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METODOLOGIA FILOSOFICA Dominique Folscheid Jean-Jacques Wunenburger Martins Fontes S00 Paulo 2006 cfs pnd eign rt ae ETobOL Ot PILOSOPNGLE pr ree Uncratars a tr aro Fo sb edn ova pm coe aie 1987 Sete 2008 io eves Rev auch “ate Sk yor ond Deco Ed Taos its ds dopa Brasil serado {orara Martine Fontes Eitora Lida ‘Raa Conte Kamat, 30 0135-000 io Pub SP Brot "a 1) 341 3677 Fa (1) 31011082 mi inmate br hts matin com Indice Prefécio. vil Modo de Us0 on. xv 0 TEXTOS FILOSOFICOS Segdo I. Abordagem teériea... 3 L.A leitura dos texts. s IL A explicagio de texto. 29 UL. O comentiro de texto. 9 Segio IL. Exereicios prticos 37 IL. Um texto cléssico, mas antigo. IV. Um dislogo.. 'V. O obstéculo da transparéncia VI. Fichas répidhs..... SEGUNDA PARTE A DISSERTAGAO FILOSOFICA, Segio 1. Abordagem teéri 155 I. Definigdo do exercicio II. A preparagio de uma dissertagao, IIL A realizagao da dissertacio.... Segiio Il. Exereicios praticos. 1. Uma citagdo familiar. I, Uma definigio de nogao. IIL Um problema ja explicto.... TV. Uma questio implicita ‘TERCEIRA PARTE. OUTROS EXERCICIOS Seco I. Contraco e sintese de textos. 1A contracio de texto ILA sintese de textos Segio Il As provas orais. 1. Os textos na prova oral... IL A ligio... 7 ‘QUARTA PARTE INSTRUMENTOS DE TRABALHO. Léxic Orientagdes bibliograficas Indice remissivo Indice sind pic 293 295 315 333, 335 345, 355 375 . 385 389 Prefacio 0s estudos de filosofia, nos ciclos de formacio universi- tdria, tém, na Franca pelo menos, um estatuto paradoxal: todo estudante teve ocasido de se familiarizar com essa disci- lina, ensinada em todas as seg6es do ensino de segundo grau, cde modo que 0 ensino superior apresenta-se como um prolon- ‘gamento de uma disciplina ja conhecida; mas, inversamente, 4@ forma e o conteido desse ensino, limitado, no essencial, ao iltimo ano do ensino secundirio, néo podem ir além de uma iniciagdo geral, muito distante ainda das exigéncias de wm ‘aprofundamento universitiio. ‘Nesse contexto, um livro de metodologia filosofica, dest- ‘nado aos estudantes da universidade e dos cursos preparaté- rios a certas faculdades, € concebido primeiramente como uma formulacdo sistemdtica das técnicas intelectuais para as ‘quais o estudantejé foi preparado no ensino secundério. Mas ‘ele & mais do que isso: ndo se poderia abordar, nesse nivel, as ‘questoes de metodologia sem ligé-las a cultura filosofica e a ‘maturidade reflexiva jé adquiridas. Pois nao basta mais ‘adquirir métodos de trabalho, que jé mostraram seu valor nas diferentes formacées de tipo universitério, com o simples objetivo de progredir na realizacao de trabalhos escritos ou orais. O essencial, agora, é ser capaz de acompanhar as exi- ‘géncias préticas de elucidacdo e de justificagdo propriamente filoséficas. Com efeito, a metodologia ndo poderia ser assi- ‘milada e limitada a um conjunto de técnicas gerais cuja apli- cacao habil permitiria un bom resultado nas provas impos- tas. Ela néo é uma pura habilidade que se acrescentaria de vant METODOLOGIA FILOSOFICA {fora ao saber. Pois s6 é posstvel adquirir métodos de traba- Tho em filosofia se antes for compreendido que 0 método é ine- rente d prépria filosofia. Elaborar una metodologia, com efei- to, jd € fazer filosofia, jd que isso envolve necessariamente uma concepcao filoséfica da filosofia Nesse sentido, os exercicios académicos derivam sua dgica e sua necessidade internas, ndo de um decreto arbitré- rio imposto pela instiuicao, mas das exigéncias préprias do pensamento filosdfico quando ele analisa, raciocina, argu- ‘menta, critica. O método obedece a uma necessidade interna ¢ ndo a um capricho vindo de alguma outra parte. Seria ini- til, portant, esperar dominar técnicas se ndo se compreende a razdo de ser que esta inscrita no modo de pensar filoséfico. Por isso a metodologia filosdfica nao tem existéncia em si, ‘autonomia em relagdo @ disciplina; ao contrério, ela se con- funde com o conjunto das exigéncias tedricas ¢ especulativas do ato de filosofar, cujo objetivo & dar as idéias e a reflexdo 0 ‘mais obstinado rigor e a maior perfeicao possivel. A preocu- pacdo metodolégica ultrapassa assim, largamente, a ambicao luilitarista, uma vez que segue o movimento pelo qual a refle- -xdo espontiinea se transforma em pensamento filoséfico. Ao praticar exercicios de filosofia, trata-se de impregnar-se ainda mais de filosofia e, finalmente, de melhor filosofar. Por isso os autores deste livro, professores da Universi- dade e professor de classes preparatérias a certas faculdades, indo quiseram se contentar com uma caixa de ferramentas sim- plificada para aprendizes de flésofo. Eles se recusaram a pro- ‘por, por um lado, uma apresentacao dogmética de téenicas, que poderia fazer o leitor pensar que existe, para todo exerct- Cio filosdfico, um tinico método, cia aplicacdo cega e mecéni- ‘ca garantiria um sucesso infalivel; por outro lado, wma apre- ‘sentagdo didética, escolar, que consistria em prever todos os casos possiveis, todas as dificuldades, todos os exemplos, 0 que dispensaria.o estudante de qualquer esforco de invengdo e de ‘adapiagio quando se vé sozinho diante de um exercicio filosé- Jfico. A exaustividade, nesse dominio, nao é possivel nem dese ‘vel, porque inibiria a inteligéncia. | Muito pelo contrério, eles buscaram definir um verda- deiro drganon da prética da filosofia em geral, do qual os PREFACIO 1K exercicios filoséficos jd constituem a preparagdo. Nesse sen- tido, a metodologia filosifica aqui apresentada distingue-se cde um manual de técnicas pedagdgicas validas para esta ou ‘aquela situagao escolar; ela pretende ser como uma teoriza- (do acabada de toda atividade de leitura e de composicdo de idéias filosdficas, do exame de 2 grau do concurso para 0 magistério. Ainda que os problemas prticos enfrentados pelo ‘studante iniciante sejam sempre levadas em conta, 0 objet- vo essencial consiste em fazer adguirir, de wma vez por todas, ‘08 mecanismos e os hdbitos necessérios para conduzir qual- quer reflexéio em filosofia. Se este livro & publicado numa co- lecdo destinada antes de tudo aos estudantes do primeiro Ciclo universitério, ndo & porque thes seria exclusivamente destinada, como se pudesse haver posteriormente uma meto- dologia prépria ao segundo e ao terceiro ciclos; mas porque €exatamente nesse momento de sua formacdo que o estudan- te aprende, ou ndo, a filosofar. E desde 0 comeco que nos for- ‘mamos, bem ou mal, para uma prética ou wna profissdo, ¢ indo ha progresso possivel, numa atividade, se 0 espirito nao estiver bem formado desde o inicio. Portanto, nao se trata de definir uma metodologia em pequenos passos, acanhada, “adaptada” a um piblico de nedfitos: uma metodologia é filosofica ou ndo ¢; € verdadeira ¢ fecunda, de direito, para todos, iniciantes ou estudantes veteranos. Tal é, pelo menos, a ambigdo dos autores, com seus riscos ¢ perigos. Certamente o ensino filosofico esté exposto, mais do que ‘outros, a dificuldades especificas, que podem suscitar desdni ‘mo ow ilusoes no estudante, Com efeito, escolhe-se geralmen- te seguir uma formacao filoséfica porque essa disciplina, ‘apesar de sua abstracdo, responde a interrogacées ¢ a inte- resses existenciais e porque envolve conviccdes e valores pes- soais. No entanto, a filosofta, desde sua origem, apresentou- ‘se como uma atividade do espirito que pede que suspendamos ‘as opiniées imediatas, que nos mantenhamos afastados das discussbes espontneas, na medida em que estas s6 nos reme- tem a nossos preconceitos e @ nossas crencas irrefletidas, ‘De fato, a ilosofia se impds através da histéria como um desvio em relagao ao concreto, ao vivido, ao subjetivo, a fim x METODOLOGIA FILOSOFICA de dar-se 0s meios e 0 tempo de estabelecer os pressupostos de hnossos pensamentos, de formular questionamentos claros, de desenvolver racioctnios sistematicos, de explorar diferen- tes configuracées possiveis das idéias, em contato com sabe- res ampliados e enriquecidos. Aprender afilosofar exige por- tanto uma paciéncia tanto maior quanto mais cedo nos dedi- camos a tal, isto é, na idade de todos os entusiasmos. Pois, como jé sublinhava Platio: “Deves ter notado, acredito, que 0s adolescentes que alguma vez experimentaram a dialética dabusam dela e fazem dela um jogo, utlizando-a apenas para Ccontradizer, e, a exemplo daqueles que 0s confundem, tam- bbém eles confundem os outros, sentindo prazer, como cachor- rinhos, em acossar e espicagar com 0 racioctnio todos os que se aproximam" , quando 0 conveniente seria antes imitar “os espiritos moderados e firmes, e, ao contrério do que se faz ‘atualmente, nao deixar que se aproxime dela o primeiro que chegar, se no trowxer alguma disposicao” (A Repablica, Vil, 5395). E essencial portanto dispor, em filosofia, como na apren- dizagem das ciéncias tebricas ou aplicadas, de métodos que do se confundam com simples técnicas pragméticas, aplicé- veis a todos os problemas mas que permitam pensar melhor, raciocinar methor, refletir melhor por si mesmo sobre as ‘questées colocadas pela prépria vida. Aprender flosofia nao @ aprender a servir-se de um instrumento para aumentar nosso poder sobre as coisas ou sobre os homens, mas & ‘adguirir progressivamente a arte de desenvolver as aptides de nosso préprio espirito a julgar e raciocinar em geral Em quais contextos encontram-se entdo os problemas de metodologia filoséfica? Dito de outro modo, quais sao as rincipais vias de acesso a filasofia e quais sao suas dificul- dades? ‘Antes de mais nada, todo procedimento filoséfico encon- tra diante de si uma hist6ria, um passado. Ndo podertamos fazer como se comecdssemos a filosofar sozinhos e pela pri- Filosofar é, em primeiro lugar, colocar-se em pre- ‘anterior. Entretanto, isso ndo significa tradicdo, como se festejam os san- PREFACIO xI 108; as grandes filosofias sio algo bem diferente de obras-pri- ‘mas insuperdveis que suscitariam a veneracao ¢ que deveri ‘mos visitar como um museu. Ao contrério de uma fria histo- riografia, a historia da filosofia deve servir para descobrir pensamentos vivos em acdo, para encontrar filosofias em ato, ‘através das quais possames dar a nosso préprio pensamento um suporte, um quadro para orienté-lo, Por isso a préitica da filosofia é, antes de mais nada, insepardvel de uma freqitenta- ‘do de textos que devemos aprender a ler, a explicar € a comen- tar. Por essa pratica podemos esperar reconstiuir escrupulosa- ‘mente 0 trabalho do pensamento de outrem, evitando 08 este- rebtipos escolares que simplificam as obras, contornando 0 ‘obstaculo das palavras e a aparéncia enganosa das formulas rontas, ao mesmo tempo que situamos as filosofias em iti- nerdrios, contextos, sistemas coerentes, que as liberam de todo peso historico e as elevam a categoria de pensamento vivo e atual. Mas a histéria da filosofia torna-se, assim, um meio de nos exercitarmos em formular e em resolver problemas. Tal & 0 objetivo da dissertacdo, que, através de questoes, académi cas ou inéditas, permite ao aprendiz de fildsofo confrontar-se com modos de raciocinio,hipéteses, escothas, acompanhados de suas premissas e conseqiténcias. A dissertacdo constitui ortanto, nesse sentido, uma espécie de pré-exercicio de toda atividade filosédfica chegada a maturidade, um treinamento ‘em tamanho natural para pensar filosoficamente. Longe de ‘ser um exercicio de escola impessoal e rotineiro, ela torna-se ‘@ ocasido privilegiada para um pensamento inexperiente pr- se d prova, pér-se em jogo assumindo riscos, efetuando esco- thas, formulando conclusses, ainda que provisorias ou hipo- téticas. Compreende-se assim por que uma dissertacdo se enriquece ao apoiar suas hipéteses ¢ seus raciocinios numa ‘cultura filoséfica histérica, que sirva ndo de molde, mas de ‘matéria-prima a um pensamento vivo ¢ organizado. Com: reende-se também por que & preciso evitar refugiar-se atrés de resumos estéreis de douirinas que desempenhariam 0 papel de tapa-buraco ou de enfeite, a fim de ostentar wm saber ou de impressionar facilmente o leitor. XI METODOLOGIA FILOSOFICA Deste modo, a aprendizagem da filosofia, que visa em principio a autonomia intelectual, ndo pode dispensar 0 dominio de técnicas de leitura, de interpretacao de textos e de tratamentos sistemdticos de questdes classicas. Ao confor- ‘mar-se e ao obrigar-se a tais exercicios, o espirito se forma ‘utenticamente, se disciplina metodicamente, para satisfazer ‘aquilo que 0 motiva, um desejo de pensar. Certamente, ainda que todo estudante se veja confronta- do as mesmas necessidades intelectuais, nao se poderia subes- timar a importincia das situades individuais de aprendizagem ede formagéo, pois as vias de acesso e as normas de éxito ndo so as mesmas para todos. Em conseqiiéncia, cabe personali- zar as formacoes, seu ritmo e seu estilo, e isto por duas rrazbes, pelo menos: = de um lado, é importante modular as exigéncias gerais ‘que vao ser expostas no livro, levando em conta a via universi- ‘éria tomada pelo estudante. Nao se espere a mesma amplitude de conhecimentos e a mesma profundidade de reflexdo de estu- dantes especializados em estudos de filosofia e daqueles para (08 quais a filosofia representa apenas um ensino opcional num ‘urriculo, Uma dissertagao serd avatiada diferentemente con- {forme os cursos e as séries, mesmo se ¢ licito esperar de todo ‘estudante, por exemplo, as mesmas aptiddes para ler um texto. Alids, terd que se prestar atencéo ao fato de que certos cursos de formacao (classes preparatorias para a HEC*, por exem- lo) podem, segundo a natureza dos concursos, valorizar, em ‘maior ou menor grau, esta ou aquela qualidade metodolégica; = de outro lado, convém prever, para certos estudantes, conforme o curso seguido no ensino secundério, um programa de trabalho preparatorio ou complementar de nivelamento ou de reforco dos saberes ¢ habilidades, sobrewdo por ocasido do primeiro ano do primeiro ciclo universitdrio. Dadas a diversidade de horérios, as diferencas de nivel de cultura e de pratica flosoficas, é aconselhado a esses estudantes que com- pletem seus conhecimentos, pautando-se pelos contetidos e pe- * Escola Superior de Comérco. (N.do'T.) PREFACIO xi las exigéncias do curso que teve o ensino filosofico mais com- pleto. Para tanto, recomenda-se que estudem por si mesmos, a partir de obras adaptadas, as partes do programa que ndo teriam sido abordadas e que reforcem sua cultura filosofica através de livros de sintese sobre esta ou aquela parte do pro- ‘grama, ou esta ou aquela corrente filosdfica ~ algumas refe réncias serdo encontradas na bibliografia final. Seja como for, pode tornar-se indispensével aumentar 0 nimero dos exerci- ios (explicagdo e comentirio de textos, dissertagdo) em rela- (0 as normas em vigor no curso universitério. ‘Mas, qualquer que seja o perfil da formacdo anterior, a ‘ficdcia do trabalho deperderd sempre da parte de empenho pessoal, da capacidade de iniciativa do estudante, de seu desejo de ler e de escrever, tnicos fatores a permitir que 0 ‘conjunto das orientacdes a seguir déem seus frutos. O presen- te livro ndo poderia, assim, convidar 0 estudante a contentar- se em reproduzir esta ou equela receita, Como um bom mes- tre. ele ndo tem outro objetivo sendo tornar-se perfeitamente intl assim que se alcanccu por si mesmo um dominio do tra- batho e do pensamento fileséficos, o que implica em primeiro lugar um desejo de filosofar, pura e simplesmente. Modo de uso Este livro € fruto de wm trabatho em comum de trés pro- {fessores, que trouxeram cada qual competéncias, experi ‘cias e nuancas préprias. As orientacées de metodologia, com feito, devem estar protegidas, 0 méximo posstvel, da taveis manias pessoais de todo professor. Nao obstante, a preocupacito com uma coeréncia pedagdgica € uma confor ‘midade filosofica jamais foi perdida de vista Para 0 bom uso do livro, € aconselhado a todo princi- piante tomar conhecimento, na primeira ver, da totalidade dos capitulos seguindo sua ordem cronolégica, jd que a con- cepedo do livro Segue, tanto quanto possivel, wma ordem de progressao pedagégica: para cada exercicio, encontrar-se-4 assim uma apresentacao do sentido filosdfico do exercicio, a exposicdo teérica das operacées preparatérias a conduzir, acompanhada de conselhos préticos para sua realizacdo, alguns modelos de exercicio com suas justificativas, ¢ fichas rrépidas, que permitem entabular trabalhos pessoais. O indice detalhado permite ter a todo instante uma visao de conjunto desses diferentes desenvolvimentos. ‘Num segundo momento, em funcdo das sitwacdes peda- ‘x6gicas e das dificuldades pessoais encontradas, é mais til, trabalhar apenas sobre este ou aquele capitulo, Para orienta- do, pode-se consultar: — ou 0 indice detalhado, no final do volume, para localizar a pdgina da apresentacdo tematica de um exercicio dado: xvi METODOLOGIA FILOSOFICA leitura de textos, dissertacdo, explicagdo e comentario de um texto, outros exercicios, etc.; ou o indice analitico, que permite encontrar as remissoes de paginas com informacdes técnicas relativas a metodolo- gia em geral. Poder-se-4 igualmente recorrer, conforme as necessida- des, ao indice dos termos de metodologia, que sintetiza dife~ rentes definigdes prOprias ds operagoes imelectuais emprega- das nos exercicios Seja como for, deve-se evitar uma atitude passiva, que apenas repita as orientagées do livro. Por isso, 08 trabalhos préticos contém instrucdes que convidam a fazer exercicios ‘complementares destinados a verificar a prépria compreensaio, aplicar as instrugées a outros exemplos particulares. ‘Ao longo de todo o livro estdo inseridas igualmente, na Jorma de "janclas”, diretrizes simplificadas, faceis de memo- rizar, que chamam a atencdo para os reflexos ¢ os hdbitos a ‘adotar, sem com isso dispensar a compreensdo das razdes de ‘fazer, desenvolvidas no corpo do texto. PRIMEIRA PARTE Os textos filoséficos SECAOL Abordagem tedrica Capitulo 1 A leitura dos textos I. Por que ler textos filos6ficos? ‘Moda de uso do com seus conhecit seus progressos, Volar freqientemente 0 e380 pequena “tlossfia da letra flostica” para inleririzé4o, apropriorse dela, moduléa de acor os pessoas, fn de consequentemente clarficar seus objatwos e ajusar suas préticas @ cado etapa de Do final do secundério ao DEUG*, passando pelos cur- 505 preparatérios, 0 estudante de filosofia ndo pode abster-se de uma relagao pessoal, intima e constante com os textos. Mas, antes de penetrar no terreno da prética e para ajustar ‘da melhor maneira possfvel os esforgos metodolégicos aos ob- Jetivos, € preciso primeiro identificar com preciséo a natureza ‘exata de tal relagdo, deixando-se guiar por suas exigncias fi- losoficas. Sem isso, nio se saber nem o que deve ser feito, ‘nem como fazé-0,¢ os esforgos realizados nao alcangardo seu ‘objeto ou o fardo inutilmente ™ Diploma de Estos Univesitros Gerais, ou de I ciclo, na Fang. (dor) 6 (5 TEXTOS FILOSOFICOS a~ Uma relagdo necesséria ‘A necessidade de uma relago direta e constante com os textos pode parecer evidente. Mesmo assim é preciso com- preender a necessidade em questio, Sem divida, a explicagdo e © comentério de textos po- ‘dem também servir de instrumentos de avaliagio e constituir provas de exame ou de concurso, tanto escrito como oral. Sa~ be-se, aliés, que elas ocupam uma posiyao estratégica para o CAPES* e para a hablitagio ao ensino de filosofia, na Fran- ‘Mas essas incidéncias ndo devem nos ocultar 0 que é py ‘irio, constitutivo, essencial: 0 desenvolvimento de um pen- samento pela confrontacio com outros pensamentos, jé cons- tituidos e acabados. Portanto, se é preciso inclinar-se sobre as questdes meto-

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