You are on page 1of 401

M a n u e l Cruz

F il o s o f ía
CONTEMPORÁNEA

TAURUS

PENSAMIENTO
© M anuel Cruz, 2002
© D e esta edición:
Santillana E diciones G enerales, S. L., 2002
T o rre la g u n a, 60. 28043 M adrid
T e léfo n o 91 744 90 60
T elefax 91 744 92 24
w m v.taurus.santillana.es

• A guilar, A ltea, T aurus, Alfaguara S. A.


Beazley 3860. 1437 B uenos Aires
• Aguilar, Altea, T aurus, A lfaguara S. A. d e C. V.
Avda. Universidad, 767, Col. del Valle,
M éxico, D.F. C. P. 03100
• D istribuidora y E ditora A guilar, Altea, T au ru s, Alfaguara, S. A.
Calle 80, n.° 10-23
T eléfono: 635 12 00
Santafé d e Bogotá, C olom bia

D iseño d e cubierta: Pep C arrió y Sonia Sánchez

ISBN: 84-306-0459-6
Dep. Legal: M- 7.861-2002
P rin te d in Spain - Im preso en España
In d ic e

A M OD O DE p r e á m b u l o :

Q ué hay d e c o n t e m p o r á n e o e n la f il o so fía c o n t e m p o r á n e a .

(A cer c a d e si es p o s ib l e h a c e r h is t o r ia d e l a p r o p ia é p o c a . ) ............ 9

P r im er a parte

La T r a d i c i ó n a n a l í t i c a . La p a sió n p o r e l c o n o c i m i e n t o

C a p ít u l o I. A l g u n o s padr es f u n d a d o r e s ....................................................... 21
G o ttlo b F r e g e .......................................................................................... 21
B e rtra n d R ussell, el co m p ro m iso con el c o n o c im ie n to 27
G eo rg e M o o re, la falacia del se n tid o c o m ú n ................................. 32

C a p ít u l o II. E l n e o p o s it iv is m o y i a c r ític a a t o d a m e t a f ís ic a 43

C a p ít u l o III. W it t g e n s t e in , p e n sa r d e sd e e l l e n g u a j e ........................... 55

C a p ít u l o IV. P o p p e r , la c o n f ia n z a e n el f r a c a so .................................... 67

C a p ít u l o V. D e sa r r o l l o s df . l a n á l isis ............................................................ 79
G ilb e r tR y le .............................................................................................. 79
J o h n L angshaw A u s t i n ......................................................................... 83
P e te r S traw son ........................................................................................ 87

Segunda parte

La t r a d ic ió n m a r x ist a . El d e sa r r o l l o d e l id eal e m a n c ip a d o r

C a p ít u l o VI. S o b r e i a p r e su n t a espe c ific id a d d e l m a r x i s m o 97

C a p ít u l o VIL L a a puesta p o r i a vo l u n t a d .................................................. 107

C a p ít u l o VIII. L a c o n f ia n z a e n i a c i e n c i a .................................................... 119


F il o s o f ía c o n t iím p o r á n k a

C a p ít u l o IX . La im a g in a c ió n d ia l é c t ic a ....................................................... 131
M a x H o r k h e i m e r .................................................................................................. 134
T h e o d o r W . A d o r n o ........................................................................................... 139
J ü r g e n H a b e r m a s ...................................................................... 146

T er c er a parte

La t r a d ic ió n h e r m e n é u t ic o -F e n o m e n o l ó g ic a .

La c e n t r a l id a d d e la v id a

C a p ít u l o X . H u s s e r l , la c r ít ic a a u n m o d e l o d e c ie n c ia .................... 159
P o n e r e n t r e p a r é n t e s i s ...................................................................................... 160
L a c o n c i e n c i a i n t e n c i o n a l ............................................................................... 163
U n a n u e v a im a g e n d e la s u b j e t iv id a d ..................................................... 168
I n t e r s u b je t iv id a d y m u n d o d e la v i d a ....................................................... 170

C a p ít u l o X I. H e id e g Ae r , la e x is t e n c ia fr e n t e a la m u e r t e ............... 183
E l p r o y e c to f il o s ó f i c o d e M a r tin H e i d e g g e r ......................................... 184
El h o m b r e c o m o ser e n el m u n d o ............................................................ 186
E x is t e n c ia a u t é n t ic a y e x i s t e n c ia in a u t é n t ic a .................................... 188
L a a n g u s t ia y la m u e r t e .................................................................................... 190
E l t i e m p o ................................................................................................................... 193
L a n a d a y la h is t o r ia ........................................................................................... 197

C a p ít u l o X II. S a r t r e , l a g e st u a l id a d e x is t e n c ia l is t a ........................... 205

C a p ít u l o X III. G a d a m e r , u n a r a z ó n h e c h a d e l e n g u a j e ...................... 217


U n a u b i c a c i ó n c o m p l e j a ................................................................................. 219
In te r p r e ta c ió n ( y d iá lo g o ) ..................................................................... 221
T r a d ic ió n (y p r e j u ic io ) .................................................................................... 227
H is t o r ia (y n a t u r a le z a h u m a n a ) ................................................................ 237

A p é n d ic e a i a t e r c e r a pa r te . U n a v e r sió n e s p a ñ o l a .
O rtega y G a s s e t .............................................................................................................. 249
J o s é O r t e g a y G a s s e t. U n a p r o p u e s t a a la lu z
d e u n a in t e r p r e t a c ió n ................................................................................. 249
L a c o n f ig u r a c ió n d e u n a p r o b le m á t ic a p r o p ia :
o b je tiv is m o y p e r s p e c t iv is m o ................................................................... 250
R a z ó n y v id a ............................................................................................................ 254
M a n u el C ruz

C ua r ta parte

E i. sig l o xx, u n texto b o r r o so . Ú ltim as t e n d e n c ia s

(o m ateriales para la in c e r t id u m b r e )

C a p ít u l o X IV . D e l e m pir is m o a i . p r a g m a t is m o ........................................... 273


R o n a ld D a v i d s o n .................................................................................................. 273
H ila r y P u t n a m ....................................................................................................... 282
J o h n R. S e a r l e ......................................................................................................... 289
R ic h a r d R o r t y ......................................................................................................... 300

C a p ít u l o X V . La (¿ a u t o ? ) c r ític a a i , r a c io n a l ism o c r í t i c o 327


L a o b je t iv id a d c o m o h o r iz o n t e ( o a n d a r a t ie n ta s ) ........................ 332
L a d ir e c c ió n d e l p r o c e s o (a p r o p ó s i t o d e F e y e r a b e n d ) 334
L a c e n t r a lid a d d e la h is to r ia ( a p r o p ó s it o d e K u h n ,
L a k a to s y o t r a v e z P o p p e r p a r a t e r m i n a r ) ......................................... 338

C a p ít u l o X V I. E s t r u c t u r a l ism o y p o s t e s t r u c t u r a l is m o ................... 349


C la u d e L é v i-S tr a u s s ........................................................................................... 352
M ic h e l F o u c a u l t .................................................................................................... 358
J a c q u e s L a c a n ......................................................................................................... 366
G ilíe s D e l e u z e ......................................................................................................... 369
J a c q u e s D e r r i d a .................................................................................................... 384

C a p ít u l o X V II. P o s t m o d e r n id a d y o t r o s s in c r e t is m o s ........................ 413


J e a n -F r a n g o is L y o ta r d ...................................................................................... 414
G ia n n i V a t t i m o ...................................................................................................... 420
A MODO DE PREÁMBULO:
Q ué hay d e co n tem p o r á n e o en la filo s o f ía
co n tem p o r á n e a .

(A cer c a d e s i e s p o s i b l e h a c e r h is t o r i a d e l a p r o p ia é p o c a . )

E i s t u d i a r esa e ta p a d e la h isto ria d e la filosofía m ás c e rc a n a a n o so tro s


q u e solem os d e n o m in a r filosofía c o n te m p o rá n e a constituye e n u n d e te r­
m in a d o sen tid o (y p o r p aradójico q u e a p rim e ra vista p u d ie ra p arecer)
u n a tarea esp ecialm en te com plicada. La pro x im id ad , c u an d o n o la in m e­
diatez, a a q u ello d e lo q u e se está h a b la n d o ju e g a con frec u en cia, a qu ien
se ap ro x im a a su p ro p io tiem p o co n án im o curioso, m alas pasadas. C ual­
q u ie ra q u e desee c o m p o n erse u n a p rim e ra idea del tam año d e la dificul­
tad q u e d ich o acercam ien to e n g e n d ra p u e d e h a c e r la p ru e b a d e in te n ta r
v aticinar q u ién es, d e e n tre los q u e hoy son ten id o s p o r filósofos notorios,
m e re c e rá n el in terés d e los tiem pos venideros. P ero la d ificu ltad no se re ­
suelve co n p acien cia — a g u a rd a n d o resig n ad am en te, p o r ejem plo, a q u e
p asen u n cierto n ú m e ro d e años p a ra h a c e r la historia d e un p e rio d o —
sin o co n a te n c ió n y e sp íritu crítico . Nos im p o rta dem asiado e l p re se n te
co m o p a ra aplazar su in te rp re ta c ió n al m o m en to d e la distancia, de la fría
y d esap asio n ad a d isección d e los sistem as, tan característica d e los e n to ­
m ó lo g os d el p en sam ien to .
L a o p ció n d e este libro es a favor del conocim iento d e la p ro p ia época,
siquiera sea en g rad o d e tentativa. L a conciencia respecto d e las dificultades
d e to d o tip o , a las q u e e m p ezarem o s a re fe rirn o s a c o n tin u a c ió n , no d e­
sem b o ca n e cesariam en te e n u n a su e rte d e nihilism o historiográfico n i en
n in g u n a varian te d e u n a c o n fo rtab le eru d ició n . E n el b ien e n te n d id o de
q u e c o m p re n d e r el p resen te, com o habrem os d e ver, n o equivale a co m ­
p r e n d e r la actu alid ad — tarea im posible p o r definición: la actu alid ad es
fugaz, in ap ren sib le y es d e este carácter lábil, huidizo, falazm en te intenso,
d e d o n d e to m a el h o m b re m o d e rn o su vacía autosuficiencia— , sino a in­
te n ta r acced er a las líneas de fuerza, a los vectores profundos q u e reco rren
n u e s tra c o n te m p o ra n e id a d . V ectores q u e p u e d e n designarse con el tér­
m in o «corrientes» o, co m o h em o s p refe rid o h a c e r aquí, bajo el ró tu lo de
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

«tradiciones» y q u e b ien p u d ie ra n q u e d a r caracterizadas — en u n a inicial


ap ro x im ació n d e in teligibilidad q u e q u e d a rá co m p letad a poco m á s ade­
la n te — co n las p alabras d e M aclntyre: «una trad ició n viviente es u n a dis­
cusión h istó ricam en te p ro lo n g a d a e in c o rp o rad a e n lo social, y q u e ade­
m ás p recisam en te se refiere, en p arte, a los b ien es que co n stitu y en esa
tradición».
Los n o m b res n o son, tam poco esta vez, lo m ás im p o rtan te. Lo q u e aho­
ra d e veras im p o rta (com o en tantas otras ocasiones en filosofía, p o r lo
dem ás) es la im ag en reg u lad o ra , la figura con la que rep re sen tam o s nues­
tra p ro p ia ub icació n e n el seno d el im aginario que n o s ha tocado vivir. Es
posib le q u e lo q u e estam os en disposición de p en sar sea c o m o u n m arco
cuyos lím ites n o p o d em o s trascender, o acaso configure u n d eso rd en a d o
co n ju n to de m ateriales cuya adm inistración estam os co n d en ad o s a ges­
tionar. L o deseab le es q u e la m etáfo ra elegida n o n o s im pida re c o n o c e r
p rim e ro , y an alizar d esp u és, los p ro b lem as q u e nos son m ás p ro p io s. En
este lib ro se h a p re fe rid o la im agen del en tram ad o , d e la retícula d e argu­
m en to s, sistem as y convicciones q u e su p o n e n p ara nosotros algo así com o
lo d a d o e n m ateria d e p en sam ien to . O m ás fácil: se h a p ropuesto u n a pes­
qu isa e n busca d e ese o rd e n secreto q u e nos constituye.

A p en as u n as breves indicaciones respecto al p u n to de vista q u e en lo


q u e sigue se ad o p ta rá . S u p o n d re m o s en to d o m o m en to q u e lo c o n tem ­
p o rá n e o — n u estro p re se n te — n o se d eb e e n te n d e r com o lo que todavía
no es historia (p o rq u e, com o aquel q u e dice, todavía está su c e d ie n d o ), sino
m ás b ie n co m o el ú ltim o episodio, a ú n sin pensar, d e u n a historia q u e nos
viene d el pasado. El p re se n te — h e aq u í u n co n v en cim ien to m ayor del
tex to — tam b ién fo rm a p a rte de la historia. T am b ié n necesita ser puesto
e n relació n co n el pasado p a ra m o strar su sentido.
A h o ra b ien , q u é d eb am o s d e e n te n d e r p o r «contem poráneo» se en­
c u e n tra lejos d e ser obvio. P o r lo p ro n to , lo c o n te m p o rá n e o no se identi­
fica co n el p resen te e n se n tid o estrech o , esto es, co n la actualidad, com o
se dijo h ace u n in stan te. La identificación e n tre c o n te m p o rá n e o y actual
(a la m an era, p o r ejem plo, en la q u e se utiliza el térm in o «actualidad» en
el len g u aje p erio d ístico) se d eb e a m u ch o s factores, q u e n o c o rre sp o n d e
an alizar e n este m o m en to . E n cu alq u ier caso, lo que im p o rta es qu e dicha
id en tificació n se h a c o n solidado ta n to en n u e stra sociedad q u e h a pasado
a f o rm a r p arte d e lo q u e b ie n p u d iéram o s llam ar el sentido c o m ú n de la
g e n te d e hoy. T en d em o s e sp o n tá n e a m e n te — n o hay razón para n eg ar­
lo— a id en tifica r casi sin crítica a los autores vivos c o n nuestros c o n tem ­

10
M a n u el C huz

p o rán eo s, d e la m ism a m a n e ra q u e nos cuesta m u ch o re c o n o c e r en esa


c o n d ic ió n a filósofos, p o r e jem p lo , de los años tre in ta . T e n d e n c ia esta
a n te la cual, p o r cierto , u n no-especialista p o d ría espontáneamente p re g u n ­
tar: ¿Y q u é hay d e m alo e n e n te n d e r de esta fo rm a lo c o n te m p o rá n e o ?
¿P or q u é h em o s d e co n sid erarla u n error?
P ara lo qu e aq u í interesa ahora, bastará con u n a doble observación com o
respuesta. De u n lado, p o rq u e del em pleo d e un criterio tan sim ple com o el
d e la m era fech a d e n acim ien to (en el caso del au to r) o d e p ro d u cció n (en
el caso d el tex to ) se d eriv arían consecuencias intu itiv a m en te in a c e p ta ­
bles. R esultaría así q u e a u n filósofo q u e hiciese u n a filosofía p o r co m p leto
an ac ró n ic a — esto es, q u e se o cupase de p ro b lem as que hoy n o in teresan
e n ab so lu to y los ab o rd ase co n in stru m en to s teóricos in eq u ív o cam en te
ob so leto s— le d eb eríam o s re c o n o c e r la c o n d ició n de c o n te m p o rá n e o
p o r el solo h e c h o d e q u e p e rm a n e c ie ra vivo, o d e q u e h u b ie ra fallecido
e n fech a recien te. D el o tro lado, p o rq u e si nos e m p eñ am o s en id en tificar
la c o n te m p o ra n e id a d con ese «aquí y ahora» en p e rm a n e n te cam bio q u e
constituye la actu alid ad , n o disp o n em o s d e n in g ú n lugar estable desde el
q u e hablar. Si decid im os m a n te n e rn o s en el p u n to de vista q u e hace u n
m o m e n to d e n o m in á b a m o s d e se n tid o co m ú n , lo ú n ic o q u e sa b em o s es
q u e d esd e cad a n uevo día ten d em o s a p ercib ir las cosas d e m a n e ra distin­
ta (a u n q u e sea sólo algo d istin ta ), lo cual, tras la a p a re n te ven taja que p a­
rece c o m p o rta r esa p e rm a n e n te ad ecu a ció n a la incansable m u d an za de
las cosas, te rm in a co n stituyéndose e n u n a im p o rta n te fu e n te d e com pli­
caciones teóricas, seg ú n h a b rá ocasión d e se ñ alar m ás ad elan te.
C om o es lógico, d e sem ejante o rd e n d e observaciones no se d esp ren d e ,
e n el ex trem o co n trario , q u e carezca del m ás m ín im o interés la ubicación
histó rica d e u n a u to r o la fech a d e publicación d e u n texto, q u e debam os
co n sid erar estos dato s com o convenciones vacías, o co m o form alid ad es
caren tes d e sen tid o . Si olvidam os p o r com pleto la é p o ca en la q u e u n d e­
te rm in a d o filósofo re alm en te vivió y p ro d u jo , en to n ces n a d a n o s im pide,
po n g am o s p o r caso, referirnos a A naxim andro com o a u n c o n tem p o rán eo ,
y eso te rm in a ría p o r vaciar d e co n te n id o la p ro p ia expresión contempora­
neidad. La exageración del ejem plo — caricatura d e C roce, p o d rá p e n s a r
a lg ú n le c to r avisado— lo d e ja b ie n claro: si u sam os el té rm in o e n u n sen ­
tid o tan vago q u e h asta el filósofo m ás alejado d e nosotros p u e d e ser c o n ­
sid erad o co n tem p o rán eo , entonces el adjetivo m ism o se convierte en in ú ­
til, y pasa a n o ten er sentido alguno h acer diferencias entre filosofías antigua,
m edieval, m o d e rn a y co n te m p o rá n e a , o n in g u n a otra.
¿Cabe e x tra e r alg u n a conclusión a p a rtir del e n u n ciad o d e estas p ri­
m eras objeciones? P o r lo m en o s u n a, a saber, q u e lo c o n te m p o rá n e o , le­
jo s d e d e s ig n a r alg o ev id e n te , co n stitu y e e n re a lid a d u n c o n c e p to p e n ­

11
F il o s o f ía c o n t k m p o r á n k a

d ie n te d e d efin ición. N o se trata a h o ra , p o r su p u esto , de in te n ta r elabo­


r a r u n a co m p leta teo ría d e la c o n te m p o ra n e id a d — em presa tan desm e­
su ra d a co m o fu e ra d e lu g ar en este c o n tex to — sino de p ro p o rc io n a r los
e le m e n to s m ín im os p a ra q u e el le c to r inicie e n co ndiciones la a n d a d u r a
p o r el tex to q u e sigue. T exto q u e se h a estru ctu rad o , siguiendo u n crite­
rio su m a m e n te e x te n d id o en tre los especialistas en este p erio d o , a lred e­
d o r d e tres trad iciones, q u e o p e ra n a m o d o de eje e n to rn o al cual se h a n
id o a rra c im a n d o las p ro p u estas teóricas de los filósofos m ás im p o rta n te s
d e la p asad a cen tu ria. N o hay d u d a d e qu e la im p o rtan c ia e influencia d e
cad a u n a de las tres h a ido variando, especialm ente en los últim os tiem ­
pos, m e rc e d a diversos factores — a su vez de m uy d iferen te naturaleza— .
P ero resu ltaría a to d as luces ilegítim o desde el p u n to d e vista teórico,
am é n d e falaz desde el historiográfico, proyectar los m ás recientes avatares
d e cad a u n a d e ellas so b re su p ro p io pasado (p arafrasean d o al p o e ta p o ­
d ríam o s afirm ar q u e h ab erse q u e d a d o sin razón hoy no equivale a n o ha­
b e rla te n id o n u n ca) y, a ú n más grave, sobre el pasado de la filosofía con­
te m p o rá n e a p o r e n te ro .
E n la bolsa d e las ideas, la cotización de au to res y tendencias ex p eri­
m en ta m últiples y constantes variaciones, tanto al alza com o a la baja. A ban­
d o n a rse a esa p e rm a n e n te fluctuación d e los valores, reco n sid erar a cada
p o co el p a n o ra m a global y, sobre todo, el sentido d e lo q u e se p en só , no
d e ja d e co n stitu ir u n a m o d alid ad específica d e esa confusión e n tre pre­
se n te y a c tu alid ad a la q u e n os refe rim o s hace b ie n poco. P o r ejem plifi­
carlo claram en te: in fe rir sin m ás, a p a rtir de la d esaparición de u n imperio,
la d evaluación au to m á tic a y co m p leta d e su imperio filosófico c o rre sp o n ­
d ie n te (es claro q u e estoy ju g u e te a n d o con la casi c a n ó n ica fo rm u lació n
d e F e rra te r M o ra1) su p o n e p rescin d ir d e u n a trad ició n filosófica rig u ro ­
sa m en te in d isp en sable p ara la inteligibilidad del m u n d o co n te m p o rá ­
n eo . N o hay q u e c o n fu n d ir el p o co discutible p rin cip io general se g ú n el
cual se d e b e a p re n d e r d e los e rro res (¿cabe d efen d er lo contrario?), lo que
en este caso significa q u e hay q u e e x tra e r las lecciones que se d erivan del
fracaso d e u n d e te rm in a d o proyecto e m an cip ato rio , co n la ventajista ten­
tació n d e l an acro n ism o que, en su obsesión p o r san cio n ar lo que a h o ra
hay, se n ieg a los in stru m e n to s p a ra su crítica.
P o r d esco n tad o q u e en cu alq u ier estru ctu ració n del ingente m aterial
q u e co n fig u ra la filosofía c o n te m p o rá n e a hay u n c o m p o n e n te d e artifi­
cio, d ich o sea sin el m e n o r d esd én h acia la fu n ció n d e los esquem as g en e­
rales. P o rq u e hay esquem as y esquem as, form as y form as d e p ro p o n e r la
travesía d e n u estro p re se n te filosófico, y no se p u e d e decir q u e todas sean
eq u iv alen tes o, m en o s aú n , irrelevantes. Se p u e d e hablar, p o r ejem plo,
d e u n m o d elo d u al d e co n trap o sició n e n tre analíticos y c o n tin en tales2

12
M a n u e l C huz

p a ra señ alar los dos m odos d e co n ceb ir la filosofía reciente q u e h abrían


te rm in a d o p o r su b su m ir cu alq u ier o tra fo rm a d e e n te n d e r la actividad fi­
losófica; se p u e d e p lantear, com o se h a asum ido aquí, la existencia de tres
g ran d es trad icio n es (analítica, m arxista y herm en éu tico -fen o m en o ló g i-
ca), in te rn a m e n te unificadas, en su laxitud, p o r u n co n ju n to d e co n cep ­
tos básicos y d e p ro b lem as q u e se establecen com o relevantes; se p u ed e
p ro p o n e r, co m o tam b ién se h a h ech o , la figura d e un cu ad rilátero — con
sus cu atro esquinas ocupadas, respectivam ente, p o r los h ered ero s de M arx,
N ietzsche, H e id e g g e r y W ittgenstein— p a ra d ib u jar el perfil d e l pensa­
m ie n to filosófico d e n u estro tiem p o , o cu alq u ier otro esq u em a. El test fi­
n al p a ra d irim ir la m ayor o m e n o r b o n d a d de cad a u n o de ellos, adem ás
d e su eficacia in stru m e n ta l p a ra vehicular la in fo rm ació n necesaria, h a­
b rá d e ser su cap acid ad , no sólo p a ra a p o rta r elem entos d e inteligibilidad
so b re la d in ám ica de lo que se p ensó, sino tam bién —y acaso fu n d a m e n ta l­
m e n te — so b re el e n tra m a d o d e rep re sen tacio n es teóricas en las que vivi­
m os instalados.
N o d eb e so b ren ten d erse q u e cualquier esquem a satisfaga tales exigen­
cias o q u e todos las satisfagan p o co m ás o m enos d e la m ism a m an era. P or
n o a b a n d o n a r co m p le ta m e n te el ejem plo al q u e hicim os referencia m ás
arriba: u n esq u em a q u e soslaye la im p o rtan cia del conjunto de propuestas
q u e p en saro n d e fo rm a más d e c id id a el antagonism o, q u e p u sie ro n e n el
p rim e r p lan o d el análisis teórico la n ecesidad d e d isp o n e r de u n a ontolo-
gía d e lo social, al m arg en de q u e difícilm ente co n seg u irá d ar c u e n ta de
la in ten sid ad , casi dram ática, d e la filosofía e u ro p e a de e n treg u erras, está
r e n u n c ia n d o a los in stru m e n to s con cep tu ales p a ra valorar algunos d e los
fen ó m e n o s m ás específicos y constituyentes del m u n d o c o n te m p o rá n e o .
El a n h e lo d e em an cip ació n p o d rá se r analizado desde m ú ltip les perspec­
tivas, sin d e s d e ñ a r la (¿feuerbachiana?) crítica seg ú n la cual d ic h o a n h elo
n o pasa d e ser u n a versión ap en as m aquillada d e la secular b ú sq u e d a de
trascen d e n cia q u e p arece h a b e r a c o m p añ ad o a la h u m an id ad a lo largo
d e to d a su historia. P ero incluso en la más radical — o d em o led o ra— de las
hipótesis, lo q u e q u e d a d escartad o es que se en tie n d a n m ejo r n u e stro p a­
sado y n u estro p re se n te p o r m ed io d e la id ea de q u e ha p e rd id o se n tid o y
valor el d eb ate so b re la p ro p ie d a d d e la riqueza o la b úsqueda d e laju sti­
cia, p o n g am o s p o r caso. (A rgum entos distintos, p e ro d e p a re c id a im p o r­
tan cia y an álo g o tenor, se p o d rían p resen tar e n referencia a esos esquem as
q u e soslayan o relativizan en exceso el alcance d e la reflexión m etacientí-
fica o m etalingüística.)
¿Subyace a to d o lo q u e acabam os de e x p o n e r u n convencim iento q u e
m e re c ie ra ser calificado de escéptico o derro tista con relación a la posibi­
lid ad m ism a d e esb o zar u n a h isto ria de la filosofía co n tem p o rán ea? N o
F il o s o f ía c o n t k m p o r á n e a

ex actam en te , a u n q u e sí d eb a d ed u cirse que conviene ab o rd ar el proyec­


to c o n m últiples cau telas. P ro p o n d ría regresar, p a ra ilustrar m ejo r lo que
se h a q u e rid o decir, al sencillo ex p e rim e n to m en tal al que se hizo alusión
al p rin cip io . P en sem os en cu alq u ier o b ra de filosofía que ap arezca publi­
cad a e n estos días. Si ta n to su p ié ram o s sobre n o sotros m ism os y sobre
n u estro s p ro d u cto s, n o d eb iera resu ltarn o s difícil d e te rm in a r en q u é m e­
d id a ese libro va a significar u n a real ap o rtació n al p en sam ien to c o n te m ­
p o rá n e o y, com o tal, p e rd u ra rá e n u n fu tu ro — esto es, pasará a se r consi­
d e ra d o p o r las g e n eracio n es venideras com o u n clásico.
Es cierto q u e los hay q u e se atreven con sem ejante o rd en de an ticip a­
ciones: n o es del to d o ra ro q u e la crítica p re su n ta m e n te especializada sa­
lu d e la ap arició n d e u n a o b ra co n enfáticas valoraciones de la m ism a o de
su a u to r (sea la d e p ro c la m a r q u e este últim o constituye el p o stre r re p re ­
se n ta n te d e lo q u e se su ele d e n o m in a r la gran filosofía, sea la de so ste n e r
q u e es el ú n ico q u e p ro p o n e nuevas ideas o u n sistem a filosófico p ro p io ,
o c u a lq u ie r o tra co n sid erac ió n an álo g am en te e x a g e ra d a ). P ero n o lo es
m en o s q u e la m ayor p a rte de tales críticas y críticos n o se caracterizan pre­
cisam en te p o r su p erspicacia, com o se deja ver en el h ech o d e que es aún
m ás fre c u e n te q u e, p asad o el tiem po, son a veces los m ism os que a n ta ñ o
tan to elog iab an , los q u e tu ercen el gesto y se n ten cian , a h o ra con efectos
retroactivos y co m o si la cosa n u n c a h u b ie ra ido co n ellos: «aquella obra,
sobrevalorada en su m om ento...», o en el hecho, m ás c o n tu n d en te si cabe,
d e q u e tan p o n d erad o s libros aco stu m b ran a pasar, tras la algarabía del re­
cibim iento inicial, al m ás silencioso de los olvidos. Se conoce q u e el in fiern o
está e m p e d ra d o d e b u e n a s in ten cio n es y la crítica d e p red iccio n es falli­
das so b re la real trascen d e n cia del p en sam ien to co n tem p o rán eo . P ero se­
ría d e to d o p u n to e r ró n e o in te rp re ta r tan ta reserva e n clave local o, m e­
n os aú n , ad hominem. E n realidad, lo qu e subyace a todo lo que hem os dicho
es el co n v en cim ien to d e la o pacidad — u n a o p acid ad en cierto m o d o ine­
vitable— d el p resen te. Y ello se deriva e n p arte de la naturaleza m ism a de
la histo ria, e n tre cuyos rasgos característicos n o p a rece e n c o n trarse, cier­
tam en te, la transparencia. P ero éste, com o se deja ver con facilidad, es otro
asu n to m ayor, q u e, d e c id id am en te, n o toca a b o rd a r aquí.
E n to d o caso, el señ alad o e x p e rim e n to m en tal — vam os a reco n o cerlo
p a ra ir fin alizan d o este p reám b u lo — ú n icam en te p re te n d e g e n e ra r u n a
cierta in q u ietu d , p e ro en m o d o alg u n o aspira a ser resolutivo. Es p ro b a­
b le q u e n o c o n stitu y a o tr a cosa q u e u n o b stá cu lo p a ra el p e n s a m ie n to
a n d a r p e n d ie n te to d o el tiem po d e an ticip ar q u é p asará a la h isto ria de la
discip lin a y q u é n o . U n a m ira d a tan obsesivam ente anticipativa quizás in­
cluya u n grave p elig ro, a saber, el d e d escuidar la efectiva riq u eza que
p a ra el p re se n te s u p o n e u n p e n sa m ie n to , co n in d e p e n d e n c ia d e l uso

14
M a n u k i. C r u z

q u e la p o ste rid ad h ag a de ese legado. Q ue la filosofía c o n te m p o rá n e a es


u n episo d io d e la h istoria de la filosofía se p la n te ó com o u n a prem isa.
P ero co n u n m atiz n o trivial: es u n episodio aún por reflexionar, todavía no
tematizado, d e d ic h a historia.
Y p a ra p e rc ib ir to d a su riq u e z a hay q u e d e ja r an te to d o q u e ésta se
m u estre. A la p re g u n ta ¿cóm o e n c a ra r la com prensión del p ensam iento d e
n u e s tra época, d e ese pen sam ien to que convive co n nosotros?, le corres­
p o n d e com o resp u esta u n a actitud, u n a disposición. Benjam in n o s p ro p o r­
cio n ó u n a b u e n a figura para describirla3. Tal vez haya q u e perderse, q u e
d eam b u lar p o r el in te rio r de ese pen sam ien to com o el flcineurben] am in i a-
n o h arag an ea p o r la ciudad. N o hay contradicción entre dicho consejo y la
p ro p u e sta d e u n esq u em a p a ra tran sitar p o r este p eriodo, d e la m ism a
m a n e ra qu e n o es co n trad icto rio callejear sin ru m b o co n un p la n o e n el
bolsillo. Más a ú n , es p ro b ab le q u e la función q u e cum pla este últim o sea
p recisam en te la d e g aran tizar u n a deriva gozosam ente errática, sin in te r­
fere n cia de te m o r ni in q u ie tu d algunas.
W ittg en stein solía utilizar u n a im agen m uy p ró x im a — y sólo opuesta
e n ap arien cia— p a ra describir su p ro p ia tarea, com o sabem os p o r el testi­
m o n io d e sus alu m n o s: «C uando te en señ o filosofía soy com o u n guía q u e
te m u estra có m o tien es q u e o rie n ta rte en L ondres; te a c o m p a ñ o p o r to d a
la ciudad, d esde el n o rte al sur, del este al oeste, d e Easton a E m barkm ent,
d esd e Picadilly h asta el M arble A rch; después d e h a b e r h e c h o contigo
m u ch o s viajes p o r to d a la ciudad, e n todas direcciones, h a b re m o s pasado
varias veces p o r alg u n a calle, atravesando esa calle com o p arte d e un vizye
d ife re n te a la vez; al final, co n o cerás L ondres, serás capaz de o rie n ta rte
igual q u e lo h ace alg uien q u e haya nacido e n la ciudad». P ero la o rien ta­
ción n o es u n fin en sí misma: es, sim plem ente, la condición de p osibilidad
del au tén tico co n o cim iento. P or eso, in cu rren en el más grave d e los e r r o ­
res — el de d a r p o r cu m p lid a u n a tarea que ni tan siquiera han iniciado—
q u ien es co n fu n d en esta extrem ada fam iliaridad co n el conocim iento m is­
m o. O rien tarse e n el p ensam iento n o es todavía p e n s a r— a u n q u e sin o rien ­
tación el filósofo n u n c a ro m p e a h a cerlo — . C onoce d e veras la ciudad
a q u é l q u e u n día, d e p ro n to , rep ara en que esa calle, que re c o rría siem pre
en la m ism a d irección, es otra c u an d o la reco rre en dirección contraria.
S ería p resu n tu o so — rid ic u la m e n te p resu n tu o so , p a ra ser m ás exac­
tos— calificar d e metodológicas estas sencillas y m odestas indicaciones. Lo
ex p u e s to h a sta a q u í constituye m ás u n c o n ju n to d e su g e re n c ia s que u n
re p e rto rio d e so lu cio nes o de recetas. A penas o tra cosa q u e u n a m odesta
invitación a tornar, com o ya se dijo, u n a d e te rm in a d a actitu d a n te lo q u e
se h a p en sad o en n u e stro tiem po. A quella q u e n o s p erm ite escuchar a la
re a lid a d c u a n d o ésta p o r fin se d e cid e a hablar, se d isp o n e a re v e la rn o s

15
FlI.O SO l'ÍA c o n t e m p o r á n e a

sus secretos, a h a c e rn o s saber d e sus más p ro fu n d a s p reo cu p acio n es. La


ex p resió n historia de la filosofía contemporánea, en efecto, tiene m u ch o de p a­
rad ó jica, c u a n d o n o d e au to co n trad icto ria. P ero n o todo. Tal vez lo qu e
n o es p a ra d o ja n i a u to c o n tra d ic c ió n se sustancie e n u n a sim ple idea. La
filosofía constituye, n u n c a d eb iéram o s olvidarlo, u n a fo rm a de conoci­
m ie n to q u e n o fu e co n ceb id a com o u n a co artad a p a ra dese n te n d e rse del
m u n d o , sin o c o m o u n catálo g o d e razones p a ra a p re h e n d e rlo m ejor,
p a ra e n riq u e c e r n u e s tra relación c o n él. A este pro p ó sito se d e b e cual­
q u ie r h isto ria d e la filosofía, sea cual sea el fra g m e n to del q u e se o c u p e (o
la d istan cia q u e n o s sep are del m ism o ), y co n él d e b e m edirse cu a lq u ie r
in te rp re ta c ió n d e l pasado, esp ecialm en te d el m ás próxim o.
N otas

1Presentada en su libro La filosofía actual, Madrid, Alianza, 1969, e n especial


su segunda parte, titulada precisam ente «Las tres filosofías», p. 115-154.
2 Véase por ejem plo, el reciente libro de Franca D ’Agostini, Analíticos y conti­
nentales, Madrid, Cátedra, 2000, donde se utiliza este esquema para elaborar una
útil y docum entada guía de la filosofía de los últimos treinta años.
3Algo em pecé a decir sobre esta idea en mi Del pensar y sus objetos, Madrid, Tec-
nos, 1988, pp. 72 y ss.
P r im e r a parte

La t r a d ic ió n a n a l ít ic a .

La p a s ió n p o r e l c o n o c im ie n t o
C a p ít u l o I
Algunos padres fu n d a d o r e s

G o t t l o b Frege

G ottlob F rege n ació en Wismar, u n a activa ciu d ad com ercial a le m a n a a


orillas del Báltico, e n 1848. Realizó sus estudios universitarios e n je n a y Go-
tin g a en tre 1869 y 1873, a ñ o este últim o en q u e se doctoró. En 1874 inicia
su d o c e n c ia e n la U niversidad d e j e n a , d o n d e trab ajó h a sta 1918, fe c h a
d e su ju b ilació n . M u rió e n Bad K leinen en 1925. E n Je n a p ro n to se le d es­
p e rtó el interés p o r la fu n d am en tació n d e la m atem ática y p o r el im p o rta n ­
te p a p e l qu e p ara esta tem ática posee la lógica. En 1879 publica su Concepto-
grafíai1. Pese al valor de la o b ra y a lo esperado p o r Frege, tanto é ste com o
los restantes escritos suyos e n c o n tra ro n u n a casi total in com prensión en la
co m u n id ad m atem ática. Sus libros fu ero n ju zg ad o s desfavorablem ente
p o r los más im p o rtan tes m atem áticos d e la época, vio rechazados su s artícu­
los p o r las revistas especializadas — el d irecto r d e u n a de ellas calificó a F re­
ge d e «lógico d o ctrin ario»— y los editores exam in aro n c o n desconfianza
sus proyectos (hasta el extrem o d e q u e tuvo qu e p ag ar de su p ro p io bolsillo
la ed ició n del se g u n d o volum en d e sus Leyes básicas de la aritmética).

Sin em bargo, p o r el testim onio d e C a rn ap e n su Autobiografía intelec-


tu a lsabem os q u e F rege e ra u n m agnífico profesor: «... la in sp iració n m ás
fe c u n d a q u e o b tu v e de las clases universitarias no proviene de la filosofía
n i d e las m atem áticas p ro p ia m e n te dichas, sino d e las lecciones d e Frege
acerca d e la fro n te ra e n tre am bas disciplinas, a saber: la lógica sim bólica y
los fu n d a m e n to s d e las m atem áticas»2. P ero era tam b ién u n p ro feso r in-
comprendido, in c lu so en los m ism os m ed io s académ icos. N i siq u ie ra se le
c o n ced ió u n a d istin ción ru tin a ria q u e solía o to rg arse a todos los p ro feso ­
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

res al cu m p lir los sesenta años, pues «su actividad académ ica carecía d e in­
terés p a ra la U niversidad», según palabras del secretario de la m ism a. Para
C a rn a p «era ev id en te q u e Frege estaba p ro fu n d a m e n te d esilusionado y a
veces am arg ad o p o r ese silencio absoluto».
L a v erd ad es q u e lo del «silencio absoluto» tiene poco d e figurado, si
seguim os co n el relato d e C arn ap : «En el sem estre d e v erano de 1913 un
am ig o y yo decid im os asistir al curso de F rege Begiiffsschnft II. En aquella
ocasión el a lu m n a d o lo co m p o n íam o s nosotros dos y u n c o m a n d a n te ju ­
bilado d el ejército, aficionado a estudiar las nuevas ideas en m atem áticas»3.
Más allá d e la a n écd o ta, el d ato es q u e su o b ra filosófica tard aría m u ch o
en ser valorada, cosa q u e n o o c u rrió hasta m ediados del p asado siglo. En­
tre los factores q u e lo h iciero n posible hay q u e m encionar, adem ás d e la
lab o r d e C a rn ap , la circu n stan cia de q u e W ittgenstein hiciera uso d e di­
versas ideas d e F reg e en su Tractatus logico-philosophicus —sin d u d a u n a de
las o b ras m ás influyentes del siglo XX— . O tro factor im p o rtan te, p o r más
q u e e n su m o m e n to le p ro v o cara a Frege u n im p o rta n te sinsabor, es el h e­
ch o d e q u e B e rtra n d Russell d eb a tie ra co n su p ro g ra m a teórico.
D icho p ro g ra m a es c o n o cid o com o programa logicista y re p re se n ta la
f o rm a en la q u e F rege co n sid era qu e p u e d e alcanzar su p ro p ó sito d e si­
tu a r la m atem ática, y e sp ecialm en te la aritm ética, sobre u n o s fu n d a m e n ­
tos con cep tu ales y dem ostrativos firm es. El objetivo final consiste en red u ­
cir la aritm ética y el análisis a la lógica, defin ien d o las nociones aritm éticas
a p a rtir d e n o cio n es p u ra m e n te lógicas y d e d u c ie n d o los axiom as a ritm é­
ticos a p a rtir d e p rin cip io s lógicos. C om o la lógica tradicional no bastaba
p a ra llevar a cabo esta tarea, se vio im pulsado a cre a r u n a nueva lógica, su­
fic ien tem en te p recisa y p o te n te com o p ara p o d e r d esarro llar la m atem á­
tica a p a rtir d e ella.
E n el d e sa rro llo d e la o b ra d e F rege se p u e d e n d istin g u ir c u a tro eta­
pas: la p rim e ra lleg a h asta 1883; la se g u n d a c o m p re n d e d esd e 1884 has­
ta 1890; la tercera ab arca desde 1891 hasta 1905, y la cuarta se ex tien d e des­
d e 1906 hasta 1925, fecha de la m u erte del filósofo. E n la prim era, que Frege
p re se n tó e n la ya citada Conceptografía, se d ed ica fu n d a m e n ta lm e n te a de­
sa rro llar su lógica sobre la base d e u n form alism o q u e p e rm itie ra ex p re­
sar to d o e n u n c ia d o científico y q u e m o strara cuáles son los p rin cip io s de
la in fe re n c ia d ed u ctiva válida. H ay acu erd o e n tre los especialistas e n con­
sid e rar q u e el sistem a sim bólico d iseñado p o r Frege p o n e fin a b astante
m ás d e v einte siglos d e trad ició n aristotélica e in a u g u ra la lógica c o n tem ­
p o rá n e a . D e a h í tam b ién la ex p resió n de « fu n d ad o r de la lógica m o d e r­
na» co n la q u e se le suele calificar.
L a se g u n d a e ta p a g ira e n to rn o a su o b ra Los fundamentos de la aritméti­
ca1, p u b licad a e n 1884. E n ella d a el siguiente paso d e su p ro g ra m a logi-

22
M a n u el C ruz

cista, in te n ta d o d e fin ir el co n cep to d e n ú m e ro en térm in o s de n o cio n es


p u ra m e n te lógicas. P ara Frege, los n ú m ero s n o so n abstracciones de las
cosas, d el tipo d el co lo r o la d u reza (com o h ab ía m a n te n id o J. S. M ili), ni
m ero s signos (tesis fo rm alista), ni tam p o co u n a realid ad subjetiva (com o
d e fe n d ía n los p sicologistas), sino p ro p ied ad es d e algo de n a tu raleza obje­
tiva, a u n q u e n o física: los conceptos. Si decim os q u e la T ie rra tien e un sa­
télite, o q u e n u e stro sistem a solar tien e nueve planetas o q u e no hay habi­
tan tes e n M arte, estam os d icien d o algo acerca de conceptos. A saber: q u e
el c o n cep to «satélite d e la T ierra» alu d e a u n individuo, el c o n cep to «pla­
n e ta d e n u estro sistem a planetario» abarca nueve individuos y el co n cep to
« habitante d e M arte» n o da cabida a n in g ú n individuo. Los n úm eros, pues,
n o se d ic e n d e las cosas, sino d e los co n cep to s. C o n to d o , en e ste libro,
co m o el p ro p io a u to r re c o n o c e ría explícitam ente, todavía no alcanzó a
p ro b a r la tesis logicista, sino q u e se lim itó a m otivarla, ex p o n erla y h acerla
verosím il. Q u e d a b a p e n d ie n te la tarea de p re se n ta r la d ed u cció n form al
d e los teo rem as aritm éticos co n los únicos m edios d e l cálculo lógico.
E n la tercera etap a, Frege, adem ás de d esarro llar y precisar sus ideas
so b re sem án tica en u n a serie d e artículos a los q u e h arem os m e n ció n ,
cree p o d e r c u lm in a r su p ro g ram a, aq u el q u e en la conclusión d e Los f u n ­
damentos... h ab ía fo rm u la d o m e d ia n te la tesis «las leyes aritm éticas so n ju i-
cios analíticos»5 y q u e le p e rm itía a firm ar su id ea d e que calcular es d e d u ­
cir. Le d u ró m uy p o co esa esperanza. En 1902, c u an d o estaba d a n d o los
ú ltim os reto q u es al se g u n d o v o lum en de Las leyes básicas de la aritmética, re ­
cibió u n a carta d e u n jo v e n lógico inglés, u n tal B e rtra n d Russell, q uien,
tras elo g iar su trabtyo, le señ alab a el hallazgo de u n a paradoja q u e se se­
g u ía d e los m ism os p rin cip io s freg ean o s6. En realidad, la p a rad o ja no e ra
específica del sistem a d e Frege, sino com ún a todos los sistemas que e m p lea­
ra n d e u n m o d o in g e n u o e intuitivo la idea de clase o de c o n ju n to (el m is­
m o C a n to r h ab ía d escu b ierto u n a parad o ja en su p ro p ia teoría d e las se­
ries) . L a idea estaba rep re sen tad a en Las leyes... p o r la noción de reco rrid o y
e n Los fundamentos... p o r la no ció n d e extensión d e u n concepto. E ra la fa­
m o sa p arad o ja d e la clase d e todas las clases que n o son m iem b ro s de sí
m ism as. Si esta clase es u n m iem b ro d e sí m ism a, entonces n o es u n m iem ­
b ro d e sí m ism a; y si n o lo es, e n to n ces lo es7.
C o n u n ad m irab le esp íritu au to crítico q u e h u b ie ra h e c h o las delicias
d e P o p p e r8, F reg e reco n o ció su e r ro r en u n epílo g o escrito al efecto y se
p u so a trab ajar d e in m e d ia to p a ra su b san ar u n p ro b lem a q u e ec h a b a p o r
tie rra to d o el p ro g ra m a logicista. D esgraciadam ente, la solución p ro p u e s­
ta resu ltó fallida9, y el p ro p io F rege llegó a re c o n o c e r lo in c o rre c to de su
p ro g ra m a , asu m ie n d o q u e el fracaso d e su con stru cció n se d eb ía precisa­
m e n te al uso d e la n o ció n de extensión de u n concepto, equivalente a la d e

23
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

clase o c o n ju n to . In cluso llegó a so sten er en u n o de sus últim os m anuscri­


tos q u e n o hay o b je to alg u n o q u e sea la ex ten sió n d e un c o n c e p to : «[la
ex p resió n ] “la ex ten sión del co n cep to P ” parece designar u n objeto a cau­
sa d el artícu lo d e te rm in a d o ; p e ro n o hay o bjeto alg u n o al q u e así p u d ié­
ram o s d esig n ar co rre c ta m e n te . D e a q u í h an su rg id o las p arad o jas de la
teo ría d e co n ju n to s q u e h a n an iq u ilad o esa teoría. Y tratan d o d e fu n d a­
m e n ta r ló g icam en te los n ú m ero s, yo m ism o h e caído en esa tram p a, al
q u e re r c o n sid e ra r los n ú m ero s c o m o co n ju n to s» 10.
L a c u a rta y definitiva etap a d e su desarro llo intelectual es la m en o s fe­
c u n d a y cre a d o ra . M uy afectad o p o r el fracaso de su c o n stru cció n logi-
cista, su trabajo d e esta ép o ca p rácticam en te se lim ita a u n a p o lém ica con
H ilb e rt so b re la fu n d a m e n ta c ió n d e la g e o m e tría y a u n a serie d e tres
artícu lo s escritos p o co antes de su m u e rte (las Logische Untersuchungenn )
d o n d e d esarro lla los c o m p o n en tes ontológicos de su teo ría sem ántica.
E n realid ad , F reg e te rm in ó p o r d esesp erar d e d a r con u n a solución al
p ro b le m a p la n te a d o p o r Russell e incluso, poco an tes de su m u erte, re­
n u n c ió a la tesis logicista y em p ezó a ex p lo rar la posibilidad de e n c o n tra r
en la g e o m e tría la fu n d a m e n ta c ió n d e la aritm ética.
P ero la relevancia d e Frege p a ra el p ensam iento co n te m p o rá n e o no se
ag o ta en lo ex p u esto . En alg u n o d e los trabajos m en cio n ad o s de la terce­
ra e ta p a se e n c u e n tra n ap o rtacio n es teóricas q u e h a n acabado p o r consti­
tuirse en principios fu n d am en tales de la sem ántica actual. P artic u la rm en ­
te, en los artículos d e 1892 «Sobre sentido y referencia» y «Sobre c o n cep to
y o b jeto » 12 p re se n ta u nas ideas sobre el lenguaje q u e, si b ie n se hallan in­
d iso lu b lem en te u n id as a su filosofía d e la lógica y d e las m atem áticas, p ro ­
p ician u n tipo d e co n sid eracio n es sobre la natu raleza de los signos lin­
güísticos, de g ra n im p o rta n c ia p a ra la filosofía analítica c o n te m p o rá n e a
(sobre to d o p a ra la p o ste rio r a W ittg en stein ).
El p u n to d e p a rtid a d e las reflex io n es freg e an as sobre el len g u aje es
la re la c ió n d e ig u ald ad (e n te n d id a e n el se n tid o d e id e n tid a d ), relació n
q u e tie n e u n a esp ecial relevancia lógica y q u e p la n te a u n a serie d e p re ­
g u n tas n o sie m p re fáciles d e co n testar: ¿Es la ig u ald ad u n a relación?, ¿es
u n a relació n e n tre objetos?, ¿o b ie n e n tre n o m b re s y signos de objetos?
L o q u e se h alla e n ju e g o e n u n a u o tra respuesta es el tipo d e co n o cim ien ­
to q u e e sp era m o s o b te n e r; a=a y a=b son e n u n c ia d o s de d ife re n te valor
cognoscitivo. El p rim e ro vale a p rio ri y, siguiendo a Kant, p u ed e d en o m i­
n a rse an alítico , m ien tra s q u e los en u n c ia d o s del tip o a=b a m e n u d o co n ­
tie n e n am pliaciones m uy valiosas de n u estro co n o cim ien to 13 y no siem pre
p u e d e n ju stificarse a prio ri. P arece tratarse, pues, e n p rim e ra instancia,
d e salvar la p o sib ilid ad d e q u e los e n u n c ia d o s en los q u e se ex p resa la
m e n c io n a d a re la c ió n d e ig u ald ad te n g an u n c o n te n id o e m p íric o , in fo r­

24
M a n u el C huz

m ativo. De q u e h a b le n del m u n d o y n o del len g u aje, si se p re fie re e n u n ­


ciar así.
P ero q u e esa p osibilidad se ejecute d e p e n d e d e algo q u e a p rim e ra vis­
ta la m aterialid ad d el signo n o m uestra. En el ejem plo clásico de F rege «el
lu c e ro d el a lb a es el lu c e ro v esp ertin o » no equivale a «el lu c e ro del alb a
es el lu cero d el alba», en v irtud de la distinción, q u e da título a su fam oso
trab ajo , e n tre se n tid o y referencia. C on estos conceptos, F rege in te n ta se­
ñ a la r dos fu n cio n es sem ióticas d e las expresiones nom inales q u e es p r e ­
ciso d ife re n c ia r c u id ad o sam en te. P o r un lado, tales expresiones se refieren
a u n objeto (la referencia sería según esto lo designado) y, p o r otra, expresan
u n sen tid o , u n p ecu liar modo de darse del objeto desig n ad o (m o d o que h a
d e c o rre sp o n d e rse co n u n a d e te rm in a d a p ro p ie d a d que dicho o b jeto p o ­
see) . L a refe ren cia d e la ex p resió n «el lucero del alba» es e l p lan eta Venus
y su se n tid o es la p ro p ie d a d de qu e Venus sea la estrella q u e b rilla al am a­
necer. A lgunos in té rp re te s h a n co n sid erad o — y n o h ab ría grave inconve­
n ie n te en ad m itirlo — q u e esta distinción repite la o p e ra d a p o r los estoi­
cos e n tre el o b jeto d e u n signo y la « rep resen tació n racional» q u e suscita
el signo; d istin ció n q u e tam b ién h a sido expresada, au n q u e d e diversas
fo rm as, en la trad ició n lógica (com o relación e n tre significado y suposi­
ció n e n la lógica m edieval, e n tr e in te n c ió n y e x te n sió n e n la lógica d e
L eibniz o e n tre co n n o ta c ió n y d en o tació n e n la d e S tu art M ili).
Es al d a r a lg u n o s pasos m ás cu a n d o se p u e d e em p ezar a p ercib ir el al­
can ce filosófico d e estos plan team ien to s. S egún Frege, la co n ex ió n re g u ­
la r e n tre el signo, su se n tid o y su refe ren cia es tal, que al signo le co rres­
p o n d e u n se n tid o y a éste, a su vez, u n a d e te rm in a d a referencia, m ien tras
q u e a u n a refe ren cia (a u n objeto) n o le c o rre sp o n d e so lam en te u n signo
(los d o s lu cero s p a ra el m ism o p la n e ta o, cam b ian d o el ejem plo, «el a u to r
d e la D ivina Comedia», «el a u to r de la Vida Nueva», «el m ayor p o e ta italia­
n o», tie n e n a D an te co m o ú n ic o objeto, p e ro co nstituyen se n tid o s diver­
sos). T o d a ex p resió n n o m in al, gram aticalm en te co rrecta, tiene sentido,
p e ro c o n ello n o se q u ie re in d icar q u e al sen tid o le c o rre sp o n d a tam b ién
u n a referen cia.
C o m o se v erá a c o n tin u a c ió n , esto n o es lo m ism o q u e lo q u e d irá n
los n eopositivistas c u a n d o c ritiq u e n los abusos d e l len g u aje p e rp e tra d o s
p o r la m etafísica. F rege n o está d e n u n c ia n d o abuso alg u n o . E x p resio ­
n es co m o « d o n Q u ijote» o «el m ayor n ú m e ro natural» tie n e n co m o se n ­
tid o p ro p ie d a d e s q u e n o cu m p le o satisface n in g u n a e n tid a d ind iv id u al,
lo cu al n o es o b stáculo p a ra q u e haya c o n tex to s e n los q u e las u tilicem o s
d e fo rm a co rre c ta . C ie rta m e n te , alg ú n in tra n sig e n te p u e d e c o n s id e ra r
q u e estos m atices d e ja n u n resquicio p o r el q u e te rm in a n co lán d o se
en u n ciad o s indeseables y que, fre n te a este peligro, lo m ejo r es d a r el p o r ­

25
F il o s o f ía c o n t u m p o k á n k a

tazo d e id e n tific a r significado c o n referen cia. De m a n e ra que, c u a n d o


alg u ien n os p re g u n te , ¿qué significado tiene tal expresión? p o d am o s res­
p o n d e rle se ñ a la n d o e n el m u n d o el o b jeto o h e c h o desig n ad o p o r nues­
tras p alabras.
El recelo an te la distinción de F rege tiene algo d e com prensible. Por­
q u e m ien tras la refe ren cia es u n a idea q u e n o ofrece especiales problem as,
el sen tid o de u n té rm in o o un e n u n ciad o p resenta en ocasiones, utilizando
u n a ex p resió n ajen a, u n «extravagante estatuto o n tológico»14. P ro b a b le­
m e n te , la m ala p re n sa q u e tuvo a n te los neopositivistas se d e b ie ra a la
o c u rre n c ia freg e an a d e alojar los sentidos en los cielos platónicos. P ero el
e r ro r ajen o n o h ace b u e n a cu alq u ier o cu rre n c ia q u e se le o p o n g a. E ntre
am b o s ex trem o s hay u n cam ino transitable, p o r el q u e com enzó su anda­
d u ra lo m ás e stim u lan te d e la trad ició n analítica.
Así, se h a p o d id o c o n s id e ra r q u e la teoría w ittg en stein ian a del signifi­
c ad o co m o uso reso lvería a d e c u a d a m e n te este p ro b le m a del se n tid o ,
q u e d e ja ría d e se r e n te n d id o co m o u n a e n tid a d alojada e n n in g ú n cielo
p a ra p asar a se r visto com o el c o n ju n to de las in stru ccio n es q u e g o b ier­
n a n su uso. D icho ap en as con d iferen tes palabras: sé cuanto es necesario
sa b e r a cerca d e c u a lq u ie r e x p resió n — «el lu cero m atu tin o » , o c u a lq u ie r
o tra — si sé e m p le a rla c o rre c ta m e n te en u n c o n te x to d ad o de len g u aje.
P e ro hay u n a sa lv ed ad im p o rta n te q u e h a c e r p a ra no in c u r rir e n u n a
im p a ra b le c a rre ra d e excesos, p a ra q u e la so lu c ió n de W ittg en stein no
re su lte sim é tric a m e n te tan e x a g e ra d a (y, p o r ta n to , inútil) co m o la de
C a rn ap . P o rq u e se ría d e to d o p u n to in acep tab le q u e la identificación en­
tre significado, se n tid o y uso llevara a alguien a a firm ar que tam b ién la re­
fe re n c ia es el uso. Ello eq uivaldría, p o r utilizar sólo u n m o m e n to la je rg a
técn ica, a disolver in tra lin g ü ístic a m e n te n u e stro co m ercio con el m u n ­
d o e x tra lin g ü ís tic o . A c o n v e rtirlo to d o e n u n a s u n to d el le n g u a je y su
m o d o d e em p leo .
E sta p o lé m ic a n o agota, p o r su p u e sto , el eco c o n te m p o rá n e o de la
p ro p u e sta freg ean a. A título m e ra m e n te inform ativo se p u e d e señalar
q u e a la d istin ció n s e n tid o /re fe re n c ia se le h an p lan tead o críticas desde
tres fren tes distintos: d esde la escuela d e Davidson, según la cual u n a teo­
ría d el significado p a ra u n lenguaje d eb e to m ar la fo rm a d e u n a te o ría de
la v erd ad al estilo d e A ristóteles-Tarski; desde los q u e p ro p o n e n u n a con­
cep ció n h olista d el lenguaje, cap itan ead o s p o r Q u in e; y desde los p artid a­
rios d e la llam ad a teo ría causal d e la referencia. P ero tam bién hay q u e se­
ñ alar q u e el esq u em a d e F rege h a resistido bien. M uy p ro b a b le m e n te p o r
lo in d icad o : p o rq u e el an tid en o tacio n ism o h a d em o strad o te n e r la razón.
Si te n e r la razón significa p e rm itir q u e el p en sar sea.
M a n u k i . C huz

B e r t r a n d R u s s e l l , e l c o m p r o m is o c o n e l c o n o c im ie n t o

B e rtra n d R ussell n a c ió e n T re lle c k el 18 de m ayo de 1872 e n el se n o


d e u n a fam ilia n o b le , de c o n o c id a tray ecto ria lib e ra l (su a b u e lo , L o rd
J o h n Russell, d esta c ó com o u n p o lítico activo en la ép o ca victoriana, lle­
g a n d o a ser p rim e r m in is tro ). In g resó en el T rinity C ollege d e C a m b rid ­
ge e n 1890, d o c to rá n d o se e n 1896. En este m ism o c e n tro e n s e ñ ó d esd e
1910 h a sta 1916. E n 1916 fu e d e s titu id o d e su c á te d ra p o r h a b e r to m a ­
d o p a rte en la c a m p a ñ a c o n tra el servicio m ilitar obligatorio y a favor d e
la o b jeció n d e co n cien cia. P o r causa de u n artícu lo en el que acu sab a al
ejercito n o rte a m e ric a n o d e ser u n in stru m e n to d e la re p re sió n del m o ­
v im ien to o b re ro d e la ép o ca, en 1918 fue c o n d e n a d o a seis m eses de c á r­
cel, p e rio d o q u e ap ro v ech ó p a ra escrib ir su Introducción a la filosofía m a­
temática. En 1931 asu m ió el título d e L o rd , vacante tras la m u e rte d e su
h e rm a n o . A p a r tir d e 1938 se estableció e n E stados U nidos, d o n d e tam ­
b ié n se le p la n te a ría n n u m ero so s p roblem as. E n 1940 fue cesad o en el
City C ollege d e N u ev a York, d e b id o al escándalo qu e su scitaro n sus te o ­
rías éticas y p olíticas. P o r id é n tic o m otivo, la F u n d ació n B a rn es de M a­
rió n e n P ensilvania can ce ló u n c o n tra to d e cinco años q u e le h a b ía o fre ­
cido. R egresó e n 1944 a la c á te d ra del T rinity C ollege, d o n d e acab ó u n a
d e sus o b ras fu n d a m e n ta le s, E l conocimiento humano, su ámbito y sus límites.
F u e Fellow d e la Royal Society y recibió la O rd e n del M érito. E n los ú lti­
m os añ o s d e su vida se d ed ic ó m uy activam ente a la defensa d e sus id e a ­
les ético-políticos, re a liz a n d o cam p añ as en p ro del desarm e n u c le a r y d e
la paz (en 1967, y co m o resp u esta a la g u e rra lib ra d a p o r E stados U n id o s
c o n tra el V ietn am , c re ó el llam ad o T rib u n al In te rn a c io n a l d e C rím en es
d e G u e rra , m ás c o n o c id o c o m o T rib u n a l R ussell). M u rió el 3 d e fe b re ­
ro d e 1970.

Russell es a u to r d e u n a a b u n d a n te p ro d u cció n filosófica q u e ha te n i­


d o u n a in flu en cia m u y n o tab le en b u e n a p arte d e los p en sad o re s co n tem ­
p o rán eo s. N o h ay p o r q u é o cu ltar q u e las circunstancias intelectuales h a n
variad o su stan cialm en te resp ecto a aquellas en las que Russell d esarro lló
su trabajo, esto es, q u e los p ro b lem as q u e hoy son tenidos p o r relevantes
n o co in cid en co n los que lo eran e n el m o m e n to en q u e Russell pensaba..
P ero este h e c h o n o d eb iera h a cern o s ni olvidar ni d esd eñ ar el dato de
q u e, d u ra n te b u e n a p a rte de este siglo, su o b ra fue p u n to de referen cia
insoslayable e n los d eb ates teóricos y de q u e, todavía hoy, la consistencia

27
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

teó rica d e sus p ro p u estas — q u e es cosa distinta qu e su atractivo o su inte­


rés— p e rm a n e c e p rácticam en te inalterable.
La v aried ad d e cu estiones ab o rd ad as p o r Russell en sus textos, u n id a a
la evolución q u e a lo largo d e su dilatad a vida (m u rió a los n o v e n ta y siete
años) e x p e rim e n ta ro n sus p u n to s d e vista filosóficos, hacen que n o siem ­
p re resu lte fácil15 p ro p o rc io n a r u n a visión sintética d e su ap o rta c ió n . H a­
b ía sido e d u cad o in icialm en te en la tradición del hegelianism o inglés
(cuyos n o m b res m ás destacados e ra n Bradley y M cT aggart), e n to n ces d e
m o d a e n In g laterra, ju n to al idealism o kantiano, p e ro p ro n to se ap artó
d e esta filosofía, se g ú n su p ro p io testim onio p o r influencia d e M o o re (au­
to r del q u e h ab larem o s a c o n tin u a c ió n ).
C on todo, y p u esto s a ac e p ta r su relato autobiográfico, el año decisivo
d e su v id a in te le c tu a l fu e 1900, e n q u e acu d ió al C o n g re so I n te rn a c io ­
nal d e Filosofía celebrado en París. C u en ta Russell de esa ocasión q u e quedó
im p re sio n a d o p o r el m atem ático italian o G iuseppe P eano, p o r lo que se
dirig ió a él y le dijo «Deseo le e r todas sus obras. ¿Tiene usted ejem p la­
res?»16. C o m en zó d e in m ed iato su estudio y e n ese m ism o a ñ o tuvo p rep a­
ra d a u n a p rim e ra versión de lo q u e después serían Los principios de la mate­
mática. D e P ean o y sus discípulos le h a b ía im p resio n ad o el h ech o d e que
e n las discusiones m o strab an u n a precisión d e la q u e carecían to d o s los
dem ás. Se co n v en ció de q u e el sim bolism o lógico p o d ía e x te n d e r la re­
g ió n d e la precisión m atem ática a otros dom inios q u e hasta aquel m o m e n ­
to h a b ía n estado sujetos, p o r decirlo co n su p ro p ia expresión, a la «vague­
d a d filosófica», d ed icán d o se los d o ce años siguientes a trab ajar en la
lógica m atem ática y e n los p ro b lem as filosóficos c o n ella vinculados. Sin
d u d a , el en tu siasm o co n el q u e R ussell abrazó el ideal intelectual d e la im­
p la n ta c ió n d e la m e to d o lo g ía cien tífica en filosofía, explica el asc e n d e n ­
te q u e tuvieron sus p ro p u estas sobre los autores perten ecien tes al gru p o
neopositivista d el C írculo d e Viena.
A u n q u e tras c o m p le ta r su o b ra fu n d a m e n ta l e n el cam po de la lógica
los in tereses d e R ussell se c e n tra ro n e n p ro b lem as m ás trad icio n ales d e
la filosofía, en p a rtic u la r los de la te o ría del c o n o cim ien to , los c o n c e r­
n ie n te s a la m e n te y la m a te ria y, m ás tarde, los relativos al len g u aje y al
sign ificad o , p u e d e d ecirse q u e to d a su o b ra p o ste rio r se h a lla re g id a p o r
u n a esp ecie d e p rin c ip io tutelar, q u e bien p u d ie ra fo rm u larse así: antes
d e lleg ar a u n a decisión e n cu alq u ier p ro b lem a filosófico, hem os d e ocu­
p a rn o s e n c o n su lta r m in u c io sa m e n te los últim os hallazgos de to d a s las
cien cias al re sp e c to 17. La ap licació n d e este p rin c ip io co n v ierte, obvia­
m e n te , a las teorías filosóficas (incluyendo las del p ro p io Russell) e n m uy
v u ln erab les, p e ro al m ism o tie m p o es la ú n ica f o rm a de a cab a r c o n la va­
cía re tó ric a d e la m etafísica, re tó ric a q u e lleva im p re sa e n el d o rso su fe­

28
M a n u e i. C r u z

ch a d e cad u cid ad , a saber, el m o m e n to en q u e la ciencia las a b o rd e co n


su rig u ro sa m eto d o lo g ía.
La im ag en d el Russell «filósofo d e la lógica», tan frec u en te e n los li­
bros d e h isto ria d e la filosofía, se e n c u e n tra d irectam en te co n ectad a c o n
este p rin cip io , c o n ex ió n q u e p a ra ser bien e n te n d id a req u iere u n m atiz
previo. En u n trab ajo titulado precisam en te «Sobre el m éto d o científico
e n filosofía»18 Russell explica q u e hay dos m an eras diferentes p o r las q u e
u n a filosofía p u e d e tratar d e basarse en la ciencia: fijándose en los resulta­
dos o h acién d o lo e n los m étodos. La p rim era, advierte, h a provocado q u e
m u ch as teorías filosóficas se hayan extraviado. P o r el co n trario , «No so n
resultados, sin o métodos lo q u e es necesario tran sferir con pro v ech o de la
esfera d e las ciencias especiales a la esfera d e la filosofía». P ero, p o r cierto,
¿qué m éto d o s son esos? ¿La ex p erim en tació n , la m ed ició n y la fo rm u la ­
ción d e hipótesis? D e ac e p ta r tal respuesta, in cu rriríam o s en u n a m an i­
fiesta circu larid ad , p u esto q u e a lo q u e c o n d u ce el em pleo de estos m é to ­
dos es ju sta m e n te a esos resultados d e los q u e acabamos d e desm arcarnos.
Los m éto d o s a tran sferir son los de las ciencias form ales com o la lógica y la
m atem ática.
Los e n u n ciad o s filosóficos, seg ú n Russell, p resen tan dos característi­
cas fu n d am en tales: son generales, esto es, se o cu p an de todas las cosas y
d e aquellas p ro p ie d a d e s d e todas las cosas q u e «no d e p e n d e n d e la n a tu ­
raleza accidental d e las cosas q u e p u ed an existir, sino que son verdaderas d e
to d o m u n d o p osible, in d e p e n d ie n te m e n te de los h ech o s q u e sólo p u e ­
d e n ser d escubiertos p o r nuestros sentidos», y son a priori, es decir, «deben
ser tales q u e n o p u e d a n ser p ro b ad o s ni refu tad o s por e lem en to s de j u i ­
cio em píricos». Es ev idente q u e este retrato -ro b o t de los en u n ciad o s filo­
sóficos co in cid e co m p le ta m e n te co n el p erfil d e las proposiciones lógicas
(q u e a ñ a d e n a estos dos rasgos el d e ser v e rd a d e ra s), c o n lo q u e la filoso­
fía q u e p o d am o s c o n c e b ir a p a rtir de a q u í «se h ace in d istin g u ib le d e la •
lógica». O ta m b ié n , p o r d e c irlo c o n el títu lo d e u n a c o n fe re n c ia suya,
la lógica q u e d a e n te n d id a com o la esencia de la filosofía. Russell, en sum a,
está p e rsu a d id o d e q u e los m é to d o s de la lógica m atem ática p ro p o rc io ­
n a n in stru m e n to s ad ecu ad o s p a ra «el ex am en de m uchos problem as q u e
h asta a h o ra h a n p e rm a n e c id o sujetos a la vag u ed ad filosófica»19.
Este co n v en cim ien to está relacio n ad o co n la consideración hegem ó-
nica q u e Russell h ace d e la lógica. N o hay q u e olvidar q u e h ab ía d edicado
u n b u e n n ú m e ro d e años a d em o stra r la tesis, característica del p ro g ram a
logicista, d e q u e la m atem ática es lógica (lo que su p o n ía m o strar que to d a
v e rd a d m a te m á tic a p u e d e ex p resa rse en u n sistem a sim b ó lico lógico y
q u e to d a v erd ad m atem ática p u e d e deducirse, e n últim a instancia, de un
p e q u e ñ o c o n ju n to d e axiom as lógicos). Sin em bargo, Russell utilizará es­

29
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

tas id eas d e u n m o d o q u e d e s b o rd a co n m u c h o lo m e ra m e n te técn ico ,


p a ra e n tra r d e llen o en el ám bito d e u n a reflexión acerca de las tareas
q u e le c o m p e te n a la filosofía. Q u e, ya podem os an u n ciarlo , se p la n te a n
e n térm in o s d e análisis del lenguaje. Al a d o p ta r esta actitud, Russell está
p ro y ectan d o su in flu e n cia so b re o tro sector de la filosofía analítica, en
c o n c re to se está v in culando c o n los filósofos analíticos del lenguaje ordi­
n ario e n su d efen sa del análisis co m o m éto d o . A u n q u e co n diferencias
im p o rtan tes.
P ara Russell — co m o no p o d ía ser de o tra m an era, de a c u e rd o con lo
q u e acabam os d e d ecir— análisis es análisis lógico. E n te n d ie n d o p o r análi­
sis lógico el trabajo d e m o strar la e s tru ctu ra form al d e los e n u n c ia d o s y de
las series d e en u n ciad o s. Esto constituye, ciertam en te, un trabajo (ard u o
e n ocasiones) p o rq u e el lenguaje en el cual se lleva a cabo la m ayor parte
d el pensar, d el escrib ir y d e la com unicación, esto es, el llam ado lenguaje
n a tu ra l o len g u aje o rd in ario , n o m u estra su estru ctu ra de m a n e ra trans­
p a re n te . Pues b ien , a d m itie n d o qu e este lenguaje está plagado d e e rro ­
res, la cuestió n inicial b ien p u d ie ra p lan tearse así: ¿a qué tipo de erro res
hay q u e e m p ezar p restan d o atención? Russell lo tien e claro: las caracterís­
ticas sintácticas d el lenguaje o rd in a rio son las causantes d e la m ayor parte
d e sus defectos filosóficos (p u esto q u e el filósofo n o d ispone de o tro len­
g uaje q u e el c o m ú n ) . Sin d u d a q ue, a la inversa, los erro res sintácticos en­
c ie rra n e rro re s sem ánticos, p e ro en todo caso, la inspección sem ántica
sólo se p u e d e llevar a cabo m ed ian te u n análisis lógico-form al de las expre­
siones. ¿Por qué? P o rq u e , en definitiva, lo q u e o cu lta el lenguaje o rd in a ­
rio es la e stru c tu ra fo rm al d e sus expresiones.
E n efecto, los rasgos con los q u e solem os caracterizar al lenguaje ordi­
n a rio — la am b ig ü ed ad o la im precisión— tien en su origen en este hech o .
F re n te a él, la lógica m atem ática es el estu d io d irecto — d e s n u d o — de
las estru ctu ras fo rm ales (form as lógicas). De a h í la p ro p u esta russelliana:
los análisis filosóficos d e b e n in stru m e n ta rse con la lógica m atem ática.
Se su p o n e q u e d e esta fo rm a e n c o n tra re m o s la m a n e ra d e re p re se n ta r
c u a lq u ie r d e c la ra c ió n ex p re sa d a e n u n len g u aje n atu ral e n u n o s térm i­
n o s q u e ev id en cien su e s tru c tu ra o fo rm a lógica subyacente. A ese len ­
g u aje p o r m ed io d el cual p o d em o s disecar y e x p o n e r el esq u eleto lógico
c o m ú n a todos los lenguajes naturales se le d en o m in a lenguaje ideal, y la con­
fianza e n su existencia (y en la posibilidad de alcanzarlo) se suele co n sid e­
ra r o tro d e los rasgos com partidos p o r Russell y el neopositivism o. E n todo
caso, es u n o d e los extrem os e n los q u e este p lan team ien to c o in cid e con
el d el W ittg en stein d el Tractatus lógicafhilosophicus (al q u e nos re fe rire ­
m os m ás a d e la n te ), lo cual h a ría p o r lo m en o s co m p ren sib le q u e e n un
p rim e r m o m e n to Russell, W ittg en stein y todos los neopositivistas f u e ra n

30
M a n u e i. C ruz

m etid o s, sin m atices, e n el m ism o saco p o r los h isto riad o res de la filoso­
fía c o n te m p o rá n e a .
Subyace a esta p ro p u esta u n co n ju n to d e o piniones q u e tal vez fu era
excesivo calificar d e m etafísica, p e ro que p o r lo m enos m erecen el ró tu lo
d e concepción del mundo. Nos referim os a lo qu e el p ro p io Russell d e n o m i­
n a atom ism o lóg ico 20. S egún éste, el m u n d o consiste en u n a serie de e n ti­
d ad es d iferen tes a las q u e d e n o m in a hechos atómicos. U n h ech o atóm ico
consiste en u n p a rtic u la r calificado p o r u n a p ro p ie d a d — del tip o «esto es
g rande»— o d os o m ás particulares relacionados p o r u n a relación — com o
sería «a es m ás p e q u e ñ o q u e b»— . U n p articu lar n o se identifica con u n a
cosa individual d e n uestra experiencia cotidiana. E n realidad, lo único co ­
m ú n a to d o h e c h o atóm ico es el no ser ya analizable.
La sim p licid ad d e los h echos atóm icos se refleja en su fo rm a d e re p re ­
sen tació n en el len g uaje. Así, d irem o s que u n a pro p o sició n q u e expresa
q u e u n a cosa tien e u n a d e te rm in a d a p ro p ied ad o que u n as cosas tien en
u n a d e te rm in a d a relación es u n a proposición atómica. N ingún lenguaje está
co m p u esto ú n ic a m e n te p o r este tip o de proposiciones. A dem ás, existen
las llam adas proposiciones moleculares, construidas a p artir d e las a n te rio re s
m e d ia n te p alab ras q u e ex p resa n c o n e c ta re s lógicos (tales c o m o «no»,
«y», «si... entonces...») y cuantificadores (com o «para todo x» o «existe u n
x tal que...»). Eso sí: todas las p roposiciones m oleculares se p u e d e n e x p re ­
sar co m o «funciones de verdad» d e p roposiciones atóm icas, lo que es
com o d ecir q u e su v erd ad o falsedad se h alla to talm en te d e te rm in a d a p o r
la v erd ad o falsedad d e las p ro p o sicio n es atóm icas que e n tra n e n su co m ­
p osición. En cam bio, la verdad d e u n a p roposición atóm ica sólo se p u e d e
d ecid ir y en d o m ás allá d e la proposición, hasta el h ech o q u e expresa. N o
p o d ía ser d e o tro m o d o desde el m o m e n to en q u e h em os visto que las
p ro p o sicio n es atóm icas son in d ed u cib les d e otras proposiciones.
A utores h a h ab id o — com o, p o r ejem plo, U rm so n 21— que h a n creído
e n c o n tra r e n esta c o n cep c ió n del m u n d o resonancias d e la m etafísica d e
L eib n iz22. La in te rp re ta c ió n p osee u n cierto fu n d am en to : las m ó n ad as
c o rre sp o n d e ría n a los h echos básicos, y lo m ism o que las m ó n ad as care­
cen d e ventanas, así tam b ién los h ech o s atóm icos existirían aisladam ente
u n o s resp ecto a otros. P ero tal vez lo más im p o rta n te a h o ra —p u esto q u e
d e lo q u e se trata es d e p o n d e ra r la p resen cia de Russell e n la filosofía p os­
terio r— sea se ñ alar q u e si p a ra este au to r la filosofía tien e p o r co m etid o
llevar el análisis d e las co n stru ccio n es lógicas al nivel de sus p artes consti­
tuyentes y de sus c o m p o n en tes últim os, entonces el m odelo de análisis q u e
está p ro p o n ie n d o difícilm ente p u e d e evitar el re p ro c h e d e reductivism o.
P o rq u e la tesis d e q u e los valores d e verd ad de cu alq u ier ex p resió n co m ­
pleja se resuelven e n los valores de v erdad d e las proposiciones elem enta-

31
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

Ies q u e la co n fo rm an lleva im plícita, a su vez, dos tesis: la de q u e , d ad a


u n a p ro p o sició n , hay u n análisis d e te rm in a d o q u e la explícita y la d e q u e
el análisis es u n p ro ceso finito y definitivo, capaz d e llegar a los e le m e n to s
ú ltim o s. P o r a q u í h a n ido las p rin c ip a le s críticas a Russell p o r p a r te d e
los filósofos p o sterio res d e su m ism a co rrien te. A m bas tesis son p a r a ellos,
co m o m ín im o , du d o sas, si n o falsas. P o rq u e p e rm a n e c e n en c e rra d a s e n
el in te rio r d e u n a im agen del análisis filosófico e rró n e a . N o hay, h a n sos­
te n id o los analíticos d el lenguaje o rd in ario , u n análisis absoluto de las
prop o sicio n es, ya q ue, a fin d e cuentas, el análisis es esen cialm en te de­
p e n d ie n te d e los p ro p ó sito s q u e co n él se p ersiguen. Paradojas d e la vida:
el escép tico p o r ex celen cia del siglo XX tenía dem asiada fe (a u n q u e fuera
en la ló g ica).

G e o r g e M o o r e , l a f a l a c ia d e l s e n t id o c o m ú n

G. E. M oore n ació e n 1873 en U p p e r N orw ood, cerca d e L ondres, en


el sen o d e u n a fam ilia d e clase m edia. Su p rim e ra ed u cac ió n tran scu rrió
en el Dulw ich C ollege, e n d o n d e se le m anifestó u n a tem p ran a vocación
p o r el estu d io d e las lenguas clásicas. En 1892 ingresó en la U niversidad
d e C am b rid g e, e n d o n d e p ro n to Russell descubrió e n él u n a n o ta b le ca­
p acid ad filosófica — Russell escribiría luego q u e d u ra n te u n tiem p o Moo­
re e n c a rn ó p ara él el p rototipo del genio y le ganó p ara la filosofía— . C om o
e n el caso d e Russell, el p ro feso r q u e ejerció u n a m ayor in flu e n cia sobre
M o o re fu e M cTaggart. T ras g raduarse, M oore d isfrutó, e n tre 1898 y 1904,
d e u n a b eca de Fellow e n el T rinity C ollege qu e le p erm itió intensificar
sus estu d io s sin te n e r cargas profesorales. R esultado de ello fue la apari­
ció n e n 1903 d e sus Principia Eíhica, q u e tan g ra n d e influencia te n d ría n
e n el g ru p o de B loom sbury. E n 1911 inicia su etap a d e do cen te e n Cam­
b rid g e, p rim e ro co m o L e c tu re r y luego, a p a rtir d e 1925, com o profesor,
e tap a q u e se p ro lo n g a ría hasta 1939, a ñ o d e su ju b ilació n e n la c á te d ra de
M etafísica (cáted ra q u e p o r cierto fue o cu p ad a a co n tin u ació n p o r Witt­
g en stein ) . Fue Fellow d e la British A cadem y y recibió, al igual que Russell,
la O rd e n d el M érito. M urió en 1958.
P o r lo q u e resp ec ta a su p ro d u c c ió n filosófica, e n 1912 apareció su Eti­
ca, en 1922 sus Estudios filosóficos, d o n d e se recoge u n a selección d e sus en­
sayos m ás n o tab les h asta la fecha, y e n 1953 Algunos problemas centrales de la
filosofía. Las obras Ensayos filosóficos (titu lad a en la e dición esp añ o la Defen­
sa del sentido común y otros ensayos), el volum en de notas El libro de lugares co­
munes, ed itad o p o r C. Lew}', y las Conferencias filosóficas fu ero n publicadas
po stu m am en te.

32
M a n u k i. C r u z

N u n ca es fácil d efin ir con p recisió n q u é aspecto de la p ro p u e sta de u n


a u to r d eb e ser co n sid erad o com o el d e te rm in a n te y todavía lo es m enos
esclarecer cuál d e las diferen tes in terp retacio n e s d e su filosofía h ace m a­
y or ju sticia al c o n te n id o de sus aportaciones. D e pocos autores se p red ica
m ejo r este p rin cip io general q u e d e G eorge E dw ard M oore. R epasar la li­
te ra tu ra se cu n d aria refe rid a a él d a lugar a considerables sorpresas. D es­
d e las relacio n ad as co n los variables aspectos q u e a lo largo d e l tiem po
h a n id o sien d o co n sid erad o s com o su aportación fundamental, h a sta la va­
lo ració n global d e la im p o rtan c ia d e su figura en el p an o ram a d e l pensa­
m ie n to co n tem p o rán eo . Sin ir m ás lejos, en u n texto de finales d e los años
c u aren ta d ed icad o a la filosofía actual podía leerse: «La influencia de M oo­
re so b re la filosofía inglesa d e hoy es tan g ran d e q u e sólo se p u e d e co m ­
p a ra r co n la d e B ergson o Jam es»23.
E sta d ific u lta d , q u e a lg u ie n p o d r ía c o n s id e ra r u n p rin c ip io g e n e ra l
aplicable a casi cu alq u ier filósofo, n o deja d e ser u n incitante c ab o del q u e
e m p e z a r a tirar. C onvirtam os la p re su n ta constatación e n p reg u n ta: ¿hay
alg u n a razón, localizable en el p e n sam ien to de este autor, q u e ex p liq u e
sem ejan te fen ó m en o ? Tal vez haya u n a p rim era, señalada por m ás de u n
co m en tarista d e M oore, q u e hace refe ren cia a su estilo filosófico. M oore
e ra u n h o m b re q u e sabía m uy b ien h a c e r preg u n tas, p ero no d a r respues­
tas, y la v erd ad es q u e la acusación n o p arece infundada. El m ism o parece
asu m irla en su o b ra d e 1903 PrincipiaEthica al escribir: «Me p a re c e que e n
ética, al igual q u e e n todas las dem ás ram as filosóficas, las dificultades y
d esacu erd o s, d e los q u e su histo ria está llena, se d eb en p rin c ip a lm e n te a
u n a causa m uy sim ple, a saber: al in ten to d e re sp o n d er a p reg u n tas sin d es­
c u b rir p rim e ro cuál es la p re g u n ta q u e deseam os responder». M oore su e ­
le ir siem p re, e n ese sentido, a co n traco rrien te: in te n ta re m o n ta rs e d esde
la p ro p u e sta d e respuestas al p la n te a m ie n to d e problem as. L a observa­
ción es im p o rtan te p o rq u e, d e ser cierta, alejaría a nuestro au to r d e la im a­
g en d e u n filósofo m e ra m e n te técnico, cen trad o e n la discusión d e cuestio­
nes escolásticas, tan frec u en te e n tre los analíticos, y le ap ro x im aría a u n
talan te, si se q u iere, m ás clásico. A u n q u e tam b ién contribuya a esta o tra
im ag en — añ ad am o s ya p a ra in tro d u c ir la siguiente razón— el co n ju n to
d e tem as q u e a b o rd a.
Y es qu e u n a se g u n d a razó n p a ra in te n ta r explicar la variable fo rtu n a
q u e su p o ste rid ad co n ced ió a M oore rem itiría, d esd e el in te rio r d e su filo­
sofía, al co n tex to d e la época. Nos referim os al relevante p ap el d esem p e­
ñ a d o p o r este filósofo en el com bate teórico c o n tra el idealism o d o m in a n ­

33
F il o s o f ía c o n t k m i' o r á n e a

te p o r aq u el en to n c e s e n el ám b ito d e la filosofía angloam ericana. Al


igual q u e B e rtra n d Russell, M oore h a b ía d ado sus p rim ero s pasos filosófi­
cos d e la m an o d el idealism o. Ellis M cTaggart ejerció sobre él u n a n o tab le
in flu e n cia y Francis H e rb e rt B radley fu e la h e rra m ie n ta fu n d a m e n ta l que
M o o re utilizó p a ra ro m p e r co n el em pirism o inglés, ru p tu ra con la cual
inició su a n d a d u ra especulativa (en co n creto , e n el artículo «La n a tu ra le ­
za d el ju ic io » ). M o o re atacaba en ese m o m e n to lo q u e, a su m o d o d e ver,
re p re se n ta b a el p rin cip al equívoco de tales tesis, a saber, la co n fu sió n que
e n ellas se d a e n tre d os sentidos de la palabra idea, que lo m ism o sirve
p a ra m e n c io n a r el acto psíquico d e co n o cim ien to q u e p a ra n o m b ra r lo
co n o cid o . F ren te a esto, y apoyándose p arcialm en te en Bradley, M oore
co n sid erab a q u e n o es la idea m ism a e n tanto q u e fe n ó m e n o psíquico lo
q u e constituye u n in g re d ie n te de n u estro ju icio , sino aquello q u e nues­
tras ideas in d ican — lo q u e M oore llam a «concepto» (y Bradley h a b ía lla­
m ad o «significado u niversal»).
Lo q u e le m o lestaba d e este em p irism o n o e ra ta n to el h e c h o d e qu e al
final d el re c o rrid o te rm in a ra resolviéndose e n u n idealism o objetivo21,
se g ú n el cual n o p o d em o s c o n o c e r m ás que co n ten id o s d e conciencia
(c o n lo q u e el m u n d o transubjetivo se sustrae a n u e s tro c o n o c im ie n to ),
c o m o su psicologism o. Se trataba, p en sab a M oore, d e m a n te n e r la objeti­
vidad y la in d e p e n d e n c ia de los objetos de p en sam ien to , p ro p ó sito en el
cual se situ ab a cerca d e au to res c om o M ein o n g o B rentano.
A p a r tir d el p o ste rio r trabajo «La refu tac ió n del idealism o», d e 1903,
M o o re se va a p ro p o n e r el d esarro llo d e u n a crítica m ás elab o rad a a las te­
sis idealistas, y, e n particular, a la d e q u e ser es ser percibido. Se c e n tra en di­
c h a tesis y n o en la tal vez más clásica d e que la realidad es espiritual p o rq u e
en a q u élla cree re c o n o c e r u n e r ro r c o n cep tu al sim étrico al q u e h a b ía de­
n u n c ia d o en su p rim e r trabajo. C u a n d o los filósofos idealistas h ab la n de
sen sacio n es deslizan u n té rm in o equívoco q u e p u e d e significar, p o r po­
n e r el ejem p lo tópico, b ie n m i p e rcep ció n de u n a m an ch a d e color, bien
la m a n c h a m isma. P ero si el e rro r es sim étrico, tam bién la actitud d e Moo­
re p ro fu n d iza en el rech azo d el psicologism o. S ugiere que h ab lem o s de
sense data e n vez d e h acerlo d e sensaciones p a ra m e jo r a rg u m e n ta r su te­
sis: la esencia d e u n sense dalum (de la m a n c h a d e color, en el ejem plo) no
estrib a en ser p ercib id o . E n definitiva, su análisis de la fó rm u la esse est per-
cipi d a co m o resu ltad o q u e en n in g u n o de los sen tid o s p ropuestos o que
p u e d a n p ro p o n e rs e el esse es identificable con el percipi.
A esta tesis se le p u e d e n fo rm u la r objeciones d esd e u n d oble flanco.
D e u n a p arte, se le p u e d e p lan tear el p ro b lem a tradicional d e la epistem o­
logía: ¿cóm o estar seguros de q u e nos hallam os fu era d el círculo d e nues­
tras ideas o sensaciones? L a respuesta d e M oore es b astante rep re sen tati­

34
M a n u el C ruz

va d el talan te q u e le hizo fam oso: n o hay tal p roblem a. T en er u n a sensa­


ció n es ya estar fu e ra del círculo. S er consciente es te n e r co n cien cia de
algo (com o, n a d a casualm ente p o r o tra p arte, a n d a b a re p itie n d o H usserl
e n la m ism a é p o c a ) . H a d e h a b e r algo en el e x te rio r que active el filam en­
to d e n u estra co n ciencia. De o tro m odo, lo qu e h a b ría sería u n p e rm a ­
n e n te p ercib ir d e u n a m ism a, id én tica m a n e ra p o r parte de n u e s tra c o n ­
ciencia. R egistro p e rm a n e n te , c o n tin u o , q u e n o n os serviría n i siq u iera
p a ra a firm ar q u e som os conscientes de n u estra conciencia. Lo q u e da lu ­
g ar a las d iferen cias e n n uestros estados d e conciencia es el h e c h o de q u e
existan d iferen tes o bjetos e x terio res q u e la activan. Lo ú n ico q u e sí m e re ­
ce seguirse p la n te a n d o es la cu estió n de si se c o rre sp o n d e n ese algo ex te­
rio r y n u estro p re su n to co n o cim ien to d e él.
L o q u e a n u n cia la seg u n d a objeción, tam bién clásica, a la tesis de M oo­
re. Es, en realidad, la p reg u n ta dirigida a Locke p o r parte de Berkeley: ¿qué
p ru e b a p o d em o s te n e r de la existencia de objetos físicos trid im en sio n a­
les? R e sp o n d erla d a rá ocasión a q u e M oore p resen te la p ro p u e sta q u e le
h a h e c h o m ás co n o cid o , la q u e h a te rm in a d o p o r identificarle. N o necesi­
tam os, dirá, p r u e b a d e q u e existen objetos físicos, puesto que esto es algo
q u e ya co n o cem o s. ¿De q u é fo rm a los h em os conocido? P o rq u e fo rm an
p a rte d e la visión d el m u n d o e n c a rn a d a e n el se n tid o c o m ú n . M oore n o
cree estar d a n d o u n a resp u esta menor a u n p ro b lem a mayor. P o r el co n tra­
rio, está p e rsu a d id o d e q u e las creen cias q u e in sp ira el se n tid o co m ú n
so n m ás dig n as d e créd ito q u e las afirm aciones metafísicas: la refu tac ió n
d el idealism o le h a id o co n v en cien d o d e ello.
Estas posiciones, p o r cierto, n o son nuevas en filosofía. El o rig e n d e las
m ism as se e n c u e n tra e n la d e n o m in a d a E scuela escocesa, cuyo au to r m ás
e m in e n te fue T h o m a s R eid (1710-1796), a u n q u e no sea m uy arriesg ad o
a firm ar q u e la in flu e n cia del g ru p o p ro b a b le m e n te le llegó a M oore a tra­
vés d e la fig u ra d e W illiam H a m ilto n (1788-1856). En to d o caso hay q u e
d e c ir q u e n o ir ru m p e n en el p lan team ien to d e M oore de u n a m an era
sorpresiva. E n alg ú n trabajo p o ste rio r a «La refutación del idealism o» ya
d a b a las p rim e ras pistas de lo q u e iba a ser su posición posterior. C ritican­
d o , p o r eje m p lo , a H u m e (e n « H u m e ’s P hilosophy», d e 1909), señ alab a
q u e algunas d e las tesis de éste llegaban a conclusiones que «van en co n ­
tra d el sen tid o co m ú n» a causa d e «un abuso d el lenguaje». E n concreto
a lu d ía a la sig u ien te conclusión: «si los p rin cip io s de H u m e fu e ra n cier­
tos, ya n o p o d ría sa b er n u n c a si este lápiz existe, p ero yo sé q u e este lápiz
existe, y, p o r co n sig u iente, los a rg u m en to s de H u m e n o p u e d e n ser ver­
d aderos». L a refe ren cia a los desm anes filosóficos g enerados p o r u n mal
u so d e las palab ras tiene u n a n o tab le im p o rtan c ia p o rq u e in té rp re te s ha
h a b id o q u e h a n h ab lad o com o si M oore n o h u b ie ra h e c h o o tr a cosa que

35
F i l o s o f í a c o n t k m i *o r á n e a

re e d ita r las viejas tesis d e sus p red eceso res d el siglo xvili. O lvidaban, al h a ­
b lar así, esta fu n d am en tal in tro d u c ció n del lenguaje ordinario, sin la cual,
p o r o tra p arte, resu lta im posible de explicar la im p o rta n te in flu en cia d e
M oore e n la filosofía analítica posterior. (Sin em bargo, digám oslo d e paso,
la p resen c ia d e d ic h a in stan cia en el esquem a m o o re a n o tam p o co d ebe
ser, a su vez, m a lin te rp re ta d a . A fin d e cuentas, h ab ilitar u n espacio teóri­
co n o siem p re im p lica ubicarse en él.)
P e ro es sin d u d a e n sus trab ajo s «En d efen sa d e l se n tid o co m ú n » y
« P ru e b a d e u n m u n d o exterior», d o n d e la afirm ación d e la perspectiva
d e se n tid o co m ú n va a a d q u irir u n c a rá c te r m ás claram en te a n tim eta-
físico. F re n te a todas esas aseveraciones, algunas fran c am en te chocantes,
q u e a lo largo d e la h isto ria los filósofos no h an te n id o n in g ú n e m p a c h o
e n h a c e r — d e la lejana n egación del m ovim iento a la de q u e no ten e m o s
n in g u n a b u e n a razó n p ara c re e r q u e el sol saldrá m añ an a, p asan d o p o r la
d e q u e n o p o d em o s estar seguros de q u e la vida no sea m ás que u n su eñ o
o la d e q u e los co m p o n e n te s del m u n d o d ejan de existir cu an d o n o se los
p ercib e— , M oore en fatiza el valor d e esas cosas de la vida co tid ian a que
todos ten em o s p o r ciertas. H echos com o el de q u e he nacido y e r a más
p e q u e ñ o al n a c e r q u e en el curso del crecim iento, d e q u e la tie rra existe
d esd e h a c e tiem po, o d e qu e conozco a otras perso n as adem ás de m í, son
v erd ad es q u e n o so la m e n te yo, sino to d o el m u n d o n o tiene más re m e d io
q u e com partir.
N o estam os sim p lificando la a rg u m en tació n de M oore, com o q u e d a
d e m anifiesto e n u n o de sus pasajes m ás citados, cu an d o describe u n «buen
a rg u m en to » e n favor d e la existencia d e cosas ex tern as a nosotros: «Pue­
d o p ro b a r a h o ra, p o r ejem plo, q u e existen dos m an o s hum anas. ¿Cómo?
L ev an tan d o las dos m an o s y dicien d o , a la vez que hago u n gesto c o n m i
m a n o d e re c h a , “a q u í está u n a m a n o ”, y añ ad ien d o , a la vez que h a g o otro
c o n la izq u ierd a, “a q u í está la o tra ”. Si al h a c e r esto h e d e m o stra d o ipso
facto la ex isten cia d e cosas ex tern as, to d o el m u n d o verá q u e p u e d o ha­
cerlo tam b ién d e m uchísim os m odos diferentes; n o hace falta m ultiplicar
los ejem plos»25.
Im p o rta subrayar n o sólo la existencia, sino tam bién la calidad, de es­
tas evidencias. Los h e c h o s m en cio n ad o s son verdaderos c o n u n a certeza
q u e n o ad m ite calificativo alguno. D e ellos n o cabe p re d ic a r n ada p areci­
d o a q u e sean e n p a rte verd ad ero s o e n p arte falsos. P o r eso constituyen el
m ás firm e suelo so b re el q u e arra ig a r cu alquier co n stru cció n filosófica.
E sto m ism o se p u e d e f o rm u la r d e d o s m an e ra s d ife re n te s . O d ic ie n d o
q u e los h ech o s relev antes p a ra la filosofía son los q u e configuran la visión
del m u n d o e n c a rn a d a en n u estro se n tid o co m ú n , o diciendo, sin más,
q u e la visión d el m u n d o qu e proviene del sen tid o c o m ú n es p erfe ctam en ­

36
M a n u e i. C huz

te cierta. Esta ú ltim a m a n era tie n e la ventaja de a n u n c ia r contra quién se


está h a b la n d o : c o n tra todas aq u ellas filosofías q u e alb erg u en c o n c e p to s
filosóficos q u e se e n fre n te n a d ic h a visión. Serán, sin duda, falsas26.
A p esar d e to d o esto, y en c o n tra de lo q u e tal vez a p rim e ra vista p u ­
d iera parecer, M oore no es u n p e n sa d o r dogm ático ni, m u ch o m enos, sim ­
plista. N o p ro p o n e u n a especie d e muerte súbita p ara el p en sam ien to a base
d e re m itirse a lo q u e d esd e sie m p re todos h em o s sabido. P ara ese vicye,
ciertam en te, n o h u b ie ra n h e c h o falta dem asiadas alfoijas. El m atiz es
éste: la v erd ad d e las creencias d e se n tid o c o m ú n está fu era de to d a d u d a,
p ero el análisis c o rre c to de tales creencias, esto es, su exacta in te rp re ta ­
ción, está lejos d e se r algo fácil. M oore p re te n d e d e fe n d e r las creen cias
ord in arias, y n o el u so o rd in a rio en cu an to tal. Lo que, p o r sí sólo, ya es in ­
dicativo. C om o re c o n o ce el filósofo, si el sentido co m ú n n ecesita una d e ­
fen sa (recu érd ese: así se titulaba su trabajo) es p o rq u e n o se basta a sí m is­
m o — n o es ni a u to su ficiente ni tran sp aren te.
¿Q ué p ro p o rc io n a entonces el sentido com ún? U n conjunto d e buenas
razo n es. Es c ie rto q u e e n cie rto s m o m e n to s M o o re usó a lg u n o s de los
en u n ciad o s d e se n tid o co m ú n c o m o p ied ra d e to q u e de la verdad, d an d o
a e n te n d e r q u e u n a razón p a ra a c e p ta r u n a co n cep ció n filosófica es q u e
esté d e acu erd o c o n el sen tid o co m ú n , del m ism o m odo q u e u n a de las ra­
zones p a ra rech azarla es q u e vaya en co n tra d e él. Si consideram os a la vez
u n e n u n c ia d o d e se n tid o c o m ú n y su negación filosófica, n o hay fo rm a d e
d em o strar n in g u n o de los en u n ciad o s. C om o el pro p io M oore sostiene,
en u n ejem p lo m u y p ró x im o al d e h ace u n m o m en to , «yo sé r e a lm e n te
q u e este d e d o es u n pulgar, y si la p roposición “este d e d o es u n p u lg ar”
fu e ra in co m p atib le con la teo ría d e los datos sensoriales, yo d iría que ésta
es ciertamente falsa»27. P ero la d e se n tid o co m ú n e r a en to d o caso, com o se
h a in te n ta d o d estacar m e d ia n te el subrayado d e más arriba, u n a razón
posible. N u n ca la ú n ic a ni m u c h o m en o s la indiscutible.
El sen tid o co m ú n lo q u e p u e d e a p o rta r son algunos arg u m en to s de
peso. P o r ejem plo, el h ech o de q u e hay m uchas cosas, com o n u estra creen ­
cia e n objetos m ateriales, en las q u e «sin d u d a, todos n o so tro s creem os
c o n s ta n te m e n te e n la vida c o tid ia n a » 28. A este a rg u m e n to , q u e p o d ría ­
m os d e n o m in ar d e la acotación universal, se le sum a otro, p ró x im o al d e la
red u cció n al ab su rd o, y es el d e q u e de la n eg ació n de varias d e las creen ­
cias del sentido co m ú n se d e sp re n d e n diversos tipos d e contradicciones.
Pensem os, a títu lo d e ilustración, e n lo q u e im plica rechazar la tesis d e la
existencia d e u n a m u ltip licid ad de sujetos h u m an o s dotados d e cu e rp o y
d e conciencia. Si se n iega la existencia d e seres h u m an o s d o tad o s de c u e r­
p o y capaces d e h a b la r y de escribir a otros seres hum anos, se niega co n
ello la existencia d e filósofos q u e p u e d e n n e g a r la existencia d e los c u e r­

37
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

pos; y, recíp ro c am en te, si hay filósofos q u e form ulan esta negación, dichos
filósofos están a d m itie n d o , de fo rm a m anifiestam ente co n trad icto ria, la
existen cia de o tro s seres co n q u ien es h ab lan , d iscuten, polem izan, etcéte­
ra, y d e esta fo rm a ad m ite n tam bién la v erdad d e aquel sen tid o co m ú n
q u e p re te n d ía n negar.
Sin em b arg o , n in g u n o de estos arg u m en to s sirve para co n ced e rle a
u n e n u n c ia d o d el se n tid o co m ú n el carácter d e concluyente. N in g u n o d e
ellos p ru e b a q u e éste sea verd ad ero . M oore n o retro ce d e an te la posibili­
d a d d e q u e sea e rró n e o . Más aú n , a q u í se fu n d a m e n ta precisam en te la
n e c esid ad del análisis filosófico. T e n e r p o r ciertas d e te rm in a d a s afirm a­
cio n es del sen tid o c o m ú n n o excluye q u e p u e d a se r necesario esclare cer
los co n cep to s im plicados e n ellas. ¿Y e n qué consiste, en definitiva, el es­
clarecim ien to d e u n concepto? E n d escu b rir algún o tro co n cep to q u e sea
igual q u e el c o n c e p to q u e está sie n d o analizado p e ro q u e p u e d a expre­
sarse d e fo rm a d istinta, h acien d o refe ren cia a c onceptos q u e no se hallen
ex p lícitam en te m en cio n ad o s e n las e xpresiones em p lead as p ara referirse
al c o n c e p to o rig in a l29. E je m p lo d e M oore: «varón n acid o d e los m ism os
p ro genitores» constituye u n análisis co rrecto d e «herm ano». Los d o s con­
cep to s so n idén tico s y, sin em b arg o , los conceptos m encionados e n la pri­
m e ra ex p resió n n o se m en c io n a n en la segunda.
Este m o d elo d e análisis, digám oslo ya, n o se identifica con el análisis
lingü ístico — p o r m ás q u e n o excluya u n a ocasional reflexión so b re cues­
tiones lingüísticas— . M oore n o está de acu erd o con aquellos filósofos pos­
te rio re s q u e h a n e n te n d id o q u e an a liz a r consiste e n d escribir c ó m o se
usa c ierta ex p resió n . El es u n filósofo d el sentido co m ú n , n o del len g u aje
c o m ú n (au n q u e m u ch o s d e sus discípulos hayan to m ad o esa dirección,
en g ra n m ed id a gracias a é l) . Las palabras tien en p a ra M oore valor efecti­
vo ú n ic a m e n te en la m e d id a en q u e expresan co n cep to s o proposiciones.
Tal vez sea co rre c ta e n lo esencial la caracterización del p e n sa m ie n to d e
W ittg en stein q u e d ib u ja el Tractatus Logico-Philosophicus com o russelliano
y sus p o ste rio res Phibsophical Investigations com o m o o rean as30. P e ro no
cabe olvidar q u e M o ore distingue e n tre co n o cer el significado d e u n a pa­
labra, en el se n tid o d e p o d e r c o m p re n d e rla (sab er usarla, se d ir á des­
pués) , y co n o cerlo e n el sen tid o d e p o d e r b rin d a r u n análisis de d ic h o sig­
n ificad o y d e p o d e r d ecir cuál es este significado (sab er describir o d a r las
reglas q u e g o b ie rn a n su uso, con el lenguaje p o ste rio r).

38
N otas

1Hay trad. cast.: Conceptografía, México, UNAM, 1972.


2 R udolf Carnap, Autobiografía intelectual, B arcelona, Paidós, 1992, p. 31.
3 Ibídem, p. 32.
4 Hay trad.cast. en Barcelona, Laia, 1972, con prólogo de Jesús Mosterín y un
estudio de Claude Imbert.
Ibídem, p. 111.
5 Escribe literalmente Russell: «Respecto de muchas cuestiones concretas, ha­
llo en su obra distinciones y definiciones que uno busca en vano en otros lógicos.
Especialmente en lo que concierne a las funciones (*9 de su Conceptografía), yo
mismo he llegado a puntos de vista que incluso en los detalles son idénticos a los
suyos. Unicam ente hay un lugar en donde me he encontrado con una dificultad.
Usted afirma que también una función puede actuar como el elem ento indeter­
m inado. Inicialmente, yo también lo pensé, pero esta idea m e parece ahora du­
dosa a causa de la contradicción. Sea w el predicado: ser un predicado que no
pueda predicarse de sí mismo. ¿Puede predicarse w de sí mismo? De cada respues­
ta se sigue su opuesta. Por lo tanto, debemos concluir que w n o es predicado. Del
mismo modo, no hay ninguna clase (com o totalidad) de esas clases qu e, tomada
cada una com o una totalidad, pertenezca a sí misma. De esto concluyo que bajo
ciertas circunstancias una colección no definible no forma una totalidad» (de la
traducción inglesa de la carta de Bertrand Russell, escrita originariamente en ale­
mán, en Jean van Heijenoort, Frorn Frege to Gódel. A source book in mathematical logic,
Cambridge, Massachusetts, 1967, pp. 124-125).
7 En los Principia Mathematica, Russell la describe así: «Un concepto-clase puede
ser o no ser un término de la propia extensión [por ejemplo, la clase de los con­
ceptos, siendo a su vez un concepto, es un término de la propia extensión; la clase
de los hombres, no siendo un hombre, no es un término de la propia extensión].
La expresión “concepto-clase que no es un término d e su propia extensión” es
abiertamente un concepto-clase. Pero si ella es un término d e la propia exten­
F i l o s o f í a c o n t f .m p o r á n f a

sión, ella es un concepto-clase que no es un término de la propia extensión y vice­


versa» (#101).
8 Y que las hizo en su m om ento del propio Russell, quien escribió admirado:
«Cuando pienso en actos de gracia e integridad, m e doy cuenta de que n o conoz­
co ninguno comparable con la dedicación de Frege a la verdad. Estaba Frege
dando vida a la obra de toda su vida, la mayor parte de su trabajo había sido igno­
rado en beneficio de hombres infinitamente menos competentes que él, su se­
gundo volumen estaba a punto de ser publicado y, al darse cuenta de que su su­
puesto fundamental era erróneo, reaccionó con placer intelectual, reprimiendo
todo sentim iento de decepción personal. Era algo casi sobrehumano y un índice
de aquello de lo que los hombres son capaces cuando están dedicados al trabajo
creador y al conocim iento, y no al crudo afán por dominar y hacerse famosos»
(citado porJeanvanH eijen oorten ibídem, p. 127).
9 La solución que propuso fue la de modificar su consideración previa de las
«extensiones iguales» con el fin de excluir la extensión de un concepto de la clase
de objetos que caen bajo ella. Con esta modificación, creyó Frege en un primer
m om ento, ya no podría decirse que la clase de cosas que no son hombres — la ex­
tensión del concepto «no-hombres»— no es ella misma un hombre, ni que la cla­
se de clases que no son miembros de sí mismas es miembro de sí misma.
10G ottlob Frege, Nachgelassene Schriften (editados por H. H erm es, F. Kam-
bartel y F. Kaulbach), [citado por Jesús Mosterín en su introducción a G. Frege,
Losfundamentos..., op. cit.jp. 282.
11 Hay trad. cast. parcial en Gottlob Frege, Escritos lógico-semánticos, Madrid, Tec-
nos, 1974, junto con otros trabajos también incluidos en Estudios sobre semántica.
12 Ambos incluidos en Gottlob Frege, Estudios sobre semántica, Barcelona, Ariel,
1971.
13 «El descubrimiento de que cada mañana no se levanta un nuevo sol, sino
que siem pre es el mismo, fue ciertamente uno de los descubrimientos más tras­
cendentales de la astronomía», G. Frege, «Sobre sentido y referencia», cit., p. 49.
l4La expresión es dejavier Muguerza, que la utiliza en su trabajo «Nuevas pers­
pectivas en la filosofía contemporánea de la ciencia», Valencia, Teorema, 3, septiem­
bre 1971, p. 45. Al asunto en sí se ha referido también Jacobo Muñoz en su trabajo
«Después de Wittgenstein», incluido en su Lecturas defilosofía contemporánea, Barce­
lona, Materiales, I a ed.: 1978, p. 31.
15 D e h ech o , hay autores que lo consideran tarea prácticam ente im posible.
C. D. Broad observó, no sin cierta maldad, en su Contemporary British Philosophy:
«Como todos sabemos, el señor Russell elabora un sistema filosófico diferente de
tanto en tanto».
16La anécdota viene referida en su libro La evolución de mi pensamiento filosófico
(Madrid, Alianza, 1976), que formaba parte en su versión original (My MentalDe-
veloppment)de\ volum en, preparado por Schilpp, ThePhilosophy ofBertrand Russell,

40
M a n u k i. C r u z

dentro de la prestigiosa serie The Libraiy of LivingPhilosophers, que publica O pen


Court.
17 «En la ciencia hay muchos asuntos con los que la gente concuerda; en filo­
sofía no hay ninguno. Por lo tanto, aunque todas las presuposiciones d e una cien­
cia puedan ser falsas, y es prácticamente cierto que hay algunas que son falsas, ha­
remos muy bien en construir nuestra filosofía fundándonos en la ciencia, porque
el riesgo de errar e n filosofía es seguramente mayor que el que existe e n la cien ­
cia», B. Russell, «Atomismo lógico», en A.J. Ayer (com p.), El positivismo lógico, Mé­
xico, FCE, 1965, p. 52.
1HEn Misticismoy lógica, en Obras completasII, Madrid, Aguilar, 1973.
19B. Russell, «Atomismo lógico», cit., p. 39.
20 Russell expuso su filosofía del atomismo lógico en una serie d e conferen­
cias pronunciadas en Londresy publicadas en el Monist de Chicago en 1918-1919,
así com o en un artículo titulado «Atomismo lógico», cuya fecha de publicación
data de 1924. El conjunto se halla reunido en B. Russell, Lógica y conocimiento, Ma­
drid, Taurus, 1966 (el artículo se halla también incluido en la antología de Ayer
El positivismo lógico, cit.).
21J. O. Urmson, Análisisfilosófico, Barcelona, Ariel, 1978.
22 No cabe olvidar que Russell había escrito sobre este autor su temprano
(1903) A Critical. Exposition of Leibniz.
231. M. Bochenski, La filosofía actual, México, FCE, 1949, p. 65 (I a ed. en ale­
mán, 1947).
24 Aunque también fuera sensible a ese registro Russell, quien escribiendo en
una primera persona del plural que incluía a Moore, manifestaba en su Autobio­
grafía: «Con cierta sensación de escapar de prisión, nos permitimos a nosotros
mismos pensar que la hierba es verde, que el sol y las estrellas existirían aun cuan­
do no hubiera nadie que tuviera conocim iento de ellos, y también que hay un
m undo eterno y pluralista de ideas platónicas. El mundo, que había sido tenue y
lógico, de pronto se convirtió en rico, variado y sólido».
2BG. E. Moore, «Prueba del m undo exterior», en G. E. Moore, Defensa del senti­
do comúny otros ensayos, Madrid, Taurus, 1972, p. 178.
2e Con las palabras de un filósofo de Oxford: «Es casi con certeza un error (o
lo es sin el casi) rechazar por falsos, absurdos o lingüísticamente incorrectos una
clase de enunciados ordinarios, si este rechazo se apoya tan sólo en bases filosófi­
cas. Si, por ejem plo, un filósofo aduce un argumento filosófico para mostrar que
en realidad no vemos los árboles, los libros o los cuerpos humanos, p ese al hecho
de que en diversas situaciones familiares diríamos com únm ente que los vemos,
entonces nuestro filósofo está casi con certeza en un error (o lo está sin el casi)»,
Paul Grice, «Postwar Oxford Philosophy», en Studies in the Way of Words, Cambrid­
ge, MA: Harvard University Press, 1989, p. 172.
27 G. E. Moore, «The Nature o f Sensible Appearances», Proc. Arist. Soc. Suppl.

41
FlI.O SOFÍA OONTIiM l’ORÁNEA

VI, p. 186. Argumentación análoga, por cierto, a la que en otro m om ento utiliza
para demostrar la existencia pasada de cosas externas: «no hace mucho h e levan­
tado mis manos: por lo tanto, en el pasado han existido al menos dos cosas».
28 G. E. Moore, Some Main Problems ofPhilosophy, Londres, George Alien & Un-
win; N. York, MacMillan Company, 1953, p. 164.
29 Esta respuesta se halla en el texto de Moore «Réplica a mis críticos», en Ph.
Foot, Teorías sobre la ética, México, FCE, 1974. (En su versión original, el texto esta­
ba incluido en el vol., editado por Schilpp, The Philosophy of G. E. Moore, Evanston,
Illinois, O pen Court, 1942, y respondía a una crítica formulada por C. H . Lang-
ford acerca de su noción de análisis.)
30 Com o mantiene A. R. White, autor de la que probablemente sea la mejor
m onografía sobre este filósofo, G. E. Moore: A CriticalExposition, Westport, Conn.:
Greenword Press, 1979 (I a ed.: 1958).

42
C a p í t u l o II
E l n e o p o s itiv is m o y i a c r ít ic a
A TODA METAFÍSICA

^ R ju d o lf C a rn ap h a q u ed ad o , en la historia de la filosofía del siglo xx,


co m o el re p re se n ta n te más d estacad o del C írculo d e V iena. No se p u e d e
d ecir q u e esa atrib u c ió n d e rep re sen tació n sea injusta o carezca d e fu n d a ­
m en to . A lo larg o d e su obra, C a rn ap h a acu m u lad o sobrados m éritos
p a ra m erecerla, co m o in ten tarem o s m ostrar. P ero p a ra h acerlo h ab rá
q u e em p ezar p ro p o rc io n a n d o algunas claves q u e identifiquen a ese g r u ­
p o — el C írcu lo — co n el q u e casi m e c á n ic a m e n te tien d e a asim ilarse al
a u to r d e Fundamentación lógica de la física.
P o r lo dem ás, d ib u jar con algo d e detalle los perfiles d e d ich a c o rrie n ­
te resu lta en este caso especialm ente necesario p o rq u e con dem asiada fre ­
cu en cia se su b su m en — c u an d o no se co n fu n d e n — bajo el m ism o ró tu lo
au to res y ten d en cias q u e co n v en d ría diferenciar. A veces, con n o tab le im ­
precisió n , se u tilizan los térm in o s «positivismo» o «neopositivism o» p a ra
d esig n ar la to talid ad d e la trad ició n analítica, c u an d o n o para refe rirse a
cu a lq u ie r a u to r co n sensibilidad h acia los tem as relacionados c o n la cien­
cia o c o n el len g u aje. Este em p leo , abusivam ente integrador, te rm in a p o r
co n v ertir en in tercam b iab les a Russell y K uhn, C a rn ap y F ey erab en d o
P o p p e r y A ustin (p o r h a c e r em p arejam ien to s p a rtic u la rm e n te c h irria n ­
tes), co n lo cual la esp ecificid ad d e sus a p o rta c io n e s q u e d a d e sd ib u ja d a
p o r co m pleto.
P ro p o n em o s, sig uiendo a los especialistas m ás autorizados, d e n o m in a r
filosofía analítica o tradición analítica al co n ju n to d e subgrupos o co rrien ­
tes q u e van d e M ach y A venarius (em piriocriticistas de p rim e ra g e n e ra ­
ción: físicos y filósofos d e la ciencia q u e tem atizaron la crisis de la física del
ú ltim o tercio d el siglo xix) hasta la d en o m in a d a e n su m o m en to «nueva fi­
losofía d e la ciencia» (con K uhn, Feyerabend y H an so n com o n om bres
m ás destacados) y su p ro longación crítica e n los autores d e lo q u e se cono­
ce co m o el «p ro g ram a fuerte», p asando p o r W ittgenstein, P o p p e r y sus res­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

pectivos seguidores, y reserv an d o el rótulo de neopositivism o lógico (que


consideram os p referible al de em pirism o lógico) para los autores d el Círcu­
lo d e V iena, ju n to co n los de la Sociedad de Filosofía E m pírica de B erlín.
Pues b ien , h e c h a esta p rim e ra ubicación gen eral, ya p o d em o s decir
q u e el C írcu lo d e V ien a se gestó en la d é c a d a de 1920-1930 en to rn o a
M oritz Schlick, sie n d o sus p rincipales co m p o n en tes, adem ás del pro p io
C a rn ap , O . N eu rath , H . Feigl (filósofos), Ph. F rank, K. M en g ery K. G ódel
(físico-m atem áticos). C om enzó sie n d o u n c e n tro d e reu n ió n y te rm in ó
sie n d o u n m o v im iento organizado: e n 1929 ap arece su m anifiesto titula­
d o «El p u n to d e vista científico del C írculo d e Viena». A p artir d e esa fe­
ch a celeb raro n congresos internacionales, qu e d ifu n d iero n el positivismo
lógico, a la vez q u e establecían vínculos de afinidad co n la m e n c io n a d a es­
cu e la d e B erlín (H . R e ic h en b ach y, después, C. G. H em p el) y los em piris-
tas d e U psala, los lógicos polacos (Lukasiewicz, Adjukiewicz, Tarski) los
sim p atizan tes a m erican o s (Nagel, Ch. M orris, Q u in e) y los analistas britá­
nicos (G. Ryle, A. J. A yer), etcétera. E n 1930 f u n d a ro n la revista Erkenntnis
(d irig id a p o r C a rn a p y R e ic h en b ach ), u n a serie d e m onografías bajo el
lem a «Ciencia unificada» y u n a serie d e libros (con obras d e Schlick, Car­
n a p y N e u ra th e n tre o tro s). El d e c e n io 1930-1940 fue el d e la d ifusión in­
tern acio n al, p e ro el nazism o disolvió el g ru p o com o tal, refu g ián d o se sus
m iem b ro s en E stados U nidos e In g laterra y d a n d o lugar a d iferen tes ver­
siones d el neopositivism o lógico.
L a v id a d el p ro p io C a rn a p tra n s c u rre e n p a ra le lo a los avatares del
Círculo. N acido e n R ondsdor, en el noroeste d e Alemania, en 1891, cursó es­
tu d io s universitarios d e m atem áticas, física y filosofía en las universidades
d e J e n a y F riburgo. E n je n a f u e p rofesor suyo Frege, quien, ju n to co n Rus­
sell y W ittg en stein , ejercería u n a g ran influencia e n su p en sam ien to . E n
1921 p resen tó e n j e n a u n a tesis sobre la naturaleza del espacio. C arn ap fue
p ro feso r d e las univ ersidades de V iena (1926-1931) y P raga (1931-1935),
p e río d o s decisivos en su vida intelectual. En 1936, ante lo in to lera b le d e
la atm ó sfera p o lítica c read a p o r el nazism o en la E u ro p a c e n tra l1, C arn ap
em ig ró a Estados U nidos, d o n d e se nacionalizó. Allí fue pro feso r e inves­
tig ad o r e n las u niversidades d e C hicago (1936-1952), H arvard (p rofesor
visitante d u ra n te 1940-1941), Instituto de Estudios Avanzados de P rin c eto n
(1952-1954) y C alifornia en Los A ngeles (de 1954 a 1961, y co m o profe­
so r e m é rito h asta su fallecim iento e n 1970)
L a base teó rica d el neopositivism o lógico la constituyen fu n d a m e n ta l­
m e n te las sig uientes tesis: I a) la n eg ació n d e la m etafísica; 2a) el fisicalis-
m o y la u n id a d d e las ciencias; 3a) la verificabilidad em pírica. P e ro m ás
q u e d e u n a teo ría se tratab a d e u n p ro g ra m a a realizar. De h e ¿ h o — m ejor
ad v ertirlo en seg u id a p a ra q u e n ad ie se asuste— , el em pirism o lógico es­

44
M a n u e i. C ruz

tre c h o y ríg id o d e la p rim e ra é p o c a se fue a b rie n d o y m atizan d o cada vez


m ás h asta d e s em b o car e n diversas c o rrien tes d e filosofía analítica. A ñada­
m os tam b ién q u e este desenlace se p ro d u jo en g ra n m ed id a co m o resul­
tad o d e l esfuerzo p o r c o m p le ta r aq u el p ro g ram a. Pero es p referib le n o
a d e la n ta r lo q u e difícilm ente se p o d ría e n te n d e r sin h a b e r ex am in ad o las
prem isas. Es d e ellas, esto es, del p ro g ram a filosófico d el C írculo de Vie-
na, re p re se n ta d o p o r C arn ap , del q u e a h o ra in teresa hablar.
D e los tres rasgos señalados, co n toda p ro b ab ilid a d h a sido el p rim e ro
— el en érg ico rech azo de to d a m etafísica— el q u e h a te rm in a d o p o r c o n ­
sid erarse co m o el rasgo «externo» m ás característico d el filósofo neopo-
sitivista. Y n o ya sólo p o r razones polém icas (oponerse a to d a m etafísica
equivale a o p o n e rse a u n a p a rte m uy g ra n d e de la filosofía p re c e d e n te ),
sino tam b ién m etodológico-historiográficas: el neopositivism o cree q u e
d escarta r el d iscurso metafíisico es la ú n ica fo rm a de c o rta r el n u d o g o r­
d ian o d e las p o lém icas filosóficas tradicionales q u e, en c o n tra d e lo q u e
p ien san sus d efen so res, co n su v enerable a n tig ü e d a d h a n d em o strad o ser
tan in útiles co m o irreso lu b les2. El q u e las disputas sobre ciertas cuestio­
nes hayan p ersistid o d u ra n te siglos y existan pocas posibilidades de q u e se
vayan a reso lv er a lg u n a vez h a c e d u d a r al neopositivista de si, efectiva­
m e n te, los p articip an tes e n las disputas se h a n e n te n d id o realm en te los
u n o s a los otros.
Lo q u e n o significa, p o r su p u esto , q u e se d e b a em p ezar d esde cero. Al­
g ú n clásico h a h e c h o a lg u n a a p o rta c ió n d ig n a d e ser a te n d id a . H u m e o
K ant, p o r ejem p lo , al p la n te a r la ex isten cia de d os tipos de p ro p o sic io ­
n es, las fo rm ales, co m o las d e la ló g ica y las m atem áticas, y las fácticas
verificables em p íric a m e n te , a b rie ro n el cam ino p o r el q u e los C a rn a p y
co m p añ ía h a b ría n d e tran sitar e n el siglo xx. P o rq u e el p la n te a m ie n to de
aquéllos, tal co m o es asum ido p o r éstos, deja fu e ra a un e n o rm e volum en
de p ro p o sicio n es, a las q u e sólo se les co n ced e u n significado p o ético o
em otivo, p e ro d e las q u e se afirm a q ue, desde el p u n to d e vista científico,
c arecen de sen tid o .
Este es, p o r tan to , el n ú cleo d u ro de la a rg u m en tació n (o d e la exclu­
sión, pu es n o a o tra cosa p a rece a p u n tarse con la m ism a): sólo la ciencia
p u e d e h ab larn o s c o n c o n o cim ien to de causa del m u n d o real. C u alq u ier
in te n to de tra sc e n d e r los lím ites d el co n o cim ien to científico d e l m u n d o
d esem b o ca e n el ab su rdo. R esuena, sin d u d a, en este p u n to la crítica k a n ­
tian a a la m etafísica, p e ro ad e c u a d a m e n te actualizada. Las hipótesis m e­
tafísicas son rech azab les p o r inservibles, p e ro n u n c a p o r falsas (si o p taran
a ese ran g o ya n o se rían m etafísicas).
N o es casual e n sem ejan te co n tex to la ate n c ió n d ispensada p o r estos
a u to res a los análisis q u e hizo S tu art Mili del problem a del mal. D icho p r o ­

45
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

b lem a ejem plifica casi a la p erfe cció n los apuros p o r los q u e ha d e pasar
el m etafísico e m p e ñ a d o en m a n te n e r co n tra viento y m area (esto es, con­
tra los m ism os h ech o s) la hipótesis d e q u e en el m u n d o re sp lan d ec en la
sa b id u ría y la b o n d a d d e Dios. Está claro que q u ie n m an tien e u n a h ip ó te ­
sis se m ejan te n o lo h a c e desde la ig n o ran cia o el d esco n o cim ien to de la
existen cia del m al e n el m u n d o , sino d esde su d ecid id a voluntad d e no to­
m arlo en co n sid eració n . Así es com o resulta q u e ni el más desastroso cur­
so d e los aco n tecim ien to s basta p a ra d esalen tar al m etafísico d efen so r d e
q u e en la realid ad m u n d a n a se revela la presencia d e algún designio supe­
rior. T ie n e poco secreto el resultado: la hipótesis se p lanteó de tal m a n era
q u e se aco m o d ara a cu alq u ier o rd e n d e cosas concebible. O , en térm in o s
m ás g enerales: las h ipótesis m etafísicas n o son, p o r principio, susceptibles
d e co n traste em p íric o . F o rm u lació n d e la q u e los neopositivistas e x traen
u n a co n se c u e n c ia p ráctica. Si aq u éllas n o a d m ite n p a ra n g ó n c o n las h i­
pótesis científicas (recu érd ese: las únicas q u e se refieren al m u n d o real),
n o se ve d e q u é p u e d e servir aventurarlas.
V aldrá la p e n a d ejar an o tad o , a u n q u e sólo sea so m e ram en te, q u e en
este p u n to del rech azo d e la m etafísica la evolución q u e h a se guido la tra­
d ició n a n alítica re su lta e s p e c ia lm e n te p e rc e p tib le . D e la tajan te re p u lsa
in icial d e C a rn a p a la c o n sid e ra c ió n positiva p o r p a rte d e F e y e ra b e n d 3,
p asan d o p o r la to leran cia de los filósofos analíticos del lenguaje o rd in a ­
rio, hay to d a u n a g rad ació n de posiciones que expresan, de fo rm a in d ire c­
ta, los cam bios en asuntos d e m ayor im portancia. U nicam ente un ejem plo:
si se a b a n d o n a el esq u em a según el cual existe u n a n ítida línea divisoria en­
tre e n u n ciad o s significativos y asignificativos, resu lta inevitable reco n sid e­
ra r las ro tu n d as afirm acio n es iniciales y pasar a d efender, com o h ic ie ro n
a lg u n o s a u to re s d e la lla m a d a E scuela d e O x fo rd , q u e «es u n sin se n tid o
p e n s a r q u e la m etafísica es u n sinsentido».
P o r lo q u e resp ec ta al se g u n d o p u n to , el refe rid o al fisicalismo y la u ni­
d a d d e las ciencias, d e b e ser p la n te a d o en co n ex ió n d irecta con el p rim e­
ro. C a rn a p e n tie n d e p o r cien cia u n a cien cia fisicalista, es decir, aq u é lla
c o rta d a exclusivam ente p o r el p a tró n m eto d o ló g ico de la física. Si ten e­
m os e n c u e n ta q u e la física es u n a ciencia n atu ral, tom arla com o m o d elo
significará asu m ir u n a actitu d naturalista. Es naturalista, desde lu eg o , la
co n sid erac ió n d e q u e las ciencias d e la natu raleza constituyen el m o d elo
d e to d a cientificidad. P ero tal vez resulte m ás im p o rtan te, p o r p ro b lem á­
tico, lo q u e se su ele d e s p re n d e r d e esa inicial valoración.
Y es q u e a p a rtir d el m o m e n to en q u e las ciencias d e la n a tu ra le z a esta­
b lecen el criterio d e to d a cientificidad, los p ro ced im ien to s d e las ciencias
h u m a n a s q u e n o c o n c u e rd e n con los d e aquellas otras ciencias te n d e rá n
a ser d espreciados co m o si se tratara d e im perfecciones o d e carencias que
M a n u e l C ruz

d em o strasen u n a falta d e m ad u rez científica susceptible, eso sí, d e ser su b ­


san ad a. De esta fo rm a, si u n a ciencia h u m a n a co m o la psicología aspira al
calificativo d e científica, lo q u e d e b e rá h a c e r es plantearse en térm in o s
estrictam en te co n d u ctistas (u n o d e los trabajos m ás célebres d e C arn ap
se titu la p recisam en te «Psicología e n lenguaje físicalista»). H ab ría, según
este co n cep to , ciencias su p e rio res e inferiores (o d e p rim e ra y d e segun­
da) , sien d o posible, m ed ian te cum plim iento previo d e los requisitos, la cir­
cu lación d e u n o a o tro g ru p o .
P ero co n v en d ría n o deslizar la im ag en de q u e las dificultades q u e esto
p la n te a son fu n d a m e n ta lm e n te d e o rd e n epistem ológico. En este ám bito
su rg e n algunas, y d e n o tab le im p o rtan c ia p o r cierto. Así p o r ejem plo, las
referid as a laju stificació n teó rica d e esas piezas básicas d el len g u aje d e n o ­
m in ad as « en u n ciad o s elem entales», justificación q u e a C a rn ap le originó
serios p ro b lem as (m uy sintéticam ente: no co n seg u ía re sp o n d e r a la p re ­
g u n ta ¿cóm o se d a la co m u n icació n ?), p e ro d e esa dificultad tra ta re m o s
al h a b la r de la verificabilidad em pírica. El a c en to ah o ra d e b ie ra p o n erse
e n o tro lugar. E n co n creto , en el h e c h o de q u e el objeto d e c o n o cim ien to
d e las ciencias h u m an as, el h o m b re , es, n ad ie p a rece discutirlo, n a tu ra le ­
za, p e ro incluye asim ism o otras d im en sio n es de difícil a p re h e n s ió n m e ­
d ian te p ro ced im ien to s estrictam en te naturalistas. N unca está d e más re ­
c o rd a r lo p rim e ro (d e h ech o , ése fu e el g ran olvido de los historicistas,
q u e ex clu ían a los h o m b res del cam p o de los objetos d e c o n o cim ien to
p a ra las ciencias d e la naturaleza, co m o si ellos n o fo rm a ra n p a rte de u n a
e sp ecie, n o tu v ieran u n c u e rp o , n o p re se n ta se n u n a c ie rta co m p o sic ió n
q u ím ica, e tc é te ra ), p e ro m uy p ro b a b le m e n te lo q u e en este m o m en to in ­
terese en fatizar es lo segundo.
E n el bien e n te n d id o de q u e ese plus q u e el h o m b re tiene y al que las
ciencias naturalistas n o llegan no h ace referencia a u n a inalcanzable espiri­
tu a lid a d m etafísica, fro n te riz a c o n lo religioso, o cosas sim ilares. Es, p o r
d ecirlo con u n a cierta precisión, su dim ensión sociocultural, esto es, histó­
rica. A p rim e ra vista, cabría pen sar q u e no p resen ta grandes dificultades
m etodológicas a c e p ta r q u e la historia h a de te n e r u n a especial relevancia a
la h o ra d e estu d iar al h o m b re en sociedad, es decir, a la h o ra de h a c e r cien­
cia social. N o es así, sin em bargo, p a ra el neopositivista, q u e tien d e a m irar
co n desconfianza cu alq u ier in te n to d e co n jetu rar regularidades — y no di­
gam os leyes— del desarrollo histórico. Su desconfianza se relaciona con
m ás d e u n asunto. Más allá d e la cuestión p u ra m e n te técnica, hay sin d u d a
u n recelo p ro fu n d o q u e tiene q u e ver con la posibilidad d e q ue tales conje­
turas p u ed an ser presentadas e n apoyo d e u n a d eterm in ad a acción política.
P o r ú ltim o, la tesis de la verificabilidad em p íric a bien p u d ie ra decirse
q u e ofrece u n d o b le fre n te d e desarrollo: d e u n lado, hacia las cuestiones

47
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d e fu n d a m e n ta c ió n m etacientífica y, d e otro, hacia los problem as de sig-


nificatividad d e los en u n ciad o s. N o so n en realid ad dos líneas co m p leta­
m e n te sep arad as, sino en algún se n tid o com plem entarias, com o q u ed a
re su m id o en la afirm ació n neopositivista «el significado d e u n a pro p o si­
ció n consiste en su m é to d o de verificación». E n to d o caso esta d im en sió n
c o m p le m e n ta ria n o excluye q u e a h o ra , y a los solos efectos de la exposi­
ción, las ab o rd em o s se p ara d am en te.
P o d ría decirse q u e el p rim e r f re n te de cuestiones es el qu e justifica el
ró tu lo d e «em piristas lógicos» con el que, com o dijim os, a veces se d en o ­
m in a a los neopositivistas. En efecto, p arece e m p a re n ta d a co n el viejo em ­
pirism o la id ea d e q u e las piezas básicas m ínim as d e n u estro lenguaje (lo
q u e W ittg en stein llam a los «en u n ciad o s elem entales») son la expresión de
ciertos h ech o s p rim a rio s — co n el añ ad id o d e q u e los dem ás en u n ciad o s
se co n stru y en c o n ellos m ed ian te o p eracio n es lógicas d e c o n ju n ció n o
n e g ació n — . E x p resió n que, e n el caso de C arn ap , d eb e se r in te rp re ta d a
e n térm in o s de relacio nes de observación.
Así, pues, n o es sólo q u e cu a n to p u e d a decirse se debe p o d e r e x p resa r
e n térm in o s d e e n u n ciad o s elem entales, sino q u e incluso las teorías cien­
tíficas m ás abstractas se resuelven en «descripciones taquigráficas d e acon­
tecim ien to s observables». En este p u n to , C a rn ap (co n c re ta m e n te en su
lib ro L a estructura lógica del mundo) o p tó po r lo q u e e n la je rg a filosófica se
ac o stu m b ra a llam ar u n a versión solipsista del asunto, a firm an d o q u e los
e n u n c ia d o s elem en tales son registros de experiencias inm ediatas del su­
je to . El p ro b le m a q u e d e m a n e ra inevitable se p la n te a a p a rtir d e aq u í es
el d e có m o traslad ar tales experiencias privadas del sujeto a los dem ás.
In te n ta r re sp o n d e r a esta dificultad nos traslada al otro fre n te d e p ro ­
blem as a q u e alu d im os, los relacionados co n la significatividad de los
en u n ciad o s. A quel inicial im pulso antim etafísico n os ha traslad ad o bien
lejos. A g o lp e d e m atiz, nos h em o s ido a d e n tra n d o e n la esp esu ra d e u n a
pro b lem ática d e la q u e n o es fácil salir con afirm aciones tajantes. Así, p ara
evitar q u e se re p itie ra n las estériles controversias propias d e la m etafísica
los neopositivistas lógicos in tro d u je ro n el p rin cip io de q u e p a ra qu e al­
g u ien p u d ie ra h a b la r co n sen tid o se d e b e ría p o d e r especificar u n a m an e­
ra d e verificar e m p íric a m e n te lo q u e se está d iciendo.
P e ro a p re s u ré m o n o s a r e c o r d a r q u e d e tan rig u ro so c rite rio q u e ­
d a b a n excluidas las p ro p o sicio n es de la lógica y d e la m atem ática, siendo
esta exclusión ab so lu ta m e n te cen tral en el p lan team ien to neopositivista,
co m o h a señ alad o Q u in e en su céleb re trabajo «Dos dogm as del em piris­
m o». El re c o rd a to rio n o es irrelevante, si nos fijamos en los térm in o s de la
crítica. P o rq u e lo q u e Q u in e re p ro c h a a este p rin cip io — y p o r eso lo de­
n o m in a p ey o rativ am ente «dogm a»— es q u e se apoya en u n a creencia, la

48
M a n l t .i . C r i .y .

d e la an aliticid ad , seg ú n la cual existen «verdades de razón» q u e no tie­


n e n n a d a q u e ver co n los h echos. Es esa creen cia e n cu a n to tal la que, e n
definitiva, d e b e ser c u estionada. P ero h acerlo equivale a lanzar u n a carga
en p ro fu n d id a d al p royecto de C arn ap , para el cual la d istinción en tre lo
an alítico y lo sin tético es u n a distinción tajante y exhaustiva. P a ra Q uine,
p o r el c o n trario , n o se consigue trazar la lín ea de separación e n tre e n u n ­
ciados analíticos (aquellos q u e «no d icen en el p red icad o otra cosa que lo
qu e en la n o c ió n d el sujeto e ra ya v erd ad eram en te pensado», se g ú n la clá­
sica d efin ició n d e K ant4) y e n u n ciad o s sintéticos (aquellos en los que el
p red icad o co n tie n e algo q u e n o e ra p en sad o en el sujeto y que, p o r tanto,
a u m e n ta n el c o n o cim ien to ), lín ea d e separación q u e era, ella m ism a, c o n ­
secuencia d e s u p o n e r qu e la verd ad d e un en u n ciad o es algo analizable e n
u n a c o m p o n e n te lingüística y u n a c o m p o n e n te fáctica.
Esta crítica rep e rc u te de m an era directa en el segundo «dogm a del e m ­
pirism o», el d el reductivism o y la teo ría de la verificación, que se p resen ­
tan co m o p ro c e d im ie n to p a ra resolver el p ro b le m a de la natu raleza de la
relació n e n tre u n e n u n c ia d o y las experiencias q u e ev en tu alm en te p u e ­
d a n co n firm arlo . La co n cep c ió n m ás in g e n u a de esta relación es el re d u c ­
tivismo rad ical, q u e so stien e q u e to d o e n u n c ia d o con se n tid o es tra d u ­
cible a u n e n u n c ia d o acerca d e la ex p erien cia inm ediata. La ta re a de este
reductivism o es especificar u n lenguaje de los datos sensibles y m o strar la
fo rm a d e tra d u c ir a él, e n u n c ia d o p o r e n u n ciad o , el resto del discurso sig­
nificante. Q u in e o bserva q u e el d o g m a reductivista sobrevive e n la suposi­
ción de qu e to d o en u n ciado, aislado de sus com pañeros, p u ed e te n e r co n ­
firm ació n o validación.
P ero sem ejan te suposición es dem asiado sim ple para ser verdad. N u n ­
ca es el e n u n c ia d o suelto, a u n q u e lo d en o m in em o s «consecuencia verifi-
cable d e d u c id a d e la teoría», el q u e se som ete d irectam en te al veredicto
d e la ex p erien cia. En realid ad , la d ed u cció n m ism a lleva consigo siem pre
la su m a d e h ipótesis su p le m e n ta rias q u e van más allá de la teo ría en cues­
tión y, p o r consiguiente, la p o n e n en peligro, pese a salvarla del aislam ien­
to en relació n co n la ex p eriencia. A esto se le p o d rían su m a r las sim plifi­
caciones q u e el científico lleva a cabo (p o r ejem plo, e n las soluciones e
incluso en las ecu acio n es d e b ase), p ero bastará co n lo in d icad o para p o ­
n e r d e relieve la id e a d e q u e lo q u e se elige p ara so m e te r a la p ru e b a e m ­
p írica n o es la teo ría e n tera y pura, sino u n p e q u e ñ o conjunto d e teorem as
o b ten id o s c o n la ayuda d e la teoría, en riq u ecid o p o r algunas hipótesis su ­
p lem en tarias y e m p o b recid o p o r algunas sim plificaciones. D icha idea p a ­
rece h a b e r sido m uy ten id a e n c u en ta p o r Q u in e para e lab o rar su p ro p ia
p ro p u esta crítica, q u e es la d e q u e los enunciados d eb en en te n d e rse com o
cu erp o total — lo q u e se acostum bra a ro tu lar p o r los filósofos com o ho-

49
F i i .o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

lism o— . Subyace a la p ro p u e sta el co n v en cim ien to más g e n e ra l d e q u e


«el to d o d e la cien cia es co m o u n cam p o d e fuerzas cuyas co ndiciones-
lím ite d a la ex p erien cia» . E n sum a, n in g u n a ex p erien cia c o n c re ta y p ar­
ticu lar está lig ad a, d esd e esta perspectiva, co n u n e n u n c ia d o c o n c re to y
p articu lar. Es e r ró n e o h a b la r d el c o n te n id o e m p íric o d e u n d e te rm i­
n a d o e n u n c ia d o .
A la crítica q u in e a n a d e b e ría sum ársele, p a ra o b te n e r u n a im agen de
c o n ju n to lo m ás fiel posible de los avatares d e la p ro p u esta, la a u to crítica
q u e los p ro p io s neopositivistas p la n te a ro n al cabo d e no d em asiad o tiem ­
p o a las p rim e ras fo rm u lacio n es del criterio em pirista de la significativi-
d ad . Así, p o r p o n e r sólo dos ejem plos, Ayer en la Introducción a la seg u n d a
ed ició n d e su lib ro Lenguaje, verdad y lógicay C ari G. H em p el en su trabajo
« P roblem as y cam bios en el criterio em pirista de significado» señ alaro n ,
co n las diferen cias p e rtin e n te s, la dirección d e los cam bios que d e b e ría
su frir el criterio p a ra m a n te n e r alg u n a plausibilidad, visto q u e la fo rm u la­
ció n seg ú n la cual u n a sen ten cia es significativa si, y solo si, la pro p o sició n
q u e ex p resa es an alítica o verificable em píricam ente resultaba inaceptable.
P o r lo p ro n to , hay q u e a b a n d o n a r p o r co m p leto com o expectativa
m eto d o ló g ica la v erificación, y h a b la r en su lu g ar d e verificabilidad. Asu­
m ir ésta co m o co n d ició n d e significatividad n o su p o n e afirm ar q u e sólo
sean significativas las oracio n es q u e h a n sido verificadas. E llo equivaldría
a p o sp o n e r la c o m p re n sió n d e cad a e n u n c ia d o a su verificación, c u a n d o
resu lta ev id en te q u e hay o racio n es p erfe ctam en te significativas q u e aú n
n o h a n sido co n trastadas, e incluso q u e las hay de m uy difícil contrasta-
ción. E n cam bio, exigir verificabilidad es exigir sim p lem en te que sea po­
sible especificar c ó m o p o d ría ser esa p ru e b a , sin p re te n d e r q u e la p ru e b a
se haya llevado a cabo. V erificabilidad, com o la p ro p ia p alab ra indica, se
lim ita a ser posib ilid ad d e verificación5. U n criterio así q u e d a satisfecho
p ro p o rc io n a n d o u n a especificación inteligible de las observaciones que
estab lecerían la v erd ad o falsedad d e u n en u n ciad o .
A u n así, cab e la posibilidad, n a d a deseable, de q u e se h a g a u n uso es­
tre c h o ta m b ié n d el c rite rio d e la verificabilidad. Tal su c ed e c u a n d o se
p lan tea, siq u iera sea co m o h o rizo n te, la idea d e u n a verificabilidad com ­
p leta, esto es, d e la p o sib ilid ad d e especificar u n co n ju n to d e observacio­
n es q u e m o stra ra n d e m o d o concluyente la verdad o falsedad de u n a ora­
ción. E sta p re te n sió n es d em asiad o fu erte, y su dificultad n os servirá de
p aso p a ra a n u n c ia r alg u n o s p la n te a m ie n to s alternativos a la p ro p u e sta
d e C a rn ap . P o rq u e si convirtiéram os la p re te n sió n e n exigencia d ejaría­
m os fu era, p o r ejem p lo , todas las generalizaciones q u e carecen d e restric­
ciones. N o p o d ríam o s h a c e r uso d e en u n ciad o s tan sim ples com o «todos
los lim o n es son am arillos», p o rq u e n o es posible especificar n in g ú n con­

50
M a n i .'e i . C r u z

ju n to fin ito d e o bservaciones tales que, h a b ie n d o llevado a c a b o todas


ellas, p o d am o s estar seguros d e q u e este e n u n c ia d o es verd ad ero . (C om o
ten d rem o s o p o rtu n id a d de ver, P o p p e r to m ará p ie en esta d ificultad p ara
re p la n te a r el estatu to d e la in d u cció n .)
El caso es q u e existe un n ú m e ro ilim itado de generalizaciones para las
cuales n o p u e d e especificarse p ru e b a — o c o n tra p ru e b a , si es u n a n eg a­
ción, co m o resu ltaría e n el ejem p lo «hay u n lim ón que n o es am arillo»—
em p írica co n clu y en te. Esto nos o c u rrirá siem pre que n os o cu p em o s d e
«clases» abiertas, o sea, de clases respecto d e las cuales n o p u e d e decirse
qu e ten g a n u n lím ite d e m iem b ro s definido. Estas dificultades, a las q u e
se p o d ría n a ñ a d ir o tras en absoluto desdeñables, referidas a los e n u n c ia ­
dos q u e in d ican disposición, com o sería, pon g am o s p o r caso, «M aría es
m uy responsable», fu e ro n e m p u ja n d o a los neopositivistas en la d irecció n
d e m odificar el criterio de tal m a n e ra q u e req u iriera tan sólo la especifi­
cación d e o b serv acio n es q u e incidiesen en c o n tra o a favor de u n e n u n ­
ciado o, lo q u e viene a ser lo m ism o, que sirviesen para confirmarlo o negarlo
en alguna medula. R e p la n te a d o d e esta fo rm a, el criterio m e re c e ría m ás
b ien se r d e n o m in a d o criterio de conjirmabilidad de la significatividad.
H ay q u e d e c ir q u e sem ejante refo rm u lació n , siendo indicativa de u n
cam b io d e actitu d filosófica p o r p a rte de los neopositivistas, n o consigue
resolver todas las dificultades. Y n o sólo p o rq u e , en concreto, d ich a n o ­
ció n d e co n firm ació n (a veces tam b ién llam ada apoyo) n u n ca fu e ra a d e ­
cu a d a m e n te fo rm alizad a6. El criterio sigue p re se n ta n d o deficiencias q u e
a ta ñ e n a aspectos estru ctu rales de su discurso (parcialm ente señalados al
a lu d ir a las críticas d e Q u in e ). Y, sin em bargo, a pesar d e todo, el espíritu
d e esta p ro p u e sta — su p reten sió n fu ndacional, si se prefiere d e n o m in a r­
la así— m erece ser a d e c u a d a m e n te valorado. N o sólo p o rq u e d eb a ser
an a liz a d o c o n re la c ió n a los in te rlo c u to re s teó rico s d el m o m e n to ( p o r
ejem p lo , no cab e olvidar q u e la filosofía d e la ciencia de m atriz n eo p o siti­
vista su rg e co m o altern ativa a u n a obsoleta filosofía de la n aturaleza, de
fu erte im p ro n ta m etafísica), sino p o rq u e p ro b ab lem en te de aq u el aliento
inicial todavía p u d ie ra sern o s de utilidad algún rasgo — a u n q u e sólo fu e­
ra co m o a n tíd o to an te alguno de los excesos del presente— . Piénsese, p o r
ejem p lo , en la firm e z a co n la q u e el neopositivism o n o s ad v irtió de q u e
n o to d o lo q u e p u e d e ser d ich o m erece ser pensado, o en su insistencia
e n n o a b a n d o n a r el re fe re n te de los h echos p a ra co n stru ir u n a im agen
firm e d el c o n o cim ien to .

51
N otas

1Así lo relata el propio filósofo: «En la Alemania de 1933, con el advenim ien­
to del régimen de Hitler, el ambiente político se hacía cada vez más y más intole­
rable, y lo mismo sucedía en Austria y Checoeslovaquia. En este últim o país la
mayoría de la gente, al igual que el gobierno de Benes, tenía un punto de vista de­
mocrático, pero la ideología nazi se difundía más y más entre la población germa-
noparlante de la región de los Sudetes así como entre los estudiantes de nuestra
universidad e incluso entre los profesores. Además existía el peligro de una inter­
vención de Hitler, por lo que inicié contactos para poder ir a América, por lo m e­
nos durante un tiempo. Es así que en diciembre de 1935 abandoné Praga y fui a
los Estados Unidos» (Autobiografía intelectual, Barcelona, Paidós, 1992, p. 73).
2 Según Carnap la apariencia de sentido cognoscitivo en las proposiciones
metafísicas se debe a un uso incorrecto del lenguaje. Nuestro autor había inicia­
do este tipo de crítica ya muy tempranamente en un célebre artículo de 1932
(«La superación de la metafísica mediante el análisis lógico del lenguaje», inclui­
do en A. J. Ayer (com p .), El positivismo lógico, México, FCE, 1965, pp. 66-87), en el
que sostenía la tesis, que luego se ha com entando hasta el cansancio, d e que la fi­
losofía de H eidegger en Ser y tiempo se. basa en un uso incorrecto del término
Nada com o si fuera un nombre propio.
3 «Los sistemas metafísicos son teorías científicas en su estadio más primitivo.
Si contradicen un punto de vista bien confirmado, entonces esto indica su utili­
dad como alternativa a este punto de vista. Las alternativas son necesarias para el
propósito de la crítica. De aquí que los sistemas metafísicos que contradicen re­
sultados observacionales o teorías bien confirmadas sean puntos de partida muy
bien recibidos por tal crítica. Lejos de constituir intentos fallidos de anticipar, o
escamotear, la investigación empírica y que fueron puestos en ridículo al contras­
tarlos con la experiencia, dichos sistemas son los únicos medios de que dispone­
mos para examinar aquellas partes de nuestro conocim iento que se han converti­
do ya en observacionales y que son por lo tanto inaccesibles a una crítica sobre la
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

base de la observación» (P. K. Feyerabend, Cómo ser un buen empirista, Valencia,


T eorema, 1976, p. 57).
4 La definición completa, tal com o aparece en los Prolegómenos a toda metafísica
del porvenir que haya de poder presentarse como una ciencia, reza así: «Los ju icios analí­
ticos no dicen en el predicado otra cosa que lo que en la noción del sujeto era ya
verdaderamente pensado, aunque no tan claro y con igual conciencia. Si yo digo:
todos los cuerpos son extensos, no he ampliado absolutamente nada mi concepto
de cuerpo, sino que lo he resuelto, porque la extensión de aquel concepto estaba
realm ente pensada ya antes del juicio, aunque no declarada expresamente; el
ju icio es, pues, analítico. Por el contrario, la frase: algunos cuerpos son pesados,
contiene algo en el predicado que no estaba realmente pensado en el concepto
general de cuerpo; aumenta, pues, mi conocim iento, porque añade algo a mi
concepto y debe llamarse, por esto, un juicio sintético» (Kant, Prolegómenos...,
Buenos Aires, Aguilar, 1959, pp. 56-57).
5 Escribe Ayer en la obra citada: «Una frase no tiene verdadero significado
para una persona dada más que si esta última sabe cóm o verificar la proposición
que quiere expresar. En otras palabras, esta persona debe saber cuáles son las ob­
servaciones que la autorizarían a aceptar esta proposición como verdadera o refu­
tarla com o falsa».
6 Lo que no debiera impedirnos constatar que, a partir de los años cuarenta,
Carnap se dedicó principalmente a desarrollar esta idea de la confirmabilidad y,
en particular, un concep to cuantitativo de confirm ación, identificado con un
cierto concepto de probabilidad (Los fundamentos lógicos de la probabilidad, 1950).
La posición final de Carnap respecto a estos y otros varios temas se encuentra ex­
puesta de una manera clara en el ya citado Lafundamentación lógica de la física, de
1966).

54
C a p í t u l o III
W it t g e n s t e in , p e n s a r d e sd e el l en g u a je

. A j g u n a vez se h a dich o que u n filósofo es realm ente im p o rta n te cuando


es cap az d e p ro d u c ir u n co rte e n la historia de la filosofía, es d ecir, c u a n ­
d o la filosofía q u e se h ace d e sp u é s de él ya no p u e d e se r ig u al a la q u e
se h acía antes. W ittgenstein constituye u n o de esos raros filósofos, que se
a d o rn a , adem ás, co n u n a p ecu liarid ad suplem entaria: n o ha p ro d u c id o
u n o , sino d os cortes. O cu rre , sin em bargo, qu e el reco n o cim ien to de esta
co n d ició n ex cep cio n al no es algo autom ático. E ra otro filósofo co n tem ­
p o rá n e o , H en ri B ergson, el q u e decía que toda g ra n filosofía es el resulta­
d o d e u n a ú nica in tu ició n original, q u e exige luego treinta o cu aren ta años
d e esfuerzo p o r p en sarla, p o r trad u cirla a conceptos. Si eso cuesta elabo­
ra r u n a filosofía, q u é n o costará en te n d e rla e in te rp re ta rla bien.
M u ch o d e esto h a o c u rrid o — y sigue o c u rrie n d o — co n W ittgenstein.
H asta hace n o ta n to era frec u en te verlo ig n o ra d o en an to lo g ías e histo­
rias d e la filosofía del siglo xx, y, c u an d o no, e n c o n tra rlo adscrito a varia­
das ten d en cias, así co m o a trib u irle influencias so b re autores m u y d iferen ­
tes. Hay q u e a d m itir q u e el p ro p io W ittgenstein contribuyó c o n su vida y
con su o b ra a esta equivocidad. R especto a la prim era, resulta insoslayable
se ñ alar q u e su b iografía constituye u n a autén tica excepción en el p an o ra­
m a d e los filósofos co n tem p o rán eo s, y que ese d a to parece re p e rc u tir en
la in terp retació n d e su pensam iento. Con u n a p articular calidad de re p e r­
cusión q u e tal vez lo m ejo r sea todavía no anticipar.
D e a s c e n d e n c ia ju d ía , L udw ig W ittg en stein nació e n V ien a en 1889
— d a to m uy significativo te n ie n d o en cu en ta la circunstancia cultural, so­
cial y política d e la capital au stríaca en esos a ñ o s1— . E ra el m e n o r d e los
o ch o hijos d e Karl W ittgenstein, u n p ro testan te d e o rigen ju d ío , de u n a
intelig en cia fu e ra d e lo com ún, q u e llegó a ser u n a de las figuras clave de
la sid e ru rg ia ce n tro e u ro p e a . W ittgenstein fue ed u cad o hasta los catorce
añ o s en su casa p o r p recep to res privados (u n a casa, p o r cierto, el palacio
F i l o s o f í a ( » n t k m i ’O r An e a

W ittg en stein , fre c u e n ta d a p o r g en tes com o J o h a n n e s Brahm s, o e ljo v e n


P au Casals, y q u e fu e c o m p le ta m e n te d estru id a p o r un b o m b a rd e o d u ­
ra n te la S eg u n d a G u e rra M u n d ia l).
T ras tres años d e estudios secundarios en Linz (A ustria), m arch ó a Ber­
lín c o n el pro p ó sito d e hacerse in g en iero com o su p ad re y, en 1908 se tras­
ladó p a ra am pliar estudios a M anchester, d o n d e se interesó e n especial p o r
los a ero p lan o s y las hélices — llegó a realizar u n trabajo d e vanguardia e n
aero n áu tica, b ásicam en te relacio n ad o con el d ise ñ o de u n m o to r a reac­
ció n — . Su p re o c u p a c ió n p o r las m atem áticas provocó su ap ro x im ació n
al g ra n lógico a le m á n G ottlob Frege, q u ien le aconsejó q u e fuera a la U ni­
v ersid ad de C am b rid g e p a ra estu d ia r con B e rtran d Russell. T rabajó co n
éste, p rim e ro co m o alu m n o , p e ro p ro n to com o co m p añ ero , d e 1912 a
1913. Este h ech o , así com o el de q u e Russell le pro lo g ara la p rim e ra ed i­
ció n d e su Trnctatus Logico-Plúlosophicus2, h a in clin ad o a m uchos in té rp re ­
tes h acia u n a lectu ra en clave positivista q u e acaso h ab ría que m atizar
(co n v ien e d e ja r co n stan cia de q u e W ittgenstein m anifestó d esd e bien
p ro n to su firm e d esap ro b a ció n a d ic h a in tro d u c c ió n ).
A p esar d e h a b e r sido declarad o inútil p o r problem as de salud, Witt­
g e n stein co n sid eró q u e n o p o d ía sustraerse al destin o de sus co m p atrio ­
tas y se alistó co m o v o luntario en el ejército austríaco en la P rim era G u e rra
M u n d ial. (Junto a esta razón, de o rd e n explícitam ente m oral, n o h a b ría
q u e ex clu ir la p resen c ia d e m otivaciones de o tro tipo. C om o, p o r ejem ­
p lo, u n a cierta fascinación p o r la m u e rte . Algo de esto p arecen in d ic a r u n
p a r d e anotaciones d e sus Diarios secretos^ d u ran te esta época: «15 de abril d e
1916. D en tro d e o c h o días m arch arem o s a la posición de fuego. ¡Ojalá se
m e co n ced a p o n e r e n ju e g o mi vida en u n a tarea difícil!». E n la m ism a di­
recció n , an o tab a el 2 de abril de 1916: «He estado en ferm o . Aún h o y m e
e n c u e n tro m uy débil. H oy m e h a d ich o mi c o m an d an te q u e m e va a e n ­
viar a la retag u ard ia. Si eso o c u rre m e m ataré».) C om batió en el fren te
ru so , lleg ó a oficial, fue enviado al fre n te Sur, te rm in ó el Tractatusy, al
d e rru m b a rs e el fren te, fue h ech o p risio n ero e n Italia en 1918. P o r aquel
e n to n c e s h ab ía vivido u n a p ro fu n d a ex p erien cia mística, a p a re n te m e n te
co m o co n secu en cia d e leer a Tolstoi, lo q u e le co n d u jo adem ás a e stu d ia r
los E vangelios.
F ue p re c isa m e n te el consejo q u e e n ellos se da al jo v en rico («si quie­
res se r p e rfe c to , v ete, v en d e c u a n to tien es y síguem e») lo que, u n a vez
te rm in a d a la g u e rra , le llevó a re n u n c ia r a su fo rtu n a privada y d ed icarse
a e je rc e r co m o m aestro d e escuela en varios p u eb lo s perdidos d e la Baja
A ustria. Es im p o rta n te p a ra e n te n d e r la trayectoria p erso n al de W ittgens­
tein se ñ alar q u e su ex p erien cia e n este te rre n o se saldó con u n p ro fu n d o
y d o lo ro so fracaso. C o n alegaciones d e trato cru el a sus alum nos, lo s otros

56
M a n u k i. C ruz.

m aestros co n sig u ie ro n a b rir u n a investigación c o n tra él d e la q u e , si b ien


salió le g a lm e n te ex c u lp a d o , m o ra lm e n te estuvo a p u n to de c o n d u c irle
al suicidio. A b a n d o n ó la en señ an za para dedicarse a h a c e r de ja r d in e ro
d e los m onjes del m on asterio d e H ütteldorf, cerca d e Viena. En el oto ñ o d e
1926 em p ezó a ocu p arse en u n a tarea que le absorbería d u ra n te dos años:
la co n stru cció n en V iena d e la casa de u n a de sus herm anas. H asta que,
en m arzo d e 1928, escuchó en V iena u n a c o n feren cia so b re la fu n d am en -
tación d e las m atem áticas y d ecid ió q u e ya e ra tiem po d e reg re sar a la ta­
rea filosófica.
Volvió a C am b rid g e en 1929 y se estableció en aquella universidad. D es­
d e e n to n ces h asta su m u e rte vivió en In g laterra. F orzado p o r la an ex ió n
h itle ria n a d e A ustria, W ittgenstein se hizo británico, p e ro n u n c a am ó la
fo rm a d e vida inglesa y en p a rticu lar d etestaba la atm ósfera académ ica d e
C am b rid g e, h asta el p u n to de q u e pensó e n trasladarse a la U n ió n Soviéti­
ca, país q u e llegó a visitar en se p tie m b re de 1935. Sus nuevas ideas — de
h ech o , em p ezó a d u d a r del Tractatus poco d espués de p u b licarlo — e ra n
expresadas o ra lm e n te o p o r la circulación, d e m an o en m ano, d e los Cua­
dernos azul y marrón4. Q u iere decirse que cierta a u ra de m isterio ro d eó las
«nuevas enseñanzas» d e W ittgenstein. En 1939 sucedió a M oore en la cá­
ted ra d e C am b rid g e, a la q u e re n u n c ió en 1947 p a ra p o d e r d edicarse co n
in ten sid ad a sus escritos (a u n q u e en realidad h a b ía re n u n c ia d o antes, en
1941, p ara alistarse, al estallar la S eg u n d a G u e rra M undial, co m o ayudan­
te d el G uy’s H o spital d e L o n d res). M urió d e c án ce r el 29 de abril de 1951.
A todos estos datos, ya d e p o r sí su ficien tem en te insólitos, h a b ría q u e
a ñ a d ir la refe ren cia a su h o m osexualidad, p la n te a d a p o r W illiam W arren
Bartley en su biografía sobre n u estro au to r5, referencia q u e en su m o m en ­
to lev an tó u n a c o n sid erab le p olvareda en d e te rm in a d o s am b ien tes aca­
dém icos. Nos h em o s d e m o ra d o com o co n n in g ú n otro e n la b iografía de
W ittgenstein, n o sólo p o r lo qu e tiene de insólito (de hecho, h a hab id o p e n ­
sadores — com o A gnes H éller— q u e han teorizado la necesidad d e que los
filósofos ten g a n existencias personales irrelevantes com o requisito indis­
p e n s a b le p a ra q u e a lu m b re n p e n sa m ie n to s re a lm e n te relevantes, p e ro
ésta es u n a d iscusión q u e, sin d u d a, no hace a h o ra al caso), sin o p o r algo,
q u e p ro b a b le m e n te n o p u e d e ir m ás allá d e la m e ra sospecha. P ero q u e,
in clu so en ese su p u esto , es u n a so sp ech a tan firm e co m o in q u ie ta n te , y
q u e se p u e d e e n u n c ia r e n estos térm in o s: a lg u ien q u e vivió así n o p o d ía
p e n s a r cu alq u ier cosa.
A lu d íam o s al p rin c ip io a d os ép o cas e n W ittg en stein : la d e l Tractatus
(« p rim e r W ittg e n ste in » ), q u e influyó e n el positivism o lógico, y la d e las
Investigaciones filosóficas6 («segundo W ittg en stein » ), q u e lo hizo en la filo­
sofía an alítica anglosajona. T am bién se h a hab lad o e n ocasiones d e u n

57
F ll .OSOI'ÍA CONTEMPORÁNEA

W ittg en stein intermedio, q u e h a b ría d esarro llad o u n positivismo terapéutico


o psicoanálisis intelectual, q u e de las dos form as se h a llam ado, p ero eso p a­
rece m ás cosa de a lg u n o s w ittgensteinianos (co n cretam en te, d e j o h n Wis-
d o m ) q u e del p ro p io W ittgenstein, q u e n u n c a lo reconoció. Al m a rg e n
d e las in d u d ab les diferencias, e n tre las dos etapas existe u n a c ie rta rela­
ción. E n b u e n a m ed id a, el se g u n d o W ittgenstein es u n a reacció n fren te
al p rim e ro , reacció n q u e se p la n te a e n el in terio r d e u n m ism o m o d o d e
pensar. D icho m o d o p o d ría q u e d a r caracterizado p o r p o n e r en el c e n tro
d e la p reo c u p a c ió n al lenguaje.
C iertam en te, las ideas del Tractatus son sim ilares a las d e los atom istas
lógicos (esp ecialm ente B e rtra n d R ussell), p e ro no d el todo coincidentes.
El m u n d o , so stiene W ittgenstein, está fo rm ad o p o r la totalidad d e los h e ­
chos atóm icos y n o d e las cosas («en el m u n d o to d o es com o es y sucede
co m o sucede», escribe). Las p roposiciones atóm icas representan h ech o s
ató m ico s en el se n tid o de q u e son «cuadros» o «pinturas» d e éstos. P ro p o ­
siciones atóm icas y h ech o s atóm icos tie n e n la m ism a estru ctu ra — so n iso-
m ó rfico s— , co n stitu y en d o el lenguaje en su c o n ju n to u n m apa d e la rea­
lidad. Las p ro p o sicio n es atóm icas q u e no re p re se n ta n hechos ató m ico s
carecen d e sentido.
N o resu lta fácil ejem plificar este tipo de afirm aciones. A diferencia d e
Russell, W ittg en stein n o p ro p o rc io n a ejem plos d e lo q u e co n sid era h e ­
chos sim ples o elem entales; en ú ltim o análisis d e b e n existir, p ero n o está
d isp u e sto a a firm a r q u e haya id e n tific a d o alg u n o . Sí o frece, en c a m b io ,
ejem p lo s d e la co rre la ció n hechos-proposiciones: la p artitu ra m usical es
u n a figura d e la m elo d ía ejecutada. D e a h í su fam osa tesis según la cual los
lím ites del len g u aje son los lím ites d e m i m u n d o , tesis q u e se ha acu sad o
fre c u e n te m e n te d e solipsista.
Más allá d e este uso figurativo y de las tautologías — tan legítim as com o
vacías— , n o existe n in g ú n otro uso acep tab le del lenguaje, y cu alq u ier in ­
ten to d e usarlo d e m o d o d iferen te n o te n d rá sen tid o («el se n tid o d el
m u n d o d eb e q u e d a r fu e ra de é l» ): e n particular, to d o s los en u n ciad o s éti­
cos o m etafísicos n o se rán m ás q u e pseu d o p ro p o sicio n es, violaciones sin
se n tid o del uso ad e c u a d o del lenguaje. W ittgenstein está convencido d e
q u e e n el m u n d o n o hay n in g ú n valor (y llega a añadir, se diría q u e por si
acaso: « au n q u e lo h u b ie ra , n o te n d ría valor a lg u n o » ). De d o n d e ex trae la
im p o sib ilid ad d e las pro p o sicio n es éticas, d ad o q u e las pro p o sicio n es n o
p u e d e n ex p resar n a d a q u e p e rte n e z c a a u n ám bito superior. El d ic ta m e n
final n o p u e d e ser m ás ro tu n d o : «Está claro q u e la ética es inexpresable».
P o r lo q u e resp ec ta , e n fin, al len g u aje c o rrie n te , W ittg en stein re c o n o c e
su cará c te r im p erfecto , defectuoso. H ay q u e ir al fo n d o d e él, a su estruc­
tura, a su esq u eleto , a eso q u e se suele llam ar lenguaje ideal.
L a o bjeción su rg e fácilm ente: y las proposiciones m ed ian te las que se
d e s c u b re ese le n g u a je ideal, ¿a q u é á m b ito p e rte n e c e n ? R espuesta: n o
p e rte n e c e n a n in g u n o d e los ám bitos señalados, puesto que, e n realidad,
carecen ellas m ism as d e significado. «Lo que se expresa p o r sí m ism o e n el
lenguaje n o p o d em o s expresarlo m ediante el lenguaje», se dice e n el Trac­
tatus. Este m ism o p la n te a m ie n to es u n sin sen tid o útil o im p o rtan te q u e
ayuda a q u e u n o lo reconozca e n esa condición y que reco n o zca a los d e ­
m ás sinsentidos co m o tales. T odo el Tractatus tien e este carácter d e in stru ­
m e n to , de escalera q u e se tira u n a vez usada, es decir, u n a vez q u e nos ha
p e rm itid o acc e d e r al len g u aje ideal.
El seg u n d o W ittg en stein a rre m e te rá c o n tra las tesis fu n d am en tales de
la p rim e ra etap a. Así, critica las tesis del significado-figura p o r descansar
so b re un p reju icio do ble, el d e q u e los elem en to s últim os d e l lenguaje
(los n o m b res p ropios) tien en u n a univocidad referencial al objetoy el de q u e
la e s tru c tu ra d e la p ro p o sició n es u n a proyección d e la e stru c tu ra del esta­
d o d e hechos. P o r el co ntrario, piensa ahora, la base de la com prensión del
len g u aje n o está e n la «relación figurativa», sino e n la objetividad («publi­
cidad») d e sus usos. Es más, la relación figurativa h a llevado a u n lenguaje
in co m u n icab le, u n lenguaje privado, en la m e d id a en q u e su fu n d a m e n to
son los d atos sensibles, concebidos com o u n suceso estrictam ente privado.
T am b ién se a b a n d o n a la vieja creencia e n el carácter único y com pleto
del análisis. Esta id ea se basaba e n la superstición d e que e n el lenguaje hay
u n a esencia o cu lta, q u e el análisis consigue descubrir, cu an d o lo cierto es
q u e el lenguaje n o tiene otra realid ad que la de sus usos, variados y m últi­
p les.'U n o d e ellos es el de la descripción, en igualdad d e condiciones con
cu alq u ier o tro (éste fue el e r ro r del neopositivism o: id en tificar significa­
d o co n significado d escriptivo). Sólo hay lo que está a la vista: juegos de len­
guaje, q u e son e n el lím ite formas de vida. N o p u e d e hablarse d e una fu n ­
ció n del len g u aje, co m o no p u e d e hablarse de « n a fu n c ió n de u n a caja de
h e rra m ie n ta s7. El m u n d o está h e c h o de in n u m erab les clases d e expresio­
n es e in n u m erab les m odos de usarlas.
P ero acaso h u b ie ra u n a lectu ra que, a rra n c a n d o del p ro p io W ittgens­
tein , nos p e rm itie ra u n a in te rp re ta c ió n distinta d e su obra, d el sentido en
el q u e d e b e ser re c o rrid a . Tal vez W ittg en stein venga de otro sitio (o d e va­
rios al m ism o tiem p o ) del q u e se le atribuye, com o bien han su b ray ad o ja-
n ik y T oulm in: se in teresó p o r K ierkegaard, S c h o p e n h a u e r y F reud, se
p la n te ó p ro b lem as co m u n es con H usserl y H eidegger, y sus an o tacio n es
p o stu m as están rep letas de referencias a au to res y cuestiones d e m uy di­
verso carácter.
Tal vez u n a d e las form as m ás eficaces d e c ap tar la rica variedad d e su
p en sam ien to , d e re te n e r el m ayor volum en posible de sugerencias, sea uti­
F i l o s o f í a c o n t k m i ’o r á n k a

lizan d o co m o h ilo c o n d u c to r su id ea d e filosofía. El p rim e r W ittgenstein


sólo p u e d e p e n sa r q u e la filosofía n o es ciencia, sino actividad (n o a p o rta
co n o cim ien to , sino q u e es in stru m en to , com o ya se dijo antes: escalera que
se tira ) . La filosofía n o dice nada, sólo aclara: la filosofía describe lo obvio,
lo q u e ya es co n o cid o p o r todos. (A firm ación, p o r cierto, d e n o tab le rai­
g am b re si reco rd am o s el tópico de q u e en el o rig en de la filosofía se en­
c u e n tra el asom bro, q u e es cosa d istinta de la ignorancia.) P o r eso n o cabe
e s p e ra r q u e a p o rte soluciones a los problem as tradicionales de ésta. A lo
su m o los e x am in a bajo u n a nueva luz. Tal es el caso d el llam ado p ro b lem a
d e la m u erte, so b re el q u e escribe: «La m u erte n o es u n acontecim iento de
la vida. La m u erte no es vivida». O del p ro b lem a de la vida, sobre el q u e se
p u e d e leer: «La d esap aric ió n del p ro b lem a de la vida está en la d esap ari­
ció n d e este p roblem a».
D ecíam os an tes q u e e n el filosofar de W ittgenstein hay u n elem en to
d e c o n tin u id a d e n tre sus dos etapas. La filosofía en el segundo W ittgens­
tein sigue te n ie n d o u n a fu n ció n aclaradora, p ero d e o tro tenor. D ebe
a y u d arn o s a re h u ir el « em b ru jam ie n to de n u estra inteligencia m ed ian te
el len g u aje» 8. N o hay n a d a oculto e n el lenguaje. Los problem as filosófi­
cos trad icio n ales n o son problem as, sino perplejidades, q u e, p o r tanto,
n o se resuelven sino q u e se disuelven, a te n d ie n d o a sus usos. Idea é sta — la
d e uso— so b re la q u e algo h ab rá q u e a ñ a d ir en lo sucesivo. P o r lo p ro n to ,
b astará co n deslizar la sospecha d e q u e en estos variados usos p a rece m a­
terializarse u n p rin cip io de verificación sui géneris: los usos actuales del
len g u aje constitu yen el test m ás re ite ra d o y variado q u e p odríam os im agi­
n a r en o rd e n a in te n ta r p ro b a r la b o n d a d de nu estras h e rra m ie n ta s co­
m unicativas.
El fin d e la filosofía es salir de la encenona en la q u e nos h a colocado
n u e s tra radical in co m p re n sió n d e los diversos funcio n am ien to s d e l len­
guaje. P ero d e a q u í n o se d e sp re n d e q u e m uchas de las llam adas «cuestio­
n es filosóficas» carezcan de sentido. Lo tienen, y p ro fu n d o . E n este p u n to
W ittg en stein re c u e rd a sin d u d a a K ant, y a todas esas cuestiones q u e , se­
g ú n este ú ltim o , el h o m b re n o d ejará d e plantearse — o que, en cu alq u ier
caso, n u n c a d ejarán d e a to rm en tarle— . Lo que o cu rre es q u e tal vez sea un
e r ro r d eriv ar d e la m e ra posibilidad d e enunciarlas lingüísticam ente el
co n v en cim ien to d e q u e el lenguaje es el lugar n a tu ra l d o n d e llevar a cabo
d ich o p la n te a m ie n to . Incluso más: tal vez las señaladas cu estio n es nos
cautivan, nos e m b ru ja n (la ex p resió n es del p ro p io W ittgenstein) precisa­
m e n te p o rq u e p o n e n a p ru e b a la radical lim itación d e n u estro lenguaje.
Sin em b arg o , vale la p e n a advertir q u e esta lim itación n o es p resen ta­
d a e n térm in o s d e fatalidad o de co n d en a. Más claram ente: los lím ites del
len g u aje n o son u n o s lím ites absolutos. Si acaso al co n trario , y en u n sen­

60
M a n u k i. C huz

tido p ro fu n d o . E n el d e que, p a ra el au to r del Tractatus, parece se r consti­


tutivo d el h o m b re u n im pulso a arre m e te r, a em bestir, c o n tra d ich o s lím i­
tes. D e a h í q u e, fre n te a lo q u e tal vez alguien p u d ie ra creer, W ittgenstein
e n tie n d a b ien el len g u aje d e filósofos com o H eid eg g er o K ierkegaard: los
ve situados p recisam en te ahí, afanados en la tarea d e en sa n c h a r esos lím i­
tes, d e g an ar p a ra el lenguaje territo rio s de experiencia.
El seg u n d o W ittgenstein ya no piensa q u e las cuestiones filosóficas ca­
rezcan d e significación (si carecieran, no nos e m b ru ja ría n ). Las cuestiones
filosóficas e m erg en d el lenguaje (¿de d ó n d e, si no?), p ero no s o n cuestio­
n es lingüísticas: so n cuestiones q u e nos sum en en confusión p o r n o saber
c ó m o p lan tearlas, có m o «enfocarlas», cóm o «verlas». L a filosofía p e rm i­
te ver au n q u e ella m ism a no sea visión. La filosofía no explica, n i deduce,
ni in fie re n ad a: pone a la vista las p erp lejid ad es en las que nos h a su m ido la
ten az p ro p e n sió n a olvidar por qué usam os ciertos conceptos. C o m o si bas­
tara co n esa especie d e p rem isa in g e n u a del se n tid o com ún, s e g ú n la cual
p o r h a b e r p a lab ra tuviera q u e h a b e r en la realid ad un c o rre la to llam ado
cosa, c u an d o sabem os, gracias a la historia de la filosofía, que e n m uchas
ocasiones, p o r ejem p lo , el c o n te n id o de u n a p alab ra qu e d esig n a un c o n ­
c e p to es u n d iscurso y n o u n re fe re n te precisable. D icho de o tra m anera:
tal vez d eb iéram o s to m a r en co nsideración, a m o d o de p rin cip io general,
la id e a d e q u e co n frec u en cia u n co n cep to tiene sen tid o p o rq u e p erm ite
seg u ir p e n san d o , m u c h o m ás q u e p o rq u e re c o rte u n objeto en el m u ndo.
E n diversos pasajes de su obra, W ittgenstein h a h ech o la co m p aració n
e n tre la filosofía y el c u erp o , y en p articu lar esa característica d isfunción
d el cu e rp o re p re se n ta d a p o r la e n ferm e d ad . C om p aració n q u e le p erm i­
te a firm a r q u e, si el tra ta m ie n to q u e el filósofo h ace d e u n a cu estió n es
co m o el tra ta m ie n to d e u n a e n fe rm e d a d , e n to n c e s lo q u e c a b e esp e ra r
so n curaciones, n o soluciones. La im p o rtan c ia d e esa in te rv e n c ió n será,
p o r ello, variable. Los resultados de la filosofía p u e d e n centrarse en el des­
c u b rim ie n to d e tal o cual vulgar sinsentido o excrecencia, o en algún m a ­
len te n d id o d e m ayor calado. Lo q u e im porta, en todo caso, es la tarea q u e
le atrib u im o s al q u e h a c e r filosófico. P or decirlo con las p ropias palabras
del a u to r (p erte n e c ie n te s a las Investigaciones filosóficas): «La filosofía se li­
m ita a p o n e rlo to d o d elan te, sin explicar ni in fe rir n ad a de ello. C om o
to d o está a la vista, n a d a hay ta m p o c o q u e explicar. P o rq u e lo q u e p u d ie ­
ra latir esco n d id o , p o n g am o s p o r caso, n o es d e n u e stra in cu m b en cia» .
O , co n la o tra fam o sa c o m p aració n d e esta m ism a obra: «¿Cuál es tu obje­
tivo e n la filosofía? M ostrar a la m osca la salida del m osquitero»9.
Se e n tie n d e en to n c e s q u e W ittgenstein haya p o d id o propiciar, e n tre
o tras cosas, u n p u n to de vista ab ierto en filosofía d e las ciencias sociales.
W ittg en stein tien e seg uidores en el cam po de la sociología, de la filosofía

61
F i l o s o f í a c o n t k m i ’o k á n ’f a

d e la acción, de la h isto ria o de la ética, q u e h an recogido este esp íritu , de­


fe n d ie n d o u n m o d o am plio, distinto, de e n te n d e r el co n o cim ien to . U n
m o d o d e c o n o c im ie n to e n el q u e los sentidos d e je n de se r u n a lejana
m etáfo ra: la im ag en d e la ciencia n a tu ra l co n sag ra d a p o r el m o d e lo gali­
le a n o y q u e la cien cia social m im etizó, dejó fu e ra lo que tal vez sea lo
m ás radical, in m ed iatam en te h u m a n o . Vació d e co n ten id o el m u n d o del
h o m b re , le puso e n la ó rb ita d e la necesidad, de la ley, ontologizándolos
luego. W ittg en stein contribuye a se ñ alar el carácter co nvencional de
n u e stro len g u aje, p rim e ro , y de n u e stro co n o cim ien to , después.
P ero esto, co m o q u e d ó afirm ado, ya estaba de alg u n a m a n era e n ger­
m e n e n el p ro p io W ittg en stein d e la p rim e ra etapa. El c e rrab a su Tracta­
tus co n u n a sen ten cia q u e ha h e c h o fortuna: «Acerca d e lo q u e no se pue­
d e h ab lar, m ás vale callarse». P ero eso, desde la perspectiva que h em o s
in te n ta d o desarrollar, sólo in fo rm a d e la radical lim itación de n u estro
len g u aje. Tal vez el se n tid o p ro fu n d o d e la sen ten cia sea: c u an d o d e algo
n o se p u e d e hablar, es h o ra de e m p ezar a actuar. P o r aq u í iría el sen tid o
d e su reflex ió n so b re la ética.
La co n d ició n d e inefable de algo n o d ebe m over a conclusiones ap re­
suradas. C om o serían , p o r ejem plo, re n u n c ia r p o r co m p leto a la e x p ecta­
tiva d e l c o n o c im ie n to o a rro ja rn o s e n brazos de c u a lq u ie r v arian te de
p e n sa m ie n to religioso contem plativo. La resistencia a nuestras palabras
sólo in fo rm a d el cará c te r abism al co n el que a m e n u d o se n os p re se n ta la
co n cien cia d e los lím ites del lenguaje, n o de u n a co ndición rad icalm en te
inasible,, inaprensible de n u estro objeto. La dificultad que d e la co m b in a­
ció n d e am bos p ro b lem as — el carácter casi obvio d e la filosofía y la inex-
p resab ilid ad d e d e te rm in a d a s cuestiones, com o p u e d e n ser las d e la éti­
ca— se d e sp re n d e es lo a rd u o q u e resulta e n u n c ia r p ro p u esta alg u n a
acerca d e la p ro p ia vida.
A h o ra b ien, d ecid id am en te estos asuntos le im portaban m ucho a nues­
tro autor. Lo sabem os p o r él y p o r el testim onio d e quienes estuvieron
m ás cerca d e él. P o r ejem plo, E n g elm an n , su editor, q u ien sostiene q u e el
h e c h o d e q u e según W ittgenstein debam os g u a rd a r silencio acerca d e de­
term in a d as cu estiones n o p u e d e con fu n d irse en m o d o alguno c o n la in­
d iferen c ia n i m u ch o m en o s con el d esd én hacia las mism as. A ntes b ie n al
co n trario , «W ittgenstein cree a rd ie n te m e n te q u e to d o aquello q u e real­
m e n te im p o rta en la vida h u m a n a es p recisam en te aquello sobre lo que,
d e sd e su p u n to d e vista, d e b e m o s g u a r d a r silencio». No hay p e lig ro de
q u e E n g elm a n n le estuviera atribuyendo de m an era equivocada esta idea.
P rá cticam en te a lo largo de to d a la o b ra w ittgensteiniana en co n tram o s
d eclaracio n es del m ism o ten o r: «los problem as científicos p u e d e n in te re ­
sarm e, p e ro n u n c a a p resa rm e realm ente», «en el fo n d o la solución d e los

62
M a n d e i . C ru z .

pro b lem as científicos m e es in d ife ren te; p e ro n o la de los o tro s p ro b le­


m as», etcétera. Sin em b arg o , co n el solo énfasis n o se resuelve la dificul­
tad estru ctu ral d eriv ada del h e c h o d e qu e la ética constituye u n in ten to
d e so b rep asar los lím ites del lenguaje.
La refe ren cia inicial a la vida d e W ittgenstein, que e n su m o m e n to se
sustanció en u n a m e ra sospecha, a h o ra pu e d e p ro p o rcio n arn o s algún ele­
m e n to p ara n o q u e d a r conform es co n la sim ple perplejidad. La clave q u e­
d ó a n o ta d a e n su Diario: «La vida feliz es b u en a, la infeliz m ala». El trabajo
filosófico in te n ta d elim itar las condiciones teóricas de posibilidad p ara
p e n sa r en esa vida feliz. D espeja el cam ino p ara e n co n trarn o s c o n ella. Ex-
p licitada la tarea, p ie rd e n to d o carácter enigm ático sus afirm aciones acer­
ca d el sen tid o glo b al del Tractatus, aquello d e q u e «mi trabajo consta de
dos partes: la e x p u esta e n él m ás to d o lo q u e no h e escrito. Y es esa segun­
d a p a rte p recisam en te lo q u e es lo im p o rtan te» , o lo de q u e «he acertado
e n m i libro a p o n e rlo to d o en su sitio de u n a m a n e ra firm e, guardando si­
lencio sobre ello». L a filosofía n o s d eja a solas (esto es, sin p alab ras) con lo
q u e m erece la p en a. O m ás sencillo: nos dice de q u é debem os lib erarn o s
p a ra a p ro x im a rn o s a la felicidad. P o rq u e n o hay m ás felicidad q u e la q u e
se d esp ren d e d e alcanzar u n a cu erd o con el m u n d o . El filósofo sabe que el
h o m b re n o p u e d e co n v ertirse sin m ás —y co m o a q u ie n le v ien e d a d a la
cosa— en u n ser feliz. El, q u e hacia 1930 h ab ía declarado que su ideal de
vida e ra u n a cierta indiferencia, «un tem plo que sirva de c o n to rn o a las p a­
siones, sin m ezclarse con ellas», cu a n d o llega el m o m en to de en fre n ta rse
co n la m u erte, c u a n d o recibe d e labios del m édico que le a te n d ía la n o ti­
cia d e q u e sólo viviría unos días m ás, reacciona c o n esa ra ra g ran d eza q u e
sólo se e n c u e n tra e n los espíritus m ás generosos. Pidió q u e tran sm itiera
este m ensaje a sus am igos: «dígales q u e he te n id o u n a vida m aravillosa».
N otas

1El libro inevitable para quien desee ahondar en este tema continúa siendo el
ya clásico de A. Janik y S. Toulmin, La Viena de Wiltgenstein, Madrid, Taurus, 1974.
2 La primera versión castellana data de 1957 y la llevó a cabo Enrique Tierno
Galván para Revista de Occidente.
3 Ludwig W ittgenstein, Diarios secretos, edición de Wilhelm Baum, Madrid,
Alianza, 1991, pp. 143 y 145.
4 Ludwig W ittgenstein, Cuadernos azuly marrón, Madrid, Tecnos, 1968.
5Titulada sim plem ente así: Wittgenslein, Madrid, Cátedra, 1982.
() Ludwig W ittgenstein, Investigaciones filosóficas, Barcelona, Instituto de Inves­
tigaciones Filosóficas-UNAM/Crítica, 1986.
7 Ibídem, p. 27.
a Ibídem, p. 123.
9 Ibídem, p. 253.
C a p í t u l o IV
Po pper, la c o n f ia n z a e n e l f r a c a so

E, m ero h e c h o d e q u e el co n ju n to de la p ro p u esta p o p p erian a acostum ­


b re a recib ir el n o m b re d e racionalismo crítico o falsacionismo p ro p o rc io n a
u n a p rim e ra in d icació n acerca del signo global de su discurso. P o r lo p r o n ­
to, es cierto q u e P o p p e r se inscribe e n esa antigua actitud filosófica (a rra n ­
ca c o n P latón y A ristóteles) d e n o m in a d a racionalism o. E n su versión clá­
sica (q u e cu lm in a e n L eibnizy Wolff) dicho racionalism o se caracterizaba
— m u y resu m id am en te, claro está— p o r c o n sid e ra r q u e la m e n te h u m a ­
n a se e n c u e n tra cap ac itad a p a ra c o n o c e r ciertas verdades n atu rales de ca­
rá c te r su p rem o , verd ad es q u e sirven com o p u n to de p a rtid a p a ra cons­
tru ir teorías y sistem as filosóficos cuyas conclusiones tien en el m ism o
c arácter n ecesario q u e los p rin cip io s d e q u e p arten .
E sta g e n é ric a ex p ectativa e n la p o te n c ia de la razón se ve m o d u la d a
e n el caso d e P o p p e r c o n u n a d e te rm in a c ió n (a su racionalism o se le a d ­
je tiv a co m o crítico) q u e h ace re fe re n c ia a la a c titu d que m a n tie n e an te el
C írcu lo d e V iena y la m ayor p arte d e teóricos de la ciencia de la época (la
llam ad a « teoría an alítica d e la ciencia» d e los H em pel, Nagel, S teg m ü ller
y c o m p a ñ ía ). P o p p e r acep ta d e to d o s ellos la tesis de la ex isten cia de u n
p ro b le m a filosófico d e base, a saber, el d e la n ecesidad d e c o n o c e r racio ­
n a lm e n te el m u n d o , p e ro d isc re p a de m a n e ra im p o rta n te a la h o ra d e
d e fin ir la n a tu ra le z a d e d ic h o co n o cim ien to . S erá su p a rtic u la r d efin i­
ció n d el m ism o, la altern ativ a q u e o p o n e a sus in te rlo c u to re s neo p o siti-
vistas, lo q u e ju stific a el se g u n d o ró tu lo co n el q u e se le h a id en tifica d o ,
el falsacionismo.
P o rq u e el h e c h o d e qu e P o p p e r p resen te su p ro p u e sta a c o n tra p e lo
del neopositivism o significa en co n creto que, a la m an era su g e rid a p o r éste
p a ra excluir a la m etafísica (p o r m ed io d e la creación de u n criterio de sig­
nificación e m p íric a ), va a o p o n e r u n criterio de dem arcación científica. E n
su versión positiva este últim o se e n u n c ia ría así: «U n en u n ciad o es m etafí-
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

sico si y sólo si n o es científico», m ien tra s q u e en la negativa la fo rm u la ­


ció n se ría esta otra: «U n en u n c ia d o (o co n ju n to d e enunciados) es cientí­
fico si y sólo si es d ire c ta o in d ire c ta m e n te con trastab le p o r recu rso a la
ex p erien cia» .
A ntes de e n tra r p ro p iam en te a desarrollar el co n ten id o de su p ro p u e s­
ta, se rá d e u tilid ad d e ja r d ich o q u e e n el criterio d e P o p p er se p e rc ib e n
b ien , n o sólo sus discrepancias co n los neopositivistas —q u e las hay, y son
no tab les: a c o n tin u ació n nos refe rirem o s a ellas— , sino tam bién los p u n ­
tos d e co in cid en cia. P o rq u e no cabe ocultar q u e los dos criterios, el d e
significación y el d e d em arcació n , son in tern o s a u n m ism o m arco filosó­
fico. Así, (1) p ara am b o s el co n o cim ien to v erd ad ero es el de la cientifici-
d ad (esto es, eq u ip aran , en la más p u ra estirpe galileana, conocim iento vá­
lido a co n o cim ien to científico); (2) insisten en los enunciados, to m ad o s
d e m a n e ra aislada, co m o si fu e ra n m icroteorías; (3) no aceptan q u e p u e ­
d a h a b e r co n o cim ien to objetivo q u e se dé fu era del lenguaje (con lo cual,
en la m ed id a q u e h a c e n consistir la co ndición de cientificidad e n la con-
trastab ilid ad em p írica de las piezas del lenguaje, se m an tien en en el cam po
del em pirism o sem ántico p o r oposición a los em piristas ingleses d e l xviii,
q u e se m ovían en u n plano psicológico); (4) aceptan la dicotom ía e n tre c o ­
n o c im ie n to objetivo y p seu d o co n o cim ien to (con lo que d a n p o r descar­
tad a cu a lq u ie r fu e n te su p raem p írica d e conocim iento) y, p o r ú ltim o , (5)
co in cid en e n la id ea d e q u e las ciencias form ales no a p o rtan conocim iento
so b re la e x p erien cia, son tautologías, m eros en u n ciad o s analíticos.
Sin em bargo, to d os estos p u n to s de coincidencia n o consiguen oscure­
c er el h ech o d e q u e la discrepancia p o p p erian a tien e lugar en u n ám bito
ab so lu tam en te cen tral y, p o r ello, va a d a r lugar a u n a concepción m e to d o ­
lógica específica. R esum iendo: P o p p e r se o p o n e a la tesis de que el m é to d o
d e la cien cia es el m é to d o inductivo. O , con otras palabras, disiente de esa
id ea d e la ciencia, seg ú n la cual hay q u e com enzar co n la observación, b a ­
sarse e n ésta y a p a rtir de ella e lab o rar las leyes universalm ente válidas. N o
se tra ta d e q u e P o p p e r n iegue el h e c h o de q u e hab itu alm en te p ro c e d e ­
m os así, desd e lo p a rtic u la r a lo g en eral, ni d e que discuta el p rin cip io se­
g ú n el cual u n e n u n c ia d o universal, p a ra ser acep tad o , d e b e basarse en la
e x p e rie n c ia (o c o n o cerse p o r ex p erien cia), sino d e algo m ás sim ple y m ás
básico al m ism o tiem po: hay q u e ex am in ar en q u é m ed id a ese p ro c e d e r
co nstituye u n lu g ar suficien tem en te firm e y sólido desde el p u n to d e vista
d e la teo ría c o m o p a ra edificar so b re él u n a m eto d o lo g ía científica.
P ara los inductivistas n o hay n in g u n a d u d a al respecto: sin u n p rin ci­
p io d e in d u cció n q u e p e rm ita el tránsito d e las observaciones d e datos
sensibles p articu lares a generalizaciones o leyes generales no hay fo rm a
d e d e c id ir acerca d e la verd ad o falsedad de las teorías. C on la c o n secu en ­

68
M a n u k i. C r u z

cia inevitable q u e d e ello se d e s p re n d e y es q u e en to n ces (re n u n c ia n d o a


la asp iració n a la v erd ad ) n o hay m o d o de d istin g u ir e n tre teorías científi­
cas y cu alq u ier o tro p ro d u c to d el espíritu (p o r ejem plo, dirá u n neoposi-
tivista, «las creacio n es arbitrarias y fantásticas de los poetas»).
Sin em b arg o , el rechazo p o p p e ria n o a la lógica inductiva es realizado
p re c isa m e n te e n n o m b re d e q u e n o p r o p o rc io n a un c rite rio a d e c u a d o
p ara distinguir el carácter em pírico, n o metafísico, d e un sistem a d e teorías.
La discusión co n los inductivistas tien e aspectos técnicos en los que, sin
d u d a, n o h ace al caso e n tra r aquí. Baste sólo con indicar, a m o d o de in d i­
cio d e la co n sisten cia d e los rep ro c h e s p o p p erian o s, los apuros e n los q u e
se ve C a rn ap cu a n d o se le p lan tea el p ro b lem a del estatuto de la «aserción
archim etafísica». P o p p e r d e n o m in a de esta m a n e ra al e n u n c ia d o «existe
un esp íritu o m n ip o te n te , o m n ip re sen te y om nisciente», y lo p lan tea aco m ­
p a ñ a d o d e la sig u ien te objeción: el e n u n ciad o es susceptible d e ser refor-
m u lad o en u n lenguaje de co rte fisicalista, que asigne c o o rd en ad as espa-
ciotem porales a todas y cada u n a de las supuestas cualidades del susodicho
espíritu . Q u e d a ría así: «existe u n a p erso n a qu e e stá en to d as p artes, capaz
de c u a lq u ie r cosa e n cu alq u ier p a rte , q u e p ien sa to d o lo q u e es v e rd a d e ro
y sólo esto, y tal q u e n ad ie m ás lo sabe to d o acerca de su p ro p io pensar».
Pues b ien , lo llam ativo d e la ob jeció n es q u e, cum plidos estos requisitos,
C a rn a p se ve o b lig ad o a a c e p ta r este en u n ciad o com o significativo y, p o r
tan to , no-m etafísico (¡precisam ente el archim etafísico!). L o cual nos invita
a p e n sa r q u e los criterios d e q u e se sirven los neopositivistas p a ra reco rta r
los p resu n to s h e c h o s co n los q u e trabajar in d u ctiv am en te o frec en espec­
taculares flancos p a ra la crítica.
L u eg o hay o tro o rd e n d e objeciones, a lg u n a d e ellas m ás antigua. F on-
ten elle, p o r ejem p lo , e n el siglo x v iii h ab ía ya c o m p arad o la fe d e los a n ti­
guos e n la in v ariab ilid a d d e los c u erp o s celestes a la fe d e u n a rosa q u e
p ro clam ara q u e, h asta d o n d e llega la m em o ria d e las rosas, no h a m u e rto
todavía n in g ú n ja rd in e ro . Y B e rtra n d Russell, en el capítulo d edicado a la
in d u cció n e n su lib ro Los problemas de la filosofía, al p reg u n tarse hasta q u é
p u n to u n n ú m e ro cu alq u iera d e casos en q u e se h a realizado u n a ley e n el
p asad o p ro p o rc io n a la evidencia d e q u e se realizará lo m ism o e n el fu tu ­
ro, ironizaba: «El h o m b re q u e d a b a d e co m er todos los días al pollo, a la
p o stre le tu erce el cuello, d e m o stra n d o co n ello q u e h u b iesen sido útiles
al p o llo o p in io n es m ás afinadas sobre la u n ifo rm id ad d e la naturaleza».
Estas citas invitan a p en sar q u e P o p p er acierta — por lo m enos desde el
p u n to d e vista d e la persuasión— al p lan tear su crítica e n el m ism o p lan o
en el q u e los in ductivistas c re ía n e n c o n tr a r su m ejo r fu n d a m e n to , esto
es, e n el p lano del sentido com ún. Y así, a la ap aren te evidencia d e que to d o
co n o cim ien to científico se inicia en observaciones em píricas y d e que tales
F il o s o f í a c w n t e m i' o r á n e a

o b serv acio n es con stituyen el fu n d a m e n to de to d a elaboración teórica,


P o p p e r re p lic a a p o y án d o se ig u a lm e n te en el se n tid o co m ú n : b a s ta con
a d u c ir u n ú n ico caso en c o n tra p a ra d esm en tir u n en u n c ia d o g eneral. Ni
d e lo m ás obvio p o d em o s estar c o m p letam en te seguros. «Todos los hom ­
b res so n m ortales», p o r buscar lo m ás sencillo, n o deja de tener, se m ire
co m o se m ire, u n c ará c te r provisional. N adie p u e d e garantizarnos q u e no
exista alg u ien , d esco n o cid o p a ra nosotros, q u e no se deja in clu ir (tam ­
b ié n d e m o m en to : eso siem pre) e n la categoría de m ortal. P ero, incluso
a u n q u e d isp u siéram os d e to d a la in fo rm ació n , y ella nos garan tizara que
n o h a h a b id o h asta a h o ra el tal individuo inm ortal, sigue sien d o im posi­
b le d e g aran tizar q u e e n el fu tu ro n o haya u n ser h u m a n o q u e escape a la
m u e rte . Lo cu al nos va a p ro x im a n d o al n úcleo d e su arg u m en tació n .
Q u e b ien p u d ie ra e n u n ciarse de este m odo: d e lo ú n ico q u e p o d em o s es­
ta r cierto s es d el erro r.
P ero si n o existe n a d a q u e p u e d a llam arse in d u cció n , es inadm isible,
d esd e u n p u n to d e vista lógico, la inferencia d e enunciados singulares «ve­
rificados p o r la experiencia» a teorías. Así, pues, las teorías n o son n u n ca
verijicables em p íric am en te. El criterio p ara d istinguir en tre ciencia y pseu-
d o cien cia es falsabilidad. U n a te o ría es cien tífica cu a n d o , sie n d o falsa-
b le e n p rin cip io , n o está de h e c h o falsada a p esar d e que h em o s in te n ta ­
d o falsaria co n todos los m edios disponibles. P o r consiguiente, u n a teoría
q u e n o es refu tab le p o r n in g ú n caso concebible n o es científica.
Lo q u e es co m o d e c ir q u e la irrefu tab ilid ad n o es u n a v irtud, sin o un
vicio. Hay q u e precisar, n o o b stan te, q u e en este caso «vicio» n o es sin ó n i­
m o d e «falsedad» o d e «asignificatividad», sino d e «descontrol». S ólo es
co n tro lab le u n a te o ría q u e afirm e o im plique q u e ciertos aco n tecim ien ­
tos concebibles n o acaecerán d e h ech o . En otros térm inos: to d a teo ría que
p u e d a ser so m etid a a co n tro l p ro h íb e q u e su ced an ciertos aco n tecim ien ­
tos. P o p p e r h a sido a este resp ec to e x tre m ad am en te claro: «Cada vez que
u n científico p re te n d a q u e su teo ría está apoyada p o r la e x p e rie n c ia y la
ob serv ació n d e b em o s p lan tearle la siguiente cuestión: ¿puedes describir
alg u n a posible o b servación q u e, d e llevarse efectivam ente a cabo, refu ta­
ría tu teoría?». Este p u n to , d icho sea de paso, resulta central p a ra e n te n d e r
o tro asp ecto d e la o b ra p o p p e ria n a e n el q u e ap en as nos d e te n d re m o s
a q u í, el d e su crítica al m arxism o e n cu an to historicism o.
E n su lib ro Conjeturas y refutaciones1 P o p p e r h a explicado e n clave au to ­
b io g ráfica su d ese n c a n to resp ec to a las d octrinas de M arx. Al n a r ra r allí
los m otivos fu n d a m e n ta le s d e su d ec e p c ió n , el asu n to se p la n te a b ajo un
a sp ecto a p a re n te m e n te p arad ó jico . Lo q u e e n u n p rin c ip io hizo q u e, a
los ojos d e P opper, la te o ría d e M arx resultase atractiva, a saber, q u e p are­
cía p o d e r ex p licar p rá c ticam en te to d o lo q u e sucedía, fue lo q u e final­

70
M a n ' l t .i . C u lv .

m e n te le llevó a rechazarla. Cayó en la cu en ta del frenesí co n firm ato rio


en el q u e in c u rría n los partid ario s d e la misma: el m u n d o estaba rep leto
d e verificaciones. T odo lo qu e en él sucedía —-cualquier cosa q u e fuera—
les d a b a la razón. P ero esa incesante c o rrien te de confirm aciones y obser­
vaciones q u e «verificaban» las teorías e n cuestión (aspecto que, p o r lo d e ­
m ás, e ra c o n sta n te m e n te d estacado p o r sus ad h eren tes) e ra precisam en ­
te lo q u e m ás revelaba acerca de su debilidad.
E fectivam ente, si todas las observaciones concebibles p ro p o rc io n a n
m ateriales p a ra el acu erd o , e n to n ces no se tien e d erech o a p re te n d e r q u e
u n a observación p articu lar cu alq u iera ofrezca u n apoyo em pírico a su teo ­
ría. O b ien , p a ra d ecirlo en pocas palabras: sólo si se p u ed e d e c ir de q u é
m o d o p u e d e ser refu tad a o falsada u n a teoría, p o d em o s a c e p ta r la p re ­
ten sió n de q u e esa teo ría tiene el carácter d e em pírica. Los partid ario s d e
las teorías d e M arx (hom ologables p ara P o p p er en este p u n to c o n los p a r­
tidarios de las d e F reud, o d e A dler) no e n te n d ie ro n el tipo de relación con
el m u n d o q u e d eb em o s exigir a n uestros discursos p ara q u e p o d am o s lla­
m arlas de conocimiento. Lo qu e aquéllos c o n sid eraro n que co n stitu ía el a r­
g u m e n to m ás fu e rte en favor d e tales teorías — su ó p tim o aju ste con la
re a lid a d — e sju sta m e n te lo q u e m ás en evidencia las deja. P ero n o p o r ca­
su alid ad , sino p o r u n a idea re c to ra q u e guía su p lan team ien to — ah o ra
vem os q u e en u n a d irección equivocada.
P o p p e r e n tie n d e q u e ese ú n ico lu g ar fiable del que p a rtir está en o tra
p a rte . El d e sp la z a m ie n to d esd e la expectativa de alcan zar la v erd a d a la
aspiración, sólo e n ap arien cia m ás m odesta, a d e te c ta r el e rro r tien e unas
co n secu en cias teóricas de n o tab le im portancia. H asta ahora, e n la im a­
g en veiificacionistade\ co n o cim ien to , el desarrollo d e éste se d ejab a visua­
lizar bajo la fig u ra d e la conquista. El d esarro llo d e cu alq u ier ciencia e ra
c o m o el avance im p arab le de los co nquistadores en tierras desconocidas.
T o d o lo q u e se ib a sa b ien d o era te rre n o a rre b a ta d o a la ign o ran cia, defi­
nitiv am en te g an a d o p ara el co nocim iento. Lo q u e en su m o m e n to q u ed ó
p ro b a d o en su co n d ició n de v erd ad ero , ya n o p e rd ía jam ás d ic h a condi­
ción. A h o ra vem os q u e n o se p o d ía pasar p o r tal convencim iento e n vano.
A sentados en él, los neopositivistas ten d iero n a p en sar en la historia de u n a
d e te rm in a d a m a n era. La creen cia e n el progreso, q u e con tan to entusias­
m o ab razaro n , n o e ra u n a actitu d sobrevenida, u n optim ism o in o cu lad o
d esd e el e x terio r e n lo h o n d o del p roceso de adquisición de co n o cim ien ­
tos, sin o q u e, p o r el c o n tra rio , se d e s p re n d ía de la natu raleza m ism a del
proceso.
P ues b ien, a p lican d o el m ism o tipo de lógica, hay que decir a h o ra q u e
las posiciones p o p p erian as en historia de la ciencia (el tratam iento q u e c o n ­
ced e al p ro b lem a d el d esarro llo del co n o cim ien to científico, p o r fo rm u ­

71
F i i .o s o i -ía c o n t e m p o r á n e a

larlo co n m ás p ro p ie d a d ) p u e d e n ser ig u alm en te consideradas co m o el


a d e c u a d o cu m p lim ien to de sus tesis acerca de la adquisición de conoci­
m ien to . Su insistencia e n la p re c a rie d a d de cu alq u ier teoría científica se
c o n ecta d e fo rm a d irecta co n la escasa g aran tía q u e le concede a la san­
ció n positiva p o r p a rte de los hechos.
Lo cual — q u e n o haya equívocos al respecto— e n m odo a lg u n o signi­
fica q u e P o p p e r to m e distancia de la exigencia d e co n trastar p o r la expe­
riencia. Significa m ás b ien , y m uy p recisam ente, qu e ese acto se d e b e lle­
var a cab o d e o tra m a n e ra . C u a n d o e n su lib ro L a lógica de la investigación
científica2 sostiene q u e el criterio d e d em arcació n q u e hem os de a d o p ta r
n o es el d e la v erificabilidad sino el de la falsabilidad d e los sistem as, está
v in ien d o a decir algo q u e es relevante p a ra el p ro b lem a del d esarro llo del
co n o cim ien to , a saber, q u e no es exigible que u n sistem a científico p u e d a
se r s e le c c io n a d o de u n a vez para siempre, e n u n se n tid o positivo; p e r o sí
q u e sea su sc e p tib le d e se le c c ió n e n u n se n tid o negativo p o r m e d io de
co n trastes o p ru eb as em píricas: ha de ser posible refutar por la experiencia un
sistema científico empírico. (Así, según el pro p io ejem plo popperiano, el e n u n ­
ciad o «lloverá o n o lloverá a q u í m añana» n o se co n sid erará em p írico , p o r
el sim ple h e c h o d e q u e n o p u e d e ser refutado; m ientras q u e este otro,
«lloverá a q u í m añ an a» d eb e considerarse em pírico.)
Si se p refiere, lo q u e se h a llam ado h ace un m o m e n to «p recaried ad de
cu alq u ier teo ría científica» p o d em o s reform ularlo ah o ra com o tesis y afir­
m a r q u e to d o el co n o cim ien to científico es hipotético o conjetural. Se des­
p re n d e d e ella u n a co n sid erac ió n q u e ya no cabe valorar com o u n a sim­
p le ex h o rta c ió n re tó ric a o m e ra m e n te b ie n in ten cio n ad a sino co m o u n a
co n sig n a d e claro valor epistem ológico: el crecim ien to del co n o cim ien to ,
y e n especial d el co n o cim ien to científico, consiste en a p re n d e r de los e rro ­
res q u e hayam os co m etido. Lo q u e p o d em o s llam ar el m éto d o de la cien­
cia co n siste en a p r e n d e r sis tem áticam en te d e n u e stro s e rro re s. D e dos
m an eras. E n p rim e r lugar, atrev ién d o n o s a com eterlos — es decir, p ro p o ­
n ie n d o a rb itra ria m e n te teorías nuevas— y, en se g u n d o lugar, b uscando
sistem áticam en te los e rro re s q u e hayam os com etido, es decir, llevando a
cabo n u e stra b ú sq u e d a de erro re s m ed ian te la discusión crítica y el exa­
m e n crítico d e n u estras ideas.
H ay q u e decir, a u n q u e sólo sea d e pasada, q u e am bos aspectos so n tan
c o m p lem en tario s co m o inexcusables, y qu e esta d o b le condición le h a va­
lid o u n b u e n n ú m e r o d e críticas a P o p p er. Al p rim e ro se le h a o b jetad o
q u e n o es lo h ab itu al q u e los científicos, en la práctica, se d e d iq u e n a co­
m e te r e rro re s (n i siq u iera a través de la p roposición arb itraria de nuevas
te o ría s), sino q u e m ás b ien tie n d e n a n o in c u rrir en ellos — com o si alber­
gasen en su in te rio r u n a oscura desconfianza d e q u e p ro p o rc io n a ra n en­

72
M a n u k i. C r u z

señ an za alg u n a— , m ien tra s q u e a lo seg u n d o se le ha o b serv ad o que la


co m u n id a d científica p arece m ás interesad a en la consolidación y desa­
rro llo d e las teo rías existentes q u e e n su refutación.
De cu a lq u ie r fo rm a, y sea cual sea la im p o rtan c ia que re a lm e n te ten g a
esa discusión crítica d e la q u e tan to esp era P opper, conviene p recisar q u e
n o la e n tie n d e co m o u n sim plista «ir a los hechos». E ntre los a rg u m e n to s
m ás im p o rtan tes usados en la discusión crítica están, evidentem ente, los a r­
g u m e n to s d eriv ad o s d e los c o n tro le s e x p erim en tales. P e ro p a ra P o p p e r
los ex p erim en to s son guiados constantem ente p o r la teoría, p o r sem iideas
teó ricas (de las q u e el p ro p io e x p e rim e n ta d o r n o es co n scien te), p o r h i­
pótesis so b re los posibles o ríg en es d e ciertos erro res experim entales, p o r
esperanzas y co n jetu ras en to rn o a cuál será el e x p erim en to q u e alcance
el éxito; es decir, p o r sem iideas «teóricas» d e qu e el e x p e rim e n to de u n
cierto tipo será teó ricam en te fructífero. Todos estos elem entos m ediatizan
y c o n d ic io n a n n u e s tra relació n c o n el m u n d o , p ero , so b re to d o , advier­
ten d e q u e la p re te n s ió n de q u e las cosas m ism as p u e d a n constituirse e n
trib u n a l d ic ta m in a d o r en caso d e conflicto e n tre teorías es u n a p re te n ­
sión d e to d o p u n to equivocada. H e aq u í u n o de los aspectos e n los q u e la
p ro p u e sta p o p p e ria n a resu lta m ás actual, en la m e d id a en q u e p a rece
a n u n c ia r, m ú ltip le s d ife re n c ia s m e d ia n te , u n a tesis q u e p o s te rio rm e n te
h a h e c h o fo rtu n a, la d e la carga teórica del lenguaje observacional. O, lo
q u e es lo' m ism o, la idea de qu e ya no resulta p o r más tiem po sostenible q u e
haya h e c h o s q u e estén ahí, n eu trales y fijos, respecto de los cuales las te o ­
rías n o serían sin o in terp retacio n e s. P or el co n trario , los tales h ech o s vie­
n e n cargados te ó ricam en te, son tales p ara y desde u n a teoría. Es ella, si
vale h a b la r así, la q u e les co n ced e el estatuto de realidad.
¿Subsiste e n to n c e s algo a lo q u e p o d am o s c o n tin u a r d e n o m in a n d o
objetividad? Sí, sie m p re qu e tengam os en c u en ta las d eterm in acio n es se­
ñaladas. La llam ad a o bjetividad científica sólo p u e d e consistir e n la a p ro ­
x im ació n crítica; en el h e c h o de que, si tuviéram os prejuicios resp ecto a
n u e s tra teo ría favorita, cu alq u iera d e nuestros am igos o d e n uestros cole­
gas (o, a falta d e éstos, alg u n o de los científicos de la g e n eració n siguien­
te) se su p o n e q u e e staría ansioso p o r critic arn o s, es decir, p o r refu tar, si
p u e d e , n u e s tra teo ría favorita.
N o o b sta n te , co n stitu iría u n e r ro r p en sar q u e los científicos son m ás
«objetivos» q u e el resto de la g ente. Lo que, según Popper, nos h ace te n d e r
a la objetividad n o es la n e u tra im parcialidad o el desinterés d el científico
particular, sino la p ro p ia ciencia o lo q u e p odríam os llam ar la co o p eració n
e n tre los científicos, es decir, su presteza p a ra criticarse ráp id am en te. D i­
c h a c o o p eració n h a sido d efin id a a lg u n a vez p o r P o p p e r com o «al m ism o
tiem p o am igable y hostil», m atiz q u e sugiere u n a especie de lógica de la

73
F i l o s o f í a c o n t e m i ' o r á n f .a

co o p eració n , de reglas del ju e g o q u e establecen los p ro ced im ien to s a los


q u e se d e b e a te n e r la discusión crítica.
Así, y p a ra q u e n o se p u e d a d e c ir d e él q u e es u n com pleto in g e n u o
acerca d el real p ro c e d e r d e los científicos, P o p p e r sostiene la e x tre m a im­
p o rta n c ia d e q u e las teo rías criticadas sean d efe n d id a s te n a z m e n te . H e
a q u í la co n se c u e n c ia inevitable d e e n te n d e r q u e el m é to d o de la cien cia
consiste e n la m e n c io n a d a discusión crítica. En efecto, sólo d e este m o d o
p o d re m o s sab er cuál es su p o d e r real; y sólo si las críticas e n c u e n tra n re­
sistencia, co n o cerem o s p le n a m e n te la fuerza de d ic h a arg u m en tació n .
(N o h a b ría in co n v en ien te en c o n sid e ra r esto com o u n a ju stificació n m e­
to d o ló g ica del d o g m atism o y los prejuicios de los científicos particulares
— d e h e c h o el p ro p io P o p p e r así lo h ace.)
F re n te a esta actitu d se e n tie n d e q u e, si hem os p a rtid o d e la prem isa
d e q u e sólo son co n trolables aquellas teorías q u e afirm en o im p liq u en que
ciertos aco n tecim ien to s concebibles n o acaecerán d e hech o , la fiscaliza­
ció n crítica d e las teo rías q u e se n os vayan p ro p o n ie n d o consistirá e n el
in te n to d e hacer, c o n to d o s los m ed io s disponibles, q u e sucedan p recisa­
m e n te aq uellos aco n tecim ien to s q u e la teoría dice q u e no p u e d e n suce­
der. E n realid ad , y an alizan d o c o n c u id a d o el asunto, el control no p o d ría
co n sisd r e n o tra cosa. P o r u n a razó n filosófica d e fo n d o : p ara P o p p e r u n a
teo ría h a b la d e la re a lid a d em p íric a sólo en la m e d id a en q u e le im p o n e
lím ites.
P o r eso se h a p o d id o d e c ir q u e to d a teo ría susceptible d e ser so m e ti­
d a a c o n tro l veta q u e su c ed an ciertos aco n tecim ien to s. P or consiguiente,
to d a te o ría p u e d e se r f o rm u la d a así: «tal y tal cosa n o sucede». P or ejem ­
plo, la se g u n d a ley d e la te rm o d in á m ic a p u e d e ser form ulada: n o existe
u n a m á q u in a d e m o vim iento c o n tin u o del seg u n d o tipo. Esta es u n a afir­
m ació n c o n tu n d e n te e n P o p p er: n in g u n a teoría p u e d e decirn o s n a d a so­
b re el m u n d o e m p íric o a m en o s que, e n p rincipio, sea capaz d e e n tr a r en
colisión c o n el m u n d o em pírico. Esto significa e x actam en te q u e d e b e ser
refu tab le.
P o r su p u e sto q u e n o todas las teorías se ex p o n e n d e la m ism a m a n e ra
a la crítica. P o r así d ecirlo, la co n tro lab ilid a d tiene grados: u n a teo ría que
afirm e m u c h o y, p o r lo tan to , asum a riesgos m ás grandes, se p u ed e c o n tro ­
lar m e jo r q u e u n a te o ría q u e afirm e m uy poco. (H eid eg g er — obviam en­
te p en san d o en o tra cosa— hizo u n a afirm ación qu e resulta difícil no evocar
aquí: « q u ien p ien sa e n g ran d e, se equivoca en grande».) A n álogam ente,
los co n tro les p u e d e n se r g rad u ad o s seg ú n sean m ás o m enos severos. P or
ejem p lo , los co n tro les cualitativos son p o r lo g en eral m enos severos que
los cuantitativos, y los co n tro les d e las p red iccio n es cuantitativas m ás p re ­
cisas so n m ás severos q u e los controles d e las predicciones m enos precisas.

74
M a n u el C ruz

P o p p e r tiene h e c h a u n a valoración de su p ro p ia propuesta. P a ra él, el


en fo q u e crítico va u n id o a la idea d e so m eter a controles, o sea, d e in te n ­
ta r re fu ta r o falsar las co n jetu ras y se o p o n e al autoritarism o en la ciencia,
q u e ib a u n id o a la id ea d e fu n d am en tar, es decir, p ro b a r y verificar las te o ­
rías. A este respecto, se observarán — para term in ar— dos cosas. U na, q u e
los térm in o s utilizados p o r P o p p e r tien en unas co n n o tacio n es in eq u ív o ­
cam en te políticas, las cuales p re se n ta n todo el aspecto d e ser voluntarias.
E n m u ch o s pasajes d e la o b ra p o p p e ria n a se tien e la sensación d e que su
énfasis en el valor d e la crítica y su creen cia en la supervivencia d e la m ás
ap ta, ap lican al á m b ito del co n o cim ien to , a la esfera de las ideas, rasgos y
p rácticas teorizados p ara la realid ad social y, m ás en concreto, la e co n ó ­
m ica. D icho co n u n a c ierta rudeza: p arece com o si las virtudes d e la críti­
ca se insp iraran e n las virtudes del m ercado y de la libre com petencia. (Ins­
p iració n q ue, d e se r cierta, autorizaría a endosarle a P o p p er las críticas q u e
estas instancias p u d ie ra n recibir.)
L a o tra cosa a o b serv ar se relacio n a con la visión global del d esarro llo
d el c o n o c im ie n to q u e se d e s p re n d e d e to d o lo an terio r. P ro b a b le m e n te
u n o d e los asp ecto s m ás destacables del discurso p o p p e ria n o se a que, al
su b ray ar el carácter aproxim ativo, tentativo, del conocim iento, está in tro ­
d u c ie n d o d e p le n o d e re c h o la d im en sió n histórico-procesual e n su p la n ­
team ien to . Es cierto q u e P o p p e r n u n c a llegó a to m a r e n co n sid eració n a
la cie n c ia c o m o p ro d u c to , com o facturn, y e n esa m e d id a se d e s e n te n d ió
d el co n tex to d e d escu b rim ien to p a ra a te n d e r ú n icam en te al c o n tex to de
justificación. P ero n o lo es m enos q u e, al priorizar la im portancia d e la dis­
cusión crítica, h ab ilitó el espacio teó rico p a ra q u e q uienes llevan a cabo la
tarea cien tífica— llám eseles científicos sin más, com unidad, o de cu alq u ier
o tra fo rm a— asu m an la cu o ta de pro tag o n ism o q u e les co rre sp o n d e en
el d ev en ir d e la m ism a.

75
N otas

1 K. R. Popper, Conjeturas y refutaciones. El desatrollo del conocimiento científico, Bar­


celona, Paidós, 2a ed. rev. 1983.
2K. R. Popper, La lógica de la investigación científica, Madrid, Tecnos, 1962.
C a p ít u l o V
D e s a r r o l l o s d e l a n á l is is

.A j u n q u e la ex p resió n «filosofía d e O xford» h a sido utilizada a lo largo


d e la h isto ria en diversos sentidos (desde p ara referirse a los franciscanos
q u e lleg aro n allí e n el tercer d e c e n io del siglo xn, hasta p a ra n o m b ra r al
m o v im ien to d e ren o v ación católica im pulsado p o r el cardenal N ew m an
en el siglo xix, p asan d o p o r los m ertonianos y los n eo h eg elian o s), lo cierto
es q u e hoy en d ía el m ás co m ú n es el que sirve p a ra referirse a u n d e te r­
m in ad o n ú m e ro d e p ensadores, q u e, si bien no su friero n la influencia d i­
recta n i d e B e rtra n d Russell, ni d e W ittgenstein, ni d e M oore1, d esarro lla­
ro n sus p ro p u estas e n activo diálogo c o n estos autores, especialm ente c o n
el p rim e ro . D e e n tr e los filósofos d e O x fo rd los m ás d estacab les fu e ro n
G. Ryle, J. L. A ustin y R F. S traw son2. E n alguna ocasión se ha d ic h o 3 q u e,
m ás allá d e las co n cretas posiciones filosóficas, lo m ás peculiar d e l p ensa­
m ie n to g en e ra d o en O x fo rd es u n cierto estilo, u n cierto m odo d e h a c e r
filosofía (u n talante, h u b ie ra d ich o a b u e n seguro O rte g a ), caracterizado
p o r u n a m ezcla m u y sin g u la r d e academicismo y conversacionalismo (este
g ru p o d e p en sad o res cree que u n a consideración d e «lo qu e decim os n o r ­
m alm en te» c o n stitu y e al m e n o s u n ú til p re lim in a r p a ra la d iscu sió n d e
p ro b le m a s filosóficos), sazonado to d o ello con u n c o m p o n e n te clásico y
h u m an ista, tam b ién m uy característico de la educación o x oniense. P ero,
p o r o tra p arte, las d iferencias e n tre esos tres filósofos de O xford, tanto e n
lo q u e resp ecta a sus tem as com o al tratam ie n to d e los m ismos, p u e d e ser­
vir p a ra ilustrar lo te n u e del v ínculo q u e los u n e, com parable a lo que al­
g u n o s h a n llam ad o u n «aire d e fam ilia».

G il b e r t R y le

G ilb ert Ryle (1900-1970) fue W aynflete P rofessor o f M etaphysical P h i­


loso p h y de la U niversidad de O x fo rd desde 1945 hasta su re tira d a com o
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d o c e n te en 1967, y sucesor de M oore com o e d ito r d e la revista M in d hasta


esas m ism as fechas. F ue ten id o p o r el p atriarca de la filosofía inglesa has­
ta su m u e rte , y su lib ro E l concepto de lo mental4 h a sido considerado, de en ­
tre los libros filosóficos publicados con posterioridad a la S egunda G u erra
M undial, com o u n o d e los más influyentes. La obra, fechada en 1949, apa­
reció cu atro añ o s an tes q u e las Investigaciones filosóficas de W ittgenstein, el
tex to c o n el q u e se le aco stu m b ra a p o n e r en relación, y este d a to p o r sí
solo p ro p o rc io n a u n a p rim e ra clave p a ra p en sar la au to n o m ía e n tr e am ­
bos au to res. A d iferen c ia d e este últim o, al q u e en cierto m o d o se le p u e­
d e acu sar d e u n a insuficiente, cu a n d o n o d eso rd en a d a, fo rm ació n filosó­
fica, Ryle es u n a u to r só lid am en te instalado en el discurso académ ico. Su
p u n to d e p a rtid a n a tu ra l es siem p re A ristóteles (de quien h ab ía h ech o
d e te n id a s lecturas, al igual que d e P lató n ), a u n q u e tam bién se in teresó
p o r lo q u e los anglosajones suelen d e n o m in a r «filosofía co n tin en tal» , en
c o n c re to p o r la fe n o m e n o lo g ía (B ren tan o , H usserl y H eid eg g er)5 p rim e­
ro y p o r los positivistas lógicos después, sin olvidar su p ro fu n d o conoci­
m ie n to d e la lógica d e Russell.
Ryle h a b ía e m p e z a d o a d ib u ja r su posición filosófica b astan te antes
d e a q u e l lib ro , en 1931 y 1932, c u a n d o pub licó su ensayo «Systematically
M isleading E xpressions»6 («E xpresiones q u e in d u c e n sistem áticam ente a
e rro r» ). E n él ad v ertía de la existencia de g ran cantidad d e expresiones
d e la vida d iaria q u e, d eb id o a su fo rm a gram atical, resultan «sistemática­
m e n te co n fu n d en tes» . P o d ría decirse q u e el c o n ju n to de la em p re sa teó­
rica d e Ryle se d eja re su m ir com o la b ú sq u e d a d e la n atu raleza de esa con­
fusión (co n sus p ro p ias palabras d e entonces, «el d escu b rim ien to d e las
fu en tes ex isten tes e n las expresiones lingüísticas de constantes m alas in­
te rp re ta c io n e s y teorías a b su rd as» ). E n este p rim e r m o m en to , se lim itaba
a o b se rv ar en q u é fo rm a el h e c h o d e q u e u n a oración, p o r ejem plo, m eta­
física, sea g ram aticalm en te análoga a otra, p o n g am o s p o r caso, descripti­
va, p u e d e in d u cir a error. Q ue «lajusticia es u n valor» tenga la m ism a form a
gram atical q u e «M aría es u n a m ujer» p u e d e a rra stra r a algunos filósofos a
c re e r q u e «lajusticia» se refiere a algo e n el m u n d o d e la m ism a fo rm a que
lo h ace «María». A fo rtu n a d a m e n te , esta creencia n o se p u e d e m a n te n e r
in d efin id a m e n te. L lega u n m o m en to en que la diferencia e n tre oraciones
e m e rg e a la su p e rficie del len g u aje e n fo rm a d e parad o jas y de a n tin o ­
m ias. P ara Ryle, éstas constituyen la m ejo r p ru e b a d e que u n a expresión
p e rte n e c e al g ru p o d e las sistem áticam ente co n fu n d en tes. Y un detalle
revelador: a lo largo d e su a rg u m en tació n , el filósofo m enciona, e n tre la
clase d e las ex p resio n es engañosas a p a re n te m e n te referenciales, las fra­
ses q u e p a re c e n d e n o ta r e n tid a d e s m entales com o los sentim ientos, las
ideas y los co nceptos.

80
M a n u f .i . C r u z

E n o tro d e sus textos m ás im p o rtan tes, Dilemas1, Ryle p ro fu n d izó e n


estas tesis. S o stenía e n él q u e el tip o de p ro b lem a filosófico p o r e x celen ­
cia es el d e n o m in a d o dilema. D ilem a es ese p ro b lem a filosófico a n te el q u e
«no sabem os q u é cam ino tom ar» e n tre líneas de p ensam iento que n o cons­
tituyen soluciones rivales a u n m ism o p ro b lem a, sin o más b ien soluciones
o p resu n tas solu cio n es a p ro b lem as d iferentes y q u e, no o b stan te, p are­
cen ser inco n ciliab les e n tre sí. P ongam os u n o d e los ejem plos p ro p u esto s
p o r el p ro p io Ryle, el q u e se refiere a la responsabilidad q u e tie n e n los p a ­
dres e n la e d u cac ió n d e sus hijos. D e u n lado, es u n lugar c o m ú n co n sid e­
ra r q u e constituye el d e b e r d e los p ad res m o ld ear la conducta, se n tim ie n ­
tos y p en sam ien to s d e sus hijos. D e o tro , c u an d o se evalúa la c o n d u cta d e l
hijo, n o p re se n ta d u d a s q u e es a él y no a sus p ad res a q u ien hay q u e recri­
m in a r p o r alg u n as d e las cosas q u e hace. ¿Cuál d e los dos p u n to s de vista
es el v erdadero? ¿El q u e sostiene el libre albedrío o el que m an tien e la exis­
ten cia d e ex p licaciones causales p a ra la conducta?
C o m o n o se trata a h o ra d e d e b a tir con este tex to de Ryle en p articular,
p o d em o s p asar d ire c ta m e n te a lo q u e interesa p a ra n u estra re c o n stru c ­
ción d e su p en sam ien to . E n realid ad , las dos o pciones señaladas n o e ra n
so lu cio n es rivales d e la m ism a cu estió n acerca del m ism o tem a. E ran res­
pu estas a d iferen tes p reg u n tas. E n u n caso, el in te rro g a n te subyacente es
«¿cóm o afectan a u n a p erso n a las rep ren sio n es y ruegos de q u e ha sido
o b jeto , los m o d elo s q u e se le h a n p ro p u esto , las advertencias y se rm o n e s
q u e h a e sc u c h a d o , los castigos q u e se le h a n infligido, etcétera?» , m ie n ­
tras q u e, en el o tro , la p re g u n ta q u e trabaja e n la so m b ra es más b ie n «¿se
equivocó al a c tu a r co m o lo hizo, o bien actu ó coaccionado o p re sa de u n
a ta q u e epiléptico?». Pues b ien, lo q u e o c u rre en este ejem plo es lo que su ­
cede igual e n la in m e n sa m ayoría d e debates filosóficos. N o tie n e n solu­
ción p o rq u e , sin saberlo, se apoyan en parecida equivocidad: so n conflic­
tos d e categorías, esto es, fricciones q u e su rg en e n tre conceptos distintos
p e ro q u e en u n m o m e n to d ad o se in te rfie re n m u tu a e in d e b id a m e n te .
D e a h í la tarea p ro p u e sta p o r Ryle con el p ro p ó sito de in te n ta r disolver
ese tip o d e pro b lem as: hay q u e estab lecer u n a geografía d e los c o n cep to s
que, m ed ian te el análisis, sirva p a ra diferenciar los niveles d e significación,
las reglas d e cad a u n o , etcétera.
P ro b a b le m e n te el m ejo r ejem p lo de d ich a m eto d o lo g ía es el que se
nos ofrece e n El concepto de lo mental. En esta o b ra, Ryle se p ro p o n e esta­
b lecer la g eo g rafía lógica d e los co n cep to s fu n d am en tales que utilizam os
e n la d escrip ció n y e n la in te rp re ta c ió n d e n u e stra vida m ental. A su e n ­
ten d er, la fo rm a en q u e nos referim os a las operacio n es psíquicas, inocua
c u a n d o se aplica al á m b ito de la vida diaria, g en era, c u an d o se in te n ta u ti­
lizar e n la esfera d e la especulación, u n a serie de pro b lem as filosóficos in-

81
F il o s o f ía c o n t k m p o r á n k a

solubles. El cartesian ism o, según Ryle, rep re sen ta la viva e n c a rn a c ió n de


este erro r. Los filósofos cartesianos h a n cosificado las referencias a p a re n ­
tes d e n u estro vocabulario acerca de lo m ental y h an transitado, sin solución
d e co n tin u id ad , d e expresiones com o «he visto tal cosa» (m era d escrip ­
ción) o «he actuado p o r prudencia» (p resunta explicación) a la afirm ación
d e d ico to m ías co m o m e n te /c u e r p o , físic o /m e n ta l, in te r n o /e x te r n o y
sim ilares. En definitiva, a lo q u e Ryle d e n o m in a «el m ito del fan tasm a en
la m áquina».
D e a c u e rd o co n este m ito, las expresiones relativas a la co n d u c ta m en ­
tal se re fie re n a u n a p e c u lia r clase d e e n tid a d , la «m ente» o «espíritu», la
cual p u e d e distin g u irse del cu e rp o p o r ser privada, no-espacial y co gnos­
cible ú n ic a m e n te p o r in trospección. D icha e n tid a d in m ateria l se h allaría
alo jad a e n el c u e rp o y g o b e rn a ría su conducta. En u n sen tid o se su p o n e
q u e fu erte: los d iferen tes fen ó m en o s psíquicos (la cólera, la envidia, la
angustia, etcétera) son causas de los actos de los h om bres. H e aquí, se sos­
tien e en El concepto de lo mental, u n flagrante ejem plo de e r ro r categorial
(category-mistake), esto es, de adscripción de u n d e te rm in a d o c o n c e p to a la
categ o ría q u e n o le c o rre sp o n d e. Es e rró n e o q u e re r h acer del esp íritu
u n a sustan cia d istin ta del m u n d o m aterial, del q u e sería u n a especie de
d u p licad o . D ecir q u e el espíritu es d istin to del cu e rp o es co m eter el mis­
m o e r ro r q u e estab lecer u n a d istinción e n tre u n eq u ip o de fútbol y los ju ­
g ad o res q u e lo c o m p o n e n .
F re n te a to d o esto, Ryle m a n tie n e q u e los d en o m in ad o s «actos m e n ta ­
les» o «actos psíquicos» son sim p lem en te los m odos d e disponerse a ac­
tu a r en vista de tales o cuales circunstancias. U na m an era eficaz de liberarse
del em b ru jo provocado p o r ciertos enunciados sobre nuestra inteligencia
(p o r decirlo w ittg en stein ian am en te) tal vez sea e n c o n tra r fo rm u lacio n es
alternativas q u e d ejen claro tan to el lu g ar del equívoco com o la m a n e ra
de so lu cio n arlo . Ryle p o n e el e jem plo d e l e n u n c ia d o «sus actos o b ed ece n
a u n a g ran vanidad». ¿C óm o e n te n d e rlo u n a vez rech azad a la in te rp re ta ­
ción d e q u e exista u n fe n ó m e n o psíquico in te rio r llam ado van id ad que
causa las acciones físicas en cuestión? C o n sid eran d o q u e lo q u e se e x p re ­
sa a través d e tales p alabras es lo siguiente: que la p e rso n a de la que se está
h a b la n d o , cu a n d o se p re se n ta la ocasión, cree, p iensa o siente co m o un
ser vanidoso. C on o tras palabras, in te rp re ta n d o q u e el e n u n ciad o hace
refe ren cia a u n a d isposición objetiva d el sujeto a lu d id o 8.
Esta in te rp re ta c ió n tien e u n a im p o rta n te co n secuencia teórica. P or­
q u e si el alu d id o tip o d e e n u n ciad o s p ie rd e la an tig u a condición, atrib u i­
da p o r el cartesianism o, d e in fo rm es acerca d e sucesos privados q u e ocu­
rre n en la c o rrie n te de la co n cien cia d e cada cual, en to n ces ya no existe
razó n p a ra m a n te n e r la asim etría e n tre el co n o cim ien to de u n o m ism o y

82
M an ' u k i , C h u z

el co n o cim ien to d e los otros. P ara Ryle, no hay m o d o privilegiado (p o r


ejem p lo , in trospectivo) d e a cce d er a los h echos m entales. D escubro m is
p ro p io s estados m en tales de u n a fo rm a m uy sim ilar a com o d escu b ro los
estados m en tales ajenos. La d iferen c ia que p u e d a h a b e r en tre am bos c o ­
n o cim ien to s es sólo d e grado.
¿Y q u é c o n o cim ien to cabe te n e r d e aquellas disposiciones? P a ra no r e ­
caer e n los e rro re s categoriales d e antes — lo que su c e d e ría si a h o r a cosifi-
cáram os las d isposiciones, co n siderándolas com o en tid ad es in te rn a s— se
im p o n e in tro d u c ir la distinción co rre sp o n d ie n te e n la esfera d e l conoci­
m ien to . H ay q u e d iferen c ia r el saber qué y el saber cómo. El discurso científi­
co y las gnoseologías tradicionales, c o n su proverbial y tajante se p ara ció n
d e su jeto y o b jeto , nos h ab ía n llevado a identificar, casi a u to m áticam en te,
co n o cim ien to y sa b er q u é, d e sd e ñ a n d o com o el m o m en to de su aplica­
ció n n u e s tra cap a c id a d d e realizar c o n éx ito d e te rm in a d a s tareas. P e ro
los callejones sin salida a los q u e ab o cab a aquella identificación nos h a n
ob lig ad o a re c o n sid e ra r los térm in o s. A hora vem os, in te n ta n d o re c u p e ­
rar n u estro s ejem p lo s d e antes, q u e el individuo colérico que advierte a .su
in terlo c u to r, al p e rc ib ir q u e se em p ieza a acalorar, «¡m ira que m e conoz­
co!» está h a b la n d o co n u n a c ierta p ro p ied ad . Tal vez no sepa el o rig en d e
esa ira q u e n o ta q u e le sobreviene, p e ro constata — y, p o r tanto, p o d em o s
d e c ir q u e sabe— q u e siem pre q u e se e n c u e n tra e n ese tipo de c irc u n sta n ­
cias tie n d e a re a c c io n a r así9.

J o h n L a n g s h a w A u s t in

J u n t o a Ryle, la o tra g ran fig u ra del g ru p o d e O x fo rd es J . L. A ustin


(1911-1960). Al igual q u e Ryle, tam b ién Austin re sp o n d e al m o d elo de só­
lid o acad é m ico o x o n ien se: b u e n c o n o c e d o r d e los clásicos (especial­
m e n te de Platón, A ristóteles, L eibniz y K ant), p oseedor d e u n a ed u cac ió n
lite ra ria en la q u e el c o n o c im ie n to del griego y el in terés p o r la p re c i­
sió n lin g ü ística e r a n fu n d a m e n ta le s, estudioso d e la lógica c o n te m p o rá ­
n e a (tra d u jo al in g lés los Grundlagen der Arithmetik de F re g e), etcétera.
De e n tre sus in flu e n cias m ás d e te rm in a n te s, tal vez haya q u e se ñ a la r la
d e M o o re, d e q u ie n A ustin v alo rab a esp ecialm en te su a te n c ió n co n stan ­
te al uso o rd in a rio d el len g u aje. A p esar d e lo escaso d e su p ro d u c c ió n
e scrita10, e n p a rte d e b id o a su p re m a tu ra m u e rte , los p la n te a m ie n to s
au stin ian o s h a n te n id o u n a e n o rm e re p e rc u sió n , tan to en el á m b ito de
la reflex ió n filosófica p ro p ia m e n te d ich a com o e n el d e l estu d io del le n ­
g u aje, en el q u e se su ele d e c ir q u e ab rió u n a n u ev a perspectiva, la d e n o ­
m in a d a pragmática.

83
FILOSOFÍA mNTKMrORÁNKA

La p ro p u e sta fu n d a m e n ta l d e A ustin es u n secreto a voces: está e n el tí­


tulo d el tex to q u e le h a p ro p o rc io n a d o m ás n o to rie d ad . Cómo hacer cosas
con palabras resu m e la idea-fuerza del proyecto austiniano. C on in d e p e n ­
d e n cia del g rad o d e v inculación teó rica efectiva e n tre A ustin y W ittgens­
tein, asu n to so b re el q u e hay discusiones, lo cierto es que el proyecto de
a q u é l d e s a rro lla y c o m p le ta el d e éste. W ittg en stein , a fín d e cu en tas, lo
q u e hizo fue re c o rd a rn o s q u e h a b la r u n a len g u a es sum ergirse e n u n
co m p lejo sistem a d e prácticas y actividades, n o d ejar de ju g a r en n in g ú n
m o m e n to alg ú n ju e g o de lenguaje. A ustin recoge la idea d e la m ultiplici­
d a d d e usos co n q u e el lenguaje p u e d e ser utilizado, in te n ta n d o in tro d u ­
cir alg ú n tipo d e o rd e n en esa m u ltip licid ad o, si se p refiere decir así, se
esfuerza p o r investigar sistem áticam ente el g é n e ro d e cosas q u e llevam os
a cab o p o r el m e ro h e c h o d e u sar n uestras palabras.
Ai igual q u e e n el caso de W ittgenstein, esta a ctitu d se e n fre n ta a la de
q u ien es so stien en q u e el uso fu n d a m e n ta l y c o rrie n te del lenguaje es ha­
c e r afirm acio n es o d escripciones. Esta creencia es descalificada p o r Aus­
tin d e n o m in á n d o la falacia descriptiva, que n o es o tra cosa q u e la suposi­
ció n d e q u e las p alab ras se usan ú n icam en te p ara d escrib ir11. Esta falacia
es a su vez efecto d e o tro e rro r m ás general: el d e tipificar el significado de
u n a se n ten cia co m o aq u ello a lo q u e ésta se refiere, sin a te n d e r a lo efecti­
v am en te d e te rm in a d o , esto es, al uso d e la sentencia. El e r ro r p u e d e con­
sid erarse rep re sen tativ o d e u n o d e los vicios en los q u e con m ás c o n tu m a­
cia p ersev eran los filósofos, a saber, el d esd én hacia lo co m ú n , sea e n el
len g u aje o sea en el p en sam ien to . F re n te a ellos, A ustin defien d e la con­
v en ien cia d e em p e z a r p recisam en te p o r ahí.
N o se trata, q u e d e claro, de co n v ertir al lenguaje o rd in ario o al senti­
d o co m ú n en el trib u n a l d e casación últim o p a ra todos los fines filosófi­
cos. E n n in g ú n cam p o se está d icien d o que ten g an la últim a palabra: lo
q u e A ustin p ro p o n e es q u e ten g an la p rim e ra, es decir, que sean ex am in a­
d o s an tes d e ser descartados. E n tre otras cosas, p o rq u e tenem os fu n d ad as
razo n es p a ra p e n sa r q u e tal vez n o a n d e n co m p letam en te equivocados.
C abe la po sib ilid ad d e q u e todas las finas distinciones que u n a investiga­
ció n d etallad a d el len g u aje o rd in a rio revela sean d istinciones bien fu n d a ­
das y suficientes p a ra resolver los p ro b lem as filosóficos, de tal m a n e ra que
el e m p e ñ o p o r p a rte d e los filósofos e n in tro d u c ir nuevas d istinciones no
d ejaría d e ser u n d esp ilfarro lin g ü ístico 12.
¿Y q u é en c o n tra m o s c u a n d o volvem os la vista hacia el lenguaje real?
D os tipos d e e x p re sio n e s a los q u e co n v ien e la categ o ría g ra m a tic a l de
e n u n ciad o : los q u e A ustin p ro p o n e llam ar realizativos (performalive), com o
categ o ría c o n tra p u e sta y n ítid a m e n te diferenciable d e la d e constatativos
(constative). M ientras estos últim os sirven p ara e n u n ciar algún h e c h o o

84
M a n u e i. C r u z

p a ra d escrib ir u n estado de cosas — p u d ie n d o , p o r tanto, ser v erdaderas o


falsas— , los p rim e ro s se e m p lean p ara ejecu tar alguna acción. N uestro
lenguaje o rd in ario ofrece ab u n d an tes m uestras de este tipo d e enunciados:
«te aseg u ro que...», « p rom eto h a c e r X», «te o rd e n o X» son em isiones lin ­
güísticas e n las q u e n o se dice n a d a acerca d e cóm o son las cosas n i se d es­
crib e la realización d e acto alg u n o , p o r lo q u e n o resulta posible p re d ic a r
d e ellas v erd ad o falsedad.
Es fre c u e n te en c o n tra rse co n lecturas d e A ustin que sitú an e n la dife­
ren ciació n e n tre estos dos tipos d e expresiones la g ran a p o rtació n de Aus­
tin. C iertam en te p e n s a r eso es u n error. N o ya sólo p o r razones históri­
cas13, sino d e in te rp re ta c ió n p ro p ia m e n te dicha. L a tesis d e la d istin ció n
e n tre significado e m p íric o o cognitivo y significado em otivo, valorativo,
prescriptivo, etcétera, es p recisam en te u n a pieza básica de la d o ctrin a neo-
positivista. Lo q u e cu estiona A ustin, eso sí, es la prim acía d e u n tip o de sig­
n ificad o so b re el o tro , esto es, q u e el descriptivo o enunciativo se a el uso
te ó ric a m e n te básico o incluso prim itivo. P ero, so b re todo, lo q u e reb ate
A ustin es la in co m p a tib ilid a d e n tre am bos. El re c o rrid o p o r Cómo hacer
cosas con palabras se d eja leer co m o el relato de los sucesivos in te n to s d e
su a u to r p o r fu n d a r so bre bases lo m ás firm es posibles la na tu ra le z a de los
d iferen tes usos d e l lenguaje.
H ay u n rasgo d e estos últim os en u n ciad o s q u e m erece la p e n a desta­
car. Si cam b iam o s los ejem plos y p ro p o n e m o s p ara ilustrar lo realizativo
ex p resio n es co m o «yo o rd en o » o «yo te bautizo», se verá en seg u id a a q u é
estam os a p u n ta n d o . E fectivam ente, e n estos otros casos la co n d ició n eje­
cutiva d e lo d ich o n o d e p e n d e tan sólo de la voluntad d el h a b lan te sino
q u e se co n ecta necesariam ente co n d eterm in ad as circunstancias objetivas
(he d e te n e r u n p o d e r real, en el p rim e r ejem plo, o he de estar autorizado
p o r la Iglesia p a ra a d m in istrar sacram entos, e n el seg u n d o ). De n o darse
tales circunstancias, los en u n ciad o s carecen p o r co m p leto de valor ejecu­
tivo. D irem os e n to n c e s — pu esto q u e n o p u e d e n ser verdaderas o falsas—
q u e n o s h allam os a n te em isiones desafortunadas.
Los p ro b lem as se p la n te a n c u an d o , en el transcurso d e su texto, Aus­
tin va c o m p ro b a n d o q u e n o resu lta tan fácil com o a p rim e ra vista p arecía
d istin g u ir e n tre e n u n ciad o s p o r el p ro c e d im ie n to d e c o n tra p o n e r lo q u e
es v e rd a d e ro o falso a lo qu e es a fo rtu n a d o o d esafo rtu n ad o . C o m p ru eb a,
p o r ejem p lo , q u e los in fo rtu n io s q u e p u e d e n afectar a u n realizativo los
p u e d e n su frir ig u a lm e n te los constatativos. A fin d e cuentas, se p r e g u n ­
ta A ustin, ¿acaso n o sería m ás a d e c u a d o co n sid erar los e n u n ciad o s que se
re fie re n a algo in ex isten te co m o nulos en vez d e com o falsos? D e «el ac­
tual rey d e F ran cia es calvo», p o r p o n e r el célebre ejem plo de Russell, p o ­
d ríam o s d ecir q u e es falso si poseyera u n a tu p id a m elena, p ero , h abida

85
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

cu en ta q u e Francia h ace tiem po q u e dejó de ser u n a m onarquía, sólo p ode­


m os co n sid erarlo u n en u n ciad o im p ro p iam en te em itido. Esto es, ta n desa­
fo rtu n a d o com o m is intentos d e b autizar o mis ó rd en es en el d esierto.
Tras u n in te n to , tam b ién fallido, d e h acer pasar la distinción p o r la
p resen cia en los en u n ciad o s de u n cierto tipo de verbos (habría, según esto,
verbos realizativos co m o «jurar», «apostar», «perdonar», «agradecer»...),
A ustin te rm in a re n u n c ia n d o a d a r c o n u n criterio divisorio e n tre lo cons-
tatativo y lo realizativo, y p ro p o n e e n su lugar u n a clasificación (provisio­
n al) d e los actos d e habla. H ab ría, seg ú n esto, actos locutivos, inlocutivos
y perlocutivos. U n acto locutivo es aq u el consistente en d ecir algo, m ien­
tras q u e u n acto in lo cutivo es el q u e se realiza al d e c ir algo, y acto perlocu-
dvo el q u e se realiza por el hecho de h a b e r efectuado u n acto inlocutivo. U n
acto lo cutivo se su sta n c ia en el e m p le o d e u n a o ració n p a ra tra n sm itir
u n sign ificad o : la p ro fe re n c ia d e c u a le sq u ie ra palabras, a te n ié n d o s e a
los p rin cip io s fon éticos, sintácticos y sem ánticos del sistem a de la len g u a
valdría co m o ejem p lo . El acto inlocutivo carga co n u n a cierta fu erz a lo
q u e e ra m era m aterialid ad lingüística d el locutivo (p o r ejem plo, la prefe­
ren cia d e ciertas p alab ras en las circunstancias adecuadas constituye u n a
a m e n a z a ). El acto p e rlo c u d v o es el acuse de recibo d e lo tran sm itid o en lo
inlocutivo (re p re s e n ta el efecto p rovocado p o r lo inlocutivo: la am en aza
se co n v ierte en in tim id a ció n ).
. El d esp lazam ien to de perspectiva q u e se h a ido p ro d u c ie n d o a lo lar­
go d e Cómo hacer cosas... resulta, visto desde el final, b ie n llam ativo. El pro ­
pio A ustin localiza su p rin cip al hallazgo en la id e a d e que «el acto lingüís­
tico total, en la situ ación lingüística total, constituye el ú n ico fe n ó m e n o
real q u e , e n ú ltim a in stan cia, estam os tra ta n d o de elucidar». D escribir,
h a c e r constar, etcétera, son sólo dos aspectos e n tre m ucho s otros d e los
actos ilocutivos y n o o c u p a n n in g u n a posición d e privilegio. La p re g u n ta
q u e d a b a título al lib ro o b tien e d e este m odo u n a respuesta, siq u iera sea
provisional. ¿C óm o h acem o s cosas co n palabras? A través d e ese p lu s que
le añ ad im o s a n u e s tro len g u aje en los actos locutivos y que los tran sfo rm a
en ilocutivos. El acceso a u n a teo ría g en eral del significado pasa p o r u n a
teo ría d e la fu erza ilocutiva.
N o hay d u d a: n u e s tro lenguaje es p arte in te g ra n te de n u e stra praxis
co m o h u m an o s. M ed ian te él efectuam os acciones q u e dan o rigen a su vez
a o tras, a cam bios d e creencias y actitu d es en los d em ás y en n o so tro s mis­
m os. Si estas consideraciones no tien en e n Austin u n carácter retórico — no
so n u n a m ás o m en o s g ra n d ilo c u e n te declaración de principios— , es p o r­
q u e n o las p re se n ta com o u n m o m e n to ex terio r del lenguaje, sino com o
su co n te n id o . El g ra n e r ro r del neopositivism o fue p recisam en te éste, in­
te rp re ta r los e n u n ciad o s com o expresiones en vez de com o actos, cuyo des­

86
M a n u el C ruz

tin o d e p e n d e d e m ú ltiples circunstancias. Este desplazam iento d e l signo


al acto co m p e n d ia to d a la deriva del discurso d e A ustin. Ju n to c o n la dico­
to m ía e m p íric o /e m o tiv o , q u e a n id a b a en el seno d e la teoría d e los d os
significados, h a n saltado p o r los aires otras. La d ico to m ía (el fetich e, e n
realid ad ) h e c h o /v a lo r y, tal vez so b re todo, la dico to m ía v e rd a d e ro /fa lso .
Acaso d eb iéram o s e m p ezar a co n fo rm arn o s con e n te n d e r «verdadero»
c o m o «m uy b ien d icho».

P e t er Stra w so n

A P e te r Straw son (1919) le c o rre sp o n d e u n e x trañ o privilegio, el d e


ser el filósofo a n alítico m ás citado p o r los enem igos tradicionales de esta
c o rrie n te , los m etafísicos. La causa d e ello se e n c u e n tra sin d u d a e n la p e ­
culiar reivindicación d e la m etafísica p lan tead a p o r este autor. L legarem os
a este p u n to p e ro sin a d e la n ta r acontecim ientos, p o rq u e no se ría b u e n o
q u e el m e n c io n a d o rasgo d isto rsio n ara la in terp retació n del c o n ju n to d e
la p ro d u c c ió n filosófica de S traw son14. P or o tro lado, sería asim ism o eq u i­
vocad o e n te n d e r q u e su co n sid erac ió n del discurso m etafísico le a p arta
d e la sen sib ilid ad filosófica d e los o tro s filósofos d e O xford. Más b ien h a ­
b ría q u e p e n sa r q u e lo m ás característico d e su posición es el h e c h o d e
q u e, c o m p a rtie n d o im p o rtan tes prem isas co n los autores que h em o s co ­
m e n ta d o , es capaz d e e x tra e r conclusiones n ítid a m e n te d iferenciadas d e
las d e éstos.
Straw son em p ezó p re o c u p á n d o s e p o r el m o d o e n qu e Russell y sus se­
g uidores (especialm ente Q uine) aplicaban la lógica form al a los p ro b lem as
d e la filosofía. F ru to d e esta p reo c u p a c ió n es su co n o cid o trabajo «Sobre
el re fe rir» 15, en el q u e p olem iza co n la teo ría russelliana d e las d escrip cio ­
nes. F re n te a la id e a d e Russell, seg ú n la cual u n a afirm ación sin g u lar q u e
n o te n g a re fe re n te o u n a afirm ación g en eral cuyo re fe re n te sea u n a clase
vacía so n falsas, S traw son m an tie n e la tesis, q u e re c u e rd a la de A ustin, d e
q u e n o son v erd ad eras ni falsas16. P a ra arg u m en tarla, se cen tra e n la afir­
m ació n ru ssellian a d e q u e to d a p ro p o sició n h a d e ser o v e rd a d e ra o falsa
o n o significativa. S eg ú n ella, y co n el ejem plo d e antes, si «el actu al rey d e
F ra n cia es calvo» n o es ni v e rd ad era ni caren te de sentido, no hay más r e ­
m e d io q u e co n clu ir q u e es falsa. P ero eso, replica Strawson, es c o n fu n d ir
la o ració n (que es u n a en tid ad lingüística, gram atical, resultado d e aplicar
las reglas d e fo rm a c ió n de u n a len g u a a e x p resio n es de esa le n g u a ), co n
el e n u n c ia d o (q u e es lo q u e se hace al utilizar u n a o ració n en u n m o m e n ­
to y lu g a r d e te rm in a d o , de a c u e rd o co n d e term in ad as in ten cio n es, las d e
h a c e r u n a afirm a c ió n ).

87
F il o s o f í a c o n t k m i ' o r á n k a

E ntonces, p o d ría p re g u n ta r u n im paciente, ¿qué cabe p redicar d e l con­


ju n to d e palabras «el actual rey de F rancia es calvo»? Respuesta de Strawson:
d ep en d e. P roferido p o r u n c o n tem p o rán eo de la m o n arq u ía francesa, ca­
b ría p re d ic a r v erd ad o falsedad, según lo qu e se o cu ltara tras la proverbial
p elu ca d el m o n a rc a re in a n te en ese m o m en to . P roferido en la actuali­
d ad , h a b ría q u e analizar el co n tex to e n el q u e se está h ab lan d o (alguien
p o d ría estar h a c ie n d o la aserción co n u n a c o n n o tació n m acabra — com o
c u a n d o se dice « d en tro d e cien años, todos calvos»— lo que la convertiría
en trad u cib le a «el a ctu al rey de F rancia está m u erto » , esto es, no lo h ay ).
E n to d o caso, la p re su n ta v erdad o falsedad se d irim e en cada m o m e n to y
e n cad a lugar. C on o tras palabras, las o raciones n o son ni v erd ad eras ni
falsas: eso lo son ú n ic a m e n te los enu n ciad o s. De aquéllas lo m áxim o que
se p u e d e a firm ar es q u e son significativas o no significativas.
Se re p a ra rá e n q u e el re p ro c h e d e Strawson a R ussell es m uy o x onien-
se. El g ran e rro r d e éste h a b ría sido pasar p o r alto el h ech o de que u n a ora­
ción p u e d e te n e r u n a diversidad d e usos o, lo q u e viene a ser lo m ism o,
d e sa te n d e r la realidad del lenguaje. P ero, im p o rta destacarlo, el rep ro c h e
n o im p lica n eg arle to d o valor al p u n to d e vista form alista q u e re p re se n ta ­
b a Russell, sino r e p ro c h a rle su insuficiencia. Straw son está co n v en cid o de
q u e la lógica fo rm al necesita ser co m p le m e n ta d a c o n u n a lógica d e l dis­
curso co tid ian o . L a co n sid erac ió n p u ra m e n te form al de las expresiones
lógicas d eja escapar usos q u e u n a lógica d el lenguaje o rd in a rio (o «lógica
in fo rm al» ) es capaz d e m ostrar. Al igual q u e A ustin, Straw son cree q u e los
lógicos trab ajan c o n u n co n ju n to d e distinciones dem asiado p e q u e ñ o
q u e en n in g ú n caso d a c u e n ta d e las com plejidades d el habla n o rm a l. La
n u ev a lógica, o p ro g ra m a d e «análisis descriptivo», d e b e ría em p e z a r p o r
p lan tearse cu estio nes com o la de las con d icio n es en las que usam os tal o
cual ex p resió n o clase d e expresión.
P e ro n o to d o van a ser sem ejanzas. P ro b a b le m e n te lo m ás específico
d e Straw son, lo q u e m a rc a su d ife re n c ia n o sólo resp ec to a A ustin sino
tam b ién resp ecto al resto del g ru p o d e O xford, sea el desarrollo q u e lleva
a cab o d e las prem isas com partidas. O , si se q u iere e n u n c ia r d e o tra m a­
n era, q u é p ersig u e e n c o n tra r a través d el análisis. P o r lo p ro n to , Strawson
to m a d istan cia d e la co n cep c ió n p u ra m e n te te rap éu tica del análisis del
len g u aje, aq u ella q u e e n te n d ía q u e la la b o r del filósofo consiste en disol­
ver los p ro b lem as devolviendo las palabras a su uso co tid ian o (era W itt­
g en stein q u ie n h a b ía d ich o aquello d e q u e los problem as filosóficos son
co m o e n ferm e d ad es, y ya se sabe qu e las e n ferm e d ad es no se resuelven
sin o q u e se c u ra n — esto es, se h a c e n d e sa p a re c e r— ). Straw son p r o p o ­
n e e n lu g ar d e esto la fig u ra del filósofo com o gram ático, o sea, co m o al­
g u ie n q u e se d e d ic a a d e s c u b rir y e n u n c ia r los p rin c ip io s ab stracto s que

88
M anuel. C ruz

subyacen a la c o m p eten cia qu e todos tenem os sobre n u estra p ro p ia le n ­


g u a, a q u ello s p rin c ip io s q u e tá c ita m e n te seg u im o s c u a n d o h a b la m o s y
co m p ren d em o s n u estro lenguaje. Pues bien, la estructura subyacente q u e
el filósofo b usca p o n e r al d escu b ierto es lo q u e Strawson d e n o m in a n ues­
tro « eq u ip am ien to co nceptual», esto es, los conceptos en cuyos térm in o s
se nos h ace co m p ren sib le el m u n d o y gracias a los cuales ten em o s u n a ex­
p e rie n c ia de él.
Si a h í hay u n trabajo p o r h a c e r es p o rq u e el lenguaje n o es tra n sp a re n ­
te. Lo q u e p u d iéram o s llam ar el m ayor alien to especulativo de Straw son
co n relació n a otro s au to res afines e n c u e n tra en este preciso lu g a r el te­
rre n o e n el q u e instalarse. Su tan reiterad a m etafísica n o m b ra ese eq u ip a­
m ie n to c o n cep tu al q u e utilizam os p a ra n u estro com ercio con el m u n d o .
Tal eq u ip a m ie n to está co m p u esto p o r los co n cep to s y p o r su e s tru ctu ra,
esa estructura conceptual cuya im p o rtan c ia tan to destaca Strawson. P o rq u e ,
co m o se p u e d e le e r e n las prim eras páginas de Individuos, «hay u n a sólida
m é d u la cen tral d el p e n sa r h u m a n o q u e no tien e historia — o n o tiene
n in g u n a reg istrad a en las historias del p en sam ien to — ; hay categorías y
co n cep to s q u e, en su carácter m ás fu n d am en tal, n o cam bian e n absolu­
to » 17. Esos in g red ien tes m ás generales y ubicuos d e n u estro sistem a c o n ­
cep tu al y las co n ex io n es m ás fu ndam entales e n tre ellos constituyen el c o n ­
te n id o d e la metafísica descriptiva de Strawson. Se trata, p o r tanto, de u n a
m etafísica de nueva planta, consciente de q u e posee u n a e s tru c tu ra m eto ­
d o ló g ica lingüística y de q u e el análisis co n cep tu al es su objetivo.
N o le cuesta a n u estro a u to r elaborar u n a relación de los conceptos m e ­
j o r situados en ese ranking de g en eralid ad y o m nipresencia. C o n cep to s
co m o los de objeto físico, id en tid ad , existencia, tiem po, verdad, causa, co­
n o cim ien to , etcétera, fo rm arían p arte, sin n in g ú n g én ero d e dudas, de ese
ab u ltad o n ú cleo h istó ricam en te invariable d e n u estro m o d o de p en sar y
h a b la r acerca d el m u n d o . P ero si se alu d e a e stru c tu ra c o n c e p tu a l es p o r­
q u e lo q u e se n os ap arece com o u n d eso rd e n a d o y re c u rre n te universo
d e n o cio n es p o see en realid ad u n o rd en , re sp o n d e a un dispositivo que es
tarea d el filósofo d escu b rir y explicar. Strawson se h a aplicado a esa tarea.
Y así, su libro Individuos re p re se n ta e n ese se n tid o el esfuerzo p o r p o n e r
d e m an ifie sto a lg u n o s rasgos g e n e ra le s y estru c tu ra le s d e l sistem a c o n ­
cep tu al en térm in o s d el cual p ensam os acerca d e las cosas particulares.
De este tex to , sin d u d a el m ás rep re sen tativ o d e su autor, m e re c e la
p e n a d estacar u n aspecto. Su afirm ación de q u e las categorías d e cosa o
c u e rp o m aterial y de p e rso n a son básicas M itológicam ente h a b la n d o p ro ­
p o rc io n a arg u m en to s útiles e n el d eb ate actual a p ropósito de la noció n
d e id en tid ad . A su e n te n d e r, el co n cep to d e p e rso n a p reced e a la idea d e
m e n te y a la d e c u erp o , en el sen tid o d e q u e pensam os e n u n a perso n a, lo

89
F il o s o f ía c x jn t e m p o r á n k a

q u e incluye m e n te y cu e rp o , an tes d e q u e pensem os ya sea e n la m e n te o


e n el c u e rp o 18. E n el cap ítu lo 3 d el libro, titulado p recisam en te «Perso­
nas», Straw son re ch aza (con u n a arg u m e n ta c ió n q u e evoca la pro b lem áti­
ca p la n te a d a p o r G ilb ert Ryle) tan to la teoría cartesiana d e la sustancia
m e n ta l co m o la tesis d e q u e u n a p e rso n a es u n co n ju n to d e experiencias
q u e n o p e rte n e c e n a n in g ú n sujeto.
La alusión a la vigencia del d e b a te e n el q u e se inscribe la p ro p u e sta de
S traw son p r e te n d e e q u ilib ra r a lg u n o d e los re p ro c h e s m ás fre c u e n te s
d e q u e h a sido ob jeto. C iertam en te, los adjetivos (inevitable, inalterable,
p e rm a n e n te , ahistórico...) con los q u e califica a los co n cep to s de ese equi­
pamiento conceptual e n los q u e se h alla tan in teresad o p o d ría n h acer sospe­
c h a r q u e su p u b licitada metafísica descriptiva no pasa d e ser u n a versión ma­
q u illad a d e u n a vieja conocida, la filosofía p eren n e, co n la q u e se su p o n e
q u e la revolución filosófica analítica h ab ía con seg u id o acabar. J u n to a
esto, y p o r si lo se ñ alad o n o fu era suficiente, el d esin terés de S traw son p o r
la o tra m etafísica p osible, la d e n o m in a d a metafísica revisionista—q u e es la
c o n tra ria al statu q u o , la q u e «se o c u p a de p ro d u c ir u n a e s tru c tu ra m e­
jo r» — h a h e c h o q u e algunos críticos lo hayan ap ro x im ad o a ese an tip áti­
co g r u p o d e filósofos q u e b ien p u d ié ra m o s d e n o m in a r ideólogos d e l sen­
tid o co m ú n .
Los rep ro c h es señ alan u n p ro b lem a real, p ero en todo caso no endosa-
ble e n su to talid ad a Straw son. La e stru c tu ra del lenguaje o rd in a rio incor­
p o ra u n c o n ju n to d e no cio n es, criterios, valores, etcétera, q u e sin d em a­
siada violencia teórica p odem os denom inar, en efecto, sentido com ún. Q ue
asu m ir ese se n tid o co m o u n re fe re n te filosófico irrebasable equivaldría a
bajar la cabeza a n te lo existente, a re n u n c ia r a to d a m o d alid ad de crítica,
a su c u m b ir a m an o s d e c u alesq u iera discursos establecidos, está f u e ra de
d u d a. C o m o lo está q u e Strawson n o se d ed ica a teorizar n in g u n a varie­
d a d d e filosofía alternativa, ni siquiera a sum inistrar arm as a la crítica. Pero
eso n o le con v ierte e n u n apólogo d e la h e re n c ia recibida. Ese rep ro c h e,
si acaso, d e b e rá ser p ro b a d o en los textos, ex am in a n d o en q u é m e d id a su
reivindicación d e d e te rm in a d a s categorías está su ficien tem en te fu n d a d a
o n o , o d e b a tie n d o el m o d o en q u e p lan tea las relaciones e n tre pen sa­
m ien to y len g u aje19. M ientras esa p ru e b a n o se p resen te, lo q u e sí se le po­
d rá re p ro c h a r a S traw son es no h a b e r sido su ficien tem en te p r u d e n te a la
h o ra d e seleccio n ar sus com pañías. Sin d u d a, su o cu rre n cia de utilizar el
ró tu lo «m etafísica descriptiva» le h a p ro p o rc io n a d o indeseables co m p a­
ñ ero s d e viaje, q u e h a n e n c o n tra d o en esa p ro p u e sta u n a a p a re n te legiti­
m ació n d e los discursos especulativos tradicionales m ás rancios. P o r esta
vez, Dios h a b ría escrito to rcid o so b re ren g lo n es rectos, y la m etafísica ha­
b ría c o n seg u id o sobrevivir a la crítica gracias a sus enem igos.

90
N otas

1Situación que podría dar pie a un excursus acerca de la fecundidad filosófica


de la distancia: vista con perspectiva, la importancia de este grupo es notable­
m ente mayor que la del grupo de Cambridge (cuyos nombres más destacados se­
rían los de Norman Malcolm, J. Wisdom o Max Black), en contacto directo con
sus maestros. Tal vez sea que la presencia física del influyente alimenta el peligro
de la ortodoxia.
2 Aunque esto no significa, por supuesto, que debamos considerar autores
m enores a gentes del mismo grupo com o G. E. M. Anscombe, P. L. Gardiner, H.
P. Grice, D. F. Pears, S. E. Toulmin,J. O. Urmson o G. J. Warnock, entre otras.
3 Por ejemplo, José Ferrater Mora. Véase a este respecto la parte I d e su Cambio
de marcha enfilosofía, Madrid, Alianza, 1974.
4 Hay trad. cast. en Buenos Aires, Paidós, 1967.
Véase el prim ervolum en (CriticalEssays) de sus CoUectedPapers, Londres, Hut-
chinson, 1971.
fi Avistóle,lian Sociely Proceedings, 1931-1932. Reimpreso en A. Flew (ed.), Logic
and Language, primera serie, Oxford, Basil Blackwell, 1951.
7 Hay trad. cast. con este título en M éxico, Instituto de Investigaciones Filosó­
ficas, UNAM, 1979. U n extracto de los capítulos I, V y VI puede encontrarse en La
concepción analítica de la filosofía 2, selección e introducción de Javier Muguerza,
Madrid, Alianza, 1974.
8Así, se lee en El concepto..., «explicar que un acto ha sido realizado por alguna
razón no es análogo a decir que el vidrio se ha roto porque una piedra lo ha gol­
peado, sino afirmar que el vidrio se rompió cuando la piedra lo golpeó porque
todo vidrio es frágil, con lo que se em ite un enunciado de tipo muy diferente»
(p. 77 de la trad. cast.).
9 Ryle propone otro ejemplo, en el fondo no muy alejado de éste: «La persona
ocurrente es incapaz de responder cuando se le exige que diga las máximas o cá­
nones en base a los que construye y aprecia las bromas. Sabe cóm o hacer buenas
F il o s o f ía c m n t e m p o r á n k a

bromas y cóm o desechar las malas, pero no puede dar a los demás ni a sí mismo
receta alguna para ello» (ibídem, p. 30).
10 De hecho, Austin no terminó ningún libro ni escribió un solo artículo para
una revista filosófica. Durante su vida publicó únicam ente siete ensayos (corres­
pondientes a sendas comunicaciones presentadas ante sociedades especializadas,
y cuya publicación era requisito para poder leerlas), que se encuentran e n Philo-
sophical Papers. Los otros cinco ensayos, inéditos, que se incluyen en el volum en
han sido recopilados o reconstruidos por J. O. Urmson y G. J. Warnock a partir
de las notas dejadas por su autor. Por su parte, Sense and Semibilia es el resultado de
las conferencias sobre teoría de la percepción impartidas por Austin en Oxford y
Berkeley a lo largo de varios cursos, entre 1947 y 1959. El texto ha sido editado
por Warnock apoyándose en los manuscritos de Austin y en los apuntes d e G. Pit-
cher y otros estudiantes que tuvieron la oportunidad de escucharlas. Finalmente,
How toDo Things toith Words es asimismo una reconstrucción, llevada a cabo por
J. O. Urmson también a partir de notas, de las conferencias William Jam es que
con el título «Words and Deeds» Austin com enzó a dar en 1952 en Harvard.
11 La crítica a esta falacia tiene su origen en el análisis del concepto de conoci­
m iento llevado a cabo en el ensayo «Other Minds» (1956), incluido en Philosophi-
calEssays.
12 En un pasaje muy citado de su trabajo «Un alegato en pro de las excusas»,
escribe Austin: «nuestro com ún stock de palabras incorpora todas las distinciones
que los hombres han hallado conveniente establecer durante la vida de muchas
generaciones; seguram ente es de esperar que éstas sean más numerosas, más ra­
zonables, dado que han soportado la larga prueba de la supervivencia del más
apto, y más sutiles, al m enos en todos los asuntos que plausiblemente usted o yo
pudiéram os establecer en nuestros sillones duran Le una tarde — el m étodo más
socorrido» (p. 174 de la trad. cast.).
13A título de muestra, en el Coloquio Internacional sobre Spinoza celebrado
en Santiago de Chile en la primavera de 1995, Leiser Madanes señaló en qué for­
ma en los textos spinozianos se pueden encontrar antecedentes teóricos de las
propuestas austinianas. Véase L. Madanes, «Los límites de la libertad de expre­
sión según Spinoza» en H. Giannini, P. Bonzi y E. López (eds.), Spinoza, Santiago
de Chile, Dolm en, 1996, pp. 13-22.
14 Quien es autor de una influyente introducción a la lógica, de un ensayo sobre
la Crítica de la razón pura de Kant (Los límites del sentido, Madrid, Revista de Occiden­
te, 1975) y de un importante número de trabajos sobre filosofía del lenguaje.
15 «On Referring», Mind, 1950. Hay trad. cast. con el título «Sobre la referen­
cia», en T. Moro Simpson (ed .), Semánticafilosófica: problemas y discusiones, Buenos
Aires, Siglo XXI Argentina Editores, 1973, pp. 57-86. La respuesta de Russell,
«Mister Strawson, sobre el referir», se incluye en La evolución de mi pensamientofilo­
sófico, op. cit., pp. 250-257.

92
M a n u k i. C r u z

16Sostenida en su famoso trabajo de 1905 «Sobre la denotación», incluido en


el volum en Lógicay conocimiento, Madrid, Taurus, 1966.
17 P. Strawson, Individuos, Madrid, Taurus, 1989, p. 14.
18 Las palabras textuales con las que Strawson rechaza el dualismo son éstas:
«el concepto de conciencia individual pura — el ego puro— es un concepto que
no puede existir; o cuando m enos no puede existir com o concepto primario a
partir del cual se pueda explicar o analizar el concepto de persona. Sólo puede
existir, en todo caso, com o concepto secundario, que debe ser explicado y anali­
zado partiendo precisamente del concepto de persona», (ibídem, p. 105).
19Por ejemplo, cuando escribe, refiriéndose al filósofo: «El uso lingüístico nor­
mal es su único, su esencial punto de contacto con la realidad que quiere com ­
prender, la realidad conceptual; ya que aquel uso constituye la única perspectiva
desde la que puede observarse el verdadero m odo de operar de los conceptos. Si
rompe este lazo vital, si lo menosprecia, todo su ingenio, toda su imaginación, no
le impedirán caer en la esterilidad o el desatino», (P. F. Strawson, «Analyse, Scien­
ce et Metaphysique», en La Philosopie Analilique, Cahiers de Royaumont, Philo-
sophie n° IV, París, F.ditions deM inuit, 1962, p. 118).

93
Seg u n d a parte

La t r a d i c i ó n m a r x is ta .
El d e s a r r o l l o d e l id e a l e m a n c ip a d o r
C a p ít u l o V I
S obre l a p r e s u n t a e s p e c if ic id a d d e l m a r x i s m o

E i n c ie rta o casió n u n sociólogo n o rte a m e ric a n o , W right Mills, afirm ó


alg o q u e p u e d e serv irnos ah o ra a m o d o d e hilo co n d u c to r p a ra lo q u e
q u e re m o s p lan tear, q u e no es o tra cosa que la cuestión del p e c u lia r carác­
te r d e la filosofía m arxista. Dijo: «N adie q u e no se a d e n tre a fo n d o en las
ideas d e l m arx ism o p u e d e ser u n científico social idóneo; nadie q u e crea
q u e el m arx ism o h a d ich o la ú ltim a p alab ra p u e d e serlo ta m p o c o » 1. C on­
fro n ta n d o el m arx ism o a u n a ciencia social en particular, la sociología, es­
taba, acaso in v o lu n tariam e n te , p la n te á n d o le al p rim e ro el te st básico
p a ra d e te rm in a r su especificidad, los rasgos q u e le son m ás propios.
La discu sió n e n este fre n te c o n c re to d e la relació n e n tre m arx ism o y
so cio lo g ía acaso sirva p a ra m o stra r d e m a n e ra eje m p la r la c o m p le jid a d
d el asu n to y ta m b ié n p a ra se ñ alar alg u n o d e los callejones sin sa lid a q u e
h a n te rm in a d o p o r im p u lsar a ta n to s m arxistas hacia nuevos te rrito rio s
teó rico s. Y es q u e , e n el fo n d o , la p re g u n ta «¿m arxism o o sociología?»
p u e d e co n sid erarse com o u n a m o d u lació n d e o tra p reg u n ta, si cab e m ás
g e n e ra l. Esta: ¿q u é e s ta tu to c ie n tífic o te n e m o s d e r e c h o a a trib u irle al
m arx ism o ?
El tem a, hay q u e m atizarlo in m ed iatam en te, viene d e b astan te atrás.
Se lo h a b ía p la n te a d o , p o r ejem plo, u n o d e los m ás im p o rtan tes m arxis­
tas d el p erio d o d e e n tre las dos g u erra s m undiales, Karl K orsch, incluso
en térm in o s m uy p arecidos (el p rim e r ap artad o d e su o b ra p rin cip al, Karl
M arx2, se titu la «M arxism o y Sociología» y el trabajo «Principios fu n d a­
m e n ta le s d el m arx ism o : u n a r e in te rp r e ta c ió n » 3 se ab re co n el e p íg ra fe
«M arxism o versus S ociología»), P ero sería u n grave e rro r d e perspectiva
c o n s id e ra r este d a to co m o n egativo, in te rp re ta r q u e el h e c h o d e que se
lleve ta n to tiem p o d án d o le vueltas al m ism o a su n to es u n in d icio de su
in a n id a d teórica. A ntes b ien al co n trario , d eb eríam o s d ecir q u e si la dis­
cusión a q u í im p licad a h a resistido el paso d e diferentes co yunturas teóri­
F i l o s o f í a « j n t i í m i ' o r á .n k a

co-políticas c o n cretas es p o rq u e ya h a pasado a constituir lo q u e g en érica­


m e n te aco stu m b ram os a d e n o m in a r u n «tem a de nuestro tiem po». En es­
te su p u esto , la an tig ü e d a d v endría a ser, adem ás d e u n grado, u n aval. U na
vez co n seg u id o éste, h a b ría que avanzar en la d irecció n de p recisar el sen­
tid o d e los térm in o s p a ra in te n ta r finalizar e n las tran sfo rm acio n es ocu­
rrid as e n los ú ltim os tiem pos.
Lo m ejo r será o p ta r p o r u n a actitu d lo m ás desprejuiciada posible, que
re n u n c ie a la g u illo tin a d e las d efiniciones previas. El tem a se nos m u e stra
d e este m o d o en to d a su co m p lejid ad o, lo q u e es lo m ism o, la p re g u n ta
inicial estalla en o tras mil. P odem os em p ezar tira n d o de c u a lq u ie r cabo;
p o r eje m p lo , p o d e m o s e m p e z a r p re g u n tá n d o n o s : ¿existe la so cio lo g ía
c o m o ciencia social diferenciada? E n caso afirm ativo, ¿qué relaciones m an­
tien e co n el m arxism o? El in te rro g a n te «¿m arxism o o sociología?» adm i­
te en to n c e s ser in te rp re ta d o d e diversas form as: ¿hay u n a sociología en el
m arxism o?, es decir, ¿dispone e 1 m arx ism o de u n a sociología? (un m arxis­
ta francés, H. Lefébvre, p o r ejem plo, sostenía: «M arx n o era u n sociólogo,
p e ro e n el m arxism o hay u n a sociología»). O tam bién: ¿es el m arxism o, en
d efin itiv a, u n a so cio lo g ía?, ¿le d e b e ría m o s lla m a r m ejo r «sociología»
(o «sociología científica», o «macrosociología», el m atiz aquí n o im porta) ?
C abe asim ism o u n p la n te a m ie n to e n térm inos d e opción, co m o si es­
tuv iéram o s o b ligados a escoger: ¿qué es preferible, el m arxism o o la so­
ciología?, p la n te a m ie n to q u e tan to p u e d e d ar p o r su puesto u n o bjeto, un
áre a d e pro b lem as c o m ú n en tre am bos com o, p o r el contrario, considerar
q u e atrib u im o s al m arx ism o cuestiones que, e n rigor, c o rre sp o n d e n a la
so cio lo g ía o viceversa. V ariante específica de la m ism a o p ció n sería la pre­
g u n ta ¿constituye la sociología la ú n ica alternativa a los problem as q u e en
su m o m e n to p la n te ó el m arxism o? D e a c u e rd o c o n el análisis q u e nos
p re se n ta ra el so ciólogo Alvin G o u ld n e r e n La crisis de la sociología
occidentali, existe u n a m atriz o rig in a ria qu e es la sociología occidental,
q u e se divide en sociología académ ica, encabezada p o r C om te y el m ar­
xism o. E n tan to a q u é lla se dirige h a c ia el O este, h asta lleg ar a E stados
U n id o s, fin alizan d o su p erip lo en Berkeley (C alifornia), el p en sam ien to
d e M arx se m ueve hacia el Este, b u sc an d o los fríos, desde E u ro p a occi­
d e n ta l h asta Rusia. E sta irresistible vocación asiática d el m arxism o lo ha­
b ría c o n d e n a d o a la co n d ició n de versión o rien tal d e la prim itiva sociolo­
g ía sa in tsim o n ian a, q u e b ien p o co p o d ría d ecirn o s acerca d e los
p ro b lem as d e las sociedades capitalistas avanzadas.
T am b ién es legítim o, p o r supuesto, sostener q u e n o existe la ciencia so­
cial llam ad a sociología, y q u e tras ese ró tu lo apenas consigue o cu ltarse un
am asijo d e confusas n o cio n es ideológicas q u e la b u rg u esía utiliza para
p e rp e tu a r su d o m in io en el m u n d o de las ideas. Sólo que, e n tal caso, el te-

98
M a n u k i. C r u z

ñ o r d e las p re g u n ta s q u e se sig u en variaría, y d eberíam os pasar a in te rro ­


g arn o s p o r cu estio n es com o la del destino q u e el m arxism o atribuye a los
co n o cim ien to s d e los q u e d isp o n e acerca d e la sociedad, etcétera. (Resul­
ta difícil d ejar d e p e n s a r q ue este rechazo de la sociología está h e c h o d es­
d e el final, a la vista d e que el m arxism o h a sido incapaz d e e lab o rar u n a,
p e ro hay q u e a d m itir q u e esta co n sid erac ió n n o es central p ara lo que es­
tam os tratan d o .)
Sin em b arg o , d a la im p re sió n d e que sería p erfe ctam en te sociológica
y m arx ista u n a investigación q u e tuviera p o r o bjeto el estudio d e las clases
sociales en u n a fo rm ació n social concreta, p o r ejem plo, o las actividades
económ icas, p o líticas e ideológicas d e u n a clase social e n u n a co y u n tu ra
d e term in ad a. M arxism o y sociología co m p arten el propósito d e co n o cer
la realid ad social; su o bjeto co m ú n es la sociedad o lo social. Sin realism os
ingen u o s: sab em o s q u e la sociedad h u m an a, com o e n tid ad q ue m u estra al­
g ú n tip o de o r d e n in m a n e n te , reg id o p o r ciertas regularidades suscepti­
bles d e ser d escu b iertas p o r m ed io d e u n a investigación sistem ática y a n á ­
lisis em píricos, n o es algo q u e se evidencie p o r sí m ism o. H istó ricam en te
tard ó e n ser d escu b ierta. La sociedad com o cam po peculiar e in d e p e n d ie n ­
te d el sab er y d e la acción es u n d escu b rim ien to d el p erio d o de d esarro llo
rev o lu cio n ario d e las burguesías francesa e inglesa d e los siglos xvii y x v i ii .
Q u e el m arx ism o h o y p o d ría asu m ir com o la esfera en la cual se articula
la u n id a d d e lo eco n ó m ico , d e lo político y d e lo ideológico-cultural.
D ich a p o stu ra, si b ien n o acaba con los in terro g an tes, sirve al m enos
p a ra señ alar el lu g a r d e p a rtid a de u n a reconsideración acerca del lu g ar
d el m arx ism o e n el c o n ju n to d el sa b er relativo a lo hum an o . Se citaba al
e m p ezar a K. K orsch, y n o e ra p o r capricho. P ara él, la clase o b re ra dirigi­
d a p o r la teo ría d e M arx n o es sólo, com o h ab ía d ich o Engels, «la h e re d e ­
ra d e la filosofía clásica alem ana», sino tam bién la h e re d e ra de la eco n o ­
m ía y d e la investigación social burguesas clásicas. T anto aq u élla com o la
d iscip lin a p r o n to lla m a d a so ciología están in d iso lu b le m e n te ligadas a
la aparición y desarro llo del capitalism o, surgen p a ra dar cu en ta d e un n u e ­
vo o rd e n de transform aciones. A través de H egel, M arx h a to m ad o contac­
to c o n «los ingleses y los franceses del siglo x v iii» , con su nueva c o m p re n ­
sión d e la e stru c tu ra y el m ovim iento de la sociedad y con sus ideales.
A cep ta los ideales d e lib erta d e igualdad h e re d a d o s de la Ilustración d el
siglo xviii, co n v irtién d olos en arm as de la crítica. P or a q u í iría la d iferen ­
cia c o n cu alq u ier g é n e ro d e ideólogo. M arx vuelve co n tra la sociedad de
su é p o c a los ideales q u e esta m ism a sociedad p ro clam ab a d efender, los
co n c re ta y los aplica. Eleva a la categoría de real lo q u e h asta ese m o m e n to
e ra sólo ideal. E llo lo co n sag ra co m o el p e n s a d o r social y p o lítico del si­
glo xix, en o p in ió n d el m e n c io n a d o W right Mills.
F i l o s o f í a c o n t f . m i ’o r á n f a

H ab ía, d esd e lu e g o , u n a tra d ic ió n d e p e n s a m ie n to so c io ló g ico q u e


v en ía d e a n tes y q u e p ro sig u ió d esp u és. M arx se in scrib e en ella com o
el a u to r q u e h a a p o r ta d o las c a teg o rías de las q u e se han se rv id o p o ste­
r io rm e n te to d o s los p e n sa d o re s sociales significativos. H asta el p u n to
d e q u e el d e s a rro llo d e la investigación social y d e la filosofía p o lítica
d u r a n te el ú ltim o siglo h a p o d id o se r co n c e b id o com o u n d iálo g o con
M arx, o co m o u n e n fre n ta m ie n to al desafío in telectu al d e l m arx ism o ,
s e g ú n se m ire. C u a le sq u ie ra q u e se an los térm in o s, la id e a es la m ism a:
M a rx co n stitu y e p u n to d e re fe re n c ia o b lig ad o en to d a d iscusión sobre
lo h istó rico -so cial e n n u e s tro siglo. L o q u e q u e d a p o r d ilu c id a r es si,
co m o p e n s a b a K o rsch , el m arx ism o re p re se n ta , c o n los re to q u e s q u e le
a d e c ú e n a la n u e v a situ a c ió n h istó ric a , «la a u té n tic a cie n c ia so cial de
n u e s tra é p o c a — la so c io lo g ía se ría e n to n c e s «la in au tén tica» : el artifi­
cial e n c a p s u la m ie n to e n u n a d isc ip lin a especializada q u e ju stific a la
h u id a a n te las tareas p rácticas d e la h o r a p re se n te , el m ie d o al socialis­
m o — , o b ie n hay q u e c o n s id e ra r q u e la c o n fro n ta c ió n sigue ab ie rta , a
sa b ie n d a s d e q u e e n este tip o d e co m b a te s las victorias su e len decid irse
a los p u n to s.
Este d iseño d e la situación teórica e n la que había d e inscribirse el m ar­
xism o, fu e te n id o p o r b u e n o h asta h ace un tiem po. Sin em bargo, ya no es
posib le seg u ir p e n s a n d o e n estos asu n to s sin a te n d e r a lo su cedido e n los
ú ltim o s años. H oy sab em os q u e la disyuntiva e n tre m arxism o y sociología
q u e p ro p u sim o s co m o p retex to -g u ía p a ra p e n e tra r e n la n a tu raleza del
discu rso m arx ista está lejos de ag o tar todas las posibilidades. H an pasado
d em asiad as cosas ta n to e n m ateria d e p en sam ien to com o en m a teria polí­
tica c o m o p a ra n o p la n te a rn o s el p ro b le m a del c o n o cim ien to de lo histó-
rico-social d e o tra m an era.
N o se trata d e p asar revista a to d o eso q u e h a ocu rrid o . Se le h a d e n o ­
m in a d o d e d iferen tes form as, seg ú n el aspecto so b re el q u e se quisiera
p o n e r el a c en to (fracaso d e la revolución en O ccid en te, p é rd id a d e l suje­
to rev o lu cio n ario , ag o ta m ie n to d e los viejos m odelos, final d e los g ran d es
relato s d e legitim ación... y caída d el m u r o ) . El resu ltad o final, el efecto úl­
tim o ind iscu tib le, h a sido el d e u n a crisis, u n a im p o rta n te crisis, del lugar
y d e la fu n c ió n q u e v enía d esa rro lla n d o el m arxism o en el c o n ju n to de
u n a e n tid a d m ayor q u e b ien p u d iéram o s llam ar la visión d e l m u n d o del
h o m b re m o d e rn o . P ro b a b le m e n te la tarea d e la h o ra p resen te te n g a que
ver co n el in te n to d e p o n d e ra r, de aproxim arse a u n a estim ación a d ecu a­
d a d e las tran sfo rm acio n es incoadas en n u estro p ro p io p en sam ien to . En
pocas o casiones co m o ésta (com o las d e este tipo, p a ra ex p resa rlo con
m ayor p ro p ie d a d ) se le hace m ás difícil al h o m b re d istin g u ir qué h ay de
n uevo y d e viejo e n su m a n e ra d e pensar.
M a n u ei . C ruz

A u to res h a h ab id o q u e h a n p ro p u esto reco n v ertir la cu estió n acerca


del p re su n to ag o tam ien to del discurso m arxista e n esta otra: ¿sigue sien ­
d o el m u n d o , e n lo esencial, tal y com o lo describió M arx? o, lo q u e viene
a se r lo m ism o, ¿es el caso, re a lm e n te , qu e lo e n te n d a m o s m e jo r sin su
ayuda? La d ificu ltad q u e g e n e ra este tipo de form ulaciones es q u e h ace
u n p la n te a m ie n to casi estrictam en te gnoseológico d e las p ro p u estas m ar-
xistas, lo cual c o n d u c e inev itab lem en te a valorar los sucesos n o previstos
o co n trario s a lo an ticip ad o p o r la d o ctrin a en clave próxim a a la refu ta­
ción. P ero m uy p ro b a b le m e n te co lo car el p ro b le m a ah í sea colocarlo e n
u n a au tén tica vía m u erta. Y no p o rq u e n o q u e p a respuesta a esta o bjeción,
sino p o rq u e la resp u esta (que la hay) oscurece m ás todavía el asunto.
E n m eto d o lo g ía d e la ciencia son m uy conocidos esos ejercicios d e
p ro tecció n d e la te o ría d e cu alq u ier elem en to falsador: so n las d e n o m in a ­
das hipótesis ad lioc, qu e sólo le sirven al científico para d efenderse de u n a
crítica, p ara n e u tralizar u n re p ro c h e , sin a ñ a d ir n in g ú n ele m e n to de c o ­
n o cim ien to . El ejercicio, p o r cierto, sería a q u í p erfe ctam en te viable: bas­
taría c o n re c o rd a r el tó p ico d e «la v enganza d e M arx», q u e señ alab a q u e
todos los erro res, insuficiencias y desviaciones o cu rrid as en los países e n
su m o m e n to llam ados «de socialism o real» era n las consecuencias de h a ­
b e r c o n tra v e n id o las in d icacio n es m a rx ia n a s (q u e p ro p o n ía n in iciar el
e x p e rim e n to histó rico socialista p o r los países m ás ricos y no p o r los m ás
po b res, co m o fin a lm e n te se h iz o ). A plicando el tópico h asta sus últim as
consecuencias, el fracaso m ism o del socialism o real, todo lo o c u rrid o e n
los países del Este, p o d ría ser considerado com o su últim o y definitivo e p i­
sodio. C on este arg u m en to , la p resu n ta falsación habría q u e d a d o desacti­
vada, a base d e in co rp o rarla artificialm ente a la p ropia doctrina. (Dos o b ­
servaciones. La p rim e ra, que es u n tópico de la epistem ología q u e n in g u n a
teo ría es co n trastab le tal cual, sino p o r m ed io — esto es, c o n la ayuda— d e
en u n ciad o s in term e d io s. La seg u n d a, que hay q u e p en sar ese vínculo en
nombre de..., a su vez p o r u n doble m otivo. P o rq u e no hay p en sam ien to
q u e resista si lo ju zg am o s d esde la perspectiva d e lo que se ha h e c h o c o n
él, y p o rq u e tam p o co hay p en sam ien to — ni siquiera científico— que lle­
ve in c o rp o ra d o u n m anual de instrucciones q u e nos in d iq u e q u é p o d em o s
h a c e r co n él.)
P ro b a b le m e n te , p u esto s a m overse e n este p la n o , se a u n a re sp u e sta
sen sata la d a d a p o r los co n servadores m ás perspicaces, q u e n o suelen te ­
n e r in co n v en ien te e n re c o n o c e r el valor de las a p o rtacio n es parciales q u e
h a h e c h o el m arxism o e n el conocim iento del m o d o de p ro d u cció n capita­
lista. P ero esa resp u esta todavía p erm an ece en el in terio r de u n esquem a
sobre el q u e se im p o n e reflexionar. P orque igual d e insatisfactorio resulta
co n sid erar el m arx ism o com o u n a ciencia m ás, q u e esos otros in ten to s d e
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

atrib u irle u n a o rig in a lid ad teórica q u e tal vez haya h ech o aguas. A hora
p o d e m o s ex am in ar bajo u n a nueva luz la articulación en tre los e lem en to s
descriptivo, valorativo y prescriptivo d e l m arxism o q u e en algún m o m e n ­
to se p ro p u so . N os referim os a la tesis según la cual el m arxism o articu la­
b a d e u n a fo rm a p articular, específica, esos tres elem entos, resid ien d o
p recisam en te a h í su rasgo m ás característico. S egún d icha tesis, e n El ca­
p ital coexistían sim u ltá n e a m e n te ta n to teorías o hipótesis teoréticas en
se n tid o en érg ico c u a n to valoraciones y fijaciones d e objetivos o fines pro­
g ram ático s d e c o n d u c ta política: u n m ism o p ro d u c to teó rico in c lu ía la
d e s c rip c ió n del m o d o d e p ro d u c c ió n capitalista, su valoración y u n a pro­
p u e sta p o lítica alternativa. Se su p o n ía que lo m eto d o ló g icam en te nuevo
y relev an te en este caso e ra qu e la totalidad del p ro d u c to teórico estaba
e n fo cad o al servicio d e la m isión histórico-em ancipatoria d e la clase obre­
ra, d e tal m a n e ra q u e el análisis realizado y el p ro g ram a político-social
p ro p u e sto ven ían in d iso lu b lem en te ligados, sien d o esta u n id ad y su ca­
rá c te r rev o lu cio n ario lo específico d el m arxism o. L o que n o significaba,
claro está, qu e los elem en to s co m p o n e n te s de d ich a u n id a d n o p u d ie ra n
se r d iferen ciad o s, co m o ya h ab ía visto el pro p io M arx: «En cu an to a l libro
en sí [El capital] co n viene distinguir dos cosas: los desarrollos positivos... que
p ro p o n e el autor, y las conclusiones tendenciosas q u e saca. Los desarrollos cons­
tituyen u n enriquecimiento directo para la ciencia, pu esto que las relaciones
eco n ó m icas reales son tratadas en él d e u n a fo rm a e n te ra m e n te nueva, si­
g u ie n d o u n m éto d o m aterialista» (carta de M arx a E ngels d e 7 de diciem ­
b re d e 1867).
Q uizá ah o ra estam os en condiciones de p ercibir hasta qué p u n to , al ha­
c e r este o rd e n d e afirm aciones, estábam os a tribuyéndole a M arx y al m ar­
xism o lo q u e en re a lid a d h a sido d esd e siem pre u n a vieja asp iració n del
co n o cim ien to en g en eral: ser algo más que mero conocimiento. C abría citar, a
títu lo d e ejem p lo , la valoración q u e h ace F eyerabend de La Orestiada. En
ella, se n os dice e n «D iálogo sobre el m éto d o » 5, se co m b in a la exposición
factual d e con d icio n es sociales con la crítica d e esas condiciones y la suge­
ren cia d e u n a alternativa, es decir, se piensa a la vez la tríad a descripción-
valoración-prescripción. O el co n o cid o dictum de Aristóteles: la tragedia
es m ás filosófica q u e la h isto ria p o rq u e n o sólo in fo rm a d e lo que ocu­
rrió , sin o q u e ad em ás explica porqué te n ía q u e ocurrir.
Pues b ien , es p recisam en te la distinción (en cierto m o d o recu p erad a)
e n tre los elem en to s descriptivo, valorativo y prescriptivo del m arx ism o la
q u e n os ab o ca al sig u ien te paso: lo q u e h a h e c h o crisis en ese p en sam ien ­
to h a sido el objetivo fijado, el fin p ro p u esto . Los ciu d ad an o s q u e a finales
de los añ o s o c h e n ta reclam ab an en la A lem ania O rien tal u n o rd e n políti­
co d em o crático p a ra su país — com o, n o h a b ría q u e olvidarlo, lo h a b ía n

102
M a n u k i. C r u z

reclam ad o otro s e n los c in cu en ta e n H u n g ría y e n los sesenta e n C hecos­


lovaquia— n o estab an em itien d o u n ju icio epistem ológico a cerca de la
cientificidad d e la p ro p u e sta m arx ian a. Su gesto d e rechazo h a c ia el viejo
o rd e n , p re su n ta m e n te in sp irad o en los textos de M arx, n o d ebe se r en lo
esencial p en sad o d esd e el conocim iento, sino d esde la voluntad. N o ha h a ­
b id o refu tació n sin o rechazo, y es e n esa desafección en la que a n te to d o
d e b e iía n p en sar los m arxistas. Acaso a fin d e re c u p e ra r p ara su discurso
todos esos elem en to s q u e e n el o rig e n tam bién fo rm a b a n parte d e su tra ­
d ició n y q u e en alg ú n m o m e n to fu e ro n d esd eñ o sam en te relegados a la
co nsideración d e «ideología burguesa» y similares. Este fue, según parece,
el e rro r: a b a n d o n a r el proyecto ilustrado, del q u e p o d ían h a b e r sido el
m e jo r episodio, sin h ab erlo cum plido.

103
N otas

1C.Wright Mills, Los marxistas, M éxico, Ediciones Era, 1964, p. 3.


2 Barcelona, Ariel, 1975.
3 En Karl Korsch, ThreeEssays onMarxism, Londres, Pluto Press, 1971, pp. 11-38.
4 Alvin Gouldner, La crisis de la sociología occidental, Buenos Aires, Amorrortu,
1979.
5 P. Feyerabend, «Diálogo sobre el m étodo», en P. Feyerabend, G. Radnitz-
ky, W. Stegm üller y otros, Estructura y desarrollo de la ciencia, Madrid, Alianza,
1984, p. 192.
^ -------------------------

C a p ít u l o V II
La a pu est a p o r la v o l u n t a d

a A n to n io G ram sci (1891-1937) se le suele identificar co n la ex p resió n


«filosofía d e la praxis». N o es se g u ro que ésta refleje con absoluta p reci­
sión sus in ten cio n es. Se vio o bligado a utilizarla e n circunstancias peculia­
res. H ab ía fu n d a d o en 1921 el P a rd d o C om unista italiano, d e l que fu e
n o m b ra d o se cre ta rio g en eral e n 1924. E legido d ip u tad o , fue e n carcelad o
p o r el g o b ie rn o fascista en 1926, c o n u n a c o n d e n a de veinte añ o s, de la
q u e sólo llegó a cu m p lir once. En la cárcel escribió num erosas páginas, e n ­
tre ellas sus co n o cid o s Cuadernos de la cárcel1. En ocasiones se h a dich o q u e
utilizó «filosofía d e la praxis» e n lu g a r de «m arxism o» co n el o b jeto d e
b u rla r a los censores. En to d o caso, la m ag n itu d d e su esfuerzo está m uy
p o r en cim a d e este m atiz. Los tre in ta y dos c u a d e rn o s o cu p an casi tres m il
págin as (dos m il o ch o cien tas c u a re n ta y ocho, p a ra ser exactos) que, se­
g ú n el p rim e r com p ilador, Filippo P latone, c o rre sp o n d e n a cerca de c u a ­
tro m il p ág in as m ecanografiadas. Tras la S eg u n d a G u erra M undial fu e ­
ro n p u b licad o s ag ru p á n d o lo s e n seis volúm enes, el p rim e ro de los cuales
se tituló El materialismo histórico y lafilosofía de Benedetto Croce2.
La revisión crítica d e C roce es utilizada p o r Gram sci com o ocasión
p a ra d efin ir su p ro p ia posición filosófica. El m ovim iento idealista n eo h e-
g elian o , al q u e p e rte n e c ía C roce, ju n to con G entile y (parcialm en te) So­
rel, n o es o b jeto d e u n a descalificación c o m p leta p o r p a rte de G ram sci. El
p ien sa q ue, a u n q u e equivocado en su aspecto idealista, d ich o n eo h eg elia-
n ism o p o d ía serv ir p a ra q u e el m arxism o re c o b ra ra el carácter dialéctico
q u e estab a p e rd ie n d o al convertirse en u n sim ple m aterialism o. A u n q u e
e n u n se n tid o id ealista y especulativo, la filosofía clásica ale m a n a hab ía in ­
tro d u cid o u n co n c e p to de «creatividad» d el p en sam ien to que sólo la filo ­
sofía de lapraxisgram sciana p o d ía d esarro llar d e m a n e ra consecuente.
P e ro ese d e s a rr o llo es to d av ía u n a ta re a p e n d ie n te . P o r d e p ro n to ,
G ram sci c o m p arte co n C roce la id e a de q u e la filosofía d el m arxism o está

107
1
F ii.o s o f a c o n te m p o r á n e a

p o r elaborar, d e q u e existe en fo rm a de criterios m etodológicos o aforis­


m os cuya significación filosófica a u n n o se h a extraído. C roce derivaba de
a q u í la c o n se c u e n c ia , en la q u e G rarnsci ya n o le sigue, d e q u e M arx es
sólo u n rev o lu cio n ario qu e sustituye la filosofía p o r la práctica. F re n te a
esto, el co n v en cim ien to g ram sciano es que disponem os d e criterios con
los q u e a b o rd a r esta tarea. Hay q u e e m p re n d e r la busca d e la dialéctica
p e rd id a p o r u ñ a d e te rm in a d a in terp retació n del m arxism o.
La ap u esta es a favor de la radical originalidad d e la filosofía d e l m ar­
xism o, q u e se le a p a re c e a G ram sci com o ab so lu ta m e n te in d e p e n d ie n te
d e c u a lq u ie r o tr a filosofía. D e a h í su crítica al m aterialism o trad icio n al.
L a a ctitu d m aterialista se resum e, e n lo esencial, en tres puntos. El p rim e­
ro afirm a la p rim a cía d e la m ateria sobre el espíritu, el seg u n d o d e fien d e
la realid ad del m u n d o ex terio r y el tercero co n sid era el co n o cim ien to
c o m o el reflejo e n el p e n sa m ie n to de lo real objetivo. P or lo q u e resp ec­
ta al p rim e r p u n to , conviene p e n e tra r en su significado y h a c e r explícitas
las co n clu sio n es q u e d e él q u e p a n derivar para, de esta form a, p recisar el
v e rd a d e ro alcan ce d e la tesis. Esta, en definitiva, al afirm ar la p rim acía de
u n e le m e n to so b re o tro , viene a d ecir q u e la m ateria es previa y e n g e n d ra
al esp íritu co m o su p ro d u c to , d e b ie n d o esto ser e n te n d id o d e u n a m a n e ­
ra g e n eral, sea cual sea el ele m e n to q u e coloquem os en dichos lugares.
T an to da, p o r ejem p lo , q u e hab lem o s de las relaciones cerebro-conscien­
cia, co m o del a co n tece r histórico, com o, en fin, de la relación en tre la base
eco n ó m ica y las so b reestru ctu ras.
La tesis m aterialista d e la p rim acía de la m ateria sobre el espíritu desem ­
b o cab a a los ojos de n u estro a u to r en lo que en la je rg a filosófica tradicio­
n al se aco stu m b ra a d e n o m in a r u n m onism o m etafisico, el cual hacía de
a q u é lla la ú n ic a re a lid a d , q u e d a n d o co n esto re d u c id o el esp íritu , en el
m ejo r d e los casos, a m e ro reflejo d e ella, a ep ifen ó m en o . H e aq u í — opi­
n a G ram sci— u n esq u em a teórico d irectam en te inspirado e n u n a vieja fi­
g u ra filosófica, la d e las relaciones esencia-apariencia. Lo p e o r de la figu­
ra n o es su a n tig ü e d a d sino las co n secu en cias a q u e d a lu g a r c u a n d o se
ap lica a otro s ám b ito s fu era d e la filosofía. Así, cu a n d o se aplica a ese ám ­
b ito al q u e siem p re h a sido tan sensible el m arxism o, com o es el de la eco­
n o m ía, p ro p icia lo q u e se suele d e n o m in a r el d eterm in ism o económ ico,
m a n ifie sta m e n te e je m p lific a d o p o r el m ecan icism o estalinista. E n él
se c o n s id e ra q u e el lu g a r d e la esencia lo o c u p a la e stru c tu ra eco n ó m ica,
q u e d a n d o releg ad o s el resto d e niveles (p o r ejem plo, el de la política o el
d e las ideas) a la categoría d e m eras excrecencias o subproductos d e aque­
lla estru ctu ra. L a e c o n o m ía es lo ú n ico q u e im p o rta y el ú n ico p lan o a tra­
vés d el cual la sociedad resulta inteligible. T odo se explica p o r las instancias
eco n ó m icas y so n las tran sfo rm acio n es en esa esfera las q u e en exclusiva

108
M a n u k i. C r u z

m erecen ser perseg u id as. Se trata, e n definitiva, d e u n a suerte d e m etafí­


sica e n la q u e el lu g a r e n el que antes estaba Dios, ah o ra lo o cu p a la m ate­
ria (la cual, a su vez, p u e d e a d o p ta r diversos ro p a je s), piensa G ram sci.
Id én tica m otivación tiene el rechazo gram sciano de las otras tesis tó p i­
cas d e l m aterialism o, la d e la afirm ación de la realidad del m u n d o ex te ­
rio r y la de la co n sid erac ió n del co n o cim ien to c o m o el reflejo e n el p en sa­
m ie n to d e la realid ad objetiva. A m bas tesis co n fo rm an u n a te o ría realista
d el se r y d el c o n o c im ie n to . D esde el p u n to de vista o n to ló g ico , c re e r en
la ex isten cia del m u n d o e x terio r fu e ra e in d e p e n d ie n te m e n te d e la c o n ­
cien cia es cosa q u e ta m b ié n se halla ex p resa d a e n tre teólogos. M e rec e la
p e n a fijarse en esta id ea p o rq u e e n tr a e n conflicto con lo que a m e n u d o
tie n d e a p en sarse resp ecto de los p ensam ientos religiosos, que su e len ve­
n ir asociados a las m etafísicas m ás rab io sam en te idealistas.
Las observaciones d e Gram sci en este p u n to so n ciertam ente p e rtin e n ­
tes. N o hay n a d a d e casual en la señalada vecindad con la teología: a la on-
to lo g ía realista a q u e n o s re fe ría m o s le c o rre sp o n d e u n p la n te a m ie n to
g n o seológico q u e e n tie n d e el co n o cim ien to com o algo e x tra h u m a n o (y,
p o r tan to , ex trah istó rico ). D ebe ser así p o rq u e d ich a o n to lo g ía tiene su
o rig e n en la fe e n u n Dios trascen d e n te q u e crea el m u n d o y sus atributos
an tes d e cre a r al h o m b re com o sujeto del co nocim iento. Este, p o r así d e ­
cir, se e n c u e n tra co n la realid ad ya hecha. Sólo le q u e d a registrar ese d ato ,
a d e c u a r su p e n s a m ie n to al se r ex iste n te e n sí. R e alid a d y c o n o c im ie n to
son, seg ú n esto, ajen o s al h o m b re y a la historia. L a realidad estab a desde
an tes, c re a d a p o r Dios, y el co n o c im ie n to n o es m ás q u e el g e sto p o r el
q u e levantam os acta de la p resen c ia d e ese preexistente.
P ero h ay q u e d e c ir q u e d ich o gesto no es, en el fo n d o , más q u e un to r­
pe rem ed o , u n a b u rd a im itación d e u n a facultad divina. Un tal conoci­
m ien to del m undo-por-siem pre-en-sí, sólo le resulta posible a D ios. De a h í
q u e G ram sci califique a esta gnoseología com o m etafísica, por cu an to q u e,
a im ag en y sem ejanza d e El, convierte el co n o cim ien to h u m a n o en refle­
jo (etern o ) d e la m ateria (eterna) en sí. En definitiva, la concepción de u n a
«objetividad ex trah istó rica y e x trah u m an a» (Gram sci) resulta insepara­
b le d e la teo lo g ía y del creacionism o. «¿Q uién p o d rá colocarse e n esta es­
p ecie de “p u n to d e vista de cosm os e n sí” y q u é significará u n p u n to de vista
sem ejante?», se p re g u n ta Gramsci. Sólo Dios, se resp o n d e. No es fortuito
q u e esta o n to lo g ía y esta gnoseología realistas se e n c u e n tre n tam b ién en
filósofos com o D escartes o T om ás d e A quino. E n realidad, se trata d e la
d o c trin a oficial d e la Iglesia, p a ra la q u e «m undo exterior» y p en sam ien to
h u m a n o (q u e lo refleja objetivam ente) son creaciones divinas.
P ero la d e m o ra en los detalles d e la crítica gram sciana a los enfoques
equivocados n o p u e d e evitar — sólo apenas retrasar— el p lan team ien to

109
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d e la p re g u n ta clave: ¿desde d ó n d e h ab la Gramsci? Si co n tin u am o s refi­


rié n d o n o s a esos m aterialism os d e q u e veníam os h ab lan d o , e n to n ces hay
q u e d e c ir q u e a ese en fo q u e G ram sci o p o n e u n a visión del m arxism o en
la q u e las relaciones e n tre el p en sam ien to de M arx y las relacio n es ante­
rio res so n p lan tead as en u n o s nuevos térm inos. A cep tan d o , al estilo le-
n in ia n o (q u ien h a b ía escrito u n trab ajo p recisam en te con este títu lo ), la
existen cia de tres fu en tes y partes in teg ran tes del m arxism o — la filosofía,
la e c o n o m ía p o lítica y la ciencia p olítica— , concibe a éste c o m o la síntesis
d e los tres e lem en to s.
La posib ilid ad d e d ich a síntesis viene fu n d ad a so b re la base ú ltim a de
la historia. G ram sci recoge la observación de M arx a propósito d e la rela­
ció n e n tre el len g u aje político francés de P ro u d h o n y el lengueye d e la fi­
losofía clásica alem an a, p a ra co n clu ir d e ah í q u e u n a m ism a fase histórica
se m anifieste filosóficam ente en A lem ania y políticam ente e n Francia. Re­
c u p e ra n d o p a ra n u e stro p ro p ó sito algo de lo q u e dijim os e n el epígrafe
an terio r: en el o rig en del m arxism o, com o su m o m e n to p rep arato rio , apa­
rece to d a la c u ltu ra e u ro p e a del siglo xix, y n o tan sólo, co m o c o n tanta
fre c u e n c ia se afirm a, la filosofía h eg elian a y sus epígonos. L o que n o sig­
nifica q u e G ram sci rebaje la im p o rtan c ia del elem en to filosófico en el
c o n ju n to d e la p ro p u e sta m arxista, sino m ás b ie n q u e piensa la n a tu ra le ­
za d e su filosofía bajo u n a nueva luz. La idea gram sciana d e la filosofía
a rra n c a d e u n a d efin ició n de la m ism a en cu an to c o n cep c ió n del m u n d o
— en definitiva, actividad co n cep tu al cuyo objeto es la realidad— q u e in­
te g ra ta n to la teo ría co m o las n o rm as d e co n d u cta q u e de ella se d e sp re n ­
d en . Es, p o r tan to , a la vez q u e co n o cim ien to , m oral y política.
Esta afirm ació n — to m ad a p recisam en te en estos térm in o s— in d ica ya
u n a n o tab le d iferen c ia con respecto a la visión de otro s filósofos m arxis-
tas acerca de esta m ism a cuestión. P o r ejem plo, respecto a la visión d e to­
dos aq u ello s (en el p ró x im o epígrafe h ablarem os d e uno, Louis Althus-
ser) q u e e n te n d ie ro n el co n o cim ien to com o p atrim o n io exclusivo de la
cien cia. P o r el c o n tra rio , p a ra G ram sci la filosofía es reflexión, co n o ci­
m ie n to q u e el h o m b re va a d q u irie n d o progresivam ente acerca d e sí mis­
m o . A u to co n cien cia, e n sum a. Y es a q u í d o n d e ya in terv ie n e la dim ensión
h istórica. Si el h o m b re n o es algo ya d a d o de u n a vez p o r todas, sin o que,
p o r el c o n trario , d espliega sus d eterm in acio n es en el transcurso d e l deve­
n ir h istórico, su au to co n scien cia v en d rá in d iso lu b lem en te ligada a su au-
to p ro d u c c ió n co m o se r hu m an o .
D icho d e o tra fo rm a, la filosofía se identifica con la historia, es la «me­
to d o lo g ía d e la histo riografía» en e x p resió n d e C roce, sin q u e ello d eba
se r e n te n d id o co m o u n a disolución in stru m en tal de la filosofía en la cien­
cia d e la histo ria. La filosofía tien e com o p re te n sió n ay u d ar al h o m b re a

1 10
M a n u k i. C ruz

to m a r co n scien cia d e sí m ism o. D e a h í q u e no sea fu n d a d o el te m o r d e


q u e ésta p u d ie ra verse re d u c id a a sociología, eco n o m ía, política, e tc é te ­
ra, a b a n d o n a n d o así, p ara d ó jic a m e n te , el tem a d e l h o m b re, p u esto q u e
ello sig n ificaría la r e n u n c ia a su d im e n sió n p ráctica — esto es, m o ral y
política.
Lo q u e su ced e es q u e G ram sci, con tal fo rm ulación, está a p u n ta n d o
hacia ese p ro b lem a gnoseológico fu n d am en tal al q u e ya hem os h ech o a lu ­
sión: el d e la llam ad a «teoría m aterialista d el conocim iento», co n la q u e
po lem izará ex p lícitam en te. Lo im p o rta n te d e la p olém ica es q u e nos p e r ­
m ite tra n sita r d ire c ta m e n te al d e b a te so b re la especificidad d e la filoso­
fía m arx ista co n resp ecto a las filosofías del pasado, en la m e d id a en q u e
G ram sci n ieg a q u e el m aterialism o sea la filosofía del m arxism o, c o rta n ­
do así las trad icio n ales am arras q u e ligaban a éste co n la h isto ria de la filo­
sofía p re c e d e n te .
A h o ra b ie n , im p o rta p re c isa r este ú ltim o e le m e n to . G ram sci co n si­
d e ra co m o filosofía m o d e rn a el h egelianism o y su teo ría del E spíritu. Ya
h a q u e d a d o su ficien tem en te señ alad a la d istancia que, e n la c o n cep c ió n
gram sciana, se p ara al m arxism o d e las filosofías m aterialistas y realistas.
Estas ig n o ra n la actividad h u m a n a y conciben el co n o cim ien to de lo real
c o m o u n a m e ra actividad receptiva, desgajándolo así de la actividad p rá c ­
tica. P o r el co n trario , al idealism o le cabe el m érito de h a b e r p en sad o la
v erd ad n o co m o m e ra co n tem p lació n , sino com o co n stru cció n del espíri­
tu h u m a n o . D e a h í q u e, p a ra G ram sci, la filosofía d e la praxis derive d e la
filosofía clásica alem an a, del idealism o e n definitiva. C ierto q u e el idealis­
m o h a e n te n d id o la d im en sió n activa del h o m b re d e u n a m a n e ra ilim ita­
da, co m o actividad teórica ig n o ran te de la praxis concreta, pero, a pesar d e
ello y d e los a b su rd o s solipsistas a los que co n d u ce lógicam en te, la id e n ti­
ficación q u e lleva a cabo e n tre c o n o cim ien to de lo real y c o n stru cció n d e
lo real le co n v ierten e n el p re c e d e n te más in m ed iato del m arxism o c om o
filosofía d e la praxis.
P o r consiguiente, la tarea prim ordial de esta filosofía m arxista en co n s­
titu c ió n se rá la d e p ro p o rc io n a r e l c o n te n id o c o rre c to a esa d im e n sió n
activa, a esa esfera d e la in te rv e n c ió n h u m a n a q u e el idealism o n o su p o
tem atizar. A p ro p ó sito del co n o cim ien to , G ram sci va a p a rtir d el p rin ci­
p io fu n d a m e n ta l d e la u n id a d de la teoría y la práctica. El co n o cim ien to
resu lta in sep arab le d e la transform ación d e la realidad p o r p arte del h o m ­
bre. Al ser histó rica su práctica, la teo ría v en d rá tam bién d o ta d a de ese ca­
rá c te r d e h isto ricid ad . Lo q u e significa, obviam ente, q u e la validez de la
teo ría e n cu estió n a p a re c e rá in d iso lu b lem en te ligada a la praxis histórica
d e la q u e surge. N o hay sitio aq u í p a ra u n c o n o cim ien to al m arg en de lo
histórico, al m a rg e n del h o m b re. Esto, p o r supuesto, e n m o d o a lg u n o

111
F il o s o f ía c o n t e m i' ü k á n k a

p u e d e c o n d u c irn o s a u n a recaíd a e n el individualism o, p o r c u a n to el


h o m b re d e q u e a q u í se trata no es el individuo aislado del discurso social
b u rg u é s co n serv ad o r, sino las masas h u m an as organizadas bajo u n m odo
d e p ro d u c c ió n d e te rm in a d o , esto es, e n clases sociales.
P o r eso hay q u e se r cuidadoso al asim ilar a G ram sci al «hum anism o».
Si b a sta ra p a ra c o n s id e ra r h u m a n ista a a lg u ien el m e ro h e c h o de q u e se
h ag a la p re g u n ta ¿q u é es el hom b re?, en to n ces n o d eb eríam o s d u d a r en
aplicarle el calificativo. P ero c o n fo rm arse con este resp u esta equivaldría a
m e te r e n el m ism o saco a c u alesq u iera hum anism os, a no d istinguir en tre
m an eras ab ie rta m e n te en fre n ta d as d e e n te n d e r la especificidad d e l hom ­
b re. Y la m a n e ra g ram scian a d e h a c e rlo pasa p o r desplazar la p re g u n ta y
reco n v ertirla e n o tra, p ró x im a sólo en apariencia: ¿qué p u e d e llegar a ser
el h o m b re?, esto es, e n q u é m e d id a el h o m b re p u e d e d o m in a r su destin o ,
p u e d e hacerse, p u e d e crearse u n a vida. P ara G ram sci el h o m b re es u n pro­
ceso, p recisam en te el p ro ceso d e sus actos, situados e n un c o n tex to socio-
h istó rico d e te rm in a d o . E n este m a rc o m ayor d eb e se r inscrita cu a lq u ie r
actividad h u m a n a , in c lu id a la actividad m ism a de p reg u n tarse ¿qué es el
h o m b re? Si p ro c e d e m o s así, p o d re m o s co m p ro b ar q u e d ich a p re g u n ta
n o es a b stracta u objetiva. Es, p o r el c o n trario , co n creta, subjetiva e h istóri­
ca. H a n acid o d e h a b e r reflex io n ad o sobre nosotros m ism os y so b re los
o tro s (es u n a p re g u n ta fechada, q u e p u e d e em p ezar a form ularse a p artir
d el m o m e n to en q u e se d a n u n as ciertas con d icio n es reales y espiritua­
les). P ero h a n acid o tam b ién d e u n a voluntad. Del h ech o d e que q u e re ­
m os saber, en relació n co n lo q u e h em o s reflex io n ad o y visto, qué som os,
q u é p o d em o s llegar a ser: e n q u é grad o , y con q u é lim itaciones, som os ha­
cedores de nosotros mismos, d e n u e stra vida, de n u estro destino — co m o en
su m o m e n to , n o m uy alejado del d e Gram sci, fan taseab a O rtega.
El énfasis en la im p o rta n c ia — p o r m ás q u e procesual— de la volun­
tad, la insistencia, p e rfe c ta m e n te co m p lem en taria d e lo anterior, e n las li­
m itacio n es d e to d o s esos p ro ced im ien to s teóricos q u e creen p o d e r h acer
p red iccio n es d e a q u ello q u e está en m anos del h o m b re qu e suceda, uni­
d o a sus sim patías h acia la filosofía idealista, h a n co n trib u id o a alim en tar
la im ag en d e u n G ram sci d esd eñ o so — cu an d o no receloso— h acia el co­
n o c im ie n to científico-positivo d e la realidad social. Y au n q u e el tópico
ten g a u n fu erte c o m p o n e n te d e verdad, conviene a ñ a d ir algún m atiz, aun­
q u e sólo sea p a ra n o d eslizar u n a im ag en ex ag erad am en te anticientificis-
ta d e G ram sci. E n realid ad — tien e escrito n u estro a u to r— se p u e d e pre­
ver «científicam ente» sólo la lucha, p e ro n o los m o m en to s c o n creto s de
ella, los cuales n o p u e d e n ser sino resultados d e fuerzas opuestas, e n con­
tin u o m o v im ien to y n o red u ctib les n u n c a a cantidades fijas, p o rq u e e n és­
tas la can tid a d se co n v ierte c o n tin u a m e n te e n calidad. Si el «científica­

112
M a n u k i. C h u z

m en te» va en treco m illad o es p o rq u e el tipo de previsión e n el q u e G ram s­


ci está p e n s a n d o es asim ism o peculiar. Se «prevé» realm en te en la m ed id a
en q u e se actúa, en la m ed id a e n q u e se aplica u n esfuerzo voluntario y se
contribuye, p o r tan to , a c re a r c o n c re ta m e n te el resu ltad o «previsto». P re ­
ver es tam b ién c o n trib u ir a q u e lo previsto o cu rra . La previsión se revela,
p o r co nsiguiente, n o com o u n acto científico de conocim iento, sino com o
la ex p resió n ab stracta del esfuerzo q u e se hace, el m odo p ráctico de crear
u n a vo lu n tad colectiva. L a previsión co rre cta es el destilado d e la acción
ad ecu ad a.
P ero estas fo rm as de h a b la r — a q u é ocultarlo— ch o can fro n ta lm e n te
co n los p lan team ien to s h abituales d e la epistem ología c o n te m p o rá n e a ,
p o r lo q u e c o n v e n d rá c o n tin u a r m atizando. El p lan team ien to gram scia-
n o n o im plica la d iso lución de la especificidad del co n o cim ien to científi­
co. Lo q u e o c u r re es q u e hay q u e d istin g u ir la p r e te n s ió n característica
(p o r constituyente) del conocim iento científico, del h ech o de q u e los p ro ­
du cto s d e ese esfuerzo sean p ro d u cto s h u m an o s — con todo lo que ello
co m p o rta — . La cien cia, efectivam ente, se esfuerza en o bjetivar la reali­
dad, e n elim in ar la subjetividad, en unlversalizar el co n o cim ien to que p o ­
seem os d el m u n d o . A h o ra bien, puesto q u e éste n o es algo d a d o de u n a
vez p o r to d as — co m o vim os q u e p re te n d e la m etafísica m aterialista— , su
a p re h e n s ió n será u n proceso, realizado a través d e un a praxis original, la
actividad p ráctico -ex p erim ental. Es ju sto aq u í d o n d e G ram sci sitú a la es­
p ecificid ad d e la cien cia — lo q u e incluye la d ife re n c ia re sp e c to a o tro s
p ro d u cto s d el esp íritu h u m a n o — . Si la ciencia d e la naturaleza constituye
u n se cto r p rivilegiado en el ám bito de la so b reestru c tu ra d e las ideas, ello
es d e b id o a la esp ecificidad d e su praxis: «La ciencia ex p e rim e n ta l h a
co n stitu id o h asta el m o m e n to la base so b re la q u e u n a u n id a d cu ltu ral
se m ejan te h a alcan za d o la m ás g ra n d e ex tensión: h a sido el e le m e n to d e
c o n o c im ie n to q u e h a c o n trib u id o m ás a u n ific a r el e s p íritu , a h a c e rlo
m ás u niversal; es la subjetividad m ás c o n c re ta m e n te objetivada y u nlver­
salizada»3.
A h o ra b ien , esta co n sid erac ió n histórica de las ciencias de la n a tu ra le ­
za p o d ría, en u n p rim e r m o m en to , so rp re n d e r a q u ien interp retase d ich o
carácter so b reestru c tu ral com o incom patible c o n su p re su n c ió n de ver­
d a d y o b jetiv id ad . El m ás su p e rficial análisis d e la h isto ria de la cien cia
m u e s tra s o b ra d a m e n te el e r r o r d e u n a tal in te rp re ta c ió n . La validez d e
u n a teo ría científica está e n fu n ció n de las necesidades d e la c o m u n id a d
científica, en p rim e ra instancia, y d e la c o m u n id ad social, e n últim a. C u a n ­
d o a d ic h a teo ría se le acu m u lan los rompecabezas (p o r utilizar la e x p resió n
d e K u h n ) sin resolver, es a b a n d o n a d a p o r o tra d e la q ue se esp era dé m e ­
j o r c u e n ta d el c o n ju n to d e problem as existentes e n el m o m e n to . P or lo

1 13
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

d em ás, la ciencia n o se p re se n ta n u n c a com o u n a no ció n p u ra m e n te ob­


jetiva; siem p re va en v u elta e n u n a ideología, lo q u e viene a d e m o s tra r que
los c o n cep to s científicos d e b e n ser e n te n d id o s e n su relación con la histo­
ria d el resto d e creacio n es intelectu ales h um anas, c o n el c o n ju n to de la
so b reestru c tu ra.
Sin em b arg o , es p reciso a ú n avanzar u n paso m ás p ara d e ja r b ie n dibu­
ja d o el p la n te a m ie n to g n oseológico gram sciano. Si e n él «objetivo» signi­
fica sie m p re « h u m a n a m e n te objetivo», ¿cóm o evitar los cantos d e sirena
d el agnosticism o k a n tian o , d e u n a p a rte , y del idealism o de H egel y Croce
(q u e e n tie n d e n el ser com o alienación del e sp íritu ), p o r otra? F rente á am ­
bas opcio n es, G ram sci sostiene q u e «para la filosofía d e la praxis el se r no
se p u e d e se p ara r d el pensar, el h o m b re de la naturaleza, la actividad de la
m ateria, el sujeto d el objeto; si se h ace esta se p ara ció n se cae en u n a de
tan tas fo rm as d e relig ió n , o en la abstracción sin sentido». P o r tan to , en la
visión gram scian a d el p ro ceso de co n o cim ien to n o se rá posible h a b la r en
térm in o d e «descubrim ientos» — p u es im plican separación— sino ta n sólo
d e «creaciones», q u e tie n e n lu g ar en el ám bito d e la historia h u m a n a . La
objetiv id ad científica, e n co n secu en cia, d eb e ser co n sid erad a co m o algo
su p rain d iv id u al, es decir, universal.
Lo q u e n o significa, p o r su puesto, q u e la N aturaleza sea u n a creación
del h o m b re . El co n o c im ie n to es objetivación y universalización d e la expe­
riencia, d e aq u ello q u e se m anifiesta al h o m b re en el transcurso d e su re­
lación activa con la N aturaleza. La cristalización, si se prefiere, d e ese com er­
cio co n el m u n d o q u e el h o m b re h a venido m a n te n ie n d o a todo lo largo
d e su h isto ria. D ich a re la c ió n , q u é d u d a cabe, deja en la so m b ra , p en ­
dien tes d e registrar, parcelas d e la realidad ciertam en te existentes — com o
la histo ria d e la ciencia d em u estra a diario— . P ero lo desconocido n o es lo
incognoscible, y G ram sci piensa, con H egel y M arx, q u e todo el ser está en
el fe n ó m e n o , fre n te al tra n sm u n d o incognoscible del noúmeno kantiano.
D e esta fo rm a, q u e d a evitado el p elig ro de agnosticism o: la m a teria es tal
co m o la co n o cem os, lo q u e n o im p id e que n u estro co n o cim ien to evolu­
cio n e sin cesar. (Se observará, p o r lo dem ás, que dos d e los postulados gno-
seológicos g ram scianos m ás polém icos, el del carácter histórico d el cono­
cim ien to y el d e su intersubjetividad, constituyen dos lugares co m u n es de
las actu ales filosofía e h istoriografía d e la ciencia, a n o ser q u e se piense,
c o n K ant, q u e la cien cia culm inó e n N ew ton.) O co n un lenguaje proce-
sual, m ás p ro p io d e Gram sci: a c e p ta r q u e la h isto ria d e la n a tu ra le z a no
sea cosa d el h o m b re n o im plica q u e la historia d e esa h istoria — la ciencia,
en su m a— tam p o co lo sea.
La filosofía d el m arxism o, pues, tal com o la e n tie n d e Gram sci (y, más
allá, p o r cierto, to d a u n a trad ició n m arxista italiana), no es sim p lem en te

114
M a n u n í. C r u z

u n a co n cep c ió n d el d ev enir histórico, sino, sobre todo, u n a te o ría de lo


real o u n a c o n c e p c ió n d el m u n d o . E n este p u n to , lo ju sto se ría reivindi­
car la ra ig a m b re le n in ia n a d e su en fo q u e: «El m aterialism o dialéctico
insiste so b re el c a rá c te r aproxim ativo, relativo, d e toda te o ría científica
acerca d e la e s tru c tu ra de la m a teria y sus p ro p ied ad es; insiste e n la in e ­
xisten cia d e lím ites absolutos n aturales, en el tránsito d e la m ateria e n
m o v im ien to d e u n estad o a o tro q u e nos p arece incom patible c o n el p ri­
m ero, etcétera», escribió L enin en Materialismo y empiriocriticismoEsta p o ­
sición, e n efecto, resu lta co in cid en te en lo esencial con la m a n te n id a p o r
G ram sci.
P recisam en te d e b id o a ese carácter cam b ian te d e la ciencia, la filoso­
fía m arx ista — p o r elab o rar— h a d e saber m a n te n e r u n a estrech a rela­
ció n co n ella, si p reten d e conseguir el objetivo d e alcanzar u n a «concepción
d el m u n d o » u n itaria , articu lad a al m áxim o y ab ierta a nuevas adquisicio­
nes. P ara ello, se trata d e c o n s tru ir u n a teo ría que, p artien d o d e los fu n ­
d am en to s p u estos p o r los «clásicos», asum a las conquistas m ás avanzadas
del saber. Cosa q u e se halla en las antípodas de los «catecismos» oficiales d el
m arx ism o q u e — al m o d o d e Stalin— p resen tab a n las leyes de la dialécti­
ca científica sep arad as d e su historia, de su génesis, convertidas, com o co ­
rre s p o n d e a u n catecism o, en dogm as d e fe. (A ctitud ésta, p o r lo dem ás,
a b so lu ta m e n te co n secu en te si se h a abrazado el m aterialism o m etafísico
co m o filosofía d el m arxism o.)
P ara G ram sci, la filosofía d el m arx ism o es o tra cosa. A u n q u e tal vez
p ara term in a r n o esté d e m ás hacerse un p a r de preguntas, e n tre ingenuas
e im p ertin en te s, referidas a la trad ició n en q u e esa filosofía d e b e ser in te ­
grada: ¿q u ed a algo p o r salvar del m aterialism o?, ¿le sigue c o n c e rn ie n d o a
G ram sci d e a lg u n a m a n e ra ese cartel? Sí en am bos casos. Hay u n uso, p e r ­
fectam en te válido p a ra G ram sci, d el térm in o m aterialism o. Es el qu e se
e n c u e n tra en raizad o d e m a n e ra p ro fu n d a e n el com bate ideológico c o n ­
tra el espiritu alism o religioso. Así e n te n d id o , el m aterialism o constituye
u n a afirm ació n d e te rre n a lid a d , u n rechazo de to d o tipo de trascen d en -
talism o en la vida y e n los valores. (Gram sci h a criticado reiterad a m e n te las
id eas d e o rig e n religioso, a lin e á n d o s e en este p u n to con M arx y L en in ,
q u e e ra n ateo s e n to d a la e x te n s ió n d e la p alab ra: criticab an la relig ió n
p o r sí m ism a, co n in d e p e n d e n c ia d el uso reaccio n ario q u e se p u d ie ra h a ­
c e r de ella.)
P ero lu eg o está el se n tid o m ás fu e rte d e m aterialism o. M aterialism o
e n te n d id o co m o in m an en tism o : p o stu lad o d e q u e el m u n d o d e b e ex p li­
carse p o r sí. G ram sci lo asum e y, al h acerlo , ejem plifica com o pocos u n
p u n to d e vista a b ie rto e n filosofía. R e co n stru y en d o su p ro p u e sta , se n o s
h a n p ro p o rc io n a d o los a rg u m e n to s p ara q u e el calificativo d e matm alis-

115
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

ta deje d e ser m o n o p o lio d e u n a d e te rm in a d a c o rrie n te —p o n g a m o s de


eje m p lo a los sen sualistas o los realistas— . Y eso, com o c o n tra p a rtid a ,
n o s a u to riz a a re sc a ta r p e n sam ien to s a los q u e sum arias d ico to m ías idea­
lism o /m a te ria lism o h a b ía n c o n d e n a d o al d e s tie rro de la «filosofía b u r­
guesa».
N otas

1 U na útil selección de los mismos, así com o de su correspondencia, se e n ­


cuentra en Antonio Gramsci: Antología, selección, traducción y notas de Manuel Sa­
cristán, México, Siglo XXI, 1970.
2 A. Gramsci, El materialismo histórico y lafilosofía de Benedetto Croce, B uenos A i­
res, Lautaro, 1958.
3 Citado por Jacques Texier, Gramsci, Barcelona, Grijalbo, 1976, p. 113. Cfr.
asimismo A. Gramsci, Introducción a la filosofía de la praxis, Barcelona, Península,
1970, especialm ente el cap. 3: «La ciencia y las ideologías científicas», pp. 83-93.
4 V. I. Lenin, Materialismo y empiriocriticismo, M ontevideo, Pueblos U nidos,
4* ed.: 1966, p. 289.
C a p ít u l o VIII
La c o n f i a n z a e n l a c ie n c ia

T.milis A lthusser pasó los últim os años de su vida e n c e rra d o en u n sanato­


rio psiq u iátrico . F ue la c o n d e n a q u e recibió p o r h a b e r d ad o m u e rte a su
m ujer. A lguien escribió, cuando se conoció la noticia, que A lthusser «anda­
b a p erd id o p o r los m o n tes d e la locura». Paradójico final para q u ien apare­
ció, a los ojos d e sus c o n tem p o rán eo s, com o el apóstol de la racio n alid ad
científica, co m o el crítico im placable d e debilidades hum anistas. Si h u b o
u n m o m en to en q u e pareció correcto hablar de u n primery un segundo Al­
thusser, sep arad o s p o r el fam oso m ayo francés (o p o r u n a crítica congre-
sual d e l PC fran c és, se g ú n alg u n o s exegetas m ás e sc ru p u lo s o s), lo m ás
p ro p io sería a h o ra referirse a u n tercero. El tercerA lthusser es el q u e dejó d e
existir, p o rq u e se q u e d ó sin posibles lectores. ¿Q uién p o d ría volver a le e r
co n ojos lim pios a u n asesino al q u e \?ljusticia, los m édicos y algún q u e o tro
p erio d ista c o n d e n a ro n a la locura?En el m o m en to d e m áxim o a p o g eo e n ­
tre nosotros, en 1971, u n filósofo español describía, n o sin cierto d esd én , a
A lthusser com o «el crispado escritor cuyo agitado filosofar a hachazos m e­
j o r p u e d e re p re se n ta r el desasosiego d el m arxism o e n O ccid en te» 1.
N o e ra m uy e x ag erad o en el co m en tario , p o r lo m enos si se p iensa e n
el estilo, e n el tono d e sus escritos. N o costaría e n c o n tra r frag m en to s de su
o b ra e n los q u e lo m ás destacable, incluso p ara el lecto r m ás in g en u o , m e­
nos p red isp u esto a n in g u n a in terp retació n particular, es p recisam en te la
ex asp eració n , la ten sa m a n e ra de a b o rd a r las cuestiones q u e le im p o rta n .
A ntes d e e n tra r p ro p ia m e n te en el co m en tario de su propuesta, ilu strará
leer la c o n sid eració n q u e hacía A lthusser de los filósofos: «No nos e n g a ñ e ­
mos: los filósofos son com o “moscas en co n tin u o aleteo ”. Son in telectu a­
les sin práctica. D istanciados de todo: su discurso n o es más que el co m e n ­
tario y la n eg ació n d e esta distancia». Es claro qu e n o se p u ed e p e n s a r esto
sin te n e r u n a co n sid erac ió n ig u alm en te recelosa d e la p ro p ia filosofía. D e
ah í su resp u esta a la p re g u n ta «¿y la filosofía?»: «Se convierte en el discur­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

so d e la im p o te n c ia teó rica so b re el v erd ad ero trab ajo de los d e m á s (la


p ráctica científica, artística, política, e tc é te ra ). La filosofía: tanto m ás pre­
ten cio sa se vuelve cu an to s m en o s atrib u to s posee. Esta pretensión p ro d u ­
ce preciosos discursos: la filosofía co m o p reten sió n d eb e rá fig u rar en tre
las bellas artes»2. A u n q u e tam bién hay que advertir q u e estas co nsidera­
ciones n o ag o tan , n i siquiera p a ra el p ro p io Althusser, el ser de la filoso­
fía, co m o te n d re m o s ocasión de ver.
E n el p refacio a su texto m ás representativo, Pour Marx (trad u cid o al
c astellan o co m o L a revolución teórica de M a rx1) , A lthusser h a evocado el
m arco teórico-político en el q u e d e b e n ser e n te n d id o s sus p rim e ro s tex­
tos. El p o stestalinism o vino a re p re se n ta r un desh ielo que dejó a la vista
todos aq u ello s p ro b lem as que la m ilitancia febril de la an terio r e ta p a ha­
b ía o cu ltad o . Tras la m u e rte de S talin y el fam oso XX C ongreso d el PCUS
(aqu el e n el q u e se re c o n o c ie ro n todos los erro res d e la e tap a an te rio r),
se c re a ro n las co n d icio n es qu e p e rm itie ro n reco n sid erar el estatu to del
m arx ism o , verlo co m o algo m ás q u e u n a d o ctrin a política, u n m é to d o de
análisis y acción; an alizarlo an te to d o com o «el cam p o teórico de u n a in­
vestigación fu n d am en tal» .
C onviene q u e n o haya confusión a este respecto: A lthusser no está pro­
p o n ie n d o u n a m era reco n sid eració n d e los usos de M arx, esto es, d e l m ar­
xism o e n c u alq u iera d e sus variantes, sino u n regreso a la o b ra d e M arx
e n c u a n to tal — a la fig ura d e M arx, si se nos ap u ra— . De a h í sus palabras:
«Para c o m p re n d e r a M arx d eb em o s tratarlo com o u n sabio en tre otros, y
ap licar a su o b ra cien tífica los m ism os conceptos epistem ológicos e histó­
ricos q u e aplicam os a otros: en este caso Lavoisier. M arx aparece así com o
u n fu n d a d o r de ciencia, co m p arab le a Galileo y a Lavoisier»4.
P ero el deshielo d escubre tam bién la inexistencia d e in stru m en to s teó­
ricos c o n los q u e reso lver d ich o s p ro b lem as. No resu lta excesivam ente
difícil d a r con pasajes q u e p a re c e n avalar la im ag en del ta n d en o stad o
teo ricism o alth u sseriano. P o r ejem plo: «Es p o rq u e la teoría de M arx es
“v e rd a d e ra ” p o r lo q u e p u d o ser ap licad a con éxito y no p o rq u e fu e apli­
cad a co n éxito p o r lo q u e es verdadera. El criterio pragm atista p u e d e con­
v en ir a u n a técn ica q u e n o ten g a m ás h o rizo n te q u e su cam po d e ejerci­
cio, p e ro n o a co n o cim ien to s científicos»5. La cuestión im p o rta n te es si
ese teoricism o — q u e lo hay, sin n in g ú n g én ero de dudas— tiene su ori­
g en en la señ alad a caren cia de in stru m en to s, asim ism o real.
A lth u sser se p ro p o n e d a r u n p o co d e existencia y consistencia teórica
a la filosofía m arxista. Al em p ezar a h acerlo se en cu en tra, n o exactam en­
te co n u n vacío teó rico , sino co n u n co n te n id o e rró n e o . A ños después lo
d irá co n su p ro p io lenguaje: antes del discurso científico n o está la nada:
está el discurso ideo ló gico en cu alq u iera de sus m últiples variantes. Por
M a n u k i. C r u z

ejem p lo , las tesis socialdem ócratas (es decir, hum anistas) a p ro p ó sito de
la o b ra d e M arx, p o ten ciad as p o r la publicación en 1932 de los M anuscii-
tos económico-filosóficos, o esa filosofía imposible a la q u e se veían em p u jad o s
los filósofos co m u n istas que n o q u e ría n re n u n c ia r a la teoría (H usserl dis­
frazad o d e M arx, H egel disfrazado d e M arx...: intentos de síntesis contra
natura d estin ad o s a p re se n ta r u n m arxism o confortable, sin aristas filosó­
ficas) . A lthusser se va a o p o n e r a to d o este m agm a p seudoteórico en n o m ­
b re d e lo qu e él c ree la ú n ica in stan cia posible: el pro p io M arx.
P ero , p ara em pezar, ese propio M arx n o es lodo Marx. E n realid ad , hay
¿fe M arx, el jo v e n y el m ad u ro , separados p o r lo q u e A lthusser h a llam ado
u n a ruptura epistemológica (co n cep to q u e to m a prestado del filósofo de la
ciencia francés, G astón B ach elard ). Esta ru p tu ra tuvo lugar e n 1845.
T o d a la p ro d u c c ió n a n te rio r (de su tesis d octoral a 1.a Sagrada Familia in ­
clusive) co m p o n e lo q u e se a costum bra a d e n o m in a r las «obras d e lajuven-
tu d d e M arx». L u eg o están las «obras de la ru p tu ra» p ro p ia m e n te d icha
(Tesis sobreFeuerbachy L a ideología alemana)y a co n tin u ació n las «obras d e
m ad u rez» . De e n tr e las de este último Marx, A lthusser d estaca E l capital.
A su lectu ra d ed icó u n sem inario e n 1965, del q u e salió su o tro g ra n libro,
Para leer «El capital».
El jo v e n M arx n o se fo rm u la sus propias p reguntas, sino q u e se hace
eco d e las p reg u n tas ajenas. L a problem ática q u e m a n e ja — su o rd e n p ro ­
fu n d o d e se n tid o — es la racionalista-liberal d e tipo kantiano-fichteano en
u n p rim e r m o m en to , y la antropológica de F euerbach en u n se g u n d o (Alt­
h u sser p ien sa q u e el h egelianism o del jo v en M arx sólo resulta d efen d ib le
p a rtie n d o d e u n o d e los últim os textos de este p erio d o y que, a u n así, la
relació n co n H eg el d e b e p lan tearse a través de la m ediación feuerbachia-
n a ). El a n tih u m an ism o de A lthusser se d eb e e n te n d e r en esta p ersp ec ti­
va, co m o ten d rem o s ocasión d e analizar. La r u p tu ra de 1845 es a b a n d o n o
d e u n a p ro b lem ática e n la q u e el co n cep to d e h o m b re e ra fu n d am en to d e
la filosofía, d e la h isto ria y d e la política, y tránsito a una nueva p ro b lem á­
tica científica, el m aterialism o histórico, q u e g e n e ra u n a nueva filosofía,
el m aterialism o dialéctico.
Este A lth u sser gu staba d e re p e tir q u e M arx h ab ía sido el d escu b rid o r
d e u n nuevo continente teórico, la historia, fu n d a n d o así el m aterialism o his­
tórico. D icha cien cia tien e p o r objeto los m odos d e p ro d u cció n q u e h a n
su rg id o y q u e su rg irán en la historia. E studia su estru ctu ra, su constitu­
ció n y las fo rm as d e transición q u e p e rm ite n el paso de u n m o d o de p ro ­
d u cció n a o tro . Al a firm ar esto, A lthusser se o p o n e a q uienes h a n p resen ­
tad o a M arx c o m o u n crítico d e la sociedad capitalista exclusivam ente. Es
cierto q u e en E l capital se nos p ro p o rc io n a la teo ría d esarro llad a de u n
solo y ú n ico m o d o d e p ro d u cció n , p e ro n o lo es m enos que tam b ién se

121
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

n o s o fre c e n los c o n cep to s p ara e la b o ra r las teorías d e los restan tes y de la


totalid ad . C onceptos com o el m ism o d e m odo d e p rod u cció n , el d e form a­
ció n social y el d e co y u n tu ra política (en o rd en de abstracción decrecien ­
te) y, d e n tro d e cad a u n o de ellos, la específica relación que se p lan tea e n ­
tre las estru ctu ras regionales (eco n ó m ica,ju ríd ico -p o lítica e ideológica),
se rían los qu e A lth u sser h a d estacado en especial, adem ás d e los ya clási­
cos de fuerzas productivas y relaciones de p roducción, entre otros. C o n u n a
cierta co h eren cia, p o r cierto. Se d iría q u e los p rim e ro s p e rm ite n p en sar
m ejo r la d im en sió n d iacró n ica de la sociedad.
El m aterialism o dialéctico es u n a filosofía d e la ciencia, la filosofía del
m aterialism o h istó rico , m ás precisam ente. N ació al m ism o tiem p o que él
y, co m o él, se e n c u e n tra aú n p o r desarrollar. Los textos filosóficos d e M arx
d e q u e d isp o n e m o s so n co n fre c u e n c ia en ig m ático s, d e lib e ra d a m e n te
p o lém ico s o m uy elípticos, p ero e n to d o caso n o tenem os n a d a suyo que
equivalga, ni re m o ta m e n te a El capital. P ara A lthusser, la filosofía m arxis-
ta n u n c a nos es d a d a e n u n a fo rm a ad ecu a d a a su objeto. Se halla co n te­
n id a «en estad o práctico» en El capital y en los resultados d e la actu ació n
d e los p a rtid o s co m u n istas, así c o m o e n las reflex io n es p olíticas d e sus
g ran d es dirig en tes, com o, p o r ejem plo, L enin (en 1969, A lthusser publi­
có u n tex to titu lad o L enin y la filosofía6) . La tarea del filósofo m arx ista hoy
h a d e se r la de a rra n c a r la filosofía d e los textos q u e la co n tien en , d ed u cirla
m e d ia n te u n p ro fu n d o trabajo crítico y u n análisis riguroso d e los textos y
d e las o bras, teóricas y prácticas, q u e nos legaron. E n explícita y p o lém ica
r e fe re n c ia a A n to n io G ram sci, A lthusser escribe en dicho texto: «Lo que
el m arx ism o in tro d u c e de nuevo e n la filosofía es u n a nueva práctica de la
filosofía. E l marxismo no es una (nueva) filosofía de la praxis, sino u n a práctica
(nueva) d e la filosofía»7.
Algo, sin e m b a rg o , p o d em o s d e c ir acerca d e su co n te n id o . P o r ejem ­
p lo , q u e la filosofía m arxista, a d iferen c ia de la ideología filosófica con la
q u e ro m p e , tien e caracteres to ta lm e n te com parables a los d e u n a ciencia.
C o m o tal, se m anifiesta bajo dos aspectos: 1) u n a teoría, que co n tie n e el sis­
tem a co n cep tu al teórico e n q u e se p iensa su objeto: el materialismo, y 2) un
método q u e , e n su ap licación a su o bjeto, expresa la relación q u e m an tien e
la te o ría co n éste: la dialéctica. De h e c h o , dos d e las p ro p u estas m ás con­
tro v ertid as de A lthusser, la n o ció n de causalidad estru ctu ral y su id e a de
la d ialéctica co m o u n p roceso sin sujeto ni fines, tie n e n que ver con este úl­
tim o aspecto. P ero n o es e n tales aspectos d o n d e creem os q u e hoy m erez­
ca m ás la p e n a d em o rarse.
H em o s h e c h o u n a ap re su ra d a m en ció n a lo m ás representativo d e Alt­
husser, a los tópicos p o r los q u e es m ás co n o cid o y q u e le id en tifican . Su
seg u n d a etap a n o a ñ a d e g ran cosa teórica a la p rim e ra, fuera de ab u n d a n ­

122
M a n u k i. C r u z

tes co n sid erac io n e s autocríticas y d e u n a tard ía y difícil (re) in c o rp o ra ­


ción d e la lu ch a d e clases a su co m p ren sió n del m arxism o. Pero, en to d o
caso, lim itar la a p o rta c ió n alth u sserian a a este esquem ático desarrollo n o
p e rm itiría e n te n d e r las razones d e la n o to rie d a d q u e obtuvieron sus p r o ­
puestas en el m o m e n to . N o to ried ad que, a n o d u d arlo , se relaciona d e
m a n e ra fu n d a m e n ta l co n las polém icas en las q u e A lthusser se in volucró
de m a n e ra d ecid id a y, d e e n tre ellas, m uy especialm ente, con la p o lém ica
acerca d el estatu to teó rico del discurso hum anista.
P ara e n te n d e r d e fo rm a co rre cta el enfoque con el que A lthusser a b o r­
da este asunto, resulta indispensable echar, siquiera sea p o r un m o m ento, la
vista atrás. C u a n d o M arx ex p o n e en E l capital su p ropósito de, p o r u n lado,
«ex am in ar el rég im en capitalista de producción» y, p o r otro, « d escu b rir
la ley eco n ó m ica q u e rige el m ovim iento de la sociedad m o d e rn a » , p a re ­
ce h a b la r co m o si h u b ie ra u n a ley n atu ral en la sociedad, com o si creyera
e n u n a co n cep c ió n m ecanicista d el m u n d o . Sin em b arg o , M arx n o p ie n ­
sa en n in g u n a su e rte d e «orden natural», ni asum e u n a visión m ecanicista
del m u n d o . A p u n ta, p o r el co n trario , al h e c h o d e q u e los individuos q u e
p articip an e n el p ro ceso en la sociedad capitalista n o son conscientes d e l
m ecan ism o p ro fu n d o d e esa sociedad. El proceso económ ico se p re se n ta
co m o u n pro ceso objetivo, que tran scu rre m ás allá d e las posibilidades d el
in d iv id u o y q u e se le ap arece como una ley natural.
E sto es d eb id o a u n a característica específica d el régim en capitalista
d e p ro d u cció n : la opacidad («si esencia y ap arien cia co in cid ieran , no h a ­
ría falta la ciencia», h a b ía escrito M a rx ). Si e n esta sociedad los individuos
n o co n sig u en ser in m ed iatam en te conscientes, ello es d ebido a q u e la r e a ­
lidad q u e ap arece an te ellos n o m uestra, al trasluz, el m ecanism o p ro fu n d o
d e su fu n cio n am ien to , sino q u e, p o r el co n trario , lo distorsiona, lo «feti-
chiza». Este es el espacio preciso d e actuación d e la categoría m arx ia n a
d e ideología. La id eo lo g ía p ro ced e, a p artir d e esta realidad, m e d ia n te el
d o b le recu rso d e e te rn iz a r lo p a rticu lar y d e g eneralizar lo universal. Di­
ch o co n u n len g u aje m ás sim ple: la ideología es la instancia q u e nos h ace
p ercib ir lo m e ra m e n te coy u n tu ral c o m o inevitable, lo q u e nos lleva a afir­
m a r cosas co m o «esto siem pre h a sido así y siem pre será así» o sim ilares. Se
e n tie n d e d e este m o d o q u e M arx acusase a los econom istas políticos com o
Mili d e « p resen tar a la p ro d u c c ió n [...] com o reg id a p o r leyes ete rn a s de
la n atu raleza, in d e p e n d ie n te s d e la historia, ocasión ésta que sirve p a ra
in tro d u c ir su b rep ticiam en te las relaciones burguesas com o leyes n atu rales
in m u tab les d e la so cied ad in abstracto»8.
C o n v ien e llam ar la a te n c ió n so b re la d im en sió n histórica d e l proceso,
so b re el h e c h o d e q u e las cosas n o se p lan tean de la m ism a m a n e ra en las
d iferen tes épocas. E n tre otras razones, p o rq u e se h a convertid o e n u n lu­

123
F ll« S O F ÍA CONVKMPORÁNFA

g ar c o m ú n teó rico la asignación a la so b re e stru c tu ra (por h ab lar e n tér­


m in o s g en erales) d e l p ap el d o m in a n te en los m o d o s de p ro d u c c ió n pre-
capitalista. Se c o n tra p o n e n , de esta fo rm a, la ép o c a feudal, en la que la
id eo lo g ía religiosa o c u lta ría las relacio n es de p ro d u cció n , a la é p o c a capi­
talista e n la q u e, al c o in c id ir d e te rm in a c ió n y d o m in a c ió n , el p a p e l de lo
eco n ó m ico resu ltaría «evidente», co m o se señalaba h ace u n m o m en to .
El a s u n to es d o b le m e n te im p o rta n te p o rq u e p e rm ite re c u p e r a r u n
tem a q u e h a sido h istó ricam en te p rim o rd ial e n el com bate ideológico del
m arx ism o . Q u ien es p la n te a n las cosas d e la m a n e ra señ alad a p a re c e n ol­
vidar — o d esco n o cer— la c o n cep c ió n d e la cuestión religiosa p re se n ta d a
p o r el p ro p io M arx. «La m iseria religiosa es a la vez expresión de la m iseria
real y protesta c o n tra la m iseria real. L a religión es el suspiro de la c ria tu ra
o p rim id a, el án im o d e u n m u n d o sin corazón, el alm a de u n a situación
d esalm ada. Es el o p io del pueblo» («La religión p o p u la r es crasa m e n te m a­
terialista» dirá, añ o s m ás tarde, G ram sci). Así, pues, la fu n ció n q u e d e­
se m p e ñ a tal id eo lo g ía es la d e aten u ar, h acer m ás so p o rtab le, las agresio­
n es de la naturaleza. P ara M arx la id eo lo g ía religiosa — fo rm a ideológica
d o m in a n te bajo el feu d alism o — es algo qu e b ro ta en los mismos optimidos,
es la fo rm a e n q u e éstos viven su re la c ió n co n u n a n a tu ra le z a h o stil. E n­
tre ta n to , las relacio n es de p ro d u c c ió n son ab so lu tam en te diáfanas. P or el
co n trario , bajo el m o d o capitalista, la ideología oculta las relaciones d e p ro ­
d u cció n , qu e ya n o so n «evidentes», y el acceso a la co m p ren sió n d e l m e­
can ism o (al « co razó n se cre to d el reloj», com o d iría C anetti) r e q u ie re
u n trab ajo teó rico d e disipación d e las ilusiones d e la ideología en cu a n to
fo rm a e n q u e los h o m b re s tie n d e n a vivir su lu g ar e n lo económ ico.
Se e n te n d e r á n u e s tra insisten cia e n d e ja r claro qu e u n tal p ro c e d i­
m ie n to sólo es posib le en u n a so cied ad com o la capitalista, q u e o cu lta su
dispositivo últim o. E n el feudalism o, p o r ejem plo, la apro p iació n p o r par­
te d el se ñ o r d e la riq u e z a p ro d u c id a p o r el siervo tien e lu g a r d e fo rm a
c o m p le ta m e n te tra n sp a re n te . La religión, en ese co n tex to , n o p u e d e ser
e n te n d id a c o m o u n a fo rm a d e ideología: es el la m e n to de los oprim idos,
n o la arg u cia d e los opresores. En el m o d o de p ro d u cció n capitalista, p o r
el c o n tra rio , la fo rm a en la q u e el e m p re sa rio , se g ú n M arx, se a p ro p ia
d e p a rte d e la riq u eza p ro d u c id a p o r el trabajador, esto es, lo que técnica­
m e n te se d e n o m in a la extracción d e plusvalía, no es algo «evidente» p o r
sí m ism o. El acceso a ese co n c e p to d e plusvalía re q u iere u n trabajo teóri­
co previo: se ve gracias y a través d e la teoría. (Cosa q u e, p o r lo dem ás, n o
d ejaría d e estar c o n e c ta d a co n la afirm ació n d e L en in de q u e, espontánea­
mente — esto es, a nivel de ap arien cia— el p ro letariad o sólo alcanza u n a
actitu d sindicalista, e n el se n tid o d e m e ra m e n te reivindicativa de sus de­
rech o s, p e ro sin a cc e d e r al p u n to d e vista de la totalidad.) Sin d ich o traba­
M a n u iíi. C r u z

jo , la fo rm a ap arien cial de c o m p re n d e r la realid ad d ebe ser co n sid erad a


co m o falsa co nsciencia, ya q u e la realid ad está «fetichizada».
Esta rectificación d e los viejos térm in o s del d eb ate re p e rc u tirá en la
fo rm a d e a b o rd a r el p ro b lem a del h u m an ism o (q u e es e n el fo n d o el p ro ­
b lem a d e la cu o ta d e p ro tag o n ism o q u e estam os dispuestos a atrib u irle a
esa conflictiva e n tid a d llam ada h o m b re ). A quel ju e g o de parejas a que se
hizo referen cia en el epígrafe d ed icad o a Gram sci nos p u ed e servir de n u e ­
vo p a ra e n te n d e r las d iferencias e n tre enfoques. F re n te a u n a m a n e ra tra­
d icio n al en el m arxism o de p la n te a r las relaciones en tre esencia y a p arien ­
cia, esto es, h acién d o las c o rre sp o n d e r con ciencia e ideología, lo que se
v en ía a p ro p o n e r e n los párra fo s an terio res era hablar, en el lu g ar d e estas
dos últim as, d e consciencia clarificada y falsa consciencia. El té rm in o id eo ­
lo g ía p o d ría q u e d a r reservado p a ra el plus de d efo rm ac ió n in se p arab le
d e u n m o d o d e p ro d u c c ió n co n contradicciones antagónicas, co m o es el
caso d el capitalista.
La rectificación d e los térm inos ofrece varias ventajas, com o, p o r ejem ­
plo, la d e p erm itirn o s escapar a la rígida alternativa en tre ciencia e ideolo­
gía, e n la q u e aq u élla rep re sen tab a la única fo rm a políticam ente aceptable
d e a p ro p iació n d e lo real — cosa esta que, sin d u d a, p o d ría ser valorada
co m o el m ás d irecto atajo al cientificism o— . Tal disyuntiva excluía o e n ­
viaba al confuso lim b o d e la s u p e re stru c tu ra form as de ap ro p iació n espi­
ritu a l d el m u n d o d ifíc ilm en te in teg rab les en u n o de los dos cam p o s se­
ñ alad o s (p o r e jem p lo , el arte) y a las q ue, p o r lo dem ás, M arx n o dejó d e
v alo rar positivam ente en a lg u n o d e sus textos m ás conocidos.
A h o ra b ien , la a n te rio r cita m a rx ia n a a p ro p ó sito de la co in cid en cia
e n tre esen cia y a p a rie n c ia evoca d ire c ta m e n te , com o n o h a b rá d ejado
d e o b servarse, la d u a lid a d k a n tia n a fenómeno/nóumeno, con la q u e tan
b ie n en caja la p a re ja id e o lo g ía /c ie n c ia . R e ap are cen así d e n u ev o los té r­
m in o s p la n te a d o s e n el ep íg rafe an terio r. M arx es consciente d e l p ro b le ­
m a g n o seo ló g ico clave p la n te a d o p o r K ant, e in te n ta su p e ra rlo to m a n ­
do p ie en H egel. C on él p iensa M arx, en efecto, q u e «todo el ser está e n el
fen ó m en o » fre n te al incognoscible tran sm u n d o kantiano. El c o n o cim ien ­
to d e b e p ro fu n d iz a r e n la a p a rie n c ia ya q u e el fe n ó m e n o m anifiesta la
esen cia, es aparición d e la esen cia. La re a lid a d , p o r u tilizar las p alab ras
d e M arx e n L a Sagrada Familia, se ag o ta to ta lm e n te en los fe n ó m e n o s y
m ás allá d e éstos n o existe n ad a. (P o r lo dem ás, com o es sabido, la in te r­
p re ta c ió n d el noúmeno com o inco g n o scib le p o r ser el falso o b je to «abso­
luto» d e las viejas m etafísicas racionalistas constituye p re c isa m e n te u n o
d e los a rg u m e n to s e n la d efen sa q u e de K ant h a n h e c h o alg u n o s m arxis-
tas.) El d eb ate so b re la ideología ap u n ta, pues, u n alcance m ayor del q u e
u n d e te rm in a d o tra ta m ie n to le ac o stu m b ra a co n ced e r, y p e rm ite a la

125
F i m s O F Í A CONTEMPORÁNEA

crític a p e n e tr a r e n el co razó n de la a rg u m e n ta c ió n alth u sserian a, desde


u n a d o b le perspectiva.
P o r u n lado, en u n p rim e r m o m en to , el tratam ie n to racionalista p re­
se n tad o p o r A lth u sser q u e o p o n ía Paciencia, e n te n d id a com o la verdad, a
la id eología, e n te n d id a com o e lerror, q u ed ab a consagrado en a q u ella te­
sis especulativa q u e d efin ía a la filosofía com o «teoría de la p ráctica teóri­
ca»: «La filosofía e ra la E pistem ología y n a d a m ás q u e la E pistem ología»9.
P o r o tro lado, situ ad os ya e n u n a perspectiva m ás global, h em o s e x puesto
u n p la n te a m ie n to d e la cuestión d e la ideología q u e difícilm ente p u e d e
se r co n ciliad o co n el d e A lthusser. Si aq u él es c o rre cto , la g n o se o lo g ía
m arx ian a, a ú n escap an d o al p re su n to agnosticism o kantiano, reco g ería
su criticism o, lo cual viene a significar, en definitiva, la acep tació n d e que
el h o m b re es el c e n tro de la reflex ió n gnoseológica.
D e a h í q u e A lthusser levante, fre n te a K ant y H egel, la b a n d e ra d e Spi­
noza, co m o ú n ica fo rm a d e en fre n ta rse a to d a esa tradición filosófica sus­
te n ta d a so b re el fo n d o d e lo q u e d e n o m in a «la id e o lo g ía ju r íd ic a del
S ujeto» y en la q u e tan to K ant com o H egel se h allarían inm ersos. E n defi­
nitiva, y n o sólo p o r u n a cuestión term inológica, A lthusser n o p u ed e
acep tar u n p la n te a m ie n to q u e coloca com o c ateg o ría cen tral p a ra p en sar
la id eo lo g ía a la consciencia y, m ás allá, al h o m b re h istó ricam en te e n te n ­
d ido. E n realid ad , y p o r seguir con el m ism o lenguaje filosófico tradicio­
nal, es to d a su gn o seología y su o n to lo g ía la qu e se ve sacudida c u a n d o se
p ro fu n d iz a crític am en te en la co n cep c ió n althusseriana d e la ideología.
Se o b serv ará q u e p a ra p o d e r o p o n erse d e fo rm a tan fro n tal a las tesis
hu m an istas, A lth u sser h a n ecesitado usar d e aq u ella cláusula inicial, la de
los dos M arx , q u e le servía p a ra n o to m ar en co n sid erac ió n el re p ro c h e
d e q u e en alg u n o s textos m arx ian o s sí se h a b la de h o m b re. El p ro b lem a
p a ra A lthusser es q u e este p lan te a m ie n to n o acaba con todas las objecio­
nes. H ay otra, q u e p ro b a b le m e n te sea la q u e desde el p u n to de vista filo­
sófico p re se n te m ay o r interés, y es la d e si está p resen te o n o a lo largo de
la totalidad de la obra marxiana el co n cep to d e ser humano, posibilidad que
p o n d ría c ie rta m e n te en ap u ro s al p la n te a m ie n to althusseriano. A to d o el
m u n d o le gu sta co n stru irse u n o s enem igos a su m edida, y A lthusser n o es
en esto u n a ex cep ció n. P ero hay q u e advertir q u e esta o tra o b jeció n no se
id en tifica co n la p re g u n ta p o r la existencia de algún tipo d e an tro p o lo g ía
filosófica, si p o r ello e n te n d e m o s la d escripción d e rasgos h u m an o s inde­
pendientes de la historia. E n ese caso está claro q u e M arx no d isp o n e d e an­
tro p o lo g ía a lg u n a p recisam en te p o rq u e rechaza su u tilid ad p ara co n o cer
el ser d el h o m b re (y e n este sen tid o , p o r tanto, no h a b ría n a d a q u e obje­
ta r a las tesis alth u sserian as). Sin em bargo, el rechazo de u n a a n tro p o lo ­
gía filosófica e n te n d id a de esta fo rm a no im plica que, en el m ism o movi­

126
M a n u k i. C r u z

m ien to , d eb a desech arse asim ism o la cuestión del ser del h o m b re — en


esto consiste la «grave sim plificación» a q u e acabam os de aludir.
P lanteadas así las cosas, cabe o p o n e r a la perspectiva althusseriana (una
oposición, p o r cierto, q u e valdría igualm ente para cualesquiera otras pers­
pectivas an tih u m an istas) la tesis d e la p resencia e n la o b ra de M arx del
co n cep to de «esencia hum ana». D icho c o n c e p to — explícito en los M anus­
critos económico-filosóficos e im plícito en los desarrollos del resto de sus o bras—
caracteriza al h o m b re com o ser n atu ral, social y consciente. El h o m b re es
e n p rim e r lu g ar u n se r n atu ral, biológico, q u e se distingue del resto de se­
res d e la n atu raleza e n su específica actividad vital: el trabajo. Actividad, e n
se g u n d o lugar, q u e n o es m e ra m e n te individual sino que se p ro d u c e en el
m arco d e u n a e stru c tu ra colectiva. P ero, adem ás — y acaso sea éste el as­
p ecto q u e m ejo r d efin a ese ser del h o m b re — es u n a actividad consciente.
Constituye, seg ú n el M arx d e El capital, la actividad teleológica p o r exce­
lencia, la q u e m ejo r ejem plifica la fo rm a en que los ho m b res nos p ro p o ­
n em o s fines.
P o r su p u esto q u e esa consciencia n o es u n a consciencia pura, absolu­
ta m e n te clarificada, sino q u e hay q u e a te n d e r a todas las oscu rid ad es y d e ­
fo rm acio n es a q u e h icim os m en ció n . Sin em bargo, n in g u n a de ellas, p o r
m ás q u e reb aje o c o n d icio n e la calidad de la in terv en ció n h u m a n a en su
m ed io , consigue a n u la r esa faceta constituyente d e la esencia h u m an a. La
crítica, tan to la teó rica com o la práctica (tan to el d eb ate d e ideas co m o el
c o m b a te p o lítico ), a lo q u e d eb e asp irar es p recisam en te a que lo s h o m ­
b res p u e d a n re e n c o n tra rs e con esa d im en sió n que les es m ás p ro p ia. Q ue
el h o m b re tom e las riendas d e su p ro p io destino — objetivo últim o d el p ro ­
g ram a m a rx ia n o — significa en definitiva q u e sea capaz d e p o n e r su vo­
lu n ta d al servicio d e su conciencia.

127
N otas

'Probablemente el texto más esclarecedor para valorar de manera adecuada


dichos episodios sea el del propio Louis Althusser, El porvenir es largo, Barcelona,
Ediciones Destino, 1992.
2 Louis Althusser, Curso de filosofía para científicos, Barcelona, Laia, 1975, p. 17.
3 Louis Althusser, Larevolución teórica de Marx, M éxico, Siglo XXI,5 “ ed.: 1970.
4 Louis A lthusser, Para leer «El capital», M éxico, Siglo XXI, 5 a ed.: 1972,
p p .165-166.
5 Ibídem, p. 66.
6 Louis Althusser, Lenin i la filosofía, Valencia, Tres i Quatre, 1970 (hay trad.
cast. en Ediciones Era, de M éxico).
7 Ibídem, p. 76.
8 K. Marx, Elementosfundamentales para la crítica de la economía política (boirador),
1857-1858, vol. 1, M éxico, 2a ed.: 1972, Siglo XXI, p. 7.
9 L. Althusser, Elementos de autocrítica, Barcelona, Laia, 1975, p. 35.
C a p ít u l o IX
La i m a g i n a c i ó n d ia l é c t ic a

L a d e n o m in ad a E scuela de F rankfurt tiene su origen en el Instituto de In ­


vestigación Social (Instituífür Sozialforschung), creado en A lem ania e n 1923,
en los años d e la R epública de W eimar. A unque el p rim e r d irecto r fue C ari
G rü n b erg , u n h isto ria d o r m arxista del m ovim iento obrero , fue su seg u n ­
d o d irecto r, M ax H o rk h e im e r (1895-1973), q u ien consiguió a g ru p a r a lre ­
d e d o r d e su fig u ra a u n a serie de p ensadores, cuyos vínculos c o n la E scue­
la fu e ro n d e diverso carácter, tan to p o r el grado d e colaboración com o p o r
los in tereses q u e les m ovían. T h e o d o r W iesen g ru n d A d o rn o (1903-1969)
lleg ará a ser el cabeza d e fila, ju n to a H o rk h eim er, de la llam ad a pim era
generación, pese a q u e n o se in teg ró oficialm ente hasta 1938, c u a n d o el In s­
titu to se h ab ía visto ob lig ado a em ig rar a los Estados U nidos (se cerró en
1933, al to m ar los nacionalsocialistas el p o d er). El establecim iento de ra­
m as d e l In stitu to — u n a en París, o tr a en Nueva York— p e rm itió la c o n ti­
n u a c ió n de alg u n o s d e los trabajos d e investigación1, a la vez q u e agregó
nuevos co lab o rad o res. A dem ás d e los citados, se suelen c o n sid e ra r m iem ­
b ro s d e la E scuela a E rich F rom m (1900-1980), q u e se se p ara ría sin e m ­
b arg o p a u la tin a m e n te del g ru p o , a H e rb e rt M arcuse (1898-1979), q u e,
in c o rp o ra d o e n los añ o s treinta, sien d o discípulo de H eidegger, d esarro ­
lla ría u n a ta re a esen cial en la e ta p a am erican a, al eco n o m ista F rie d rich
P ollo ck (1894-1970) o a L eo L ów enthal (1900-1993), el últim o d e l g ru p o
fu n d acio n al en fallecer. M ención especial m erece el caso de W alter B e n ­
ja m ín (1892-1940), q u ie n m o riría en el tran scu rso de la S e g u n d a G u erra
M u n d ial (se suicidó a los c u a re n ta y o ch o años e n P ort-Bou, e n la fro n te ra
fran c o esp añ o la, h u y en d o d e la G e sta p o ). T ras el final d e la g u e rra , el g r u ­
p o , d irig id o a ú n p o r H o rk h eim er, volvería a restab lecer en 1950 el Insti­
tu to e n F ran k fu rt, co n A d o rn o co m o d irecto r asociado, a u n q u e alguno
d e sus m iem b ro s — es el caso d e M arcuse— p e rm a n e c e ría en los Estados
U nidos, d o n d e p u b licarían sus obras más influyentes. Después d e la m u e r­
F i i .o s o i -ía c o n t e m p o r á n e a

te d e A d o rn o y H o rk h eim er, s e rá jü rg e n H aberm as (1929) el principal re­


p re se n ta n te d e la E scuela, con la q u e cabe relacio n ar a otros pen sad o res
c o m o AJfred S ch m id t o A lbrecht W ellmer.
A d iferen c ia d e los gru p o s (p o r ejem plo, el de O xfo rd ), y a sem ejanza
d e alg u n o s au to res (com o S artre), las in form aciones relativas a las cir­
cu n stan cias en las q u e tuvo lugar la actividad de la E scuela de F ra n k fu rt
p r o p o rc io n a n u n a p rim e ra base p a ra e n te n d e r el c o n te n id o te ó ric o de
sus p ro p u estas. O , si se prefiere, a la inversa: el relato de su desarrollo y
ev o lución tien e m u c h o de espejo a lo largo del cam ino de las p ro fu n d as
tran sfo rm acio n es históricas q u e a los m iem bros del g ru p o les to có vivir.
Tal vez e n el caso d e la E scuela d e F ra n k fu rt insistir dem asiado en la hete­
ro g e n e id a d de sus au to res, esto es, en todo lo q u e les separa, su p o n g a un
p ru rito acad ém ico c o n tra p ro d u c e n te cuyo efecto p rincipal sea d esd ib u ­
j a r los co nfines d e u n g ru p o que, com o tal, m arcó el p en sam ien to em an ­
c ip ad o r d e la se g u n d a p o stg u erra.
H ay d ato s relev an tes. C om o q u e e n el p rim e r m o m e n to el p ro y ecto
d el In stitu to e ra el d e constituirse en u n cen tro p ro m o to r d e investigacio­
nes m arxistas, en lín e a co n los existentes p o r la m ism a época en B u d ap est
(el In stitu to d e Investigación del M aterialism o H istórico, d el que Lukács
h a b ía sid o u n o d e los fu n d ad o re s) o e n M oscú (el Instituto Marx-Engels-
L en in , d irig id o p o r Riazanov). D e h ech o , el In stitu to se fu n d a el m ism o
a ñ o d e la pu b licació n de Historia y conciencia de clase, de Gyorgy Lukács y
d e Marxismo y filosofía, de Karl K orsch. H asta 1929, e n que G rü n b e rg re­
n u n c ió p o r e n fe rm e d a d al cargo d e director, las investigaciones d e l Insti­
tu to se d e c a n ta ro n h acia el análisis de la in fraestru c tu ra socio-económ ica
d e la so cied ad b u rg u e sa 2. N ada hay en ello de ex trañ o . Estas investigacio­
nes se c o rre sp o n d ía n bien co n las actitudes políticas p o r aq u el en to n ces
d e los m iem b ro s d el Instituto, q u ien es eran en su m ayoría socialistas de­
clarados, « irreconciliables socialdem ócratas d e izquierdas», p o r d ecirlo a
la m a n e ra d e G o ran T h e rb o rn , a u n q u e relacionados de m an era am b ig u a
co n el P artid o C o m u n ista y sin afiliación orgánica.
P o sterio rm e n te , en u n a etap a q u e algunos estudiosos h a n d e n o m in a ­
do «m aterialista» y q u e tran scu rre e n tre 1930 y 1937 (ya con H o rk h e im e r
de d ire c to r), el g ru p o se fue deslizando p a u latin am en te de la inicial mili-
tan cia activa a favor d el m arxism o y d el socialism o a u n a actitu d al m ism o
tiem p o m ás escéptica, p o n d e ra d a y crítica (p o r ejem plo, se te rm in a con
la in d ecisió n resp ecto de la n atu raleza del socialism o soviético). E ste des­
lizam ien to cu lm in a e n 1937 con la publicación de lo que p a ra algunos es
el v e rd a d e ro m an ifiesto fu n d acio n al d e la E scuela d e F rankfurt, el trabajo
de H o rk h e im e r « T eoría trad icio n al y teo ría crítica»3, trabajo que a b re la
e ta p a d e « teoría crítica», q u e se p ro lo n g a h asta 1940. La tercera y últim a

132
M a n u k i. C r uz

eta p a d el colectivo fran k fu rtia n o co m o tal es la d e n o m in a d a de la «crítica


d e la razó n in stru m en tal» , y alcanza hasta 1945.
A ñ o s decisivos, co rno fácilm en te se deja ver, e n los q u e estos intelec­
tu ales p asaro n d el co n v en cim ien to , d o m in a n te e n el am b ie n te político-
c u ltu ra l d e la ép o ca, d e q u e la tran sició n al socialism o estaba a la o rd e n
d e l d ía (así lo h a b ía d e c la ra d o , p o r p o n e r u n eje m p lo bien c e rc a n o ,
G r ü n b e rg e n su a lo c u c ió n in a u g u ra l com o d ir e c to r del In s titu to ), a la
ev id en cia in c o n te sta b le del fracaso d e la revolución. No fue u n trán sito
r e p e n tin o , p ro v o cad o , com o alg u ien tal vez p u d ie ra pensar, p o r el acce­
so d e H itler al p o d er. En realidad, d e a cu erd o con la correcta observación
d e M a rtin Jay4, el h e c h o de te n e r q u e a b a n d o n a r A lem ania no fue p a ra
los m iem b ro s d el In stitu to u n g o lp e decisivo. D ejan d o al m a rg e n el d a to
re v e la d o r d e q u e los fo n d o s d el In stitu to h a b ía n sido tran sferid o s a H o ­
la n d a el m ism o a ñ o d e la to m a d e posesión d e H o rk h e im e r c o m o d irec­
tor, lo cierto es q u e, co m o hem os señalado, el establecim iento tras 1933 d e
diversas ram as d el m ism o p e rm itió la c o n tin u id a d e n su lab o r y e n cierto
m o d o la p e rm a n e n c ia d e las viejas expectativas. Fue el d e sa rro llo de la
g u e r ra y el h u n d im ie n to del fascism o lo q u e les ab rió los ojos a la nueva
realid ad . Lo q u e hizo q u e su o p tim ism o inicial m u ta ra d efin itiv am e n te
e n p esim ism o.
C o m o es lógico, el g e rm e n d e lo q u e se iba a m anifestar estaba p resen ­
te d esd e antes. C o m o e n tantas ocasiones a lo largo d e la historia, tam bién
a h o ra los filósofos ta rd a ro n en reg istrar p ara el p en sam ien to lo q u e esta­
b a p asan d o en el m u n d o . El alejam ien to del h o rizo n te revolucionario se
h a b ía in iciado en realid ad en los añ o s veinte. El su e ñ o d e la ex tensión d e
la revolución e n E u ro p a, en la q u e, adem ás de los m en cio n ad o s L ukács y
K orsch, h ab ían co n fiad o L en in y G ram sci, h ab ía em p ezad o a desv an ecer­
se. C o m o dijo e n su o b ra cu m b re El principio esperanza o tro gran m arxista
d e esa ép o ca, E rn s t B loch, lo q u e se d io fue u n a g e n eració n in cap az d e
reso lv er los co m etid o s q u e se h a b ía p lan tead o . A u n q u e las c o n d icio n es
objetivas existían, aq u ello s h o m b re s d e jaro n escap ar la ocasión d e trans­
f o rm a r ra d ic a lm e n te la sociedad. F u ero n , pues, los d estinados a ser los
p ro tag o n istas q u ien es n o estuvieron a la altura d e su circunstancia. D icho
co n la te rm in o lo g ía d e a lg u n o d e los citados, lo q u e se em p ezó a e x te n ­
der, esp ecialm en te e n A lem ania, fue u n fe n ó m e n o de d eb ilitam ien to d e
la co n cien cia d e clase, d e p é rd id a d e la subjetividad revolucionaria. P ru e ­
b a d e ello fue lo q u e alu m b ró la crisis del 29: no u n a nueva expectativa d e
tran sició n al socialism o, sino el p u ro y d u ro fascism o y, en particular, la
b a rb a rie nazi.

133
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

M a x H o r k h e im e r

Más allá de las d eclaracio n es e incluso de las co n cretas ac titu d e s de


los filósofos d e la E scuela, esta re a lid a d se p ercib e al trasluz d e sus textos
teóricos. Tal o c u rre e n el m e n c io n a d o trabajo «T eoría trad icio n al y teo­
ría crítica», d o n d e los d esplazam ientos y los cam bios d e énfasis revelan en
clave d esig u alm e n te especulativa las aceleradas transform aciones a las
q u e n u estro s au to res están asistiendo. Esto es p ercep tib le ya en los mis­
m os térm in o s utilizados. H o rk h e im e r a b a n d o n a el d e materialismo, que
era el q u e h a b ía v en id o a p a re c ie n d o e n los p rim e ro s n ú m ero s d e la re­
vista d el In stitu to y p ro p o n e el de teoría crítica. P re te n d e subrayar c o n ello
m ás d e u n aspecto. A nte todo, la conveniencia de m arcar distancias res­
p ecto a cu alesq u iera d o ctrin as existentes, incluyendo el m arxism o. E n se­
g u n d o lugar, la n ecesid ad de p ro p o n e r u n a re fo rm a radical, y no m era­
m e n te p arcial, d e la civilización. P o r últim o, la id ea de que el análisis d e la
so cied ad ex isten te es e n sí u n e le m e n to d e esa sociedad, u n a fo rm a d e au­
to co n cien cia.
Es ev id en te q u e, p o r m ás ru p tu rista q u e sea el án im o del autor, e n esta
p ro p u e sta o p e ra n co n claridad su puestos de la filosofía social de siem p re
y, en p articular, d e M arx y H egel. Esto n o d eb e ex trañ ar: son los fru to s de
la re c u p e ra c ió n d e la instancia práctico-filosófica llevada a cabo p o r Lu-
kács5 y K orsch. Lo q u e im p o rta es la ad m in istració n q u e de esa h e re n c ia
llevan a cab o H o rk h e im e r y, m ás allá, to d o el g ru p o d e F rankfurt. Y en
este p u n to hay q u e d e c ir q u e lo q u e ap arece en «T eoría tradicional...» es
la p e rc e p c ió n d e q u e las form as d e d o m in ació n y de m an ip u lació n d e la
co n cien cia características d e las nuevas fases del d esarrollo capitalista han
v ariad o y r e q u ie re n u n a resp u e sta te ó ric a a c o rd e a esas variaciones. La
te o ría m arx ista clásica precisa d e u n a refo rm u lació n vigorosa, q u e n o se
c o n fo rm e co n los viejos esquem as, fu e rte m e n te econom icistas (p o r ejem ­
plo, e n la c e n tralid ad a trib u id a a la co n trad icció n e n tre fuerzas p ro d u cti­
vas y relacio n es d e p r o d u c c ió n ), y e n tre d e lleno en el ám bito de la discu­
sión epistem ológico-gnoseológica.
El p rim e r m ovim iento h ab rá de consistir en desvelar los supuestos ideo­
lógicos d e la teo ría tradicional. P o r tal e n tie n d e H o rk h e im e r esa concep-
ción d e la teo ría q u e h a servido com o u n ideal reg u lad o r p ara las ciencias
n atu rales, a saber, u n c o n ju n to d e p ro p o sicio n es sobre u n cam p o d c o b je -
tos, u n id as e n tre sí d e tal m o d o q u e d e algunas de ellas p u e d e n se r irifc-
ridas las dem ás. [La m eta\d e la teo ría trad icio n al en g en eral p arece s e r ese
(«sistema universal d e la ciencia» ^le q u e se hablaba en el Discurso del método.
Sistem a q u e ya n o se restrin g e a u n ám b ito especial d e objetos, sin o que
c o m p re n d e a to d o o b jeto posible. Lo d e m enos es si esos p rin cip io s ge-

134
M a n u k i. C h uz

nerales, in te rio rm e n te consistentes, que d escribían el m u n d o eran g e­


n e ra d o s d ed u ctiv am en te (com o e n la teoría cartesiana), in d u ctiv am en te
(co m o en la o b ra d e J o h n S tu a rt Mili y en el neopositivism o), o fenom e-
n oló g icam en te. N o pasa p o r a h í la diferencia. T am bién H usserl (cuyo
p en sam ien to c o n o c ía b ien H o rk h e im e r p o r h a b e r seguido sus lecciones
e n F riburgo) particip aba de esta concepción c u an d o definía la te o ría com o
$ «el sistem a cerrad o d e proposiciones d e u n a ciencia», y la ciencia com o «un
e n c a d e n a m ie n to sistem ático d e p r oposiciones bajo la fo rm a d e u n a d e ­
d u cció n sistem áticam ente unitaria», y tam bién co m o «cierto universo d e
p ro p o sicio n es q u e su rg en de la actividad te ó ric a j' e n cuyo o rd e n sistem á;
tico alcanza su d e te rm in a c ió n u n c ierto u n iverso d e objetos»6.
H o rk h e im e r n o le niega, e n térm in o s g enerales, a esta teo ría su valor
d e co n o cim ien to . El m od elo tradicional d e ciencia posee u n a validez in ­
discutible: «Los p ro g reso s técnicos d e la ép o ca b urguesa son inseparables
d e esta fu n ció n d e cultivo d e la ciencia»7. P ero este reco n o cim ien to tiene
algo d e caram elo env enenado: está h ech o en u nos térm inos que an ticip an
la conclusión. Los h ip o tético s m érito s de aq u el m o d elo son p la n te a d o s
e n clave de d e term in ació n histórica8. P or consiguiente, el carácter p resu n ­
ta m e n te n eu tral d e la teo ría trad icio n al n o pasaba de ser, en el m ejo r d e
los casos, u n espejism o o, en el peor, u n a m o d alid ad de falsa consciencia.
§ N o hay lu g ar al m a rg e n de los procesos sociales. H o rk h e im e r se d a c u e n ­
ta d e q u e su p ro p u e sta tam bién p u e d e ser objeto d e este m ism o rep ro c h e,
p e ro n o le im p o rta. F re n te a los axiom as d e la teo ría tradicional, q u e defi­
n e n c o n cep to s g en erales, d e n tr o d e los cuales p u e d e n im ag in arse to d a
clase d e hechos q u e se d efinan en el cam po, la teo ría crítica de la sociedad
«tiene co m o objetivo a los h o m b res com o causantes de todas su s form as
d e vida». Las objetivaciones existentes de la actividad h u m a n a las com pa­
ra siem p re co n las p osibilidades in h e re n te s al h o m b re.
H o rk h e im e r está h acien d o suya co n secu en tem en te — esto es, com o cri­
terio p a ra d ife re n c ia r am bos tipos d e teoría— aquella id ea de q u e el a n á ­
lisis d e la so cied ad ex istente es e n sí u n elem en to d e esa sociedad, u n a for-
f m a d e a u to c o n c ie n c ia . La id e a sirve a h o ra p a ra a firm a r esto: la lín ea d e
d em arcació n e n tre teo ría tradicional y teo ría crítica pasa p o r la diferente,
relació n q u e cad a u n a de ellas m an tie n e co n el proceso d e re p ro d u c ció n
social. A ntes q u e d e n in g u n a o tra form a, la teo ría tradicional con trib u y e
al p ro ceso d e re p ro d u c c ió n a base d e no cuestionarlo, es decir, a base d e
co n sid e ra r q u e n o es c o m p eten cia d el teórico e n tr a r a d eb atir la n a tu ra le ­
za d e d ich o pro ceso . Lo q u e se aco stu m b ra a d e n o m in a r la fu n ció n social
d e la ciencia es c o n sid erad a a q u í com o u n d ato e x te rn o a la p ro p ia teoría,
la cual se ve a sí m ism a com o aséptica respecto d e los sujetos q u e la fo rm u ­
lan. P ero esta a u to p e rc e p c ió n es co n trad icto ria p o r im posible. E l n e u tra ­

135
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

lism o n o es n eu tral. G u a rd a r silencio respecto al sistem a d e relaciones so­


ciales e n q u e la te o ría se p ro d u ce es u n a form a d e aceptarlo.
D e n u n c ia r esto es, p o r así decir, la posibilidad m ás p ro p ia de la teo ría
crítica, q u e se sabe — y se asum e— histórica. Ella se p iensa com o u n ele­
m e n to m ás del p ro ceso revolucionario, y desde esa co ndición se ñ a la en
q u é fo rm a la teo ría trad icio n al está d e te rm in a d a a servir el p roceso d e re­
p ro d u c c ió n social p o r se r efecto d e ese m ism o o r d e n social al q u e sirve.
A d iferen cia de los p lan team ien to s sociologistas de an tañ o , e n g en eral gro­
s e ra m e n te descalificadores, el d e H o rk h e im e r n o p e rm a n e c e ex tram u ro s
d el discurso criticado, sino que p e n e tra e n el detalle d e su estru ctu ra. Y de
esta fo rm a, va se ñ a la n d o la co rre sp o n d e n c ia ex isten te e n tre los d ife re n ­
tes rasgos d e la te o ría y la realidad social. La p re te n sió n de universalidad
d e la teo ría, p o r ejem p lo , se ha to rn a d o equívoca e n la m ed id a en q u e res­
p o n d e ú n ic a m e n te a la p articu lar fu n ció n y posición de los científicos
d e n tro d el sistem a (H o rk h eim er n o cree estar e xagerando al afirm ar esto:
inclu so la «relación e n tre hipótesis y h ech o s se lleva a cabo n o en el cere­
b ro d el in v estig ad o r sino en la in d u stria» 9) . Algo p arecid o cabría so ste n e r
d e lo q u e la teo ría trad icio n al co n sid era datos de h echo: m ien tra s que
ésta los asim ila a u n lo dado in cuestionable, la teo ría crítica los ve com o
p ro d u c to s d e u n a d e te rm in a d a situación social10, y así sucesivam ente.
Q u ie re decirse c o n esto q u e los teóricos tradicionales — p o r ejem plo,
los sociólogos b u rg u eses— se e n c u e n tra n ya desde el principio o p e ra n d o
en el se n o d e u n a e stru c tu ra discursiva q u e objetivam ente (p o r tan to , más
allá d e las in ten cio n es y o p in io n es particu lares de cad a u n o ) desarro lla
u n a d e te rm in a d a fu n c ió n social. Es, pues, u n a lim itación de fo n d o la que
le im p id e al científico p ercib ir el m o d o en que su discurso refleja las con­
diciones e n las qu e h a nacido, im potencia que a m e n u d o se expresa a través
d e u n c o m p o rta m ie n to esquizofrénico: com o ciu d ad an o y com o científi­
c o 1'. L a razó n científica es u n a razón in stru m en tal, o rie n ta d a a la operati-
vidad, a la eficacia d e interv en ció n en u n a sociedad fraccionada. L o que
p ara las ciencias especializadas com o la sociología o la econom ía s o n sim­
ples disfunciones o, a la inversa, fen ó m en o s estructurales inam ovibles, es
p recisam en te lo q u e la teo ría crítica considera q u e d e b e ser d e n u n c ia d o 12.
Si la teo ría trad icio n al se d e tie n e ah í, si es ciega p a ra percibir su pro­
p ia c o n d ic ió n in stru m e n ta l, es p o rq u e carece d e la h e rra m ie n ta catego-
rial q u e sí p e rm ite e n cam bio a la teo ría crítica e m p re n d e r el cam in o de
la au to co n cien cia , a saber, la categ o ría d e totalidad. G racias a ella el filó­
sofo p u e d e inscrib ir los fe n ó m en o s de la realidad en que le h a to cad o vi­
vir e n el m arco global en el q u e devienen inteligibles. P ero esa inscripción
n o p ro d u c e ú n ic a m e n te resultados d e co n o cim ien to . El cam ino d e la au­
to co n cien cia es tam b ién el d e la lu ch a c o n tra todas las form as de cosifica-
M a n u e i. C r uz

ción, d e alien ació n y d e sum isión. Es claro q u e H o rk h e im e r n o h a r e n u n ­


ciado ni al pathos crítico ni al m arco teórico global h ered ad o s d e l m arxis­
m o. P recisam en te p o rq u e d e term in ad as co n tradicciones — p o r ejem plo,
las q u e dividen al co n cep to de h o m b re en la actualidad e n tre sujeto y o b ­
jeto — ni son n atu rales ni se p u e d e n e n te n d e r aislándolas de la realidad
e n la q u e su rg en , su su p e rac ió n im plica la tran sfo rm ació n de las co n d i­
ciones m ateriales q u e las h a n h e c h o posibles.
El tem a d e las relaciones q u e m an tien e la teo ría crítica (o sus intelec­
tuales) co n el p ro le ta ria d o y las fuerzas progresistas no es, p o r tanto, u n
tem a exterior, so b rev en ido, a lo q u e se está p lan tean d o , sino q u e , p o r el
co n trario , su rg e d e su m ism a e n tra ñ a . Hay q u e situarse fu era d e los d u a ­
lism os característicos d e la teo ría tradicional p a ra n o m a lin te rp re ta r (p o r
ejem p lo , en clave d e voluntarism o) las afirm aciones d e H o rk h eim er.
C o m o aq u ella en la q u e d efin e al teórico crítico com o «el teó rico a q u ien
sólo im p o rta ace le ra r u n desarro llo q u e co n d u ce a u n a so c ied ad sin ex­
p lo tació n » 13, o aq u ella o tra en la q u e, co m e n ta n d o el fu tu ro d e la teoría
e n la realización rev o lu cionaria, señala que «el esfuerzo d el sociólogo p o r
alcan zar p red iccio n es exactas se tran sfo rm a en esfuerzo político p ara la
realización d e u n a so ciedad racio n al» 14. C u an d o actúa así, el teó rico críti­
co n o está d e ja n d o d e ejercer d e tal, sino q u e lo está h acien d o d e la fo rm a
m ás ajustada. P o rq u e el com p ro m iso de transform ación d e las relaciones
sociales es p arte in te g ra n te d e la teo ría crítica.
P o d ríam o s d e c ir q u e estas últim as consideraciones re p re se n ta n el
efecto final d e aq u ella p re te n sió n d e la teo ría crítica —se ñ alad a al p rin ci­
p io y reiterad a d espués— de ser au toconocim iento de la h u m an id ad . A ho­
ra cab ría a ñ a d ir q u e esta p reten sió n o p era a m o d o de h o rizo n te, d e crite­
rio in d ic a d o r p a ra el d esarro llo de la teoría, lo q u e significa q u e ayuda a
p la n te a r los p ro b lem as en el te rrito rio adecu ad o , n o que d isp o n e de la r e ­
ceta m ágica p a ra resolverlos todos. E sperar d e la teoría crítica u n a siste­
m atización alternativa o su p o n e r que au m en tará el caudal de c o n o cim ien ­
tos en relación co n la teoría tradicional es reclam arle u n o s ren d im ien to s
equivocados. Las ú n icas p ro p ie d a d e s de la teoría crítica son u n a actitud
p o lítica y u n lu g ar e n la h istoria d e la filosofía («la teo ría crítica n o cu en ta
co n n in g ú n p re c e d e n te específico, ap arte del interés in h e re n te a la su­
p resió n d e la d o m in ació n d e clase»15) .
Lo q u e sí se le p u e d e exigir es q u e ayude a o b te n e r aquello q u e m an i­
fiesta perseguir. P o rq u e si el com prom iso en la tran sfo rm ació n d e las re ­
lacion es sociales es p a rte in te g ra n te de la teoría, si lo qu e a ésta v erd ad e­
r a m e n te le im p o rta es q u e el h o m b re se convierta e n au tén tico sujeto d e
su p ro p io destin o , eso significa q u e d ich a teo ría n o p u ed e lim itarse a ser
u n a m e ra crítica d e lo existente, sino que d eb e p o r lo m enos se ñ alar las lí­

137
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

neas m ayores q u e a p u n ta n hacia el p ro clam ad o horizonte d e la em an ci­


p ació n . D eb e m o stra r ella m ism a có m o se hace práctica su crítica. A esta
ex ig en cia H o rk h eim er todavía resp o n d e m arx ian am en te en «Teoría tradi­
cional y teo ría crítica», m a n te n ie n d o q u e la teoría se hace fuerza real cuan­
d o se con v ierte e n au to co n cien cia d e los sujetos q u e p ro d u c e n el cam bio
social. La resp u esta es c o h e re n te , p e ro la c o h eren cia n o es incom patible
co n la frag ilid ad . P o rq u e , co m o el p ro p io H o rk h e im e r h a b ía em p ezad o
a constatar, la p rin cip al dificultad d e la teoría crítica es h acer em erger, sa­
car a la su p erficie d e la realidad, ese sujeto revolucionario e n cuya exis­
ten cia dice confiar.
A u n q u e tal vez la p re g u n ta p e rtin e n te d eb iera ser otra. Algo así com o
« p ero , re a lm e n te , ¿p o d em o s co n fiar en d ich a existencia?». C u a n d o los
a c o n te c im ie n to s q u e se están p ro d u c ie n d o en ese m o m e n to en el m u n ­
d o so n el giro to talitario en la U n ió n Soviética, el fracaso d e las e sp e ra ­
das rev o lu cio n es en la E u ro p a o ccid en tal y u n a m ayor capacidad d e in te ­
g ració n d el p ro le ta ria d o p o r p a rte del sistem a capitalista, se hace difícil
ver e n q u é m ecanism o necesario del proceso se an claría esa su p u e sta sub­
jetiv id ad tran sfo rm ad o ra. P o rq u e n o basta con enfatizar el m o m e n to polí­
tico, co n convocar a los individuos a la acción. M áxim e c u an d o ese m ism o
individuo, com o señ ala H o rk h eim er e n su trabajo, se e n c u e n tra seriam en­
te a m en aza d o : «En el m o d o d e p ro d u c c ió n eco n ó m ic o b u rg u é s la acti­
v id ad d e la so cied ad es ciega y co n c re ta , y la d el individuo es ab stracta y
c o n sc ie n te » 16.
A quella a rm o n ía e n ü e individuo y sociedad, tan característica del m u n ­
d o clásico, p o r la q u e el ser del in d iv id u o se hacía p asar p o r su p e rte n e n ­
cia a la co m u n id ad , m u tó co n la M o d e rn id ad e n tensión e n tre am bos po­
los. Hoy, e n la fase d el capitalism o m o n o p o lista, co n la b u ro cra tiza ció n y
cen tralizació n d el p ro ceso e co n ó m ico y social, acaso a lo que estem os asis­
tie n d o sea a u n a u té n tic o p ro ceso d e liq u id ació n d el individuo p o r par­
te d e la so cied ad , y a su su stitu ció n p o r u n p se u d o in d iv id u o estándar,
m o d e la d o p o r la p lanificación, p o r los g randes m edios de co m unicación
d e m asas y d em ás ap a ra to s h o m o g en eizad o res. N ad a tiene de e x tra ñ o
q u e e n su e ta p a a m e ric a n a el I n s titu to se c e n tr a r a c r e c ie n te m e n te en
los análisis d e la in d u stria cu ltu ral y e n la crítica de la c u ltu ra de masas:
creían q u e ése e ra el escenario estratégico d o n d e se estaba lib ra n d o la ba­
talla decisiva d e la lu c h a d e clases actual. D e la m ism a m a n e ra q u e la
co n fian za m a rcu sian a en q u e los estu d ia n te s progresistas d e los a ñ o s se­
se n ta p u d ie ra n c o n stitu ir el g e rm e n d e u n nuevo sujeto rev o lu cio n ario
d e b e e n te n d e rs e bajo esta luz: les estaba a trib u y en d o u n a c o n c ie n c ia ca­
p az d e resistir los em b ates m a n ip u la d o re s d el po d er. P ero ta m b ié n esa
exp ectativ a, co m o sabem os, fracasó. P o r eso n o basta con a p e la r a la sub­

138
M an u el C ruz

je tiv id a d tra n sfo rm a d o ra , p o rq u e n o está claro q u ién es — si lo hay— el


re c e p to r d e la ap elació n .

T heodor W. A d o r n o

L a so s p e c h a se va a h a c e r te m a e n los tra b a jo s p o ste rio re s, ta n to d e


H o rk h eim er co m o d e otros m iem bros de la Escuela. El tem a se p u e d e plan ­
te a r d e fo rm a ex p resa y d irecta o de m a n e ra m ás oblicua y especulativa.
Esto ú ltim o es lo q u e sucede en la o b ra d e A d o rn o Dialéctica negativa, q u e
p u e d e ser co n sid erad a com o el desarro llo del p ro g ram a fran k fu rtia n o
h asta las últim as consecuencias q u e el au to r es capaz de pensar. El tam bién
cree, co m o H o rk h eim er, q u e el p en sam ien to d eb e esforzarse p o r ser la
a d ecu a d a a u to co n cien cia d e la época. Se da cuenta, con B enjam in, que ya
n o p ro c e d e p ersev e rar en las quim éricas fábulas d e u n estado id eal en el
q u e se h u b ie r a n so lv e n ta d o las c o n tra d ic c io n e s, sino q u e d e lo q u e se
tra ta es d e a c e n tu a r los m o m e n to s d e la n o -id en tid a d , h u rg a r e n lo q u e
to d av ía n o es, e n to d o aq u ello , en sum a, q u e n os p e rm ite e x a m in a r co n
d istan c ia —y co n recelo — lo existente. C o m p arte, en fin, co n M arcuse el
se n tim ie n to d e q u e h em o s d e ser capaces de e n c o n tra r otras razones p a ra
la esperanza.
Sólo qu e e n su caso la tarea d e p en sar a d o p ta u n signo específico, in ­
te n ta re m o n tarse h asta las fuentes del todo, re c o n o c e r los dispositivos o ri­
g inarios, los m ecan ism os fu n d acio n ales q u e nos p erm ita n e n te n d e r lo
q u e a h o ra hay c o m o u n efecto. D e a h í el peligro d e calificar su m a riam en ­
te la actitu d d e A d o rn o com o pesim ista. P u ed e d a r a e n te n d e r q u e su p ro ­
p u e sta se sustancia en u n a valoración p oco entusiasta de las posibilidades
actuales d e tran sfo rm ac ió n social, c u an d o lo q u e re alm en te re p re se n ta es
u n a reflexión, d e e n o rm e calado especulativo, acerca de los avatares de
n u e s tra M o d e rn id ad . P o rq u e sin esa perspectiva m ás global a p en as n ad a
d e lo q u e está o c u rrie n d o resulta inteligible. D e p oco sirve co n statar q u e
el h o m b re o ccid en tal se en c o n tra b a , en el m o m e n to de la reflex ió n ador-
n ian a, aco rra la d o e n tre la tecn o cracia del capitalism o o rg an izad o y la b u ­
ro cracia estatalista de los países d el Este, si n o som os capaces d e ver lo q u e
tien e esta situ ació n d e resultado d e u n proceso.
R esultado q u e A d o rn o sintetiza así: «Lo q u e la lib ertad h a p ro d u c id o
se convierte e n n eg ació n d e la libertad»17. El proyecto liberal burgués, q u e
p e r m itió s u p e ra r el ab so lu tism o y los restos feu d ales, h a re su lta d o se r
«equivalente a lib ertad d e desarrollo del p o d e r económ ico». No n os h a h e ­
ch o m ás libres, sino m en o s (com o tam poco nos h a h ech o m ás iguales, o
m ás fra te rn o s ). S ería u n e r ro r in te rp re ta r esta situación com o u n a m era

139
F i l o s o f í a c o n t k m f o r An f a

co n tin g en cia histórica, com o u n azar d esafortunado. C om o la sim ple apli­


cación to rcid a d e u n o s principios en sí mism os inobjetables. A d o rn o m ues­
tra e n Dialéctica negativa hasta qu é p u n to estam os a n te las consecuencias
del e r ro r d e n u n c ia d o en Dialéctica de la Ilustración: el racionalism o ilustra­
d o , e n lu g a r d e in te n ta r co m p re n d e r el m u n d o de la naturaleza, se em p e ­
ñ ó e n d o m in arlo , re p ro d u c ie n d o así la ley n atu ral d el más fu erte, a d o p ­
ta n d o h acia los o b jetos «la m ism a actitu d que el d ictad o r ad o p ta h a c ia los
h o m b re s» 18. C reía q u e d e esta m a n e ra el h o m b re se afirm aría a sí m ism o,
leg itim aría su p o d e r y su libertad. N o se d aba c u e n ta de la tra m p a en la
q u e, al p e n s a r esto, estaba cayendo.
P o rq u e p ara d o m in a r la naturaleza el h o m b re d eb e dom inarse a sí mis­
m o, re p rim ir lo q u e e n él hay d e natu raleza. Ello le exige d e s a rro lla r esa
«segunda naturaleza» qu e es la sociedad, con su división del trabajo, su de­
sig u ald ad in te rn a , su je ra rq u ía , y to d a u n a serie de d ete rm in a c io n e s que
c o m p o rta n la d iso lución d e la individualidad en la racionalidad eco n ó m i­
ca, la v o lu n tad g en eral, la universalidad de la ley. C on lo q u e resu lta que
el objetivo inicial d e d o m in a r la n atu raleza y el qu e éste im plica d e dom i­
n a r su p ro p ia subjetividad acaban a rro ja n d o al h o m b re en brazos de la
m e n c io n a d a se g u n d a naturaleza, convirtiéndole en u n esclavo inconscien­
te d e ella, que, p o r añ ad id u ra, vive su n egación com o el cum plim iento más
aju stad o d e la m o ra lid a d y la legalidad.
El d o m in io d e la n atu raleza lleva, pues, a lo q u e A d o rn o y H o rk h e im e r
d e n o m in a n la dialéctica del racionalism o. El ejem plo de Ulises les sirve a
los au to re s p a ra ilu strar esta id e a 19: la astucia del h o m b re p a ra v en c e r en
su co m b ate co n las fuerzas n atu rales consiste en la re n u n c ia a to d o aq u e­
llo q u e m ás le im p o rta. F in alm en te acaba tran sfo rm ad o en u n ser aplicado
a su objeto: en u n sim ple m edio del d o m in io q u e ejerce. Si triu n fa r es al­
canzar los objetivos propuestos, h ab ría q u e decir q u e e n este proceso el in­
d ividuo triu n fa c u a n d o se anula, o, tal vez m ejor, cu a n d o asum e co m o n e­
cesario el vaciado d e la p ro p ia id e n tid a d , c u a n d o a cep ta p re sc in d ir de
to d as sus d e te rm in a c io n e s co ncretas h asta q u e d a r red u cid o a la co n d i­
ció n d e m era abstracción.
¿Q u ién triu n fa, en to n ces, realm en te? En cierto sen tid o (el no antro-
p o m o rfizan te) está claro: la n aturaleza. La liquidación de la p articu lari­
d ad individual se d eja in te rp re ta r com o la revancha q u e aquélla se tom a
so b re su d o m in ad o r: «El d o m in io m u n d ial sobre la naturaleza se vuelve
c o n tra el m ism o sujeto»20. AI suprim ir su particularidad, su n atu raleza h u ­
m an a, el sujeto p en san te q u e d a reducido a puro cogito, el trabajador a m era
m a n o d e o b ra, el ciu d a d a n o a la p e rso n a abstracta d e la filosofía d el d ere­
ch o , y así su cesiv am ente. R ed u ccio n es todas ellas correlativas a las efec­
tu ad as e n sus objetos respectivos. S ujeto y objeto se hallan red u cid o s a la

140
M a n u e i. C r u z

n a d a o, m ás p recisam en te, a sim ples conceptos. «El Yo abstracto [...] sólo


tien e fre n te a sí u n m aterial abstracto cuya ú n ica cualidad consiste en ser
su strato d e tal posesió n »21. Sea cual sea el ám bito al que n os refiram os, el
m al p u e d e ser lig ad o al p rin cip io del dom inio.
N o hay n ad a, pues, en este p lan team ien to , de coyuntural o c o n tin g e n ­
te. H ay u n a reflex ió n q u e, d e tan radical com o es, a alguien p o d ría pare-
cerle casi p rep o lítica — au n q u e al final sea la más g en u in am en te política— .
H u b o u n in stan te e n q u e el p en sam ien to tom ó el cam ino equivocado, e n
q u e o p tó p o r d esd e ñ a r el m o m e n to m im ético del arte — q u e in te n ta com ­
p r e n d e r las cosas a d a p tán d o se a ellas— y se d e c a n tó p o r la sum isión d e lo
existente. El racio n alism o n o h a sabido escapar d e ese e r ro r fu n d acio n al.
Más aú n , n o h a h e c h o o tra cosa q u e perseverar e n él, qu e p ro fu n d izar en
su p ro p ia m itología. Lo cual, p o r o tra p arte, es p erfe ctam en te lógico: el
ideal d e d o m in a c ió n d e la n atu raleza p arece h a b e r llegado a su apoteosis
en el m u n d o actual, en q u e todos los procesos sociales resu ltan subsum i-
bles b ajo el ró tu lo ú n ico de la globalización.
A d o rn o n o se c o n fo rm a c o n p o n e r e n relació n las fo rm as d e p en sa­
m ie n to co n u n a p a rtic u la r e stru c tu ra económ ica: las co n ecta c o n u n a d e ­
te rm in a d a relació n h o m bre-naturaleza. N o ren u n cia a lo p rim e ro , p o r
su p u esto , p e ro lo in teg ra e n lo segundo. Así, cu an d o d e n u n c ia q u e la so­
cied ad d e m ercad o , m arcad a p o r la división del trabajo, h a d ad o o rigen a
d eterm in ad as filosofías, subraya que lo que convierte a estas últim as e n id eo ­
lógicas — en su p e re s tru c tu ra o falsa consciencia, n o im p o rta a h o ra este
m atiz— es el h e c h o d e q u e ayudan a p erfe ccio n ar el sistem a de d o m in io ,
sea ju stificán d o lo , sea en m ascarán d o lo . A los ojos de A d o rn o , H egel re­
p re se n ta c laram en te esta actitud. Su p ro p u esta persigue e n el fo n d o co n ­
v en cer al in d iv id u o d e la sociedad b u rg u esa de q u e d ebe identificarse con
la se g u n d a n a tu ra le z a a la q u e se d eb ió p le g a r p a ra lo g rar d o m in a r a la
p rim e ra. El su jeto p articu lar d e b e su b o rd in arse a la razón de E stado, su­
p e rio r e n el á m b ito gnoseológico.
L a p ro p u e sta h eg elian a trad u ce a código filosófico la situ ació n real en
la so cied ad d e m ercad o , lo q u e equivale a decir en esa p a rtic u la r fo rm a
h istó rica a d o p ta d a en la ép o ca m o d e rn a p o r el sistem a d el d o m inio. Más
allá d e q u e lo q u e H egel p resen ta com o principio de Razón se revele id én ­
tico co n el d o m in io universal, A d o rn o señala e n q u é fo rm a el sistem a he-
g elian o es u n p ro d u c to de u n a co n creta configuración social. S u idea de
totalidad, en cuyo m arco se reconcilian todas las contradicciones, es un tra­
su n to d el m ercad o , en el q u e es posible el in tercam b io d e objetos cualita­
tiv am en te distintos. P ero co n v ertir en equivalentes objetos in c o n m en su ­
rables equivale a elim in ar las diferencias cualitativas y co n ello to d o lo q u e
es p articular. L a invitación a identificarse co n la to talid ad es falaz — p o r

141
F il o s o f ía c o n t k m p o r á n e a

fo rm al— , en la m e d id a q u e tien e com o requisito previo la p ro p ia disolu­


ción. Lo q u e vale p a ra el c iu d ad an o respecto al E stado, vale ta m b ié n p ara
el trab ajad o r resp ec to a la em p resa o p a ra el m ilitante respecto al p artid o :
c u a n d o se les reclam a q u e se id en tifiq u en con la instancia superior, lo
q u e en realid ad se les está p id ie n d o es q u e retiren d el cam ino el obstácu­
lo d e su id en tid ad . Q u e d ejen de ser ellos m ism os, dicho d e una m a n e ra
u n p u n to esencialista. A d o rn o diría: la p articu larid ad hegeliana n o consi­
g u e la reco n ciliació n .
P ero p recisam en te p o rq u e la crítica a d o rn ia n a lo es a c u alq u ier fo rm a
d e d o m in io , y n o a u n m o d o de p ro d u c c ió n específico o a u n a co n c re ta
fo rm a c ió n social, su reflexión n o va a finalizar e n H egel. T am bién M arx y
E ngels serán so m etidos a ex am en , y la co n fro n tac ió n con ellos p e rm itirá
p recisar algo m ás el p erfil d e la p ro p u e sta d e A d o rn o . U n a p rim e ra dife­
ren cia, p o r lo p ro n to , ya h a sido prácticam en te señalada: lo m ás im p o r­
tan te p a ra n u estro a u to r n o es el d o m in io de clase, com o p e n sa b a n aqué­
llos, sino el d o m in io en cu an to tal. L a se g u n d a n o es difícil d e ver: fre n te a
M arx y Engels (y e n p a rte fre n te a H o rk h e im e r), A d o rn o se cu estio n a la
id e a d e to talid ad h istórica, p o r lo m en o s e n la m e d id a en q u e d ic h a totali­
d a d tien e co m o arg am asa c o h e sio n a d o ra alg u n a variedad de n ecesidad
eco n ó m ica. Y n o ya sólo p o r el p rin cip io g en eral d e que cu a n d o se plan ­
te a n u n as prem isas lim itadas, la alternativa está co n d e n a d a a resu ltar in ­
su ficien te (el d o m in io p u e d e sobrevivir en u n a e c o n o m ía planificada,
co m o la q u e p ro p o n ía n M arx y E n g els), sino p o r alguna d e las razones
q u e utilizó c o n tra H egel: tam b ién la totalidad revolucionaria p u e d e sacri­
ficar las p artes y los individuos.
N o es forzoso q u e así sea, p o r supuesto. La esperanza de reconciliación
p re se n ta d a p o r M arx n o es del to d o equivalente a la de H egel. A m bos
c o m p a rte n el m ito racionalista d e la n ecesidad histórica, p ero , a d ife re n ­
cia d el a u to r d e la Fenomenología, M arx n o le c ierra el paso a la idea d e u n a
v o lu n tad a u tó n o m a d e los h o m b res (a eso q u e los fran k fu rtian o s h ab ían
llam ado el m o m en to p olítico), ni clausura la posibilidad de q u e p u e d a fun­
d arse to d a o tra relació n con la n atu raleza y d e los h o m b res e n tre sí. Con
o tras palabras, la reconciliación m arx ia n a no es algo seguro. Es sólo posi­
ble. El m atiz co n v ierte la p ro p u e sta e n legítim a p e ro n o e n verosím il. La
hace d e p e n d e r d e las co n d icio n es m ateriales e n tiem pos d e d e rro ta .
L o q u e se dijo an tes sobre el d u d o so d estinatario del m ensaje transfor­
m a d o r re c u p e ra a h o ra to d o su interés. E n los años d e Dialéctica negativa
(1966) se h a c o n firm ad o lo q u e a finales de los tre in ta era sólo u n tem or.
S ubsiste el discurso, p e ro n o el a g en te histórico en disposición de llevarlo
a cabo. L a e n o rm e cap ac id a d d e in teg ració n q u e h a d em o strad o el capi­
talism o o rg an izad o h a te rm in a d o n eu tralizan d o a las clases revoluciona­

142
M a n u e l C ruz

rías dispuestas a llevar a cabo la u to p ía. Pero, al lado de eso, el fracaso d e


la revolución d eb e ser p en sad o a la luz d e sus propios errores. El individuo
h a sido ap lastad o p o r el m ercad o y p o r el Estado. L a idea d e totalidad h a
a d o p ta d o diversos rostros, p ero h a g e n e ra d o u n ú n ico efecto. R e c u p e ra r
el im p u lso tran sfo rm ad o r pasa e n to n ces p o r to m ar u n a inequívoca distan­
cia resp ec to a los p ilares teóricos so b re los qu e se sostiene c u alq u ier siste­
m a to talitario (y el capitalista, a su m an era, tam bién lo es), a saber, el p rin ­
cipio d e l d o m in io y su h o m ó lo g o cognoscitivo, el p rin cip io de id e n tid a d
e n tre su jeto y objeto.
S o b re este te ló n d e fo n d o se d e b e in te rp re ta r la p ro p u esta crítica d e
A d o r n o . Su a firm a c ió n d e q u e «la d ia lé c tic a es la c o n c ie n c ia rig u ro s a
d e la n o -id en tid ad » , su énfasis — tan b en jam in ian o , p o r o tra p a rte — e n
que. la v erd ad resid e en esas lagunas del sistem a q u e p erm ite n vislum brar
u n m u n d o otro, e n esa realid ad reco n ciliad a q u e se deja p e rc ib ir a través
d e los sufrim ientos, o su p e rm a n e n te rechazo a pen sar la utopía en clave d e
a firm ació n , tie n e n q u e ver con lo m ism o, con el te m o r a re in c id ir en u n
p ro y ecto to talizad o r bajo el q u e se p e rp e tu a ra el ideal de d o m in io . De a h í
su insisten cia e n la n egatividad de la u to p ía o su a cep tac ió n de q u e la filo­
sofía crítica ya n o tien e g ru p o social al q u e ser atribuida. N o p o d ía ser d e
o tra m an era, d esd e el m o m e n to en q u e se h a diagnosticado q u e el siste­
m a social es falso e n su totalidad («la totalidad es el engaño»),
P ero si n o hay fu erz a social tran sfo rm ad o ra co n la q u e identificarse,
esto significa q u e la crítica h a de se r extram u ro s d e la sociedad. A d o rn o
n o ve n in g u n a p o sib ilidad d e cam b iar la realidad d e m an era in m a n e n te ,
d esd e d e n tro . El p e n s a d o r dialéctico d eb e situarse fu era de la (falsa) tota­
lidad. ¿Q u é re s p o n d e r en to n c e s al re p ro c h e d e q u e su p e n sa m ie n to n o
servirá p a ra nada? Q u e es u n re p ro c h e viciado, obviam ente. P o rq u e la u ti­
lid ad q u e se está reclam an d o de la filosofía es la utilidad del d o m in io (la
q u e se esfuerza p o r cu m p lir el form alism o lógico, p o r ejem plo, o e n la q u e
in c u rriría u n a dialéctica tran sfo rm ad a e n ciencia positiva). Lo v e rd a d e ra ­
m e n te valioso n o a d q u ie re su valor d e n in g ú n fin para el que sirva, sino
q u e es u n fin e n sí. A d o rn o n o esco n d e su idea de la filosofía a este resp ec­
to: « au n q u e u n a filosofía n o sirva p a ra nada, no p o r ello d eb em o s a rrin ­
co n arla» . Es más: « p o rq u e no sirve p a ra nada, p o r eso no está aú n caduca
la filosofía»22.
Si la u to p ía es aq u ello q u e n o es, el filósofo crítico es el re p re se n ta n te
d e q u ien es n o existen, esto es, d e q u ien es ya n o son y de aquellos a quie­
nes n o se les d eja ser. Los prim ero s son los evocados p o r la cita benjam i-
n ia n a c o n la q u e se c ie rra El hombre unidimensional: «Sólo p o r a m o r a los
desesp erad o s m a n te n e m o s la esperanza». Los que h a n dejado e scrito co n
su d o lo r el testim o n io in d eleb le d e su resistencia a la totalidad. Los segun­

143
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d os son los m iem b ro s d e u n a h u m a n id a d reconciliada y libre de d o m in io


q u e todavía no tien e lugar. Ni es fácil qu e lo tenga, p o r supuesto. Ese m u n ­
d o otro d e u n a h u m a n id a d reco n ciliad a, lib erad a del p rin cip io d el dom i­
n io , es lo o p u e sto a la so c ied ad capitalista. N o cabe hablar, p o r ta n to , ni
siq u ie ra d e q u e lo n uevo esté e n g e rm e n en la realid ad actual. «Lo q u e se­
ría d istin to , todavía n o es», escribe A d o rn o e n Dialéctica negativa1^. P ero, a
p esar d e todas las dificultades, la u to p ía d eb e ser defendida.
La u to p ía d e fe n d id a p o r la dialéctica negativa es u n a u to p ía histórica,
n o u n a u to p ía trascendental. U n a u to p ía que n o ren u n cia a su realización,
p o r m ás q u e co n o zca las dificultades d e la h o ra p resente. Sin brazo ejecutor
p a ra su su eñ o , el filósofo crítico d eam b u la p o r el d eso rd e n a d o paisaje de
lo real en busca d e los indicios de lo nuevo. A n h ela su p e rar la totalidad
social, p e ro sólo p u e d e co n ceb ir su u to p ía negativa a p a rtir d e lo existen­
te. Lo q u e hay es la bisagra — y el lím ite— d e lo pensable. D e u n lado, su
d eb ilid ad a n u n c ia la posibilidad de o tra cosa («sólo cu an d o lo existente
p u e d e ser cam b iad o , lo q u e existe deja d e serlo todo») y, d e otro, p e rm ite
p o n e rle ro stro a la esp eran za («toda felicidad es u n frag m en to de la felici­
d a d total q u e se cie rra a los h o m b res y ellos se p ro h íb e n » ).
N o hay c o n trad icció n e n tre estas últim as afirm aciones y el rechazo an­
te rio r a la crítica in m a n e n te . A d o rn o se da c u e n ta del conflicto q u e supo­
n e acep tar qu e su p ro p ia p ro p u esta es u n h ech o social (aspira a ser correc­
ta au to co n cien cia d e la h u m an id ad actual) y al m ism o tiem po erigirse en
el a b a n d e ra d o d e su negación. P ero el conflicto ha d e resolverse en el seno
del m u n d o : A d o rn o es u n m aterialista que n o acep ta más trascen d en cia
q u e la d e la h istoria. Lo q u e o c u rre es q u e su ubicación en esa realid ad re­
su lta cie rta m e n te peculiar. El filósofo p erm an ece exiliado en el in te rio r
de la to talid ad q u e le resulta ex trañ a. Esto es u n conflicto, pero n o una
contrad icció n . P o rq u e de esa cosa oíraque aquél busca, y que no existe ple­
n a m e n te e n u n m u n d o organizado sin y co n tra la filosofía, e n c u e n tra indi­
cios, residuos q u e se resisten a ser aplastados p o r la m aquinaria identifica-
d o ra d e la totalid ad . Ese es el valor de los individuos, su autén tica función:
la au sen cia de fu n cio n alid ad .
D esde el pico m ás alto de la abstracción p o d em o s in te n ta r reg re sar a
la realid ad d e n u estras sociedades capitalistas m ás desarrolladas. «El pro­
ceso q u e h a llevado hacia el d espliegue de la in d ep en d en cia del individuo,
fu n ció n d e n tro d e la sociedad d e m ercado, term in a co n su liquidación en
la integración.» Efectivam ente, el capitalism o m onopolista ya no necesita
d e la a u to n o m ía individual, n i siq u ie ra en el lad o d e la clase d o m in a n te .
T am b ié n el viejo e m p resario liberal — audaz, im aginativo, e m p re n d e ­
dor...— se h a co nvertido en u n figura anacrónica p a ra u n a sociedad cuya
eco n o m ía d esarro lla po d ero so s m ecanism os de au to rreg u lac ió n . C om o

144
M a n u k i. C ruz

dijera W right Mills, la elite del p o d e r h a sido ascendida y puesta e n lugar


del capital, con el o b jeto de q u e esa burocratización y centralización ga­
ran tice el co n tro l d e las crisis.
H a n ido d e sap arecien d o las condiciones m ateriales q u e h a c ía n posi­
ble a los individuos. La o m n ip re sen cia de la tecnocracia h a g e n e ra d o u n a
especie d e irresp o n sab le infantilism o, de deb ilid ad del yo, que los h o m ­
bres d e la so ciedad m a n ip u la d a in te n ta n re m e d ia r m edian te s u rígida
id en tificació n co n p o d erosas colectividades. Pocas tesis p arecen estar m ás
a la o rd e n del d ía q u e éstas. Se h a convertido e n u n tedioso lugar co m ú n la
afirm ació n d e q u e vivimos en u n a ép o ca de crisis d e los g ran d es relatos,
las g ran d es co n cep c io n e s del m u n d o , las g ran d es ideologías, y, sin em b ar­
go, el tóp ico suele o m itir el d ato d e la e x tra o rd in a ria pujanza de discursos
tan e n é rg ic a m e n te h o m o g en eizad o res com o el nacionalista id en titario o
el fu n d am en talista religioso, a cuya m edida parece p ensado este frag m en ­
to d e A d o rn o : «El yo d e b e difu m in arse a sí m ism o p ara co m u lg ar con el
estad o d e gracia d e la colectividad [...] La sensación de u n a n ueva seguri­
d a d se lo g ra m e d ia n te el sacrificio del p en sam ien to au tó n o m o » 24.
F re n te a esto, A d o rn o resalta la im p o rtan c ia d e la voluntad d e a u to n o ­
m ía d e to d o in d iv id u o crítico. La crítica sólo es posible m ed ian te la tenaz
resistencia del individuo a la ideología, sea ésta del tipo que sea. N o es acep­
table, p o r tan to , el re p ro c h e d e individualism o q u e en alguna ocasión se
le h a d irig id o a A d o rn o y, en to d o caso, no es co rre cto e q u ip a ra r su afir­
m ació n d e lo individual con el individualism o narcisista prom o v id o p o r
los ap arato s publicísticos de la sociedad de consum o. Este otro es el p ro ­
d u c to final d e u n p ro ceso de individuación form al extrem a q u e vacía al
in d iv id u o d e su c o n te n id o m oral y social. N o d e b ie ra m over a e n g a ñ o el
h e c h o d e q u e e n la ép o c a de la total cosificación, la retó rica individualista
(ex altad o ra d e la orig inalidad, d e la personalidad, etcétera) se h aya co n ­
v ertid o e n la ideo lo g ía d e las m ayores ventas.
P ero n o hay p o sib ilidad d e erro r, ni de confusión: de sobra sabem os
q u e esos individuos débiles, m aleables, son los destinatarios privilegiados
d e los cam b ian tes m ensajes del co n su m o (de la term in al del a p a ra to p ro ­
ductivo, en d efinitiva). N o o frecen resistencia a lguna a las indicaciones ex­
terio res. A cep tan hoy a críticam en te los erráticos cam bios de la m o d a (¿a
alg u ien se le o c u rre p e d ir explicaciones p o r lo qu e se llevarála te m p o ra d a
p ró x im a ?), co n la m ism a d ocilidad co n que A d o rn o p u d o c o m p ro b ar e n
su m o m e n to q u e se d ejab an e n c u a d ra r en las organizaciones totalitarias.
Los individuos narcisistas q u e sólo reco n o cen sus intereses p erso n ales
so n los p rim e ro s en cap itu lar a n te la m an ip u lació n ideológica y el terror.
C a rece n d e las arm as — p o r ejem p lo , de los valores transindividuales—
co n las q u e p o d ría n d efen d erse del asalto u n ifo rm izad o r de las organiza-

145
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d o n e s totalitarias. N o ejem plifican u n espacio de resistencia, sin o la m a­


teria p rim a d e la totalidad.
El indiv id u o d e A d o rn o es, c o n to d a claridad, o tra cosa. Es u n indivi­
d u o co n creto , n o u n individuo abstracto, com o el q u e vimos que ap a re c ía
in d istin ta m e n te ta n to en los discursos qu e o m iten su c o m p o n e n te social
co m o e n los q u e lo in te n ta n disolver en él. Esa co ndición de particu lari­
d ad irre d u c tib le le convierte e n el últim o d efen so r posible de lo q u e a ú n
n o es, en la trin c h e ra final m ás allá d e la cual sólo hay in d ife ren ciac ió n ,
reco n ciliació n y m u e rte . Y si n o se q u ie re utilizar los tonos de la d e rro ta ,
sino los d e la b atalla, se p u e d e d e c ir esto m ism o e n la fo rm a en q u e lo h a
h e c h o G iddens, p a ra q uien lo m ás característico del tiem po en q u e vivimos
es p recisam en te el h e c h o de q u e la m ism a ex p erien cia privada d e te n e r
u n a id e n tid a d p erso n al q u e descubrir, u n destino p ersonal q u e cum plir,
se h a co n v ertid o e n u n a fuerza p o lítica de g ran d es p ro p o rcio n es25.
Difícil, c iertam en te, ir m ás allá d e estos plan team ien to s sin in tro d u c ir
alg ú n reg istro nuev o . Algunos e p íg o n o s de la E scuela de F ra n k fu rt, acaso
co h ib id o s p o r la a u to rid a d rev eren cial d e los m aestros (o tal vez no d el
to d o disgustados p o r el d esenlace, dicho sea con u n p o co de m a ld ad ),
h a n q u e d a d o en callad o s en las ap o rías de la em an cip ació n y se h a n d ed i­
c ad o a d esp lazar a q u e l discurso hacia los ám bitos d e la estética y d e la reli­
gión. El an h e lo d e em an cip ació n h a d evenido pro m esa d e re d e n c ió n y el
d iscurso religioso h a p ro seg u id o a p a rtir del p u n to e n que la razó n crítica
h a b ía d ich o la ú ltim a palabra. El p ro b lem a d e esta actitud es q u e n o p e r­
m ite d e sa rro lla r la teo ría, sino q u e se d ed ica a legitim ar su clausura. Refi­
rién d o se a la céleb re afirm ación w ittgensteiniana — y en oposición a ella—
«acerca d e lo q u e n o se p u e d e hablar, lo m ejo r es callar», A d o rn o asignó a
la filosofía la tarea d e d ecir lo indecible, d e d ecir algo acerca de lo que n o
se p u e d e hablar, e n tre otras razones p o rq u e n o se le ha p e rm itid o acce­
d e r al ser ni siq u iera e n el lenguaje.

J ü r g en H aberm as

Lo q u e h ace q u e J ü r g e n H ab erm as p u e d a ser considerado d e p len o


d e re c h o el ú ltim o g ran re p re se n ta n te de la E scuela de F ra n k fu rt —y n o
u n m e ro ep íg o n o , o u n sim ple ex ég eta— es el h e c h o de q u e se p ro p o n g a
e n riq u e c e r el d ise ñ o inicial d e aq u élla con p reo cu p acio n es surgidas en el
d e b a te filosófico posterior. E n co n creto , su sensibilidad hacia las cuestio­
n es ep istem ológicas le h a p e rm itid o u n a refo rm u lació n d e los m otivos
orig in ario s d e la teo ría crítica e n u n o s térm in o s q u e p re te n d e n se r supe-
rad o re s d e las ap o rías m en cio n ad as. Se h a in teresad o p o r las o rie n ta d o -
M a n u e i. C ruz

n es q u e él m ism o h a d e n o m in a d o científico-analíticas, así c o m o p o r la


h e rm e n é u tic a . P ero , so b re to d o , h a d a d o e n tra d a e n su e s q u e m a a esos
discursos, asim ism o d e in sp iració n analítica, que se han p la n te a d o la d i­
m e n sió n p rag m ática del lenguaje. Esta aten ció n a la c o m u n id a d de los
q u e se sirven d el len g u aje p a ra co m unicarse h a sido utilizada p o r H aber-
m as a m o d o d e p a rtic u la r giro lingüístico p a ra in te n ta r fu n d a m e n ta r u n a
n u ev a id ea d e racio n alid ad y de los procesos de racionalización q u e p e r­
m ita h a c e r p en sab le la su p e rac ió n d e esos lím ites que sus p red eceso res
h a b ía n te n d id o a c o n sid e ra r irrebasables.
H ab erm as, efectiv am ente, p a rte d e los análisis d e los p rim e ro s frank-
fu rtian o s acerca d el m o d elo d e razón d o m in an te e n el capitalism o desa­
rro lla d o p ara in te n ta r llevarlos m ás allá. Se hizo u n a rápida referen cia a la
c o n d ició n d e in stru m e n ta l de d ic h a razón, refe ren cia q u e resu lta a h o ra
forzo so reto m ar. C o m o es sabido, M ax W eber h ab ía distinguido e n Econo­
mía y sociedad cuatro tipos de racionalidad: la racionalidad teleológica, q u e
es a q u ella q u e se p re o c u p a p o r escoger los m edios idóneos p ara alcanzar
u n fin p reviam ente establecido, sin e n tra r a valorar ese fin, la racio n alid ad
valorativa, o racio n alid ad d e los fines, que es la q ue in te n ta d ilu cid ar el va­
lo r d e éstos, la racio n alid ad afectiva, d o m in a d a p o r afectos y estados senti­
m en tales y, p o r ú ltim o , la racio n alid ad tradicional, d e te rm in a d a po r las
costum bres. D e a cu erd o con esta tipificación, asum ida p o r A d o rn o y H o rk ­
h eim er, el m o d elo d e racio n alid ad q u e h a b ría presidido el desarrollo o c ­
cid en tal h a b ría sido el m o d elo teleológico — in stru m en tal, e n definiti­
va— . Así parece ser, desde luego. L a prim acía alcanzada p o r ese m o d elo
h a sid o tal q u e h a te rm in a d o p o r fu n cio n ar com o sin ó n im o de racio n ali­
d ad sin m ás, co m o vem os q u e a c o stu m b ra a o c u r rir en am p lio s se cto res
d e la vida p ública, d o n d e c o n stan tem en te se utiliza la p alabra «racionali­
zar» co m o sin ó n im o d e aplicar los m edios m ás ad ecu ad o s a los fines q u e
se p ersig u en .
H ab erm as, q u e tam b ién re c o n o c e la validez d e los análisis w eberianos
(no sólo en lo q u e resp ecta a esta tipificación, sino tam bién en lo q u e hace
a las con secu en cias fu turas d el triu n fo de la racio n alid ad in stru m e n ta l26) ,
se distan cia del a n u n c io del eclipse d e la razón en n u estro tiem po, a n u n ­
cio efectu ad o e n diversos m o m en to s de sus respectivas obras ta n to p o r
A d o rn o co m o p o r H o rk h eim er. A d ife re n c ia de ellos, H a b e rm a s no c re e
q u e la tarea p o r d esarro llar sea la d e p ro p o n e r alternativas a esa racionali­
d ad científico-técnica. Su p ro p ó sito es m ás bien el de e la b o ra r u n a n o ­
ció n m ás am p lia d e racio n alid ad , e n la q u e ten g a cabida, co m o u n m o ­
m e n to necesario p e ro en n in g ú n caso suficiente, la v oluntad d e l h o m b re i-
p o r c o n tro la r el m u n d o objetivado. No es ésta u n a diferen c ia d e m atiz,
sin o d e fo n d o . T ie n e q u e ver co n el m o d o e n q u e se sitúan fre n te al ideal

147
F il o s o f ía c o n t e m p o k á n k a

d e la Ilustración. Sus predecesores creyeron qu e la crítica radical d e la ra ­


zón d e b e p lan tearse e n n o m b re d e a lguna dim ensión excluida (del otro) d e
la razón: H ab erm as cree q u e de lo q u e se trata es de c o n tin u a r el p ro g ra m a
ilu strad o p o r otros m edios. P ara él el proyecto de la m o d ern id ad , la espe­
ranza d e los p en sad o res ilustrados de q u e existe u n a conexión necesaria y
fu erte e n tre el crecim iento de la ciencia, la racionalidad y la lib erta d h u ­
m a n a universal, es u n a em p re sa p rá c tic a q u e no h a sido realizad a aún, y
q u e todavía p u e d e o rie n ta r y g u iar n u estras acciones.
E n el d esarro llo d e la tarea qu e H ab erm as se p ro p o n e ocupa u n lu g ar
cen tral la n o ció n d e in te ré s27. E n seg u id a deja claro n u e stro au to r q u e los
in tereses d e los q u e él q u ie re h a b la r n o son relevantes desde el p u n to d e
vista d e la sociología del co n o cim ien to , ni desde el d e la sociología del co­
n o cim ien to , n i d esd e el d e la crítica ideológica, co m o tam poco p u e d e n
se r red u cid o s a la h e re n c ia biológica. N o está p en san d o e n esos e le m e n ­
tos p e rtu rb a d o re s d e l p roceso d e co nocim iento, q u e d e b e n ser elim in a­
dos p a ra m a n te n e r la aspiración de objetividad. A ntes b ien al c o n tra rio ,
los in tereses a los q u e él se refiere son in tereses cognoscitivos o in te re se s
constitutivos d e co n o cim iento que o rien tan a la especie h um ana en su com ­
plejo co m ercio co n el m u n d o . S on las condiciones de posibilidad de la
ex p erien cia qu e p u e d e reclam ar objetividad: d esignan «la unidad d e l con­
tex to vital en q u e está e n cap su lad a la cognición»28.
P ro p o n e H a b erm as d istin g u ir e n tre tres tipos d e interés: el técnico, el
p ráctico y el e m an cip atorio. A cada u n o de ellos le c o rre sp o n d e u n tipo d e
ciencia o disciplina. El interés técnico p o r d om inar es el m o to r de las cien­
cias em pírico-analíticas, el in terés p ráctico p o r el en te n d im ie n to es la raíz
d e las ciencias h istó rico -h erm en éu tica s y el interés p o r la em an cip ació n
constituye el móvil d e las ciencias sociales críticas. C a d a u n o de estos inte­
reses cognoscitivos se basa en u n a d im en sió n de la existencia social h u ­
m an a: trab ajo , in te ra c c ió n y p o d e r 29. N o h a lugar, p o r ta n to , a sa ta n iz a r
n in g u n a m o d alid ad d e co n o cim ien to ni u n p articu lar tip o de interés:
cad a cu al cu m p le u n a fu n ció n en la m e d id a e n q u e se relaciona c o n u n a
c o n c re ta d im en sió n d e la actividad d e los h om bres. H aberm as n o den i­
g ra ni critica la fo rm a d e co n o cim ien to científico n atu ral, tan d e n o sta d a
p o r los p rim e ro s m ie m b ro s d e la E scuela30. Es sólo un tip o de c o n o c i­
m ien to , p e ro esta lim itación no la convierte e n objeto de crítica.
Los p ro b lem as, o b viam ente, su rg en e n el m o m en to e n que in te n ta
co n v ertirse e n el e stá n d a r c an ó n ico d e todas las form as de co n o cim ien to .
H e aq u í, p o r cierto, o tro p u n to d e discrepancia con los fran k fu rd an o s de
la g e n eració n an terio r, q u e criticaban la práctica m ism a d e investigación
d e las disciplinas em pírico-analíticas. P ara H ab erm as, en cam bio, lo re­
chazable es tan sólo la in te rp re ta c ió n q u e ellas — p o r ejem plo, e n la teo­
M a n u e i . C i tu /,

ría a n alítica de la cien cia— dan d e sí m ism as. P ero ese e rro r — esa extrali-
m itació n , en realid ad — tam bién lo co m eten las disciplinas h e rm e n é u ti-
co-históricas c u a n d o p re te n d e n instituirse en la ú n ica form a d e conoci­
m ie n to o en el tip o d e c o n o cim ien to m ás fu n d am en tal. Am bas se hacen
e n to n c e s acreed o ras del re p ro c h e d e falsa universalidad. A sem ejan te h o ­
rizo n te o m n ia b a rc a d o r sólo p u e d e n aspirar las ciencias sociales críticas,
q u e son p resen tad a s p o r H ab erm as com o u n a síntesis dialéctica de las
dos disciplinas an terio res. A quéllas a ú n a n el estudio de las reg u larid ad es
no m o ló g icas y la in te rp re ta c ió n d el significado d e in teracció n sim bólica,
p e ro trascien d en am b o s enfoques unilaterales precisam ente p o rq u e es­
tán reg id as p o r el in terés m ás universal.
Más allá del in terés p o r d o m in a r y co n tro lar la n aturaleza, in se p arab le
d e la ciencia y d e la técnica, está el in terés práctico o com unicativo, que es
el q u e lleva a los m iem b ro s d e u n a c o m u n id ad a in te n ta r e n te n d e rse (con
desigual fo rtu n a, claro está) con otros m iem bros d e la m ism a c o m u n id ad ,
o a ésta a in te n ta r lo p ro p io co n o tras c om unidades. D icha esfera, q u e p o ­
d em o s d e n o m in a r d e in teracció n com unicativa, ya no se rige ta n to p o r
la acció n o rien tad a al éxito cuanto p o r la com prensión intersubjetiva. La
d im e n sió n co m u n icativ a n o se d eja re d u c ir a la an terio r, e in clu so tiene
la p rim a c ía e n la m e d id a en q u e el p ro ceso de socialización de lo s indivi­
d u o s está p re sid id o p o r estas accio n es guiadas h a c ia el e n te n d im ie n to .
P e ro — a lo q u e íb am o s— am bos in tereses h a n d e estar dirig id o s p o r el
in te ré s e m a n c ip a d o r q u e tie n d e a la lib eració n d e la especie h u m a n a ,
fo m e n ta la crítica y se m u e stra co m o reflexión q u e trata de lib e ra r al in ­
d iv id u o d e las trab as d e u n a c o m u n icació n d isto rsio n ad a consigo m ism o
y c o n los dem ás.
C o n estos elem en to s, H ab erm as cree p o d e r avanzar e n su proyecto d e
co n stru cció n d e u n a teoría d e la sociedad con intención práctica, u n a teo ­
ría c o n fo rm a d a p o r u n a racio n alid ad d e nuevo tipo, capaz de a p o r ta r a
la vez ex p licaciones y justificaciones. Hay en el proyecto h ab erm asian o así
e n te n d id o e le m e n to s d e afin id ad y d e distancia resp ec to a los p la n te a ­
m ien to s d e M arx. P o d ría decirse q u e, p o r u n lado, H aberm as re c u p e ra el
esp íritu d e éste (q u e e ra tam b ién el espíritu fun d acio n al de la Escuela) al
d e fe n d e r la n ecesid ad de e lab o rar u n a ciencia social crítica. Su p ro p ó sito
d e ap ro p iarse d e los d esarrollos m ás p ro m e te d o re s d e las ciencias sociales
e in teg rarlo s en u n a ciencia social crítica co n ecta co n el in te n to m arxia-
n o d e fo ija r u n a n u ev a síntesis dialéctica de la filosofía y la co m p ren sió n
cien tífica de la sociedad. H ab erm as p arece h a b e r p ercibido b ien los ries­
gos d e la deriva final d e A d o rn o y H orkheim er. El deslizam iento d e éstos
hacia p lan team ien to s estrictam en te filosóficos, co m o sería el de la dialéc­
tica negativa, p o n e e n peligro la fu n ció n diagnóstico-explicativa d e la teo ­

149
F i l o s o f í a c o n t k m i 'O h a n k a

ría crítica. Y u n a te o ría crítica sin c o n ten id o em p íric o fácilm ente p u e d e


d e g e n e ra r en u n g esto retó rico vacío31.
P ero , p o r o tro lad o, H ab erm as se distancia de los enfoques d e M arx
en u n aspecto central. Le rep ro ch a, en suma, u n reduccionism o d e la p ro ­
d u cció n q u e tien e co n secuencias teóricas im p o rtan tes. AI h a b e r privile­
g iad o la categ o ría d e trabajo e n d e trim e n to d e los aspectos d e in teracció n
de la p ráctica h u m a n a , «M arx n o p u e d e cap tar la dominación y la ideología
co m o comunicación distorsionada»32. N o estam os ante u n a cuestión d e deta­
lle q u e p u e d a ser re to cad a sin alterar to d o el con ju n to . En el plan team ien ­
to m arx ian o es u n su p uesto im p o rtan te el de que el h o m b re se d iferenció
d e los anim ales cu a n d o em pezó a p ro d u c ir sus m edios de subsistencia. Es
el su p u e sto so b re el q u e fu n d a u n a d e te rm in a d a id e a de la d in ám ica his­
tórica, p e ro tam b ién , subsidiariam ente, el q u e fu n d a m e n ta la id e a de la
n o racio n alid ad d e los intereses. H ab erm as cree q u e en este p u n to los d e­
sarrollos d e F reu d resu ltan m ás satisfactorios. D efiniendo al h o m b re com o
«el an im al q u e in h ib e sus im pulsos y a la vez fantasea», en vez de co m o «el
an im al q u e fab rica in stru m en to s» , el p ro b lem a an tro p o ló g ico fu n d a m e n ­
tal se desplaza de la organización del trabajo al desarrollo d e las institucio­
nes. Este desplazam iento p erm ite p lan tear au tó n o m am en te cualesquiera
p ro b lem as relacio n ad os c o n la in teracció n social y, m ás en co n creto , p er­
m ite v er los in tereses em an cip ato rio s n o com o u n m ero ideal p e n d ie n te
d e racio n alizació n sino com o el d esarro llo m ism o d e la razón.
A H ab erm as, q u e en sus prim eros textos se tuvo q u e p elear con los p ro ­
fetas d e la desesp eració n , p a ra q u ien es la ciencia y la tecnología tie n e n su
p ro p ia lógica in te rn a , so b re la q u e n o hay n in g u n a posibilidad d e direc­
ció n h u m a n a , le h a to cad o ú ltim am en te recibir críticas. Le acusan d e que
su co n v en cim ien to d e q u e los conflictos p lan tead o s en la in teracció n co­
m unicativ a se p u e d e n resolver discursivam ente en la situación ideal de ha­
bla (an álo g a en este se n tid o a la comunidad ideal de comunicación d e Apel)
im p lica u n a recaíd a e n u n registro q u e, tras su ap arien cia crítico-utópica,
en realid ad b lo q u ea la posibilidad de pen sar la disidencia. P ro b a b lem en te
lo m e jo r d e la p ro p u e sta h a b e rm a sia n a n o sea tan to su confianza e n la ca­
p acid ad d el d iálogo p a ra canalizar cu alq u ier disenso, asu n to en el q u e ob­
viam en te hay m u c h o q u e discutir, com o su em p eñ o e n reco n d u cir al seno
de la racio n alid ad las decisiones prácticas de los h o m b res, enviadas p o r
los neopositivistas (y algún ex trañ o aliado coyuntural, com o los pro fetas
d e la d esesp eració n recién m en cio n ad o s) a las tinieblas exteriores d e l de­
seo o d e la irracio n alid ad .
Es u n falso d e b ate el d e si H ab erm as d eb e ser c o n sid erad o un b la n d o
co n ciliad o r o u n iluso rem atado, si lo q u e p ro p o n e es im posible o indesea­
ble, si está a la d e re c h a o a la izq u ierd a d e lo q u e cabe esperar. Su proyec­

150
M a n u e i. C r u z

to es d e o tra natu raleza: re c u p e ra r la dim ensión m u n d a n a , in m a n e n te ,


d el su e ñ o utópico. E scribir u n a nueva dialéctica de la Ilustración, h a n dicho
o tros. Q uizá esta ú ltim a fo rm u lació n nos dé, al pasar, la clave m ás ajusta­
d a d e lo q u e p o d ría ser u n a valoración global de la Escuela de F ran k fu rt.
Las diferencias p articu lares e n tre au to res ya h a n sido señaladas — y en al­
g ú n caso subrayadas— . T am bién se h a destacado el aliento em a n c ip a d o r
q u e to d o s co m p a rte n , o el pesim ism o que e n ellos sin excepción g en eró
la d e r ro ta d e las expectativas revolucionarias. P ero si todo esto, la sum a
d e acierto s y reveses, n o h a d ad o co m o saldo final su an acro n ism o , su d e ­
finitiva cad u cid ad , tal vez sea p o rq u e el m arco global en el que d esarro lla­
ro n su p ro p u e sta es el n u estro . H a n sabido p e n s a r lo q u e nos im p o rta .
A c e rta ro n al p e rc ib ir q u e lo q u e se h a pu esto e n ju e g o e n este siglo h a
sido la validez d el p ro y ecto ilustrado. O m ás tajan tem en te: re p re se n ta n el
ú n ic o m arx ism o posib le ya.

151
N otas

1Ya en París, en 1936 apareció una recopilación de estudios sobre autoridad y


familia, mientras que, más tarde, en Nueva York se publicaron importantes traba­
jos sobre el prejuicio, la personalidad autoritaria y la función de las ideologías. De
entre los investigadores sociales directamente influidos por los frankfurtianos
cabe m encionar a P. Hongsheim , H. Gerth o P. Baran, aunque sin duda alcanza­
ron más notoriedad los influidos indirectamente, com o Wright Mills, Alvin Gould-
nery otros críticos del m odelo estructural-funcional.
2 Basta con comprobar los libros producidos bajo su dirección: por ejemplo,
La ley de acumulación y la caída del sistema capitalista, de Henryk Grossman, Experi­
mentos sobre economía planificada en la Unión Soviética, de Friedrich Pollock, y un tra­
bajo colectivo titulado Estudios sobre la historia de la socialdemocracia alemana. Asi­
mismo, el Instituto siguió publicando el Archivo para la historia del Socialismo y el
Movimiento Obrero, creado años antes por Grünberg, en el que aparecieron impor­
tantes trabajos de Korsch, Lukács, Riazanov, etcétera.
3 En M. Horkheimer, «Teoría tradicional y teoría crítica», en Teoría tradicional
y teoría crítica, B arcelona, Paidós, 2000, pp. 23-79.
4 En su documentadísimo libro La imaginación dialéctica, Madrid, Taurus, 1974.
5 Se lee en Historia y conciencia de clase: «...precisamente aquí [...] se expresa
claramente el profundo parentesco del materialismo histórico con la filosofía de
H egel en el problem a de la realidad, en la función de la teoría como auto-conoci-
miento de la realidad», Grijalbo, M éxico, 1969, p. 18.
6 Las definiciones pertenecen a la obra de Husserl Lógicaformal y lógica trascen­
dental: ensayo de una crítica de la razón lógica (México, Centro de Estudios Filosóficos,
UNAM, 1962) yvienen recogidas por Horkheimer en Teoría tradicional.., cit., p. 25.
7 La cita prosigue así: «Mediante esta actividad, por un lado los hechos se tor­
nan fructíferos para una clase de conocim iento científico que tiene aplicación
práctica en las condiciones socieconóm icas dadas y, por la otra, permite la aplica­
ción del conocim iento ya poseído a los hechos. No cabe duda de que un trabajo
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

semejante constituye un m om ento de la transformación y el desarrollo perma­


nentes de los fundamentos materiales de esta sociedad», ibídem, p. 29.
8 «Eljuicio categórico es típico de una sociedad preburguesa: así son las cosas
y el hom bre no puede cambiarlo en absoluto. Las formas de juicio hipotéticas y
disyuntivas pertenecen al m undo burgués de una manera especial: tal efecto pue­
de producirse en unas condiciones determinadas, o es así o de otra forma. La teo­
ría crítica lo aclara: no debería ser así, los hombres podrían cambiar la existencia,
dado que las condiciones para hacerlo ya existen», ibídem, p. 62.
9 Ibídem, p. 31. De hecho, para Horkheimer los procesos materiales de pro­
ducción determinan inclusive el m odo com o se usan los órganos perceptivos: «se
puede invertir la tesis de que los instrumentos son prolongaciones de los órganos
humanos y afirmar que los órganos son también prolongaciones de los instru­
mentos», ibídem, p. 36.
10 «Los hechos que nos transmiten los sentidos están socialmente preformados
en un doble sentido: a través del carácter histórico del objeto percibido y del carác­
ter histórico del órgano percipiente. Ninguno de los dos son meramente naturales
sino que también están configurados por la actividad humana», ibídem, p. 35.
11 «El especialista académico como científico considera la realidad social y sus
productos com o algo extrínseco a él, y como ciudadano ejerce su interés e n ellos
mediante artículos políticos, participación en partidos políticos o en organizacio­
nes de servicio público, y participación en las elecciones. Pero no unifica estas dos
actividades, excepto mediante la interpretación psicológica, si acaso», ibídem, p. 44.
12 «El desem pleo, las crisis económicas, la militarización, los gobiernos terro­
ristas, la situación general de las masas no se debe a las escasas posibilidades técni­
cas, tal com o podía ocurrir en el pasado, sino a unas relaciones productivas que
no son ya adecuadas a la situación actual», ibídem, p. 48.
13 Max Horkheimer, «Teoría tradicional...», op. cit., p. 56.
14 Max Horkheimer, «Acerca del problema del pronóstico en las ciencias so­
ciales», Teoría crítica, Buenos Aires, Amorrortu, 1974, p. 49.
15 Max Horkheimer, «Teoría tradicional...», op.cit., pp. 76-77.
16 Ibídem, p. 35.
17 T heodor W. Adorno, Dialéctica negativa, Madrid, Taurus, 1975, p. 260.
18 Max H orkheim er y Theodor W. Adorno, Dialéctica de la Ilustración, Madrid,
Trotta, 1994, p. 64.
19 Ibídem, p. 84 y ss.
20 Ibídem, p. 80.
21Ibídem.
22 Th. W. Adorno, «Justificación de la filosofía», en Filosofía y superstición, Ma­
drid, Alianza, 1972, p. 23.
23 Para este paso vid. Dialéctica negativa, op. cit., epígrafes «Constelación» y
«Constelación de la ciencia», pp. 165-169. En sentido extremadamente próximo

154
M a n u iü . C r u z

se pronuncia tam bién Adorno en Teoría estética (Madrid, Taurus, 1971), p. 179,
donde puede leerse: «El arte quiere aquello que ya era lo que todavía n o existía;
por tanto, todo lo que él es. No puede saltar por encima de la sombra d e lo sido.
Lo que todavía no era es lo concreto» (subrayado, M.C.).
24 Th. W. Adorno, Kritik. Kleine Schriftenzur Gesettschaft, Frankfurt, Surkhamp,
1971, p. 149.
25 Anthony Giddens, Modernidad e identidad del yo, Barcelona, Península, 1995.
26 Com o es sabido, para Weber el crecimiento de ésta no conduce a la realiza­
ción concreta de la libertad universal, sino a la creación de una «jaula d e hierro»
de racionalidad burocrática, tal com o describe en La ética protestantey el espíritu del
capitalismo: «Nadie sabe quién vivirá en estajaula en el futuro, o si al final de este
trem endo desarrollo surgirán enteram ente nuevos profetas, o tendrá lugar un
gran renacimiento de viejas ideas e ideales; o si, por el contrario, no se darán nin­
guna de las dos, y quedará todo envuelto por una ola de petrificación mecanizada
y una convulsa lucha de todos contra todos. En este caso, los “últimos hom bres”
de esta fase de la civilización podrán aplicarse esta frase: “Especialistas sin espíri­
tu, gozadores sin corazón; estas nulidades se imaginan que han ascendido a un
nivel de civilización que no se había alcanzado nunca anteriormente”» (Barcelo­
na, Península, 1969, pp. 259-260).
27 Esta noción aparece por vez primera en la lección inaugural pronunciada
por el filósofo en la Universidad de Frankfurt en 1965, titulada «Conocimiento e
interés», e incluida en jü rg en Habermas Cienciay técnica como «ideofogía», Madrid,
Tecnos, 1984, pp. 159-181.
28Jürgen Habermas, Teoría y praxis, Madrid, Tecnos, 1987, p. 20.
29 Parece cierto, com o ha observado Hans Albert, que existe una conexión en ­
tre la doctrina de los intereses del conocim iento y la doctrina de Max Scheler de
las formas del saber («saber de trabajo» o «saber de dominio», «saber formativo»
y «saber de salvación»), que presenta en su Sociología del saber. Al m enos así lo re­
conoce Apel en el primer tomo de su libro La transformación de lafilosofía, Madrid,
Taurus, 1985. Pero perseguir esta observación nos obligaría a remontarnos a
Comte y su teoría de los tres estadios, con la que Scheler polemiza, y e so supon­
dría desviar el curso de nuestra reconstrucción.
30 Más bien al contrario: «Considero frustrantes, e incluso reaccionarios, los
esfuerzos que caracterizan a la antigua disputa metodológica, o sea los esfuerzos
por erigir barreras desde el principio para eliminar por com pleto ciertos sectores
del alcance de cierto tipo de investigación»,J. Habermas, «Racionalismo dividido
en dos: una respuesta a Albert», en Theodor W. Adorno y otros, La disputa del posi­
tivismo en la sociología alemana, Barcelona, Grijalbo, 1973, p. 245.
31 Cfr. Richard Bernstein, «Introducción» a Anthony Giddens et al., Habermas
y la modernidad, Madrid, Cátedra, 1988.
32Jürgen Habermas, Conocimiento e interés, Madrid, Taurus, 1982, p. 278.

155
T e r c e r a pa r te

La t r a d ic ió n
h e r m e n é u tic o -fe n o m e n o ló g ic a .
La c e n t r a l i d a d d e l a v id a
C a p ít u l o X
H u s s e r l , l a c r ít ic a a u n m o d e l o d e c i e n c i a

E d m u n d H usserl (1859-1938) n ació en Prossnitz (Moravia, actual R epú­


blica C h e c a ). E studió m atem áticas co n W eiertrass y fue alu m n o d e B ren­
tan o en la U niversidad de V iena en tre 1884 y 1886. P rocedente de u n a fam i­
lia d e tradición ju d ía , se convirtió al luteranism o hacia 1887, p o r exigencias
político-profesionales. Fue p ro feso r de Filosofía p rim e ro en la U niversi­
d a d d e H alle, lu eg o e n la de G otinga y fin alm e n te , hasta su ju b ila c ió n e n
1929, e n la de F rib u rg o , en la q u e tuvo com o asistente a H eidegger. En los
últim o s años d e su vida, desde 1933, su trabajo se vio som etido a lim itacio­
n es co m o c o n secu en cia de las leyes antisem itas d el rég im en nazi.

U n estudioso d e H usserl, el filósofo polaco Leszek Kolakowski, ha ca­


racteriz ad o el p royecto h usserliano com o «el in te n to m ayor y m ás serio
e n n u e stro siglo p o r alcanzar las fu en tes últim as d el co n o cim ien to » 1. P ro ­
b a b le m e n te esté en lo cierto a u n q u e d eb iéram o s a ñ a d ir q u e ju s to en esa
in d e te rm in a d a c o n d ic ió n d e intento es d o n d e la te n la m ayor p a r te de las
claves p a ra la c o rre c ta in te rp re ta c ió n de este autor. El in ten to , com o el
ensayo, reclam a ser valorado e n esa precisa índole, en su a p e rtu ra in ten cio ­
n a d a h acia u n resu ltad o q u e p ro b a b le m e n te no lo agotará. H usserl dialo­
ga co n n o so tro s tan to o m ás qu e a p a rtir de sus logros, a p artir d e las p r o ­
p u estas q u e n o s lanza. Sería injusto co nfinarle e n su presen te, asfixiarlo
e n tre co n tem p o rán eo s, de m a n e ra q u e se ocultara a n uestra vista lo que le
c o n c e d e u n a m ayor g randeza: su am b ició n teórica.
En las Investigaciones lógicas2 H usserl definirá el propósito de su em p re­
sa teó rica com o u n a investigación sobre los m odos d e c o n o cim ien to im plí­
citos en todas las o peraciones lógicas y cognoscitivas. A prim era vista podría
p a re c e r q u e hay u n conflicto de com petencias e n tre esta investigación y
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

la p ro p ia d e la psicología, en la m e d id a e n q u e am bas tom an com o o bjeto


el m u n d o d e la co n ciencia. P ero la d istinción es clara a p artir del m o m e n ­
to en q u e H usserl le atribuye a la psicología el carácter de ciencia n atu ral.
Esto h ace q u e el tra ta m ie n to a q u e ella som ete a los aco n tecim ien to s psí­
q uicos e n cu an to h e c h o s n atu rales q u e aco n tece n en el tiem po, le im p id a
c a p ta r la e sen cia d e la co n cien cia y d e los m odos en q u e a ésta se d a n sus
objetos reales o posibles. Y esto hace tam bién, dicho sea de paso, que el ismo
filosófico q u e in te n ta legitim ar la h e g e m o n ía d e esa ciencia e n el análisis
d el m u n d o d e la co n cien cia a rra stre u n a lim itación insalvable. El psicolo-
gism o h ace d e p e n d e r d e — y disuelve e n — condiciones fácticas la validez
d e to d o ju icio . Lo cual, claro es, im plica u n a grave confusión categorial
(e n tre lo q u e hoy llam aríam os co n tex to d e d escubrim iento y c o n te x to de
ju stificació n ). F re n te a esto, la fenomenología pura h usserliana no se pre­
se n ta c o m o u n a c ien cia d e h ech o s sino d e esencias, o cu p ad a e n el estudio
d e fe n ó m e n o s irreales.

P o n e r e n t r e p a r é n t e s is

P ero el acceso al c am p o p u ra m e n te fen o m en o ló g ico — «su conciencia


co m o fe n ó m e n o p u ro , sin g u larm en te, p e ro tam bién com o el todo d e su
vida p u ra» , escribe H usserl— re q u ie re u n a previa o p eració n conceptual,
u n d e te rm in a d o se p ara r el gran o d e la paja que sirva p a ra excluir de nues­
tra co n sid erac ió n in m e d ia ta los d ato s y configuraciones q u e el h o m b re
posee y utiliza en su actividad reflexiva h abitual o, lo q u e es lo m ism o, la
co n cien cia ya co n stituida. A esta o p eració n H usserl la d en o m in a epojé o
reducción fenomenológica, y p u e d e d efinirse com o la exigencia m etodológi­
ca d e p o n e r e n tre p arén tesis lo d a d o p a ra que ap arezca m ás claram en te
el m o d o d e darse.
N o es éste, ap resu ré m o n o s a señalarlo, u n gesto nuevo e n la historia
d e la filosofía. Sin dificultad se p o d rían e n c o n tra r precedentes ilustres: en
cierto m o d o todos los filósofos (¡y h a h ab id o tantos!) que, cad a u n o a su
m a n era, h a n d e fe n d id o la n ecesidad d e h acer tabla rasa de la h e re n c ia re­
cibida h a n re p e tid o el m ism o gesto. A u n q u e tal vez el refe ren te m ás cer­
c an o a la p ro p u e sta d e H usserl d esd e el p u n to d e vista teórico sea el de
esa p a rtic u la r epojé re p re se n ta d a p o r la d u d a cartesiana. C on un* im p o r­
tan te m atiz diferencial: lo q u e en D escartes es la suspensión total d e todo
c o n o cim ien to a la e sp e ra de d a r co n la certeza fundacional, e n la fen o m e ­
n o lo g ía es ú n ic a m e n te la su spensión d e aquella afirm ación d e realidad
q u e está im plícita e n todas las actitudes naturales y e n todas las ciencias
n a tu rales (y p o r « actitud natural» H usserl e n tie n d e la actitud de la con­

160
M a n u el C ruz

cien cia in g en u a co m p ro m e tid a c o n su creencia en la evid encia no p r o ­


blem ática d e la trascen d e n cia de las cosas re a le s). D icho de o tr a form a,
tal vez m ás clara, lo q u e q u e d a e n suspenso es la afirm ación de la realidad
del m u n d o .
L o cual — m atiz im p o rta n te — e n m odo a lg u n o significa q u e se d e b a
d u d a r de la realid ad del m u n d o , sino, sim plem ente, que n o se h a c e uso de
la creen cia del m u n d o , de la llam ad a tesis natural. El p ro p io H usserl es ro­
tu n d o a este respecto: «Ponem os fu era d e ju e g o la tesis general in h e re n te
a la esen cia d e la actitu d n atural. C olocam os e n tre paréntesis to d a s y cada
u n a d e las cosas a b arcad as e n se n tid o ó n tico p o r esa tesis, así, pues, este
m u n d o n atu ral e n te ro q u e está co n stan tem en te p ara nosotros a h í d e la n ­
te, q u e seguirá están dolo p e rm a n e n te m e n te co m o “realidad” d e que te n e ­
m os co n cien cia, a u n q u e nos d é p o r colocarlo e n tre p arén tesis. Si así lo
h ag o , com o soy p le n a m e n te libre d e hacerlo, n o p o r ello niego este m u n ­
do, co m o si fu era u n sofista, ni d u d o de su existencia com o si fu ese u n es­
cép tico , sino q u e p ractico la <?/>o/«“fen o m en o ló g ica” qu e m e p ro h íb e c o n ­
sid e ra r co m o ex iste n te el m u n d o q u e ten g o d e la n te co m o lo h ag o e n la
vida práctica y e n las m ism as ciencias positivas»3.
L a su sp en sió n , p o r lo p ro n to , persig u e avanzar hacia el objetivo p r o ­
p uesto, qu e no es o tro qu e el d e la com prensión d e las vivencias e n to d a su
p u reza, esto es, sin vinculación a u n contexto n atu ral causal, ya sea físico
o psicológico. P ero la tarea n o es fácil. Lo q u e p rin cip alm e n te d ificu lta la
ap ro x im ació n a este objetivo es el h e c h o de que estam os in elu ctab lem en ­
te a tra p a d o s p o r las cosas, q u e vivimos en ellas, q u e los actos cognoscitivos
m e d ia n te los q u e las a p re h e n d e m o s p re su p o n e n siem pre, co n una p r o ­
fu n d id a d m ayor q u e c u a lq u ie r ju ic io explícito, ese algo no d ic h o q u e se
co n tie n e e n la tesis n atural. D e ahí, e n tre otras razones, la com plejidad de
la o p e ra c ió n teó rica p ro p u e sta p o r H usserl.
D icha o p e ra c ió n incluye diversos m om entos. P u ed e h ablarse, en p ri­
m e r lugar, d e u n a epojé histórica, m ediante la cual se ren u n cia a to d o lo q u e
se su ele acep tar c o m ú n m e n te en fo rm a de opiniones, sea de la vida co ti­
d ian a, sea d e la ciencia, sea d e la esfera de la c reen cia religiosa. Al prescin­
d ir d e las o p in io n es de otros, el fen o m en ó lo g o e m p re n d e el cam in o q u e
le dirig e a las cosas m ism as. A esta fase sigue lo q u e H usserl ha d e n o m in a ­
do reducción eidética, p o r la q u e se p o n e e n tre paréntesis la existencia in d i­
vid u al del o b jeto estu d ia d o . El foco de la a te n c ió n se d esplaza d esd e lo
efectivo a la esencia, lo q u e significa, p o r ejem p lo , p asar de esta cosa ro ja
en p a rtic u la r a la esencia roja, o d e este h o m b re individual co n creto a la
esen cia h o m b re. U n a co n secu en cia teórica de esta reducción m erece ser
resaltada. Al elim in ar la individualidad y la existencia, se elim in an al p r o ­
pio tiem p o todas las ciencias d e la naturaleza y d e l espíritu, sus observa­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

ciones d e h ech o s e n id én tico g rad o q u e sus generalizaciones. El p ro p io


Dios d e b e r ser elim in ad o en el co n c e p to de fu n d a m e n to del ser. Es claro:
se está a p u n ta n d o a la esencia p u ra y ello hace q u e se descarten to d as las
d em ás fu en tes d e in fo rm ació n . F in alm en te, q u e d a la reducción trascenden­
tal, a través d e la cu al q u e d a en suspenso no sólo la existencia, sino todo
aq u ello q u e n o sea c o rre la to d e la conciencia pura. L o que eran d a to s en
la c o n c ie n c ia in g e n u a d ev ien en fen ó m e n o s trascen d e n ta le s en la con­
cien cia p u ra: del o b jeto n o resta m ás q u e aquello q u e es d ado al sujeto.
T ras la re d u cció n fen o m en o ló g ica, el p a n o ram a del discurso cam bia
p o r e n te ro . La epojé lleva a cabo u n a co m p leta y sistem ática aniquilación
d el m u n d o racio n al q u e sólo deja e n p ie — lo único q u e p u e d e q u e d a r—
la esfera d el yo p u ro y d e la co n cien cia pura. P o r eso algunos a u to res han
h a b la d o d e esta c o n cien cia post-epojé com o u n residuo fenomenológico, y lle­
van razó n siem p re q u e n o se e n tie n d a la expresión «residuo» en se n tid o
peyorativo (a fin d e cuentas, el m u n d o negado en la epojé es en realidad u n
m u n d o falsificado, n o originario, n o a u té n ticam en te vivido y p ercib id o ).
Esa co n cien cia p u ra, es decir, las vivencias y su yo, q u e es lo único q u e per­
m an ece in d u d a b le d esp u és de las red u ccio n es eidética y trascen d en tal, ya
n o p u e d e se r co n fu n d id a con el yo e m p íric o d ad o e n la ex p erien cia in te r­
na. L a fe n o m e n o lo g ía h a to m ad o u n a distancia definitiva respecto d e la
psicología, ya q u e ésta, e n cu alq u iera de sus form as, sigue d e p e n d ie n te
d e la actitu d n atu ral.
Este d esp lazam ien to, esta tran sfo rm ació n , tiene consecuencias e n el
p la n o d e la p ráctica. Al yo que p ercib e el m u n d o y q u e vive n a tu ra lm e n te
le c o rre sp o n d e u n a actitu d in teresad a respecto al m u n d o , m ien tra s que
el yo fen o m en o ló g ico se establece com o espectadw desinteresado. En L a crisis
de las ciencias europeas H usserl lo ex p resa así: « O p eran d o la epojé n os con­
v ertim os e n esp ectad o res c o m p le ta m e n te d esinteresados del m u n d o , del
m u n d o en cu an to subjetivo-relativo (esto es, de aq u el en q u e se d e sa rro ­
lla n u e s tra vida en c o m ú n en su c o n ju n to con sus esfuerzos, sus cuidados,
sus o p e ra c io n e s ), y lanzam os sobre él u n a p rim e ra m irada in g e n u a que
n o tien d e a investigar su ser ni su m odo d e ser sino a considerar lo q u e siem ­
p re vale y c o n tin ú a v aliendo p a ra nosotros com o existente y ex isten te así,
a co n sid erarlo d esd e el p u n to d e vista de su m o d o subjetivo de valer, de
sus aspectos, etcétera» 4.
P ero , p u esto q u e la co n cien cia es siem p re co n cien cia ífealgo, ese «resi­
d u o fen o m en o ló g ico » n o d u d a b le , n o n eg ab le, será algo m ás q u e m e ra
conciencia: será co n ciencia de la vida com o intencionalidad, com o u n acto
sie m p re p re se n te d e su p e rac ió n de sí, com o co n cien cia trascen d en tal. La
d iferen c ia se ñ alad a e n tre la epojé cartesiana y la husserliana p royecta sus
efectos h asta aquí. A h o ra estam os en condiciones d e e n te n d e r p o r q u é a

162
M a n u k i. C r u z

H usserl el radicalism o d e D escartes, asum ido co m o p u n to de p a rtid a 5, se


le revela fin alm e n te insuficiente: p o n e r en d u d a los datos del m u n d o n a ­
tu ral n o altera e n n a d a la tesis g en eral de la actitu d n atu ral (puesto q u e
n o hay ciencia q u e n o postule la existencia del m u n d o real d e l cual es
cie n c ia ). L a d u d a cartesian a resp ec to a la cosa natu ral c o n tin ú a sie n d o e n
sí m ism a u n a actitu d m u n d a n a , n o es sino u n a m odificación d e esa acti­
tud. D e a h í q u e, p a ra re s p o n d e r a la ex igencia p ro fu n d a de rad icalid ad ,
H u sserl o p o n g a a la d u d a la actitu d de q u ien n o tom a p o sición con res­
p e c to al m u n d o c o m o existente.
D e esta p o sic ió n , ya c o m e n ta d a , im p o rta d estacar u n efecto teórico.
Tras la epojé, el m u n d o q u e n os ro d e a ya n o es sim p lem en te u n existente,
sino u n fe n ó m e n o d e existencia. D esde o tro ángulo: al final del re c o rrid o
— d e su viaje a través d e la d u d a — a D escartes sólo le q u e d a b a e l cogito; a
H usserl en cam b io le q u e d a la vida. P ero p ara n o m a le n te n d e r el c o n ten i­
d o d e esta vida y n o identificarla co n el significado que acostum bra a te­
n e r e n el len g u aje o rd in a rio — significado q u e suele v en ir asociado a u n
a b an d o n arse a ese m u n d o q u e acabam os d e rechazar: se acostum bra a d e ­
cir q u e vive la vida aq u el q u e se d eja a rra strar p o r las incitaciones m ás in ­
tensas q u e le lan za su e n to r n o — c o n v en d rá d eten erse, siq u iera sea breve­
m e n te, en la co n sid eración d e la naturaleza p ro fu n d a de d icha conciencia.
Sólo así estarem o s en co n d icio n es de e n te n d e r q u é significa p a ra H usserl
la vida o, co n m ás p recisión, el mundo de la vida.

La c o n c ie n c ia in t e n c io n a l

H usserl d istin g u e tres significados del té rm in o conciencia. E n p rim e r


lugar, se d e b e e n te n d e r p o r ella el e n tra m a d o d e vivencias psíquicas q u e
se d a e m p íric a m e n te e n la u n id a d de la c o rrie n te vivencial; e n se g u n d o
lugar, la p e rc e p c ió n in te r n a d e las p ro p ias vivencias y, p o r últim o , c o n ­
cien cia sirve p a ra d e sig n ar todos los actos psíquicos o vivencias in te n c io ­
nales. A la vista d e lo q u e h em o s ido se ñ alan d o , n ad a tien e d e ex tra ñ o
q u e las in vestigaciones h u sserlian as se refieran exclusivam ente a esta úl­
tim a significación. P ero H usserl va a so m e te r al c o n c e p to de in te n c io n a ­
lid ad , o rig in a ria m e n te h e r e d a d o d e B re n ta n o , a tan tas m o d ifica cio n es
d e s e n tid o , q u e él m ism o lle g a rá a d e c ir q u e to d o lo q u e h e r e d ó d e su
m aestro fu e la p a la b ra 6. El rasgo fu n d a m e n ta l d e la in te n c io n a lid a d resi­
de e n el h e c h o d e q u e la relació n q u e ella in sta u ra e n tre la co n c ie n c ia y
su o b jeto n o h ace d e este o b jeto u n a p a rte o ele m e n to d e la co n cien cia,
en el s e n tid o e n q u e u n a re a lid a d o u n a cosa p u e d e ser p a rte o e le m e n to
d e o tra.

163
F i l o s o f í a c q n t k m i ’OR á n t .a

E fectivam ente, las llam adas vivencias intencionales son, de e n tre las m úl­
tiples vivencias q u e le aco n tece n a un yo, aquellas que poseen la pro p ied ad
esencial d e ser vivencias de u n objeto. Amar, odiar, conocer, re p re se n ta r o
valorar, p o r p o n e r a lg u n o s casos, se h allan refe rid as in te n c io n a lm e n te
a lo am ad o , o d iad o , c o n o cid o , re p re se n ta d o o valorado, en la m e d id a en
q u e im p lican u n a co n cien cia de dichos objetos. Pero, al so m e te r a sem e­
ja n te s vivencias al tra ta m ie n to reductivo, lo q u e se o b tien e es, de u n lado,
la co n cien cia co m o u n p u ro c e n tro de refe ren cia de la in ten cio n alid ad , al
cual se d a el o b jeto in ten cio n al, y, p o r o tro , un objeto al q u e n o le qu ed a,
d esp u és d e la red u cció n , o tra existencia q u e la de estar d ado in ten cio n al­
m e n te a este sujeto. N os hallam os, pues, ante u n tipo de relación q u e im­
p id e to d a fagocitación del objeto p o r p a rte del sujeto, com o b ien ve el
p ro p io H usserl: «Si el yo reducido (es decir, el yo que h a efectuado la epojé,
el yo trascen d e n ta l) n o es u n a p a rte del m u n d o , recíp ro c am en te el m u n ­
d o m ism o y los objetos del m u n d o no son partes de m i yo, n o se p u e d e n
h allar re a lm e n te en m i vida psíquica com o sus p artes reales, com o com ­
plejos d e dato s sensibles o d e actos psíquicos»7.
Estas afirm acio n es im plican u n a p articu lar u bicación teórica respecto
a las g ra n d e s p o sic io n e s m etafísicas tradicionales. L a resistencia del m un­
do, a q u e se refería H usserl e n esta últim a cita, p u ed e se r in terp retad a tanto
enfatizan d o lo q u e salva com o d estacando lo q u e com porta. Si em pezam os
p o r esto últim o , h a q u e d a d o claro q u e la conciencia p u ra tien e co m o re­
fere n cia in ten cio n al el acto p u ro . A m pliando la escala, p u ed e decirse que
la re a lid a d p o r e n te ro ap arece com o co rrie n te de vivencias e n el se n tid o
d e los actos p u ro s. U n a vez d escarta d o de m a n e ra ex p resa q u e e s ta co­
r rie n te sea de n a tu ra le z a psíquica, lo q u e em erg e a n te el análisis es una
tram a d e estru ctu ras ideales a través d e las cuales u n a conciencia p u ra, que
n o es u n sujeto real, va estableciendo relaciones in ten cio n ales con unos
objeto s cuya realid ad tam p o co es im prescindible — u n acto intencional,
ad m ite H usserl co n el B ren tan o d e la p rim e ra época, se p u e d e d a r sin
n in g ú n o b jeto real— , p o rq u e lo ú n ico q u e de ellos im p o rta es que so n se­
res d ad o s a u n sujeto lógico. O bviam ente, este h in cap ié en q u e la existen­
cia d e la realid ad n o es necesaria p a ra el ser de la conciencia pura, y el én­
fasis c o m p le m e n ta rio e n q u e el m u n d o de las cosas n o es m ás q u e algo
in ten cio n al, co n cien ciad o , q u e ap arece, ap ro x im an la filosofía d e Hus­
serl a alg u n a v arian te d el idealism o trascendental.
P ero al lado d e esto, com o co n trap artid a, al subrayar que el vínculo de
la in te n c io n a lid a d , q u e re la c io n a el m u n d o co n la concien cia, n o hace
d e la co n cien cia u n a p a rte del m u n d o , ni del m u n d o u n a p a rte de la con­
ciencia, se está m o stra n d o u n a d im ensión, vamos a llam arla así, realista
d el discurso fen o m en o ló g ico . Al m en o s en la m ed id a en q u e u n a d e las

164
M a n u el C ruz

críticas q u e tra d icio n alm en te h a dirigido el realism o al idealism o gnoseo-


lógico h a sido la d e n e g a r q u e u n objeto, p o r ser objeto d e co n o cim ien to ,
e n tre e n su m ism a existencia a fo rm a r p a rte d e la conciencia. En reali­
d ad , puesto s a ser u n p o co m ás precisos, h a b ría q u e d ecir que el grado d e
id ealism o d e la p ro p u e sta h usserliana varía a lo largo d e su o b ra . P or su ­
p u esto q u e se p u e d e n h acer valoraciones globales de su proyecto, com o la
realizad a p o r u n d isc íp u lo suyo, Ludw ig L an d g reb e , q u ie n a firm ab a q u e
la fe n o m e n o lo g ía h a c u m p lid o «la fu n ció n histórica de s u p e ra r el idealis­
m o a través d el idealism o m ism o». P ero n o convendría q u e la glo b alid ad
d e la valoración o scu reciera la p ercep ció n del detalle, y nos im p id iera re­
gistrar los a rg u m e n to s co n creto s d e que se vale H usserl para in te n ta r di­
c h a su p eració n .
Así, situ án d o n o s e n el p lan o m ás prog ram ático , conviene re co rd ar
q u e lo p ro p io d el im p ulso fu n d acio n al d e la em p resa h u sserlian a es p reci­
sa m en te su v o lu n tad d e volver a las cosas mismas y que ese reg reso p u e d e
se r in te rp re ta d o c o m o u n rech azo d e to d a o p ció n m etafísica. Es justo p o r
ello p o r lo q u e H usserl p u ed e com batir sim u ltán eam en te el em pirism o, el
psicologism o, el historicism o: en todos ellos ve, p o r utilizar la ex p resió n
d e W h iteh ead , « concretizaciones m al planteadas» de la cien cia de la n a ­
tu raleza y d e la m eto d o lo g ía historiográfica. C on otros térm in o s, d esarro ­
llos e rró n e o s d e u n a tarea q u e e n sí m ism a n o es cuestionada. Así, al e r ro r
q u e — seg ú n señ alam os— co m ete el psicologism o respecto a la psicología
le c o rre sp o n d e el q u e co m ete el em pirism o con relación al co n o cim ien to
científico. El p o stu lad o según el cual la ex p erien cia es la fu en te d e verdad
p a ra to d o c o n o cim ien to d a lu g ar a u n p articu lar cortocircuito filosófico
c u a n d o se p re te n d e c o m p re n d e rlo desde sí m ism o, c u an d o se p ien sa q u e
sem ejan te afirm ació n d e b e ser som etida, ella tam bién, a la p r u e b a d e la
ex p erien cia. Al c o n fu n d ir d e esta m a n e ra la exigencia d e r e to rn o a las c o ­
sas m ism as co n la ex ig encia d e fu n d a r todo co n o cim ien to en la e x p e rie n ­
cia, el em p irism o sigue sien d o m etafísico — acaso p o r insu ficien tem en te
crítico: in c u rre en el prejuicio em pirista d e d ar p o r sen tad o sin exam en
previo q u e la sola ex p erien cia nos d a las cosas m ismas.
Q u izá u n a p a rte d e los equívocos acerca del signo d e la em p resa h u s­
se rlian a a rra n q u e n d e este p u n to . L a m a n e ra en q u e trad icio n alm en te se
h a refu ta d o tal em p irism o h a sido a base d e enfatizar la u niversalidad q u e
co n tien e todo particular, universalidad q u e se h ace evidente al p la n te a r la
n atu raleza del co n o cim iento. Mi ap reh en sió n de cualquier cosa bajo cual­
q u ie r d e te rm in a c ió n (la p a re d es blanca) p resu p o n e q u e reco n o zca el
u niverso al q u e esa cosa p e rte n e c e (el d e las paredes) y la cu alid ad que de
ella estoy p re d ic a n d o (el co lo r b la n c o ). H a d e haber, si se p refiere fo rm u ­
larlo así, u n p re c o n o c im ie n to d e las esencias (de la esencia p a re d y d e la

165
FlEOSOEÍA CONTEMPORÁNEA

esen cia b lan co e n este caso), q u e es el qu e m e p e rm ite rep etir la afirm a­


ció n e n o tras situ acio nes (ante otras p ared es con o tro s tonos de b la n c o ).
D ich as esen cias e s ta ría n c o n stitu id a s e n to n c e s p o r lo invariable q u e se
m a n tie n e id én tico a través d e las variaciones. P untualización relevante:
n os h em o s refe rid o d e m a n e ra d e lib e ra d a a «la natu raleza del co n o ci­
m ien to » p a ra p o d e r se ñ alar a c o n tin u ació n q u e so sten er esta tesis n o im ­
plica fo rzo sam en te afirm ar la existencia de las esencias. Se puede so sten er
q u e la esen cia es ú n ic a m e n te aq u ello e n q u e se m e revela la cosa m ism a,
la c o n d ició n d e p o sib ilid ad teó rica d e m i a p re h e n sió n de cu a lq u ie r seg­
m e n to d e lo real.
P ero a u n q u e esta tesis, así p la n te a d a , no se co n fu n d a co n el realism o
p lató n ico , es cierto q u e la id ea d e q u e la c o n tin g en cia del h ech o re m ite a
la esen cia n ecesaria, d e q u e lafa c tic id a d im plica necesidad, re p ro d u c e, si­
q u ie ra sea d e fo rm a frag m en taria, u n gesto teórico del platonism o. Lo
q u e h a c e q u e el d isc u rso h u sse rlia n o se aleje fin a lm e n te d e esta o p c ió n
— fu e rte m e n te aso ciada en la historia, eso n o cabe negarlo, a u n a m etafí­
sica id ealista— , es la c e n tralid ad qu e le co n ced e al sujeto. Es decir: la pre­
ten sió n d e fu n d a r el sa b er de m a n e ra radical a p a rtir del sistem a de las
esencias ab o ca a la disyuntiva d e, o b ie n in te n ta r co n stitu ir a partir del obje­
to u n a cien cia d e las ciencias, o b ien pasar al análisis del sentido q u e tie­
n e n para el sujeto los co n cep to s utilizados p o r la ciencia. D ecidiéndose p o r
esta ú ltim a posib ilid ad, H usserl se coloca en u n a perspectiva o rie n ta d a en
ú ltim o té rm in o a la co n stitu ció n de u n a p articu lar teo ría d e la (in ter)su b -
jetiv id ad .
C a b ría d ecir q u e los pasos an terio res h an servido para lim piar el dis­
cu rso h u sserlian o d e to d a u n a h o jarasca filosófica q u e p e r tu rb a b a el ac­
ceso al n ú cleo d e certeza. N uestros convencim ientos se h a n ido despla­
zan d o resp ecto a a lg u n a de las posiciones canónicas preced en tes. A h o ra
p o d em o s afirm ar q u e la cosa y el m u n d o en g en eral no excluyen la posi­
b ilid ad d e su no-existencia: no son apodícticos, tal y com o se sostiene en
las Meditaciones cartesianas, n o excluyen la posibilidad de q u e se d u d e d e
ellos. L a epojéh a acab a d o p o r te n e r u n carácter abrasivo: to d o el c o n ju n to
d e las ex p erien cias — p o r expresarlo a la m an era k an tian a— p o d ría reve­
larse c o m o sim ple a p arien cia y n o ser sino u n sueño c o h eren te. Sin em b ar­
go, las cosas n o a g o tan el ser. A esta condición co n tin g en te del m u n d o p o r
en tero , se le o p o n e la n ecesidad del yo. El sujeto de la reducción o yo puro
resu lta ev idente p a ra sí m ism o con u n a evidencia apodíctica. La c o rrie n te
d e vivencias q u e lo constituye n o p u e d e ser cu estio n ad a ni en su esencia
n i e n su existencia.
P ero es al estab lecer el c o n te n id o d e esa subjetividad c u an d o se perci­
be m ejo r lo específico d e la p ro p u e sta husserliana e n este pu n to , el m odo

166
M a n u el C ruz

en q u e consigue so rte a r tan to el escollo del subjetivism o berkeleyano,


q u e le invitaba a re d u c ir la realidad objetiva a m era apariencia, c o m o el d el
c ritic ism o k a n tia n o , e m p e ñ a d o e n c o n tra p o n e r el fe n ó m e n o a u n a in ­
cogn o scib le cosa-en-sí. Las consideraciones p re ced en tes nos ex im en d e
m ás reiteracio n es: H usserl e n n in g ú n m o m en to niega la existencia real
d el m u n d o y d e los objetos. Se lim ita a m o strar su carácter e sen cialm en te
relativo a la subjetividad. La co n stitu ció n d e los objetos y del m u n d o , a
q u e re ite ra d a m e n te se refiere, n o equivale a n in g ú n tipo de creació n o
p ro d u c c ió n d e su existencia real a p a rtir de la conciencia pura. N o p u e d e
eq u iv aler p o r razó n d e la m ism a n atu raleza d e ese sujeto.
Y n o sólo p o r lo q u e ya se c o m e n tó acerca d e q u e la in sc rip ció n d e l
m u n d o e n la co n cien cia es u n a inscripción intencional, n o real, sino tam ­
b ién p o r el o tro aspecto, igualm ente com entado: esa d eterm in ació n in ten ­
cional d e la co n cien cia no ag o ta su esencia. La conciencia es, e n efecto,
u n a c o rrie n te d e vivencias, co n stitu y en d o la in te n c io n a lid a d ú n ic a m e n ­
te el carácter d e estas experiencias. Lo que equivale a afirm ar q u e la rela­
ció n q u e el su jeto m a n tie n e co n ellas es p o r c o m p leto d e otro tip o que la
q u e m a n tie n e c o n los objetos in ten cio n ad o s, p o r ejem plo en la p erc e p ­
ción. L a p e rcep ció n q u e la co n cien cia tien e de sus propias experiencias
(q u e es co m o d e c ir d e sí m ism a) es d e n o m in a d a p o r H usserl percepción in ­
manente, y se c o n tra p o n e a la percepción trascendente q u e la co n cien cia tiene
d e las cosas. La p ercep ció n in m a n e n te y la u n id a d inm ediata que e n ella se
d a e n tre la p ercep ció n m ism a y lo percibido le p ro p o rcio n a al sujeto a q u e ­
lla evidencia ap o d íctica respecto d e sí m ism o. Es im posible d u d a r del ejer­
cicio d e la ex p e rie n c ia vivida8. C u a n d o el sujeto lanza la m irad a sobre su
vida fluyendo e n u n p resen te activo y se capta a sí m ism o com o p u r o sujeto
d e d ic h a vida, n o le q u e d a o tro rem ed io q u e afirm ar: «Yo soy, esta mi vida
es, yo vivo: pienso-cogito» (Ideas I, # 46).
E n el b ie n e n te n d id o d e q u e esta ap o d ic tic id a d no im p lica u n a a d e ­
cu ación: la c e rtid u m b re del ser del yo no g arantiza la c e rtid u m b re del c o ­
n o c im ie n to d el yo9. P ero, eso sí, p ro p o rc io n a u n fu n d am en to firm e a la
op o sició n e n tre p e rcep ció n trascen d e n te d e la cosa y del m u n d o e n g e n e ­
ral y p e r c e p c ió n in m a n e n te : «... re su lta p e rfe c ta m e n te claro q u e to d o
c u an to e n el m u n d o d e las cosas está a h í p a ra m í, es p o r principio sólo u n a
p re su n ta realidad; q u e, en cam bio, yo m ism o, p a ra q u ien ese m u n d o está
a h í (co n exclusión d e aquello q u e es a ñ a d id o al m u n d o d e las cosas p o r
m í) , o q u e la esfera d e actu alid ad d e mis vivencias es u n a realid ad absolu­
ta, d a d a p o r o b ra d e u n a p osición in co n d icio n ad a, ab so lu ta m e n te in co n ­
trastable. F re n te a la tesis d el m u n d o , que es u n a tesis “c o n tin g e n te ”, se
alza, p ues, la tesis d e m i yo p u ro y d e la vida d e este yo, q u e es u n a tesis
“necesaria”, ab so lu ta m e n te in d u b itab le» 10. Se observará, p o r lo dem ás,

167
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

q u e la tesis n o se lim ita a afirm ar la necesaria existencia del yo, sin o q u e


señ ala u n rasgo c o n stituyente d e éste. U n icam en te el yo es au tosuficiente,
e n la m ed id a en q u e p e rte n e c e a su esencia esa posibilidad de la au to ap re-
h en sió n , d e la au to p ercep ció n .
Se h a alcanzado, p u es, u n a certeza lim itada, no e x en ta de p roblem as.
Es claro: H usserl n o p o d ría n u n c a se r Fichte (a p esar d e q u e em p lee oca­
sio n a lm en te su te rm in o lo g ía ). Se h a n eg ad o los m edios q u e se lo p e rm iti­
rían . L a co n stitu ció n d e los objetos y d el m u n d o , e n cuya dilucidación se
o cu p a la fen o m en o lo g ía, se d esarro lla e n el ám bito d el co n o cim ien to y es
llevada a cabo p o r la conciencia, q u e convierte a los objetos en rep re sen -
tables d e a c u e rd o c o n u n as form as necesarias descritas p o r esa ciencia ego-
lógica sistemática (el o tr o n o m b re d e la f e n o m e n o lo g ía )11. P ero es q u e,
ad em ás, y au n q u e las palabras p arezcan sugerirlo, esta egología pura n o
equivale a solipsism o, com o el últim o H usserl se aplicará a dem ostrar. P o r
tan to , ni el sujeto es la fu e n te d e la q u e em an a lo real, ni p u ed e se r e n te n ­
d id o co m o u n espacio absoluto, in d e p e n d ie n te , aislado. H e aquí, e n defi­
nitiva, el p ro b lem a: la epojé h a cread o u n a singular, específica, soledad filo­
sófica d e la q u e hay q u e in te n ta r salir. A esta tarea H usserl se va a a b o car
d esd e u n a in tu ició n d efin id a, la de q u e p ara c o m p re n d e r c o rre c ta m e n te
al su jeto es preciso p en sarlo e n su c o n ex ió n co n los otros y con la vida.

U n a n u e v a im a g e n d e l a s u b je t iv id a d

Así pu es, las p ro p u estas q u e fin alm e n te H usserl p re se n ta en L a crisis de


las ciencias europeas y la fenomenología trascendental p u e d e n ser consideradas
co m o su esfuerzo term in a l p o r d a r salida a alguna d e las dificultades m a­
yores q u e su o b ra a n te rio r h ab ía dejado planteadas. E n concreto, ju stificar
filosóficam ente la ex istencia d e u n m u n d o objetivo y com ún, p ro p ó sito
en el cual h ab ía em p ezad o a trabajar e n la Q u in ta M editación C artesiana.
E n este texto, H u sserl in te n tó p o n e r a su servicio el gesto d e D escartes d e
te n d e r u n p u e n te e n tre el cogito y lo objetivo. Sólo q u e m ientras q u e este
ú ltim o e n su T ercera M editación lo h a b ía h ech o a través de la idea d e Dios,
n u estro a u to r lo llevará a cabo, en su p a rticu lar remake de D escartes, a tra­
vés d e la id ea d e intersubjetividad.
In tersu b jctiv id ad q u e es in tro d u c id a en el esq u em a tirando d el h ilo de
lo p reced en te. El yo, inicialm ente m onádico, llega u n m om ento e n que se
e n c u e n tra co n otro s yoes. N o se trata d e u n e n c u e n tro accidental — esto
es, m u n d a n o — , sino q u e a tañ e a algo q u e le es esen cialm en te p ro p io , a la
au té n tic a esfera p rim o rd ia l del sujeto. P o r supuesto que e n p rim e ra ins­
tan cia es la in d iv id u alidad n atu ral la q u e se to p a co n otros cuerpos. Y p o r
M a n u f .i . C r u z

su p u e sto q u e la in tro d u c c ió n de la idea de cu e rp o no d eb iera s e r m inus-


v alo rad a, si se q u ie re e n te n d e r b ien alguno de los desarrollos po ste rio res
d e la fen o m en o lo g ía. (En particular, los de a u to res com o M erleau-P onty
o P aul Ricoeur, q u e h a n enfatizado, no tan to el h e c h o indiscutible de la
ex isten cia d e cu erp o s, cognoscibles p o r la física y p o r la fisiología, com o
el m o d o específico e n q u e h em o s d e p en sar la eficacia q u e d esarro lla esa
in stan c ia co rp o ral. Su p ro p u e sta va e n la d irección de enfatizar q u e somos
cuerpo— en vez d e q u e tenemos un cuerpo, fo rm a d e h ab lar e n la q u e parece
deslizarse ya u n a c ie rta equivocidad dualista— , y qu e la eficacia q u e le
d e b e m o s a trib u ir n o es la d e la causalidad sino, a lo sum o, la d e l c o n d i­
c io n a m ie n to , u n c o n d ic io n a m ie n to q u e n o c ie rra el paso a la v o lu n ta d o
a la in te n c ió n , y q u e p o r tan to p e rm ite in te rp re ta r los c o m p o rtam ie n to s
h u m a n o s e n clave n o d eterm in ista.)
A h o ra b ien , d el m ism o m o d o q u e en el p lan team ien to h u sserlian o la
a u té n tic a in d iv id u alid ad n o es la individualidad n atu ral, m e ram en te d e ­
p e n d ie n te d e las con d iciones reales, sino la espiritual (porque el individuo
esp iritu al es a q u e l q u e «tiene en sí m ism o su m otivación»), así tam b ién el
yo tien e d e re c h o a s u p o n e r qu e los cuerpos con los que de c o n tin u o se va
tro p e z a n d o p o se en u n m o d o de ser análogo al suyo. Del otro e n cuanto
yo n o se p u e d e te n e r u n a in tu ició n directa, sino ú n icam en te lo q u e H u s­
serl d e n o m in a u n a aprehensión analogizante. P ero esa relación — esto es lo
q u e a h o ra in te re sa d e sta c a r— n o es p a ra el yo u n a o p ció n m ás, sino la
co n d ició n m ism a d e posibilidad de su ex p erien cia del m u n d o . A quel yo,
q u e caracterizam o s co m o d ad o a sí m ism o ap o d ícticam en te, só lo p u e d e
ser a p rio ri u n yo q u e e x p e rim e n ta el m u n d o «en cu an to está e n co m u ­
n id a d co n otros sem ejan tes y es m iem b ro de u n a c o m u n id ad d e m ó n ad as
dadas, o rie n ta d a a p a rtir de él»12. La justificación del m u n d o d e la ex p e­
rien cia objetiva im p lica u n aju sd ficació n igual de la existencia d e las otras
m ón ad as: la p ro p ia id ea de u n m u n d o objetivo único se halla re fe rid a a
aq u ella co m u n id a d intersubjetiva. Lo que q u e d a p o r ver es si e sta estrate­
gia discursiva d e u b icar la intersubjetividad en la esfera d e lo tra sc e n d e n ­
tal, q u e aq u í h em o s p lan tead o de fo rm a program ática, constituye la m a­
n e r a m ás a d e c u a d a d e f u n d a m e n ta rla o, p o r el c o n tra rio , c o m o p a rece
in d ic a r su Crisis, se re q u ie re u n últim o reto q u e teórico p ara cu lm in ar los
objetivos p ro p u esto s.
O bjetivos q u e se d ejab an resu m ir en uno: realizar la au to co m p ren sió n
d e la subjetividad h u m a n a . La cuestión q u e se va a p la n te a r en ese últim o
texto, au tén tico testa m e n to filosófico husserliano, es la d e la pieza que fal­
ta p a ra co m p letar el esq uem a, la d e la consideración ausente h a sta ah o ra
q u e n o s p u e d e p e rm itir llevar el discurso a la altu ra de sus auténticas difi­
cultades. P o rq u e lo q u e en este m o m en to se le h ace evidente a H usserl es

169
F i l o s o f í a c o n t k m p o r á n f .a

el calad o d e la crisis actual de las ciencias. El p ro b le m a a p la n te a r es el del


m o d elo d e o b jetividad p o r el qu e en u n d e te rm in a d o m o m en to el p en sa­
m ie n to o ccid en tal o p tó , m o d e lo q u e se constituyó e n un a u té n tic o obs­
táculo p a ra u n ad ecu a d o tratam ie n to d e lo subjetivo. U na vez más, p arece
tratarse d e u n a cu estió n d e radicalidad. No basta c o n d eb atir las funcio­
nes o la u tilización d e la ciencia: lo q u e p arece estar e n ju e g o es su m ism o
se n tid o co m o sa b er y su significación respecto a la vida h u m an a. N o se
trata, p o r tan to , d e q u e H usserl, e n este definitivo tram o teórico, esté des­
fallecien d o d e su im pulso inicial a favor del co n o cim ien to científico. Jus­
to al c o n trario , d e lo q u e está acu san d o a las ciencias es de h a b e r r e n u n ­
ciad o a la p ro p ia cientificidad a base d e re d u c ir la v erdad a la facticidad.
C o n o tras palabras, les acusa d e d e fe n d e r u n a im agen in sosteniblem ente
e s trech a d e la racionalidad.
N o hay en este aspecto equivocidad alg u n a p o r p arte d e H usserl. El
ideal d e la razón es la actitud q u e define a toda filosofía auténtica. C o n m a­
tices (eso sie m p re), p e ro q u e n o p o n e n en cuestión el fo n d o de la apues­
ta: «Ya n o está e n cu estió n el racionalism o de la ép o c a de la Ilustración,
n o p o d em o s seg u ir a sus g ran d es filósofos com o tam poco a los d e l pasa­
d o . P ero n o d eb e n u n c a cad u ca r en nosotros su in ten ció n , to m ad a e n su
se n tid o m ás g en eral. Vuelvo, pues, a recalcarlo: v erd ad era y a u té n tic a filo­
sofía y ciencia, y v e rd a d e ro y au té n tic o racionalism o son u n a sola y m ism a
cosa»13. El p ro b lem a, claro está, es el d e cóm o co n ju g ar ese racionalism o
d e m a n e ra q u e, ap licad o al saber, p e rm ita su p e ra r la crisis d e las ciencias
eu ro p eas. Algo h em o s an ticip ad o al respecto. Algo q u e, re c o g ien d o u n a
e x p resió n h u sserliana, a h o ra p o d em o s e n u n c ia r así: el «heroísm o de la
Razón» reiv in d icado p o r el a u to r d e L a crisis... se conjuga e n la p rim e ra
p e rso n a d el plu ral. Y equivale a in tro d u c ir en el se n o del racionalism o sa­
tisfecho p re c e d e n te la in q u ie tu d in fin ita de la razón.

I n t e r s u b j e t iv id a d y m u n d o d e l a v id a

La so lu ció n h u sserlian a em p ezará p o r u n desplazam iento term in o ló ­


gico, d el q u e se van a derivar consecuencias teóricas d e alcance. H usserl
p r o p o n d rá d ejar de h a b la r d e la ex p erien cia vivida o de la c o rrie n te de
ex p erien cias vividas, p a ra pasar a h acerlo , e n su lugar, de mundo de la vida.
Ese n u ev o n o m b re p a ra la an tig u a «totalidad d e las experiencias vividas»
c o m p o rta u n cam bio d e énfasis. A cen tú a, p o r su p u esto , el c a rá c te r u n i­
tario y sin tético d e aq u ella totalidad, p ero , sobre todo, constituye d icho
m u n d o co m o u n espacio claram en te d iferen c ia d o d el «m undo objetivo»
d e las ciencias: co m o el espacio e n el q u e u b icar de p len o d e re c h o la in-
M a n u e i. C r u z

tersubjetividad. C o m o es o b v io ,ju n to a s e m e ja n te m otivo — de estrategia


discursiva, p ara e n te n d e rn o s — se p u e d e h ab lar d e otros p ara d a r cu en ta
d e esta re c u p e ra c ió n p o r p a rte de H usserl de la d im en sió n «m undana».
C o m o , p o r e jem p lo , el d eseo d e acallar las voces d e los fe n o m e n ó lo g o s
d isid en tes que, a la m a n e ra de H eidegger, asum ían la idea del se r en el
m u n d o co m o te m a fu n d a m e n ta l d e sus investigaciones. Pero, co m o h a ­
b rá ocasión e n lo sucesivo d e referirse al au to r d e Ser y tiempo, d ejarem o s
d e lad o p o r el m o m e n to este o rd e n d e arg um entaciones.
El m u n d o d e la vida es ese d o m in io d e las evidencias originales que en
L a crisis... va a ser analizado con el objetivo d e reconsiderar el valor gnoseo-
lógico d e tales evidencias. Esa reconsideración es el p rim e r paso en la se­
ñ a la d a tarea d e h ab ilitar p a ra el sujeto el m u n d o de la vida. Y es un p ri­
m e r p aso in soslayable p o rq u e , p re c isa m e n te , lo q u e im p id e h o y a los
h o m b re s la in stalació n en ese d o m in io es la colonización q u e la im agen
d e lo real p ro p o rc io n a d a p o r las ciencias de la naturaleza h a llevado a cabo
e n to d o s los ám b ito s de lo im aginario. P ro b a b lem en te sea la d im en sió n
crítica resp ecto a lo q u e H usserl llam a la «ciencia galileana» lo m ás sobre­
sa lie n te d e sus análisis. El p rin c ip a l re p ro c h e q u e le p la n te a a la m ism a
— ese g en érico « h ab er ren u n c ia d o a la p ro p ia cientificidad a b ase de re ­
d u c ir la v erd ad a lafacticidad», del q u e ya hicim os m en ció n — sólo resulta
e n te ra m e n te co m p ren sib le d esde esta perspectiva. La crisis a q u e hace r e ­
fe re n c ia el tex to h u sserlian o es la crisis del objetivism o. N o la crisis de la
te o ría física o d e cu alq u ier o tra teo ría científica particular, sino d e la q u e
afecta a la significación de las ciencias p ara la m ism a vida.
Sabem os q u e lo q u e caracteriza el espíritu m o d e rn o es la form aliza-
ció n lógico-m atem ática y la m atem atización del co n o cim ien to n atu ral. L a
p rim e ra , q u e co n stitu ía la esp era n za p recisam en te de las Investigaciones ló­
gicas, v iene re p re se n ta d a p o r la mathesis universalis de Leibniz. Es, en defi­
nitiva, la fan tasía d e u n saber tran sp aren te, q u e p ro p o n e u n o s objetos d e
c o n o cim ien to id eales cuya v irtud fu n d am en tal es h acer visible el discurso
q u e los constituye (p o r oposición a los viejos saberes m ateriales, cuyos
reales o b jeto s so lían ejercer, p o r utilizar u n a te rm in o lo g ía m ás p ró x im a
a n o so tro s, d e v e rd a d e ro s obstáculos epistemológicos p a ra el c o n o c im ie n ­
to ). La se g u n d a característica, la m atem atización del conocim iento n a tu ­
ral, se e n c u e n tra em b lem áticam en te re p re se n ta d a p o r la nueva m e to d o ­
logía d e Galileo. E n ella se lleva a cabo u n a o p eració n in telectu al a la q u e
H u sserl va a p re sta r u n a m uy especial atención.
La d istinción g alileana e n tre cualidades prim arias y secundarias — «pri­
m ero s y reales accidentes» y «m eros nom bres» son d enom inadas e n IlSag-
giatore— sirve p a ra re c o n d u c ir lo q u e la observación sensible n os m u estra
a los aspectos cuantitativos d e figura, m ag n itu d y m ovim iento d e los co m ­

171
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

p o n e n te s últim os d e la m ateria. Sólo se d eb e aten d er, p ro p o n e G alileo, a


lo ex p resab le m atem áticam en te. N o es p oco lo desech ad o en u n solo ges­
to. D e n u e s tro u n iv erso h a n d e d e sa p a re c e r olores, sabores o sonidos,
q u e n o so n m ás q u e « im pedim entos d e la m ateria» a la tarea del filósofo
geó m etra. El resu ltad o , desde luego, está garantizado: con u n m u n d o a la
m ed id a d e las m atem áticas, las cuentas siem pre salen. Todo irá b ie n m ien­
tras tengam os esp íritu contable y nos apliquem os a considerar lo m atem a-
tizable. D icho d e o tra m an era, esta ciencia funciona: alcanza los objetivos
p ro p u esto s. Pues b ien, lo q u e H usserl se em p e ñ a e n debatir es ju sta m e n te
ese id eal d e ex actitu d, o, lo q u e viene a ser lo m ism o, si resulta convincen­
te u n m o d elo d e co n o cim ien to q u e valora las m agnitudes individuales n o
cuantificables co m o obstáculos. Q u é específico m o d o de ver el m u n d o
im plica esta actitu d está ex p resad o co n n o tab le claridad en L a crisis...
C on G alileo la d im e n sió n categorial d e la m atem ática sustituye al m u n d o
v e rd a d e ra m e n te e x p e rim e n ta d o y experim en tab le, n u estro m u n d o real y
c o tid ian o de la Lebenswelt [m u n d o de la vida], en el q u e u n c u c u ru c h o d e
h e la d o n o es la su m a d e u n c o n o y u n a sem iesfera, sino u n sabroso m an­
jar, frío y co n sa b o r a lim ó n 14.
E scam o tear lo cualitativo d el m u n d o es el paso previo a la exclusión de
la subjetividad. H e a q u í el signo global d e la o p e ra c ió n objetivista: al re­
velar al m u n d o co m o m atem ática aplicada, G alileo lo ha o c u ltad o com o
o b ra d e co n cien cia. H a teorizado el n o -rec o n o cim ien to del h o m b re en su
p ro p io p ro d u c to espiritual: h a c o rtad o las am arras q u e lo v in cu lab an a él.
H a leg itim ad o u n a d e te rm in a d a alienación. P o r la o b ten ció n de u n a ima­
g en p re su n ta m e n te objetiva d el m u n d o q u e n os ro d e a h a p ag ad o el alto
p recio d e la exclu sión del a u to r de d ic h a im agen, co n sid eran d o qu e es
p recisam en te esa exclusión la g a ra n tía de la objetividad. L a m e n te h u m a­
na, q u e h a ido e la b o ra n d o d ic h a rep re sen tació n m e d ia n te sus sensacio­
nes, p ercep cio n es y m em o ria, n o ap arece en el p ro d u c to final, d el m ism o
m o d o q u e tam p o co a p arecen las cualidades sensoriales en la descripción
física d e lo existente. El sujeto se h a ido q u e d a n d o sin sitio, se h a ido ha­
c ien d o p ro g resiv am en te obvio, a base d e p rescin d ir d e la ex ig en cia d e re­
p resen tac io n e s co n cretas e intuitivas p a ra todos los co n cep to s básicos.
D escartes in te n tó re c u p e ra r la objetividad p a ra el sujeto a través del co­
gito, p e ro n o alcanzó su p ro p ó sito , según H usserl, al co n fu n d ir el cogito
trascen d e n ta l y el yo psicológico. S u p erar la h e re n c ia cartesiana significa
evitar ta n to el racio n alism o m etafísico, q u e elim in ab a el yo, com o el em ­
p irism o escéptico, in capaz d e fu n d a m e n ta r el saber. El e m p e ñ o h usserlia­
n o a p u n ta a la reco n ciliación d el objetivism o y el subjetivism o, d e l saber
ab stracto y d e la vida co n creta. E n ese sen tid o b ien p u d iéram o s d e c ir que
su crítica d e la c o n cep c ió n h e re d a d a y la fo rm u lació n de la p ro p ia p ro ­

172
M a n u f .i . C r u z

p u esta constituyen dos m o m en to s de u n a sola tarea, o dos m odos d e acce­


d e r a u n a ú n ica convicción. De a h í qu e p u e d a afirm arse, con u n a cierta
ro tu n d id a d , q u e la crítica de H usserl al m od elo galileano no e stá h ech a
ta n to e n n o m b re d e lo q u e éste se p ro p o n e , com o d e su in cap acid ad p a ra
alcanzarlo. El e r ro r d e la ciencia inspirada en d ich o m odelo rad ica en la
p re te n sió n d e c o n sid e ra r realidad a sus esquem as, en la fetichización d e
m éto d o s y técnicas. Lo d e u n a ciencia así es falsa objetivación, p o rq u e n o
hay v erd ad era objetivación que n o pase p o r el sujeto. P ero sería u n m eta-
e r ro r co n sid erar esta crítica com o u n a descalificación de la ciencia o d e la
técnica: sólo lo es d e sus excesos. L a crisis... significa, m ás bien, u n to q u e
d e a ten ció n an te el p eligro que re p re se n ta ría u n cientificism o q u e id en ti­
ficara este tipo d e co n o cim ien to c o n co n o cim ien to sin m ás y este reco rte
d e la d im en sió n fisicom atem ática, o d e cu alq u ier otra, co n la realid ad en
su c o n ju n to («G alileo vive en la in g e n u id a d de la evidencia ap o d íctica» ,
H u sserl). El m o d e lo galileano p re te n d e red u cirlo todo a u n d a to de h e ­
ch o o a p u ro discurso form al, concibe el m u n d o com o fo rm ad o p o r reali­
d ad es cerrad as y sep aradas, exactas p ero no vivientes.
L a necesid ad , d e fe n d id a p o r H usserl, de un r e to rn o al m u n d o d e la
vida e n c u e n tra d e esta fo rm a su precisa ubicación teórica. La cien cia gali-
le a n a fracasaba e n su proyecto p o r cu lp a de su incapacidad p a ta p ercib ir
la a u té n tic a n atu raleza d el co n o cim ien to científico, p o r su ce g u e ra a n te
el fu n d a m e n ta l cará c te r constituido qu e tiene la objetividad. E xam inada
la cosa d esde aq u í, tien e p oco d e ex trañ o q u e L a crisis..., el lib ro de m ás
éx ito d e H usserl, haya sido co n sid erad o p o r m uchos in térp retes tam b ién
c o m o su libro m ás vigente. En efecto, la situación descrita en él h a ido co ­
b ra n d o , co n el paso d e los años, u n a m ayor actualidad. Las nuevas cien ­
cias d e la n atu raleza, q u ién lo d u d a, h a n ex p erim en tad o u n notabilísim o
d esarro llo . P ero este desarrollo, lejos de subsanar aquella caren cia origi­
n a ria , la h a ex asp erad o . L a crítica, a p a re n te m e n te abstracta, d e H usserl
m u e stra de esta fo rm a sus d im en sio n es m ás inm ediatas.
El r e p ro c h e d e q u e la ciencia galileana olvida ese m u n d o , e x tra o rd in a ­
ria m e n te rico, d e los fenómenos «anónimamente» subjetivos que es el m u n d o
d e la vida n o rep resen ta u n rep ro c h e m eram en te especulativo, p o r más qu e
c o n te n g a serios arg u m en to s de ese tenor. Al ig n o rar d ich o m u n d o , G ali­
leo se q u ed ab a sin el elem en to clave p ara la autointeligibilidad d e la cie n ­
cia. P re cisam en te p o rq u e la cien cia tiene u n a fu n d a m e n ta l re fe re n c ia y
d e p e n d e n c ia resp ecto al m u n d o d e la vida, efectivam ente d ad o de a n te ­
m an o a su teorización, el olvido de éste genera u n inevitable efecto de des­
c o n o cim ien to . P ero el asu n to va m ás allá, en u n sentido q u e nos conviene
d estacar. P o rq u e n o se trata sólo d e q u e la ciencia q u ed e in su ficien tem en ­
te teorizada, sino d e q u e p re te n d e desarrollar u n a función que e n n in g ú n

173
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

caso le co rre sp o n d e . «La sustitución de la natu raleza p recientífica intuiti­


va p o r la n atu raleza idealizada» p re p a ra el te rre n o para la identificación
q u e, ya e n el siglo XX, p r o p o n d rá el C írculo de V iena en tre co n o cim ien to
y co n o cim ien to científico-positivo.
Acaso u n a d e las m ás eficaces form as de p ercib ir la gravedad d e estos
a rg u m e n to s sea co n statan d o lo q u e d ejan sin p en sar — o, a ú n m ejor, lo
q u e p ro h íb e n p en sar— . A quella colonización que, según dijim os, la im a­
g en d e lo real p ro p o rc io n a d a p o r las ciencias de la n atu raleza llevaba a
cab o e n todos los ám bitos de lo im aginario se p u e d e co n cretar a h o ra en
la exclusión d e cu estiones c om o la d el sen tid o del m u n d o o la d e los valo­
res d e la vida. N o p o d ía ser d e otro m odo: si la ciencia m o d e rn a se o cu p a
sólo d e los h ech o s y d e sus relaciones, la consiguiente p é rd id a de se n tid o
o au sen cia d e se n tid o del m u n d o y d e la vida se h a ido traspasando al mis­
m o m u n d o o rd in a rio a m ed id a qu e éste se iba convirtiendo en u n m u n d o
p ro d u c to él m ism o d e la ciencia. Es u n h ech o q u e n u estro m u n d o actual
es u n m u n d o q u e sólo en te n d e m o s desde lo q u e nos dice la ciencia. Nos
lo e n c o n tram o s d esd e el p rin cip io ya explicado e in te rp re ta d o p o r ella.
H asta tal p u n to la ciencia se h a a p ro p ia d o del espacio q u e o cu p ab a el
m u n d o d e la vida, q u e h a co n seg u id o convertirlo en algo irreco n o c ib le
sin ciencia.
Los ejem plos h usserlianos — la tie rra en la qu e vivimos n o es el p la n e ta
q u e gira a lre d e d o r d el sol, sino este seco suelo q u e nos sustenta y el agres­
te paisaje d e n u estro a lre d e d o r— p u e d e n ser actualizados sin g ran difi­
cultad . Los pasajeros de vuelos transoceánicos suelen p refe rir localizar en
u n a pan talla el p u n to exacto del reco rrid o en el que se en cu en tran e n cada
m o m e n to q u e m ira r p o r la v entanilla del avión y c o n te m p la r la realidad
q u e están so b rev o lan do. El desplazam iento del ejem plo no p ersigue sim­
p le m e n te p o n e rlo al d ía sino sobre to d o llam ar la aten ció n sobre u n as­
pecto. El m ira r afu era o el m ira r a d e n tro de n u estro pasajero im aginario
d e n o ta to d o u n cam bio d e actitud, señala u n o d e los rasgos m ás caracte­
rísticos d el h o m b re m o d ern o . Y es q u e tam bién al h om bre, com o p a rte del
m u n d o q u e es, le afecta la m en cio n ad a colonización. En u n m u n d o com o
éste, p en sad o p o r la ciencia y m o d elad o p o r la técnica, la ú n ica co n sid era­
ció n posib le del h o m b re es la d e u n ser de meros hechos (la expresión es del
p ro p io H u sserl), u n a e n tid a d aplicada, interesada. U n espacio socialm en­
te c o n stru id o d o n d e se articu lan instancias supraindividuales. Sin sen tid o
q u e atribuirse ni q u e p ro p o n er: sin valores a los q u e som eterse y sin ideales
a perseguir.
P o r su p u e sto q u e esta conclusión es el final del reco rrid o , y H usserl
n u n c a em p ezaría p o r el final. A dvirtiendo del d esenlace h em o s q u e rid o
sim p lem en te p ro p o rc io n a r el m arco global p ara in te rp re ta r m ejo r el sig­
M a n u k i. C ruz

n o d e la altern ativ a h u sserlian a a la crisis de las ciencias europ eas. Su p r o ­


p u e sta d e re to rn o al m u n d o d e la vida n o es, ev id en tem en te, u n m e ro d e ­
sid e rátu m q u e n u e s tro a u to r se lim ite a postular, sino q u e m a n tie n e u n a
p ro fu n d a co n ex ió n teórica co n su concepción filosófica de la subjetivi­
d a d — el asu n to q u e estam os in te n ta n d o re c o n stru ir— . Es a q u í, m u c h o
m ás q u e en las nefastas consecuencias q u e su olvido provoca, d o n d e se
e n c u e n tra el m otivo p o r el q u e la refe ren cia al m u n d o d e la vida le parece
insoslayable. P ara H usserl to d a conciencia se asienta en el fo n d o dinám i­
co y activo de la ex p eriencia d el m u n d o vivido p o r el hom bre. D icha ex p e­
rien cia constituye u n a especie de f u n d a m e n to prim ordial, de su e lo n u tri­
cio d el q u e se a lim e n ta cu alq u ier configuración posterior, m ás e lab o rad a,
d e la m ism a. El h o m b re vive su m undo an tes de p en sarlo , hasta tal p u n to
q u e el p ro p io p e n sa r es, en cierto m odo, to m ar com o tem a aspectos d e
esta relació n previa q u e es vivir en el m u n d o .
La im ag en d el su jeto qu e d e los an terio res arg u m en to s se va d e sp re n ­
d ie n d o p re se n ta u n o s perfiles n ítid a m e n te diferenciados respecto de la
o frec id a p o r el en fo q u e científico objetivista. El h o m b re d e H usserl desa­
rro lla to d a o tra fu n c ió n p recisam en te p o rq u e se le h an a trib u id o otras
c o m p eten cias y se le h a u b icad o e n o tro lugar. N o p u e d e m a n te n e r, p o r
ejem plo, la expectativa de verdad com o lo hacía el sujeto cartesiano po rq u e
h a to m ad o distan cia resp ec to de la im agen del h o m b re com o sustancia
p en san te. Así, aq u ella antigua idea d e verdad e n te n d id a com o ad ecu ació n
e n tre p e n sam ien to y o bjeto d e b e rá ser a b a n d o n ad a , en la m e d id a en q u e
im p lica qu e h ay alg u ien (se su p o n e que el filósofo) que, desde u n a situa­
ció n d e ex te rio rid a d total, c o n te m p la de u n a p a rte el p en sam ien to y d e
o tra el objeto. E n sustitución de ella, H usserl h ab ía p ropuesto ya en las In ­
vestigaciones lógicas u n a verdad e n te n d id a com o ex periencia vivida: es la evi­
d e n c ia 15. Pues b ien , es el deseo de com p letar este recurso a la evidencia el
q u e le lleva a h o ra a in tro d u c ir la dim ensión histórica en su plan team ien to .
P o rq u e n o cabe d u d a d e qu e la evidencia o vivencia de la realidad,
co n stitu y en d o el se n tid o ú ltim o d e to d aju stificació n o d e to d a racionali­
zación, n o o frece u n a g aran tía total co n tra el erro r. De aquella prim itiva
afirm ació n h u sserlian a acerca del carácter accidental q u e p a ra la filoso­
fía, al igual q u e p a ra las ciencias, d e b ía te n e r su p ro p ia historia h em o s p a­
sado a esto. N o hay o tra salida, u n a vez rech azad a cu alq u ier variante d e la
id e a d e v erd ad absoluta, qu e la de d efin ir la v erdad com o algo e n devenir,
c o m o revisión, co rre cció n y su p e rac ió n d e sí m ism a, llevada a cab o d esde
la persp ectiv a d e la ex p e rie n c ia actual. El e n te ro d e b ate filosófico d e la
M o d e rn id a d e n tre objetivism o y trascen d e n ta lism o se deja leer, to d o él,
c o m o la ten sió n d in ám ica16 q u e se resuelve h istó ricam en te en la p ro p u e s­
ta fen o m en o ló g ica («la e n te ra filosofía del pasado, a u n q u e in co n scien te

175
F1I.OSOKÍA CONTEMPORÁNEA

en sí m ism a, v enía in te rn a m e n te o rie n ta d a h acia este nuevo se n tid o de fi­


losofía», escribe H u sserl en u n au tén tico alarde d e teleo lo g ism o ), ú n ica
capaz d e realizar la au to c o m p re n sió n radical de la subjetividad h u m a n a .
P ero esa id ea p ro cesual d e v erdad es la ú n ica salida p o rq u e , adem ás, es la
ú n ica q u e se c o rre sp o n d e con la n atu raleza de aquello q u e se p re te n d e
conocer. El m u n d o q u e nos rodea, el m u n d o e n q u e vivimos, es o b r a de la
h isto ria y deriva d el trascenderse d e la vida hacia h o rizo n tes siem p re n u e ­
vos. Si a p ro p ó sito d e la filosofía se m antuvo que, a pesar d e estar co n d i­
c io n a d a p o r la trad ició n y el pasado, es libertad, a p e rtu ra a lo p osible, su­
p e ra c ió n d e fo rm as cerradas, in ten cio n alid ad , a p ro p ó sito del yo h a b rá
q u e m a n te n e r la co n clu sió n p e rtin e n te : el yo es la experiencia d e esta li­
b e rta d y la in ten cio n alid ad del yo es ju sta m e n te la a p e rtu ra h acia nuevos
h o rizo n tes q u e ren u ev an en el p re se n te y p ara el p o rv e n ir tam b ién los la­
zos d e la tradición. E n definitiva, las nociones d e razón, filosofía e histo ria
se h allan e strech a m e n te vinculadas17.
A h o ra, p o r cierto , estam os e n co ndiciones de p ercib ir en qué m e d id a
la p reten sió n d e la ciencia galileana de subsum ir el m u n d o d e la vida se b a­
sab a e n u n erro r, el d e c o n sid e ra rlo u n h ech o , c u a n d o en re a lid a d es u n
« h o rizo n te d e hechos», e n el qu e cu alq u ier h e c h o p articu lar tie n e lugar.
El d e p en sar q u e es u n objeto en tre otros objetos, cu an d o es el á m b ito q u e
ab arca todos los posibles objetos d e n u estra experiencia. N o d arse cu en ­
ta, en fin, d e q u e es la base de to d a ex p erien cia p articular. De a h í la insis­
ten cia h u sserlian a e n q u e el m u n d o d e la vida c o m p ren d e en sí el m u n d o
co n stru id o p o r las ciencias, p ero no a la inversa: «El m u n d o co n creto de la
vida es el te rre n o e n q u e se fu n d a el m u n d o científicam ente verd ad ero y,
al m ism o tiem po, lo en g lo b a en su p ro p ia concreción universal»18. Y de a h í
tam b ién lo q u e m ás hem os destacado: que el m u n d o de la vida n u n c a nos
p u e d a ser d ad o d e u n a vez p o r todas, sino que se desarrolle históricam ente.
B ien p u d iera decirse q u e esta tard ía in tro d u c ció n de lo h istórico en el
e sq u e m a hu sserlian o sirve en tre otras cosas p ara cu lm in ar el pro ceso d e
d iso lu ció n d e u n a cierta idea d e subjetividad, iniciado m u ch o antes. E n
efecto, cu a n d o d efin ía al yo en térm in o s de inten cio n alid ad , H usserl, p o r
ese m ism o gesto, estaba rech azan d o la idea d e u n a in terio rid ad subsisten­
te. Lo q u e dijim os c o n a n te rio rid a d acerca de la resistencia del mundo, de su
n o red u ctib ilid a d a la conciencia, se m u estra desde a q u í com o u n a fo rm a
d e h a b la r todavía c o n tam in ad a p o r las viejas figuras. Afirm ar, p o n g am o s
p o r caso, q u e el o b jeto «está en la conciencia» re p re se n ta un a d e c u a d o
e jem p lo d e algo q u e está m al dicho. L a conciencia n o tiene ni in te rio r ni
exterior, al ser en su esencia, p o r com pleto, relación con el objeto d e su in ­
ten ció n . La co m p en sació n a ese p ro ceso de vaciado d e la subjetividad es la
constitu ció n d e u n espacio m ayor d e sentido en la intersubjetividad. El re ­

176
M a n u k i. C r u z

co n o cim ien to d e la d im en sió n h istó rica del m u n d o de la vida y d e la ra ­


zó n es el p rim e r p aso (el paso d e la intersubjetividad diacrónica acaso p u ­
d iéram o s llam arle ), d el q u e se d e s p re n d e el del expreso re c o n o c im ie n to
d e la d im en sió n social del sujeto (la intersubjetividad sincrónica p ro p ia m e n ­
te d ic h a ).
Esta co n v erg en cia final d e los conceptos se p o d ría fo rm u la r d icien d o
q u e c o n tin e n te y c o n te n id o h a n te rm in a d o p o r encajar. Q uizá, a u n q u e
m en o s visual, sea algo m ás precisa la afirm ación d e que m u n d o d e la vida
e in tersu b jetiv id ad se re q u ie re n m u tu a m e n te en la definición. El resulta­
d o e n to d o caso es u n o . P ara H usserl no hay p e rso n a si n o es e n tr e p erso­
nas, e n u n m u n d o d e p erso n as. Se p u e d e c o n tin u a r m a n te n ie n d o que el
h o m b re «vive su m u n d o » , siem p re q u e a ese su n o le atribuyam os un ca­
rá c te r p articular, individualista, m o n ád ico . P o rq u e el m u n d o es, desde el
p rim e r m o m en to , n u estro m u n d o 19. El espacio en el que abrim os los ojos,
crecem o s y n o s con stituim os en personas, d o tad as de u n a d e te rm in a d a
id en tid ad . U n m u n d o com unitario, u n m u n d o q u e siem pre es tal para u n a
co m u n id a d h u m a n a . T iene p oco d e casual la fe c u n d id ad q u e para im ­
p o rta n te s secto res d e la sociología c o n te m p o rá n e a 20 h an te n id o las p r o ­
p u estas d e H usserl. Y es q u e ellas nos invitan a re p a ra r en el h e c h o de q u e
n u e s tro m u n d o está co n stitu id o p o r interacciones recíprocas, e n el d ato
d e q u e cu an tas instancias ontológicas hay e n el m u n d o social (d e la fam i­
lia a la h u m a n id a d p o r e n tero , p asan d o p o r todos los niveles in te rm e ­
dios) so n in d isce rn ib lem en te causa y efecto d e nuestras acciones, en el ras­
go, e n sum a, d e q u e es u n m u n d o configurado, edificado, cultivado p or los
h o m b res. A H u sserl h a n acabado im p o rtá n d o le m u ch o m ás esas estru ctu ­
ras q u e las cosas (incluso h a creíd o e n c o n tra r e n la p ro p ia psicología u n
aval p a ra su evolución: la p erc e p c ió n de los objetos es, co n m u c h o , poste­
rio r a la de las p erso n as). Se c ie rra de este m o d o , fe c u n d a n d o el pensa­
m ie n to posterior, el re c o rrid o intelectual d e u n a de las figuras más em ­
blem áticas d e la filosofía del siglo xx.
P ro b a b le m e n te sea m ejo r e n u n ciarlo así, en térm in o s de fe c u n d id a d
(o in flu e n c ia ), q u e plantear, com o h a n h e c h o algunos, u n su p u esto viraje
hu sserlian o h acia la sociología cultural, fo rm u lació n q u e p a re c e sugerir
u n cierto d esp lazam ien to disciplinar, u n a cierta salida al e x terio r d e su p ri­
m itivo discurso. C u a n d o n o es así, c u an d o lo q u e d e verdad h a o cu rrid o
es q u e, com o h em o s in ten tad o ir señalizando, u n o de los factores d eterm i­
n an tes de esta deriva h a sido precisam ente la profundización e n el análisis
d el yo el q u e n o h a p o d id o p o r m en o s q u e d esem b o car en la p ro b le m á ­
tica d e l o tro . L a calid ad del discurso, p o r tan to , n o es lo que h a variado.
T am p o co la d isp o sició n teórica. H usserl c o n tin ú a e m p e ñ a d o e n la radi-
calidad, sólo q u e a h o ra ya no la localiza en el yo, sino en la intersubjetividad,

177
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

q u e n o es, p ara q u e n o q u e d e n d u d as, m era intersubjetividad p a ra m í (si


así la en ten d iéram o s, todavía p erm an eceríam o s confinados en el y o ), sino
in tersu b jetiv id ad absoluta, p rim era. Al lado d e esto, com o el o tro e le m e n ­
to teó rico qu e h a c o n trib u id o de m a n e ra d e te rm in a n te a su evolución fi­
losófica, se h allan sus con sid eracio n es respecto al m u n d o de la vida. H us­
serl, lo sabem os, n o concluyó la tarea d e analizar el c o n ten id o y las form as
d e d ich o m u n d o , lo q u e no equivale a afirm ar q u e su proyecto q u ed ase
in acab ad o . P o d ría afirm arse, en co in cid en cia con lo sostenido p o r em i­
n e n te s h isto riad o res d e la filosofía, q u e los análisis h eid eg g erian o s del es-
tar-en-el-mundo re p re se n ta n u n a sistem atización de la no ció n de m undo de
la vida. P ero lo im p o rta n te es que, incluso así, la n o ció n p erm ite p e n s a r la
subjetividad bajo u n a nueva luz, bíyo u n a luz q u e h ace visible su e stru c tu ­
ra, su radical n a tu raleza colectiva. P o rq u e participam os d e la e stru c tu ra
universal com ún del m u n d o d e la vida, conectam os y com unicam os con los
dem ás. N os dam o s c u e n ta de qu e som os, d e m a n e ra irre n u n c ia b le , tam ­
b ié n esos otros.

178
N otas

1 Leszek Kolakowski, Husserl y la búsqueda de la certeza, Madrid, Alianza, p. 12.


2Edmund Husserl, Investigaciones lógicas, Madrid, Revista de Occidente, 2a ed.:
1976.
3 E. Husserl, Ideas relativas a una fenomenología pura y a una filosofíaJenommológi-
ca (Ideas I), #32, M éxico, FCE, 2a ed.:1962, p. 73.
4 E. Husserl, La crisis de las ciencias europeas y la fenomenología transcendental, Bue­
nos Aires, Folios, 1984, #45, pp. 159-160 (hay trad. posterior en Barcelona, Críti­
ca, 1991).
5 «La idea directriz de nuestras meditaciones será, com o para Descartes, la
idea de una ciencia que hay que fundamentar con radical autenticidad y, en úl­
tima instancia, la de una ciencia universal» (E. Husserl, Meditaciones cartesianas,
Madrid, Ediciones Paulinas, 1979, por la que se cita; hay una edición posterior de
esta misma versión en Madrid, Tecnos, 1986, p. 41).
6 Así lo refiere Ludwig Landgrebe en su libro El camino de la filosofía (Buenos
Aires, Sudamericana, pp. 16-17): «Husserl había tom ado la palabra y el concepto
de intencionalidad de su maestro Franz Brentano e, inicialmente, creyó proce­
der en un todo de acuerdo con las aspiraciones de éste. Sólo mucho más tarde se
le aclaró al mismo Husserl, al volver la mirada hacia la marcha de su desarrollo,
que ya desde el primer instante en que adoptó dicho concepto lo había transfor­
mado radicalmente; más aún: que él, com o ha dicho más tarde, en realidad sólo
había tomado de Brentano la palabra intencionalidad, mientras que, según el conte­
nido, tuvo ante sí, desde un comienzo, algo totalmente distinto. De m od o que un
térm ino com ún pudo ocultar una profunda diferencia —circunstancia que en
un principio fue bastante desorientadora, incluso para el propio Husserl».
7Cfr. E. Husserl, Ideas relativas..., cit., especialmente el cap. II, titulado "La con­
ciencia y la realidad natural”, pp. 74-107.
8 Este orden de afirmaciones sería suficiente por sí sólo para entender la de­
clarada afinidad de Husserl a un historicista com o Rickert: «Nosotros estamos
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

aliados en nuestra lucha contra un mismo enem igo com ún, el naturalismo de
nuestra época. Servimos, cada uno de nuestro modo, a los mismos dioses» (car­
ta de Husserl a Rickert de 20-XI-1915). En efecto, las afirmaciones husserlianas
recuerdan las tesis de Dilthey acerca de la realidad y el valor gnoseológico de las
vivencias: un sentim iento es en la misma medida que lo sentimos y es como lo sen­
timos (el dolor por la muerte de un ser querido es plenam ente com o es viven-
cialm ente).
9 Las puntualizaciones de Husserl recuerdan asimismo las de otro historicista,
Collingwood, quien, en su Idea de la historia, (México, FCE, 1952, p. 171), se en­
cargaba de precisar que el hecho de que el historiador sea (esto es, consiga poner­
se plenam ente en el lugar de) Julio César o Napoleón no constituye un conoci­
m iento de Julio César o N apoleón más de lo que el hecho obvio de ser él mismo
constituye un conocim iento de su propia persona.
I0E. Husserl, IdeasI, cit., # 4 6 , p. 106.
11 El sentido del m undo es, de una parte, el sentido que yo doy al mundo, pero,
de otra, este sentido es vivido como objetivo (de lo contrario no sería el sentido que
tiene el m undo para m í). Como escribe Zubiri: «Subjetividad es hacer que las co­
sas se vayan manifestando, dándose a la conciencia tales como son en sí [...]. Se
trata de un hacer desde m í mismo, pero de un hacer manifestarse. Desde el siste­
ma de mis vivencias, el m undo se va constituyendo y queda constituido com o sen­
tido de mi “ego” en él» (X. Zubiri, Ci?ico lecciones defilosofía, Madrid, Alianza, 1980,
p. 245).
12 E. Husserl, Meditaciones cartesianas, op. cit., p. 211, nota 5. En una dirección
semejante se expresaba el sociólogo Alfred Schütz, un discípulo vienés de Hus­
serl emigrado a Estados Unidos tras la ocupación nazi de Austria: «... presupongo
sim plem ente que otros hombres también existen en este m undo mío, y, en ver­
dad, no sólo de manera corporal y entre objetos, sino más bien com o dotados de
una conciencia que es esencialm ente igual a la mía» (A. Schütz/T. Luckmann,
Las estmcturas del mundo de la vida, Buenos Aires, Amorrortu, 1977, p. 26).
13E. Husserl, Lacnsis..., ciL, p. 197.
14 Hice referencia a este punto en M. Cruz, Narratividad: la nueva síntesis (Bar­
celona, Península, 1986), pp. 42-43.
15Textualmente: «La evidencia no es otra cosa que la “vivencia” de la verdad»,
(Investigaciones lógicas, op. cit., p. 162).
16 «Toda la historia de la filosofía desde la aparición de la “teoría del conoci­
m iento” y de los serios ensayos de una filosofía transcendental es una historia de
las tremendas tensiones entre filosofía objetivista y filosofía transcendental, una his­
toria de los ensayos permanentes para conservar el objetivismo y perfeccionarlo en
una forma renovada y, por otro lado, de los ensayos del transcendentalismo para
llegar al dominio de las dificultades que trae consigo la idea de la subjetividad trans­
cendental y la del m étodo que ello implica» (E. Husserl, La crisis..., op. cit., p. 75).

180
M a n u e l C ruz

17 Lo cierto es que los énfasis del propio Husserl son lo bastante elocuentes
por sí mismos com o para no precisar subrayados (los que hay son del a u lor): «No­
sotros, los hombres de hoy [...], nos hallamos ante el mayor de los peligros: nau­
fragar en el diluvio del escepticismo y con ello dejar esfumarse nuestra propia
verdad. R eflexionando en este desamparo, nuestra mirada se vuelve hacia la his­
toria de nuestra actual humanidad. Sólo podem os conquistar la comprensión de
nosotros mismos, y con ello un sostén interior, mediante el esclarecimiento del
sentido de unidad de esa historia, sentido que le es congénito desde su origen,
con la tarea nuevam ente establecida que, com o fuerza motriz, determina todas
las tentativas filosóficas». O también: «Nosotros como filósofos somos herederos del
pasado en cuanto a la misión que la palabra “filosofía” indica, en cuanto a sus
conceptos, problemas y métodos. Es claro (qué otra cosa podría ayudar aquí) que
se requieren concienzudas reflexiones retrospectivas históricas y críticas para alcanzar,
antes de todas las decisiones, una radical autocom prcnsión, mediante una investiga­
ción retrospectiva de aquello que originariamente y en todo tiempo se ha querido
com o filosofía y ha seguido queriéndose a través de todos los filósofos y filosofías
que históricamente han estado en interrelación e intercomunicación continuas»
(ibídem, pp. 20 y 23).
18 Ibídem, p. 135.
19 Con las palabras de su discípulo: «... el mundo de mi vida cotidiana no es en
m odo alguno mi m undo privado sino desde el com ienzo un mundo intersubjeti­
vo, compartido con mis semejantes, experimentado e interpretado por otros; en
síntesis, es un m undo com ún a todos nosotros» (A. Schütz, El problema de la reali­
dad social, Buenos Aires, Amorrortu, 1974, p. 280).
20 Encabezados por el ya recién citado Alfred Schütz. A los textos m enciona­
dos en las notas anteriores podem os añadir su clásico La construcción significativa
del mundo social (Barcelona, Paidós, 1993; de esta obra existía una edición ante­
rior, publicada por el mismo sello editorial, con el título Fenomenología del mundo
social).

181
C a p ít u l o X I
H e id e g g e r , l a e x is t e n c ia f r e n t e a l a m u e r t e

I V l a r t i n H eid eg g er (1889-1976) nació en M esskirch (Bade, e n la región


d e la Selva N egra) en el seno d e u n a fam ilia cam pesina católica. Se interesó
activ am en te d esd e su te m p ra n a ju v e n tu d p o r la T eología y la Filosofía oc­
cidentales. En 1915 fue n o m b rad o profesor d e Filosofía en F riburgo, d o n ­
d e recib ió las in flu en cias d e R ickert y especialm ente de H usserl — este ú l­
tim o h ab ía sido p ro feso r de Filosofía en la m en cio n ad a ciudad d esde 1916
a 1929, te n ie n d o p recisam en te com o asistente a H eid eg g er al té rm in o d e
la P rim era G u e rra M u ndial— . O btuvo la c áted ra d e M arburgo e n 1923,
d o n d e escribió su lib ro Sein u n d Zeit, p ublicado en 1927. Volvió a F rib u rg o
p a ra su c ed er a H u sserl en 1929. F ue elegido R ector en 1933, tras la llega­
d a d e H itler al p o d er, p ro n u n c ia n d o , al to m a r posesión, u n discurso titu ­
lad o «La au to afirm ació n de la universidad alem ana», q u e suele se r ju zg a­
d o co m o u n a p ru e b a d e su a d h esió n al ideario nacionalsocialista. D im itió
d el carg o al c o m en zar el añ o siguiente. S u sp en d id o del em p leo en 1945,
al ser o cu p a d a A lem ania o ccid en tal p o r las tropas aliadas, se le p erm itió
el rein g reso en 1952, p e ro d esd e en to n ces su actividad p ro p ia m e n te u n i­
versitaria fue m u y ocasional.

Sin n in g ú n m a rg e n de e r ro r p o d em o s a firm ar que, d e los au to res h a ­


b itu a lm e n te m e n c io n a d o s p a r a r e p re s e n ta r la c o r rie n te «existencialis-
m o», H e id e g g e r es el q u e goza d e u n a m ayor actualidad. P ro b a b lem en te
n o p ro c e d a a h o r a e n tre te n e rs e e n analizar las razones d e esa p resen c ia
privilegiada, a u n q u e sí será útil m en cio n ar alg u n a de ellas. H eid eg g er h a
sido co n sid erad o en los últim os añ o s in te rlo c u to r privilegiado p o r au to ­
res q u e, a su vez, d isfru tab an d e u n a co nsiderable n o to rie d ad e n am b ien ­
tes filosóficos b ie n d iferenciados. Así, p o r p o n e r tan sólo algunos ejem -
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

píos, el filósofo n o rte a m e ric a n o R ichard Rorty en su principal lib ro , La f i ­


losofía y el espejo de la naturaleza1, n o h a d u d a d o en calificar com o «los tres
filósofos m ás im p o rta n te s de n u e stro siglo» a W ittgenstein, H eid eg g er y
Dewey. P o r su p a rte , u n o d e los filósofos franceses m ás relevantes de los
ú ltim o s tiem p o s, Ja c q u e s D errid a , e n su o b ra Márgenes de la filosofía?, va­
lo ra al a u to r d e Ser y tiempo co m o el ep isodio últim o y esp ecialm en te des­
tacad o d e la tra d ic ió n filosófica o ccid en tal. F in alm en te, q u é d u d a cabe
q u e el lib ro d el ensayista c h ile n o V íctor Farías Heidegger y el nazismo5con­
trib u y ó d e fo rm a decisiva, a finales d e la d é c a d a d e los o ch en ta, a re a b rir
u n d e b a te n u n c a b ie n c e rra d o del to d o acerca, n o ya de la ad scrip ció n
p o lítica d e H eid eg g er, sino d e la relevancia de ese com prom iso p a ra su
p e n sa m ie n to .

E l p r o y e c t o f il o s ó f ic o d e M a r t in H e id e g g e r

A p esar d e q u e H eid eg g er insistió reiterad a m e n te a lo largo de su vida


e n d esm arcarse d e la c o rrien te existencialista, hay coincidencia e n tre los
h isto riad o res d e la filosofía c o n tem p o rán ea e n encu ad rarlo en este g rupo.
Y ello p o r d iferen tes m otivos. C o m p arte con el resto de existencialistas al­
g u n as influencias fu n dam entales, com o la d e K ierkegaard, H usserl o la lla­
m ad a filosofía de la vida, participa con ellos, adem ás d e en tem as e ideas, en
el tratam ie n to y len g uaje con q u e los aborda, y deja sentir su au to rid ad so­
b re otros m iem b ro s d e esta corrien te, com o es el caso de Sartre. C on todo,
ello n o d eb e im p ed irn o s co nstatar la especificidad d e su p u n to de partida,
el in te rro g a n te d el q u e va a h a c e r derivar la totalidad de su p ro p u esta, que
n o es o tro q u e éste: ¿qué es el Ser?, ¿qué es lo q u e es? No la existencia per­
sonal o sus intereses éticos, sino n a d a m ás y n a d a m en o s que el Ser.
El p rim e r p ro b le m a q u e u n a p re g u n ta de este o rd e n d e b e a b o rd a r es
el m eto d o ló g ico , esto es, el d e los in stru m en to s teóricos c o n los q u e se va
a operar. E n este p u n to , la d e u d a h eideggeriana con H usserl es clara. C om o
dijim os, éste se p ro p o n ía con su m é to d o p o n e r el m u n d o real e n tr e pa­
rén tesis y d esco n ectar del m ism o la consciencia, volviendo la ate n c ió n ha­
cia el in terio r, e n vez d e dirigirla al m u n d o absoluto d e la ex p erien cia. Se
tra ta b a d e e x p lo ra r y d escribir la e stru c tu ra d e la co n cien cia en su intui­
ció n d e las esencias, la atrib u ció n d e significados y la constitución d e obje­
tos. P ues b ien , es esta sensibilidad — d e m atem ático, en el fo n d o — hacia
las estru ctu ras esen cialm en te necesarias, básicas, la q u e los existencialis­
tas — co n H e id e g g e r in clu id o — h e re d a n de H usserl, y en la q u e in tro d u ­
cen u n a p a rticu lar m odificación: su m irad a a te n d e rá tam bién al m u n d o ,
in clu y en d o e n él al yo.
M a n u e l C huz

C o n statad a la disposición y el objetivo q u e se persigue, q u e d a p o r p r e ­


cisar el p u n to d e p artid a, el inicial m aterial teórico cuyo análisis se esp era
n o s p e rm ita p la n te a rn o s la cu estió n del Ser e n su u n id ad y totalidad. H ay
q u e d e c ir p o r d ó n d e em pezar, en definitiva. P ero n o cabe h acerlo p o r el
S er m ism o, p u esto q u e, al n o estar fuera, n o p odem os situ arn o s fren te a
él c o m o nos situam os fre n te a c u alq u ier objeto de p en sam ien to . El ser n o
es algo así co m o el e n te , sino p recisam en te aquello que d e te rm in a al e n te
co m o en te. D eb erem o s, p o r tanto, p ro c e d e r de u n m o d o in d irecto , exa­
m in a n d o alg ú n existente, en p articu lar aquel que confiem os n o s p e rm ita
a h o n d a r en la cu estió n del se n tid o del Ser.
H eid eg g er p ro p o n e com o p u n to de p artid a la existencia h u m a n a [Da-
seinj. La existencia es u n e n te q u e nos resulta accesible tal com o es e n sí
m ism o, lo q u e n o equivale a d ecir q u e su e stru c tu ra sea evidente. Al c o n ­
trario, la tarea d el análisis h eid eg g erian o es p recisam en te in te n ta r desve­
larla. L a ventaja q u e o frece es q u e estam os en u n a relación privilegiada
resp ec to a ella: estam os en ella. Es la ú nica fo rm a d e ser co n la q u e nos e n ­
co n tram o s e n c o n ta c to v e rd a d e ro (y q u e n o se d a fu era del h o m b re : el
an im al vive, las verd ad es m atem áticas p e rd u ra n , las h erra m ie n ta s siguen
a n u e stra disposición..., p e ro de n in g u n a d e estas cosas p o d em o s d e c ir
q u e e x iste). A h o ra b ien, la d eterm in ació n esencial de la existencia no p u e ­
d e p ro d u cirse ja m á s m e d ia n te el en u n c ia d o de u n qué co n creto . La exis­
ten cia n o se d eja co n ceb ir bajo la analogía d e u n a cosa co n p ro p ied ad es.
P en sa r así p ro b a b le m e n te significaría recaer en lo que, e n el len g u aje fi­
losófico trad icio n al, se d e n o m in a b a un «realism o m etafísico»: su p o n e r
q u e la existencia es lo q u e llevam os cada u n o de nosotros d e n tro , y q u e la
ex isten cia está en el m u n d o .
P ero si esa fig u ra n o sirve es p o rq u e la realidad h u m a n a n o p u ed e ser
d efin id a. La a firm ació n (de Ser y tiempo, p o ste rio rm en te m atizada en Car­
ta sobre el humanismo) «la esencia d el h o m b re es la existencia»4 señala p r e ­
cisam en te este h e c h o , el d e q u e aquella realid ad no es algo d ad o , sino
q u e está p o r decidir. L a esencia d el h o m b re viene caracterizada p o r el h e ­
ch o d e hallarse fre n te a u n co m p lejo de posibilidades e n tre las qu e n o le
q u e d a m ás rem ed io q u e elegir. Y com o esta elección n u n c a es final, p a ra
siem p re, su ex isten cia está in d e te rm in a d a , ju sta m e n te p o rq u e n o está te r ­
m in ad a. P ero ese lím ite irrebasable, lejos d e aquietarle, le obliga a la ac­
ción, al co n tacto co n el m u n d o . El h o m b re es sólo en cu an to puede ser, y si
re n u n c ia a su riesgo, está em p e z a n d o a ab d icar de su p ro p ia co n d ició n .
P o d em o s d a r ya u n paso m ás so b re lo recién dicho. El h o m b re , n o ya
es q u e esté e n el m u n d o , es q u e es u n ser-en-el-mundo. Lo q u e n o d eb e e n ­
te n d e rse co m o u n a m e ra localización en u n espacio, com o la señaliza­
ció n d e l lu g ar en el q u e se d esarro lla la existencia, sino co m o u n rasgo

185
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

fu n d a m e n ta l d el m o d o d e se r d el h o m b re , co m o algo constitutivo de su
ex isten cia. N o cab e divorcio re sp e c to al m u n d o p o rq u e la m u n d a n id a d
es u n rasgo d e n u e s tra existencia. E n su Carla sobre el humanismo, escribe
H eid eg g er: « M u ndo n o significa e n n in g ú n caso u n ente n i u n ám b ito
d e l e n te , sin o la a p e r tu r a d e l S er»5. P o r d e c irlo a n u e s tra m a n e ra : el
m u n d o n o es el c o n ju n to d e los e n te s u objetos, e n tre los cuales se en ­
c o n tra ría el h o m b re co m o sujeto, sino la d e te rm in a c ió n fu n d a m e n ta l
d e l h o m b re co m o ex isten te. El h o m b re — to d o h o m b re, c u a lq u ie r h o m ­
b re — se e n c u e n tr a sie m p re y n e c e s a ria m e n te insertado e n el m u n d o de
las cosas y d e o tras p erso n as. Insertado: v in cu lad o a través d e u n a c o m p le­
j a tra m a d e p re o c u p a c io n e s, tareas, in tereses y cuidados, tra m a q u e p ro ­
p o rc io n a la inicial c o n fig u rac ió n d e lo real. L o q u e hay e n p rim e r lugar
es mi m undo, y n o el p re su n to m u n d o objetivo p ro p u esto p o r la m e to d o ­
lo g ía científica.

E l h o m b r e c o m o ser en el m u n d o

P o r lo q u e se refiere a las cosas, H eid eg g er las ve an te to d o com o obje­


tos p o r los q u e ten g o interés, es decir, cosas d e u n uso específico p a ra m í y
ligadas sistem áticam ente a otras cosas en el servicio d e mis intereses. Em­
p e z a n d o p o r esto ú ltim o , el o b je to e n c u an to útil q u e d a c o n stitu id o p o r
el sistem a d e relaciones en el cual existe. El in stru m e n to n u n c a está aisla­
do . El in stru m e n to , p o r el h e c h o de serlo, exige q u e esté d a d a u n a totali­
d a d d e in stru m e n to s d e n tro d e la cual él se define (la aguja im plica el
hilo, la p re n d a ...). O, co n las p ropias palabras de H eidegger, «antes del
m e d io in d ividual está ya d escu b ierta u n a totalidad d e m edios»6. P e ro los
o bjeto s n o se reen v ían e n tre sí d e fo rm a circular. H ay un final del p ro ce­
so, y en ese final se e n c u e n tra el h o m b re (tras la p re n d a están la co stu rera
y el u s u a rio ). Los útiles te rm in a n re m itie n d o a quienes los m an ip u lan y
u tilizan. E n ú ltim a instancia, lo q u e define a u n in stru m e n to es su parti­
c u la r p a ra qué, q u e sólo alcanza realid ad si u n a voluntad — u n alguien,
e n definitiva— se d ecid e a activarlo.
El ser d e las cosas, p o r tan to , n o significa, com o creía la m etafísica tra­
d icio n al y, en su estela, la co n cep c ió n abstracto-racional derivada d e Des­
cartes, m e ra p resen cia, ex terio rid ad , ubicación en u n espacio g eom étrico
abstracto . Significa, p o r el co n trario , p e rte n e c e r a esa totalidad in stru ­
m e n ta l q u e es el m u n d o . Es así com o esta utilizabilidad — o disponibili­
d a d — d e las cosas o, m ás en gen eral, su significado e n relación con nues­
tra vida se nos ap a re c e com o su m o d o de darse m ás originario. F re n te al
cual, la llam ad a objetividad p ie rd e la vieja con d ició n , que le a trib u ía la

186
M a n u e i. C r u z

ciencia, d e p erspectiva privilegiada desde la qu e analizar el m u n d o p a ra


p asar a ser u n p u n to d e vista lim ita d o , d e te rm in a d o d e a n te m a n o sólo
q u e p o r otro s intereses. Es cierto q u e la objetividad es algo a lo q u e se lle­
g a en v irtu d d e u n a o p eració n específica en qu e se dejan a u n la d o las p re ­
ferencias, los in tereses, p ara in te n ta r ver las cosas tal com o son e n sí. Ú n i­
cam e n te estam os a ñ a d ie n d o q u e esta o p eració n no es d esprejuiciada,
sin o q u e re sp o n d e a otro s prejuicios. Es, ella tam b ién , u n a o p eració n d el
h o m b re , llevada a cab o p o r éste co n unos objetivos precisos.
P o r eso, d esd e el p la n te a m ie n to d e H eidegger, n o hay conflicto e n tre
su in te rp re ta c ió n — p ráctica— d el m u n d o y la in terp retació n d e la cien ­
cia. A m bas son perspectivas coo rd en ad as. D ecir q u e el m artillo es pesado
ta n to p u e d e significar q u e es d e difícil m anejo com o q u e tiene u n peso,
esto es, q u e resu lta susceptible de ser pesado. P ero esa co o rd in ació n , d e
d arse, a c re d ita ría en el fo n d o la su p e rio rid a d teó rica d el p la n te a m ie n to
h e id e g g e ria n o , p u esto q u e se h a b ría p ro d u cid o sobre la base d e re c o n o ­
c e r q u e la o b jetiv id ad m ism a d e las cosas es u n m o d o d e d e te rm in a rs e
p a rtic u la r d e la in stru m e n ta lid a d . De no ser así, de em p e ñ a rse , p o r
ejem p lo , la cien cia e n a p a re c e r co m o la d e te n ta d o ra d e la ú n ic a m ira d a
d e s in te re s a d a so b re el m u n d o , la articu lació n e n tre las d os perspectivas
re su lta ría im p en sa b le . P o r ú ltim o , será b u e n o añadir, com o e le m e n to
fav o rab le al p la n te a m ie n to de H e id e g g e r e n el te m a de la n a tu raleza d e l
m u n d o e x te rn o , q u e las d e te rm in a c io n e s con las que éste es p e n s a d o
so n fu n d a m e n ta lm e n te id én ticas a las q u e so stien e el p rag m atism o y, e n
p articu lar, Dewey.
Ese ser-en-el-m undo que, com o dijimos, constituye al h o m b re , no q u e ­
d a a g o ta d o e n su relació n co n los objetos. In volucra m i-ser-con-otros,
esto es, a q u ien es ta m b ié n están e n el m u n d o en el m ism o se n tid o . N o se
está h a b la n d o d e u n a m e ra co existencia exterior, d e u n c o m p a rtir acci­
d e n ta lm e n te el m ism o escen ario , sino d e algo fu n d am en tal: p e rte n e c e a
la n a tu ra le z a d e la ex istencia h u m a n a el h e c h o d e se r u n a ex iste n cia
c o m p a rtid a . T o dos y cad a u n o d e n o so tro s estam os co n stitu id o s a la vez
p o r n u estras p reo c u p a c io n e s, e n las cuales hacem o s u so de los objetos
e n c u a n to ú tiles, y p o r n u e s tra so licitu d p o r las p erso n as (y a q u í el a n te ­
rio r ejem p lo d e la ag u ja y el h ilo e n c o n tra ría u n a clara c o rre s p o n d e n ­
cia: el p ro feso r co m o p ro fe so r im p lica al a lu m n o , del m ism o m o d o q u e
el m é d ic o im p lica al p a c ie n te ). S on éstas, co n v ien e sub ray arlo , a firm a­
c io n e s q u e se p r e te n d e n m e r a m e n te d escrip tiv as, d esp ro v istas de las
c o n n o ta c io n e s ético-sociales q u e su e len v en ir asociadas a este tipo d e
ex p resio n es.

187
F il o s o f ía c o n t k m p o r á n k a

E x is t e n c ia a u t é n t ic a y e x is t e n c ia in a u t é n t ic a

P ara co m p re n d e rse , el h o m b re p u e d e a d o p ta r com o p u n to d e parti­


d a, o b ie n a sí m ism o, o b ien al m u n d o y los dem ás h om bres. En el p rim e r
caso tien e u n a c o m p ren sió n autén tica, m ientras q u e en el se g u n d o tiene
la c o m p ren sió n in au tén tica, q u e es el fu n d am en to d e la existencia an ó n i­
m a. La ex isten cia a n ó n im a es el rein o del «se», d o n d e d o m in a totalm en te
el se dice o el se hace. A b an d o n arse a esta actitud significa acep tar u n a <k las
posibilidades q u e la existencia h u m a n a ofrece, p u esto q u e la e stru c tu ra im­
p erso n al d e la vida social es tam b ién constitutiva d el m odo de existencia
del ser h u m a n o , q u e es ser-en-com ún. P ero es to m ar u n cam ino q u e , lejos
d e p e rm itir la realización de su g e n u in a trascendencia, es decir, la perse­
cu ció n d e las p o sibilidades q u e le son m ás propias, te rm in a d ep o sita n d o
al h o m b re al m ism o nivel q u e las cosas del m u n d o . C u a n d o ello o cu rre ,
p o d em o s d ecir q u e la existencia se h a d e sp ren d id o d e sí m ism a y h a caído
e n el m u n d o , h a q u e d a d o atra p a d a e n él. El yo h a sido se pultado d e n tro
d el u n o .
T am poco ah o ra es cuestión d e valorar la opción vital inauténtica. Es, ya
se h a señalado, u n a d e las dos posibilidades — «igualm ente originarias»—
d e la existencia. Lo q u e p ro c e d e p reg u n tarse es qué q u ed a o scurecido en
u n a existencia así, a n te q u é retro c e d e el h o m b re q u e se refugia e n el im­
p erso n al se. O , co n o tros térm in o s, cuáles son esas «posibilidades m ás p ro ­
pias» a las q u e se ve obligado a re n u n c ia r ese h o m b re que se m ueve auto­
m áticam en te p o r los se n d ero s trillados del m u n d o organizado. Q uizá en
lo q u e se dijo — o, m ás ex actam en te, en lo q u e n o se dijo— acerca del ca­
rá c te r n o clau su rad o d e la existencia h u m a n a esté el cabo del q u e con­
v en g a tirar. H ay q u e rad icalizar aq u ellas afirm acio n es. L a ex iste n cia no
lo g ra su to talid ad m ien tra s existe: en su naturaleza radica el inacabado
co n stan te. Sólo la m u e rte re p re se n ta el fin de la existencia. L a m u e rte es,
e n efecto, u n a p o sib ilid ad de ser, p e ro la m ás g en u in a, se ñ era e irre p e ti­
ble p osibilidad. El h o m b re es u n ser p a ra la m uerte.
P ues b ien , es d e esto d e lo q u e se angustia la existencia. Es esto lo que
e n ocasiones le im p u lsa a buscar refugio en el m u n d o : el te rro r qu e le cau­
sa ser ella m ism a. P o r a q u í pasa la lín ea d e dem arcació n e n tre existencia
a u té n tic a e in au tén tica. El m ied o a la m u e rte hace q u e la existencia caiga
en el facto r in au tén tico , cotidiano. P o rq u e el «se» n o p erm ite p en sar en
la m u e rte p ro p ia y sólo h ab la d e la m u e rte en la fo rm a im personal d e «se
m u ere» . P o r el c o n trario , la existencia p ro p ia o au tén tica e n c a ra ab ierta­
m e n te sus p o sibilidades y, al hacerlo , se e n c u e n tra d e fren te con lo que
constituye su ú ltim a y definitiva posibilidad: la m u erte. Esta ex p erien cia
le revela la v erd ad de la existencia, esto es, su nihilidad. Es en to n ces cuan­

188
M a n u k i. C r u z

d o el h o m b re se e n c u e n tra e n p resen c ia d e la n ad a, cu an d o la ex isten cia


p u e d e ser p en sa d a co m o totalidad y se desvela su sentido. P ero dejem os
la cu estió n d e la m u e rte p ara u n p o co m ás ad elan te.
El se r au tén tico está e n con d icio n es de asum ir aquello ante lo q u e la
in a u te n tic id a d desfallecía, el se n tid o de la situación originaria d e la exis­
ten cia. El h e c h o d e q u e m i ex iste n cia es u n a ex iste n cia no e leg id a sin o
q u e tien e q u e ser escogida, n o p ed id a, sino q u e p id e q u e se h a g a n cargo
d e ella: u n h e c h o sim ple, en definitiva, del cual ten g o q u e so p o rta r la c a r­
ga sin sab er p o r q u é ni d e d ó n d e ni a d o n d e. A h o ra bien, esta ex p e rie n c ia
— a p e sa r d e los to n o s so m bríos— , lejos de o scu recer el m u n d o , lo ilum i­
na. P o rq u e n o es u n a ex p erien cia q u e q u e p a identificar con u n m ero es­
tad o subjetivo, o psicológico, q u e luego se proyecte a u n m u n d o «exte­
rior». P en sar así im p licaría p e rm a n e c e r en el in te rio r de u n esq u em a
d u alista sujeto-objeto, del todo ajeno a la perspectiva heideggeriana. A esa
artificiosa d istin ció n , H eid eg g er o p o n e la idea d e que la existencia es ya
sie m p re y co n stitu tiv am en te relación con el m u n d o . N o tiene caso h ab lar
d e la ex isten cia co m o algo d e lo q u e se d eb a salir p a ra ir al m u n d o en b u s­
ca d e co n o cim ien to . El co n o cim ien to es m ás b ien la articu lació n de u n a
c o m p re n sió n o rig in a ria e n la cual las cosas están ya descubiertas. Es c ier­
to q u e mi se n tid o p rim o rd ial d e la situación originaria d esarro lla efectos
específicos e n u n á m b ito particular. Tal sen tid o es la raíz d e mi vida afecti­
va, co m o lo es q u e to d as m is em ociones y sentim ientos derivan d e ella y se
re fie re n o sc u ram en te a ella. P ero ese m o d o d e sentir, esa tonalidad afectiva
e n la q u e siem p re, p o r d efinición, todos nos e n co n tram o s p osee u n valor
o n to ló g ico p rim o rd ial, tal y com o afirm a el p ro p io H e id e g g e r en Ser y
tiempo: «En el p lan o ontológico fu n d am en tal debem os confiar el descu b ri­
m ie n to orig in ario d el m u n d o a la “sim ple disposicionalidad”. L a intuición
p u ra, a u n q u e p en etrase e n las m ás íntim as zonas d e l ser d e aquello que es­
tá sim p lem en te p resen te, n o p o d ría n u n c a d escu b rir algo am en aza d o r» 7.
Estam os, claram en te, an te u n a alternativa al en fo q u e k antiano. La dis­
p o sicio n alid ad m e n c io n a d a es el m o d o o riginario d e e n c o n tra rn o s y se n ­
tirn o s en el m u n d o . P o d ríam o s d ecir q u e señala las nuevas co n d icio n es
de p o sib ilid ad d e co n o cim ien to , d e acceso al m u n d o . Este se n o s aparece
sie m p re a la luz d e c ie rta d isp o sició n em otiva: aleg ría, m ied o , tedio. La
afectividad, p ues, n i es u n accid en te ni es algo derivado. Es u n aspecto
constitutivo d e n u estro estar ab ierto s al m u n d o . Y si alguien quisiera e q u i­
p a ra r esto al sujeto k an tian o , se e n c o n tra ría con u n a radical diferencia: la
ex isten cia d e q u e h a b la H eid eg g er ni es p u ra, co m o la razón k an tian a, ni
es tra sc e n d e n te , co m o su sujeto. N u estra disposicionalidad — n u e s tra to­
n a lid a d afectiva, n u e s tro tem p le— es algo en lo q u e nos en co n tram o s sin
p o d e r d a r razó n d e ello. N uestro m o d o o rig in ario de cap tar y c o m p re n ­
F i l o s o f í a c o n t e m i ’o r á n f a

d e r el m u n d o es algo cuyos fu n d a m e n to s se n os escapan. Es u n h e c h o p o r


explicar. P o r eso aq u ella visión d e n u e stra existencia an te la q u e — diji­
m os— la existencia in a u té n tic a desfallece, n o es u n ensueño, u n a inven­
ció n o u n a pesadilla: es la facticidad, el qué es d e la existencia, u n carácter
o n to ló g ico de la m ism a.
A p a r tir d e la se ñ a la d a e x p e rie n c ia , yo o b te n g o el c o n v e n c im ie n to
d e q u e el único m o d o de dar sentido a lo que m e ro d e a es h acien d o uso d e
ello. El h o m b re , al ser posibilidad, existe proyectándose. O , lo q u e viene a
se r lo m ism o, estos proyectos ex p erim en tales n o son in te rp re ta c io n e s
c o n cep tu ales sin o existenciales. Las posibilidades realizadas son form as
d e l se r h u m a n o y to d as las fo rm as d el c o n o c im ie n to derivan d e ellas. El
se n tid o d e la ex isten cia h u m a n a se va elab o ran d o e n las posibilidades d e
acció n d e d ich a existencia. Lo q u e estas afirm aciones están rech azan d o
es q u e p u e d a h a b e r se n tid o previo (al m o d o d e las m etafísicas tra sc e n d e n ­
tales) o al margen (al m o d o d e los discursos cientificistas). El significado
d e c u alq u ier o b jeto — y ya n o digam os de la realid ad en su c o n ju n to — h a
d e ser p e n sad o co n relación a actividades pro p u estas o posibles d el h o m ­
b re al realizar proyectos. N o hay significado fu e ra d e esa tram a. C u a lq u ier
m o d o abstracto, conceptual, de c o m p ren d er el m u n d o es tam bién u n m o d o
afectivo, in teresad o , p e ro del q u e h ab ríam o s p e rd id o la m em oria: que n o
re co n o ceríam o s e n su a u tén tica condición.

L a a n g u s t ia y la m u er te

Sin e m b arg o , co n to d o lo ex puesto aú n n o h em os accedido al yo a u ­


tén tico . Nos h em o s lim itado a señalizar sus condiciones d e posibilidad. El
acceso al yo au té n tic o ú n ic a m e n te lo p ro p o rc io n a la angustia. Sólo ella
p u e d e lib erar a la existencia de la d ictad u ra del «uno», del «se». E n el b ien
e n te n d id o d e q u e an gustia n o equivale a m iedo. L a angustia se distingue
d el m ie d o p o rq u e en ella lo am en aza n te n o se halla p o r n in g u n a p a rte 8.
A q uello an te lo cual el h o m b re se angustia, es lo m ism o qu e aq u ello p o r
lo cual él se angustia: el m u n d o com o tal9. Lo q u e inspira su angustia es el
re c o n o c im ie n to d e lo qu e significa estar-en-el-m undo, reco n o cim ien to
q u e se p ro d u c e c u a n d o lo ve e n su totalidad y n o m e ra m e n te e n las p ers­
pectivas d e sus p reo cu p acio n es particulares.
P ero el acceso a esa perspectiva de la totalidad, ú n ica q u e n os p erm ite
re c o n o c e r la co m ú n futilidad d e todas las cosas del m u n d o , sólo se alcan­
za d e u n a m an era, q u e fue an u n ciad a: an tic ip a n d o la p ro p ia m u e rte . N o
es éste, ciertam en te, u n lugar fácil. El com ún de los h om bres prefiere ab an ­
d o n a rse al v értigo d e la vida cotidiana, en la que lo fam iliar y lo p ró x im o

190
M a n u el C ruz

o cu ltan el estad o d e án im o fu n d a m e n ta l de la angustia. Se c o m p re n d e la


actitu d : al d e sa p a re c e r las p reo cu p acio n es habituales, se le revela a la exis­
ten cia h u m a n a el ex trañ am ien to d e la soledad. Es el m o m ento e n el que el
h o m b re p u e d e o p ta r e n tre c o n tin u a r en la existencia in au tén tica, im p er­
so n a lm e n te d e te rm in a d a , o hacerse cargo p erso n alm en te, m ed ian te u n
esfu erzo h ero ico , d e su p ro p ia existencia. P ero esto últim o — d e ah í su
d esm esu rad a d ificu ltad— n o se resuelve en u n gesto en el que p o d am o s
asu m ir u n a esen cia p reex isten te. N o se p u e d e p re te n d e r e x p e rim e n ta r la
ex isten cia co m o to talid ad e n el se n tid o d e la sim ple presencia p o rq u e es
constitutivo d e ella ser posibilidad abierta. En H eidegger el lem a «sé tú
m ism o» em plaza a u n a tarea: n u n c a soy, sino q u e siem pre seré, p o rq u e
p u e d o ser.
Es ju s to e n este p u n to d o n d e la id ea d e la p ro p ia m u erte d esarro lla
to d a su eficacia teórica. P o rq u e p a ra alcanzar la a u tén tica m e d id a de m is
p o sib ilid ad es h e d e se r capaz d e p e n sa r la m u erte, esto es, de e n te n d e rla ,
s e g ú n dijim os, co m o m i ú ltim a y definitiva posibilidad. C o n sid e ra rla así
significa, p o r lo p ro n to , to m ar distancia respecto de otras in te rp re ta c io ­
nes. P o r ejem plo, resp ec to d e la ep icú rea, según la cual m ien tra s yo estoy
vivo m i m u e rte n o existe, y p a ra c u a n d o ella llega, q u ie n no está soy yo,
c o n lo q u e en el fo n d o la m u e rte n o m e in cu m b e. H ablar, tal co m o hace
H eid eg g er, d e la m u e rte com o u n a posibilidad d e la existencia es ir m ás
allá d e co n sid erarla c o m o u n h e c h o q u e les o c u rre a los dem ás y q u e a m í
todavía n o m e h a o c u rrid o . P ara ser precisos, la d efin e c om o u n a posibili­
d a d existenciaria, lo q u e e n su te rm in o lo g ía significa co m o u n e le m e n to
q u e e n tra a constituir, n o accid en talm en te, el actual ser de la existencia
c o m o proyecto.
L a m u e rte a p u n ta al co razó n d e la existencia. Le afecta en su m ism o
ser, e n su esencia m ism a d e proyecto. Es, se lee en Sery tiempo, «la posibili­
d a d d e la p u ra y sim ple im posibilidad de la existencia»10. O tam b ién , sin
p r e te n d e r ju g a r c o n las palabras, la posibilidad d e la im posibilidad d e
to d a o tr a p o sib ilid ad . M ás allá d e ella n a d a le es p o sib le a la e x is te n c ia
co m o se r e n el m u n d o , es decir, resulta rig u ro sam en te in su p e rab le. P ero
el ser d e la m u e rte n o se agota e n ese constituir c o n d ició n de p osibilidad
ú ltim a d e to d as las dem ás posibilidades. M arca ese lím ite, c iertam en te,
p e ro al h acerlo a ctú a sobre ellas, n o sólo en el sen tid o d e ejercer u n d o ­
m in io — p u esto q u e accid en talm en te las ex tin g u e— sino en el m ás im ­
p o rta n te d e te n e r u n a p resen c ia sobre las m ism as m ien tras p e rm a n e c e n
c o m o o pciones. E n efecto, la m u e rte revela la con tin g en cia de cu a lq u ie r
o tra p o sibilidad. P u esto q u e p u e d o m orir, n o era necesario que existiera.
N adie, e n realid ad , n ecesita existir. La existencia p erso n al es u n a travesía
e n tre nadas: la n a d a d e la q u e surgim os y la n a d a a la q u e estam os aboca­

191
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

dos. Si la im po sib ilid ad de la existencia (la m u erte) es posible, eso q u ie re


d e c ir q u e n ad a es necesario.
H e a q u í lo q u e se le revela a la existencia capaz d e encararse co n la
m u e rte . El h o m b re angustiado, d irá H eidegger, «se siente e n p resen c ia de
la n a d a , d e la im p o sib ilid a d p o sib le d e su e x iste n c ia » 11. A n tic ip a n d o la
m u e rte , corriendo al encuentro de la muerte, la existencia deviene au tén tica,
vive a c o rd e con «la posibilidad ab so lu ta m e n te p ro p ia, in co n d icio n ad a e
in su p e ra b le » 12 del h o m b re . Vivir e n presencia d e la m u erte, p o r ta n to , n o
significa d e n in g u n a m a n e ra ni in te n ta r precip itarla (por ejem plo, a tra­
vés d el suicidio, tem a m uy caro a u n a cierta estética existencialista) n i sen­
tarse a ag u ard arla (al m o d o de alg ú n nihilism o o rien tal). Lo que la con­
v ierte en clave d e u n a vida au tén tica, lo q u e hace q u e sea el e le m e n to que
liga y estabiliza m i ex istencia es la se ñ alad a co n d ició n de posibilidad su p re­
m a, q u e d esap arece e n el m o m e n to d e la realización (a través d e l suici­
dio, p o r ejem p lo ), p u esto q u e la realización niega o destruye la posibilidad
e n cu an to tal. Vivir p a ra la m uerte, p o r tanto, es vivir co n la posibilidad de la
m u erte, n o con el h e c h o de la m uerte. Es, finalm ente, u n a form a de vivir.
P ero esto ú ltim o n o d e b iera e n te n d e rse e n té rm in o de u n a recaíd a en
la a rg u m e n ta c ió n e p ic ú re a (que es u n a arg u m en tació n , com o d iría u n fi­
lósofo an alítico , triv ialm ente v erd ad era). La m u e rte constituye, e n efec­
to, u n a am en aza, p ero , q u e d ó dicho, u n a am enaza reveladora. Su p re se n ­
cia m e revela q u e estoy lan zad o e n el m u n d o co n objeto d e q u e m u e ra
allí. U n a m u e rte q u e será irre m e d ia b le m e n te mi muerte, en el se n tid o de
q u e es u n a po sib ilid ad a n te la q u e n in g ú n otro se m ed irá p o r m í (nadie
m e la p o d rá evitar ni m e p o d rá su s titu ir), de id én tico m o d o q u e yo n u n c a
p o d ré te n e r u n a e x p e rie n c ia g e n u in a d e l m o rir d e los otros. Todas las d e­
m ás posibilidades co lo cab an al h o m b re e n m edio d e las cosas o e n tr e los
o tro s h o m b res: la p o sibilidad de la m u e rte aísla al h o m b re consigo mis­
m o. P ero el h o m b re situ ad o ahí, el h o m b re q u e sigue la consigna d e ¿Qué
es metafísica?de «m an tenerse firm e en el in terio r de la nad a» 13 c o n o ce algo
q u e an tes ig noraba: el valor exacto d e las cosas. Sólo ah o ra las o tras posi­
b ilid ad es p u e d e n se r percibidas e n su natu raleza d e puras posibilidades.
Esta es la v erd ad d e n u e stra situación, verdad q u e p erm a n e c e esco n d i­
d a d e n o so tro s p o r n u estras p reo cu p acio n es diarias, p o r la a u to rid a d del
m o d o im p erso n al d e existencia social m a n te n id o p o r el sentido c o m ú n .
U n o d e los caracteres esenciales d e la existencia inauténtica es precisam en­
te la in c a p acid ad d e a p ro p ia rse d e las cosas e n su v e rd a d e ra esen cia de
posibilidades. La existencia au tén tica sí es capaz de h acerlo y, al llevar a
cabo esa tarea, cu m p le el p ro p ó sito d e acced er a la existencia com o totali­
d ad , d e p en sar la existencia de u n a sola vez. Se trata, pues, d e algo m ás que
la m e ra co n statació n d e q u e to d o es co n tin g en te, d e que todo se halla

192
M a n u i í i , C r u z.

desvalorizado. Al an ticip arse e n la p ro p ia m u erte, la existencia ya n o está


dispersa y frag m en tad a e n las diferentes posibilidades rígidas y aisladas, si­
n o q u e las asum e c o m o posibilidades propias q u e incluye en u n proceso d e
d esarro llo siem p re ab ierto , p recisam en te p o r ser siem pre un p ro ceso
p a ra la m u erte. Así es com o la an ticip ació n de la m u e rte d esarro lla la rei­
te ra d a fu n c ió n d e co n stitu ir a la existencia com o totalidad au tén tica, a
base d e posibilitar las posibilidades, haciéndolas ap a re c e r v e rd ad eram en te
co m o tales y p o n ién d o las, en ese m ism o gesto, a disposición de la e xisten­
cia. P o r su p arte, el h o m b re , q u e ya h a alcanzado a sa b er q u e no d e b e afe­
rrarse a n in g u n a d e ellas d e m a n e ra definitiva, las inscribe e n el co n te x to
sie m p re a b ierto d el p royecto p ro p io d e existencia.

E l t ie m p o

C o n statad o lo cual, p o d em o s d a r u n paso m ás y p reg u n tarn o s: ¿cóm o


vive e se .h o m b re q u e h a lleg ad o a l a v e rd a d acerca d e su p ro p io ser?, ¿de
q u é criterio s se sirve a la h o ra d e d eterm in arse, de te n e r q u e to m a r deci­
siones? E n Ser y tiempo, H eid eg g er h a h ech o re fe re n c ia a lo que e n el len­
guaje o rd in a rio se suele d e n o m in a r «la voz d e la conciencia» p a ra desig­
n a r ese f e n ó m e n o existencial del cual p u e d e p a rtir la existencia resu elta a
h acerse au tén tica. L a c o n cien cia es testigo d e la alternativa e n tre a u te n ti­
cid ad e in au ten ticid ad . N o le re c rim in a a la existencia p o r actu ar d e esta
o a q u e lla m a n e ra e n p articu lar, p o r q u e lo q u e ella, p o r así decir, fiscali­
za (la in au ten ticid ad ) n o consiste e n lo q u e se hace sino e n la m a n e ra d e
vivir. P o r eso p u e d e afirm arse q u e esa voz n o dice n a d a q u e p u e d a se r
d isc u tid o o co m u n icad o , sino q u e h ab la com o silencio. Sin que esto d eb a
e n te n d e r s e d e u n a fo rm a e n ig m á tic a o p arad ó jica. Esa voz n o o r d e n a
co n ten id o s, en el m ism o se n tid o q u e el im perativo k an tian o establece u n
p re c e p to fo rm al y n o m aterial (sea cual sea la situación e n la q u e te e n ­
cu en tres, actú a d e m a n e ra q u e se cu m p la este criterio ). E n su caso, cuan­
d o le p id e a la ex isten cia q u e asum a u n a co n creta posibilidad, n o lo hace
p o rq u e haya u n debe q u e lo señala, sino p o rq u e es u n a posibilidad propiay
asu m irla fo rm a p a rte d el h acerse cargo de la existencia.
P ero acab am o s d e ver q u e la posibilidad m ás p ro p ia es la m u e rte . E n
consecuencia, eleg ir c o m o propias las posibilidades e n las q u e está disper­
sa la ex isten cia h a b rá d e significar p o n e rla s e n c o n ex ió n c o n aquélla. L a
d ecisió n q u e h ace a u té n tic a la existencia no se lim ita a asum ir responsabi­
lidades resp ecto a esta o aquella posibilidad existencial: es, ella m ism a, u n a
d ecisió n a n tic ip a n te d e la m u erte. P ero vale la p e n a enfatizar q u e esta an­
ticip ació n n o d e b e ser vista com o u n siniestro rec o rd a to rio paralizante

193
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

(del estilo d e «polvo eres y e n polvo te convertirás»). Al c o n trario , es p re ­


cisam en te lo q u e pro y ecta al h o m b re hacia el fu tu ro . La p resen c ia de la
m u e rte im p id e la te n ta c ió n d e a b a n d o n a rs e (y a b a n d o n a r) a n in g u n a
realización particu lar, d e re n u n c ia r a más posibilidades p o r h a b e r alcan­
zado u n a en co n creto . Y, lo q u e tal vez sea aú n m ás im p o rtan te, in tro d u c e
la id ea d e tem p o ralid a d , q u e va a ser la idea clave p a ra re sp o n d e r a la p re ­
g u n ta p o r el significado d e la existencia personal.
P o co e x tra ñ a rá q u e, de las tres d eterm in acio n es del tie m p o — pasado,
p re se n te y fu tu ro — , H eid eg g er considere com o la originaria y fu n d a m e n ­
tal al fu tu ro . E n efecto, si h em o s d ich o q u e la existencia es posibilidad,
trascen d en cia, proyección, anticipación, se sigue de ello q u e está constitu­
tivam ente o rien tad a y dirigida al futuro. Pero lo específico d e la p ro p u esta
h eid e g g e ria n a es, m ás q u e el e le m e n to sobre el q u e p o n e el énfasis, la
m a n e ra en la q u e p ien sa la articulación con las otras dos d e term in acio ­
nes. El fu tu ro su p o n e necesariam en te el pasado, y el p resen te e stá n ece­
sa riam en te en v u elto en la relación e n tre fu tu ro y pasado. C ada u n a de es­
tas d e te rm in a c io n e s d el tiem p o no tien e significado si no es resp ecto a las
otras, esto es, resp ec to a u n «fuera d e sí», que, sin em b arg o , la constituye
p ro p ia m e n te .
Los térm in o s utilizados n o d e b ie ra n deslizam os hacia form as de e n ­
te n d e r el tiem p o q u e H e id e g g e r rechaza fro n talm en te. Tal es el caso del
m o d elo q u e utilizó la m etafísica tradicional, el d e la sim ple presencia.
C o nsecu en te co n el resto d e su crítica a este m odelo, el au to r de Ser y tiempo
a rg u m e n ta q u e a q u í rad ica la razó n p o r la q u e el tiem po sie m p re se sus­
trajo a la m etafísica. El tiem po n o se deja p en sar bajo la figura del e n te —n o
es u n a cosa q u e esté e n el m u n d o — , sino q u e sólo p o n ié n d o lo e n rela­
ció n c o n la ex isten cia p o d em o s e n c o n tra r las bases para co n ceb irlo ad e­
cu a d a m e n te . El tiem p o n o es u n a sucesión d esestru ctu ra d a p ero irrever­
sible d e «ahoras». N uestras expresiones h abituales «es tiem p o de...», «ya
h a b rá tiem p o para...» (o tantas otras) ex p resan b ie n lo q u e se p re te n d e
decir. C ad a a h o ra es h o ra d e intereses y preocupaciones. A través d e u n o s
y otras, el tiem p o p ie rd e la c o n d ició n de recip ien te vacío o de cosa e n tre
las cosas p ara p asar a ser el ele m e n to n u tric io de cu an to hay. N uestro e n ­
tra m a d o d e in tereses y p reo cu p acio n es co n fo rm a u n a especie d e estruc­
tu ra cap ilar a través d e la cual el tiem p o alcanza, hasta em p ap arlo s con su
te m p o ralid a d , a los objetos del m u n d o . Es así com o H e id e g g e r p u e d e
a firm a r q u e los objeto s están constituidos p o r u n p roceso tem poral: el
m artillo h a sido h e c h o y será usado p a ra clavar y en este m o m e n to está
ah í, g u a rd a d o e n la caja de h erra m ien tas. N o es u n m artillo si n o fue h e ­
c h o en el p asad o y tam p o co lo es si decidim os no volver a usarlo en el fu­
tu ro (p o rq u e lo ju zg u em o s inservible — y e n to n ces sería u n m e ro trasto

194
M a n u e i . G rijz

d esech ab le— o lo u tilicem os p a ra d e c o ra r — con lo q u e pasaría a fo rm ar


p a rte d el m o b ilia rio ).
E sta refe ren cia a los objetos sirve, de paso, p a ra to m ar distancia res­
p ecto d e otros p lan team ien to s d e la tem p o ralid a d d o m in an tes e n la his­
toria d e la filosofía, co m o p o d ría ser, p o r ejem plo, el d e San Agustín, qu ien ,
co m o es sabido, p ro p o n ía fu n d a r el tiem p o en las dim ensiones d e la co n ­
ciencia. Bien p u d ie ra decirse, sim plificando tem erariam e n te el asunto,
q u e la relació n q u e H eid eg g er está p ro p o n ie n d o es ju sto la inversa: es la
tem p o ralid ad la q u e constituye la existencia. La existencia, claro está, cuali­
ficada co m o h em o s dicho. Al co n ju n to de los rasgos m encionados (el ser
d e s p e g a d o d e sí m ism o e n c u a n to p o sib ilid ad , el se r ya a r ro ja d o en el
m u n d o p a ra m orir, el estar ligado e n u n a existencia cotidiana p re se n te )
H e id e g g e r le d e n o m in a C uidado. Si n o p erd em o s d e vista el se n tid o lati­
n o d el térm in o (q u e ap arece, p o r ejem plo, en fo rm ulaciones co m o «edi­
ció n al cu id ad o d e...» ), pod ríam o s, con las debidas cautelas, sustituirlo
p o r palab ras equivalentes. Así, veríam os que, si resulta intercam biable la
ex p resió n «X está al cu id ad o de Y» p o r «X está al cargo d e Y» es p o rq u e ,
c o m o diversos in térp retes h an sugerido, aquel cuidado com parte rasgos con
la categ o ría ser responsable. D e la m ism a fo rm a q u e el trazo de la anticip a­
ción, d e la p ro y ecció n hacia d e la n te y hacia afuera, característica de la
existen cia h u m a n a , q u e d a reco g id o en la p alab ra preocupación.
P ero la te m p o ralid a d — esa u n id a d de fu tu ro , pasado y p re se n te qu e
p o sib ilita el C u id a d o — p re se n ta diversos cara c te re s se g ú n se tra te d el
tiem p o au té n tic o o d el tiem po in au tén tico : los m odos de temporalización
de la temporalidad varían en cada caso. El fu tu ro d e la existencia a n ó n im a
c o tid ia n a tiene la fo rm a d e u n a ten sió n hacia d elan te, cuyo significado fi­
n al d e p e n d e rá d e la co nsecución o n o de lo q u e se persigue. D e a h í q u e
H e id e g g e r se refiera a él com o u n m e ro «aguardar». P or su p arte, el pasa­
d o d e la ex isten cia in a u té n tic a está atravesado p o r el m iedo. M iedo q u e
n o es o tra cosa q u e u n a angustia desnaturalizada, u n a angustia q u e se re ­
siste a reco n o cerse co m o tal y q u e, p o r ello, e m p u ja al h o m b re a olvidar
su posib ilid ad p ro p ia y auténtica. El p resen te, en fin, de la existencia coti­
d ia n a es esa ru tin a insignificante d e días q u e se suceden el u n o al o tro
h a s ta el in fin ito . A ese e n tre g a rse a lo m o m e n tá n e o q u e e n él im p e ra y
q u e lleva el sello d e lo a taread o e irresoluto, H eid eg g er lo llam a «hacer
p resen te» . C on lo q u e ten em o s los tres elem en to s p ara e n te n d e r su defi­
n ició n d e la u n id a d d e la existencia h u m a n a inauténtica: «un a g u a rd a r
h acién d o se p re se n te y olvidando»14.
F re n te a ella, la u n id a d d e la existencia a u tén tica se basa en u n a acep­
tación radical y co n secu en te de su p ro p ia condición. El h o m b re sólo p u e ­
d e ser p rev ien d o e n se n tid o fig u rad o lo q u e será, q u e es nada, re p itie n d o

195
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

lo q u e h a sido, q u e es n ad a, y re c o n o c ie n d o q u e to d o lo q u e en el m u n d o
le p u d ie ra ser p re se n te a lg u n a vez es n ad a. A q u ie n se atreva con sem ejan­
te tarea, a q u ie n a c ep te con ojos e n te ra m e n te abiertos la existencia tal
c o m o se la e n c u e n tr a , flu y e n d o d e la n a d a a la n a d a , y la viva a la luz d e
ese e n te n d im ie n to , to d a acción suya se le revestirá d e u n a p a rtic u la r to n a­
lidad. D escu b rirá la cu lp a q u e aco m p a ñ a a la decisión d e vivir a u té n tic a ­
m en te. U n a cu lp ab ilid ad o riginaria, pu esto q u e la existencia, h ag a lo q u e
h aga, es e n sí m ism a el o rig en del m al tan p ro n to com o asum e y acep ta
u n a existencia d e la q u e n u n c a p u e d e ser d u eñ a; es culpable, h ag a lo q u e
h aga, tan p ro n to co m o a cep ta y se h ace resp o n sab le de u n a existencia fi­
n ita irre p a ra b le m e n te d e te rm in a d a y co n d en ad a . Todos los y erros y faltas
p articu lares están m etafísicam en te fu n d ad o s en esta natu raleza culpable
d e la existencia.
Q u izá d e n u ev o a h o ra n u e stro lenguaje co m ú n p ro p o rc io n e la m ás
eficaz ilustració n d e lo q u e se p re te n d e decir. C uando, e n n u e s tra fo rm a
h ab itu al d e hablar, a la c u lp a la d e n o m in a m o s falta, estam os se ñ alan d o la
neg ativ id ad a la q u e alu d e el co n cep to . N o se tra ta de u n a cu lpabilidad
m o ra l o ju ríd ic a , sin o d e a q u ello q u e la fu n d a m e n ta : la cu lp a es ser fu n ­
d a m e n to d e u n a n ad a. El ser cu lp ab le n o resu lta d e u n a c u lp a c o m etid a,
sin o al co n trario . El ser culpable p erte n e c e , p o r tan to , al ser de la E xisten­
cia. El au to p ro y ectarse hacia esta culpabilidad g e n u in a constituye la leal­
tad d e la existencia consigo m ism a; es lo q u e H eid eg g er llam a la lib erta d
p a ra la m u erte. (E n esta n o ció n de cu lpabilidad e n cu an to finita acepta­
ció n d e la p le n a resp o n sab ilid ad p o r n u estra finita existencia p erso n al,
H eid eg g er, co m o Jasp ers, está sig u ien d o a K ierkegaard.)
D esd e a q u í se p u e d e m e d ir b ie n la d istan cia q u e se p ara esta id e a d el
tie m p o d e la p re s e n ta d a p o r el p e n sa m ie n to c o m ú n o p o r la ciencia. L a
m e d id a co m ú n del tiem po (eso q u e H eid eg g er llam a la fechabilidad), la m e­
d id a cien tífica d el tiem p o o el c o n c e p to m ism o d e e te rn id a d , se re fie re n
to d o s al tiem p o in au tén tico . Y n o se trata, u n a vez m ás, d e q u e ese tiem po
n o ex ista, sin o d e q u e sin la v in cu lació n fu e rte , c o n stitu y e n te , a la exis­
ten cia, n o q u e d a sa tisfacto riam en te p en sad o . El tiem p o p ú b lico m e d id o
p o r los relo jes es el tie m p o d e los in te re se s y es, e n efecto , la c o n d ic ió n
n e c e s a ria d e q u e se d é el m u n d o q u e el h o m b re co n o ce. P ero , previa­
m e n te , la e s tru c tu ra te m p o ra l d e la existencia p erso n al es la co n d ic ió n
n ecesaria d e q u e se d é ese yo q u e conoce. P o r eso H e id e g g e r subraya
q u e el tiem p o o rig in a rio del h o m b re es cualitativo y finito (lim itad o p o r
el n a c im ie n to y la m u e rte ), n o cuantitativo e infinito. El tiem p o in fin ito
— ta m b ié n llam ad o e n o casiones objetivo— n o existe ni p re v iam en te ni al
m a rg e n d el fin ito , sino q u e tien e lu g ar com o resu ltad o d e u n a c ie rta au-
to n o m izació n d e éste, la q u e se p ro d u c e cu a n d o la co in cid en cia univer­
M a n u k i. C r u z

sal d e los h o m b re s bajo el signo del cu id ad o obliga a éstos a llevar u n a


c u e n ta d el tiem p o .

La n a d a y la h is t o r ia

Si n o s q u ed ásem o s aquí, en esta caracterización d e la existencia a u té n ­


tica co m o la ú n ic a q u e se atreve a re c o rre r la distancia que sep ara dos na­
das, la n a d a o rig in a ria de la q u e el h o m b re p ro c e d e y la n a d a a la que se
dirige, d ifícilm en te p o d ríam o s evitar la sensación d e q u e la p ro p u e sta
h eid eg g erian a, a p esar de sus declaraciones, desem boca e n lo q u e, en la
je r g a filosófica trad icional, se d e n o m in a u n co m p leto nihilism o. D e a h í
q u e la m ejo r fo rm a d e c e rra r esta exposición sea h a cien d o alg u n a consi­
d e ra c ió n acerca d e la idea m ism a d e nada, en p rim e r lugar, y acerca de la
n o c ió n d e h isto ricid ad , en segundo.
E n ¿ Qué es inetafísical, H eid eg g er lo declara de form a rotunda: «La nada
es m ás o rig in a ria q u e el n o y q u e la n eg ació n » 15. L a declaración está h e ­
ch a d esd e la clara p erc e p c ió n d e q u e la ciencia, y el p u n to d e vista científi­
co en g en eral, a b a n d o n a , displicente, este objeto teórico a base d e consi­
d e ra rlo aquello que no hay16. Pese a este d esdén, H eid eg g er m an tie n e qu e
la revelación d e la n a d a es originaria, y q u e to d a posible n eg ació n es ulte­
rior: se fu n d a e n la p resen cia y en la revelación de la nada. C on o tras pala­
bras, la n a d a d esarro lla u n o s específicos efectos. L a negación, la r e n u n ­
cia, la lim itació n , la p ro h ib ic ió n , p u e d e n considerarse com o algunos de
los m o d o s a través d e los cuales, especialm ente en la existencia in au tén ti-
ca, la n a d a se h ace p resen te. A u n q u e éstos n o son su fo rm a g e n u in a de
m anifestarse. Es en la existencia au tén tica d o n d e m ás claram ente se m ues­
tra la n a d a en to d o su esp eso r ontológico. La n ad a n o sólo está en los lími­
tes, e n el abism o sin fo n d o del o rig en y en el abism o sin fo n d o term in a l.
H ay m ás: el se r d e cad a e n te q u e n o es existencia es h e c h o su rg ir de la
n ad a. P o r eso H e id e g g e r p refiere, en vez del paradójico «la n a d a existe»,
el m ás oscu ro «la n a d a m ism a a n o n a d a » 17.
P o r ta n to , c u a n d o se so stien e q u e la ex isten cia a u té n tic a es la ú n ic a
q u e c o m p re n d e c la ra m e n te y realiza e m o tiv am en te la rad ical n ih ilid a d
d e la existencia, estam os v in ien d o a significar q u e la n ad a puede ser experi­
mentada. Lo cual, d ich o sea d e paso, sitúa las cosas e n un te rre n o absoluta­
m e n te alejad o del p ro p u e sto p o r C a rn ap en su co n o cid a crítica-burla a
H eid eg g er. L a a n g u stia es la ex p erien cia de la nada. Esa e x p erien cia en la
q u e el h o m b re se sie n te fu era d e su hogar, del m u n d o inteligible de los
significados, co n stru id o p o r la ex p erien cia p erso n al y en cuyo in te rio r se
creía a salvo. El fuera d e ese m u n d o es la existencia b ru ta vaciada d e signi­

197
lMl.OSOl-ÍA CONTUMl'ORÁNKA

ficados, la facticidad en c ru d o , la co n tin g en cia despojada del m a n to de la


razón. D e ella el h o m b re tiene u n a e x p erien cia — angustiada, n au se a b u n ­
d a— q u e le h ace se n tirla im p en etrab le, com o la n o ch e d e la q u e él mis­
m o salió y a la q u e está d e reg reso . L a e x p e rie n c ia de la n áu sea, d el ab ­
su rd o , testim o n ia la im p e n e tra b le alterid ad d e la existencia b r u ta q u e
subyace a la c o n stru cció n del m u n d o inteligible. C olocado ahí, el filósofo
p u e d e re c u p e ra r su m otivo originario, fundacional, aquel fo rm id ab le pri­
m e r im pulso q u e lo lanzó a la av en tu ra del p en sam ien to , a v en tu ra de la
cu al la ciencia es u n episodio destacado, p e ro episodio al fin.
P o rq u e la ex p erien cia de la nada, al significar u n eclipse del m u n d o
in telig ib le, p e rm ite r e c u p e ra r aq u e lla e x trañ eza q u e dio lugar a la p re ­
g u n ta p o r el ser. C u a n d o el p e n s a d o r presocrático se p lan teó ¿qué es lo
q u e es?, ab rió u n espacio de in terro g ació n de tal m ag n itu d q u e la e n te ra
civilización o ccid en tal con todas sus ap o rtacio n es n o ha alcan zad o a col­
m ar. Ella h a fu n d a d o , q u ién lo d u d a, u n vasto com plejo d e significados y
actividades q u e h a n convertido en inteligible el m u n d o . Se h a aplicado
co n fo rtu n a — co m o lo p ru e b a su do m in io de la natu raleza— al d escu b ri­
m ie n to d e lo que es. P ero esa exclusiva d ed icació n al co n o c im ie n to h a te­
n id o u n efecto in d eseab le: el olvido d e la p re g u n ta p rim e ra. El co n o ci­
m ien to , ju n to co n las dem ás obras del h o m b re (H eid eg g er n u n c a deja de
c o n s id e ra r al c o n o cim ien to com o u n p ro d u c to h u m a n o ), h an cu b ierto el
se r y se h a n alejad o del p u n to d e vista desde el cual el ser p u e d e ser vis­
lu m b ra d o . P ara a rre g la r esto, la filosofía occidental (incluyendo e n ella la
ciencia) h a d e em p e z a r p o r restablecer su co n tacto con su fu e n te y su
p rin cip io in fo rm ad o r, qu e n o es otro que la p re g u n ta q u e la inspiró. Al
h acerlo , c o m p ro b a rá q u é hay en la raíz m ism a de la e m p resa gnoseológi-
ca q u e p re fig u ra n u estra situación actual. H asta q u é p u n to el crecien te
éx ito d e la ciencia e n resolver p ro b lem as prácticos h a provocado q u e asu­
m a u n carácter cad a vez m ás c e rrad o , en contraste con la o b e rtu ra que la
e n g e n d ró . En q u é m e d id a el co n o cim ien to es u n a form a de no-verdad
p o rq u e esco n d e la ig n o ran cia co n la q u e n o consigue acabar. Y a u n q u e lo
q u e n os q u e d a p o r saber, la p re g u n ta q u e resta p o r resp o n d er, p ro b ab le­
m e n te sea el p a rtic u la r ignorabinms (lo que estam os co n d en ad o s a desco­
n o cer) d el h o m b re occidental, en to d o caso algo im p o rta n te p o d em o s
a firm a r ah o ra: la n a d a es el lu g ar m ás pró x im o al ser.
Estas últim as co n sid eracio n es p u e d e n ser valoradas, p ara term inar,
co m o u n a f o rm a m ás a rg u m e n ta d a d e lo q u e al p rin c ip io se p la n te ó de
m o d o casi m e ra m e n te p ro g ram ático . El reiterad o énfasis a n te rio r en que
la d ep reciació n d el m u n d o realizada en la existencia autén tica n o exim e
a los h o m b res d e la o bligación d e a ctu ar alcanza, tras todo lo expuesto, su
p le n o sen tid o . L a an ticip ació n de la m u erte, la angustiada e x p erien cia de

198
M a n u k i. C r u z

la n ad a, lejos d e e lim in ar el m u n d o , nos hace libres fren te a él. I-a com ­


p re n sió n d e la im po sib ilidad radical d e la existencia, de su n ih ilid ad esen­
cial, n o im p id e existir com o im posibilidad y nihilidad. A ntes b ien al co n ­
trario , n o s facilita a c e p ta r la existencia tal com o es. P or eso se insistió e n
q u e la c o n cien cia n i n os descu b re ni nos p ro p o n e nuevos fines (a lte rn a ti­
vos, p o r ejem plo, a los d e la in a u te n tic id a d ): se lim ita a m o strarn o s la ver­
d a d e ra n atu raleza d e aquellos co n los q u e ya tratam os, lo q u e n os p e rm i­
te o b ra r en co n secu en cia.
A lguien p o d ría p lan tear que la libertad que H eidegger concede al h o m ­
b re, y e n la q u e f u n d a su idea d e historicidad, es u n a libertad m uy lim ita­
da. N o le faltaría razón a q u ien lo pensara: to d o d e p e n d e d e con q u é o tra
lib ertad la q u eram o s com parar. C iertam ente, el m arg en de actuación q u e
se le atribuye resu lta b astante estrech o . Se p u ed e te n e r incluso la te n ta ­
ción d e p en sar q u e, si colocam os co m o prem isa el que el h o m b re actú a
e n el se n o d e la situ ación en la q u e se en cu en tra, y q u e esta situación co n ­
siste e n u n coexistir co n los dem ás h o m b res e n tre las cosas del m u n d o , la
co n clu sió n q u e se d e s p re n d e es q u e su lib ertad es u n a m era lib erta d p a ra
a c e p ta r la situ ació n d e h e c h o en q u e está a rro ja d o y p e rm a n e c e r fiel a
ella. P ero tal co nclusión sería rechazable si d iera a e n te n d e r que la existen­
cia n o h ace o tra cosa q u e llen ar u n a vía trazada de a n tem an o . Eso equival­
d ría a in tro d u c ir u n a id ea de d estin o — la m ás com ún: la q u e se iden tifica
co n fatalid ad — a la q u e H eid eg g er es ajeno.
P o rq u e , co m o se h a re ite ra d o suficientem ente, n o hay objetividad p re ­
via ni al m arg en d e las existencias a la que p o d am o s ap elar en alg ú n caso.
T am p o co , p o r tan to , en el d e la historia. T am bién resp ecto de e lla se p u e ­
d e p re d ic a r lo q u e dijim os antes: es ú n icam en te objetiva al ser subjetiva.
L a h isto ria es u n p ro d u c to específico de u n h o m b re o rie n ta d o hacia el
p o rv e n ir. Lo q u e o c u r re es q u e esa co n d ic ió n de producto d eb e se r b ie n
e n te n d id a . Sólo la existencia es p rim a ria m e n te histórica, p ero se c u n d a ­
ria m e n te tam b ién lo son lo in tra m u n d a n o y el m u n d o , q u e sólo es en la
m e d id a en q u e la ex isten cia se tem poraliza. Así, las cosas del m u n d o , e n
su p o d e r ser utilizadas y en su in stru m en talid ad , fo rm an p arte d e la h isto­
ria universal. En el m ism o se n tid o e n q u e se p u e d e decir que edificios e
in stitu cio n es tie n e n su histo ria o q u e la p ro p ia natu raleza es histórica
(q u e d a rá claro: n o p o rq u e haya u n a «historia natural», sino p o rq u e la n a ­
tu raleza es paisaje c o n tem p lad o , cam p o de batalla, lugar d e culto o te rri­
to rio co n q u ista d o ). El acaecer d e la historia, de lo acontecido, es su c ed er
del h o m b re co m o ser-en-el-m undo. El h o m b re tiñ e con su h isto ricid ad
to d o c u an to toca.
P ero esa h isto ricid ad es, al m ism o tiem po y sin contradicción, u n a p a r­
ticu lar m a n e ra d e u b icarse e n lo h e re d a d o , d e reaccio n ar frente a la tradi­

199
F i l o s o f í a c o n t f .m i ’OKÁ n f a

ción. H ab ía q u e d a d o , efectivam ente, en el aire el p ro b lem a q u e plan tea


d e d ó n d e el h o m b re to m a la posibilidad q u e e n c u e n tra a su disposición, y
a h o ra vem os q u e la histo ricid ad fo rm a p arte de la respuesta. O b v iam en ­
te, esta posib ilid ad sólo está al alcance de la existencia autén tica, e n tre
o tras razo n es p o r q u e sólo ella está en c o n d ic io n e s de re c o n o c e rla . La
in au tén tica, p o r definición, e n la m ed id a en q u e vive dispersa e n la coti-
d ia n e id a d sin perspectiva, en u n m iope fren esí teleológico, n i siquiera
p u e d e plan teársela. P ara h acerlo se req u iere el sosiego d e q u ien sabe q u e
todas las situaciones, d e h ech o , son equivalentes y que es im posible sus­
traerse a ellas, co m o es im posible q u e ellas sean m ás de lo que son: im p o ­
sibilidad y nad a. In stalado en ese territo rio de paz, el h o m b re a u té n tic o sí
está e n co n d icio n es d e asum ir el pasado en el q u e se h a visto d ep o sita d o .
Las p o sibilidades su rg en d e la h eren cia q u e se transm ite a la existen­
cia h u m a n a . El d estin o de ésta — q u e lo tiene y del q u e h ab la H eid eg ­
g er— n o es la fatalid ad resignada a que nos referíam os h ace u n m o m e n ­
to, la estricta c o n d e n a a la pasividad. Al co n trario , es u n hacerse cargo de
las p o sibilidades h ered ad as, u n q u e re r ser aq u ello que ya se h a sido, u n
esforzarse p o rq u e vuelva a ser lo m ejo r de e n tre lo que p u e d e ser. El h o m ­
b re au tén tico se p re o c u p a d e seleccionar de la tradición h e re d a d a lo q u e
es rep etib le: re tro c e d e , de m a n e ra expresa, sobre posibilidades existen-
ciales del pasado, d e las q u e se ap ro p ia. N o crea, fu n d a o co n q u ista n a d a
n uevo, igual q u e n o ro m p e c o n n a d a anterior. N o va, ni q u iere ir, más allá
d e lo existente. Su decisión es la elección d e la elección. P o rq u e tan sólo
se p u e d e eleg ir el q u e re r o n o q u e re r lo q u e h a sido y, en todo caso, será.
A este gesto d e re to m a r y h a c e r p ropias las posibilidades que se h e re d a n
del p asado H eid eg g er le llam a fidelidad histórica, y lo considera u n a virtud.
P o r su p arte, la ciencia d e la historia, la historiografía, se aplica a in te n ­
tar c a p ta r este n ú c le o d e significado. Su tem a n o será, p o r ta n to , n i el
a c o n te c im ie n to ú n ico de su sin g u larid ad ni u n universal (ley, tip o ideal o
cosa p arecid a) su sp en d id o so b re ese acontecim iento. La m isión del histo­
ria d o r es e x tra e r d e la e n tra ñ a de lo fácdco lo posible, lo rep etib le: id e n ­
tificar la p o sib ilid ad q u e fue efectivam ente existente e n el p asado. P ero
esta ta re a no d e b e e n te n d e rse de u n a fo rm a m eram en te teórica o abstrac­
ta: d e a h í n u e s tra insistencia en q u e la historia sólo p u e d e ser objetiva ra ­
d icalizan d o su subjetividad. U n icam en te a u n h o m b re a u té n tic o —d eci­
d id o a re p e tir las p o sibilidades q u e ya fu e ro n suyas d e h e c h o , que vive
activ am en te e n el p re se n te a la vez q u e activam ente re-vive el pasado— se
le revela el se n tid o d e lo p re té rito en su au ten ticid ad historiográfica. Y es
q u e la rep etició n n o es u n a vacía reiterac ió n del pasado, ni u n m e ro e n la ­
ce retro sp ectiv o d el p resen te, sino m ás b ien u n a réplica a la posibilidad
d e la existencia, q u e ya h a sido u n h ech o . El p resen te a u tén tico surge, es­

200
M a n u f .i . C r u z

fo rzad o , d e esta tarea, q u e es e n g ran p arte u n a batalla c o n tra el hoy ac­


tualizado d e la in au ten ticid ad . La crítica del p resen te, reto m ad a vigorosa­
m e n te p o r alg u n o s filósofos d e la p o stm o d e rn id a d , h u n d e de m a n e ra
in eq u ív o ca sus raíces en esta m ira d a h eid eg g erian a sobre la historia. Ese
h o m b re q u e avanza al e n c u e n tro d e la todavía in d e te rm in a d a o sc u rid ad
d el fu tu ro qu isiera repetir, en el m ejo r de los casos, los gestos d e los h é ­
ro es q u e en alg ú n m o m e n to escogió. La lección q u e de ellos e x trae no es
lo q u e c o n sig u ie ro n (m uchos m u rie ro n sin ver realizado su su e ñ o ), sino
el m o d o en q u e se e n fre n ta ro n co n su p ro p ia posibilidad.

201
N otas

I Richard Rorty, La jilosofíay el espejo de la naturaleza, Madrid, Cátedra, 1983.


2Jacques Derrida, Márgenes de lafilosofía, Madrid, Cátedra, 1998.
3 Victor Farías, Heidegger y el nazismo, Barcelona, Muchnick, 1989. Para una
contextualización m enos restrictiva de la obra de H eidegger pero que, sin embar­
go, tiene presente la interpretación del autor chileno vid, Luc Ferry y Alain Re-
naut, Heideggery los modernos, Buenos Aires, Paidós, 2001.
4 Martin Heidegger, El ser y el tiempo, México, FCE , cuarta edición revisada, con
una nota preliminar: 1971, epígrafe 9: «Tema de la analítica del “ser a h í”», p. 54.
Las citas de esta obra que aparecen en lo sucesivo no siempre recogen e n su lite­
ralidad la traducción de Gaos. De manera análoga, en el cuerpo del texto nos re­
ferimos a esta obra en la forma en que suele hacerse habitualmente e n nuestra
com unidad filosófica, esto es, com o Ser y tiempo, sin los artículos determinados de
la traducción.
5 Martin Heidegger, Carta sobre edhumanismo, Taurus, Madrid, 1970, p. 49.
6 Martin Heidegger, El ser y el tiempo, op.cit, epígrafe 18: «La conformidad y la
significatividad; la mundanidad del m undo», p. 98.
7 Ibídem, epígrafe 29: «El ser ahí com o “encontrarse”», p. 155.
8 Ibídem, epígrafe 40: «El fundamental encontrarse de la angustia, señalado
“estado de abierto” del “ser ahí”», p. 206.
9 Ibídem, p. 207.
10 Ibídem, epígrafe 50: «Diseño de la estructura ontológico-existenciaria de la
muerte», p. 274.
II Ibídem, epígrafe 40: «El fundamental encontrarse de la angustia, señalado
“estado de abierto” del “ser ahí”», p. 207.
12 Ibídem, epígrafe 50, cit., p. 274.
13 Martin Heidegger, ¿Qué es metafísica'?, Buenos Aires, Siglo Veinte, 1984, p. 49.
14 Cfr. a este respecto el epígrafe 68 («La temporalidad del “estado de abier­
to” en general») de El sery el tiempo, cit., donde se especifica una comparación en­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

tre la temporalidad de la existencia auténtica y la de la inauténtica, m encionando


en forma de pares los modos temporales de cada una.
ln Martin Heidegger, ¿Quées... ?, op. cit., p. 43.
16 Ibídem, p. 42.
17 Ibídem, p. 49.

204
C a p ít u l o X I I
Sa r t r e , l a g e s t u a l i d a d e x is t e n c ia l is t a

J e a n - P a u l S artre n ació en 1905. E studió en la École N ó rm ale S u p e rie u r


d e París, recib ien d o la agrégation d e filosofía en 1929. D e 1931 a 1933 fue
p ro feso r en el Lycée d e Le H avre. Más tarde en señ ó en el Lycée H en ri IV,
an tes d e ir e n 1934 al Instituí Frangais de Berlín, d o n d e en tró e n contacto
co n la fen o m en o lo g ía y el p en sam ien to d e H eidegger. Al año siguiente for­
m ó p a rte del claustro de profesores d e Lycée C ondorcet, del q u e se separó
e n 1942 p ara d ed icarse a su o b ra literaria. Fue m ovilizado a com ienzos de
la S eg u n d a G u e rra M undial, siendo capturado e n 1940 y en ria d o a A lem a­
nia, d o n d e pasó nueve m eses com o prisionero d e guerra. T ras su libera­
ción e n 1941, actu ó e n el m ovim iento de la Resistencia desde 1941 a 1944.
En 1945 fu n d ó , ju n to con M aurice M erleau-Ponty y otros am igos, la revista
m en su al Les Temps Modernes. A p a rtir d e 1952, sus posiciones ideológicas y
políticas se o rie n ta ro n progresivam ente hacia la izquierda. En 1956 criticó
la in terv en ció n soviética en H u n g ría y en 1958 se alineó con los q u e d efen­
d ían la in d e p e n d e n c ia de Argelia. E n el añ o 1964, coincidiendo con la apa­
rición d e su lib ro d e m em orias Les motsx, se le concedió el P rem io N obel de
L iteratu ra, q u e reh u só alegando, e n tre otras razones, q u e no ju zg ab a co n ­
v e n ie n te in stitu cio n alizarse p e rd ie n d o así algo d e su lib e rta d de p en sa­
m ien to y creación. P articipó en el T ribunal Russell co n tra la interv en ció n
am erican a e n V ietnam (1967) y, tras los acontecim ientos del m ayo francés
d el 68, p articip ó activam ente en el ám bito político desde posiciones radi­
cales, co lab o ran d o con gru p o s izquierdistas, dirigiendo el p erió d ico La
Cause du Peupley fu n d a n d o el d iario Liberation. M urió en París el año 1980.

Los ensayos d e los años tre in ta p u e d e n ser considerados e n su c o n ju n ­


to co m o el in te n to p o r p arte de S artre d e fu n d a r su p ro p ia te o ría d e la
F il o s o f ía c o n t f m p o r á n f a

c o n cien cia h u m an a. N o hay ru p tu ra e n tre ellos y El ser y la nada. M ás aún,


se d ejan le e r c o m o v erd ad ero s bosquejos de u n m éto d o q u e llevaría a las
g ran d es tesis d e d ic h a obra. La tem ática p resen te e n todos y el h e c h o de
q u e la in flu e n c ia d o m in a n te en los m ism os sea la d e la fe n o m e n o lo g ía
d e H u sserl h a m ovido a algún in té rp re te de Sartre a d e n o m in a r e ste pe­
rio d o co m o el d e la «psicología fenom enológica». El cartel p a rece ade­
cu ad o si p en sam o s e n el objeto de estas investigaciones: el yo, la im ag in a­
ció n , las em o cio n es, y en el e n fo q u e desde el q u e se los considera: la
in tu ic ió n h u sserlian a d e la in ten cio n alid ad . Lo que o c u rre es que S artre
va a so m e te r a la teo ría d e H usserl a u n a rigurosa crítica, q u e constituye al
m ism o tiem p o la p rim e ra p ie d ra d e su p ro p io sistem a.
F re n te a lo q u e p u d ié ra m o s llam ar el subjetivism o o idealism o trascen­
d e n ta l husserliano, S artre m an tien e en L a trascendencia del ego2 que «el ego
n o es u n h ab ita n te d e la conciencia». L a tarea qu e se p ro p o n e en e ste tra­
bajo es la d e desalo jar d e la co n cien cia ese p se u d o h ab itan te que se llam a
ego, a b ase d e reco n sid erar rad icalm en te su estatuto. A la tesis del e g o apo-
díctico , in d u d a b le , p re se n ta d a p o r H usserl se o p o n e ah o ra la idea d e que
m i ego n o es p a ra la co n cien cia m ás c ierto q u e el ego d e otro. La co n cien ­
cia in te n c io n a l e n fre n ta d a al m u n d o todavía n o es p erso n a, sino posibili­
d a d d e p erso n a. El eg o n o es u n d a to d e la conciencia, sino u n o b je to de
reflex ió n q u e la co n cien cia se da.
E n L a imaginación3 y e n Lo imaginario 4 (en realid ad , u n a sola investiga­
ción, dividida en dos ú n ic a m e n te a efectos de publicación) Sartre p ro fu n ­
diza e n este m ism o asu n to , sólo q u e c e n trán d o se en el tem a d e la im agen.
E n to d o caso, el análisis d e ésta le sirve p ara reafirm arse e n su tesis: hay
q u e avanzar en la dirección de expulsar a las cosas de la conciencia. L os con­
ten id o s d e la co n cien cia no son cosas, sino el p ro ceso de u n a acción. La
p ro p ia im aginación es u n episodio en la vida de la conciencia: «La im agen
es u n c ierto tipo d e conciencia. La im agen es u n acto y n o u n a cosa». Pero,
q u e d e claro, el análisis d e la im ag in ació n d eb e tom arse com o u n a ilustra­
ció n a cerca de la n a tu raleza d e la conciencia. Lo q u e vale p a ra aquélla,
vale ig u alm en te p a ra las otras g ran d es fu n cio n es d e la conciencia, com o
pensar, p ercib ir o las actitu d es em otivas. T odas ellas so n actos de u n a con­
ciencia im ag in an te, d e u n a conciencia perceptiva... y así sucesivam ente.
Vem os, pues, q u e, p o r el m o m e n to , e n cada trabajo Sartre h a p ro ced i­
d o a d esalo jar d e la co n cien cia alg u n a p re su n ta cosa (em pezó p o r el ego-
cosa y c o n tin u ó p o r la im agen-cosa). E n el Bosquejo para u n a teoría de las
emociones* va a a b o rd a r el tem a de las em ociones, e n fre n tá n d o se asim ism o
c o n alg u n o de los en fo q u es d o m in an tes en la trad ició n p reced en te. F ren­
te a to d o s los in te n to s d e legitim ar las em ociones a base d e vincularlas
c o n el ám b ito d e lo in co n scien te, S artre destacará q u e la em o ció n es un
M a n u e i. C r u z

m o d o d e ser d e la conciencia. U n m o d o q u e se d a, que em erg e, en u n as


d e te rm in a d a s cixcunstancias: c u a n d o el m u n d o nos o p o n e m ás dificul­
tad d e la q u e p o d e m o s soportar, cu a n d o el coeficiente de adversidad que nos
p re se n ta so b rep asa nuestras fuerzas. E ntonces lo que h acem o s es tra ta r
d e vivir el m u n d o com o si las relaciones de las cosas con su p o ten cialid ad
n o estuviesen reg u lad as p o r p rocesos determ inistas.
N os trasladam os d e esta fo rm a a u n ám bito — el de la afectividad— ab­
so lu ta m e n te mágico. A hí in te n ta m o s o p e ra r so b re el m u n d o , cam biarlo,
co m b atir sus p eligros y sus o bstáculos p ero sin in stru m en to s ni utensilios:
a esto lo d e n o m in a S artre « una m odificación m ágica d e l m u n d o » , y es
o b jeto d e sus críticas. C ada e m o ció n tiene algo d e específica m a n e ra de
a b d ic a r d e u n a relació n a u té n tic a co n el m u n d o (si p o r ello e n te n d e m o s
q u e la co n cien cia e n tales situaciones «no tiene com o fin el a c tu a r real­
m e n te sobre el objeto»). La tristeza pasiva es exigencia de no-exigencia
(q u e se acoge a u n a rg u m e n to q u e suele e m p ezar declarando: «Bastante
te n g o co n lo q u e ten g o p ara q u e encim a...»), el m iedo se convierte, e n la
p ro p ia ex p resió n sartrean a, e n «fingido desvanecim iento», la crisis e m o ­
cio n al se co n v ierte e n a b a n d o n o d e to d a responsabilidad...
P ero so sten er q u e la em o ció n es u n m o d o d e se r de la co n cien cia q u ie ­
re decir, ev id en tem en te, q u e p a ra S artre n o vale la retórica ro m án tic a — o
ro m a n tic o id e — d e pasiones q u e nos arra stran , n os o b n u b ilan , nos hacen
perder la conciencia, p recisam en te p o rq u e la p re su n ta pasión es e lla m ism a
u n p ro d u c to d e la co n cien cia q u e se constituye a p artir d e u n a d e te rm i­
n a d a reflex ió n cóm plice. Es u n p ro d u c to q u e surge cu an d o «el m u n d o
d e los u tensilios desap arece re p e n tin a m e n te y en su lugar ap a re c e el
m u n d o m ágico». A esto le llam a S artre la «función irrealizante» d e la con-
ciencia-em oción, y le co n ced e u n a a u to n o m ía se cu n d aria en relación con
la co n cien cia e n se n tid o fu erte. C om o se p ercib e claram ente e n el m o ­
m e n to en q u e se disuelve el estado em ocional y se desvanecen las relacio­
n es m ágicas co n el m u n d o q u e n os p ro p o n ía. Se restablece e n to n c e s la
so b e ra n ía d e la conciencia.
Sin em b arg o , esta co n cien cia so b eran a, d esde la q u e Sartre a b o rd a rá
la e m p resa d e E l ser y la nadc£\ ya n o p u e d e ser m alin terp retad a, p o r ejem ­
p lo e n se n tid o fen o m en o ló g ico . N o en vano se aplicó el a u to r a u n trab a­
j o d e vaciado d e la conciencia husserliana, q u e la dejó e n n ad a (e n sentido
p ro p io : en el d e u n a nada, u n n o -ser). P or ello tam bién hicim os referencia
a estos trabajos com o u n a p rim e ra p ie d ra d e su sistema. L a conciencia teo­
rizad a p o r S artre es p u ra traslucidad, p u ra presencia e n el m u n d o o, m e­
jo r, se r en el m u n d o . Es u n vacío, es cierto, p e ro u n vacío constituyente.
Es sim p lem en te «la p rim e ra co n d ició n y la fu e n te absoluta d e la existen­
cia». Es n ad a, p e ro n a d a q u e a p u n ta al ser.
F il o s o f ía c o n t e m p o h á n k a

E l ser y la nada es el relato de la a n d a d u ra sa rtrean a p o r esta se n d a. La


co n cien cia a p u n ta al se r n o com o u n a posibilidad, sino com o u n destino.
El ser d e la co n cien cia im plica u n ser distinto d e él, u n ser trascen d e n te
re ab so rb id o p o r la co nciencia. O, co n las palabras d e l p ro p io S artre, en
las q u e es p e rcep tib le la h u ella h usserliana: «La conciencia es conciencia
de algo: eso significa q u e la trascen d e n cia es e s tru c tu ra constitutiva d e la
co n cien cia» 7. Ese ser que no es ella al q u e la conciencia n ace referid a es el en
sí. El e n sí n o p u e d e se r desig n ad o m ás q u e an alíticam en te com o «el ser
q u e es lo q u e es»8. N o es posible ni es necesario: ¿ssim plem ente. F re n te a
este se r e n sí, la co n cien cia es el ser para sí, o sea, p re se n te a sí m ism a.
Q u e la c o n cien cia re m ita a su o b jeto n o d eb e en te n d e rse e n el se n tid o
q u e el en szsea el f u n d a m e n to del para sí. Al c o n tra rio , es la co n c ie n c ia
la q u e constituye el fu n d a m e n to : «El en sí n o p u e d e fu n d a m e n ta r n ad a; si
se fu n d a m e n ta a sí m ism o lo hace d á n d o se la m odificación d el para sí. Es
fu n d a m e n to d e sí m ism o e n cu an to q u e deja deser en sí [...], el fu n d a m e n ­
to e n g e n e ra l viene al m u n d o a través d e l para sí [...], con él a p a re c e el
fu n d a m e n to p o r vez p rim e ra» 9. La incap acid ad del en sí p ara d ese m p e ñ a r
ese p a p e l fu n d a m e n ta n te se deriva d e su p ro p ia naturaleza. En El ser y la
nada, S artre se refiere al en sí com o u n a m asa in diferenciada, u n a e n tid a d
o p aca y co m p acta e n la q u e n o p u e d e h a b e r fisuras, p ero d e la q u e tam ­
p o co tie n e sen tid o e s p e ra r nada: el ser en sí es siem pre com pleto, siem p re
lleno. Tal vez u n a f o rm a m ás sencilla d e en u n c ia r esto sea a través d e ese
escéptico «las cosas so n lo q u e son», q u e utilizam os c u an d o q u e re m o s se­
ñ alarle a alg u ien q u e las expectativas q u e albergaba respecto a a lg u n a rea­
lid ad carecían d e fu n d a m e n to .
F re n te a este se r m acizo y estático q u e es el en sí, el para sí, la c o n c ie n ­
cia re p re se n ta la a firm ació n de lo in d e te rm in a d o . H ay otra o pción, y es la
d e d ecir q u e el para .« fu n d a la p osibilidad de la lib erta d fren te al determ i-
nism o d el en sí. S iem p re q u e con ese d e c ir n o p erd am o s de vista la co n d i­
ció n rad icalm en te in c o m p le ta d e la conciencia. Así, las posibilidades que
co n stitu y en la realid ad h u m a n a son in te rp re ta d a s p o r Sartre bajo el signo
de la carencia: «Lo posible es aquello d e q u e carece el para sí p ara se r en
O el d eseo , q u e n o se explica m ás q u e co m o caren cia del s e r que
desea o, si se p refiere, com o u n a n ecesid ad d e co m p lem en to . En gen eral,
to d o s los rasgos d e la re a lid a d h u m a n a q u e en el análisis de la existencia
h u m a n a llevado a cab o p o r H e id e g g e r p re se n ta b a n u n carácter positivo,
p a ra S a rtre son c o n sid erad o s, al tra ta r el tem a d el para sí, e n clave d e ne­
gación.
A lg u ien p o d rá p e n s a r q u e el fu n d a m e n to q u e u n a instancia así p u e d e
p ro p o rc io n a r se e n c u e n tra m uy alejado del q u e p ro p o rcio n ab a n los Dios,
Naturaleza u Hombre d e otras filosofías d el pasado. N o le faltará razó n por

208
M a n u e i. C ruz

p e n s a r eso. In clu so se p u e d e a ñ a d ir u n a rg u m e n to de refuerzo p ara la de­


cep ció n : p ara S artre la existencia n o p erten ece a la esfera del en sí, sin o a
la d el para sí. En c u a n to tal, a h í ubicada, de ella n o cabe predicar, ni recla­
m ar, ni esperar, n a d a parecido al sentido. Le o c u rre lo q u e a cu alq u ier otro
en te: n o tien e ser ni tam poco lo h a recibido. N o existe razón p a r a la exis­
ten cia, q u e es rad icalm en te c o n tin g en te, inexplicable y absurda.
Y, sin e m b arg o , es el único lu g a r d esde el q u e p ostular la id e a de lib er­
tad. L a prim acía d el en se sobre el para síe s indispensable p a ra el p ensa­
m ien to : d e lo c o n trario , nos veríam os abocados in ex o rab lem en te al de-
term in ism o . Lo señ alad o no p re te n d ía devaluar el p ap el fu n d a m e n ta n te
d e la conciencia sino señalar su m o d o d e operar, que pasa a través del co n ­
c e p to d e n ad a. G racias a su m ed iació n p o d rá te n e r respuesta la p reg u n ta
d e có m o es posib le q u e en u n m u n d o tan rígido, inmóvil y d e te rm in ista
p u e d a existir alg ú n h o m b re libre.
Es posible p o rq u e en el m u n d o , adem ás de los en tes p len o s, rígidos,
d e te rm in a d o s p o r lo en sí, hay ese o tro tipo de se r específicam ente h u m a ­
n o q u e es el para sí. P ero com o to d o lo q u e es d e b e ser en te, es decir, u n en
sí, n o q u e d a m ás rem ed io q u e d e d u c ir q u e ese o tro tipo de se r no p u e d e
ser sino u n no-ser, es decir, q u e consiste en nada. C om o h a escrito el p ro ­
p io S artre: «Si se p u e d e d ar la nada, n o es ni antes ni después d e l ser, ni, en
g en eral, fu era d el ser, sino en el m ism o seno del ser, en su corazón, com o
u n g u san o » 11. A h o ra b ien, la n ad a n o p u ed e p ro ced er de lo en sí, que se ca­
racterizó ju stam en te p o r ser com pleto, siem p re lleno (p o r n o c a re c e r de
n a d a , en definitiva). L uego la n a d a adviene al m u n d o p o r el h o m b r e 12.
Lo q u e n o significa q u e el h o m b re en su to talid ad sea nada. El h o m b re es
tam b ién para sí: su cu erp o , sus costum bres, incluso su ego, co m o dijimos,
fo rm a n p arte d e esa esfera. Lo q u e significa es q u e la especificidad d e lo
h u m a n o consiste p recisam en te e n nada.
Tal vez d esd e a q u í se p ercib a co n m ás claridad hasta qué p u n to aq u el
trab ajo d e vaciado previo d e la conciencia, realizado e n la p rim e ra etapa,
p re p a ra b a el te rre n o d esde el p u n to d e vista an tro p o ló g ico p a ra estas afir­
m acio n es d e a h o ra , d e carácter m ás m arcad am en te o ntológico. Y se en­
tie n d a n tam b ién m ejo r algunas d e las tesis p o r las que se suele identificar
la p ro p u e sta sartrean a. Com o, p o r ejem plo, la d e que el h o m b re com o tal
n o p o see n in g u n a esencia d e te rm in a d a , sino q u e su esencia es la in d eter­
m in ació n (a h o ra p o d ríam o s d ecir su parte de nada). O, sobre to d o , aquella
o tra tesis en la q u e radicaliza la idea d e q u e la existencia p reced e a la esen­
cia (aplicable a to d o en sí), a firm an d o q u e la esencia d el para s í es su exis­
tencia. P ero n in g u n a d e estas tesis — im p o rta destacarlo— equivale a una
p ro p u e sta a b a n d o n ista o quietista. L a filosofía sa rtre a n a ha sido tipificada
en alg u n a ocasión, creem os q u e co n acierto, com o u n a filosofía de la ac­

209
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

ción. P e ro n o ya sólo p o rq u e p e rm ita la acción, sino p o r algo m u c h o más


im p o rta n te : p o rq u e obliga a ella.
P ro b a b le m e n te u n a d e las razones p o r las q u e S artre alcanzó u n a con­
sid erab le n o to rie d a d fu e ra d e los círculos filosóficos especializados fue, al
m a rg e n d e su m e n c io n a d a p ro d u cció n literaria, p o r su cap acid ad para
d a r c o n fo rm u lacio n es q u e resu m ían , d e fo rm a c o n tu n d e n te y precisa, al­
g u n a d e sus tesis m ayores. U n a d e ellas es la fam osa «estoy c o n d e n a d o a
ser libre», p re se n ta d a en El ser y la n a dd*, en la que in te n ta b a definir, de
u n p lu m azo , su fo rm a d e e n te n d e r el co n te n id o de la existencia h u m a n a ,
su c o n d ic ió n d e p ro y ecto fu n d a m e n ta l en el cual están c o m p re n d id o s
cu alesq u iera actos y voliciones particulares.
N o p o d ía ser de o tro m o d o , a la vista d e las prem isas que el p ro p io Sar­
tre h a b ía p lan tead o . El para sí, com o dijim os, es n a d a (si fu era un e n te se­
ría algo co m p acto y lle n o ) : surge co m o lib ertad de la conciencia resp ecto
a lo q u e es. La c o n c ie n c ia es, p o r u tilizar o tra e x p resió n sa rtre a n a , u n a
« d eco m p ren sió n del ser», u n a especie d e grieta a b ie rta en el ser. D e don­
d e se sig u e u n o d e los rasgos m ás claros de esta lib erta d , a saber, s u facti-
cidad. N i rastro, pues, de u n a id ea d e lib ertad e n te n d id a com o posibili­
d a d d e escap ar d el m u n d o . La lib e rta d p erm an ece d e n tro de los lím ites
del m u n d o 14, sin p o r ello p e rd e r su condición d e indeterm inada. L a liber­
tad es precisam en te in tro d u c ir esta in d eterm in a ció n del pro p io proyecto,
d e la p ro p ia elección, en el seno d el ser.
La n a d a sa rtre a n a , cie rta m e n te , d a m u c h o d e sí. E sta n a d a a b o c a d a a
las cosas q u e es la co n cien cia h u m a n a es la que p e rm ite e n te n d e r su esen­
cial lib erta d , el h e c h o d e q u e no p o d am o s decir q u e el h o m b re dispone de
libertad — co m o si la lib e rta d fu era u n a p ro p ie d a d d el para sí—, sin o que
su ser es ser libre. El h o m b re h a pasado a ser e n te n d id o com o una nada en
ejercicio. Escoger, p o r ejem plo, tiene m u c h o de an iq u ilar el pasado, d e en­
fre n ta rs e a la d e te rm in a c ió n q u e p r e te n d e el p asado. El pasado, cierta­
m e n te, está irre m e d ia b le m e n te d e te rm in a d o (en el obvio sentido d e que
está clau su rad o , d e q u e n o hay f o rm a d e o p e ra r so b re é l), p ero el papel
q u e ju e g u e en la vida d e p e n d e de la p ro p ia elección cara al futuro. C uan­
d o alg u ien asum e la trad ició n a la q u e p e rte n e c e o, p o r el co n trario , la re­
chaza e in te n ta ro m p e r co n ella está co n v irtien d o su p asado en u n m otivo
de d ife re n te tipo. P ero , de o tro lado, el objetivo escogido e n cu a n to tal al
en c a ra r el fu tu ro de u n a d e te rm in a d a m an era, tam p o co es (es o tra nada
q u e a sp ira a p e r d e r esa c o n d ic ió n ). C onviene d estacar el alto costo que
tie n e n estas afirm aciones. S u p o n e n introducir, sin posibilidad de escam o­
teo, la id ea de responsabilidad. P orque todo cuanto hay en el m u n d o que
n o sea m e ro perseverar en el en sí originario, le es deb id o al h o m b re, a los
efectos, próxim os o rem otos, d e su elección originaria. Sin posibilidad algu­
M a n u el C ruz

n a d e excusa: «no se p u ed en e n c o n tra r otros lím ites de m i libertad que la li­


b ertad misma; o, si se prefiere, [...] n o somos libres de dejar de se r libres»15.
Si trasladam os estas ideas al ám b ito de la vida real, p o d re m o s co m p ro ­
b a r q u e el nivel d e exigencia q u e nos p lan tean es en o rm e. E m p e zan d o
p o r el final: n a d a d e cu an to le o c u rre al h o m b re m erece el calificativo de
in h u m a n o . Lo m ás espantoso q u e seam os capaces de im aginar, el m ayor
h o r ro r q u e haya p o d id o a c o n te c e r en el pasado, tien en q u e se r cargados
e n la c u e n ta d e los hom bres. A quello q u e en el Bosquejo... se em p ezó a lla­
m a r el «coeficiente de adversidad» d e las cosas, e incluso su m ism a im pre-
visibilidad es el resu ltad o , m ás o m enos m ediado, de u n a decisión acerca
d e m í m ism o 16. N o existen, e n definitiva, los h ech o s accidentales.
A lguien p o d rá pensar, leyendo estas afirm aciones, q u e resu ltan fran ­
cam en te ex ag erad as (o, si no, m etafó ricas). H ay u n d e te rm in a d o tipo de
aco n tecim ien to s q u e, d eb id o , p o r ejem plo, a su m agnitud, p a re c e n esca­
p a r a la p o sib ilid ad m ism a d e in terv en ció n d e u n agente individual. P ero
esta a rg u m e n ta c ió n in te n ta desplazar hacia la estadística u n asu n to q u e
S artre p lan tea e n la fro n te ra m ism a de la m oral. No rehuye e l ejem plo
d esm esurado (y q u e p o r lo dem ás tuvo muy a m ano) de la guerra. De form a
ab ie rta m e n te p ro v o cad o ra p lan teará: si yo soy m ovilizado en u n a g u erra,
ésta es mi g u e rra . P ara n o serlo, te n d ría q u e ser im posible to m a r n in g u n a
decisió n resp ec to a ella, y no es el caso. Yo p u e d o suicidarm e, o desertar:
n a d ie m e p u e d e su stra er estas posibilidades últim as. Si n o las ejerzo, estoy
to m a n d o u n a d ecisión, m e estoy h acien d o cargo, en la cuota q u e m e co­
rre sp o n d a , d e lo q u e p u e d a o c u rrir (m e estoy h acien d o merecedor de ello,
en la fo rm u lació n s a rtre a n a ).
A dem ás d e su u tilid ad pedagógica, este ejem plo-lím ite sirve p ara m os­
tra r o tro d e los aspectos m ás d eb atid o s de E l ser y la nada. P o rq u e a n ad ie
se le escap ará el g ran au sen te e n u n ejem plo q u e p recisam en te hace refe­
re n c ia al h o r ro r colectivo: los o tro s hom bres. U n o de los tópicos m ás ex­
ten d id o s re sp e c to a la o b ra d e S artre es el d e su pesim ism o in so lid ario ,
egoísta, tó pico q u e suele te n e r com o a rg u m e n to favorito la fam osa afir­
m ació n d e la o b ra teatral A puerta cerrada17'. «El in fie rn o son los otros». La
v erd ad es q u e el escándalo a n te la frase sólo estaría justificado si lo q u e se
afirm ase en ella es q u e los otro s siempre y necesariamente son el infierno.
P ero so sten er q u e e n ocasiones lo son resulta tan obvio com o consecuente,
si se h a afirm ad o antes q u e cu an to o cu rre es im putable a los p ropios h o m ­
b res (co ro lario insoslayable: lu eg o ellos son los artífices de las situaciones
in fern ales, so n el in fie rn o en s u m a ).
L a posición sa rtre a n a co n relación a este tem a ha sido, ciertam en te,
m a le n te n d id a c o n frecuencia. El lu g ar d el equívoco p o d ría situarse aquí:
p a ra S artre hay u n a especie d e intersubjetividad, p ero n o hay u n ám bito o
F i l o s o f í a c» n t k m p m r An k a

u n ser in tersubjetivo. El c o n ten id o d e esta afirm ación rem ite tam bién,
có m o n o , a las prem isas planteadas. D e fo rm a análoga a otros rasgos d e la
realid ad h u m a n a , la existencia d e los o tro s ap arece inicialm ente e n clave
d e n eg ació n : la o tra existencia es tal e n cu an to no es la m ía. Esta n eg ació n
es «la e s tru c tu ra co nstitutiva del ser otro». Si planteam os la cosa a través
d el análisis del m ecan ism o de la m irad a, com o le gusta h a c e r a S artre, la
p ecu liar relació n q u e m an te n e m o s c o n los otros tal vez se p u e d a aclarar
más. D iríam os: el o tro es objeto de mi m ira d a y con ello se eq u ip ara a cual­
q u ie r o tro objeto co m o té rm in o d e m i actividad.
A h o ra b ien , lo específico d e ese objeto m irado q u e es o tra p e rso n a es
q u e nos puede devolver la mirada (en la je r g a m ás filosófica esto equivaldría
a d e c ir q u e el o tro n os p u e d e n e g a r). Esta p osibilidad n o es m era a n é c d o ­
ta: p a ra S artre n o es n ecesario d e m o stra r la existencia del otro, ya q u e se
n os d a d e fo rm a d ire c ta e n el fe n ó m e n o del pudor. El pudor, en d efin iti­
va, es la situ ació n en la q u e el para sí se descubre en su condición d e para
otro. Se d iría q u e, m e d ia n te esta c o n ex ió n prerreflexiva co n los dem ás,
S artre se h a zafado d el p eligro de solipsism o que p arecía am en aza r a su
p ro p u esta. Pero, c iertam en te, co n eso n o basta. Q u e d a p o r ver en q u é tér­
m in o s p la n te a la su p e ra c ió n del aislam iento del sujeto, la relación c o n las
otras conciencias.
L a relació n e n tre conciencias, en la m ed id a en q u e se deja d ib u jar
co m o u n a n o n a d a m ie n to recíp ro co , es p en sad a p o r Sartre en clave de
conflicto. P o rq u e cu a n d o el o tro nos devuelve la m irada, n o sólo a d q u iri­
m os n o ticia d e q u e ten em o s d elan te u n sujeto que se resiste a ser releg a­
d o a la co n d ició n d e m e ro objeto, sino qu e sabem os que, al m ira rn o s, nos
está o b je tu a liz a n d o , esto es, nos está a n u la n d o co m o sujetos. Hay, p o r
tan to , u n a objetivación m u tu a que, sin em bargo, n o p ersigue co n v ertir al
o tro en u n m ero en sí. El para sí q u iere d o m in a r al o tro com o lib ertad , es
decir, p o se erlo a la vez com o objeto y com o libertad. T odo esto q u e d a
b ien ejem p lificad o a través d e la situación am orosa. E n el a m o r es la liber­
tad d el o tro lo q u e d eseo asim ilar o p o se er com o libertad, puesto q u e es la
lib erta d d e l o tro lo q u e se p ara al otro d e m í y m e constituye e n o b jeto que
revela su ex isten cia al o tro . Al am ar, yo exijo q u e la p e rso n a que yo am o
exista so lam en te p a ra eleg irm e a m í com o objeto. E sto m e convierte en
u n a existencia q u e rid a p o r la e n te ra lib erta d del o tro , cuya existencia yo
q u ie ro c o n mi p ro p ia lib ertad . T am b ién los análisis sartrean ó s de la vida
sexual, ta n to n o rm a l co m o patológica, señalan la p resen c ia co n stan te de
esta p reten sió n — u n p u n to paradójica, com o la o rd e n «desobedécem e»—
d e d o m in a r la v o lu n tad ajena sin afectarla.
¿No hay, pues, nosotros posible? Sí, p e ro en unas co ndiciones que lo ha­
cen difícil. La in tersu bjetividad q u e h em o s visto h asta aq u í n o es la d e un

212
M a n u k i . C ruz .

estar con, sino la d e u n estarfrente a. Q u e las situaciones p ro p u estas p o r Sar­


tre p a ra visualizar la relación co n los otros sean el tem or, la verg ü en za o el
p u d o r, es p o r sí solo b astante indicativo d e sus resistencias a p e n s a r en tér­
m in o s d e c o m u n id a d intersubjetiva. U nicam en te e n d ete rm in a d a s situa­
cio n es excep cio n ales o accidentales, piensa, em erg e un ser-con-el o tro en
lu g a r d el m e ro ser-para-otro: c u a n d o u n tercero nos mira a la vez, esto es,
c u a n d o nos h ace se n d r objeto co m ú n . C on u n lenguaje algo m ás ro tu n ­
d o: sólo an te la p re se n c ia del enemigo común p u e d e surgir la v erd ad era co­
m u n icació n . Sólo en to n ces p u e d e darse la realidad del nosotros— realidad
q u e, co n to d o , n o h a c e superar, sino q u e re tie n e e n su seno, la posibili­
d a d d el conflicto— . D e a h í q u e se haya p o d id o afirm ar, co n ju sticia, q u e
en la ép o ca d e El ser y la nada la co n cien cia del nosotros es u n a co n cien cia
lateral d e estar ro d e a d o d e otros.
El Sartre posterior, especialm ente el de la Crítica de la razón dialéctica™,
se va a aplicar en in te n ta r su p e ra r esta lim itación teórica, a base d e llen ar
d e c o n te n id o m aterial (q u iere decirse, histórico) su no ció n de proyecto.
C o n to d o , este re c o n o cim ien to au to crític o d e la insuficiencia d e su p ro ­
p u esta a n te rio r n o d eb iera h acern o s p e rd e r la perspectiva global a la h o ra
d e valorarla. E n su tex to de 1946 El exietencialismo es u n humanismo19, Sar­
tre ya enfatiza los aspectos positivos d e su d o ctrin a, p o n ie n d o e n tre pa­
rén tesis los rasgos m ás negativos de E l ser y la nada.
L a cuestió n q u e q u e d ó p e n d ie n te fue ésta: ¿qué es lo q u e el h o m b re
b u sca siem p re en el fo n d o , en q u é consiste su proyecto fu n d am en tal? El
psicoanálisis existencial p ro p u e sto p o r S artre, q u e se diferencia d el freudia-
n o en rech azar el d eterm in ism o com o causa d e aco n tecim ien to s pasados
e n u n a psiq u e q u e reaccio n a a la p resió n d e las circunstancias, p erm ite
d esc u b rir la e stru c tu ra o n to ló g ica d e la elección originaria. El para sí, q u e
es p o r esencia n a d a , p ersigue a b a n d o n a r esa condición fundacional: d e­
sea ser. P ero n o a sp ira a u n ser a la m a n e ra d el en sí, esto es, m e ra cosa, o b ­
je to cu alq u iera d el m u n d o (sem ejante perspectiva es p recisam en te la q u e
le p ro v o ca la n á u s e a ). Lo q u e el h o m b re q u iere es convertirse e n u n en sí
q u e al m ism o tie m p o sea su p r o p io f u n d a m e n to , es decir, u n en-sí-para-
sí. Esta figura tien e u n n o m b re propio: Dios. Sartre lo dice claro: «El h o m ­
b re es el ser que proyecta ser Dios». Proyecto im posible, ciertam en te (un en te
en-sí-f ara-sí es u n a co n trad icció n ). El h o m b re se q u e d a en u n D ios fallido.
O , c o n aq u ella o tra frase del final d e El ser y la nada q u e le p ro p o rc io n ó
g ra n n o to rie d a d , el hombre es un a pasión inútil.

213
N otas

'Jean-Paul Sartre, Las palabras, Buenos Aires, Losada, 1964.


2Jean-Paul Sartre, La trascendencia del ego, Buenos Aires, Calden, 1968.
3 Jean-Paul Sartre, La imaginación, Barcelona, Edhasa, 3a ed.: 1980.
4 Jean-Paul Sarte, Lo imaginario. Psicologíafmomenológica de la imaginación, Bue­
nos Aires, Losada, 1964.
5 Jean-Paul Sartre, Bosquejo para una teoría de las emociones, Madrid, Alianza, 2a
ed.: 1973.
6 Jean-Paul Sartre, El sery la nada, Madrid, Alianza; Buenos Aires, Losada, 1984.
7 Ibídem, p. 30.
8 Ibídem, p. 34.
9 Ibídem, pp. 115-116.
10 Ibídem, p. 135.
11Ibídem, p. 57.
12 Formulada a la manera de Sartre, la frase resulta algo más enfática: «El
hom bre es el ser a través del que la nada adviene al mundo», ibídem, p. 60.
130 la no m enos famosa: «El hom bre no puede ser ora libre, ora esclavo: es
enteram ente y siem pre libre, o no lo es», ibídem, p. 467.
14 «El argumento decisivo usado por el sentido com ún contra la libertad, con­
siste en recordarnos nuestra impotencia. Lejos de ser capaces de modificar nues­
tra situación a voluntad, parece com o si no pudiéramos cambiarnos a nosotros
mismos. Yo no soy “libre” para escapar de la suerte de mi clase, de mi nación, de
mi familia, ni incluso para construir mi poder o mi fortuna, ni para conquistar el
más insignificante de mis apetitos o mis hábitos. Yo he nacido obrero, francés,
con sífilis o tuberculosis hereditaria. La historia de una vida, sea la que fuere, es la
historia de una frustración. El coeficiente de adversidad de las cosas es tal que se
precisan años de paciencia para obtener el resultado más trivial. Más aún, es n e ­
cesario “obedecer” a la naturaleza para dominarla, es decir, es preciso que yo in­
serte mi acción en la malla del determinismo.
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

»Mucho más que parecer que “se hace a sí mismo”, el hombre parece “ser he­
cho” por el clima y la tierra, la raza y la clase, el lenguaje, la historia de la colecti­
vidad de la que forma parte, la herencia, las circunstancias de su niñez, los hábi­
tos adquiridos, los grandes y pequ eñ os acontecim ientos de su vida» (ibídem,
pp. 506-507).
15 Ibídem, pp. 510 y 554.
16 Me he referido a este punto, en concreto desde la perspectiva del análisis de
la historia, en diversos pasajes de mi Narratividad: la nueva síntesis, op. cit., así com o
en ¿A quién pertenece lo ocunido ? (Madrid, Taurus, 1995).
17 Jean-Paul Sartre, A puerta cenada, Madrid, Alianza; Buenos Aires, Losada, 4a
ed.: 1989.
18 Jean-Paul Sartre, Crítica de la razón dialéctica, precedida de Cuestiones de méto­
do, 2 vols., Buenos Aires, Losada, 1963.
19 Jean-Paul Sartre, El existencialismo es un humanismo, Barcelona, Edhasa, 3a
ed.: 1992.
C a p ítu lo XIII
G ad am er, u n a r a z ó n h e c h a d e le n g u a je

H a n s - G e o r g G a d a m e r (1900) n ació en B reslau (A lem ania). E studió en


M a rb u rg o co n Paul N ato rp y H eidegger. Fue profesor e n L eipzig (desde
1939), en F ra n k fu rt (desde 1947) y e n H eid elb erg (desde 1949). Pasa p o r
ser el fu n d a d o r d e la nueva herm e n é u tic a o teoría filosófica de la in te rp re ­
tació n . Es, d e e n tre los filósofos alem anes d e este siglo, u n o de los que h a
ejercid o u n a m ay o r y m ás variada in flu en cia (p ara algunos analistas Ver­
dad y método es la o b ra m ás im p o rta n te y significativa de la filosofía alem a­
n a d esp u és d e Ser y tiempo). Se reclam an de su m agisterio ilustres filósofos
y filólogos co m o V olkm ann-S chluck.J. H aberm as, K. O. Apel, D. H en rich
o E. T u g u e n d h a t. F u era de A lem ania, la rep ercu sió n de su p en sam ien to
p u e d e calibrarse a través d e los a u to res q u e e n a lg ú n m o m en to d e su o b ra
lo h a n to m ad o co m o p u n to de referencia: V attim o en Italia, P au l R icoeur
en F ran cia o E m ilio L ledó en E spaña.

***

F ue p recisam en te u n o de estos últim os autores, G ianni V attim o, qu ien ,


en u n céleb re artícu lo p u b licad o a m ediados de los o c h e n ta 1, ofreció u n a
d efin ició n d e la h e rm e n é u tic a q u e p u e d e p ro p o rc io n a rn o s a h o r a los p ri­
m ero s e le m e n to s p a ra e n te n d e r la n o to rie d a d filosófica alcan za d a p o r
esta c o rrie n te e n los ú ltim os años. H ablaba allí d e la h e rm e n é u tic a com o
la n u ev a koiné, esto es, la nueva le n g u a c o m ú n de la filosofía y d e la cultura
en g en eral, q u e h a b ía venido a sustituir al m arxism o y al estructuralism o
e n esa fu n ció n d e té rm in o esencial de refe ren cia p ara el d e b a te cultural.
La m e ra m e n c ió n d e las problem áticas m ás características, d e sus tem as
favoritos, n o m b ra , p o r así decir, las claves de esa eficacia. El se n tid o , la
c o m p re n sió n o el len guaje constituyen algunas d e las cuestiones cen tra­
les co m p artid as p o r las ten d en cias m ás dinám icas de la filosofía actual.
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

P ero este rasgo, q u e ten d em o s e s p o n tá n e a m e n te a co n sid erar u n a virtud,


n o p u e d e p e rm a n e c e r en el p lan o d e la m era constatación. Es u n indicio,
cuya v aloración c o rre sp o n d e realizar al análisis historiográfico, u n a pista
inicial q u e nos co lo ca so b re el rastro del significado d e la a c tu a lid a d filo­
sófica d e la h e rm e n é u tic a .
H ay q u e d ecir e n p rim e r lu g ar q u e G adam er, sien d o el re p re se n ta n te
p o r excelen cia d e la filosofía h e rm e n é u tic a en la actualidad, constituye él
m ism o el ep iso d io m ás p ró x im o d e u n a tradición q u e a rra n c a d e bien
atrás. C o m o es sabido, la h e rm e n é u tic a em pezó sie n d o u n a m era técnica
d e in te rp re ta c ió n d e textos, ta n to literarios com o teológicos o ju ríd ic o s2.
S eg ú n re p a re m o s e n u n o o e n o tro tip o de tex to , p o d ría m o s situ a r en el
o rig en d e la tradición a diferentes autores. P ero lo q u e im porta p a ra nues­
tro análisis es el giro h acia la filosofía q u e en el siglo x ix da esta técn ica con
au to res co m o S chleierm acher o D ilthey y que se consolida en el xx c o n H ei­
d eg g e r o el m ism o G adam er. El cam in o abierto p o r los dos p rim e ro s pue­
d e co n sid erarse co m o u n a u té n tic o giro co p e rn ic a n o en la h isto ria de la
h e rm e n é u tic a , e n el se n tid o de q u e se p lan tea p o r vez p rim e ra la sistem a­
tización d e u n a h e rm e n é u tic a g en eral com o arte del c o m p ren d er m ism o.
N u m ero so s in té rp re te s h a n d estacado que, p a ra su p ro p ó sito de d ise ñ ar
u n a n u ev a teo ría d e la ex p erien cia h e rm e n é u tic a e n toda la extensión,
G ad a m e r to m a d el jo v e n S ch leierm ach er u n a inspiración fu n d am en tal,
la d e q u e d ich a te o ría d e b e c recer en la dirección d e u n a o n to lo g ía del
len g u aje. Dilthey, p o r su p arte, sig u ien d o el e n fo q u e psicologista d e l últi­
m o S ch leierm acher, d esarrolla u n a n o ció n de h erm en éu tica ligada a la no­
ció n d e vida q u e, a u n q u e h e te ro g é n e a e n p rin cip io respecto al p ropósito
g a d am erian o , c o n tie n e elem en to s d e interés.
P o rq u e D ilthey le d a a la h e rm e n é u tic a u n sesgo epistem ológico que
h a b rá d e resultar, a la p ostre, decisivo. Su propósito es, siguiendo el m o d e ­
lo k a n tian o , la e lab o ració n de u n a «crítica de la razón histórica»3. S em e­
ja n te p erspectiva p ro p o rc io n a rá u n ren o v ad o im pulso a la p re te n sió n de
u n iversalid ad d e esta n ueva h e rm e n é u tic a . Se trata d e elab o rar u n a crí­
tica d el co n o cim ien to histórico tan sólida com o la crítica kan tian a d e l co­
n o c im ie n to d e la n atu raleza, y d e su b o rd in a r a esta crítica los p ro ced i­
m ien to s dispersos d e la h e rm e n é u tic a clásica. P ro b a b le m e n te sea cierto,
co m o h a se ñ alad o P au l R ico eu r4, q u e al p la n te a r d e u n a d e te rm in a d a
m a n e ra el p ro b le m a d e la c o m p ren sió n histórica (m uy resum idam ente:
co m o la relació n e n tre u n a vida p síq u ica del p re se n te y o tra d el pasado)
D ilthey a b re m ás p ro b lem as d e los q u e consigue resolver. E n particular,
deja p lan tead as todas las paradojas d e la historicidad, d e en tre las q u e qui­
zá la m ás em b lem ática sea la fo rm u lad a en la p re g u n ta ¿cóm o u n s e r his­
tó rico p u e d e c o m p re n d e r h istó ricam en te la historia?
M a n u k i. C k l z

U n a u b ic a c ió n c o m p l e ja

Q u e G ad am er asu m e esta h eren cia significa, desde el p u n to d e vista fi­


losófico, q u e acep ta m edirse con sus p reguntas. A unque, obviam ente, n o
sólo co n ellas. La relación q u e m an tien e la p ro p u esta g a d a m erian a co n el
co n tex to filosófico en el q u e surge es c iertam en te com pleja, lo que e q u i­
vale a d ecir q u e n o q u e d a satisfactoriam ente dibujada p o r la refe re n c ia a
u n a sola lín ea d e p ro b lem as. Si aten d em o s a su p ro p io testim o n io 5, n u e s­
tro a u to r se co n sid era u n testigo viviente de aquella constelación filosófi­
ca fo rm a d a p o r las escuelas de B adén y M arburgo y p o r la fen o m en o lo g ía
de E d m u n d H usserl (adem ás de p o r la influencia d e te rm in a n te de Wil-
h elm D ilthey). P ero acep tar la calificación de testigo parece su g e rir u n a
disposición pasiva, u n a fu n ció n de m era caja de resonancia, q u e está lejos
de h a c e r ju sticia al esp íritu de la tarea gadam eriana. P o rq u e G ad a m e r se
instala d elib e ra d a m e n te en la en cru cijad a de los conflictos n o d ales q u e
atraviesan el p en sam ien to d e su tiem po, y reto m a y co n tin ú a tres debates
histórico-filosóficos d e e n o rm e calado: el d eb ate de la filosofía ro m án tica
fre n te a la Ilu stració n , el d e D ilthey co n tra el positivism o y el d e H eid eg ­
g er fre n te al n eo k an tism o.
A p u n ta r la c o m p lejid ad del p e n s a m ie n to d e un a u to r c o m p o rta u n
riesgo casi inevitable, el de q u e vaya a p arecien d o com o u n a síntesis m ás o
m en o s ecléctica a p a rtir de sus e lem en to s constituyentes. A u n q u e sólo sea
p ara in te n ta r neu tralizar ese riesgo, habrá que decir qu e las influencias en
este caso (p o r lo dem ás, com o casi siem pre) d esarro llan u n a eficacia desi­
gual. A lgunos in térp retes de la o b ra de G adam er han enfatizado su d e u d a
teó rica con el p en sam ien to de H eidegger, énfasis del q u e se d esp re n d e
to d a u n a lectu ra d e la filosofía gad am erian a. N o nos d e te n d re m o s en este
aspecto, fu n d a m e n ta lm e n te p o r razones de eco n o m ía expositiva (n o se
en fatizaro n ciertos rasgos d e la p ro p u esta h eid eg g erian a p o rq u e se c o n ta ­
b a c o n re c u p e ra rlo s a h o r a ) , sin q u e ello im p liq u e c u e stio n a r el ascen ­
d e n te : b u e n a p a rte d e lo m ás significativo que G ad am er p lan tea viene, en
efecto, de ah í. H ab erm as resum ió el signo de ese vínculo — de la tarea ga­
d am erian a, e n definitiva— en u n a frase q u e luego ha h e c h o fo rtu n a: «Ur­
b an izació n d e la provincia heideggeriana».
P ero , ju n to a estos arg u m e n to s de o rd e n m etodológico — del m o d o
d e ex posición, m ejo r d ich o — p ara n o leer a G ad am er en clave de m ero
ep íg o n o d e H eid eg g er hay o tra razón d e fo n d o en la q u e tam b ién coinci­
d e n u n secto r im p o rta n te de historiadores de la filosofía co n tem p o rán ea.
El h e c h o d e q u e el a u to r de Verdad y método a p re n d ie ra «la artesan ía d e la

219
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

filología clásica», p o r d ecirlo d e nuevo con las palabras d e H a b e r m as, le


sirvió (¿p arad ó jicam ente?) p a ra to m a r distancia respecto del re p la n te a ­
m ien to h e id e g g e ria n o d e la filosofía griega6. Pocas cosas m ás alejadas d e
la señorial destrucción q u e in te n ta H eid eg g er del p en sam ien to occidental,
co n ese p royecto d e desvalorizar la h isto ria de la filosofía com o d ra m a d e
u n c re cien te olvido del Ser, q u e lá reh ab ilitació n del co n ten id o d e la filo­
sofía d e P lató n y H egel, e m p re n d id a p o r G adam er. P arecido efecto, en
fin, tuvo su reflex ión so b re el arte. H ó ld erlin , Rilke, Stefan G eorge o Paul
C elan n o ap a re c e n co m o derivaciones de las ideas de H e id e g g e r sino
co m o o b jeto d e reflexiones d iferenciadas respecto d e l lu g ar que o c u p a n
en el espacio filosófico.
A h o ra b ien , u n a vez señ alad a la relación qu e m a n tie n e G ad a m e r con
su p ro p io pasado, resu lta o bligatorio p u n tu alizar q u e no es ese v ínculo el
q u e n o s p ro p o rc io n a la clave d e la n o to rie d a d filosófica alcanzada p o r su
p ro p u esta. De pocos au to res com o de G ad am er se p u e d e predicar e l prin ­
cipio g e n e ra l por sus críticos los conoceréis. El e n te ro edificio de su filosofía
se so stien e sobre u nas cuantas ideas m ayores, sobre u n o s pocos convenci­
m ien to s d e g ran en v erg ad u ra, d e esos que, p o r re c o rd a r a B ergson, nece­
sitan lu eg o d e g en eracio n es p a ra ser ad e c u a d a m e n te en tendidos. D e m o­
m e n to , G ad a m e r h a co n fig u rad o el d e b a te q u e nos c o n ciern e, h a p u esto
voz a actitu d es insoslayables, a m odos d e e n c a ra r lo m ás grave de c u a n to
nos pasa. N o es u n p e n s a d o r q u e concite u n an im id ad es, sino que lleva a
cabo o tra tarea, m u c h o m ás específicam ente filosófica: da q u e pensar, in­
cluso a los q u e están m uy lejos de sus posiciones. N o es la suya, p o r tanto,
u n a v igencia so b revenida, forzad a p o r discípulos e in térp retes, sin o deri­
vada d e la p o te n c ia teó rica d e sus p ro p io s textos.
La n atu raleza m ism a d e la p ro p u e sta gadam eriana invita a diversas for­
m as d e exposición. P u ed e ésta hacerse, p o r ejem plo, al hilo d e la evolución
filosófica d e su p en sam iento. C u an d o se o p e ra así, resalta la existencia de
tres m om en to s: el histórico-filológico, e n el qu e G adam er p o n e en prácti­
ca, con estudios sobre Platón o H erder, la tradición hum anísticofilológica en
la q u e se fo rm ó , el ep iste m o ló g ico (q u e tra n sc u rre fu n d a m e n ta lm e n te
en H eid elb erg , d o n d e sustituye a K arljaspers e n 1949), en el que se aplica
a la explicitación histórico-epistem ológica del q u e h a c e r filosófico iniciado
en la e ta p a a n te rio r7, y el ontodialógico (que se inicia d u ra n te la d é c a d a de
los se se n ta y los añ o s c ercan o s a su ju b ila c ió n e n 1968), en el que se con­
solid a el len g u aje co m o h ilo c o n d u c to r d el g iro o n to ló g ico de la h e r m e ­
n éu tica. T am b ié n h a p o d id o h acerse re fe re n c ia a estos tres m o m en to s
co m o d ife re n te s m o d u la c io n e s d e u n a m ism a actitu d filosófica, y se ha
co n sid erad o q u e el signo d e esta evolución es el paso d e u n a hermenéutica
vivida a u n a hermenéutica pensada, y de a h í a u n a hermenéutica universalizada.

2 20
M a n u el C ruz

S ie n d o a c ep ta b le , e n lo sustancial, esta tip ificación, a los e fe cto s d e lo


q u e vam os a e x p o n e r o p ta rem o s p o r un p ro ced im ien to fu n d a m e n ta lm e n ­
te tem á tico , q u e n o n o s c o n fin e e n la e x ig e n c ia d e la r ec o n str u c c ió n g e ­
n e a ló g ic a , y p e r m ita e n ca m b io esta b lecer d e fo rm a más ab ierta las c o n e ­
x io n e s teóricas en tr e G ad am er y to d o s a q u ello s autores p o steriores q u e
h an a cep ta d o dialogar en el terren o d e los problem as dibujado p o r él. C on
este ob jeto , p r o b a b lem en te lo m ás útil sea em p eza r a n u n c ia n d o los tres
ejes m ayores — y p o r e llo e n b u e n a m ed id a p o lém ico s— qu e d e fin e n la
e sp ec ificid a d d e l p la n te a m ie n to d e G adam er. Ejes que se id en tifican con
las ca teg o ría s so b re (y c o n ) las q u e p r o p o n e pensar: in terp retación (y diá­
lo g o ) , tra d ició n (y p reju icio) e h istoria (y naturaleza h u m a n a ).

I n t e r p r e t a c i ó n (y d i á l o g o )

A l h a cer refer e n c ia a la h e r m e n é u tic a c o m o cauce m ayor en el qu e


d e b e ser in scrita la filo so fía g a d a m eria n a , se a n u n c ió la deriva, esto es, la
distan cia, q u e el autor d e Verdad y método esta b le ce respecto a lo s filósofos
q u e llevaron a ca b o a q u el g iro c o p e r n ic a n o a q u e alud im os antes. G ada­
m e r n o co m p a r te la c o n c e p c ió n p sico lo g ista d e la h e r m e n é u tic a , tan cara
al ú ltim o S c h e le ie r m a c h e r y a D ilth ey (rechaza, p o r ejem p lo , la ilu sión de
un a p o sib le c o in c id e n c ia a tem p o ra l entre la vivencia d e la c rea ció n y la vi­
ve n c ia d e la in ter p r e ta c ió n ), y sitúa su trabajo e n un ám b ito n ítid a m e n te
d ifer e n c ia d o . Para él, la e m p resa q u e d e b e en fren tar h o y un p e n s a m ie n ­
to h e r m e n é u tic o es la d e «aclarar este m ilagro d e la c o m p r e n sió n q u e no
es u n a secreta c o m u n ica c ió n en tre las alm as, sin o un participar e n el sen ti­
d o c o m p a rtid o » . A q u ello s a u to res le sirvieron, p o r así decir, para d esb ro­
zar e l c a m in o , para sa cu d irse el fan tasm a d e un c o n c e p to d e objetividad
p r o p io d e las cien cia s naturales. C u m p lim en ta d a esa tarea, G adam er p u e ­
d e a bordar su p ro p ia p reg u n ta , a saber, la d e c ó m o es p o sib le la c o m p r e n ­
sió n y la in ter p r e ta c ió n e n las cien cia s hu m anas.
E n u n cia r así la esp ecificid a d d e la h e r m e n é u tic a , c o n sid e ra r que su ta­
rea es el e x a m e n d e las c o n d ic io n e s en q u e tie n e lugar la c o m p r e n sió n , es
al p ro p io tiem p o un m o d o sutil d e dar a e n te n d e r que d ich a tarea d e b e en ­
carar sus p ro p io s problem as (en vez d e asum ir lo s que le v en ía n im porta­
d o s d e l á m b ito c ie n tífico -n a tu ra lista ), d e b e e m p e z a r p o r p la n te a r se las
dificultad es teóricas p ertin en tes. D e entre ellas p ro b a b lem en te la m ás des­
tacada es la q u e se s u e le n o m b ra r bajo el ró tu lo circulo hermenéutico. Esta
d e n o m in a c ió n a c o g e diversos sen tid o s, p ero , a lo s efecto s d e n u estro rela­
to, valdrá la p e n a destacar dos. P or u n la d o , la in terp reta ció n d e un texto
(o in clu so , e n g en era l, d e tod a m an ifestación sim bólica h u m a n a ) co m p o r ­

221
F i l o s o f í a c o n t f .m i >o r á n f a

ta u n a inevitable circularidad, en la m e d id a en q ue cu alquier parte d e l tex­


to (o d e l sistem a sim b ó lico ) resu lta in in telig ib le sin la refe ren cia a la to­
talidad e n q ue se h alla inscrita, que ap arece de este m o d o com o la en carg a­
d a d e atrib u ir significado a la pieza particular interp retad a. Sin em bargo,
esa m ism a to talid ad se e n tie n d e a su vez en fu n ció n de las partes q u e la
co nstituyen. De lo q u e resulta que n o hay m odo de fijar el p u n to d e parti­
da: la in te rp re ta c ió n se ve reenviada sin cesar del to d o del texto o d e l sis­
tem a sim bólico a sus partes.
J u n to a ésta, o tra m o d alid ad d e círculo h e rm e n é u tic o es la im plícita
e n to d o in te n to d e c o m p re n sió n d e lenguajes, estru ctu ras significativas,
m arcos co n cep tu ales o cualesquiera form as de vida y d e cu ltu ra «ajenas».
Sin d u d a q u e esta se g u n d a variante es la que ofrece p ara nosotros u n m ayor
in terés teórico, e n la m e d id a en q u e ap arece, d e fo rm a asimismo inevita­
b le, en las n u m ero sas discusiones q u e están te n ien d o lugar e n los últim os
tiem p o s acerca d el relativism o cultural, del d udoso estatu to d e u n a racio­
n alid ad universal, etcétera. En efecto, cualquier in terp retació n que se pue­
d a p ro p o n e r d e todos esos objetos teóricos se da d e n tro del p ro p io len­
guaje, cu ltu ra, fo rm a d e vida, etcétera, del in té rp re te , los cuales so n por
d efin ició n distintos d el lenguaje, cultura, form a de vida, etcétera, in te rp re ­
tados. L a circu larid ad en este o tro caso consistiría en ese inacabable pasar
d e lo p ro p io a lo ajen o y viceversa, en el q u e u n o h ace posible y garantiza
e n a lg u n a m ed id a la inteligibilidad del otro.
Estas d os variantes d e círculo h e rm e n é u tic o , sin ag o tar todas las posi­
bilidades, ap u n ta n a lo esencial del m ecanism o. Hay q u e añadir, d esd e lue­
go, q u e los d iferen tes tipos d e círculo d e p e n d e n en g ra n m edida de la cla­
se d e h e rm e n é u tic a q u e considerem os. La p re se n ta d a p o r G adam er, en
la m e d id a en q u e se p re te n d e alejada d e la clásica o literal y d e la ro m án ti­
ca, n o se va a c e n tra r fu n d a m e n ta lm e n te en la epistem ología y la m e to d o ­
logía d e la co m p rensión. A quella p reg u n ta, a q ue hicim os referencia hace
u n m o m e n to , acerca d e cómo esposible\a c o m p ren sió n y la in terp retació n
en las ciencias h u m an as se m uestra a h o ra com o u n a p re g u n ta precisa y dis­
tin ta, q u e a p u n ta ju s ta m e n te a lo q u e n o m b ra, al análisis d e d e te rm in a ­
das co n d icio n es d e posibilidad. La h e rm e n é u tic a co n sid era u n a relación
y n o u n d eterm in ad o objeto, com o es u n texto. La pregunta, p o r tanto, bus­
ca su resp u esta fu era d e esas m ism as ciencias hu m an as, en el ám bito d e la
filosofía p ro p ia m e n te dicha.
P o rq u e en G ad am er el h o m b re se ve abocado a la circularidad e n fun­
ció n d e su m ism a naturaleza. A u n q u e algo se dirá m ás preciso so b re la
id ea d e trad ició n , se p u e d e utilizar a q u í p o r u n m o m en to : el círculo h er­
m e n é u tic o es p rin cip alm en te, au n q u e n o exclusivam ente, el que se d a en­
tre u n a tradición y la in terp retació n d e la mism a, la cual es p arte de esa mis­

222
M a n u fx C ruz

m a trad ició n . El círculo, así, es fu n ció n del carácter finito de la existencia


h u m a n a . O, si se p refiere e n u n ciarlo d e esta fo rm a, d e su e stru c tu ra o n to ­
lógica co m o ser histórico (estru ctu ra ontológica inen co n trab le e n las otras
h e rm e n é u tic a s ). El círculo se ñ ala el e n c ie rro en el que se e n c u e n tr a el
h o m b re, p ero tam b ién su salida. La com prensión se da siem pre e n el seno
d e u n algo, en el in te rio r de u n m arco (la trad ició n ), p ero si esos lím ites
n o d e b e n ser e n te n d id o s com o u n a co n d e n a es en función de la dinám i­
ca q u e en su in te rio r se desarrolla. A través de la categoría de diálogo G a­
d a m e r ex p resa el d in am ism o p o r m ed io del cual p o d em o s tran sitar desde
la trad ició n h acia la historia.
El diálo g o n o es ú n icam en te el m o d o en el q u e se reco n stru y e la h e r ­
m en éu tica, sino el h o rizo n te existencial desde el q u e se h ace inteligible la
co m u n icació n h u m a n a y sus realizaciones culturales. Lo qu e se persigue
es in te g ra r el m o n ó lo g o de las ciencias p artic u la re s en el d iálo g o d e la
ex isten cia com unicativa. Si alg u n a u niversalidad p u e d e p r e te n d e r el p ro ­
b le m a h e rm e n é u tic o es la re la c io n a d a con el im perativo de la co m u n i­
cació n . Se e n tie n d e la desazón q u e provocan las tesis g ad am erian as e n tre
b u e n a p a rte d e relativistas. G a d a m e r c o m ien za d o n d e éstos te r m in a n
— p o r a b a n d o n o o d esfallecim iento— . La h e rm e n é u tic a n o retro c e d e
a n te esas situ acio n es e n las q u e la co m unicación parece im posible p o r ­
q u e se h ab lan distintos lenguajes. A ntes bien al contrario, se d iría q u e es en
esos lugares d o n d e e n c u e n tra el principal estím ulo para su tarea in te rp re ­
tativa (co n sus p ro p io s térm inos: «D onde se p la n te a ju s ta m e n te e n su p le­
n o se n tid o » ). Lo q u e significa, obvia precisión, q u e ese imperativo de un len­
guaje común n u n c a es u n h ech o d ad o , sino u n a aspiración. T an necesaria
c o m o deseable: «N unca se p u e d e n e g a r la posibilidad d e e n te n d im ie n to
e n tre seres racionales. Ni el relativism o q u e p arece h a b e r en la p lu ralid a d
d e lenguajes h u m a n o s constituye u n a b a rre ra p a ra la razón, cuya p alabra
es c o m ú n en to d as las lenguas, com o ya sabía H eráclito»8.
O b v iam en te, si nos lim itáram os a co n statar la naturaleza d e «horizon­
te existencial» d el diálogo, o a subrayar el carácter de m era «aspiración»
q u e p re se n ta el im p erativo del len g u aje co m ú n , la im agen re su lta n te de
la h e rm e n é u tic a g ad am erian a, p o r lo m enos e n este p u n to , se ría la d e un
d iscu rso vaporoso, d e confines im precisos, incapaz de c o m p e tir en igual­
d a d d e co n d icio n es co n otras filosofías qu e h a n p lan tead o este m ism o
asu n to d e la c o m p ren sió n con in stru m en to s m ás afinados. P ara evitar esta
im ag en co n v en d rá a ñ a d ir algo respecto al co n creto m odo en qu e G ada­
m e r en tie n d e el diálogo. P o rq u e e n su caso la reivindicación d e esta cate­
g o ría n o está h e c h a desde u n a difusa, y más o m enos humanistoide, exhorta­
ció n a la com unicación en tre las personas, sino desde un a clara sensibilidad
m eto d o ló g ica (au n q u e no sea la m etodología el destino final d e su discur­

22 3
Fll.O SOFÍA CONTF.Ml’OKÁN'KA

s o ). El d iálo g o tien e u n a e stru ctu ra precisa, q u e es el ju e g o de la p re g u n ta


y la respuesta. Ju e g o q u e tiene sus reglas: de a h í q u e G adam er, re c o n o ­
cien d o el p re c e d e n te d e C ollingw ood, p u e d a h ab lar d e lógica de la pregun­
ta y la respuesta.
Y es q u e el a u to r d e Verdad y método n o pasó p o r P lató n en vano. D e él
a p re n d ió q u e p re g u n ta r es m ás difícil q u e contestar, en co n tra de lo que
alg u n o s su elen creer. N o se d a n c u e n ta quienes así p ien san q u e su creen-
cia revela, desen m ascara, algo de su m ás íntim a condición. Los q u e al ha­
b lar sólo b u scan cargarse d e razón (en vez de darse c u en ta de cóm o real­
m e n te so n las cosas) p re fie re n n o c o rre r el riesgo d e te n e r q u e o fre c e r la
callada p o r respuesta. P ero buscan in ú tilm e n te el lu g ar m ás có m o d o : no
tien e n a d a q u e p re g u n ta r aq u el q u e ya está co n v en cid o de sab erlo todo.
P o r ello, q u e d a b ie n d efin id o el d ogm ático c u an d o se le describe com o
a lg u ien q u e, a c u alq u ier cosa q u e sea la q u e se le diga, contesta «más a mi
favor». F re n te a esta actitu d , el au té n tic o filósofo está en co n d icio n es de
q u e re r saber, ju s ta m e n te p o rq u e sabe q u e n o sabe. P o r ello, tie n e p o r
d ó n d e em p ezar: p re g u n ta n d o .
P re g u n ta r es u n a fo rm a inicial de p ro d u c ir c o nocim iento. La p re g u n ­
ta co n fig u ra, m o d ela, establece el te rrito rio e n el q u e la respuesta h a b rá
d e resu ltar inteligible. C om o dice el p ro p io G adam er, precisam ente e n un
ep íg rafe d e su libro p rin cip al titulado «El m odelo de la dialéctica plató n i­
ca»: «El se n tid o de la p re g u n ta es... la ú n ica d irecció n que p u e d e a d o p ta r
la resp u esta si q u ie re ser ad ecu ad a, c o n sentido»9. P re g u n ta r abre u n ca­
m in o , p r o p o n e u n a se n d a p o r la q u e la resp u esta d e b e transitar. C o n la
p re g u n ta , efectivam ente, lo cu estio n ad o se coloca bajo u n a d e te rm in a d a
perspectiva. Pero, si cabe h a b la r así, b ajo u n a perspectiva q u e se m erece,
ad ecu a d a. E n el se n tid o d e q u e en to d a ex p erien cia está p resu p u e sta la
e s tru c tu ra d e la p re g u n ta . N o se h a c e n ex p erien cias sin la actividad del
p reg u n tar. L a a p e rtu ra q u e caracteriza a la esencia d e la experiencia tiene
la e stru c tu ra de la p re g u n ta . P re g u n ta r significa p o n e r en cuestión a q u e ­
llo acerca d e lo q u e se p re g u n ta , es decir, d ejar al d escu b ierto la ín tim a
fragilidad (la cu estionabilidad) de lo d a d o y p ro p o n e r u n reco rrid o e n di­
recció n al co n o cim ien to . P re g u n ta r es o p o n erse a la d u reza d e lo existen­
te, h a c e r saltar sus resistencias a b rie n d o e n su c o m p acta superficie grietas
d e se n tid o 10.
La resp u esta, p o r su p arte, n o es el efecto inevitable, el re c o rrid o for­
zoso p o r la se n d a se ñ alad a e n la p re g u n ta . Q u ien p re g u n ta d e verdad, ex­
p re sa n d o e n la in te rro g a c ió n sus m ás g en u in as carencias, c o rre el riesgo
d e d ejarse s o rp re n d e r p o r la respuesta (p o r eso n i las p reg u n tas retóricas,
ni las p re g u n ta s p edagógicas son p ro p ia m e n te tales: e n unas n o hay n a d a
p o r p re g u n ta r, en las otras n o hay n ad ie q u e lo haga). Estas co nsideracio­
M a n u k i, C h u z

nes tie n e n u n a fácil ap licación a ese particu lar ejercicio in terro g ativ o q u e
es la lectu ra d e u n texto. C u a n d o se p re te n d e c o m p re n d e r un tex to , se h a
d e estar disp u esto a d e ja r q u e n os d ig a algo. U n a conciencia fo rm a d a h er-
m en é u tic a m e n te , p ien sa G adam er, h a de te n e r u n a sensibilidad previa
hacia la alterid ad del texto. El sujeto d eb e estar dispuesto a escu ch ar lo q u e
el o b je to dice: só lo así se le re v e la rá (o desvelará) el o b je to al su je to
q u e p reg u n ta. Si esta relación es a b ierta — si se le d e n o m in a dialéctica— es
p o rq u e la llam ada «respuesta» n o cierra el círculo, sino q u e lo a b re de n u e ­
vo, ya q u e e n te n d e r (co m p ren d er) u n a respuesta es, a su vez, o tra p regunta.
A u n q u e u n a p re g u n ta d ete rm in a d a : n o cu alq u ier p re g u n ta . En ese
se n tid o , se h a p o d id o sostener, co n p a rte de razón, que «la resp u esta es la
d esg racia d e la p reg u n ta» en la m e d id a en q u e la respuesta o bliga a elegir,
a o p ta r p o r u n a , d e se c h a n d o infinitas solicitaciones. Es en to d o caso u n a
d esg racia relativa: el p recio d e la d e te rm in a c ió n p erm ite escap ar d e la
co m p leta indiferencia. P re g u n ta y respuesta circulan, p o r así decirlo, d e n ­
tro d el diálogo h e rm e n é u tic o y a d q u ie re n su se n tid o d e n tro d e l m ism o.
Q u e se co n sid ere este cauce insosteniblem ente estrecho d e p e n d e en g ran
m e d id a d e las expectativas q u e se alb erg aran co n an terio rid ad . A quel q u e
v en g a d e p e n s a r q u e lo im p o rta n te d e la filosofía (y p o r tanto, lo que m e­
rece se r sa lv ag u ard ad o) es ese d e sazo n an te m o m e n to fu n d a c io n a l del
aso m b ro y n o los d esarrollos con los q u e nos en fre n ta m o s a él, valorará
p o r en cim a d e to d o el im pulso q u e m ueve a la pregunta, d esd eñ an d o com o
ex crecen cia, im p o n d e ra b le o re m a n e n te cu alq u ier respuesta, sea la q u e
se a.'H ará suya la h e rm o sa fig u ra q u e p ro p o n ía M aurice B lan c h o t p a ra vi­
sualizar este ju e g o : «La p re g u n ta es el deseo del p ensam iento». L a réplica
p u e d e p lan tearse sin a b a n d o n a r la falsilla: la m e jo r m an era d e m a n te n e r
vivo el deseo n o es a p lazan d o c o n sta n te m e n te el m o m en to de su consecu­
ción, sino sie n d o capaz de e n c o n tra r las form as p a ra renovarlo.
P ero estam os, n o se olvide, en el m arco m ayor de la in te rp re ta c ió n . Lo
q u e significa, a n u estro s efectos, q u e la situación que m ejo r ejem plifica
este p ro ceso es la d e la h e rm e n é u tic a del texto. A plicando lo e x p u esto a
lo q u e a h o ra im p o rta , p o d em o s a firm ar co n G adam er: «el q u e un texto
tran sm itid o se co n v ierta e n objeto de la in te rp re ta c ió n q u ie re decir p ara
e m p e z a r q u e p la n te a u n a p re g u n ta al in té rp re te » 11. C o m p re n d e r u n tex­
to q u iere decir, p o r tanto, c o m p re n d e r esta p reg u n ta, acceder al h orizonte
d el p reg u n tar, q u e co m o tal c o n tien e necesariam en te tam b ién otras res­
p u estas posibles. P e ro an tes d e d a r el sig u ien te paso (y em p e z a r a h a b la r
d e la trad ició n ) conviene q u e subrayem os este trazo: p a ra alcanzar el sig­
n ificado de lo d ich o p o r alguien hay que saber cuál fue la p re g u n ta a la cual
q u iso d a r c o m o resp u esta lo d ic h o o esc rito 12. Este énfasis e n q u e la p re ­
g u n ta se h alla en el tex to y n o e n el in té rp re te in te n ta , no só lo p rev en ir

225
l-'n « S o f í a c o n t f . m i’o r á n f a

del p elig ro de an acro n ism o , sino tam b ién avanzar algo acerca de la n atu ­
raleza d e la tarea h e rm e n é u tic a . La p re g u n ta sólo se g ana desde e l texto
m ism o, y se le reco n o ce p o r su capacidad para h acer inteligible la resp u es­
ta e n ta n to qu e tal.
L a distan cia q u e G ad am er tom ó respecto de las h e rm e n é u tic a s deci­
m o n ó n icas se m u estra, desde aquí, irreversible: la p re g u n ta p o r reco n s­
tru ir n o co n c ie rn e a las vivencias intelectuales del autor, sino al se n tid o
d el tex to m ism o. Lo q u e aquél p e n s a ra n o es especialm ente re le v a n te 13.
E n consecuencia, tam p o co lo será el ideal de «entenderlo m ejor d e lo que
él se e n te n d ió a sí m ism o» y sim ilares. Com o, p o r ejem plo, el de q u e com ­
p re n d e m o s u n p ro ceso c u a n d o estam os en co n d icio n es d e p ro d u c irlo ar­
tificialm ente. Sólo q u e e n este caso la discrepancia v en d ría p o r o tro lado.
El lem a viq u ian o verum etfactum converluntur, esto es, el conv en cim ien to
d e q u e el h o m b re n o co n o ce v erd a d e ra m e n te más q u e lo q u e él h a c e , in­
te n ta saltar p o r en c im a de la historia. A am bos ideales, G adam er o p o n e el
d ato q u e le p ro p o rcio n an los filólogos: los textos son inagotables. L o trans­
m itid o m u e stra n u evos aspectos significativos en v irtu d d e la c o n tin u a ­
ció n d el aco n tecer. P ara n u estro a u to r es com o u n d ato d e ex p erien cia
(H a b e rm a s co m en ta, se d iría q u e co n ironía, q u e la a u to rid a d de e se dato
se p a re c e a la q u e el positivista co n ced e a la ex p erien cia sensorial) el que
n o p o d e m o s ag o tar el c o n te n id o de los textos e m inentes. H ay que asu m ir
q u e, d esp u és d e n o so tro s, o tro s e n te n d e rá n el m ism o tex to de m a n e ra
d istinta. Y con razón: la p ro p ia o b ra despliega, a golpe d e lectura, su plen i­
tu d d e sen tid o . O , si se p refiere utilizar la definición de clásico q u e ofre­
cía Italo Calvino: «U n clásico es u n lib ro q u e n u n c a te rm in a de d e c ir lo
q u e tien e q u e d e c ir» 14.
A su m ir esta c o n d ició n procesual (histórica, en realidad) de la tarea
h e rm e n é u tic a im plica, m ás específicam ente, a cep tar q u e e n e lju e g o pre-
g u n ta-resp u esta n in g u n a respuesta ag o ta la p re g u n ta q u e la originó. A un­
q u e, en realid ad , tal vez lo m ás p ro p io fu era d ecir q u e no hay u n lu g a r a
salvo. P o rq u e tam p o co el in té rp re te se lim ita a ser m ero cronista d e los
nuevos significados q u e va d e sp re n d ie n d o el texto e n su ro d a r p or el tiem ­
po . El m ism o está en el p ro ceso y esa u b icació n no p u e d e p o r m en o s que
afectar a su q u eh ace r. C u a n d o G a d a m e r re ite ra q u e el fe n ó m e n o her-
m e n é u tic o e n c ie rra e n sí el c a rá c te r o rig in al de la conversación e stá se­
ñ a la n d o q u e el cam ino q u e com unica al in térp rete co n el texto es d e doble
d irecció n . El in té rp re te n o es el m inucioso re sta u ra d o r de la p re g u n ta es­
c o n d id a e n los plieg ues del texto, b ajo capas de afirm aciones y lecturas.
Ni, m en o s aú n , u n n o ta rio privilegiado qu e se lim ita a levantar acta d e las
in te n c io n e s ajenas (privilegio q u e a su vez resu ltaría de im posible ju stifi­
cación: ¿cóm o sa b er si se h a c o m p re n d id o bastan te lo que el a u to r ten ía
M a n u e i. C r u z

en su m ente?, ¿qué o c u rre cu a n d o eso ni tan siquiera es posible p o rq u e


n o se sabe n a d a d e é l?). De a h í la c o n tu n d e n c ia gadam eriana: «El h ab lar
[...] d e “a u to r” sólo te n d rá relevancia h e rm e n é u tic a si n o se tr a ta de u n
d iálo g o vivo, sin o d e ex presiones fijadas»15. La relación en tre p re g u n ta y
resp u esta llega u n m o m e n to en q u e invierte su sentido, y es lo tran sm iti­
d o lo q u e in te rp e la al in térp rete, lo q u e le plantea u n a p regunta, lo que le
d a q u e p en sar («el q u e q u iera p en sar tiene q u e p reguntarse», G a d a m e r)16.
H asta aq u í h em o s v enido re c o rd a n d o , a m o d o d e c o n tra p u n to , la o p i­
n ió n d e q u ien es afirm ab an q u e c o m p re n d e r es revivir u n a o p in ió n ajena.
El re c o rd a to rio p r e te n d ía resaltar la especificidad del rec o rrid o gadam e-
ria n o p o r este ám b ito . La arg u m e n ta c ió n acu m u lad a e n tre ta n to d eb iera
p e rm itirn o s v ariar el to n o , in te n ta r ser u n poco conclusivos. Ya n o es sólo
q u e estem os, d e la m a n o de G adam er, m uy lejos d e d e te rm in a d o s trata­
m ien to s d ecim onónicos: es q u e la em presa h erm e n é u tic a en c u a n to tal h a
cam b iad o d e signo. A h o ra se trata, n ítid am en te, d e otra cosa. R ecapitulan­
do: q u e la c o m p re n sió n es diálogo significa q u e la verdad de u n a in te rp re ­
tació n sólo se d a e n la m aterialid ad d e la in te rp re ta c ió n d e otro. El g rado
en q u e otro c o m p re n d e lo que yo q u iero d ecir aparece e n su versión y sólo
a h í (p o rq u e si m i in te n c ió n n o expresada, o no suficien tem en te expresa­
da, es m era fan tasm ag o ría, id én tico valor tiene la m o n d a d eclaració n «yo
ya te e'n tien d o » d e m i in te r lo c u to r 17). Lo c o m p re n d id o , d irá G ad am er,
p asa así desd e la in d e te rm in a c ió n d e sen tid o a u n a nueva d e te rm in a c ió n ,
q u e p erm ite c o m p re n d e r o m alentender. La referencia al diálogo, p o r ta n ­
to, p ersig u e caracterizar con la m ayor precisión posible la n atu raleza de
este pro ceso . Su ca rá c te r n o individual, de u n lad o , en la m e d id a en q u e
el c o n te n id o se articu la h acién d o se u n b ien co m ú n (la e x p resió n indivi­
d u al se in serta sie m p re en u n h e c h o com unicativo y n o d ebe e n te n d e rse
co m o h e c h o in d iv id u a l). Y su co n d ició n abierta, procesual, d in ám ica, de
o tro . L o q u e el p ro p io G a d a m e r resu m e en la frase « c o m p re n d e r u n a
p re g u n ta q u ie re d ecir p reg u n tarla» .

T r a d i c i ó n (y p r e j u i c i o )

P ero n o es ú n ic a m e n te la posición revivencialista (si tal p a lab ra existe)


la q u e q u e d a d e este m o d o rechazada. T am bién el viejo tem a d e los proble­
mas permanentes, ta n caro a u n a cierta historiografía filosófica co n serv a d o ­
ra, se ve d escartad o . D ebiera estar claro p o r qué: n o existe u n lu g a r exterior
a la histo ria d esd e el cual q u e p a p e n s a r la id e n tid a d de u n p ro b lem a e n la
ev o lu ció n d e los in te n to s históricos d e resolverlo. G adam er, e n cam bio,
co n sid era desde dentro la co m p ren sió n , y la ve co m o un diálogo e n el seno

227
F i l o s o f í a c o n t f .m p o r á n l a

d e la trad ició n 18. A quella inicial alusión al círculo h erm en éu tico en clave de
trad ició n p u e d e ser co m p letad a ahora: in te rp re ta r u n a tradición es p arte,
e n efecto , d e esa m ism a tradición, p e ro eso significa que sólo p u e d e ha­
cerse d esd e la trad ició n m ism a, no q u e esté g arantizada la c o rre c ta in ter­
p retació n . T am b ién la m ala in te rp re ta c ió n fo rm a p a rte de la tradición.
P o r eso se p u e d e a firm ar q u e el círculo h e rm e n é u tic o es fu n c ió n del
c a rá c te r fin ito d e la ex isten cia h u m a n a . Lo q u e, p o r lo p ro n to , im plica
q u e la trad ició n n o es fatalidad, ni ag o ta su utilidad e n la sanción, m ás o
m e n o s tra n q u iliz a d o ra , d e lo h e r e d a d o (c o n n o ta c ió n a la q u e sin d u d a
invita el p ro p io té rm in o ). P o r el c ontrario, el concepto de tradición, q u e le
h a b ía serv id o en p rin cip io a G ad am er p ara el exclusivo p ropósito d e ha­
c er inteligible — esto es, fu n d a m e n ta r— la com prensión (ésta se m anifies­
ta com o u n acontecer, y específicam ente com o u n acontecer d e la tradición
o tran sm isió n ), se irá revelando a lo largo d e su o b ra com o u n co n cep to
m áx im am en te am bicioso hasta llegar a constituir la pieza básica en su con­
fig u ració n d e la id e a de razón — y, m ás allá, a u n q u e todavía no hayam os
p ro p o rc io n a d o los elem en to s p a ra arg u m en tarlo , el elem en to m ás defi-
n ito rio d e su p ro p u esta.
Es im p o rta n te resaltar esto p o rq u e , a m en u d o , el énfasis g ad am erian o
e n la trad ició n h a sido valorado com o si el a u to r de Verdad y método se estu­
viera a lin e a n d o ju n to al irracionalism o fre n te al racionalism o ilustrado,
c u a n d o e n realid ad, seg ú n él, n o hay conflicto e n tre trad ició n y razón. El
m a le n te n d id o p ro viene, sin d u d a, d e la arra ig a d a ten d en cia a co n sid erar
la trad ició n co m o m e ra persistencia, com o irracio n al afán d e conservar
fre n te a las arro llad o ras novedades de la historia. Esa im agen p ro b a b le ­
m e n te fu n c io n a p o rq u e se apoya en la analogía con los fen ó m en o s n a tu ­
rales, e n los q u e «persistir» se identifica co n u n a p erseverancia casi m in e­
ral en el p ro p io ser. N o es así com o e n tie n d e G ad am er la tradición, n i esa
tarea m e ra m e n te defensiva es la q u e le atribuye. P o r el co n trario , c u an d o
se p ro n u n c ia a favor d e la d ig n id a d d e la tradición, n o se refiere a la tradi­
ció n en g en eral, sino a aquellas tradiciones cuyo p o d e r se fu n d a en su ra­
cion alid ad .
Estos m atices n o p re te n d e n oscurecer, y m u ch o m en o s negar, el com ­
p o n e n te conservador q u e im plica la idea de tradición. El p ro p io G ad am er
n o lo esco n d e: «La trad ició n es esen cialm en te conservación, y co m o tal
n u n c a d e ja d e estar p re se n te en los cam bios históricos»19. A h o ra b ien , la
sola co n statació n d e este c o m p o n e n te n o basta p a ra e n te n d e r la m ag n i­
tu d d e los ataq u es recibidos p o r la id ea g ad am erian a. E n realidad, la m a­
yor p a rte d e ellos se apoya en u n a confusión, h e re d a d a del co ntencioso
e n tre ro m an ticism o e ilustración, consistente e n co n sid erar esa conserva­
ció n co m o u n a o p e ra c ió n ajen a p o r co m p leto a la razón, en e n te n d e r la

22 8
\ l \ \ l I I C .íl 1

trad ició n c o m o m e r o dato h istó rico fren te al cual la razón no ten d ría m ás
r e m e d io qu e e n m u d e ce r . Pero el p la n te a m ie n to d e b e ser el contrario: e s­
tam o s a n te u n a c to d e razón. Para G adam er conservar y presentar un a
trad ición es un a c to tan libre y racional c o m o tratar de elim in arla. N o es
su fic ie n te c o n p en sa r la tradición c o m o algo d a d o , c o m o un e n sí: es p r e ­
ciso afirm arla y asum irla. C on otras palabras, la tradición req u iere cultivo,
ju stific a ció n y c u id a d o . Estos p r o n u n c ia m ie n to s n o son m e r a m e n te p r o ­
gram áticos, n o p u e d e n ser e n te n d id o s tan só lo c o m o b ie n in te n c io n a d a s
d e c la r a cio n es d e p rin c ip io , en tre otras razones p o rq u e p la n te a n p ro b le­
m as d e co n sid e ra b le envergad ura. El más im p o rta n te d e los cu ales proba­
b le m e n te sea el d e superar la o p o s ic ió n e x clu y e m e entre trad ición y lib er ­
tad racional.
P ero si d e c im o s q u e no basta con con sid erar la tradición c o m o m era­
m e n te dada es para dejar claro q u e, por su p u esto , algo d e eso hay. G ada­
m e r lo r e c o n o c e , a u n q u e d e fo rm a ind irecta, c u a n d o a r g u m e n ta a favor
d e la c o n d ic ió n irreb asable, in su p era b le, d e la id ea de trad ición y se p r e ­
gunta: «¿Puede considerarse q u e la conversación c o n el co n ju n to d e n u e s­
tra trad ición filo só fica , en la q u e n o s e n c o n tr a m o s y qu e n o so tr o s m ism os
s o m o s e n cu a n to q u e filo so fa m o s, ca rece de fu n d a m e n to ? , ¿es q u e es n e ­
cesaria u n a fu n d a m e n ta c ió n d e a q u e llo q u e n o s está s o s te n ie n d o d e sd e
siem p re? » 20. Estos énfasis tal vez h agan co m p r e n sib le la d esco n fia n za c o n
la q u e filo so fía s y filó so fo s q u e se q u isiera n progresistas han in ter p r e ta ­
d o esta categoría, tan central e n la p ro p u esta gadam eriana, p e r o en to d o
ca so n o la ju stific a n . P o rq u e n o e n tra n e n el c o n te n id o d e la tra d ició n ,
n o p e r c ib e n la e sp e c ific id a d d e l e m p le o q u e G a d a m er hace d e la m is­
m a, y se lim itan a e n te n d e r la — y d e sec h a r la — e n su a c ep ció n m e r a m e n ­
te form a l.
N o se p r e te n d e e n a b so lu to sugerir q u e, al a c ce d e r a lo q u e im p orta,
to d o q u e d e claro, o q u e los a sp ecto s p o lé m ico s d esaparezcan. AI con tra­
rio. H asta aqu í, n u estra lectura d e G adam er ha invitado a c o lo c a r el fo c o
d e a te n c ió n so b re el c o n c e p to d e trad ición más q u e sobre el d e in terp re­
ta ció n , c o m o su e le ser fr e cu en te al hablar de la filo so fía h e r m e n é u tic a .
L o h e m o s h e c h o a base d e pensar la in terp retación c o m o d iá lo g o para, se ­
g u id a m e n te , req uerir el m arco q u e lo hace p o sib le (y, p o r tan to, in telig i­
b le) . La o p c ió n d esech a d a , a q u é ocultarlo, tien e m u ch o s d efen sores. P ero
ta m b ién u n p e lig r o im p o rta n te. El d e q u e, seg ú n c o m o se e n tie n d a ese
interpretar, los c o n fin e s d e la filo so fía h e r m e n é u tic a te r m in e n c o n fu n ­
d ié n d o se c o n los d e la filo so fía sin más. Estaría c o rr ie n d o de esta form a
una su erte a n á lo g a a la q u e en otros m o m en to s co rriero n el existen cialis-
m o y e l histo ricism o . P u esto q u e, e n e fe cto , si caracterizam os la h e r m e ­
n é u tic a p o r su a te n c ió n al p asad o y p o r la in terp reta ció n que lleva a cab o

229
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

d e alg u n o s textos, la p re g u n ta q u e d e fo rm a inevitable b ro ta es: ¿y q u é co­


rrie n te filosófica n o h a in te rp re ta d o textos?
El d e b a te se h a d e p la n te a r, p u es, e n el te rrito rio d e los c o n te n id o s.
Y a h í las aristas discursivas son, si cabe, m ás afiladas. P o rq u e el co n cep to
fu n d am en tal q u e sirve p ara desarrollar el de tradición es el d e p reju icio 21.
A p rim e ra vista se d iría q u e, d e fe n d ie n d o la im p o rtan c ia de los prejuicios,
G ad am er parece p ersev e rar en su tan d en o stad a a ctitu d anti-ilustrada.
E fectivam ente, su insistencia e n q u e la realid ad histórica del ser del h o m ­
b re está co n stitu id a p o r sus prejuicios le e n fre n ta al co n v en cim ien to de
los ilustrados, q u e afirm ab an la c e n tralid ad de losjuicios. P ero, de nuevo,
la d efen sa d e la p o sició n g ad am erian a p asa p o r u n co rre cto análisis d e sus
p ro p u estas. Sería rid íc u lo p en sar q u e G ad am er hace ap o lo g ía de los pre­
ju icio s e n te n d id o s co m o u n co n fin am ien to d o g m ático en las creencias
h e re d a d a s o, p e o r aú n , com o u n a m anifestación de oscurantism o.
Los p rejuicios p u e d e n ser acep tad o s sin crítica e n virtud d e la a u to ri­
d a d n o rm ativ a d e la trad ició n , q u e los legitim a. La fu n ció n q u e d esarro lla
la trad ició n m ed ian te este tipo de actos n o es la de sustituir la c o m p re n ­
sión (o, e n g en eral, la d e dificultar el co n o cim ien to ), sino ju s ta m e n te la
d e h a c e rla posible. Así es com o d e b e e n te n d e rse la a n te rio r afirm ación
g ad a m e ria n a acerca d el carácter irreb asab le de la tradición: ésta constitu­
ye el espacio en el q u e n os m ovem os, en el que, p o r decirlo a la m a n e ra
de O rteg a, reposam os. A u n q u e tal vez fu e ra m ejor — p o r más preciso— de­
cirlo a la m a n e ra h eid eg g erian a, re to c a n d o m ín im am en te los térm inos.
P o d ría m o s a firm ar e n to n c e s que el h o m b re, m ás q u e u n ser-en-el-mundo,
es u n ser-en-la-tradición. En el se n tid o de q u e nos en co n tram o s ya siem pre
en trad icio n es, es decir, estam os ya sie m p re envueltos en este a c o n te c e r
q u e es la trad ició n . P ues bien, lo q u e vale p ara la tradición, vale asim ism o
p a ra los preju icio s, p o rq u e éstos son el c o n te n id o d e aquélla. Q u e los
h o m b res se hallan instalados en prejuicios, q u iere d e c ir q u e re sid e n en
u n a trad ició n h istórica d e n tro d e la cual h a n n acido y se h an d esarro llad o
y d e n tro d e la cual es posible el diálogo y la com unicación. D e d o n d e se
d esp re n d e el rasgo q u e nos interesaba resaltar d e ellos: e n n in g ú n caso de­
b e n ser vistos co m o obstáculos p a ra la c o m p ren sió n , sino m ás b ien com o
co n d icio n es previas d e la m ism a.
El cam b io en los ace n to s h a h e c h o a p a re c e r u n a nu eva p alab ra. Ni
p ro c e d ía an tes alim e n ta r el tópico d e q u e tradición se identifica co n nos­
talgia o c o n co n serv ad u rism o ni, p o r la m ism a lógica, cabe a h o ra m a n te ­
n e r q u e los prejuicios d erivan d e las lim itaciones intrínsecas al in té rp re te .
Al privilegiar esa específica c o m u n id ad d e se n tid o q u e es la trad ició n cul­
tural, G ad am er está situ an d o las cosas e n u n te rre n o inequívocam ente
epistem ológico (no psicológico o político). O p eran d o así, se percibe b ien

230
M a n u e l C ruz

la u b icació n d el a u to r en la discusión h ered ad a. El rechazo, tan caracte­


rístico d el p en sa m ie n to ilustrado, d e todo prejuicio está lejos de se r u n a te­
sis ev id en te p o r sí m ism a. La p ro p u e sta g ad am erian a de d istin g u ir en tre
b u e n o s y m alos p reju icio s n o es u n a m e ra invitación a la p o n d e ra c ió n o al
ju sto térm in o m ed io e n filosofía. Se trata de rechazar aquellos — to d o aq u e­
llo, e n realid ad — q u e p u e d e n im p ed irn o s co m p re n d e r la cosa m ism a.
E n Verdad y método se les señala con el dedo: «Son los prejuicios n o percibi­
d o s los q u e co n su d o m in io nos vuelven sordos hacia la cosa d e q u e nos
h a b la la trad ició n » 22.
¿Q ué ju stificació n tien e en to n c e s el rechazo indiscrim inado p o r p arte
d e la Ilu stració n a cu alq u ier prejuicio? La respuesta g ad am erian a es clara
y ro tu n d a : este re c h a z o es, él m ism o, u n p rejuicio («el p re ju ic io c o n tra
to d o prejuicio») y d a lugar a u n p ro fu n d o m alen ten d id o teó rico en la
m e d id a e n q u e es u n p rejuicio básico, fundacional. Al red u cir el significa­
d o d e p reju icio al d e ju ic io n o fu n d a m e n ta d o , el pen sam ien to ilu strad o
co n trib u y e a d esv irtu ar la idea d e tradición. N o es ésta u n a red u cció n in ­
g e n u a o a p re su ra d a . A fin d e cu en tas, sólo e n la Ilustración a d q u ie re el
c o n c e p to d e p reju icio el m atiz negativo que a h o ra tiene. E n sí, preju icio
h a b ía q u e rid o d e c ir siem pre u n ju ic io que se fo rm a antes d e la convalida­
ció n definitiva d e to d o s los m o m e n to s q u e son objetivam ente d e te rm i­
n an tes. F o rzar la asim ilación d e p reju icio y ju icio falso tien e q u e ver co n
u n a s prem isas filosóficas q u e la Ilu stració n h ace suyas. E n c o n creto , las
d el racio n alism o d e in sp iración cartesiana, p a ra el cual n o resu lta acep ta­
ble to m a r p o r c ierto n a d a sobre lo q u e q u ep a alg u n a duda. La Ilustración
p ersev era en esta actitu d , a rg u m e n ta n d o q u e sólo la fu n d am en tació n , la
g a ra n tía d el m é to d o , co n fiere al ju ic io su dignidad. La ciencia m o d e rn a
(las ciencias europeas, p o r decirlo c o n H usserl) n o es otra cosa d esd e esta
persp ectiv a q u e la cu lm inación del p roceso d e exclusión total d e los p re ­
ju icio s. El pro ceso , p la n te á n d o lo d esd e o tro ángulo, de co n v ertir en im ­
p en sab le la p o sib ilid ad d e qu e haya otros m odos d e certeza.
G ad am er en cam bio se sirve de las ideas de tradición y d e prejuicio p a ra
fu n d a m e n ta r u n a específica idea del conocim iento. P or consiguiente, rein ­
cid ir e n el an tag o n ism o Ilustración-R om anticism o, p ara a c o n tin u ació n
p o d e r a lin ear c ó m o d a m e n te al a u to r de Verdad y método en las filas de este
últim o , constituye u n p la n te a m ie n to qu e no hace justicia p o r lo m en o s al
m o d o e n q u e el p ro p io G ad am er p ercib e su proyecto. A nte to d o p o rq u e
el p re su n to a n tag o n ism o n o sie m p re es tal, com o q u ed a b ien ejem plifica­
d o e n el caso d el historicism o. Se c o m p ru e b a al analizarlo la existencia d e
u n esq u em a básico q u e el R om anticism o co m parte con la Ilustración y q u e
llega a se r p rem isa in to cable precisam en te p o r la reacción ro m án tic a co n ­
tra la Ilu stració n , a saber, el esq u em a de la su p e rac ió n del m ito p o r el lo-

231
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

gos. Lo c o m p arte, a u n q u e , eso sí, co n u n matiz: invierte la valoración de


los térm in o s. P ara G ad am er esta inversión ro m án tic a del p a tró n valora-
d o r d e la Ilu stració n (este in te n ta r «hacer valer lo viejo com o viejo») lo
q u e consigue es ju s ta m e n te p e rp e tu a r el p resu p u esto de la Ilustración, la
o p o sició n ab stracta d e m ito y razón.
D e d o n d e se d e s p re n d e el asp ecto acaso m ás im p o rta n te d e la crítica
g a d a m erian a al m e n c io n a d o an tag o n ism o e n tre co rrien tes. Es el esque­
m a e n cu a n to tal lo q u e n o vale. T an im p ro c e d e n te es el su eñ o e n la libe­
ració n d e to d a su p e rstició n y to d o p rejuicio d el pasado, com o la c reen cia
e n la p erfe cció n d e la co n cien cia m ítica. Y, a la inversa (el m ism o esque­
m a b o ca a b a jo ), el p resu p u esto d e la «m isteriosa o scuridad en la q u e vive
u n a c o n cien cia colectiva m ítica a n te rio r a to d o pensar» es tan abstracto y
tan d o g m ático co m o el d e u n estado p erfe cto de ilustración total o de sa­
b e r absoluto. T o d a co nciencia m ítica es tam bién siem pre u n saber: la con­
cien cia m ítica sabe d e sí m ism a y en d ich o saber, sostiene G a d a m e r acep­
ta n d o en este p u n to el análisis d e A d o rn o y H o rk h e im e r en Dialéctica de la
Ilustración, ya n o está e n te ra m e n te fu e ra de sí m ism a.
Q u e las ideas d e tradición y de prejuicio fu n d a m e n ta n , com o acaba­
m os d e afirm ar, u n a específica id ea del conocim iento significa, en co n cre­
to, q u e so n los e lem en to s básicos c o n los qu e c o n stru ir u n a n ueva figura
d e la c o m p re n sió n , d e s tin a d a n o ta n to a p o stu larse com o alte rn a tiv a al
m o d elo g n o seo ló g ico d e fe n d id o p o r la Ilustración (lo cual p ro b a b le m e n ­
te d a ría arg u m en to s a quienes asim ilan el proyecto g adam eriano al ro m a n ­
ticism o) co m o a e n c o n tra r u n a fo rm a aceptable d e articulación co n su
id e a d e razón. Los p rejuicios, p o r tan to , lo m ism o q u e la tradición, n o cie­
rra n , o n o cierra n n ecesariam en te, el cam po d e la co m p ren sió n , sin o que
m ás b ien lo a b ren . E n to d o caso, constituyen el en tra m a d o básico q u e de­
te rm in a todas n u estras posibles experiencias. S on la co n d ició n d e posibi­
lid ad d e q u e las cosas accedan a su sentido. N o hay provocación, sino es­
tricta co h eren cia, en la afirm ación d e G adam er, subrayada en el p ro p io
tex to , «los p rejuicios d el individuo, m u c h o m ás q u e susjuicios, so n la rea­
lid ad h istó rica d e su ser»23. Q u é o tra cosa se p u e d e so sten er c u a n d o se
p ro v ien e d e u n a crític a rad ical a la privatización d ilth ey an a de la com ­
p re n s ió n 24 y se q u ie re ir a p a ra r a la reivindicación d el h o m b re co m o ser
h istó rico .
P ero la c o h e re n c ia n o g arantiza p o r sí sola la b o n d a d de la a rg u m e n ta ­
ció n (p o d ría d arse q u e G ad am er fu e ra u n ejem plo d e au to r a tra p a d o en
el in te rio r d e sus p ro p ias p rem isas). Q u e d a p o r plantear, m ás allá de los
d ise ñ o s p ro g ra m á tic o s o los ju ic io s globales d e in te n c ió n , la p a rtic u la r
fo rm a e n q u e el e n fo q u e g ad am erian o resuelve las dificultades q u e sus te­
sis p lan tean . Así, a ú n a c e p ta n d o q u e la refe ren cia a los prejuicios parece
M a n ije i. C ruz

u n a cau tela n ecesaria p a ra n o c o n fu n d ir las ilusiones ilustradas acerca d e


la razó n co n la realid ad d e su ejercicio, sería a todas luces inacep tab le u n a
p ro p u e sta q u e n o fu e ra capaz d e discrim inar e n tre prejuicios, q u e no n os
p ro p o rc io n a ra los m ed ios p a ra co nvertir en h erra m ie n ta s epistem ológi­
cas lo q u e, d e o tro m o d o , n o p asa ría n de ser sospechas o reservas del su ­
je to h acia sí m ism o. P ro c ed e, p u es, d ecir algo m ás sobre u n a su n to q u e
an tes sólo se n o m b ró , el de la natu raleza de los malos prejuicios. O tal vez
fu e ra m ejo r d en o m in a rlo s ya prejuicios falsos: con este o tro n o m b re p a re ­
cen señ alarn o s la clave de la dificultad (el m o d o d e em pleo co rre c to d el
c o n c e p to ).
P o rq u e en definitiva lo qu e convierte en v erd ad ero o falso (tam b ié n
en b u e n o o m alo) u n p rejuicio es el h e c h o de q u e posibilite o d isto rsio n e
la co m p ren sió n . P lan tead o e n fo rm a de «instrucciones p a ra el in té rp re ­
te»: c u a n d o nos h allam os an te u n texto no es preciso d ejar a u n lado to ­
das las o p in io n es previas, sino sólo aquellas q u e p u e d e n influir negativa­
m e n te en la co m p ren sión. Es el p ro p io G adam er q u ien en este p u n to d eja
h a b la r a H eid eg g er: «... sólo se c o m p re n d e re alm en te cu an d o la in te rp re ­
tación h a c o m p re n d id o q u e su tarea prim era, ú ltim a y co n stan te consiste
en no dejarse imponer nunca por ocurrencias propias o por conceptos populares n i
la p osició n , ni la previsión ni la anticipación, sino e n asegurar la elab o ra­
ció n del tem a científico desde la cosa misma»25 (subrayado, M. C .) . Dos as­
p ecto s q u e d a n d e esta fo rm a destacados. El q u e busca c o m p re n d e r h a d e
estar disp u esto a d ejarse d ecir algo p o r la cosa. P ero esa cosa, e n h e rm e ­
néutica, n u n c a se d a desvinculada de u n a d e term in ad a posición. P rejuicio
y cosa n o son dos p olos fijos y estables, sino q u e m ás bien d e b iera hablarse
d e u n a m ovilidad dialéctica e n tre am bos, de tal m a n era q u e el p rejuicio
n o s m u estra la cosa al m ism o tiem p o que la cosa provoca y o rig in a la revi­
sió n d e aquél.
El p reju icio es la fo rm a q u e reviste la invitación del in té rp re te a que la
cosa to m e la p alab ra (se h ag a e n te n d e r). A nte u n prejuicio arb itrario , o
m e ra m e n te subjetivo, la cosa p e rm a n e c e m u d a. Es en ese se n tid o en el
q u e p o d em o s d ecir q u e los prejuicios verdaderos o b tie n e n tal c o n d ició n
d e la v erd ad d e la cosa m ism a a c o m p ren d er: en id én tico en el q u e deci­
m os q u e c o m p re n d e r es co rre r u n riesgo (de otra form a n o p o d ría m an te­
n e r la aspiración a co n o cim ien to ). C uando nos hallam os ante u n texto, la
co m p ren sió n exige estar ab ierto a las opiniones q u e nos transm ite. O tam ­
b ién : el in té r p re te d e b e estar d isp u e sto a co n v ersa r co n el te x to . Q u ie n
trata d e c o m p ren d er, so sten d rá G adam er, está expuesto a los e rro re s d e ri­
vados d e p resu p o sicio n es q u e n o e n c u e n tra n co n firm ació n en las cosas
m ism as. P ero , co m o c o n tra p a rtid a , el q u e su p e ra c o n éxito esa co n fro n ta ­
ción, el q u e va v ien d o cóm o sus proyectos, sus anticipaciones, van siendo

233
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

convalidadas e n las cosas m ism as, o b tien e la ú n ic a objetividad posible que


p o d ría d arse en to d a c o m p ren sió n . N o disponem os d e o tra fo rm a d e irle
a b rie n d o paso a la v erd ad q u e la d e p e rm itir a la cosa que se m anifieste
co m o es (en el caso d el texto: q u e se e x p re se ), d e m o d o que se le d e je que
m o d ele las o p in io n es previas — positivas— q u e conservam os. En sum a, la
d istin ció n e n tre p reju icio s v e rd ad ero s y prejuicios falsos viene d a d a p o r
la convalidación e n la cosa m ism a.
Estas co n sid eracio nes, si b ien n o resuelven todos los p roblem as, cuan­
to m en o s p a re c e n co lo carn o s en el cam ino p a ra em pezar a h acerlo. La
afirm ació n seg ú n la cual los prejuicios, lejos d e ocultar, co m o su p o n ía n
los filósofos ilu strad o s, constituyen la posibilidad de u n a desvelación p u e­
d e ser ya e n te n d id a e n sus ju sto s térm inos: constituyen tan sólo u n a posibi­
lidad, cuya m aterialización d e b e rá irse c o n cretan d o a lo largo de u n p ro ­
ceso. H em o s in sin u a d o u n a d e las co ndiciones de las q u e d e p en d e: la
c o rre c ta a u to co n cien cia de los m ism os. No es éste u n requisito q u e nos
ven g a d e nuevas. E stábam os advertidos p o r el p ro p io G adam er d e la im­
p o rta n c ia d e h acerse cargo de las p ro p ias anticipaciones co n el o b jeto de
q u e el tex to m ism o p u e d a p resen tarse e n su p ro p ia a lterid ad y o b te n g a la
p o sib ilid ad d e c o n fro n ta r su v erdad objetiva fre n te a las o p in io n e s pro­
pias. P ero G ad am er n o esconde la dificultad d el problem a: «M ientras u n
p reju icio nos está d e te rm in a n d o , ni lo conocem os ni lo p en sam o s com o
ju ic io » 26. ¿C óm o, en to n ces, convertirlo e n visible? C iertam en te n o a b a s e
d e se p a ra rlo d el c o n te x to e n el q u e o p era, aislarlo y d ise ccio n arlo com o
si d e u n filosofem a cu alq u iera se tratara. Ni es cuestión de q u e nosotros
p o d am o s h a c e r p a te n te el p reju icio a través d e u n a in tuición intelectual.
La re c o m e n d a c ió n g ad am erian a es la de aplicarle, tam bién a él, la es­
tru c tu ra lógica d e la p re g u n ta . D ifícilm ente p o d ía se r de o tra m a n e ra si
reco rd am o s la condición hermenéutica suprema: la c o m p ren sió n co m ienza
allí d o n d e algo n o s in terp ela. Así, p o r ejem plo, cu an d o u n texto provoca
n u e s tra ex trañ eza, c u a n d o nos in te rp e la desde su resistencia a sa n cio n ar
los esquem as categ o riales previos con los q u e acudíam os a su lectura, la
reacció n h e rm e n é u tic a c o rre c ta es la d e esforzarse e n reco n o cer la alteri­
d a d en cu a n to tal, ad ap tarse a ella y, d e esta form a, cam biar o am p liar el
h o riz o n te p ro p io d el p reg u n tar. Lo q u e en ese caso re alm en te «estim ula
el prejuicio» (G ad am er) y d e te rm in a el que p o d am o s hacerlo p a te n te es
la ex p erien cia d el ch o q u e con el texto. De acu erd o co n todo lo que dijimos
e n su m o m en to a este respecto (resum ible en la tesis d e que la esencia de la
p re g u n ta es el a b rir y m a n te n e r abiertas posibilidades), el cuestionam ien-
to d e u n p reju icio n o im plica su a b a n d o n o y su inm ediata su stitu ció n p o r
o tro . E sta es m ás b ie n la in g e n u id a d d el objetivism o histórico: la p re te n ­
sión d e q u e u n o puede hacer caso omiso de sí mism<P'. L a p reten sió n gadam e-

234
M a n u iu . C r u z

ria n a es d e o tro o rd e n , p ara a lg u n o tal vez m en o s resolutivo, a saber, ins­


crib ir el p reju icio en la d im en sió n q u e le es m ás propia. Cuál sea esa «di­
m en sió n m ás pro p ia» se so b reen tien d e. Si los prejuicios n o so n u n resi­
d u o fijo y p e rm a n e n te de o p in io n es y valoraciones, ¿tiene se n tid o q u e
esp ere m o s u n a co n cien cia clara de ellos? C laro q u e no, p o rq u e eso sería
co m o alb erg ar u n a esp eran za desm esu rad a p a ra n u estra escala. Los p re ­
ju icio s co n stitu y en la realidad histórica de nuestro ser.
H a sido, p ues, al in te n ta r resolver «la v erd ad era cuestión crític a de la
h erm en éu tica» (así se la califica e n Verdad y método), la d e d istinguir los
p reju icio s v erd ad ero s, bajo los q u e c o m p ren d em o s, de los prejuicios fal­
sos, q u e p ro d u cen los m alentendidos, cuando se nos ha aparecido d e m o d o
ex p reso la historia. Es al analizar este p ro b lem a c u an d o G a d a m e r afirm a
co n clarid ad q u e u n a co n cien cia fo rm ad a h e rm e n é u tic a m e n te tiene que
ser también conciencia histórica. L a m ovilidad h istó rica no es sólo cosa d el
a c o n te c e r sino tam b ién del p ro p io co m p ren d er. El c o m p re n d e r d eb e se r
p e n sa d o com o u n d esplazam iento d e u n o m ism o hacia u n a c o n tece r d e
la trad ició n . El re ite ra d o énfasis g ad am erian o en lo procesual n o p re te n ­
d ía ni aplazar ni d esp lazar los problem as. Al co n trario , perseg u ía a trib u ir­
les u n c o n te n id o categorial preciso. C u an d o G ad am er p ro clam ab a la n e ­
cesidad d e s u p e ra r la oposición abstracta e n tre tradición e investigación
h istó rica, e n tre h isto ria y co n o cim ien to de la m ism a, estaba a p u n ta n d o a
la cu estió n a la q u e a h o ra h em os llegado, la d el esclarecim iento d e la p ro ­
p ia h isto ricid ad . E sclarecim iento q u e se p u e d e resum ir en la tesis: la histo­
ria no nos pertenece a nosotros, sino nosotros a ella. P ara llegar aq u í h u b o q u e
to m a r distan cia d e S cheleirm acher, de Dilthey, y tam bién de la Ilustra­
ción. Y h u b o q u e ap ro x im arse a H eidegger.
P o rq u e es d e in sp iración fu n d a m e n ta lm e n te heid eg g erian a la idea d e
q u e la distan cia en el tiem p o es co n d ició n d e posibilidad p a ra la m en cio ­
n a d a au to co n cien cia histórica. La productividad h erm en éu tica d e esa dis­
tan cia sólo p u e d e ser p en sad a d esde el giro ontológico q u e dio H eid eg ­
g e r a la c o m p ren sió n (al q u e ya hicim os refe ren cia e n su m o m e n to ). Tras
él, el tiem p o ya n o se e n tie n d e com o u n abism o q u e h u b iera de se r salva­
d o p o rq u e p o r sí m ism o sería causa d e división y lejanía, sino c o m o el fu n ­
d a m e n to qu e su sten ta el ac o n te c e r en el q u e tien e sus raíces el p resen te.
C o n sid erarlo co m o algo a su p e ra r e ra m ás b ien el p resu p u esto in g e n u o
d e u n cierto histo ricism o (p o r ejem plo, del q u e creía q u e la fu n ció n d el
h isto riad o r era viajar al pasado y p o n erse en el lu g a r de u n p erso n aje his­
tórico) . A u n q u e n o sólo de él, d ic h o sea de paso. D ictam inar el d o m in io
d el p asado sobre el p resen te (com o tam bién h ace e n definitiva q u ie n co n ­
sidera, a lo R anke, q u e el h isto ria d o r es q u ien se lim ita a c o n ta r las cosas
tal y co m o su c ed iero n ) o el del p resen te sobre el pasado (com o m an tie­

235
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

n e n q u ien es a firm a n q u e los relatos históricos n o son m ás que m u d ab les


co n stru ccio n es, elab o rad as d esde los cam biantes presentes) re p re se n ta n
sim étricos in ten to s d e obviar el tiem po, de negarle toda relevancia gnoseo-
lógica. F ren te a am bos, d e lo q u e se trata p a ra G adam er es de re c o n o c e r
la distan cia en el tiem p o com o u n a posibilidad positiva y productiva del
co m p ren d er. La d istan cia tem p o ral tien e u n a fu n ció n p ro d u c to ra de sen ­
tido: d eja a p a re c e r el sen tid o v erd ad ero e n c e rra d o en la realid ad del o b ­
je to . N u estra p e rte n e n c ia a la trad ició n , así com o la historicidad in h e re n ­
te a to d a ex p erien cia, n eu tralizan ese carácter abism al e n tre el in té rp re te
y a q u ello q u e se h a d e co m p ren d er, pu esto q u e «la co n tin u id ad d e la tra ­
d ició n y d e la p ro ced en cia, a cuya luz se nos ab re to d o lo transm itido, cu­
b re esa d istancia»28.
Las refe ren cias a H e id e g g e r p rev ien en d el equívoco. L a relació n c o n
la tra d ic ió n y c o n los prejuicios n o es u n a op ció n : es u n a c o n d ició n d el
h o m b re . T am p o co es u n d estin o o u n a fatalidad. G a d a m e r re ite ra en d i­
versos pasajes d e su o b ra la m ism a idea: estar e n la tradición n o lim ita la
lib e rta d d el co n o cer, sino q u e la h ace posible. ¿Q uiere esto d e c ir que n o
hay u n fuera d e la tradición? N o exactam ente. Q u iere decir m ás b ien q u e
d e sd e ese fuera n o cab e e n te n d e r la 29. El q u e se sale de la relació n vital
c o n la tra d ic ió n d e stru y e el v e rd a d e ro s e n tid o d e ésta. T a n to e lla c o m o
los p reju icio s so n p o sib ilid a d e s p a ra a b rir c am in o s nuevos d e n tr o d e l
a c o n te c e r h istó rico . L a trad ició n es siem p re u n m o m e n to de la lib e rta d
y d e la h isto ria m ism as. La trad ició n o p e ra d e este m o d o com o u n posi­
ble in c ita n te a su su p e ra c ió n histórica; sólo p o rq u e hay u n a tra d ic ió n
h istó rica d ad a, p u e d e n ab rirse cam inos nuevos. L a p ro p ia h e rm e n é u ti­
ca d e b e ser e n te n d id a e n este m arco . E n rigor, la h e rm e n é u tic a es p a ra
G a d a m e r u n a c o n te c e r histórico, y esp ecífica m e n te un a c o n te c e r de la
trad ició n , e n c a m in a d o a p o n e r d e relieve lo q u e p o d ría llam arse el p a r ­
ticu lar a c o n te c e r d e la verd ad y el m é to d o q u e d e b e seguirse p a ra desve­
lar este aco n tecer.
Se h a cu m p lid o la previsión gad am erian a. La revisión d e aq u ella exi­
g e n c ia global ilu stra d a d e s u p e ra r to d o p reju icio nos h a co lo cad o a las
p u ertas, co m o se a n u n c ia b a e n Verdad y método, de u n a c o m p ren sió n a d e ­
c u a d a d e la fin itu d q u e d o m in a n o sólo n u e s tro se r h o m b res sin o tam ­
b ién n u estra co n cien cia histórica. Esto últim o es lo q u e a h o ra m ás im p o r­
ta. M ed ian te la asu n ció n d e la trad ició n el ser h u m a n o se in te g ra en u n
p ro ceso tem p o ral e histórico q u e m ed ia el p asado co n el fu tu ro sin p o d e r
ser n u n c a o bjetivado n i d e te rm in a d o co m p letam en te y d e esta m an era
llega a la c o n cien cia d e su finitud.

236
M a n u e l C ruz

H i s t o r i a (y n a t u r a l e z a h u m a n a )

A través d el co n c e p to d e conciencia de la determinación histórica (que


o tro s h a n p re fe rid o tra d u c ir com o conciencia histórico-efectual) G ad am er in­
te n ta p e n sa r sim u ltá n e a m e n te ta n to la d e term in ació n d e la co n cien cia
p o r la h isto ria co m o la co n cien cia d e dichas d eterm in acio n es. El m ensaje
g a d a m e ria n o es, a estos efectos, ro tu n d o : h em o s d e asum ir que seguim os
e sta n d o siem p re e n m e d io d e la historia. N o nos p o d em o s su stra er del d e ­
v en ir histórico, n o p o d em o s distan ciarn o s del pasado p a ra q u e p u e d a
co n v ertirse p a ra n o so tro s en objeto. C reer ese im posible tien e co m o ú n i­
co resu ltad o lleg ar tard e p ara p ercib ir «la a u té n tic a experiencia d e la his­
toria». F re n te a eso, la co n cien cia p ro p u e sta p o r G ad am er sabe y reco ­
n o ce su p e rte n e n c ia a u n a tra d ic ió n co m o algo esencial. E n el d oble
s e n tid o q u e se in d icó : ella, al m ism o tiem p o q u e n os d e te rm in a , es la ga­
r a n tía d e to d a v erd ad . D o ble se n tid o q u e cabe radicalizar u n p o c o más:
la trad ició n n o sólo significa la posibilidad q u e se le ofrece al h o m b re p a ra
c o m p re n d e rse a sí m ism o, sino q u e ap arece co m o u n lím ite d e la subje­
tividad m o d e rn a .
P ero la v ecin d ad d e los térm in o s n o d e b iera m over a co n fu sió n . G ada­
m e r se e n fre n ta d e m a n e ra d ecid id a a lo q u e p u d iéram o s llam ar el subje­
tivism o m o d e rn o . A firm ar, co m o se hizo, q u e pertenecemos a la historia va
m ás allá d e u n a m e ra ex p resión figurada: p re te n d e subrayar la d im e n sió n
in eq u ív o cam en te objetiva del proceso. Lo q u e n o significa, claro es, q u e
n o haya lugar p a ra la conciencia, sino qu e ésta d eb e ser e n te n d id a tam b ién
c o m o u n a p a rtic u la r m o d alid ad d e efecto h istórico. P ero d eb e s e r entendi­
da: n o su b su m id a o d isu elta e n la objetividad. G ad am er se desm arca ex­
p re sa m e n te d e ese objetivism o histórico q u e, rem itién d o se en exclusiva a
su p ro p io m éto d o crítico, oculta la cuestión de los presupuestos fundam en-
tad o res de su p ro p io co m p ren d er. O cultación b ien inútil, p o r cierto. Los
efectos d e la h isto ria n o d e p e n d e n de su reco n o cim ien to . Se im p o n e n in ­
cluso allí d o n d e m ás d e n o d a d a m e n te se p re te n d e negarlos.
H ay en este paso reso nancias q u e sin d u d a h a b rá n d e resu ltarn o s fa­
m iliares. La e x h o rta c ió n g a d a m e ria n a , d irig id a a la p ráctica cien tífic a,
a q u e h ag a co n scien te la historia efectual de la q u e p ro c e d e tiene re so n a n ­
cias in eq u ív o cam en te husserlianas. La ex h o rta c ió n no incluye n in g u n a
p ro m e sa ex ag erad a. G ad am er advierte de q u e el requisito de la co n cien ­
cia h istó rica n u n c a se p u e d e satisfacer p len am en te: «La afirm ación d e
q u e la h isto ria efectu al p u e d e llegar a hacerse co m p letam en te co n scien te
es tan h íb rid a co m o la p re te n sió n h eg elian a d e u n saber ab soluto en el
q u e la h isto ria lleg aría a su co m p leta au to tra n sp a re n c ia y se elevaría así
h asta la altu ra d e l co n cep to » 30. H ab ría q u e decir, m ás b ien , q u e la co n ­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

cien cia histórico-efectual es u n m o m e n to d e la realización d e la c o m p re n ­


sión. El m o m e n to d esd e el cual estam os en condiciones teóricas p a ra h a ­
c e r u n d e te rm in a d o o rd e n de consideraciones. C om o las que, p o r p o n e r
el ejem p lo d e o tro autor, in tro d u c e G ehlen c u an d o señala el proceso de re­
nuncia q u e h a te n id o que seguir el p en sam ien to m o d e rn o específicam en­
te e u ro p e o d u ra n te los últim os tres siglos p ara lleg ar a se r lo q u e es hoy,
u n a a u té n tic a discip lina31.
En to d o caso, el cam in o hacia la au to co n cien cia (si decidim os h a b la r
así) tro p ieza c o n d ificultades rig u ro sam en te insoslayables. La m ás previsi­
ble es la qu e se d eja fo rm u la r en la p reg u n ta: p ero , a su vez, ese saberse de­
terminada d e la co n cien cia h istórica lúcida, ¿debe se r e n ten d id o ta m b ié n
co m o u n efecto histórico y, p o r tanto, com o un a p articu lar d eterm in ació n
d e la h isto ria, co m o u n a m etad eterm in ació n ? De a c u e rd o con las p rem i­
sas p lan tead as, n o hay m ás re m e d io q u e re sp o n d e r afirm ativam ente. E n
efecto, la tesis d e q u e n u e stra co n cien cia n o se e n c u e n tra en lib e rta d d e
situarse fre n te al pasado, pu esto q u e está d e te rm in a d a p o r un a c o n te c e r
real n o ad m ite excepciones. Ni siquiera la d e la autoconciencia a d ecu ad a.
La co n statació n d e esta d e te rm in a c ió n tiene m u ch o d e re c o rd a to rio
d e la n a tu raleza d e n u e s tra p ro p ia escala y, en consecuencia, del sig n o d e
la tarea p e n d ie n te . El m ism o G ad am er subraya la afirm ación: ser histmico
significa no agotarse nunca en el saberse. El carácter inacabable de la refle­
x ió n so b re la h isto ria se d e sp re n d e , p o r tan to , de la cosa m isma: e s tá en la
e sen cia del se r histó rico q u e som os. N o constituye, com o con fre c u e n c ia
se p la n te a (d e m a n e ra m a lin te n c io n a d a : así se le p u e d e c o n tra p o n e r a
u n a reflex ió n reso lu tiv am en te fin ita ), u n d efecto d e la reflexión e n cuan­
to tal, sin o d e n o so tro s m ism os. P o d ría decirse q u e la h istoria nos excede,
n o s so b rep asa, sie m p re q u e ese d ecir n o se in te rp re ta ra com o u n a sustan-
cialización d e la historia. P o r el c o n trario , el proyecto g ad am erian o es el
d e u n a h e rm e n é u tic a d e la existencia h u m a n a en la que d e b e q u e d a r m a­
tizada la f o rm a en q u e el individuo está d e te rm in a d o p o r la acció n de la
histo ria.
C iertam en te, c u a n d o se co n statan los lím ites d e la au to co n cien cia d el
in d iv id u o , cu a n d o se p ercib e que el p o d e r d e la co n d icio n alid ad h istóri­
ca su p e ra co n m u c h o n u e stra p ro p ia conciencia, es fácil sentir la tenta­
ció n d e co n sid erar la conciencia d e los h o m b res co m o u n m ero ju e g o d e
la h isto ria consigo m ism a p o r p e rso n a in terp u esta. E n el fondo, n o o tra
cosa d e fie n d e n q u ien es se lim itan a h a b la r d e q u e la co n cien cia está ex­
p u esta a los efectos d e la historia, soslayando la im p o rtan c ia del h e c h o d e
q u e esa co n cien cia se sabe e n la tram a de la tradición. A la te n ta c ió n esca­
p a G ad am er p e rm a n e c ie n d o en la perspectiva q u e le p erm ite c o n tin u a r
p e n san d o , esto es, p o n ie n d o los acentos d o n d e corresp o n d e: «N uestro ser,

238
M a n u e i. C r uz

tal c o m o se h a c o n fig u rad o e n el co n ju n to d e n uestros destinos, d e sb o rd a


e sen cialm en te su p ro p io sa b er de sí m ism o»32.
P ro b a b le m e n te u n o d e los rasgos de m ayor atractivo d e to d a la p ro ­
p u esta g a d a m erian a sea la m a n e ra e n que atraviesa este cam p o d e dificul­
tades. Lo h ace p e n e tra n d o e n su e stru ctu ra, a h o n d a n d o e n los e lem en to s
q u e la co n stitu y en a base de p r o p o n e r los c o n cep to s adecuados. Así, reco ­
ge d e Ja sp e rs el c o n c e p to d e situación p ara tem atizar las características
esenciales básicas d e la co n cien cia histórica del h o m b re. D icho c o n c e p to
im plica, d e u n a p a rte , q u e siem p re n os e n co n tram o s en u n a situación d e­
te rm in a d a y, d e o tra, q u e to d a situación r e p re se n ta u n a posición q u e lim i­
ta las p osib ilid ad es d e ver. E n cierto m odo, u n rasgo rem ite al otro: es p o r­
q u e n u n c a estam os fre n te a la situación p o r lo q u e no cabe m a n te n e r la
expectativ a d e alcan zar u n sa b er objetivo de ella. Este p rincipio tie n e u n a
clara aplicació n e n esa p a rticu lar situación q u e es la situación h e rm e n é u ­
tica, en la cual n o s en c o n tra m o s fre n te a la trad ició n que q u erem o s com ­
p re n d e r. N o cab e colocarse fu e ra d e la p ro p ia tradición p o rq u e , com o
a firm a G ad am er h e id e g g e ria n a m e n te , «el estar a h í en c u e n tra co m o u n
p resu p u esto irreb asab le to d o lo q u e al m ism o tiem po h ace posible y lim i­
ta su proyectar» o, lo q u e viene a ser lo m ism o, «el estar a h í que se proyec­
ta h acia su p o d e r ser es ya sie m p re “sido”»33. La p e rte n e n c ia a u n a tradi­
ció n es u n a d e te rm in a c ió n esencial y originaria, constituyente d e n u estro
p ro p io ser.
N o hay, pues, tabula rasa posible, del m ism o m o d o que, p o r m ás libres
q u e seam os, n o está en tre nuestras o pciones el re tro c e d e r p o r detrás de la
p ro p ia facticidad. D el carácter situado de to d a conciencia se sigue la posi­
bilidad d e h acer co nsideraciones ya m ás precisas sobre sus límites. Q u e Ga­
d a m e r d ib u ja a través del co n cep to , fu n d a m en talm en te husserliano, d e
horizonte. El h o riz o n te es d efin id o com o «el ám b ito de visión q u e ab arca y
e n c ie rra to d o lo q u e es visible d esde u n p u n to d e te rm in ad o » 34. L os confi­
n es señalados p o r él n o son del m u n d o , sino de nuestra com prensión. P o r
eso, te n e r h o riz o n te en la term in o lo g ía g ad am erian a designa u n a cuali­
d a d gnoseológica, la d e saber v alorar c o rre c ta m e n te el significado de to ­
das las cosas q u e caen d e n tro d e ese h o rizo n te seg ú n la cercanía o lejanía,
lo g ra n d e y lo p e q u e ñ o . En consecuencia, tam b ién a la inversa: la caren ­
cia d e h o rizo n te sólo p u e d e significar u n a b ru tal red u cció n de lo visible.
El h o m b re sin h o rizo n tes no ve lo suficiente y, p o r tanto, supervalora lo
q u e tien e m ás cerca. C on la in tro d u c ció n d e esta segunda categoría p o d ría
d ecirse q u e G ad a m e r h a cu lm in ad o su tarea d e revisión crítica d e aquella
in te rp re ta c ió n d e la co m p ren sió n com o u n p o n e rse en el lugar d e otro.
Ya se insistió su ficien tem en te e n q u e no es cuestión de re e m p lazar a n a­
die. Lo q u e se h a a ñ a d id o a h o ra es q u e no se trata d e co n ectar dos lugares

239
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

(en tién d ase bien: n o p o rq u e n o los haya sino p o rq u e co n instancias tales


n o cab en vínculos d e c o n o c im ie n to ). El esquem a es ya c laram en te o tro y
d istinto: la c o m p ren sió n histórica d e b e p lantearse como u n encuentro entre
horizontes.
E sta nueva u b icació n de la c o m p ren sió n nos p e rm ite alejarnos de las
d ificultades q u e h ab íam o s venido p la n te a n d o h asta aquí, a u n q u e , com o
es lógico, nos obliga a e n carar otras. E n concreto, n os obliga p o r lo m enos
a especificar có m o se establece la co n ex ió n e n tre el horizonte d e l p resen ­
te y el h o rizo n te d el p asado p a ra q u e p u ed a te n e r lugar la co m p ren sió n .
P o rq u e es claro q u e g a d a m e ria n a m e n te no se p u e d e legitim ar la p re te n ­
sión d e tran sp o n erse al h o rizo n te del pasado p rescin d ien d o d e l p ro p io
h o rizo n te. Lo q u e n o significa e n absoluto q u e sea ésa u n a p reten sió n im ­
posible. De h e c h o , era a lo q u e se aplicaba la h e rm e n é u tic a m etó d ica, a
hipo stasiar el h o riz o n te del pasado, soslayando la p ro p ia situación h e r ­
m en éu tica, la co n d icio n alid ad histórica del in té rp re te . P ero al a c tu a r así,
al co n v ertir al o tro en m ero objeto d e co n o cim ien to , aquella h e rm e n é u ti­
ca llevaba a cabo lo q u e G ad am er d e n o m in a u n diálogo inauténtico con el
pasado. Y n o era u n diálogo a u té n tic o o verd ad ero (com o no lo es u n e x a­
m en o ciertas fo rm as de conversación terapéutica) p o rq u e sólo p e rse g u ía
h acerse u n a id ea d e la posición y d el h o rizo n te d el otro. F rente a esa m o ­
d alid ad , tal vez necesaria, p ero e n to d o caso insuficiente, lo que e n Verdad
y método se so stiene es q u e el au té n tic o diálogo histórico es el q u e , p o r así
decir, n o se c o n fo rm a co n c o n o c e r el pasado sino q u e in te n ta e n te n d e rs e
con él.
N o es ésta u n a expectativa obvia ni m u ch o m en o s fácil. O p e ra con su ­
p u estos q u e n o to d o s están dispuestos a com partir. E n p rim e r lugar, el d e l
ca rá c te r ab ierto d e los horizontes. T ie n e p oco de e x trañ o el r e b ro te de la
tesis d el carácter c e rra d o del p ro p io h o rizo n te q u e se viene d a n d o en los
últim o s tiem pos e n ciertos m edios filosóficos: de la clausura se sigue la in ­
co m u n icació n y, e n co nsecuencia, la re n u n c ia al conocim iento. G a d a m e r
rep lica a esta tesis a p u ra n d o su m etáfo ra — qu e d em u estra ser, e n este se n ­
tido, u n a metáfora de precisión— . El h o rizo n te se desplaza al paso d e q u ien
se m ueve. El h o riz o n te es algo en lo q u e h acem os n u estro cam in o y q u e
h a c e el c am in o c o n n o so tro s. D e a h í la afirm a c ió n de q u e , ig u al que el
se n tid o y la v erd ad , el h o rizo n te es siem pre a b ierto y móvil. P en sa r lo c o n ­
trario , fab u lar el co n fin am ien to en el h o rizo n te d el p ro p io p resen te, n o
pasa d e ser p a ra G ad a m e r u n a recaíd a ro m an tico id e, « una ro b in so n a d a
d e la Ilu stració n h istórica», p o r d ecirlo con sus m ism as palabras.
Este p rim e r su p u e sto se d iría q u e p re p a ra el te rre n o p a ra u n se g u n d o
— m ás discu tid o a ú n , si cabe, ú ltim am en te— . En efecto, e n la m e d id a e n
q u e el e n c u e n tro e n tre h o rizo n tes (abiertos y móviles) es p en sad o bajo el

240
M a n u e i. C r uz

m o d e lo d el diálogo, d eb e q u e d a r d escartad a aq u ella o tra in te rp re ta c ió n


q u e co n sid erab a el d esp lazam iento d e n u estra conciencia h istórica hacia
h o rizo n tes p asados com o u n a especie de traslado a m undos extraños, p a ra
n a d a vinculados co n el nu estro . P o r el co n trario , así com o el diálo g o se
b asa e n u n a le n g u a co m p artid a, así tam bién c o m p re n d e r o tro m o m e n to
h istó rico im plica la existencia d e u n g ran h o rizo n te com ún, de u n único
h o rizo n te qu e avale n uestros a n h elo s de contactar con lo que o cu rrió , q u e
n o s g aran tice q u e, m ás allá d e las diferencias, nos m ovem os en el in te rio r
d e u n a m ism a p la c e n ta histórica.
¿Equivale esto a u n a posición co n tin u ista en historia? En cierto m o d o
sí, ev id en tem en te. P ero d eb e q u e d a r claro p o r q u é hem os h a b la d o de ga­
ra n tía o d e aval: p o rq u e la c o n tin u id a d es u n requisito, n o u n d a to d e p a r­
tid a o u n faclum. N o p o d ría serlo d e n in g ú n m o d o p o rq u e d e te rm in a d a s
p rem isas ya p lan tead as le h a n c e rra d o el paso. Las p u ntualizaciones a n te ­
rio res resp ec to al carácter n o subjetivista de la p ro p u esta g a d a m erian a
r in d e n a h o ra d iv id en d o s teóricos. El in té rp re te tiene m ucho d e portavoz,
d e b rázo ejecu to r o d e in stru m e n to (cualquier fig u ra su b a lte rn a vale) de
u n p ro ceso q u e n o le p e rte n e c e ni, p o r supuesto, co n tro la p o r com pleto.
Si se desea, p o d em o s cam biar p o r u n m o m e n to (com o el p ro p io G ada­
m e r h ace) el m o d e lo d el diálogo p o r el del ju e g o , y o b te n d re m o s id én ti­
co resultado: en cu alq u iera d e los casos, los q u e p articip an no so n los p ro ­
tagonistas, sino q u e se ven guiados p o r el logos de la cosa m ism a.
Eso sí, se ven guiados (que n o arrastrad o s) p o rq u e el p la n te a m ie n to de
G adam er, tam b ién ah o ra, se sitúa m ás allá de ciertas dicotom ías. Su dis­
ta n c ia d el subjetivism o n o p u e d e im p licar recaíd a en el objetivism o en
n in g u n a d e sus v ariantes p o rq u e el m u n d o silueteado p o r el h o riz o n te es
a n te rio r a to d a objetivación, re p re se n ta el suelo previo d e to d a e x p e rie n ­
cia. El m o d o d e escap ar a esa r e c u rre n te disyuntiva su b je tiv ism o /o b je ­
tivism o se lo h a b ía p ro p o rc io n a d o a G ad am er el pro p io co n cep to . Ese
m u n d o está esen cialm en te refe rid o a la subjetividad, y esta refe ren cia sig­
nifica, tal y c o m o se asum e husserlian am en te en Verdad y método, q u e «tie­
n e su ser en la c o rrie n te de los en cada caso», es decir, q u e se e n c u e n tra en
u n m o v im ien to d e co n stan te relativización de la validez.
P ero la relativización no d esem b o ca en relativism o p o rq u e G ad am er
p ro p o n e , to d o lo ten tativ am en te q u e se quiera, u n a tensión, u n a d in ám i­
ca, u n signo p a ra ese sucederse de los diferentes m om entos. F re n te a q u ie­
n es se ven ab o cad o s al relativism o com o co n secu en cia d e h a b e r n eg ad o
la ex isten cia d e la v erd ad corno valor absoluto, él la p iensa b ajo la clave
d el len g u aje (el lenguaje es el medio universal en el que se realiza la comprensión
misma, subraya el p ro p io G ad am er en su lib ro ). L a ren u n cia a las visiones
estáticas co n d u c e a n u e stro a u to r a p ro p o n e r la fo rm a dialógica p ara al­

241
F il o s o f ía c o n t f .m p o r a n k a

can za r la co m p ren sió n , ya qu e e n tie n d e , com o vim os, q u e el diálo g o se


a d ap ta p erfe ctam en te a las exigencias del devenir espacio-tem poral. F ren­
te a los fu n d am en talistas ontológicos, n o rechaza p o r sinsentido la bús­
q u e d a d e u n a e stru c tu ra estable a la q u e el h o m b re p u d iera rem itirse a
p esar d e l c o n tin u o d e v en ir a qu e está som etido, tal y com o p ro p o n ía n al­
g u n o s historicism os: se lim ita a d e c la ra r que ésa n o es su tarea. P u e d e ha­
blarse, si se desea, d e u n a o n to lo g ía d e l m u n d o en c u an to tal, p e ro no es
lo q u e le interesa. A él le in teresa el m u n d o c o m u n itario q u e c o n tien e la
coex isten cia d e otros. El m u n d o vital es ese to d o «en el q u e en tram o s vi­
v ien d o los q u e vivimos h istó ricam en te» 35.
Esta es, en definitiva, la p articu lar y p ecu liar u b icació n g ad am erian a
e n el se n o d e la p ro b lem átic a q u e le tocó p en sar —y q u e e n gran p a rte él
m ism o co n trib u y ó a d ise ñ a r— . El resu m en habitual d e sus tesis, q u e suele
d e stacar en q u é m e d id a sus ideas se c e n tra n e n la ex p lo ració n h e rm e n é u ­
tica d el se r histórico, esp ecialm en te tal com o se m anifiesta e n la trad ició n
d el lenguaje, es en lo esencial correcto. Es cierto que el principal in terés d e
G a d a m e r lo co nstituye lo q u e él llam a el aco n tece r lingüístico de la tradi­
ció n , p e ro — ú ltim o m atiz— co n v en d ría n o id en tificar esto con la tesis d e
q u e el se r q u e c o m p re n d e es lenguaje. El lenguaje acu m u la la e x p e rie n ­
cia d el m u n d o d e las g en eracio n es pasadas. E n el lenguaje se m anifiesta
el m u n d o . El len g u aje posee el m ism o carácter a b ie rto que la ex p erien cia
q u e e n él se conserva: de a h í q u e en sus diversos usos se h agan p resen tes
los h o rizo n tes d e posibilidades del in té rp re te y del o b jeto a co m p ren d er.
El e m p e ñ o p o r lingüistizar (en el se n tid o d e convertir e n un a o n to lo ­
g ía red u ccio n ista d el lenguaje) la p ro p u e sta g ad am erian a o p o r in te rp re ­
tarla — o p ció n d eriv ad a de la a n te rio r— com o u n a co a rta d a teórica legiti­
m a d o ra del in acab ab le ju e g o de las in terp retacio n e s, tan d el gusto d e los
filósofos académ icos, term in a tro p ezan d o con u n obstáculo insalvable: las
p ro p ias a firm acio n es d el autor. E n el cap ítu lo 14 de Verdad y método, titula­
d o p recisam en te «El len g u aje co m o h o rizo n te de u n a ontología h e rm e ­
n éu tica» , G ad am er d e ja claro cuál es la estación final de su re c o rrid o : «El
m u n d o es suelo c o m ú n , n o hollado p o r nadie y reconocido p o r todos, que
u n e a to d o s los q u e h ab la n e n tre sí. Todas las form as d e la c o m u n id ad de
vida h u m a n a son fo rm as d e co m u n id ad lingüística, m ás a ú n , h ac e n len­
guaje. P ues el len g u aje es p o r esencia el lenguaje d e la conversación. Sólo
a d q u iere su realid ad e n la realización d el m u tu o e n ten d im ien to » 36.
H e a q u í u n a u to r q u e se analiza bien a la luz de sus p ropias propuestas.
El m ism o p u e d e ser inscrito en u n a trad ició n (filosófica), y de e sta ins­
crip ció n o b ten em o s u n a m ejo r in telig en cia d e lo afirm ado. A quellos con
los q u e tien e q u e ver, co n los q u e d ialo g a y cuyo h o rizo n te co m p a rte , nos
p e rm ite n situ ar a G a d a m e r e n el m a p a d e lo p en sab le en el siglo. S u pro­
M a n u k i. C r u z

yecto fo rm a p a rte d e u n proyecto m ayor, q u e h a n ecesitado, p a ra acced er


a la existencia, c o rre g ir la p ecu liar falsedad de la conciencia m o d e rn a .
C u a n d o n u estro a u to r d e n u n c ia — co n H usserl, co n H eidegger— la id o ­
latría d el m éto d o científico y la a n ó n im a au to rid a d de la ciencia, no lo
h ace p a ra re a b rir u n a discusión grem ial o sociológica con los ex p erto s,
sino p a ra h a c e r p osible (de nuevo) la tarea m ás p ro p ia d e la filosofía. A lo
larg o d e lo a n te rio r se fu ero n d estacan d o d iferen tes episodios d e la e m ­
p resa g ad am erian a: se hizo refe ren cia al necesario exam en de las co n d i­
cio n es d e la c o m p ren sió n , a la elab o ració n d e u n a específica id e a de co ­
n o c im ie n to o a la a d e c u a d a in te rp re ta c ió n de la fin itu d de n u e s tro se r
h o m b re s y d e n u e s tra conciencia h istórica, y este eje de p ro b lem as señala
co n clarid ad la estela d e su discurso.
Sin e m b arg o , el m e jo r elogio q u e se le p u e d e h a c e r a la o b r a de G a­
d a m e r n o es se ñ alar su carácter definitivo o concluyente, sino, m ás bien al
c o n tra rio , m o strar e n q u é m e d id a h ace posible la práctica filosófica a d e ­
cu ad a, esto es, el diálogo. Si q u erem o s aplicarnos el p ro p io c u e n to gada-
m e ria n o (u n a vez q u e se lo h em o s aplicado a é l) , h abrem os d e se r cap a­
ces d e d e te rm in a r cuáles son los in terlo c u to res p e rtin en tes, q u ién es, d e
e n tre los qu e lo h a n in terp elad o , h a n m o strad o la verdad, p o r p arcial q u e
sea, d e sus en u n ciad o s. Q u ién es le h a n dirigido, p o r así decirlo, las p re ­
g u n tas p e rtin en tes. P ara él la ta re a m ás p ropia d e la filosofía n o es o tra
q u e la d e ju stificar y d e fe n d e r la ra z ó n práctica y política en m e d io de esta
ap o teo sis d e la in a u te n tic id a d q u e so n las sociedades avanzadas. A esto, si
se q u iere, se le p u e d e d e n o m in a r u n com bate c o n tra la d o m in ació n tec­
n o ló g ica b asada e n la ciencia, p e ro p ro b a b le m e n te este e n u n c ia d o (a n o
ser q u e basada lo en ten d am o s en u n sentido m uy laxo) p o d ría sugerir u n a
im ag en d e G a d a m e r e n exceso p e n d ie n te de la crítica al cientificism o n a ­
tu ralista. Su in te rp re ta c ió n del se n tid o de la h e rm e n é u tic a es m u c h o m ás
am plia: «La filosofía h e rm e n é u tic a es la h e re d e ra d e la m ás a n tig u a trad i­
ció n d e la filosofía práctica»37. Es co n esta id ea co n la q u e han d ialo g ad o
sus m ejo res críticos (in cluidos los q u e p re c e d ie ro n ).

243
N otas

1Gianni Vattimo, «Hermenéutica: nueva koiné», dentro del volum en Ética de


la interpretación (Barcelona, Paidós, 1991), pp. 55-73.
2 «... el problem a herm enéutico se ha presentado, ante todo, en los límites
de la exégesis, es decir, en el marco de una disciplina que se propone com pren­
der un texto, com prenderlo a partir d e su intención, sobre el fundam ento de
aquello que ese texto significa» (P. Ricoeur, Hermenéutica y estructuralismo, B ue­
nos Aires, Megápolis, 1975, p. 7). Este libro es una traducción de la parte prime­
ra de Le conflit des interpretations (París, Editions du Seuil, 1969).
3Véase la antología de textos de W ilhelm Dilthey, Crítica de la razón histórica
(Barcelona, Península, 1986), donde se reúnen los fragmentos de ese inacaba­
do proyecto.
4 Op. cit., p. 9.
5 Hans-Georg Gadamer, «Autopresentación de Hans-Georg Gadamer» en
Verdad y método II (Salamanca, Ediciones Síguem e, 1992), pp. 375-403. Para un
relato más com pleto del contexto teórico en el que inicia su andadura filosófi­
ca, véase Hans-Georg Gadamer, Mis años de aprendizaje, Barcelona, Herder,
1996. Tam bién aporta una útil inform ación sobre la trayectoria gadameriana el
texto de Jean Grondin, Hans-Georg Gadamer: una biografía, Barcelona, Herder,
1999.
6 El propio Gadamer no ha dejado de recordar, haciéndola propia, la cita de
Nietzsche: «Hace tiempo que m e he acostumbrado a calibrar a los profesores de fi­
losofía, según sean o no buenos filólogos».
7 «La génesis de mi “filosofía herm enéutica” no es en el fondo otra cosa que
el intento de explicar teóricam ente el estilo de mis estudios y de mi enseñanza.
La praxis fue lo primero. Siempre procuré, casi con ansia, no decir dem asiado y
no perderm e en construcciones teóricas que no emanaran totalm ente de la ex­
periencia [...]. Este trabajo [Verdad y método] me llevó casi diez años, y en este
tiem po evité en lo posible cualquier desviación. Cuando apareció el libro — con
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

el título que decidí durante la impresión— no estaba muy seguro de no haber


llegado dem asiado tarde y de no haber escrito una superficialidad. Porque ya
entonces se podía adivinar que se avecinaba una generación que había sucum­
bido, en parte, a las esperanzas tecnológicas y, en parte, a las simpatías d e la crí­
tica de las ideologías» (H.-G. Gadamer, «Autopresentación...», cit., p. 388).
8 Ibídem, p. 392.
9 H.-G.Gadamer, Verdad y método, Salamanca, Ediciones Sígueme, 1977, p. 439.
10He aquí, por cierto, un posible criterio teórico — tal vez el único— que po­
dría permitirnos hablar de algo parecido a progreso en filosofía: el hecho de
que ciertas preguntas vayan siendo posibles. No todo puede ser pensado en cual­
quier época. El mero hecho de que se acepte una cuestión constituye un autén­
tico indicador del grado de desarrollo de un pensamiento. Del mismo modo
que, a contrario, el dogm ático reacciona ante determinadas preguntas rechazan­
do que puedan ser planteadas («pero, ¡qué cosas me preguntas!», suele decir).
11 H.-G. Gadamer, Verdad y método, cit., p. 447.
12 R. G. Collingwood, Autobiografía, M éxico, FCE, 1953, p. 41.
13 «El sentido de un texto supera a su autor no ocasionalm ente sino siem­
pre», H.-G. Gadamer, Veidady método, cit., p. 366.
14A unque debiera quedar claro que Gadamer, pudiendo compartir la afir­
mación de Calvino, va más allá de la sim ple constatación: «Una de las experien­
cias más elem entales de la filosofía es que los clásicos del pensam iento filosófico
[...] hacen valer por sí mismos una pretensión de verdad que la conciencia con­
tem poránea ni puede rechazar ni puede cancelar. Puede que ese ingenuo senti­
m iento de autosuficiencia que caracteriza al presente se rebele contra ello [...],
pero el pensam iento filosófico ofrecerá seguram ente una debilidad m ucho ma­
yor si uno se niega a exponerse a esa prueba de sí mismo y prefiere hacer el loco
por su propia cuenta. Q ue en la com prensión de los textos de aquellos pensado­
res puede descubrirse una verdad a la que no se podría acceder por otra vía es algo
que hay que admitir aun cuando esto contradiga los cánones de la investigación
y del progreso» (citado por J. Habermas, Perfiles JilosóJico-políticos, Madrid, Tau-
rus, 1975, p. 351).
15 H.-G. Gadamer, Verdady método II, op. cit., p. 25.
10El que este orden de consideraciones puede ser hecho también desde otro
tipo de discursos no deja de ser un elem ento de refuerzo para lo que se está ar­
gum entando: «Por lo general, nunca considero contestada una pregunta. Son
las respuestas las que generan la interrogación. El m undo está lleno de respues­
tas no preguntadas, que andan sueltas, com o perros de nadie. Con las respues­
tas huérfanas se puede jugar, reír, estar acompañado, disfrutar» (José Á ngel Va-
lente, entrevista en ABC, 29-IV-94).
17A propósito de la frase Iknow whatyou mean, Canetti dejó escrito lo siguien­
te: «La frase por antonomasia de esta época psicologizante. En realidad significa

246
M a n u k i. C r u z

que uno renuncia al esfuerzo de entender al otro aun antes de haberlo escucha­
do. Pues uno ya ha com prendido a todos aun antes d e que hayan dich o algo»
(Elias Canetti, Hampstead, Madrid, Anaya & Mario Muchnick, 1996, p. 83). R e­
párese en la proximidad entre este apunte y lo que com entam os antes acerca de
la incapacidad del dogm ático para preguntar.
18 «... nunca se desata el lazo vital que une la tradición y el origen con la in­
vestigación crítica. El que intenta despojarse de su propia individualidad com o
presunto espectador de la historia universal, al m odo de Ranke, sigue siendo
hijo de su tiem po y vástago de su patria» (Verdady método II, op. cit., p. 27).
19H.-G. Gadamer, Verdad y método, cit., p. 349.
20 Ibídem, p. 20.
21 Y, por si esto fuera poco, a su vez este último se apoya en el respaldo del
concep to de autoridad. Preferimos posponer el comentario de la noción de au­
toridad para cuando tratemos a otros autores.
22 Verdad y método, cit., p. 336.
23 Ibídem, p. 344.
24 Crítica cuyo eje mayor, com o hem os señalado, es la idea de q u e la perte­
nencia a una tradición representa la condición para una com prensión de la rea­
lidad histórica del individuo. Gadamer reitera esta idea en múltiples ocasiones.
Por ejemplo: «... nuestra com prensión de un texto no es un acto de la subjetivi­
dad, sino que se determ ina desde la com unidad que nos une con la tradición»
(ibídem, p. 363).
2:>H eidegger citado por Gadamer en ibídem, p. 322.
26 Ibídem, p. 369.
27 Cuando, en realidad, el propio prejuicio «sólo en la medida en que se ejer­
ce puede llegar a tener noticia de la pretensión de verdad del otro y ofrecerle la
posibilidad de que éste se ejercite a su vez» (H. -G. Gadamer, ibídem, pp. 369-370).
En un sentido muy parecido se pronuncia en su trabajo «Retórica, herm enéuti­
ca y crítica de la ideología» (en Verdad y método II, op. cit.): «los prejuicios que guían
mi precom prensión intervienen siem pre ... incluso en su abandono, que siem ­
pre puede llamarse tam bién reajuste», p. 239.
28 Ibídem, p. 367.
29 Asi, por pon er un caso, «la conciencia histórica que quiere com prender la
tradición no puede abandonarse a la forma metódico-crítica de trabajo con que
se acerca a las fuentes», (ibídem, p. 437).
30 Ibídem, p. 372.
31 Véase A rnold G ehlen, El hombre, Salamanca, E diciones Síguem e, 1987,
pp. 365 y ss.
32H.-G. Gadamer, Verdad y método, op. cit., p. 17.
33 Ibídem, p. 330.
34 Ibídem, p. 372.
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

35 Ibídem, p. 311.
3BIbídem, p. 535.
37 Ibídem, p. 316.
A p é n d ic e a l a t e r c e r a parte

U n a v e r s ió n e sp a ñ o l a .

O rtega y G asset

J o s é O r te g a y G a sset.
U n a p r o p u e s ta a ia l u z d e u n a i n te r p r e t a c i ó n

Jo sé O rte g a y G asset nació en M adrid e n 1883. H ijo de u n destacado


p erio d ista, estu d ió e n Leipzig, B erlín y M a rburgo, d o n d e se fo rm ó con
H e rm a n n C o h é n en la trad ició n d el neo k an tism o , ten d en cia d e la q u e se
a p a rtó a p a rtir d e 1910 (fecha e n la que, p o r cierto, se in c o rp o ra a la cáte­
d ra d e M etafísica d e la U niversidad de M adrid, d o n d e ejerció la docencia
h a sta 1936), y e s p e c ia lm e n te d e sd e 1914, en q u e asum e las p o siciones
perspectivistas q u e tan ta n o to rie d a d le d ie ro n (su fam oso «yo soy yo y mi
circu n stan cia» ). E n 1923 f u n d a la Revista de Ocrídente, u n a p u b licació n in­
te lectu alm en te van guardista q u e, ju n to co n su Biblioteca, tuvieron a los
lecto res d e le n g u a esp añ o la in fo rm ad o s acerca d e los au to res y p ro b le­
m as teóricos m ás relevantes e n el m u n d o de la época. Esa m ism a fecha
su ele ser c o n sid e ra d a ig u alm en te com o la del inicio d e su se g u n d o g ran
p erio d o filosófico, el p erio d o raciovitalista. A los autores que d e u n a u otra
m a n e ra estu v iero n vinculados a O rte g a se les suele a g ru p a r b ajo el ró tu lo
d e E scuela d e M adrid, y a ella p e rte n e c ie ro n , e n tre otros m uchos, figuras
co m o M an u el G arcía M o ren te, Xavier Z ubiri, Jo sé Gaos, M aría Zam bra-
n o , Jo sé F e rra te r M ora, P e d ro L aín E ntralgo, Jo sé Luis A ran g u re n o Ju ­
lián M arías. M u rió e n su ciu d ad n atal en 1955.

***

A u n q u e al p ro p io O rte g a n o le a g rad ab an n in g u n o de los dos ismos


c o n los q u e se suele caracterizar su evolución filosófica — ni perspectivismo
n i raciovitalismo: a am bos los e n c o n tra b a excesivam ente abstractos, am én
d e intelectu alistas— , lo cierto es q u e lo q u e señalan, esto es, la existencia
F il o s o f ía c o n t k m i' o h a n k a

d e dos m o m en to s n ítid a m e n te diferenciables tan to p o r las categorías que


u tilizan co m o p o r los m odos en q u e e n ellos se arg u m en ta, p e rm ite u n a
re co n stru cció n veraz del c o n ju n to del p en sam ien to del autor. Y se adjeti­
va co m o «veraz» la reco n stru cció n — en vez d e den o m in arla útil, cóm oda,
ad ecu a d a, o cu a lq u ie r o tro calificativo m ás o m en o s in stru m en tal— po r­
q u e e n el caso d e O rte g a el p ro ced im ien to reconstructivo d isfru ta d e un
aval in frecu e n te : el d el m ism o a u to r a estudiar. E ra p recisam en te O rteg a
q u ie n g u stab a d e u tilizar el té rm in o b iografía p a ra designar la p ecu liar es­
tru c tu ra sistem ática d e la vida h u m a n a y de las actividades hu m an as. De
llevar razó n , d e ser cierto q u e los p ro d u cto s h u m an o s (incluyendo al pro ­
p io h o m b re ) se h allan así estru ctu rad o s, en to n ces la m ejor m a n e ra de
c a p ta r u n a realid ad d e ese tipo se rá el em pleo de u n m éto d o biográfico,
u n m é to d o q u e d escrib a las distintas fases p o r las q u e aquello q u e q u ere­
m os analizar (en este caso, u n p en sam ien to ) h a pasado.

L a c o n f ig u r a c ió n d e u n a p r o b l e m á t ic a p r o p ia :
o b je t iv is m o y p e r s p e c t iv is m o

A lgunos in té rp re te s d e la o b ra de O rte g a 1 h a n añ ad id o a los d o s esta­


dios citados o tro an terio r, q u e tra n sc u rriría e n tre 1902 y 1914 y q u e h an
p ro p u esto d e n o m in a r objetivismo. En dicho periodo, O rtega se h a b ría apli­
cado, fu n d a m e n ta lm e n te , a co m b atir los m odos m entales im p e ra n te s en
la E sp añ a d e la ép o ca. N u estro a u to r h a b ía reg resad o de A lem ania im bui­
d o d e u n k antism o fu n d a m en talm en te epistem ológico, que él identificaba
co n el m éto d o rig u roso de filosofar. La conm oción q u e sufrió al constatar
la situ ació n cu ltu ral d e su país — lo q u e p u d iéram o s llam ar el desm esura­
d o p eso d e u n m al tradicionalism o— fue e n o rm e . F re n te a esto, su reivin­
d icació n fue la d e revalorizar la «auténtica tradición». U na trad ició n que,
d ich o c o n u n a d e sus expresiones favoritas, p e rm itie ra a E spaña estar «a
la a ltu ra d e los tiem pos»: ju s to lo q u e los tradicionalistas h ab ían sido inca­
paces d e hacer, p recisam en te p o r su incapacidad p a ra conservar la tradi­
ció n q u e tan to d e cían am ar. F re n te a ellos, O rteg a p ro p o n e u n a actitud
vivificadora d el pasado, esto es, vinculada al p re se n te para q u e sobreviva
en el fu tu ro . L a retó rica tradicionalista, tras su g ran d ilo cu en te gestuali-
d ad , esco n d e u n a real incap acid ad p a ra a rru m b a r las ideas envejecidas,
p a ra co m b atir u n a esp iritu alid ad anquilosada. Im p o te n te p ara discrim i­
nar, p re te n d e salvarlo todo, y eso le cuesta petrificar el pasado.
P ero sería u n e r r o r p e n sa r q u e la defensa o rte g u ia n a d e la «auténtica
tradición» es u n a m e ra concesión cortés, u n a c arn aza arg u m en tativ a des­
tin a d a a te n e r e n tre te n id o s a los críticos m ás feroces. En el d esarro llo de

250
M a n u f .i , C r u z

su p ro p u e sta , la c o rre c ta artic u la c ió n con la p ro p ia tradición o c u p a u n


lu g a r cen tral. P o r eso, in v o lu crad o en la vieja p o lém ica e n tre e u ro p e i­
zan tes e h isp a n iz an tes, O rte g a d e fe n d e rá la n ecesid ad de cultivar u n
m o d o d e civilización q u e, al tie m p o que siga sie n d o a u té n tic a m e n te es­
p a ñ o l, p u e d a calificarse tam b ién d e fu n d a m e n ta lm e n te e u ro p e o . Y lo
fu n d a m e n ta l d e E u ro p a es la e d u cac ió n , la c u ltu ra, la ciencia. L a ciencia
p u ra , e n p a rtic u la r — in clu y en d o la filosofía— , es co n sid erad a p o r O r te ­
ga la raíz p r o fu n d a d e la civilización e u ro p e a . Se co m p re n d e , d e sd e este
trasfo n d o , q u e la a c titu d o rte g u ia n a sea la d e a d m itir todas las ideas, co n
tal d e q u e te n g a n u n « tinte e u ro p e o » . De a h í sus a rg u m e n to s en favor
d e la p recisió n y d e la clarid ad , su in clin ació n h acia el sistem a, su aver­
sió n h acia la m ezcla d e lite ra tu ra c o n ciencia... T odos ellos re p re se n ta n ,
p o r así decir, in g re d ie n te s q u e h a c e n falta p a ra la renovación d e la vida
esp iritu al esp añ o la, se c u la rm e n te afectad a p o r u n p ro b lem a d e falta de
d isciplina. Sólo b a sán d o se en la disciplina in telectu al llegará a ser E spa­
ñ a u n a po sib ilid ad eu ro p ea.
F o rm u la n d o sem ejan te im perativo en clave crítica, se p u e d e percibir
la c o n tin u id a d ex isten te e n tre este inicial objetivism o y el perspectivism o
p osterior. P o rq u e al te n e r qu e d e fin ir aquello q u e los españoles d e b e n ol­
vidar, O rte g a d a c o n u n ró tu lo afo rtu n a d o : adanismo. El ad an ism o es el
e r ro r d e p re te n d e r co m en zarlo to d o de nuevo sin seriedad intelectual, sin
c o n tin u id a d d e p ro p ó sito , sin co o p eració n . La crítica a esta id e a , fo rm u ­
lada e n su ensayo d e 1910 «Adán e n el Paraíso»2 h a sido in terp retad a com o
el a n u n c io d e la e ta p a p ersp ec tiv ista3, e x p re sa m e n te in ic ia d a en 1914
co n las Meditaciones del Quijote4, su p rim e r libro, e n el q u e a p arece ya con-
cep tu alizad a, d e m o d o ro tu n d o y casi solem ne, u n a idea, la d e que «yo
soy yo y m i circunstancia», q u e se suele co n sid erar el n úcleo d u ro d e la
p o sició n pespectivista. E n «Adán...», O rteg a ha se n tad o , de a c u e rd o con
esta in te rp re ta c ió n , las bases p a ra llen ar d e c o n te n id o dicha idea. P or­
q u e, d e u n lad o , em p le a el té rm in o vida rig u ro sam en te, en el se n tid o de
vida h u m a n a , d e v ida b iográfica y, d e otro, insiste en lo q u e está en to rn o
al h o m b re , to d o lo q u e le ro d ea. «Adán e n el Paraíso» significa, p o r tanto:
yo e n el m u n d o , e n el b ien e n te n d id o de q u e ese m u n d o n o es p ro p ia m e n ­
te u n a cosa o u n a su m a d e cosas, sino u n escenario, p o rq u e la v id a es trag e­
d ia o d ram a, algo q u e el h o m b re h ace y le pasa c o n las cosas.
E ste d o b le a n u n c io se co m p letará al p rin cip io de las Meditaciones con
lo q u e se h a llam ad o u n a «teoría d e las circunstancias», en la q u e se p re ­
se n ta n p u n tu alizacio n es im p o rtan tes. Y es q u e p a ra O rteg a las circu n stan ­
cias («las cosas m u d as q u e están e n n u estro p ró x im o d e rre d o r» ) son, p o r
lo p ro n to el c o rd ó n um bilical qu e n os vincula al resto d el universo, el p u n ­
to d e p artid a inevitable en n u e s tra travesía vital y filosófica. P e ro son un
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

p u n to d e p a rtid a p eculiar, p o rq u e n u n c a alcanzam os a d e sp re n d e rn o s de


ellas. El h o m b re es u n ser circunstancial: cu an to h ag a d e b e rá h a cerlo en
vista d e sus circunstancias, q u e pasan a ser así el m ed io en el q u e el h o m ­
b re in ev ita b le m e n te se desenvuelve. L a realid ad c irc u n d a n te «form a la
o tra m itad d e m i p erso n a» , dirá tam b ién , alejándose de to d a in te rp re ta ­
ció n d e su perspectivism o com o u n anti-idealism o trivial. A ntes b ie n al
c o n trario , la tesis q u e subyace a esto es la m ás hostil al p en sam ien to idea­
lista, la d e q u e u n yo n o p u e d e ser ja m á s re d u c id o a u n a e n tid ad ontológi-
cam en te in d e p e n d ie n te .
P ero co n v ien e a d v e rtir del p elig ro q u e s u p o n d ría p e n sa r q u e estas te­
sis circu lan en u n a sola dirección y q u e, p o r tanto, señalan u n a lim itación,
u n a d e b ilid a d o u n a su b o rd in a c ió n de la vida h u m a n a resp e c to a un
m u n d o real q u e p asaría a ser, en esta visión, o n to ló g ic a m e n te hegem ó-
nico. A u n q u e la esp ecificidad d e la perspectiva o rte g u ia n a se e n c u e n tra
e n c e r r a d a en la a firm a c ió n «la reab so rció n de la circu n stan cia es e l des­
tin o co n creto d el h o m b re» , a efectos de exposición lo m ás claro es seguir
la p ista m a rcad a p o r la n o c ió n d e perspectiva. R eco n stru y en d o sus usos
se p u e d e c o m p ro b ar, efectiv am en te, el alcance especulativo de la posi­
ció n d e O rteg a. Así, c u a n d o afirm a e n las Meditaciones que «el ser d efin i­
d o d el m u n d o n o es m a te ria ni alm a, n o es cosa alg u n a d e te rm in a d a ,
sin o u n a p ersp ec tiv a» 5, está m o s tra n d o en q u é m e d id a a q u e lla inicial
te o ría d e las circu n stan cias constituye u n a o p ció n específica f re n te a la
tra d ic io n a l o p o sic ió n e n tr e d o g m a tism o ra c io n a lista y escep ticism o ,
e m p e ñ a d a en o b lig a rn o s a e sc o g e / e n tre q u e n o p u e d a h ab la rse de
p ersp ectiv as in d iv id u ales (p u esto q u e hay verd ad es universales) y que
n o p u e d a n alcan zarse verdades universales (p u esto q u e la re a lid a d se
h alla p u lv erizad a e n perspectivas in d iv id u a le s). O rte g a p re te n d e esca­
p a r a la disyuntiva a firm a n d o co m o u n h e c h o q u e la perspectiva indivi­
d u a l es el ú n ic o m o d o d e a p re sa r la re a lid a d y, p o r ta n to , d e f o rm u la r
v erd a d e s universales.
Es cierto q u e, h istó ricam en te, el perspectivism o se h a visto acechado
p o r u n a serie d e pelig ros d e los q u e n o siem p re h a sabido escapar. Tal es
el caso d el solipsism o m ás o m en o s psicologista q u e e n su m o m e n to obli­
gó a m o d ificar sus p ro p ias d o ctrin as a fen o m en ó lo g o s y a positivistas lógi­
cos. O rte g a in te n ta so rte a r esta dificultad situ an d o la idea de perspectiva
e n el ám b ito q u e le es p ro p io , a saber, com o u n p red icad o o n to ló g ico no
m en o s q u e psicológico. D e a h í su tesis d e que las perspectivas son los as­
p ecto s co n creto s d e la realid ad en tan to qu e percibidos p o r seres Concre­
tos. Tesis q u e e n su tra b a jo «V erdad y perspectiva»6 se ve re a firm a d a y
m atizad a re ite ra d a m e n te . Así, escribe: «El p u n to de vista individual m e
p a rece el ú n ico p u n to d e vista d esde el cual p u e d e m irarse el m u n d o en su

252
M a n u e i. C huz

verdad». Y tam bién: «La realidad, precisamente por serlo y hallarse fuera de nues­
tras mentes individuales, sólo p u e d e llegar a ésta m ultiplicándose e n mil ca­
ras o haces» (subrayados, M. C .). Sin esfuerzo p o d ría n e n c o n tra rse m u ­
chas m ás citas q u e a b u n d a ra n en esta m ism a idea, p ero en to d o caso lo
im p o rta n te es se ñ alar el p ecu liar equilibrio realidad-individuo o m u n d o -
h o m b re q u e sie m p re se p ro p o n e , u n equilibrio q u e de alguna m a n e ra
p o d ría decirse q u e es e n tre perspectivas: la o ntológica d e u n lad o y la a n ­
tro p o ló g ica d e o tro .
P u es b ien , es p recisam en te d e la n ecesidad de tem atizar y p ro fu n d iz a r
e n esta relació n d e d o n d e b ro ta n los elem entos m ás novedosos d e la p ro ­
p u e sta o rte g u ia n a a p a rtir de aquí. E n el libro q u e co ro n a la se g u n d a fase
e inicia la tercera y ú ltim a de su evolución intelectual, el titu lado E l lema de
nuestro tiempo1', O rte g a radicalizará aquellas fo rm ulaciones en u n a direc­
ció n q u e le ab o cará a la n ecesid ad de p re se n ta r nuevas categorías. El re a ­
lism o plu ralista d e l q u e h ab ía p a rtid o , su convencim iento de q u e dos
p u n to s d e vista so b re la m ism a re a lid a d no p u e d e n coincidir, p e ro sí p u e ­
d e n c o m p lem en tarse, co n v en cim ien to del q u e en un p rim e r m o m e n to
d eriv ab a el im p erativo d e q u e lo q u e d eb e h a c e r cad a individuo es p ro cu ­
ra r r e p ro d u c ir fielm e n te su p u n to d e vista, te rm in a p o r convertirse en u n
d estin o : «Cada h o m b re tien e u n a m isión de verdad». A quella p rem isa se­
g ú n la cual realid ad y p u n to de vista son correlativos ha resu ltad o p o seer
u n d in am ism o in te rn o p ro p io . A firm aciones a p a re n te m e n te ta n ro tu n ­
das co m o «la persp ectiva es u n o d e los c o m p o n en tes de la realidad» d ejan
d e ser la ú ltim a p alab ra sobre el asunto. A ntes b ien al contrario, em p lazan
a p e n s a r la n a tu raleza d e esa m irada, d e ese lugar, so brecargado d e p ro n ­
to c o n tan p esad a responsabilidad.
B ien p u d ié ra m o s decir, sim plificando c iertam en te las cosas, q u e el e n ­
tero re c o rrid o d e su se g u n d a e ta p a le h a servido a O rteg a p ara ju stificar
la d ig n id a d o n to ló g ica y gnoseológica d e ese h o m b re que en el te rc e r tra ­
m o se va a d e d ic a r a describir. E n efecto, «somos insustituibles, som os n e ­
cesarios» en la m e d id a e n que n u e stra d iferencia individual es precisa­
m e n te el ó rg an o p o r el cual p o d em o s ver la p o rc ió n de realid ad q u e n os
c o rre sp o n d e . P ero co n fo rm arse con esto, q u ed arse aquí, significaría d e ­
j a r sin a b o rd a r las d os cuestiones q u e realm en te im p o rtan , a saber, la d e
q u é e n te n d e m o s p o r realid ad y la del tipo d e razón de la q u e estam os h a ­
b lan d o . A u n q u e q u izá fu e ra m ejo r referirse a u n a sola cuestión, y no a
dos, e n cu an to , co m o pasarem os a ver, u n a y otra, realidad y razón, van a
ser ab o rd ad as en la te rc e ra e tap a com o d im en sio n es de u n a sola y m ism a
cosa: la vida.

253
F il o s o f í a c o n t k m p o r á n k a

R A Z Ó N Y VIDA

P ero, p o r lo p ro n to , ac o m e te r el asu n to de esta m a n e ra im p lica p ro ­


p o n e r u n p la n te a m ie n to n ítid a m e n te diferen ciad o del viejo d ilem a «o ra­
zó n p u ra o p u ra vitalidad». Lejos d e él, la p ro p u esta o rteg u ian a se rá la de
u n a n u ev a d o c trin a seg ú n la cual la razón em erg e d e la vida a la vez que
ésta n o p u e d e subsistir sin la razón. Lo h ab ía an u n c ia d o en E l tema de nues­
tro tiempo: «La razó n es sólo u n a fo rm a y función d e la vida»8, y en los textos
d e su tercera e ta p a (e n tre los q u e se e n c u e n tra n libros tan capitales p ara
lo q u e estam os tra ta n d o com o Ideas y creencias, El hombre y la gente o L a his­
toria como sistema, p o r señ alar sólo algunos) se a p licará a llen ar de c o n te n i­
d o esa consigna. Se trata, en sum a, d e d ar con u n régim en de eq uilibrio
q u e p e rm ita escap ar al citado dilem a ra z ó n /v id a (o a alguno de sus equi­
v alentes, com o, p o r ejem plo, c u ltu ra /e s p o n ta n e id a d ), a base tan to d e re­
fo rm a r el c o n cep to de razón com o d e autentificar el d e vida.
P o d em o s iniciar el reco rrid o p o r cualquiera d e los dos conceptos. T an­
to da: in e x o ra b le m e n te acabarem os e n c o n trá n d o n o s con el otro. Q uizá,
p u esto s a te n e r q u e em p ezar p o r u n o , valga la p e n a prev en ir q u e la vida
q u e le in teresa a O rte g a n o es fu n d a m e n ta lm e n te la q u e estudia la biolo­
gía. La n o ció n b io ló gica d e vida constituye sólo u n frag m en to de u n con­
cep to m ás am plio. D e hech o , ya d esde su etap a perspectivista h ab ía venido
ad v irtie n d o O rte g a q u e el valor d e la vida d eb e m edirse p o r su cap acid ad
d e c re a r los valores d e la cultura. Igual q u e h ab ía advertido q u e la p alab ra
vida en u n e n u n c ia d o com o «cada vida es u n p u n to d e vista sobre el uni­
verso» n o se refiere so la m e n te a los individuos hu m an o s, sino tam b ién a
las c o m u n id a d e s n acio n ales o a los p erio d o s históricos (literalm en te:
«cada individuo — p erso n a, p u eb lo , época— es u n ó rg an o insustituible
p a ra la co n q u ista d e la verdad»). Estas puntualizaciones n o p re te n d e n
ta n to en fatizar la c o n tin u id a d d el p en sam ien to o rteg u ian o com o m o strar
la ín tim a co n ex ió n in te rn a e n tre las diversas categorías y argum entos.
Así, n o es casualidad q u e sea e n el m ism o texto e n el que se d esarro llan
los aspectos m ás historicistas d e su p ro p u esta, en L a historia como sistema,
d o n d e tam b ién d e fo rm a m ás co n secu en te se p la n te a el estatuto ontoló-
gico d e la vida. Se lee allí: «La vida h u m a n a es u n a realidad e x tra ñ a de la
cual lo p rim e ro q u e conviene d ecir es q u e es la realidad radical, en el senti­
d o d e q u e a ella te n e m o s q u e re fe rir todas las d em ás, ya q u e las dem ás
realid ad es, efectivas o presuntas, tie n e n d e u n o u o tro m o d o q u e ap are­
c e r e n ella»9 (subrayado, M. C .).
R ep árese en el p red icad o c o n el q u e q u e d a d e te rm in a d a la vida. Ella
n o es la realid ad única, o la más importante, o \?lfundacional: es, sim plem en­
te, ese e x trañ o lu g a r e n el q u e las cosas se constituyen en realid ad . O r­

254
M a n u e l C ruz

tega, h a c ien d o este tip o de afirm aciones, p re te n d e situarse m ás allá d e l


id ealism o y d e la fen o m en o lo g ía. N o sostiene, p o r tanto, q u e n o haya
n a d a fu era d e m i p ro p ia vida. Dice, m ás bien, que sólo d en tro de m i vida se
p u e d e c o m p re n d e r en su radicalidad, en su se n tid o últim o, el té rm in o
real, p u esto q u e m i v ida es el su p u e sto de la n o ció n y el sentido m ism o d e
la realid ad , q u e sólo d esde aq u élla resulta inteligible. Esa otra cosa q u e
los filósofos se c u la rm e n te se h a n e m p e ñ a d o en llam ar ser, O rte g a la e n ­
tie n d e co m o u n in v en to q u e los h o m b res h a n h e c h o p ara re sp o n d e r a d e ­
term in a d as situ acio n es vitales. E n consecuencia, d e b e ser p en sa d a a la luz
d e las categorías p ro p u estas, y co nsiderarse, n o com o el e le m e n to ontoló-
gico prim o rd ial, sino derivado: la vida es an terio r al ser. ¿Equivale esto a
a firm a r q u e lo q u e es real en m o d o alg u n o p u e d e trascen d er la vida? P o r
su p u e sto q u e no. L a vida es ese espacio en el q u e se convierte e n realid ad
lo q u e h ay 10.
P ero esta resp u esta ab re, a su vez, o tra in terro g ació n , refe rid a a la m a ­
n e ra e n q u e la vida hace posible la realidad. Q u e ya n o p u ed e ser la vieja m a ­
n e ra em p irista e n q u e la p resen c ia d el observ ad o r instituía, a títu lo de ga­
ra n te , lo o bserv ad o . R e p etir ese a rg u m e n to im plicaría re ite ra r ta m b ié n la
ex te rio rid a d q u e el em p irism o n u n c a supo resolver (de a h í derivas solip-
sistas com o la b e rk e le y a n a ). Lo d e O rte g a es d istinto. Lo suyo es la afirm a­
ció n d e u n a vida cargada de razón. L o que n o significa u n a afirm ación d e
ra c io n a lism o al m o d o clásico, p o rq u e lo q u e n u e s tro a u to r e s tá e n te n ­
d ie n d o p o r razó n n o es la razón m atem ática, tan útil p a ra c o n o c e r la n a ­
tu raleza co m o in serv ib le p a ra e n te n d e r los asuntos hum anos. P a r a él «es
razó n , en el v e rd a d e ro y riguroso sentido, to d a acción q u e nos p o n e e n
c o n tacto co n la re a lid a d » 11.
S u ex altació n d e l rig o r n o tien e n a d a d e re tó ric a (y m enos d e p a ra ­
d ó jica). El p ro b le m a es q u e h ab íam o s p e rd id o la perspectiva global. La
lla m a d a razó n m atem ática, o razó n p u ra, es u n a especie o fo rm a p a rti­
c u la r d e la razó n . T ie n e p o r e n c im a a la razón vital, qu e es « una y m ism a
cosa c o n vivir», p re c isa m e n te p o rq u e vivir es «no te n e r m ás re m e d io q u e
ra z o n a r an te la in e x o ra b le circunstancia». H e a q u í, pues, có m o se recla­
m a n m u tu a m e n te razó n y vida. L a razó n tien e q u e hacerse c a rg o d e la
vida y la vida h a d e se r in m in e n c ia d e verdad, q u e le p e rm ita s a b e r a q u é
vivir. O , p o r d e c irlo co n las p alab ras d el p ro p io au to r: «El h o m b re se e n ­
c u e n tra an te las cosas te n ie n d o q u e habérselas c o n ellas, y a e ste fin n e ­
cesita fo rm arse u n p ro g ra m a d e su c o n d u c ta fre n te a cad a cosa, esto es,
q u é p u e d e h a c e r co n ella, q u é n o p u e d e hacer, q u é p u e d e e s p e ra r d e
ella. E n efecto, yo n ecesito sa b er a q u é a te n e rm e co n resp ecto a las cosas
d e m i circu n stan cia. Este es el se n tid o v erd ad ero , originario, d e l saber:
sa b e r yo a q u é a te n e r m e » 12.

255
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

El p ro g ra m a d e O rte g a r e c u e r d a e n este p u n to al d e H e id e g g e r13.


C o m o él, p re te n d e re c u p e ra r la situación filosófica originaria, d esem b a­
razarse d e la m etafísica sustancialista d e O ccid en te p ara in te n ta r q u e las
ideas o cu p en el lu g ar q u e les c o rre sp o n d e. P ero sería u n e r ro r in te rp re ta r
este gesto en clave ecléctica o retard a ta ria. N o se tra ta de volver a u n esta­
d io p re rra c io n a l, co m o si la av en tu ra h u m a n a del p en sar more geométrico
h u b ie ra sido u n erro r. Lo h a sido, ad m itirá O rtega, p e ro e n to d o caso con
el ran g o d e e rro r n ecesario. L a razó n p u ra y sus productos (la ciencia gali-
leana) so n sin g é n e ro d e d u d a u n b ien histórico. Si algo hay q u e criticar
son sus excesos. P o r tan to , n o hay aq u í defensa a lg u n a de u n prim itivism o
ro u sseau n ian o o d e u n irracionalism o rom ántico. La tarea p e n d ie n te — la
faen a, p o r u sa r la p a la b ra de O rte g a — es d e natu raleza claram en te distin­
ta. C o lo car las ideas e n su lu g ar p asa p o r averiguar el v erd ad ero p a p e l que
d e se m p e ñ a la vida e n el c o n ju n to d e la realidad. P ero ese p ap el n u n c a se
p ercib irá si n o som os capaces d e lib e ra r a la vida d e su sum isión a la razón
p u ra. Este es el p rim e r paso p a ra p o d e r em p ezar a p en sar la vida d e u n a
fo rm a en te ra m e n te nueva.
L a vida n o es, seg ú n O rteg a, u n a cosa, p ero tam poco u n espíritu. En
rig o r n o es, p ro p ia m e n te h ab lan d o , nada. A quella realidad radical a la que
an tes n o s referim o s consiste en el q u e h a c e r del yo co n las cosas. Vivir de­
signa aq u ello q u e el h o m b re h ace co n las cosas. Ese h acer e n cu an to tal n o
es cosa alg u n a, sin o actividad: algo d e lo q u e n o se p u e d e d e c ir q u e sea,
sino q u e se p ro d u c e . D e a h í que, pu esto s a p ro p o rc io n a r u n a p rim e ra de­
fin ició n d el c o n cep to , p u d iéram o s d e c ir q u e la vida es lo q u e h acem os y
lo q u e n os pasa. O , tam bién, q u e n u e stra vida es ese dinám ico q u e h a c e r de
tra ta r co n el m u n d o , dirigirse a él, a ctu ar en él, ocuparse d e él. E sto es lo
dado p a ra O rteg a, la realid ad co n q u e o rig in a riam en te nos en co n tram o s,
lo q u e está a h í a p a rte de to d a in te rp re ta c ió n o teoría.
P ero rep árese e n q u e la vida n os es d a d a bEyo esta precisa condición:
n o co m o h ech a, sin o co m o q u e h a c e r (la vida d a m u ch o q u eh acer, gusta­
b a d e r e p e tir O r te g a 14) . Lo q u e ig u a lm e n te p o d ría ex presarse d ic ie n d o
q u e la vida es u n p e rm a n e n te hacerse a sí m ism a, u n autofabricarse. Esta­
m os a n te u n a n u ev a m etafísica d e la vida, an te u n a nueva o n to lo g ía fun­
d a m e n ta l d e cuyo c o rre c to d ise ñ o te rm in a rá d esp ren d ién d o se u n a idea
asim ism o ren o v ad a d e m oral: «... el h o m b re n o tien e naturaleza. El hom ­
b re n o es su cu erp o , q u e es u n a cosa; ni es su alm a, psique, conciencia o es­
p íritu , q u e es ta m b ié n u n a cosa. El h o m b re n o es cosa n in g u n a , sin o u n
d ra m a — su vida, u n p u ro y universal aco n tecim ien to q u e aco n tece a cada
cual y e n q u e cad a cual n o es, a su vez, m ás q u e aco n tecim ien to » 15. Y es
d ram a, p o r c o n tin u a r co n la figura, en el qu e n o le es posible al h o m b re co­
locarse e n el lu g ar del espectador. A ntes bien al contrario, el sujeto a q u ien

256
M w , C ruz

le a co n tece d ich o d ra m a no es n u n c a cosa ap arte y antes de él, sin o que es


fu n c ió n d e él. La id e n tid a d de cu alq u ier h o m b re tiene com o c o n te n id o
su p ro p io p royecto, el papel q u e d ecid e re p re se n ta r en el d ra m a de su
existencia. D ram a q u e, a su vez, consiste y se agota en su arg u m e n to . El a r­
g u m e n to y sólo el a rg u m e n to es la sustancia d e la vida.
¿Y el h o m b re? El h o m b re es el a u to r y el pro tag o n ista de ese a rg u m e n ­
to. A él le c o rre sp o n d e inventarse «una figura de vida», id ear «el p erso n a­
j e q u e va a ser». P u ed e o c u rrir q u e su creación resulte original o p lag iad a,
p e ro en n in g ú n caso le es d ad o re n u n c ia r a esa com petencia. Si re n u n c ia
no es. P o rq u e el h o m b re no p u e d e vivir sin un proyecto vital. La vida n u n ­
ca está h echa: sie m p re está p o r hacer. A rrojado e n m edio de las circuns­
tancias, el h o m b re tiene q u e d e te rm in a r d e an te m a n o lo queva a ser. Ni la
vida p u e d e pen sarse eleáticam en te com o sustancia — «no es u n a en tid ad
q u e cam bia accid en talm en te, sino, al revés, en ella la “sustancia” es preci­
sa m e n te cam b io » — , ni el ser del h o m b re es o tra cosa q u e m e ro pasar y
pasarle. P ero si esto es así, si el h o m b re es lo que le ha pasado, lo que ha
h e c h o , en to n ces d isp o n e m o s de los térm inos p a ra re d o n d e a r la a n te rio r
afirm ació n de O rteg a. En efecto, «el h o m b re no tien e naturaleza», lo q u e
tien e es historia.
Ello n o significa q u e O rteg a atribuya, in g en u am en te, a todos los h o m ­
bres la co n dición d e sujetos fundantes, creadores, de lo real (ni siquiera de
su real). A veces h ace falta reforzar los m atices con suficientes dosis de é n ­
fasis: el h ech o d e q u e todo h o m b re sea un p ro g ram a vital, u n esquem a q u e
p re te n d e realizar y q u e ha ten id o q u e im aginar a la luz d e las circu n stan ­
cias, n o p refig u ra el resultado. No sería co h eren te destacar el carácter fo r­
zo sam en te libre d e la existencia, p e ro om itir la posibilidad del error. El
h o m b re h a d e h ab érselas con u n re p e rto rio de posibilidades y urgencias,
q u e le c o n m in an a elegir. P ero esa situación p u e d e resolverse d e d iferen ­
tes m aneras. A d iferen c ia de las cosas — que son lo que s o n 16: la p ie d ra es
p ied ra, y el p ájaro , p ájaro — la vida, com o toda realidad h u m a n a , adm ite
g rad o s del ser. C o m o n o tiene u n ser ya d ad o de a n tem an o , co m o su m a­
terialización está en m anos del h o m b re, la vida p u e d e realizarse en m o ­
dos p len o s o d eficientes. En el p rim e r caso, estam os an te u n a vida a u té n ­
tica, h e c h a d esd e el p ro p io yo, en la qu e el h o m b re es fiel a esa voz que le
llam a a ser u n a cosa d e te rm in a d a (la vocación). E n el segundo, q u e tiene
lu g ar c u an d o el h o m b re desatien d e a su ín tim a y original vocación y se
a b a n d o n a a lo tó p ico y recibido (al Se, com o h u b iera d ich o H e id e g g e r),
estam os a n te u n a vida inauténtica.
Hay, pues, u n a sucesión d e o pciones an te las q u e el h o m b re n o tiene
m ás re m e d io q u e m edirse. La vida es problem a, queh acer, p re o cu p ació n
consigo m ism a, p ro g ram a vital y, en últim o térm ino, naufragio. N aufragio

257
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d el q u e el h o m b re aspira a salvarse a g arrán d o se a esa tabla de salvación


q u e es la c u ltu ra 17. O rte g a está h a c ie n d o u n p lan team ien to de la vida h u ­
m a n a q u e n o sólo a p e la a la (idea d e la) historia sino que se p re te n d e , él
m ism o, histórico. T ras sus referen cias a la in au ten ticid ad , se p e rcib e la
p re se n c ia d e las m u ltitu d es, la em erg en cia d e ese h o m b re m asa — teoriza­
d o tam b ién p o r los m ejores sociólogos de la época— que h a invadido los
esp acio s pú b lico s d e las g ra n d e s ciu d ad es y q u e está co n v u lsio n a n d o la
vieja m a n e ra d e situ arse an te el m u n d o . O rteg a n o se q u ed a en la consta­
tació n d e q u e el h o m b re « h u n d id o e n la sensación, en la m u c h e d u m b re
caó tica y p u n z a n te d e las cosas» se p ie rd e de vista a sí mism o. Ni se co n fo r­
m a co n señ alar q u e la salvación p ara él es volver a coincidir consigo m ism o,
sa b er claram en te cuál es su sin cera posición fre n te a cad a cosa, saber a
q u é aten erse . D a u n paso m ás y se ñ ala la h isto ricid ad de ese elem en to , la
c u ltu ra, d el q u e d e p e n d e q u e el h o m b re se m a n te n g a a flote.
Al m a rg e n d e q u e d espués analicem os m ás d e te n id a m e n te la n a tu ra ­
leza d e u n a crisis e n p articu lar (la p rovocada p o r la aparición de la nueva
c ie n c ia ), ah o ra se p u e d e a d e la n ta r lo relativo a la trascendencia q u e tiene
la fo rm a en q u e los h o m b res viven su relación con d eterm in ad o s e le m e n ­
tos d e su cultura. A sunto que n o nos aleja u n m ilím etro de lo que estábam os
tra ta n d o , com o es fácil d e ver c u a n d o se re c u p e ra n los térm inos: a d o p ta r
u n a posición a u tén tica n o es u n asu n to privado de cada individuo. Las ép o ­
cas d e crisis, p o r ejem plo, se caracterizan p o r la falta de las co n d icio n es
q u e h a c e n posible esta posición au tén tica. E n tales épocas h a p ericlita d o
u n c ie rto saber y n o se h a afirm ad o todavía u n sa b er nuevo. La ú n ic a cer­
teza q u e se cree te n e r es q u e las ideas y las n o rm as tradicionales s o n falsas
e inadm isibles. A h o ra p o d em o s c o m p ro b a r los efectos d e h a b e r arra ig a­
d o la razó n en lo m ás ín tim o d e la vida hum ana: el destino de am bas resul­
ta in disociable, p o rq u e su n atu raleza es en g ran m e d id a análoga. C om o la
vida, la c u ltu ra d e b e se r auténtica. C om o co n la vida, n u n c a p o d em o s es­
ta r se g u ro s d e si lo es.
P e ro e n to d o caso, a u n q u e n o d isp o n g a m o s d e tal se g u rid a d , n o n os
q u e d a m ás re m e d io q u e perseguirla, p o rq u e somos esa búsqueda. O tra m a­
n e ra d e decir, e n el fo n d o , q u e estam os abocados a la tarea de d e sc u b rir
lo q u e som os y lo q u e son las realidades que nos circundan. T area q u e n u n ­
ca p o d r á ser d e o rd e n sólo in telectu al (p o rq u e aquello p o r d escu b rir se rá
fin a lm e n te lo q u e resolvam os h a c e r ) , p ero p ara la que d e cu alq u ier fo r­
m a necesitam os a c u d ir deb id am en te p ertrechados. Los pertrec h o s con los
q u e acu d im o s a n u e stro e n c u e n tro co n el m u n d o son las convicciones.
N o hay n ad a q u e h a c e r sin ellas. De h ech o , O rtega llegará a afirm ar que lo
q u e p u d ie ra llam arse «un h o m b re sin convicciones» es u n en te ficticio.
L o q u e o c u rre , eso sí, es q u e dichas convicciones p u e d e n ser d e distinto
M an u el C ruz

tipo (p o r ejem plo, m e ra m e n te negativas, com o sucede e n las épocas d e


crisis, e n las q u e la ún ica convicción de los hom bres es la d e que n o se p u e ­
d e c re e r en n a d a ) . P ero h ab erlas, h a d e h aberlas p a ra qu e n u e stro com er­
cio, d e c u alq u ier tip o , co n la realid ad sea posible.
Este aspecto d el p lan team ien to o rteg u ian o h a sido específicam ente d e ­
sarro llad o en su lib ro Ideas y creencias18. Lo q u e en textos an te rio re s q u e ­
d a b a su b su m id o en el global «convicciones», a q u í q u e d a rá m atizado m e ­
d ia n te la distin ció n e x p resa d a en el título. Las ideas so n pen sam ien to s
q u e se n o s o c u rre n y q u e p o d em o s exam inar, a d o p ta r y h asta im itar. T am ­
b ién p o d ría m o s llam arles, com o alg u n a vez p ro p o n e O rtega, « o c u rre n ­
cias», c o n lo q u e d e p aso estaríam os d a n d o a e n te n d e r los d iferen tes g ra­
d os d e v erd ad q u e p u e d e n poseer, d esde el m en o s intelectual d e la vida
co tid ian a al m ás elab o rad o d e las proposiciones científicas. Sea co m o sea,
la c o n d ició n ú n ic a d e los p en sam ien to s así e n ten d id o s sería la d e em er­
g e r d e u n a vida h u m a n a q u e los preced e. M ientras que, e n el caso de las
creencias, lo m ás característico es p recisam en te el h ech o de q u e no d e ­
sem bocam os e n ellas a través d e actos específicos d e p ensam iento (no son
p en sam ien to s q u e b ien p u d ie ra n n o h ab érsen o s o c u rrid o ) sino q u e, p o r
el co n trario , se h allan ya e n nosotros, constituyendo la sustancia d e n u es­
tra vida. O , tal vez m ejo r a la inversa, n o sotros estamos en ellas.
La prefe ren cia p o r el revés o el d erech o d e la fo rm ulación d e p e n d e d el
asp ecto q u e q u eram o s destacar. D iciendo q u e están en nosotros, p arece
enfatizarse la d im en sió n constituyente de la individualidad h u m a n a q u e
tie n e n las creencias. Se m a n te n d ría en to n ces q u e las creencias no son
ideas q u e so sten em o s o m an ten em o s, sino m ás b ie n ideas que somos. Este
c arácter in tern o , estru ctural, perm itiría e n te n d e r el carácter invisible q u e
suelen te n e r las creencias, lo q u e a su vez explicaría las resistencias q u e o fre­
cen a la crítica. D el o tro lado, p re fe rir el e n u n c ia d o según el cual estam os
e n ellas subraya la d im en sió n c o m ú n , colectiva, d e las creencias y, a p a rtir
d e ah í, p e rm ite el análisis sociológico e histórico d e las ideas d e u n a é p o ­
ca, a te n d ie n d o v erazm ente a su efectivo d in am ism o 19.
Y es q u e la p ro p u e sta o rte g u ia n a está lejos d e ser u n a p ro p u e sta rígida.
A ntes b ie n al c o n trario , el fu n d a m e n to de la distinción p e rm ite d a r c u e n ­
ta d e la flu id a m a n e ra e n q u e ideas y creencias se c o m p o rta n en la vida d e
los h o m b res. P o rq u e p recisam en te lo q u e h ace q u e un p e n sa m ie n to (in­
cluso u n m ism o p en sam ien to ) caiga d el lado d e la idea o del de la cre e n ­
cia es el p ap el q u e d e se m p e ñ a e n la existencia h u m an a. Las ideas son o b ­
je to d e n u e stro discurso, e n tan to q u e las creencias son o b jeto d e n u estra
su p o sició n . N o se h a r e c u rrid o , pues, a la psicología o a la e p iste m o lo g ía
p ara distinguirlas. C onsecuentem ente, sería erró n e o apelar a criterios com o
el d e la evidencia p a ra trazar la fro n te ra e n tre am bas nociones: la eviden-
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

cía e n sí es ya el resu ltad o d e u n a acep tació n m en tal, que so la m e n te cabe


p re d ic a r d e las id eas20. La distinción, p o r así decirlo, es funcional. P o r eso
O rte g a p u e d e so ste n e r q u e hay ideas y creencias d e muy variado tipo, y
q u e la u b icació n e n u n o u o tro á m b ito n u n c a es definitiva.
E n efecto, creen cias n o son sólo las de u n a d e te rm in a d a clase. C iertas
supo sicio n es (o supu estos) de ín d o le sim ple y elem en tal p u e d e n m e re c e r
el n o m b re d e creencias. T odo d e p e n d e de si esos pen sam ien to s (n o for­
m u lados y a veces incluso n o form ulables) que estam os dan d o p o r supues­
tos so stien en , em p u ja n y d irig e n n u e stro co m p o rtam ie n to . Lo q u e n o sig­
nifica, ev id en tem en te, q u e no haya m a n e ra de distinguir en tre tipos d e
creencias. La cre e n c ia d e que existen reg u larid ad es que rigen los fenó­
m en o s n atu rales (si se q u iere d e c ir m ás fácil: la creencia d e qu e m a ñ a n a
sald rá el sol) tiene el m ism o sen d d o , esto es, d esem p eñ a la m ism a fu n ció n ,
q u e la c re e n c ia d e q u e m a ñ a n a se g u iré vivo. P e ro eso n o im p id e afir­
m a r q u e u n a y o tra tie n e n u n distinto fu n d a m e n to , esto es, que p o d ría n
ser e v en tu alm en te respaldadas p o r m uy diversas calidades de a rg u m e n ­
tos. E ste sería el p u n to en q u e alcanzaría valor teórico, en que ya no sería u n
elem en to discursivam ente extem poráneo, la constatación de que en u n caso
se p u e d e m o strar el aval d e u n discurso científico (la astro n o m ía convier­
te el a m a n e c e r d e m a ñ a n a e n u n a p red icció n trivial), m ientras q u e en el
o tro el resp ald o viene d e u n a d u d o sa am algam a d e cálculo de p ro b ab ili­
d ad es y p ulsiones d e supervivencia.
L a co n d ició n ev en tu alm en te a rg u m en tab le de las creencias se ha in ­
tro d u c id o p a ra tran sitar al o tro aspecto, el del carácter no definitivo de la
u b icació n e n u n o u o tro ám bito. P ero en n in g ú n caso esta labilidad d e­
b ie ra h o r a d a r lo q u e p a re c e el co n v e n c im ie n to m ás fu e rte de O rte g a , a
saber, q u e h asta c ie rto p u n to d o m in a m o s n u e stra s ideas, p e ro estam os
sie m p re d o m in ad o s p o r nu estras creencias. C onvencim iento del cual ex­
trae u n a co n clu sió n crítica: p o r im p o rtan tes q u e sean ciertas id eas p ara
n o so tro s, n o p o d rá n re alm en te a rra ig a r en n u e s tra vida hasta q u e d ejen
d e ser ideas y se c o n v iertan en creencias. C on las creencias se p u e d e h a c e r
u n a cosa rig u ro sam en te im posible de h acer con las ideas: se p u e d e vivir
efe ellas. De a h í q u e e n otras ocasiones O rteg a se haya referido a q u e contar
con es ju s ta m e n te lo típ ico d e la creen cia. A firm ación q u e se p o d r ía ra ­
dicalizar todavía u n p o co m ás d icien d o que las creencias p o seen valor d e
realid ad .
P ero los té rm in o s v ienen h istó ricam en te dem asiado cargados d e co n ­
n o tacio n es co m o p a ra q u e n o se precise n in g u n a m atización. E n co n cre­
to, los usos co n so lid ad os de la p alab ra creencia, su frec u en te ap arició n al
lad o d el adjetivo «religiosas» y alg u n a q u e o tra circunstancia m ás, p u d ie­
ra su g e rir u n a difícil coh ab itació n en el seno del p lan team ien to o rteguia-

260
M a n u e i. C r u z

n o e n tre dos elem en to s: de u n lado, el de qu e la existencia h u m a n a es ra­


d icalm en te p ro b lem átic a y, d e o tro , el d e q u e d ich a existencia está h ech a
d e creencias. Sin e m b arg o , la dificultad deviene m a len ten d id o e n el m o­
m e n to e n q u e n o s ap ro x im am o s al detalle de la arg u m en tació n d e O rte­
g a y co m p ro b am o s la im p o rta n c ia q u e en ella se le atribuye a la d u d a , que
llega a se r calificada co m o «una especie d e creencia». No h a lugar, pues, a
c o n tra p o n e r d u d a y creencia. Lo cual nos es ú til p a ra co m p letar la figura
d e ese p a rtic u la r h em isferio d e n u e stro im aginario q u e son las creencias.
A h o ra vem os q u e ellas n o se p re se n ta n siem pre en fo rm a co m p acta, sino
q u e o frecen fisuras. Igual qu e vem os q u e las dudas, precisam ente p o r ser
creencias, son tam b ién n u estra realidad. P or eso podem os aplicarles a ellas
las ex p resio n es q u e an tes aplicam os a las creencias y decir q u e estam os en
duda (m ás p recisam en te, «en u n m a r d e dudas»). Lo que o c u rre es que
co n stitu y en u n a p a rte específica d e n u e stra realidad, la realidad d e lo du­
doso (« u n a realid ad tan realidad com o la fu n d a d a en la creencia, p e ro que
es ella am b ig u a, bicéfala, inestable»21). O, si se prefiere, u n a m a n e ra p e­
cu liar d e estar e n n u e s tra realid ad («en la d u d a se está com o se e stá en u n
abism o, es decir, cayendo»22) . L a d u d a es, en definitiva, estar en lo inesta­
b le co m o tal. Y esa es u n a d im en sió n inexcusable d e lo real. N u estra vida
se ría tan in co m p ren sib le sin las d u d as c om o lo es sin las creencias.
P ero e n esa in estab ilid ad n u n c a en co n tram o s acom odo. Q ue tam b ién
estemos en duda n o significa e n m o d o alg u n o q u e acep tem o s sem ejante si­
tu ació n co m o u n estado n o rm a l d e cosas. C om o h u b ie ra dicho O rtega,
b raceam o s d e s esp erad am en te p a ra evitar el naufragio. Y la tabla d e salva­
ció n a la q u e n os aferram o s es la tabla d e las ideas. N o conocem os o tro re­
m e d io p a ra salir de dudas q u e p en sar acerca d e esas m ism as d udas («pen­
sar en u n a cosa es lo m en o s q u e p o d em o s h a c e r co n ella») o, lo q u e viene
a ser lo m ism o, p ro d u c ir ideas. H e a q u í la m a n e ra e n que las ideas le son
d e u tilid ad a la vida: c u b rie n d o las fisuras q u e se a b re n de c o n tin u o en las
creen cias q u e n o s constituyen. L a id ea es aquello q u e se forja el h o m b re
c u an d o la creen cia vacila. Las ideas son esas cosas q u e d e m an era conscien­
te co n stru im o s p re c isa m e n te p o rq u e no creemos en ellas. Y los h u e c o s d e
n u estras creen cias so n el lu g ar vital d o n d e in se rta n su in te rv e n c ió n las
ideas. P ero se establecen, an id an , con v oluntad de p erm an en cia. Esas n u e­
vas ideas q u e sustituyen a unas viejas creencias, sacudidas hasta sus cim ien­
tos, tie n e n la te n d e n c ia a convertirse e n creencias.
T o d o esto d e sb o rd a los lím ites de lo individual, p o r m ás q u e p o d am o s
c o m p ro b a rlo e n el curso de nu estras experiencias personales. El escena­
rio d o n d e co n m ás clarid ad se p e rcib en las referidas sustituciones o, en
g en eral, se p u e d e c o n te m p la r el ap asio n an te espectáculo d e la sim ultá­
n e a d esin te g ració n y fo rm ació n d e creencias es el d e la h istoria h u m a n a .

261
F u .OSOFÍA CONTEMPORÁNEA

Lo q u e viene a ser co m o afirm ar q u e es el escenario d o n d e m ejor se m ues­


tra h asta q u é p u n to el tem a d e la razó n vital se in teg ra co n el d e la razón
h istó rica (n o el único: recu érd ese q u e para O rte g a el térm in o in d ividuo
sirve tam b ién p a ra designar, adem ás d e a u n a persona, a u n p u eb lo o a u n a
é p o c a ) . E fectivam ente, los análisis históricos nos p e rm ite n co m p ro b a r d e
m a n e ra irrefu tab le q u e el universo d e nuestras convicciones (p o r recu p e­
ra r el térm in o inicial eng lo b an te) n o d ep en d e, ni e n su naturaleza n i en su
devenir, d e n in g ú n h o m b re e n particular, p o r más q u e seam os cada un o d e
n o so tro s el ú n ico espacio en q u e ese im aginario se p u ed e m aterializar.
P ero co n esto n o se p re te n d e re in tro d u c ir n in g u n a ex terio rid ad , sino
ju s ta m e n te al c o n trario . La vida individual es ya histórica: la histo ricid ad
p e rte n e c e esen cialm en te a la vida d e cada u n o d e nosotros. A d iferen c ia
d el ad o lescen te, q u e cree in a u g u ra r el m u n d o , estrenarlo to d o (y p o r ello
c o n fu n d e su primera vez de lo q u e sea con ser el primero que hace eso, cu an ­
d o n o el in v e n to r), el h o m b re ad u lto es — y lo sabe— h e re d e ro d e u n p a ­
sado, d e u n a serie d e experiencias h u m an as pretéritas, q u e c o n d icio n an
su ser y sus p osibilidades. P odem os discutir, co n A uden, si esa h e re n c ia va
a c o m p a ñ a d a d e u n te sta m e n to . Es posible q u e u n o de los rasgos m ás ca­
racterísticos del h o m b re c o n tem p o rán eo sea precisam ente su im p o ten cia
p a ra co n seg u ir ser a p a rtir del sido q u e le constituye. Pero el rasgo in fo rm a
d e las lim itacio n es d e los h ered ero s; n o sirve p a ra n eg ar la existencia d e
la h e ren cia. O rteg a, q u e n u n c a dejó de p e n sa r q u e el in te n to d e fijar las
posib ilid ad es h u m an as, de p re d e te rm in a r lo q u e el h o m b re es capaz d e
ser, es u n in te n to tan vano co m o el d e p o n e rle p u ertas al cam po, m an tie­
n e e x p re sa m e n te q u e sólo hay u n a lín ea fija, preestablecid a y d a d a q u e
p u e d a o rien tarn o s: el pasado. El h o m b re h a sido ciertas cosas concretas, y
p o r eso n o p u e d e ya serlas y viene obligado a ser otras d e term in ad as. D e
a h í las afirm acio n es o rteg u ian as en Historia como sistema: «Si no sabem os
lo q u e [el h o m b re ] va a ser, sabem os lo que n o va a ser. Se vive en vistas d el
p asad o » 23. O tam b ién : «Este h o m b re , esta n ació n hace tal cosa y es así por­
que a n tes hizo tal o tra y fue d e tal o tro m o d o . La vida sólo se vuelve u n
p o co tra n sp a re n te an te la razón histórica»24.
Se o b serv ará q u e O rteg a n o está p re su p o n ie n d o qu e esa tra n sp a re n ­
cia d e la vida d eje ver la racio n alid ad de la historia. Lo q u e está p re su p o ­
n ie n d o es algo b ie n d istinto, a saber, la historicidad de la razó n 25. Sin q u e
eso, e n c o n tra p a rtid a , le arro je en brazos d e n in g ú n g é n e ro de relativis­
m o. Si tuviéram os q u e b u sc ar el ejem plo m ás in có m o d o e n n u estro s días
p a ra m o stra r có m o O rte g a co n ju g a estas ideas, p ro b a b le m e n te elegiría­
m os la n o ció n d e p ro greso. S ería in co n secu en te p o r p arte d e n u e stro a u ­
to r c re e r e n n in g u n a m o d alid ad de avance n ecesario, in d efectib le, hacia
u n sistem a d e refe ren cias absoluto. E n tre otras razones, esa id ea e n tra ría
M. a n u e i . C r u z

e n co n flicto co n el p ro ta g o n ism o irre n u n c ia b le q u e en todo m o m e n to


O rte g a atribuye al h o m b re en la gestión d e su p ro p ia existencia. P e ro tam ­
b ién lo sería q u e reap areciera tard íam en te u n a actitud criticada p o r él mis­
m o e n su p rim e ra etap a, el adanismo, la p e rm a n e n te tabula rasa.
N o lo es, en cam b io , que d e fie n d a el carácter productivo de la su p e ra­
ció n d e lo vivido e n ten sió n d e porvenir. En cu alq u ier esfera de la activi­
d a d h u m a n a d e q u e se trate, p ro g re sa r es acumular ser. En filosofía, p o n g a­
m os p o r caso, lo q u e h oy pensam os es posible ú n icam en te en v irtu d de las
filosofías d e ayer y anteayer. N o o tra cosa significa la afirm ación o rteguia-
n a d e q u e «las filosofías p retéritas co lab o ran en la n uestra»20. P ero , igual
q u e an tes (cu an d o se h abló d e vida au tén tica e in au tén tica), esa p resen ­
cia, ese peso, e n m o d o alg u n o g aran tizan el acierto de n u estro p re se n te
filosófico. El p asad o es co n d ició n d e posibilidad, n o de b o n d ad . A u n q u e
ig u alm en te hay q u e d ecir qu e el pasado co n d icio n a, no m an iata al p re ­
se n te. H ay q u e asu m ir el pasado, e n el bien e n te n d id o d e que a su m ir el
p asad o es p o n e rse a su lado, n o de su lad o 27. L a filosofía p u d o h a b e r tom a­
d o o tra deriva d e la q u e fin alm e n te tom ó. T am bién h u b o erro res e n el p a­
sado, si se p refiere d e c ir así. E n cu alq u ier caso, p a ra d e te rm in a r la posi­
ció n h istó rica d el p re se n te es forzosa esa asunción d el pasado.
¿C u á n d o p o d re m o s so s te n e r q u e d ic h a re la c ió n es u n a re la c ió n d e
p ro g reso ? En el m o m e n to en q u e seam os capaces d e in teg rar esas expe­
rien cias pasadas e n u n sistem a operativo, capaz de apro v ech ar el esfuerzo
p re c e d e n te . O rte g a p refiere, com o figura intuitiva del q u e h a c e r filosófi­
co, la excavación fre n te a la con stru cció n . C on lo q u e la pesquisa invierte
su sig n o trad icio n al. L a tarea del filósofo es la d e h u rg a r en los niveles
p re c e d e n te s , sacar a la luz lo q u e estaba o cu lto b ajo capas de o p in io n e s
establecidas. El p ro g re so en filosofía, entonces, consiste e n m o stra r q u e
lo q u e a n ta ñ o fu e te n id o p o r p en sam ien to original se h a con v ertid o en
e n u n c ia d o trivial, y q u e lo qu e fue o b ra genial se h a tran sfo rm ad o en sen­
tid o c o m ú n . S en tid o co m ú n , o b analidad, q u e se p ro d u ce (y se reco n o ce)
c u a n d o p o d em o s d escrib ir los supuestos e n q u e se funda. H asta b ie n lejos
h a n alcan zad o los efectos de la distinción id eas/cree n cias: c u a n d o aque­
llos su p u esto s n o estab an a la vista, cu an d o e ra n ad o p tad o s co m o si fue­
ra n u n a v erd ad in co n tro v ertib le, lo q u e o c u rría e ra que los h o m b res esta­
ban en esas ideas.
N o n os h em o s desplazado, pues, desde u n a inicial insistencia e n la vida
h u m a n a p erso n al a u n a visión cuasianónim a de la historia. O rteg a n u n ca
p ie rd e d e vista q u e es cad a h o m b re el que se e n c u e n tra d e te rm in a d o p o r
u n re p e rto rio d e creencias, ideas, usos y problem as. Es más, p o d ría decir­
se q u e su p ro p u e sta es ju sta m e n te la de tran sitar d e m an era o r d e n a d a
d esd e este p la n o básico al m ás g en eral de la h isto ria h u m a n a universal.

263
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

P o r eso, la tesis d e q u e la historia tien e u n a e stru c tu ra precisa n o es u n a


tesis ab stracta o y u x tapuesta a las otras, sino la p articu lar m a n e ra e n que
se in te n ta d ib u jar esa tensión, tan p ro p ia del d ev en ir h u m an o , e n tr e tra­
dició n e innovación, e n tre el em p u je d e las iniciativas y ensayos y e l lastre
d e las resistencias. E sta tensión p ro d u ctiv a es la que rep re sen ta en O rte g a
el ju e g o d e las g en eracio n es. «U na g e n eració n es u n a zo n a de q u in ce
añ o s d u ra n te la cual u n a cierta fo rm a d e vida fue vigente. L a g e n eració n
sería, p ues, la u n id a d c o n creta d e la au tén tica cro n o lo g ía h istórica, o, di­
ch o en o tra form a, q u e la historia cam in a y p ro c e d e p o r generaciones.
A h o ra se c o m p re n d e e n q u é consiste la afin id ad v erd ad era en tre los h o m ­
bres d e u n a g en eració n . L a afinidad n o p ro ced e ta n to de ellos c o m o de
verse o b lig ad o s a vivir e n u n m u n d o q u e tien e u n a fo rm a d e te rm in a d a
y ú n ic a » 28.
Las g en eracio n es así e n te n d id a s so n los agentes históricos concretos.
C ada g e n eració n p o se e u n d e te rm in a d o perfil, resultado d e la c o n c re ta
m a n e ra e n q u e en ella se articu lan receptividad y e s p o n tan eid ad , tradi­
ció n e in n o v ació n . P u es b ien , la d in á m ic a h istó rica tiene lu g ar c o m o re­
su ltad o d el e n c u e n tro q u e se p ro d u c e en tre tres gen eracio n es e n todo
p re se n te histórico (d efin id o p o r O rte g a p recisam en te com o «la u n id a d
e n u n tiem p o h istó rico d e tres e d ad es distintas»). El signo d e ese e n c u e n ­
tro p u e d e variar, e ir d esde la plácida coexistencia, p ro p ia de las épocas
d e n o rm a lid a d , a la v iolenta oposición, característica d e las épocas d e cri­
sis h istórica. E n to d o caso, en ese espacio im aginario, en esa ág o ra inter­
g e n e racio n al q u e es la vida en co m ú n , h ab ita la tensión p ro d u ctiv a del
d ev en ir h u m a n o , ése es el lu g ar e n el q u e se libera la fuerza que h a c e m o­
verse a la historia. L o qu e p a ra otros es con sid erad o com o u n cortocircui­
to, a saber, el conflicto g en eracio n al, p a ra O rteg a es el catalizador de la
d in á m ic a histórica.
C o n v ien e ad v ertir d e u n a in te rp re ta c ió n equivocada del c o n cep to de
generació n p ara p o d e r d efenderse así p o r anticipado del rep ro ch e d e bio-
lo g ism o 29. E n te n d e r la e d a d co m o u n d ato cro n o ló g ico significaría, en
efecto, atrib u irle a la biología, a través d el ritm o de las edades, la c ad en c ia
d e lo histórico. Sin em b arg o , la ed a d n o es u n dato cronológico, sin o u n
ex istencial b iográfico, q u e m o d u la decisivam ente el p ro p io nivel d e la ex­
p erien cia. La e d a d es la inscripción d e la tem p o ralid a d e n la existencia.
P ero n o d e la te m p o ralid a d objetiva d el calendario, sino de la subjetiva de
cad a h o m b re . Esa ex istencia tem poralizada es la biografía, d e la q u e bien
p o d ría m o s a firm ar q u e constituye la u n id a d m ín im a de sentido p a r a en­
te n d e r la g e n eració n y, m ás allá, la h isto ria30. O rte g a da así el p aso que
Fichte, p ro b a b le m e n te su m ás au té n tic o precursor, no se atrevió a dar,
ate n a z a d o p o r u n p ersisten te intelectualism o. El sí foija, to m a n d o estos

264
M a n u e i . C ruz .

m ateriales biográficos com o los átom os básicos d e realidad, u n a nueva


o n to lo g ía capaz d e alo jar en su se n o la realidad d e la vida h u m a n a .
Las prem isas se reen vían, p e ro — esto es lo im p o rta n te — sin circulari-
d ad . L a espiral d el razo n am ien to o rteg u ian o se eleva así, re to m a n d o sus
tesis acerca d e la n atu raleza racional de la historia en u n plano superior,
e n riq u e c id o co n las últim as afirm aciones. La co n d ició n g e n e ra d o ra d e
ex p erien cia, p ro p ia d e to d o h o m b re , n o se p e rd e rá d e vista e n n in g ú n
m o m e n to d el discurso. Y cu a n d o haya que a firm ar la historia co m o siste­
m a, se d irá q u e es, e n co n creto , «el sistem a d e las experiencias h u m an as» .
A h o ra b ien , si esas ex p eriencias n o se tien en , sino que se p ro d u c e n , a lo
largo d e u n cam in o d e a u to ex p erim en tació n de lo que cada situ ació n d a
d e sí, si n o hay reglas p ara h a c e r n u e stra vida, de m a n e ra que la ú n ica re ­
gla q u e p o d em o s se n ta r es la d e la invención p e rp e tu a d e n u e s tro ser31,
e n to n c e s h a b rá q u e co n clu ir dos cosas. U na, q u e el m odo d e a p r e h e n ­
sión d e u n a realid ad tal d eb e rá adecuarse a su objeto. Y si a n tes dijim os
q u e la razón es h istó rica p o rq u e la historia, y la vida m ism a, es co n stitu ti­
v am en te razón: d a r c u e n ta y h a c e r la cu en ta de sí, a h o ra p o d ríam o s a ñ a ­
d ir algo más: ese d a r c u en ta d e la historia pasa p o r contarla.
B ien m irad o , p ro b a b le m e n te n o p o d ía ser de o tra m anera. L a historia
trata d e e n te n d e r aq u ello q u e tien e sentido, el h e c h o h u m an o . Es decir,
lo hecho (p articip io d el verbo h acer) p o r alguien e m p eñ ad o e n in v en tar­
se, p o r alguien imposible sin imaginación (el h o m b re es u n anim al «enferm o
d e fantasía», llegará a d ecir en algún m o m e n to ). P o r alguien q u e es, según
la cé le b re fo rm u la c ió n o rte g u ia n a , novelista de sí mismo. En c o n s e c u e n ­
cia, la ú n ica razó n d e la qu e aq u í se p u ed e tratar es de u n a razó n n arra ti­
va, q u e ap o rte el cóm o, el d ó n d e y el hacia d ó n d e, p o r q u é y p a ra qué, de
u n a serie d e exp erien cias. C on las propias palabras de O rtega: «Para co m ­
p r e n d e r algo h u m a n o , p ersonal o colectivo, es preciso co n tar u n a h isto­
ria»32. L a razón histó rica se en carg a de d escu b rir la tram a arg u m en tal de
la vida m ism a, el se n tid o del relato escrito p o r los h om bres co n to d o
aq u ello q u e les h a id o p asan d o y h a n ido realizando.
L a o tra cosa a co n clu ir tiene q u e ver con lo q u e p u d iéram o s llam ar la
sustancia m oral d e la vida h um ana. A quella inicial caracterización d e la m is­
m a c o m o d ra m a h a id o llen án d o se p a u latin am en te de c o n te n id o . La vida
es d ra m a n o sólo p o r su e s tru ctu ra form al — p o r lo que tiene d e re p re se n ­
tació n — , sino so b re to d o p o r lo q u e en ella o cu rre . La obviedad d e q u e el
h o m b re es u n ser efím ero y tran sito rio d e te rm in a su actitud so b re el esce­
n ario d el m u n d o . El h o m b re sie m p re tiene prisa. Su vida es sie m p re u r­
gen cia, p o rq u e n o cabe fo ija r proyectos co n fech a in d e te rm in a d a de eje­
cución. Eso eq u iv ald ría a in te n ta r aplazar el p ro p io ser. La id en tid ad se da
en la a cció n 33. E n la a v en tu ra d e la acción, p o d ría decirse, si a te n d e m o s a

265
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

las afirm acio n es d e O rtega: «Ser libre q u iere d ecir carecer de id e n tid a d
constitutiva, n o estar adscrito a u n ser determ in ad o , p o d e r se r otro d el que
se e ra y n o p o d e r instalarse de u n a vez p a ra siem pre e n u n se r d e te rm in a ­
do». Es, pu es, el carácter in co m p leto d e la p ro p ia existencia el q u e conde­
na al h o m b re a se r lib re, com o d iría Sartre, el que le deja e n la p arad ó jica
situació n d e n o te n e r lib erta d p a ra re n u n c ia r a ella.
Si esta m ism a id e a la fo rm u láram o s en negativo, o b ten d ríam o s la ú ni­
ca in d icació n posible acerca d e q u é cabe h a c e r co n esa irre n u n c ia b le li­
b ertad . Bajo la p resió n del tiem po, el h o m b re p u e d e h acer lo q u e q u iera
m en o s u n a cosa: excusarse. Ese te n e r q u e d ecid ir e n cada in stan te cóm o
va a a c tu a r («vivir es c o n s ta n te m e n te d e c id ir lo q u e vam os a h a c e r» 34) le
co lo ca d e c o n tin u o an te la n ecesid ad de justificarse, esto es, de d a r razón
a n te sí m ism o d e p o r q u é h ace u n a cosa y no otra. D e acu erd o con to d o lo
d ich o , se rá u n dar razón peculiar, q u e en n in g ú n caso p o d rá equivaler a
p ro p o rc io n a r ex plicaciones, e n el sen tid o h abitual del térm in o . El arco
d e la existencia h u m a n a a u té n tic a n u n c a d eja d e estar tenso. Lo q u e ven­
d rá — q u e es co m o decir: lo q u e n o sotros traere m o s— tiene u n signo in­
cierto . P u ed e se r q u e le ab ram o s el paso a lo m ejo r o a lo peor. P o r eso,
d irá O rteg a, «lo grave es el futuro». P ero, e n c u alq u ier caso, h a b rá p o r lo
m en o s u n se n tid o e n el q u e n o p o d rem o s d e s e n te n d e m o s d e él (incluso
au n q u e n o lo e n te n d a m o s ). A quel dar razón equivale a hacerse cargo. La
vida h u m a n a es, e n definitiva, resp o n sab ilid ad 35.
N otas

1Por ejem plo, José Ferrater Mora en su libro Ortega y Gasset, Barcelona, Seix
Barral, 1973; I a ed. en inglés en 1952.
2 J. Ortega y Gasset, Obras Completas I, Madrid, Revista de O ccidente, 7a ed.:
1966, pp. 473-493.
3 Así lo ha hecho Julián Marías en su libro Ortega y la idea de razón vital, Ma­
drid, Revista de O ccidente, 1948, p. 32, nota 7.
4 J. Ortega y Gasset, op. cit., pp. 309-400.
5 Ibídem, p. 321.
6 J. Ortega y Gasset, Obras Completas II, cit., pp. 15-20.
7J. Ortega y Gasset, Obras Completas III, cit., pp. 143-203.
8 Ibídem, p. 178.
9 J. Ortega y Gasset, Historia como sistema, en Obras Completas VI, cit. p. 13.
10 «Yo no sé si eso que llamo vida es importante, pero sí parece que, impor­
tante o no, está ahí antes que todo lo demás, incluso antes que D ios porque
todo lo demás, incluso Dios, tiene que darse y ser para mí dentro d e mi vida»,
Obras Completas XII, p. 31.
11 Ibídem, p. 46.
12 J. Ortega y Gasset, Obras Completas V, p. 85. Véase para este punto Pedro
Cerezo, «La razón histórica en Ortega y Gasset», en Reyes Mate (e d .), Filosofía de
la historia, EIAF, vol. 5, Madrid, Trotta-CSIC, 1993, p. 169.
13 Vid. el epígrafe «Ortega y Heidegger» en José Gaos, Obras Completas, X. De
Husserl, Heideggery Ortega, M éxico, UNAM, 1999, pp. 177-386.
14 Lo subraya, por ejemplo, en diversos m om entos de sus Lecciones de metafísi­
ca, Obras Completas XII, pp. 13-141.
15J. Ortega y Gasset, Obras Completas VI, p. 32.
16Ibídem, p. 400.
17Véase J. Ferrater Mora, op. cit., p. 106.
18J. Ortega y Gasset, Obras Completas V, pp. 383-409.
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

19 En cualquiera d e los dos casos, aproximar esta noción a la de prejuicio pre­


sentada por Gadamer probablemente permitiría extraer conclusiones muy prove­
chosas para el debate.
20 En un determ inado m om ento, Ortega se pregunta qué significa la verdad
de las ideas y de las teorías. Y se responde: «La verdad o falsedad de una idea es
una cuestión de “política interior” dentro del m undo imaginario de nuestras
ideas» (Obras Completas V, p. 388).
21 Ibídem, p. 393.
22 Ibídem, p. 392.
23 J. Ortega y Gasset, Obras Completas VI, p. 41.
24 Ibídem, p. 40.
25 «Se trata de encontrar en la historia misma su original y autóctona razón.
Por eso ha de entenderse en todo su rigor la expresión “razón histórica”. No
una razón extrahistórica que parece cumplirse en la historia, sino literalmente,
lo que al hombre le ha pasado, constituyendo la sustantiva razón» (ibídem, p. 50).
26 J. Ortega y Gasset, Obras Completas IX, p. 360.
27 Cfr. J. Ferrater Mora, op. cit., p. 130.
28 J. Ortega y Gasset, Obras Completas VI, p. 371. Lo que igualmente es expre­
sado por Ortega en otro m om ento afirmando que cada generación, en virtud
de su ubicación, «representa una cierta actitud vital, desde la cual se siente la exis­
tencia de una manera determinada» (Obras CompletasIII, p. 148).
29 Formulado entre nosotros por Pedro Laín en su libro Las generaciones en la
historia, Madrid, IEP, 1945. La clave de su reserva hacia el concepto tiene que
ver con la interpretación que de él hace com o un mero suceso histórico, como
«una fuerte semejanza histórica de varios hom bres coetáneos».
30 En un sentido muy próxim o a lo que estamos diciendo se pronuncia Ju­
lián Marías en su libro El método histórico de las generaciones, así com o en el capítu­
lo «Dinámica de las generaciones» de La estructura social, ambos en Obras VI, Ma­
drid, Revista de O ccidente, 1969. Según él, la teoría de las generaciones no es
en O rtega una doctrina aislada, sino una pieza indispensable de una «teoría ge­
neral de la realidad histórica y social», con fundam entos en una metafísica de la
vida humana.
31 Invención en sentido radical, esto es, sin garantía alguna de éxito o, casi
mejor, con una específica garantía de fracaso. La pretensión de ser en qu e el
hom bre consiste nunca puede llegar a consumarse: «el destino — el privilegio y
el honor— del hom bre es no lograr nunca lo que se propone y ser pura preten­
sión, viviente utopía», (Obras Completas TV, p. 434).
32 J. Ortega y Gasset, Obras Completas VI, p. 40.
33 Así, puede leerse en El hombre y la gente: «Para ser, esto es, para seguir
sien do tiene [el hom bre] que estar siem pre haciendo algo» (Obras Completas
VII, p. 104).
M anu el. C ruz

34 Unas lecciones de metafísica (lecc. II), en Obras Completas XII, p. 37.


35 O, sólo un po co más precisamente, «mi vida es [...] constante e ineludible
responsabilidad ante m í mismo» (Obras Completas VII, p. 114).

269
C uarta parte

El s ig l o xx, u n texto borroso .


Ú l t im a s t e n d e n c ia s
(O MATERIALES PARA LA INCER TIDUM BR E)
C a p ít u l o X I V
D e l EMPIRISMO AL PRAGMATISMO
( o E l RETORNO DEL PRAGMATISMO)

L íos tópicos, tam b ién en filosofía, p u ed en ser considerados co m o rep re­


sentaciones d e largo recorrido, esto es, ideas o valoraciones que, u n a vez
q u e se fijan en el im aginario colectivo, desarrollan su eficacia de m a n e ra se
d iría q u e autom ática, casi com pletam ente a salvo d e las refutaciones de la
realidad. D eterm in ad o s lugares com unes referidos a los tem as, el estilo y, e n
general, a la am bición d e ese co n tin en te teórico q u e se acostum bra a d en o ­
m in a r filosofía analítica alcanzaron en su m o m en to una notable rep ercu ­
sión, q u e co n tin ú a vigente, a pesar de que ah o ra resulte difícil de justificar.
U n a d e las tareas a las q u e está obligado el h isto riad o r de la filosofía
c o n te m p o rá n e a es a la de d esh acer — o, si m ás no, a debilitar en la m edida
d e lo posible— d ic h o o rd e n de tópicos. Tal es el caso del em p e c in a m ie n ­
to e n seg u ir c o n sid e ra n d o a los analíticos com o los conspicuos re p re se n ­
tan tes d e u n n u ev o escolasticism o, e n re d a d o en su p ro p ia je rg a e incapaz
d e p ercib ir los p ro b lem as filosóficos realm en te trascen d en tales plan tea­
dos p o r otro s p arad ig m as. S em ejante tópico, p u d ie n d o h a b e r co n stitu id o
e n alg ú n m o m e n to d el pasado u n a observación crítica p e rtin e n te (au n ­
q u e, en to d o caso, n o exclusiva), sólo p u ed e ser valorado a estas alturas d e
la evolución d el análisis com o u n a m u estra d e ig n o ran cia o, p e o r todavía,
u n ejercicio d e m ala fe intelectual. Los au to res a los que se h a rá refe ren ­
cia a c o n tin u a c ió n , analíticos q u e fu ero n ad q u irie n d o n o to rie d a d filosó­
fica b ie n e n tra d a la se g u n d a m itad del siglo xx, ejem plifican c o n n otable
eficacia la deriva, m u c h o m ás ab ie rta y crítica q u e en el pasado, seguida
p o r la trad ició n an alítica e n los últim os tiem pos.

D o n a l d D a v id s o n

D o n ald D avidson (1917), sin d u d a u n o d e los filósofos analíticos m ás


influyentes d e la se g u n d a m itad d el siglo xx, es representativo d e l cam bio
F i l o s o f í a c o n t f .m i 'O ü á n f a

d e ru m b o al q u e acabam os d e h a c e r referencia. A pesar de n o ser a u to r de


u n a o b ra escrita m uy extensa, sus trabajos h an p asad o a constituir au té n ti­
cos p u n to s de re fe re n c ia a la h o ra d e a b o rd a r el análisis de d ete rm in a d a s
pro b lem áticas. Tal es el caso d e sus a p o rtacio n es so b re teoría d e la acción,
filosofía d e la m e n te o teoría del lenguaje, ám bitos q u e sólo a efectos de
ex p o sició n se d e ja n se p a ra r co n claridad.
La refe re n c ia a la a rq u ite c tu ra in te r n a de la p ro p u esta davidsoniana
está relacio n ad a co n el signo de la p ro p u e sta m ism a p o r en tero . A m e n u ­
d o es p recisam en te el e m p e ñ o p o r d e s co m p o n er an alíticam en te el con­
ju n t o d e las su g eren cias de u n a u to r el q u e te rm in a d esen fo c an d o su lec­
tu ra, h a c ie n d o q u e rep arem o s e n exceso o en exclusiva en d im ensiones
técnicas o d e d etalle q u e d ejan sin p e n sa r lo ú n ico q u e tal vez de veras im­
p o rta b a (y q u e p ro p o rc io n a b a el m arco d e se n tid o para u n a in te rp re ta ­
ció n a d e c u a d a d e lo p en sad o p o r aq u él). D avidson ejem plifica co m o po­
cos este d estin o , es d e su p o n e r q u e tam bién d eb id o a su indisim ulada
p re fe re n c ia p o r u n a d e te rm in a d a term in o lo g ía y a su prio ritaria sim patía
hacia cierto s in terlo cu to res.
Sin em b arg o , la hipótesis d e q u e este p en sa d o r h a sentado las bases
p a ra q u e u n a g e n e ra c ió n p o ste rio r d e filósofos analíticos haya p o d id o ex­
p lo ra r nuevos territo rio s, sin p o r ello abdicar d e algunos d e los rasgos
m ás característicos d e su p ro p ia trad ició n — com o el rig o r argum entativo
o la ineq u ív o ca v o lu n ta d de co n o cim ien to — es cad a vez m ás acep tad a
p o r los especialistas e n la historia d e la filosofía m ás reciente. Davidson,
q u e viene in eq u ív o cam en te d e Q u in e, h a cu m p lid o ese p ap el n o tan to a
base d e p ro p o n e r n in g u n a v ariante d e ru p tu ra o d isc o n tin u id ad c o n los
d iscu rso s p re c e d e n te s , sin o m ás b ie n , si se p u e d e h a b la r así, cam b ia n d o
la disposición teórica, esto es, p ro p ician d o u n desplazam iento d e los acen­
tos o te n ie n d o u n a m ayor sensibilidad hacia dim ensiones p o co aten d id as
p o r sus p recu rso res (com o se p refiera e n u n c ia rlo ). E n todo caso, y una
vez ad v ertid o q u e ese carácter interno d e la transform ación p u e d e h a b e r
p ro p ic ia d o la im ag en d e u n D avidson analítico d e estricta observancia,
im p o rta se ñ alar e n q u é fo rm a u n nuevo tratam ie n to d e las cuestiones he­
red ad as h a p osib ilitad o el m en c io n a d o cam bio de rum bo.
Im p o rta h acerlo p o rq u e la cosa está lejos d e ser evidente p o r sí m ism a.
Incluso alg u ien so b re el p ap el tan p ró x im o a estos asuntos co m o R ichard
R orty p u d o en su m o m e n to valorar eq u iv o cad am en te el signo de la em ­
p resa davidsoniana, co m o él m ism o h a ten id o q u e re c o n o c e r más ta rd e 1.
Davidson p ro ced e, e n efecto, d e Q u in e e n algunos asuntos d e im p o rtan ­
cia, p e ro d ich a p ro c e d e n c ia — com o, p o r lo dem ás, h a o cu rrid o en tantas
otras ocasiones en la historia— n o prejuzga el signo de los desarrollos
posteriores. A lgunos in térp retes h a n considerado q u e Davidson — e n una

274
M a n u k i. C h u z

o p e ra c ió n q u e re c o rd a ría v agam ente la de L akatos respecto a P o p p e r—


h a te rm in a d o c o n sig u ie n d o d e rro ta r a Q u in e a p a rtir d e sus p ro p io s p r e ­
supuestos. Tal vez sea u n a c o n sid erac ió n m uy tajante, p ero , en to d o caso,
c o n tie n e alg ú n e le m e n to d e verdad.
P en sem o s, em p e z a n d o p o r lo m ás básico, en la filiación em p irista de
Q u in e , alu d id a e n ep íg rafes an terio res. Si a efectos de exposición tuviése­
m os q u e d efin ir e n q u é consiste el em pirism o q u in e a n o , b ie n p u d ié ra ­
m os a firm ar q u e se sustancia fin alm e n te e n u n a d e te rm in a d a to m a de p o ­
sición resp ecto a ese p ro b lem a tan característico d e la filosofía m o d e rn a
q u e es el d e las relaciones en tre la subjetividad y el m u n d o objetivo. C om o
te n d re m o s o casión d e volver a ver al tra ta r d e P u tn am , e n la m o d e rn id a d
filosófica in a u g u ra d a p o r D escartes lo m ás característico ha sid o la p o stu ­
lació n d e e n tid ad es in term e d ia s e n tre am bos niveles. L o que im p o rta re­
saltar d e esta fu n c ió n d e m ed iació n es que, a su vez, p re su p o n e que e n el
á m b ito d el co n o cim ien to y del p en sam ien to p o dem os d istin g u ir e n tre los
co n cep to s y u n m aterial n e u tro , libre de to d a co nceptualización. El em p i­
rism o, en este co n tex to , v en d ría a significar u n a d e te rm in a d a m a n e ra de
e n te n d e r las relacio n es e n tre am bos planos, en la q u e la fu n ció n de in te r­
m ed iació n co rre sp o n d e ría a en tid ad es d e naturaleza básicam ente no co n ­
cep tu al, co m o las im p resio n es d e H u m e o los d atos sensoriales del positi­
vism o lógico.
N o h ace falta a h o ra e n tra r e n el detalle de la específica m o d u lació n
q u e d ich o em p irism o ad q u iere e n la o b ra d e Q uine. Bastará c o n señalar, a
los efectos d e h a c e r inteligible su vínculo con D avidson (que es de lo que
se tr a ta ) , q u e la tesis q u in e a n a seg ú n la cual la riq u eza d e n u e stro aparato
co n cep tu al tiene su o rig en en d eterm in ad as excitaciones de las superficies
d e los órg an o s sensoriales n o p asa d e ser en últim o térm in o u n a actualiza­
ció n , cien tíficam en te sustentada, d e las viejas im presiones d e H u m e, ac­
tu alización q u e, sin em bargo, deja in tacto el fo n d o d el asunto, a saber, el
dualism o e n tre el ele m e n to co n cep tu al y el p u ra m e n te sensorial en el que
se apo y ab a la tesis. P ues bien, es ju s to este fo n d o el q u e D avidson va a im­
p u g n a r en diversos pasajes d e su obra. Así, en el artículo «El m ito d e lo
subjetivo»2 enfatiza la in existencia de ese p re su n to m aterial n e u tro a la es­
p e ra d e su o rg an izació n con cep tu al, y en «De la idea m ism a d e u n esque­
m a co n cep tu al» califica el m en c io n a d o dualism o com o el tercer dogma del
empirismo. R esp ecto del cual com enta: «El tercero y tal vez el ú ltim o, pues
si lo ab a n d o n a m o s n o resulta claro q u e q u e d e ya algo distintivo q u e m e­
rezca el n o m b re d e em p irism o»3.
E ste a b a n d o n o d el d ualism o — y, p o r en d e , d e l em pirism o— obliga de
m a n e ra inevitable a la reco n sid eració n de otros asuntos básicos en el edi­
ficio teó rico david so n iano. Es el caso de su c o n cep c ió n de las relaciones
Fl I OSOFÍA <:ONTK.M l’ORÁN FA

e n tre la filosofía y la ciencia. El resu ltad o de su rechazo de los tres dogmas


del empirismo es u n a p ro fu n d a d esconfianza hacia u n a ciencia qu e a m e n u ­
d o m anifiesta u n a in q u ietan te am bición om niabarcadora. A m bición — por
n o d e c ir voracid ad — q u e suele te rm in a r fagocitando a la filosofía m ism a,
cosa q u e o c u rre en todas esas con cep cio n es naturalizadas de la reflexión
ep istem o ló g ica q u e co n sid eran q u e lo único q u e distingue a la ciencia
em p íric a d el d iscurso filosófico es el m ayor g rado d e gen eralid ad d e éste.
E n to d o caso, d esd e la perspectiva n atu ralista la filosofía no constituye un
m o d o d e co n o cim ien to distinto de la ciencia.
P ero Davidson, p recisam en te p o rq u e h a ro to co n el em p irism o y ha
co b ra d o d istancia d el naturalism o, se e n c u e n tra en condiciones d e aten­
d e r a discursos q u e los citados enfoques se veían obligados a desestim ar. No
o tra cosa su ced e co n ese discurso co tid ian o en el q u e hablam os d e creen ­
cias, in te n c io n e s, deseos, etcétera. M ientras q u e a su m aestro Q u in e , en
cierto m o d o aten aza d o p o r la p rem isa d e que el ú n ico m odo legítim o de
c o n o cim ien to es el re p re se n ta d o p o r la ciencia física, no le q u e d a b a más
re m e d io q u e elim in ar tales instancias, a Davidson n o le su p o n e conflicto
ni co n trad icció n alg u n a a te n d e r a eso que, en g eneral, p u d ié ra m o s lla­
m a r el discurso m en tal.
L a refe ren cia a la ausencia de co n trad icció n es deliberada: p re te n d e
su b ray ar el cu id ad o co n el q u e p ro c e d e Davidson a la h o ra d e p lan tearse
d e te rm in a d a s cuestiones. Lleva razó n Carlos Moya4 al señalar q u e el em ­
p e ñ o david so n ian o e n re c u p e ra r la a u to n o m ía de la reflexión filosófica
(co ro lario inevitable e n cierto m o d o d e su alejam iento del naturalism o)
p arece ap ro x im arle a tesis trad icio n alm en te vinculadas al hu m an ism o ,
co m o la d e la h e te ro g e n e id a d d e las ciencias sociales y las ciencias n a tu ra ­
les, o la d e la im p o sibilidad de re d u c ir los fen ó m en o s m entales a leyes físi­
cas. P ero sería d e to d o p u n to equivocado inferir d e esto u n a fam iliaridad
p o r p a rte d e D avidson c o n a lg u n o d e los supuestos (p o r decirlo sin m ati­
ces, d e m atriz idealista) q u e en el p asad o solían a c o m p añ ar a dichas tesis.
E n p articu lar, D avidson se alin ea d ecid id am en te en el lado de u n m ate­
rialism o fisicista. P ero a cep tar q u e el m u n d o está c onstituid o p o r objetos,
estados y eventos q u e tie n e n descripciones verdaderas en el len g u aje de
las ciencias físicas — q u e es a lo q u e co m p ro m e te esta tesis m etafísica—
n o excluye q u e p u e d a h a b e r otras descripciones verdaderas e ig u alm en te
legítim as d esd e el p u n to de vista epistem ológico. E sta salvedad es la que
va a o p e ra r a m o d o d e resquicio p o r el q u e se irán in tro d u c ie n d o e n el es­
q u e m a elem en to s categoriales y consideraciones argum entativas d e natu­
raleza p o r c o m p leto d iferen te.
U n o d e los asu n tos q u e m ayor n o to rie d a d h a p ro p o rc io n a d o a David­
so n h a sido su p la n te a m ie n to d el p ro b le m a de la acción, tal y com o ap are­

276
M a n u e i. C r u z

ce fo rm u la d o e n su célebre trabajo d e 1963 «Acciones, razones y causas»0.


A u n q u e es im p o rta n te —en especial p ara e n te n d e r adecu a d am en te la pri­
m e ra recep ció n d el m ism o— te n e r p resen te el co n tex to teórico del m o­
m e n to , lo cierto es q u e el texto ilustra bien la fo rm a en q u e D avidson h a
id o m in a n d o d esd e d e n tro algunos d e los convencim ientos m ayores de la
trad ició n analítica. E n p rim e ra instancia, «Acciones...» fue recibido p o r
los p artid ario s d el n atu ralism o y la u n id ad d e la ciencia com o u n im p o r­
ta n te e le m e n to d e refu erzo. L a tesis q u e allí se defendía, según la cual las
razo n es (ám bito co m p u esto p o r actitudes y creencias) son causas d e la ac­
ció n , p arecía e n fre n ta rse d ire c ta m e n te con los a rg u m en to s inspirados en
los Cuadernos azul y m arrónde W ittgenstein, d e acu erd o co n los q u e las re­
lacio n es causales so n esen cialm en te nom ológicas y están basadas en la in­
d u cció n , m ien tra s q u e n u estro co n o cim ien to de q u e un ag en te h a actua­
d o p o r ciertas razo n es n o d e p e n d e , p o r lo usual, d e la in d u cció n o del
co n o cim ien to d e leyes serias.
P ara D avidson, en efecto, n o existe oasis alg u n o a salvo de la causali­
d ad . Incluso las llam adas explicaciones teleológicas de la acción p u e d e n
— y m u ch as veces d e b e n — invocar conexiones causales. P ero este reco­
n o c im ien to n o im plica vina uniform ización absoluta, u n ap lan am ien to
co m p leto d e c u alq u ier objeto bajo el rodillo naturalista. E n el caso que p o ­
n íam o s d e las ex p licaciones teleológicas la cosa se p u ed e p ercib ir con n i­
tidez: ellas son, sí, ex plicaciones, p e ro d iferen tes d e las q u e p ro p o rc io n a n
las ciencias n atu rales e n cu a n to no incluyen esen cialm en te leyes.
D icho de o tra m a n era, u n a acción in ten cio n al es un p roceso causal es­
pecífico, q u e se d istin gue d e otro s procesos p o r el p articu lar tip o de cau­
sas, las razones, q u e d an lugar a ella. La apelación a razones cum ple, convie­
n e destacarlo, u n a do b le función: p o r u n a p arte, justifica racio n alm en te la
acción y, p o r otra, d e te rm in a su causa. Esta am bivalente especificidad p lan ­
teó en su m o m e n to discusiones n a d a triviales con relación a la existencia
d e u n a co n ex ió n lógica e n tre razones y acciones, co n ex ió n que, d e acu er­
d o co n la in te rp re ta c ió n clásica h u m e a n a d e la causalidad, invalidaría la
p re te n s ió n d e in s titu ir a las razo n es en g e n u in a s causas d e la acción. El
d e b ate p u e d e reco n stru irse a través d e los arg u m en to s d e M elden, Taylor
o Dray, p e ro lo sustancial es que, sin re n u n c ia r del todo a la idea d e que la
c o n d u c ta in ten cio n al d e b e e n te n d e rse en clave d e proceso causal, el p ro ­
p io D avidson te rm in a rá ace p ta n d o que su p ro p u esta d eb e in c o rp o ra r
o tro s elem en to s p a ra d a r c u e n ta d e algunos problem as rig u ro sam en te in ­
soslayables.
Tal es el caso d el p ro b le m a q u e p la n te a n las situaciones de conflicto
d e deseos y / o creen cias o, m ás e n g eneral, todas aquellas q u e hagan
e m e rg e r la cu estió n d e la irracio n alid ad . E n realidad, ya la te m p ra n a ver­

277
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

sió n dav id so n ian a seg ú n la cual «una acción se realiza con c ie rta in ten ­
ció n si la causan, d e la m a n e ra c o n ecta, las a ctitu d es y las c reen cias que la
racio n alizan » 6 d e jab a ver e n q u é m e d id a la atrib u ció n de racio n alid ad al
ag e n te e ra p ieza básica d e to d o el e squem a d e n u e stro autor. P ero e ra pie­
za básica — co n v ien e em p ezar a in tro d u c ir la idea— desde u n a p ersp ec ti­
va in eq u ív o cam en te interp retativ a. E n realidad, deseos y creencias son es­
tados q u e atrib u im o s a los dem ás con el objeto d e h acer inteligible su
c o n d u c ta . C o n o tras p alab ras, les a trib u im o s ra c io n a lid a d c o m o ú n ic a
fo rm a d e e n te n d e r d ic h a co n d u c ta c om o acción intencional.
D avidson, claro está, es p e rfe c ta m e n te consciente de q u e la co n d ició n
in ten cio n al d e la acción es algo q u e aparece a la luz de u n a d e te rm in a d a
d escrip ció n , a d m itie n d o asim ism o d ich a acción otras d escripciones (del
m ism o m o d o q u e, a la inversa, acciones in te n cio n alm en te d iferen tes p u e ­
d e n ser descritas p o r u n o b se rv ad o r en térm in o s sim ilares). Esta labilidad
d escriptiva d e la acción d a lu g ar a dos ó rd en es d e consideraciones en el
fo n d o ín tim a m e n te conectadas. De u n lado, las referidas a las dificultades
q u e se suscitan c u a n d o los elem en to s destinados p recisam en te a clarificar
el sen tid o d e nuestras acciones, en vez de c o n trib u ir a ello, se convierten e n
fu e n te d e o scu rid ad . L a deb ilid ad de la v o luntad y el a u to e n g a ñ o 7 ejem ­
p lifican p arad ig m áticam en te tales situaciones. N o p ro ced e a h o ra e n tra r
e n la reconstr ucción detallada de am bos errores. Baste con constatar que en
am bos lo q u e en últim a instancia q u ed a cuestionado es aquello q u e em pe­
zam os a señalar, a saber, u n a d e te rm in a d a im agen d e la razón.
Así, p o r re p a ra r sólo en u n o de los casos, el análisis de la d eb ilid ad d e
la v o lu n tad (o akrasia) sirve a Davidson p ara trascen d e r el p rin c ip io de ra­
cio n alid ad p u ra, e n últim o té rm in o de inspiración platónica, según el
cual n in g u n a acció n in ten cio n al p u e d e ser irracio n al pu esto q u e n adie
a c tú a a sa b ien d as e n c o n tra d e lo q u e co n sid era lo m ejo r (si lo h a c e , sólo
p u e d e se r p o r ig n o ran cia). P ara ello, y p a ra n o re n u n c ia r al carácter in ­
ten cio n al d e la acció n, re c u rre a la tesis d e la m e n te parcelada, n o adm isi­
ble d esd e u n a perspectiva de racionalidad perfecta. H abría, según esto, u n a
sección sem iau tó n o m a q u e d e te rm in a cuál es el m ejor curso de acción, y
o tra q u e invita a se g u ir o tro curso. L a existencia de secciones sem iautóno-
m as d o n d e se en trem ezclan creencias, expectativas, presuposiciones, d e­
seos y o tras instancias análogas p e rm itiría visualizar la p resen c ia d e co n ­
flictos e n tre cu alesq u iera de ellas en u n m o m e n to dado. C onflictos que,
h a b rá q u e añadir, n o son con trad icto rio s co n la existencia d e u n a m irad a
global. Sólo q u e esa m ira d a global n o es prescriptiva: se lim ita a se r la ins­
tan cia d esd e la q u e se levanta acta d e los desgarros y co n trad iccio n es q u e
le o c u rre n al sujeto. El lugar q u e le p e rm ite d ecir a éste cosas tales com o:
«Sí, ya sé, p e ro m e com pensa...».

278
M a n u e l C ruz

P o r su p u esto q u e esta estrategia g e n e ra sus pro p io s p roblem as, com o,


p o r ejem plo, el d e ex plicar d e q u é m a n e ra se h a d esarrollado e sta d oble
es tru ctu ra. P ero, co m o hem os v en id o diciendo, la discusión q u e im p o rta
n o es ésta, sino la d el alcance de la d efinición d e acción in te n c io n a l y, m ás
allá, d e la p ro p ia razón. P arece claro que cu alq u ier in ten to d e explica­
ció n d e la irra c io n a lid a d se halla am en azad o p o r u n a paradoja: si la expli­
ca d em asiad o b ie n la convierte en u n a fo rm a e n c u b ie rta de racio n alid ad
(d e la q u e en el p asad o se h a n o frecido m últiples variantes, d esd e la astu­
cia d e la razón a la m a n o invisible, sin olvidar las diversas co n cep cio n es
conspirativas d el m u n d o y de la h isto ria ), p ero si se atribuye in c o h e re n c ia
a c u a lq u ie r tipo d e co n d u cta, se está d eb ilitan d o el p rincipio d e racio n ali­
d a d necesario para, luego, diagnosticar la irracionalidad. La caracterización
d e la akrasia p re se n ta d a p o r D avidson p re te n d e escapar a esta disyuntiva a
b ase d e su p o n e r q u e el ag en te sabe lo q u e está h a cien d o y tam b ién sabe
q u e n o es lo m ejo r q u e p o d ría hacer. C on otras palabras, la d eb ilid ad d e
la v o lu n tad p e rm ite p e n sa r la posibilidad de la co n d u cta in ten cio n al e
irracio n al a la vez.
Se re p arará e n el desplazam iento q u e supone la perspectiva davidsonia-
n a resp ecto a las fo rm as hasta ese m o m en to d o m inantes de p la n te a r este
m ism o asunto. A sum ir la posibilidad de m últiples descripciones p a ra u n a
m ism a acción re p re se n ta u n gesto casi p erfectam en te opuesto a aquel
o tro , tan característico d e los p rim ero s m om entos d e la tradición analítica,
consisten te en excluir, criterio de dem arcación m ediante, todas las que n o
p e rm itie ra n u n a fo rm a de contrastación objetiva inequívoca. R echazar la
id ea d e la existencia d e u n a sola descripción v erd ad era obliga a D avidson a
a fro n ta r el p ro b lem a de la interp retació n de la m en cio n ad a p luralidad en
u n o s térm in o s q u e, ab a n d o n a d o el h o rizo n te naturalista, n o im p liq u en re ­
caíd a alg u n a en u n estéril relativismo. Para p revenir en lo posible esto ú l­
tim o u n p rim e r p aso es la explicitación del p u n to d e vista desde el que se
h abla, esto es, el q u e se considera m ás adecuado. Davidson se coloca en el
lu g ar d el o b serv ad o r q u e trata de hallar sentido a ciertos fenóm enos, d e
h a c e r inteligible la c o n d u cta d e los dem ás. Incluyendo en ella, p o r cierto,
n o sólo la acción p ro p ia m e n te d icha, sino tam bién el lenguaje.
P ero re fe rir a la fig u ra — o al p u n to de vista— d el o b se rv ad o r nos d e ­
j a e n c o n d ic io n e s d e in tro d u c ir ya el se g u n d o o rd e n d e c o n sid e ra c io ­
n es q u e an tes a n u n ciam o s al señ alar la labilidad descriptiva de la acción.
P o rq u e la refe ren cia al ob serv ad o r n o sólo a lu d e a la voluntad d e o b te n e r
u n co n o cim ien to fiable y veraz — voluntad q u e se o p o n e a la a ctitu d de los
variados h ered ero s d el escepticism o, que incluso esa m ism a expectativa
cu estio n an — , sino q u e su p o n e e n tra r en u n a polém ica de e n o rm e calado,
a saber, la q u e c o n tra p o n e el p u n to de vista de la tercera p e rso n a (o del

279
F il o s o f ía c o n t e m i'o k á n k a

o b se rv ad o r dav id so n iano) a la perspectiva d e la p rim e ra p erso n a. A un­


q u e la p o lém ica se d eje re c o n stru ir e n clave m e ram en te técnica, e n m u­
ch o s e x trem o s a n álo g a (p o r sim plificar) a la q u e p o d ría llevarse a cabo e n
la crítica litera ria al p la n te a r q u é m o d elo de n a r ra d o r g en e ra u n a m ayor
eficacia n arrativ a, los supuestos en fre n ta d o s en últim o té rm in o tien en
m ayor alcance. Así, p re g u n ta rse p o r la au to rid ad d el sujeto acerca de sus
p ro p io s estados m en tales8 im plica, de m a n e ra necesaria, c o n fro n tarse
c o n el m o d elo cartesiano, fu n d a d o p recisam en te sobre el co nvencim ien­
to d e la co m p leta so b e ra n ía del sujeto sobre d ich a esfera.
Davidson n o n ieg a el co n o cim ien to de prim e ra persona, p ero se esfuer­
za en subsum irlo e n su p ro p ia concepción, c e n trad a en la tercera persona.
N o se trata d e u n a p ro p u esta ecléctica o conciliadora, sino sim plem ente
c o n secu en te co n las prem isas d e las q u e se p artió y, m ás en c o n creto , con el
rech azo a la d istin ció n e n tre u n esq u em a co n cep tu al y un c o n te n id o n e u ­
tro (llám esele realid ad , exp erien cia, datos sensoriales o com o se prefie­
ra) , d istin ció n e n la q ue, según q u e d ó señalado, se basa to d a c o n cep c ió n
rep re sen tativ a d e lo m en tal, p arad ig m áticam en te ejem plificada p o r Des­
cartes y su visión d e la m e n te co m o u n espectáculo privado sólo accesible
al o jo in te rio r (cu estión sobre la q u e volverá P u tn am ). F re n te a este mito
de lo subjetivo, p o r d ecirlo co n la p ro p ia expresión davidsoniana, el a u to r
enfatiza con to d a firm eza el carácter social del p ensam iento (y del lengua­
je ) : «El p en sa m ie n to es, necesariam en te, p a rte d e u n m u n d o p ú b lico co­
m ú n . N o sólo p u e d e n o tras p e rso n a s lleg ar a s a b e r lo q u e p en sam o s al
a d v e rtir las d e p e n d e n c ia s causales q u e d an a nuestros pen sam ien to s su
c o n te n id o , sin o q u e la posibilidad m ism a d el p en sam ien to exige p atro ­
n es co m p artid o s d e v erd ad y objetividad»9.
E ste énfasis, tan d e p rin cip io , se p ro lo n g a en u n análisis de la au to ri­
d a d d e la p rim e ra p e rso n a com o u n aspecto n ecesario d el co n o cim ien to
d e te rc e ra p e rso n a acerca d e la m e n te d e o tro s (o del significado de sus
p a la b ra s). A p en as d e o tra m anera: lo p rim e ro , lo básico y prim o rd ial, son
las exigencias d e la p erspectiva d e la tercera p erso n a, exigencias q u e, p o r
así decir, el su jeto se ve o b ligado a aplicarse a sí m ism o cu a n d o se coloca
e n a ctitu d introspectiva. Es claro q u e la p ro p ia m e n te no crea las n o rm as
a las q u e se h alla so m etida. A ntes b ie n al co n trario , la au to rid ad d e l sujeto
so b re ella deriva y p re su p o n e el co n tex to público d e la in te rp re ta c ió n re ­
cíproca. A su m ien d o q u e p u e d a resu ltar u n a fo rm u lació n excesivam ente
laxa, tal vez to d o lo a n te rio r se d ejara resu m ir en u n a con sid eració n , asi­
m ism o d e carácter m uy sum ario, según la cual el c o n o cim ien to del p ro ­
p io yo constituye u n episodio, m o m e n to o aplicación p a rtic u la r de u n a
id e a m ás g en eral d el co n o cim ien to , m o d elad a sobre la base d e la expe­
rien cia d e la a p re h e n s ió n espiritual d e terceros.

280
M an ' u e i . C r u z

El análisis d e D avidson n o es concluyente, p e ro tiene sin d u d a la virtud


d e p e rm itirn o s visualizar su p ecu liar posición en tan crucial asu n to . N o es
concluyente p o rq u e, a cep tan d o q u e nos pensam os a nosotros m ism os bajo
las m ism as claves co n las que p ensam os a los dem ás, no q u e d a su ficien te­
m e n te tem atizad a la in m ed iatez co n la q u e al sujeto se le p re se n ta n sus
p ro p io s estados m en tales. Los criterios de objetividad co n los q u e in te r­
p re ta m o s las co n d u ctas ajenas (conocem os sus in ten cio n es a través de sus
acciones) n o valen p a ra nosotros m ism os, e n el sen tid o d e que n o necesi­
tam os in te rp re ta r n u e stra p ro p ia co n d u cta p a ra atribuirnos u n estado
m en tal: p o r lo g en eral sabem os lo q u e deseam os sin necesidad d e ag u ar­
d a r a ver có m o actuam os. P ero p ro b a b le m e n te lo q u e m ás im p o rte ah o ra
n o sea tan to aq u ilatar en qué m ed id a Davidson h a conseguido resolver
los p ro b lem as q u e le h a c read o su e m p e ñ o en d ise ñ ar u n a posición espe­
cífica en estos tem as, co m o p reg u n tarse hasta qué p u n to dicha posición h a
p u esto efectivam ente las bases p ara u n diálogo provechoso con otras pers­
pectivas filosóficas, sospecha p o r la qu e iniciam os el relato d e sus ideas.
C o n los ele m e n to s ex puestos h asta aquí, la resp u esta se so b re e n tie n ­
de. El esq u e m a d av id soniano, e n especial p o r lo q u e hace a su énfasis en
la d im e n sió n in te rp re ta tiv a d el co n o cim ien to , d ise ñ a u n te rrito rio d e
e n c u e n tro co n posiciones — e n p articu lar con la h e rm en éu tica, com o r e ­
sulta b astan te obvio— interesadas igualm ente en elab o rar u n m o d elo d e
co n o cim ien to ab ierto y procesual d e la conducta h u m an a. U n m o d elo q u e
sea capaz d e d a r c u e n ta de los rasgos m ás característicos de ésta, sin p o r
ello re n u n c ia r a todos esos otros p ro ced im ien to s gnoseológicos d e inspi­
ració n d e c id id a m e n te naturalista. U n m odelo e n el que se reco n o zca la
n a tu raleza co n tex tu al e in terp retativ a de la verd ad y en el que se p riorice
la visión dialógica e interactiva d e los procesos hum anos.
C o m o es obvio, la v o lu n tad con la que se a fro n ta la em p resa n o g aran ­
tiza el éx ito d e la m ism a ni, m en o s aú n , p o n e a resg u ard o de las dificulta­
d es teó ricas, e sp e c ia lm e n te d e las m ás sustantivas. A cabam os d e h a c e r
m e n c ió n a u n a d e ellas, la q u e tien e q u e ver con la específica afirm ació n
d e la p rim e ra p erso n a, p ro p ia d el cartesianism o, afirm ación q u e sin d u d a
tien e d iferen tes reso n ancias e n la tradición analítica y e n la h e rm e n é u ti­
ca. M uy p ro b a b le m e n te las diferencias se relacio n en c o n los refe re n te s
críticos p rio ritario s d e cada u n a de ellas. Y así, m ien tras q u e p a ra la veta
d el análisis q u e estam os c o m e n ta n d o el in te rlo c u to r polém ico p o r exce­
len cia v en ía re p re se n ta d o gráficam en te p o r el m ito del «fantasm a en la
m áq u in a» (en el q u e el ser h u m a n o e ra visto com o u n a m á q u in a co rp o ra l
d irig id a p o r u n e té re o p ilo to 10) al q u e ya se refiriera Ryle, para la h e rm e ­
n é u tic a hay algo e n esa radical reivindicación del con o cim ien to q u e el su ­
je to tien e d e sí co n lo q u e se siente o bligada a sim patizar, al m en o s en lo

281
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

q u e tien e d e restitu ció n de la d ig n id ad gnoseológica p ara u n cierto or­


d e n d e ex p erien cias — esas ex p erien cias n o cuantificables, esen cialm en te
cualitativas, q u e ya d e fe n d ie ra H usserl— . P ero en to d o caso, sea cual sea
el o rig en d e las diferencias, lo cierto es que, lejos d e bloquear, señalizan el
cam in o q u e d eb e seg u ir el diálogo e n tre am bas tradiciones. Lo q u e se pa­
rece m u c h o a d e c ir q u e las diferencias tien en su c o rre la to en im p o rtan tes
coincidencias, co m o p u e d e n ser la c o m p a rtid a apuesta p o r no rec a e r en
n in g u n a varian te, p o r actualizada q u e sea, d e im perialism o cientificista o
la reivindicación, tam b ién co m ú n , d e sustituir el h o rizo n te de la trad u c­
ció n p o r el de la in te rp re ta c ió n 11, y q u e ese p a rticu lar equilibrio se vence
d el lad o d el e n c u e n tro .

H iia r y P u t n a m

H asta h ace n o m u ch o s años, cu a n d o se d ib u jab a el m ap a global de la


filosofía d el siglo XX, e ra frec u en te u b icar a H iiary P u tn am (1926), d e n ­
tro d el te rrito rio d e la filosofía analítica, en e strech a vecindad c o n David­
son, co n q u ie n c o m p a rtía u n a cierta co n d ició n , en según q u é aspectos u n
tan to difusa, de h e re d e ro de las propuestas de Q u in e 12. De u n tiem po a esta
p arte, d ic h a u b icació n h a e m p ezad o a ser reco n sid erad a, incluso en lo
q u e h ace a la m ism a ad scrip ció n analítica d el autor, adscripción q u e tien­
d e a h o ra a adjetivarse co n calificativos com o «anóm ala», «peculiar», «atí-
pica» y otro s análogos.
Este cam b io en la co n sid eració n d e la o b ra de P u tn am se relacio n a
co n lo q u e la m ay o r p a rte d e especialistas h a valorado com o su ap o rta­
ció n m ás decisiva al d e b ate d e ideas c o n te m p o rá n e o , esto es, su crítica ra­
dical a d e te rm in a d a s c o n cep cio n es d el realism o y su p ro p u esta d e u n rea­
lism o altern ativ o , al q u e h a id o d efin ien d o y caracterizando d e diversas
m an eras. T an to la crítica co m o la p ro p u e sta h a n g e n e ra d o incitantes d e­
b ates e n los q u e P u tn a m h a p o d id o avanzar e n la elab o ració n d e sus tesis,
e n g ran m e d id a a b ase de p o lem izar con au to res c o n tem p o rán eo s, n o
sólo alejados d e su posición (com o se ría el caso de D errid a o el d e H aber-
m as) sin o tam b ién m ás p róxim os a ésta (com o el p ro p io R orty).
L a re so n a n c ia alcanzada p o r tales polém icas n o tiene n a d a d e ex trañ o
o, m en o s aú n , d e artificioso o gratuito. La a rg u m en tació n desp leg ad a h a
h e c h o ev id en te la c e n tra lid a d de la cuestión del realism o e n el análisis d e
to d o discurso. Así, seg ú n el p ro p io P u tn am h a reco n o cid o e n m ás de u n a
ocasión, discusiones suscitadas p o r cuestiones tales com o su caracteriza­
ció n d e la id ea d e v erd ad (p re se n ta d a en Razón, verdad e historiay a la q u e
se a lu d irá de in m ed iato ) com o acep tab ilid ad racional idealizada, consti­

282
M a n u k i. C r u z

tuyen e n ú ltim o té rm in o aproxim aciones laterales al único a s u n to q u e


efectivam ente im p o rta , y del q u e todos los dem ás (desde el m ism o de la
v erd ad hasta el d e la m e n te o el lenguaje...) son efectos derivados o com ­
p lem en tario s.
R e co n o cien d o esto, P u tn am se alinea co n los g randes filósofos que e n
el p asad o n o tu v iero n em p a c h o en c o n sid e ra r q u e la p re g u n ta básica, el
p u n to d e a rra n q u e p a ra todos aquellos q u e se p re o c u p a n p o r la cuestión
d el co n o cim ien to , n o p u e d e se r o tra (fuera d e p eq u eñ as variaciones) q u e
ésta: ¿hasta q u é p u n to podem os afirm ar — d efen d ien d o la afirm ación co n
arg u m e n to s— q u e co n o cem o s el m u n d o real? Q u e no es u n a p re g u n ta
nueva significa e n tre o tras cosas q u e ya se h a n ofrecido algunas respuestas
e inclu so q u e a lg u n a d e ellas h a alcanzado considerable fo rtu n a. E n co n ­
creto , a P u tn am le h a n in teresad o d os form as, a su e n te n d e r insatisfacto­
rias p o r igual, d e e n c a ra r la cu estió n del realism o, a saber, la fo rm a d o g ­
m ática y la fo rm a escéptica.
A la p rim e ra m o dalidad, P u tn am la h a d en o m in ad o tam bién realismo me-
tafísico o realismo externo y en su alu d id a o b ra Razón, verdad e historia lo ca­
racteriza d e la sig u ien te form a: «Según esta perspectiva, el m u n d o consta
d e alg u n a to talid ad fija d e objetos in d e p e n d ie n te s d e la m ente. H ay exac­
ta m e n te u n a d escrip ció n v e rd ad era y com pleta d e “cóm o es el m u n d o ”.
L a v erd ad su p o n e u n a especie de relación d e c o rre sp o n d en cia e n tre p a­
labras y signos m e n tales y cosas o c o n ju n to s d e cosas externas. A esta pers­
pectiva le llam aré externalista, ya q u e su p u n to de vista p red ilecto es el del
O jo d e D ios»13.
A esta perspectiva P u tn am c o n trap o n e lo q u e inicialm ente da e n d en o ­
m in ar realismo interno. A cerca d e su p ro p ia posición, declara esto: «La d e ­
n o m in a ré persp ectiv a internalista, ya q u e lo característico d e tal co n cep ­
ció n es so sten er q u e sólo tiene se n tid o fo rm u la r la p re g u n ta ¿de qué objetos
consta el mundo?, d esd e dentro d e u n a teoría o descripción. [...] D esde la
p ersp ectiv a in te rn a lista la “v erd ad ” es u n a especie de acep tab ilid ad racio­
n al (idealizada) — u n a especie d e co h e re n c ia ideal de nuestras creencias
e n tre sí y co n n u estras experiencias, co n sid erán d o las com o ex p erien cias
re p re sen tad as e n n u e s tro sistema de creencias— y n o u n a c o rre sp o n d e n c ia
c o n “estados d e cosas” in d e p e n d ie n te s d e la m e n te o del d iscurso»14.
El in tern alism o n o es posición có m o d a ni fácil. A P u tn am p a rece p re o ­
cu p arle, en el m o m e n to de p re se n ta r las an terio res form ulaciones (a p rin ­
cipios d e los o c h e n ta ), el peligro d e ser co n fu n d id o con u n relativista es­
céptico, figura d e la cu al tiene cu id ad o en m arcar distancias. C abe su p o n e r
q u e la razó n d el cu id ad o se halla relacio n ad a c o n la creciente im p o rta n ­
cia q u e h a n id o a d q u irie n d o diversas variantes d e la posición relativista.
Así — se d iría q u e m ira n d o a F ey erab en d d e reo jo — , P u tn am h a enfati­
F il o s o f ía « « t e m p o r á n e a

zad o q u e su in te rn a lism o poco tien e q u e ver co n todos esos relativism os


q u e h o y pro liferan p o r doquier, deslu m b rad o s p o r la idea-fuerza todo vale,
esos relativism os q u e m a n tie n e n q u e cu alq u ier esquem a c o n cep tu al es
tan b u e n o (o tan m alo) com o cu a lq u ie r otro. Lo q u e el in tern alism o nie­
g a es q u e ten g a se n tid o p reg u n ta rse si nuestros conceptos «se e m p a re ­
ja n » c o n algo co m p le ta m e n te in co n tam in ad o , no q u e resulte in d ife re n te
o p ta r p o r u n o u o tro esquem a.
N o lo resu lta ni d esd e el p u n to d e vista teórico ni, p o r d esco n tad o , des­
d e el p ráctico . P o r lo q u e h ace a lo p rim e ro , p a re c e claro q u e la tesis d e
la in d ife ren cia acaba, tard e o te m p ra n o , convirtiendo en im posible la d e­
fen sa d e u n a id ea m ín im a m e n te consistente d e verdad, com o señ alab a el
p ro p io P u tn am en o tro lu g ar p o r esa m ism a época. U na cosa es a firm ar
q u e la v erd ad es in d e p e n d ie n te d e la justificación aquí y ah o ra y otra,
b ie n distinta, q u e es in d e p e n d ie n te d e toda posibilidad d e justificación.
E n este se n tid o escribe e n Realism andReason: «La verdad es estable, “con­
v e rg e n te ”: si ta n to u n en u n c ia d o com o su n eg ació n p u d ieran e s ta r ju sti­
ficad o s [...], e n to n c e s n o tien e se n tid o p e n sa r q u e ese e n u n c ia d o tiene
v alo r d e v erd ad » 15. P ero la cosa se p lan tea con m ás claridad, si cab e, cuan­
d o nos colocam os e n el p u n to de vista práctico. En este caso no h a y d u d a
d e q u e o p ta r p o r u n esquem a co n cep tu al u o tro está cargado d e conse­
cuencias. La b ro m a es p o co m en o s q u e inevitable: si alguien escogiera u n
esq u e m a co n cep tu al q u e d efen d iera q u e p u e d e volar y actuara e n conse­
cu e n c ia (p o r ejem p lo , tirándose p o r la ventana) d e inm ediato p e rc ib iría
los in co n v en ien tes d e sem ejante p u n to de vista.
Sin em b arg o , las críticas y los m alen ten d id o s g en erad o s a lre d e d o r d e
la p r o p u e s ta in te r n a lis ta 16 h a n m o v id o a P u tn a m a d esa rro lla rla e n u n a
d ire c c ió n algo d istin ta a la d iseñ ad a e n u n inicio. R esum iendo e x tra o rd i­
n a ria m e n te el a su n to , p o d ría decirse q u e si e n u n p rim e r m o m e n to el rea­
lism o in te rn o p o n ía el énfasis e n la a firm ación de q u e la realid ad , que es
sie m p re in d e p e n d ie n te y ex terio r a nosotros, d e p e n d e de n u estro s esque­
m as c o n c e p tu a le s17, m ás tard e se desplazará el a c e n to y se subrayará q u e
la re a lid a d ta m b ié n está s u b o rd in a d a a n u e s tra p rá c tic a 18. Este g iro , e n
el q u e las ap o rtacio n es d e filósofos pragm atistas — en especial las de Wi-
lliam Jam es, p e ro sin olvidar las de P eirce y Dewey— van a d e se m p e ñ a r
u n p a p e l fu n d a m e n ta l, servirá p a ra q u e P u tn am lleve ad e la n te eficaz­
m e n te su p ro g ram a d e u n realism o con rostro humano, capaz d e so rte a r con
éx ito los obstáculos tan to de la co m p leta relativización de toda realid ad a
u n su jeto com o d e su absoluta in d e p e n d e n c ia d e to d o su je to 19.
P ara alcanzar d ic h o p ro p ó sito conviene p o r lo p ro n to to m ar d istan cia
d e alg u n o s d e los p ro b lem as q u e en su eta p a p u ra m e n te in tern alista el
p ro p io P u tn am te n ía p o r centrales. N o se trata de q u e a h o ra se desdiga,

284
M a n u e i. C r u z

p o n g a m o s p o r caso, d e su b atalla c o n tra las p rete n sio n e s im perialistas


d e u n c o n cep to d e v erdad form al (contexto e n el q u e se tien e q u e e n te n ­
d e r su c o n c e p to d e v e rd a d c o m o u h a idealización d e lo q u e es ac e p ta b le
ra c io n a lm e n te ), sin o d e q u e, m ás allá del d etalle d e los a rg u m e n to s, lo
q u e se im p o n e es u n cam bio d e a c titu d o d e perspectiva. C am bio q u e
sig n ifiq u e in iciar el a b a n d o n o d e c u alq u ier fo rm a d e sofisticación o ilu­
sió n filosófica p a ra o rie n ta rs e hacia u n p u n to de vista «cercano al realis­
m o n a tu ra l d el h o m b re co m ún» (p o r d ecirlo co n frase d e Ja m e s, q u e
P u tn a m h ace su y a ).
E n to d o caso, d e b ie ra q u e d a r claro, especialm ente p a ra no c o n fu n d ir
estas p ro p u estas co n las d e o tro s autores, qu e P u tn a m está in te n ta n d o d a r
co n u n a fo rm a n u ev a de e n te n d e r el realism o, lo q u e es com o d e c ir q ue,
lejos d e p recip itarse a c e rra r la discusión (com o o c u rre en c o n c re to co n
R o rty ), se esfuerza p o r m a n te n e rla abierta. E n tre otras razones p o rq u e es
co n scien te d e q u e c e rra rla e n falso (ap elan d o , p o r ejem plo, a recursos d e
m atriz m ás o m enos relativista, c om o el d e q u e to d o se sustancia e n u n co n ­
flicto e n tre d escrip cio nes) equivale a ig n o rar el e n o rm e a rra ig o d e d eter­
m in ad as posiciones teóricas q u e son las q ue, finalm ente, p u e d e n explicar
q u e el realism o haya term in a d o p o r constituirse en u n problem a. P ara evi­
ta r ese p elig ro , d e b em o s rem o n tar, c o rrie n te a rrib a, el curso d e la M oder­
n id a d h asta e n c o n tra r el origen. P u tn am — alin eán d o se en esto c o n Ryle,
W ittg en stein o el p ro p io D avidson— e n tie n d e q u e es en D escartes d o n d e
se localiza el n a c im ien to del p la n te a m ie n to epistem ológico m o d e rn o . La
im p o rta n c ia d e lo cartesian o n o se deja soslayar así sin más, sim p lem en te
d e c la ra n d o d e m a n e ra p ro g ra m á tic a q u e u n o se e n c u e n tra m ás allá d e
d ic h a p ersp ectiv a — p ro c e d e r q u e ejem plifica parad ig m áticam en te u n a
cierta p o stm o d e rn id a d — . D escartes h a m arcad o hasta tal p u n to el p ro ­
g ra m a d e la filosofía m o d e rn a qu e h a conseguido q u e el m ism o té rm in o
«filosofía m o d ern a» signifique «filosofía después de Descartes».
P ara seg u ir el rastro d e esa m arca hay q u e a te n d e r a u n aspecto p arti­
c u la r d e la d o c trin a cartesian a , q u e es su im ag en d e la m en te. D escartes
sitú a la m e n te e n el se n o del individuo: se la rep re sen ta com o u n teatro
m e n ta l privado, d o n d e tien en lu g ar las sensaciones e ideas d e cad a indivi­
d u o . Estas vien en a se r u n a especie de intermediarios q u e la realid ad externa
en v ía a los ó rg an o s sensoriales del sujeto y q u e se convierten e n «repre­
sen tacio n es m entales». D e este esquem a se va a desprender, com o u n efec­
to necesario y sostenido, la oposición e n tre idealism o y realism o, u n a o p o ­
sición q u e vertebra la filosofía m o d e rn a p o r com pleto y en la que, e n cierto
se n tid o , todavía estam os atrapados. Es cierto q u e los em piristas in te n ta ­
ro n im p u g n a r esta im ag en d e la m e n te pero, com o sabem os, c o n el p ara­
dójico e in d eseab le resu ltad o de in sta u ra r u n idealism o subjetivo. H oy ve­
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

m o s c o n clarid ad q u e n o su p ie ro n e n c a ra r el elem en to cen tral d e toda la


arg u m e n ta c ió n cartesiana, a saber, la laguna e n tre la m e n te y el m u n d o .
C om o tam p o co h an sabido encararlo esos otros enfoques c o n tem p o rán eo s
q u e disfrazan los viejos datos d e los sentidos en eventos cerebrales físicos.
P o rq u e , bajo cu alq u iera d e las dos versiones, la m ás clásica o la más r e ­
cien te, la h ipótesis intermediacionista term in a tran sfo rm an d o la «realidad
ex tern a» en u n p ro b le m a metafísico irresoluble q u e no deja m ás salidas
q u e el relativism o d esp iad ad o («es v erd ad ero lo q u e tal c o m u n id a d acep ­
ta co m o tal») o el d o gm atism o («es v erd ad ero lo q u e tal a u to rid a d decla­
ra v e rd a d e ro » ). L a ú n ic a fo rm a d e escapar a esta disyuntiva en v e n e n a d a
es e m p ezan d o a c o n stru ir u n «paradigm a alternativo» (la ex p resió n es
d el p ro p io P u tn am ) q u e recoja aquellas in tu icio n es más relevantes de la
trad ició n c o n tin en tal, d e H egel, de H usserl... así com o d e W ittgenstein,
d e A ustin y d el m o d o d e p e n sa r d e la filosofía analítica e n g en eral. En los
co n tin en tales h a b ía id o e n c o n tra n d o P u tn am los apoyos p ara rech azar el
m ito cartesian o d e la m e n te se p a ra d a del m u n d o . H eid eg g er y la h e rm e ­
n éu tica, A pel y H a b erm as (estos últim os co n su crítica al «solipsism o m e ­
todológico» d e la filosofía analítica) le p ro p o rc io n a ro n arg u m e n to s p a ra
su afirm ació n d e q u e los significados son fu n cio n es del c o n tex to social y
p rag m ático d e n tr o d el cual elaboram os las «representaciones m entales».
P ues b ien , m in a d o el co n v en cim ien to m ayor cartesiano, rechazadas las
tesis d e q u e la m e n te posee u n a d im en sió n exclusivam ente in te rio r y d e
q u e los co n ten id o s m en tales p u e d e n ser descritos de fo rm a aislada, el si­
g u ie n te paso, d a d o p o r P u tn a m en Sentido, sinsentido y los sentidos, casi vie­
n e d ad o : hay q u e a b a n d o n a r la id ea d e q u e necesitam os in term e d ia rio s, y
su stitu irla p o r la tesis d e q u e «nuestras experiencias son, de e n tra d a , e n ­
c u e n tro s d irecto s co n u n m u n d o p ú b lico y real» .
El realism o d el q u e, tras to d o esto, cabe seguir h ab lan d o , se p o d rá d e ­
n o m in a r realism o p rag m ático , realism o d irecto o realism o n a tu ra l (d e n o ­
m in ació n esta ú ltim a ya p ro p u e sta p o r Ja m es), p e ro será e n to d o caso u n
realism o del se n tid o co m ú n . A este p u n to d e vista resultante se le p u e d e
añ ad ir, si se desea, la d e te rm in a c ió n de ingenuo, siem pre q u e c o n ello n o
se d eslice u n a c o n sid erac ió n peyorativa (lo q u e o c u rre cu a n d o se e n tie n ­
d e « in g en u o » co m o sin ó n im o d e «infantil») o sim p lificad o ra. P u tn a m
h a te rm in a d o so sten ien d o , e n efecto, que n o hay n in g ú n m isterio acerca
d e có m o la m e n te y el lenguaje se co n ectan co n el m u n d o p o rq u e n u es­
tros p o d e re s percep tivos y cognitivos cap tan d ire ctam en te el m u n d o tal
co m o es, sin n in g ú n in te rm e d ia rio (sin n in g ú n interface co n stitu id o p o r
ideas, dato s d e los sentidos, ciertos estados cerebrales, e tc é te r a ) . P ero la
afirm ació n , n o se olvide, es el ú ltim o episodio de u n a crítica e n el trans­
cu rso d e la cual se h a convencido d e que u n realism o in te rn o q u e choca­

286
M a n ' i i k i . C ru z .

ra co n el se n tid o c o m ú n d eb ía estar equivocado y en la q u e ha e n c o n tra ­


d o b u e n a s razo n es p a ra ap o star p o r u n m o d elo q u e nos p e rm ita com ­
p r e n d e r los fen ó m e n o s d esde n u e stro m u n d o y n u estra práctica.
Vista la cosa d esd e aquí, el se n tid o global de la p ro p u esta de P u tn am
a d q u iriría u n a nu ev a coloración. Su insistencia e n vincular el p e n sam ien ­
to co n la vida co tid ia n a es eq u ip arab le, desde luego, a la m áxim a p rag m a­
tista seg ú n la cual aq u ello q u e tien e peso en nuestras vidas tam b ién d eb e­
ría te n e r peso e n la filosofía. P ero tam bién tiene q u e ver, com o el p ro p io
P u tn a m n o se priva d e reconocer, co n H usserl y su d e n u n c ia de la p érd i­
d a del m u n d o d e la vida, p é rd id a provocada p o r la h eg em o n ía absoluta
d el m o d elo d e cien cia galileano. La referen cia es clave p a ra in te rp re ta r
a d e c u a d a m e n te la deriva p rag m atista del últim o P utnam . P o rq u e el re­
p ro c h e q u e a p a rtir d e u n cierto m o m e n to éste le em pieza a d irig ir al rea­
lism o d e m atriz cientificista es p recisam en te el husserliano re p ro c h e d e
red u ccio n ism o . La ciencia, lejos d e constituir el lugar seguro en el q u e g u a­
recerse d e las acechanzas d e la m etafísica, es, ella m ism a, la g en erad o ra d e
u n a d e sus p articu lares patologías, la de c o n sid erar n u estro m u n d o coti­
d ia n o c o m o u n a m e ra «proyección subjetiva».
P ero in te rp re ta r a d e c u a d a m e n te (a P utnam o a q u ien sea) im plica,
ad em ás d e e stab lecer d e fo rm a c o rre cta las g enealogías y d e llevar u n a d e ­
tallad a co n tab ilid ad d e las d eu d as, p ercib ir el alcance de lo in te rp re ta d o ,
las co n secu en cias q u e se d erivan d e lo p la n te a d o y las tran sfo rm ac io n e s
q u e so b re los discursos p reex isten tes p ro d u c e la nueva reflexión. La p ro ­
p u esta d e P u tn am d e reco n ciliar la teoría con la vida, adem ás de situ ar las
cosas e n u n ám b ito distinto a aquel en el que, tradicionalm ente, la filoso­
fía an alítica las h ab ía colocado, ab re la p u e rta a u n a reco n sid eració n del
p a p e l y la n a tu ra le z a , tan to d e la filosofía com o d e la ciencia m ism a. La
filosofía, co m o ya h a b ía m anifestado en su Cómo renovar la filosofía, y luego
h a reiterad o e n Sentido..., n o d eb e em p eñ arse en añ ad ir sentido a la vida:
basta co n q u e consiga red u cir el sinsentido. Tal idea, que em pezó aplicán­
d o se a través d e la consigna d e q u e hay que h acer fren te al establecim iento
realista m etafísico d e dualism os insuperables, tipo m e n te /c u e rp o , h e ­
ch o s/v alo res, v erd ad /ju stific ació n y sim ilares, h a term in a d o d eriv an d o
h acia esta co n clusión: la filosofía d e b e lu ch ar c o n tra el intelectualismo, p o r
u sa r la ex p resió n d e Ja m es, o, lo q u e es lo m ism o, d eb e c o m b a tir co n tra
to d a sofisticación o ilusión filosófica q u e d ecep c io n e el sen tid o co m ú n
(sen tid o co m ú n q u e, p o r o tra p arte, sólo es ad e c u a d a m e n te e n te n d id o si
se p ractica20) .
E n lo to can te a la ciencia, este desplazam iento d e la sensibilidad, este
ajuste d el foco d e la m irada, va a te n e r u n a rep ercu sió n tal vez a ú n m ás
significativa, e n la m ed id a en q u e va a p e rm itir la in tro d u c ció n d e regis­

287
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

tros d e u n o rd e n rad icalm en te distinto. El pragm atism o — y, m ás en co n ­


creto , la Lógica, d e Dewey— le p ro p o rc io n a rá a P u tn am las razones p a ra
co m b atir el tó p ico h aberm asiano-w eberiano según el cual la racionalidad
científica m o d e rn a re q u ie re q u e aceptem os com o u n h e c h o q u e n o p u e­
d e h a b e r tal cosa co m o u n a fu n d am en tació n racional p a ra u n a posición
ética. D icho tó pico es e rró n e o desde m ás d e u n p u n to d e vista. L os arg u ­
m en to s q u e rech azan la posibilidad d e objetividad e n el te r re n o d e los va­
lores tie n e n u n carácter fantasm al y m etafísico. La realid ad es otra. La rea­
lid ad es q u e to d a investigación, incluyendo la investigación e n ciencia
p u ra, p re su p o n e en sí m ism a valores.
C o n to d o , tal vez sea al analizar las consecuencias que e n el ám bito de
lo real d esen cad en a aquel tópico e rró n e o c u an d o m ejor se perciba la tras­
cen d e n c ia del giro p rag m atista de P utnam . La afirm ación h ab erm asian a
(de la Teoría de la acción comunicativa) según la cual «estam os c o m p ro m e­
tidos co n u n politeísm o d e valores últim os» se le antoja a P u tn a m desas­
trosa e n sus efectos sobre los m u n d o s de la vida de las m ujeres y h o m b res
co m u n es. El está a favor d e u n a ética universal, lo que e n fo rm a alguna
im plica u n m o d o d e vida universal. A ntes b ien al co n trario , precisam ente
co n sid era q u e u n o d e los m ayores fallos d e n uestras sociedades es su difi­
cu ltad p a ra a p reciar la riqueza real de la diversidad cultural. Fallo que in ­
cluye ta n to a q u ien es se n ieg an a reco n o cerla com o a quienes, d e su cons­
ultación, e x traen co nsecuencias relativistas. P u tn am , alin eán d o se en esto
co n las m ás in citan tes p ro p u estas de au to res com o el m ism o Dewey o
Isaiah B erlin, llam a la ate n c ió n sobre la im p o rtan c ia de n o c o n fu n d ir p lu ­
ralism o co n relativism o.
Si a esta ad v erten cia sum am os la paralela d e no co n fu n d ir individualis­
m o liberal co n egoísm o p o d rem o s d a r p o r com pletado el m arco m ayor e n
el q u e inscribir la in terp retació n de su propuesta. El prim ado de la prácti­
ca, tan característico del pragm atism o, desem boca en u n a apología de la
dem ocracia. A pología qu e en m o d o alguno su p o n e u n a h u id a h acia ade­
lan te ni u n b ru sco cam bio de plano en el discurso, sino, p o r el contrario,
u n a co n secu en te aplicación de las prem isas planteadas. P ara P u tn am «una
v erd ad m ereced o ra d e tal n o m b re tiene q u e estar en el m u n d o y som eterse
a la discusión pública»21. El nexo, pues, p arece sólido: la dem ocracia es la
co n d ició n social necesaria para m a n te n e r u n com prom iso con la verdad.
Y, en c ierto se n tid o , a la inversa: eso q u e solem os llam ar Ilu stració n «ha
sido en g ran m ed id a u n m ovim iento intelectual destinado a proveer algún
tipo d e fu n d am en to estable para esta “sociedad ab ierta”; n o solam ente u n
fu n d a m e n to político e histórico, sino tam b ién epistem ológico»22.
A la vista d e lo ex p u esto , h a b rá q u e te rm in a r a c e p ta n d o la razó n q u e
p u d ie ra n te n e r qu ien es co n sid eraro n a P u tn am u n analítico anóm alo, p e ­

288
M a n u e i. C ruz

cu liar o atípico. H asta u n cierto m o m en to , es verdad, no resultaba habitual


e n co n trarse a analítico s ocu p ad o s e n según qué tem as u o rie n ta n d o sus
p re o cu p acio n es e n d e te rm in a d o se n tid o 23. P ero sería asim ism o e rró n e o
co n sid e ra r a P u tn a m d e to d o p u n to excepcional. Su virtud d e b e e n u n ­
ciarse d e o tra m a n e ra , com o la v irtud de q u ien h a sabido e x p lo rar cam i­
nos, rastrear pistas teóricas q u e estaban en el am biente sólo a títu lo de in ­
citaciones. Y q u e h a sabido llevar a cabo esa tarea de m a n e ra fru ctífera,
an alizan d o co n p e rtin e n c ia el e n tra m a d o d e ideas y convicciones en las
q u e le h a sido d a d o p en sar y e c h a n d o m an o de los discursos q u e p o d ían
resu ltar d e m ayor utilid ad. P ro b a b lem en te sea ése el lu g ar d esd e el q u e
v alo rar su reivindicación del pragm atism o. El pragm atism o o frec e re c u r­
sos m u ch o m ejo res q u e esas o tras «degradadas alternativas» (la ex p resió n
es d el p ro p io P u tn am ) qu e tie n d e n a ap arecer hoy com o inevitables. P o r
ejem p lo , el escepticism o m o ral corrosivo o el autoritarism o m oral. O e n
positivo, y p a ra resu m ir su cu alid ad m ás sobresaliente: el pragm atism o es
la d o ctrin a q u e p la n te a com o n in g u n a o tra eso q u e R ichard R orty d a rá
e n llam ar «la p rio rid a d d e la d em o cracia sobre la filosofía».

John R. Searle

J o h n R. Searle (1932) rep re sen ta, sin n in g ú n g én ero d e d u d as, u n a de


las m ás e m in en tes figuras d e esta tradición. Es a u to r de varias e im p o rta n ­
tes obras, q u e h a n significado hitos destacados e n los distintos ám bitos en
los q u e h acían in cu rsió n , com o es el caso d e Actos dehabla (1969)24,ju zg a­
d a u n á n im e m e n te hoy com o pieza fu n d am en tal d e la p rag m ática lingüís­
tica, d e la crítica litera ria o d e las ciencias ju ríd ica s. P arecidas afirm acio­
nes se p o d ría n fo rm u la r resp ecto a sus libros Intencionalidad: u n ensayo en
la filosofía de la mente (1983)25 o Mentes, cerebrosy ciencia ( 1984)26, in d isp en ­
sables, ju n to co n alg u n os de P u tn am y d e Davidson, p ara e n te n d e r el
au g e d e esa n u ev a d isciplina filosófica q u e es la filosofía de la m en te, y en
los q u e h a criticad o co n vigor los en fo q u es que asim ilan la m e n te h u m a ­
n a al fu n c io n a m ie n to d e u n o rd en ad o r. T odo ello sin olvidar su interés
p o r los p ro b lem as m orales, ya p re se n te e n sus tem p ran o s trabajos de los
sesen ta so b re la falacia naturalista, p ero q u e alcanza u n m ás elab o rad o
d esarro llo discursivo en trabajos com o L a construcción de la realidad social
(1 9 9 5 )27 o en el m ás recien te Razones para actuar (2000)28.
Si d ecidim os p ersev erar en la perspectiva m a n te n id a hasta aquí, h a b rá
q u e d ecir q u e es e n la p rim e ra d e las obras m encionadas d o n d e se e n c u e n ­
tran los elem en to s teóricos q u e m ás h an co n trib u id o a intensificar e n los
últim o s añ o s las relacio nes e n tre el análisis y la h e rm e n é u tic a (o la filoso-

289
F i l o s o f í a c-o n t e m f o r á n k a

fia c o n tin e n ta l e n g e n e ra l). E sta afirm ació n n o se p re te n d e ta n to p ro ­


p u e sta o hipótesis co m o d escripción. E n efecto, el Searle d e Actos de habla
es el a u to r q u e co n m ayor claridad se h a convertido e n el re fe re n te analí­
tico d e p en sad o re s com o Paul R ico e u r o Karl O tto Apel, p o r m e n c io n a r
sólo dos d e los m ás destacados p o r su interés e n el diálogo in te rp a ra d ig ­
m ático. In d e p e n d ie n te m e n te d e q u e d ich a p refe ren cia sirva p a ra refor­
zar n u e s tra a rg u m en tació n , el h e c h o es qu e e n sí m ism a constituye todo
u n indicad o r, d ig n o d e ser te n id o e n c u en ta a la h o ra de re c o n stru ir sus
p ro p u estas.
S earle aco stu m b ra a ser p re se n ta d o sobre to d o com o u n discípulo de
J. L. A ustin (au n q u e tam bién haya quienes prefieran vincularlo a Strawson:
e n to d o caso, am b o s fu e ro n p rofesores suyos). E n principio, p o c o hay
q u e o b je ta r a sem ejan te caracterización, en especial c u an d o se h a c e refe­
ren cia a Actos de habla. En esta ob ra, e n efecto, el a u to r plan tea u n a in tere­
san te m o d ificació n d e lo q u e su m aestro p ro p u siera en el ya clásico Cómo
hacer cosas con palabras. L a tesis, d e fe n d id a en las últim as c o n feren cias del
lib ro , d e la d istin ció n e n tre actos locutivos, inlocutivos y perlocutivos se ve
reem p lazad a e n el trab ajo d e Searle p o r u n a nueva clasificación d e los ac­
tos d e h ab la, o rie n ta d a a sim plificar y o rd e n a r el esquem a a u stin ian o sin
alte ra r lo m ejo r d e su espíritu.
Eso mejor era el e m p e ñ o p o r d e s b o rd a r el e strech o m arco de los e n u n ­
ciados verificativos, d a n d o e n tra d a a todos esos otros en unciados respec­
to d e los cuales se p u e d e a firm ar co n u n a cierta p ro p ie d a d q u e «decir es
hacer». Tales en u n c ia d o s —p rim e ro d e n o m in ad o s p o r A ustin realizativos
y lu eg o perlocutivos, com o tuvim os ocasión d e ver— p e rm itía n ensan­
c h a r d e m a n e ra rad ical el ám bito d e la acción h u m a n a , in clu y en d o en su
sen o b u e n a p arte d e lo q u e hasta ese m o m en to e ra considerado c o m o mero
decir. H ay acciones q u e consisten p recisam en te en ese decir, q u e se ago­
tan e n su en u n ciació n , acciones d e las q u e la p ro m esa constituye p ro b a­
b le m e n te el ejem p lo paradigm ático. P ero observar esto n o es u n a form a
d e d e s e n te n d e rse d e la reflexión acerca del len g u aje p ara pasar a in tere­
sarse p o r el discu rso d e la acción. Más b ien h a b ría q u e d ecir q u e re p re ­
se n ta u n a vía privilegiada p a ra a cc e d e r a la n atu raleza de la actividad lin­
güística desd e o tro lugar.
El ejem p lo d e la p ro m esa p u e d e servir p ara m o strar m ejor lo q u e pre­
te n d e m o s señalar. El verbo p ro m e te r n o se conjuga sem án tic am en te de la
m ism a m a n era en las diferentes p ersonas del verbo, hasta el p u n to d e que
p o d ríam o s llegar a definir la prom esa com o aquello q u e hace alguien cuan­
do, e n las co n d icio n es adecuadas, conjuga d ich o verbo en la p rim e ra per­
so n a del singular d el p resen te de indicativo. En tales casos nos encontram os
a n te e n u n ciad o s q u e constituyen g en u in as m odalidades d e ese «hacer di­
M a n u k i. C r u z

cien d o » al q u e nos referíam os antes, cosa q u e no o c u rre en ab soluto c o n


la te rc e ra p erso n a, q u e, p o r así decir, sólo p u ed e p ro d u c ir d escripciones
(«él p ro m ete» co n serv a el se n tid o d e u n constatativo).
E n realid ad lo p rim e ro q u e viene a p ro b a r la p rofu n d izació n q u e Sear-
le lleva a cabo e n las p ro p u estas del últim o Austin es que la distinción m is­
m a e n tre el discurso acerca del len g u aje y el discurso acerca d e la acción
tien e m u ch o d e artificiosa. De a h í la sugerencia d e referirse a actos de ha­
bla, co m o u n a fo rm a d e destacar desd e la p ro p ia d e n o m in ació n el carác­
te r insoslayablem ente práctico q u e tiene el lenguaje. Este desplazam iento
n o se d e b e e n te n d e r, d e fo rm a m uy genérica, com o un vaporoso e im p re ­
ciso énfasis, sino q u e d a lugar a sus propios efectos teóricos29, d e en tre los
cuales acaso el m ás im p o rta n te sea el de co m p ro b a r que, si d ejó de valer
la p rim e ra d istin ció n au stin ian a e n tre lo realizativo y lo constatativo, n o
fue ta n to p o rq u e n o existan las diferencias qu e p re te n d ía d estacar com o
p o rq u e están resid en ciadas e n o tro lugar. N o p ro c e d e seguir h a b la n d o de
tipos d e e n u n ciad o s (n i m enos a ú n in te n ta r clasificaciones d e verbos),
p o rq u e en cu alq u ier en u nciado, sea cual fuera la m odalidad form al a la q u e
lo p u d iéram o s adscribir, p o d em o s e n c o n tra r que el h ablante h a a p o rta d o
u n a d im en sió n q u e te rm in a p o r tran sfo rm ar co m p letam en te su signo,
e x tre m o éste so b re el q u e volverem os de in m ed iato .
P ero p ro cu re m o s n o d ejar d em asiados cabos sueltos en la re c o n stru c ­
ció n d e las ideas d e Searle. Actos de habla establece com o p u n to d e p artid a
la siguiente consideración: «H ablar u n lenguaje es tom ar parte e n una fo r­
m a d e c o n d u c ta (altam en te com pleja) g o b e rn a d a p o r reglas. A p r e n d e r y
d o m in a r u n len g u aje es (inter alia) a p re n d e r y h a b e r d o m in a d o esas re­
glas»30. P ara especificar la n atu raleza de las reglas que reg u lan la c o n d u c­
ta lingüística, Searle em pieza p o r establecer u n a distinción e n tr e lo q u e
d e n o m in a reglas «regulativas» y reglas «constitutivas». Las p rim e ras son
aq u ellas q u e reg u lan u n a actividad preexistente, u n a actividad cuya exis­
ten cia es ló g icam en te in d e p e n d ie n te de las reglas, en ta n to q u e las seg u n ­
das constituyen (y a la vez regulan) u n a actividad cuya existencia es lógica­
m en te d e p e n d ie n te d e las reglas. E jem plo de las regulativas son las llam adas
reglas d e etiq u eta, las cuales re g u lan relaciones in terp érso n ales que exis­
ten al m arg en d e dichas reglas. Las d el fútbol o el ajedrez, en cam bio, ejem ­
p lifican b ien las reglas constitutivas e n cu an to n o se lim itan m e ra m e n te a
re g u la r el h e c h o d e ju g a r al fútbol o al ajedrez, sino q u e crean la posibili­
d ad d e ju g a r talesju eg o s.
P ues b ien , las reglas qu e g o b ie rn a n la co n d u c ta lingüística p e rte n e ­
cen, seg ú n S earle, a este se g u n d o g ru p o y d e b e n distinguirse d e las c o n ­
v en cio n es d e cad a len g u aje particular. Q ue el acto de p ro m eter, p o r no
a b a n d o n a r el ejem p lo a n te rio r (paradigm ático, según n u estro autor, del

291
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

tip o d e actos d e h ab la q u e él quiere analizar), p u e d a decirse de m uy diver­


sas m an eras seg ú n el idiom a de q u e se trate es cuestión d e convención,
p e ro q u e u n a em isión de prom esa c u en te com o tal —se co nsidere vincu­
lan te— n o es m ateria de convenciones sino de reglas. De a h í qu e la pre­
g u n ta «¿cóm o p u e d e u n a prom esa c re a r obligación?», que Searle atribuye
a algunos filósofos, resu lte n o tan to a b su rd a com o im p ro c ed en te. E stá en la
n a tu ra le z a de la p ro m e sa crear obligación, en u n se n tid o an álo g o en el
q u e p o d ríam o s a firm a r q u e está e n la n atu raleza d el ajedrez que el ja q u e
m ate su p o n g a la finalización de la partida. Es p en sab le u n a variación d e
esta n o rm a , p o r descontado, p ero ello significaría alterar el ju e g o e n cuan­
to tal, n o u n a o p ció n c o n tin g e n te q u e p u e d a llevarse a cabo co m o si h u ­
b iera u n a cosa en sí llam ad a ajedrez q u e existiera previa e in d e p e n d ie n te ­
m e n te d e unas reglas, m odificables a v o luntad m ed ia n te a c u e rd o e n tre
los ju g a d o re s. Y lo q u e vale p ara este caso particular, vale tam bién p a ra ca­
sos m ás abstractos. O , p o r fo rm u la r esto m ism o e n térm inos de in d ica­
ció n gen eral: «[el q u e en u n ciad o s d el tipo jaque mate en ajedrez] p u e d a n
in te rp re ta rse co m o e n u n ciad o s analíticos es u n a clave p a ra el h e c h o d e
q u e la reg la en cu estió n es u n a regla constitutiva»31.
D e la m e n c io n a d a afirm ación se g ú n la cual h a b la r u n len g u aje es to­
m a r p a rte en u n a fo rm a d e c o n d u c ta g o b e rn a d a p o r reglas se d e sp re n d e ,
co m o co n secu en cia inesquivable, q u e la u n id a d básica o m ínim a d e la co­
m u n ic a c ió n lingüística ya n o p o d rá ser el sím bolo, la p alabra o la o ració n ,
co m o te n d ió a p en sarse en el pasado, sino qu e ese lu g ar d e b e rá n pasar a
o c u p a rlo los actos d e h a b la (o, co n m ayor exactitud, la p ro d u cció n o em i­
sión d el sím bolo, p a la b ra u o ració n ). N o es ésta u n a co n secu en cia trivial
o irrelev an te. P en sem o s e n ese caso, tan frec u en te e n n u estra c o m u n ica­
ció n lingüística, e n el q u e idéntico co n te n id o pro p o sicio n al (esto es, pre­
d ic a n d o la m ism a cosa d el m ism o sujeto) sirve d e base p ara d iferen tes ac­
tos d e h ab la. Searle la to m a com o la p ru e b a d e q u e, al em itir c u alq u ier
o ració n , el h a b la n te realiza tres g é n e ro s distintos d e actos: a) la em isión
d e p alab ras (m o rfem as, oraciones) o acto de emisión, b) la refe ren cia y pre­
d icació n o acto proposicional y c) el enunciar, m andar, prom eter, p re g u n ­
tar, etcétera, o acto ilocutivo.
La p ro p u esta n o sólo sim plifica el esquem a d e Austin, en la m ed id a en
q u e el nivel prop o sicional re ú n e la referencia y la predicación y, p o r su par­
te, el ilocutivo en cierto m o d o incluye32 los efectos q u e u n a d e te rm in a d a
ex p resió n lingüística p ro d u ce en los oyentes, sino q u e tam bién cuestiona
alg u n o d e sus e lem en to s clave. Tal es el caso de la distinción au stin ian a lo-
cu tiv o /ilo cu tiv o , e n te n d id a com o dos clases exclusivas de actos. A quella
d efin ició n d e acto locutivo q u e co m en tam o s en su m o m en to , se g ú n la
cual d ic h o acto es el acto d e d ecir algo c o n «sentido y refe ren cia d e te rm i­
M a n u e i. C ruz

nados», es decir, c o n u n cierto «significado», es revisada p o r S earle en el


s e n tid o d e a firm ar q u e el significado de u n a sen ten cia d e te rm in a u n a
fu erza ilocutiva e n sus em isiones.
E n cierto m o d o la revisión v enía a n u n ciad a p o r el h ech o m ism o de d e ­
n o m in a r acto tam b ién a lo q u e tien e lu g ar e n el p la n o locutivo. Se p re te n ­
d ía d estacar co n ello q u e n o son los en u n ciad o s los que refieren , sino los
hab lan tes los q u e h acen referencia. P ero tira n d o d el hilo de esa d e n o m i­
n ació n lo q u e se c o m p ru e b a es q u e la noció n d e fuerza ilocutiva, clara­
m e n te p re se n te e n el caso de los ilocutivos, tam b ién opera, si b ie n de fo r­
m a p o r lo g en eral m en o s m anifiesta, en el resto d e actos — incluidos los
llam ados p o r A ustin constatativos o locutivos— . P ensem os, sin ir más le­
jo s, e n e n u n c ia d o s d e a p a rie n c ia p e rfe c ta m e n te descriptiva, d el tipo «el
lib ro está en cim a d e la m esa». Basta con añadirles el prefijo «afirm o que»
p a ra d arse c u e n ta d e q u e incluso ese o rd e n de en u n ciad o s in c o rp o ra u n
h a c e r q u e n o se aco stu m b ra a m anifestar en el decir. En to d o caso, lo q u e
p arece fu e ra d e d u d a en el ejem p lo señalado es que el en u n c ia d o co n
p refijo y el e n u n c ia d o sin prefijo p o seen el m ism o valor de verdad. Lo
q u e e n cierto m o d o equivale a a firm ar q u e el prefijo de los perlocutivos
explícitos, m ás q u e fu n d a r la fuerza ilocutiva, la fu n ció n q u e cu m p le es la
de visibilizar d ic h a fuerza.
Se d e sp re n d e d e esta co n tin u id a d de la p resen c ia de la fuerza ilocutiva
u n a s e g u n d a revisión, la d e la d iferen c ia existente en la n a tu raleza d e los
d istin to s actos d e habla. Searle d escarta tan to u n a concepción q u e e n te n ­
d iera q u e dich o s actos son cosas separadas q u e los h ablantes h ac e n com o
p o r azar, sim u ltán eam e n te , com o aquella o tra q u e re p re se n ta ra su rela­
ció n en térm in o s d e m edios-fines. Sería u n erro r, observa en Actos..., p e n ­
sar qu e «los actos d e em isión y los actos preposicionales son a los actos ilo­
cutivos lo q u e c o m p ra r u n billete y su b ir a u n tre n es a h a c e r u n viaje en
ferro carril» 33. Lo q u e h ab ría q u e d ecir m ás b ien es que al realizar u n acto
ilocutivo se realizan d e m a n e ra característica actos preposicionales y ac­
tos d e em isión. O , si se p refiere, q u e no se trata d e actos diferen tes y ex­
clusivos sino d e etiq u etas diversas p ara el m ism o acto. Y si hay q u e p o n e r
u n ejem p lo p a ra ilu strar la vinculación e n tre ellos, Searle dirá q u e los ac­
tos d e em isió n so n a los actos prep o sicio n ales e ilocutivos lo q u e h a c e r
u n a «X» en u n a p a p e le ta de voto es al h e c h o d e votar.
P ero m ás allá d e lo q u e estas revisiones ten g a n de sim plificación y de
cam b io d e énfasis resp ecto al m o d elo austiniano en el q u e se in sp iran , h a ­
b rá d e resu ltar d e utilid ad p ara la presen te exposición destacar e n qué fo r­
m a el diseño d e Searle abre el cam ino p ara p lan tear todo otro o rd en de
cuestiones, en p rin cip io ajenas n o ya al p ro p io A ustin, sino a la tradición
an alítica en c u a n to tal. La clave p a ra esa nueva posibilidad se h allaría en

293
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

algo q u e q u e d ó d ich o párrafo s atrás, y q u e p ro b ab lem en te sea llegado el


m o m e n to d e recu p erar. P o rq u e aq u ella alusión a q u e la c o n d ició n ilocu-
tiva d e la p ro m e sa se e n c u e n tr a v in cu lad a n e c e s a ria m e n te a la p rim e ra
p e rso n a re q u ie re ser co m p letad a p a ra m o strar to d o su sentido. P o r su­
p u esto q u e cabe d e sa rro lla r el análisis de lo ilocudvo e n la d irecció n —va­
m os a llam arle objetiva p ara abreviar— d e m o strar las co n d icio n es para
q u e la p ro fe re n c ia d e u n a em isión ilocutiva sea feliz y no defectuosa. Se
se ñ alarían e n to n ces lo q u e Searle d e n o m in a las condiciones de c o n te n i­
d o p ro p o sicio n al, las co n d icio n es p rep arato rias, la co ndición d e sinceri­
d ad , la llam ad a característica esencial o la c o n d ició n de significado. Pero
n i la m ás exhaustiva d e las retículas p e rm ite tran sitar con plenas garantías
d esd e la ilocutividad a la perlocutividad. El h e c h o d e que d e term in ad o s
verbos ilocutivos sean definibles e n térm in o s de sus efectos perlocutivos
in fo rm a m ás d e los deseos del h a b la n te qu e del éxito de la em presa. Así,
« o rd en ar» o «rogar» consisten esen cialm en te en in d u cir a alg u ien a ha­
c e r algo, p ero n o , en lo básico, causar ciertas respuestas en el oyente.
Lo q u e im p o rta d e este hiato, de esta irreductibilidad, es lo q u e p u ed a
te n e r d e estru ctu ral, d e constituyente de u n tipo d e relación de la que el
len g u aje n o tien e m ás rem ed io q u e d a r cuenta. U n a relación e n la que,
h asta a h o ra, u n o d e los elem entos p erm an ecía en la p e n u m b ra del discur­
so, ap en as n o m b ra d o tras fo rm u lacio n es en el fo n d o abstractas, co m o la
d e lo perlocutivo. P ero el rastro de las prem isas planteadas d esem b o ca fi­
n a lm e n te e n el tú. A u n lo c u to r en p rim e ra p e rso n a le c o rre sp o n d e u n in­
te rlo c u to r en se g u n d a p e rso n a al q u e se dirige. N o hay ¡locución sin alo­
cu ció n y, p o r tan to , sin u n alocutor o destinatario del m ensaje. D e esta
fig u ra d e p e n d e la su e rte del significado, ya q u e no cabe h ab lar de él sin el
re c o n o c im ie n to p o r p a rte del d estin atario d e lo m anifestado p o r el em i­
sor. A h o ra b ien, si ten em o s en cuenta, com o se dijo, q u e la fuerza ilocutiva
n o es m o n o p o lio n i privilegio d e u n tipo de actos, p u d ié n d o la e n c o n tra r
tam b ién e n los actos m e ra m e n te enunciativos, h a b rá que decir, co m p le­
ta n d o lo an terio r, q u e e n realid ad ya la m ism a en u n ciació n es igual a in­
terlo cu ció n . C o n lo cual la serie a n te rio rm e n te iniciada d e b ería p ro lo n ­
g arse co m o sigue: «El lib ro está en cim a de la m esa» es igual a «afirmo que
el lib ro está en cim a d e la m esa», lo cual a su vez equivale a «teinform o de
q u e el lib ro está e n cim a d e la mesa».
L legados a este p u n to , tal vez p o d am o s re c u p e ra r tam bién aq u ella le­
j a n a in sin u ac ió n q u e al em p ezar a tra ta r de Searle q u ed ó sim p lem en te
a p u n ta d a . S earle, ven íam os a señ alar en to n ces, procede cfeAustin, p e ro , p o ­
d ríam o s a ñ a d ir ah o ra , no se agota e n d ich a relación. Más a ú n , es p ro b ab le
q u e el m otivo d e la co n d ició n de re p re se n ta n te privilegiado del análisis
fre n te a los in terlo c u to res extranjeros a la q u e tam b ién aludim os te n g a que
M a n u e i . C ru z .

ver d e u n a u o tra m a n e ra ju sto con esos otros elem entos n o estrictam en te


austin ian o s q u e e n riq u ecen la perspectiva d e Searle. Así, su profundiza-
ció n e n las d im en sio n es tanto sociales com o institucionales de la actividad
lin g üística tien e m ás q u e ver co n la definición d e D avidson (el lenguaje
constituye u n a « estru ctu ra c o m p artid a claram en te definida», se afirm a
e n De la verdad y de la interpretación) q u e con A ustin. P ro b a b lem en te lo m e­
n o s im p o rta n te sea elu cid ar q u é p a rte de sus ap o rtacio n es resu lta subsu-
m ib le bajo el cartel d e «giro pragm atista» y q u é o tra bajo u n posible ró tu ­
lo q u e b ien p u d ié ra m o s d e n o m in a r —siguiendo al p ro p io G ad am er—
«giro h erm en éu tico » , o cualquier otro. Lo relevante a fin d e cuentas no es
tan to si las p osiciones d e Searle a d m iten tales descripciones c o m o si posi­
b ilitan u n espacio teó rico p a ra la co n fro n tac ió n co n ellas — lo q u e , com o
h em o s venido re ite ra n d o hasta aq u í, p arece ser efectivam ente el caso.
El m atiz es relev an te y p e rm ite explicar ta n to los en cu en tro s com o los
d esen c u e n tro s e n tre Searle y d ete rm in a d o s filósofos co n tin en tales. El d e ­
se n c u e n tro m ás céleb re ha sido sin d u d a su polém ica con D e rrid a en 1977
a raíz d e la trad u cció n al inglés d el texto de éste «Signatura A contecim ien­
to C ontexto», p rev iam en te p u b licad o en el libro d e 1972 Márgenes de la f i ­
losofía. Searle rep licó a la in te rp re ta c ió n q u e allí aparece de las tesis d e
A ustin re p ro c h á n d o le a D errida, adem ás d e u n a visión vaga y d escuidada,
u n a grave co n fusión e n tre «uso» y «m ención» de u n enunciado, al m argen
del olvido d e o tras d iferencias esenciales (com o la existente e n tr e «ejem-
plificabilidad» e «iterabilidad»). L a reacción d e rrid ia n a n o se h izo espe­
ra r y e n ese m ism o a ñ o resp o n d ió al ataque con u n artículo titu lad o «Li­
m ited Inc. a b c...», p u b licad o p o ste rio rm e n te e n u n volum en d e l m ism o
títu lo 34. Lo q u e e n su stancia v enía a afirm ar D e rrid a era q u e ta n to su p re ­
su n ta co n fu sió n d e p lan os lógicos com o su escasa —según S earle— habili­
d a d d e c o m p re n sió n y arg u m en tació n , rep re sen tab an e n realid ad in te n ­
tos d e «abrir» las reglas del lenguaje, de forzar los lím ites instituidos. La
c e g u era d e Searle fre n te a estos rasgos estaría m o stran d o en to n ces, según
el filósofo francés, la p ro fu n d a n atu raleza del d esacuerdo. Q u e trascen­
d e ría co n m u ch o a los participantes concretos d e la polém ica p a ra m ostrar
su a u tén tica co n d ició n d e episodio d e u n conflicto en tre dos m o d o s de h a­
c e r filosofía: el m o d o analítico, q u e a los efectos d e esta discusión p resu ­
p o n e u n o rd e n lógico lingüístico d a d o o definible, o u n a objetividad de
las d istin cio n es co n cep tu ales p resen tes en el esp íritu d e la len g u a, fren te
al m o d o c o n tin en tal, siem p re m ás proclive a la indisciplina a rg u m e n ta ti­
va. Si al p rim e ro le acech a el p eligro de h acerse árido h asta la desolación
(p o r u tiliz a rla ex p resió n h eid eg g erian a) al se g u n d o le am en aza el riesgo,
n a d a desp reciab le, d e deslizarse h acia u n dogm atism o d e lo indiferencia-
d o , e n el q u e el p en sa m ie n to acab a al a rb itrio d e la literatura y d e l arte.

295
F il o s o f ía c o n t u m p o r á n k a

N o so n peligros q u e nos v engan d e nuevas. P ero, en to d o caso, recor­


d arlo s n u n c a está d e m ás, n o ta n to p a ra precipitarse en e x traer co nclusio­
n es d erro tistas a cerca de la posibilidad del diálogo in terp arad ig m ático ,
c o m o p a ra ser co n scientes de las dificultades, en n in g ú n caso m en o res,
q u e éste d eb e en fren tar. Es claro q u e u n a versión exasperada —esto es, q u e
rad icalice sus rasgos m ás específicos— d e cu alq u iera de los dos m o d o s d e
h a c e r filosofía, te n d e rá a ser co n sid erad a com o u n in terlo c u to r im posi­
b le p o r p arte d e su c o rre sp o n d ie n te e n la o tra orilla. Esto n o es u n ju icio
d e in ten cio n es, sin o u n h e c h o de so b ra con trastad o . El episodio Sokalp ro ­
b a b le m e n te co nstituya el ejem plo recien te m ás célebre d e esta incom ­
p re n sió n m u tu a. C o m o se sabe, el físico n o rteam erica n o A lan Sokal tuvo
la o c u rre n c ia d e en v iar e n 1996 a la revista Social Textun trabajo d elib era­
d a m e n te sin se n tid o e n el q u e p ro p o n ía u n a in te rp re ta c ió n d econstructi-
va d e la física cu á n tic a 35. El com ité ed ito rial d e la revista—sim patizante e n
lín eas g en erales co n las posiciones d errid ian as— aceptó el trabajo, acep­
tació n q u e, u n a vez co n su m ad a, fue co n sid erad a p o r gran parte d e críti­
cos d e D e rrid a co m o a rg u m e n to concluyente que p ro b ab a la c o m p le ta
falta d e rig o r d e d ic h o discurso (y, p o r ex tensión d e b u e n a p arte d e la filo­
sofía co n tin en tal, en especial la francesa, se s u p o n e qu e m ás p ró x im a a la
p o stm o d e rn id a d ). E n fren te, la fero c id a d de las críticas recibidas sirvió a
los atacad o s co m o a rg u m e n to reactivo para d e n u n c ia r la persistencia d e
u n fo n d o d e cientificism o in tra n sig en te y dogm ático, presente incluso e n
aq uellas filosofías y filósofos de la fam ilia analítica q u e más se ja c ta b a n d e
h a b e r su p e ra d o los rígidos m odos neopositivistas de sus predecesores.
N o p ro ced e, d esd e luego, re c o n stru ir a h o ra la polém ica ni tam p o co
d e m o ra rse en u n a p o n d e ra d a y m eticulosa rep a rtic ió n de responsabilida­
des e n tre am bas p artes. A los efectos d e lo q u e estam os tra ta n d o b astará
c o n señalar, a d em ás d e las resistencias con las q u e in ev itab lem en te h a­
b rá d e tro p ezar cu a lq u ie r tentativa d e diálogo, la insoslayable com pleji­
d ad d e la situación. Q u iere decirse q u e u n a d e te rm in a d a fo rm a d e ha­
blar, co m o p u e d e se r la q u e d eslin d a analíticos de continentales, siendo
e n lo esencial co rre cta, e n m odo alg u n o d e b ie ra h acern o s p e rd e r d e vista
el h e c h o d e q u e, en el seno d e cada u n o d e los b an d o s se prodüfcen dife­
ren cias teó ricas d e e n o rm e calado. Ello ex p licaría e n b u e n a m e d id a el
d ato , a p a re n te m e n te paradójico, d e q u e p ensadores p erten ecien tes al am ­
b ie n te analítico e n se n tid o am plio com o Rorty o B ernstein p u e d a n ser re­
ceptivos a las propuestas derridianas, en tanto q u e filósofos inequívocam en­
te contin en tales, co m o Jü rg e n H aberm as, p u ed an reaccionar a las m ism as
c o n n o tab le h ostilidad.
D e cu alq u ier fo rm a, la c o m p lejid ad n o d eb e de constituirse e n u n obs­
táculo insalvable, esp ecialm en te si se la a b o rd a con la disposición ad ecu a­

296
M a n u e i. C ruz

da, la cu al incluye, n o sólo u n a g e n u in a curiosidad teórica, sino tam b ién


— y acaso en especial— alg u n a m od alid ad , d eb id a m e n te ad ap tad a, del
dav id so n ian o p rin c ip io de carid ad (que reza, p o co m ás o m en o s: hasta
q u e n o se d e m u estre lo c o n trario , d e salida es o p o rtu n o c o n sid e ra r verda­
d e ro y a p ro p ia d o lo q u e los h ab lan tes d icen 36). D e hech o , S earle —re to ­
m a n d o ya el h ilo d e la re co n stru cció n de su p ro p u esta— se h a b en eficia­
d o m u c h o m ás d e e n c u e n tro s q u e de d esen cu en tro s con filósofos d e
trad icio n es ajen as a la suya. E jem plo de e n c u e n tro fecu n d o lo constituye
la a te n ta lectu ra q u e, esp ecialm en te d e su Actos de habla, h a llevado a cabo
P au l R ico eu r37. A u n q u e h a b rá ocasión m ás ad e la n te de d e te n e rse en las
p ro p u estas específicas d el filósofo francés, vale la p e n a señalar el entusias­
m o co n el q u e sa lu d a la n o vedad q u e, a su ju icio , re p re se n ta n los d esarro ­
llos d e los p lan te a m ie n to s au stinianos llevados a cabo p o r S earle (al q u e
atrib u y e u n a «m aestría excepcional» en la tarea) e n relación c o n las tesis
neopositivistas.
F re n te a otro s p en sad o re s c o n tin en tales, q u e p o n e n el a c e n to en el ca­
rá c te r lim itad o d e la filosofía del lenguaje o rd in a rio y del acto d e habla,
R ico e u r en fatiza el avance q u e re p re se n ta a b a n d o n a r el tópico del neo-
positivism o se g ú n el cual sólo tie n e n se n tid o las p ro p o sicio n es q u e d e s­
c rib e n h ech o s y q u e p u e d e n ser verificadas em p íric am en te (q u e d a n d o
c o n d e n a d a s las q u e h acen o tra cosa al sinsentido q u e apenas alcanza a ex­
p re sa r las em ociones, creencias y actitudes del em iso r), avance q u e n o d u d a
e n calificar co m o « conquista considerable»38. E n efecto, el p re su n to d es­
c u b rim ie n to d e q u e existe u n len g u aje q u e hace sentido sin co n statar ni ve­
rificar tien e co n secu en cias d e larg o alcance. P ara Ricoeur, A ustin y Searle
h ab ilitan u n a id e a d e se n tid o al m arg en d e la descripción, susceptible de
ser asu m id a p o r perspectivas filosóficas ajenas al esquem a analítico. Así,
c o m e n ta n d o las reglas q u e rigen los tipos ilocutivos, observa el au to r de
Tiempo y -narración q u e lo q u e S earle en co n creto llam a «condición esen­
cial», e n te n d id a co m o la c o n d ició n necesaria y suficiente p ara q u e el acto
d e u n cierto tipo haya sido realizado con éxito y n o de fo rm a d efectu o sa
e n la e n u n c ia c ió n d e u n a frase d ad a, e n c u e n tra su co rrelato e n el p la n ­
te a m ie n to fe n o m en o ló g ico d e H usserl. Este h a b ía hablado e n sus Ideas...
d e contenido de sentido p ata referirse a lo q u e en Actos de hablase d e n o m in a ­
rá fuerza ilocutiva d e u n acto. E n el caso d e la prom esa, Searle d efin e de
esta fo rm a su reg la esencial: «La em isión d e Pr c u en ta com o [sic] la a sun­
ció n d e u n a o b lig ació n de h a c e r A»39. Si aceptam os que tan to contenido de
sentido co m o fuerza ilocutiva se d ejan red efin ir e n térm inos de in te n c ió n
(a cuyo co razó n a p u n ta n ), p o d rem o s afirm ar q u e am bos en fo q u es se re­
q u ie re n m u tu a m e n te p a ra c o n ju ra r sus respectivos peligros: ta n to el de
u n a in te n c ió n e n te n d id a en clave introspectiva-psicológica c o m o en clave
F il o s o f ía c o n t iím p o r á n e a

p u ra m e n te lingüístico-form al. Las palabras d e Searle ad m iten esta in ter­


p retació n : inclu so cab ría subrayar lo qu e tien e la citada ex p resió n «con­
tar com o» d e co m p ro m iso p ú b lico (esto es, intersubjetivo) y p ráctico p o r
p a rte d el em isor. R ico e u r prefiere seguir o tra línea, en el fo n d o n o muy
distinta. El p refiere fo rm u larse la p re g u n ta d e si n o será e n el discurso
d o n d e se constituye la esencia d e lo vivido. L a respuesta q u e p ro p o n e vie­
n e a se r u n a d eclaració n ex p resa a favor d e la com p lem en taried ad : «Es la
Wessensch.au h u sserlian a la q u e está detrás d el análisis sem ántico de las
co n d icio n es esenciales; p e ro e n co n trap artid a, es el análisis sem ántico de
la E scuela d e O x fo rd el q u e p e rm ite a la Wessenschau constituirse e n la re­
lación h ech o -esen cia»40.
C o m o h em o s ven id o ad v irtien d o hasta aquí, resu ltaría ciertam en te
ex ag erad o a trib u ir a S earle u n a actitu d análoga a la d e Ricoeur, especial­
m e n te e n lo to can te a la receptividad fren te a propuestas alejadas de su
perspectiva (d iferencia d e actitud en b u en a m edida confirm ada p o r su po­
lém ica co n D e rrid a ). P ro b a b lem en te ello sea deb id o en gran parte a la na­
tu raleza m ism a d e los tem as q u e n u estro a u to r se h a ido p la n te a n d o tras
Actos... Así, su c o n v e n c im ie n to d e q u e n in g u n a filosofía d e l len g u a je
p u e d e co n sid erarse co m p leta si n o recoge las relaciones q u e éste m an tie­
n e c o n la m e n te y el m o d o en el q u e el significado se fu n d a m e n ta so b re la
in ten cio n alid ad in trín seca p ro p ia de la m e n te /c e r e b r o le h a n em p u jad o
h acia ám b ito s d e d iscusión concretos, cuya especificidad fácilm en te p u e­
d e ser in te rp re ta d a co m o u n ilateralid ad . Es el caso de textos tan im p o r­
tan tes en su trayectoria com o Intencionalidad.41, La construcción de la reali­
dad social42 o inclu so del m en o r, p e ro ig u alm en te significativo, El misterio
de la conciencia^. S on textos en los q u e S earle se ve o bligado a a b o rd a r
p ro b lem as relacio n ad o s co n la filosofía de la m e n te y la fu n d am en tació n
básica d e ciertas categorías cen trales de la m ism a. D ebatir acerca d e l dua­
lism o, d e la validez del realism o e x te rn o , de la n atu raleza de la conciencia
o d e las relacio n es e n tre in te n c ió n y cereb ro co m p o rta n ecesariam en te
e n tra r en u n te rrito rio d e arg u m en tacio n es m uy p articu lares (vinculadas,
p o n g am o s p o r caso, con la n e u ro cien cia en cu a n to discurso capaz d e d ar
cu e n ta d e los estados de conciencia, o con la cib ern ética en lo to can te a
las posib ilid ad es d e p ro d u c ir y re p ro d u c ir las características del c e reb ro
m e d ia n te p ro g ram as d e o rd e n a d o r) y convocar a u n d e te rm in a d o tipo
d e in te rlo c u to re s (n o sólo D avidson o P u tn a m , sino ta m b ié n D e n n e tt,
C halm ers, P en ro se o K u rt G ódel). P ero sería injusto co n fu n d ir esta m e­
n o r d isp o n ib ilid ad con falta d e flexibilidad o co n intransigencia d o ctri­
nal. D e h ech o , S earle tam b ién h a seguido su p ro p ia evolución, y n o pu e­
d e d ecirse q u e el signo d e la m ism a haya e n d u re c id o sus posiciones de
p artid a, sino m ás b ie n al co n trario .

298
M a n u iíi. C r u z

C o n sid erem o s c o m o provisional p ru e b a d e lo q u e decim os su recien te


libro, Razones para actuar14 El p ro p ó sito del m ism o q u e d a explicitado p o r
su a u to r e n las p rim e ra s páginas, c u a n d o lo define com o «un in fo rm e so­
b re mis desvelos p a ra c o m p re n d e r las claves del p ro b lem a filosófico d e la
racio n alid ad h u m an a» . No hay exageración ni énfasis retórico alg u n o e n
lo q u e d eclarara: S earle p re te n d e m edirse co n u n a d e las dificultades m a­
yores d e la trad ició n o ccidental, la q u e su p o n e o frec er u n a d efin ició n d e
la racio n alid ad q u e in c o rp o re ad e c u a d a m e n te ciertos rasgos esenciales e
irren u n ciab les d e la co n d ició n h u m a n a , com o son n u estra lib erta d , el h e ­
c h o d e q u e p o seem o s u n lenguaje y n u estra capacidad p ara reflex io n ar
so b re n u estras reflexiones.
Si eso hoy co n stitu ye p ara n o sotros u n a cuestión de p rim e r o rd e n (y
n o la m e ra re e d ic ió n d e u n viejo p ro b lem a filosófico) es p recisam en te
p o rq u e los d esarro llo s d el co n o cim ien to científico, lejos de m o strarn o s la
co n d ició n d e p se u d o p ro b le m a de la m en cio n ad a dificultad — co m o h u ­
b ie ra sido la ilusión d e algunos neopositivistas d e p rim e ra h o ra — , h an ra­
dicalizado la fra c tu ra e n tre la p ercep ció n q u e ten em o s de n o so tro s m is­
m os y la p erc e p c ió n q u e ten em o s d e la realidad. M ientras la p rim e ra h ace
refe re n c ia a la esfera d e la co n cien cia y de la libertad, en la se g u n d a to d o
p a rece estar d e te rm in a d o , sin q u e haya resquicio alguno p ara instancias
tales co m o la lib e rta d o el significado. O, com o se p re g u n ta e n el m ism o
texto: «¿Cómo es posible to m ar decisiones racionales e n u n m u n d o e n el
q u e to d o lo q u e o c u rre sucede co m o resultado d e fuerzas b ru ta s, ciegas,
n atu rales y causales?»45.
La resp u esta d e Searle es clara y a b u n d a en la dirección q u e h em o s ve­
n id o a n u n c ia n d o : el m o d elo trad icio n al d e la racio n alid ad es insuficiente
y el m o d elo clásico d e la acción racional q u e se apoyaba e n a q u é l ha deja­
d o d e servir. A m bos to m a ro n el cam ino equivocado al re n u n c ia r a su es­
pecificid ad y asu m ir com o ú n ico h o rizo n te el de m im etizarse c o n el m u n ­
do . Ni la razó n es m e ro dispositivo m ecánico — o m era com plicación a
p a r tir d e la fa c u lta d d e l le n g u a je — , ni el o b r a r h u m a n o se d e s p re n d e ,
co m o efecto necesario , d e la p resen cia de d eterm in ad as prem isas. Hay q u e
reflex io n ar a p a rtir d e la in te rru p c ió n , de la b re c h a q u e se a b re e n tre las
co n d icio n es p a ra la acción (creencias y deseos) y la acción m ism a. E n la
b re c h a h a b itan los enigm as, las debilidades y las co n trad iccio n es del ser
h u m a n o . N o es u n lu g ar en el q u e q u ed arse a vivir, p ero tal vez sea inevita­
b le, e n u n o u o tro m o m e n to , pasar p o r ahí. N o es el fuera de la racionali­
d a d sin o u n o d e sus episodios m ás inquietantes.
Se o b se rv ará q u e este p la n te a m ie n to d e S earle —al m arg en d e las refe­
ren cias al p ro b le m a específico d e la acción— p e rm ite in co rp o rar, com o
cu estiones p e rtin e n te s y abordables desde el in te rio r del p ro p io m arco teó­

299
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

rico, asu n to s q u e a m e n u d o h a n te n d id o a p resen tarse com o rad icalm en ­


te irred u ctib les a térm in o s racionales — incluso más: com o los asuntos que
p e rm itía n im p u g n a r co n la m ayor radicalidad el m od elo de razó n h ere­
d ad a— . E n to d o caso, esa te n d e n c ia o costum bre d eb iera ap arecérsen o s
ah o ra, a la luz d e to d o lo q u e hem os p o d id o exam inar, claram ente injusti­
ficada. R e p a ra n d o e n tales d im en sio n es de la racionalidad (olvidadas u
ocultas d iría a b u e n seguro, con su proverbial exageración, el irracionalis­
ta d e t u r n o ) , S earle se ap ro x im a a otros discursos, sin p o r ello traicio n ar
lo m ejo r d el suyo. A fin d e cuentas, com o se reco rd ará, tem as co m o el de
la d eb ilid ad de la v o lu n tad 46 o el del au to e n g a ñ o ya h ab ían sido p la n te a ­
dos p o r D avidson d esd e u n a inequívoca perspectiva d e co nocim iento. H a
h a b id o q u ie n h a p ro p u e sto in te r p re ta r este giro final de Searle e n u n a
clave m uy p articu lar. Es sólo u n a in te rp re ta c ió n , p e ro q u e, de se r cierta
(siq u iera p a rc ia lm e n te ), p u e d e servirnos p a ra valorar a d ecu a d am en te la
g e n u in a ten sió n filosófica q u e atraviesa p o r e n te ro la o b ra de este autor.
Q u izá to d o se resu m a, h a venido a decirse, en q u e Searle nos está p ro p o ­
n ie n d o u n desafío, el d e in te n ta r p e n s a r n u estra racio n alid ad p o r e n te ro
co m o u n e n o rm e efecto perverso d e la historia d e O ccidente. U n efecto
cuyo signo ú ltim o todavía estam os a tiem p o d e d eterm in ar. Sea co m o sea,
el m e ro h e c h o d e q u e la in te rp re ta c ió n se haya p o d id o p lan tear c o n sen­
tido constituye e n sí m ism o u n b u e n indicio de q u e los textos de Searle,
m ás allá d e los p ro p ó sito s expresos d el autor, d an q u e pen sar en m ás de
u n a d irecció n .

R ic h a r d R o r t y

P o r m ás q u e su deriva re c ie n te p u d ie ra h a c e r p e n sa r o tra cosa a u n


lecto r p o co avisado, R ich ard Rorty (1931) tam bién p ro ced e de esta zona.
Lo q u e o c u rre es q u e la confusión, p o r lo dem ás tan habitual, e n tr e ori­
g en y d estin o d a lu g ar co n frec u en cia a m alen ten d id o s, q u e se m anifies­
tan en fo rm a d e lectu ras equivocadas. N o resulta dem asiado au d az in ter­
p re ta r q u e la especificidad de Rorty, e n especial respecto a los filósofos
analíticos q u e acab am os de com entar, se localiza e n la peculiar adm inis­
tra c ió n q u e h a llev ad o a cabo d e la h e re n c ia recib id a, en la p a rtic u la r
o rien tació n q u e h a im p reso a su discurso y en los objetivos teóricos últi­
m os q u e se h a m arcad o . Hay q u e adm itir, ciertam en te, que el p ro p io au­
to r en ocasiones n o h a facilitado la co rre cta in terp retació n de su p ro p u e s­
ta. Su g usto p o r la p o lém ica le h a llevado a ap a re c e r em p arejad o a algún
q u e o tro filósofo so b re el p ap el m uy distante d e sus p arám etros, e m p a re ­
ja m ie n to equívoco q u e a m e n u d o se h a visto refo rzad o p o r los usos en al­

300
g ú n caso p e re g rin o s q u e de las ideas de este p en sad o r n o rte a m e ric a n o se
h a n p o d id o h acer. D e cu a lq u ie r fo rm a, la c o rre c ta ubicación d e la figu­
ra d e Rorty n o resu lta deseable ú n icam en te p o r u n obvio p rin cipio general
d e eficiencia h istoriográfica, sino q u e atañe al c o n ten id o m ism o de sus
ideas, co m o h a b rá ocasión de m ostrar.

A lu m n o d e C a rn a p y H em p el e n P rin ceto n , el texto p o r el q u e consi­


g u e inicial n o to rie d a d es u n a an to lo g ía d e la filosofía analítica, El giro lin­
güístico47, q u e co n seg u ía dibujar, d esd e su m ism o título48, el trazo más re ­
levante d e la evolución de d ich a tradición. De fo rm a m uy resum ida,
p o d ría decirse q u e la tesis de la cen tralid ad del lenguaje p ara el análisis fi­
losófico ad m ite, a su vez, ser e n te n d id a de m ás d e u n a form a. L a que d e ­
fendían los teóricos del lenguEye ideal, canónicam ente ag ru p a d o s en sus
o ríg en es en el neopositivism o lógico, h a ido evolucionando. D esde aq u e­
llas p rim e ras fo rm u lacio n es q u e esp era b an p o d e r alcanzar un o rd e n lógi-
co-sintáctico p erfe cto con el que dem ostrar la insensatez de los enunciados
filosóficos trad icio n ales se h a p asado a u n a actitu d en la que, a b a n d o n a d a
la expectativa d e e n c o n tra r la len g u a «lógica» perfecta, se co n sid era que la
n u ev a tarea d el filósofo lingüista es la de inventar u n lenguaje o co n stru ir
u n vocabulario teórico co n el objetivo de clarificar el lenguaje d e que ya
disp o n em o s.
F re n te a cu alq u iera de estas variantes de d efen sa del len g u aje ideal se
e n c u e n tra el teó rico del lenguaje o rd in ario , p ara q u ien la tarea del análi­
sis es, sim p lem en te, la d e describir los usos del lenguaje, desde el conven­
cim ien to , señ alad o co n a n te rio rid a d al h a b la r d e A ustin49, de q u e el le n ­
g uaje o rd in a rio es el q u e m ás garantías ofrece en la m edida en q u e es el
q u e h a sido so m e tid o a u n m ayor n ú m e ro de pruebas, m áx im am en te di­
versas y refinadas. H a superado «la larga p ru e b a de la supervivencia del m ás
apto», lo q u e constituye el m ejo r a rg u m e n to p a ra p refe rir la vía descripti­
va a la vía co n stru ctiv a p ro p iciad a p o r el g ru p o anterior. P or d esco n tad o
q u e los p a rtid a rio s d e la vía descriptiva (a u to re s com o S traw son, Ryle,
A ustin o Searle, a los q u e ya nos h em o s referid o e n an teriores pasajes) n o
p re se n ta n u n a h o m o g e n e id a d absoluta en sus posiciones, p e ro tal vez sí
co m p artan algo m uy im portante: u n a d e te rm in a d a concepción d e la prác­
tica filosófica. C o n c ep ció n c o m p a rtid a q u e n o va a im p ed ir q u e tam bién
e n este g ru p o se a b ra u n a im p o rta n te d iferen cia in te rn a e n tre quienes,
d e u n a p arte, e sp era n q u e los infinitos recursos teóricos del lenguaje o r­
d in a rio co n trib u y an a la solución d e los p ro b lem as teóricos y q u ien es, de
o tra, p ien san q u e n a d a hay m ás im p o rta n te q u e investigar las desviacio­
nes co n cep tu ales q u e se p ro d u c e n tan to en el lenguaje o rd in a rio com o
en el filosófico, y d e las cuales su rg e n u n b u e n n ú m e ro d e problem as. Es,
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

en definitiva, la c o n o cid a co n trap o sició n e n tre los partidarios d e la fu n ­


ció n p rev alen tem en te n orm ativa y terap éu tica del análisis (co n cep ció n
«de C am b rid g e» ) y los p artid ario s d e la fu n ció n resolutiva y h eu rística
(co n cep ció n «de O x ford»).
Si se re c u e rd a to d o esto —d e u n a u o tra m a n e ra ya ab o rd ad o e n diver­
sos m o m en to s d el p resen te tex to — es en la m e d id a en q u e p ro p o rc io n a
alg u n as d e las claves m ás im p o rtan tes p ara in te rp re ta r ad e c u a d a m e n te el
sig n o d e la p ro p u e sta ro rtian a. P o rq u e c u an d o R orty p re p a ra su an to lo ­
g ía se e n c u e n tra ya e n co n d icio n es d e p ercib ir h asta qué p u n to tan to la
co n trap o sició n m ayor e n tre los dos g ru p o s com o las diferencias q u e en el
se n o d e c a d a u n o d e ellos h a n id o su rg ie n d o se h a n e n tre c ru z a d o de tal
m a n e ra (con d esarrollos construccionistas al servicio de objetivos descrip­
tivos, p o r ejem p lo ) q u e em p iezan a resu ltar d e m uy difícil em p leo . Sum e­
m o s a esto el d a to d e q u e casi todos los m otivos inspiradores del neoposi-
tivismo y alg u n o s d e los m otivos del análisis p o ste rio r h an sido refu tad o s
p o r el d ev en ir d e esta m ism a filosofía (la recu p eració n de la m etafísica p o r
p a rte d e Straw son, co n trav in ien d o el n ú cleo m ism o del p ro g ra m a n eopo-
sitivista, p ro b a b le m e n te constituya el caso m ás esp ectacu lar). F in alm en te
lo q u e p a re c e q u e d a r co m o resid u o d e tantas discrepancias, au to crític as
y su p e rac io n e s es u n a te n u e disyuntiva e n tre dos m odos d e e n te n d e r la
actividad filosófica, el m o d o constructivo y el m o d o descriptivo. T an to los
té rm in o s d e la d istin ció n co m o la sensibilidad m etafilosófica q u e la sos­
tie n e van a ju g a r u n p a p e l m uy d estacado e n la evolución d e las ideas de
Rorty.

Y es q u e su o b ra L a filosofía y el espejo de la naturaleza’0 constituye sin


d u d a u n tex to m etafilosófico e n el q u e, desde el p ro fu n d o co n o cim ien to
in te r n o d e su p ro p ia trad ició n , R orty e m p re n d e la tarea d e revisión d e
alg u n o d e los pilares fu n d am en tales sobre los qu e aquélla se apoyaba. E n
c o n c re to , R orty cree h a b e r d e te c ta d o en la deriva ú ltim a d e la filosofía
analítica, p re o cu p ad a p re fe re n te m e n te p o r la descripción, u n n ú cleo p ro­
blem ático q u e d e s b o rd a sus p ro p io s confines y q u e la conecta c o n u n a d e
las afirm acio n es m ayores d e la filosofía c o n tin e n ta l m o d e rn a (y, m ás allá,
d e la filosofía o ccid en tal p o r e n te ro en u n cierto se n tid o ). La id ea d e q u e
existe u n yo q u e se coloca a n te u n a realid ad n a tu ra l más o m en o s descri-
bible es u n su p u esto especulativo (en sen tid o p ro p io ) que conlleva conse­
cu en cias teóricas d e en v erg ad u ra, expresadas fu n d a m e n ta lm e n te e n for­
m a d e exclusión. P o rq u e excluidos d e esta perspectiva q u e d a n o tro s usos
d el discurso filosófico, com o el p ensam iento constructivo, q u e elabora e in ­
venta co nceptos — o «vocabularios teóricos», com o preferirá decir R orty— ,
o el p e n sa m ie n to in terp retativ o , q u e recoge o transm ite la h e re n c ia cultu­
M a n u e l C'.r u z

ral d e u n p u eb lo , p lan team ien to este últim o al q u e se irá acercando n u e s­


tro a u to r a lo larg o de su o b ra posterior. F rente a tales usos, el parad ig m a
del e n fre n ta m ie n to descriptivo e n tre el yo y la n atu raleza fu n d a m e n ta la
p rio rid a d filosófica d e la epistem ología (en se n tid o am plio, esto es, in clu ­
y en d o en su se n o tan to la teo ría de las ciencias com o la del c o n o c im ie n ­
to) q u e ap arece e n D escartes y Kant.
Lo cual es u n a fo rm a d e d ecir q u e la crisis de la filosofía analítica cons­
tituye el sín to m a d e u n a crisis m ás p ro fu n d a que afecta a todo u n m o d o
d e e n te n d e r la tarea del p e n sam ien to y a la p ro p u e sta filosófica q u e se in s­
p irab a en él. P ara Rorty es esa disposición descriptiva (in eq u ív o cam en te
k an tian a, en su o p in ió n ) q u e nos in d u ce a c re e r q u e la m en te se en fre n ta
a la n a tu raleza y co n stru y e u n espejo m ás o m en o s fiel lo que m erece se r
rad icalm en te revisado. «T enem os q u e p rescin d ir en n u estra conversa­
ció n d e las m etáfo ras visuales, y en co n creto de las del espejo»31, precisa­
m e n te p o rq u e son más que metáforas, o, m ejo r dicho, p o rq u e c o n tie n e n
más de una metáfora, es decir, son a la vez m etáfo ra ontológica y cognitiva.
O n to ló g ica (la m ás antigua) p o rq u e se basa en el conocido dualism o e n tre
m e n te y cu e rp o q u e atraviesa d esde P latón to d a la cu ltu ra o ccid en tal, y
qu e d e sobra sabem os la can tid ad d e falsos problem as a q u e ha d a d o lugar.
P ero el espejo es tam b ién u n a m etáfo ra cognitiva (la m ás m o d ern a) p o r ­
q u e cu m p le la fu n ció n de legitim ar u n m o d elo gnoseológico q u e, desde
D escartes y L ocke, utiliza la n o ció n de rep re sen tació n p a ra caracterizar la
a p re h e n s ió n espiritual del m u n d o p o r p arte del h o m b re.
A am bas d im en sio n es se o p o n e a b iertam en te Rorty, e n tre otras razo­
nes p o rq u e las in te rp re ta com o diferen tes dim ensiones de lo m ism o. Es
cierto q u e p arece d edicar m ayores energías a la crítica d e la segunda, p e ro
d esd e el co n v en cim iento, ex p resa m e n te d eclarad o , de q u e si n os desem ­
barazam os d e la id ea de qu e hay rep resen tacio n es, en to n ces la relación
en tre la m en te y el m u n d o o e n tre el lenguaje y el m u n d o pasará a ser a su n ­
to d e m uy escaso interés. D esde el principio, en efecto, Rorty se m anifiesta
co m o u n an tirrep resen tacio n alista, actitud en la q u e se hacen visibles las
influencias d e W ittgenstein, Sellars, Q u in e y, so b re todo, Davidson (n ó ­
m in a d e au to res a la q u e in c o rp o ra con u n p apel m enos cen tral al últim o
H e id e g g e r). H ay q u e re c o n o c e r q ue, p o r los años en los qu e d e b ía de a n ­
d a r escrib ien d o La filosofía y el espejo...52, todavía ad m itía que el lenguaje
p u ed e ser visto bifocalm ente, com o u n sistema de representaciones y com o
u n a práctica social, y qu e incluso h ab ía llegado a declarar: «Hacemos q u e
los len g u ajes re p re se n te n la realidad». P ero tam bién es v erdad q u e en ese
m ism o m o m e n to afirm ab a q u e el co n d u ctism o q u e D avidson co m p arte
con Q u in e convierte el lenguaje en algo que la gente hace, más b ien que en
algo q u e se in te rp o n e e n tre la g e n te y cu alq u ier o tra cosa.

303
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

E n efecto, D avidson es fu n d a m e n ta l en la evolución ro rtian a e n direc­


ció n h a c ia u n an tirre p re se n ta c io n a lism o firm e y resuelto. El p ro p io Rorty
se e n c a rg a rá d e revisar las vacilaciones an terio res y afirm ará au to crítica­
m e n te p o co s añ o s m ás tard e: «No d e b e ría h a b e r d ich o q u e la n o c ió n
d e u n len g u aje q u e re p re se n ta la realid ad n o era problem ática, sin o q u e
e ra in n ecesaria» 53. E n esa reco n sid eració n d e se m p e ñ a n u n p a p e l desta­
c ad o los textos dav id sonianos «De la id ea m ism a d e u n esquem a co n c e p ­
tual»54 y «El m ito d e lo subjetivo»55, in su ficien tem en te e n te n d id o s p o r
R orty e n u n p rim e r m o m en to . E n ellos en c o n tra rá los elem entos teóricos
p a ra d esem b arazarse d e los residuos tan to del dualism o d e esq u em a y
m u n d o co m o d e las q uerellas e n tre realism o y antirrealism o que d e algu­
n a m a n e ra h ab ía n v en id o lastran d o su discurso56.
P ero , m ás allá d e se ñ alar la p ro c e d e n c ia d e los m ateriales con los q u e
R orty e m p re n d e la crítica del rep resen tacio n alism o , lo qu e im p o rta des­
tacar es el d ato d e q u e d ich a crítica le va a d ejar el cam ino e x p ed ito p a ra
in iciar el diseñ o d e u n a p ro p u e sta p ro p ia, en la q u e el cu estio n am ie n to
d e u n a d e te rm in a d a im agen del co n o cim ien to te rm in a rá p o r a b o carle a
u n a reco n sid eració n d e la m a n e ra tradicional de e n te n d e r la actividad
del filósofo. A firm acio nes com o la d e q u e las creencias son v erdaderas o
falsas, p e ro n o re p re se n ta n n ad a, o rechazos c om o el que p lan tea a la p re­
su p o sició n cen tral d e realism o seg ú n la cual «trocitos de m u n d o » h acen
v e rd ad ero s a los en u n ciad o s, m ien tra s que, p o r su p arte, dichos e n u n c ia ­
dos re p re se n ta n a esos trocitos n o p u e d e n hacerse sin im p u g n ar la totali­
d a d d e l esq u em a h e re d a d o . O , co n otras palabras, si co n o cer ya n o signi­
fica re p re se n ta r c o n ad ecu a ció n lo q u e se e n c u e n tra fuera d e la m e n te , la
ta re a c e n tra l d e la filosofía ya n o p o d rá co n tin u a r siendo la de c o n s tru ir
u n a te o ría g en eral d e la re p re se n ta c ió n , u n a te o ría q u e se d e d iq u e a divi­
d ir la cu ltu ra e n áreas: las q u e re p re se n ta n d e m a n e ra co rre cta la reali­
d ad , las q u e n o lo h ac e n tan b ien , y las que, a p esar suyo, n o consiguen re ­
p re se n ta rla en ab so lu to. Hay q u e a c e p ta r q u e esa disciplina acad é m ica
d e n o m in a d a filosofía, co n fig u rad a después d e K ant, se h a estado o c u p a n ­
d o e n g ran m e d id a e n la discusión d e pseu d o p ro b lem as g e n erad o s p o r
u n a m ala d escrip ció n d el c o n o cim ien to h u m an o .
D e a h í q u e R o rty h ay a v u e lto su a te n c ió n h a c ia to d o s esos a u to re s
—co m o los m en cio n ad os H eidegger, W ittgenstein, Q uine o D avidson, p ero
sin o lvidar a Dewey57— q u e h a n sabido ver q u e la crítica al representativis-
m o tien e q u e in sertarse, en p rin cip io , en el m arco d e u n nuevo m éto d o
d e d e sc rib ir el c o n o c im ie n to y la investigación y, m ás allá, en u n a nueva
co n c e p c ió n d e la filosofía en cu a n to tal (objetivo central, a fin de cu en tas,
d e L a filosofía y el espejo de la naturaleza). Y de a h í tam bién, m ás en g e n eral,
su in terés hacia el p ragm atism o o hacia la h erm e n é u tic a . En am b as co­
M anu el. C ruz

rrie n te s h a c re íd o e n c o n tra r R orty m ateriales m áxim am ente útiles p a ra


la elab o ració n d e su proyecto. A m bas c o m p a rte n —hasta el e x trem o d e
q u e in térp retes h a h ab id o q u e h a n p ro p u esto subsum ir aquél d e n tro de
ésta58— u n a m a n e ra d e e n te n d e r la especificidad del discurso filosófico
m uy d iferen te a la d o m in a n te d u ra n te la m ayor p a rte d e n u e s tra m o d e r­
n id ad . N ad a tien e d e ex trañ o , pues, la caracterización q u e de la h e rm e ­
n é u tic a p re se n ta e n su libro: «... Hermenéutica no es el n o m b re d e u n a d is­
ciplina, ni d e u n m é to d o de co n seg u ir los resultados que la epistem ología
n o consiguió o b ten er, n i de u n p ro g ram a d e investigación. P o r el co n tra­
rio, la h e rm e n é u tic a es u n a e x p resió n de esp era n za de q u e el espacio cul­
tu ra l d e ja d o p o r el a b a n d o n o d e la e p iste m o lo g ía no lleg u e a llen arse
— q u e n u estra c u ltu ra sea u n a c u ltu ra en la q u e ya no se sienta la exigen­
cia d e co n stricció n y co n fro n tac ió n — . La idea d e q u e u n a rm azó n n e u tro
y p e rm a n e n te cuya estructura p u e d e m ostrar la filosofía es la id e a de q u e
los objetos q u e v an a ser co n fro n tad o s p o r la m en te, o las reglas q u e cons­
triñ e n la investigación, son co m u n es a todo discurso o al m enos a todo dis­
cu rso q u e verse so b re u n tem a d e te rm in a d o . Así, la epistem olo gía avanza
p a rtie n d o d e la sup o sición d e q u e todas las ap o rtacio n es a un discurso d e ­
te rm in a d o son co n m en su rab les. La h e rm e n é u tic a es, en g ran p arte, u n a
lu c h a c o n tra esta su p osición»69.
R orty está m o stra n d o de esta m a n e ra su p refe ren cia p o r u n g é n e ro de
discurso filosófico d iferen te o quizá fu era m ás preciso decir p o r el final
d e la filosofía e n cu a n to g én ero . Cosa q u e n o d e b e co n fu n d irse con q u e
R orty p u d ie ra se r p artid ario d e su abolición, lo q u e no constituye el caso
en ab so lu to 60. Su rech azo es a la p re te n sió n de co n stru ir un a p arato filo­
sófico d e carácter sistem ático y u n co n ju n to preciso de ded u ccio n es a p a r­
tir d e u n as p rem isas claras, n o a cu alq u ier fo rm a d e actividad filosófica. El
p ro clam ad o final d e la filosofía com o discurso constructivo a lo que c o n ­
d u c e an te to d o es a u n a revisión radical de la h istoria d e la filosofía, d e la
q u e su rg irá u n n u ev o d ibujo d e la tarea del filósofo. En el bien e n te n d id o
d e q u e la p resu n ta n o vedad es d e g rado o, lo q u e es lo m ism o, n o debe e n ­
ten d e rse co m o u n a r u p tu ra q u e a b ra paso a u n a re fu n d a ció n a b so lu ta de
su práctica. R orty n o descalifica a la totalidad d e los filósofos d e l pasado,
sino sólo a aq u ello s (co m o P latón, D escartes, K ant, H usserl, Russell o el
p rim e r W ittg en stein ) q ue, p reo cu p ad o s p o r o frec er certezas fu n d a m e n ­
tadas en alg u n a versión del m ito del espejo, m a n te n ía n p reten sio n es sis­
tem áticas.
P ero , p recisam en te p o r lo m atizado d e su crítica, Rorty p o d rá sin la
m e n o r co n trad icció n reclam arse d e filósofos c o m o los m en cio n ad o s H ei­
d egger, el se g u n d o W ittg en stein o — añ ad am o s ah o ra — G ad am er e n la
m e d id a en q u e n o p re te n d e n e lab o rar n in g ú n sistem a n i están p re o c u p a ­

305
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

dos p o r alcan zar certezas absolutas. En ellos cree en c o n tra r R orty ele­
m e n to s in teresan tes p a ra e lab o rar el m odelo de filósofo ad e c u a d o p ara
los n u evos tiem pos. A d ich o m o d e lo p ro p o n e d en o m in a rlo filósofo edifi­
cante, p o r o p o sició n al filósofo sistemático. M ientras qu e este ú ltim o era el
brazo eje c u to r d e la co n cep c ió n h e re d a d a d e la filosofía61, ya com en tad a,
y, p o r tan to , p r e te n d ía cosas tales co m o colocar su m ateria de estu d io en
el cam in o seguro d e la ciencia o, b asándose en argum entos, e lab o rar cons­
tru ccio n es especulativas co n vocación d e e te rn id a d , el filósofo edificante
sabe q u e «su o b ra p e rd e rá vigencia c u a n d o pase el p erio d o c o n tra el que
estab a re a c c io n a n d o » 62 y n o p r e te n d e o tra cosa q u e p resen tar sátiras, pa­
ro d ias y aforism os. El filósofo edificante es periférico, pragm ático y escép­
tico resp ec to a la filosofía sistem ática o m ás en g eneral, resp ecto a todo
p ro y ecto d e c o n m e n su ra c ió n universal.
P o r ello la d istin ció n e n tre filósofo sistem ático y filósofo edificante n o
es eq u iv alen te a la d istin ció n e n tre filósofo n o rm a l y filósofo revolucio­
n a rio . D e n tro d e los filósofos revo lu cio n ario s cabe d istinguir e n tr e dos
g ru p o s. D e u n la d o se e n c u e n tra n aquellos q u e co n sid e ra n qu e la in co n ­
m e n s u ra b ilid a d d e su nuevo v o cab u lario co n el an tig u o es u n p ro b le m a
pasajero d el q u e hay q u e e c h a r la cu lp a a los fallos de sus p red eceso res y
q u e se d e b e su p e ra r m ed ia n te la institucionalización de su p ro p io voca­
bu lario : son los q u e fu n d a n nuevas escuelas d e n tro d e las cuales se p u ed e
p ra c tic a r la filosofía n o rm al, profesionalizada (los re c u rre n te s D escartes,
K ant, H usserl y Russell fo rm a ría n p a rte d e este g ru p o ). Es ev id en te q u e
n o so n éstos los filósofos q u e ap recia Rorty, a u n q u e les reconozca su valor.
Los filósofos revo lu cionarios q u e, seg ú n él, nos p u e d e n resultar d e ayuda
son, casi p arad ó jicam en te, aquellos otros q u e «se asustan al p e n s a r que su
v o cab u lario p u d ie ra llegar a institucionalizarse, o d e q u e su o b ra p u e d a
co n sid erarse co m o c o n m en su rab le con la tradición»63. A esta raza p e rte ­
n ecen , adem ás d e los reiterad a m e n te m encionados segundo W ittgenstein
y se g u n d o H eid eg g er, au to res com o K ierkegaard y Nietzsche.
L a insistencia e n la cu estió n del vocabulario resulta fu n d a m e n ta l p a ra
c o m p re n d e r c o rre c ta m e n te el se n tid o global de la p ro p u esta ro rtian a. El
a b a n d o n o d e d e te rm in a d a s expectativas — ad em ás de g ra n d ilo c u e n te s,
d esm esuradas— p erm ite , al tiem po q u e obliga, reconsiderar el estatuto de
la filosofía e n el c o n ju n to d e la c u ltu ra occidental o, p o r decirlo c o n la ex­
p resió n q u e R orty to m a p restad a d e O akeshott, e n la «conversación de la
H u m an id ad » . Si se a b a n d o n a la id e a de q u e el co n o cim ien to es algo q u e
p o se a u n a esen cia, cuya d e sc rip c ió n co m p e te a científicos o a filósofos,
p a ra p asar a e n te n d e rlo com o un derecho a tener creencias, en to n c e s lo q u e
n o s es d ad o esp e ra r d e la filosofía cam biará rad icalm en te de signo. P or lo
p r o n to p e rd e rá c e n tralid ad la fig u ra del filósofo, despojado d e la vieja
M a n u el C ruz

a trib u ció n d e q u e p o d ía co n o c e r algo acerca del c o n o cim ien to q u e al res­


to d e los m o rtales q u e d a b a vedado. N o existe cosa tal com o el « m étodo fi­
losófico», la « técn ica filosófica» o el «punto de vista filosófico» q u e legiti­
m e n perspectivas in teresan tes acerca de cosas tales com o la cientificidad
d el psicoanálisis, la reso lu ción d e dilem as m orales o la validez d e escuelas
historiográficas, p o r m e n c io n a r sólo alguno de los trascen d en tales asu n ­
tos e n los q u e se le solía a trib u ir a u to rid ad al filósofo64. M enos aún, p o r
tan to , p o d rá m a n te n e r la p re te n sió n de decir lo verdadero, p reten sió n tan
irrealizable co m o injustificable e inútil: la verd ad es sim p lem en te «lo m e ­
j o r q u e se tien e p a ra creer», seg ú n ya o bservaron Jam es y Dewey. El filóso­
fo, en fin, n o p o see u n g én e ro especial de co n o cim ien to acerca d el c o n o ­
cim ien to (o d e cu alq u ier o tra cosa) a p a rtir d e l cual p u e d a o b te n e r
co rolarios relevantes.
¿Q ué tarea le cum ple, pues? P ara describirla Rorty opta p o r u n a fo rm u ­
lación que h a h e c h o fo rtu n a. C om o em pezam os a indicar, lo q u e define a
u n filósofo revolucionario es su capacidad d e inventar nuevos vocabularios
p a ra e x p resa r lo q u e siente o piensa. N o se trata sólo de u n a fo rm u lació n
m ás laxa de sus p roverbiales ocupaciones, sino d e una reco n sid eració n
claram en te a la baja d e su fu nción: «El interés m o ral del filósofo h a de ser
q u e se m a n te n g a la conversación d el O ccidente, m ás q u e el exigir u n lu ­
gar, d e n tro d e esa conversación, p a ra los p ro b lem as tradicionales de la fi­
losofía m o d ern a» , son las palabras co n las q u e c ierra su libro65. D esechadas
p o r co m p leto las p reten sio n es constructivas, el filósofo d e b e rá ocuparse
e n co n stru ir n arra cio n es y h a b rá d e co n trib u ir a u n diálogo e n tre diferen ­
tes trad icio n es y perspectivas sin m ás valor q u e el d e un m e ro in tercam b io
d e in terp retacio n e s. U n m ero conversar.
Se d esp ren d e d e este replanteam iento a la baja d e la función d el filósofo,
u n a análoga reco n sid eració n del lugar de la filosofía. Carecería d e todo sen­
tido q u e ésta p re te n d ie ra conservar su antiguo estatuto d e «especialidad»,
u n a vez que, co m o q u e d ó señalado, no constituye u n c onocim iento profe­
sionalizado q u e aspire a te n e r u n o s instrum entos d e análisis propios y q u e
p u e d a reivindicar u n a especificidad diferenciada. Llevado al te rre n o d e la
p ráctica, eso significa que, según Rorty (quien e n su m om ento p red icó c o n
el ejem plo, a b a n d o n a n d o el d e p a rtam en to d e Filosofía en la U niversidad
d e P rin ceto n p a ra trasladarse a u n nuevo d ep artam en to d e H u m an id ad es
e n la U niversidad d e V irginia), la filosofía n o d eb e q u ed ar en c e rra d a e n
u n d e p a rta m e n to profesional, sino que se d eb e ejercer e n el cru c e inter-
disciplinar y e n la c o m en tad a «conversación» con otras ciencias h um anas.

E n 1982 ap a re c e Consecuencias del pragmatismo66, volum en q u e re ú n e


los m ás im p o rta n te s artícu los y textos publicados p o r R orty e n tr e 1972 y
F i l o s o f í a g o n t k m i ’ORÁ n e a

1980 y e n el q u e p ro fu n d iz a e n alg u n o de los tem as fu n d am en tales de L a


filosofía..., co n sid erán d o lo s ex p lícitam en te a la luz del pragm atism o (so­
b re to d o d esde la p erspectiva de D ew ey). Así, es en este libro d o n d e in ­
tro d u c e a b ie rta m e n te la ex p resió n cultura postfilosófica p ara d esig n a r la
situ ac ió n d e la c u ltu ra e n n u estra época. La m ediación del discurso prag­
m ático es fu n d a m e n ta l p ara calib rar la novedad teórica q u e c o n tie n e d i­
c h a ex p resió n resp ec to a los co m en tario s finales d e La filosofía..., co n los
q u e en laza d e m a n e ra directa. R orty subsum e bajo la expresión «conse­
cu en cias del p ragm atism o» a todas aquellas p ro p u estas filosóficas d e fina­
les d el x ix y p rin cip io s d el xx q u e se h a n p ro n u n c ia d o a favor d e r o m p e r
—lingüística, categorial y m etafísicam ente— con el legado fundam entalista
m o d e rn o de racio n alid ad apoyado e n u n a epistem ología rep resen tacio -
nista, c o n in d e p e n d e n c ia d e q u e ellas m ism as p u d ie ra n reclam arse o
n o d el leg ad o prag m atista. Tal es el caso de la filosofía analítica re c ie n te ,
cuya evolución «h a e stado m arcad a p o r u n a “pragm atización” g rad u al d e
los p rin cip io s o rig in ario s del positivism o lógico»67. Bastaría c o n p en sar
e n la tesis del significado lingüístico com o uso, p la n te a d a p o r el se g u n d o
W ittg en stein y d esa rro lla d a p o r A ustin, y cuya generalización ha m a rc a d o
el se n tid o d e esta c o rrie n te filosófica com o filosofía lingüística. P ero
id én tico ra z o n a m ie n to se p o d ría h a c e r a p ro p ó sito de la filosofía conti­
n e n ta l d e N ietzsche o H eidegger, cuyas críticas al p ensam iento d ecim o ­
n ó n ic o son, seg ú n la lectu ra ro rtian a, paralelas a las d e Jam es.
Esta hipótesis d e la pragmatización generalizada será utilizada p o r Rorty
co m o a rg u m e n to clave p a ra re sp a ld a r alguna de sus posiciones m á s polé­
m icas (o celebradas, según se m ire ). E n ella se apoya para justificar su sim­
p atía h acia filósofos (com o F oucault o D errida) o co rrien tes (com o la p ro ­
p ia p o s tm o d e rn id a d ), h a b itu a lm e n te p o co estim ados en los am b ie n te s
in telectu ales d e los q u e p ro c e d e Rorty. Esta o tra «filosofía co n tin en tal»
m ás p ró x im a p a rtic ip a ría con la filosofía analítica e n la crítica a u n aspec­
to co m p le m e n ta rio d e la hipóstasis d el p en sam ien to llevada a cab o p o r la
trad ició n ep istem o ló gica cartesiana (y, en co n creto , p o r la trad ició n idea­
lista erig id a so b re K an t), a saber, la hipóstasis del lenguaje, en ú ltim o té r­
m in o d e o rig en p lató n ico . Dewey ya se h ab ría an ticip ad o a esta ú ltim a crí­
tica al p ro p o n e r su n o ció n del lenguaje com o u n a h e rra m ie n ta y n o
co m o u n a p in tu ra . U n a n o ció n q u e se separaba de la vieja co n cep c ió n d el
len g u aje co m o u n tertium quid e n tre S ujeto y O bjeto, o com o u n m e d io e n
el q u e tratam o s d e fo rm a r p icto g ram as de la realid ad , p a ra a b rir paso a
la id ea d e qu e «la actividad d e p ro fe rir oraciones es u n a d e las cosas que la
g e n te h ace p a ra hab érselas con su e n to rn o » 68. N o hay, p o r ta n to , exilio
posible resp ec to d el lenguaje, ni m o d o alg u n o de p en sar sobre el m u n d o
o so b re n u estro s p ro pósitos sin el em p leo de aquél. La filosofía n o p u e d e

30 8
M a n u e i. C r u z

seg u ir m a n te n ie n d o la vieja p re te n sió n —alim en tad a p o r el d eseo plató­


n ico d e escapar d e la fín itu d de n u e stro tiem po y lu g ar— d e d e c ir «cóm o
el len g u aje se rela c io n a con el m u n d o » . D icha p reten sió n resu lta tan im ­
p o sib le com o la ten tativ a de «despojarnos de n u e stra piel, de las trad icio ­
n es, lingüísticas y n o lingüísticas, e n cuyo seno llevamos a cabo n u estro
p e n s a m ie n to y n u e s tra au to crític a» 69, observa R orty en u n a afirm a c ió n
d e claras reso n an cias g ad am erian as (com o se deja ver con clarid ad h a ­
cie n d o el ejercicio d e co locar «tradición» d o n d e se h abla d e «lenguaje»).
D e a h í el rech azo a la d istinción e n tre g éneros d e oraciones v erdaderas:
e n ú ltim o té rm in o re p re se n ta b a la expresión en el plano del len g u aje d e
la tesis d e la d iferen c ia e n tre m u n d o s. P or resum irlo con las p ro p ias pala­
b ras d e Rorty: «El ataq u e W ittgenstein-Sellars-Q uine-D avidson a las dis­
tin cio n es e n tre clases d e e n u n c ia d o s es la c o n trib u c ió n especial d e la fi­
lo so fía a n a lític a a la in sisten cia an ti-p la tó n ic a e n la o m n ip re se n c ia d e l
len g u aje. Dicha insistencia caracteriza conjuntamente al pragmatismo y al recien­
te moda “continental" defilosofar»'70 (cursiva, M. G.).
Sin d u d a, el co n o cim ien to q u e R orty posee d e su tradición d e o rigen
co n ced e a b u e n a p a rte d e sus argum entaciones u n espesor teórico notable,
rasgo q u e, to d o hay q u e decirlo, n o siem pre resu lta atribuible a algunos
d e los filósofos d e o tras tradiciones d e los q u e d eclara sentirse ta n próxi­
m o. Sea com o sea, el radical íyuste d e cuentas ro rtia n o co n u n a c o n c e p ­
ció n trascen d e n ta l —e n se n tid o k an tian o — d e la filosofía71 desem b o ca e n
u n a p ro p u e s ta q u e sin d u d a a b re u n espacio d e p ro b lem as re le v a n te .
E n efecto, el a b a n d o n o d e la trad icio n al expectativa filosófica d e alcanzar
u n p u n to d e vista ab solutista y trascendentalista o, com o m ín im o , de e m ­
p e z a r a d ib u jar u n p arad ig m a su p e rio r con el q u e asom arse so b re el resto
y s u p e rp o n e rse p o r e n cim a d e los dem ás, a m o d o d e criterio «transdisci-
p lin ar, tra n sc u ltu ra l, ahistórico», p o r d ecirlo co n las palabras utilizadas
e n C onsecuencias..o b liga a p ro fu n d iz a r en alg u n a de las p ro p u estas q u e
R orty h a b ía p re se n ta d o e n sus textos an terio res d e fo rm a todavía e n exce­
so p ro g ram ática. Tal es el caso d e las com entadas afirm aciones m etafilo-
sóficas d e La filosofía..., afirm aciones qu e se ven desarrolladas e n este li­
b ro e n u n a fo rm a q u e p e rm ite h acerse u n a idea m ás com pleta d e l lu g ar
h acia el q u e a p u n ta el proyecto ro rtian o .
C u ltu ra postfilosófica sería aq u ella qu e h a b ría asum ido co n se c u e n te ­
m e n te la m u e rte d e D ios —p o r utilizar u n vocabulario co n el q u e R orty
sim p atiza d e m a n e ra ab ierta— . P ero eso im plica h aberse d esp re n d id o d e
c u alesq u iera v ariantes d e d ich a idea, incluyendo ese Dios que co n serv ab a
el positivism o e n su id e a de C iencia (y en su id ea d e «filosofía cien tífica» ).
Le c o rre sp o n d e ría al p rag m atism o el m érito histórico d e n o h a b e r erigi­
d o la C iencia co m o íd o lo d estin a d o a o c u p a r el lu g ar h asta u n c ierto m o-
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

m e n tó o c u p ad o p o r Dios. ¿Q ué estatuto, pues, debem os asignarle a la


cien cia d esd e u n a perspectiva pragm atista? Rorty es claro a este respecto:
el de u n género literario más. O, si se prefiere en u n ciarlo a la inversa, la litera­
tu ra y las artes co n stituyen investigaciones en pie de igualdad con las que
realiza la ciencia. Lo p ro p io cab ría señalar respecto a las diferencias con
la ética: «La física es u n in te n to d e h acer frente a d eterm in ad o s fragm entos
d el universo; la ética trata de h a c e r fren te a otro tipo d e fragm entos»72.
Se d e sp re n d e d e esta ú ltim a cita la ú n ica co n cep ció n de la filosofía
acep tab le a p a rtir d e las prem isas planteadas. Es cierto que u n a in ercia de
siglos provoca resistencias a a c e p ta r la conclusión teórica q u e se d e s p re n ­
de d e las críticas q u e h em o s venido reco n stru y en d o . P ero el m ism o Rorty
se h a o cu p ad o en m o stra r el fracaso en q u e h a n desem b o cad o los m últi­
p les in ten to s q u e h u b o e n el pasado d e aislar la filosofía d e fo rm a qu e
o c u p a ra u n lu g ar p ro p io , tuviera u n objeto p ro p io o p ro ced iera c o n a rre ­
glo a u n m é to d o p ro p io . D e a h í su tesis: tam b ién d e la filosofía, co m o de
la ciencia, h a b rá q u e d e c ir q u e la m ejo r m a n e ra de e n te n d e rla es com o
u n género de escritura. E n consecuencia, sus lím ites, com o los de c u alq u ier
g é n e ro literario , n o v ienen im puestos p o r la fo rm a o la m ateria, sino p o r
la trad ició n . T e n d e m o s a m e te r e n el m ism o saco a filósofos co m p leta­
m e n te d istintos n o p o rq u e c o m p a rta n tem áticas o m éto d o s co m u n es sino
p o rq u e les atrib u im o s u n cierto «aire de fam ilia», co n secuencia e n el fo n ­
d o d e q u e nos h em o s aco stu m b rad o a integrarlos a todos e n el m ism o re­
lato: « U n a novela cuyos personajes son, digam os, el p ad re P arm én id es, el
viejo y h o n e sto tío K ant y el h e rm a n o díscolo D errid a » 73.
El m ism o o rd e n secular de resistencias q u e m encio n áb am o s h a servi­
d o , sin d u d a, p a ra a lim e n ta r el p e rtin a z m iedo a q u e este re p la n te a m ie n ­
to d e la filosofía te rm in a ra im p lican d o e n realid ad la d esap aric ió n de la
m ism a, y q u e co n ella se p u d ie ra p e rd e r algo esencial p ara la vida intelec­
tu al d e O ccid en te. R orty c o m p re n d e el m ied o y n o descarta la desap ari­
ción, p e ro a h o ra in c o rp o ra u n m atiz im p o rtan te: n o se o p o n e e n absolu­
to si d ic h a d esap aric ió n significa q u e la filosofía se ve sustituida p o r algo
mejor— tal co m o o c u rrió con la religión, efectivam ente d e rro ta d a p o r la
Ilustració n , sin q u e la d e rro ta resulte desde u n p u n to d e vista histórico
d ig n a d e la m e n ta r— . D e m aterializarse el ideal pragm atista, lo q u e desa­
p a re c e ría sería esa f ig u ra —llám esele intelectual, sacerdote, filósofo, cien­
tífico o d e c u alq u ier o tra m a n e ra — q u e cree p o se er el criterio c o n el q u e
d e te rm in a r si estam os e n co n tacto con la realid ad o no, o si ob ram o s e n
p o d e r d e la V erdad. E n la c u ltu ra postfilosófica n in g ú n pvfesional del espí­
ritu sería co n sid erad o m ás racional, m ás científico o m ás serio q u e el res­
to, d e id én tica m a n e ra q u e n in g u n a parcela de la c u ltu ra p o d ría escoger­
se co m o ejem p lo (o con traejem p lo ) d e las aspiraciones d e las dem ás.
M a n u k i. C ruz

P ero refirién d o n o s p ro p ia m e n te a la parcela filosófica, u n a vez que,


c o m o se h a venido señ alando, la filosofía h a p erd id o el viejo privilegio fun-
d am en talista d e erigirse e n d u e ñ a d e lo racional al carecer d e legitim idad
m ás allá d e sus p ro p io s confines, y al n o existir la instancia ú ltim a d el sen­
tido, el filósofo, co n se c u e n te m e n te , h a d e cesar en su antigua p re te n sió n
d e ex p licar có m o y p o r q u é ciertas áreas d e la cu ltu ra d isfrutan d e u n a re ­
lació n especial c o n la realidad. P ero el ocaso d e d ich a tarea n o equivale al
d e c re to d e in u tilid a d d e lo filosófico. A ntes b ien al contrario, p ro b a b le ­
m e n te sea a h o ra c u a n d o p o r vez prim e ra, lib erad o de tan to prejuicio
o b so leto — co m o el d e ocu p arse d e unos p ro b lem as específicos, p o seer
u n o s c án o n es d isciplinares pro p io s o p e rte n e c e r a u n particular colectivo
p ro fesio n al— , el filósofo p u e d e a b o rd a r d e m a n e ra ab ierta y d ecid id a el
p ro b le m a p e rm a n e n te m e n te aplazado d e su fu n ció n práctica.
E n u n a c u ltu ra postfilosófica todos los criterios — quiere decirse: cua­
lesq u ie ra criterio s— d e b e n co n ceb irse com o ag arrad ero s transitorios
cread o s p a ra fines co n creto s74. L a afirm ación va m ás allá de las concretas
posiciones pragm atistas rep resen tad as p o r Jam es o Dewey p ara involucrar
tam b ién a au to res co m o N ietzsche o Foucault. T odos ellos co m p artirían
el p rin c ip io g en eral según el cual cu an to hay en nosotros, n o so tro s mis­
m os lo h em o s d ep o sitad o : es el fru to d e u n a actividad o u n p ro p ó sito q u e
cre a sus p ro p io s in stru m en to s, a u n q u e a m e n u d o se resista lu ego a reco­
n o cerles esa c o n d ició n (com o señalara N ietzsche en Auroran propósito d e
la ra z ó n ). P ero d ic h o p rin cip io in h ab ilita p reten sio n es com o la d e, p o n ­
gam o s p o r caso, e la b o ra r u n a filosofía de la filosofía, en la m e d id a en q u e
tal p re te n sió n im p lica el su p u esto d e que cabe alcanzar u n vocabulario
definitivo y su p erio r, al m arg en de los vocabularios particulares (o el de
q u e hay vocabularios m ortales p o r o posición a proposiciones inm ortales,
co m o se p refiera d e c irlo ).
F re n te a esto, los filósofos d e la cu ltu ra postfilosófica, m a n te n d ría n
u n a a ctitu d al m ism o tiem p o m ás m o d esta y m ás am biciosa. Más am bicio­
sa e n la m e d id a e n q u e «serian intelectuales d e am plias m iras dispuestos a
m an ifestar su o p in ió n sobre casi todos los temas», p ero m ás m o d esta p o r­
q u e esa d isp o sició n la d e fe n d e ría n ú n ic a m e n te «... con la esp e ra n z a d e
m o stra r su in te rre la c ió n » 75. La filosofía q u e p racticarían consistiría en u n
estu d io co m p arativ o d e las v e n te a s y d e los inconvenientes d e las distintas
fo rm as d e h ab lar inventadas p o r O ccid en te y, en ese sentido, se p a re c e ría
b astan te a lo q u e a veces se d e n o m in a crítica d e la cultura. A los ojos del fi­
lósofo trad icio n al, este filósofo postfilosófico sería a b u e n seguro algo p e o r
q u e u n ecléctico (q u ien , a fin de cuentas, todavía conserva u n a c ierta am ­
b ició n d e sistem a, a u n q u e sea a p a rtir d e m ateriales h e te ro g é n e o s ): sería
d ire c ta m e n te u n d iletan te q u e sin solución de co n tin u id a d ni rastro de
F i i .o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

m ala co n cien cia m eto d o ló g ica p u e d e pasar de H em ingw ay a P roust, de


a h í a H itler, a M arx, a G an d h i o a Sófocles, sin descartar in cu rsio n es en la
actual situ ació n d el sureste asiático. Sin em bargo, h a ría m al el filósofo tra­
d icional en irritarse dem asiado. A fin de cuentas, d e tan variado re c o rri­
d o el filósofo d e la nueva cu ltu ra apenas extrae o tra cosa q u e u n sim ple
relato, a m o d o d e d iario de ru ta con fecha d e caducidad p o r u n te rrito rio
en tran sfo rm ac ió n . Tal vez q u e p a o b jetar q u e este filósofo, tan d e l gusto
ro rtia n o , co n serv a algo d el viejo tuttologo, capaz d e e m p re n d e rla c o n cual­
q u ie r asu n to q u e se le p o n g a p o r delan te o con el co n ju n to de to d o s a la
vez. Es posible. P ero , en el caso de qu e se m ereciera la o b jeció n , h ab ría
q u e in tro d u c ir u n m atiz sustancial: d e ser u n tuttologo, el filósofo postfilosófi-
roes u n tuttologo sin p retensiones.
S itu ad o s e n este p u n to , c o n v e n d r ía —p a ra co n clu ir el c o m e n ta rio d e
Consecuencias... c o lo can d o el discurso en la perspectiva teó rica a d e c u a ­
d a— n o e rra r el tiro en la a trib u ció n de responsabilidades. No es im p u ta­
ble a los filósofos, en lo fu n d a m e n ta l, la situación creada. Es la p ro p ia so­
c ied ad actual la q u e, según Rorty, h a d evenido postfilosófica en el sen tid o
d e q u e h a a rrib a d o al co n v en cim ien to de q u e no tiene n ecesid ad de u n a
teo ría universal, d e la idea d e v erd ad o d e esquem as conceptuales, en fo r­
m a an álo g a en q u e la sociedad e u ro p e a del xvill descu b rió que n o ten ía
n ecesid ad d e la religión. P ro b ab lem en te n o p ro ced a precipitarse a lam en­
tar (ni a celebrar, p o r d esco n tad o ) la situación sin h a b e r analizado co n
u n m ín im o d e te n im ie n to las perspectivas q u e abre. En u n a p recip itació n
negativa, seg ú n Rorty, h a b ría in c u rrid o H ab erm as al p ro p o n e r el relanza­
m ien to d el p ro g ra m a filosófico m o d e rn o com o ú n ica g aran tía d e co h e­
sión social. Rorty, p o r el co n trario , piensa q u e d esde el p u n to d e vista de
la «esperanza social» el ocaso d e la Filosofía co n m ayúscula n o sólo n o
constituye n in g u n a tragedia, sino q u e d eb e ser acelerado. P o rq u e m ien ­
tras la Filosofía se e m p e ñ e en b u sc ar algo —llam ado in fraestru c tu ra eco ­
n óm ica, diferen cia ontológica, v oluntad de p o d e r o ciencia positiva— qu e
o cu p e el lu g ar d ejad o vacante p o r la m u erte de Dios, lejos d e e n co n trarse
en m ejo res co n d icio n es de alcanzar los loables objetivos q u e d eclara p e r­
seguir (el cu estio n am iento crítico de lo q u e hay, p o r ejem plo), estará c o n ­
trib u y e n d o a la p e rp e tu a c ió n d e lo p e o r d e lo existente. Si de c o hesión so­
cial se trata, el p u n to d e vista r o rtia n o es el d e q u e ésta a c tu alm en te no se
cru za co n líneas teórico-filosóficas, sino q u e se e n c u e n tra en tre g a d a a los
valores p ragm áticos, postfilosóficos, de la solidaridad, al sen tid o d e la re a ­
lid ad co m u n itaria , a la p ersec u ció n de la felicidad.

Contingencia, ironía y solidaridad76, libro d e 1989, se p u e d e in te r p re ta r


co m o u n d e cid id o esfuerzo p o r p a rte de R orty p a ra con seg u ir d a r fo rm a

312
M a n u iíi. C r u z

categ o rial a alg u n as d e las p ro p u estas p lan tead as en sus obras a n te rio ­
res. M ed ian te la tría d a de n o cio n es expresada en el m ism o títu lo , el a ta ­
q u e ro rtia n o c o n tra la idea según la cual la fu n ció n de la filosofía es la d e
f u n d a m e n ta r n u estras creencias o b tien e u n n o tab le refuerzo. L a espe­
ran za d e fu n d a m e n ta rla s resulta v ana p o rq u e nuestras creencias son, p o r
d efin ició n , co n tin g en tes. D icha idea, im plícita e n afirm aciones a n te rio ­
res co m o la d e q u e la filosofía d e b e transform arse en u n a conversación
e n tre trad icio n es d iferen tes o la d e qu e la m isión del filósofo es p ro d u c ir
nuevos vocabularios se despliega e n esta o b ra a través del análisis de tres
contingencias: la d e l lenguaje, la d el yo y la de la co m u n id ad liberal. P o r
lo q u e hace a la p rim e ra —la m ás c o n ectad a con los aspectos q u e hem os
v en id o an alizan d o a q u í— , p ro p o rc io n a a R orty la o p o rtu n id a d de p u n ­
tu a liz a r a lg u n o s e x tre m o s, p ro b a b le m e n te p o c o p erfilad o s e n sus te x ­
tos p reced en tes.
Tal es el caso d e sus afirm aciones acerca de la v erdad y el m u n d o , a m e ­
n u d o (m al) in te rp re ta d a s com o la defensa de u n a indiferencia o u n a in ­
d istin ció n absolutas. D e h ech o , R orty ya h ab ía p la n te a d o el a s u n to e n el
trab ajo «El m u n d o felizm ente p erd id o » 77, d o n d e ex p o n ía su co n v en ci­
m ie n to d e q u e «la n o ció n de “m u n d o ” o b ien se re d u c e a la de causa in e ­
fable d e n u e stra sen sib ilidad o es el n o m b re que dam os a aquellos objetos
q u e, p o r el m o m e n to , la investigación n o tiene e n cu en ta» 78. P a r a evitar
la ten tació n realista d e e m p lear la p alab ra «m undo» en tan vacuo sen tid o
d eb eríam o s e m p e z a r p o r re n u n c ia r a to d a u n a galaxia d e n o cio n es filosó­
ficas p ro m o to ras d e tal uso, cosa q u e en el epígrafe c o rre sp o n d ie n te de
Contingencia... in te n ta d esarro llar y precisar. Así, p lan tea Rorty, constituye
u n a fu e n te d e graves confusiones categoriales n o distinguir e n tr e la afir­
m ació n d e q u e el m u n d o está a h í afu era y la afirm ación de q u e la verdad
está a h í afuera. P o rq u e m ientras q u e la p rim e ra sólo nos co m p ro m e te a
ac e p ta r qu e la m ayor p a rte de cosas que se hallan en el espacio y el tiem po
son los efectos d e causas e n tre las qu e n o se e n c u e n tra n los estados m e n ­
tales h u m an o s, la se g u n d a equivale a so sten er q u e hay verdad f u e ra y co n
in d e p e n d e n c ia d e las pro p o sicio n es hum anas, cu a n d o en realid ad sólo
d e n u estras d escrip cio n es d el m u n d o cabe p re d ic a r verdad o falsedad, no
del m u n d o e n c u a n to tal.
A h o ra b ien , se esfuerza en p recisar Rorty, «decir q u e d eb iéram o s ex­
c lu ir la id ea d e q u e la v erd ad está a h í afu era esp era n d o ser d escu b ierta no
es d e c ir q u e, a h í afu era, n o hay u n a verdad»79. P o r esta vez, N ietzsche y
D e rrid a n o salen b ie n p arados del análisis ro rtia n o , según el cu a l tan to la
id e a d el p rim e ro d e q u e lo q u e llam am os verdades son sólo m en tira s úti­
les co m o el co n v en cim ien to del se g u n d o d e q u e lo q u e llam am os real no
es e n realid ad real in c u rre n en la inconsistencia a u to rreferen cial de d e­

313
F il o s o f ía c o n t k m p o k á n e a

clarar c o n o cer lo q u e previam ente se h a afirm ado q u e no es posible cono­


cer. F re n te a esto, lo q u e p ro c e d e es dejar d e co n sid erar la v erd ad com o
u n a cuestión p ro fu n d a. N o lo es, y si persistim os e n considerarla así es p o r­
q u e , seg ú n Rorty, identificam os el tem a «la n atu raleza de la verdad» con
el d e «la n atu raleza d el positrón» o el de «la natu raleza d e la fijación edí-
pica». P ero ésas n o son sus equivalencias, sino tem as tan infructuosos com o
«la n atu raleza d el h o m b re» o «la natu raleza d e Dios».
La co n fu sió n viene e n g ran m e d id a p ro p iciad a p o r n u estra te n d e n c ia
a lim itar la a ten ció n a p roposiciones aisladas fre n te a léxicos. E n tales ca­
sos, es fácil te n e r la sensación d e qu e es el m u n d o el que d ecide allí d o n d e
c o m p ite n p ro p o sicio n es alternativas (del tipo «esto es blanco» o «esto es
n eg ro » ), P ero la sensación constituye en g ran m ed id a u n espejism o. «El
m u n d o n o h abla. Sólo nosotros lo hacem os. El m u n d o , u n a vez q u e nos
h em o s ajustado al p ro g ram a de u n lenguaje, p u e d e h acer que sostenga­
m os d e te rm in a d a s creencias»80. El m atiz decisivo p a ra que esta p a rtic u la r
a firm a c ió n d e c o n tin g e n c ia n o eq u iv alg a a u n subjetivism o casi ab so lu ­
to o a a lg u n a v arian te d e irracionalism o, en la q u e la voluntad o el senti­
m ie n to se co n stituyeran e n la in stan cia q u e d iera cu en ta d e la elección d e
u n léxico fren te a o tro , reside en la fo rm a en q u e Rorty analiza los cam ­
bios d e lenguaje. P ara en te n d e rlo s n o sirven n o cio n es com o la d e criterio
o elección: o p ta r p o r u n léxico n o es u n a cuestión d e decisión, alcanzada
tras u n d u ro co m b ate teórico p o r d irim ir cuál d e e n tre los varios c a n d id a­
tos h a descubierto u n a realidad q u e p e rm a n e c ía oculta tras las apariencias o
percibe sin distorsiones lo q u e otras co n cep cio n es deformaban. La a nalogía es
o tra: «La a n alo g ía a d e c u a d a es la d e la invención d e nuevas h e rra m ie n ta s
d estin a d as a o c u p a r el lugar d e las viejas. El alcanzar u n léxico se asem eja
m ás al h e c h o d e a b a n d o n a r la p alan ca y la c u ñ a p o rq u e se h a co n ceb id o
la p o lea» 81.
Al filósofo q u e asum e co n se c u e n te m e n te la co n tin g en cia del len g u a­
je , R orty lo d e n o m in a ironista. A nte todo, el filósofo ironista d estie rra d e
m a n e ra definitiva la id e a d e q u e la elección e n tre léxicos p u e d a llevarse a
cab o d e n tro d e u n m etaléxico n e u tra l y universal, o cu alq u ier o tra expec­
tativa eq u iv alen te. P o n ie n d o e n práctica todas las críticas p lan tead as has­
ta a q u í —subsum ibles e n ú ltim o té rm in o e n u n rechazo a c u a lq u ie r fo rm a
d e fu n d am en talism o — , Rorty d e fie n d e u n c o n cep to de iro n ía q u e supo­
n e ad m itir el valor d e las dudas, re c o n o c e r q u e los arg u m en to s n o p u e­
d e n resolver esas d u d as y, sobre to d o , no c re e r q u e la p o stu ra p ro p ia está
m ás cerca d e la v erd ad q u e otras posturas. El iro n ista no se p u e d e to m ar
d em asiad o en serio a sí m ism o p o rq u e sabe q u e es posible h a c e r q u e cual­
q u ie r cosa ap arezca com o b u e n a o m ala redescrib ién d o la. Es, p u es, re ­
su e lta m e n te h istoricista y nom inalista. C onsciente d e que n ad a p o se e u n a

314
M a n u f .i . C r u z

n atu raleza in trín seca, u n a esencia real, pasa su tiem p o p re o c u p a d o p o r la


posib ilid ad d e h a b e r ap re n d id o el juego d e lenguaje equivocado, p re o c u ­
p ació n q u e se co m p leta con el convencim iento d e que n o hay u n criterio
p a ra d e te rm in a r lo in co rrec to . De a h í el m o d o e n qu e concibe la elección
e n tre léxicos: co m o u n m o d o d e e n fre n ta r lo viejo con lo nuevo.
L a alusión a las «preocupaciones» del filósofo es deliberada: p re te n d e
co n tra p e sa r la im ag en excesivam ente débil, frívola o light con la q u e a m e ­
n u d o se tien d e a caracterizar la p ro p u esta rortiana. Davidson llevaba razón
al se ñ alar n u estra in cap acid ad de salim os del lenguaje a fin de c o m p a ra r­
lo co n alg u n a o tra cosa, y H e id e g g e r a certab a al destacar la c o n tin g en cia
e histo ricid ad d e ese lenguaje. P ero de este acu erd o fu n d a m e n ta l Rorty
n o ex trae u n a co n clu sión escéptica o resignada, tal vez com o resu lta d o de
u n a rem o ta in flu en cia w ittgensteiniana. P orque, com o el W ittgenstein q u e
e x h o rta b a a arre m e te r, a em bestir, c o n tra los lím ites del lenguaje p ara p o ­
d e r en san ch arlo s, así tam b ién R orty p ro p o n e p en sar in te n sa m e n te acer­
ca d e lo q u e d e n o m in a léxico último. Q ue n o se califica así p o rq u e sea «el
ú n ic o q u e a q u ie ta todas las dudas» o «el único q u e satisface n u estro s cri­
terio s p a ra estab lecer lo q u e es últim o, ad ecu a d o u óptim o», sin o p o rq u e
se ñ ala u n o s co n fin es m ás allá d e los cuales «está sólo la estéril pasividad o
el e x p e d ie n te d e la fuerza»82.
El léxico ú ltim o está fo rm a d o p o r esas palabras «con las cuales n a rra ­
m os, av eces p ro sp ectiv am en te y a veces retrospectivam ente, la h isto ria de
n u e s tra vida»83. Palabras com o «verdadero», «bueno» o «correcto», p ero
tam b ién «cortesía», «decencia» o «riguroso», q u e rem ite n a lo q u e p u e d e
ser im p o rta n te p a ra los seres h u m an o s e n su d im en sió n existencial o vi­
tal. A h o ra b ien , a u n q u e la n o ció n de léxico últim o ata ñ e a co n ju n to s de
palabras, p arece lícito, a p a rtir del uso q u e el p ro p io Rorty hace d el térm i­
n o , co n ceb ir a los léxicos tam bién com o conjuntos de oraciones q u e el uso
d e los léxicos en cu estió n p e rm ite n g e n e ra r y q u e no p u e d e n se r respal­
d ad as m ás q u e p o r la irred u ctib ilid ad de las palabras q u e las co n fo rm an .
D ichas o racio n es con stituyen a su vez el c o n te n id o del c o n ju n to de c re e n ­
cias básicas q u e su p o n e la a d o p c ió n de u n d e te rm in a d o léxico, lo q u e au­
to riza a h ab lar tam b ién d e creencias c om o constituyentes de los léxicos.
E n su to talid ad tales palabras y o raciones constituyen u n len g u aje lím i­
te d el q u e todos d isp o nem os, q u e nos p erm ite d ecir lo que p en sam o s en
el se n tid o en q u e lo p ensam os, al tiem p o que sólo nos autoriza a h acerlo
en esa form a. N o es p o r ta n to u n a instancia ajena, distinta ni e x te rio r al
m arco categorial e n el q u e nos situam os o a la trad ició n en la q u e estam os
instalados, sino q u e, en b u e n a m edida, rep re sen ta su expresión. De a h í al­
g u n o s d e los ejem p lo s q u e en diversos m o m en to s p ro p o rc io n a Rorty para
ilu strar lo q u e e n tie n d e p o r «léxico»: «el léxico d e la política d e A tenas de

315
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

la A n tig ü ed ad » , «el léxico m o ral de S an Pablo», «el léxico d e F reud», «el


len g u aje d e la p o esía rom ántica», «el lenguaje de la política socialista»,
«el léxico d e N ew ton», etcétera. En to d o caso, el léxico ú ltim o constituye
u n m arco co n tex tu al, n o u n m arco trascendental. D e a h í q u e n o p oda­
m os a p e la r a él p a ra d e te rm in a r q u é d eb em o s p en sar o q u é filosofía de­
b em o s ad o p tar: el filósofo iro n ista sabe bien q u e ése es el cam ino q u e no
c o n d u c e a n in g u n a p arte.
Tal vez p u d ie ra n in te rp re ta rse estas últim as afirm aciones en el sentido
d e q u e a lo q u e fin a lm e n te nos está a n im a n d o R orty es a q u e a b a n d o n e ­
m os d e u n a vez p o r todas ese o rd e n d e expectativas referidas a qué debemos
(hacer, pensar, so ñ ar: co m o si n u estro s propósitos, n o rm as y fines p u d ie­
ran v en ir dad o s d esd e fu e ra de nosotros m ism os), y nos planteem os el ú ni­
co o r d e n q u e re a lm e n te p ro c e d e , el d e qué queremos84. A sabiendas d e q ue
e n la d ilu cid ació n d e esto se g u n d o n o estarem os autorizados al em pleo
d e arg u m e n to s trascen d e n ta le s o m etafísicos a los q u e p o d e r a trib u ir u n
valor prescriptivo. P ero q u e n o q u e p a ese tipo de justificación o respaldo
n o im p lica q u e n o sea posible fo rm u la r p ro p u esta alguna, si cum plim os
los req u isito s obligados. H em os ido v ien d o e n qué form a, p o r el cam ino
d el a n tirrep resen tacio n alism o , R orty h a avanzado hacia el pragm atism o.
La aplicació n co n se c u e n te de los principios d e éste le va a p e rm itir ah o ra
d a r el sig u ien te p aso y p r o p o n e r q u e la objetividad sea re in te rp re ta d a
co m o in tersu b jetiv id ad o solidaridad.

C o n c e p to éste, el d e so lid arid ad , q u e en Contingencia... o b tie n e u n a


p rim e ra d efin ició n , p e ro qu e verá co m p letad as sus d eterm in acio n es en
trabajos p o sterio res d el p ro p io a u to r85. La solidaridad posee un p ecu liar
carácter, a la vez cognoscitivo y p ráctico , que la convierten e n u n co n cep ­
to e sp ecialm en te atractivo e n el d esarro llo del discurso rortiano. El aspec­
to cognoscitivo se deriva en g ra n m ed id a de lo p la n te a d o acerca de la
co n tin g e n c ia y d e la iro n ía, en especial del su puesto d e que n u e stro m u n ­
d o y n u e s tro len g u aje son siem p re algo intersubjetivo y co m p artid o . Pero
p recisam en te p o rq u e esa intersubjetividad n o p u e d e seguir p ensándose
e n clave ta n sólo e p is te m o ló g ic a — d e a c u e rd o al m o d e lo k a n tia n o q u e
q u e d ó criticado d esd e el p rim e r m o m e n to — , p ro c e d e in tro d u c ir e n ella
la d im e n sió n práctica. R orty se atreve co n u n a p ro p u esta y, colocándose
en el lu g a r d e lo q u e llam a el ironista liberal, h ace suya la d efin ició n de Ju-
d ith S h k alar86 seg ú n la cual los liberales87 son p ersonas q u e pien san que
los actos d e c ru e ld a d son lo p e o r q u e se p u e d e hacer. Ser solidario desde
esta p erspectiva significa p o r ta n to llevar a cabo to d o lo qu e esté e n nues­
tras m an o s p ara evitar la c ru e ld a d y el d o lo r q u e g e n e ra n ta n to p ersonas
co m o instituciones.
M a n u e i. C ruz

E n estricta ap licación de sus p ro p io s principios, Rorty se ve llevado a


a d m itir q u e «no existe u n a m a n e ra neutral, n o circular, de d e fe n d e r la
a firm ació n liberal»88. En idéntico sen tid o en que tam bién re ite ra que las
in stitu cio n es y co stu m bres q u e m e jo r d efien d en dicha afirm ació n son
c o n tin g e n te s, esto es, n o están m ás fu n d ad as q u e otras en la ra z ó n h u ­
m a n a universal, e n v erd ad es necesarias o e n p rim e ro s p rin c ip io s in m u ­
tables. Sólo d isp o n e m o s d e u n lu g a r del q u e p artir: aq u el en el q u e n os
e n c o n tra m o s in stalad os. R orty está a favor de lo q u e en algún m o m e n to
h a llam ad o tam b ién la «utopía socialdem ócrata», p ero reco n o c ie n d o d e
in m e d ia to q u e ello e n g ran p arte es d eb id o a q u e fue socializado de u n a
d e te rm in a d a m an era. De a h í que se declare incapaz de p e rsu a d ir a g e n ­
tes q u e hayan sido socializadas d e u n a fo rm a tan d iferen te q u e n o p u e ­
d a n e n c o n tra r n in g ú n in terés en la u to p ía qu e p a ra él resulta ta n atracti­
va (co m o les o c u rre a los nazis convencidos o los fanáticos religiosos). Al
n o existir u n p u n to arq u im éd ico e n las afueras d el conjunto d e los siste­
m as so cio eco n ó m ico s desde el q u e evaluar todos esos sistemas, lo ú n ico
q u e cab e p ro p o n e r es u n sistem a q u e deje el m ayor espacio posible a las
diferen tes co n cep cio n es del m u n d o y de la vida q u e en u n m o m en to d ad o
p u e d a n existir.
Esa es la g ran v irtu d de la d em ocracia, con sid eració n que e n m o d o al­
g u n o d e b e e n te n d e rse com o u n recurso resignado, o d e consolación. A n ­
tes b ie n al co n trario , p a ra Rorty, p o r utilizar la fo rm u lació n q u e h a d a d o
títu lo a u n o d e sus m ás célebres artículos89, la democracia es prioritaria sobre
la filosofía. La filosofía, de a c u e rd o con lo q u e hem os venido re ite ra n d o ,
ú n ic a m e n te p u e d e asp irar a p ro p o rc io n a r articulaciones a un a ac titu d so-
cio p o lítica p articu lar, co rre sp o n d ié n d o le a los pro p io s ciu d ad an o s d e te r­
m in a r d e fo rm a lib re y p lu ral en la esfera p ública cuáles son las m ejores
m an eras de co n seg u ir lo q u e q u ieren . Y a u n q u e aquéllos se resolvieran m a-
y o rita riam en te a c o m p a rtir con R orty su u tó p ica aspiración so ciald em ó ­
crata, ello n o cam b iaría el h e c h o d e que lo que m a n tie n e u n id as a las so­
cied ad es n o so n sus creen cias filosóficas, sino vocabularios y esp era n zas
co m u n es, y q u e la so lid arid ad n o es un asunto d e co m p artir u n a verd ad o
u n a m e ta q u e h em o s d escu b ierto , sino u n a creación de n u estras accio­
nes. T am b ién el mejor d e n u estro s acu erd o s no d e ja de ser un a c o n tin g e n ­
cia — mejor a su vez si es dem ocrática.
E n el b ien e n te n d id o d e que la m a n e ra ro rtia n a de criticar la p re te n ­
sión d e u n iv ersalid ad de lo solidario, a base de an clar su análisis en el no­
sotros— nuestra cu ltu ra, nuestros valores, legados p o r nuestras trad icio n es y
nuestra co m u n id a d — , p u e d e te rm in a r p rovocando el curioso efecto de
q u e, lejos d e q u e d a r c o m p letam en te rechazado, el rep ro c h e reap arezca
bajo u n nuevo ro stro . C om o el p ro p io Rorty adm ite, hay un u so del noso­

317
F i i .o s o i -'ía c o n t e m p o r á n e a

tros q u e alim en ta la e sp era n za etn o c é n tric a de o cu p a r el lugar reserv ad o


p o r la Ilu stració n y sus ep íg o n o s al c o n cep to de universalidad. Es ese uso
q u e co n fía e n q u e el c o n cep to p u e d e am pliarse hasta hacerse eq uivaler a
la h u m a n id a d p o r co m p leto o a to d o s los seres racionales. P ero n adie
p u e d e lleg ar a esa id entificación, p ien sa Rorty. De h a b e r etn o cen trism o
e n su p la n te a m ie n to se ría el etn o cen trism o d e u n nosotros que está e n tre ­
g ad o a la tarea d e en san ch arse, de c re a r u n ethos a ú n m ás am plio y abiga­
rra d o . C o n sus p ro p ias palabras: «El pragm atista, d o m in a d o p o r e l deseo
d e so lid arid ad , sólo p u e d e ser criticado p o r tom arse demasiado en serio su
p ro p ia co m u n id ad » 90. C o m u n id ad q u e, rizando el rizo d e la p arad o ja,
está co n stitu id a p o r las perso n as q u e se h a n fo rm ad o p a ra d esconfiar d el
e tn o c e n trism o 91.
E n to d o caso, éste es el te rrito rio e n el q u e las cosas d e b e n ser p la n te a ­
das: ta n to las h ip o téticas respuestas a las cuestiones h ered ad as co m o los
nuevos p roblem as q u e, a su vez, aquéllas abren. El nosotros, estación d e des­
tin o p a ra d e te rm in a d a s m an eras de e n te n d e r lo existente, constituye asi­
m ism o el espacio d o n d e d esplegar los asuntos em ergentes. La afirm ació n
d el nosotros tien e m u c h o de golpe d e gracia a la id e a de em an cip ació n 92,
b a sa d a ella m ism a e n u n a c o n c e p c ió n del m u n d o tan am biciosa com o
p o co ju stificad a (p o r fu n d am en talista, desde lu e g o ). P ero esa m ism a afir­
m ació n , si se re fo rm u la e n térm in o s d e la p re g u n ta «¿quiénes som os n o ­
sotros?», nos coloca a n te el signo d e la tarea p e n d ie n te . Q ue d e b ie ra
abordar, co m o u n o d e sus asuntos prioritarios, la naturaleza de la relación
d e p e rte n e n c ia q u e los individuos m a n tie n e n con esa variante d e sujeto
colectivo d esig n ad a p o r la p rim e ra p e rso n a del plural. Tal vez el esclareci­
m ie n to d e la d im en sió n im aginaria d e la tarea nos d ejara e n m ejores c o n ­
d icio n es p a ra e n fre n ta r la d im en sió n práctico-política d e la m ism a, q u e
n o consiste e n o tra cosa sino en in te n ta r en san ch ar los lím ites de ese noso­
tros e n u n sen tid o in eq u ív o cam en te etnocéntrico-cosm opolita. L o que es
co m o d ecir: q u e sean cad a vez m ás los q u e q u e d a n a salvo de la cru e ld a d .
N otas

'A título de muestra podríamos mencionar lo que escribe en 1990: «En aque­
lla época (1975) aún no me había dado cuenta de lo radical que era el ataque de
Davidson a las concepciones tradicionales del lenguaje» (Richard Rorty, «Veinte
años después», en El giro lingüístico, Barcelona, Paidós, 1990, p. 161).
2 Incluido en Donald Davidson, Mente, mundo y acción, Barcelona, Paidós,
1992, pp. 51-72.
Incluido en D. Davidson, De la verdad y de la interpretación, Barcelona, Gedisa,
2o ed.: 1995, p. 195. Aquí mismo puntualiza: «Al dejar de lado al dualismo de es­
quem a y mundo, no dejamos de lado al mundo, sino que restablecemos un con­
tacto sin m ediaciones con los objetos familiares cuyas travesuras y extravagancias
hace a nuestras oraciones y opiniones verdaderas y falsas» (p. 203).
4 C. Moya, «Introducción a la filosofía de Davidson: mente, m undo y acción»,
en D. Davidson, Mente..., op. cit., p. 14. Del mismo Moya me ha resultado de utili­
dad — tanto para este paso com o para la reconstrucción general de la propuesta
davidsoniana— su libro ThePhihsophy ofAction, Cambridge, Polity Press, 1990.
r>Incluido en D. Davidson, Ensayos sobe acciones y sucesos, Barcelona, Instituto
de Investigaciones Filosóficas-UNAM/Crítica, 1995, pp. 17-36.
6 Ibídem..., p. 112.
7 La primera es caracterizada así por Davidson en el ensayo «¿Cómo es posi­
ble la debilidad de la voluntad?»: «La voluntad de un agente es débil si actúa, y
actúa intencionalm ente, en contra de su propio mejor juicio; en tales casos de­
cimos, en ocasiones, que carece de fuerza de voluntad para hacer lo que sabe, o
al m enos cree, hechas todas las consideraciones, qu e sería lo mejor» (ibídem,
p. 37). Del autoengaño se ha ocupado en «Engaño y división», en Mente..., op.
cit., pp. 99-118.
8 Asunto del que se ocupa el propio Davidson en el ensayo «El conocim iento
de la propiam ente», en Mente..., op. cit., pp. 119-152.
9D. Davidson, ibídem, p. 71.
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

10Aunque, para no simplificar en exceso la posición cartesiana, hay que seña­


lar que el propio Descartes negó explícitam ente que el alma estuviera ubicada en
el cuerpo «como un piloto en un barco».
11 Obviamente, y en gran medida com o efecto derivado de las señaladas, se
podrían mencionar otras coincidencias de segundo grado, pero no por ello m e­
nos importantes. Así, Franca D ’Agostini en su Analíticos y continentales, Madrid,
Cátedra, 2000, p. 296, ha señalado la notable semejanza entre la davidsoniana no­
ción de prior theoiy y lo que la tradición hermenéutica a partir de H eidegger deno­
mina precomprensián.
12 En todo caso, es cierto que Putnam se dio a conocer por trabajos de lógica y
epistem ología en la línea de Quine, y que uno de los trabajos que le proporcionó
mayor notoriedad fue «Two Dogmas revisited», en G. Ryle (ed.), Contemporaiy As-
pects of Philosopliy, Stocksfield-Londres, Oriel Press (Routledge), 1976, don de dis­
cutía la crítica quineana a la analiticidad presentada en su ya clásico «Dos dogmas
del empirismo», m encionado supra.
13 Hilary Putnam, Razón, verdad, e historia, Madrid, Tecnos, 1988, p. 59.
14 Ibídem.
15 Hillary Putnam, Realism and Reason. Philosophical Papers. Voluvie III, Cam­
bridge, Cambridge University Press, 1983, p. 85.
16 A título de muestra: para una consideración de los malentendidos genera­
dos por el uso que hace Putnam de la expresión «condiciones epistémicas ideales»
en Razón, verdad e historia, véase el prefacio de su libro Realism with a Human Face,
Cambridge, Harvard University Press, 1990.
17 Preferimos hablar en los vaporosos términos de «énfasis» o «acento» para
que las necesidades del m odo de exposición no proyecten simplificaciones ex­
cesivas sobre un planteam iento que se esfuerza en ser preciso y matizado. Así,
cuando Putnam explica en qué sentido la realidad depende de nuestros esque­
mas conceptuales, puntualiza: «El internalismo no niega que haya inputs expe-
rienciales en el conocim iento; el conocim iento no es un relato que n o tenga
otra constricción que la coherencia interna; lo que niega es que existan inputs
que no estén configurados en alguna medida por nuestros conceptos, por el vocabula­
rio que utilizamos para dar cuenta de ellos y para describirlos, o inputs que admi­
tan una sola descripción, independiente de toda opción conceptual». Razón, verdad, his­
toria, op. cit., p. 64.
18Junto con el ya citado Razón, verdad, historia, el otro texto representativo de
la primera etapa de Putnam traducido al castellano es El significado y las ciencias
morales, M éxico, UNAM, 1991. Como trabajos pertenecientes a su etapa posterior
pueden mencionarse Representación y realidad, Barcelona, Gedisa, 1990, Las mil ca­
ras del realismo, Barcelona, Paidós, 1994, Cómo renovarlafilosofía, Madrid, Cátedra,
1990, El pragmatismo, Barcelona, Gedisa, 1999 y Sentido, sinsentido y los sentidos,
Barcelona, Paidós, 2000.

320
M a n u e l C ruz

19 O de dar con «un camino intermedio entre la metafísica reaccionaria y el


relativismo irresponsable», com o también define su proyecto al iniciar sus «Con­
ferencias Dewey» (Véase Hilary Putnam, Sentido, sinsentidoy los sentidos, Barcelona,
Paidós, 2000, p. 49).
20 «La práctica es primaria en filosofía», escribe Putnam en La herencia del prag­
matismo, op. cit., p. 145. En esto la filosofía es com o la virtud o la música, por más
que alguien lo pueda considerar contraintuitivo: «La afirmación de qu e la perso­
na que no se com prom ete en la práctica de la virtud no puede tener una idea
com pletam ente adecuada de lo que es la virtud puede parecer extraña a muchas
sensibilidades contemporáneas, pero la afirmación, fundamentada d e un modo
semejante, de que la persona que no se compromete en la práctica musical no
pu ed e tener una idea com pletam ente adecuada de lo que es la gran música
no suena tan extraña» (ibídem, pp. 156-157).
21 H. Putnam , La herencia..., cit., p. 212. Cfr. tam bién Las mil caras..., cit.,
pp. 110-116, d o n d e com enta la form a en que Habermas y Apel han recupera­
do la idea pragmatista de una co n ex ió n entre ética dem ocrática y m étodo
científico.
22 H. Putnam, El pragmatismo, cit., p. 14.
23 Aunque derivar de ahí, sin más mediaciones, un juicio de valor negativo
acerca del carácter de toda esta tradición resulta ciertamente abusivo. Putnam,
desde luego, no comparte este consolidado lugar común. La filosofía analítica,
según él, debe ser entendida com o parte del fenóm eno más amplio del moder­
nism o de los años treinta, con el que compartió «una forma extrema del rechazo
de la tradición».
24 Hay trad. cast.: Madrid, Cátedra, 1980.
25 Hay trad. cast.: Madrid, Tecnos, 1992.
2,’Hay trad. cast.: Madrid, Cátedra, 1985.
27 Hay trad. cast.: Barcelona, Paidós, 1997.
28 Hay trad. cast.: Oviedo, Nobel, 2000.
29 «Podría parecer [...] que mi enfoque es, en términos saussureanos, un estu­
dio de la parole más bien que de la langue. Estoy argumentando, sin embargo, que
un estudio adecuado de los actos de habla es un estudio de la langue» (J. Searle,
Actos..., op. cit., p. 27).
30 Ibídem, p. 22.
31 Ibídem, p. 43.
32 Sin por ello dejar de reconocer la relativa autonomía que en ocasiones pue­
de alcanzar lo perlocutivo: «Por ejemplo, mediante una argumentación yo puedo
persuadir o convencer a alguien, al aconsejarle puedo asustarle o alarmarle, al hacer
una petición puedo lograr que él haga algo, al informarle puedo convencerle (instruir­
le, elevarle— espiritualmente— , inspirarle, lograr que se dé cuenta). Las expresiones
en cursiva denotan actos perlocutivos» (ibídem, p. 34).
F i l o s o f í a c o n t f . m i >o r á n k a

33 Ibídem, p. 33.
3-1Jacques Derrida, Limited Inc., París, Galilée, 1990. El volumen contiene, re­
sumido, el trabajo de Searle.
35 El trabajo, titulado «Transgredir las fronteras: hacia una hermenéutica
transformadora de la gravedad cuántica», se encuentra incluido com o apéndice
en el libro del mismo Sokal y jea n Bricmont, Imposturas intelectuales, Barcelona,
Paidós, 1999.
36 Que dicho principio no constituye para Davidson una cuestión lateral o
poco relevante lo reflejan claramente sus rotundas palabras: «Dado que la cari­
dad no es una opción, sino una condición para alcanzar una teoría que funcione,
carece de sentido sugerir que podríamos incurrir en error generalizado si la sus­
cribiéramos [...] La caridad se nos impone; nos guste o no, si hemos de com pren­
der a otros, debem os pensar que están en lo correcto en la mayor parte de las
cuestiones. Si somos capaces de producir una teoría que reconcilie la caridad y
las condiciones formales para una teoría, hemos hecho todo lo que puede hacer­
se para asegurar la comunicación. No hay nada más que sea posible, ni hace falta
nada más» (D. Davidson, «De la idea misma de un esquema conceptual», op. cit.
p. 202).
37 Tanto en El discurso de la acción, Madrid, Cátedra, 1981, com o en Sí mismo
como otro, Madrid, Siglo XXI, 1996, libro este que en muchos aspectos se puede
considerar un desarrollo y profundización del primero.
MEl discurso..., p. 15.
3!)Actos..., op. cit., p. 71.
411El discurso..., op. cit., p. 86.
41 Madrid, T ecnos, 1992.
42 Barcelona, Paidós, 1997.
43Barcelona, Paidós, 2000.
44 J. Searle, Razonespara actuar, Oviedo, Nobel, 2000.
45 Ibídem, p. 17.
1,1Ibídem,, p. 38 y ss.
47 De la extensa introducción de Rorty hay trad. cast. con el mismo título, El
giro lingüístico, Barcelona, Paidós, 1990. El volumen incluye dos epílogos del autor
(«Diez años después» y «Veinte años después»), que ayudan a entender la per­
cepción que tiene de su propia evolución en la actualidad.
48 Título cuya paternidad, en contra de lo que se suele creer, n o corresponde
a Rorty sino a Gustav Bergman, quien la utilizó por vez primera en su libro Logic
and Reality, Madison, T he University o f Wisconsin Press, 1964, com o el propio
Rorty reconoce en ibídem, p. 63, nota 12.
49Véase supra, cap. V, nota 12.
50 R. Rorty, La filosofía y el espejo de la naturaleza, op. cit.
51 Ibídem, p. 335.

322
M a n u k i. C r u z

52 Concretamente en 1975, cuando recensiona el libro de lan Hacking ¿Por


qué el lenguaje importa a la filosofía?, recensión traducida com o «Diez años des­
pués» y citada supra, nota 47.
53 Ibídem, p. 161, n.3.
54 En De la verdad y de la interpretación, cit.
55 En Mente, mundo y acción, cit.
5(> Rorty se ha referido a esto en sus trabajos «Fisicalismo no reductivo» y
«Pragmatismo, Davidson y la verdad», incluidos en Objetividad, relativismo y verdad,
Barcelona, Paidós, 1996.
57 Aunque la deuda no sea del mismo tipo con todos ellos: «Es tanto lo que
debo a estos filósofos [Sellars, Q uine, Davidson, Kuhn, Putnam] en relación con
los medios que utilizo com o lo que debo a Wittgenstein, Heidegger y Dewey en
relación con los fines a que se aplican» (Lafilosofía..., op.cit., pp. 16-17).
5fi U n o de los principales inconvenientes que presenta esta subsunción, tan
sumaria, cuando se aplica al caso rortiano es el de desdibujar (si no rebajar) la in­
fluencia que ejerció desde bien temprano un autor com o Dewey en el proceso de
formación de Richard Rorty. En su trabajo «Trotsky y las orquídeas silvestres» en
Pragmatismo y política, Barcelona, Paidós, 1998, ha relatado las relaciones que
mantuvo su padre — antiguo comunista— con Dewey y Trotsky, así com o la amis­
tad que siempre mantuvo aquél con Sidney Hook, pragmatista de tendencia mar-
xistizante, pero resueltamente antiestalinista. Que el interés de Rorty hacia estos
autores tiene una dim ensión política de cariz progresista, así com o qu e es dicho
interés el que se halla en el origen de su preocupación por el tema d e la solidari­
dad pu£de verse en la Introducción que escribió para el libro de Sidney Hook, De­
wey: semblanza intelectual, Barcelona, Paidós, 2000.
59 La filosofía, op. cit., pp. 287-288.
60 Precisamente a dejar esto claro está dedicado el último párrafo de su libro,
párrafo que empieza así: «... ocurra lo que ocurra, no hay peligro de que la filoso­
fía “llegue a su fin”. La religión no llegó a su fin con la Ilustración, ni la pintura
con el Impresionismo. Aunque el periodo que va de Platón a Nietzsche quede ais­
lado y “distanciado” tal com o sugiere Heidegger, y aun cuando la filosofía del si­
glo XX llegue a parecer una etapa transitoria de apoyo y relleno (com o nos lo pa­
rece ahora la filosofía del siglo xvi), habrá algo llamado “filosofía” al otro lado de
la transición» (Lafilosofía..., op. cit., p. 355).
61 «Nuestra sensación postkan tiana de que la epistemología o algún sucesor
suyo está en el centro de la filosofía (y que la filosofía moral, la estética y la filoso­
fía, por ejemplo, son en cierto m odo secundarias) es reflejo del hecho de que la
auto-imagen del filósofo profesional depende de su preocupación profesional
por la imagen del Espejo de la Naturaleza» (ibídem, p. 353).
62 Ibídem, 334.
Ibídem, 333.

323
FlI.OSOI'ÍA CONTKMrORÁNKA

64 Hay que decir que en este punto Rorty lleva hasta sus últimas consecuencias
afirm aciones ya planteadas por Davidson o Putnam. Así, este último ha escrito:
. «La filosofía, después de todo, es una de las humanidades y no una ciencia. Pero
eso no excluye nada —lógica simbólica, o ecuaciones o argumentaciones o ensa­
yos— . Nosotros los filósofos heredamos un campo, no la autoridad, y eso es sufi­
ciente» (H. Putnam, «¿Por qué filosofo?», Tópicos, Revista de filosofía de Santa Fe,
República Argentina, n° 3, agosto de 1995, p. 26).
fo Lafdosofia..., op. cit., 355.
fifi Richard Rorty, Consecuencias del pragmatismo, Madrid, Tecnos, 1996.
1,7Ibídem, p. 24.
68Ibídem, p. 25.
1,9Ibídem, p. 26.
70 Ibídem.
71 C oncepción que todavía está presente en el primer Wittgenstein, pero de
la que las Investigaciones filosóficas constituye su definitiva acta de defunción,
com o sostiene Rorty en el segundo capítulo de Consecuencias del pragmatismo, ti­
tulado «Conservando la pureza de la filosofía: ensayo sobre Wittgenstein» (ibí­
dem, pp. 79-98).
72 Ibídem, p. 58.
73 Ibídem, p. 161.
74 «El problema sobre qué proposiciones hacer valer, qué descripciones ob­
servar, comentar o tomar en consideración se resume en saber lo que nos ayuda­
rá a conseguir lo que deseam os (o lo que tendríamos que desear)» (ibídem, p. 58).
75 Ibídem, p. 54.
7fi Richard Rorty, Contingencia, ironía y solidaridad, Barcelona, Paidós, 1991.
77 Incluido en Consecuencias del pragmatismo, of). cit., p. 60yss.
78 Ibídem, p. 76.
79 Contingencia..., op. cit., p. 28.
80 Ibídem, p. 26.
81 Ibídem, p. 32.
82 Ibídem, p. 91.
83 Ibídem.
84 Más recientem ente, Rorty se ha servido de esta misma idea en otro contexto
discursivo: «Plantearnos preguntas sobre nuestra identidad nacional o individual
es parte de un proceso por el que decidimos qué haremos en elfuturo, en qué trataremos
de convertimos» (subrayado, M. C.), R. Rorty, Forjar nuestro país, Barcelona, Paidós,
1999, p. 25.
85 Especialmente en «Solidaridad u objetividad» y en «La ciencia com o solida­
ridad», incluidos en Richard Rorty, Objetividad, realismo y verdad, Barcelona, Pai­
dós, 1996.
86 En su libro Vicios ordinarios, México, FCE, 1990, pp. 20-79.

324
M a n u el C ruz

87 Utilizando el término en la forma en que se hace en Norteamérica, esto es,


casi com o equivalente de lo que en Europa se denom ina socialdemócrata. De h e­
cho, el propio Rorty, respondiendo a la crítica que Richard Bernstein le hizo a su
filosofía política con posterioridad a la publicación de Contingencia..., sustituyó
su vieja fórmula autoidentificadora «nosotros los liberales» por la de «nosotros
los socialdemócratas».
88 Contingencia..., op. cit., p. 164.
89 «La prioridad de la democracia sobre la filosofía», en Objetividad..., op. cit.
90 Ibídem, p. 51.
91 Cfr. «Sobre el etnocentrismo: respuesta a ClifFord Geertz», en ibídem, pp.
275-284.
92 Véase Rafael del Aguila, «Introducción. Políticas pragmáticas», en Richard
Rorty, Pragmatismo y política, Barcelona, Paidós, 1998, especialmente p. 15yss.

325
C a p ít u l o X V
L a (¿ a u t o ? ) c r ít ic a a l r a c i o n a l i s m o c r ít ic o

T ja d istin ció n duro-blando se aplica c o n co m o d id a d a las ciencias. Sirve,


e n tre otros usos, p a ra su gerir u n a d iferen te vinculación e n cada caso en tre
el cien tífico y su cien cia c o rre sp o n d ie n te . Si aceptam os q u e blando es lo
q u e ap en as g e n e ra d e p e n d e n c ia (au n q u e hay d iscusiones), en ta n to q u e
duro evoca ad icció n , so m e tim ien to , a b a n d o n o a u n a suerte, en to n ces las
ciencias n atu rales serían d u ras p o rq u e obligan a m ás, p o rq u e co n ellas n o
se ju e g a , p o rq u e n o le p e rm ite n al usuario tom arlas y dejarlas a volu n tad .
A ntes b ie n al co n trarío , dichas ciencias p o seen u n carácter forzoso, tra­
su n to d e la n ecesid ad d e la naturaleza m ism a, del q u e el científico n o p u e ­
d e su straerse sin p e r d e r su co n d ició n de tal. P or su p arte, las ciencias so­
ciales tien en u n o b jeto — lo h u m a n o — e n el q u e parece difícil ap licar los
m éto d o s q u e ta n to éxito h a n d em o strad o en el estudio d e la naturaleza.
A los ojos d el h o m b re , ésta se le ap arece com o el rein o d e la ley, d e la re ­
g u larid ad , d e lo cíclico, rasgos todos ellos in en co n trab les en la sociedad,
q u e es alg o c o m p u e s to d e ind iv id u o s, d o ta d o s e n a lg u n a m e d id a ( p o r
p e q u e ñ a q u e fu e ra b astaría) d e libertad. La n atu raleza m u estra u n o rd e n
q u e, si m ás no , n o p a rece evidente en el caso d e la sociedad. La n ecesid ad
d e la n atu raleza es vinculante, m ien tras q u e de la que h ip o té tic a m e n te
m u estre la so cied ad siem p re p o d em o s escapar a través d e la libertad.
G ran d eza y m iseria d e lo h u m a n o e n definitiva. P o rq u e sólo la costum ­
b re, o u n a cierta p e reza intelectual, avalan n u e stra ten d en cia a iden tifica r
el m e n c io n a d o uso d e la lib erta d c o n u n pro g reso — ni siquiera con u n a
sim ple m ejo ría— . Es rig u ro sam en te obvio q u e c u an d o el h o m b re opta es
c u a n d o se p o n e a tiro d el erro r: p e n sa r o tra cosa equivaldría a co n v ertir la
lib erta d en la p o stre ra astucia de la necesidad. A los efectos d e lo q u e a q u í
in teresa, esta frag ilid ad h a d a d o pie a u n m o d o d e tratar la distinción e n ­
tre ciencias, en cuyas derivaciones todavía estam os instalados. El aval d e
su o b jeto m ism o refo rzaría el convencim iento d e que las ciencias d u ras
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

están d e te rm in a d a s p o r b u en as razones epistem ológicas, fren te a la labili­


d a d d el d e las b lan d as, q u e h a b ría co nvertido a éstas e n el d o m in io p o r
ex celen cia d e los in tereses sociales, volubles casi p o r definición. D e M arx
a H ab erm as, p asan d o p o r Lukács, M a n n h eim o M erton, m u c h o s h an
sido los a u to res q u e h a n c o n trib u id o — alguno de ellos a su pesar— a con­
v ertir este p la n te a m ie n to en u n a p seudoevidencia d e las q u e p o d ría n de­
n o m in a rse de sentido común. P seudoevidencia que algunos h an lleg ad o a
p la n te a r en fo rm a d e tesis. Esta: el h o m b re se equivoca, la n a tu raleza no.
El p ro b le m a tal vez esté e n q u e el h o m b re se equivoca también cuando
hace ciencia de la naturaleza, y q u e su p erseverar en el e r ro r h a te rm in a d o
p o r h a lla r eco e n la reflex ió n m etacien tífica. B ien p u d iéram o s a firm a r
q u e la p rin cip al a p o rta c ió n d e la p ro p u e sta p o p p e ria n a se deja resu m ir
co m o la teorizació n d e la natu raleza d e dicho erro r. N o es ésta u n a in ter­
p re ta c ió n g ratu ita o sin fu n d a m e n to . P or el co n trario , q u e d a ju stificad a
e x a m in a n d o las lín eas d e trabajo a las q u e d ich a p ro p u e sta ha d a d o lugar.
El fo rm id ab le ajuste d e cuentas con el neopositivism o e m p re n d id o p o r el
a u to r d e L a lógica de la investigación científica n o cayó, ciertam en te, e n saco
ro to . A lo largo d el siglo xx la m ayor p a rte d e supuestos e im ágenes alen­
tad o s so b re to d o p o r los au to res del C írculo d e V iena se fu ero n rev elan d o
(en especial m erced a la crítica p o p p e ria n a 1) insostenibles. Pasó a consi­
d e ra rse u n a in g e n u id a d la c reen cia seg ú n la cual las teorías se derivan d e
los h e c h o s d e la ex p e rie n c ia ad q u irid o s m ed ian te la observación y la ex­
p e rim en tació n . F u e to m a n d o c u e rp o la sospecha del p ro tag o n ism o de
los científicos e n la elab o ració n de su p ro p io co n o cim ien to y, a p a r tir d e
ah í, la in clin ació n a c o n sid erar la ciencia e n térm in o s de artificio. E fectos
éstos, ju n t o co n alg u n o s más, d e u n a crítica a la in d u cció n que fin a lm e n ­
te te rm in a b a o b lig an d o a rec o n sid e ra r n u estra im agen del co n o cim ien to
p o r e n te ro .
P ero esta ú ltim a afirm ació n resulta, en c u an to tal, excesivam ente su­
m aria co m o p ara d eslizaría así, sin m ás. A lguna carrerilla, p o r c o rta q u e
sea, h a b rá q u e to m a r p a ra e n te n d e r e n q u é fo rm a u n a crítica, de a p a rie n ­
cia e n p rin cip io p u ra m e n te técnica, p u d o llegar a d esarro llar tan d e m o le ­
d o res efectos. La co n sid erac ió n de la ciencia com o u n a d e te rm in a d a ins­
titu ció n social se o p o n e a aquella o tra qu e la concibe com o u n sistem a
p ro p o sicio n al. D e a lg u n a m an era, los diferentes p u n to s d e vista existen­
tes a p ro p ó sito d e la ciencia p o d ría n ser subsum idos en u n a u o tr a pers­
pectiva. R econvertidas a las categorías popperianas — «podem os d istinguir
los tres m u n d o s o universos siguientes: p rim e ro , el m u n d o de los objetos
físicos o d e los estados físicos; e n se g u n d o lugar, el m u n d o d e los estados d e
co n cien cia o de los estados m entales o, quizá, de las disposiciones com por-
tam en tales a la acción; y en te rc e r lugar, el m u n d o d e los contenidos depen­
M a n u k i. C r u z

samiento objetivo, esp ecialm en te d e los pen sam ien to s científicos y poéticos
y d e las obras d e arte» 2— las diferencias en tre am bos enfoques c o rre sp o n ­
d e ría n a las ex istentes e n tre la c o n cep c ió n se g u n d o m u n d a n a d e los p ro ­
cesos d e p ro d u c c ió n d e u n a actividad h u m a n a 3 y la c o n c e p c ió n tercio-
m u n d a n a de los p ro d u cto s d e la m ism a.
Los re p re se n ta n te s d e esta ú ltim a actitud q u e h a n alcanzado m ás n o ­
to rie d a d en el siglo x x h an sido, sin du d a, los ya c om entados neopositivis-
tas lógicos q u e, al m o d o de R. C a rn ap , e n tie n d e n la filosofía d e la ciencia
co m o análisis ló g ico d e la cien cia e n cu a n to sistem a form al. L a ta re a d e
aq u élla sería, p o r tan to , el estudio d e las relaciones lógicas existentes e n ­
tre las d iferen tes p artes del sistem a (relaciones d e derivación, re d u c c ió n y
ex plicación, e tc é te r a ) . Sin em b arg o , re p re se n ta ría u n a grave d isto rsió n
h istó rica a trib u ir a este g ru p o la rep re sen tació n exclusiva de u n a actitu d
q u e , n o sólo v ien e d e an tig u o , sino q u e todavía goza d e u n co n sid e ra b le
p red icam en to . E n cierto m odo, p o d ría n ser hallados los p redecesores ilus­
tres d e d ich a a ctitu d e n la an tig u a G recia, en d o n d e la n o ció n d e episteme
estaba d esco n ectad a d e to d a co n n o ta c ió n tem p o ral. De c u a lq u ie r form a,
y a ú n salvando las d iferencias (que pasarían p o r la cuestión d e l m é to d o
ex p erim en tal, in ex isten te p a ra los griegos), p arece claro que existe u n
p aren tesc o , cuya p ro x im id ad n o h ace ah o ra del to d o al caso, e n tr e la m o ­
d e r n a actitu d te rc io m u n d a n a y la p o stu ra respecto al co n o cim ien to trad i­
cio n alm en te re p re se n ta d a p o r P latón (del que, p o r lo dem ás, n o tien e
graves in convenientes e n reclam arse el últim o P o p p e r). Del otro lado, tam ­
p o co costaría e n c o n tra r au to res q u e en la actualidad siguen m a n te n ie n ­
d o , co n los o p o rtu n o s retoques, la m en cio n ad a actitud: son aquellos q u e
d e fie n d e n la id e a d e q u e existe u n a lógica absoluta insensible a los c o n ­
textos culturales, los q u e creen q u e la racionalidad consiste en guiarse ta n ­
to e n aspectos teó rico s com o prácticos de a c u e rd o con razones y d e d u c ­
ciones válidas.
A h o ra b ien , devolver el p ro tag o n ism o a los científicos equivale a d esta­
p a r la caja d e los tru en o s. Se em pieza, com o h ac e n los sociólogos d e la
cien cia adictos a lo q u e se h a d ad o e n llam ar el programa débil (g ru p o e n el
q u e e s ta ría n , a d e m á s d e M e rto n , g e n te s co m o M. O rstein , H . B row n o
D. Stim son), re p a ra n d o en las conductas científicas desviadas4 y se term in a
a la m a n e ra d e los d el pogram a fuerte (B. Barnes, D. MacKenzie o D. B lo o r),
c o n sid e ra n d o q u e tam b ién las co n d u ctas rectas d e b e n ser estudiadas d e s­
d e esta m ism a perspectiva5. A p a rtir de aquel reco n o cim ien to ya no hay
m o d o d e esquivar u n asu n to q u e d u ra n te m u ch o tiem po los filósofos m e-
tacientíficos in te n ta ro n aplazar. Y es q u e g ran p a rte d e las dificultades y
p ro b lem as q u e se p la n te a la filosofía de la ciencia n o son, com o decíam os
antes, sino reso n an cias p ro v en ien tes del ám bito d e la ciencia m ism a. Eso

329
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

significa q u e n o d e b ieran ser cargados ín teg ram en te en la cu en ta d e aqué­


lla los p ro b lem as q u e p la n te a d elim itar los c o n to rn o s de lo científico, la
necesid ad d e sucesivas aproxim aciones, la p lu ralid ad de perspectivas p o ­
sibles, etcétera. B u e n a p a rte d e las responsabilidades p o r to d o ello corres­
p o n d e ría n a la p ro p ia ciencia, q u e se m u estra refractaria a dejarse agotar
e n u n a d efin ició n . In te rv ie n e n en ella diversos elem entos, d esd e cada
u n o d e los cuales sería posible in te n ta r la caracterización — co m p o n en tes
h u m an o s, actividades o procesos, m ateria de q u e se trata, p ro d u c to s6...— .
P o d ría m o s decir, p arafrasean d o a Russell, q u e los filósofos de la ciencia
n o tie n e n la cu lp a d e q u e la ciencia sea tan com pleja, y q u e b astante h a­
cen o cu p án d o se d e ella.
P ro b a b lem en te sea d esde esta dificultad p ara p resen tar u n a definición
d e sd e d o n d e se e x p liq u e n ta n to la irru p c ió n de los h isto ria d o re s de la
ciencia en este d e b ate com o las concretas actitudes q u e h an ad o p tad o .
R especto a lo p rim e ro , tal vez baste con re co rd ar la afirm ación k u h n ian a:
«La h isto ria d e la cien cia p u e d e c o n trib u ir a salvar la b re c h a q u e hay e n ­
tre los filósofos d e la ciencia y la p ro p ia ciencia, y p u e d e ser p a ra ellos u n a
fu e n te d e p ro b lem as y datos»7. En cu an to a lo segundo, cabría em p ezar
c itan d o al h isto ria d o r d e la ciencia J. D. B ernal, q u ien , e n fre n ta d o al p ro ­
blem a, o p ta b a — co in cid ien d o e n esto con u n a u to r hoy m ed io olvidado,
el «operacionalista» B ridgm an— p o r el rá p id o e x p e d ie n te del «la ciencia
es aq u ello q u e h a c e n los científicos»8, a p u n ta n d o u n criterio sociológico
q u e p o ste rio rm e n te h a h e c h o fo rtu n a. El criterio d e K uhn a pro p ó sito d e
la d em arcació n e n tre ciencia y filosofía es en cierto m odo sem ejan te9. U n a
actividad es cien tífica c u a n d o resulta susceptible d e desarrollos «norm a­
les» m ás o m en o s in te rru m p id o s p o r reestru ctu racio n es revolucionarias,
lo q u e n o im p id e q u e actividades n o científicas posean d esarrollos sem e­
ja n te s. D e a h í q u e en p erio d o s preparadigm áticos, en q u e la ausencia d e
criterio s y p ro ced im ien to s preestablecidos dificulta la d em arcació n , la in ­
v estig ació n cien tífic a a p a re z c a p ro fu n d a m e n te v in cu lad a c o n la a rg u ­
m e n ta c ió n y los p ro ced im ien to s filosóficos. C o n tem p lad a la cosa desde
este án g u lo se c o m p re n d e n m ejo r las espléndidas relaciones m an ten id as
e n tre la física y la filosofía d u ra n te la d e n o m in a d a p o r F ey erab en d «edad
heroica» d e la filosofía d e la ciencia — siglos xvi y xvii— . Sin em b arg o ,
existe u n a d iferen c ia — sin a b a n d o n a r el criterio— e n tre la actividad
científica y la n o científica, incluso en u n p erio d o paradigm ático, y es que,
a u n q u e «la ciencia n o es la ú n ic a actividad a cuyos practicantes se les p u e ­
d e a g ru p a r en co m u n id ad es, [...] es la ú n ic a en q u e cada co m u n id ad es
su p ro p io y exclusivo p ú b lico y ju e z » 10.
P ero u n a vez h e c h a esta constatación, hem os d e ap re su ra rn o s a a ñ a ­
dir, a títu lo d e p e q u e ñ a p recisión h istórica o rien tad a a n o e x tra e r u n a
M a n u k i. C r u z

im ag en p re c ip ita d a m e n te d istorsionada del p ro ceso teórico q u e desem ­


b o có en sem ejan tes conclusiones, q u e h u b o tam b ién en los años treinta,
ad em ás d e la d e P o p p er, otras voces críticas h acia la concepción en to n c e s
d o m in a n te en m a te ria d e co n o cim ien to , que, a u n q u e p ro p o n ía n u n a al­
tern ativ a en la m ism a dirección, obtuvieron u n a m e n o r fo rtu n a . En el
prefa cio a L a estructura de las revoluciones científicas, K uhn se h a refe rid o ,
p o r p o n e r u n ejem p lo , a la m ono g rafía, en ese m o m en to «casi desco n o ci­
da», L a génesis y el desarrollo de u n hecho científico, d e Ludwig Fleck11 en los
sig u ien tes térm in o s: «... u n ensayo q u e an ticip ab a m uchas de mis propias
ideas. [...] la o b ra d e Fleck m e hizo c o m p re n d e r q u e esas ideas p o d ía n n e ­
cesitar ser establecidas e n la sociología d e la co m u n id ad científica». N o
h a sido K uhn, ob v iam ente, el ú n ico q u e se h a refe rid o a este te x to 12, p ero
su in flu e n cia e n la reflexión m etacien tífica de los últim os años co nvierte
el testim o n io e n esp ecialm en te relevante. En la o b ra de Fleck (cuyo signi­
ficativo su b títu lo es « In tro d u cció n a la teoría del estilo d e p e n sam ien to y
d el colectivo d e p en sam ien to » ) se postulaba, ya e n 1935, la n ecesid ad d e
in tro d u c ir factores subjetivos y sociológicos p ara la co m p ren sió n del d e­
sarro llo científico. L a ciencia es m ás q u e u n a co n stru cció n form al: p o r
eso u n c o n o cim ien to v erd ad ero p u e d e surgir d e p resuposiciones falsas,
p en sab a Fleck a p e n a s u n a ñ o después de q u e P o p p e r p u blicara su Lógica
de la investigación científica:13.
Sin em b arg o , esta referencia, básicam ente contextualizante, a Fleck
e n m o d o a lg u n o p re te n d e reb ajar el alcance del p lan te a m ie n to poppe-
ria n o n i d esd ib u jar su ap o rtació n . Es evidente q u e la p ro p u esta d e los tres
m u n d o s antes citad a su p o n e u n a conciencia n o excluyem e p o r p a rte d e
P o p p e r d e los e lem en to s q u e d e b e n ser tenidos en consideración en este
d eb ate. H ech o este reco n o cim ien to , co rre sp o n d e ah o ra in te n ta r m o strar
la fo rm a e n q u e u n a cierta crítica filosófica (la d irigida a la in d u cció n ) se
articu la e n u n m o m e n to d ad o con la constatación histórico-sociológica del
p ro tag o n ism o d e la co m u n id a d científica, y cóm o d e esa a rticu lació n sur­
ge u n a nueva im ag en d el proceso d e d esarrollo del conocim iento. E n efec­
to, las aporías d el inductivism o — com o em pezam os a dejar caer— obligan
a r e p la n te a r los té rm in o s d e n u e s tra relació n co n el m u n d o en u n d o b le
sentido, q u e a h o ra n os lim itarem os a enunciar. E n p rim er lugar, ya n o cabe
seg u ir m a n te n ie n d o la tajante distinción e n tre observación y teo ría, dis­
tin ció n q u e servía al objetivo d e qu e la p rim e ra p ro p o rcio n ara u n a base fir­
m e al c o n o cim ien to científico. U n ex am en a te n to d el asu n to nos in fo rm a
d e q u e la o b serv ació n está siem p re influida p o r la teoría (tan to p o r el h e ­
ch o d e q u e los en u n ciad o s observacionales p resu p o n en la teoría com o p o r
el h e c h o d e q u e ésta g u ía la observación y la e x p erim en tació n ). N o hay,
seg ú n esto, trato d irecto co n el exterior.

331
FlI.O S O H A CONTKMI’ORAN’Ií A

P o r si ello fu e ra p o co , tam p o co n os es d ad o esp erar q u e, a u n q u e sea


p o r o tro cam in o — « p or arriba», vam os a decirlo así: com o si h u b ie ra m a­
n e ra d e g aran tizar q u e el m a p a global dibujado p o r la teoría sí se adecúa
a la to talid ad del m u n d o , au n q u e p u e d a h ab er equivocaciones e n los d eta­
lles— , haya d e p ro d u c irse u n ajuste p erfe cto e n tre n u estro co n o cim ien to
y la realid ad d e la q u e éste habla. Ese viejo ideal de verdad d eb e se r ab an ­
d o n a d o y su stitu id o p o r u n a d ife re n te disposición d el espíritu. Q u iere d e­
cirse q u e la cu estió n d e sb o rd a los lím ites de la m eto d o lo g ía p a ra ad en ­
trarse d e llen o e n los d e u n a filosofía de la n atu raleza h u m an a. Hay qu e
p a rtir d e la co n d ició n finita y falible del h o m b re, lo que, aplicado al c o n o ­
c im ien to , se tra d u c e en la id ea d e q u e a p re n d e m o s de n u estro s erro res.
Im p o rta , pues, d e te c ta r el erro r, p ro b a r la falsedad (que es lo ú n ic o q u e
se p u e d e p ro b a r) y co n stru ir teorías susceptibles d e ser refutadas d e id é n ­
tica m a n e ra (no vale esconderlas de la falsación: p ie rd e n su co ndición d e
c ien tífic as).

L a o b je t iv id a d c o m o h o r iz o n t e ( o a n d a r a t ie n t a s )

Q u ed em o s p o r el m o m e n to en esto: n u estro co n o cim ien to d e la n a tu ­


raleza es siem p re co njetural, aproxim ativo, torpe. E n u n a palabra, histórico.
Lo q u e o c u rre es q u e, in tro d u c ie n d o esta d eterm in ació n , si b ien conse­
gu im o s d a r salida a a lg u n a d e las dificultades h ered ad as (o, p o r lo m enos
e n a p arien cia, p o n erlas en el c am in o de la so lu ció n ), com o co n tra p a rtid a
nos estam os a b rie n d o otras nuevas. P orque es u n h ech o q u e la invocación
d e lo histó rico se h a co nvertido en este siglo en u n a fu en te de conflictos
teóricos, y no ya sólo e n tre los profesionales de la historiografía. T am bién
u n filósofo d e la cien cia — y d e raigam bre re c o n o cid am en te p o p p erian a,
p o r cierto — c o m o Im re L akatos se h a h ech o eco d el tópico: «Por d esgra­
cia, sólo hay u n a p a lab ra e n la m ayoría de los idiom as p a ra d e n o ta r la his­
to ria 1 (el c o n ju n to d e los h ech o s históricos) y la historia2 (un c o n ju n to
d e p ro p o sicio n es históricas). C u a lq u ier h istoria2 es u n a reco n stru cció n ,
carg ad a d e teo ría y d e valor, d e la historia-/»14.
E n re a lid a d , tal vez lo m ás p reciso fu e ra se ñ a la r q u e, a p a r tir de u n
cierto m o m e n to , los d eb ates ya n o te n d rá n lu g ar e n tre p artid ario s y e n e ­
m igos d e in tro d u c ir la d im en sió n histórica p a ra m ejo r e n te n d e r el desa­
rro llo d el co n o cim ien to científico (estos últim os p e rd ie ro n c laram en te la
p a rtid a ), sino q u e se p ro d u c irá n en tre los diversos autores que c o m p arten
la necesid ad d e in tro d u c ir d ic h a dim ensión. La discusión se lib ra en dis­
tin to s fren tes — o acaso fu era m ejo r d ecir q u e se desarrolla en d iferen tes
fases— . P ero si h a d e señalarse u n p u n to d e p a rtid a p o r el que e m p ezar a

332
M a n u l íi . C h u z

re c o n stru ir la d iscusión, p ro b a b le m e n te el más operativo sería precisa­


m e n te el in d icad o p o r la cita d e Lakatos. E n efecto, la recíp ro ca vincula­
ció n e n tre historias co n v ierte lo q u e p u d ie ra p a re c e r u n a m era co n fu sió n
d el len g u aje (u n a m ism a palabra, «historia», p ara dos usos bien d ife re n ­
tes) en u n p ro b lem a teó rico d e alcance.
Q u e n o hay p o r u n lado h ech o s m o n d o s y, p o r otro, relato d e los m is­
m o s, sin o p r o fu n d a in te rc o n e x ió n e n tre am bos planos, in te rc o n e x ió n
cuya n atu raleza está p o r d e te r m in a r 15, significa, com o m ín im o , q u e la
p re te n sió n d e c o n s tru ir u n a histo ria sin re c u rrir a algún criterio d e rele­
van cia co n el q u e seleccionar el m aterial está ab o cad a al fracaso. H ace
tie m p o — p ara los h isto riad o res profesionales, d esde el fracaso d e la p ro ­
p u esta d e R anke— q u e sabem os q u e n in g u n a historia es u n m e ro levan­
tar acta d e lo su c ed id o , u n a escueta descripción no tarial d e los aco n teci­
m ien to s. El p ro b le m a es el m atiz, o, m ejo r aún, la ju sta dosis d e teo ría
re q u e rid a p o r la d escrip ción. Ahí, sin du d a, h a b rá q u e adm itir la existen­
cia d e a lg ú n g é n e ro d e g radación e n lo q u e a in tro d u c ció n de c a rg a teóri­
ca se refiere. El nivel m ás elem ental d e teorización v en d ría constituido p o r
las p re te n d id a s h isto rias d e datos q u e se lim itan a la elaboración d e cró n i­
cas d e sucesiones d e aco n tecim ien to s (nadie d u d a del alto in te ré s q u e
p re se n ta p a ra el estu d io so d e c u alq u ier disciplina d isp o n e r de se m ejan te
tip o d e o b ra s).
L a c u estió n es si este nivel « m e ra m e n te descriptivo» está e x e n to d e
elem en to s teóricos (m ás allá del criterio de selección) o no, com o h a seña­
lad o K u h n a lo largo d e su obra. En concreto, Ian H ack in g 16 re c u e rd a esta
frase inicial d e L a estructura...: «Si se co nsidera la historia com o algo m ás
q u e u n d ep ó sito d e an écd o tas o c ro n o lo g ía p u e d e p ro d u c ir u n a tran sfo r­
m ació n decisiva d e la im agen q u e tenem os actualm ente d e la ciencia». P o r
su p arte, las « reconstrucciones racionales» d e la escuela p o p p e ria n a re p re ­
se n ta ría n la actitu d o p u esta, q u e to m a su p u n to d e p a rtid a en u n a especi­
ficación m eto d o ló g ica d e lo q u e la ciencia «d eb ería ser» para a c o n tin u a ­
ció n co n feccio n ar u n m o d elo de los p ro ced im ien to s a seguir si se desea
q u e el a u m e n to d e los co n o cim ien to s vaya e n la d irecció n de u n a m áxim a
racionalización.
La d istinción e n tre u n a historia descriptiva y u n a historia racio n alm en ­
te re c o n stru id a p u e d e ser p u esta e n relación con la distinción — u n tan to
artificial tam b ién , p e ro ig u alm en te có m o d a— e n tre historia d e las cien­
cias «interna» e h isto ria de las ciencias «externa». Se aco stu m b ra a e n te n ­
d e r la p rim e ra co m o la q u e estu d ia sobre todo la evolución d e las ideas
científicas, el d e sa rro llo d e los conceptos y de las teorías, en ta n to q u e la
se g u n d a se o c u p a p rim o rd ia lm e n te de la in se rció n social de la cien cia y
e n p a rticu lar d e la in flu e n cia ejercid a p o r las necesidades sociales, p o r las

333
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

id eologías, etcétera. N o costaría e n c o n tra r refuerzos p a ra cad a una: el


h isto ria d o r d e la cien cia in te rn a h allaría su aliado n atu ral en el m eto d ó -
log o , n o rm ativ o p o r definición, m ien tras q u e el h isto riad o r de la ciencia
e x te rn a se llevaría b ie n con el filósofo de la ciencia global. H ab rá q u e vol­
ver so b re esto.
P o rq u e n o es el m o m en to d e llevar m u ch o m ás allá las diferencias: p a ra
lo q u e a h o ra in te re s a b astab a c o n p o n e rla s d e m an ifiesto , y c o n señalar,
d e se r posible, la d irecció n de u n a tendencia. Lo nuevo que in tro d u jo
P o p p e r co n su p la n te a m ie n to fue la posibilidad, el d e re c h o — n o siem p re
c u m p lid o — a p e n s a r la historia de la ciencia. Esto es lo q u e hasta a q u í im ­
p o rta b a d ejar co n statad o , y lo q u e a p a rtir d e a h o ra nos toca pensar. Si los
in d u ctiv istas tu v ieran razó n , la h isto ria del c o n o c im ie n to v e n d ría a se r
c o m o u n m a n to q u e se e x tie n d e so b re la su p e rficie de la re a lid a d , la cu ­
b re c a d a vez m ás y se ajusta cad a vez m ejor, h asta q u e te rm in a p o r consti­
tu ir u n a se g u n d a p iel: se m illa d e v e rd a d q u e c re c e in e x o ra b le . P o r su
p a r te , la im ag en d e l d esa rro llo científico q u e P o p p e r p ro p ició — el efec­
to, in d esead o e n m ás d e u n aspecto, qu e su p la n te a m ie n to p ro d u jo — se
caracteriza p o r u n d o b le rasgo: c o n cep c ió n discontinuista de la h isto ria y
a p u esta p o r la p ro liferació n d e teorías (tarea en la q u e se trata d e «inven­
tar, y e lab o rar teo rías q u e sean inconsistentes co n el p u n to de vista a c e p ­
tad o , a u n q u e se diese el caso de q u e este últim o estuviera altam en te c o n ­
firm a d o y g e n e ra lm e n te a c e p ta d o » ). C on m atices — eso siem p re— d icha
im ag en la h an c o m p a rtid o au to res tan influyentes en las últim as décadas
co m o el ya citado K u hn, Lakatos o F eyerabend (a q u ien p e rte n e c e la fo r­
m u lació n e n treco m illad a del p a ré n te sis ), todos ellos p o stp o p p e rian o s en
alg ú n sen tid o , p o r lo m enos en la m e d id a en q u e tom aban los p lan tea­
m ien to s d e aq u él c o m o p u n to d e referen cia, en ocasiones crítico (caso de
K u h n , q u e e n te n d ía la d isc o n tin u id ad de m o d o diferente: «a sacudidas»
fre n te a la «revolución p e rm a n e n te » sustentada p o r P o p p e r17) .

L a d ir e c c ió n d e l p r o c e s o ( a p r o p ó s it o d e F e y e r a b e n d )

R etuvim os las d iscrepancias con el p ropósito d e p lan tear te n d e n c ia s y


sen tid o s. P ues b ien , ¿cabe so sten er algo al respecto? C om o p o co u n lu g ar
c o m ú n : la se n sib ilid ad m ás re c ie n te resp ecto al p ro b le m a («filosófico»)
d el carácter del co n o cim ien to h u m a n o 18 h a ido evolucionando e n u n a d e­
te rm in a d a direcció n . H em os visto cóm o al in g e n u o optim ism o positivista
le siguió el escép tico pesim ism o p o p p erian o : lo m ejo r qu e p u e d e ocurrir-
n os es q u e localicem os n u e stro erro r, v en d ría a se r su convencim iento.
H asta q u e en 1962 K uhn hace, co n el ya m e n cio n ad o L a estructura de las re­

334
M a n u iíi. C r u z

voluciones científicas, u n a ap o rtació n d em oledora. Ni eso, vino a decir: to d a


te o ría está afectad a p o r anom alías q u e los científicos no co n sid e ra n com o
p r u e b a d e falsedad. Esta situación, acep tad a com o u n h e c h o p o r los espe­
cialistas, rem ueve viejas in q u ietu d es. L a d e n u n c ia d a connivencia con el
erro r, ¿en q u é lu g ar d eja al co nocim iento? ¿Q ué q u e d a d e la esp era n za
d e a n ta ñ o en q u e nuestras teorías representaban el m undo? ¿H abrem os d e
creer, m ás b ien, q u e la realid ad se n os escapa de e n tre los dedos, com o el
m ercu rio ? En sum a, ¿todavía realismo o instrumentalismo?
R esulta n o to rio , p la n te a d a así la cosa, q u e este cauce es lo b astan te
am p lio co m o p a ra a d m itir en su in te rio r posiciones (subtendencias, tam ­
b ié n p o d ría n d e n o m in arse) n ítid a m e n te contrastadas. N o de o tro tipo es
la relació n q u e se establece, p o r ejem plo, e n tre la posición d e Feyera-
b e n d y las del resto d el g ru p o d e postp o p p erian o s. A estas alturas se p u e ­
d e a firm ar qu e las llamativas diferencias sólo parcialm ente se p u e d e n atri­
b u ir, co m o ta n fre c u e n te m e n te se tie n d e a hacer, a la p e rso n a lid a d d e
este a u to r o a u n a su p u e sta p re te n sió n de n o to rie d a d publicística. A m bas
cosas, d e existir, n o se rían relevantes a efectos de la p resen te re c o n stru c ­
ción. O , puestos a d ecirlo m ejor, n o serían el lu g ar p o r el que el análisis
d e b ie ra com enzar, sino m ás b ien , los ad o rn o s finales con los q u e te n d ría
q u e co m p letarse.
Más allá d e los im p ro p e rio s (los científicos son «m atones ignorantes»
y sus arg u m en tacio n es, «despreciable analfabetism o»), F eyerabend se es­
fu erz a p o r p e n sa r la ciencia com o algo in d iso lu b lem en te ligado a la vida
d e la so cied ad y d e sus h o m b res, im posible d e e n te n d e r sin refe ren cia a
valores. Los q u e él d e fien d e son la felicidad y el co m p leto desarrollo d el
ser h u m a n o individual, y la id ea d e sociedad libre q u e m an tie n e es aq u e­
lla en la q u e to d as las trad icio n es gozan d e los m ism os d e re c h o s sin im ­
p o rta r lo q u e o tras trad iciones p ien sen sobre ellas. Lo q u e d eclara q u e re r
es la restitu ció n a la sociedad del conocim iento q u e los expertos le h ab ían
a rre b a ta d o . «Iniciativa d e los c iu d ad an o s e n lugar d e epistem ología» es la
consigna. Esto significa, e n el o rd e n d e lo teórico, q u e la ciencia n o tiene
la p rerro g ativ a del co n o cim ien to . P o r si hace falta re m a c h a r este clavo: n i
siq u iera la ciencia tal co m o es practicada p o r los grandes científicos es ella
m ism a científica. Es, e n realid ad , u n a habilidad, u n arte. L a situación ini­
cial h a id o d eriv an d o h asta llegar a u n a conclusión que a m ás d e u n o le
h a b rá d e resu ltar so rp ren d en te: «No existen ciencias en el sentido d e n u es­
tros racionalistas; só lo hay h u m a n id a d e s» 19.
L a so rp resa se reb aja si se in te rp re ta n las p ro p u estas d e F eyerabend e n
clave d e indicio, d e g e n u in o in d ic a d o r de la valoración q u e d e la activi­
d a d científica tie n d e a h acerse hoy e n am plios sectores d e las sociedades
o ccid en tales d esarro llad as. Así, p o r p o n e r u n ejem plo b ie n próxim o, es

335
FII.OSOKÍA CONTENIl'ORÁNHA

u n h e c h o q u e n u estro s actuales estudiantes d e filosofía tien d en a sim pati­


zar m u c h o m ás co n el todo vale d e F eyerabend20 (o sus equivalentes) q u e
c o n el alm id ó n c a rn ap ian o . N u n ca hay q u e d escartar, p o r su p u esto , un re-
vival c u a n to m en o s del esp íritu neopositivista, p ro p iciad o fu n d a m e n ta l­
m e n te p o r q u ien es co nsideran q u e la broma Feyerabend ha llegado dem asia­
d o lejos, y p re fie re n u n a vuelta — m ás o m enos m aquillada— a las viejas y
co n fo rtab les certezas antes q u e transigir an te los anarquistas del conoci­
miento y dem ás c o m p añ ero s de viaje21 (parece lógico: a q u ien es les puso
nerviosos la ap arició n de Contra elmétodoles h a b rá d e g e n e ra r p arecid a in­
q u ie tu d cu alq u ier p ro p u e sta q u e transite en la dirección d e d eb ilitar el
e statu to del co n o cim ien to científico). Pero, a qu é engañarse, la sensibili­
d a d q u e p arece estar em p a p a n d o el im aginario colectivo d e nuestras socie­
d ad es n o es precisam ente entusiasta ante el desarrollo del conocim iento.
Sólo así se e n tie n d e el auge (cu an d o no el resu rg im ien to ) de p resu n to s
saberes alternativos al de la ciencia — de parapsicologías a astrologías, p a­
sa n d o p o r algunas variedades d e creencias religiosas, que, vistas con u n
p o co d e perspectiva, n o son sino m odalidades de u n viejo co n o cid o de la
an tro p o lo g ía , el p en sam ien to m ágico.
P ero F eyerabend fue invitado aquí, no se olvide, a m odo d e ejem plo-test,
d e au to r que, ah o ra podríam os añadir, adem ás de m ostrar la am plitud de
h o riz o n te s a b ie rta p o r los p la n te a m ie n to s p o p p e ria n o s, tien e la v irtud
d e expresar con n otable claridad — p o r no decir desparpajo— los supuestos
d e to d o tipo co n los q u e opera. La lectura m ínim am ente aten ta d e los tex­
tos de Feyerabend in duce a p ensar q u e probablem ente su especificidad pase
m ás p o r esta actitud q u e p o r las tesis e n sí mismas, q u e en g ran p arte son co­
m u n es co n el resto d el grupo. R ecordem os, si no, el caso d e K uhn, in tro d u ­
cien d o categorías co m o «crisis» o «revoluciones científicas», o el d e Laka-
tos, co n su p ro p u esta d e e n te n d e r el m ovim iento d e la ciencia en térm inos
d e «program as d e investigación», o, más allá, el d e Popper, inspirador, se­
g ú n m uchos, d e este inacabable ajuste de cuentas con el neopositivism o.
Es v erd ad q u e F eyerabend se esfuerza en m arcar distancias22 d e todos
ellos. S iem p re a su m a n era, claro está, es decir, a base de d e ja r c a e r ro tu n ­
das y so n o ras caracterizaciones (ya vimos su estilo antes, al h acer alusión a
alg u n o d e sus im p ro p e rio s ). Sólo es resp etu o sa la d e d icad a a Lakatos, d e
q u ie n se afirm a q u e «fue el ú n ic o filósofo de la ciencia que se e n fre n tó se­
ria m e n te co n el desafío de K uhn»; P o p p e r q u e d a descalificado e n los m ás
variados, p e ro sie m p re c o n tu n d e n te s, térm inos, e n tanto q u e la re fe re n ­
cia a K u h n , a u n q u e ig u alm en te crítica, es m ás m atizada. P ero los árboles
n o d e b ie ra n im p e d irn o s u n a co rre cta p e rcep ció n d e c o n ju n to d e la tota­
lid ad d el bosque, o, lo q u e viene a ser lo m ism o, valdría la p e n a n o cruzar
d eb ates d e d ife re n te n aturaleza.

336
M a n u e l C ruz

A lgunas de las p osiciones m ás características d e aquellos nuevos filóso­


fos d e la ciencia so n sin d u d a m ereced o ras de crítica — y, p o r ta n to , n o
cab e d escarta r q u e e n algún m o m e n to los dardos d e F eyerabend p u e d a n
d a r e n el blanco— . C iertam en te, hay algo d e sospechoso en la b u e n a aco­
g id a q u e, desd e perspectivas e n co n trad as, h a n ido recibiendo los p la n te a ­
m ien to s d e K uhn. Q u ien es están al acecho de las renuncias y desfalle­
cim ien to s d e la cien cia h an e n te n d id o aquéllos co m o u n a rg u m e n to q u e
refu e rza el elem en to convencional, in stru m en tal — exagerando: arb itrario
y g ratu ito — d e la ciencia. Se c o m p ren d e su euforia, que, al m ism o tiem po,
p e rm ite valorar c o n efectos retroactivos el éxito y la im p o rtan c ia d e la fi­
losofía d e P opper. H asta tal p u n to llegó a ser la id e a de racio n alid ad d e­
fen d id a p o r éste el can o n p ara gran p arte de los teóricos de la ciencia, q u e
su crisis h a sido in te rp re ta d a p o r los m en cio n ad o s cazadores d e re n u n ­
cias co m o la crisis d e la ciencia en cu an to tal. C om o si h u b iera u n co n ti­
n u o e n tre el a b a n d o n o del m o d elo p o p p e ria n o d e ciencia y el a b a n d o n o
d e la racio n alid ad m ism a.
P a ra los cien tificistas h a v en id o a re p re s e n ta r u n a p r ó rr o g a q u e les
p o n e a salvo d e fracasos pu n tu ales. N o hay verificación ni falsación c o n ­
cluyentes, se dice, sin o qu e es el p arad ig m a todo, o el p ro g ram a d e inves­
tig ació n en su glo b alid ad, lo q u e se p o n e a p ru e b a . P ero d e aq u í a que eso
o c u rra , p a re c e n pensar, hay tiem po so b rad o p a ra seguir h a c ie n d o lo qu e
hasta ahora: esta ciencia n o rm al tal vez no sea etern a, p ero tiene p a ra rato.
Más aú n , el m o d o e n q u e q u e d a n descritas las revoluciones científicas del
p asad o p arece su g e rir la idea de q u e, en realid ad , sólo se to rn a n visibles
p a ra la m ira d a d el h istoriador, esto es, u n a vez q u e ya h an alcanzado el es­
ta tu to d e n u ev a cien cia n o rm al. C o n otras palabras, q u e el utillaje co n ­
c ep tu al p ro p u e sto e n L a estructura de las revoluciones científicas sirve p a ra la
reco n stru c c ió n (del h istoriador) p e ro es de escasa utilidad p a ra la tom a
d e decisiones (del científico).
N o resulta, d esd e luego, dem asiado av en tu rad o afirm ar q u e K uhn es
p a rc ia lm e n te re sp o n sa b le d e esta situ ac ió n . Al a trib u ir a la c o m u n id a d
c ie n tífic a el ejercicio d e la cien cia n o rm a l y las d ecisio n es ú ltim as e n los
m o m e n to s d e cien cia e x tra o rd in a ria posibilita e n p a rte el equívoco, p o r
m ás q u e m atice e n o tro s m o m en to s que hay q u e estu d ia r lo qu e h ac e n los
científicos y tra ta r d e e n te n d e rlo — esto es, no acep tarlo sin m ás com o la
ú ltim a p alab ra in o b jetab le— . T am poco, a la vista d el éxito alcanzado p o r
el tópico, p arece h a b e r su rtid o efecto la q ueja k u h n ia n a ante la in te rp re ­
tació n q u e d e sus tesis hizo F eyerabend: en ten d erlas, h a escrito el au to r
d e L a estructura..., «com o u n a defensa de la irracionalidad en la ciencia m e
p a re c e n o sólo a b su rd o sino vagam ente o bsceno»23. Q uizá la resistencia
d el lu g ar co m ú n sea u n a señal de q u e hay p o r a q u í debíyo u n a dificultad
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

sin resolver. A la q u e se p u e d e in te n ta r d a r salida d e diversas form as. Rad-


nitzky, p o r ejem p lo , sostiene q u e teorías com o las k u hnianas tie n d e n a so­
cavar u n o de los pilares de la sociedad ab ierta («los totalitarios afirm an
ser c o m p eten tes in cluso p ara d ecid ir q u é d eb e considerarse v e rd a d e ro » ),
m ien tra s q u e e n el o tro ex trem o F ey erab en d d eclara com o u rg e n te la n e ­
cesid ad d e d efe n d e rse an te el p eligro d e elitism o tecnocrático (la crítica a
esa co m u n id ad , relativam ente tard ía en su trayectoria, h a te rm in a d o p o r
c o n stitu ir el eje d e sus in terv en cio n es teóricas recien tes24).
Sin e m b a rg o , a u n p u d ie n d o se r ciertos los re p ro c h e s señ alad o s, re ­
su ltaría e rró n e o in fe rir sin m ás de esta discusión q u e el p ro b lem a teórico
h e r e d a d o d e P o p p e r — e n definitiva, el del d esarro llo del co n o c im ie n to
cien tífic o — h a te rm in a d o d esp lazán d o se h acia el ám b ito de la sociolo­
g ía — a u n q u e la so ciología d e la ciencia, gracias e n g ran p a rte a aquél,
haya co b rad o u n a co n sid erab le im p o rtan c ia teórica— , de tal m a n e ra q u e
lo q u e e n fre n ta ría a R adnitzky o a tantos p o p p e ria n o s co n los d em ás se­
ría su a c titu d teo ricista fre n te al sociologism o m ás o m enos m aq u illad o
d e los otros. N o es ése el m otivo p o r el q u e F eyerabend siem pre a n d a a la
g re ñ a c o n los p rim e ro s, o p o r el q u e se p r o d u c e n otras co n fro n ta c io n e s
b ilaterales. El m otivo — q u e d ó a n u n c ia d o desd e el p rin cip io , y a h o ra es­
tam o s e n c o n d icio n es d e m ejo r re c u p e ra rlo — so n m ás b ie n las variadas
fo rm a s d e e n te n d e r la p re se n c ia d e esa in stan c ia q u e todos a c e p ta n , la
h isto ria.

L a c e n t r a l id a d d e i a h is t o r ia
(a p r o p ó s i t o d e K u h n , L a k a t o s y o t r a v e z P o p p e r p a r a t e r m i n a r )

P ero a la re fe rid a p resen c ia hay q u e d o tarla d e co n ten id o , y es a esta


ta re a a la q u e se van a aplicar con singular ah ín co los dos p rim eros autores
m en cio n ad o s e n el p aréntesis. Así, K uhn, c o m e n ta n d o a L akatos, p ro p o ­
n e re p la n te a r las co m p eten cias de lo norm ativo y lo descriptivo, situ a n d o
las dos historias ya señaladas e n este últim o nivel: «La historia in te rn a es
a q u ella q u e se c o n c e n tra p rim o rd ial o exclusivam ente e n las actividades
p ro fesio n ales d e los m iem b ro s de u n a co m u n id ad científica d e te rm in a d a
[...]. La h isto ria e x te rn a , p o r su p a rte , co n sid era las relaciones e n tre las
m e n cio n ad as c o m u n id ad es científicas y la cu ltu ra m ás a m p liam en te co n ­
siderada». El re p la n te a m ie n to h a g e n e ra d o u n b u e n n ú m e ro d e críticas,
lo q u e n o deja d e ser indicio d e su potencia. R. J. H all25, p o r citar sólo u n
caso, se h a p re g u n ta d o p o r si es p e rtin e n te utilizar la historia de la ciencia
p a ra d ecid ir e n tre m etodologías rivales, y se h a re sp o n d id o con u n a acu­
sación, p o r lo dem ás bastan te esperable: Lakatos es im preciso e n la elabo­

338
M a n u e i. C r u z

ració n d e las m eto d o lo g ías q u e exam ina, lo que im p id e trazar c o n exacti­


tu d la lín e a divisoria e n tre historias.
La refe ren cia a L akatos obliga a u n a nueva alusión retrospectiva a Pop-
per, co n cuyo p en sa m ie n to aquél m antuvo u n a relación re alm en te parti­
cular. Se h a h ab lad o d e puente e n tre la tradición p o p p e ria n a y la n u ev a fi­
losofía d e la ciencia p a ra caracterizar su obra. Algo hay d e eso. J u n to con
m ás elem en to s, obviam ente, H ack in g h a sugerido qu e bajo el b a rn iz pop-
p e ria n o se o cu ltab a e n Lakatos u n tím id o h eg elian o p ara el q u e el «susti­
tu to objetivo d e la v erd ad d eb e hallarse en la m etodología» e n te n d id a
co m o algo evolutivo a través del tiem po. Esto le h a b ría p erm itid o c re e r en
el p ro g re so y rech azar cu alq u ier g é n e ro de realism o, sin in c u rrir e n co n ­
trad iccio n es. El asu n to es im p o rta n te p ara lo q ue sigue.
C o n tra la o p in ió n d e algunos in térp retes, p a ra los cuales d ic h a parti­
cu lar relació n d e L akatos con el p en sam ien to de P o p p e r constituye un se­
rio re p ro c h e a la especificidad de su p lan team ien to , está la de aquellos
o tro s q u e e n tie n d e n q u e p recisam en te ese vínculo p erm ite re c o n stru ir
c o n p u lc ritu d teó rica — casi e n las an típ o d as del trazo grueso, p o r ejem ­
p lo, d e u n F ey erab en d — el alcance d e la p ro p u e sta del au to r d e Conjetu­
ras y refutaciones. Así, N ew ton-Sm ith h a analizado co n especial ag u d eza26
los aspectos d el p ro g ra m a p o p p e ria n o recogidos po lém icam en te p o r la
filosofía d e la cien cia p o ste rio r com o, p o r ejem plo, la tesis de la verosim i­
litu d , o incluso aspectos m ás g enerales, com o la n atu raleza de su racio n a­
lism o («el racio n alista irracional» le d e n o m in a N ew ton-Sm ith). P o p p e r
cree q u e las investigaciones sobre problem as d e validez y a p ro x im ació n a
la v erd ad son ló g icam en te an te rio re s a las investigaciones genéticas, his­
tóricas e incluso psicológicas, a u n q u e n o desd eñ a, desde luego, q u e estas
ú ltim as p u e d a n p la n te a r im p o rtan tes inconvenientes al lógico d e la inves­
tigación científica. Q u e d a clara la je ra rq u ía , p ero no la co n ex ió n , a n o ser
q u e se acep te el m ás q u e problem ático — él m ism o lo califica de «conjetura
u n ta n to arriesg ad a» — p rin cip io d e transferencia, según el cual «todo lo
q u e es v erd ad e n el d o m in io d e la lógica, lo es tam b ién e n el m é to d o cien­
tífico y e n la h isto ria d e la ciencia»27 (dicho de o tro m odo, que lo q u e sea
v erd ad en la h isto ria d e la ciencia in te rn a m e n te reco n stru id a, h a b rá de
serlo ig u alm en te en la h isto ria e x te r n a ) .
Lakatos, en efecto , p lan tea las cosas de u n a m a n e ra m ás racio n al, sin
p o r ello ro m p e r d el to d o am arras co n P opper. Si dijim os que lo q u e defi­
n ía a to d o este g ru p o d e p o stp o p p e rian o s era la defensa de la n ecesid ad
d el estu d io d e la h isto ria d e la ciencia — e n el caso de alguno d e ellos, en
se n tid o am plio— p a ra la elab o ració n de la filosofía de la ciencia, Lakatos,
a u n m a n te n ie n d o co n su m aestro el carácter fu n d am en tal de la historia
in te r n a fre n te al se cu n d ario de la e x te rn a (puesto q u e aquélla es au tó n o ­

339
F i l o s o f í a c o n t i í m f o r An k a

m a e n ta n to q u e ésta resu lta e n su o p in ió n irrelev an te p a ra el e n te n d i­


m ien to d e la cien cia), in tro d u c e la posibilidad d e corrección de las recons­
tru ccio n es racionales p o r m edio de elem entos históricos in d ep en d ien tes.
Lo deseab le es in te n ta r criticar ta n to la p ro p ia reco n stru cció n racional
p o r c arecer d e h isto ricid ad co m o la h istoria real p o r carecer de racionali­
d ad . T o d o estu d io histórico d e b e ría ir p reced id o p o r u n estudio h eu rísti­
co. T ras lo cual su fam osa paráfrasis d el n o m en o s fam oso dictum d e K ant
alcanza p le n o sen tid o : «La filosofía d e la ciencia sin historia d e la ciencia
es vacía; la h isto ria d e la ciencia sin filosofía de la ciencia es ciega».
P o r su p arte, la persp ectiv a d e K u h n resu lta, co m p arativ am en te h a ­
b lan d o , m en o s co n ciliadora. Se d iría q u e el a u to r d e L a estructura de las re­
voluciones científicas n o se e n c u e n tra ex ag erad am en te p re o c u p a d o p o r al­
can zar alg u n a m o d a lid a d de a c u e rd o con P opper. Más b ien p a re c e que se
u b ica en el espacio teó rico q u e éste n o alcanza — o se resiste— a pensar.
Es cierto q u e P o p p e r — q u ie n coincide con los neopositivistas e n m ás de
u n aspecto: en su c o n sid erac ió n de la ciencia com o u n c o n ju n to d e e n u n ­
ciados, e n la se p ara ció n e n tre base em p írica (epistem ológicam ente im ­
p ro b lem átic a) y e n u n ciad o s teóricos, y, p o r últim o, en la firm e creen cia
e n u n a s reglas lógicas d e ra c io n a lid a d universales, co m u n es a to d as las
teo rías científicas— se h a p o d id o llegar a m o strar algo m ás p e rm e a b le a
la in c o rp o ra c ió n d el e le m e n to histórico, d e b id o fu n d a m e n ta lm e n te a su
p re o c u p a c ió n p o r el p ro g reso d el co nocim iento. P ero esto n o le h a im pe­
d id o e n ab so lu to ser estricto a la h o ra de las p rioridades. Se d e sp re n d e d e
la se ñ alad a división e n tres m u n d o s q u e la justificación d e la p refe ren cia
d e u n a te o ría a o tra («el ú n ico tipo d e “justificación” q u e creo posible»,
se g ú n sus p ro p ias p alabras) h a d e distinguirse tajan tem en te de to d o p ro ­
b lem a g en érico h istórico y psicológico.
El rasgo m ás característico d e P o p p e r es q u e n o hace eq uivaler distin­
ció n y exclu sió n 28. El asigna a la historia d e la ciencia la tarea de tra ta r d e
re c o n stru ir la situación problemática d e q u e p a rte u n a teo ría p ara ver la for­
m a e n q u e consigue resolverla. De este m o d o se alcanza el d o b le objetivo
d e evitar las posibles d efo rm ac io n e s q u e surgirían con la proyección so­
b re el p asado d e n u estras categorías (y soluciones) científicas actuales, p o r
u n lad o , y, p o r o tro , a c c e d e r a u n a c o m p re n sió n a d e c u a d a del alcan ce y
orig in alid ad d e los logros pasados. El m étodo, ciertam ente, posee sus ven­
tajas. U n a re co n stru cció n racional d e la h istoria d e la ciencia p e rm ite d e­
tectar — sin re n u n c ia r p o r ello al privilegio de la visión retrospectiva— el
m a rg e n d e m an io b ra, es decir, p e rm ite d escu b rir los desarrollos d e la in ­
vestigación — los conocimientos-problemas-instrwmentos, com o d iría R adnitz-
ky— q u e h a b ría n resu ltad o posibles e n el m arco d el p aradigm a d o m in a n ­
te, d ad o s los factores c o n d u c to re s in tern o s.
M a n u k i. C ru z

P ero esta im ag en de la historia difícilm ente p u e d e satisfacer, según h a n


señ alad o co n acierto sus críticos, pu esto q u e la reco n stru cció n p ro p u e sta
p o r P o p p e r se d esarro lla p o r e n te ro e n el tercer m u n d o , sin q u e exista e n
su o p in ió n m ás m é to d o alternativo q u e el «consistente e n revivir intuitiva­
m e n te u n a ex p erien cia p ersonal (m étodo cuyo valor lim itado y subjetivo
n o p re te n d o rech azar totalm ente, ya que al m ism o tiem po resulta inevita­
blem en te sugestivo) »29. C om o b ien h a visto la crítica postpositivista, difícil­
m e n te cabe legislar acerca del pro ceso del a u m e n to de los conocim ientos
desd e u n a perspectiva exclusivam ente proposicional de la ciencia. C u a n ­
do se a tie n d e al co m p lejo p ro ceso d e la práctica científica se c o m p ru e b a
en q u é m e d id a los científicos violan c o n sta n te m e n te los criterio s de ra­
c io n a lid a d p re se n ta d o s p o r los m eto d ó lo g o s. (El m eto d ó lo g o , d ich o sea
de paso, aco stu m b ra a ser ese perso n aje em p e ñ a d o en explicar a los c ie n ­
tíficos lo q u e d e b e ría n hacer, e n ta n to q u e al h isto ria d o r de la cien cia le
c o rre s p o n d e ría la tarea de d a r c u e n ta del sin d u d a im p u ro p ro ceso q u e
h a co n d u c id o h a sta el p ro d u c to e stu d ia d o p o r el filósofo de la ciencia-
m eto d ó lo g o .)
Esta es, en efecto , u n a de las observaciones m ás in q u ietan tes realiza­
das p o r algunos h istoriadores y sociólogos d e la ciencia actuales, y que m ás
p a rece afectar al n erv io del proyecto p o p p erian o : a m en u d o los científi­
cos p o n e n a salvo d e la refutación u n a idea teó rica m ediante diversos p ro ­
ced im ien to s, co m o el d e atacar la teoría que dirige la contrastación, criticar
la versió n c o n c re ta d e la te o ría so m e tid a a co n trastació n , critic ar las te o ­
rías auxiliares em p lead as en la derivación del efecto q u e luego n o se ob­
serva o criticar los p ro p ios inform es d e observación, en tre otros30. Estam os
a n te los efectos finales de aq u ella concesión inicial. R e co n o cer el p ro ta ­
g o n ism o d e los científicos en su p ro p ia tarea, subrayar su p ecu liar co n d i­
ció n d e ju e z y p a rte , d eja al p o p p e ria n o d e estricta o b se rv an c ia in e rm e
fre n te a la co n statació n , histórica o sociológica, d e que la cien cia no hace lo
que (él cree que) debe. P ero, sobre todo, fren te a la conclusión q u e de a h í se
d e s p re n d e seg ú n la cual no le va n a d a m al o b ra n d o así. Si la p ru e b a feh a­
cien te d e la racio n alid ad de la ciencia la constituyera su p rogreso, su ca­
p acid ad d e d a r c u e n ta de parcelas cada vez m ayores de la realidad, h ab ría
q u e em p ezar a p e n sa r si n o será p recisam en te P opper, en caram ad o e n lo
m ás alto d e su te rc e r m u n d o , el irracionalista. Sería éste un final cierta­
m e n te p arad ó jico p a ra q u ie n irru m p ió en la escena del p en sam ien to
c o n te m p o rá n e o co m o el adalid d e u n a fo rm a d eb id am en te actualizada
d e racionalism o.
C on todo, lo im p o rtan te n o es tan to esta constatación com o la conside­
ració n d e hasta q u é p u n to ten ía P o p p e r m a n era de escapar a la paradoja.
Los críticos d e los plan team ientos iniciados en L a lógica de la investigación

341
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

científica11 h an insistido en que ésta era u n a conclusión tan a n u n ciad a com o


inesquivable. N o h ace a h o ra al caso re c o n stru ir esta, p o r lo d em ás com ­
pleja y antigua, discusión. Im p o rta ta n sólo señ alar qu e según aquéllos, el
d eductivism o c o n d u c e sin rem ed io al irracionalism o. Situar la v erd ad e n
u n h o rizo n te p o r defin ició n inalcanzable equivale a deslizar en el in te rio r
d e la id e a d e cien cia u n a sutil y a p en as so te rrad a con cep ció n escéptica e
irracionalista. E n el m ism o se n tid o q u e el rechazo d e la tesis de q u e exista
u n p ro g reso acum ulativo en el co n o cim ien to científico equivale, creen , a
p recip itarse en el abism o intelectual d e la indistinción e n tre la v erd ad y la
falsedad. La po sició n d e estos críticos es, sin d u d a, exagerada. P e ro en su
catastrofism o sirve p a ra llam ar la a ten ció n sobre u n n exo relevante.
D e alg u n a fo rm a h em o s re g re sa d o al orig en , sólo q u e con u n a c o n ­
clu sió n e n cierto m o d o ya p refig u rad a. La reflex ió n filosófica tra n sc u rri­
rá p o r u n o s u otros d erro tero s según qu e se enfatice lo que la ciencia tiene
d e p ro d u c to o d e p ro c e so (h a b ié n d o se a b ierto esta s e g u n d a p o sib ilid ad
co m o resu ltad o d e la c o m p ro b a c ió n d e las insuficiencias q u e p re se n ta la
exclusiva a te n c ió n a la p rim e ra ). La op ció n p o r lo procesual, adem ás,
d e b e rá in c o rp o ra r co m o elem en to inexcusable la alusión a la historia d e
la cien cia. N o sólo p o rq u e , com o ya vio C o u rn o t, el elem en to filosófico y
el cien tífico h a n a p a re c id o a lo larg o d e la h isto ria com b in ad o s y asocia­
d os e n el d e sa rro llo de la actividad in telectu al, o p o rq u e las crisis re n o ­
v ad o ras d e las cien cias h a n p ro v o cad o crisis ú tilm e n te re n o v ad o ras de la
filosofía, sin o ta m b ié n p o rq u e co n v ien e no p e r d e r de vista el h e c h o d e
q u e la cien cia tal co m o la co n o cem o s hoy n o es in elu d ib le. A firm ació n
ésta q u e p r e te n d e se r algo m ás (a u n q u e sólo sea u n poco más) q u e u n a
m e ra obviedad: se p re te n d e u n re c o rd a to rio de la co n d ició n c o n tin g e n ­
te d e l p ro d u c to cien tífico a través d el cual se p u e d e a b rir la vía p a r a esta­
b le c e r los vínculos c o n la re a lid a d e n q u e d ich o p ro d u c to a p arece.
E n tre todos (K u h n, F eyerabend, Lakatos, Radnitzky...) han id o dibu­
ja n d o u n a p u n te d e alternativa: hay q u e avanzar p o r la se n d a a b ie rta p o r
P. D u h em , asu m id a p o r P o p p er y d esarro llad a p o r Q uine. P ero hay q u e
lleg ar m ás allá d e d o n d e ellos fu e ro n capaces d e hacerlo. Sólo se p u e d e n
re fu ta r sistem as teó ricos com pletos: d e acuerdo. P ero este tipo d e holis-
m o ep istem o ló g ico — q u e sostiene q u e u n a hipótesis n u n c a se e n fre n ta
a isla d am en te al trib u n a l d e la natu raleza o de los hechos, sino q u e lo h ace
sie m p re en el co n tex to del c o n ju n to d e los conocim ientos y creencias a
q u e p e rte n e c e y d e los q u e d e p e n d e ta n to p a ra la o b ten ció n de p red iccio ­
n es co m o p a ra la re c o g id a e in te rp re ta c ió n d e los p resu n to s h e c h o s—
d e b e evitar el p elig ro de m a ta r m oscas a cañonazos. P o rq u e si u n a p red ic­
ció n in cu m p lid a c o m p ro m e te a la totalidad del sa b er im plicado y n o sólo
a u n a h ip ó tesis aislada, sin q u e haya fo rm a d e p recisar c o n ex a c titu d el
M a n u e l C ruz

lu g a r d e la avería, en to n ces la e n te ra vida d e la ciencia está en p elig ro e n


to d o m o m e n to y en to d o lugar.
C iertam en te, hay q u e cam biar de escala, a u m e n ta r el tam año d e la u n i­
d a d d e evaluación (p aradigm a, sen tid o com ún, p ro g ram a de investiga­
ción, tra d ic ió n ...), p e ro eso h a d e h acerse de u n a d e te rm in a d a m a n e ra (o
en u n a d e te rm in a d a d irección, p o r decirlo de u n a form a, si cabe, m enos
p re c isa ). El c am b io d e escala n o p u e d e ser m e ram en te form al. T ie n e q u e
d a r cabida, a te n d e r y p ro fu n d iz a r e n lo q u e e n la term in o lo g ía d e estos
discursos se d esig n a p o r contexto de descubrimiento (el ex terio r d e l conoci­
m ien to , si se n o s p e rm ite la sim plificación). Sólo u n a perspectiva totaliza­
d o ra así e n te n d id a , q u e articule el dentro y el fuera de la ciencia y la piense
e n térm in o s m áx im am en te globales, h a b rá de p e rm itir la su p e rac ió n d e
la disyuntiva re a lism o /in stru m e n ta lism o . Tal vez lo p en sad o h a sta a h o ra
n o p e rm ita todavía p re sc in d ir de la distinción e n tre contextos, p ero , p o r
lo m en o s, sí p ro p o rc io n a b u en as razones p ara d u d a r d e la p ree m in e n c ia
q u e d u ra n te ta n to tiem p o se atribuyó el d e justificación sobre el d é descu­
b rim ien to .
Los térm in o s del diálogo e n tre K uhn y los nuevos form alistas32 (Sneed,
S tegm üller, M oulines) p a re c e n avalar esta p ercep ció n . La valoración q u e
éstos h a n h e c h o d el trabajo d e aq u él h ab rá d e resultar, sin d u d a , en exce­
so co n d e sc e n d ie n te p a ra el p a la d a r d e los m ás intransigentes, p e ro d esde
u n a actitu d algo m en o s rígida p u e d e considerarse un claro in d icad o r d el
giro to m ad o p o r el viejo d eb ate e n los últim os tiem pos. Se trata, según los
S teg m ü ller y co m p añ ía, de e la b o ra r u n nuevo co n cep to de te o ría que su­
p e re las lim itaciones d el co n cep to p o p p e ria n o , y así evitar que el rechazo
d e su lógica d e la investigación científica arra stre en su caída la lógica d e
la ciencia p o r en tero . P ara q u e haya efectiva superación esta renovada teo­
ría h a b rá d e se r capaz d e e n c o n tra r un m o d o d e convivencia teórica con
el ám b ito d e los fen ó m en o s históricos descrito p o r K uhn, cuyo trabajo, p o r
lo dem ás, todos ellos elogian.
P ero este reco n o cim iento en n in g ú n caso debiera in terp retarse com o
u n a auto in m o lació n d e los antiguos partidarios del contexto d e justifica­
ción en la p ira del contexto d e descubrim iento. U na lectura a te n ta de los
textos d e aquellos revela la subsistencia de fuertes reservas ante el tipo de
propuestas ejem plificadas p o r K uhn. No deja d e ser com prensible esta acti­
tu d , p o r lo m en o s e n lo q u e tiene d e defensa d e u n espacio de a u to n o m ía
p ara el discurso científico. R ealm ente, sólo unos pocos historiadores y so­
ciólogos de la ciencia se atreverían a sostener que, e n últim o térm ino, todos
los desarrollos a n ta ñ o cobijados bajo el paraguas d e la filosofía d e la ciencia
se resuelven o disuelven p lanteándolos en clave histórico-sociológica. Y, des­
d e luego, en ese p eq u eñ o g ru p o n o se en co n traría el propio K uhn, quien
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

en m ás d e u n a ocasión h a reconocido que el m encionado form alism o hace


accesibles a la filosofía de la ciencia33 im portantes y novedosos territorios.
H ab rá, pues, q u e seguir h ab lan d o , p o r m ás que u n o de los in terlo cu to ­
res, T. S. K uhn, ya n o esté en tre nosotros. Y h ab rá q u e hacerlo co n la pers­
pectiva d e e n c o n tra r u n espacio teórico d e coincidencia, m ás allá de la
m e ra (a u n q u e sea rec íp ro c a ) v aloración positiva del trabajo d el o tro . Se
n ecesita p ro fu n d iz a r e n u n a p a ra to c o n cep tu al co m ú n q u e n o lib re el
acierto d e u n análisis histórico a la genialidad intuitiva del analista (elogio
e n v en en a d o q u e S tegm üller dedica a K uhn), p ero que, de o tra p a rte , per­
m ita p en sar lo q u e, co n dem asiada frecuencia, algunos lógicos de la cien­
cia d a n p o r d esco n tad o , a saber, q u e el contexto d e justificación n o necesi­
ta justificación alguna. N o son éstas aspiraciones q u e estem os atribuyendo
d esd e fu era a u n o s y a otros. Stegm üller, en representación de los nuevos
form alistas, h a explicitado su p reo cu p ació n p o r alcanzar u n a respuesta a la
p re g u n ta d e si las revoluciones científicas llevan consigo u n p rogreso cien­
tífico, d el m ism o m o d o qu e K uhn d eclarab a, ya e n 1965, q u e c o m p a rtía
co n sus críticos el objetivo de e n te n d e r la ciencia, la razones de su especial
eficacia, el status cognoscitivo de sus teorías. Sólo q u ed a p o r decidir, p o r
tan to , si hay esp eran za p ara este diálogo o si, p o r el contrario, com o creen
otros, seguim os estan d o ante dos enfoques irreconciliables.
La o p ció n asu m id a en la p re se n te reco n stru cció n se p re te n d e ta n cla­
ra co m o obvia (p a ra te rm in a r o p ta n d o p o r el c u e rn o d erro tista d e l dile­
m a n o h u b iese h e c h o falta d em o rarse tan to en los arg u m en to s in te rm e ­
dios) . Es u n a o p ció n q u e in c o rp o ra d eterm in ad as convicciones acerca de
la n atu raleza d e esta p articu lar fo rm a d e ap re h e n sió n espiritual d e l m u n ­
d o q u e es la ciencia. N o o tra cosa, e n definitiva, fue lo q ue se p re te n d ió es­
clarecer d esd e el p rim e r m o m en to . Ni las construcciones científicas son
descrip cio n es d e cómo es el mundo en realidad, ni se red u cen a ficciones úti­
les q u e facilitan n u estro s cálculos. La ciencia d e b e concebirse co m o u n a
actividad in te rre la c io n a d a con otras de u n a m a n e ra característica, según
la so cied ad d e la q u e se trate. D an d o u n paso más: es u n a actividad social
co m p leja cuyo se n tid o últim o n o p u e d e reducirse a las creencias indivi­
d u ales (P o p p er) o colectivas (K uhn). El p ro b lem a general de la relació n
e n tre las teorías científicas y el m u n d o real h a de plantearse bajo u n a nu e­
va luz. El m u n d o e x te rio r y el m u n d o de las teorías son reales (c o n tra el
in stru m en talism o ) p e ro distintos (co n tra el realism o ): vienen u n id o s p o r
o tro m u n d o , ig u alm en te real, q u e es la actividad científica desarro llad a
en u n co n creto c o n tex to histórico-social p o r u n o s d eterm in ad o s agentes.
P or eso n in g ú n colectivo profesional tiene el m o n o p o lio d e su c o m p re n ­
sión. Tal vez a esta p erspectiva se le p u d ie ra d en o m in ar, p a ra fra se a n d o
a b ie rta m e n te la id ea d e otros, u n holismo fuerte.

344
N otas

1A unque éste es un asunto sobre el que no hay unanimidad. Si por Popper


fuera, el mérito no lo repartiría con nadie, pero hay intérpretes que han entendi­
do que la definitiva puntilla al positivismo lógico fue la que le dio Kuhn (com o los
hay, por cierto, que rizan el rizo y m antienen que este último no está tan lejos de
Carnap com o se suele pensar).
2K. R. Popper, Conocimiento objetivo, Madrid, Tecnos, 1974, p. 106.
3 Esta reconversión, hay que reconocerlo, fuerza un tanto los términos poppe-
rianos al entender dichos «procesos de producción» en un sentido m áxim amen­
te amplio, que con toda probabilidad a Popper se le antojaría exageradamente
amplio.
4Teorizado por L. Laudan (Elprogresoy sus problemas)a.través de lo que ha pro­
puesto denom inar el principio de (irracionalidad: «La sociología del conocim iento
puede hacer su entrada para explicar las creencias sólo si dichas creencias n o se
pueden explicar en términos de sus méritos racionales».
5 Para una útil visión de conjunto de la genealogía y los más recientes desarro­
llos sobre este tema cfr. Carlos Solís, Razones e intereses, Barcelona, Paidós, 1994, es­
pecialm ente el capítulo 3, titulado «El giro sociologista».
fi Cfr. G. Radnitzky, «Hacia una teoría de la investigación que no es ni recons­
trucción lógica ni psicología o sociología de la ciencia», Teorema, vol. III/2-3,
1973, pp. 197-264.
7T. S. Kuhn, La tensión esencial, M éxico, FCE, 1982, p. 37.
8J. D. Bernal, Historia social de la ciencia, Barcelona, Península, 4a ed.: 1976. Véa­
se especialmente el apartado «Necesidad y carácter de la ciencia», pp. 21-57. Véase
también P. W. Bridgman, Rejlections of a Physicist, Nueva York, Philosophical Li-
brary, 1955, p. 83.
9 «... “ciencia normal” significa investigación basada firmemente en una o más
realizaciones científicas pasadas, realizaciones que alguna com unidad científica
particular reconoce, durante cierto tiempo, com o fundam ento para su práctica
F n .o s o i -ía c o n t e m p o r á n e a

porterior» (T. S. Kuhn, La estructura de las revoluciones científicas, México, FCE,


1971, p. 33).
10T. S. Kuhn, «Reflexiones sobre mis críticos», en I. Lakatos & A. Musgrave
(eds.) La crítica y el desarrollo del conocimiento, Barcelona, Grijalbo, 1975, p. 240.
11 Ludwig Fleck, La génesis y el desarrollo de un hecho cien tífico, Madrid, Alianza,
1986.
12También podríamos citar, por ejemplo, a Ian Hacking (ed.), en Revoluciones
científicas, M éxico, FCE, 1985.
13Mismo año, por cierto, éste de 1935 en que H éléne Metzger mostraba su in­
quietud ante un a priori que los positivistas lógicos mantenían en la base de su
trabajo: «... la ignorancia sistemática, espontánea primero, querida después, de
los trabajos originales de los filósofos, de la historia de la filosofía y de la historia
de la ciencia» (La méthodephilosophique en histoire des sciences. Textes 1914-1939, cita­
do por Antonio Beltrán en su Introducción a T . S. Kuhn, ¿Quéson las revoluciones
científicas'?, Barcelona, Paidós/ICE-UAB, 1989, p. 13).
14 En la última nota de su trabajo «La historia de las ciencias y sus reconstruc­
ciones racionales», recogido por Hacking en Revoluciones científicas, op. cit., p. 242.
15 Así, es bien fácil hacer una lectura de la tesis de la dependencia teórica de
las observaciones en clave psicológica. Está más que probada nuestra tendencia a
percibir lo que esperamos o, a la inversa, nuestra absoluta ceguera ante lo que no
entra en nuestras expectativas ver (confróntese, a este respecto, la Introducción
de Antonio Beltrán al ya citado texto ¿Qué son las revoluciones científicas?, especial­
mente pp. 23-25, donde se plantean interesantes observaciones críticas acerca de
las consecuencias que para Kuhn tiene entender la carga teórica de los hechos
bajo la analogía del m odelo psicológico de la Gestall). Pero, sin duda, a los efectos
de la presente reconstrucción, interesa más tomar com o referencia la versión lin­
güística de aquella tesis, que viene a afirmar, en sustancia, que los enunciados
descriptivos del nivel básico observacional se formulan con conceptos teóricos o
con términos reinterpretados en función de una teoría. Para este tópico, véase,
además del artículo de Javier Muguerza citado supra, nota 17, el propio texto de
Hanson que allí se menciona: Patrones de descubrimiento, Madrid, Alianza, 1977, es­
pecialm ente el epígrafe «Observación», pp. 11-16, donde se presenta la famosa
definición de los hechos no com o aquello que hace verdadero un enunciado, sino
a la inversa: « los hechos son aquello que afirman los enunciados verdaderos».
16 Op. cit., p. 7.
17 Tan grande es el convencim iento popperiano de que el científico se en­
cuentra, sin desfallecimiento alguno, en estado de alerta crítica, que llega a afir­
mar que «el “científico normal”, tal com o Kuhn lo describe, es una persona a la
que habría que compadecer» (K. R. Popper, «La ciencia normal y sus peligros»
en I. Lakatos & A. Musgrave (eds.), La crítica y el desarrollo del conocimiento, op. cit.,
p. 151).

346
M a n u f .i . C r u z

18 Para una visión de conjunto de lo que alguna vez se ha denom inado «la con­
cepción de la LSE» (London School o f Economics) resulta útil el volum en Progre­
so y racionalidad en la cimcia, editado por Gerard Radnitzky y Gunnar Anderson,
Madrid, Alianza, 1982.
19Acaso lo que merezca ser destacado de la estridente formulación d e Feyera­
bend sea — m ucho más que el aparente elogio a las humanidades— lo que tiene
de afirmación de un relativismo radical allegable al defendido por autores como
el ya m encionado D. Bloor, quien ha sostenido que el conocim iento no es un
producto de la experiencia, de «los hechos y las matemáticas», sino un conjunto
colectivo de representaciones culturales, de m odo que «el conocim iento se iden­
tifica mejor con la cultura que con la experiencia» (Knowledge and Social Imagery,
Londres, Roudedge & Kegan Paul, 1976, 2a ed.: Chicago, Chicago University
Press, 1991, pp. 15-16).
20Aunque tal vez la simpatía se les rebajara un poco si supieran que el lema fi­
gura en el texto de una canción de Colé Porter, com o ha señalado, con una iro­
nía fronteriza con el sarcasmo, D. C. Stove en su trabajo «Colé Porter y Karl Pop-
per: la era del jazz en la filosofía de la ciencia», incluido en su libro El culto a
Platón, Madrid, Cátedra, 1993.
21 En cierto sentido ésta es la actitud del recién m encionado filósofo australia­
no D. C. Stove en su libro, por lo demás no exento de brillantes y agudos análisis,
Poppery después, Madrid, T ecnos, 1995.
22 Ppr ejemplo, en su Adiós a la razón, Madrid, Tecnos, 1984.
23T. S. Kuhn, «Consideración en torno a mis críticos», en I. Lakatos & A. Mus-
grave (eds.), La críticay el desarrollo del conocimiento, op. cit., p. 432.
24 Véase por ejemplo, su autobiografía Matando el tiempo, Madrid, Debate,
1995, o su Ambigüedad y armonía. Lecciones sobre ciencia y sobre vida, Barcelona, Pai­
dós, 1999. Aunque no tan reciente, otra buena muestra de este interés se encuen­
tra en su ya citado «Diálogo sobre el método».
25 R. J. Hall, «¿Se puede utilizar la historia de la ciencia para decidir entre m e­
todologías rivales?», en Lakatos y otros, Historia de la cienciay sus reconstrucciones ra­
cionales, Madrid, Tecnos, 1974, p. 115. Esta obra es parte de la que fue publicada
originariamente bajo el título PSA 1970-In Memmy ofRudolf Camap, en 1971 por
D. Reidel PublishingCompany, Dordrecht (Holanda).
26W. H. Newton-Smith, La racionalidad de la ciencia, Barcelona, Paidós, 1987.
27 K. R. Popper, Conocimiento objetivo, op. cit., p. 19.
28 «Las investigaciones lógicas sobre problemas de validez y aproximación a la
verdad pueden ser de la mayor importancia para las investigaciones genéticas,
históricas e incluso psicológicas. En cualquier caso, son lógicamente anteriores a
este último tipo de problemas, aunque las investigaciones sobre historia del con o­
cim iento pueden plantear importantes problemas al lógico de la investigación
científica» (ibídem, p. 71).
F lI .OSOFÍA ( :ONTEM l'OKÁNKA

29 Ibídem, p. 162, nota 18.


30 Carlos Solís ha propuesto com o ejemplo histórico de resistencia a la refuta­
ción la reacción de sus contem poráneos al experimento realizado por I. Newton
para refutar las teorías que concebían la luz como una alteración local en un me­
dio continuo. Véase Razones e intereses, op. cit., especialm ente pp. 25 y ss.
31 Cuyos argumentos recoge cumplidamente D. C. Stove en su ya citado Popper
y después.
32 Véase los artículos de Erkenntnis 10 (1976) 2. Una muy correcta reconstruc­
ción de este diálogo se encuentra en la ya citada «Introducción» de A. Beltrán a
¿Qué son las revoluciones científicas ?, de Kuhn, pp. 33-44.
33Lo ha hecho, por ejemplo, com o ha recordado A. Beltrán, tanto en ¿Quéson
las revoluciones científicas1, op. cit., p. 58 (donde por lo demás apunta la posibilidad
de establecer paralelismos — «intrigantes», dice él— entre su enfoque y los de la
foucaultiana arqueología del saber) com o en La tensión esencial, op. cit., p. 22.

348
C a p ít u l o X V I
E s t r u c t u r a l is m o y p o s t e s t r u c t u r a l is m o

C o n el e stru ctu ralism o h a su c ed id o u n a cosa curiosa. M ien tras q u e lo


q u e desig n a el r ó tu lo e n gen eral, esto es, la co rrien te, escuela o te n d e n c ia
co m o tal p arece h a b e r caído p rácticam en te en desuso, llegando a conver­
tirse casi en sin ó n im o d e m o d a su p e rad a , los au to res q u e p re su n ta m e n te
fo rm a b a n p a rte d e él h an alcanzado p o r su c u e n ta u n a considerable n o ­
to rie d ad , h asta el e x trem o d e q u e u n a p arte d e ellos todavía co n cita la
a te n c ió n d e los especialistas — b ien es cierto qu e co n u n a clara ten d en cia
d e c lin a n te — , a te n c ió n que, sin em bargo, ya no viene asociada con el es­
p acio teórico e n el q u e se o rig in a ro n .
L a p rim e ra reacció n a n te este curioso fe n ó m e n o es pen sar q u e en re a ­
lid ad aq u ella u n ificació n inicial bajo u n solo n o m b re e ra del to d o artifi­
ciosa, u n a m e ra o p eració n pu b licitaria o u n o de los últim os episodios de
m o d as filosóficas im p o rtad a s del país vecino. Esta reacción, d e p u ro ro­
tu n d a co m o es, resu lta sospechosa. E lim inar — o d esd eñ ar— c o n efectos
retroactivos to d o lo q u e hoy n o p a rece encajar e n n u estra in terp retació n
d el p asad o im p lica re c a e r p o r e n ésim a vez en u n o de los e rro re s más fre­
cu en tes en u n a cierta historiografía filosófica v ergonzante — e n el sen ti­
d o d e q u e n o q u ie re reco n o cerse com o tal— , a saber, lo que p u d ié ra m o s
llam ar el h istoricism o presentista, la acrítica y co m placiente re c o n stru c ­
ció n d el p asad o a la luz d e cada n uevo p resente.
N o fue p o r casu alid ad ni p o r bo b alico n ería generalizada p o r lo q u e en
su m o m e n to — h acia finales de los años sesenta y principios d e los seten ­
ta— la p ro p u e sta asociada al estructuralism o obtuvo u n a n o tab le re p e r­
cusión. La o b tuvo p o rq u e a p arecía en p rim e r lu g ar com o u n a p ro p u esta
u n ita ria (to d o lo c o h e re n te q u e p u e d e ser lo c o m p artid o p o r diversos fi­
lósofos) y so b re to d o p o rq u e e ra u n a p ro p u e sta que p arecía cuestionar
d e llen o d im en sio n es centrales de la filosofía do m in an te hasta ese m o m en ­
to. E n co n creto , a p arecía com o u n a reb elió n generalizada c o n tra los dis­
F lI .OSOl-'ÍA CONTEMPORANEA

cursos hu m an istas d e diverso tipo, q u e m an ten ían todos ellos la centrali-


d ad d e la n o ció n d e sujeto.
P ues b ien , fre n te a esta h eren cia, lo m ás característico del discurso es-
tru ctu ralista es su reivindicación d e la n o ció n de e stru c tu ra 1. Su id ea, si se
q u ie re d e c ir d e o tra m an era, de q u e existen sistem as o dispositivos a n ó n i­
m os, supraindividuales, d e d iferen te tipo (estructuras económ icas, an tro ­
pológicas, psíquicas, lingüísticas, históricas...) que, desde el p u n to d e vis­
ta d e l co n o c im ie n to , sirv en p a ra ex p licar m ejo r d e lo q u e lo h a c ía n las
n o cio n es p reex isten tes (esp ecialm en te las de h o m b re , p ersona y sim ila­
res) el tra n sc u rrir d e los acontecim ientos, y que, d esde el p u n to d e vista
p ráctico , d esarro llan u n a eficacia in fin itam en te m ayor q u e la de los ele­
m en to s m ás p eq u eñ o s (com o los co rresp o n d ien tes a la escala individual).
Se trata, p o r tan to , d e u n desplazam iento de perspectiva q u e pasa a rep a­
ra r e n el h e c h o d e que, cualquiera q u e sea el cam po d e fenóm enos d e que
se trate, éstos se e n c u e n tra n organizados en conjuntos, cuyos elem en to s
están in terrelacio n a d o s, d e m a n e ra q u e la totalidad resu ltan te p o se e p ro ­
p ied ad es q u e n o so n atribuibles a cad a u n o d e los elem en to s p o r se p ara­
d o ni a la sim ple su m a d e los mism os.
Esta idea, obviam ente, n o se p resen tab a así, m o n d a y desnuda, sin o que
v en ía aco m p a ñ a d a d el ro p aje discursivo n ecesario p a ra p o d e r a fro n ta r to­
dos los d eb ates q u e u n a actitu d tan provocadora parecía llam ada a g en e­
rar. Tal vez p o r la conveniencia d e en c o n tra r u n a c o b ertu ra m etodológica
p o te n te q u e le p ro te g ie ra de las previsibles críticas, o p o r u n a c ie rta con­
cien cia sesgada d e sus inicios, el caso es qu e el estructuralism o se p re se n ­
tó e n m ás d e u n m o m e n to com o u n a em p resa o rien tad a a o to rg a r u n es­
ta tu to d e m ay o r p re c isió n cie n tífic a al estu d io d e las ciencias sociales.
O, casi a la inversa, te n d ió a n e g a r su p ro p ia c o n d ic ió n filosófica c o n el
arg u m e n to , n a d a n u evo e n el p en sam ien to del siglo XX, de q u e n o hacía
suyas las cu estio n es q u e se h a p la n te a d o trad icio n alm en te la filosofía.
P ero d e sobra sab em os q u e co n la sola p re te n sió n no basta. T am b ién
el neopositivism o, p o r p o n e r u n ejem plo destacado, irru m p ió en el p en ­
sa m ie n to c o n te m p o rá n e o con la d efin id a v o luntad d e ro m p e r con el filo­
sofar establecido, y a c tu a r com o m e ra técnica d e análisis filosófico (auxi­
liar, p o r ejem p lo , d el discurso científico o de los saberes p rá c tic o s). Ello
n o le im p id ió te rm in a r sien d o u n ismo filosófico m ás. En p a rte p o r su cul­
p a y e n p arte p o r cu lp a de sus usuarios. E ra dem asiado gran d e la ten tació n
d e ex tra p o la r las ap o rtacio n es técnicas iniciales a ám bitos d e m ayor uni­
versalidad, y e n tra r e n el d e b ate acerca de la n atu raleza d e la racionali­
d ad , el lu g ar d e los valores o la im p o rtan c ia del co n tex to p a ra evaluar las
teo rías científicas. P ero e n tra r a h í — o n o resistirse ad e c u a d a m e n te a ser
in tro d u c id o — im p lica deslizarse irrev ersib lem en te hacia o tro tip o de
M a n u iíi. C r u z

discurso, p e rd e r la in o cencia o riginaria y pasar a ser m ereced o r d el p u n ti­


lloso ex am en d e los filósofos.
De fo rm a an álo g a, d e p o co sirve autodefm irse com o u n a no-filosofía,
incluso com o u n a anti-filosofía, o p ro p o n e rse com o u n a nueva m a n era
d e ver2 (algo m u y p arecido, p o r cierto, a lo q u e d ecían los filósofos de O x­
fo rd acerca d e la m etafísica: q u e es u n new way ofseeing, u n a actitu d q u e
p erm ite m irar el universo d e u n m o d o n u ev o ), si luego lo que d a que p e n ­
sar la p ro p ia p ro p u e sta es u n rep lan team ien to d e los problem as filosóficos
tradicionales. Hay, sin em bargo, en esta reticencia u n elem ento c o m p re n ­
sible. El estructuralism o no surge, p o r lo m enos en p rim era instancia, co m o
u n fru to d el discurso filosófico. U n o d e los autores m ás destacados del m o ­
v im ien to estru ctu ralista, y p o r el q u e éste em p ezó a ser c o n o c id o e n tre
eso q u e se su ele d e n o m in a r el g ran público, fue el a n tro p ó lo g o C laude
Lévi-Strauss, el cual estaba a su vez fu e rte m e n te influido p o r u n lingüista,
R o m án O .Jak o b so n , q u ien h a b ía expuesto (en Kindersprache, A phasieund
allgemenieLautgesetze, d e 1942) u n a teoría, psicológicam ente fu n d a m e n ta ­
d a, d e las p ro p ie d a d e s universales d e la e stru c tu ra fónica y q u e p o ste rio r­
m e n te (en 1951, e n el libro Preliminaries to Speech Analysis, escrito con sus
d iscípulos M orris H alle y G u n n a r F ant) d io la base p ara el estudio d e la
e stru c tu ra acústica del so nido lingüístico.
El d ato es to d o u n indicio, n o u n a sim ple anécdota. Revela, p o r supues­
to, q u e el len g u aje fu e el m o d elo in sp irad o r de la idea d e e stru c tu ra u n i­
versal subyacente q u e luego se in ten tó a p licar/rec o n o cer en otros ám bitos.
P ero m u e stra tam b ién la fu erz a co n la q u e irru m p ió e n el p en sa m ie n to
d el siglo XX la reflex ió n m etalingüística. U n a vez más, com o ya o c u rrie ra
e n diversas o casiones a lo largo del xix, el d escu b rim ien to de la p o ten cia
gno seo ló g ica d e u n d e te rm in a d o saber (la psicología, la biología, la eco­
nom ía...) parecía o bligar a u n a reconsideración global d e lo pensable. Y si
e n la ép o c a ro m á n tic a W. von H u m b o ld t h a b ía in tro d u c id o u n giro co-
p e rn ic a n o radical al in d icar q u e el lenguaje, en su naturaleza c o n creta d e
c o n ju n to d e categ o rías gram aticales en q u e se o rd e n a u n m aterial a rticu ­
lado, es la ú n ic a realid ad p le n a d el p en sam ien to , en el siglo XX es Ferdi-
n a n d d e S aussure c o n su Curso de lingüística general3 (1916) q u ie n consa­
g ra la irru p c ió n d e la co n cien cia lingüística. El proyecto saussureano, su
id ea d e q u e «es preciso p a rtir d e u n to d o solidario p ara o b ten er, p o r m e ­
d io d el análisis, los elem en to s q u e contiene», tuvo u n a crecien te reso n an ­
cia en diversos países e n tre co etán eo s del m e n cio n ad o Ja k o b so n , com o
fu e ro n E dw ard Sapir, L eo n a rd B loom field, o L ouis Hjelmslev.
Lo q u e in teresa re te n e r d e la a p o rta c ió n de estos autores es el m o d o
e n el q u e d esarro llan la conocidísim a distinción q u e Saussure establecía en
el uso d el len g u aje e n tre el nivel d el re p e rto rio básico d e form as (langue)

351
F i i .o s o k í a c o n t e m p o r á n e a

y el d e su m ás flexible y p ersonal in te rp re ta c ió n e n cada m o m e n to (paro­


le)'. e n la disyuntiva a b ie rta e n tre a te n d e r al lenguaje com o e s tru c tu ra y
a te n d e r al len g u aje co m o actividad, se d ecan tan a b iertam en te p o r lo pri­
m ero . A b a n d o n a n las investigaciones diacrónicas referidas a fe n ó m en o s
aislados, p ara esforzarse en e n c o n tra r sistem as de c o n ju n to en fu n c ió n d e
la sin cro n ía. D ichos sistem as n o son realidades em píricas, a u n q u e se nos
o frez can e n la re a lid a d d e la exp erien cia. Son construccion es fo rm ales
q u e p e rm ite n d a r c u e n ta de c u alq u ier acto lingüístico qu e el h a b la n te
p u e d a realizar. Las estru ctu ras lingüísticas son abstracciones que e l cientí­
fico co n stru y e p a ra p o n e r de m anifiesto el sustrato form al subyacente a
to d o hablar. P ersig u ien d o esta calidad de objeto teórico, los au to re s m en ­
cio n ad o s se co n v ierten e n ejem plos de u n a sensibilidad que, d esd e la
p ersp ectiv a d e lo o c u rrid o , p o d em o s calificar, con to d a ventaja, d e estruc­
turalista: u n o (Hjelmslev) p ro p o n e axiom atizar al m o d o m atem ático toda
g ram ática d e to d a len g ua, otro (Bloom field) establece un m étodo d e análi­
sis d e to d a len g u a q u e excluya el m entalism o, las intenciones y supuestos,
p ara aten erse ú n icam en te al m ecanism o visible, y así sucesivam ente.

C l a u d e L é v i -S t r a u s s

Lévi-Strauss, co m o ya ap u n tam o s a decir, in te n ta ex ten d er el estudio


d e las estru ctu ras lingüísticas — en co n creto , las p resen tad as p o r la fo n o ­
lo g ía e stru ctu ralista d e ja k o b s o n y T rubetzkoy4— a otros sistem as de co n ­
fig u ració n p arecid a a los lingüísticos com o son, según él, los sistem as d e
p aren tesc o , el p en sa m ie n to prim itivo o las n arra cio n es míticas. L o im p o r­
tan te, cie rta m e n te , n o es ta n to si Lévi-Strauss a c e rtó al elegir el m o d e lo
(C hom sky m an tu v o alg u n a d iscrep an cia sobre este p u n to ) , co m o el co n ­
ven cim ien to d esd e el q u e está h e c h a la elección. A diferencia de Malinows-
ki, q u e, sig u ien d o el p ro c e d im ie n to d e estu d iar relaciones e n tre h ech o s
o bservables y sacar lu eg o conclusiones inductivam ente, o b ten ía co m o r e ­
su ltad o u n a variación al infinito d e las sociedades hum anas, Lévi-Strauss
cree posible e n c o n tra r a través del análisis d e las diversas m anifestaciones
h u m a n a s u n m ecan ism o co m ú n co n stitu id o p o r u n co n ju n to d e form as
invariables, cuya d ife re n te co m b in ato ria d é lugar a las diversas co n fig u ra­
ciones visibles a lo larg o de la historia.
Así, su libro Las estructuras elementales del parentesco5 constituye un in ­
te n to d e estab lecer los principios básicos q u e rig en la e n o rm e v aried ad
d e reglas q u e p ro h íb e n , prescriben o favorecen los intercam bios d e p aren ­
tesco e n las m ás diversas culturas. M uestra e n q u é form a, cu a n d o u n a co­
m u n id a d lim ita las p o sibilidades d e co m b in ació n en el p aren tesc o , está

352
M a n u k i. C r u z

h a c ie n d o e m e rg e r u n o rd e n social h u m a n o com o tal, m ás allá d e l o rd e n


m e ra m e n te n atu ral, está re c o n d u c ie n d o el fe n ó m e n o biológico d e la re ­
p ro d u c c ió n h acia el ám bito d e la c u ltu ra6. S eñala cóm o la p rescrip ció n
ex o g ám ica d e casarse fu era del g ru p o (la «circulación de m ujeres», an á­
loga a la circu lació n d e bienes, o d e in fo rm ació n ), se co rre sp o n d e , en si­
m étric a o posición, co n la p ro h ib ic ió n end o g ám ica del incesto. D e la a rti­
c u lació n de am bas b ro ta n las con d icio n es de posibilidad para la alianza
e n tre g ru p o s h u m an o s.
Bajo el m ism o reg istro se p u e d e n in te rp re ta r sus trabajos posteriores,
ta n to los d ed icad o s a an alizar el p en sam ien to salvaje (El totemismo en la ac­
tualidad y El pensamiento salvaje1) co m o los cen trad o s en el análisis de los
m itos (Mitológicas*’) . E n los p rim ero s, Lévi-Strauss se m arca com o objetivo
d e s e n tra ñ a r la lógica d el llam ado p en sam ien to salvaje. T am b ié n en este
caso, se trata d e d e te c ta r el com plejo sistem a clasificatorio que se esco n d e
p o r d eb ajo d e las ap aren tes arb itraried ad es genealógicas p ro p ias de las
relig io n es totém icas. E n el análisis d e los m itos d e los pueblos am erican o s
sin escritura, Lévi-Strauss e m p re n d e , a través del estudio d e los d ife re n te s
m o d o s d e ap arició n d e los elem en to s narrativos, la b ú sq u ed a d e un es­
q u e m a fo rm al co m ú n q u e p e rm ita e n te n d e r los m itos co n creto s en clave
d e aplicaciones d e u n sistem a g e n e ra l m itológico.
Tal vez a sim p le vista esta ú ltim a p re te n sió n p u e d a p a re c e r excesiva.
A fin d e cu en tas, co m o afirm a el p ro p io Lévi-Strauss, «todo p u e d e o c u rrir
e n u n m ito». C u alq u ier relación im aginable p u e d e ser planteada. El co n te­
n id o del m ito se p resen ta en u n a p rim e ra aproxim ación com o e n te ra m e n ­
te co n tin g en te. A d iferencia del parentesco, cuyas form as venían prefigu­
radas d esde la necesid ad de construcción de lo social, aq u í n o se alcanza a
ver q u é o q u ié n p o d ría establecer los lím ites o d e te rm in a r u n a fo rm a co ­
m ú n p a ra la a b ig a rra d a diversidad d e los m itos. Y, sin em b arg o , lo cierto
es q u e se p a re c e n e x tra o rd in a ria m e n te de u n ex trem o al otro d e la T ie­
rra. ¿C óm o ex p licar este llam ativo fenóm eno? El au to r d e Tristes trópicos
v en d ría a re sp o n d e r así: e n te n d ie n d o las m últiples co m binaciones de u n
m ito co m o m ensajes d e un m ism o código.
Las diversas m an ifestacio n es h u m a n a s estudiadas p o r Lévi-Strauss
d e b e n ser co n sid erad as como lenguajes p ara descifrar, los cuales es preciso
c o n o c e r su sintaxis9. H ab rá q u e d a d o claro q u e lo que h a estad o p r o p o ­
n ie n d o n u estro a u to r n o es la m e ra trasposición del cam po lingüístico al
social, sin o u n a c o n v e n ie n te a d a p ta c ió n a p a rtir d e u n m arco g e n e ra l de
co in cid en cia m eto d o ló g ica. Se trata, p o r tan to , si se prefiere h a b la r así,
d e u n a analogía, p e ro d e u n a analogía q u e se p re te n d e precisa. D edicarse
a d escrib ir u n corpus lingüístico d ad o confina sin rem ed io en la p articu la­
rid a d in inteligible. R e cu erd a la actitu d d e los p rim eros filósofos q u e se in ­

353
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

te re sa ro n p o r el len g u aje, tal co m o la describe Lévi-Strauss: «C om proba­


b a n q u e, en cad a len g u a, ciertos g ru p o s de sonidos co rre sp o n d ía n a sig­
n ific ad o s d e te rm in a d o s , e in te n ta b a n d e s e sp e ra d a m e n te c o m p re n d e r
cu ál era la n ecesid ad in te rn a q u e u n ía esos significados y esos sonidos. Vana
em p resa, pu es los m ism os sonidos se e n c u e n tra n e n otras lenguas, p ero
u n id o s a significados d iferen tes» 10. N o p ercibían el carácter arb itrario del
sig n o lingüístico, la au sencia d e sem ejanza o an alo g ía e n tre significante y
significado. El e stu d io de la sintaxis, verbal y n o verbal, d e fe n d id o p o r la
a n tro p o lo g ía estru ctu ral y p o r el p en sam ien to estructuralista d e Lévi-
Strauss es la ú n ica fo rm a de d a r salida a la co n trad icció n descrita. A que­
llos filósofos n o saliero n del ato llad ero «hasta q u e se d iero n c u e n ta de
q u e la fu n ció n significativa d e la len g u a n o está d irectam en te ligada a los
so n id o s e n sí m ism os, sino a la m a n e ra en qu e los sonidos se e n c u e n tra n
co m b in ad o s e n tre sí»11.
Si la p ro p u esta d e Lévi-Strauss finalizara en este p u n to , p o d ríam o s con­
siderar, sin m ayores p roblem as, q u e h ab ía ejercido c o n secu en tem en te de
estru ctu ralista, e n te n d ie n d o el calificativo a la m a n e ra qu e p ro p o n ía Ro-
la n d B arth es en su céleb re artículo-m anifiesto de 1963, esto es, co m o acti­
vidad teórica (in te rp r e ta n d o «actividad» co m o «la sucesión re g u la d a de
c ie rto n ú m e ro d e o p eracio n es m entales»). E n efecto, Lévi-Strauss h ab ría
sido el p rim e ro e n rec o g e r la a p o rtació n de Saussure y g en eralizar el m é­
to d o d e la lingüística estru ctu ral ap licán d o lo a la etnología, y, p o r añadi­
d u ra , h a b ría in tro d u c id o u n m o d o d e aplicación d e dicho m éto d o . Su
discurso p e rm a n e c e ría en este se n tid o en el p lan o in o b jetab lem en te for­
m al re q u e rid o p o r Barthes. Los p ro b lem as su rg en e n el m o m en to e n q u e
el an tro p ó lo g o d e s b o rd a estos confines y elab o ra u n a serie de reflexiones
q u e in te n ta n am p liar el alcance d e su reflexión etnológica p ara a b arcar el
c o n ju n to d e las ciencias h um anas.
Tal o c u rre , p o r ejem p lo , co n sus c o n sid erac io n e s acerca d el p ensa­
m ie n to (p re su n ta m e n te ) salvaje. P ara Lévi-Strauss es in co rrec to o p o n e r
esta fo rm a de p en sam ien to al p en sam ien to (tam b ién p resu n tam en te) ci­
vilizado. E n am b o s casos e n c o n tram o s la m ism a fo rm a de p en sam ien to
llam ém osle «natural» q ue, apoyándose en síntesis espontáneas, analiza dis­
tin g u e, clasifica, co m b in a, o p o n e y transform a, alcanzando niveles sum a­
m e n te elevados d e co m plejidad. N o hay, pues, n a d a p arecid o a u n a lógica
del salvaje q u e p u e d a ser co n sid erad a com o ex p resió n infantil de lo que el
civilizado fo rm u la en ciencia adulta. La e stru c tu ra de n u estra c u ltu ra es
ta n m ítica co m o c u a lq u ie r o tra. Las co n secu en cias de esta in d iferen cia-
ció n e n tre cu ltu ras se hallan, com o es n o to rio , e n el cen tro de n uestros
d eb ates actuales acerca d e m ulticulturalidad. N o es éste el m o m en to , cier­
tam en te, d e re c o n stru ir u n a p olém ica a fecha d e hoy ya inabarcable. Q uizá

354
M a n u el C ruz

baste co n d e ja r c o n stan cia d e q u e las p ro p u estas d e Lévi-Strauss h a n te n ­


d id o a ser asu m id as co m o p ro p ias p o r los d efen so res del relativism o cu l­
tu ral, q u ien es h a n c re íd o ver e n su tesis de q u e cu alq u ier fo rm a d e cu ltu ­
ra es, e n su e s tru c tu ra p ro fu n d a , equivalente a c u alq u ier o tra u n a fo rm a
eficaz d e devolver a las cu ltu ras «primitivas» — q u e suelen c o in c id ir c o n
las sojuzgadas— su d ig n id ad m en o scab ad a, o, lo q u e viene a s e r lo m is­
m o , u n a rg u m e n to ro tu n d o c o n el q u e o p o n e rse a cu alq u ier v arian te d e
racism o.
Si d ich o p la n te a m ie n to ag o tara el deb ate, resultaría difícil e s ta r en d e ­
sa cu erd o co n Lévi-Strauss. Lo q u e o c u rre es q u e establecer el valor teó ri­
co d e u n a po sició n p o r las consecuencias prácticas que se deriv an de ella
— p o r el lu g ar q u e o cu p a esa p o sición en u n d e te rm in a d o m o m e n to en el
in te rio r d e u n d e b a te político, p o r ejem plo— es instalarse so b re u n a su­
p erficie fra n c a m e n te resbaladiza — cu an to m en o s p o r lo c a m b ian te— .
P o rq u e tam b ién p u e d e n a p o rta r arg u m en to s convincentes de o rd e n a n á ­
logo q uienes, e n el o tro lado, so stien en que d e fe n d e r q u e todas las cu ltu ­
ras so n eq u ip arab les co n ecta c o n el espíritu de la con trarrev o lu ció n . N o
les faltan ejem plos co n tu n d e n te s. P o r ello, lo m ejo r será c o n fo rm arn o s
c o n esta m e n c ió n y reg re sar al cu rso de lo q u e estábam os p la n te a n d o .
Ello n os p e rm itirá re c u p e ra r u n a cuestión sobre la que m erece la p e n a n o
p asar d e largo.
Y es q u e la crítica d e Lévi-Strauss al etn o cen trism o , q u e tan tas sim pa­
tías h a g en erad o , n o tiene u n a justificación p u ra m e n te epistem ológica,
sino q u e resulta tam b ién en g ran m ed id a d e la aplicación d e u n o s supues­
tos d e carácter filosófico, en el se n tid o convencional de la p alab ra. Así, su
valoración d e o tras cu lturas se halla ín tim am en te ligada a u n a re c o n sid e ­
ració n d e la id ea trad icio n al d e p rogreso, tal com o ésta h a te n d id o a c o n ­
ju g a rse en la filosofía m o d e rn a , esto es, com o u n a trib u to exclusivo d e
n u estra cultura. Lévi-Strauss, consecuente co n las prem isas planteadas p o r
él m ism o, n o va a rech azar el co n cep to , sino q u e se lim itará a relativizarlo.
La ap ro p iació n d e éste p o r p a rte de la cu ltu ra occidental acaso resulte ex­
plicable p o r el d in am ism o de sus ritm os de innovación, q u e tran sm iten la
a p a rien cia d e u n a aceleración c o n tro lad a d e su tem p o ralid ad , p e ro ello
n o ju stifica la afirm ació n de q u e haya sociedades al m arg en del pro g reso ,
p o r m ás estacionarias y co n servadoras que p arezcan. C o n fu n d ir esta m e ­
n o r in ten sid ad c o n el absoluto estancam iento no deja de ser el típico e r ro r
ideológico d e perspectiva, fre n te al cual lo q u e p ro ced e, seg ú n n u estro
au to r, n o es d esestim ar el c o n cep to sino utilizarlo ad ecu a d am en te.
C u a n d o se o p e ra así, se constata qu e desde el p u n to d e vista a n tro p o ­
lógico la clave d e u n p rogreso m ás intenso está en el intercam bio en tre cul­
turas, co m o lo d e m u e s tra el h e c h o d e qu e las culturas aisladas ra ra m e n te

355
F i l o s o f í a c o n t f m i 'O R á n k a

e x p e rim e n ta n avances considerables. Este enfoque, p o r lo p ro n to , im pli­


ca to m a r u n a clara distancia resp ecto d e cu alq u iera de las o rien tacio n es
h istoricistas qu e e n el pasado in te n ta ro n o rd e n a r je rá rq u ic a m e n te en el
tie m p o el g rad o d e civilización d e las culturas hu m an as. Ello p e rm ite a
Lévi-Strauss (en Antropología estructural) sostener, sin co n trad icció n algu­
na, q u e la h istoria d e la civilización occidental p arece frec u en tem en te,
m ás q u e u n avance, u n retroceso, el d e la d esintegración y destru cció n .
Sin em b arg o , m ás im p o rta n te q u e el d istanciam iento del historicism o es
la reco n sid eració n d e la no ció n de sujeto q u e viene asociada a e sta con­
cep ció n d el p ro g reso d e las culturas.
Esto últim o n o es u n a valoración h ec h a desde fuera, q u e re q u ie ra p o r
ta n to d e p ru e b a s añ ad id as: en el ú ltim o capítulo d e El pensamiento salvaje
titu la d o «H istoria y d ialéctica», el p ro p io Lévi-Strauss e n tra en p o lém ica
c o n S a rtre a p ro p ó s ito p re c isa m e n te d e la id e a d e yo q u e él c o n s id e ra
ad m isib le. Es al r e c o n s tru ir su a rg u m e n ta c ió n c u a n d o e n c o n tra m o s la
p ieza discursiva q u e faltab a p a ra ac a b a r de e n te n d e r su crítica a l e tn o ­
c en trism o . Lévi-Strauss se e n fre n ta d e p lan o con esa p reten sió n , ta n ca­
racterística d e las filosofías fenom enológicas y existenciales, d e fu n d a­
m e n ta r el co n o cim ien to de los h o m b res en la conciencia. En su o p in ió n ,
« q u ien em p ieza p o r instalarse en las p re te n d id a s evidencias del yo ya n o
sale d e a h í» 12: h a caíd o e n la tra m p a de la id e n tid a d personal. T ra m p a
cuyo o rig e n se localiza e n el cogito cartesian o , el cual ofrece el espejism o
d e la u n iv ersalid ad , c u a n d o en re a lid a d no es o tra cosa q u e un yo psico­
lóg ico e individual. N o cabe tra n sfe rir a u n a p re su n ta co n cien cia in te m ­
p o ra l las evidencias e n c o n tra d a s e n ese pro ceso d e in tro sp ecció n . La
m áx im a am p liació n q u e cabe h a c e r es a la p ro p ia sociedad, p e r o eso
eq uivale a «sociologizar el cogito», lo q u e no d eja d e ser u n sim ple trasla­
d o d e p ris ió n 13.
Es el en fo q u e p o r en te ro , p iensa Lévi-Strauss, el q u e está equivocado.
Las evidencias d el yo n o d a n d e sí, n i a u n q u e ese yo sea u n yo colectivo.
In stalarse a h í equivale a n eg arse los m edios p a ra salir del e n c ie rro de la
p ro p ia época. N o se e n tie n d e n los p ro d u cto s h u m an o s p re g u n tá n d o se
có m o los h o m b res lleg aro n a e n g e n d ra r tales p roductos, o cóm o los co n ­
sid e ran . Eso es su stra erle al h o m b re la co n d ició n d e posible o b je to d e
c o n o c im ie n to cien tífico , o, lo q u e es lo m ism o, n eg arle u n a c o n d ició n
p a rtic u la r q u e, a p e sa r d e todo, tie n e (p o rq u e n o d e p e n d e de su volun­
tad ) . Así (m ás q u e e n clave sarcástica) se d e b e e n te n d e r la a firm ació n d e
Lévi-Strauss resp ec to a S artre: «P ara el e tn ó lo g o [...] esta filosofía re p re ­
se n ta (co m o to d as las d em ás) u n d o c u m e n to etn o g ráfico de p r im e r o r­
d en , cuyo estudio es in dispensable si se quiere c o m p re n d e r la m itología d e
n u e s tro tiem p o » 14. C onviene p ro c e d e r a la inversa: no p re g u n ta rse p o r

356
M a n u k i. C r u z

có m o los h o m b res pien san su sociedad, sino p o r cóm o la sociedad se p ie n ­


sa en los h o m b res.
Se p u e d e decir, co m o h a c e n los in té rp re te s m ás b enévolos de Lévi-
S trauss, q u e este razo n am ien to viene an im ad o ú n icam en te p o r u n a vo­
lu n ta d d e p recisió n y q u e lo q u e p re te n d e es, m ás que liq u id ar al sujeto,
co lo carlo e n su ju s to sitio. A u n q u e, planteadas así las cosas, p a rece razo ­
n a b le p re g u n ta rse si n o será m ás b ien que al final de to d o este p ro ceso lo
q u e te rm in a su c e d ie n d o es q u e al sujeto se le h a dejado sin sitio alguno.
D e h ech o , el p ro p io Lévi-Strauss se h a p ro n u n ciad o en m ás de u n a ocasión
e n este sen tid o . C u a n d o d e c la ró 15 q u e «las ciencias hum anas só lo p u e d e n
llegar a ser ciencias d ejan d o d e ser hum anas», o cu an d o escribía e n El pen­
samiento salvaje q u e «el fin d e las ciencias h u m an as n o es el de c o n s tru ir el
h o m b re sino el d e disolverlo». P o r lo dem ás, no cabe o cu ltar q u e b u e n a
p a rte d e la re p e rc u sió n o b te n id a p o r la p ro p u esta de Lévi-Strauss se d e b e
a q u e fue e n te n d id a ju sta m e n te d e esta fo rm a — y no c o m o la d efen sa de
u n h u m an ism o co n secu en te, o de nuevo cuño— . Q u ed ab a e m p a re n ta ­
d o , a través d e esta in te rp re ta c ió n , co n la m ayoría d e estructuralistas p a ra
los cuales el h o m b re — se le e n tie n d a com o sujeto, com o a g e n te o com o
co n cien cia— n o es u n a e n tid a d susceptible de afirm ación. Ni tien e lu g ar
n i d esarro lla fu n c ió n en e s tru c tu ra alguna. N o parece q u e d a rle más ex­
p ectativa q u e resistir, com o d iferen c ia irred u ctib le, en el intersticio d e las
relacio n es estru ctu rales.
Así pues, tal co m o an u n ciam o s, la in tro d u c c ió n de esta n o c ió n de es­
tru c tu ra — en la q u e lugares y funciones d elim itan el sen tid o d e los ele­
m en to s, d e m a n e ra q u e el se n tid o d e cada u n o d e ellos e n p articu lar pasa
p o r (y p o r ta n to d e p e n d e de) la d iferen cia d e lu g a r y función resp ec to de
los dem ás— acab a p o r d esarro llar efectos c o n tu n d e n te s y d em o led o res
so b re la n o ció n d e sujeto. Y com o tam bién em pezam os a decir, éste p arece
el m otivo teó rico , co n sid e ra n d o el estru ctu ralism o con m ira d a global re­
trospectiva, q u e m e jo r p e rm ite caracterizar lo específico d e la a p o rta c ió n
d e sus diversos au to res. In té rp re te s h a h abido, desde luego, q u e h an in­
te n ta d o h o m o g e n e iz a r a to d o este g ru p o m e d ia n te rasgos de natu raleza
m en o s filosófica, y h an p ropuesto caracterizar el estructuralism o, p o r ejem ­
plo , co m o u n a tran sferen cia d e m odelos lingüísticos a los varios dom inios
d e las ciencias h u m an as. El p ro b le m a d e in te rp re ta c io n e s de este tipo no
es ta n to q u e el rasgo su g erid o n o consiga se r u n au tén tico d e n o m in a d o r
c o m ú n p a ra to d o s los p en sad o re s com o q u e desplaza el escen ario del d e­
b ate h acia u n d o m in io p re fe re n te m e n te form al-m etodológico qu e im p i­
d e p ercib ir el alcan ce d e la crítica estructuralista, el p ap el q u e supo d e­
se m p e ñ a r e n su m o m en to .

357
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

M ic h e l F o u c a u l t

A p o co s au to res se les h a identificado tan n ítid am en te con la actitud


a n tih u m a n is ta co m o a M ichel F o u c a u lt (1926-1984). Tal vez p o r q u e la
o b ra e n la qu e d e fe n d ía m ás a b ie rta m e n te tales posiciones, Las palabras y
las cosas16, irru m p ió , e n el m o m e n to álgido del boom estructuralista, con
u n a n u n c io esp ectacu lar: la m u e rte del h om bre. A u n q u e hay q u e decir
— y n o p o r esc rú p u lo e ru d ito sino p recisam en te p a ra q u e ese a n u n c io
p u e d a ser bien e n te n d id o — q u e la citada n o e ra su p rim e ra obra. C on a n ­
te rio rid a d h ab ía p u b licad o en 1954, Enfermedad mental y personalidad}7, e n
1961, Historia de la locura1S y en 1963, el Nacimiento de la clínica19. Hay
a c u e rd o e n co n sid erar q u e estas dos últim as20, unidas a la p o ste rio r Arqueo­
logía del saber21, d ib u ja n el m arco teó rico — lo q u e la m ayor parte d e in tér­
p re te s d e F o u cau lt h a d e n o m in a d o su etap a arq u eo ló g ica— en el que su
tex to m ás co n o cid o d e b ía ser inscrito.
In te n ta b a F o u cau lt p la n te a r en ellas las condiciones teóricas d e posi­
b ilid ad q u e p e rm itie ra n fin alm e n te h a c e r estallar la p reg u n ta q u e le im ­
p o rta b a : ¿cu án d o su rg e el h o m b re d el hu m an ism o ? La c u estió n , p o r lo
m en o s así se an u n cia, n o se va a p la n te a r a la m a n e ra del h isto riad o r de la
filosofía, sino d el h isto ria d o r sin m ás22. El matiz, dicho sea de paso, im ­
p o r ta n o sólo p a ra ad v ertir d e los m ateriales que se h a rá n in te rv e n ir en la
resp u esta, sino p a ra se ñ alar u n a d e te rm in a d a afinidad e n tre la fig u ra d e
F o u cau lt y la d e Lévi-Strauss (y, co m o ya se p u e d e anticipar, la d e L a c a n ).
E n el se n tid o d e q u e, tam p o co ah o ra, estam os an te alguien q u e reclam e
ab ie rta m e n te la co n d ició n d e filósofo (para q u e n o h u b iera d u d a s de a
q u é nos estam os refirien d o , p o d ríam o s a ñ a d ir el adjetivo «profesional»).
A p ela, sí, a la a u to r id a d de a lg u n o 23 (p o r eje m p lo a la d e N ietzsche, d e
q u ie n llega a d ecir q u e es «el m ejor, m ás eficaz y actual de los m odelos q u e
ten e m o s a m a n o p a ra llevar a cabo las investigaciones q u e p ro p o n g o » ),
p e ro in te n ta e n riq u e c e r su análisis co n elem entos teóricos y prácticas dis­
cursivas p ro c e d e n te s d e otros ám bitos.
Esta equivocidad, el h ech o de que, p o r u n lado, algunos filósofos tien­
d a n a n o considerarlo u n o d e los suyos y, del otro, los científicos sociales, d e
q u ien es en ap arien cia p o d ría estar próxim o, lo ju zg u en u n filósofo, da lu­
g ar a u n a situación peculiar. P orque, si b ien es verdad que de esta fo rm a sus
pro p u estas se b enefician de u n p u n to de fuga p o r el que escapar a las críti­
cas (tan to las d e u n o s com o las de otros p u e d e n ser obviadas en cada m o ­
m e n to con el a rg u m en to de q u e son im procedentes, de que están plantea­
das d esd e u n espacio discursivo h etero g én eo ), del otro le privan de u n a
co m u n id ad de in terlo cutores específica q u e p erm ita el desarrollo crítico d e

358
M a n u e l C ruz

sus propuestas. Acaso tenga q u e ver con esto u n h ech o que, desde u n p u n to
d e vista casi sociológico, resulta fácil de constatar, y es q u e las incitaciones
teóricas d e Foucault, d e las q u e se p u e d e decir casi todo m enos q u e han p a­
sado desapercibidas, n o p arecen h a b e r dado lugar a líneas autónom as y fe­
cu n d as d e reflexión. H asta el ex trem o que h a llegado u n m o m en to en q u e
el ró tu lo foucaultiano — los rótulos son siem pre simplificaciones, p e ro a ve­
ces son adem ás indicios— se h a convertido en sinónim o d e aplicado exégeta
o h e rm e n e u ta (cu an d o no arre b atad o apólogo) de la o bra del m aestro.
E n to d o caso, lo señ alad o te n d rá relevancia teó rica sólo si se d e s p re n ­
de, a m o d o d e efecto inevitable, d el co n ten id o d e las sugerencias foucaul-
tian as (en o tro caso, n o pasará d e se r u n a m era in cu rsió n en el á m b ito d e
la sociología d e los filósofos, c u a n d o n o u n ejercicio de grosera a rg u m e n ­
tació n ad hominem). Situados en esta perspectiva, lo qu e hay q u e decir se­
g u id a m e n te es q u e la p re te n sió n d e F oucault d e analizar cóm o y c u án d o
su rg e el h o m b re m o d e rn o , el h o m b re norm alizado po r las ciencias h u m a ­
nas, se inscribe e n su p royecto global, p lan tead o com o poco d e s d e la H is­
toria de la locura, d e e n c o n tra r u n m o d o de h acer h isto ria que n o su p o n g a
u n a recaíd a e n cu alq u iera d e las variantes m íticas de este discurso, lo q u e
su c ed e siem p re q u e utilizam os la historia a m o d o de espejo en e l que re­
co n o cern o s. Este u so, m ás allá d e la retó rica d e la verdad y d e l sentido
c o n el q u e se suele ad o rn ar, re p re se n ta u n au tén tico obstáculo p a ra el co ­
n o cim ien to , im p id e el acceso a los com ienzos efectivos.
Las obras d e esta p rim e ra e ta p a de F oucault p u e d e n ser leídas, bajo
esta luz, co m o el esfuerzo p o r ela b o ra r u n c o n ju n to de p recau cio n es te ó ­
ricas q u e le p e rm ita n esquivar dichos errores. L a Historia de la locura, en
co n creto , señ ala el carácter histórico de la lo cu ra en u n sen tid o fu e rte 24.
Q u ie re decirse: n o es el au to co m p lacien te y ten d en cio so re c o rrid o p o r
u n p asad o e n b u sca d e la ratificación de lo que creem o s saber, sino la d e ­
n u n c ia , fre n te a to d o n atu ralism o , de la co n d ic ió n de p ro d u c to de aq u el
co n cep to , q u e h a sido co n stitu id o e n u n m o m e n to histórico d a d o com o
resu ltad o d el cru ce e n tre u n a serie d e prácticas discursivas e in stitu cio n a­
les. Si lo q u e se p r e te n d e es h a c e r historia efectiva de las ideas, no basta
co n d eclarar la o p o sición a to d a fo rm a de racio n alid ad retrospectiva: hay
q u e d e te rm in a r co n la m áxim a precisión de la q u e seam os capaces las c o n ­
d icio n es q u e h a n h e c h o posible el surgim iento d e tales ideas. L o de m e ­
n o s e n c ierto se n tid o es si la ocasión p a ra e m p re n d e r esta ta re a de lib e­
ra c ió n d e n u estro s prejuicios acerca de la h isto ria nos la p ro p o rc io n a la
p re g u n ta p o r la p artició n ra z ó n /lo c u ra , s a lu d /e n fe rm e d a d , o , n u estro
m otivo inicial, la cu estió n d el o rig en del h o m b re m o d ern o .
Las palabras y las cosas lleva u n su b títu lo esclarecedor: una arqueología de
las ciencias humanas, su b títu lo q u e señala, sin dem asiados em bozos, el lu­

359
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

g ar q u e o cu p a esa investigación en el co n ju n to de su em presa. Busca Fou­


c a u lt p o r m ed io d e este trabajo trazar el cam po epistem ológico q u e cons­
tituye la base in co n scien te d e la q u e e n d e te rm in a d a época su rg en ciertas
disciplinas científicas. El énfasis en el carácter fo rm a l25, m etodológico, de
la tarea p ro p u e sta in te n ta c o n tra p e sa r u n p o co el m o d o e n qu e te n d ió a
e n te n d e rse en su m o m e n to el m ensaje foucaultiano. La m u e rte d e l hom ­
b re p ro p u g n a d a en este libro lo es del co n cep to e n cu an to n u d o episté-
m ico: «El h o m b re es u n a in vención cuya fecha recien te m uestra c o n toda
facilidad la a rq u eo lo g ía de n u estro p en sam ien to . Y quizá tam b ién su
p ró x im o fin»20. D e a h í q u e F o u cau lt se haya revuelto, in q u ieto , a n te las
in te rp re ta c io n e s d esenfocadas d e sus tesis. La fragilidad del co n cep to , co­
m o la d e cu alq u ier o tro, deriva d e su condición histórica. Lo que se afirm a
es q u e si las disposiciones fu n d am en tales del saber e n que la idea d e h o m ­
b re se f u n d a m e n ta oscilaran, com o osciló a fines d el xvin el suelo d e l p e n ­
sa m ie n to clásico, e n to n ces « podría apostarse a q u e el h o m b re se b o rra­
ría, co m o en los lím ites d el m a r u n ro stro d e aren a» 27.
P ero estas h erm o sas palabras (¿dem asiado h erm osas p a ra ser v erd ad e­
ras?, se p o d ría p re g u n ta r B au d rillard 28) con las q u e concluye el lib ro son
el an u n cio , p r u d e n te y tutelado, de u n fu tu ro teórico que se p u e d e p ro ­
d u c ir si se d an ciertas condiciones. S ep arar la conclusión d e las prem isas
es co n v ertirla e n u n a p ro fecía difícilm ente inteligible. Lo relevante desde
el p u n to de vista filosófico tal vez su ced a en el ám bito m eno s polém ico,
en el del análisis historiográfico d e la cultura e u ro p e a a p artir del siglo XVI.
Es el estudio d e esa é p o ca el q u e lleva a F oucault a afirm ar q u e el (concep­
to de) h o m b re es u n a invención recien te o a sostener, en negativo, que el
h o m b re n o es el p ro b le m a m ás an tig u o ni el m ás constante q u e se haya
p la n te a d o el ser h u m a n o . El sa b er n o h a ro n d a d o « d u ran te largo tiem p o
y o scu ram en te» en to rn o al h o m b re y a sus secretos, com o se e m p e ñ a n e n
h a c e rn o s c reer d e te rm in a d o s hum anism os. El h o m b re, e n te n d id o com o
re fe re n te básico, co m o objeto cen tral de c u alq u ier parad ig m a, posee
p a ra el a u to r d e Las palabras y las cosas escasam ente dos siglos. Es, p o r tan ­
to, u n a inven ció n recien te, p e ro q u e carece de consistencia y q u e ya h a
co m en zad o a d a r signos d e sus crisis.
Con Arqueología del saberse c ierra la p rim e ra e ta p a del p e n sam ien to d e
F oucault, seg ú n alg u n os au to res (Dreyfus y R abinow 29) com o c o n secu en ­
cia d el fracaso d el m é to d o arqueológico. Este libro se p u e d e leer, desde lo
q u e h em o s ex p u esto , com o la ex p resió n m aterial de la in te n c ió n m eto ­
d o ló g ica — e n te n d ie n d o aq u í p o r m eto d o lo g ía el co n ju n to o rg an izad o
d e p recau cio n es y estrategias adecuadas al p ro p ó sito cognoscitivo decla­
ra d o — qu e atraviesa to d o el proyecto foucaultiano, y d o n d e p a rece locali­
zarse c o n clarid ad tan to la id e n tid a d com o la diferencia resp ecto al es-

36 0
M a n u e i. C ruz

tru ctu ralism o 30. A u n q u e esta claridad, todo hay q u e decirlo, no evite al­
g ú n q u e otro m alen ten d id o . P or ejem plo el g en erad o p o r las asociaciones
q u e el lector, inevitablem ente, tien d e a h acer a p a rtir de la pro x im id ad d e
e x p re sio n e s o esq u em as. Así, los énfasis fo u cau ltian o s en la n e c e s id a d
d e relacio n ar al h o m b re con esos ó rd en es subyacentes q u e le p reex isten y
d e te rm in a n , co n frec u en cia h a sido sim plificadoram ente id en tifica d o
co n el eslogan estru ctu ralista p o r excelencia «el h o m b re se resuelve e n
u n c o n ju n to d e estru cturas». Lo p e o r de la sim plificación es q u e desplaza
la a te n c ió n h acia u n ám bito d ife re n te a aquel e n el que F o u cau lt h ab ía
p ro p u e sto p la n te a r el asunto.
Y es q u e su rech azo de la id ea d e h o m b re y su voluntad m eto d o ló g ica
se h allan p ro fu n d a m e n te articuladas, siendo u n o de los efectos m ás rele­
vantes d e d ich a articu lació n la crítica al uso ideológico d e aq u ella idea. El
vigor co n el q u e en la Arqueología se d e n u n c ia n las arg u m en tacio n es d e
los h u m an istas d e sb o rd a lo q u e u n a lectu ra estrech a m e n te e stru ctu ralista
d e F o u cau lt p o d ría aceptar: «No hay q u e dejarse engañar: lo q u e con ta n ­
ta fu erz a llo riq u ea n [los reivindicadores d e “lo h u m a n o ”] no es la desapa­
rició n d e la historia, es el d esd ib u jam ien to de esta fo rm a de h isto ria q u e
estaba, e n secreto p e ro p o r co m p leto , referida a la actividad sintética d el
sujeto...; lo q u e tan to ech a n de m en o s es ese uso ideológico de la historia
m e d ia n te el cual se h a tratad o de restituir al h o m b re to d o aq u ello q u e,
d esd e h ace m ás d e u n siglo no h a d ejad o de escapársele»31.
O tal vez sea q u e al p ro p io F o u cau lt se le q u e d ó estrecho este m arco, y
q u e esas incitacio n es teóricas q u e a lo largo d e los textos de la p rim e ra
e tap a p u g n ab an p o r salir a la superficie del discurso estaban clam ando, en
so rd in a, p o r u n a nueva categorización. A hora vemos, desde el privilegio
q u e su p o n e sab er lo q u e vino después, que todas las declaraciones foucaul-
tianas e n el se n tid o d e lam en tar los m alos servicios q ue la idea d e h o m b re
h a b ía h ech o a los h o m b res reales n o eran u n a sim ple co n cesió n retórica
d estin a d a a a p acig u ar a los críticos más irritados, sino q u e p refig u rab an
el cam b io d e ru m b o q u e iba a e x p e rim e n ta r su pensam iento. C am bio de
r u m b o qu e h a sido caracterizado p o r D eleuze32 com o el tránsito d e la p re ­
g u n ta ¿qué p u e d o saber? a la p re g u n ta ¿qué p u e d o hacer?
E n la nueva e ta p a q u e se ab re a p artir d e la lección in au g u ral de F o u ­
c au lt e n el C ollége d e F rance en diciem b re de 197033, en la q u e ex p o n e
las fu tu ras líneas d e investigación, se p ro d u ce u n desplazam iento d e su
in terés qu e p ro b a b le m e n te com o m ejo r se en tie n d a sea en clave de radi-
calización. F o u cau lt ya n o se va a c o n fo rm a r co n diseccionar la cuestión
d e la intelig ib ilid ad h istórica sino q u e se va a p ro p o n e r e la b o ra r u n a alter­
n ativa d e análisis e in terv en ció n política. El espacio teórico o cu p a d o has­
ta a h o ra p o r el sa b er lo to m ará a p a rtir de este m o m e n to el p o d e r (es el

361
F l I .OSOFÍA CONTKMI’ORÁN EA

fam oso tránsito d e la «arqueología del saber» a la «genealogía del p o d e r» ).


P ero este d esp lazam ien to n o va a d a r lugar al a b a n d o n o d e las cuestiones
a las q u e n o s estáb am o s re firie n d o , sino a u n n u ev o tra ta m ie n to de las
m ism as. L a crítica id eológica d e la e ta p a a n te rio r se convierte e n crítica
ideológico-política.
Así, escribirá e n 197134: «E n tien d o p o r h u m a n ism o el c o n ju n to d e dis­
cursos p o r m ed io d e los cuales se le h a d ich o al h o m b re occidental: “si
b ien tú n o ejerces el poder, p u ed es sin em bargo se r soberano. A ú n más,
c u a n to m ás ren u n cies a ejercer el p o d e r y c u an to m ás som etido estés a lo
q u e se te im p o n e m ás serás so b e ra n o ”». El h u m an ism o es el responsable
d e la in v en ció n sucesiva de esas soberanías som etidas que son el alm a, la
c o n cien cia, el in d iv id u o , etcétera. E n todas ellas se rep ite el m ecan ism o
d esig n ad o p o r la m ism a equivocidad del té rm in o sujeto según lo conju­
g u em o s c o n el v erb o se r o con el v erbo estar: so b e ran o y som etido. El h u ­
m an ism o agita el se ñ u elo del ser p a ra o cu ltar la realidad del estar. In ter­
p ela a los individuos co n u n rep ro c h e: ¿qué m ás quieres conseguir, si ya lo
eres todo? Tras esa in terp elació n se esconde u n veto: «P rohibido q u e re r
el p o d er, ex clu id a la posibilidad d e tom arlo»35.
L legados a este p u n to , resulta inevitable u n a refe ren cia com parativa,
a u n q u e sea ap resu rad a, al m arxism o. F oucault c o m p arte con los m arxis-
tas o ccid en tales36 la negativa a a c e p ta r a la razón p o r lo que p re te n d e ser y
la insistencia en investigar sus im bricaciones con la d om inación. T am bién
tie n e n e n c o m ú n c o n ellos u n desplazam iento del interés desde el m odo
d e p ro d u c c ió n h acia los m árg en es de la vida cotidiana. N o se trata d e dos
aspectos y uxtapuestos. M ientras el se g u n d o lleva a la inevitable co n clu ­
sión d e q u e los trab ajad o re s su fren la dom in ació n n o sólo en la fábrica
(a u n q u e cad a vez m ás d eb iéram o s d ecir en g en eral «en el trabajo») sino
e n to d o s los ó rd e n e s d e la vida y d e q u e los o b rero s n o son el ú n ico g ru p o
q u e la sufre, el p rim e ro nace del convencim iento d e que la clase o b re ra
n o es la n eg ació n d el capitalism o y, en consecuencia, n o p ro p o rc io n a u n a
p ersp ectiv a privilegiada sobre la historia.
F o u cau lt to m a distancia d e la tradición m arxista37 en la m e d id a en
q u e ésta es incapaz d e p ercib ir el nacim ien to de u n a nueva fo rm ació n so­
cial q u e re q u ie re u n a nueva teo ría p a ra explicarla y fo rm u la r la oposición
a ella. P ro b a b lem en te, fren te a las viejas m aneras d e p reg u n tarse p o r la vi­
g en cia d e M arx, o b sesionadas p o r d e c re ta r su caducidad, lo que te n g a in­
terés sea in te n ta r m e d ir esta distancia, analizar si efectivam ente d e te rm i­
n ad a s h e rra m ie n ta s in telectu ales h a n devenido obsoletas. S ie m p re hay
alg u ien disp u esto a rep licar q u e e n te rra d o re s de M arx los h u b o d esd e el
p rim e r m o m e n to , y q u e pocas p ro p u estas d elatan m ás su co n d ició n de
ideológicas q u e las q u e se em p e ñ a n en d ecretar la caducidad d el pensa­

362
M a k u f .1. C r u z

m ie n to m a rx ian o a las p rim e ras d e cu alq u ier cam bio. A la rép lica no le
falta razón, p e ro e n to d o caso n o p u e d e ser u n a razón sin restricciones:
h a d e cab er la p o sib ilidad — d e lo co n trario nos estaríam os saliendo d e l
territo rio d e la h isto ria— de q u e se pro d u zcan e n algún m o m e n to en lo
real u n as tran sfo rm acio n es tales q u e reclam en u n a nueva teorización.
Se aleja, p ues, d e la trad ició n m arxista n u estro au to r p o rq u e q u iere ir
m ás allá q u e ella, esto es, p o rq u e n o quiere ab d icar de la tarea d e lu c h a r
c o n tra c u alq u ier fo rm a de d o m in ació n . Se p u e d e n discutir los térm in o s
de su crítica, se p u e d e re sp o n d e r q u e la actitu d q u e F oucault atribuye a
los m arxistas, esto es, la de q u e p ara ellos el p o d e r parece definitivam ente
ligado com o su p e restru c tu ra al do m in io de lo económ ico38 no d e ja de ser
u n a sim plificación abusiva d e las variadas p osiciones de aquéllos, p ero en
to d o caso a rg u m e n ta n d o así le estaríam os d irig ien d o rep ro c h es m en o res
p a ra lo q u e en este m o m e n to im p o rta. P orque c u an d o F o u cau lt reclam a
la especificidad d e l nivel de lo político, lo q u e v erd ad eram en te está p la n ­
te a n d o es la n ecesid ad d e h a c e r saltar el cerrojo im p u esto al h o m b re occi­
d en tal p o r el h u m an ism o . Cosa qu e se trad u ce e n librar u n co m b ate en
u n d o b le fren te. E n el de la lu c h a política en tan to qu e lu ch a d e clases,
d o n d e lo q u e se p ersig ue es el d eso m etim ien to d e la voluntad d e poder, y
e n el d e la lu c h a cu ltu ral, d o n d e el esfuerzo va en la dirección d e d estru c­
ció n d el sujeto co m o p seu d o so b eran o .
F o u cau lt n o reh u y e señalar algunos objetivos concretos p a ra este se­
g u n d o frente: «Supresión de tabús, d e lim itaciones y de separaciones sexua­
les; práctica d e la existencia com unitaria; desinhibición resp ecto a la d r o ­
ga; r u p tu ra d e to d as las p ro h ib ic io n e s y d e todas las cad en a s m e d ia n te
las q u e se reco n stru y e y se re c o n d u c e n las ex p erien cias q u e n u e s tra civi­
lización h a rec h a z a d o o no h a ad m itid o m ás q u e com o e le m e n to litera­
rio » 39. P ero m ás im p o rta n te q u e esta p ro p u e sta es el trabajo teó rico q u e
d e s a rro lla bajo los nuevos supuestos. Vigilar y castigar‘m es u n estu d io so­
b re el n a c im ie n to d e la cárcel com o fo rm a p e n a l h eg em ó n ica. P e rm a ­
n e c e e n esta o b ra la crítica a to d a fo rm a d e eso q u e N ietzsche llam ó (en
Aurora) racionalidad retrospectiva. Para F oucault es falso — d o n d e falso q u ie ­
re d e c ir retro sp ectiv o , cóm plice— qu e la d esap aric ió n del ritu a l d e los
suplicios, característico de la vieja p e n a lid a d absolutista hasta finales del
siglo xvm , sea el resu lta d o d e u n su p u esto p ro g reso del h u m a n ita rism o y
d e la sen sib ilid ad colectiva a n te la cru eld ad . Los re fo rm a d o re s penales
ilu strad o s d e m o s tra ro n q u e el rég im en d e suplicios re sp o n d ía a u n a
m ala e c o n o m ía d e p o d er. D e h e c h o , el te m o r a los suplicios acab ó su b le­
v an d o a la g en te y h ero izan d o la figura del crim inal. P o r eso la «nueva be­
n ig n id ad penal» d eb e explicarse e n térm inos de cálculo, de nu ev a e co n o ­
m ía d e p o d e r vigilante.

363
K i i .o s o v í a c o n t e m p o r á n e a

A lo q u e se está a p u n ta n d o con estas afirm aciones es a señalar lo q u e


tien e la cárcel d e m o d elo , de figura e n la som bra q u e posibilita u n a p ar­
ticu lar o p e ra c ió n d e re c o n o c im ie n to /d e sc o n o c im ie n to p o r p a rte de los
individuos. El e n c ie rro es, sí, u n a tecn o lo g ía nueva, p ero q u e te rm in a de­
sa rro lla n d o u n o s efectos de identificación específicos. El supuesto en el
q u e se basa la p en alid ad m o d e rn a es el d e que su función es re a d a p ta r a los
d elin cu en tes, esto es, re fo rm a r sus co m p o rtam ie n to s, reed u carlo s com o
p ersonas: tran sfo rm ar su alm a, en sum a. Se trata e n definitiva de u n siste­
m a n u ev o d e p ro d u c c ió n social de la individualidad que, al igual q u e en
otro s sistem as disciplinarios («en el co razó n de to d o sistem a disciplinario
fu n c io n a u n p e q u e ñ o m ecanism o penal», h a escrito F oucault), p e rm ite a
través d e los sistem as d e prem ios y castigos definir naturalezas o tipos d e
su jeto y fijar su g rad ació n jerárq u ica .
El absoluto fracaso d e la rehabilitación — y el h ech o añadido d e q u e ese
fracaso n o haya m ovido ni a tran sfo rm ar el sistem a n i a ab an d o n ar su retó­
rica justificad o ra— c o n d u ce a p en sar q u e la función de la p en alid ad se h a
desplazado a o tros espacios físicos. E n las descripciones de Vigilar y castigar
las prácticas d e p o d e r fu n cio n an productivam ente: alu m b ran al individuo
característico d e n u e s tra época, h a c e n posible la objetivación d e l h o m ­
b re y la ap a ric ió n d e las ciencias h u m an as. Nos p ro p o n e n u n a im ag en
d e la n o rm a lid a d q u e o p e ra a m o d o d e criterio d e n u e s tra c o n d ic ió n d e
h o m b re s, d e tal m a n e r a q u e, sin te o riz a rlo e x p re sa m e n te , te n d e m o s a
c o n s id e ra r com o b árb aras cualesquiera otras form as de gestión de la reali­
d ad. R eaccio n an d o así, asum iendo inco n scien tem en te las estrategias del
o rd e n p resen te, n os estam os n eg an d o los m edios p a ra registrar la b arb arie
d e n u estro s pro p io s m odos d e gestión. El siglo XIX, reco n o ce Foucault, in­
ventó sin d u d a las libertades, p ero les d io u n subsuelo p ro fu n d o y sólido: la
so cied ad disciplinaria d e la q u e seguim os d ep en d ien d o . N o accederem os
a u n a au tén tica crítica histórica del p resen te hasta q u e n o percibam os esto,
o, p la n te a d o a la inversa, hasta que n o seam os capaces d e re te n e r el m o­
m e n to d e la descalificación del pasado a q u e nos invita p e rm a n e n te m e n te
lo q u e a h o ra hay. E n te n d e r los m ecanism os q u e h a n posibilitado q u e sea­
m os lo q u e som os p asa p o r in tro d u c ir u n a cu ñ a de sospecha en el corazón
d e las p resu n tas verdades presentes. N o es fácil, y en p arte ése es el sen tid o
d e la tarea foucaultiana: p ro p o n e rn o s u n a m etodología d e la p erplejidad
(con sus térm inos: ex p erim en tar hasta qué p u n to es posible penser autre-
ment). D e a h í las palabras con las que, e n la p resentación d e Vigilary castigar,
defin e lo q u e q u iere llevar a cabo: «U na historia correlativa del alm a m o­
d e rn a y d e u n nuevo p o d e r d e juzgar; u n a genealogía del actual com plejo
cien tífico ju d ic ia l e n el q u e el p o d e r d e castigar tom a sus apoyos, recib e sus
justificaciones y en m ascara su e xorbitante singularidad»41.

364
7
M a n u e i . C k i. .

L a ú ltim a e ta p a d el p e n s a m ie n to de F oucault, la q u e se ha d a d o e n
d e n o m in a r la etap a d e la g o b ern ab ilid ad , se inicia a p artir de 1978 y co m ­
p re n d e los volúm enes segundo y tercero de la Historia de la sexualidad,2, así
co m o , m uy d estacad am en te, sus textos n o rteam erica n o s sobre técnicas o
tecnologías d el yo43. Esta etapa, p ro sig u ien d o c o n el p lan team ien to d e
D eleuze, ap arece re g u lad a p o r u n a tercera p reg u n ta: ¿quién soy yo? C on
in d e p e n d e n c ia d e q u e la p a rtic ió n en cu an to tal resu lte d isc u tib le44, lo
q u e n o ofrece d u d as es qu e e n esta fase se in tro d u c e n c o rre ccio n es de im ­
p o rta n c ia resp ecto a sus trabajos an terio res. El p ro p io F oucault ha sido
ex p lícito a este resp ecto al afirm ar: «Quizás he insistido dem asiad o en el
tem a d e la te c n o lo g ía de la d o m in ació n y el po d er. C ada vez estoy m ás
in teresad o en la in teracció n e n tre u n o m ism o y los dem ás, así co m o en las
tecn o lo g ías d e la d o m in a c ió n individual, la historia del m odo e n que u n
indiv id u o actú a so b re sí m ism o, es decir, en la tecnología del yo»"15.
E sta p o strera evolución ha d ad o lugar a in terp retacio n e s desasosega­
das. Los h a h ab id o , d e u n lado, q u e h an valorado este giro com o u n a capi­
tu lació n p o r p arte d e F oucault an te la noción de sujeto, cuya inevitabilidad
h a b ría q u ed a d o así d em ostrada. Su arg u m en tació n es fácil de im aginar:
si h asta el m ás feroz d e los críticos d e la subjetividad no h a te n id o más re­
m ed io q u e te rm in a r p legándose a n te la evidencia de su necesidad, q u é
m ejo r p ru e b a p recisam os d e la fortaleza del concepto. E n el o tro lado, las
in terp retacio n e s n o h a n ido a la zaga, p o r lo m en o s en lo que h a c e al d e ­
sasosiego. H a n em p ezad o p o r caricaturizar al in terlo cu to r, id en tifica n d o
plausibilidad d e la subjetividad con defensa de u n sujeto fuerte, p a ra a c o n ­
tin u ació n valorar este episodio com o la ocasión del re to rn o d e l p ensa­
m ie n to c o n se rv a d o r y re a c cio n ario . Los d efen so res d e la su b je tiv id ad
celeb rarían , regocijados, el regreso a u n m u n d o de certezas y g arantías,
m ien tra s q u e a los críticos d e la subjetividad, únicos rep re sen tan tes según
ellos d e la em an cip ació n del p en sam ien to , sólo les q u ed aría la m e n ta r la
d e r ro ta co n los to n o s m ás d esgarrados posibles.
N o es cuestió n a h o ra d e m e d ia r en un d eb ate que, m anifiestam ente,
to m a a F o u cau lt co m o pretex to . Es claro que en LeSouci deSoi n o se está
restau ran d o u n sujeto d estro n ad o con a n te rio rid a d 16. L a m u erte del h o m ­
b re n o es la d escrip ció n refutable d e u n suceso p articu lar: es u n diagnósti­
co del p en sam ien to occidental q u e en esa m ag n itu d d e b e ser ex am in ad o .
Las últim as palab ras d e la Arqueología del saber, «puede muy b ie n o c u rrir
q u e hayáis m atad o a Dios bajo el peso d e todo lo que habéis d ich o ; p e ro
n o p enséis q u e p o d réis hacer, de todo lo q u e decís, u n h o m b re que le so­
breviva», se co n e c ta n firm e m e n te con aquellas otras d e Las palabras y las
cosas: «N ietzsche e n c o n tró de nuevo el p u n to e n el q u e Dios y el h o m b re
se p e rte n e c e n u n o a o tro, d o n d e la m u e rte del se g u n d o es sinónim o d e la

365
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d esap arició n d el p rim e ro , y d o n d e la p ro m esa del su p e rh o m b re significa


p rim e ra m e n te y a n te to d o la in m in e n c ia de la m u e rte del h o m b re» 47.
P ero , sim étricam en te, tam p o co p arece m uy ap ro p iad a la a ctitu d de
q u ien es — im pasible el a d e m á n — se n iegan a re c o n o cer lo que d e auto­
crítico te n g an los ú ltim os p lan team ien to s de Foucault. P lan team ien to s
q u e , p o r lo d em ás, so n lo b astan te m atizados com o p a ra n o d ejar q u e se
los asim ile a n in g u n a d e las dos posiciones descritas. E n el tercer to m o de
la Historia de la sexualidad señala las d iferentes realidades q u e se m ezclan
b ajo el ró tu lo «individualism o». U na cosa es la a ctitu d individualista, ca­
racteriz ad a p o r el v alor absoluto q u e se atribuye al individuo en su singu­
larid ad , y p o r el g ra d o d e in d e p e n d e n c ia qu e se le co n ced e resp ec to del
g ru p o al q u e p e rte n e c e o de las instituciones de las que d e p e n d e . O tra
d istin ta es la valorización d e la vida privada, es decir la im p o rtan c ia reco­
n o c id a a las relacio n es fam iliares, a las form as d e la actividad dom éstica y
al cam p o d e los in tereses patrim oniales. U na tercera, finalm ente, es la in­
ten sid ad d e las relacio n es con u n o m ism o, es d ecir «de las form as en las
q u e se ve u n o llam ad o a tom arse a sí m ism o com o objeto d e conocim ien­
to y cam p o d e acción, a fin d e transform arse, d e corregirse, de p u rificar­
se, d e co n stru ir la p ro p ia salvación»48.
Las tecnologías d el yo, a las qu e Foucault se refiere en su texto, perm iten
a los individuos efectuar «cierto n ú m ero de operaciones sobre su cu erp o y su
alm a, pensam ientos, conducta, o cualquier form a de ser, obteniendo así una
transform ación d e sí m ism os con el fin d e alcanzar cierto grado de felicidad,
pureza, sabiduría o inm ortalidad»49. N o hay aquí po r tanto som bra d e plan­
team iento esencialista q u e propusiera com o tarea descubrir lo que somos.
Ni se h a ren u n ciad o a la d en u n cia de las coacciones políticas (en especial la
individualización y la totalización) que son características del p o d er m oder­
no. P ero e n la conclusión hay u n énfasis que n o cabe pasar p o r alto, y que, en
la m ed id a e n qu e el p ro p io Foucault no tuvo la o portu n id ad d e desarrollar­
lo, n o q u ed a más rem edio que dejar abierto. El problem a que tenem os plan­
teado hoy es a la vez político, ético, social y filosófico, y consiste en «liberar­
nos nosotros del Estado y de las form as de individualización con q u e se
relaciona»50. La crítica se m antiene: hem os de rechazar el tipo de individua­
lidad q u e se nos h a im puesto d u ran te siglos, p ero nos obliga a algo qu e pare­
ce im portante: d eb em o s prom over nuevas form as de subjetividad.

J a c q u es L acan

Ja c q u e sL a c a n (1901-1980) tam p o co es filósofo. Es u n p sicoanalista de


fo rm ació n fre u d ia n a q u e se p ro p o n e u n tipo d e tarea intelectual análoga

366
M a n u e i. C r u z

a la e m p re n d id a p o r otros estructuralistas com o Lévi-Strauss o A lthusser.


C o m o ellos, p r e te n d e hallar las estructuras q u e p e rm ita n c o n fe rir al psi­
coanálisis u n estatu to científico (o, con las palabras de A lthusser, «dar al
d escu b rim ien to d e F re u d co n cep to s teóricos adecuados, d efin ien d o , tan
rig u ro sam en te co m o hoy sea posible, el inconsciente y sus “leyes”, q u e cons­
tituyen to d o su o b jeto »). La p re te n sió n tiene q u e ver e n gran p a rte co n
las circunstancias co n cretas p o r las q u e estaba p asando el psicoanálisis e n
F ran cia en los añ o s cin cu en ta y p rim e ro s sesenta, p ero lo im p o rta n te n o
son esos detalles sin o el h ech o de q u e L acan cree p o d e r dar salida a la
co n fu sió n teó rica ex istente m e d ia n te u n a vuelta a F reud.
P ero si lo q u e L acan p ro p o n e es u n a nueva lectu ra de u n clásico, cabe
p reg u n ta rse ¿qué hay en esto d e estructuralista? Respuesta: los in stru ­
m en to s con los q u e se la p la n te a y las conclusiones que d e ella ex trae. Res­
p ecto a lo p rim e ro , p ara L acan la m ejo r m a n e ra d e ejercer la crítica sobre
textos m eto d o ló g ico s o sistem áticos es la de ap licar al texto en cu estió n el
m é to d o crítico q u e ese m ism o texto preconiza. El aplica la crítica freudiana
a los textos d e F re u d y, al hacerlo , cree d escu b rir cosas relevantes. C om ­
p r u e b a que, c u a n d o analiza el inconsciente, a cu alq u ier nivel, siem pre
lleva a cabo análisis lingüísticos. Lo q u e le p e rm ite a L acan a firm ar tajan­
te m e n te q u e F re u d in ventó sin saberlo la nueva lingüística a n te s de q u e
naciese oficialm ente.
L acan co n o ce la lingüística y en esto, sin d u d a, le lleva ventaja a F reud.
E stá e n co n d ic io n e s d e n o m b r a r lo q u e éste se lim ita b a a b a lb u c e a r o a
p racticar sin h a c e r teorizaciones. Tal es el caso d e la tesis que h a d ad o ce­
le b rid a d a L acan: el in co n scien te está e s tru ctu rad o com o u n len g u aje, te­
sis q u e dice h a b e r e n c o n tra d o en F reud. Este, e n efecto, ya h a b ía visto
q u e «la fo rm a d el-lenguaje constituye la ley d e la cultura». L acan reforza­
rá la tesis al se ñ alar q u e n o d e b e e n te n d e rse en clave de analogía, sino de
d escripción: la e s tru c tu ra del in co n scien te es la m ism a del lengujye.
Se sigue d e a q u í qu e la m isión d e esa ciencia d e l in co n scien te que es el
psicoanálisis h a b rá d e ser el análisis de su objeto en los térm in o s q u e le
c o rre sp o n d e e n ta n to qu e lenguaje, esto es, en térm in o s de lingüística es­
tru c tu ra l. C u a n d o analizam os, p o r ejem plo, los su eñ o s vem os que cu al­
q u ie ra de ellos p o see la e stru c tu ra de u n a frase o más bien, si h em o s de
a te n e rn o s a su letra, d e u n acertijo, es decir, de u n a escritura «de la q u e el
su e ñ o del n iñ o re p re se n ta ría la ideografía p rim ordial, y que e n el adulto
r e p ro d u c e el e m p leo fo n ético y sim bólico a la vez d e los elem en to s signifi­
cantes, q u e se e n c u e n tra n tanto en los jeroglíficos del A ntiguo E gipto com o
en los caracteres cuyo uso se conserva en C hina»51. Sus im ágenes, p o r
tan to , «no h a n d e re ten erse si n o es p o r su valor d e significante», es decir,
p o r lo q u e p e rm ite n deletrear de esa pieza de lenguaje que es el sueño.

367
F i l o s o f í a c o n t l m i ’o r á n t .a

P ero éste n o es algo d ad o , q u e le sobrevenga desde algún fuera al sujeto,


sin o q u e p ro c e d e d e él, es el resu ltad o de u n a d e te rm in a d a elaboración
d e los m ateriales d e q u e disponía: n o es un texto q u e se lim ite a leer, sino
q u e tam b ién h a sid o escrito p o r él. Y a q u í Lacan constata el despliegue de
to d a u n a retó rica q u e engloba desde desplazam ientos sintácticos (elipsis,
h ip é rb a to n , rep etició n ...) a c ondensaciones sem ánticas.
El su e ñ o sirve p a ra m o strar en general el fu n cio n am ien to del incons­
cien te, cuyo e le m e n to constitutivo es el significante. La fam osa distinción
sau ssu rean a e n tre significado (concepto) y significante (im agen fónica o
acústica) es asu m id a p o r L acan, p e ro re p la n te a d a en u n a nueva form a.
A d iferen c ia d e lo q u e se sostenía en el Curso de lingüística..., d o n d e aque­
llos térm in o s e ra n p ensados en c o rre sp o n d en cia paralela, com o las dos
caras d e u n a m ism a m o n ed a, en el esquem a lacan ian o significante y signi­
ficado n o se h allan e n el m ism o nivel. En su relación se da u n corte o barre­
ra, ten ien d o el significante au to n o m ía y prim acía respecto al significado.
«El significante n o tiene sentido sino e n su relación con otro significante»32.
Lo q u e nos p e rm ite pasar a la se gunda p arte de la p reg u n ta ¿qué hay
d e estru ctu ralista en volver a los clásicos? Las conclusiones que d e aquí
ex trae, h ab íam o s a n u n ciad o com o respuesta. Pues bien, se d esp re n d e de
lo q u e h em o s e x p u esto la im agen del h o m b re com o h abitado p o r el sig­
nifican te, significante cuya lógica, com o se dijo, es retórica, siendo funda­
m en tales en ella los procesos m etafóricos y m etoním icos: «el sín to m a es
u n a m etáfo ra, q u eram o s o n o decirlo, com o el deseo e,s u n a m etonim ia,
incluso cu a n d o el h o m b re se ríe d e él»33. T anta insistencia en el es (las
cursivas c o rre sp o n d e n al propio L acan) debe en ten d erse e n clave polém i­
ca. N o se trata, co m o tantos psicoanálisis blandos, ego-lógicos, han p ro p u es­
to, d e q u e la tesis d e q u e el h o m b re en general (y el paciente en p articular)
se revela en el len g u aje equivalga a q u e hay u n yo o u n sujeto oculto p o r el
len g u aje. In te rp re ta rla así su p o n d ría recaer e n u n a co n cep ció n h u m an is­
ta d el in d ividuo, e x p resa m e n te criticada p o r F reud.
El p ro b lem a es situar al sujeto, saber d ó n d e se e n c u e n tra este yo que el
p ro p io F re u d h a b ía d efin id o com o u n n ú cleo d e palabras en to rn o al
p ro n o m b re yo q u e el pacien te e n u n c ia al h ab lar de sí m ism o. Se trata, p o r
tan to , m ás b ien d e e x tra e r c o h e re n te m e n te las consecuencias q u e se si­
g u e n d e m a n te n e r q u e el sujeto está articu lad o en estru ctu ras sim ilares a
las estru ctu ras d el lenguaje. C u a n d o L acan aplica sus esquem as al análisis
d el d esarro llo d e la p erso n a, lo q u e se le aparece es u n sujeto d escen tra d o
e n tre dos niveles, el co nsciente (de la cultura) y el inconsciente (del d e­
seo) . La escisión, d e a c u e rd o co n lo dicho, es en tre ám bitos organizados
e s tru c tu ra lm e n te y relacio n ad o s e n tre sí tam bién m ed ia n te com plejas es­
tru c tu ra s a rm ad as seg ú n el m o d elo lingüístico.

368
M a n u k i. C r u z

Así, d e u n lad o el in co n scien te es «ese capítulo de mi h isto ria que está


m arcad o p o r u n b lan co u o c u p ad o p o r u n em buste: es ese cap ítu lo censu­
rad o . P ero la v erd a d p u e d e volverse a en co n trar; lo más a m e n u d o ya está
escrita en o tra p a rte » 34. De o tro , la conciencia h u m a n a n o construye el
o rd e n sim bólico, q u e, m uy al c o n trario , se le im p o n e d esde u n a ley qu e le
es ajena: «El o rd e n del sím bolo ya n o p u ed e concebirse com o co n stitu id o
p o r el h o m b re, sin o com o el constituyente». El h o m b re es h ab lado; n o es
él q u ie n habla. L a esen cia de cad a u n o de n o sotros está e n los c o n ten id o s
d el in co n scien te, co m o ya señ alara F reud e n su fam osa frase « ah í d o n d e
estuvo el ello, h a d e llegar a estar el yo».
Si algo n o p u e d e ser m a n te n id o p o r más tiem p o es la p re te n sió n c arte­
sian a d e h a c e r c o in cid ir el sujeto co n su reílexión. El sujeto no se identifi­
ca c o n la c o n cien cia (n o p o d ría hacerlo, d esde el m o m en to e n que q u e ­
d ó d ictam in ad a la ru p tu ra e n tre significante y significado). P ienso e n lo
q u e soy allí d o n d e n o p ienso p e n s a r (esto es, lo q u e m e d e te rm in a se e n ­
c u e n tr a allí d o n d e n o creo e s ta r p e n s a n d o ) y, a la inversa, d o n d e c re o
e n c o n tra rm e , d o n d e soy ju g u e te d e mi p ensam iento, n o m e e n c u e n tro
e n realid ad . La fó rm u la q u e m ejo r condesa esta actitud es la q u e L acan
p ro p o n e , in v irtien d o el cogito cartesiano: «Pienso d o n d e n o soy, luego soy
d o n d e no p ienso»55. El sujeto es la ocasión d e u n conflicto, el espacio d o n ­
d e se d esarro lla u n a escisión. L acan se alinea en este p u n to c o n sus com ­
p a ñ e ro s estru ctu ralistas, p ro p o rc io n a u n a nueva b atería de arg u m en to s
c o n los q u e a tacar todas las form as d e la vieja subjetividad (q u ie re decirse,
ta n to la re p re se n ta d a p o r qu ien es asum en la ilusoria p re te n sió n filosófica
d el cogito, co m o la su p u esta e n todas las form as d e terap ia cen trad as e n la
co n stru cció n o fo rtalecim ien to del yo po r el análisis).

G il l e s D e l e u z e

A ludíam os al in iciar el p re se n te epígrafe a la curiosa p erip ecia sufrida


p o r el té rm in o estruclumlismo, esto es, a la p ecu liar circunstancia de que
su caíd a en d esuso, lejos de verse aco m p añ ad a p o r el d esin te rés hacia los
au to res q u e fo rm a b a n p arte d e él, h a coexistido con u n a cierta atención
hacia los m ism os, cu an to m en o s e n d ete rm in a d o s círculos filosóficos. Ca­
b ría av en tu rar u n a su e rte p arecid a p ara el de postestructuralismo y para los
a u to res q u e lo constituyen, y algo h a b ría d e verdad, a u n q u e c o n un m atiz
específico, d e te rm in a d o p recisam ente p o r el prefijo post. P orque, más allá
d e q u e la d efin ició n p ro p o rc io n e el dato, tan obvio com o objetivo, d e que
este m o v im ien to tuvo lugar tras los años d e h e g em o n ía del estructuralis-
m o , el m o d o e n q u e p ro p o rc io n a dicha in fo rm ació n in tro d u c e u n a m o­

369
F il o s o f ía c o n t k m i' o r á n k a

d u lació n p articu lar so b re la m ism a. A ceptar la co ndición d e posl p o r par­


te d e u n a u to r o u n a c o rrie n te im plica e n cierto m o d o atribuirse u n a na­
turaleza ep ig o n al co n relación a aquellos autores o c o rrien tes resp ecto d e
los cuales se establece la definición, al tiem po q u e su p o n e in tro d u c ir u n a
distan cia o reserva c o n c e rn ie n te a to d o ello. Postestructuralistas se ría n en ­
to n ces aquellos p en sad o re s que, a su m ie n d o la p ertin en cia d e los d e sa rro ­
llos d el estru ctu ralism o clásico, m anifiestan algo d e antagonism o o con­
trap o sició n resp ecto a él.
C o m o es evidente, tales consideraciones —en el fo n d o , casi p u ra m e n ­
te fo rm ales— n o a g o ta n la caracterización del fen ó m en o . Está lejos d e ser
casual la actual p ro liferació n de co rrie n te s y ten d en cias que se d efin e n d e
id én tica m a n e ra (esto es, p o r recu rso al post). R ichard B ernstein se ha re­
ferid o a la «dificultad p a ra au to n o m b rarse» 5(l com o causa subyacente de
este postismo filosófico g e n e ralizad o . D icha d ific u lta d estaría e x p re sa n ­
d o d e m a n e ra o b licu a la p ercep ció n qu e el h o m b re c o n te m p o rá n e o tie­
n e d e la é p o ca q u e le h a tocado vivir, el hech o , m ed itad o a fo n d o p o r Hei-
degger, d e q u e la id e a q u e m ejo r d efin e n u estro tiem po es la idea d e final.
S ería p recisam en te esta p ercep ció n cuasiterm inal d e la p ro p ia é p o c a lo
q u e v en d ría in d icad o a través del posl: com o si lo ú n ico q ue ya estuviera al
alcan ce d e n u e stra m a n o saber fu e ra lo que vam os a b a n d o n a n d o , aque­
llo a lo q u e venim os o bligados a ren u n ciar.
P ero d ich a p e rcep ció n , p o r g en eralizad a q u e p u e d a estar, no h a d ado
lu g ar a u n ú n ico tipo d e discurso. Ni siquiera a u n ú n ico g én ero d e argu­
m en tacio n es. L a co n cien cia d e vivir el final d e u n a p artid a h a servido de
h e c h o tan to p a ra prom over, bajo m últiples claves, el ab an d o n o d e la filo­
sofía co m o p ara ex asp erar su gesto m ás especulativo. P ro b a b lem en te el
p o ste stru ctu ralism o haya ten id o m u c h o m ás q u e ver con esto ú ltim o que
co n lo p rim e ro , y n o resulta difícil e n te n d e r la razón. A lguna vez se ha di­
ch o q u e la dificu ltad de los filósofos m ás especulativos — e n te n d ie n d o
p o r tales, los m ás ab stractos y herm ético s— n o tien e que ver con la leja­
nía, sin o co n la e x tre m a d a p ro x im id ad de aquello d e lo q u e tratan . He-
gel, p o r m e n c io n a r u n re p re se n ta n te ejem p lar d e este g ru p o , no refiere a
lo re m o to , sino a lo m ás in m ed iato . P o d ría afirm arse que se u b ica en u n
lu g ar (casi) im posible, e n el punto ciego del p en sam ien to . R eflexiona so­
b re la reflexión: p ien sa sobre la natu raleza del pensar. O p e ra n d o d e esta
fo rm a, ejem plifica lo q u e p arece ser el destino de la filosofía en cu an to
tal: n o alcanza a e scap ar n u n c a d e sí. Gilíes D eleuze (1925-1995), acaso el
re p re se n ta n te m ás e m in e n te de la sensibilidad postestructuralista, desa­
rro lla su actividad e n este cam po d e operaciones.
D e m u ch o s filósofos se p red ica la resistencia q u e ofrecen al in té rp re te ,
la dificu ltad objetiva q u e p re se n ta n sus textos —q u iere decirse, la p ro ­

370
M a n u e i . C r ij z

p u e sta q u e c o n tie n e n — p ara ser com entados, resum idos o re c o n stru i­


dos. P ero hay q u e ad m itir que, d e e n tre todos aquellos filósofos, D eleuze
es u n o d e los q u e m ás difícil le p o n e las cosas al h isto riad o r de las ideas, y
q u e ese rasgo, lejos d e constituir accidente (de lo escrito) o an to jo (del a u ­
to r) tien e q u e v er c o n aspectos esenciales de su p ropuesta. Más que u n a
previa ad v erten cia m eto d o ló g ica o d e p ro ced im ien to , lo a n te rio r cons­
tituye, p o r ta n to , la p rim e ra p a la b ra acerca del autor. Q u e avisa, p o r lo
p ro n to , de q u e d e te rm in a d a s m an eras de a b o rd a r la ap o rtació n de u n fi­
lósofo c o n te m p o rá n e o , más o m en o s convencionales desde el p u n to d e
vista h isto rio g ráfico , constituyen, cu a n d o se in te n ta n aplicar a lo s escritos
d e Gilíes D eleuze, in stru m en to s d e escaso interés teórico, que ap en as sir­
ven p a ra o tra cosa q u e p ara h a c e r algo más transitable el vasto e in trin ca­
d o te rrito rio d el p en sam ien to deleuziano.
P ro b a b le m e n te ése sería el caso de algunas in terp retacio n e s que h a n
cre íd o posible d istin g u ir claram en te en el c o n ju n to de la o bra d eleu zian a
m o m e n to s o, si n o m ás, diferen tes calidades de textos. H abría, e n esta lec­
tu ra, u n primer Deleuze d ed icad o a trazar el c am ino d e u n pensamiento menor
a través de la crítica literaria y filosófica, qu e h a b ría alu m b rad o , en el p e ­
rio d o c o m p re n d id o en tre 1953 y 1968 m onografías sobre N ietzsche57,
K ant58, H u m e 59, B erg son60, S pinoza61, P roust62 o Sache r-M as o c h (ií, y u n
segundo Deleuze, q u e en el a ñ o 1969, ya sin la ap oyatura a rg u m e n ta l de n in ­
g ú n clásico, p resen ta sus propias ideas — lo q u e se h a d e n o m in ad o la filoso­
fía crítica— en o bras co m o Diferencia y repetidor^4y Lógica del sentido65. A c o n ­
tin u ació n se a b riría u n p erio d o q u e iría de 1972 a 1980, m a rcad o p o r su
e n c u e n tro co n F élix G uattari y q u e h ab ría d ad o lu g ar a los dos v o lúm enes
d e Capitalismo y esquizofrenia (El anti-Edipo66 y M il mesetas67): es e l p erio d o
d el esquizoanálisis. L a últim a etap a es u n a etapa estética, q u e se a b re con su
lib ro d e 1981 so b re F rancis B acon68, y en la q u e destacan sus libros sobre
cin e69, sin olvidar ¿Qué esfilosofía f ° , la últim a o b ra escrita en co laboración
co n G uattari. N o se ría forzar dem asiado las cosas afirm ar que estos cuatro
m o m en to s se d e ja ría n subsum ir e n dos: el p rim e ro , en el que D eleuze to­
davía n o h a b ría em p ezad o a p e n s a r p o r c u en ta p ro p ia y u n seg u n d o , q u e
ab arcaría la to talid ad de su p ro d u c c ió n p o ste rio r a 1968, en el que n u es­
tro a u to r ya h a b ría ro to a h a b la r e n su p ro p io n o m b re.
Si h em o s p ro p u e sto esta in te rp re ta c ió n (p o r lo dem ás m uy ex ten d i­
da) co m o m u e stra d e u n a m a n e ra tal vez útil p e ro en cu alq u ier caso p oco
fe c u n d a de a b o rd a r el estudio de D eleuze, n o h a sido p a ra po stu lar fren te
a ella u n a ab so lu ta in d ife ren cia cualitativa e n tre todas sus obras, o para
su g e rir la ex isten cia d e u n a lim pia co n tin u id ad a lo largo de to d a la tra­
yecto ria d eleu zian a. D e d a r a e n te n d e r alg u n a d e estas cosas, estaríam os
co n trib u y en d o a deslizar la id ea — de todo p u n to absu rd a— se g ú n la cual

371
F i l o s o f í a c:o n t k m i >o r á n k a

Deleuzefu e Deleuze d esd e el p rim e r m o m en to , esto es, la de q u e su p ro p u e s­


ta teó rica ap arecía, sino in toto, sí ex novo, desde sus escritos m ás tem p ra­
nos. C u a n d o lo q u e en realidad p arece haberse p ro d u cid o es u n proceso
específico, en el q u e, p o r u n lado, la tarea de análisis de g ran d es au to res
es llevada a cabo d e u n m o d o m uy característico y, p o r o tro, el d esarro llo
d e la m ism a constituye ocasión privilegiada p a ra q u e D eleuze em p iece a
d ise ñ ar — al tiem p o q u e p o n e a p ru e b a sobre la piel teórica de terceros—
su p ro p io e n tra m a d o categorial (con conceptos com o los de diferencia,
rep etició n , m u ltip licidad o univocidad, q u e serán retom ados y cu lm in a­
dos e n obras p o ste rio res). En el b ie n en te n d id o , conviene ap resu rarse a
señ alarlo , d e q u e am bos aspectos constituyen d im ensiones ín tim am en te
ligadas d e u n m ism o registro. P o rq u e , en efecto, aquellos p rim e ro s tex­
tos, sólo en ap arien cia p u ra m e n te historiográficos, p u e d e n ser vistos, a la
luz d el privilegio q u e su p o n e co n o c e r la deriva seguida años d esp u és p o r
el autor, co m o au tén tico s indicios — c u an d o n o anuncios— d e la p ro ­
p u esta filosófica q u e te rm in a rá p o r estallar en sus libros mayores.
A u n q u e ú n ic a m e n te sea p a ra n o dejar sin p ru eb as estas últim as afir­
m acio n es, p o d ríam o s a ñ a d ir u n p a r de observaciones. D e u n lad o , la de
q u e la selección d e au to res en los q u e D eleuze se c en tra en su m o m e n to
inicial resu lta e n sí m ism a reveladora. P o rq u e n o se o cupa de los g ran d es
clásicos sino m ás b ien de p en sad o re s situados en u n o u o tro se n tid o en
los m árg en es d e la h isto ria de la filosofía, refiriéndose tan sólo a los pri­
m ero s (Platón, K ant, H egel...) p a ra com batirlos d e n o d a d a m e n te . El ses­
go d e la selección constituye así u n p rim e r an ticip o del signo d e la p ro ­
p u esta d eleu zian a, co m o h ab rem o s d e m o strar a co ntinuación. P ero, al
lad o d e esto, tam b ién conviene resaltar o tro dato, al que el p ro p io D eleu­
ze se h a refe rid o en alg u n a ocasión en térm in o s d escarad am en te provo­
cad o res, y es el q u e tien e q u e ver co n su p articu lar m a n e ra de e n te n d e r el
abordcye d e los filósofos d el p a s a d o '1. U na m a n era e n la q u e lo q u e prim a
es la v o lu n tad d eleu zian a de filosofar co n ju n ta m e n te con el p e n sa d o r es­
cogido, m u ch o m ás q u e la d e re c o n stru ir fiel y m in u cio sam en te su p ro ­
p uesta. N o se trata p o r tan to d e re p ro d u c ir lo q u e ya fue p en sad o sino
m ás b ien d e p ro d u c ir algo, en la m ed id a q u e sea, nuevo.

¿ Un pensamiento ventrílocuo ?

Si d e ese p a rticu lar diálogo co n d e term in ad o s p ensadores p u e d e sal­


ta r la chispa d e la n o v ed ad es p o rq u e en sus propuestas se e n c u e n tra el
g e rm e n d e u n p en sam ien to de natu raleza radicalm ente distinta, silencia­
d o p o r la h istoria oficial de la filosofía o ccidental. Los g randes au to res d e

372
M a n u e i. C ruz

esta ú ltim a — los P lató n , A ristóteles, Kant, H egel, etcétera— h a n ido tra ­
zan d o el surco p o r el q u e to d o discurso filosófico co n p reten sio n es no te­
n ía m ás rem ed io q u e transitar, q u e d a n d o cu alq u ier otra m a n e ra de p e n ­
sar c o n d e n a d a a situarse en los m árgenes. A esta im agen preceptiva, casi
o b ligatoria, D eleu ze la d e n o m in a imagen dogmática del pensamiento y en
Nietzschey lafilosofía q u e d a caracterizada a p a rtir d e tres rasgos fu n d a m e n ­
tales. El p rim e ro es el q u e afirm a q u e pen sar es el ejercicio n a tu ra l de u n a
fa c u lta d en el q u e d e b e expresarse el se n tid o co m ú n y q u e, de e je rc ita r­
se d e m a n e ra c o rre c ta , alcan za la V erdad. El se g u n d o so stie n e q u e el
e r r o r se p ro d u c e c u a n d o som os desviados d e la V erdad p o r «fuerzas ex­
trañ as al p e n sam ien to » , com o cu erp o s, pasiones o intereses. D e a c u e rd o
co n el te rc e r rasgo, «basta u n método p ara p e n s a r bien, p a ra p e n s a r ver­
d a d e ra m e n te » 72. El m é to d o es u n artificio q u e n o s p e rm ite e n c o n tr a r la
n a tu ra le z a d el p e n s a m ie n to y c o n ju ra r de esa m a n e ra el efecto d e las di­
versas fuerzas e x tra ñ a s q u e lo a lte ra n y p e rv ie rte n . En c u a lq u ie r caso lo
q u e q u e d a claro p a ra esta c o n c e p c ió n del p en sa m ie n to es q u e la Verdad
existe, p o r m ás q u e a m e n u d o se e n c u e n tre o cu lta tras los m últiples ve­
los c o n los q u e n u e s tra p ro p ia ig n o ra n c ia la h a re cu b ierto . Y a c c e d e r a la
V erd ad habi'á d e equivaler, d e a c u e rd o con lo dicho, a des-cubrirla, a
des-velarla.
P ara D eleuze las dos co rrien tes q u e en m ayor m ed id a h an c o n trib u i­
d o a la consolidación d e esta im agen dogm ática del p ensam iento han sido
el plato n ism o (con su trascendentalism o in h e re n te ) y la dialéctica hege-
lian a (con su c o n cep c ió n de lo negativo com o m é to d o ). R especto a esta
ú ltim a, el re p ro c h e fu n d a m e n ta l q u e n u estro a u to r dirige al in stru m e n to
m eto d o ló g ico capital d e H egel es u n o y d oble al m ism o tiem po. D eleuze
acu sa a la dialéctica d e ser ab stracta y estéril (o rep ro d u c tiv a). Lejos d e in­
vestigar el p ro c e d e r in m a n e n te d e los devenires concretos, la Id e a hege-
lian a q u e se d esarro lla e n sí m ism a p a ra llegar a sí m ism a, incluye la neg a­
ció n co m o u n m o m e n to previo al re to rn o al se n o de u n id cn titario q u e
sie m p re p e rm a n e c e . N o es, p o r tan to , u n a n eg ació n productiva, cread o ­
ra, p o rq u e n o p u e d e serlo: «andar con los pies e n el aire n o es algo que u n
d ialéctico p u e d a r e p ro c h a r a otro: es el c arácter fu n d am en tal d e toda d ia­
léctica»73. C on o tras palabras, la dialéctica n o es u n in stru m e n to p ro d u c­
tivo, sino rep ro d u c tiv o , representativo: la cu m p lid a expresión m e to d o ló ­
gica d el m ás viejo n ihilism o m etafísico (el q u e se expresa en la m áxim a
«Yo soy el q u e soy», e n la q u e Y ahvé m anifiesta su id en tifica ció n co n el
S e r). Inútil, p o r tan to , confiar e n la dialéctica p ara llevar a cabo la tarea de
e la b o ra c ió n d e l p e n s a m ie n to afirm ativo q u e D eleuze p ro p u g n a : se e n ­
c u e n tra d em asiad o co m p ro m e tid a con los valores y el sentido p reex isten ­
tes, le im p o rta d em asiado la o b tención d e u n a síntesis reuniíicadora, com o

373
F i l o s o f í a c io n t e m p o r á n e a

p a ra e sp e ra r eso d e ella. A ntes bien al contrario, la d ialéctica constituye la


m ás eficaz g aran tía d e rep ro d u c ció n d e lo viejo.
Q u ie n desee a lu m b ra r lo nuevo, alcanzar la d iferen cia, d e b e , com o
p aso previo, a b a n d o n a r esa disp o sició n negativa y asum ir u n a v ocación
crítico-afirm ativa q u e le p e rm ita e m p re n d e r la tarea, p ro p ia de la filoso­
fía se g ú n D eleuze (y N ietzsch e), de creación de valores y d e se n tid o 74. La
d istin ció n e n tre crítica y negación se relaciona co n la am bición y la radi-
calid ad d el rechazo. K ant, en c o n tra d e lo q u e la historiografía filosófica
o ccid en tal h a p o stu la d o siem pre, n o lleva a cabo c o n secu en tem en te el
p ro y ecto d e u n a filosofía crítica, en la m ed id a en q u e n u n c a llega a criti­
car la v e rd a d (la cien cia) y el b ie n (la m o ra l), lim itán d o se a critic ar la fal­
sa cien cia (la m etafísica dogm ática) y la falsa m o ral (la h e te ro n o m ía )75.
P ero tal vez sea e n la dialéctica h eg elian a del am o y del esclavo d o n d e m ás
c laram en te se p ercib a la circularidad d e to d a dialéctica o, si se p refiere, el
callejó n sin salida al q u e q u e d a ab o cad a la m era n egación. En to d o caso
lo q u e en ella n o p o d em o s e n c o n tra r es rastro a lg u n o de p ro d u cció n de
valores, d e sen tid o , o d e cu alquier ele m e n to que p e rm ita escap ar a esa
in a c a b a b le re la c ió n e s p e c u la r e n el se n o d e u n a ax io lo g ía e sta b le c id a
(y n u n c a cu estio n ad a) q u e es p recisam en te lo q u e la define. P o rq u e , e n
efecto, lo q u e bajo n in g ú n supuesto lleva a cabo el esclavo es im p u g n a r la
e stru c tu ra q u e h ace de él q u ien es. T an to si acepta su condición d e escla­
vo co m o si se p ro p o n e o cu p ar el lu g a r del am o, está co n trib u y en d o a re­
p ro d u c ir la m ism a relación (com o m u ch o co n d iferentes a c to re s).
El p ro b le m a ta n to d e l esclavo co m o del am o h eg elian o s es su d ebili­
dad. Ni u n o ni o tro p o se en la fuerza suficiente p a ra afirm arse p o r sí solos,
p a ra c re a r sus p ro p io s valores: de a h í que p e rm an ezcan a trap ad o s en la
red d e u n o s p ap eles p re v ia m e n te establecidos, c o n fo rm á n d o s e c o n ese
m o v im ien to in e rte q u e es la n eg ació n del o tro. El am o se dice a sí m ism o:
«Soy b u e n o , lu eg o tú e res m alo», el esclavo se dice: «Eres m alo, lu e g o yo
soy b u en o » . ¿Resultado? En el su p u e sto de q u e u n d ía el esclavo a cce d ie ra
al lu g ar d el am o n o p o d ría d esarro llar la tarea afirm ativa de p ro d u c c ió n
d e valores, q u e d a n d o ú n ic a m e n te a su alcance la posibilidad de invertir
aqu ello s q u e el am o h a b ía establecido so b e ran a m e n te . Puesto q u e todo
lo q u e sabe d e sí es lo que no es, e n el m o m en to en q u e le fuera d ad o definir
su p ro p ia axiología el esclavo difícilm ente p o d ría ir m ás allá de u n razona­
m ien to del tipo «puesto que los valores del am o son malvados, los valores
c o n tra rio s (trab ajo , d e m o cracia, fila n tro p ía ), h a n de se r los b u en o s» .
Se c o m p re n d e q u e D eleuze — sig u ien d o en este p u n to los razo n am ien to s
n ietzsch ean o s d e L a genealogía de la ?noral— vea e n la dialéctica h e g e lia n a
u n p en sam ien to d e lo m ism o, u n a estéril estrategia o sc u rec ed o ra q u e se
lim ita a n o m b ra r d iferen tem en te lo q u e siem pre p erm an ece igual76. F ren­

374
M a n u k i. C r u z

te a tales objetivos, la p ro d u c c ió n d e valores y de sentido p ro clam ad a p o r


N ietzsche se le ap arece a D eleuze com o la expresión de la p o ten cia d e
u n a subjetividad n o so m e tid a a las exigencias de lo establecido sino e m ­
p e ñ a d a en u n a tarea d e p ro p ia afirm ación.
P ero la tesis d e q u e p e n sa r es p ro d u c ir valor y sentido no sólo sirve al
a u to r d e Diferenciay repetición p a ra to m ar distancia del esquem a d ialéctico
heg elian o : tam b ién es el a rm a co n la que se o p o n e fro n talm en te a la tesis
cen tral del trascen d e n ta lism o p latónico, se g u n d a co rrie n te so b re la q u e
se so stiene el p en sa m ie n to d ogm ático. Para el platonism o el p e n s a r no es
sin o la re-p resen tació n de las esencias fijas, de la V erdad. De sem ejan te
co n cep c ió n d el p en sar se d e sp re n d e u n a m a n e ra particu lar de e n te n d e r
la tarea del filósofo, q u e pasa a p o d e r visualizarse bajo la figura d e l detec­
tive o cu p a d o e n e n c o n tra r las h u ellas que la V erdad ha ido d e ja n d o p o r el
m u n d o para, d e esa fo rm a, tran sitar el cam ino q u e co n d u ce h a c ia ella, o
tal vez m e jo r b ajo la d el arq u eó lo g o -sacerd o te-ex p lo rad o r, d e d ic a d o a
p e n e tr a r e n los m isterios in so n d a b le s de esa esencia hipostasiada. Lo q u e
equivale a d e c ir q u e en esta perspectiva la V erdad no so la m e n te es, sin o
q u e es algo dado, algo q u e en el m ejo r de los casos el filósofo consigue
d escu b rir y fre n te a lo cual n o le q u e d a h a c e r m u c h a m ás cosa q u e levan­
tar acta d e su ex isten cia e in te n ta r in te rp re ta r sus signos.
La nueva im ag en d el p en sam ien to q u e prom ueve D eleuze enfatiza,
co m o h em o s v en id o re ite ra n d o , su co n d ició n afirm ativa, productiva, é n ­
fasis q u e va a afectar in ev itab lem en te a su id e a de la V erdad, q u e tam bién
será e n te n d id a bajo esa m ism a clave. La afirm ación de q u e la V erdad — le­
jo s d e sim p lem en te ser, o d e ser algo dado— es algo producido su p o n e u n a
im p o rta n te reco n sid eració n d e todos los térm in o s en p resencia, así com o
d e la perspectiva desd e la q u e son tratados. P o r lo p ro n to , la afirm ación de-
leuziana n o es co n m en su rable con la platónica p o r la sencilla razón de q u e
es m ás p o te n te , esto es, la subsum e: la tesis d e q u e la V erdad n o es p ro d u ­
cida es, ella m ism a, u n a verd ad pro d u cid a. Esta p e rm a n e n te y sistem ática
o cu ltació n d e su p ro p ia n atu raleza constituye u n o de los rasgos más ca­
racterísticos d el p en sam ien to dogm ático, rasgo q u e D eleuze tien e esp e­
cial in terés e n criticar.
E n efecto, resistién d o se a a c e p ta r que la V erdad es algo p ro d u cid o , di­
ch o p en sam ien to , n o sólo la co n fin a en el ám b ito de la trascendencia, sea
la d e l m u n d o p la tó n ic o d e las id eas o la d e Dios, sino q u e , o b ra n d o así,
b lo q u e a la posib ilid ad d e p e n e tra r en la u rd im b re constituyente del filo­
sofar. P ero si, p o r el co n trario , se concibe lo p ensado co m o u n p ro d u cto ,
e n to n ces la reco n stru c c ió n d el proceso a través d el cual ese resu ltad o ha
te n id o lu g ar p asará a co n stitu ir u n ele m e n to clave para su inteligibilidad.
D e esta m a n e ra es co m o D eleuze in tro d u c e de p len o d e re c h o en su dis­

375
F11.OSOFÍA CONTENIPORÁNEA

cu rso la cu estió n d e las con d icio n es d e posibilidad del pensar, cuestión


q u e e n su e tap a crítica a d q u irirá u n a cen tralid ad a ú n mayor. C on sus p ro ­
pias palabras: «La v erd ad d e u n p en sam ien to d eb e in terp retarse y valo­
rarse según las fuerzas o el p o d e r q u e la d e te rm in a n a pensar, y a p en sar
esto o aqu ello » 77. Lo q u e significa q u e no tiene caso, desde su p ersp ecti­
va, seg u ir h a b la n d o d e lo v erd ad ero tal com o es en sí, para sí o p a ra noso­
tros. C om o tam p o co lleva a n in g u n a p arte p reg u n tarse p o r la v erd ad «a
secas» (la ex p resió n es d el p ro p io D eleu ze ). D ado q u e el p en sam ien to n o
p ien sa n u n c a p o r sí m ism o ni h alla p o r sí m ism o la verdad, lo q u e p ro ce­
de p re g u n ta rse es q u é fuerzas se o cultan en el p en sam ien to de esta ver­
d ad o, lo q u e es lo m ism o, cuáles son su sen tid o y su valor78.
T o d o este cu estio n am ie n to — q u iere decirse, ta n to el del trascenden-
talism o p lató n ico co m o el del negativismo h eg elian o — d esb o rd a la m era
crítica d e la im ag en d ogm ática del p en sam ien to p a ra em pezar a p ro p o r­
cio n a r elem en to s d e lo q u e se rá la específica p ro p u esta deleuziana. P or lo
p ro n to , u n a d e las derivaciones de la crítica an terio r, en co n creto la refe­
rid a a la crítica d el c o n cep to d e rep re sen tació n , c o n d u ce a u n a d e las re­
flexiones m ás in teresan tes y sugestivas de la p ro p u esta d e D eleuze, esto
es, su co n cep c ió n del m o d o en el q u e se constituye la subjetividad. En el
fo n d o , el re c o rrid o llevado a cab o e n esta p rim e ra etap a p o r d ife re n te s
au to res d e la h isto ria d e la filosofía le p erm ite a n u estro a u to r se ñ alar en
q u é m e d id a el c o n c e p to tra d ic io n a l d e re p re s e n ta c ió n exig e a d m itir el
co n cep to de u n sujeto idéntico a sí m ism o q u e p reten d e co n o cer u n m u n ­
d o e n fre n ta d o a él, ex ig en cia q u e cu lm in a e n la filosofía d e la id e n tid a d
h e g e lia n a y d e la q u e h a b ría n escapado, en su in te rp re ta c ió n , H u m e y
S pinoza. El p rim e ro en la m e d id a e n q u e co n sid era al sujeto co m o u n a
su m a d e im p resio n es y n o c om o u n a id e n tid a d sustantiva, y el se g u n d o e n
c u an to p ro p o n e u n a filosofía de la expresión basada e n la fuerza d e las di­
ferencias, filosofía e n la cual el sujeto m anifiesta su fuerza en la ex p resió n
y en el deseo.
Se d e sp re n d e d e esto u n a id e a de subjetividad que, fre n te al sujeto
co n stitu id o d e la M o d e rn id ad , a c e n tú a los rasgos m ás inestables (hasta el
e x trem o d e q u e e n u n m o m e n to p o ste rio r D eleuze llegará a d e n o m in a r­
la «sujeto larv ario » ). El h e c h o d e q u e sea el efecto de u n e x te rio r — el
m u n d o — e n c o n tin u a deriva le lleva a p refe rir el té rm in o subjetividad y
sim ilares a o tro s79, q u e se le a n to jan m ás cosificados o esencializantes. Se
trata e n to d o caso d e o p o n erse a las concepciones tradicionales en fatizan­
d o el d ato d e q u e estam os, p ro p ia m e n te , an te u n p roceso a través d el cual
el e x te rio r va d e ja n d o sus im presiones sobre u n a superficie de subjetiva-
ción, q u e reco g e ese flujo de aco n tecim ien to s q u e le trasciende p a ra ex­
p resarlo p o ste rio rm e n te hacia el exterior. C abe seguir h a b la n d o , pues,

376
M a n u k i. C h u z

d e u n dentro y d e u n fuera, siem pre q u e a esos térm in o s les atribuyam os


u n a co n d ició n m áx im am en te flu id a y cam biante: que los e n te n d a m o s
co m o los territo rio s d e u n conflicto, territorios cuya extensión y cuya fo r­
m a varía co n el conflicto m ism o. P ero en n in g ú n caso tiene se n tid o e m ­
p e ñ a rse en in te rp re ta rlo s com o si n o m b ra ra n espacios p re d e te rm in a d o s
o, lo q u e viene a ser lo m ism o, co m o si señalizaran fronteras o d ib u ja ra n
lín eas d e d em arcació n . A ños m ás tarde, D eleuze declarará e x p resa m e n ­
te: «No todas las indiv id u aciones se h acen de a c u e rd o con el m o d o de u n
su jeto o incluso d e u n a cosa»80. D eclaración q u e deja m e rid ia n a la id ea
d e q u e, incluso c u a n d o la individuación tiene lu g ar bajo el m o d o de u n
sujeto, ello n o d eja d e ser el p a rticu lar efecto de u n m u n d o — in stan c ia a
la q u e se le co n ced e in eq u ív o cam en te el p rim a d o ontológico— . El sujeto
re p re se n ta tan sólo u n a convención co n cep tu al q u e resulta leg ítim o u ti­
lizar e n la m ed id a en q u e sirva p a ra e n te n d e rn o s, pero con la clara co n ­
cien cia de qu e en realid ad «ya n o hay sujetos, sólo hay individuaciones d i­
n ám icas sin sujeto q u e constituyen los agenciam ientos colectivos»81.
E n to d o caso, si la refe ren cia a la subjetividad p u e d e o p e ra r a m o d o d e
p u e n te p ara tran sitar desde las iniciales críticas deleuzianas a d e te rm in a ­
dos episodios d e la h istoria d e la filosofía hasta los m om entos e n los q u e
el a u to r h ab la ya co n su p ro p ia voz es en la m e d id a en q u e se co n sid era
q u e en la m ism a co n stitu ció n del sujeto p o d em o s e n c o n tra r el n ú c le o d el
p ro b le m a d e la d iferen cia, asu n to q u e va a co n stitu ir u n o de los ejes m a­
yores d e su reflex ió n posterior. P o rq u e , en efecto, es el in te n to d e se n tar
la d iferen cia e n el p ro p io sujeto — u n sujeto, n o se olvide, que q u e d ó p r o ­
visio n alm en te d e fin id o p o r su vínculo con la diferencia y la expresión, ca­
teg o rías sobre las q u e se volverá de in m ed iato — el que lleva a D eleuze a
p r o p o n e r u n a n u ev a o n to lo g ía, a la qu e b ien p o d em o s calificar de u n a
o n to lo g ía de la d iferencia.
O n to lo g ía d e la d iferencia q u e e n m odo a lg u n o su p o n e u n a ree d ic ió n
d e la vieja distin ció n o n tológica de la filosofía especulativa, en la que el
Ser, in ex p resab le p o r la rep re sen tació n m etafísica o trascen d en tal, q u e ­
d ab a n ítid a m e n te d iferen c ia d o de los entes, tam bién d e n o m in a d o s subs­
tancias o «cosas» p o r la m etafísica, u «objetos» p o r la filosofía tra sc e n d e n ­
tal. D eleuze em p ieza a elab o rar su particu lar id ea de d iferen c ia a p a rtir
del diálogo co n el p e n sam ien to de B ergson, q u ie n le provee de la n oción
básica co n la q u e a fro n ta r la tarea. D icha n o ció n es la d e m ultiplicidad,
q u e a su vez se divide en cuantitativa y cualitativa. L a p rim e ra v ien e re p re ­
s e n ta d a a la p erfe c c ió n p o r el objeto, cuya característica es la ad ecu a ció n
rec íp ro c a d e lo dividido y de las divisiones, del n ú m e ro y de la u n id ad : de
a h í q u e en u n m o m e n to d ad o D eleuze d e n o m in e a este tipo d e m ultipli­
cidad, multiplicidad numérica. O bjetivo, p o r tanto, es aquello q u e , al divi­

377
F il o s o f í a c o n t k m i ' o r á .n k a

dirse, n o cam b ia d e n atu raleza, sino q u e sólo da lugar a d iferen c ia s d e


g ra d o 82. El su jeto y lo subjetivo e n general constituyen, en cam bio, el ám ­
b ito p o r ex celen cia d e la m u ltip licid ad cualitativa. B ergson p ro p o rc io n a
el sig u ien te ejem plo: «Un se n tim ien to com plejo c o n te n d rá u n n ú m e ro
b a stan te g ra n d e d e elem en to s m ás simples; p e ro n o p odrem os d e c ir que
d ich o s elem en to s están c o m p le ta m e n te realizados, e n tan to no se despe­
j e n co n u n a n itid ez p erfecta; y, d esde el m o m en to en q u e la co n cien cia
te n g a p e rc e p c ió n d istinta d e los m ism os, el estado psíquico q u e resu lta d e
su síntesis h a b rá p o r eso m ism o cam biado»83.
La cita deja claro q u e el rasgo q u e p erm ite distinguir am bas m ultiplici­
d ad es es el rasgo d iacró n ico o, co n la expresión d el pro p io B ergson, la
d u ra c ió n . F re n te a la m u ltip licid ad espacial y n um érica, cuan titativa y ex­
tensiva, caracterizad a p o r su co n d ició n «discontinua y actual» ( p o r seguir
la expresión d eleu zian a), la m ultiplicidad cualitativa es esencialm ente tem ­
po ral, intensiva y h e te ro g é n e a . P erm ite que em erjan las diferencias d e
n atu raleza: aq u ellas q u e resu ltan irre d u c tib le s al n ú m e ro . La in tro d u c ­
ció n d el eje d ia c ró n ic o constituye, d e esta fo rm a, el elem en to clave p ara
c o m p re n d e r el p ro ceso a través d el cual se lleva a cabo la p ro d u c c ió n d e
D iferencia. Lo q u e es deviene m ú ltip le al instalarse en d ich o eje o, si se
p refiere, la in tro d u c c ió n del vector d u ració n g e n e ra efectos m ultiplica­
d o res e n lo q u e es. E n ese sen tid o , cabe afirm ar q u e el tiem po constituye
la d iferen c ia in te r n a o, tal vez m ejor, la diferencia en s ie n la m e d id a en q u e
es la in m ersió n e n él lo q u e hace q u e lo que es devenga algo d iferen te d e
sí m ism o. En to d o caso, n o hay aq u í rastro d e la m an era de e n te n d e r la di­
fe re n c ia característica d e la dialéctica, esto es, com o oposición o co n tra­
d icción. La d iferen c ia n o se m id e con lo O tro — ni co n n in g u n a d e sus va­
rian tes— sino q u e n o tien e m ás refe ren cia q u e ella m ism a y la d u ració n , a
la q u e está so m etid a e n cu an to q u e existe.

H ablar con la propia voz

C u a n d o p o r fin e n 1968, con Diferencia y repetición, D eleuze in au g u ra el


p e rio d o d e su filosofía crítica p ro p ia m e n te dicha, b u e n a p a rte d e las pre­
m isas y h e rra m ie n ta s con las q u e elaborarla ya h a n sido tem atizadas. D e
a h í la a p a re n te parad o ja: el a u to r em pieza a h a b la r con su p ro p ia voz e n
el m o m e n to en q u e consigue despersonalizarse, en q u e se atreve a d ar sa­
lida a to d o s los elem en to s y fuerzas q u e le constituyen y que, dejados en li­
b e rta d , m u e stra n su a u tén tico carácter: no son de nadie y a nadie, p ro p ia­
m e n te , d efin en . Si acaso m u e stra n la g ran d eza d e q u ien les p ro p o rc io n ó
la o p o rtu n id a d d e h acerse visibles. Tal es el caso de esas d os n o cio n es q u e

378
M a n u k i. C r u z

d a n títu lo a su o b ra y q u e, en g ra n m ed id a, d e fin e n el c o n te n id o de su
proyecto. La d iferen c ia y la re p e tic ió n de las q u e D eleuze h ab la en ella
son, d e c id id a m e n te , categ o rías n o -re p re se n ta c io n a le s (po stp lató n icas,
b ie n p u d ié ra m o s d e c ir ) . A nte to d o p o rq u e , lejos d e e n te n d e rla s com o
dos co n cep to s disociados (en el p en sam ien to representativo la re p e tic ió n
sólo p u e d e ser, p o r d efinición, re p e tic ió n de los diversos mismos), n u estro
a u to r las co n cib e co m o po ten cias in sep arab les y correlativas: la re p e ti­
ción, sostiene e n la estela de N ietzsche, no es sino u n a form a d e p ro d u c ­
ció n d e d iferen c ia y la d iferencia, p o r su p arte, constituye la e x p resió n d e
la rep etició n .
Este vínculo e n tre las dos «potencias de la esencia» es posible gracias a
la se ñ alad a in tro d u c c ió n del e le m e n to diacrónico: gracias a él la rep eti­
ció n , lejos d e lim itarse a perseverar e n lo existente, es capaz de p ro d u c ir
d iferencias. El tiem p o es el ám bito q u e p erm ite la m aterialización de las
virtualidades. O , si se p refiere fo rm u larlo a la inversa: precisam en te p o r­
q u e este in c o n te n ib le flu ir d e la d u ra c ió n im pide la fantasía de u n a id en ­
tid ad especular, los en tes q u e d a n c o n d en ad o s a la condición d e m ero si­
m u lacro , d e co p ia sin re fe re n te alg u n o en el q u e reafirm arse. A u n q u e el
c o n c e p to d e sim u lacro p ro c e d a de P ierre Klossowski (quien a su vez desa­
rro lla b a u n a in tu ició n n ietzscheana) y haya alcanzado u n a cierta n o to rie ­
d a d m e rc e d a las ap o rtacio n es de au to res com o F oucault o B audrillard,
lo cierto es q u e la id e a d e q u e existe u n a ficción e x en ta de rem isión, fic­
ció n d e la q u e e n m o d o alg u n o p o d em o s p red icar n a d a p arecid o a su ver­
dad, o b tien e en el in te rio r del esq u em a d eleu zian o u n a eficacia teórica
esp ecialm en te d estacad a. P o rq u e el sim ulacro, e n su necesaria o q u e d a d ,
ilu m in a sobre la a u té n tic a n atu raleza del Ser, q u e, tras lo dich o , ya sólo
p u e d e ser visto c o m o u n S er en devenir, esto es, com o u n S er no sa tu rad o .
Las aventuras d e la realid ad tien en , pues, el signo d e la rep etició n , p e ro
d e u n a rep etició n , si se nos p e rm ite h ab lar así, abierta. P uesto q u e lo q u e
se re p ite n o es lo ex isten te co n creto , el m od elo o el concepto e n sus d e ­
term in acio n es: lo q u e se rep ite es la p ro d u cció n d e la diferencia. Las refe­
ren cias an terio res a la subjetividad com o territorio o superficie (y n o com o
e le m e n to , realid ad o cosa) p u e d e n q u e d a r a h o ra com pletadas. Lo q u e
im p o rta d e la subjetividad es su p o te n c ia afirm ativa y creadora, su afirm a­
ció n d e la m u ltip licid ad intensiva y cualitativa. Su v oluntad de p o d er, p o r
d ecirlo con o rto d o x ia , o quizá tam b ién su voluntad de riesgo, si p o r tal se
e n tie n d e su resu elta disposición a dejarse p erm eab ilizar y m o ld ear p o r
los a co n tecim ien to s. E n definitiva, su inequívoca vocación n ó m ad a.
P ero q u e esta re in tro d u c c ió n ta rd ía de la subjetividad n o desdibuje el
p erfil d e las ideas deleuzianas, ni sugiera u n a c o n cep c ió n equivocada d e
las m ism as. N o se trata d e p o stu lar u n o s nuevos objetivos p ara la subjetivi­

379
F il o s o f í a c o k t k m p o r á n k a

d ad , sino m ás b ien u n a nueva fo rm a d e p erseg u ir cualesquiera objeti­


vos84. El d esp lazam ien to es e n realid ad u n efecto d el ab an d o n o , p o r p arte
d e D eleuze, del esq u em a plató n ico de deseo — q u e era siem pre d eseo de
algo— p a ra ab razar e n su lugar u n co n cep to del m ism o com o p o ten cia.
A h o ra b ien , c o n sid e ra r efecto a d ich o desplazam iento no deja de s e r u n a
fo rm a o b licu a d e re c o rd a r cuáles son las categorías q u e en este esq u em a
resu ltan prioritarias. Q u e el deseo se libere ele su objeto — o, lo que viene a
ser igual, q u e se a fírm e e n su c o n d ic ió n de fuerza d e la vida co m o línea
vital ab stracta— , n o es u n fin en sí m ism o sino m era condición d e posibi­
lid ad p a ra q u e la subjetividad asum a la im p o rtan c ia d el valor de la rep eti­
ción y del e te rn o re to rn o com o crecien te p ro d u cció n de diferencias n u e­
vas. L a p rim acía o n to ló g ica de la diferencia se p o d ría expresar tam b ién
o b se rv an d o lo q u e tien e la subjetividad de co n stru cto y pliegue d e l exte­
rior, y m u ch o d e v erd ad h a b ría e n la observación. S in em bargo, resu ltaría
asim ism o e rró n e o (sólo q u e con u n e r ro r de o tra naturaleza) d erivar d e
esto u n a im ag en m e ra m e n te pasiva d e la subjetividad, com o si n o le cu­
p ie ra a ésta m ás fu n c ió n ni m ás d estin o que la de se r espacio u ocasión
p ara el su rg im ien to d e las diferencias.
Si la subjetividad es m ás que pasividad, ello es d eb id o a que el p e rm a ­
n e n te d e v en ir d el m u n d o n o se d e ja p e n s a r en térm in o s de un m o n ó to ­
n o , a rm ó n ic o y h o m o g é n e o flujo d e acontecim ientos. De lo que h a y — o
tal vez fu e ra más aju stado decir: d e lo q u e va h a b ie n d o — se a p ro p ia in m e­
d ia ta m e n te el P oder, q u e lleva a cabo sobre cu an to o cu rre u n a tarea d e
atrib u ció n d e sen tid o . T an ta es su avidez p o r apropiarse de lo o c u rrid o
qu e, sin so m b ra d e exageración, p u e d e afirm arse q u e aquello so b re lo
cual el p o d e r n o co lo ca el foco d e su aten ció n carece de existencia social.
E n co n secu en cia, cab e afirm ar q u e n o todo aco n tecim ien to , p o r el m ero
h e c h o d e serlo, p o se e sen tid o . El se n tid o es u n a d e te rm in a c ió n qu e el
aco n tecim ien to alcanza cu a n d o consigue hacerse visible y d en u n ciab le,
u n a p a rtic u la r m a n e ra d e la q u e d isp o n e el p o d e r para en cau z ar cu an to
o c u rre h acia vías d e in te rp re ta c ió n e inteligibilidad preestablecidos.
P ero la tu tela q u e el p o d e r se esfuerza p o r ejercer sobre el se n tid o n o
se resuelve en u n c o m p leto co n tro l sobre éste, y ello deb id o a la n a tu ra le ­
za m ism a d e las instancias q u e a q u í in terv ie n en . D e un lado, la subjetivi­
d ad n o se ag o ta en su co ndición d e efecto del exterior, ni, p o r tan to , viene
c o n d e n a d a a la p u ra sum isión resp ecto al poder. La subjetividad es tam ­
b ién ex p resió n d e u n a p o ten cia, capacidad d e despliegue fuera d e las vías
d e se n tid o trazadas d esde el p oder. Esta p untualización no in tro d u c e n in ­
g ú n e le m e n to n u ev o : c o n fia r e n q u e la su b je tiv id ad p u e d a c o n s tru ir su
p r o p io se n tid o y v alo r se sigue, d e h e c h o , d e la a p u esta p o r el p ro g ra ­
m a n ietzsch ean o llevada a cabo p o r D eleuze d esd e el p rim e r m o m e n to .

380
M a n u e l C ruz

De o tro lado, y co m p le m e n ta n d o lo anterior, el sentido e n cu a n to tal n o


d eb e id entificarse con la im agen del m ism o que el p o d e r se e m p e ñ a en
presen tar. E n Lógica del sentido el a u to r deja bien clara su p a rticu lar buena
nueva: «El se n tid o n o es n u n c a p rin cip io ni o rig en , es p ro d u c to . No está
p o r descubrir, ni restau rar ni reem plazar; está p o r p ro d u cir c o n nuevas
in aq u in arias» 8r\ Es, d esd e luego, u n a b u e n a nueva, al m enos e n la m ed i­
d a en q u e coloca la cuestión del se n d d o en u n a perspectiva c o m p letam en ­
te d istinta a la q u e su elen a d o p ta r aquellas otras posiciones filosóficas q u e,
to m a n d o co m o ú n ico re fe re n te polém ico d eterm in ad as intransigencias
d e m atriz cientificista (pensem os, p o r p o n e r el ejem plo m ás co n trastad o ,
e n el C írculo d e V ien a), utilizan d ich a cuestión com o la antesala para la
legitim ación teó rica d e alg u n a trascendencia.
H ay q u e em pezar, pues, p o r reivindicar la in m an en cia fre n te a la tras­
c en d en c ia a la h o ra d e h a b la r d el sentido. P ero a sabiendas d e q u e el d e ­
b ate n o p u e d e c o n clu ir en u n a reivindicación m e ra m e n te p ro g ram ática
d e la u n a fre n te a la o tra. D eleuze viene — n o se olvide— de u n co m b ate
c o n tra la im ag en d o g m ática del p en sam ien to , y este o rig en p ro p o rc io n a
el m arco in terp retativ o ad ecu a d o e n el q u e in se rta r su p ro p u e sta acerca
d el sen tid o . Las diversas filosofías m odeladas p o r la trascen d en cia se ca­
racterizan p o r su c o n cep c ió n d e aq u él com o fu n d am en to , co m o p rin ci­
pio, n o p o r a p e la r d e in m ed iato a u n a d e te rm in a d a instancia o e n tid ad
ex te rio r al m u n d o co m o g aran tía del sentido. Incluso al contrario: es el
caso q u e, co n frecu en cia, la c o n cep c ió n trascendental del se n tid o se reviste
d e u n a a p a rie n c ia real, c o n creta, in m e d ia ta y p e rfe c ta m e n te identifica-
ble. N o o tra cosa o c u rre co n el llam ado sentido común, el cual constituye
p a ra D eleuze u n o d e los co n cep to s rectores de la im agen dogm ática del
p en sam ien to . Y a u n q u e la crítica d eleu zian a se cen tra e n la fu n ció n p o li­
cíaca q u e c u m p le n advertencias d el tipo «todo el m u n d o sabe, n a d ie p u e ­
d e n eg ar» 86, lo cierto es q u e n o costaría e n c o n tra r en sus arg u m en to s re ­
so nancias d e los utilizados p o r H eid eg g er p ara d e n u n c ia r la existencia
in au tén tica.
D e h ech o , la m isión q u e c u m p le n las apelaciones a lo obvio, lo evidente,
lo indiscutible, etcétera, llevadas a cabo p o r el se n tid o c o m ú n es la de ocu l­
tar el a u té n tic o fo n d o de este p en sam ien to , esto es, el h ech o d e que se
asien ta so b re u n o s p rin cipios in q u eb ran tab les y e tern o s que so n los q u e
le p e rm ite n p o n tifica r sobre la verd ad y la falsedad, lo co rre c to y lo in co ­
rre c to , la p recisió n y el erro r. P ero p a ra D eleuze lo n o rm al n u n c a p u e d e
ser lo n o rm ativ o o, lo q u e viene a ser lo m ism o, el p en sar filosófico no
p u e d e consistir e n u n a m e ra refo rm u lació n de lo que ya está e n la m en te
d e todos. Eso equiv ald ría a neu tralizar lo q u e e n realid ad constituye u n a
altern ativ a in elu d ib le: la filosofía fre n te a la doxa, el p en sam ien to fren te

381
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

al reco n o cim ien to . E n la perspectiva deleuziana p en sar es, p o r el co n tra­


rio, en fre n ta rse a to d o p resu p u esto , resistir al im perialism o de u n sentido
co m ú n q u e se e m p e ñ a en co n v ertir a la filosofía e n reverberación (y n o
e n crítica), y al filósofo en apacible testigo d e la d úplica (en lu g a r de e n
in c ó m o d o in tem p estiv o ).
D eleuze o p o n e a esto el c o n c e p to de sen tid o al q u e antes hicim os refe­
ren cia — el se n tid o co m o efecto o p ro d u c to d e u n ex terio r— . P ara descri­
b ir d e m a n e ra a d e c u a d a la altern ativ a deleuziana, conviene re c o rd a r la
caracterizació n d e los niveles d e la p ro p o sició n p re se n ta d a p o r diversos
lingüistas — e n tre o tro s p o r B enveniste87— . D ichos niveles se rían básica­
m e n te tres: el d e la designación, constituido p o r las relaciones d e u n a p ro ­
p o sición co n el estad o de cosas exteriores y d efin id a p o r el p a r v erd ad e­
ro /fa ls o , el d e la manifestación, co n stitu id o p o r las relaciones de u n a
p ro p o sició n co n el su jeto q u e habla y d efinida p o r el par v e ra c id a d /e n g a ­
ñ o , y, p o r ú ltim o , el d e la significación, co n stitu id o p o r las relaciones d e
u n a p a lab ra co n co n cep to s universales y lazos sintácticos y d efin id o p o r el
p a r co n d ició n d e v e rd ad /p o sib ilid ad de e rro r y absurdo. Pues b ien , a estas
tres d im en sio n es, in tern as, de la pro p o sició n D eleuze añ a d e u n a cuarta,
la d el sen tid o , al q u e d efin e com o extraproposicional, p o r c u a n to no se
e n c u e n tra m ía p ro p o sición, si bien es lo q u e la p ro p o sició n expresa.
M ichel F o u cau lt h a fo rm u lad o este p u n to con n o tab le claridad: «Es
preciso sustitu ir la lógica tern aria, trad icio n alm en te cen trad a e n el refe­
re n te , p o r u n ju e g o d e cu atro térm inos. “M arco A ntonio está m u e rto ” de-
sig n a u n estado d e cosas; expresa u n a o p in ió n o u n a creen cia que yo tengo;
significa u n a afirm ación; y, adem ás, tiene u n sentido: el “m o rir”. S entido
im p alp ab le d el q u e u n a cara está g irad a h acia las cosas pu esto q u e “m o ­
rir ” su ced e co m o aco n tecim ien to , a A ntonio, y la o tra está g irad a hacia la
p ro p o sició n p u esto q u e m o rir es lo q u e se dice d e A ntonio en u n e n u n ­
ciado»88. El se n tid o es, ju sta m e n te , ¿soque n o se co n fu n d e ni c o n la p ro ­
posición, ni co n el o b jeto o estado d e cosas q u e ésta designa, ni con la vi­
vencia, la re p re se n ta c ió n o la actividad m en tal de q u ien se expresa en la
p ro p o sició n , n i co n los conceptos, o incluso las esencias significadas. E n
el ejem p lo d e F o u c a u lt es el m o rir e n cu an to tal, esto es, el aco n tecim ien ­
to q u e resu lta visible y p en sab le m erced a las palabras, a u n q u e n in g u n a
d e ellas consiga reco g erlo d el todo.
¿Q ué estatu to d eb em o s atrib u irle en to n ces al sentido? Lo m ás p ro b a ­
b le es q u e n o n o s valgan n in g u n o d e los estatu to s disponibles (o p o r lo
m en o s, los m ás h a b itu a le s). C om o h a escrito el p ro p io D eleuze: «Es difícil
co n testar a q u ien es q u ieren bastarse con palabras, cosas, im ágenes e ideas.
P o rq u e n i siq u iera p u e d e decirse d e l sen tid o que exista: ni en las cosas ni
e n el esp íritu , ni c o n u n a existencia física ni con u n a existencia m en tal» 89.

382
M a n u k i. C h uz

El se n tid o es lo q u e sólo p u e d e ser dicho. Lo expresable o lo ex p resa d o


d e la p ro p o sició n , y el a trib u to del estado d e cosas. Por fo rm u larlo co n
m ayor ro tu n d id a d : es la fro n te ra e n tre las proposiciones y las cosas. A que­
llo q u e h ace q u e el aco n tecim ien to n o se co n fu n d a con su efectuación es­
pacio -tem p o ral e n u n estado d e cosas. De a h í que, p ara D eleuze, p re g u n ­
tarse p o r el se n tid o d e u n aco n tecim ien to equivale a p lan tearse u n a
p re g u n ta equivocada. El aco n tecim ien to es el sen tid o mism o.
Se o b serv ará q u e, al d esarro llar d e esta fo rm a la cuestión d el sentido,
n o s h em o s ido alejan d o de d e te rm in a d a s perspectivas a través d el m ism o
p ro ceso p o r el q u e ex traíam o s las consecuencias d e las prem isas plan tea­
das. A firm ar el se n tid o de u n a d e te rm in a d a m a n e ra (productiva, p o r así
d ecir) y d iferen c ia rlo d e otras dim ensiones d e la p roposición (las tres q u e
se h an d e n o m in a d o internas) su p o n e , en tre otras cosas, p ro fu n d iz a r en la
reco n sid eració n — a la q u e ya aludim os al refe rirn o s al primer Deleuze—
del lu g ar y la tarea d e eso q u e llam am os pensar. Así, la expectativa de ver­
d ad , q u e en tan tas o casiones e n el p asado sirvió p a ra tu telar el discurso fi­
losófico o p ara p o n e rlo a la som bra de d eterm in ad o s saberes (p o r ejem ­
plo, d e m atriz cien tífica), cam b iará radicalm ente de signo. N o ya sólo
p o rq u e la v e rd a d d e b e r á d e ja r de d e c lin a rse en sin g u lar p a ra se r e n te n ­
d id a co m o la d e te rm in a c ió n p ro p ia de cu alq u ier p en sam ien to (de tal
m a n e ra q u e p o d rá afirm arse, n ietzsch ean am en te, q u e cada p en sam ien to
tien e la v erd ad q u e se m e re c e ), sino sobre to d o p o rq u e la v erd ad q u e d a rá
c o n ceb id a d e u n m o d o c o m p le ta m e n te distinto. N o com o algo p o r d e s­
cubrir, sin o co m o algo p o r producir, cosa q u e ya qu ed ó dicha, p ero q u e
a h o ra se p la n te a co n u n añ a d id o nuevo: esa p ro d u cció n tien e lu g ar d esde
u n específico rég im en d e sentido.
P o r su puesto q u e h ab rá quienes e n te n d e rá n que este o tro m odo de co n ­
ceb ir el sentido, la verdad y, m ás allá, el p ensar en cuanto tal, en la m edida
e n q u e ren u n cia a b u en a p arte de los criterios y nociones utilizados p o r el
p en sam ien to tradicional p ara ir o rd en an d o , excluyendo y jerarquizando las
ideas, q u e d a ab o cad o a u n a con cep ció n m agm ática e in d iferen ciad a d e l
q u eh ace r filosófico. ¿Cómo defenderse, p o r ejem plo, de reproches conven­
cionales com o el d e relativismo cu an d o se viene de afirm ar que la verdad
d e p e n d e del m o d o en q u e se d eterm in an los problem as o q u e no resulta es­
pecialm ente im p o rtan te evitar el error? Deleuze se defiende, com o no p o ­
d ría ser d e otra m an era, cuestionándose la p regunta, presa ella m ism a de es­
q u em as y p resupuestos inaceptables. P orque la p regunta está expresando la
añ o ran za p o r el C riterio (o p e o r aún: p o r el T ribunal) perdido.
El se n tid o y la v erd ad son, com o hem os ido viendo, el te rrito rio de u n
conflicto, de u n a lu ch a, de u n a tensión. P or ello, el p en sar —secreto h ilo
c o n d u c to r de to d o s los escritos deleuzianos— sólo p u ed e ser visto com o

383
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

p lu ral, d in ám ico , ab ierto. La co n stru cció n de sen tid o no es u n a sosegada


p ro d u c c ió n sino u n agrio com bate, p o r cu an to exige u n as condiciones
d e en u n ciab ilid ad y d e visibilidad q u e el P o d er se niega, sistem áticam en­
te, a aceptar. L a so ciedad de los m edios de co m unicación tiene sus zonas
d e so m b ra in fo rm ativa y lleva a cabo la selección-producción d e aco n te­
cim ien to s q u e le conviene. C on la term in o lo g ía del p ro p io D eleuze90, el
P o d e r co n stru y e espacios lisos, fáciles d e recorrer, p a ra favorecer la trasm i­
sión d e los aco n tecim ien to s cuyo sen tid o él m ism o h a cargado, y espacios
estriados q u e h ac e n difícil la co m u n icació n e n tre los sentidos q u e escapan
a su m o d u lació n . A este respecto, la tarea del p en sad o r d e b e ser la crítica
fro n tal d e la so cied ad c o n te m p o rá n e a y d e sus potentísim os m ecanism os
d e p ro d u c c ió n d e sentido. P ero co n la clara conciencia de q u e d ich a críti­
ca se inscribe e n el m arco m ayor de u n rechazo radical — político, en el
se n tid o m ás am plio de la palabra— a lo existente. N ada m ejor que sus
p ro p ias p alabras p ara m o strar la m ed id a d e su dolorido rechazo: «No nos
sentim os ajenos a n u estra época, sino que, p o r el contrario contraem os
co n tin u a m e n te co n ella com prom isos vergonzosos. Este sentim iento d e
verg ü en za es u n o d e los tem as m ás po d ero so s d e la filosofía. N o som os
resp o n sab les d e las víctim as, sino a n te las víctim as»91. La verg ü en za es u n a
v erg ü en za sin excusa: «No carecem os de com unicación: p o r el co n trario ,
carecem o s d e creación. Carecemos de resistencia al presente» 92.

J a c q u e s D e r r u ía

Valoraciones previas

A u n q u e resu lte u n poco excesivo — cu an to m en o s en la fo rm a, p o r lo


en fático d e la ex p resió n — referirse en g en eral a la recepción de Derrida, lo
cierto es que, si se analiza co n u n p oco d e perspectiva la evolución de las
valoraciones q u e h a ido recib ien d o este a u to r a lo largo de los últim os
años, se c o m p ru e b a q u e, a p esar d e las im p o rtan tes resistencias q u e to d a­
vía su o b ra provoca, el c o n ju n to de sus pro p u estas h a te rm in a d o p o r ali­
n earse, al m en o s e n cu an to a la frecuencia con que ap arecen citadas, ju n to
a las d e p en sad o re s com o Rorly, V attim o, H aberm as, Davidson y alguno
más. Más allá d e su evidente h etero g en eid ad , las propuestas de todos ellos
co n fo rm an u n a constelación, cuyos c o n to rn o s tal vez resulten im precisos,
p e ro cuyo c o n te n id o p arece claro q u e constituye lo que estam os en co n ­
dicio n es d e p e n sa r e n este m o m en to .
La refe ren cia a las resistencias q u e lo d e rrid ia n o ha p rovocado no d e ­
b iera co n sid erarse lateral o irrelevante. D e h e c h o , algún episodio recien ­

384
M a n u el C ruz

te acred ita el calad o d e tales resistencias. N o h a b ría más qu e p e n s a r en el


ya m e n c io n a d o episodio Sokcd93, en el que las categorías d e D e rrid a e ra n
utilizadas com o el p ro to tip o d e u n lenguaje filosófico tan c aren te de senti­
d o c o m o p reten cio so , o en la clam orosa oposición d e algunos im p o rtan tes
profesores de C am b rid g e hace pocos años a que le fuera concedido u n
d o cto rad o honoD'is causa. A m bos episodios — p o r n o m encionar el desdén
b u rló n co n el q u e e n ciertos am bientes se alude sistem áticam ente a lajerg a
d e rrid ia n a — e n el fo n d o constituyen u n índice de la inquietud co n la q u e
d eterm in ad o s sectores h an recibido la pen etració n de las ideas d e D errida
e n u n territo rio q u e hasta ah o ra ten ían p o r p ro p io e inexpugnable.
P ro b a b le m e n te este últim o h e c h o p u e d a ser leído en sí m ism o com o
u n au tén tico signo d e los tiem pos. A ún sin h a b e r e n trad o en la exposición
d etallad a d e sus ideas, se p u e d e a d e la n ta r el d ato d e la reso n an c ia o b te n i­
d a a p a rtir d e los añ o s se ten ta p o r las p ro p u estas d errid ian as e n las m ás
avanzadas escuelas n o rteam erica n as de crítica literaria, com o la de Yale
(co n Paul d e M an al fren te) y el New Criticism. D icha resonancia h a ten id o
cam in o d e vuelta, d e tal m a n e ra q u e la noticia d el éxito trasatlántico de
D e rrid a h a c o n trib u id o a u n a reco n sid eració n al alza de su fig u ra en E u­
ro p a. Es cierto, o b jetarán sin d u d a los más reticentes, q u e, a d iferen c ia de
lo o c u rrid o co n los filósofos e u ro p eo s instalados en Estados U nidos co n
ocasió n de la S e g u n d a G u e rra M undial, D errid a h a triunfado e n d e p a rta ­
m en to s d e lite ra tu ra (y n o d e filosofía). Más aú n , c o n tin u arán tales obje-
tores, e n tre sus p ares (q u iere decirse, los filósofos y no los críticos litera­
rios) h a recib id o aceradas críticas. Piénsese, p o r m en cio n ar u n a u to r ya
citad o a n te rio rm e n te , en el caso d e Searle94, q u ie n ha re p ro c h a d o a De­
rrid a, e n tre o tras lindezas, oscurantism o, au to rreferen cia, circu larid ad e
iteració n co n stan te.

E l contexto teórico de u n a s propuestas

P ero a b u n d a r e n este tipo de detalles co n to d a p ro b ab ilid a d nos dis­


tra e ría d e lo esencial ah o ra, q u e es la p resen tac ió n de las ideas de D erri­
da. Ideas q u e, lejos d e q u e d a r im p u g n ad as p o r las resistencias q u e g en era
o, so b re to d o , los entusiasm os anómalos q u e despierta, m u e stra n precisa­
m e n te d e esta fo rm a su especificidad m ás p ro fu n d a. E n efecto, la anoma­
lía d e q u e haya sido d esd e el áre a d e los estudios literarios d esd e d o n d e se
h a n in te rp re ta d o d e fo rm a m ás activa y co n sisten te los p ro b lem as p la n ­
tead o s p o r D errid a , ad em ás d e la in fo rm ació n q u e p ro p o rc io n a sobre el
p erfil d e su o b ra, ofrece u n a clave de lectu ra p a ra re c o rre r b ajo un d e te r­
m in a d o p rism a u n am p lio c o n ju n to d e p ro p u estas e incitaciones teóricas,

385
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

a m e n u d o su bsum idas bajo ru b ro s o etiquetas convencionales p e ro de es­


casa u tilid ad p a ra el caso. Es lo q u e sucede con la tipificación de D e rrid a
c o m o estructuralista, tipificación q u e atien d e casi en exclusiva a la fecha
d e p ro d u c c ió n d e sus p rim e ro s textos, a su reco n o cid a afinidad a au to res
c o m o M ichel F o u cau lt, de q u ie n e n algún m o m e n to 95 se llegó a d eclarar
«discípulo» o, sobre todo, al h ech o d e qu e en sus obras de la d écada d e los
sesen ta y p rin cip io s d e los s e te n ta to m ara a m e n u d o com o p u n to d e refe­
ren cia crítico alg u n o s d e los p o stu lad o s centrales del estructuralism o.
R especto a este ú ltim o h e c h o — el único de u n a cierta relevancia teóri­
ca— p ro b a b le m e n te haya q u e a ñ a d ir q u e no p o d ía ser de o tra m a n era.
P ero n o cabe c o n fu n d ir el re c o n o cim ien to p o r p a rte de D errid a d e los as­
p ecto s fecu n d o s d el estru ctu ralism o co n u n a adscripción e n to d a regla a
sus p rincipios. P o rq u e , cie rta m e n te , d esde el p u n to de vista d e rrid ia n o
constituye u n avance esa p a rtic u la r articulación del p u n to d e vista de la
to talid ad y del form alism o q u e se d a en la perspectiva estructuralista. A ten­
d e r a las relacio n es intrasistém icas, p rio rizar d icho en tra m a d o d e víncu­
los p o r en cim a d e la id e a d e c e n tro d e significación, te rm in a p o r generar,
d e m a n e ra paradójica, unos efectos desestructuradores que D errid a saluda
co m o algo positivo. Así, estru ctu ras com o la oposición e n tre n o r m a l/p a ­
tológico o e s e n c ia /a p a rie n c ia , o incluso el p ro p io teleologism o e n la m e­
d id a e n q u e p re su p o n e u n o rd e n reg lam en tad o desd e u n se n tid o últim o
u o rig in ario , p ie rd e n to d o valor al ser sustituidas p o r la re d d e relaciones,
q u e a rre b a ta al se n tid o to d a p re te n sió n originaria, fu n d a m e n ta d o ra .
A h o ra b ien , la m e n c io n a d a crisis del sen tid o — o de u n a d e te rm in a d a
m a n e ra d e e n te n d e rlo , quizá fu e ra m ás preciso d ecir— tiene sus c o n tra ­
p artid as negativas, q u e D errid a n o d eja de constatar. Así, el m ism o fo rm a­
lism o, cuyos b en eficio s teó rico s acab a m o s d e señalar, d eviene o b stá cu ­
lo c u a n d o olvida su co n d ició n de m o d elo y m etáfo ra p ara transform arse
en p a tró n y n o rm a , esto es, c u a n d o la m etáfo ra espacial y de la fu n ció n
m atem ática d escu id a la d im en sió n cualitativa d e la fuerza y, co n ella, de la
génesis y el tiem po. D e rrid a n o p re te n d e elim in ar n in g u n a de las dos di­
m en sio n es ni, m en o s aú n , restab lecer el viejo o rd en . P ero la fascinación
estructuralista p o r la form a, su idiosincrasia topográfica, su q u eren cia p o r
el g eo m etrism o en definitiva, p la n te a n el serio p eligro d e « e n c e rra r el d e­
venir», d e « h acer callar la fuerza bajo la form a», p o r decirlo co n expresio­
nes d e L a escritura y la diferencia.
A u n q u e tam b ién , si se prefiere fo rm u la r el re p ro c h e d e rrid ia n o en
térm in o s m ás clásicos, se p o d ría a firm ar q u e el en c ie rro del estructuralis­
m o en el p ro b le m a d el signo se e n c u e n tra estrech a m e n te ligado a los pos­
tulad o s m ás trad icio n ales d e la m etafísica occidental. La tesis se g ú n la
cual todo es lenguaje tien e p oco de novedosa en el fondo. A ntes bien al con­

386
M a n u k i . C rl 1/.

trario , enlaza c o n u n a c o n cep c ió n central d e la filosofía griega, a saber, la


m etafísica del S er c o n fu n d id o co n el «ente suprem o» tal com o aparece
e n P lató n y A ristóteles. En efecto, si todo es significante, n o hay fo rm a de
evitar q u e éste se apoye sobre u n significado trascendental, g a ra n te ú lti­
m o d e to d a d o n a c ió n d e sen tid o . De ah í q u e D errid a p u n tu a lic e que n o
se p u e d e tra ta r n u n c a d e sustituir el sentido p o r u n sistem a — a trib u ir a
las estru ctu ras la ú ltim a p alab ra es p u ra an tifen o m en o lo g ía, y ésta equiva­
le a «totalitarism o estructuralista», p o r utilizar la expresión de L a escritura
y la diferencia— sin o d e « d e term in ar la posibilidad de sen tid o p a rtie n d o
d e u n a o rg an izació n “fo rm al” q u e e n sí m ism a carece de sen tid o » 9*1.
¿Se d e d u c e d e l e n u n c ia d o d e todas estas reservas q u e el calificativo
q u e m ás co n v ien e a D errid a es el de postestrucluralista? En u n se n tid o bas­
tan te lato p o r su p u e sto q u e cab ría re sp o n d e r de m o d o afirm ativo (lo q u e
d e paso ju stificaría su u b icació n en el p resen te epígrafe al lado d e D eleu­
ze, c o n q u ien p o r lo dem ás co m p a rte su p ro g ram a de u n a «inversión» de
la re p re se n ta c ió n ), p e ro al p ro p io tiem po se h a c e difícil calificar de tal
m a n e ra a alg u ien u n a d e cuyas o bras fundam entales, De la gmmalologícP’1,
d a ta d e 1967. Así las cosas, p ro b a b le m e n te resulte más p rovechoso p a rtir
d e la h ipótesis d e la exterioridad d e D errid a e n relación co n las c o rrie n te s y
au to res, tan to co n te m p o rá n e o s com o del pasado, con los que h a e n trad o
e n relació n teó rica98. D e h e c h o , la trayectoria d e rrid ia n a está salpicada
d e deb ates co n in terlo c u to res ta n diversos com o el existencialism o y el
h u m an ism o sartrean o s, la «ontofenom enología d e la liberación» de Geor-
ges Bataille, el psicoanálisis epistem ológico de Lacan, los p lan team ien to s
fen o m en o ló g ico s d e M erleau-P onty o los estructuralistas de Lévi-Strauss.
Ig u alm en te, sus lectu ras d e clásicos com o H egel, H eidegger o F reu d di­
v erg en d e las lectu ras d o m in an tes e n el p en sam ien to francés d e l m o m en ­
to, p ro d u c ié n d o se la m ayor coin cid en cia c o n el m ism o a lre d e d o r de la fi­
g u ra d e N ietzsche, a cuya re c e p c ió n en F rancia a finales de los sesenta y
p rin cip io s d e los se ten ta contribuyó n u estro a u to r decisivam ente ju n to a
teó rico s co m o Klossowski y los m en cio n ad o s F oucault y D eleuze. T odo lo
cual p arece refo rzar la h ipótesis d e que, efectivam ente, Ja c q u e s D errida
se piensa co n dificultad en térm inos expresivos, esto es, considerándolo com o
p ro d u c to n ecesario o co m o re p re se n ta n te ejem plar del m ed io filosófico
e n el q u e se d io a conocer.
F re n te a este m o d elo , la relació n de D errid a tan to co n q u ien es le h an
in flu id o co m o c o n q u ien es h a d eb atid o p re se n ta u n carácter m u c h o más
lábil e in d e te rm in a d o . Hay q u e em p ezar d icien d o a este resp ec to q u e De­
r rid a es u n b u e n c o n o c e d o r d e ciertos au to res d e la filosofía m o d ern a,
co m o son los ya citados H egel y el se g u n d o H eidegger, lo que n o le h a im­
p e d id o m a n te n e r u n p e rm a n e n te interés p o r el análisis de d e term in ad o s

387
F i l o s o f í a c o n t i í m i ’O k á n iía

textos d e P latón y d e la filosofía clásica, cuya lectu ra constituye, seg ú n h a


afirm a d o en alg ú n m o m en to , «una tarea infinita». A esto h a b ría q u e aña­
d ir su in terés — in te ré s crítico, p e ro interés al fin— hacia escritores com o
B ataille y B lan ch o t, o hacia filósofos c o n tem p o rán eo s com o el u c ra n ia n o
ju d ío E m m an u e l Levinas, q u ien e n cierto m o d o h a seguido u n cam ino
p aralelo al del p ro p io D errida.
P ero d e esta a p re su ra d a relación sobresalen, sin duda, alg u n o s n o m ­
bres. M uy p ro b a b le m e n te h u b ie ra q u e colocar en u n lugar d estacado el
d e M artin H eidegger, co n q u ien D e rrid a h a reco n o cid o ex p resa m e n te su
d e u d a (« n ad a d e lo q u e h e in te n ta d o h ab ría sido posible sin la a p e rtu ra
[p ro v en ien te] d e las p reg u n tas heideggerianas», declaró e n u n a entrevis­
ta). En efecto, la e m p re sa d e rrid ia n a se inscribe d esd e el p rim e r m o m e n ­
to e n el espacio teó rico d ib u jad o p o r Ser y tiempo. En la estela de esta obra,
D e rrid a cree q u e n o es posible d esem barazarse de la m etafísica a base de
«invertirla», y m en o s atacán d o la d e fren te en n o m b re d e u n a posición
d ia m e tra lm e n te o p u esta, la cual te n d ría todas la posibilidades d e n o ser a
su vez o tra cosa q u e u n a posición m etafísica más, sólo que cam uflada. De
a h í q u e o p te p o r u n a estrategia sutil y elaborada, p a ra cuyo d espliegue la
co n fro n tac ió n co n o tro a u to r — E d m u n d H usserl— será ele m e n to pri­
m o rd ial.

Pasando cuentas para empezar a decir

E n 1962 D e rrid a trad u ce al francés la o b ra d e H usserl El origen de la geo­


metría, o b ra p ara la q u e red acta u n a extensa in tro d u c c ió n " , y en 1967 p u ­
blica el lib ro L a voz y el fenómeno100, trabajos q u e le sirven p a ra in iciar su
p a rtic u la r ajuste d e cu en tas co n la m etafísica occidental, ce n trá n d o se en
u n o d e los ejes v erteb rales d e la m ism a, el logocentrism o. El análisis d e las
ap o rías h usserlianas llevado a cabo p o r D errid a e n am bos trabajos se
o rie n ta a p la n te a r los tem as del lenguaje, la escritu ra y la d iferen cia, bási­
cos en la c o n fig u ració n d e la posición desconstructiva de n u estro autor, si
b ie n el p rim e ro se m a n tie n e todavía e n u n h o rizo n te m e ram en te feno-
m en o ló g ico . E n El tiempo de una tesis101, el p ro p io D errid a h a descrito en
clave retro sp ectiv a los objetivos q u e se p ro p o n ía e n aquel texto: «[...] la
In tro d u c c ió n a El migen de la geometría m e p erm itió u n a ap ro x im ació n a
algo así c o m o la ax io m ática im p en sa d a de la fen o m en o lo g ía husserliana,
d e su “p rin cip io d e los p rin cip io s”, a saber, el intuicionism o, el privilegio
a b s o lu to d el p re s e n te viviente, la in a te n c ió n al p ro b le m a d e su p ro p ia
en u n ciació n fen o m en ológica, al discurso trascendental, com o decía Fink,
a la necesid ad d e recu rrir, d e n tro d e la d escripción eidética o trascen d e n ­

388
M a n u f j . C r u /.

tal, a u n lenguaje q u e n o p odía estar som etido él m ism o a la epojé— sin se r


él m ism o sim p lem en te m u n d a n o — , y así a u n lenguaje in g e n u o ju s to
c u a n d o era éste el q u e h acía posible todos los paréntesis o las com illas fe-
no m enológicas. E sta ax iom ática im p en sa d a m e p arecía que lim itaba el
desp lieg u e d e u n a p ro b lem átic a co n secu en te de la escritura y d e la h u e ­
lla, cuya n ecesid ad estab a designada sin em bargo en El origen de la geome­
tría, y sin d u d a p o r p rim e ra vez co n ese rigor en la historia de la filosofía».
D e la exten sa cita conviene resaltar dos elem entos, p o r la im p o rta n c ia
q u e p resen tan al a n ticip ar la evolución p osterior del p en sam ien to d e rri­
d ian o . En p rim e r lugar, se e n c u e n tra la constatación de q u e el len g u aje le
p la n te a a la fe n o m en o lo g ía u n a dificultad q u e el p ro p io D e rrid a califica
d e «m uy in teresan te» , a saber, la de que, p o r u n lado, dicho lenguaje n e u ­
traliza la existencia m u n d a n a y, p o r otro, precisam ente p o r su co n d ic ió n
no -n atu ral, o frece la m ás peligrosa resistencia a la reducción fe n o m e n o -
lógica. Se fo rm u le así, o se fo rm u le e n form a de p arad o ja (el m ism o le n ­
guaje q u e e n c a d e n a la idealidad a u n m edio sensible es el que, e n tan to
constituye co n d ició n d e idealidad, lo libera de to d a facticid ad ), lo re le ­
v an te d e esta co n statació n de los problem as in te rn o s del idealism o feno-
m en o ló g ico es q u e p ro p o rc io n a los arg u m en to s p ara c o m p re n d e r desde
dentro el a b a n d o n o d e rrid ia n o de la fe n o m en o lo g ía en favor d e la d e s­
co n stru cció n . Id é n tic a función cum ple, en se g u n d o lugar, la alusión de la
cita a n te rio r a las dificultades q u e tiene H usserl para p lan tear a d e c u a d a ­
m e n te la escritu ra en tan to q u e p roblem a. P ro b le m a caracterizado p o r el
h e c h o d e q u e, ju n t o co n su valor d e co ndición intrín seca del c o n o c im ie n ­
to o, si se p refiere, d e co n d ició n d e la verdad (valor ex p resa m e n te re c o ­
n o c id o en El origen de la geometría), la escritu ra es posibilidad d e u n a d e ­
sa p arició n d e la v erd ad , en la m e d id a en q u e ésta co rre los riesgos q u e
c o m p o rta m aterializarse, inscribirse en m edio d e lo e m p íric o 102.
A m bos elem en to s p o d ría n ser vistos com o efectos de u n a a m b ig ü ed ad
fáctico -trascen d en tal q u e la perspectiva husserliana no acierta a resolver,
p e ro quizá resu lte d e m ás utilidad, a efectos de la p resen te exposición, in ­
terp retarlo s c o m o indicios d e u n conflicto q u e el p ro p io H usserl n o se e n ­
c u e n tra e n co n d icio n es de pensar, y que va a constituir u n o de los ejes de
la reflex ió n d e D e rrid a , esto es, el conflicto e n tre los signos y el p en sa­
m ie n to q u e aq u éllo s se esfuerzan e n expresar. Esta últim a fo rm u lació n
p e rm ite visualizar, p o r vez p rim e ra, la trascen d en cia filosófica d e l p ro b le­
m a d e la escritu ra. P o rq u e si a ésta le co rre sp o n d e el p apel básico, fu n d a­
m en tal, q u e D e rrid a le atribuye (y q u e H usserl reconocía, a u n q u e a reg a­
ñ a d ie n te s), d e la reco n sid eració n de su natu raleza se sigue la crisis de
b u e n a p arte de las construcciones especulativas heredadas. Com o, sin cam ­
b iar d e ejem plo, la d el m ism o H usserl, q u ien confiaba e n ser capaz de cle-

389
F í i .o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

te rm in a r u n a fo rm a d e p en sam ien to puro q u e fu era a la vez el o rig en y la


esen cia d e to d o discurso científicam ente riguroso. C om o h ab rem o s de
ver, la escritu ra c o n ta m in a co n su impureza este o rd e n de proyectos, arru i­
n a n d o d esd e su raíz cu alesq u iera expectativas basadas en la añ o ran za de
la u nivocidad. P e ro algo del diagnóstico se p u e d e ad elan tar: el lenguaje
d e la m etafísica in te n ta , en vano, esconderse tras la aspiración al sentido
ú n ico . O b ra n d o así se equivoca y e n g a ñ a al m ism o tiem po. Se equivoca
p o rq u e to d a p a la b ra alb erg a sen tid o s irreductibles (que n o opuestos) y
e n g a ñ a p o rq u e , al fo rzar q u e lo m ú ltip le aparezca com o u n o , p resen ta lo
q u e sim p lem en te es b u e n o c om o sólo b u e n o , lo verd ad ero com o com ple­
ta m e n te v erd ad ero , etcétera.
E n to d o caso, hay co in cid en cia e n tre los especialistas e n se ñ alar que,
m ien tra s la in tro d u c c ió n d e rrid ia n a al texto d e H usserl todavía p e rm a n e ­
cía e n el lado de allá d e la fro n te ra q u e separa fen o m en o lo g ía y descons­
tru cció n , L a voz y elfenómeno p u e d e se r visto e n el c o n ju n to de la o b ra de
D e rrid a co m o su p rim e r texto propio. E n él p resen ta, de fo rm a resuelta y
d ecid id a, el n ú cleo d e la p ro p u e sta teórica p o r la q u e ha te rm in a d o id en ­
tificándosele, a u n q u e d ich a p resen tac ió n ten g a lu g ar todavía a c o n tra p e ­
lo d e las tesis d e H usserl, com o co n to d a claridad expresa el subtítulo del
lib ro (Introducción al problema del signo en la fenomenología de Husserl). En
c o n creto , D e rrid a va a rech azar el privilegio q u e el au to r d e las Investiga­
ciones lógicas co n c e d e a la voz co m o m anifestación d e la c o n cien cia inm e­
d iata, e n d e trim e n to d el valor d e la escritura, la cual su p o n e una p é rd id a
d e esta p resen cia. El privilegio e n cuestión, al q u e D errid a d e n o m in a «fo-
n o cen trism o » , im p lica d e g ra d a r a la escritura, en tanto m era instancia
técn ica y a p o sterio ri, al ran g o d e rep re sen tació n e x te rn a y artificial de la
voz o, lo q u e viene a ser lo m ism o, al ran g o d e rep re sen tació n d e u n a re­
p resen tac ió n .
Im p o rta d estacar el alcance filosófico de esta crítica. P orque el recha­
zo d e rrid ia n o d el fo n o cen trism o su p o n e , e n p rim e r lugar, todo u n cues-
tio n am ien to d e la te o ría del significado m an ejad a p o r H usserl y, m ás allá,
d el lo g o cen trism o o ccid en tal en su co n ju n to , v iniendo am bas im p u g n a ­
ciones ín tim am en te vinculadas, según q u ed ó señalado. C om o es sabido, la
fe n o m e n o lo g ía h u sserlian a d istin g u e y se p ara el significado, al q u e e n ­
tien d e co m o u n a e n tid a d p relin g ü ísticay m onadológica, d el signo, que fi­
n a lm e n te es re d u c id o al c arácter de u n a señal en el c o n tex to del h a b la 103.
P ues b ien, es el m o d elo d e co m p ren sió n de la palabra com o habla, esto es,
c o m o u n id a d d e u n so n id o y u n a significación o se n tid o , lo qu e va a ser
o b jeto d el ataq u e d e D errida. Y n o ya sólo p o r la m e n cio n ad a devaluación
d e la escritu ra q u e co m p o rta sino, tal vez especialm ente, p o r los supues­
tos categoriales e n q u e se apoya.

39 0
M a n u iíi. C r u z

L a m etáfo ra d el h a b la h a sido sie m p re la m etáfo ra d e la p resen c ia .


P re sen cia d e u n a e n tid a d m o n á d ic a sustantiva y sustancial, el su jeto , d e
cuyos actos in ten cio n ales b ro ta el significado, o d e u n sentido q u e se hace
p re se n te a u n a co n cien cia p u ra prelingüística a través d e u n a in tu ic ió n
p le n a y orig in aria. E n am bos casos — com o en alg u n o m ás q u e p o d ría ­
m os tra e r a co lació n — nos e n c o n tram o s an te efectos o secuelas de u n a
m etafísica q u e tien e co m o su p u esto m ayor el del se r com o p resen cia («se
p o d ría d e m o stra r q u e todos los n o m b res referidos a fu n d am en to s, a p r in ­
cipios o al c e n tro h a n d esignado siem pre la co n stan te de u n a p resen ­
cia»), H a sido p recisam en te la d efen sa d e dicho supuesto la q u e h a lleva­
d o al p en sam ien to o ccidental a em p eñ arse en considerar se p ara d am en te
la significación y sus señales, el se n tid o y sus signos, com o fo rm a d e m a n ­
te n e r a salvo su asp iració n a lo e te rn o , a lo p e rm a n e n te , a lo in m u tab le.
El signo en c u a n to tal, en cam bio, en la m e d id a en q u e p o se e u n a re-
p etib ilid ad q u e lo sitú a m ás allá d e todo co n tex to , no está fijado a n in g u ­
n o en particular, co m o tam p o co lo está a n in g u n a in ten ció n o h ab lan te
d eterm in ad o s. El signo ni es p resen c ia viviente, ni necesita de p resen c ia
alg u n a p ara fu n d a m e n ta rse — com o, p o r o tro lado, se e n c a rg ó de m os­
tra r b ien a las claras la h e rm e n é u tic a — . A ntes b ie n al co n trario , en la es­
critu ra, p o r p o n e r el caso q u e n os interesa, en co n tram o s tam b ién la faz
d e u n a n o-presencia. El texto escrito, creado p a ra com batir los desm anes
d e la te m p o ralid a d (p ara d ejar constancia de algo, u n a vez desaparecidas
las co n d icio n es d e existencia d e ese alg o ), acaba convirtiéndose en el m e ­
d io q u e m ejo r la expresa. L a vida d e lo escrito es el relato de la distancia
q u e va a d q u irie n d o d ich o escrito co n relación a las presencias que esta­
b a n e n su o rig en . El desvanecim iento de la figura del autor, la e m e rg e n ­
cia d e nuevos in terlo c u to res o la desaparición d e b u e n a p arte d e las lectu­
ras e in terp retacio n e s iniciales p u e d e n ser vistos com o episodios e n los q u e
la escritu ra revela su radical co n tin g en cia, la inscripción tem p o ral q u e la
h ace in co m p atib le c o n la inam ovible aspiración m etafísica. D e a h í q u e se
p u e d a afirm ar q u e, fre n te a la m etáfo ra d e la p resencia, la escritura cons­
tituye la m ejo r im ag en d e la(s) au sencia(s). A u n q u e tam b ién se p o d ría
p la n te a r la m ism a id ea d esde o tro án g u lo y decir: fren te a la id ealid ad del
significado co m o tran sp aren cia ideal y univocidad p erfe cta (q u e precisa­
m e n te p o r ello p e rm ite la rep etició n in d e fin id a ), la ap u esta d e rrid ia n a
av en tu ra u n n u ev o cam ino, el de e n c a d e n a r el significado a los signos y,
d e esta form a, d a r e n tra d a en la conciencia a la realidad, com pleja y h e te ­
ro g én ea, del len g u aje.
El n uevo cam in o tien e u n a larga an d ad u ra. El p rim e r paso de la mis­
m a lo constituye la ex p licitación d el propósito, q u e D errid a d e ja bien cla­
ro e n L a voz y elfenómeno. Se trata de salvar el signo d e las diversas am enazas

391
F i l o s o f í a c o m i .m i h i k w i \

d e q u e h a b ría sido o b jeto p o r p a rte d e la fen o m en o lo g ía husserliana, de


e n tre las cuales p ro b a b le m e n te convenga destacar — a efectos d e la p re­
se n te ex p o sició n — la d e su b o rd in a r el signo a u n ideal in e n c o n tra b le
d e u n a conciencia p u ra de u n sen tid o pleno de u n objeto ideal104, o la de
d e p e n d e r d e u n a o n to lo g ía in g e n u a q u e som ete al signo sim p lem en te a
la v erd ad del ser. D e la en v erg ad u ra de am bas am enazas se despr e n d e la
deriv a q u e h ab rá d e to m ar el discurso d errid ian o , u n a vez. explicitado el
p ro p ó sito . Es p recisam en te p o rq u e tales am enazas constituyen e le m e n ­
tos irren u n ciab les d e la perspectiva fen o m en o ló g ica (y, e n gran m ed id a,
d e la p ro p ia m etafísica occidental e n cuanto tal) p o r lo q u e su efectiva
n eu tralizació n va a o b lig ar a D errid a a salir del territo rio de la fe n o m e n o ­
lo g ía (y a in te n ta r escap ar a la clausura de la m etafísica), com o p aso p re­
vio a la a p e rtu ra d e su p en sam ien to d e la escritura a u n m ás allá d e l saber
absoluto.
A ello p rete n d ía m o s alu d ir antes al señalar qu e L a voz... constituye el
p rim e r texto propio d e D errida. En él la crítica al e n fo q u e h u sserliano ter­
m in a d esem b o can d o e n el esbozo d e u n a nueva categorización y u n n u e­
vo esq u em a d esd e el q u e ab o rd a r el g rueso de los problem as h ere d a d o s
d e la trad ició n filosófica occidental. E xpresión y em blem a d e am bas nove­
dades lo constituye su idea, todavía fu e rtem en te tentativa en ese m o m e n ­
to, d e desco n stru cció n, idea bajo la q u e p u ed en subsum irse tanto el traba­
j o crítico sobre la co ncepción logocéntrica com o los elem entos propositivos
q u e e m p iezan a a p u n ta r en el discurso d e rrid ia n o . Se trata, si se p u e d e
h a b la r así, de p ro p o rc io n a r el cobijo teórico ad ecu a d o p ara q u e ciertas
in tu ic io n e s se d e s a rro lle n c o n se c u e n te m e n te , d e m a n e ra que p u e d a n
m o stra r la p o ten cia filosófica q u e c o n tie n e n , el vuelo especulativo q u e se
e n c u e n tra n e n g rad o d e alcanzar.
Pensem os, p o r n o a b a n d o n a r u n a rg u m en to q u e nos h a aco m p añ ad o
hasta aq u í, en lo q u e p u e d e derivarse del rechazo d e D errid a a la n o ció n
d e p resen cia. Su in tu ic ió n según la cual to d a p resencia siem pre se refiere
a u n otro q u e p e rm a n e c e ausente, al tiem po q u e le im pide privilegiar for­
m a alg u n a d e p resen cia y, p o r tanto, establece las condiciones teóricas para
p o d e r p e n sa r la d iferen cia, tam b ién le p erm ite in tro d u c ir — d esd e u n a
persp ectiv a a la q u e, co m o poco, cabe calificar de original— la id e a de la
m u e rte . Así, al e x p o n e r el m o d o en q u e el signo disloca la relació n en tre
vida trascen d e n ta l y p resen c ia del ser, señala que la eficacia del signo es
indisociable d e u n a eficacia de la ausencia en la p resen c ia y, m ás allá, de
la m u e rte en la vida. Es e n to n ces cu a n d o escribe unas palabras q u e luego
se h a n visto m uy citadas: «Es, pues, la relación con mi muerte (con m i desa­
p arició n en g en eral) lo q u e se esco n d e en esta d eterm in ació n d e l ser
co m o p resen cia, id ealid ad , posibilidad absoluta d e repetición. L a posibi­

392
M a n u iíi. C r uz

lid ad d el signo es esta relación con la m u erte. La d ete rm in a c ió n y la b o ­


r ra d u r a del signo en la m etafísica es la disim ulación de esta relació n co n
la m u e rte , q u e p ro d u c ía , sin em b arg o , la significación»105.
N o estam os, p o r tan to , en m o d o alg u n o an te u n a discusión m e ra m e n ­
te técnica acerca d e las v irtualidades del signo o acerca de la p o te n c ia ex­
presiva d e la e scritu ra fre n te a la voz. El d eb ate so b re tales aspectos o so­
b re cu alesq u iera o tro s en co n creto — d eb ate q u e n u n c a se esquiva, desde
lu eg o — d esem b o ca fin alm e n te e n u n cu estionam iento global d e l estatu­
to d e la p alab ra y d el p en sam ien to . Cosa que va q u ed an d o progresiva­
m e n te clara c o n fo rm e D errid a se a d e n tra en el análisis de d ete rm in a d o s
m ecanism os d el discurso y va p o n ie n d o e n m arch a sus p ro p u estas catego-
riales, co n la id e a d e d esco n stru cció n a la cabeza. Es entonces c u a n d o se
vislum bra — a p esar d e los elem en to s o scurecedores in tro d u c id o s p o r el
p ro p io au to r— el h o rizo n te ú ltim o al q u e a p u n ta b a la totalidad del p ro ­
yecto d e rrid ian o .

E l inco?itmible irrum pir de la desconstrucción

El lenguaje apro x im ativo p re te n d e h a c e r ju sticia a la form a e n q u e el


p ro p io D errid a h a ido accediendo, d e m anera tentativa y gradual, a d e te r­
m in ad o s convencim ientos. Así, él m ism o se ha referido a las prim eras oca­
siones en las q u e utilizó la p alab ra desconstrucción y a la escasa im p o rta n c ia
q u e le co n c e d ía a d ic h o e m p leo e n aq u el m o m e n to («tenía la im p re sió n
d e q u e era u n a p alab ra e n tre otras m uchas, u n a palabra se cu n d aria del
texto, q u e iba a b o rra rse o q u e iba al m enos a o c u p a r u n lugar e n u n régi­
m e n en el q u e n o reg iría nada»). U n a palabra, p o r así decir, d e idéntico
ran g o q u e h u ella, différance y sim ilares, q u e fue ad q u irie n d o especial p ro ­
tag o n ism o y c e n tra lid a d discursiva m erced a la im p o rtan cia q u e otros,
q u e se a p ro p ia ro n d e ella, le atribuyeron. Sin em bargo, D errid a n o h a d e­
ja d o d e re c o n o c e r q u e tales circunstancias no d e b ie ra n m over hacia u n a
reco n sid eració n a la bajade la categoría. P o rq u e lo que im p o rta, según él,
es lo q u e a través d el térm in o q u e d a vehiculado, las expectativas que p ro ­
m ueve y las tareas q u e acoge.
D e nuevo H e id e g g e r re su e n a tras los arg u m e n to s d e rrid ia n o s. Es el
au to r d e Ser y tiempo q u ien p ro p o rcio n a las p rim eras indicaciones acerca de
có m o p ro c e d e r p a ra llevar a cabo la tarea, necesaria a los ojos d e D errida,
del d esm o n ta je d e sistem as. H eid eg g er h ab ía h ab lad o d e Destruktion para
referirse n o ta n to a lo q u e no so tro s englobam os bajo el ró tu lo d estru c­
ció n , co m o a lo q u e m ás b ie n d esig n am o s com o d es-estru c tu ració n , u n a
d esestru ctu ra ció n o rie n ta d a a d esh acer algunas etapas estru ctu rales d e n ­

393
F i l o s o f í a ( « n t k m p o r á n 'I ía

tro d el sistem a106. En u n sen tid o ex tre m a d a m e n te próxim o p o d ría m o s


d e c ir q u e este d e sc o n stru ir es com o u n deshacer u n a edificación p a ra ver
có m o está co n stitu id a o d esco n stitu id a107. Lo q u e añ ad e D e rrid a a estas
in d icacio n es es la v o lu n tad , cie rta m e n te am biciosa, de convertir e n obje­
to d e esta tarea a to d a la h istoria de la filosofía occidental.
Esta in sp iració n h eid eg g erian a c o n relación a lo desconstructivo no se
añ a d e d esde fu era a — ni m enos aú n e n tra en conflicto con— aquella o tra
id ea, ya m e n cio n ad a, según la cual n o es posible d esem barazarse de la
m etafísica a base d e «invertirla» sin m ás, y m en o s atacán d o la en n o m b re
de u n a posición d ia m e tra lm e n te opuesta. A ntes b ie n al co n trario , p o d ría ­
m os co n sid erarla co m o u n a d e las m anifestaciones más acabadas de di­
ch a idea. P o rq u e aq u í — en el rechazo a la m era inversión— reside la clave
p a ra e n te n d e r la resisten cia d e r rid ia n a a e n te n d e r la d e sc o n stru c c ió n
c o m o u n a o p eració n negativa108. En vez de e n te n d e rla así, D errid a prefie­
re referirse a ella co m o a u n a estrategia filosófica o, mejor, com o u n a estra­
tegia p ara tratar la filosofía, puesto q u e la práctica d e la desconstrucción
p re te n d e ser tan to u n arg u m en to riguroso d e n tro d e la filosofía co m o u n
cam bio d e las categorías filosóficas o d e los intentos filosóficos de dom inio.
P o rq u e , en efecto, si analizam os co n aten ció n las típicas parejas con­
ceptuales q u e están en la base d e toda arg u m en tació n com probam os que,
p o r d eb ajo d e la a p a rien cia de coexistencia pacífica de térm in o s c o n tra ­
puestos, lo q u e se esco n d e es u n a violenta je ra rq u ía . U no d e los térm in o s
d o m in a al o tro (ax io lógicam ente, lógicam ente, etcétera) y o cupa la posi­
ció n d o m in an te. La p rim e ra tarea d e la d esconstrucción consiste e n to n ­
ces e n d e rrib a r la je ra rq u ía , en afirm ar las razones d el concepto m ás débil
y d e esta fo rm a d e n u n c ia r el in ten to , llevado a cabo po r u n a de las m ita­
des d e la p areja, d e prevalecer sobre la otra, d e som eterla a la p ro p ia for­
m a y a la p ro p ia razó n (F oucault h a analizado con especial ag u d eza esta
o p eració n en el caso d e la p areja razón-locura). Si se quiere, se p u e d e ca­
lificar a esta p rim e ra fase d e «inversión de lajerarq u ía» . P ero a ñ a d ie n d o a
co n tin u a c ió n q u e tal m o m e n to n o ag o ta el signo d e la em presa descons-
tructiva. L a d esco n stru cció n n o se q u e d a a h í (de hacerlo, p e rm a n e c e ría
todavía en el in te rio r del rég im en q u e p re te n d e d esco n stru ir), sin o que
pro ced e, p o r utilizar la p ro p ia ex p resió n d e rrid ia n a , a «un corrimiento ge­
n e ra l del sistem a».
El c o n te n id o d e la ex p resió n entreco m illad a n o resulta fácil d e preci­
sar. D e cu alq u ier fo rm a, a lo q u e se aspira es a h a c e r em erger, tras el m o­
m e n to d e la inversión, el nuevo concepto que se so b re e n te n d ía en la oposi­
ción y q u e n o se d ejab a c o m p re n d e r e n la m ism a. Q u e d a rá claro q u e no
se tra ta d e rech azar el sistem a, sino d e o p e ra r d e n tro de sus lím ites co n el
claro objetivo de resq u eb rajarlo . P or lo m ism o, la g enealogía e stru ctu ra­

394
M a n u e i. C r u z

d a d e los c o n cep to s se lleva a cabo d e n tro d e u n estilo e scru p u lo so e in ­


m a n e n te , p ero in te n ta n d o esclarecer lo q u e esta historia p u e d e h a b e r
o cu ltad o o excluido. A delantándose a los acontecim ientos, no costaría e n ­
c o n tra r u n cierto aire de fam ilia — aire nada casual, p o r d esco n tad o — e n ­
tre la p ro p u e sta d e rrid ia n a y la fo rm u lad a, pocos años después, p o r los
au to res en g lo b ad o s bajo el ró tu lo «pensam iento débil»109. En am bos ca­
sos, el h o riz o n te al q u e p arece ten d erse n o es el d e la g ra n d ilo cu en te im ­
p u g n ació n o el d el ro tu n d o rechazo de la totalidad, sino el m u ch o más m o ­
desto d el c u estio n am ie n to , tan crítico com o irónico, de lo establecido.
En co n creto , la d esco n stru cció n n o persigue desvelar n in g ú n secreto,
n i sacar a la luz n in g u n a rec ó n d ita esencia larg am en te velada. Busca, m ás
b ien , m o strar la ín tim a d eb ilid ad , el d eso rd en p ro fu n d o , que h ab ita e n el
in te rio r de to d o tex to (que n o o tra cosa es lo q u e u n a d e te rm in a d a c o n ­
cep ció n de la filosofía h a in ten tad o ocultar o ex clu ir). El e m p e ñ o p o r id e n ­
tificar las o p eracio n es retóricas q u e d an lugar a la supuesta base de la a r­
g u m en tació n , al p re su n to c o n cep to clave y dem ás instancias vertebrales
d el discurso está o rie n ta d o p recisam en te a p o n e r e n d u d a los c o n ten id o s
a base d e d esm entirlos, de aligerarlos. P ero si h em os aludido al texto — tras
estar h a b la n d o d el p e n sam ien to e n g en eral— n o ha sido p o r casualidad
o d e m a n e ra in co n scien te. El trabajo de la d esconstrucción es, p rim o r­
d ialm en te, u n trab ajo textual. Y n o ya sólo p o rq u e, en la m ed id a en q u e se
in teresa p o r la trad ició n filosófica, no le q u e d a m ás rem ed io q u e a te n d e r
a los textos q u e la c o n fig u ran sino, m u ch o m ás im p o rtan te, p o rq u e consi­
d e ra a los textos e n tan to q u e tales, esto es, n o com o m edios o vehículos
d e n in g u n a in stan cia e x terio r a ellos m ism os.
Se o b serv ará sin d ificultad que, llevadas las cosas a este te rre n o , b u e n a
p arte d e las categorías d errid ian as e n cu e n tra n el cam po d e aplicación a d e ­
cu ad o o, co n o tras p alab ras, p u e d e n ser situadas, d e n tro del dispositivo
in telectu al d e n u e stro autor, en el lugar e n el q u e p ro p o rc io n a n u n m a­
yor re n d im ie n to especulativo. Pensem os, p o r ejem plo, en la afirm ación de
D e rrid a seg ú n la cual la escritu ra in tro d u c e la no-presencia, la no-identi-
dad. O en sus co n sid eracio n es acerca de la fo rm a en q u e el signo, p o r su
e stru c tu ra repetitiva, im p id e u n a presencia p u ra del sen tid o . En am bos
casos, el alcan ce teó rico d e las observaciones se hace visible al inscribirlas
en el m arco m ay o r d e la d esco n stru cció n del logocentrism o occidental.
Es e n to n c e s c u a n d o p u e d e n ser puestas en co nexión co n otras categorías
y a rg u m e n to s a través de los cuales d esarro llan toda su eficacia teórica.
Tal su ced e c o n la n o c ió n d e iterabilidad, o c o n la m uy citada distinción
différence / différance.
L a iterab ilid ad n o m b ra esa posibilidad, q u e posee cu alq u ier u n id a d
d e len g u aje, d e ser re p e tid a y re p ro d u c id a p o r m ed io de u n a ex terio ri­

395
Fu OSOI'ÍA CONTEMPORÁNEA

d a d síg n ica1*°. Ya sabíam os, p o rq u e D errid a se h ab ía encarg ad o d e subra­


yarlo al e n u n c ia r las d ete rm in a c io n e s del co n cep to d e escritura, q u e la di­
fere n cia básica e n tre co m u n icació n escrita y co m unicación oral p asa p o r
el h e c h o d e q u e el signo escrito es u n a m arca q u e p erm an ece m ás allá del
c o n te x to e n el q u e fu e em itid o o p ro d u cid o . La n o ció n de iterab ilid ad ra­
dicaliza este rasgo a base de convertirlo en n ecesario y constituyente de la
escritu ra. P o rq u e es co n d ició n d e legibilidad d e u n texto el h e c h o d e que
co n serv e su cap ac id a d de co m u n icació n en cualesquiera circunstancias.
P o r lo p ro n to , u n a escritura qu e n o fu era estru ctu ralm en te legible — es de­
cir, reiterab le— m ás allá de la m u erte del au to r no sería un a escritura. P ero
es p o sib le afin ar m ás y so sten er q u e «para que u n escrito sea u n escrito es
n ecesario q u e siga fu n c io n a n d o y sie n d o legible incluso si lo que se llam a
el a u to r d el escrito n o re sp o n d e ya d e lo que h a escrito»11'. Y lo q u e vale
p a ra el em iso r o el p ro d u c to r vale tam b ién , p o r las m ism as razones, p ara
el d estin atario . L a escritu ra h a de p o d e r fu n cio n ar en ausencia d e todo
d estin a ta rio em p íric a m e n te d e te rm in a b le y d eb e p o d e r ser re p e tid a en
au sen cia d e su re fe re n te originario.
L a insistencia e n lo estru ctu ral y e n lo necesario p re te n d e subrayar la
d istan c ia ex isten te e n tre el e n fo q u e d e rrid ia n o y esas otras perspectivas
q u e d e fie n d e n cosas tales com o el d e re c h o del texto a u n a segunda oportu­
nidad en nuevos co n textos, o q u e atribuyen al im pulso inicial c o n ced id o
p o r el a u to r a lo escrito u n a cierta capacidad d e supervivencia de éste más
allá d e la c irc u n sta n c ia e n y p a ra la q u e fue p e n s a d o . Tales p ersp ectiv as
— así co m o otras an álo gas q u e p u d iéram o s traer a colación— todavía per­
m an e c e n en el in te rio r d e un esq u em a q u e n o se atreve a im p u g n a r ins­
tancias tales com o la in ten ció n de significado actual del autor. La iterabili­
d ad, en cam bio, se afirm a de m a n era decidida com o u n a fuerza de ru p tu ra
d el signo co n su co n tex to . C arece d e sen tid o — o, tal vez m ejor, p o se e un
se n tid o ab ie rta m e n te criticable— p erseverar en la idea de q u e la m ejor
lectu ra es aq u ella q u e subsum e el texto bajo la ég id a del contexto. F re n te
a la id ea d e qu e le e r u n texto equivale a inscribirlo ad e c u a d a m e n te en su
co n tex to , D e rrid a p ro p o rc io n a elem en to s teóricos p ara p en sar q u e lo
q u e d e v erd ad m erece la p e n a es p recisam en te e n c o n tra r la fo rm a d e libe­
rarlo de su contexto.
J u n to a la iterab ilid ad , el o tro e le m e n to clave p a ra aproxim arse a se­
m ejan te objetivo v iene re p re se n ta d o p o r la distinción différence/différance.
A través d el neo lo g ism o différance, D e rrid a p re te n d e en riq u e c e r el con­
cep to d e d iferen c ia (q u e en francés se expresa com o différence) c o n u n a
n u ev a d e te rm in a c ió n . Différance n o es sólo distinción: es tam bién retraso
o d iferim en to . D e h e c h o , el verbo m ism o «diferir» acoge esta duplicidad:
«diferir» tan to significa n o ser id én tico com o d ejar p a ra m ás a d e la n te 112.

396
M a n u e i. C ruz

Estam os p o r ta n to a n te u n a categ o ría polivalente113 o, com o m ín im o , am ­


bigua, q u e p r e te n d e tem atizar aq u ella «diferencia originaria» e n tre el ser
y el sen tid o a la q u e n u estro a u to r se refería en su p rim e r texto. L a p erspi­
cacia d e rrid ia n a consiste en p o n e r la m en cio n ad a duplicidad al servicio
d e la crítica al p re se n te (que es c o m o decir al servicio d e la crítica a la p re ­
sen cia), esto es, e n sacarle punta al lenguaje para, q u e nos ayude a percibir
las deb ilid ad es y co n trad iccio n es q u e e n cierra n u estro p en sam ien to . La
a firm ació n se g ú n la cual el p re se n te no coincide consigo m ism o constitu­
ye el reverso y el c o m p lem en to al m ism o tiem p o d e aquella o tr a según la
cual el p resen te n o es p le n a m e n te p resen te hasta u n m o m en to posterior.
C o n este p la n te a m ie n to D e rrid a n o se está lim itando a actualizar, bajo
u n a clave term in o ló g ica lig eram en te desplazada, cuestiones ya clásicas a
la h o r a de p e n sa r la realidad, co m o la del inevitable retraso d e nuestras
rep re sen tacio n es resp ecto a las cosas m ismas, etcétera. Es cierto que la dif-
férance p ro d u ce, e n tre otros efectos, la historia, ya que desde el o rig en el
p re se n te está c o m o retrasad o resp ec to a sí m ism o, p ero — y a q u í residiría
la especificidad d el p la n te a m ie n to d e rrid ian o respecto a o tro s, en apa­
rien cia p ró x im o s e n este p u n to — d ich o retraso n o se concibe com o u n a
co n tin g en cia histó rica, derivada, p ongam os p o r caso, d e u n a d e te rm in a ­
d a o rg an izació n so cio económ ica (que se caracterizaría p o r su opacidad,
fre n te a otras fo rm as d e organización futuras, d e las que cabría esp e ra r la
tran sp aren cia), sin o q u e, p o r el co n trario , constituye él m ism o el fu n d a ­
m e n to , la base, d e cualquier m o d o d e ab o rd ar lo real. Sólo d esde esta am bi­
ción teórica tien e sen tido que D errid a se plantee el desm ontaje de aquel
discurso q u e h a su sten tad o el logocentrism o occidental, a saber, la m eta­
física d e la p resen cia.
P o rq u e la m etafísica se caracteriza p o r el gesto d e b o r r a r la m arca
d istintiva e n tre el p re se n te y lo au se n te (u n au sen te q u e tan to p u e d e ser
el p asado com o el f u tu ro ): la hu ella de lo au sen te que es q uien h ace q u e el
p re s e n te sea p re s e n te . P e ro la h u e lla es im b o rra b le p o rq u e a ta ñ e a la
e s tru c tu ra m ism a d e lo q u e hay. Tal vez p u d ié ra m o s d ecir q u e las a n te ­
rio re s afirm acio n es acerca del signo y la e scritu ra n o c o n stitu ían p re m i­
sas q u e n os d e ja b a n a la p u e rta s d e tem atizar d ich a e stru c tu ra , sino que
e n tra b a n d e c id id a m e n te en el in te rio r d el asu n to . N o se tra ta de q u e la
e sc ritu ra sea u n a m e tá fo ra a d e c u a d a o u n a fig u ra útil p ara re p re s e n ta r­
n o s el fu n c io n a m ie n to d e lo real, sino de q u e es la instancia que mejor da
cuenta de su naturaleza. P en sa r la escritu ra va m u c h o m ás allá e n D errid a
d e in v ertir la re la c ió n e n tre el h a b la y la e sc ritu ra (e n tre el significado y
el sig n ific a n te ). Es, a n te to d o , p e n s a r q u e el p ro ceso según el cual se
p ro d u c e la es c ritu ra es el m ism o p ro ceso según el cual se p ro d u c e el len­
gu aje. La escritu ra, p o r ta n to , n o es se c u n d a ria ni accesoria resp e c to al

397
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

len g u aje sino q u e le es esencial en ta n to q u e es c o n d ició n de p o sib ilid ad


d e to d o len g u aje.
P ero hay qu e d a r el paso q u e resta p ara e n te n d e r c o m p letam en te la
a firm ació n subrayada. E n efecto, la con sid eració n d e la escritura com o
o rig en d e todo len g u aje, y no com o fo rm a p articu lar de lenguaje, c o n d u ­
ce in e x o ra b le m e n te a analizar la ex p erien cia com o tal114. F o rm u lad o con
la p ro p ia term in o lo g ía d e D errida: cab e h ab lar d e las propiedades escritúra­
les d e to d a fo rm a d e lenguaje y de to d a experiencia, fen ó m en o al q u e p ro ­
p o n e d e n o m in a r archiescrilura. La arch iescritu ra ab arca todos los signos
en g e n e ra l, lo q u e es d e b id o a q u e el m ovim iento en el que se ju e g a la
a rc h ie sc ritu ra n o es o tro qu e el de la différance. Y la différance no es sólo ar­
ticu lació n in tra lin g ü ística sino q u e es la articu lació n d e toda e x p e rie n ­
cia, cu alq u iera q u e ésta se a115. T oda ex p erien cia es lingüística116 o, quizá
m ejor, cab e d e n o m in a r com o escritu ra a la totalidad del lenguaje-expe­
riencia. T am b ién se le p u e d e d e n o m in a r texto general, global, y en tal caso
se resalta el h ech o d e q u e el h o m b re está im plicado c o n tin u a m e n te en su
in te rp re ta c ió n . Se le d e n o m in e de u n a u o tra form a, lo q u e im p o rta resal­
ta r es lo q u e tie n e n esas tesis d e efecto final de to d o u n dispositivo argu­
m en tativ o . Si D e rrid a p u e d e afirm ar que la escritura, la arch iescritu ra o
el tex to d esig n an d e h e c h o to d a u n a ép o ca o c u ltu ra es p o rq u e e stá con­
v en cid o d el p rin cip io so b re el q u e la afirm ación se sostiene, a saber, la cé­
leb re m áx im a «no hay n a d a fu era d el texto»117. T odo, si cabe h a b la r así,
está textualizado.

E l nuevo rostro de la crítica

N o re s u lta ría d e m a s ia d o a v e n tu ra d o e x tra e r d e to d o lo a n te r io r la


co n clu sió n de q u e la d esco n stru cció n se deja d efin ir tam bién co m o el
n u ev o ro stro d e la crítica. O com o u n radical ejercicio d e so sp ech a basa­
d o e n el ejercicio d e la différance. E n cu alq u ier caso, lo expuesto p e rm ite
fo rm u la r en u n o s térm in o s algo m ás decididos q u e al p rin cip io lo q u e la
d e s c o n stru c c ió n no es. N o es u n a a u to c o m p la c ie n te práctica filosófica,
o rie n ta d a a sancionar, convalidar o legitim ar n ad a. A ntes bien al contra-
lio , constituye u n a actividad d irig id a sistem áticam ente a señalar aquello
q u e el discurso — d el texto o del m u n d o m ism o— n u n c a alcanza a d ecir
p o rq u e es incapaz d e decir. D esde esta perspectiva poco tiene de e x tra ñ a
la deriva seguida p o r D e rrid a d esde los años o ch en ta, p la n te a n d o co n ­
cep to s d e filosofía p ráctica d iseñados en to rn o a análisis de tem as actua­
les, d eriva d e la q u e e n cierto m o d o cabe co n sid erar em b lem ática la o b ra
Espectros de M arx118.

398
M a n u k i. C r u z

Sin m en o scab o d el reco n o cim ien to de la orig in alid ad de sus e n fo q u es


y d e la n o v ed ad d e alg u n o d e sus p lan team ien to s, constituiría c ie rta m e n ­
te u n g ru eso e r ro r in te rp re ta r dichos textos en clave de ru p tu ra c o n rela­
ció n a to d a su p ro d u c c ió n teó rica p reced en te. H acerlo im plicaría c o n ­
sid e ra r co n efectos retroactivos a la d esconstrucción com o u n c o n ju n to
técn ico d e p ro ced im ien to s discursivos, o com o las reglas d e u n nuevo m é ­
to d o h e rm e n é u tic o q u e trabajaría en archivos o enunciados, al am p aro
d e u n a in stitu ció n d a d a y estable. E n cierto m o d o ése e ra el re p ro c h e d e
F o u cau lt, q u ie n c re ía e n c o n tra r e n D e rrid a u n a «textualización de las
prácticas discursivas» q u e ab o cab a a u n a m etafísica c e rrad a y d ogm ática,
e n la q u e se ig n o ra b a la d im en sió n vital y práctica del p ro p io texto. P ero
lo q u e e n realid ad re p re se n ta la d esco n stru cció n es, m ás bien, «una toma
de posición, en el trabajo, en base a las estructuras político-institucionales que fo r­
m an y regulan nuestra actividad y nuestras competencias»119. E n la m e d id a e n
q u e n o c o n c ie rn e ta n sólo a los co n ten id o s d e sentido, n o cabe a b o rd a r la
tarea d esco n stru ctiv a al m arg en d e u n a p ro b lem ática político-institucio­
nal. A n tes b ien al co n trario , su d esarro llo exige, d irá D errida, u n nuevo
p la n te a m ie n to so b re la responsabilidad, no basad o en los viejos códigos
d e lo ético y lo político . Y añ ad e, n o sin cierta dosis de ironía: «Ello h ace
q u e [la d e s co n stru cció n ] p u e d a p a re c e r d em asiad o política p a r a algu­
nos, m ien tras q u e a aquellos q u e n o reco n o cen lo político si n o es co n
ayuda d e los paneles d e señalización d e antes de la g u erra les aparece com o
d e m o le d o ra » 120.
In teresa resaltar — ya p a ra ir concluyendo— q u e la se ñ alad a d im e n ­
sión práctico -p o lítica n o se añ a d e co m o u n elem en to exterior, sobreveni­
d o , a todos los p lan te a m ie n to s expuestos, sino q u e m ás b ien se d e s p re n d e
co n to d a n itid ez d e los m ism os. Acaso la idea d e huella, q u e se n o s fue ap a ­
re c ie n d o d e m a n e ra in te rm ite n te a lo largo de to d o lo an terio r, sintetice
a d e c u a d a m e n te el im p ulso m ayor q u e p arece an im ar el proyecto derri-
d ia n o p o r co m p leto . P o rq u e la h u ella constituye el testim onio m ás claro y
la p ru e b a más fe h acien te d e lo q u e a D errid a p arece im p o rtarle e n m ayor
m ed id a: el carácter in co m p leto del presente. L a huella significa el signo
p r e s e n te d e u n a co sa a u se n te , el ra stro q u e lo a h o r a a u se n te h a d eja d o
tras su paso p o r los lugares d o n d e estuvo p resen te. El presen te n u n c a es
p le n itu d , sino caren cia, vacío, ausencia de algo cuyo recu erd o (o cuya es­
p eran za) le p e rm ite p recisam en te ser p resen te e n cu an to lo d elim ita y, e n
ese sen tid o , lo constituye. Se sigue d e esto — de la falta d e id e n tid a d atóm i­
ca d el p re se n te — q u e n o existe el tiem p o e n te n d id o com o lín e a de p re ­
sen tes id én tico s a sí m ism os.
A co m o d arse a este n uevo d ise ñ o no siem pre resulta fácil. Así, e n te n ­
d e r la h isto ria co m o u n e n c a d e n a d o de p resen tes incom pletos y el relato
F i l o s o f í a c o n t k m i ’o r á n f a

h istórico com o la n a rra c ió n d e las ausencias qu e d o tan de se n tid o a aqué­


llos p u e d e p a re c e r q u e e n tra en conflicto con algunos de los esquem as
m ás estim u lan tes c o n los q u e se h a n a b o rd a d o estos asuntos. P o rq u e , sólo
a títu lo d e m u estra, si incluso lo efectivam ente o cu rrid o d eb e s e r inter­
p re ta d o d esd e la perspectiva d e lo q u e le falta, ¿cóm o p en sar e n to n ces lo
q u e ni siq u iera alcanzó el estatu to de real, lo q u e se q u ed ó e n m e ra espe­
ran za, to d o a q u ello q u e p u d o h a b e r sido y n o fue?: ¿com o au sen cia de
u n a ausencia? P ero en tal caso, ¿desde qu é clave leerlo?, ¿cóm o a cc e d e r a
u n significado q u e ja m á s llegó a d isp o n e r d e significante? De q u e estas
p re g u n ta s ten g an o n o respuesta d e p e n d e la posibilidad d e e la b o ra r ese
relato h istórico q u e tan to an h e la b a B enjam ín. U n relato que evitara el
p u n to d e vista d e los p o d ero so s, esto es, el p u n to d e vista d e lo q u e efecti­
v am en te pasó, y devolviera la voz a los que fu e ro n silenciados, esto es, a
aq u ello s q u e vivieron com o ú n ica ex p erien cia la frustración y la d erro ta.
P ro b a b le m e n te el esq u em a d e rrid ia n o p ro p o rc io n e algunas indica­
ciones d e u tilid ad a este respecto. P o r ejem plo, cabe p en sar con u n cierto
fu n d a m e n to q u e p recisam en te la fo rm a en la q u e D errid a h ab la del sig­
n o en p articu lar y del lenguaje en g en eral p e rm ite esquivar el ríg id o em ­
p are ja m ie n to significante-significado, esto es, h ab ilita la posibilidad teóri­
ca d e q u e el sig nificante lo sea d e varios significados o, p o r lo m enos, dé
ocasión a u n a cierta equivocidad, en sí m ism a significativa. En co n creto :
e n m u ch as ocasiones, son los p ro p io s relatos históricos escritos desde el
p u n to d e vista d el p o d e r los q u e, co m p letam en te al m argen de la voluntad
d e sus autores, o p e ra n a m odo de indicios, pistas, indicadores, de otras rea­
lidades d istintas a aquellas a las q u e ex p lícitam en te se refieren . Ju n to a
este a rg u m e n to , h a b ría que in tro d u c ir o tro , de distinto carácter, p ero
ig u alm en te p e rtin e n te p ara la clarificación del asunto. Es p robable que
constituya u n e m p e ñ o equivocado obstinarse en c o n sid erar de to d o p u n ­
to asim ilables la p areja p re se n c ia /a u se n c ia y la p areja re a lid a d /p o sib ili­
d ad , d a r p o r d e s co n tad o q u e las d eterm in acio n es d e u n a y de o tra ofre­
cen u n a co m p leta c o rre sp o n d en cia. P or señalar sólo u n aspecto: tal vez
a q u ello q u e estuvo a p u n to d e ser, q u e se q u e d ó a las p u ertas d e dev en ir
real, alcan zara u n a m o d alid ad de ex iste n c ia — to d o lo débil q u e se quiera,
p e ro existencia al fin— que n o q u e p a p red icar d e la ausencia, d efin id a
p recisam en te p o r su absoluto vacío d e ser, p o r su im pecable o q u ed ad .
D e c u alq u ier fo rm a, ni pu n tu alizacio n es ni dificultades d e b ieran dis­
tra e r d e lo esencial, n i h a c e r variar el sen tid o global de la valoración del
p ro y ecto d e rrid ia n o . El m u n d o n o es u n g ran libro escrito bajo u n a d e te r­
m in a d a clave, a cuya a te n ta le c tu ra n o p u d ie ra el h o m b re h a c e r o tra cosa
q u e aplicarse. F re n te a esa c o n cep c ió n de in sp iració n en últim o té rm in o
g alilean a, q u e tan to influyó e n la m en talid ad m o d e rn a y q u e tan certera­

400
M a n u el C ruz

m e n te fue criticad a p o r H usserl, D errid a p ro p o n e e n te n d e r el m u n d o


c o m o u n texto q u e n u n c a se h a term in a d o y q u e exige re in te rp re ta c io n e s
con stan tes. R eferirse, com o hicim os un p ar de párrafos atrás, al carácter
in co m p leto d el p re se n te equivale a afirm ar q u e el h o m b re n o es m ero
lecto r (c o n d e n a d o p o r tan to a relacionarse co n lo q u e lee com o con u n a
e n tid a d c e rra d a y a c a b a d a ), sino a u to r e in té rp re te al m ism o tiem p o . P o r­
q u e si la escritu ra es, finalm ente, producción de huellas, el o b ra r h u m a n o
significativo constituye la p a rtic u la r ap o rtació n q u e el agente h a c e a la ta­
re a co m ú n d e m a n te n e r ab ierto el libro del m u n d o , esto es, ta n to a in ter­
p re ta rlo m ejo r c o m o a e n riq u e c e r sus significados.

401
N otas

1Piaget ha propuesto la siguiente definición del término: «En primera aproxi­


mación, una estructura es un sistema de transformaciones, que implica leyes como
sistema (por oposición a las propiedades de los elem entos), y que se conserva o se
enriquece por el ju eg o mismo de sus transformaciones, sin que éstas lleguen más
allá de sus fronteras o recurran a elem entos exteriores. En una palabra, una estruc­
tura comprende, de ese modo, los tres caracteres de totalidad, transformaciones y
autorregulación» (El estructuralismo, Buenos Aires, Proteo, 2aed.: 1969, p. 10).
2 «En su formulación más general, el estructuralismo no es otra cosa que una
atenta disposición a tener en cuenta la interdependencia y la interacción de las
partes dentro del todo. De ahí viene su validez universal, que lo hace aplicable a
la lingüística, a la econom ía, a la estética, etcétera» (Jean Starobinski, citado por
Paolo Caruso, «Nota sobre el estructuralismo» en P. Caruso, Conversaciones con
Lévi-Strauss, Foucault y Lacan, Barcelona, Anagrama, 1969, p. 10).
3 F. de Saussure, Curso de lingüística general, Buenos Aires, Losada, 1959.
4 «La fonología n o puede dejar de representar con respecto a las ciencias so­
ciales el mismo papel renovador que desem peñó, por ejemplo, la física nuclear
en el conjunto de las ciencias exactas. ¿En qué consiste esta revolución, ya que in­
tentamos considerarla en sus implicaciones más generales? N. Troubetzkoy nos
proporciona la respuesta a esta pregunta. En un artículo-programa («La phonolo-
gie acluelle») reduce, en suma, el m étodo fonológico a cuatro aspectos fundam en­
tales: en primer lugar, la fonología pasa del estudio de los fenóm enos lingüísticos
conscientes al estudio de su infraestructura inconsciente; se niega a tratar los tér­
minos com o entidades independientes y toma, por el contrario, como base de su
análisis las relaciones entre los términos. Introduce la noción de sistema» (Claude
Lévi-Strauss, Antropología estructural, Barcelona, Paidós, 1987, p. 77.)
5 La versión española, con este título, apareció en Buenos Aires, Paidós, 1969.
6 Se puede leer en Las estructuras elementales... a propósito de la prohibición del
incesto: «No es de origen puramente cultural, ni d e origen puramente natural [...].
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

Constituye la dirección fundamental gracias a la cual, mediante la cual, pero so­


bre todo en la cual tiene lugar el paso de la naturaleza a la cultura. En un sentido,
pertenece a la naturaleza, puesto que se trata de una condición general de la cul­
tura; consiguientem ente, no hay que extrañarse al ver que su carácter formal pro­
viene de la naturaleza, es decir, de la universalidad. Pero en otro sentido, se trata
ya de la cultura que actúa e im pone su regla en el seno de fenóm enos que, en
principio, no dependen en absoluto de ella», pp. 58-59
7 Publicados ambos en México, FCE, 1965 y 1964 respectivamente.
8 La serie incluye cuatro volúmenes: I. Lo crudo y lo cocido, México, FCE, 1968,
II. De la miel a las cenizas, México, FCE, 1972, III. El origen de las maneras de mesa, Mé­
xico, Siglo XXI, 1977, IV. El hombre desnudo, México, Siglo XXI, 1976.
9 «Toda cultura puede ser considerada como un conjunto de sistemas simbóli­
cos en el primer grado de los cuales se encuentra el lenguaje, las reglas matrimo­
niales, las relaciones económicas, el arte, la ciencia y la religión» (C. Lévi-Strauss,
«Introducción a la obra de Marcel Mauss», en M. Mauss, Sociología y antropología,
Madrid, Tecnos, 1971, p. 20).
10 C. Lévi-Strauss, Antropología estructural, oj>. cit., p. 231.
11 Ibídem.
12 C. Lévi-Strauss, Elpensamiento salvaje, cit., p. 361.
13 «Descartes, que quería fundar una física, separaba al Hombre de la socie­
dad. Sartre, que pretende fundar una antropología, separa a su sociedad de las
dem ás sociedades. A trincherado en el individualismo y el empirismo, un cogito
— que quiere ser ingenuo y bruto— se pierde en los callejones sin salida d e la psi­
cología social» (ibídem, p. 362).
14 Ibídem, p. 361.
15A Paolo Caruso en las Conversaciones... mencionadas supra.
16Michel Foucault, Las palabras y las cosas, México, Siglo XXI, 1968.
17 Michel Foucault, Enfermedad mental y personalidad, Buenos Aires, Paiclós, 1961.
18 Michel Foucault, Historia de la locura, en la época clásica 2a ed.: (2 vols.), Mé­
xico, FCE, 1976.
19 Michel Foucault, Nacimiento de la clínica, México, Siglo XXI, 1966.
20Tanta era la insatisfacción del autor ante su primer libro que, más allá de su
reiterada tendencia a silenciarlo, parece ser que llegó a vetar su reedición.
21 Michel Foucault, Arqueología del saber, México, Siglo XXI, 18a ed.: 1997.
22 Para la comparación y análisis de las relaciones entre el trabajo de Foucault
y el de los historiadores profesionales, cfr. Francisco Vázquez García, Foucaulty los
historiadores, Cádiz, Publicaciones de la Universidad de Cádiz, 1988.
23 Para una com pleta exposición de las afinidades intelectuales de Foucault
(Bachelard, Canguilhem, H eidegger, Fenom enología, además del mencionado
Nietzsche y el estructuralismo), véase Angel Gabilondo, El discurso en acción. Fou­
caulty una ontología del presente, Barcelona, Anthropos, 1990.

404
M a n u k i. C r u z

24 Escribe Foucault en el apéndice a Historia de la locura-, «Quizá un día, no se


sabrá muy bien lo que pudo ser la locura. [...] Arlaud pertenecerá al suelo de
nuestro lenguaje, y no a su ruptura; las neurosis a las formas constitutivas (y no a
las desviaciones) de nuestra sociedad. T odo lo que experimentamos hoy bajo el
m odo del límite, o de la extrañez, o de lo insoportable, habrá alcanzado la sereni­
dad de lo positivo. Y lo que para nosotros designa actualmente este exterior pue­
de muy bien un día designarnos a nosotros», vol. II, p. 328.
23 Foucault se ha referido a «la inquietud ante las condiciones formales que
determ inan la aparición de la significación» com o el elem ento que determ inó
el distanciam iento de los de su generación (entre 1950 y 1955) respecto de la
propuesta husserliana: «nos hem os dedicado principalmente al análisis de las
condiciones formales de la aparición del sentido» (Paolo Caruso, Entrevistas...,
cit., p . 68).
-(>M. Foucault, Las palabras y las cosas, op. cit., p. 375.
27 Ibídem.
28 J. Baudrillard, Oublier Foucault, París, Editions Galilée, 1977, p. 12: «cette
écriture trop belle pour étre vraie».
29 En su Michel Foucault: Beyond Structuralism and Heimeneutic, Chicago, Chica­
go University Press, 1982.
30 Es precisamente en la Arqueología donde Foucault declara: «No se trata de
transferir al dom inio de la historia, y especialm ente de la historia de los conoci­
m ientos, un m étodo estructuralista que ha hecho sus pruebas en otros campos
del análisis. Se trata de desplegar los principios y las consecuencias de una trans­
formación autóctona que está en vías de cumplirse en el dom inio del saber histó­
rico... no se trata (y aún m enos) de utilizar las categorías de totalidades culturales
(sean visiones del m undo, tipos ideales, espíritu particular de las épocas) para im­
poner a la historia, y a despecho de ella, las formas del análisis estructural» (Arqueo­
logía..., op. cit., pp. 25-26). Sobre el papel central que en este libro juega la voluntad
explícita de Foucault de marcar distancias respecto de la ideología estructuralista
p u ed e leerse el texto de D om inique L ecourt «Sur l ’archéologie et le savoir
(A propos de Michel Foucault)», recogido en Pour une critique de l’épistémologie, Pa­
rís, Maspero, 1972, pp. 98-133.
31 M. Foucault, Arqueología del saber, cit., pp. 23-24.
32 En su Foucault, Barcelona, Paidós, 1987.
33 M. Foucault, El orden del discurso, Barcelona, Tusquets, 1973.
34 «Más allá del bien y del mal», en Microfísica del poder, Madrid, La Piqueta,
1979, p. 34.
3r>Ibídem.
3(>Utilizo la expresión a la manera en que lo hace Perry Anderson en su cono­
cido libro Consideraciones sobre el marxismo occidental (Madrid, Siglo XXI, 1979),
esto es, en el sentido de esa específica tradición que nace del fracaso de las revolu-

405
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

d o n es proletarias en las zonas avanzadas de capitalismo europeo después de la


Primera Guerra Mundial.
37 Cfr. en este punto Mark Poster, Foucault, el marxismo y la historia, Barcelona,
Paidós, 1987.
38 «En mis escritos yo planteaba una cuestión: las relaciones de poder, ¿no re­
presentan quizás, respecto, por ejemplo, a las relaciones de producción, u n nivel
de realidad al mismo tiem po complejo y relativamente (aunque sea sólo relativa­
m ente) independiente? Y es cierto: esta pregunta se la formulaba yo al marxismo,
del mism o m odo en que lo hacía con otras concepciones de la historia y la políti­
ca. En otros términos: avanzaba la hipótesis de la especificidad de las relaciones
de poder, de su espesor, inercia, viscosidad, desarrollo e inventiva propios, y afir­
maba que era necesario analizar todas estas características» (M. Foucault, «Lo
que digo y lo que dicen que digo», El Viejo Topo, n° 29, Barcelona, febrero 1979,
p. 28).
39 «Más allá del bien y del mal», cit., p. 34.
40Michel Foucault, Vigilar y castigar, México, Siglo XXI, 1977.
41 Ibídem, pp. 29-30.
42 Michel Foucault, Historia de la sexualidad, México, Siglo XXI, 1986 y 1987.
43 M. Foucault, Tecnologías del yo, Barcelona, Paidós, 1990.
44 Véase, por ejem plo, los argumentos en contra que plantea M. Morey en su
«Introducción» a Tecnologías delyo, cit., p. 16yss.
45 Ibídem, p. 49.
46 Com o señala J. L. Pardo en «El sujeto inevitable», incluido en M. Cruz
(com p.), Tiempo de subjetividad, Barcelona, Paidós, 1996.
47 Michel Foucault, Las palabras y las cosas, op. cit., p. 332.
48 M. Foucault, Histoire de la sexualité III: Le souce de soi, París, Gallimard, 1984,
p. 56.
49 Tecnologías..., cit., p. 48.
50 Michel Foucault, «Why Study Power. The Question o f Subject», en H . Drey-
fus and P. Rabinow, Michel Foucault..., cit., p. 190.
31 Jacques Lacan, Escritos I, México, Siglo XXI, 1971, p. 87.
52 Ibídem, p. 56.
53 Ibídem, pp. 212-213.
54 Ibídem, p. 80. «Lo verdaderamente verdadero se reconoce gracias a ciertos indi­
cios extraños, curiosos, singulares, extravagantes incluso, f...] Lo verdadero tiene
la presencia de los desperdicios que no se quieren reconocer. R econocerlos es el
m étodo de la sospecha. Sin embargo, la pregunta se hace acerca de las significa­
ciones y su circulación entre los seres, más que sobre los contenidos de los mensa­
jes. ¿Pero qué circula entre los seres? Las palabras, y los escritos», tiene escrito
Jean-Marie Auzias en su libro El estructuralismo, Madrid, Alianza, p. 140.
55 Ibídem, p. 202.

406
M a n u k i. C r u z

5BRichardJ. Bernstein, Perfilesfilosóficos, México, Siglo XXI, 1991, p. 22.


57 G. Deleuze, Nietzsche y lafilosofía, Barcelona, Anagrama, 1971.
38 G. D eleuze, La filosofía crítica de Kant, Madrid, Cátedra, 1997.
59 G. Deleuze, Empirismo y subjetividad, Barcelona, Gedisa, 1986.
,i0 G. D eleuze, Elbergsonismo, Madrid, Cátedra, 1987.
61G. Deleuze, Spinozay elproblema de la expresión, Barcelona, Muchnik, 1996.
62 G. Deleuze, Prousty los signos, Barcelona, Anagrama, 1970.
63 G. D eleuze, Presentación de Sacher-Masoch, Madrid, Taurus, 1974.
64 G. D eleuze, Diferenciay repetición, Gijón, Júcar, 1988.
65 G. D eleuze, Lógica del sentido, Barcelona, Paidós, 1989.
66 G. Deleuze y F. Guattari, El anti-Edipo, Barcelona, Paidós, 1985.
67 G Deleuze y F. Guattari, Mil mesetas, Valencia, Pre-textos, 1988.
68 G. D eleuze, Francis Bacon: Logique de la sensation, París, La DifTérence, 1981,
(2 vols.).
69 G. Deleuze, La imagen-movimiento, Barcelona, Paidós, 1994 y La imagen-tiem-
po, Barcelona, Paidós, 1987.
70G. Deleuze, ¿Quéesfilosofia?, Barcelona, Anagrama, 1993.
71 Así en la p. 15 del libro Conversaciones (Valencia, Pre-textos, 1995) puede leer- '
se lo siguiente: «Me imaginaba que me acercaba a un autor por la espalda y le ha­
cía un hijo, que fuera suyo y que, sin embargo, fuera monstruoso. Que fuera suyo
era muy importante, porque era preciso que el autor dijera efectivamente todo lo
que yo le hacía decir. Pero que el hijo fuera monstruoso era también necesario,
porque era preciso pasar por todo tipo de descentramientos, deslizamientos, rotu­
ras, emisiones secretas con los que he disfrutado mucho».
72 G. Deleuze, Nietzsche y la filosofía, op. cit., p. 146.
7:1Ibídem, p. 146.
74 Indicio claro de la importancia que Deleuze atribuye a esta idea lo consti­
tuye el hecho de que le dedique a ella las primeras palabras de su libro sobre
Nietzsche (textualmente: «El proyecto más general de Nietzsche consiste en esto:
introducir en filosofía los conceptos de sentido y valor», ibídem, p. 7).
75 El motivo de la denom inación tiene que ver en realidad con otro aspecto,
asimismo censurable desde la perspectiva deleuziana: «La ciencia se denom inó
crítica porque hacía com parecer a su presencia los poderes del mundo, pero a fin
de restituirles lo que les debía, la sanción de lo verdadero, tal com o es en sí, para
sí o para nosotros» (ibídem, p. 147). O con otras palabras, si cabe más verticales:
«Kant no realizó la verdadera crítica porque no supo plantear el problema en tér­
m inos de valores» (ibídem, p. 7).
76 N o es seguro que lo que se predica de la dialéctica hegeliana en tanto que
m odo representativo de utilizar la negación pueda predicarse de cualquier for­
ma de dialéctica. En la m edida en que la afirmación no puede afirmarse a sí mis­
ma sin antes haber roto todo vínculo con los valores establecidos (reactivos, por

407
F il o s o f í a c o n t e m p o r á n e a

denom inarlos con propiedad nietzscheana), cabe afirmar que el proceso de pro­
ducción de sentido y de valores implica una cuota inevitable de negación-destruc­
ción de lo viejo, aunque, eso sí, puesta inequívocamente «al servicio de los pode­
res de afirmar» (ibídem, p. 259).
77Ibídem, p. 147.
78 En resumidas cuentas: «he aquí lo que oculta la imagen dogm ática del pen­
samiento: el trabajo de las fuerzas establecidas que determinan el pensam iento
com o ciencia pura, el trabajo de los poderes establecidos que se expresan ideal­
m ente en lo verdadero tal com o es en sí» (ibídem).
79 Por ejemplo, el de sujeto sin más, del que en su libro ¿Quées la filosofía?,
Barcelona, Anagrama, 1993, habla com o si fuera el resultado de una simple cos­
tumbre, «la costumbre de decir yo», p. 51.
80 Afirmación que ejemplifica de la siguiente forma: «una hora, un día, una es­
tación, un clima, uno o varios años — un grado de temperatura, una intensidad,
intensidades muy diferentes que se com ponen— tienen una individualidad per­
fecta que no se confunde con la de una cosa o la de un sujeto constituidos», G. D e­
leuze y C. Parnet, Diálogos, Valencia, Pre-textos, 1980, p. 104.
81 Ibídem, p. 105.
ñ'¿ En su libro El bergsonismo, Deleuze recoge las palabras con las que Bergson
felicitaba a Berkeley por haber resaltado que la materia «no tiene interior, no tie­
ne fondo... no esconde nada, ni oculta nada... no posee ni potencias ni virtualida­
des de ninguna especie... está desplegada en superficie y se mantiene toda entera
a cada instante en lo que da», of). cit., p. 39.
83 Ibídem, p. 40.
84 En Nietzschey lafilosofía, Deleuze recuerda el conocido pasaje nietzscheano:
«Si, en todo lo que quieres hacer, empiezas por preguntarte: ¿estoy seguro de que
quiero hacerlo un núm ero infinito de veces?, esto será para ti el centro de grave­
dad más sólido» (p. 99).
8oG. Deleuze, Lógica del sentido, op. cit., p. 90.
8BG. D eleuze, Diferencia y repetición, op. cit., p. 222.Poco más abajo afirma, con
rotundidad: «La filosofía se pone del lado del idiota, como representante del
hom bre sin presupuestos».
8/ Caracterización de la que se hace eco el propio Deleuze en Lógica del sentido,
op. cit., especialm ente «Tercera serie. De la proposición», pp. 35-45.
88 En su TeatrumPkilosohicum, Barcelona, Anagrama, 1972, pp. 17-18.
89 G. Deleuze, Lógica del sentido, op. cit., p. 42.
90 G. Deleuze, Mil mesetas, op. cit., p. 361.
91 G. Deleuze, ¿Qué es lafilosofía ?, op. cit., p. 109.
92 Ibídem, p. 110.
93 Al que hicimos referencia al tratar de Searle, en supra, epígrafe «Del empi­
rismo al pragmatismo».

408
M a n u e l C ruz

94 En su trabajo «Reiterating the Differences: A Reply to Derrida», aparecido


en la revista de la jo h n s Hopkins University Press, Glyph, 1 (1977), pp. 198-208. El
trabajo replicaba al de Derrida «Firma, acontecimiento, contexto», incluido en
Márgenes de lafilosofía, Madrid, Cátedra, 1988.
9r>Concretamente en el texto de 1963 «Cogito e historia de la locura», recogi­
do en Jacques Derrida, La escritura y la diferencia, Barcelona, Anthropos, 1989. En
todo caso, la afinidad no está reñida con la divergencia. Frente a Foucault, Derri­
da observa en su texto que la dialéctica de razón y locura no permite tomar parti­
do por esta última. U na decisión tal no generaría otra consecuencia que eterni­
zar la dialéctica de la razón.
9(>Jacques Derrida, «Los fines del hom bre», en Márgenes de lafilosofía, op. cit.,
p. 172.
97 Jacques Derrida, De la gramatología, Buenos Aires, Siglo XXI, 1971.
98 Dicha exterioridad podría llevarse al extremo y aludir a una cierta distancia
de Derrida respecto a la propia lengua francesa, distancia provocada según él por
su origen argelino. A este sentim iento de estar alejado del francés empleado en la
M etrópoli se ha referido el autor en La tarjeta postal, México, Siglo XXI, 1986.
99 Jacques Derrida, «Introduction á L 'origine de la geometría», de E. Husserl, Pa­
rís, P.U.F., 1962.
100Jacques Derrida, La vozy elfenómeno. Introducción alproblema del signo en lafe­
nomenología de Husserl, Valencia, Pre-textos, 1985.
101 Jacques Derrida, El tiempo de una tesis, Barcelona, Proyecto A Ediciones,
1997, pp. 14-15, 1“ ed.: Anthropos, 93, febrero 1989.
i° 2 por ejemplo, el de ser destruida, o verse volatilizada, riesgo que hem os incor­
porado hoy a nuestras expectativas habituales a través de expresiones com o «perder
información» y similares. Pero la verdad también corre el peligro de deformarse, de
desdibujarse, cosa que puede ocurrir en la medida en que sentido y objetividad apa­
recen ligados a su inscripción mundana en un espacio de escritura.
103 Para no dar una imagen excesivamente simplificada de la propuesta de
Husserl, habría que matizar que éste en la primera de sus Investigaciones lógicas dis­
tingue entre dos tipos de signo, la expresión y la señal, estando situado el primero
en el campo ideal de la conciencia y el segundo en la relación del lenguaje con la
experiencia. En un caso el signo sería portador de significación ideal, en tanto
que en el otro carecería de significación ideal, permaneciendo encadenado al
m undo real-material. Es este segundo el que mejor muestra la dificultad interna
del planteamiento husserliano.
104 La formulación es de Patricio Peñalver, quien la presenta en su libro Des­
construcción, Barcelona, M ontesinos, 1990, p. 65.
lor’Jacques Derrida, La voz..., op. cit, p. 104.
106 Puede leerse en Ser y tiempo: «La destrucción tampoco tiene el sentido nega­
tivo de un sacudirse la tradición ontológica. Debe, a la inversa, acotarla dentro de

409
F i l o s o f í a c o n t e m i 'O kán 'F a

sus posibilidades positivas, y esto quiere decir siempre dentro de sus limites, que le
están dados fácticamente con la manera de hacer la pregunta en todo caso y la li­
mitación del posible campo de la investigación impuesta de antem ano por esta
manera. [...] La destrucción no quiere sepultar el pasado en la nada; tiene una
mira positiva: su función negativa resulta indirecta y tácita» (Martin Heidegger,
Sery tiempo, op. cit., 1971, p. 33).
107 De hecho, ha sido un teórico de la arquitectura, M. Wigley, quien ha escri­
to lo siguiente: «La desconstrucción no es demolición o disimulación. Si bien
hace evidentes ciertos fallos estructurales dentro de estructuras aparentemente
estables, estos fallos no llevan al colapso de la estructura. Por el contrario, la des­
construcción obtiene toda su fuerza de su desafío a los valores mismos de la armo­
nía, la unidad y la estabilidad, proponiendo a cambio una visión diferente de la
estructura: en ella los fallos son vistos com o inherentes a la estructura. N o pue­
den ser eliminados sin destruirla. Son, de hecho, estructurales» (M. Wigley, «Ar­
quitectura Desconstructiva», en Wigley, M. & Johnson, Ph., Arquitectura decons-
tructivista, Barcelona, Gustavo Gili, 1988, p. 11).
108 Así, declaraba en una entrevista a Imre Salusinszky: «Diría que la descons­
trucción es afirmación antes que cuestionamiento [...]. Creo que la desconstruc-
ción es afirmativa más que cuestionadora; esta afirmación atraviesa el cuestiona­
m iento más radical, pero no es cuestionadora en el análisis final» (Criticism in
Society, M ethuen, Nueva York-Londres, 1987, p. 9).
109 Cfr. infra, capítulo XVII, especialm ente el epígrafe titulado «Gianni Vat-
timo».
110 «Una cierta identidad de este elem ento (marca, signo, etcétera) debe per­
mitir el reconocim iento y la repetición del mismo», sostiene en «Firma, aconteci­
miento, contexto», cit., p. 359.
111 Ibídem, p. 357.
11-'Véase «LaDifférance», en ibídem, especialm ente p. 43yss.
113 No habría que olvidar que, además, en francés la terminación anee se usa
para crear nombres verbales, de tal manera que différance designa tanto una dife­
rencia pasiva que ya se da en tanto que condición de la significación, com o una
producción activa diferenciadora.
114 Dejaremos de lado, para no introducir demasiados meandros en la presen­
te exposición, los problemas que plantea el concepto mismo, problemas que se
ha encargado de recordar el propio Derrida: «El concepto de experiencia [...] es
muy dificultoso. Com o todas las nociones de que nos servimos aquí, pertenece a
la historia de la metafísica y sólo la podem os utilizar bajo una tachadura. “Expe­
riencia ”siempre designó la relación con una presencia, ya sea que esta relación
haya o no tenido la forma de consciencia. Debemos, sin embargo, según esta es­
pecie de contorsión y de contención a que está obligado aquí el discurso, agotar
previamente los recursos del concepto de experiencia a fin de alcanzar, por de­

41 0
M a n u k i. C r u z

construcción, su último fondo» (De la gramatología, Buenos Aires, Siglo XXI, 1971,
P. 79).
115 Cfr. Cristina de Peretti, Jacques Deirida: texto y deconstrucción, Barcelona,
Anthropos, 1989, pp. 80 y ss.
116 «La cosa m ism a es un signo», tiene escrito en De la gramatología, op. cit.,
p. 64.
117 Máxima que, por cierto, nada tiene que ver con una negación del mundo
exterior o, m enos aún, con vina libresca declaración de irrelevancia respecto a
todo lo que no sea texto. Por decirlo a la austiniana manera., lo que Derrida m an­
tenía al escribir eso en De la gramatología es que el contexto de todo acto de ha­
bla es insaturable. Véase al respecto las observaciones de Patricio Peñalver en su
trabajo «M ovimientos de desconstrucción, pensam ientos de la diferencia», en
Javier Muguerza y Pedro Cerezo (eds.), La filosofía hoy, Barcelona, Crítica, 2000,
pp. 201-212.
118Jacques Derrida, Espectros de Marx, Madrid, Trotta, 1995.
119 Jacques Derrida, La filosofía como institución, Barcelona, Granica, 1984, p. 45
(el subrayado es m ío ).
120 Ibídern.

41 1
C a p ít u lo XVII
POSTMODERNIDAD Y OTROS SINCRETISMOS

P o r lo p ro n to , u n p rim e r rasgo llam a la aten ció n en la d en o m in a d a post­


m o d e rn id a d , y es el h e c h o d e q u e n o se defina p o r lo q u e es, sino p o r lo
q u e n o es, o, tal vez m ejo r dicho, p o r lo q u e p re te n d e d ejar atrás. Este ras­
go p ro p o rc io n a u n a inicial indicación acerca de lo que p o d em o s esp erar
d e los au to res p o stm o d ern o s: fu n d a m e n ta lm e n te un ajuste d e cuentas
co n lo m o d e rn o . A h o ra b ien , com o ya se em pezó a ver, ese ajuste de c u e n ­
tas n o es cosa d e hoy. H em o s te n id o ocasión de m ostrar en q u é diversas
fo rm as el diálogo crítico co n la h eren cia del proyecto ilustrado constituye
u n o d e los ejes m ayores a lred ed o r de los cuales gravita el p ensam iento del
siglo XX p o r e n tero .
P ro b a b le m e n te este am biguo carácter nuevo/no lan nuevo d e la p ost­
m o d e rn id a d sirva tam b ién p a ra explicar, p o r lo m enos p arcialm en te, u n a
dificultad q u e se le suele p lan tear a quien se acerca con ánim o curioso a
este d eb ate, q u e n o es o tra q u e la d e identificar a sus protagonistas. C on
o tras p alab ras, re sp o n d e r a la p re g u n ta ¿quiénes son p o stm odernos? P ara
el H ab erm as d e E l discurso filosófico de la modernidad1 el g ru p o d e los post­
m o d e rn o s se id en tifica co n los postestructuralistas franceses y co n la esté­
tica neonietzscheana. C om o, según acabam os d e ver, la etap a arqueológica
fo u cau ltian a n o ag o ta su p en sam ien to , el p ro p io F oucault estaría ahí, ju n ­
to co n au to res co m o D eleuze, D errid a o L yotard, en tre otros.
H ay q u e d ecir q u e esta visión h ab erm asian a de la n ó m in a d e p o stm o­
d e rn o s, tal vez sea esp ecialm en te sólida, p ero n o es la m ás difu n d id a. En
lo q u e pu d iéram o s llam ar la im agen pública de la postm odernidad, de los
tres franceses m en cio n ad o s el ú n ico in eq u ív o cam en te p o stm o d e rn o es
Lyotard, en tre otras razones p o rq u e él m ism o parece h ab er asum ido la eti­
q u e ta d esd e el p ro p io títu lo d e u n p a r d e textos suyos (en c o n c re to , La
condición postmoderna2 y L a posmodemidad explicada a los niños3) . T am bién,
p la n te a d a así la cosa, es claram en te un p o stm o d e rn o el italiano G ianni
Vattim o, q u ien ag itó el p a n o ram a d e la filosofía eu ro p e a d e principios d e
los o c h en ta con u n a propuesta de: pensamiento débil que no ocu ltab a su vo­
lu n ta d d e in terv en ir en el d eb ate m o d e rn id a d /p o stm o d e rn id a d . De h e­
ch o su posterior libro l'l fin de la modernidad llevaba com o subtítulo Nihilismo
y hermenéutica en la cultura posmoderna, subtítulo clarificador p o r cierto en la
m ed id a en q u e advertía de la genealogía de las actitudes postm odernas.
A la vista de esta dificultad, tal vez lo más eficaz sea o ptar en lo q u e sigue
p o r u n a exposición que, a u n q u e utilice la falsilla d e los autores, d é prefe­
ren cia a los tem as y a los problem as globales p o r encim a d e la reco n stru c­
ció n personalizada d e las trayectorias, en la confianza de q u e este pro ced i­
m ien to sirva m ás a d e c u a d a m e n te para m ostrar q u é se halla e n ju e g o en el
d e b a te en cuestión. A u n q u e ha}' q u e advertir, si b ien sólo sea p a ra no ali­
m e n ta r expectativas desm esuradas, d e la fase en q u e se e n c u e n tra dicho
d eb ate. C on el p o stm o d e rn ism o 1es probable que term ine o cu rrie n d o co­
m o co n el estru ctu ralism o, y q u e el cartel caiga en desuso p ero las cuestio­
nes plan tead as p o r él sigan g e n e ra n d o interés en el futuro. El d e b a te , q u e
viene d e atrás, dista d e estar cerrad o . Tal vez si en cierto m o m e n to alcan­
zó u n a especial n o to rie d a d fue p o r la confluencia d e diversos factores, d e
m uy variada n atu raleza, que h iciero n a p arecer lo p o stm o d e rn o com o
u n a p ro p u esta altern ativa a la visión del m u n d o d o m in a n te en n u e stra ci­
vilización. F ren te a los discursos racionalistas fuertes los p o stm o d ern o s
p ro clam ab an la n e c e sid a d de d a r libre curso a la in te rp re ta c ió n , fre n te a
u n a fo rm a m o n o lítica y vertical de e n te n d e r la política alzaban la b a n d e ­
ra d e los m ovim ientos transversales, fren te a u n a E u ro p a so b e rb iam en te
e tn o c é n tric a d e fe n d ía n u n a visión cosm opolita, plural, d e las culturas.
P ero n o d eb iéram o s co n c e d e r d em asiada im portancia a esta valoración
co y u n tu ral. O , m e jo r dicho, a n in g u n a valoración coyuntura! q u e fijara rí­
g id a m e n te las relacio n es de este p en sam ien to con la co n creta situ ació n
en la q u e se h a p ro d u c id o . C om o hacen, en el o tro extrem o, q u ien es d e ­
n o sta n la p o stm o d e rn id a d co n sid erán d o la, reductivam ente, co m o la ló­
gica cu ltu ral c o rre sp o n d ie n te al nuevo estadio del desarrollo capitalista5.
La actualidad de u n discurso es sólo un elem ento de refuerzo para la inter­
p retació n , q u e co n frecuencia 110 p e n e tra en lo fu n d am en tal de su co n te­
nido.

JKAN-FRANCOIS 1 YOTARI)

P o r tan to , a la vista d e lo ex p u esto , tal vez p o r lo que d e b iéram o s co­


m e n z a r p re g u n tá n d o n o s es p o r la fase en la q u e se en c u e n tra el proceso
d e revisión d e la m o d e rn id a d iniciado hace m ás de u n siglo. «En u n a fase
M \\i i : ('•••; /

decisiva» re sp o n d e ría n , a b u en seguro, los p o slm odernos. T odo lo que en


el p asad o eran indicios q u e a lim en tab an la sospecha respecto a la viabili­
d ad d el proyecto ilu strado h an estallado hoy com o elem entos d e certeza
p a ra el rechazo. Esta crisis ha sido descrita en diferentes térm in o s po r los
diversos autores. E n la citada La condición pos moderna, Lyotard, p o r ejem ­
plo, p a rtie n d o d e la hipótesis d e q u e el saber cam bia de estatuto al m ism o
tiem p o qu e las so ciedades e n tra n en la edad llam ada postindustrial y las
cu ltu ras en la e d a d p o stm o d e rn a , afirm a q u e lo más característico de
aq u éllas es q u e se p la n te a n la cuestión de la legitim idad d e un m o d o n u e ­
vo. M ientras en las sociedades p rem o d ern a s la función legitim adora — co-
h csio n ad o ra y u n ific an te— c o rre sp o n d ía a m etarrelato s de o rd e n m ítico
y religioso, a p a rtir d e la M o d e rn id ad dicha fu n ció n recaerá d e p len o en
u n a d e te rm in a d a id ea de racionalidad. Idea que p u ed e a p a re c e r revesti­
da d e variados ropajes: p ara L yotard no hay gran diferencia, en el fondo,
e n tre el relato ilu strad o de la em an cip ació n de la ignorancia y d e la servi­
d u m b re p o r m e d io del co n o cim ien to y del principio de la igualdad a n te
la ley, el relato capitalista de la em an cip ació n de la pobreza p o r el d esa­
rro llo técnico, o el relato rnarxista de la em ancipación d e la ex p lo tació n y
la alien ació n p o r la transform ación revolucionaria de las relaciones de
p ro d u c c ió n . T o d o s ellos son la ap licació n del m ism o dispositivo, figuras
d e u n a m ism a razó n , a n h e la n te de u n id ad y totalidad.
E n las so c ied ad es p o stm o d e rn a s este p a n o ra m a cam bia. L os relatos
m en cio n ad o s p ie rd e n su función legitim adora en el o rd en científico y so­
cial y, en su caída, arrastran la idea de razón en q u e se sustentaban. El m o ­
tivo fu n d am en tal d e este cam bio se relaciona con u n a tran sfo rm ac ió n de
las co n d icio n es q u e to rn a im p o sib le el m a n te n im ie n to de la vieja id e a
d e u n a razó n d o b le m e n te su sten tad a en la aspiración a la universalidad
— a la validez universal— y en la postulación de u n m edio h o m o g é n e o de
la racio n alid ad situ ad o p o r encim a d e todos los discursos particulares. En
L a condición posvioderna, L yotard, aplicándose su p ro p ia m áxim a «no se
p u e d e sab er lo q u e es el saber, es decir, qué problem as en caran hoy su d e ­
sarro llo y su d ifusión, si no se se sabe n a d a de la sociedad d o n d e
ap arece» 0, se d e d ica a e stu d ia r los cam bios p ro d u cid o s en la situación del
sa b er e n las sociedades avanzadas, p restándole especial a tención a la evolu­
ción d e la in stitucionalización universitaria del saber.
C onstata q u e d el viejo m o d elo d e fo rm ació n d e los sujetos, p rom ovido
p o r la u n iversidad clásica alem ana, apenas q u e d a nada. Su p re te n sió n de
u n ific ar el discurso del co n o c e r y el del q u e re r — el de las ciencias positi­
vas y el d e la p ráctica social, ética y política— , su aspiración a fo rm a r suje­
tos sim u ltá n e a m e n te e m p eñ ad o s en la b ú sq u ed a d e causas v erdaderas en
la ciencia y en la p ersec u ció n d e fines justos en la vida m oral y política, se

415
F i l o s o f í a c o n t e m i ’o r á n k a

h a revelado u n su e ñ o im posible de alcanzar. N in g u n o de los dos discur­


sos h a d e m o stra d o la fortaleza q u e se le atribuía. No h a habido fo rm a de
ev id en ciar cuáles serían esos objetivos com unes, a lre d e d o r de los cuales
n o cab ría o tra cosa q u e la co in cid en cia universal (¿cóm o e sp era r u n a fun-
d a m e n ta c ió n d e los valores después d e Nietzsche?), com o tam poco la cien­
cia h a conseguido alcanzar el estatuto d e m etadiscurso universal. L yotard lo
dice d e u n a m a n e ra m uy vvittgensteiniana: «La ciencia ju e g a su pro p io
ju eg o , n o p u e d e leg itim ar a los dem ás ju eg o s d e lenguaje. P o r ejem plo, el
d e la p rescrip ció n se le escapa». A u n q u e, todavía m ás im p o rta n te que
esto ú ltim o sea q u e n o p u e d e legitim arse a sí m ism a com o su p o n ía el p en ­
sa m ie n to especulativo d ecim o n ó n ico .
La im po sib ilid ad teórica — p o r d ebilidad d e los m ateriales— d e cum ­
p lir la fu n c ió n asig n ad a deja al saber d esn u d o de las antiguas form as de
legitim ació n . A quellas viejas n arra cio n es, e n tre au to co m p lacien tes y con­
soladoras, q u e in te g ra b a n la instancia gnoseológica y la m oral en u n a glo­
bal h isto ria d e la evolución del E spíritu (o de la H u m an id ad ) h an dejado
paso a la c ru d a co n statació n del carácter de fuerza productiva cen tral que
h a a d q u irid o la cien cia e n las sociedades industriales avanzadas, a la evi­
den cia incontestable d e q u e el conocim iento tiende a ser traducido en can­
tid ad es d e in fo rm ació n , las cuales a su vez, circulan e n el m e rcad o com o
u n a m ercan cía m ás q u e se co m p ra y se vende. El sa b er ya n o p u e d e conti­
n u a r ap e la n d o a las retóricas justificaciones d e an tañ o : su m ecanism o de
fu n c io n a m ie n to está a la vista. H a ro to su vinculación con d e term in ad o s
ideales p a ra ab a n d o n a rse al sistem a productivo: h a asum ido de esta for­
m a sus criterio s d e ren tab ilid a d y eficacia.
L yotard p o n e u n ejem plo q u e sin gran esfuerzo p odríam os ap licar a
n u e stra realid ad . El señ ala cóm o en la investigación y en la en señ an za la
p re g u n ta ya n o es ¿es eso verdad?, sino ¿para q u é sirve? Lo m ism o, p o r cier­
to, q u e su c ed e c u a n d o en n u e stra sociedad se discute acerca de d e te rm i­
n ad o s saberes (p o r ejem plo, de las h u m a n id a d e s ). N o se p re g u n ta ¿es im­
p o rta n te q u e la g e n te sepa u n cierto tipo d e cosas (literatura, filosofía,
arte, h istoria...)?, sin o ¿para q u é sirve?, lo q u e es co m o p reg u n tarse, algo
m ás c ru d a m e n te , si ese sa b er le p e rm ite a su p o rta d o r v end erse m ejor
co m o fu erz a d e trabajo. Lo significativo no es que este p u n to de vista se
haya im puesto, asu n to al q u e hem os term in a d o p o r acostum brarnos, sino
q u e ha hecho desaparece) c u alq u ier otro. E studiantes, profesores, científicos
h a n d eja d o d e p e n sa r en térm in o s de realización d e la vida del espíritu,
em an cip ació n de la h u m a n id a d o cu alq u ier o tro m e ta rre la to que les per­
m itiera fo rm u lar la finalidad y el uso ad ecu ad o del saber de q u e disponen.
P o r el co n trario , esto ú ltim o les viene ya dad o , n o es objeto d e cuestiona-
m ie n to alg u n o . Es aq u ello con lo q u e estam os obligados a c o n ta r y a cuya

416
M a n u k i. C ru z

p erp etu ació n nos h em o s de aplicar. Lo cual, obviam ente, significa sustraer
a la crítica esos ám bitos, n o e n tr a r a discutir las prem isas. P ero eso, lleva­
d o al lím ite, d a lu g a r a consecuencias absurdas (q u e se señalan p a ra m os­
tra r la u n ilateralid ad d e este en fo q u e). Así, en u n a sociedad q u e no a te n ­
d iera la escolarización generalizada d e los niños, los m aestros n o servirían
p a ra n ad a, co m o p a ra n a d a servirían los m édicos e n una sociedad que n o
crey era q u e u n a d e sus obligaciones es p ro p o rc io n a r asistencia sanitaria
universal, etcétera.
D e a h í las a firm aciones d e L yotard: «Saber y p o d e r son las d o s caras d e
la m ism a cuestión: ¿quién d ecid e lo q u e es saber, y q uién sabe lo qu e c o n ­
viene decidir? L a cu estió n del sa b er en la ed ad d e la in fo rm ática es m ás
q u e n u n c a la cu estió n del g o b ie rn o » 7. Pero esto im plica la definitiva liqui­
d ació n del p ro y ecto m o d e rn o e n u n aspecto fu n d am en tal, el d e la legiti­
m ació n d el c o n o cim ien to científico. U n a d e las m etanarrativas e n las q u e
éste se su sten tab a e ra la d e la fu n c ió n p o p u la r d el co n o cim ien to . La Ilus­
tra c ió n h a b ía d e fe n d id o el d e re c h o d e to d o s a la ciencia. A través d e la
ed u cació n to d o el m u n d o tenía d e re c h o a convertirse en u n científico, d e ­
re c h o q u e se c o rre sp o n d ía co n la fu n cio n alid ad social d el co n o cim ien to .
El sapere aud.eera u n im perativo ético que e n c o n tra b a su co rre la to en u n
d e re c h o in alien ab le d e los individuos al saber, d e tal m a n era q u e la n e g a ­
ció n d e u n o c o m p o rta b a el sin sen tid o del o tro . L o que parece o c u rrir en
la actu alid ad , p o r cierto, e n q u e la conversión del saber e n m ercan cía in ­
form ativa h a h e c h o q u e la expectativa del co n o cim ien to haya p e rd id o su
co n d ició n d e in d iscutible. El atrévete a saberya n o tien e el cará c te r apodíc-
tico q u e te n ía e n la M o d e rn id a d . El individuo p o stm o d e rn o e m p ie z a a
co n sid erar la p o sib ilid ad teórica d e q u e la ignorancia posea alg ú n valor
d e co n o cim ien to . L e h a p e rd id o el m ied o al re p ro c h e ilustrado q u e id e n ­
tificaba ig n o ran cia co n resistencia al progreso. Su arg u m en to es u n senci­
llo ex p erim en to m en tal que, a su m o d o de ver, cuestiona irreversiblem en­
te los viejos razo n am ien to s. Se p reg u n ta: si estuviésem os c o m p letam en te
seg u ro s d e q u e d e te rm in a d o s desarrollos d el co n o cim ien to sólo p u e d e n
d a r lu g ar a aplicaciones m ortíferas, destructoras, sin posibilidad alguna d e
cu alq u ier o tro uso positivo p a ra la hu m an id ad , ¿podría seguirse defen­
d ie n d o ta m b ié n e n to n c e s el v alor positivo d el co n o cim ien to ? L o q u e es
co m o preg u n tarse: ¿no es evidente q u e h an caducado las condiciones m a ­
teriales q u e nos in d u cían a acep tar sin crítica la necesidad d e sa b er más?
N o h a lugar, p ues, a c o n tin u a r m a n te n ie n d o , h ab erm asian a m e n te, la
esp eran za e n las p o sibilidades n o realizadas del ideal ilu strad o . C ontra
H ab erm as, L y o tard p arece e n c o n tra r apoyo en la p rim e ra g en eració n de
fran k fu rtian o s, en su constatación, sólo en ap arien cia p arad ó jica, de q u e
la realizació n d el p ro y ecto m o d e rn o p o r d e term in ad o s m edios d esem b o ­

417
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

ca e n su d estru cció n . P o r eso, piensa L yotard, p la n te a n las cosas e n el te­


r re n o equ iv o cad o q u ien es se e m p e ñ a n en co nvertir este debate e n u n a
d iscusión d e tipo ab stracto , p o r e jem p lo acerca d e la validez de la n o c ió n
d e p ro g reso . La re a lid a d de la q u e hay que p artir es la d e la victoria de la
te c n o c ie n c ia cap italista. Si nos situ am o s a h í co m p ro b am o s que: «No es
la au sen cia de p ro g reso , sino, p o r el co n trario , el d esarro llo tecnocientífi-
co, artístico, e c o n ó m ico y p olítico lo q u e h a h e c h o posible el estallido d e
las g u e rra s totales, los totalitarism os, la b re c h a crecien te e n tre la riq u eza
d el n o rte y la p o b re z a d el sur, la desculturización g e n eral con la crisis de
la E scuela, es decir, d e la transm isión del saber...»8.
El to n o de estas ú ltim as afirm aciones resulta indicativo de la a c titu d d e
L yotard en d e te rm in a d o s aspectos. Sin du d a, el h e c h o de que e n tr e los
g ran d es relatos definitivam ente agotados se en c u e n tre n tam bién los em an-
cip ato rio s —y e n p a rtic u la r el m arx ism o — h a provocado reacciones tan
irritad as com o a m e n u d o desenfocadas. Vale la p e n a reco rd ar q u e tam ­
b ié n L yotard, co m o alg ú n o tro caso recien te qu e ya co m entam os, hace
u n a p ro p u e sta d e o rd e n p re te n d id a m e n te epistem ológico, que incluye
co m o u n o de los m o m en to s d e su d esarro llo la crítica a d e te rm in a d a s n o ­
ciones. Las n a rra c io n e s legitim adoras de la m o d e rn id a d se fu n d a b a n en
u n p ro y ecto a realizar y su legitim ación estaba d ad a p o r la expectativa d e
su cu m p lim ie n to . L eg itim ab a n in stitu cio n es, prácticas sociales, m o d o s
d e p en sar, form as sim bólicas. N o cab e d u d a de q u e su p é rd id a d a lu g ar a
n o tab les co n secu en cias teóricas, p e ro éste es u n paso lógicam ente dife­
r e n c i a r e del an terio r. L o qu e hay q u e p lantearse en p rim e r té rm in o es si
la situ ac ió n d escrita p o r L yotard d a c u e n ta de la efectiva evolución de
los m ecanism os d e leg itim ación en las sociedades capitalistas avanzadas.
Esta p recau ció n d e p ro ced im ien to n o apunta, sublim inalm ente, a p ro ­
teg er a L yotard d e las críticas, sino a situarlas d o n d e corresponde. Y es q u e
n o h a b ría qu e d e sc a rta r la posibilidad d e que, de esta o tra m an era, p u d ie ­
ra n fo rm u lársele objeciones relevantes (m ucho m ás relevantes q u e las que
se d eriv an de las arg u m en tacio n es co n la form a «sería muy triste que...», las
cuales n o pasan d e ser u n a variante can d o ro sa de terro rism o co n secu en -
cialista). Así, y p o r p o n e r tan sólo u n ejem plo, n o está del todo claro q u e
la crisis d e las n a rra c io n e s legitim adoras lo sea d e todas p o r u n igual. L a
crisis d e algunas resu lta in d u d ab le, d esde luego. P ero , en c o n tra p a rtid a ,
co n cep c io n e s globales tam bién m uy características de la M o d e rn id a d
co m o son, p o r re ite ra r u n caso citado, los discursos nacionalistas n o se p u e ­
d e d ecir q u e estén atrav esando precisam en te p o r sus horas m ás bajas.
P lan tead o esto, la siguiente cuestión p o r a b o rd a r sería la de si L yotard
(y p o r ex ten sió n la p o stm o d e rn id a d ) acierta cu a n d o diagnostica q u e los
p royectos en los q u e se fu n d a b a n las viejas n arra cio n es y las expectativas

41 8
M a n u e i. C r u z

d e cu m p lim ien to q u e las legitim aban d e b e n considerarse fracasados d e


m a n e ra definitiva9. R esultaría fran c am en te injusto h acer re c a e r todo el
p eso d e la crítica e n u n diagnóstico tal cuan d o , com o hem os te n id o oca­
sión d e ver, el se n tim ie n to d e d e r ro ta de la revolución es algo q u e , com o
p o co , em p ieza a generalizarse e n el p en sam ien to eu ro p e o progresista d u ­
ra n te los años trein ta . P ero se a d e n tra ría e n los confines d e lo c o n tra d ic ­
to rio u n a crítica p re su n ta m e n te m aterialista q u e n o fu era capaz de asu­
m ir el m e n c io n a d o diagnóstico cu a n d o lo q u e h a venido a c o n tin u ació n
h a sido ese a co n tecim ien to histórico que significó el h u n d im ie n to de las
socied ad es en su m o m e n to d en o m in ad as d e socialism o real. P ocos a rg u ­
m en to s, c iertam en te, p la n te a n m ás problem as a la teoría que el d e in te n ­
tar salvar u n a p ro p u e sta a base d e a firm ar q u e en realid ad n u n c a se ha lle­
v ado a la práctica. (El escándalo an te las p ro p u estas de los p o stm o d ern o s
p o d ría re c o rd a rle a alguien el o tro escándalo, tira n d o a farisaico, desata­
d o p o r las tesis d e F ukuyam a acerca del final de la historia, q u ie n en su
m o m e n to fu e la p id ad o en la plaza pública p o r in te n ta r c o n v ertir en d o c ­
trin a los tópicos y las actitudes m ás generalizados e n los m edios d e co m u ­
n icació n d e m asas y o tro s a m b ien tes intelectuales d e los años och en ta.)
Es sólo tras cu m p lim e n ta r estos pasos cu a n d o nos en co n traría m o s e n
co n d icio n es d e p ro p o n e rn o s u n ju ic io acerca d e cóm o caracterizar la p o ­
sición d e L yotard. U n fran k fu rtia n o de últim a g en eració n , A lb rech t Well-
m er, la h a d e fin id o com o u n «liberalism o político p o stu tó p ico » 10 y, e n tre
noso tro s, Ja c o b o M u ñ o z 11 h a situ ad o «su razo n ad a p ro p u esta d e u n a alter­
nativa del disenso» en paisajes m ás radicales. N o le falta razón a e sta últim a
observación. De h ech o , no costaría m ostrar el paralelism o entre la obsesión
p o stm o d ern a p o r los fragm entos y las fracturas (derivada d e su rechazo a las
visiones totalizadoras), y su com prom iso ideológico con las m inorías en p o ­
lítica, sexo y lenguaje. C om o q u iera que sea, prob ab lem en te debiéram os
co n fo rm arn o s co n n o m alin terp retar a Lyotard a este respecto, c o n no co­
lo carlo en el b a n d o in ad e c u a d o (lo q u e sucede, p o r ejem plo, c u a n d o n o
se d istin g u e su crítica a la m o d e rn id a d de la crítica n eo co n serv ad o ra fo r­
m u la d a p o r a u to res com o D aniel Bell, que lo q u e auspician es u n re to rn o
a p osiciones a n te rio re s a la m o d e rn id a d ). U n a p reten sió n m ás am biciosa
sólo sería viable si estuviéram os en o tro lugar y en o tro m o m e n to . P ero es­
tam os d em asiad o inm ersos, dem asiad o em p ap ad o s de la lógica d e la m o ­
d e rn id a d , co m o p a ra p r e te n d e r u n a u bicación precisa d e n in g ú n a u to r o
d e n in g u n a p ro p u e sta e n el m a p a d e lo fu tu ro .
P ro b a b le m e n te sea la (auto) conciencia agónica de esta lim itación la
q u e ex p liq u e e n g ra n m ed id a el to n o a d q u irid o p o r la crítica p o stm o d e r­
n a e n los ú ltim os tiem pos. Es cierto q u e la p o stm o d e rn id a d no h a sido ca­
paz d e alu m b rar, a pesar d e su insistencia, u n a nueva epistem ología, u n

419
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n e a

n uevo logos altern ativ o al de la m o d e rn id a d . H a ido co nstatando c o n cre­


cien te d esesp eració n los excesos y desastres d e los procesos de m o d e rn i­
zación insp irad o s e n el p ro g ra m a ilustrado. De la articulación d e am bos
registros — im p o ten cia y lucidez— se d esp ren d e eso que se ha d a d o e n
llam ar la rabia contra la razón, y q u e d e alguna m a n e ra expresa las dificul­
tades d e la p o stm o d e rn id a d p a ra ir m ás allá d e la c o n d e n a m o ral de la
Ilustración.

G ia n n i V a t t im o

El gesto teó rico , algo m enos ex asperado, d e G ianni V attim o12 se des­
p r e n d e d e su d ife re n te valoración del significado d e esta m ism a realid ad .
A sum e, co n el resto d e p o stm o d ern o s, la crisis de los grandes relato s ex­
plicativos d e la histo ria, y constata co n aquéllos q u e este tipo de discursos
se h a id o viendo sustitu ido p o r u n com plejo práctico de in fo rm ació n mul-
tim ed iática y len g u ajes técnicos, p e ro n o concluye d e ahí el vacío explica­
tivo sino la n ecesid ad d e su sustitución p o r u n p e q u e ñ o relato, e l relato
d e lo q u e es la m o d e rn id a d 13. Su discrepancia en la conclusión se relacio­
n a co n el d estacad o p ap el qu e atribuye al vínculo c o n el pasado. V attim o
n o d u d a en u b icarse in tra h istó rica m en te: «creo q u e no p o d e m o s h acer
ética y p o lítica sin u n a filosofía d e la historia, a u n q u e la ú n ica filosofía d e
la h isto ria qu e es posible en este m o m e n to es la filosofía q u e n a r ra la his­
to ria d el fin d e la filosofía d e la h isto ria» 14.
N o se trata d e escap ar de la dificultad m ed ian te el artificioso recu rso
d el ju e g o de palabras. Lo qu e está p la n te a n d o se halla p ro fu n d a m e n te
c o n e c ta d o co n la crítica nietzsch ean a a la idea d e totalidad, con la fam osa
afirm ació n de El caso Wagner: «La vida ya no reside e n el todo». L os post­
m o d e rn o s to m aro n la afirm ación com o u n a consigna (consigna d e la que
se d eriv ab an otras: n o hay u n solo gesto teórico q u e nos p e rm ita a b arcar
la to talidad; la to talid ad m ism a h a estallado e n m il pedazos, en m il frag­
m en to s; la p re te n sió n d e p en sar la h isto ria en térm inos un itario s, el em ­
p e ñ o p o r e n c o n tra r alg ú n tipo d e hilo c o n d u c to r q u e atravesara el e n te ro
c o n ju n to del p asad o d e b ía ser a b a n d o n a d o ). A Vattim o la id ea le sirve
p a ra so sten er q u e «la ú n ica visión global de la realidad que nos p arece ve­
rosím il es u n a visión q u e asum a m uy p ro fu n d a m e n te la e x p erien cia de la
frag m en tació n » . P ero su fo rm u lació n , com o no se d ejará de observar,
co n tie n e u n a co n cesió n significativa: p o r m ás que to m a n d o en c u e n ta la
n o ció n d e frag m en to , se acep ta q u e es posible u n a visión to ta liz a n te 15.
A p e sa r de lo q u e haya p o d id o d e c ir u n o d e los m áxim os difusores del
pensamiento débil, P ier A ldo Rovatti, acerca de lo d esafo rtu n ad o d e l rótu­

420
M a n u el C ruz

lo 16, lo cierto es q u e la idea d e deb ilid ad p ro p o rc io n a u n a clave útil p a ra


in te rp re ta r la p ro p u e sta de V attim o. Estam os lejos de los tonos chillones
d e otros autores, d e las proclam as altisonantes del tipo «guerra al todo, de­
m os testim o n io d e lo im p re sen tab le, activem os los diferen d o s, salvemos
el h o n o r d el n o m b re » 17. N o se enfatiza tan to la ru p tu ra com o la n ecesaria
ad ecu a ció n d e la escala. Y n o p o r u n a cuestión d e diferencia e n tre los ta­
lan tes d e los au to res, sino com o resultado de la estricta aplicación d e las
prem isas p lan tead as. V attim o in te n ta «pensar después d e N ietzsche y H ei­
degger» — p o r utilizar de nuevo u n subtítulo, el d e su libro L as aventuras
de la diferencia— . Eso significa p e n sa r en la se n d a trazada p o r am bos a u to ­
res y, m ás en co n creto , tratar d e p ro fu n d iz a r en el alcance que tien en hoy
esas dos tesis m ayores de sus filosofías q u e son la m u e rte de D ios y el final
d e la m etafísica. S ólo en relació n c o n ellas « ad q u ieren , en v erd ad , rig o r
y d ig n id ad filosófica las dispersas y n o siem pre co h eren tes teorizaciones
d el p e rio d o p o stm o d e rn o » 18.
P o r eso V attim o n o p u e d e ac e p ta r com o noción-guía la d e l fin d e los
m etarrelato s d e L yotard: la e n c u e n tra d em asiad o catastrofista (el adjetivo
lo p o n e el p ro p io V atü m o ), e n la m ed id a e n q u e n os presen ta la m o d e rn i­
d a d com o ya a b a n d o n a d a to d a ella a n u estra espalda. L a reflexión heideg-
g erian a sobre la m etafísica le p ro p o rc io n a los argum entos p a ra a h o n d ar
e n este rech azo . Más allá d e las co ncretas tesis p o r las q u e se su ele identifi­
car (ser co m o p resen c ia p len a, p rin cip io d e razón, verdad co m o ad ecu a­
ció n , id ea d e to ta lid a d , su je to capaz de re p re s e n ta rla ), la m etafísica es
fu n d a m e n ta lm e n te u n m o d o de estar en el m u n d o , el m o d o d e configu­
rarse el m u n d o q u e d efin e la h isto ria de O ccid en te. E ntrevem os la posibi­
lid ad d e u n p e n s a r n o m etafísico p o rq u e la ép o c a en q u e habitam os está
d e ja n d o d e vivir m etafísicam ente, n o p o rq u e hayam os conseguido esca­
p a r a u n fuera d e la m etafísica.
Esta ilusión escapista es la q u e p a re c e n alim en tar los p o stm o d ern o s
q u e señ alan q u e el fin de la m o d e rn id a d es el fin de la h isto ria com o cu r­
so m etafísicam en te ju stificad o y legitím am e. Vattim o recela d e esta p re ­
ten sió n , y cree e n c o n tra r e n N ietzsche y H eid eg g er b uenas razones (b u e­
nas nociones-guía, en realidad) p ara su recelo. N inguno d e los d os propuso
n u n c a n a d a p arecid o a u n a su p eració n crítica del p ensam iento e u ro p e o 19,
ju s ta m e n te p o rq u e u n a a ctitu d tal su p o n d ría seguir siendo esclavos d e la
lógica d e d esarro llo d e ese m ism o p en sam ien to . La categoría d e su p e ra­
ció n crítica es co nstitutiva d e la m o d e rn id a d . N o se p u e d e salir de la m o­
d e rn id a d — o d e la m etafísica— p o r vía d e su p e rac ió n — o d e crítica— ,
p o rq u e ello significaría p e rm a n e c e r p recisam en te d e n tro d el horizonte
m o d e rn o , el d e la fu n d ació n , el d el historicism o. Así, la h ab itu al afirm a­
ció n d e q u e estam os e n u n m o m e n to u lte rio r respecto d e la m o d e rn id a d
F 11 OSOFÍ A CONTKM l’ORÁN F.A

y la asignación a este h e c h o d e u n significado d e algún m odo decisivo pre­


su p o n e n la acep tac ió n d e aq uello q u e m ás específicam ente caracteriza el
p u n to d e vista d e la m o d e rn id a d : la id ea d e la h isto ria con sus corolarios,
el c o n c e p to d e p ro g re so y, có m o n o , el co n cep to de superación.
E n realid ad , p a ra p la n te a r las cosas con u n a cierta radicalidad h a b ría
q u e cu estio n arse la validez de ese «esfuerzo d e colocación», tan carac­
terístico d el esp íritu p o stm o d e rn o . Es la p re g u n ta d e Vattim o: «¿Por qué
d e b e ría ser im p o rta n te p a ra la filosofía establecer si estam os en la m o d e r­
n id a d o e n la p o stm o d e rn id a d y e n g en eral d efin ir n u estro pu esto e n la
historia?»20. La p re g u n ta n o es del to d o capciosa: n o está fo rm u la d a des­
d e el fin al, d esd e el c o n v en cim ien to d e q u e se d isp o n e d e la resp u esta
co n clu y en te. V attim o m a n tie n e u n a relación m uy m atizada co n los otros
p o stm o d ern o s. N o les d iscute el ag o tam ien to d e u n a d e te rm in a d a idea
d e la histo ria, la q u e la e n te n d ía c om o «historia d e la salvación articulada
e n creació n , p ecad o , re d e n c ió n y e sp e ra del ju ic io final». E fectivam ente,
se h a p ro d u c id o el fin a l de la historia (q u e según V attim o d ebe ser e n te n d i­
d o co m o fin al d e la historicidad) y ello h ace q u e hayam os in g resad o en lo
p o sth istó rico , ese n u ev o m o d o d e vivir la ex p erien cia que caracteriza el
fin d e siglo.
P ero d e b ie ra q u e d a r claro q u e la leg itim id ad d e este p la n te a m ie n to
n o n ace d el d escu b rim ien to d e un nuevo fu n d a m e n to cultural o m etafísi-
co. El n ih ilism o c o n su m ad o d e N ietzsche y la crítica al h u m a n ism o de
H e id e g g e r n o so n u tilizados p o r V attim o a m o d o d e co artad a q u e avale
n in g ú n p la n te a m ie n to ex nihilo. Eso im plicaría en tre o tras cosas te n e r que
a c e p ta r algo a lo q u e ta n to él c o m o los a u to res q u e le in sp iran se resisten:
la clau su ra del pasad o . AI carácter a b ierto del pasado en cu an to posibili­
d a d n o co n su m ad a p o r sus in terp retacio n e s dadas se h a referido V attim o
e n diversos co n te x to s21, p e ro sie m p re d esde la perspectiva d e plausibili-
zar su p ro p u esta. A h o ra po d em o s ver p o r q u é su crítica a la p re te n sió n de
n o v ed ad d e los p o stm o d e rn o s n o e ra p u ra m e n te form al. El cam in o que,
seg ú n él, d eb e re c o rre r la p o stm o d e rn id a d n o es el d e em p eñ arse e n ca­
racteriz ar su n o v ed ad resp ec to a lo m o d e rn o (lo q u e la en cierra, c o m o di­
jim o s, e n el círcu lo d e la h isto ricid ad ), sino el d e d isolverla categ o ría mis­
m a d e lo nuevo. C o n o tras palabras: analizar la ex p erien cia d el final de la
historia.
V attim o n o esco n d e, a d iferen c ia d e lo que se h a h ech o casi n o r m a en­
tre los p o stm o d ern o s, su co n fianza en los aspectos positivos d e esta situa­
ción. Ve la m o d e rn id a d tard ía com o el lugar e n el q u e tal vez se a n u n cie
p a ra el h o m b re u n a p o sib ilid ad d istin ta de existencia, y n o cree q u e esta
p e rc e p c ió n traicio n e las d o ctrin as de N ietzsche y H eidegger, las cuales, a
p esar d e sus to n o s p roféticos, resu ltan m enos apocalípticas y m ás referi­

422
M a n u f .i . C ruz .

bles a n u estra ex p e rie n c ia de lo q u e se aco stu m b ra a pensar. H ay que in­


te rp re ta r la c o n d ició n p o stm o d e rn a en clave de posibilidad y d e o p o rtu ­
n id a d (chance) positiva. Lo cual, p o r supuesto, n o equivale a p re se n ta r u n
alegre inventario d e expectativas, sino a p rofundizar en el análisis de n u e s­
tra realid ad . P o r eso V attim o in te rp e la a los p o stm o d ern o s con esta verti­
cal p reg u n ta: ¿qué significa a firm ar q u e los m etarrelato s h an sid o invali­
d ad o s sino volver a p ro p o n e r u n m etarrelato? P o r eso sostiene q u e el
p ro b le m a reside e n sa b er si tam b ién la historia del final de la histo ria p u e ­
d e v aler com o u n relato — o u n m e ta rre la to — legitim ante, capaz d e señ a­
lar objetivos, criterio s de elección y de valoración y, p o r lo ta n to , algún
cu rso d e acción todavía d o tad o d e se n tid o 22.
P ero d eb iera q u e d a r claro — p o r aquello de q u e en filosofía a m e n u d o
las d iferen cias teóricas pasan p o r carg ar los respectivos a rg u m en to s co n
la suficiente dosis d e énfasis— q u e el cauteloso lenguaje de la p o sib ilid ad
q u e utiliza Vattimo n o responde ú nicam ente a la p ru d en cia teórica, sino q u e
se halla en ín tim a co n ex ió n con sus presupuestos d e partida, especialm en­
te c o n su su g e ren c ia d el necesario d eb ilitam ien to del pensar, al que nos
refe rire m o s en seg u id a. E n to d o caso, su p la n te a m ie n to escap a a la dis­
yuntiva con la q u e a m e n u d o se p la n te a la controversia acerca d e la p ost­
m o d e rn id a d : u n a co m p eten cia e n tre los principios de u n a racio n alid ad
sustantiva a lo H ab erm as y el d eseo n eo n ietzsch ean o , e n te n d id a s am bas
instancias co m o legitim aciones d e la resistencia al p o d e r en el capitalis­
m o actu al. T o d o el esfu erzo en m a rc a r distancias respecto a los p o stm o ­
d e rn o s ru p tu ristas n o d eb iera in terp retarse , p e n d u la rm e n te , co m o si en
el fo n d o V attim o estuviera dispuesto a alinearse con el co n tin u ism o ha-
b e rm asian o . H ab erm as, en definitiva, lo q u e h a c e n o es o tra cosa q u e
ac e p ta r la d iso lu ció n d e los m etarrelato s siem pre qu e se e x cep tú e u n o , a
saber, el suyo, co n el arg u m e n to d e qu e la historia n o p u e d e acabarse sin
q u e se acabe lo h u m a n o (esto es, el ideal d e la subjetividad em an cip ato ria
m o d e rn a r e p re se n ta d a p o r Kant, H eg el y W eb er). P ara ello el a u to r d e El
discurso filosófico de la modernidad necesita neu tralizar todos esos eventos
«invalidantes» (Auschwitz, H iroshim a, Stalin, crisis del capitalism o y de
las dem ocracias...) a los q u e rem ite L yotard, e in te rp re ta r q u e su p o n e n
ú n ic a m e n te u n fracaso provisional del proyecto m o d e rn o 23.
C o n n in g u n o d e estos pasos p u e d e estar de a c u e rd o Vattim o. La acti­
tu d d e H ab erm as se d eja resu m ir e n «rechazar el luto p o r los g ra n d e s re­
latos», r e to rn a n d o a u n m e ta rre la to d el p asad o , en la e s p e ra n z a de q u e
se p u e d e h a c e r revivir u n a m etafísica de la historia. Vattim o, e n cam bio,
ac e p ta los riesgos teóricos q u e c o m p o rta m edirse con la crisis. U n o de los
m ás señ alad o s es el q u e se sigue d e u n a m ala in te rp re ta c ió n de esta frase:
«H acerse carg o d el final d e los “m eta rre la to s” n o significa [...] q u ed arse

423
F il o s o f ía c o n t e m p o r á n k a

sin criterio d e elecció n alguno, sin n in g ú n hilo co n d u cto r» 24. Al fo rm u ­


larla, V attim o se está lim itan d o a no prejuzgar las conclusiones a las q u e
p u e d e lleg ar esta n u ev a y p arad ó jica filosofía d e la historia q u e tem atiza el
final d e la h istoria. Hay, eso sí, u n convencim iento, q u e es e n realid ad u n a
lecció n q u e h a e x traíd o de las dificultades d el p en sam ien to de la p o stm o­
d e rn id a d : n o se p u e d e d ejar vacante sin m ás el p u esto antes o c u p ad o p o r
los m etarrelato s y la filosofía d e la historia.
P ero n o cabe v uelta atrás. Las transform aciones producidas e n las so­
cied ad es p o stm o d e rn a s h acen tan im posible com o im pensable el sueño
d e la restau ració n , el an acró n ico p ro p ó sito d e que alguna d e las instan­
cias o los discursos e n su m o m e n to ap artad o s del m ecanism o d e la legi­
tim ació n p u d ie ra n volver a o c u p a r ese lugar. Q uizá haya fu n c io n e s q u e
n o d eb an ser ab an d o n ad as, p ero en to d o caso lo q u e sabem os es q u e ya no
p u e d e n ser cu m p lid as p o r las instancias de an tañ o . Así, p ara la disolución
d e la id ea d e h isto ria y p a ra el ag o tam ien to d e la m o d e rn id a d un g ra n fac­
tor, ju n t o al final d el im perialism o y el colonialism o, ha resu ltad o d e te r­
m in an te: el ad v en im ien to de la sociedad de com unicación. De acu erd o
co n lo q u e p e n s a ro n algunos fran k fu rtian o s, la nu ev a situación n o s aleja
d el h o riz o n te d e la em an cip ació n , nos invita a olvidarnos d e esa expecta­
tiva. P ara V attim o, e n cam bio, n os obliga a p lan teárn o sla d e otra m an era.
Las cosas n o an d u v iero n , efectivam ente, p o r la senda prevista, y la ge­
n eralizació n d e los g ran d es m edios d e co m unicación de masas n o dio lu­
g ar a u n a so cied ad m ás tra n sp a re n te , más co n scien te de sí m ism a, m ás
ilu strad a sino, p o r el co n trario , a u n a sociedad m ás com pleja, incluso m ás
caótica. U n a so cied ad a la que, d esd e luego, le sie n ta bien el calificativo
d e p o stm o d e rn a . El análisis d el fu n cio n am ien to efectivo d e los mass media
ilustra, co n m ayor claridad q u e cu alq u ier o tro razonam iento, la presen cia
y eficacia d e esa categ o ría cen tral en el p la n te a m ie n to p o stm o d e rn o que
es la d e frag m en to . Más allá de las crisis que se derivan del d e b ate in te rn o
e n tre ideas, lo cierto es qu e lo q u e re alm en te h a d esaparecido h a n sido
las co n d icio n es m ateriales p a ra se g u ir m a n te n ie n d o la vieja co n cep c ió n
u n ita ria d e historia. Los periódicos son la apoteosis del frag m en to , de la
d isc o n tin u id ad : resp ecto a ellos resulta ab su rd a la b ú sq u e d a d el relato,
d el h ilo c o n d u c to r q u e p u d ie ra d a r sen tid o al d isc u rrir diario d e los acon­
tecim ientos. P ru e b a d e lo q u e decim os es la actitu d c o n la q u e el h o m b re
m o d e rn o se sitú a fre n te a los m ism os: dispuesto — c u an d o no a n h e la n ­
te— a dejarse so rp re n d e r, a su m ie n d o el carácter ab so lu tam en te im previ­
sible, casi azaroso, co n el q u e le p re se n ta n to d o cu an to va o c u rrie n d o .
N o cabe reb ajar la im p o rta n c ia d e este p roceso n i a rg u m e n ta r que es
m e ra m e n te c o n tin g e n te . Sólo hay u n m odo d e a d q u irir noticia d e lo real,
y es a través d e los media, d e p e n d e n c ia que g e n e ra u n efecto específico, a

424
M. w t k i . C ru z

saber, q u e a aq u ello d e e n tre lo q u e o c u rre q u e n o aparece en los p erió d i­


cos ten d em o s a atrib u irle u n a d ig n id ad o n to ló g ica m enor. Ellos son el lu­
g ar d e co n tacto c o n la universalidad, el pro ced im ien to o b lig ad o — hasta
la ritualización: V attim o se h a refe rid o a «la lectu ra de los diarios com o la
o ració n m atu tin a del h o m b re m o d ern o » — para acceder a la esfera de la in-
tersubjetividad. P ues bien, la audacia de Vattim o consiste en situ a r p reci­
sa m en te en este caos relativo nu estras esperanzas d e em an cip ació n («hay
u n c o m p o n e n te em an cip ato rio en la desorganización de las dem ocracias
tard o in d u striales» , d eclaró en cierta ocasión). Sería, desde luego, u n a
em an cip ació n d istin ta a la so ñ a d a e n el pasado. Sería u n a em an cip ació n
n o bin aria, n o d ialéctica, no d ep re d a d o ra . U na em ancipación consisten­
te m ás b ien en u n extrañamiento: al m ultiplicarse las im ágenes d e l m u n d o ,
se h a b ría p e rd id o el an tig u o se n tid o de la realidad. La caída de la idea de
u n a racio n alid ad cen tral de la historia h a b ría provocado qu e el m u n d o
d e la co m u n icació n g eneralizada estallara en u n a m ultiplicidad de racio­
n alid ad es locales.
Si ya n o rige la id ea d e q u e hay u n a sola fo rm a verdadera de realizar la
h u m a n id a d , d esap arece la c o artad a que servía p ara silenciar o rep rim ir
los discursos d e las m in o ría s— étnicas, sexuales, religiosas, culturales o es­
téticas— . P ero el reco n o cim ien to d e este d e re c h o a alzar la p ro p ia voz n o
ag o ta el c o n te n id o d e la e m ancipación. Si así fuera, la em an cip ació n c o n ­
sistiría ú n ic a m e n te en el d e re c h o a m anifestar la p ro p ia verdad esencial,
c o n lo cual alg u ien p o d ría o b jetarn o s que estam os ante u n a versiónjibari-
zad a d e la vieja racio n alid ad cen tral de la m o d ern id ad . Lo em a n c ip a d o r
d e este p ro ceso es ju sta m e n te el efecto de e x trañ am ien to que provoca, el
h e c h o d e q u e en u n mundo dialectales ya posible u n a auto co n cien cia q u e
asu m a d e v erd ad su h istoricidad, su co n tin g en cia y su lim itación. Vattim o
e n tie n d e q u e, d e co n sum arse este proceso, se estaría realizan d o la tarea
q u e N ietzsche e n L a gaya ciencia asignaba a la h u m a n id a d del fu tu ro : «se­
g u ir so ñ a n d o sa b ien d o q u e se su eñ a» 23.
Las tareas finales nos devuelven al o rigen. Lo q u e alguien p o d ría in te r­
p re ta r — sobre to d o p o r estas últim as consideraciones acerca d e la socie­
d a d tra n sp a re n te — com o u n deslizam iento p o r p arte de V attim o hacia
u n a especie d e im p resionism o sociológico constituyen e n el fo n d o p r o ­
p uestas o n to ló g icas2e. De la ú n ic a o n to lo g ía posible en n u e stro tiem po,
q u e es la q u e se o b tie n e de la p ro fu n d izac ió n en el nihilism o (n o e n te n d i­
d o p o r tan to co m o d isolución d e los valores, de la im posibilidad d e la ver­
d ad , d e la r e n u n c ia o d e la resig n ació n , sino co m o la ú ltim a e ta p a d e la
h isto ria d el ser). Vivimos en la ép o c a de la frag m en tació n , de la especiali-
zación d e los len g u ajes científicos y d e las capacidades técnicas, del aisla­
m ie n to d e las esferas d e intereses, d e la p lu ralid a d de los papeles sociales

425
F i l o s o f ía c o n t k m i ’ o r á n f .a

del su jeto singular. El ú n ico m o d o d e re c o m p o n e r u n significado u n itario


a esta ex p erien cia es a través d e alg u n a n o ció n de ser, a través d e alguna
o n to lo g ía. En el m u n d o d e la tecnología, afirm a Vattim o h eideggeriana-
m en te, re la m p ag u ea u n nuevo a c o n te c e r del ser. Se diría q u e se le está pi­
d ie n d o u n últim o servicio al viejo Ser: sujetar u n a p lu ralid a d q u e se des­
co m p o n e, p o n e rle fre n o al im p arab le p roceso de identificación e n tre el
ser y los entes. El suelo firm e d e la m etafísica h a vencido bajo el peso de
las socied ad es m o d ern as. La realid ad d e los h o m b res de hoy es u n a reali­
d a d d esfo n d ad a, frágil y cam biante.
A esto hizo sie m p re re fe re n c ia la debilidad evocada e n el ró tu lo q u e
h izo fam oso a V attim o. B u e n a p a rte d e las críticas — y ya n o digam os d e
los chascarrillos— p a sa ro n de largo an te lo m ás im p o rtan te, sin verlo. La
deb ilid ad es en realid ad debilitamiento del s e r — de la n o ció n d e ser— . Tras
la m u e rte d e Dios y la p ro fu n d a crisis del p en sar fundacional, la historia
d el se r sólo p u e d e seguir el cam ino nihilista de disolución, d e liquida­
ción, d eb ilitam ien to y m o rta lid ad del ser y de todas sus categorías fuertes
(las causas p rim eras, el sujeto responsable, la verdad com o evidencia...),
las cuales se h a n id o d e b ilitan d o en la m ism a m e d id a en q u e los cam bios
e n las co n d icio n es d e vida de los h o m b res les h a n ido p e rm itie n d o pres­
c in d ir d e tan asfixiantes seguridades. E n la tecn o lo g ía en su fase m ás m a­
d u ra — la tecn o lo g ía d e la in fo rm ació n — se ab re efectivam ente la posibi­
lid ad d e q u e el m u n d o p o r e n te ro p ie rd a las cualidades q u e la m etafísica
le h a b ía a trib u id o . Lo q u e en lu g ar d e todo esto em erge es un se r débil,
d esp o ten ciad o , q u e deviene, nace y m u e re 27. El nihilism o es la descrip­
ció n d e c ó m o se co n fig u ra la realid ad e n n u estra situación epocal. El p e n ­
sa m ie n to , débil tam b ién , in te n ta d a r c u en ta d e esta tendencia, d e este ca­
m inar, can sad o , d el ser h acia su ocaso y su disolución.

426
N otas

1J. Habermas, El discursofilosófico de la modernidad, Madrid, Taurus, 1989.


2 F. Lyotard, La condiciónposmoderna, Madrid, Cátedra, 1984.
3F. Lyotard, La posmodemidad explicada a los niños, Barcelona, Gedisa, 1987.
1Utilizo aquí el término a la manera en que lo hace Giddens en su Consecuen­
cias de la modernidad, Madrid, Alianza, 1993, esto es, para rechazar la alternativa
totalidad social que la noción de postmodernidad implica. Como se sabe, para
este autor vivimos en realidad en una modernidad radicalizada, más que, propia­
m ente, en la postmodernidad.
:1Véase Fredric Jameson, El posmodernismo o la lógica cultural del capitalismo
avanzado, Barcelona, Paidós, 1991, su Teoría de la posmodernidad, Madrid, Trotta,
1995 o la conferencia pronunciada por Jameson en el museo Whitney «Posmo­
dernism o y sociedad de consumo», en Hal Foster (ed.), La posmodernidad, Barce­
lona, Kairós, 1985, pp. 165-186. Para un estimulante diálogo con las tesis de este
autor, cfr. el libro de Perry Anderson Los orígenes de la posmodemidad, Barcelona,
Anagrama, 2000, ensayo planteado originariamente com o una introducción al li­
bro de Jameson The Cultural Tum. Selected Writings of the Postmodem, 1983-1988,
Lonch es/N u eva York, Verso, 1998.
()F. Lyotard, La condiciónposmoclema, op. cit., p. 33.
7 Ibídem, p. 24.
8F. Lyotard, La posmodmvidad explicada a los niños, op. cit., p. 98.
0 Si atendem os a sus consideraciones de Critique, p. 563, donde mantiene que
la racionalidad de lo real ha sido refutada por Auschvvitz, la revolución proletaria
com o recuperación de la verdadera esencia humana ha sido refutada por Stalin,
el carácter emancipatorio de la democracia ha sido refutado por el mayo del 68,
la validez de la econom ía de mercado ha sido refutada por las crisis recurrentes
del sistema capitalista, etcétera.
10A. Wellmer, «La dialéctica de la modernidad y postmodernidad», e n j. Picó,
Modernidad y posmodernidad, Madrid, Alianza, 1988, p. 108.
F il o s o f í a c o n t k m i ’o k á n k a

11 En la minuciosa y docum entada reconstrucción de la trayectoria lyotardia-


na presentada en su introducción al libro de Lyotard, ¿Por quéfilosofar?, Barcelo­
na, Paidós, 1989, titulada precisamente «La alternativa del disenso».
12 Para una presentación de conjunto de la obra de Gianni Vattimo, véase la
Introducción de Franca D ’Agostini al libro del propio Vattimo Filosofía 2000, titu­
lado Vocazione e responsabilitá delfilosofo, Génova, II melangolo, 2000. El volumen
incluye una com pleta bibliografía del autor Uirinés.
13 «Mi tesis consiste en que esas dificultades del concepto de lo postmoderno
[...], sólo pueden encontrar alguna solución si se lematizan explícitam ente los
problemas que abre la invalidación de la legitimación de los grandes “metarrela­
tos”», G. Vattimo, Ética de la interpretación, Barcelona, Paidós, 1991, pp. 22-23.
14 Herrera, J. M., Lasaga, J., «Gianni Vattimo, filósofo de la secularización»,
entrevista con G. Vattimo, Revista de Occidente, 1990, n° 127.
1;’ Sin que sea ésta, por cierto, la única ocasión en la que Vattimo se pronuncia
en los mismos términos. Así, le manifestaba a Teresa Oñate en una entrevista:
«Ahora la filosofía es el esfuerzo por com poner una visión unitaria del mundo, que
no esté fundada de forma realista en la conciencia objetiva [...] sino en la con­
ciencia de estar com poniendo una obra retórica; de ajustamiento, de persuasión,
de dulcificación de las diversidades», (subrayado, M. C.), «Entrevista a Gianni
Vattimo», 10/Suplementos, Anthropos, diciembre de 1988, p. 151.
IGPier Aldo Rovatd, «Efectos del pensamiento débil», en Elogio del pudor, Bar­
celona, Paidós, 1991.
17 J. F. Lyotard, Lapos-modernidad explicada a los niños, op. cit., p. 16.
18G. Vattimo, E lfin déla modernidad, Barcelona, Gedisa, 1986, p. 9.
19 Al tema de la imposibilidad de una superación crítica de la metafísica-mo-
dernidad se ha referido en múltiples ocasiones Vattimo. Véase, por ejemplo, la
Introducción a Elfin de la modernidad o su ultimo capítulo, titulado «El nihilismo y
lo posm oderno en filosofía».
20 Ibídem, pp. 10-11.
21 Por ejemplo en los dos últimos capítulos de Las aventuras de la diferencia,
Barcelona, Península, 1986, titulados «Las aventuras de la diferencia» y «Dialécti­
ca y diferencia».
22 G. Vattimo, Etica de la interpretación, cit., p. 18.
23Ya que Habermas vuelve a aparecer m encionado a través de sus críticos, re­
sulta de justicia puntualizar su posición a este respecto. La paradoja de la raciona­
lización es formulada por él en otr os términos que los de Weber, Horkheim er y
Adorno. Habermas no cree que haya una necesidad lógica, conceptual o históri­
ca que imperativamente deba destruir la vida del mundo. Lo que ha ocurrido — y
continúa ocurriendo— en la sociedad moderna es un proceso selectivo de racio­
nalización, donde prevalece la racionalización de una razón determinada que hoy
nos invade y deforma la vida cotidiana y en el pasado dio lugar a buena parte de

428
M a n u k i. C huz

las situaciones que hoy se cargan en la cuenta de la razón sin más. Para esta cues­
tión, cfr. la introducción de Josep Picó al volumen, compilado por él mismo, Mo­
dernidad y posmodernidad, Madrid, Alianza, 1988.
24 Ibídem, p. 34.
25 Citado por Vattimo, La sociedad transparente, Barcelona, Paidós, 1990, p. 85.
26Aunque en el fondo, com o señala Vattimo, no haya contradicción entre am­
bos enfoques en algunos autores contemporáneos. N o es sólo H eidegger quien
orienta hacia una ontología de este tipo — una ontología de la actualidad—. Tam­
bién el sociologism o difundido por la filosofía de nuestro siglo (Benjamin, Ador­
no y, sobre todo, Simmel) lo hace. Heidegger, eso sí, proporciona una funda-
m entación filosóficam ente rigurosa en su noción de epocabilidad del ser. Véase G.
Vattimo, «Ontología d ell’attualitá», en Filosofía 87, Roma-Bari, Laterza, 1988, pp.
201-203.
27Véase G. Vattimo, «Hacia una ontología del declinar», en Más allá del sujeto,
Barcelona, Paidós, 1989.

429
Este libro
se term in ó de im prim ir
los T alleres Gráficos de R otapapel, S. L.,
M óstoles, M adrid, España,
en el mes d e feb rero d e 2002

You might also like