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nT PA eA4 DURKHEIM Um Toque de Classicos KARL MARX Nércia Gordénia Konteiro de Oliveira Tania Quintaneiro 0 troblhador¢fonto mais pobre quanto mes riqueza produz, quanto mais cesce sua producdo em polncio em volume, O frabclhador converte-se numa mercadoria, tonto mois borat quan mais mercodrisprodz, A desvaorizardo do mundo human cese na raz deta da valorizacéo do mundo das coisas. 0 febalho néo epencsprodvz mercodris,produz fambém o si mesmo € 00 operéio como mercodra,ejufomente no proporcdo em que produz mercedorias em geral Karl Kore INTRODUCAO As formulagdes tedricas de Karl Marx acerca da vida social, espe mente 2 anéilise que faz da sociedade capitalista ¢ de sua |superacio, provocaram desde © principio tamanho impacto nos meios intele que, para alguns, grande parte da sociologia ocidental ten{ sido uma tentativa incessante de corroborar ou de negar as questées pof ele levan- tadas. M cia pritica de sua obra nio foi menor, servindo de inspiragao Aqueles envolvidos diretamente com a aco politica. Herdeiro do idedrio iluminista, Marx acreditava que a razio era nao s6|um instru mento de apreensio da reali também, de construgho de uma rele sociedade mais justa, capaz de possibilitar a realizacio de todo o potencial de perfectibilidade existente nos seres humanos. As experiéncias do desen- volvimento tecnolégico ¢ as revolucdes politicas, que tomaram o Setecentos uma época tinica, inspiraram sua crenga no progresso em dirego a um reino de liberdade. Além das dificuldades inerentes a complexidade ¢ extensio da obra de Marx, 0 que aumentd o desafio de sintetiza iter sucinto de algumas de suas teses ten} dado lugar a interpretacoes controversas. O que se procura a seguir é apfesentar, para oS que se iniciam no pensamento marxiano, seus fundamentos conceituais ¢ metodolégicos, DIALETICA £ MATERIALISAO a Europa até o inicio da moderni do mundo sensivel € hist6rico, de A tradicao filoséfica dominante dade pressupunha a existéncia, alé uma outra dimensio mais real e povoada de s imutiveis que seriam os \verdadeiros objetos do conhecimento. Sob essa ética, 0 movimento ¢ a transformaco, no nivel fenoménico, eram conside- rados mera aparéncia oul concebidos como consumacio de um ciclo ine~ xorivel que em nada afta o ser das coisas, constituido desde sempre, intico a si mesmo. Gradualmente, os caminhos da razdo ¢ da » se aproximahdo até que formas mais dinamicas de entender a abariio por gcupar o lugar das concepgdes anteriores. ubstancias ou de esséncias sempre i historia i realidade A filosofia idealist de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) um ponto alto dessa tlajet6ria. Para o pensador alemao, “tudo o que € real € racional, e tudo lo que € racional é real”. A realidade hist6rica desenvolve-se enquanto|manifestacao da raz30, num processo incessante de auto-superagio desehcadeado pelo conflito Ihe sio inerentes. Tal € “ movimento dialético, esse caminho que produz a si mesmo”. A nocio {le dialética origina-se no pensamento clissico grego e 6 retomada e reformulada por Hegel que, discorrendo sobre a dificuldade de apreendé-la, diz: pela contradi¢do que ‘Assim como a ppinito se prende rigidamente a oposigao «lo verdadeito ¢ do falso, assim) diante de um sistema filos6fico, ela costuma esperar uma aprovacio ou ima rejeigao e, na explicacio de tal sistema, costuma ver Somente ou ufna ou outra. A opinito nie concebe a diver filoséticos como o progressive desenvolvimento da ver dade dos na diversidade }@ apenas contra © finito® deve, portanto, ser apreendido a partir dd seu oposto, 0 inito, o universal, e € essa relagio entre particular e d totalidade que Hegel denomina unidade dialética.’ O fendmeno torna-ge inteligivel 20 ser articulado & totalidade em que se insere, ao ser constiti|ido conceitual- mente. Na base desse empreendimento est o sujeito — qud é quem realiza © esforco conceitual orientado a transcender a simples gbservacio dos “fatos", estruturando-os em um sistema totalizante. Este, 0 entanto, seré sempre transitério, passivel de superaclo, devido ao autdmovimento do conceito, que reflete a busca pela verdade em que se empenha o pensamento Gientifico ¢ filos6fico. Aplicada aos fenémenos historicamente produzidos, a 6tica dialética cuida de apontar as contradigOes constitutivas da vida social que resultam na negagdo e superagdo de uma determinada ordem. Outro t6pico recorrente no pensamento politico e filos6fico, sobre- tudo ao longo do século 18, refere-se & perda de autocontrole por parte dos seres humanos, subjugados pela sua prdpria criaglo: a riqueza da vida material € seus refinamentos.' Esse tema reflete-se na idéla hegeliana de consciéncia alienada, separada da realidade, “a consciéntia de si como natureza dividida”. De fato, para o filésofo idealista, set livre significa Tecuperar a autoconsciéncia, e a hist6ria dos povos 0 prodesso através do qual a Razdo alcanca progressivamente esse destino. Apés a morte de Hegel, seu pensamento foi interpretado e, até certo ponto| instrumentali- zado politicamente por seus seguidores o que deu origem a duas tendénci uma conservadora, de direita, ¢ outra de esquerda, representatla pelos jovens ou neo-hegelianos, entre os quais encontravam-se Marx e Engels.’ De fato, 0 marxismo, desde seus inicios, manteré um intenso e duradourp debate com © idealismo hegeliano. Na passagem do idealismo para o materialismo dialético, Ludwig Feuerbach (1804-1872), hegeliano de esquerda, foi umd figura-chave. Feuerbach sustentava que a alienagio fundamental tem buas raizes no fendmeno religioso, que cinde a natureza humana, fazendo com que os homens se submetam a forcas divinas, as quais, embora ctiadas por eles Proprios, sto percebidas como auténomas e superiores. © mundo reli- gioso é concebido por Feuerbach como uma projegio fantastica da mente humana, por isso mesmo alienada.® A supressio desse mundo, por meio da critica religiosa, faria desaparecer a prépria alienacio, promo- vendo a liberagao da consciéncia.? Embora inicialmente seduzidos pelas teses de Feuerbach, logo Mans Engels rebateram-nas vigorosamente por considerarem tal dritica religiosa uma simples “luta contra frases”. E nesse ponto que a teoria marxista articula 2 dialética e 0 materialismo sob uma perspectiva histdrica, negando, assim, tanto o idealismo hegeliano quanto o materialismo ¢los neo-hege- lianos.* Isto resultou na reformulacao nao s6 da dialética omo da con- cepeao dos fundamentos da alienagio.? Marx ¢ Engels uestionam o materialismo feuerbachiano que se limitava a captar o mundo como objeto de contemplagig € nao como resultado da a isso, o humana. Por Mio fora capaz de vé-lo como passivel de transformagio através da atividade revolucionaria|ou critico-pratica. E a unidade entre a teoria © a praxis que da sentido & |frase: “Os filésofos limitaram-se a interpretar o mundo de distintos modbs, cabe transformé-lo.”” Para Marx e Engels, a alienacao associa-se &s condicées materiais de vida ¢ somente « transfor- magio do proceso de Vida real, por meio da acio politica, poderia extingui-la. Na sociedadé capitalista, o sujeito que realiza as potenciali- dades da hist6ria é 0 proletariado, libertando a consciéneia alienada que atribui & realidade historjca uma aparéncia magica, enfeiticad: Hoje em dia, tudp parece levar em seu seio sua prSpria contradicio, Vemos ‘que as méquinas, dotadas da propricda le maravilhosa de encustar ¢ fazer ‘mais frutifero © trabalho humano, provoc na fome & o esgotamento do trabalhador. As fontes de riqueza recémlescobertas convertem-se, pot arte de um estranho maleficio, em fontes de privagdes. Os triunfos da are P Sobre a naturezalé cada vex maior; mas, 20 mesmo tempo, o homem se recem adquiridos ao prego de qualidades morais. O dominio «lo homem converte em esctavo de outros hor ns ou de sua propria inimia. Até a pura luz da ci@nda parec ‘nao poder brilhar mais que sobre o fundo t broso da ignorintia. Todos os nossos inventos e progressos parecem dotar vida intelectudl as forgas produtivas materiais, enquanto recluzem a vil human: 10 nivel de uma forga material bruta, Este antagonismo entic indistia modems e a ciéncia, por um lado, e a miséria ea decadéncia, por outro; este antaggnismo entre as forgas produtivas ¢ as relagoes sociais de nossa época é un 0 palpavel, abrumador e is rovertido. (..) no ‘nos enganamos alrespeito da natureza de espirito maligno que se mani= festa constantemente em todas as contradigdes que acabamos dle assinala sabemos que, para faz abalhar bem as novas forcas da sociedade, necessita-se unicdmente que estas passem as mios de homens novos, ¢ que tais homens hovos sio os opersrios." A anilise da vida sogial deve, portanto, ser realizada através de uma perspectiva dialética que, dlém de procurar estabelecer as leis de mudanca que regem os fendmenos, esteja fundada no estudo dos fatos concretos, a fim de expor 0 movimento do real em seu conjunto, Marx afirma que a compreensio positiva das coisas “inclui, ao mesmo tempo, 0 conheci- mento de sua negacio fdtal, de sua destruicao necessaria, porque ao captar 0 proprio movimento, do qual todas as formas acabadas 830 apenas uma configuracao transitéria, nada pode deté-la, porque em esséncia é critica e revoluciondria”|"* Com isso, reforca as diferencas entre sua interpretagao da realidade f as anteriores. Enquanto para Hegel a historia da humanidade nada mai é do que a historia do desenvolvimento do Espirito, Marx ¢ Engels colocam como ponto de partida © individuos reais, a sua ago e as suas condigdes materiais de existéncia, quer se trate daquelas que encontrou claboradas quando dp seu ap. (©, quer das que ele proprio criou (...) A primeira condigfo de toca 2 hist6ria humana é, evidentemente, a existencia de seres humafpos vivos.!! Este método de abordagem da vida social foi denominado| posterior- mente de materialismo histérico. De acordo com tal concepeio, 4s relacdes ‘materiais que os homens estabelecem € 0 modo como prodizem seus ios de vida formam a base de todas as suas relagdes. Mas esda maneira de exercer a atividade nao corresponde meramente 2 er Feptodugio da existéncia fisica dos individuos, Pelo contritio| jé constitui tum modo determinado de atividade de tais individuos, uma forfna determi nada de manifestar a sua vidi lum modo de vida determinado. A forma como os individuos manifestam sua vida refle muito exatanfente iquilo ue so. O que sto coincide, ponanto, com a sua produgdo, bto é, tanto com aquilo que produzem, como com a forma como produem. Aquilo 08 individuos sto deper qu Portanto, das condigdes matefiais de sua producao." Conforme a perspectiva materialista e dialética, todo fendmeno social ou cultural € efémero. Logo, tanto a andlise da evolugio dos proc econdmicos quanto a produgao de conceitos para estruturar sua compreensio devem partir do reconhecimento de que: 4s formas econdmicas sob as quais os homens produzem, ednsomem ¢ "am slo transitGrias ¢ hist6ricas. Ao adquirie no fox S prddlutivas, os ns mudam seu modo de produgio, e com 0 modo de producto mudam as relago 5 €condmicas, que no cram mais que as relagdes as daquele modo concreto de produgio... as categosias econd micas nilo sio mais que abstragdes destas relagdes reais e sid verdades Uunicamente enquanto essas relagdes subsistem.” Segundo Marx, os economistas de seu tempo nio reconhecem historicidade dos fenémenos que se manifestam na sociedade cdpitalista, Por isso suas teorias slo comparaveis as dos tedlogos, para os quhiis “toda religito estranha é pura invengo humana, enquanto a deles proprigs € ums emanacao de Deus”. Ele questiona a perspectiva para a qual as|relacdes burguesas de producao sio naturais, estio de acordo com ag leis da tureza, como se fossem “independentes da influéncia do tempd", sendo Por isso consideradas como “leis eternas que devem reger semprel a dade. De modo que até agora houve hist6ria, mas agora jé nao ha.” Assim, as instituicdes feudais teriam sido hist6ricas, ironiza, mas as burguesas seriam naturais e, portanto, imutiveis.'® Para ele, tanto os processos ligados & Produgao so transit6rios, como as idéias, concepgdes, gostos, rencas, categorias do conhecimento ¢ ideologias os quais, gerados socijlmente, dependem do modo como ps homens se organizam para produzit. Portanto, © pensamento ¢ a conscigncia sto, em tiltima instincia, decorréncia da relagio homem/natureza, isto é, das relagdes materiais, Serd a maneira df ver a natureza © as relagbes sociais que a imaginacao tega inspira — ¢ que constitul, por isso mesmo, o fundamento da mito logia grega — comppativel com as méquinas autométicas de fia, a ferrovias, as locomotivas e telégrafo elétrico? Quem é Vuleano a0 pé de Roberts & Cia., Jépiter em domparagio com © para-raios e Herm 5 em comparago com 0 Grédito Impbilidrio? Toda a mitologia subjuga, governa as forcas da 4 imaginagio e pela imaginacao, dando-lhes forma: portanto, desapa sminadas realmente rece quando estas forcas so A ante grega supe a mitologia grega, isto &, a elaboragao artisticn mas inconsciente da sfatureza © das préprias formas sociais pela imaginagio popular. Sio esss os seus materiais,. Jamais a mitolog gipeia teria podiido proporciohar um terreno favoravel & eclosio da ante grea NECESSIDADES: PRODUCAO £ REPRODUCAO Na busca de atender|s suas caréncias, os seres humanos produzem. seus meios de vida. E nessa atividade que recriam a si préprios e repro- duzem sua espécie num proceso que é continuamente transformado pela acto das sucessivas igeracdes. A premissa da andlise marxista da sociedade é, portanto, a existéncia de seres humanos que, por meio da inte ico com a naturezale com outros individuos, dao origem a sua vida materia Um primeiro presfuposto de toda existéncia humana e, portanto, de toda hist6ria (.) [6] qug os homens devem estar em condigdes de poder viver a fim de “fazer a histéria”. M para viver, & necessivio, antes de mais nad beber, comer, ter um telo onde se abrigar, v ise etc. © primeiro fato hist6rico € pois, a produgio dos meios que permitem satisfazer essas necessidades, a produglo da propria vida material; rata-se cle um fato hist6rico; de uma condigao fundamental de toda @ his sirio, tanto hoje ¢omo hi milhares ¢ 6, dia a dia, hora a hora, a fim de mater os homens vivos." ‘Todos os seres vivos Hevem refazer suas energias a fim de assegurar sua existéncia ea de sua ¢spécie. Todavia, ao interagir com a natureza, 08 animais atuam de forma inconsciente, n resposta As suas privagdes imediatas naturais, jo-cumulativa, somente em , € tendo como limite as condicées E certo que também o animal produz. Constr6i para si um ‘como as abelhas, os castores, as formigas etc. Mas produ que necesita imediatamente para si ou sua prole (..) produ: media por forga de uma necessidade fisica enquanto © ho} inclusive livre da necessidade fisica € s6 produz realmente li © animal produz somente a si mesmo, eng nnatureza inteira; © produto do animal pertence imediatamente fisico, enquanto o homem enfrenta-se livremente com seu! animal produ unicamente segundo a necessidade e a medid| 4 que pertence, enquanto o homem sabe produzir segundo qualquer espécie e sabe sempre impor a0 abjeto a media ibém segundo as leis da Ao produzir para prover-se do que precisam, os seres| procuram dominar as circunstancias naturais, e podem modifi ¢ a flora.” Para isto, organizam-se socialmente, estabelecen sociais. O ato de produzir gera também novas necessidades, qui por conseguinte, simples exigéncias naturais ou fisicas, mas pr exist@ncia social. A fome é a fome, mas a fome que se satisfaz com carne cozinh ‘com faca ¢ garfo, no é a mesma fome que come a carne crua, clas maos, das unhas, dos dentes. Por conseguinte, a produc nio 56 0 objeto do consumo, mas também o modo de cons 86 de forma objetiva, mas também subjeti ‘a. Logo, a prod consumidor." Logo, “a propria quantidade das supostas necessidades natu! © modo de satisfazé-las, € um produto hist6rico que depende parte do grau de civilizago alcangado”."" Na busca de control digdes naturais, os homens criam novos objetos os quais nao sé poram ao ambiente, modificando-o, como passam as proximas s resultados da atividade e da experiéncia humanas que se sto acumulados € transmitidos por meio da cultura. E por meit produtiva que o homem humaniza a natureza e também a si proceso de producto € reproducio da vida através do trabal Marx, a atividade humana bisica, a partir da qual se constitui dos homens”, é para ele que se volta o materialismo histérico, n lise da vida economica, social, politica, intelectual jinho, casas, \icamente o em produ, perado del reproduz a produto. 0 da espécie medida de que Ihe € peleza.” humanos| ar a fa yuna odutos da ida, comida servindo-se determina uo cria o ais, como m grande Br as con- se incor- \geragd bjetivam da agio lesmo. O 10 €, para “historia Wtodo de 33 FORCAS PRODUTIVAS E RELACOES SOCIAIS DE P Marx nunca se refere & pr estidio determinado do desenv individuos vivendo em sociedad ago reciproca dos homens’, eld acorclo com seus desejos particula) do estado de desenvolvimento sociais de producao que Ihes sao dependentes e tém, antes de mai a tomar inteligivel a realidade. A acto dos individuos sol forcas produtivas — 0 qual busc em determinados momentos, os que grau desenvolveram sua tecnk a divisao técnica do trabalho, h produgao, a qualidade dos ins dispdem. Esse conceito pretende, sobre a natureza, embora Marx que 0s homens no sto de toda sua histéria — produto de uma atividal resultado da ener determinada pelas condi el cles no criaram e que é forgas produtivas j posterior ef precedente, que Ihe ser ra hist6ria dos homens que & tanto mais a hist dos homens e, por con! O conceito de relagdes so belecidas de distribuicao dos m divisao social do trabalho numa determinado. Ele expressa 0 m si para produzir; que formas e: RODUCAO ducio em geral, mas & “producio num Ivimento social [que] € a producao dos ". Embora a sociedade seja “o produto da nao é uma obra que esses realizam de es, A estrutura de uma sociedade depende le suas forcas produtivas e das relacées ‘correspondentes. Tais conceitos sio inter nada, uma finalidade analitic: de modo ire a natureza € expressa no conceito de ipreender 6 modo como aqueles obtém, bens de que necessitam e, para isto, em logia, proce: a sos e modos de cooperaca bilidades € conhecimentos utilizados na rumentos € as matérias-primas de que pois, exprimir o grau de dominio humano ssinale livres drbitcos de suas forcas produtivas — base ols toda forga produtiva & uma fora adquirida, le anterior. Portanto, as forgas produtivas sto 0 ica dos homens, mas ess mesma energia esti Ses em que os homens se encontram colocados, adquitidas, pela forma social anterior a eles, que roduto da geracio anterior, © simples faro de que -ontre forgas produtivas adquiridas pela geraco para luma conexto, cria uma histéria da humanidade, tem de matéria-prim nova produc, cria ria da humanidade porque as forcas produtivas eguinte, suas relagdes sociais adquiriram maior fais de produgao refere-se as formas esta- ios de producao e do produto, € 0 tipo ada Sociedade € em um periodo hist6rico, do como os homens se organizam entre istem naquela sociedade de apropriacto de ferramentas, tecnologia, terra, fontes de maté e eventualmente de trabalhadores; quem toma producao; como a massa do que é produzido € Porcao que se destina a cada grupo, e as diversas| membros da sociedade produzem e repartem 0 que, a0 produzir, os homens atuam coletivamente, a produga airavés da procriago, surge-nos agora como 10 da vida, tanto a propria através lado, como uma relagio natural e, por outro, social no sentido de ago conjugada de varios, que condigdes, de que maneira e com que determinado modo de produgto ou estédio dk © ligados esse mod se encontram permanentement um estado social determinado, ¢ que uma fora produtiva2 Ainda que a cooperacio seja uma relagao soc| ocorre entre seres humanos, ela pode se dar te particulares, como 0 de aumentar a produtivi quantidade de trabalho explorado. Devido a con belecidas — ou seja, em sociedades onde existem um acesso diferenciado, segundo 0 grupo social, para produzi-lo. A distribuiclo — que aparece distribuicdo das riquezas nada tendo a ver com a mais nada: 1) distribui¢ao dos instruments de pro} dos membros da sociedade pelos diferentes género: dade de produtos a que distintos membros de so resultado desta distribuigao, que € parte da estrutu produtivo. A divisao social do trabalho expressa modes dade, ou seja, desigualdades sociais mais abrangente! separacio entre trabalho manual e intelectual, ou enl € comercial ¢ o trabalho agricola; e, como con: entre a cidade e 0 campo e @ oposigo dos seus inte! grandes clivisbes, ocorreram historicamente ouiras cd 08 grupos que assumiram as ocupagées religiosas, | de controle e repressao, financeiras etc. A cada ut tanto tarefas distintas quanto porgdes maiores ou me! jd que eles ocupam posigdes desiguais relativament dade dos meios de produglo. Assim, o tipo de di correspondle 2 estrutura de classes da sociedade, ia-prima e de energia, lecisdes que afetam a Histribuida, qual a pro- 'maneiras pelas quais os roduto. Na medida em cooperam, ‘do trabalho como a alhei uma relagio cupla: por um como uma relagio social — individuos, nao importa em lobjetivo. Segue-se que um desenvolvimento industrial modo de cooperagio ou a de cooperagio ¢ ele mesmo jal de produgao porque ido em vista interesses lade do trabalho ou a igdes socialmente esta- classes sociais — di-se 10 produto € aos meios omo se fosse apenas antes de luco e, 2) distribuicao de produgio. A quanti- jedades tém acesso é 0 ra do proprio processo p segmentagio da socie- comoa que decorre da re “o trabalho industrial feqiléncia, a separagio esses” A partir dessas smo, por exemplo, entre oliticas, administrativas, n desses grupos cabem ores do produto social, 20 controle e proprie- iso social do trabalho 05 varios estigios de desenvolvimento da divigio do trabalho representam outras tantas formas diferentes de propriedad or outras palavras, cada 35 novo estigio na divis centre 0 individuos no do trabalho Marx sugere que se imd Seu produto € social, uma pa outra é consumida. “O modo di pelos produtores.”” Devido & sociais, Marx salienta que elas modo como 0 so 0 linho ou a © moinho movido a moinho movido a vapo a0 estabelecerem as rel produglo material, ex conformes &s suas rel: io Ho pouco eteras Assim sendo, as nogdes de produgo mostram que tai mudangas em uma provocam de forcas produtivas refere-se bilitam o controle das condicé vimento € em geral cumulativo: trata das diferentes formas de posse e tipos de propriedade d constituem no substrato para na forma de classes sociais. O € 0 segundo das relagdes entr © conjunto das forcas pi de uma sociedade forma su: fundamento sobre o qual se al A estrutura social € de individuos determi aparentam perante si realidade, isto é, tal trabalham com meios de produc&o com fo do trabalho determina igualmente as relagdes, que toca & matétia, a0s instrumentos € aos produtos, igine uma reuniio de homens livres que $e que agrupam suas forcas. fe do qual volta a ser meio de producao distribuigao variara segundo 0 organismo produtor da sociedade e o grau de desenvolvimento histérico alcangado ercepeo alienada que se tem das relagoes também sao obra dos homens, do mesmo a seda. 4 rage nos dé a sociedade dos senhores feudais; 0 fa sociedade dos capitalistas industria. Os homens, agdes sociais vinculadas a0 desenvolvimento de sua ‘ding © as categorias Im também os principios, bes sociais. Portanto, essas idéins, essas categorias juanto as relagbes as quais servem dle expressio.* ‘de forcas produtivas e de relagdes sociais is relagdes se interligam de modo que as Iteragoes na outra. Em resumo, 0 conceito 205 instrumentos ¢ habilidades que possi- s naturais para a produgio, e seu desenvol- O conceito de relagdes sociais de produgio prganizagio da producio e distribuigio, de los meios de produco, bem como e que se estruturagao das desigualdades expressas primeiro trata das relagdes homem/natureza ‘0s homens no processo produtivo. ESTRUTURA £ SUPERESTRUTURA odutivas e das relagdes sociais de produc’ bas onstituem as instituigdes politicas e sociais. 2 ou estrulura® que, por sua vez, € 0 Estado resultam constantemente do proceso vital Jados; mas nao resultam daquilo que esses individuos esmos ou perante outros e sim daquilo que sio na tomo trabalham ¢ produzem materialmente Segundo a concepsao materialista da hist6ria, na produ homens geram também outra espécie de produtos que n: material: as ideologias politicas, téticos, sistemas legais, de ensino, de comunii C40, O filossfico © cientifi modos de pensar e concepgdes de vida diversos e plasmado: Peculiar. A classe inteira os cria e os plasma derivando-os materiais e das relagdes sociais correspondentes. Esta é a s} Ou supra-estrutura, Marx e Engels sintetizam a articulagdo en niveis na seguinte critica ao idealismo: Sto 05 homens que produzem as suas representacdes, as mas oS homens resis, atuantes, e tais como foram condici determinado desenvolvimento das suas forcas produtiv relagdes que Ihe corresponde, incluinclo até as formas m: tas possam tomar, A consci \cia nunca pode Ser mais « lente, € 0 Ser dos homens é © seu processo da vida real, * religiao, a metafisica e qualquer outra ideologia, tal com Que thes correspondem, perdem imediatam séncia de autonomia. Nao tém histori antes, os homens que, desenvolves |, no 18m desenvoly -ado a sua produgao mai relagdes materiais, tansformam, com esta realidade que th seu pensamento & 8 produtos des determina a vida, mas sim a fe pensamento. Nao & vida que determina a consciény Assim, a explicagio das formas juridicas, politicas, espi consciéncia encontra-se 1 modo como os homens esto organizados no processo produt clas sociedades onde se dé a apropriagio privada dos meios pa base relaciona-se diretamente a forma adotada por suas in: Na telagio imediata entre o proprietétio dos meios de produc ue se buscar 0 segredo mais profundo, 0 eimento o io social, e por conseguinte da forma politica que soberania e dependéncia adota; em uma palavra, qu direto ha base da fox © Estado adota em um periodo dado. Isto no impede ica apresente, sob a influén de inumerive iricas distintas, de condicdes naturais, de relagde hist6ricas extetiores, infinitas vari ‘Oes e matizes, que 56 podet Por uma andlise dessas circunstancias empiricass sta base 1 terial € portanto, expressa no conceito de producdo que serve para caracterizar distintas etapas da histori Na medida em que uma diversidade de fatores contribui para ragao das maneiras como se produz em diferentes sociedades ¢ co, representagdes coletivas de sentimentos, ilu base econémica e material da soti 10 da vida os lo tém forma , conceprdes religiosas, cédigos morais ¢ onhecimento des, de um modo le suas bases uperestrutura re esses dois vas idéias ete snadlos por um le do modo de is amplas que .ssim, a moral, b as formas de inte toda apa- mento; serio, 8 € prOpria, 0 nsciencia que ituais e de dade, no ‘0. No caso ra produzir, ituigdes, € 0 produtor -ulto de todo relacio de Ina especifica s condigoes influéncias fo ser escla modo de humana, configu- pocas, de 37 suas estruturas de classes, icos e outros elementos su € abstrato o suficiente p: apresentam historicament: comunista primitivo, antigc 20 asidtico que compreen ssim como de suas leis, religides, regimes poli- erestruturais, 0 conceito de modo de producio ra contemplar as formas particulares que se Marx faz mengio aos modos de producio , feudal e capitalista nas sociedades ocidentais ¢ as sociedades orientais € as pré-colombianas da América do Sul, e finalmente ao comunista. Debates posteriores encarre- garam-se de mostrar que, gresso social encaminhava trilhada pelas sociedades socialista na Russia czaris as sociedades tinham que a Os conceitos-chave foram sintetizados por Mad © meu primeiro me assaltavam, fo} Nas minhas pesql pelo contrario, na preende 0 conju sanatomia da soci conclusao geral condutor dos m produgo social minadas, necessér ‘que corresponden, produtivas: mat cestrutura econdmil uma superestrutus formas de consci| ciona o desenvolv que, inversamentt desenvolvimento, contradigio com expressio juridics tinham se movid Produtivas, estas ‘uma época de revg som isso, Marx ndo pretendia dizer que 0 pro- se linearmente € numa direcao Gnica: aquela identa ingadas, O éxito da Revolugio lem 1917 contribuiu para mostrar que nem todas assar pelas mesmas etapas. ma xara a compreensio do materialismo hist6rico ao narrar sua propria trajet6ria intelectual frabatho, que empreendi para esclarecer as dividas que MO) tisas cheguei & conelusto de que as relagdes juts uma revisio critica da Filosofia do Direito de He} formas de Estado — no podem ser compreendidas por cla dita evolugao geral do espirito humano, inserindo-se 1 (..) com condigdes materi © {lade civil deve ser procurada na economia politica (..) A de existéncia de que Heg designagio de “sociedade civil"; por seu lado, a que chegu i @ que, uma vez adquitida, servis dle fi 1s estudos pode formular-se resumidamente assim: na sua existéncia, os homens estabelecem relacoes dleter- las, inclependentes da vontade, relagdes de roclugo um determinado grau de desenvolvimento das forcas is. © conjunto dessas relagdes de producio constitui a -a da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva jurdica e politica e A qual correspondem cleterminadas cia social. O modo de produgio da vida material conc [mento da vi politica ¢ intelectual em geral. Nao 3s homens que determina o seu ser; 6 0 seu ser social determina a sua conscitncia, Em certo estidio de fas forcas produti is materiais da sociedade entram em 5 relagdes de producto existentes, ou, © que & a sua |, com as relagdes de propriedade no seio das quais entao, De formas de desenvolvimento das forca lagoes transformam-se no seu entrave. Surge, entio, lucdo social. A transformago da base econémica altera, jddamente, toda a imensa superestrutura.™ ube a ngels, numa longa carta, esclarecer alguns ¢quivocos que id se anunciavam entao a respeito dla relaclo entre a estrutura © a superes- trutura, Segundo a concepeio materalista da histéria, o fator que erp t determina a historia € a produ nem eu nunca afirmamos mais do qu Bo © a reprocugao da vidal real. Nem Marx isso. Se alguém o tergiversa dizendio ue 0 fator econémico € 0 tnico determinante, converte dquela tese numa ise vazia, abstrata, absurda, A situagio econdmica é la diversos fatores da superestrutura — as formas politicas da Juta de classes anha uly ConstituigSes que, uma vez b talha, sho redigidas pela classe vitoriosa etc., as formas juridicas, « mdsmo os reflexos de todas estas lutas reais no ‘bro dos participantes, as bec jusidieas, Floséfica ‘t€ serem convertidas em sistemas dogmaticos — exercem igualment orias politicas, ‘dias religiosas © 0 seu desenvolvimento ulterior ago sobre o curso das lutas hist6ricas ¢, em muitos cagos, determinam pre lominantemente sua forma (..) Somos és mesmos |que fazemos a historia, mas, nés a fazemos, em primeito lugar, seguntlo premissas condigdes muito concretas. tkima instancia, decidem. Mas também dlesempen am um flap aio seja decisivo, is concligdes polttcas e até pel, ainda que as tradigoes qui: rondam como. tum duende nas cabegas dos homens... O fato de quel os discipulos destaquerm mais que 0 devido o aspecto econdmico & coisa q temos a culpa Marx ¢ eu mesmo, Frente aos adversirios| tinhamos que links tnhamos de tempo, espago e ocasiio pa este principio cardinal que dar a dlevida ify dlemais fatores que interv n-no jogo das agdes € reagde4 ovorre com freqiéncia que se cr® haver entendido totalnte pode manuscar sem dificuldades uma nova teoria ‘muitas das coisas inexpressivas com que contributr tura continuou levando a interpretagdes contradit6rias do ma chamadas leituras economicistas do pensamento de Marx determinismo da vida econémica sobre as formas superestrutura; qualquer possibilidade de que as ideologias, as ciéncias, a art religiosas, as formas de consciéncia coletiva, tanto de classi maneira, a complexidade da relago estrutura ¢ superestr era negado, & nem sempre dispi- portancia sos Infelizmente, inte © que se pelo simples fato de se ilo, € nem sempre exatamente, suas teses fundmentais. Desta mse explicam rxismo. AS ‘nfatizam © , excluindo as crenga s como de Outros modos de associacAo, sistemas juridicos ou de govetno tenham exercido sobre a histéria de um povo um papel, se nao di pelo menos com peso semelhante 20 da estrutura, Tais foram com freqiiéncia utilizadas com a finalidade de impor Politicas autoritérias, mesmo que anticapitalistas, algumas di Propuseram a promover uma erminante, erspectivas oncepgdes 5 quais se ‘evolugio” no nivel superestrutural de modo a adequi-lo as chamadas tradicées culturais, valores, cren| por parte de interesses politicos festacdes artisticas como a poet servem até hoje de testemunho di por vanguardas partidarias. CLASSES SOCIAIS £& ESTR Marx nao deixou uma teorij embora este seja um tema obrigaté das desigualdades sociais, da expl inecessidades da produgio”. Com isso, as € costumes sofreram intervencdes lorganizados.”” Em muitos casos, mani: ia, a escultura, a pintura e 0 te \s exigéncias que Ihes foram colocadas iro UTURA SOCIAL sistematizada sobre as c jo para que suas interpretagdes a respeito raglo, do Estado da revolugao sejam compreendidas. Tal teoria acabou por ser constituida a partir dos elementos disseminados em seus distintos 1 producdo é ‘a atividade vital do t vida", e através dela o homem se rabalhos.* O ponto de partida é que a balhador, a manifestacdo de sua propria humaniza. No processo de produgio os homens estabelecem entre si determhinadas relagdes sociais através das quais extraem da natureza 0 que neces significado — para o individuo e| produtores (pessoas, empresas 0 produzido socialmente, e desenvol opressio e alienagdo. Enquanto as sociedades e: produtiva exigua, a sobrevivéncia meio de uma luta constante par organizagio social era simples e trabalbo segundo a idade, a forga em que duas mos nao podem consome, nao existem bases ed stam. Desde ai, Marx reflete sobre 0 a sociedade apropriago por nao- © Estado) de uma parcela do que é ive sua concepgao de classe, exploragio, iveram limitadas por uma capacidade de seus membros sé era garantida por obter da natureza o indispensivel. A existia apenas uma divisdo natural do fisica © 0 género, Ou seja, “numa época roduzir mais do que o que uma boca ondmicas”” que possibilitem que uns vivam do trabalho de outros, seja na forma de trabalho escravo ou de qualquer outro modo de explor da produgio que permite a divisio social do trabalho, apropriagao das condigdes de pi da comunidade os quais passan direito sobre o produto ou sobre tanto, que a existéncia das clas historicas especificas, quais se} excedente possibilita a apropriag Dessa forma, 0 materialismo hist buem um cardter natural, inexorivi (cao. E 0 surgimento de um excedente ssim como a ‘odug2o por parte de alguns membros , ento, a estabelecer algum tipo de ‘0s prdprios trabalhadores. Vé-se, por- ses sociais vincula-se a circunstancias im, aquelas em que a criagao de um Jo privada das condigdes de produgio. rico descarta as interpretagdes que atri- J, a esse tipo particular de clesigualdade. —_ E ainda afasta definitivamente a idéia segundo a qual a} definiriam a partir do nivel de renda ou da origem dos rendi nao 56 resultaria numa infinidade de situagdes como, també| classes se nentos: isso m, tornai distribuigao da riqueza produzida socialmente a propria causa da desi- gualdade. A renda nao é um fator independente da produ uma expresso da parcela maior ou menor do produto a q de individuos pode ter direito em decorréncia de sua posi¢a de classes: A configuracao basica de classes nos termos exp expressa-se, de maneira simplificada, num modelo dicot6n lado, os proprietarios ou possuidores dos meios de produ¢4 io os possuem. Historicamente, essa polaridade de diferentes maneiras conforme as relagdes sociais € ecd cada formagao social. Dai os escravos € patricios, servos feudais, aprendizes ¢ mestres, trabalhadores livres e capita é, sem diivida, um esquema te6rico insuficiente para xidade e variagdes presentes em sociedades concretas. Nei caso da Inglaterra, 2 sociedade capitalista mais cesenvolvida divisto de classes aparecia em sua forma pura, e as cons convivéncia entre elementos de distintos modos de produ observadas na Europa, onde os que parte dos males da €poca atual, temos que suportar umd de mod males hereditirios provenientes da sobreviven superados, com as conseqiéncias das relagdes politicas e nnicas que engendra. Nio s6 temos que sofrer com os vi disso, com os mortos.® A utilidade do esquema dicotémico reside na possibilidal a configuracio basica das classes de cada modo de prod que responderao pela dindmica essencial de uma dada socieda inclusive as relagdes com as demais classes. Em todas as formas de sociedade, € uma produgio det relagdes por ela produzidas que estabelecem todas as outt as relagdes a que elas dio origem, a sua cate a sua geral que modifica as tonalidad: Mesmo assim, Marx acredita que a tendéncia do modo fio: é, antes, je um grupo na estrutura tos a nico: de um jo, de outro, apresenta-se ndmicas de e senhores ist ima ipreender a comple- mesmo no da época, a iquéncias da podem ser larga série de 1s de producto de de identi- ico, aquelas le, definindo rminada © as 5 produgoes © importincia, £ paniculares de pitalista de producio € separar cada vez mais 0 trabalho € os meios G4 produgio, 1 concentrando e transformando estes ultimos em capital € balho assalariado e, com isso, eliminar as demais divisoes ir das classes, Nao obstante, as sociedades comportam també jele em tra- itermediarias n ctitétios € modos de apropriagio e de mantém outras divisoes e cl4 estabelecimento de novas rel juridica e politica correspo! nunca representa uma com, riores, cujos tragos as veze: © desenvolvimento dk imprevisiveis para um analis 19. A organizacao econdmi mente em niveis internacio processos adquiriram feico} de elementos que conformar: como resultado novas subdi ocorre com o crescimento tecnoburocraticos. Em outri relagdes de produgio, as v como nas cidades. Em sumd ndmicas e sociais complexa: e fragdes" de classe tipica A critica feita pelo ma produgao da vida humana di a exploragao da classe de pI classe de proprietérios, a li primeiros e a desumanizagao possuidores dos meios de px classe que detém o poder poténcia politica e espiritu 0s 5 indi iduos que medida em que di historica em toda em todos os sentidd como seres pensan| produglo e a distri sfo, portanto, as idk em definitive, modelam a produgio e a form lestabelecimento de privilégios que geram ou sses além daquelas cujas relagdes sao as que, iGo socioecondmica. O lagdes sociais de producao com a organizacao dente €, com elas, de novas classes, quase leta extingo dos modos de produgio ante- ‘6 gradualmente vio desaparecendo. modo de producio capitalista tomou rumos ta situado, como Marx, em meados do século ra e politica ancorou-se cada vez mais firme nais e, no interior de cada sociedade, esses es muito singulares, referidas a diversidade im suas experiéncias histéricas. Tudo isso teve ivisOes no interior das classes sociais, como. las chamadas “classes médias" e dos setores $ casos, consolidou 2 existéncia de antigas zes sob novas roupagens, tanto no campo formaram-se historicamente estruturas eco- , conjugando relagdes entre as novas classes das sociedades capitalistas tradicionais. ma irxismo A propriedade privada dos meios de ige-se, antes de tudo, 45 suas conseqiiéncias rodutores nao-possuidores por parte de uma io a liberdade e &s potencialidades dos de que ambos sao vitimas. Mas 0 dominio dos nducio no se restringe a faterial numa dada sociedade é também a 1 dominante. esfera produtiva: onstituem a classe dominante possuem, entre outras Pacia, e é em conseqiiéncia disso que pensam; na minam enquanto classe ¢ determinam uma época 1a extensio, € logico que esses individuos dominem is, que tenham, entre outras, uma posicae dominante Jes, como produtores de idéias, que regulamentem uiglo dos pensamentos de sua época; as suas idins ias dominantes de sua época LUTAS DE CLASSES No trecho a seguir estio sintetizados aspectos importantes da teoria marxiana sobre as classes e a relagao conflituosa que mantén} Pelo que me diz respeito, nao me cabe © mérito de tey descoberto a lexisténcia das classes na sociedade modems, nem a luta entre elas. Muito antes de mim, alguns historiadores burgueses tinham exposto o deseavol- vimento hist6rico desta luta de classes, e alguns economistas burgueses, 1 sua anatomia, O que acrescentei de novo foi det jonkerae: 1) que existoncia das classes est unida apenas a determinadas fases bistértcas do desenvolvimento da produgdo; 2) que a luta de classes ronduz, neces- sariamente, a ditadura do proletariado; 3) que es que a transig2o para a abolicdo de todas as clastes © para uma ociedade sem classes © Manifesto comunista inicia-se com a afirmativa de que as classes sociais sempre se enfrentaram e “mantiveram uma luta constante, velada umas vezes noutras franca € aberta; luta que terminou sdmpre com a transformagio revolucionaria de toda a sociedade ou pelo|colapso das classes em luta".® Portanto, a histér a das sociedad sé na apropriagio privada dos m descrita como a histria das /utas de classes. Essa expressio, ahtes de signi- ficar uma situagio de confronto explicito — que de fato pode ocorrer em certas circunstincias hist6ricas — expressa a existéncia de contradigdes numa estrutura classista, o antagonismo de interesses que caradteriza neces sariamente uma relacdo entre classes, devido ao carater dialético da reali- dade. Dado que as classes dominantes sustentam-se na exploracao do trabalho daqueles que nao sio proprietirios nem possuidores dos meios de produgao — assim como em diversas formas de opressao sotial, politica, intelectual, religiosa etc. — io entre elas no pode ser| outra sena conflitiva, ainda que apenas potencialmente. Para o materialist a luta de classes relaciona-se diretamente 2 mudanga social, A superacao s existentes. £ por meio da luta de classes que as, principais transformagdes estruturais sio impulsionadas, pdr isso ela é dita o “motor da hist6ria”, A classe explorada constitui-se askim no mais potente agente da mudanga 's cuja esttutura produ- tiva baseia jos de produgao pode ser dialética das contradi Para fins analiticos, Marx distingue conceitualmente ab classes em si, conjunto dos membros de uma sociedade que sao ident}ficados por compartilhar determinadas condigdes objetivas, ou a mesma|situagao no que se refere @ propriedade dos meios de producio, das cldsses para si, 43 44 cla interesses, cuja identidade é tivo.6 Essa distingdo torno num texto muito conhecido, Franga. Estes so apresentad departamento, € assim se forma a grapde massa da naglo francesa, pela unidades do mesmo formam um saco de sob condigdes econéni neica de viver, seus i elas de modo host pequenos proprietir a identidade de inte: nenhuma unio ni ‘em seu proprio none (..) no podem repr ado seu modo de produzif, eram auto-s Umas quantas familias constituem uma aldeia, uma es que se organizam polfticamente para a defesa consciente de seus onstruida também do ponto de vista subje- se clissica pela refer 108 camponeses pequenos proprietrios da s como uma massa de familias pobres que, suficiente: quantas aldeias, um ncia que Marx faz, € viviam isolados. mples soma de ome, clo mesmo modo como as batatas de um saco jataas, Na medida em que milhoes de familias vivem ncia que as distinguem por sua ma teresses ¢ sua cultura de outras classes e se opdem a jquelas formam w 1 classe, Dado que existe entre os camponeses uma articulaclo puramente local, isses nilo engendra entre eles nenhuma comunidade, ynal € nenhuma organizagio politica, no f 1a classe. Sio, portanto, incapazes de fazer valer sew interesse de classe entar-se, mas (@m que ser representados. Seu representante tem que aparecer 20 mesmo tempo como seu senhor, como un ja autoridade acima deles, como ut poder ilimitado de governo que o prdteja das clemais classes & que thes envie desde 0 alto a chuva eo sol.” A consciéncia de classe ‘ociacdes politicas (sin de 3 ‘onduz, na sociedade capitalista, a formacio licatos, partidos) que buscam a unio soli- daria entre os membros da classe oprimida com vistas 4 defesa de seus interesses ¢ a0 combate a a coalizao persegue éncia entre os operirios para poder f italistas. Se a pri ppressores. Por isso € que mpre uma dupla finalidade: acabar com a concor wer uma concorréncia geral a ira finalidade da resi salério, depois, a medida que os capitalistas se associam, movidos, por sua vez, pela idéia de ‘grupos, ¢ a defesa di capita do salitio, (..) AS cor sempre unid ipressio, as coalizOes, 2 principio isoladas, js associagdes por parte dos trabalhadores frente a0) , acaba sendo para eles mais necess que a defesa \digdes econdmicas transformam primeiro a massa ca populagto do pass en) trabalhadores. A dominagio do capital criow para esta massa uma situago eqmum, interesses comuns, Assim, pois, esta massa jd é uma classe com uta (..) esta Um exemplo histérico classe social foi dado pela bi -spaito a0 capital, mas ainda nao é uma classe casi. Na tune, se constitui como classe para si* Jo papel revolucionario exercido por uma rguesia durante as revolugdes ocidentais no inicio da Idade Moderna. Durante aquele processo, ela repfesentava uma nova forga produtiva, dotada de possibilidades gigantescas de transformacio nas relagdes sociais. A ECONOMIA CAPITALISTA © foco de Marx em O capital, sua obra madura, capitalista, a forma de organizacao social mais desenvolvida de todas ja a sociedade mais variada existentes. Ao analisi-la, compreendem-se também outras formacdes socioecondmicas anteriores € desaparecidas — domo as socie- dades primitivas, as escravistas, as ¢ elementos ela se edificou, das quais certos vestigios ainda hi iticas e as feudais — “sob cujas ruinas Jo apagados, que continuam a existir nela, se enriquecem de toda a sua gignificagio”.” A unidade analitica mais simples dessa sociedade e a xpressio ele- mentar de sua riqueza é a mercadoria, forma assumida pelos produtos ¢ pela propria forca de trabalho, e composta por dois fatores:|v valor de troca. Por um lado, a mercadoria tem a propriedadk as necessidades humanas, sejam as do estémago ou as da fart ou de produg&o. Por ser util, como meio de subsisté valor de uso e de satisfazer asia, servindo ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que no se consome nunca se torna mercadoria. Coisas titeis, poré , podem nao ser mercadorias, desde que nao sejam produtos do trabalho ou nao se destinem troca (como a producao para uso proprio). Para calcular o valor de troca de uma mercadoria, mede-se a quanti- dade da “substincia” que e levem em conta as diferen la contém, 0 trabalho, embora pa s entre habilidades e capacida a isso nao se ides de seus produtores individualmente e, sim, a forga social média, 0 fempo de tra- batho soctalmente necesséirio, isto é, “todo trabalho execut: médio de habilidade € intensidade em condicées normai lo com grau relativas ao meio social dado”. Ou seja, 0 cdlculo do valor de troca é feito segundo o tempo de trabalho gasto na sua produgao em uma sociedade e em um periodo dados. Distintas mercadorias podem ter valores diferentes e, para que seus possiveis consumidores realizem entre si os inte! pretenclem, é preciso haver um meio de quantificar tais valore! Ambios que , que v riam, segundo o lugar e a época, a disponibilidade de materiaig, as técnicas para obté-los e transformd-los etc. No momento da perm| abstragiio da forma concreta assumida pela mercadoria (um. um ramo de flores) e do seu valor de uso, e entao “sé I} qualidade: a de ser produto do trabalho (...) uma inversio de de trabalho, sem referéncia A forma particular em que foi i ta, faz-se a rato feito ou je resta uma ea humana Wvertida”. 45 existéncia de produtores que Fealizam alhos distintos e que, por isso, precisam obter 0 produto da atividade de outros para seu proprio consumo, é resultado da divisio do trabalho. Com efeito, as merc: Horias @ trocar umas pelas outras so simplesmente trabalho materializado|em diferentes valores de uso, portanto materializado rentes, correspondendo a sistemas de ne mas —} so apenas © modo de existéncia materializado da 10 do trabalho of a materializaglo de tabalhos quantitativamente dif. idades diferentes." Em troca do que necessita, cada um oferece o fruto de seu proprio labor, ainda que metamorfoseado na forma de moe veste roupas, a arquiteta come pio, o pedreiro vai ao cinema, 0 toma remédios, a enfermeira deles produz tudo aquilo de © sistema capitalista possivel a produgo ‘© consumo do prodytor: a riqueza $6 que se expressa n0 As relagdes de produ a. O marceneiro icultor IE jornal, o banqueiro escova os dentes. Qual jue preci aquele no qual se aboliu da maneira mais completa fom vistas a criaga0 de valores de uso imediato, para iste agora como processo social ehirelagamento da produgio ¢ da circulagao.® lo capitalistas implicam na existéncia do mercado, onde também a farca de trabalho € negociada por um certo valor entre o trabalhador li mercadoria que tem caracter e e © capital. A forca de trabalho € uma que pode pro- isticas peculiares: € a uni duzir mais riqueza do que s¢u proprio valor de troca, No entanto, a forga de trabalho Jo foi sempre uma mercadoria, © trabalho nto foi sempre trabalho assdlariado, isto é, trabalho livre. O eseravo nao vendlia sua forca de trabalho] ao escravista, do mesmo modo que seu trabalho ao lave com sua forca de trabalho, a seu amo. & uma das maos de um dor forga de trabalho (dor. 0 es favo é vendido de uma vex para sempre ercadoria que pode passar Jo as mos dle outro, Ele € uma mercadoria, mas sua o € uma mercadoria que Ihe pertenga. O servo da sleba s6 vende uma|parte de sua forca de trabalho. Nao € ele que obtém ‘um salirio do proprietitio do solo, pelo contratio, é 0 proprietitio do solo que recebe dele um €, ademais, vende-se em partes, Leiloa 8, 10, 12, 15 horas de sua vida, dia apés dia C..) 20 pro} ce meios de vida, ist E como se determina 0 ributo. Mas 0 trabalhador livre se vende a si mesmo rmatérias-primas, instrumentos de trabalho a0 capitalista.* lor da forga de trabalho no mercado? Através| do “valor dos meios de subsisténcia requeridos para produzir, desenvolver _manter e neroemar a forca d trabalho”, ou seja, tudo o que € necessirio © trabalhador se reproduza 0 © nivel de vida, 0 qual varia historicamentel regides € ocupagdes. Isso também significa que 0 produto! mesmo enquanto categoria “trabalhador” e & sua familia phra diz Marx, “essa singular raga de possuidores dessa mercadoti no mercado". O capital — para quem ela € til e que comp: de acordo com suas habilidades, entre época reproduz a si que, como ia se perpetue ra essa merca- doria — nao é simplesmente uma soma de meios de préducao. Esses, sim, € que foram transformados em capital a0 serem apto burguesia. © capital, assim como o trabalho assalariado, social de producao, é uma forma histérica de distribuicao de producao, resultante de um processo de expropriacao el da propriedade. A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da i parimetro é€ © mercado. De um lado, esté 0 trabalhador q mercado s\ uum salirio. A idéia de equivaléncia na troca é crucial para a sociedade capitalista. Os homens aparecem como igua do Estado, no mercado ete. embora 0 processo de venda da forca de trabalho por um s 10 um intercdmbio entre equivalentes, o valor que 0 traby produzir durante © tempo em que trabalha para aquele qu superior aquele pelo qual vende suas capacidades, Marx fempo de trabalho necessdrio, durante 0 qual se da a rej palhador © no qual gera o equivalente a seu salirio, do te Iho excedente, periodo em que a atividade produtiva no crid ‘rabalhador mas para © proprietirio do capital. Em funcao sociais de producao capitalistas, o valor que é produzido durt de wabalho excedente ou nao-pago & apropriado pela bu! desse valor extraido gratuitamente durante o processo de pros at proprio , © assim eles véem-se a si 1 pital, possibilitando a acumulagao cr valor que ultrapassa 0 dos fatores consumidos no proces (meios de producio e forga de trabalho), e que se acrescen empregado inicialmente na producao, é a mais-valia. Ela s assim, em uma riqueza que se opde a classe dos trabalhadon mais-valia, a ra © grau de exploragao da forga de trabalho pelo capital. O q tabalhador de perceber como se da efetivamente todo esse p: io entre trabalho excedente e trabalho necessakio, expres >priados pela uma rela las condigdes concentracao aldade, cujo ie oferece no, a forca de trabalho, de outro, o empregador que |a adquire por estabilidade diante da lei, nesmos. Mas, irio apareca Ihador pode © contrata distingue o producao do "po de traba- valor para o inte © tempo. guesia. Parte hic2o passa a escente.”” O > produtivo 20 capital transforma, A taxa de a He impede 0 cesso € sua situagao alienada. Em sintese, 0 trabalho apropriado pelo capital “é traba- tho forgado, ainda que possa parecer o resultado de uma corlvengao con- tratual livremente aceita 47 O PAPEL REVOLUCIO Marx concentra boa pad evolugao e superacao do capit da destruigaio da sociedade feu cao produtiva feudal, com produgio urbana e rural, pi esgotado, @ novas forgas pra desenvolvendo. Conquanto a Média tivesse possibilitado a do comércio maritimo e a fund estruturas feudais constituir-s expansio.* Vimos, pois, que 0s burguesia se formou, corto grau de desenv condigdes em que a ago feudal da agric feudais de propriedade, desenvolvidas. Freava| ciso romper essas tra cia, con ‘com a dominago eco} Os regulamentos das c téncia “2 transformagio do mi Figorosos editos, o ntimero m direito de empregar, ¢ 20 p quer outro oficio que nao fo} comerciantes comprar qualqu trabalho uma vez que, para dinheiro precisava encontrar desde um duplo pont pessoa livre, que dis de sua propria mercat vender. Por assim dize das coisas necessiria Deve ficar claro que na processos produtivos, mas ta NARIO DA BURGUESIA je de sua obra na andlise do surgimento, lismo € no modo pelo qual ele se originou Jal que o antecede. Segundo cle, a organi- sua forma de propriedade dos meios de \cessos de trabalho e técnicas, ja tinha \dutivas muito mais poderosas vinham se das guildas e corporacdes da Idade cumulacao do capital, o desenvolvimento \¢do das coldnias, a manutengao das velhas jam num entrave & continuidade daquela Ineios de produglo e de troca, sobre cuja base a foram criados na sociedad feudal. Ao aleangar um Ivimento, esses meios de produgio ¢ de troca, as fociedade feudal produzia e wocava, toda a organi: situa € da indistria, em uma palavra, as relagdes n de corresponder as forgas produtivas ja 1 produgao em lugar de impulsioné-la... Era pre- 2s, ¢ foram rompidas, Em seu lugar estabeleceu-se a ‘uma constitucto social e politica adequada a ela & pOmica e politica da classe burguesa.” rporagdes medievais opunham forte resis- sstre em capitalista, ao limitar, por meio de liximo de oficiais € aprendizes que tinha o ibir-lhe a utilizagio de oficiais em qual- se 0 seu”. Além disso, era permitido aos ler tipo de mercadorias... menos a forca de transforma-la em capital, o possuidor de 10 mercado o trabalhador livre p de vista, Primeiro, o trabalhador tem que ser uma arbitrio de sua forca de traba segundo, 1 a para tem que estar livre de todo, por completo despro\ para a realizago de sua capacidade de taba jo se tratava apenas de uma mudanga nos bém no que se refere 2 organizacio politica as sociais em que este se sustentava € a 0 is como 0 sistema juridico e tributério, a moral, religiao, cult 's dominantes. A burguesia cumpriu, entio, um papel rev agao destruiu os modos de organiz dade no campo e na cidade; debilitou as antigas classes tras instituicdes, ura e ideologia luciondrio. Sua io do trabalho, as formas da proprie- dominantes — como @ aristocracia feudal e o clero, substituiu a legislacio feudal, ¢ minou os impostos € obrigagdes feudais, as coporagdes de oficio, sistema de vassalagem que impedia que os servos se transforma trabalhadores livres e mesmo o regime pol ico moi rquict sem nos Nos casos em que sua existéncia representava um obstdculo ao pleno désenvolvimento as potencialidades da producao capitalista. Essa dimensi da acao burguesa nao se esgota com a extingdio daquelas h porque, além disso, 4 burguesia ndo pode existir sendo sob a santemente os instrumentos de produgio ¢, com isso, sociais (.) Uma revolugio continua na producio, um todas as eondigdes sociais, uma inquietude ¢ um movil condicao de révolucionar in revolucionéria intigas form jodas as relagdes lo constante de rento constantes distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Rompem-se todas 8 relacdes sociais estancadas e deterioradas, com seu ¢ e de idéia veneradas durante séculos; terem podido se ossifi A burguesia “cria um mundo & sua imagem e semelha tejo de crencas velhas antes de ca". Ela “foi a Primeira a provar 0 que pode realizar a atividade humana: crlou maravilhas maiores do que as pirimides do Egito, os aquedutos romands, as catedrais gotica conduziu expedicdes que empanaram mesmo as ant © as cruzadas”. Enfim, perguntam-se Marx e Engels, fasci pote que semelh: trabalho social?" forcas produtivas estivessem adormecidd da modemidade © do processo de racionalizagio. Assim, tal como jf ocorrera na transigio do feudal capitalismo, 0 pleno desenvolvimento do novo modo de pros necessariamente na criagio e desenvolvimento de forcas mat 8 construgio ou constituigao de uma nova sociedade nao sen Possivel levar a cabo uma libertiglo real sem ser no mundo 1} igas inva aos com a sdes ®, “que século anterior tetia suspeitado is no seio do A burguesia foi, naquele momento, a mais nitida expressiio ismo para o ao implica priais cruciai lo bal ¢ através de imelos reais; que no é possivel abolir a escravatura sem a nliquina a vapor mule jenny, nem a servidio sem api genericamente, 1 feicoar a agricul 10 & possivel libertar os homens enquant verem completamente aptos a fomecerenrse de comida e be a8 necessidades de alojamento e vestuério quantidade perfei ura; que, mais ida, a satisfa n qualidacle ¢ 49 Segundo Marx e Engels, o modo de producio capitalista estende-se a todas as nagdes, constra} ‘civilizacao”. A preméncia € de gerar novas necessid A TRANSITORIEDADI MODO DE PRODUCA Mas a nova sociedat aboliu as contradigées e1 classes, as velhas condig outras novas.” Cada vez m em dois vas diretamente: a auréola todas ag dignas de piedos do sibio fez se Mantiveram-se, des classistas f também o capitalismo est um processo de revolucag as sociedade: As relagdes buy propriedade, 10% potentes meios del no & capa seus conjuros ( Feudalismo vol no forjou somd ‘0s homens que proletarios. Ao mesmo tempo 4 tamente despossuida au! centros industriais, sua ca de sua situago social. E pel de agente transfor Hurguesi wgidas a abracar o que a burguesia chama de de encontrar novos mercados € matérias-primas ades leva-a a estabelecer-se em todas as partes DO CAPITALISTA de “que saiu das ruinas da sociedade feudal nao tre as classes. Unicamente substituiu as velhas Hes de opressio, as velhas formas de luta por ais nitidamente dividida impos inimigos, em duas grandes classes que se enfrentam © proletariado... A burguesia des profissdes que até entdo cram tidas como veneniveis ¢ Jo respeito, Do médico, do jurista, do sacerdote, do por ervidores assalarindos. sa forma, as condigdes da ndadas em uma contradi ta de classes. Sendo 10 que Ihes é inerente, nria condenado a extinguir-se com a eclosio de social. as de produgao e troca, as re sociedade burguesa moderna, que fez surgir to |, assemelhia-se 2o Feitceiro que fi dominar as poténcias infernais que desencadeou com ) As armas de que a burguesia se serviu para derrubar 0 mn-se hoje contra a propria burguesia. Porém a burguesia Inte as armas que Ihe dario a morte; proxluziu também empunhario esas armas — os operitios modemos, 05 lue cresce essa “massa da humanidade absolu- nenta também sua concentragio em grandes acidade de organizagio e de luta e a consciéncia a0 proletariado que Marx € Engels atribuem o lador da sociedade capitali De todas as classes que hoje enfrentam a burguesia, 6 0 proletariado € uma classe verdadeiramente revoluciondtia... As camadas médias — 0 pequeno comerciante, © pequeno industrial, 0 artesto, 0 camponés — todas clas lutam contra a burguesia para salvar sva ekisténcia, enq| da ruina. Nao so, pois, revoluciondrias, mas conserva- doras. Mais ainda, sio reaciondcias, ja que pretendem voltar atrés a roda da Hist6r 0 revolucionérias somente quando tém didnte de si a perspec- tiva de sua passagem iminente ao proletariado (..) O Ibmpemproletariado, esse produto passive da putrefaglo das camadas mais baixas da velha sociedade, pode, as vezes, ser arrastado ao movimento|por uma revolugaé proletéria; todavia, em virtude de suas condigdes de vida est mais predis- posto a vender-se & reagio para servir as suas manobpas.” Por meio de um processo revoluciondrio, as condicées de apropriaglo € concentragio dos meios de produgio existentes em mids de uma classe desaparecem e, a partir de entio, inicia-se um processo (le fundagio da sociedade sobre novas bases. No caso de uma revolugao proletaria, medida em que desaparecessem as garantias da propriedade privada dos meios de producao, 0 mesmo aconteceria com a burguesit como classe e com 0 modo capitalista de produgao. Instalar-se-ia, erltio, uma nova forma de organizacao social que, numa fase transit6ria, seta uma ditadura do proletariado m condigdes a que se propés, tornar-se-ia uma sociedade comunista. A antiga sociedade civil sera entao substituida “por uma associago que exclua as classes e seu antagonismo; 2o existira um poder politico propriamente dito, pois o poder politico é Precisamente a expresso oficial do antagonismo de classe dentro da socie- dade civil”. Uma das premissas para a existéncia dessa sdciedade seria 0 grande desenvolvimento das forcas produtivas promovido| pela produ: capitalista “pois, sem ele, apenas se generalizari a peiiria e, com a pobreza, comecari paralelamente a luta pelo indispensével € cair-se-a fatal: mente na imundicie anterior....° Em outras palavras, “a Iiberta fato historico ¢ nao um fato intelectual, e & provocado [por condigées historicas, pelo progresso da industria, do comércio, da agricultura’.? TRABALHO, ALIENACAO £ SOCIEDADE CAPITALISTA © fundamento da alienacao, para Marx, encontra-st na atividade humana pritica: 0 trabalho. Marx faz. referencia principalmehte as manifes- tages da alienago na sociedade capitalista. Segundo ele, o fato econdmico €“o estranhamento entre o trabalhador € sua produgio” ¢ sel: resultado é 0 51

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