueessivel ow pelo Ministério Publico 2, Se o interditando estiver sob 0 poder paternal, s5 téim logitimidade para requerer a interdigio 0 pai, a mle que exereer plenamente aquele poder © 0 Ministério Pi Mico. ARTIGO 142° (Providencias provisérias) 1, Em qualquer altura do procesco pode ser nomeado um tutor provisério que celebre em nome do interditando, com autorizago do tribunal, os actos cujo adiamento possa_causar-lhe prejuizo, 2, Pode também ser decretada a interdigdo proviséria, se houver neeessidade urgente de providenciar quanto & pessoa e bens do interditando. ARTIGO 143° (A quem incumbe a tutela) ‘A tutela 6 deferida pela ordem soguinte: a) A posson designads pelo pai, ou pela mae na falta ow impedimento deste, em testamento ou documento au- tntico ou autentiead b) Ao cénjuge do interdito, salvo se estiver separado judicialmente de pessoas © bens ou separado de facto por ‘culpa sus, ow se for por outra causa Tegalmente incapaz; @) Ao pai, ou & mite na falta ou impedimento destes 4) os filhos maiores, preferindo o mais velho, salvo se-o tribunal entender, ouside o conselho de familia, que algum dos outros dé ‘maiores garantias de bom desem- penkio do cargo. 2. Se a tutela mio puder sor deferida nos termos do inimero precedente, eabe ao tribunal a nomeagio do tutor, ouvido © conselho de fami, ARTIGO 144° (Exercicio do poder paternal) Recaindo a tutela no pai ou na mie, exercem estes © poder patemsl como se dispie nos artigos 1870.° e seguintes. ARTIGO 145, (Dever especial do tutor) © tutor deve cuidar especialmente da satide do inter- dito, podendo para esse efeito alienar os bens deste, ‘obtida a necessiria autorizagao judicial ARTIGO 1482 (Escusa da tutela e exoneracio do tutor) 1, 0 ebnjuge do interdito, bem como os descendentes ou ascendentes deste, niio podem eseusar-se da tutela, I SERIE — NUMERO 274 nem ser dela exonorados, salvo se tiver havide violagio do disposto no artigo 143° 2, Os descendentes do interdito podem, contudo, ser exonerados a set pedido ao fim de cinco anos, se existi- rom outros descendentes igualmente idéneos para o exer- efeio do cargo. ARTIGO 1472 (Puplictdade da interaigio) A sentenga de interdigto definitiva 6 aplicével, com as necessirins adaptagies, 0 disposto nos artigos 1919." & 1920." ARTIGO 148, posteriores ao registo da sentenga) (Actos do inter Sto anuliveis os negécies juridicos eelebrados pelo in- terdito depois do registo da sentenca de interdigio defini- tiva, ARTIGO 149 (Actos praticados no decurso da acgo) 1, Sio igualmente anuliveis os negécios juridicos eele- brados pelo ineapaz depois de anunciada a proposighio da ‘segio nos termos da lei de processo, contanto que a in- terdigio venha a ser definitivamente decretada e se mos- tre que 0 negéeio causou prejufzo ao interdito. 2. 0 prazo dentro do qual a acco de anulagio deve ser proposta s6 comega a contar-se a partir do registo dn sontenga, ARTIGO 150° (Actos anteriores @ publicidade da acgio) Aos negévios celebrados pelo ineapaz antes de anun- cinds a proposigio da acgio & aplicavel o disposto acerca da incapacidade acidental. ARTIGO 151° (Levantamento da Interdigho) Cessando @ causa que determinou a interdigio, pode esta ser levantada a requerimento do préprio interdito . ‘ou das pessoas meneionadas no n.® 1 do artigo 141.” sunsze¢io 1v Inabilitagoes ARTIGO 152° (Pessoas sujeltas a inabilitagte) Poiem ser inabilitados os individuos cuja anomalia psiquien, surdez-mudez ou cegueira, embora de caricter permanente, nio seja de tal modo’ grave que justifique sua interdigio, assim como aqueles que, pela sua habi- tual prodigalidade ou pelo abuso de bebidas aleodlicas ‘ou de estupefacientes, se mostrem ineapazes de reget convenientemente o seu patriménio. ARTIGO 183.° (Suprimento da inabilidade) 1, Os innbilitados so assistidos por um curador, a cuja autorizagiio estio sujeitos os actos de disposigio de bens entre vivos e todos os que, em atengio as cireunstineias dde cada caso, forem especificados ma sentenga. 2. A antarizagio do eurador pode ser judicislmente suprida. 25 DE NOVEMBRO DE 1966 ARTIGO 154° (Administragio dos bens do inabilitado) 1, A administragio do patriménio do inabilitado pode ser “entregue pelo tribunal, no todo on em parte, 90 ceurador, 2, Neste caso, haverd lugar & constituigo do conselho de familia e designagio do vogal que, coma subeurador, fexetga as fungdes que na tutela eabem ao protutor 3. 0 curador deve prestar contas da sua administragio. ARTIGO 1559 (Levantamento da inabilitasio) Quando a inabilitagto tiver por causa a prodigalidade ou abuso de bebidas aleodlicas ou de estupetacientes, © set levantamento nio seré deferido antes que decorram cineo anos sobre o trinsito em julgado da sentenga que deeretou ou da decisio que haja desatendido um pedido anterior. ARTIGO 136° (Regime supletivo) Em tudo quanto 0 mio ache especiahmente regulado nesta subseegio 6 aplicével & inabilitagéo, com as neces- sérias adapiagdes, 0 regime das interdigies. CAPITULO 11 Pessoas colectivas SECQAO I Disposigées gerais ARTIGO 157 (Campo de aplicagio) As disposigdes do presente capitulo sto aplicdveis is Ses que ndo tenbam por fim 0 lucro econémico assoeindos, is fundagies de interesse social, e ainda is sociedades, quando a analogia das situagées o justi- fique: ARTIGO 158° (Aquisigio da personalidade) 1, As associngdes e fundagées adquirem personslidade jurdien pelo reonhecimento, salvo dsposigto especial da ei 2, 0 reconhecimento é individual ¢ da competéncia do Governo, ou do seu representante no distrito quando a netividade da associagio ou fundagio deva confinar-se na sire dessa eirounserigio territorial. ARTIGO 158." (sede) A sede da pescon colectiva & a que os respectivos esta- tutos fixarem ou, nn falta de designagio estatutiria, o lugar em que funciona normalmente a administragio rineipal.. ARTIGO 1 (Capacidade) 1. A capacidade das pessoas colectivas abrange todos 0s direitos e obrigagies necessirios ou eonvenientes & prossecugio dos seus fins. 1899 Exceptuam-se os direitos 0 obrigagdes vedados por lei ou que sejam insepariveis de personalidade singular. ARTIGO 161: (Aaquisigio ¢ allenagio de iméveis) 1, As pessoas coleetivas podem adquirir livremente bens iméveis a titulo gratuito. 2, Carece, porém, de autorizagio do Governo, sob pena de nulidade, a aquisigio de iméveis a titulo oneroso, bem como ® sua alienagio ou oneragio @ qualquer titulo. ARTIGO 162° (orgies) Os estatutos da pessoa colectiva designario os respeo- fivos drgios, entro os quais haverd um drgio.colegisl do administragio © um conselho fiscal, ambos eles cons- tituldes por um mimero impar de titulares, dos quais uum sero presidente ARTIGO 163° (Representagio) 1, A reprosontagio da pessoa colectiva, em juizo e fora dele, eabe a quem os estatutos determinarem ou, ne falta, de disposigao estatutdria, & administragio ou a quem por ela for designado. 2. A designagio de representantes por parte da admi- nistragio 86 6 oponivel a tereeiros quando se prove que estes @ conheciam. ARTIGO 1642 Ovrigagdese responsabiidade dos ttulares coor drgton un pesos clceiva) ‘As obrigagdes ¢ & responsabilidade dos titulares dos Srgios das pessoas colectivas para com estas sto defini- das nos respectivas estatutas, aplicando-se, na falta de disposigdes estatutérias, as regeas do mandato, com as ne- cessérias adaptagies. 2, Os membros dos corpos gerentes nao podem abster- -se de votar nas deliberagies tomadas em reunides a que cestejam presentes, e silo responsiveis pelos prejuizos delas Aecorrentes, salvo se houverem manifestado a sua dis- cordincia. ARTIGO 165 (Responsabilidade civil das pessoas colectivas) As pessoas colectivas respondem civilmente pelos actos ou omissdes dos seus representantes, agentes ou man- datirios nos mesmos termos em que 0s comitentes res- pondem pelos actos ou omissSes dos seus comissivios ARTIGO 168° (Destine dos bens no caso de extingio) 1, Extinta a possoa colectiva, se existirem bens que The tenbam sido dondos ou deixados com qualquer en- cargo on estejam afectados a certo fim, ® entidade com- petente para o reconhecimento atribui-los-&, com 0 mesmo eneargo ou afectacio, a outra pessoa eolectiva, 2. Os bens no abrangidos pelo mimero anterior tém © destino que thes for fixado pelos estatutos ou por deli beragiio dos associados, sem prejuizo do disposto em leis, especiais; na falta de fixagio ou de lei especial, a entidade

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