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Curso Introdutério a ANALISE COMPLEXA COM APLICACOES SEGUNDA EDICAO ic heiee AEE PATRICK D. SHANAHAN Pad a gm ETC Sumario Prefiicio ix LL. + Niimeros Complexos ¢ Suas Propriedades 2 1.2 Plano Complexo 8 1.3 Forma Polar de Niimeros Complexos 13 1.4 Poténcias e Ratzes 18, 1.5 Conjuntos de Pontos no Plano Complexo 23 1.6 Aplicagoes 28 Questionsrio de Revisfio do Capttulo 1 35 2.1 Fungoes Complexas 39 2.2 Fungées Complexas como Transformagies 44 2.3 Transformagées Lineares 52 2.4 Funcdes Potencias Fspeciais 61 2.5 Fungo Reefproca TA 2.6 Limites ¢ Continuidade 82 2.7 Aplicagdes 98 Questiondrio de Revisi do Capftulo 2 103 3.1 Diferencighilidade ¢ Analiticidade 106 3.2 Equagdes de Cauchy-Riemann [4 3.3. Fungoes Harmonicas 119 3.4 Aplieagdes 123 Questionsirio de Revisio do Capitulo 3 129 4.1 FungSes Exponencial e Logaritmien 132 4.2 Poténcias Complexas 145 4.8 Funcdes Trigonométricas ¢ Hiperbslicas 150 4.4 Pungées Tri 4.5 Aplicacdes 167 Questiondrio de Revisio do Capitulo 4 174 ométricas ¢ Hiperbélicas Inversas 161 5.1 Integrais Reais 17 5.2 Integrais Complexas 184 5.8 Toorema de Canchy-Goursat 192 5.4 Independencia de Percurso 198 5.5 Formulas Integrais de Cauchy ¢ Suas Consequéncias 205 5.6 Aplicagdes 214 Questionsirio de Revisio do Capitulo 5 223 vii viii Apéndices: 6.1 6.2 6.3 64 6: 6.6 6.7 Ta 12 7.3 14 15 I IL m1 Resfduos 226 Sequencins ¢ Séries 227 Série de Taylor 235 Série de Laurent 24 Zeros © Polos 2 Resfduos © Teorema de Resicuos 2 Algnmas Consequencias do Teorema de Residuos 265 Aplicagées 282 Questionsrio de Revisio do Capitulo 6 291 ‘Transformagio Conforme 294 Transformagoes Praciondrias Lineares 301 Transformacdes de Schwarz-Christoffel 309 Formulas Integrais de Poisson 316 322 io de Revisio do Capitulo 7 337 Aplicagde Questions Prova do Toorema 2.6.1 339 Prova do Teorema de Cauchy-Goursat 341 ‘ubela de Transformacoes Conformes 345 Respostas a Problemas Selecionados de Ordem fmpar 352 indice 371 Prefacio c A primeira edigéo deste livro nasceu do material contido nos Capitulos 17 a 20 do livro Ad- vanced Engineering Mathematics, Third Edition (Matematica Avangada para Engenharia, Terceira Edi¢io] publicado pela Jones and Bartlett Publishers, em 2006, de Dennis G. Zill ¢ do falecido Michael R. Cul- len. Bsta segunda edigio representa. ana expansio ¢ revisio do material original e destina-s uum semiestre ou trimestre de «uragio, Set objetivo é apresentar princfpios basicos ¢ aplicagdes «le andlise complexa a estiudantes de cursos de graduacao sem conhecimento do assunto, A escrita é direta ¢ reflete o estilo descomplicado de Adeanced Engineering Mathematics. A motivacao para adapté-lo ¢ torné-lo um texto independente adveio de uma insatisfagio com os di versos livros-texto que vinhamos ntilizando ha anos em enrsos de graduagio sobre anzilise complexa ofere- cidos por iosso departamento. A experiéneia mastrou-nos que livros considerados acessiveis a estudantes do graduagio sio, em geral, escritos em um nivel demasiado elevado para nossa audiéncia, A “andiéncia de nossos cursos introdutérios consiste em alguns estudantes de matemsitica, outros de fisiea e, prinel- pahnente, em estudantes de engenharia elétrica ¢ de ciéncia da computagio. Em nossa universidade, um estudante tipico de ciéncias ou cugenharia nao é obrigado a fazer cursos de matematica voltados para a tooria, como métodos de prova, algebra linear, Algebra abstrata, calcul avangado ou princtpios de andilise real. O tinico pré-requisito do curso de graduagdo em andlise complexa ¢ que o estudante tenli comple- tado o terceiro semestre da sequencia de cileulo. Portanto, na maior parte, eéleulo ¢ tudo que adimitianos como preparagio para que o estudante use este livro, embora algum conhecimento pratico de equagoes diferenciais soja vitil nas secbes dedicadas as aplicagbes. Neste texto, mantivemos a teoria em nm nivel que esperamos ser tratdivel e concentramo-nos naqnilo que consideramos necessario a umn eso inttrodu= tério. Muitos prinefpios siio apresentados em um estilo informal e conceitual, em vez do formato conven- cional de defni¢ao/teorema/prova. Parece-nos justo tomar este texto como uma continnagio do estudo de cileno, mas desta vex como o estudo do eaienlo de fungSes de uma varidvel complexa. Todavia, a0 interpretem essa informs a por um “livro de receitas”. Siio apre- sentadas provas de resultados importantes, € a terminologin-padrao ¢ usada ao longo de todo o texto. Na verdade, i muitos problemas em que o estudante deve provar algo, Acreditamos que qualquer estudante ma maturidade matematica ¢ entendimento ao tentar cio erroncamente: no trocamos a toot uiio apenas o de matemitien — pode adquirir a No entanto, tam provar ‘mi sabemos que @ maioria deles nio tem ideia de como iniciar uma prova, Por conseguinte, em alguns de uma boa indicagao de como proses jossos problemas de “prova” o leitor ¢ guiado nos passos iniciais ou recebe A Feitas Nesta ligo Primeiro, falemos sobre © que nfo fol modifieado nesta edigao: ‘¢ A filosofin hiisicn original, a quantidade de capitulos e a ordem das secbes em cada. capttulo so as mesmas da primeira edigio. Mantivemos, propositalmente, 0 niimero de capitulos deste texto em sete. Isso foi feito por dois motives: proporcionar um volume adequado de material, de modo que maior parte do mesmo possa ser coberta, de forma razosivel, em um tinico curso e, no mesmo tempo. mninimizar 0 custo, Nosso principal objetivo para esta segunda edigio foi reforear os aspectos positivos do tex! isto, fizemos 0 seguinte: o original. Par # Diversos problemas novos, especialmente de carter conceitual, foram adicionados. Além disto, al- guns dos problemas existentes foram aprimorados, enquanto outros, avalindos como inefieazes, loran forcados a aposentadoria precoce. © Uma parte do texto e diversos exemplos foram reescritos, para esclarecer ou expandir topicos ex discussfio, Em alguns casos, pereebemos que a clareza da exposigao podia ser melhorada com a aclo~ co da atitude “mnenos @ mais” Preficio ‘« Erros e falhas de digitagio da. primeira edigio foram corrigidos. ¢ A mumeragio das figuras, teoremas ¢ defmig6es foi modificada, Adotamos um sistema d sre meragio decimal, Por exemplo, a interpretagio de “Figura 1 Capitulo Secae pile, Sec 1 2.3—Tercelra figura na seca Parece serem citadas em seq Ws que esse tipo de nur Ses ou capttulos posteriores Caracteristicas do Texto Mantivemos muitas das caracterfsticas da edigio anterior. Cada inicia com sua prépria tratado no capitulo. Além disso, o inicio de cada se rios a respeito de tépicos espe fo em um capitulo apresenta comentiirios ina de abertura, que inclui um indice © uma breve introducio sobre ficos cobertos na segao, A maioria das sedes termina com 0 que c cragio facilitard « localizagio de figuras, teoremas © defi de Observacées, onde alertamos o estudante « respeito de sireas em que eélentos real ¢ complex on discutimos t6picos adicionais de interesse (como a esfera ¢ as superficies de Riemann) rela seclio, mas no necessariamente nela cobertas. Muitas das segGes mais longas foram divididas « feito para fi Ges, embora permanecain unificadas pelo assunto; isso fo far a apresentagio ao longo de varias anlas, Os correspondentes conjuntos de exercicios foram divididos da mess para auxiliar a preciso de trabalhos de casa. Comentarios, classificagbes ¢ algunas advertér pallados em abundancia ao longo do texto na forma de notas de margem, ‘Apresentamos mmerosos exemplos e tentamos, com afinco, fornecer todos os detalhes das Como, com frequéncia, aplicagées de anéilise complexa sio reunidas em um tinico capfiulo p po para que os professores as discntam no curso. Auslise no fim do texto, pode nao sobrar t 6 uma ferramenta poderosa na matemstien aplicada, Para anxiliar a exposi¢fio desse belo as sunto, decidimnos encerrar cada eapitulo com uma segao dedicada as aplicagoes. Os conjuntos de exereicios foram elaborados em um estilo piramidal, ¢ em cada conjunto ha. p duas partes. A primeira parte de um conjunto de exercicios consiste em uma generosa poreio de de treinamento de praxe; a segunda parte consiste em problemas conceituais, literais ¢ geo nnitos conjuntos de exercicios hi uma terceira parte dedicada ao uso de tecnologia. Como o me tizamos e= enfin de operacdo de todos os sistemas algébricos computacionais ¢ a andlise complex: software. Einbora discutamos 0 uso de Mathematica” no texto, o§ problemas sio genéricos em Cada. capftulo se encerra com um Questionirio de Revisio do Capitulo, Achamios que algo coitual despertaria um pouco mais de interesse do que a repetigao de velhos problemas dados cionais Exereicios de Revisio do Capitulo, ‘As respostas a problemas selecionados de ordem impar so dadas no final do texto. J4 que conceituais também podem ser usados como temas de discussie em sala de aula, decidimos swuas respectivas respostis. Agradecimentos Gostariamos de expressar nossa gratidaio aos colegas da Loyola Maryme sity (LMU) que fizeram uso do texto em seus cursos e aos professores que se deram ao tral contatar, por suas palavras de incentivo, erftieas, corregSes ¢ sugesties cuidadosas. Reconhe: pecial é reservado a colega Lily Khadjavi, que fornecen valiosas sugestdes- para as duas ecligdes Desejamos expressar, ainda, nossa gratidao pelo valioso retorno recebido dos alunos da LMU este livro nas verses preliminar ¢ impressa. Por im, um sincero “muito obrigado” aos sew! que contribuiram para a primeira edigio do livro: Nicolae H. Pavel, Ohio University Marcos Jardim, Pennsylvania University Ilia A. Binder, Harvard University E outro “muito obrigado” aos revisores desta segunda edigao: Joyati Debnath, Winona State Uni Rich Mikula, William Paterson University de Nova Jersey dim Vance, Wright State University versity 4 Proficia xi Chris Masters, Doane College George J. Miel, University of Nevada, Las Vegas Jeffrey Lawson, Western Carolina University Javad Namazi, Fairleigh Dickinson University Ir] Bivens, Davidson College Por ultimo, gostarfamos de agradecer ao nosso editor, Tim Anderson, por sua pressiio affvel, e & equipe do departainento de producio, por mais um trabalho benfeito, itagio Final A composigio de um texto de matemitica, mesmo de tamanho modesto como este, envolve a manipulagio de milhares de palavras e stmbolos. A experiéneia nos ensinon que erros ~ de di- gitagio ou erros verdadeiros — parecem ser um inevitavel produto colateral do esforgo de escrever livros texto. Desculpaino-nos antecipadamente por quaisqner eros que venham a ser encontrados, ¢ solicitamos que os mesinos nos sejam informados. Isso pode ser feito por meio da editora Dennis G. Zill Patrick D. Shanahan Numeros Complexos e o Plano Complexo indice do Capitulo 1.1 Naimeros Complexos o Suas Propriedades 1.2 Plano Complexo 1,3. Forma Polar de Niimeros Complexos 14 Po 1.5 Conju o Ratzes Pontos no Plano Complexo 1.6 Aplicagdes Questionsrio de Revisio do Capitulo 1 Introduco Em cursos bsicos, o alino toma conhecimen- to da existoncia de e nimeror comple da algu de suas propriedades, pr tudo, nos cursos de eéleulo 6 muito vel que aaa vimeros complexos. Neste texto lexos 0 céleulo de fun sndlise abrangente da aritmética © ‘ouiplexos. na Superfcie de Riemann para argil. Veja Capitulo 2 Figura 2.4.19, Capitulo Van 1.1 Nuimeros Complexos ¢ Suas Propriedades ‘Ningném inventou os “niimeros complexos”, mas no século XVI jé havia controvérsias a respeito da utilidade cesses mimeros, Na tentativa de resolver equagdes polinomiais por meio de formulas que en volviam radieais, os pioneiros da matemdtica foram forcados a admitir a existéncia cle outros tipos de iimeros, além dos inteiros positives. Equagies como e+ 2 +2 =O. a! = Gr-+ 4, que tinham como “solugdes” 14+ ¥—T e 24+ y—2 + (/2— y=2, causavam particular affigao & comunidade de inex- perientes estudiosos, pois todas sabiam que néo existiam mimeros como y=T € ¥=2, mimeros cujo quadrado ¢ negativo. Estes “mimeros” existem apenas na imainagio das pessoas ou, como disse um fildsofo, “o imaginéio, (este) favorito do misticismo complexo”.' Ao longo do tempo, “mimeros imagi- néios” nfo desapareceram, principalmente porque os mateméticos siio obstinados alguns chegam a ser praticos. Um famoso matemstico defendia que embora “existam em nossa imaginacdo... nada. 10s impede... de usé-los em eéleulos” # Os matemstieos tambom detestam descartar alguma coisa. Afmal havin ainda uma lembranca de que mimeros negativos foram, de infcio, taxados como “cticios”. O ‘conceito de ntimera evoluin ao longo dos séculos; de forma gradual, 0 conjunto dos mimeros deixou de conter apenas inteiros positivos passou a inchnir mimeros racionais, negativos e irracionais. Con- tudo, no século XVIII o conceito de mimero deu um gigunteseo passo a frente quando o matemsticn alemio Carl Friedrich Gauss deu aos assim chamados mimeros imaginrios — ou miimeros complexos. como passavam a ser denominados — um formato légico e consistente, tratando-os como uma extensio do sistema de mimeros reais. Nosso objetivo nesta primeira segio € discutir algumas definigdes bisieas ¢ a aritmética de mimeros ‘complexas. Unidade Imag gindvia Mesmo apés ganhar larga respeitabilidade, por meio do trabalho setnital de Carl Friedrich Ganss ¢ do matemtico frances Augustin Louis Canchy, a desafortunada, denominagio ‘maginirio” sobreviven através dos séculos, O simbolo i foi originalmente empregarlo como nn disfarce para 0 embaragoso simbolo ¥—L, Hoje, dizemos que i¢ a unidade imaginéria, definida pela propriedade ade imaginéia construimos um mimero complexo genérico a partir de dois Com 0 uso da. uni niineros reais. Definigdo 1.1.1 Nimero Complexo Uin mimero complexo é qualquer nfimero da forma onde a ¢ b so mimoros reais e i, a uni- dade imagins Terminologia As notagdes « + ibe a+ bisio usadas indiscriminadamente. O ni 5= a+ thé chamado parte real de 2 0 mfimero real J é chamado parte imagindria de real ¢ imagindria de um niimero complexo 2 sio abreviadas por Ke(2) ¢ hin( =), respectivanente, Por cxemplo, se z= 4 9i, entio Re(2) = 4¢ Im(2) = -9. O produto de uma coustante real pela unida- wimero imaginario puro. Por exemplo, = = 67,¢ um mimero imagindrio =. As partes de imagindria 6 chamado de wm puro, Dois mimeros complexos sio iguais se stas correspondentes partes reais ¢ imagindrins forem iguais, Como este conceito ¢ util, formalizamos a itima assergio na préxima definigio, Definigao 1.1.2 Igualdade Os mimeros complexos =; = a + ib) ¢ % = a; + aby sito iguais, 2; e De autores ctam Eugen Darin (1833 1921), coutroverse fikkofo, economist, jurista e cientista politico anit. Ent 1887, em sue ‘oli Krtisehe Gesebacte der allgesninen Prinsipien der Mechanik [Histéria Critien dos Prinipios Universais da Meciniea eiticou no de nimeros imaginéris. (N.T.) TAB), om Blementos de digehra 0 s4igy Baler fo um dos mais influentes © prokfees matenitions de todos Nutmeros Complexos © 0 Plano Complexo 3 Ein termos dos sfimbolos Re(2) ¢ lmn(2), a Definigio 1.1.2 estabelece que 2, = 2, se Re(a) = Re(2) ana) = Im(2 \ totalidade de mimeros complexos ou 0 conjunto de niimeros complexos 6, em geral, denotado pelo sttmbolo C. Como qualquer utuunero real a pode ser escrito come z= a+ Oi, ol de ntimeros reais R. @ um subconjunto de C. dperagdes Aritméticas Nimeros complexos podem ser somados, subtrafdos, multiplicados ¢ dividi dos. Se % = 0, + ib, 0 2, = ay + iby, essas operagies sio defmidas da seguinte formn (01 + hy) + (02 + iby) = (a +42) + ify + bn) = (a1 +41) — (an + iba) = (ax — a2) + il ~ ba) = (ai + ihi)(a2 + 2) Adigio: 21+ Subiragio: 21— Multiplicagio: yay — Dibp + i(bias + arb) ay + iby Divisio: 1H as #0, obo #0 a + ibs hbo, bra B ase by As fauniliares leis comutativa, associativa e distributiva sao vélidas para niiineros complexos: Lei distributiva: 24(22 + 24 ‘Com estas leis nao ha necessidade de memorizar as definigdes de adicao, subtracio e multiplicagio. Adicéo, Subtracéo € Multiplicagéo (i) Para somar (subtmair) dois mimeros compleros, basta somar (subtrair) as correspondentes partes reais © imagindrias. (ii) Para muttipticar dois miimeros complezos, basta usar a lei distributiva ¢ o fato de que ® = A definicgao de divisio exige um pouco mais de elaboragio, de modo que adiaremos um ponco a discuss’io detalhada desta operagao, Adigao © Multiplicagao +4ie 3+ 8i, determinemos (a) 4 + % ¢ (b) 21%. at = (244i) +(-3 +8) = (2-3) +(4 b) Pela lei distributiva, e como # = -1, 0 produto de 2 ¢ 26 222 = (2+ 48) (3+ 81) = (2 + i) (—3) + 2 +4) (i) = 6-121 + 168-4 = (—6 — 32) + (16 — 12)i = —38 + 4 Capitulo Um 0.0 No sistema de mimeros complexos 0 zero 6 0 miimero 0 zero 6 a unidade sio denotaclos por 0-¢ 1, respectivamente. O zero 6 a , pois para qualquer niimero complexo z= a+ i Para comprovar isso, ausemos a definigio de adigio: +ib =: z40 (at #) + (040i) =a+0+i040)= De modo similar, a unidade 6 a identidade multiplicativa do sistema de niimeres complexos, pois para qualquer niimero complexo = temos 2-1 = 2+ (1+ 0/) = « Se = for um niimero complexo, © mimero obtido pela mudanga do sinal de sua parte ima initia 6 chamado de eomplexo conjugade, ou simplesmente conjugada, de 2, ¢ é denotado pelo stmbolo Em outras palavras, se seu coujugado 6 2 Por exemplo, se 2= 6 + 3%, entao 2 = 5 ~ i, eniao 2 £ Se 2 for wm mimero real, ¢ 2= 7, cntio 2 = 7. A partir das definigies de adigio e subtragao de mimeras complexos mostramos prontamente que o conjugedo de ma soma ou de uma diferenga de dois miimneros complexas é a soma ou a diferenga dos con) Q Obviamente, 0 conjugado de qualquer soma (produto) fnitao) de mtimeros complexos é a soma (produ to) dos conjugados. As definigoes de adigio e de multiplicagio most ma & © produto de um nikinero complexc que a sc = (a+ i) +(a-i) @) F=(a+ib)(a—i)=a PP =a +P, 0) A dliferenga entre un niimero complexo 2 seu conjugado 7 & um udwero fmmaghndtio pur 2-E= (a+ ib) —(a— i) = 2%. 6) Como a = Re(s) e b = Im(2), (3) ¢ (5) fornecem duas formulas Re(z) = = Inn 6) Contudo, (4) 6 ar Iago importante nesta discussio, pois permite uma abordagem pritica para a divie Diviséo Par dividir % por 2, maultiplicamos o numerador ¢ 0 denominador de Ou seje, € usamos 0 fato de que 22 € 4 soma dos quacradlos das partes real ¢ imaginéria d © procedimento descrito em (7) é ilustrada no proximo exemplo. A notaginn © € igualmente utiizaua park represeatar o complexe eanjugido de s (NIT Niimeros Complexos ¢ © Plano Compleso 5 2 Divisio Para Bie == 4 + Gi, caleulemos 3/2 Solugéo Multiplicamos numerador ¢ deniominador pelo conjugado 2 = 4 ~ 67 ¢, a seguir, usa Comio desejamos una respasta: na forma a + bi, reescrevemos o iiltimo resultado dividindo as partes real © imaginaria do numerador -10 ~ 24% por 52 € simplificamos as fragbes: : a_ Wm 52 a No sistema de ntimeros complexos, todo mimero 2 tem um tinico inverse aditive, Como no sistema de mimeros reais, 0 inverso aditive de 2= a+ ibé sen negalivo = onde z= a bi. Para qual quer mimero eomplexo =, temos 2 + (-2) = 0. De modo similar, todo niimero complexo no nulo 2 tem umn inverso multiplieativo. Em sfmbolos, para =» 0 existe um © somente um mimero complexe nao alo =! tal que 22! = L. O inverso multiplicativo =! € 0 mesmo que o reciproco 1/2. Reefproco Determinemos 0 reciproco de = 2 — 34 Solugao Usando a definicao de divisdio, obtemos Q+Bi _ 243i i+9” 1B Ou seja, Vale a pena gastar alguns segundos e efetuar a multiplicagao Comparacao com Andlise Real (i) Varias das propriedades do sistema de mimeros reais R. permanecem vélidas no sistema de mit meros complexos C, mas ha algumas diferengas notaveis. Por exemplo. 0 conceito de ordem do sistema de miimeros reais nfo se aplica ao sistema de mfineros complexes. Eu outras palavras, nao podemos comparar dois mimeros compl 4G, + iy, b, = 0,6 % = & + iby, by #0, por meio de desigualdades. Assercdes como 2 2, & 3 niio tem qualquer significado em G, exceto nos casos especinis em que 2, ¢ % forem ntimeros reais. O Problema 55 do Conjunto de Exereicios 1.1 trata disso. Portanto, em uma assercao do tipo % ‘a > O fica implicito da desigualdade a > 0 que o simbolo a representa um ntimero real. (ii) Algumas coisas que sabemos ser impossiveis na anslise real, como e = -2 e sen = 5, quando «€ uma varivel veal, sao perfeitamente corretas e corriqueiras a andlise complexa, quando 0 simbolo 2é interpretado como uma varidvel complexa, como discutido no Exeimplo 3 da Secio 4.1 eno Exemplo 2 da Segio 4.3. Contimiaremos a ressaltar outras diferengas entre as andilises real ¢ complexa ao longo do restante do texto, 6 Capitito Um Selecionados de Orsi I Veja Solugies de Prem 00 fio 1, Determine as seguintes potencias de & we b)i & ye 2. ‘Bscrova o niimero dado na (a) 2? — 38? +51 7 — 101? —9 5 2 2 # (2s. @3+2-2% cars (2) +i 128 8. (5-9) + 2-4) 4, 3(4—i) 36 +28) 5. (+7) 6. 4a) 44H +21 7. 2-448) 8 G-WG+h) 9. 38 ao. ra 2a ai We sro 13, at (5-4) -@ (FR) +E IT. (1-92 ~H(2+6i) 1 19. (8+) + (1-H +51) + 5 Nos Problems 21 (Atay =a ABE gh BS pode = 1, 2,8, -- para escrever © ustero dado na forma a + ib a1. (2434) 22. (1-41) 23. (-24-24)° 24. (14+) Nos Problemas 25 © 26, determine Ro(2) e lim(2). ws. == (545) (49) 26, Nos Problemas 2 27. Re(t 28. 29, Im(2z 30. Im(z* +2") Nos Problemas 31-3, >= 2+ iy. Expresse a quantidade dada em termos dos sfinbolos Re() ¢ Im BL. Re(iz} 82. In(i 88. Im(1+1)=) 84, Re(:*) Niimeros Complexas ¢ 6 Plano Complexo 7 Nos Problemas 35 ¢ 36, mostre que os niimeros indicados satisfazem a ecquagio dada. Em cada caso, explique por que solugées adlicionais podem ser encontradas. i. Determine una. solugio adicional, 144, Determine duas solugdes adictonais, = « até Trai, Nos Problemas 43 ¢ 44, resolva 0 dado sistema de equagdes para 4. ing =2+ 101 44, 40-4 45. © que pode ser dito sobre o ntimero complexo 2, se == (r= ( 46. Peuse em uma solugio alternativa para o Problema 24. Entio, sem efetuar muitas contas, determine 0 valor de ea AT. Para um inteiro nfo negativo n, # pode ter um de quatro valores: 1, —1 ei, Ein cada um dos quatro casos seguintes, expresse 0 expoente inteito n em termes do simbolo 4, onde k= 0, 1, 2,3, j@ns (ye (meat (ana 48. EXxiste uma alternativa ao procedimento dado em (7). Por exemplo, 0 quociente (5 ++ 61)/(1 + i) deve ser expres: so na forma a+ ib +68 TH =atib. Logo, 5 + 6 = (1+ (a+ i), Use este resultado e a Definigao 1.1.2 para determinar 0 quociente dado, Use este método para determinar © reeiproco de 3 ~ 4i 49. Admita, por um momento, que VT+7 tem algum significado no sistema de usimeros complexos. Como vob de- ionsteatia a validade da igualkdade 50. Suponha ane sejam mimeros complexos. O que pode ser dito de a © % se 5 51. Suponha que o produto fondle 6 win mnimero real de dois niimeros complexos seja uma constante real nfo nula. Mostre que 2 = Ay, 52, Sem efetuar muitos célculos, explique por que um resultado imediato de (2) © de (3) & 2Re(. 53. Matemiticos gostam de provar que certas “coisas” em um sistema matematico so inicas. Por exemplo, a prova de uma proposigdo como “A unidade no sistema de nimeros complexos & iiniea” em geral se ini tese de que existem duas unidades diferentes — digamos, , ¢ J, ~ ¢ prossegue com a demonstragio de que esta hipstese leva a alguma contradigio, Dé uma contradigio, caso se adinita que existem duas unidades diferentes. ‘com a hip6- 54. Siga o procedimento indicado no Problema 58 para provar a proposigio “O zero no sistema de miimeros comple 55. Um sistema de mimeros é definido como um sistema ordenado se contiver um subconjunto P com as seguintes propriedaudes: Primeim, porn qualquer mimero niio nulo x no sistema, x ou —x (apenas um deles) esté em P. Segunda, se 2 ey forem mimeros em P, entio ay ex + y estia em P. 8 ‘aptulo Crm No sisterna de nimeros reais, o conjunto Po conjunco de aimsres positvos No sistem de mimeros reais, - Zemos que 6 maior que 9, denoiado por 2 > y 0 esomente se x~ y estiver em P. Diseuta por que nio existe tim tal conjanto P no sistema de nimercs complexes. (Suyestdo: considers ie i] 1.2. Plano Complexo ‘Um ntimero complexo a+ iy é determinado de forma tinica por um par ordenado de miimneros: reais (x 1). A primeira e a segunda entradas do par ordenado corresponcem as partes real imaginérin do ‘nniimero complexo, respectivamente. Por exemplo, 0 par ordenado {2, 3) corresponde ao mimero com- plexo : =2~ 31, Reciprocamente, 2 = 2 ~ 3# determina 0 par ordenado (2, 3). Os mitmerns 7, #e-5i iio equivalentes a (T, 0), (0, 1) ¢ (0, -5), Tespectivamente. Desa forma. podemos associar win mnimcro complexo “ao ponto |. y) em um plano coordenado. a Plano Complexo Devido a correspondéncia entre um mimero compleso 2 at ibe um e somente um ponto (2, 9) em um plario coordenadlo, podemos usar os terimos or mtimero complezo e ponto de forma indiscriminada. plano coordenado ilustrado na a4 es) Figura 1.2.1 é clamado de plano complexo o1, simplesmente, plano z 0 eixo hori- zontal ou cixo 26 chamado eixo real, pois eada ponto neste eixo 6 um mimero real. O cixo vertical ou eixo y é chamado de eixo imagindrio, pois cada ponto neste eixo é umn itis mero imaginario puro. Vetores Em ontros cursos o aluno, sem diivida, viu que 08 nimetos em um par or denado de mianetos reais podem ser interpretados como as componentes de um vetor. Assit, um minnero complex ‘iy também pode ser visto como un vetor de posigio bidi- mensional, ou soja, um votor cujo ponto inicial é a origem do sistema de eixos ¢ cnja extrennidade 60 pouto (2, y), como indicado na Figura 1.2.2. Esta interpretagio vetorial nos leva a definir 0 comprimento do vetor como a distancia v/r? + y? da otigem ao ponto (2; y). Este comprimento recebe ima denominagao especial + Definigao 1.2.1. Médulo Figura 1.22.2 como um wetor de posigio =e tiy 60 mimero real svety (0) © médulo de un mimero complexe © médulo |x} de nn nifinero complexo ¢ também é chamado de valor absoluto de =. Neste livro nsare- mos, de forma indiscriminada, os termos médulo ¢ valor absoluto. PXEMPLO 1 Médulo de um Niimero Complexo 3i, eutdo de (1) determinamos que o modulo do mimero deve ser VIB. Se i, (1) fornece |-9i] = V9}? = 9. a ppriedades Para qualquer nitmero complexo 2= 1+ iy recordemos de (4), da Segio 1.1, que o pro duto 2 @ um mimero real; de modo mais espeetlico, 2 € a soma dos quadradlos das partes real ¢ ima naria de 2 4 yf Uma inspegio de (1) nos mastra que |2|? = ° + yf. Essas relagbes . v @ nietecem ser memorizadas. médulo de um mtimnero eompleso 2 tem as seguintes propriedades adicio- Niimeros Complexas e 0 Plano Complex 9 1 e (3) Notemos que quando 2, 8 primeira propriedade om (3) mostra que |= w A propriedade | || pode ser provada com o uso de (2) e é deixada como um ou exercicio (Problema 49 do Conjunto de Exercicios 1.2) Distancia, de novo A adigéo dos mimeros complexos = = + me = + _ dada ua Segio 1.1, ao ser posta em termos de pares ordenados (ei, yi) + (wa ya) = (#1 + 2, mn + 2) recai na definigio da adigéio de vetores em termos de componentes. A interpretacao ve- torial da soma + 4 ¢0 vetor mostrado na Figura 1.2.3(a) como a diagonal principal de um paralelograo cujo ponto inicial é a origem ¢ a extremidade, © ponto (2 + 4, + y)- A diferenca 2, % e extremidade em ou como o vetor posigéo com inicio na origem e extremidade no ponto (2%, ~ 2. 14 4s) como na Figura 1.2.3(b). No caso segue de (1) ¢ da Figura 1.2.3(b) que a pode ser desenhada com inicio em distancia entre dois pontos = = 2, + ig) ¢ 2 =; + iy, No plano complexo ¢ ignal a distancia entre a origem e o ponto (2, — 2, y,— 3); ou seja, | = |g == |(x am) + iy, ~ 4y}| ow 1 ci a4 (6) (b) Subtragdo de vetores sa dudctoeabmeode — Quando % = 0, vemos mais uma vex que o médulo || representa a distancia entre a origem e 0 ponto EMPLO 2 Conjunto de Pontos no Plano Complexo Descrevamos 0 conjunto de pontos 2 no plano complexo que satisfazem 4 Solugio Podemos interpretar a equagfo dada como t dade de distancia sem ¢ igual A distancia de ao ponto i. Gometrieamente, da Figura 1.2.4, parece plausivel que o de pontos = esteja em uma reta horizontal. Para determinar isso analitieamente i a distancia de um pou to zd or usamos (1) e (5) para escrever |2| = |z~ a] como “ VETE = VP FOF x? + y? =a? +(y—-1)? Pp yeni ty yal. Como a igualdade é valida. para x arbitrério, y=} 6a equa imeros complexos que satisfazem A tiltima equacio fornece y = } fo da reta horizontal colorida mostrada na Figura 1.2.4. > i] podem, portanto, ser escrites como, Q 2 1.2.4 Reta horizontal § 2 “junto de pontos Desigualdades Nas Observagoes no fim da segio anterior ressaltamos que no sistema de mtimeros com- ploxos néo € posstvel definir qualquer relagao de ordem. Contuclo, como |2j é um mimero real, podemos comparar os valores absolutes de dois niimeros complexos. Por exemplo, se 3 = 3-+4ie == 5~ i, entaio [zi] = V25 0, b> 0; a> 0, b= 0: 00> 0; a= 0,6= 0. (hb) Em geral, como voce descreveria, geometzicamente, a relagio entre um niimero complexo 2= w+ ib es conjugado 2 = a ib? (€) Desereva, geometricamente, a relagio entre >= a+ ibe at ib (b) Inverso, 2"? [Sugestao: reveja o Problem 88 ¢ esereva 385, Considere os niimercs complexos 3 = 4 = 243, (a) Use quatro desenkos distintos para posicionar os guatro pares de pontos 2, £5; no plan compleso, (b) Em geral, como voee descreveria, gcometricamente, 0 efeito de multiplicar um aimero comple por i E por -# 36, Qual 6 0 sinico néiero complexo com modulo 0? 87, Em que eireunstiineins [= + 2 = [s+ |e 38. Usandlo a varidvel comples determine uma equagio de um effeulo no plano compleso, de raio 5 e contra eu 3 Gi, [Sugestit: use (5) 38, Descreva o conjunto de pontos 2 no plano complexo que satisinzem 2 = cos @ + sen 8, sendo @ modido em x dianos, a partir do eixo « positivo. 40, Usando a vari 2+ ie2+ ie cixo principal com 8 umnidades de comprimento, AL. Considere ¢ = 2 + iy, Bm (6) da Socio 1.1, vimos que 2¢ y podem ser expressos em termos de + cartesianns mis farmn complex: Usee 04 resultados para exprossar as soguintes equa: (23 () y=10 (y= (a) 2429 42, Usando notagio complexa, determine uma equagio paramétrica para o segmento de reta que, no plano comple une dois mimeros complexos distintos quaisquer s,¢ 43. Suponha que =, = © % sejam trés pontos distintos no plano complesso © que & seja um niimero real. Interpre % 4 = Ha ~ 4) goometricamente, 44. Considere 2, 2, Interprete Re{ ) = 0 geometricamente em termos de vetores = 45. Considere w= Z/e, Sem ofetuar eontas, explique por que Jie] = 1 46. Som ofetusr cantas, explique por que as desigualdades \Re(:)| < lal ¢ [lm(s}| < [+ so vélidas para. qualquer 47. Mostre que (@) sl= I+ () |= 121 48. Para quaisqer dois niimeras complexos 5, ¢ 5, mostre que 49. Neste problema, indicaremes a voeé como comegar a prova da primeira propriedade em (3) [3 lalla. Agora, use a primeira propriedade em (2) primeito resultado em (2), podemos eserever [2242 = Socio 1.1 para dar presseguinnento & prova. 50. Neste problema, guiaremos vooé em uma prova analitien da desigualdade triangular (6), ‘le Como + |z| sio mimeros reais positives, temos que se © somen Por conseguinte, basta mostrar que |3\-+ =I < ( (a). Expliqne por que [s+ = = lal? + 2Rel lag (b) Explique por que ([a(-+ = [5lP-+ 2s + le 1) Use as partes (a) e (b) em conjunto com og resultados do Problema 46 para obter (6) Niimeras Complexos ¢ » Plano Complexe 13 1.3 Forma Polar de Nimeros Complexos Recordemos do cdlculo que um ponto P no plano, de coordenadas retangulares (, y), também pode ser descrito em termos de eoordenadas polares. © sistema de coordenadas polares, inventado por Isa~ ae Newtou, consiste no ponto O, chamado pole ou origem, ¢ na semirreta horizontal orientada com extremidade O, chamada eixo polar. Se 7 for uma distéuicia direcionada do polo a0 ponto Pe 0, um Angulo de inelinagéio-(em tadianos}-medido do eixo polar ao segmento de reta OP, entao P pode ser descrito pelo par de coordenadas (r, @), chamadas de coordenadas polares de P. A Figura 1.3.1 ilustra ‘05 conceitos. pro Forma 1 de coordenadas polares seja superposto ao plano comp Polar Supontiamos, conio indicado na Figura 1.3.2, que um sist 0, de modo que 0 cixo polar coineida com o exo « positivo e o polo O, com a origem. Entio, 2, y, re @ se relacionam por = r cos 8, y = rsen Ko 8, Estas equagdes nos permite expressar tum niimero complexo niio milo z= r+ iy como 2 = ircos 8) + ar sen 8) on : pole (co 18) ay 21.3.1 Coordenadas a ; : Dizemos que (1) 6 a forma polar ou a representagio polar do miimero complexo 2 De novo, da Figura 1.3.2, vemos que a coordenada r pode ser interpretada como a disténcia da origem ao ponto (2, g). Em outras palayras, adotaremos a convencdo de que r jamais é negativo®, de modo que sempre possainos tomar r como o médulo de z, ot seja, O angulo 0 de inclinagao do vetor z, que sempre seri medido em radianos & partir do eixo teal positive, 6 positive quando medido no sentido trigonométrico e negativo quando medido no sentido, mousy hordtio, O angulo # é chamado um argumento de 2 ¢ denotado como # — rs\-). Um ar gumento @ de um uimero complexo deve satisfazer as equagies cos = 2/re sen 0 = y/r oa iio é tinico, pois cos @ e sen so fancies pe- folr —riddicas, de periodo 2x. Em outras palavras, se @, for um argumento de 2, entao, obrigato- pa 1.3.2 Coordenadas riamente, 08 ngulos 0, + 27, 0) + 47, ... também sio argumentos de z, Na pritica, usamos Peso plano complexo tan @ = y/epara determinar 9. No entanto, como tat @ 6 periddica, de perfodo 7, devemos ser cuidadosos ao usar a iiltima equacao. Uma caleuladora fornecerd apenas angulos que satisfazem —7/2 < tan {y/2) < 7/2, ou seja, angulos no primeiro e no quarto quadrantes. Devemos escolher @ de forma consistente com o quadrante em que 2 se encontra; isso pode exigit a soma ou * — subtragéo de wa tan (y/2), quando necessirio, O seguinte exemplo ilustra como isto ¢ feito. Um argumento de um mimero complexo cos EXEMPLO | Um Nimero Complexo em Forma Polar iepresgenans 1/3 — 4 sia forsta ‘polar: Solugéo Com x= V3 e y =~ i, obtemos r y (-v3)" + (-1)? = 2. Como w/# = -1/(-V3) = 1/V3, uma calculadora nos fornece tan'(1/V¥3) = 7/6, que 6 umn Angulo no primeiro quadrante. Contu- do, como o ponto V3 ~ i ests no terceiro quadrante, tomamos a solugéo de tan 6 =-1/(-V3) = 1/v3 como 4 = arg( x /6 (Figura 1.3.3). De (1), a forma polar do aimero dado 6 x/6 4+" 16+ 2) a ir i Argumento Principal © simbolo arg(2) representa um conjunto de valores; contudo, um argumento @ de um mimero complexe que ocorra no intervalo ) 6 = 7 6 chamado de valor prineipal de arg(2) ou argumento principal de =. O argu- mento principal de 3 ¢ tinico e representado pelo siinbolo Arg(2), ou seja, a 1.3.3 arg (- v3 Flam geval, nw deserigho polar (r 0) de mn ponta P uo plano cartesinno Som reo, 14 Capitulo Um 5-5 Figura 1.3.4 Alguns arguments de 2 Figura 1.3.5 Argumento principal de z Por exemplo, se 2 = i, vemos na Figura 1.3.4 que alguns valores de ang(i) sio x/2, 57 [2.6 assi por diante, mas Arg(i) = 7/2. Da mesma forma, vemos na Figura 1.3.5 que o argumnento de -v3 — i qi corre no intervalo ( 7, 7), 0 argumento principal de z, 6 Arg(2) = 2/6 ~ 7 = 51/6. Usando Arg(2), p demos expressar o uimero complexo em (2) na forma polar alternativa: sale(-B)m| im geral, arg(2) © Arg(i) se relacionam por arg(s) = Arg(2)+2nn, m=O, +1, £2... ( Por ex plo, arg(i) = 3 tan. Para as escolhas n = 0 ¢ n = —1, (3) fornece arg(i) = Arg(i) = 7/2 arg(i) = —3n/2, rapoctivamente, Multiplicagao e Divisdéo A forma polar de um mimero complexo especialmente util na nmultiplic go a na divisdo de mimeros complexos. Consideremos r1(cos0; + isend)) © 22 =r2(cos + isen 2) quando 4, ¢ @, sio quaisquer argumentos de 2, ¢ de x, respectivamente. Entao, =ryr2 cos; cosy —son6, son by + # (sendy cos 2 + cos; sen 2)] ( 6, para 2, #0, = a [cos 8; cosy + sen 6; sen By + i (send; cosy — cos; sen O2)| ( B Das férmnlas para 0 cosseno ¢ para o seno da soma ¢ da subtragiio de arcos,* (4) ¢ (5) podem ser rec critas como a (cos (8) — 82) +ésen (0, ‘Uma inspegio das expresses em (6) ¢ (7) e da Figura 1.3.6 mostra que os comprime tos dos dois vetores 72 ¢ 3/2, sio iguais ao produto dos comprimentos de 2, ¢ de = a0 quociente das comprimentos de 2 ¢ de 2, respectivamente, segundo (3) da Seco 1 Alem disso, os argumentos de zz, ¢ de a/% sio dados por Figura 1.3.6 argiy2s)= 6 + 0, com A ens BF sen A sen Be sen (A + B) = seu A cos Bt cos A sen B. iimeros Complexos e o Plano Camplexo PXEMPLO 2 Argumentos de um Produto e de um Quociente Acabamos de ver que parn 2, = 40 = -V3~ 4, Anu(s) = 9/20 Arg toedorcduts eco qutclente ag = i(-v3-i) = podem: ser obtidos de (8): arg( zy =) 6. Valores adicionais de arg(22,) ¢ de ang(/2) podem ser determinados com a adigéo de miiltiplos inteitos de In a -z/3.€ aAn/3, respectivamente. a Poténcias Inteiras de 2 Podemos calcular poténcias inteiras de um uitmero complexo 2 usando os re- sultados em (6) e (7). Por exemplo, se 2 = r(cos 0+ sen 0), substituinde % = 2 = em (6), obtemos 1? [cos (6-40) +isen(@ + 0)) = 1? (00520 + isen 20) , temos 2 =r" (cos30 + isen38), c assim por diante. Além disso, se tomarmos arg(1) = 0, (7) fornece 1 1 feg5(0 — 8) + isen (0 —8)] =r [oos(—0) + ésen(—6)) Prossegindo dese modo, obtemos wma formula para a n-ésima poténcia de 2, para qualqner inteiro n: r (cosnO + isen nd). (9) Quando n= 0, temos o familiar resultado 2 PXEMPLO 8 Poténeia de um Nitmero Complexo Caleulemos #, com 2 = V3 ~ i. Solugdo Fm (2) do Exemplo 1, vimos que uma forma polar do mimero dado 6 z = 2[eos Usaudo (9) com += 2. = 7x/6.e n= 3, obtemos fii)" =2 fom (3?) + ssen(s)] = feos! + e5en7™] = Va ~1)? =2 feos (07) + s50n(a7)] <8 fon 2 + ssen 2A] = pois cos(7/2) = 0 e sen(7x/2) = -1 a -{6) + isen(T7/6)} Notemos no Exemplo 3 qu mins: ealeular 0 reefproce de 2 se quisermos também ealeular o valor de *, podemos fazé-lo de duas for- Si ou usar (9) com n= 8, Férmmla de de Moivre Quando z= cos @ + i sen 0, Lemos |3} = 1. de modo que (9) fornece 6+ isen8) sn + isonnd. (a0) Este rilti 10 resultado é conhecido como formula de de Moivre! ¢ é itil na dedugdo de algumas identidades trigonométricas que cnvolvem cos né ¢ sen n#. Veja Problemas 33 © 34 do Conjunto de Exercicios 1.3 Esta femula, devids ao matemstica races Abraham de Moivee (1607-1754), 6 igualnente referidn, no Brasil, come forunula de Moivre. (N.7.) 16 Capirule Um Formula de de Moivre De (10), com @ = 2/6, cos # = V3/2 e sen 0 = 1/2: 10839 + isen 30 = cos (3 ( (i) No Exemplo 2, vale observar que embora tenhamos usado os argumentos principais de % ede axg(s/2) = 4/3 = Atg(x/n). Embora (8) stja valida para quaisquor argumentos de ae de 2,, em geral ndo é verdlade que Arg Arg(a) + Arg(z)e que Atg(a/z) = Ara(=;) Arg(2). Veja Problemas 37 ¢ 38 do Conjunto de Exercicios 1.3 (ii) Um argumento pode ser associado a qualquer mimero complexo nao mudo 2 0 nao ¢ possivel dar a arg(2) qualquer definigto que faca sentido, Se tomarmos arg(2) no intervalo (-z, m}, a relago entre um miimero complexo to € univoca; on seja, todo msimero complexo nao mulo tem precisamente wn angulo em (-x, 7] Contudo, o intervalo (-x, x) nada tem de especial: também estabelecemos uma relacio unfvoca se usarinos o intervalo (0, 2r] para definir o valor principal do argumento de =. Para o intervalo Ca, a, 0 cixo real negative 6 andlogo a uma barreira que decidimos ni cruzar; a denominacio téoniea dessa barreira ¢ corte de ramo on linha de corte de ramo (branch cut). Se usarmos (0, In|, 0 corte de ramo € 0 exo real positive. O conccito de corte de ramo 6 importante, © seri | ‘examinedo de forma mais detalhada ao estudarmios fungdes nos Capttulos 2.¢ 4. | }) A parte ‘cosseno i seno” da forma polar de um mimero complexo é, &s vezes, abreviadi | cis; ou soja | Comparacgéo com Anédlise Real “ontudo, para 2 =r (cos + isend) =rcis 0. Esta noiagio, empregada principalmente na engenhatia, nio seré utilizada neste texto. N EXERC 3 (Vii Soluyve de Problema Seleconados de One friar wo fn | 1,2 2 0 | aH 6s 1. -V34i 8. wai u Vii 12. -12- 54 13. (4, -57/3) 14. (2, 2)

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