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fe or Komiien pre 1 verso aasiara co tsto de odoltoMetcenao: Eason dessa cocina (Capa Sonia Kawa ‘aminsiags e Redo Sua Pr. Alfonso Bowero, 815 Pompei ‘Paulo — CEP 05019 2 aig wb 1979 90 anos de Manifesto Tradugdo: Omar de Barros Filho Custa aereditar que s6 faltam dez anos para que se cumpra o centenario do Manifesto do Partido Comunista. Este panfleto, mais genial que qualquer outro na literatura mundial, nos surpreende ainda hoje por sua atualidade. Suas passagens mais importantes parecem ter sido escritas ontem. Com certeza, os jovens autores (Marx tinha 29 anos ¢ Engels 27) tiveram uma maior viséo do fu- turo que seus predecessores, sem, jamais serem igualados. JA no prefacio que escreveram juntos para a edi¢ao de 1872, Marx e Engels declararam que , embora o fato de certas passagens secundarias no Manifesto estarem ultrapassadas, consideram que nao tinham nenhum direito de alterar o texto original, jA que 0 Manifesto tinha se convertido, no periodo de 25 anos que havia transcorrido, em um documento historico. Desde aquele momento, 65 anos ja se passaram. Trechos isolados do Manifesto resultam ainda mais antiquados. Neste prefacio, trataremos de assinalar tanto aquelas idéias do Manifesto que conservam todo o seu vigor, como aquélas que requerem uma alteragdo ou ampliacdo importante. 1. O conceito materialista da historia, descoberto por Marx pouco antes & aplicado com clara habilidade no Manifesto, resistiu perfeitamente a prova dos fatos e aos golpes da critica hostil. Constitui, hoje, um dos instrumentos mais valiosos do pensamento humano. As demais interpretagdes do processo historico perderam toda a significagdo cientifica. Podemos dizer, com certeza, que em nosso tempo ¢€ impossivel nao so ser um militante revolucionario, ¢ ainda um observador versado em politica, sem assimilar a interpretagdo materialista da historia. 2. O primeiro capitulo do Manifesto comega com as seguintes palavras: «A historia de todas as sociedades que existiram ate nossos dias € a historia da luta de classes». Este postulado, conclusao mais importante que se extrai da interpretagao materialista da historia, converteu-se imediatamente num elemento de discussdo na luta de classe. Ataques especialmente venenosos contra a teoria que substituia «o bem comum», «a unidade nacional», e as «verdades morais eternas», pelos interesses materiais como forca motora, foram langados por hipocritas reaciondrios, liberais doutrinarios e democratas idealistas. Mais tarde, somaram-se a eles individuos recrutados nas fileiras do proprio movimento operario, os chamados revisionistas, quer dizer, os que propunham rever («revisar») o Marxismo no espirito da colaboracao de classes. Finalmente, em nossos tempos, ‘os despreziveis epignos da Internacional Comunista (os «stalinistas») seguiram, na pratica, 0 mesmo caminho: a politica da assim chamada «Frente Popular» surge totalmente da negacao das leis da luta de classe. Entretanto, & precisamente a época do imperialismo a que, levando todas as contradi¢des sociais a seu ponto de maxima tensdo, da ao Manifesto Comunista 0 seu maior triunfo tedrico. 3. A anatomia do capitalismo, como uma etapa especifica no desenvolvimento econdmico da sociedade, foi exposta por Marx de forma acabada em O Capital (1867). Mas, ja no Manifesto Comunista, as linhas mais importantes da futura analise foram firmemente esbocadas: 0 pagamento da forca de trabalho como equivalente ao custo de sua reprodugdo; apropriagao da mais valia pelos capitalistas; a competigao como lei fundamental das relagdes sociais; a ruina das classes intermediarias, quer dizer, a pequena burguesia urbana e o campesinato; a concentragao da riqueza por um nuntero sempre decrescente de proprietarios num polo, e © crescimento numérico do proletariado no outro; a preparacdo das pre- condigdes materiais e politicas para o regime socialista. 4. Atacaram violentamente a proposicéo, no Manifesto, referente a tendéncia do capitalismo em baixar 0 nivel de vida dos trabalhadores, ¢ ainda reduzi-los 4 pobreza. Padres,.professores, ministros, jornalistas, tedricos social-democratas, ¢ dirigentes sindicais, sairam para enfrentar a chamada «teoria do empobrecimento». Invariavelmente, encontravam sinais de crescente prosperidade entre os trabalhadores, fazendo passar a situacao da aristocracia operaria pela de todo 0 proletariado, ou tomando como duravel alguma tendéncia momentanea. Entretanto, até o desenvolvimento do mais poderoso capitalismo do mundo, dos EUA, converteu milhdes de trabalhadores em mendigos, as custas da caridade federal, municipal e privada. 5. Contra 0 Manifesto que descrevia a crise industrial e comercial como uma série de catasfrofes cada vez maiores, os revisionistas asseguravam que o desenvolvimento de trustes a nivel nacional ¢ internacional, asseguraria o controle sobre o mercado, levando gradualmente a terminar com as crises. O que caracterizou o fim do século passado e 0 comeco do presente foi um desenvolvimento to tempestuoso do capitalismo, que as crises apareciam como interrupgOes «acidentais». Mas esta época se foi para nao voltar. Definitivamente, Marx teve razao também neste tema. 6. «O Governo do estado moderno nao é mais que uma junta que administra os negocios comuns de toda a classe burguesa». Esta formula suscinta que os dirigentes da Social Democracia consideram como um paradoxo jornalistico, de fato contém a unica teoria cientifica do Estado. A democracia criada pela burguesia ndo € como acreditaram Bernstein e Kautsky, uma bolsa vazia que pode ser enchida sem problemas por qualquer tipo de contetido de classe. A democracia burguesa so pode servir a burguesia. Um Governo de «Frente Popular» seja dirigido por Blum ou Chautemps, Caballero ou Negrin, ndo € sendo uma junta comum que administra os negocios comuns de toda a classe burguesa. Quando este comité maneja mal as coisas, a burguesia o afasta a pontapés. 7, «Toda a luta de classe @ uma luta politica».«A organizacao do proletariado como classe, (@ em consequéncia sua organizacdo em um partido politico». Sindicalistas por um lado e anarco-sindicalistas por outro, durante longo tempo se distanciaram, e ainda hoje tratam de fugir, da compreensao destas leis historicas O sindicalismo puro agora sofreu um golpe demolidor em seu principal refugio: FUA. O anarco-sindicalismo sofreu uma derrota irreparavel em sua ultima praga forte: Espanha. Aqui também 0 Manifesto demonstrou estar certo. 8. © proletariado nao pode conquistar o poder dentro do marco legal estabelecido pela burguesia. «Os Comunistas declaram abertamente que seus fins so podem ser alcangados destruindo pela forga as condigdes sociais existentes». © reformismo tentou explicar este postulado do Manifesto na base da imaturidade do movimento naquele momento, e do desenvolvimento inadequado da democracia. O destino que sofreram as «democracias» italiana, alema ¢ muitas outras, demonstra que a imaturidade € 0 traco distintivo das idéias dos proprios reformistas. 9. Para a transformag¢ao socialista da sociedade, a classe trabalhadora deve concentrar em suas maos um poder tal que a permita esmagar todos e cada um dos obstaculos politicos que barram o caminho até um novo sistema. «O proletariado organizado como classe dominante», esta ¢ a ditadura. Ao mesmo tempo é a tnica verdadeira democracia proletaria. Seu alcance e profundidade dependem das condicdes historias concretas. Quanto mais Estados tomarem 0 caminho da revolueao socialista, tanto mais livres e flexiveis serdo as formas que a ditadura adotara, tanto mais larga e mais profunda seré a democracia operaria. 10. O desenvolvimento internacional do capitalismo pré-determinou o carater internacional da revolucao proletaria. «A acao comum do proletariado, a0 menos dos paises civilizados, ¢ uma das primeiras condigdes para a sua emancipa¢do». O desenvolvimento posterior do capitalismo uniu tao estreitamente todos os setores de nosso planeta, tanto «civilizados» quanto «nao civilizados», que o problema da revolugao socialista assumm total ¢ decisivamente’ o carater mundial. A burocracia soviética tentou bloquear o Manifesto no que diz respeito a esta questao fundamental. A degenera¢ao bonapartista do Estado soviético € uma esmagadora demonstracao da falsidade da teoria do socialismo num s6 pais. 11. «Uma vez que no curso do desenvolvimento haja desaparecido as diferencas de classe e se tenha concentrado toda a producéo em maos dos individuos associados, 0 poder piiblico perdera seu carater politico». Em outras palavras: 0 Estado se desvanece. A sociedade permanece livre de sua camisa de forca. Isto nao é outra coisa que o socialismo, O teorema inverso; 0 monstruoso crescimento da coercao estatal na URSS € o testemunho eloquente que a sociedade esta se distanciando do socialismo. 12. «Os trabalhadores nao tem Patria». Estas palavras do manifesto mais uma vez foram avaliadas pelos filisteus como figura de linguagem. De fato, clas deram ao proletariado a tinica direco concebivel no que se refere A questao da «Patria» capitalista, A violagao desta diretiva pela Segunda Internacional trouxe como consequéncia nao apenas quatro anos de devastaco na Europa, mas sim,alem disso,a atual paralisia da cultura mundial. Em razéo de que a nova guerra é iminente, Possibilitada pela traigao da Terceira Internacional, o Manifesto ainda hoje segue sendo 0 conselheiro mais digno de confianga no que se refere a questao da «Patria» capitalista. Assim, vemos que a produgao conjunta e relativamente breve de dois jovens autores ainda continua oferecendo diretivas insubstituiveis sobre as questOes mais importantes e candentes da luta pela emancipacao. Que outro livro poderia comparar-se de longe com 0 Manifesto Comunista? Mas isto nao implica ¢mque,depois de 90 anosde desenvolvimento sem precedentes das forcas produtivas ¢ yastas lutas sociais, 0 Manifesto nao necessite de corregdes ou adendos. O pensamento revoluciondrio nao tem nada em comum com a adoragao de idolos. Os programas e os prognésticos sto postos a prova e corrigidos A luz da experiéncia,que é 0 critério supremo da razaio humana. O Manifesto também requer corregdes € adendos. Sem diivida, como mostra a experiéncia historica, estas cotregdes © adendos s6 podem ser feitas com éxito, se estiverem de acordo com 0 método que se encontra nas bases do Manifesto. Trataremos de indicd-lo em varias instancias muito importantes. 1- Marx ensinou que nenhum sistema social desaparece da arena da hist6ria, antes de esgotar suas potencialidades criativas. O Manifesto censura violentamente o capitalismo por retardar o desenvolvimento das forcas produtivas, Sem duvida, durante aquele perfodo, como também nas décadas seguintes, este atraso era s6 de natureza relativa. Se fosse possivel na segunda metade do século XIX, organizar a economia sobre bases socialistas, seus ritmos de crescimento teriam sido incomensu- ravelmente maiores. Mas, este postulado teoricamente irrefutdvel, nao invalida 0 fato de que as forcas produtivas seguiram expandindo-se em escala mundial até as vesperas da guerra mundial. S6 nos tiltimos 20 anos, apesar das mais modernas conquistas da ciéncia e da tecnologia, comecou a época de uma decidida contengaio, e ainda decadéncia da economia mundial. A humanidade esta comegando a gastar seu capital acumulado, enquanto a guerra ameaca destruir as préprias bases da civilizag3o nos anos futuros. Os autores do Manifesto pensaram que o capitalismo seria derrotado, muito antes de chegar 0 momento em que se transformaria de um regime relativamente reacionario, em um regime reacionario em termos absolutos. Esta transformagao tomou sua forma definitiva somente diante dos olhos da geragio atual, e converteu nossa época, na época das guerras, das revolugdes e do fascismo. 2- O erro de Marx ¢ Engels em relagao as datas hist6ricas surgia por um lado da subestimagao das possibilidades futuras, latentes no capitalismo, € por outro, da supervalorizagao da maturidade revolucionaria do proletariado. A revolugao de 1848 ndo se converteu em uma revolugao socialista como havia prognosticado 0 Manifesto, mas abriu para a Alemanha a possibilidade de um vasto ascenso capitalista no futuro. A Comuna de Paris demonstrou que o proletariado nao pode arrancar o poder da burguesia, se nio tem para conduzi-lo um partido revolucion4rio. Entretanto, o periodo prolongado de prosperidade capitalista que se seguiu, produziu, nao a educagiio da vanguarda revoluciondria, mas a degeneragao burguesa da aristocraci operaria, que por sua vez se converteu no principal freio a revolugao proletaria. A natureza das coisas tornou impossivel que os autores do Manifesto pudessem prever esta “‘dialética’’. 3- Para 0 Manifesto, o capitalismo era... 0 reino da livre competigao. Quando fazia referéncia a crescente concentra¢ao do capital, o Manifesto nao tirou a necessaria conclusao em relacio ao monopélio, que se converteu na forma dominante de nossa época, e no mais importante pré-requisito para a economia socialista. Somente mais tarde, em O Capital, Marx estabeleceu a tendéncia da transformacao da livre iniciativa em monopolio. Foi Lenin que féz uma caracteriza- a0 cientifica do capitalismo monopolista em seu mperialismo. 4- Baseando-se fundamentalmente no exemplo da “‘revolugdo industrial” na Inglaterra, os autores do Manifesto apresentaram de uma maneira demasiadamente unilateral o processo de liquidagao das classes intermediarias, como uma completa proletarizacao do artesanato, das profissdes menores e do campesinato. De fato, as forgas elementares da competigao esto muito longe de ter completado esta tarefa simultaneamente progressiva e barbara. O capitalismo arruinou a pequena burguesia mais rapidamente do que a proletarizou. Mais ainda, o Estado burgués desde ha muito instrumenta uma politica consciente dirigida a manutencao artificial de estratos pequeno burgueses. No pélo oposto, o desenvolvimento da tecnologia ¢ a racionalizagio da industria em grande escala, engendra um desemprego cronico e obstaculiza a proletarizagaio da pequena burguesia. Ao mesmo tempo, desenvolvi- mento do capitalismo acelerou ao extremo o surgimento de legides de técnicos, administradores, empregados de comércio, em resumo, a chamada “nova classe média”. Em consequéncia, as classes intermedifrias, a que se refere 0 Manifesto de forma tao categérica, ainda que num pais tao altamente industrializado como a Alemanha, s&io quase metade da populagao. Sem diivida, a preservacao artificial da antiga camada pequeno burguesa de nenhuma maneita diminui as contradicées sociais, mas pelo contrario, investe-as de uma especial malignidade, e junto com o exército permanente de desocupados, constitui a expresséo mais cruel da decadéncia do capitalismo. 5- Concebido para uma época revolucionaria, 0 Manifesto contém 10 consignas que correspondem ao periodo de transicdo direto do capitalismo para o socialismo. Em seu prefacio de 1872, Marx e Engels declararam que estas consignas em parte tinham se tornado antiquadas, e em todo caso, eram de importancia secundaria. Os reformistas interpretaram esta avaliagao no sentido de que as consignas de transigao revolucionaria tinham cedido seu lugar para sempre ao “programa minimo’” social-democrata, que como bem se sabe nao transcende os limites da democracia burguesa. De fato, os autores do Manifesto indicaram com bastante precisio a corregao fundamental de seu programa de transigao, a saber: “A classe operdria nao pode simplesmente tomar posse da maquina estatal existente ¢ po-la em marcha para seus proprios fins”. Em outras palavras, a correcao ia dirigida contra 0 fetichismo da democracia burguesa. Marx logo contrapds 0 Estado do “tipo” da Comuna ao Estado capitalista. Este “tipo” mais tarde assumiu a forma muito mais grafica de soviets. ‘Nao pode haver um programa revoluciondrio hoje, sem soviets e sem controle operario. Por tudo isso, as dez. consignas do Manifesto que resultaram “arcaicas numa época de atividade parlamentar pacifica, hoje recobraram completamente seu verdadeiro significado. Por outro lado, o “‘programa minimo” da Social-Democracia ficou irremediavelmente ultrapassado. 6- Baseando suas expectativas em que “a revolucao burguesa alema... nao sera mais que o prelidio de uma_revolucdo proletéria imediatamente posterior’’, 0 Manifesto faz referéncia as condi¢des muito mais avancadas da civiliza¢ao européia, em comparagao com a Inglaterra do século XVII e a Franca do século XVIII, eo desenvolvimento muito maior do proletariado. O erro deste prognéstico nao era somente a data. A revolugao de 1848 mostrou, em uns poucos meses, que precisamen- te sob condigdes mais avangadas nenhuma das classes burguesas € capaz dé levar a reyolugao ao seu fim: a grande e média burguesia tém vinculos demasiado estreitos com 05 latifundiarios, e 0 temor as massas as imobiliza; a pequena burguiesia se apresenta demasiadamente dividida e, em suas camadas dirigentes, mostra-se demasiado dependente da grande burguesia. Como o mostra todo 0 curso subsequen- te do desenvolvimento na Europa e Asia, a revolugio burguesa por si so, em termos gerais, j4 ndo pode consumar-se. Somente sob a condi¢ao de que o proletariado, livre da influéncia dos partidos burgueses assuma a direco do campesinato, estabelecen- do sua ditadura revolucionaria, pode conceber a purga da sociedade de todo residuo feudal. Por este fato, a revolugdo burguesa se entrelaga com a primeira etapa da revolugio socialista, para dissolver-se logo nesta iltima. A revolugao nacional se transforma deste modo num elo da revolugaio mundial. A transformagio das bases econdmicas ¢ de todas as relacies sociais assume um cariter permanente. _ Para os partidos revolucionarios em paises atrasados da Asia, América Latina e Africa, ha uma questao de vida ou morte: a compreensio clara da conexio orginica entre a revoluedo democratica e a ditadura do proletariado e, portanto, com a revolucao socialista internacional. 7- Enquanto descreve como o capitalismo arrasta, em sua voracidade, paises barbaros e atrasados, o Manifesto nao contém nenhuma referéncia a Iuta dos paises coloniais e semi-coloniais por sua independéncia, Dado que Marx e Engels consideravam a revolucao social “*pelo menos nos paises civilizados mais importan- tes’, como uma questdo que deveria se resolver em poucos anos, pata eles, 0 problema colonial estava resolvido automaticamente, néo como um movimento independente das nacionalidades oprimidas, mas sim como uma consequéncia da yitoria do proletariado nos centros metropolitanos do capitalismo. Portanto, no Manifesto nem sequer se faz referéncias de passagem, as questdes da estratégia revolucionéria em paises coloniais e semi-coloniais. Sem duvida, estas questes exigem uma solugao independente. Por exemplo, é bastante evidente que, enquanto a questo do “nacionalismo”? se converteu no mais daninho dos fréios hist6ricos em paises capitalistas adiantados, ainda permanece como um fator relativamente progressivo em pafses atrasados que se véem obrigados a lutar por “uma existéncia independente. “Em resumo, os comunistas”, declara 0 Manifesto, “‘apdiam em qualquer lugar todo 0 movimento revolucionario contra o regime social e politico existentes”. O movimento das racas de cor contra seus opressores imperialistas 6 um dos movimentos mais importantes e poderosos contra a ordem existente e, portanto, exige © apoio incondicional e ilimitado, por parte do proletariado da raca branca. O mérito pelo desenvolvimento de uma estratégia revolucionaria para as nacionalidades oprimidas corresponde primordialmente a Lenin. 8- A parte mais “‘antiquada”” do Manifesto — no no que se refere a método, mas sim em material — € a critica da literatura “socialista” da primeira parte do século XIX, e a definicao da posigdo dos comunistas em relaco a varios partidos de oposi¢ao (Capitulo IV). Os movimentos e partidos enumerados no Manifesto foram varridos tao drasticamente pela revolug%o de 1848, ou pela contra-revolugao poste- rior, que temos que buscar seus nomes em um diciondrio histérico. Sem duvida, também nesta se¢ao, o Manifesto est4 mais proximo de nés agora, do que esteve para geracao anterior. Na época do florescimento da Segunda Internacional, quando o marxismo parecia exercer uma influéncia sem fissuras, poderia se ter considerado que as idéias do socialismo pré-marxista tinham caido definitivamente no passad Hoje as coisas sio diferentes. A decomposigao da social-democracia e da Internaci nal Comunista engendra a cada passo, monstruosas reincidéncias ideologicas. O Pensamento senil parece infantil. A busca de formulas salvadoras, os profetas na epoca da decadéncia descobrem novamente doutrinas enterradas ha muitos anos pelo socialismo cientifico. No que se refere a questtio dos partidos de oposigao, as décadas passadas introduziram profundas modificagdes, n4o s6 no sentido de que os velhos partidos foram substituidos por outros novos, mas também no sentido de que o proprio carater dos partidos. e suas relacdes miituas, mudaram radicalmente nas condigdes da época imperialista. Portanto, o Manifesto deve ser ampliado com os documentos mais importantes dos Quatro Primeiros Congressos da Internacional Comunista: a literatura bolchevique essencial e a decisio da Conferéncia da Quarta Internacional. Ja comentamos acima que segundo Marx nenhumd ordem social desaparece de cena antes de esgotar suas potencialidades. No entanto, mesmo uma ordem social ultrapassada, nao cede seu lugar a uma nova ordem sem opér resisténcia. Uma mudanga de regime social pressupoe a luta de classe na sua forma mais crua, ou seja, uma revolugao. Se 0 proletariado, por um razdo ou outra, se mostra incapaz de derrubar com um golpe audaz a ordem burguesa, entéo o capital financeiro na sua Tuta por manter seu dominio instvel no pode fazer outra coisa senfo converter a pequena burguesia, a qual empobreceu e desmoralizou, no exército fascista dos Progroms. A degeneracdo burguesa da social-democracia, ¢ a degeneracdo fascista da pequena burguesia, estdo inter-relacionadas enquanto causa e efeito Na atualidade,a Terceira Internacional leva a cabo, em todos os paises, a tarefa de enganar ¢ desmoralizar os trabalhadores, muito mais desenfreadamente que a Segunda. Ao massacrar a vanguarda do proletariado espanhol, os mercenarios de Moscou nao apenas abrem o caminho para o fascismo, mas também executam uma boa parte de suas tarefas. A crise prolongada da revolucdo internacional, que esta se convertendo cada vez mais em uma crise da cultura humana, se reduz, essencialmen- te, a crise de sua diregdo revoluciondria. ‘Como herdeira da grande tradigfio, da que o Manifesto do Partido Comunista constitui seu elo mais notdvel, a Quarta Internacional esta educando quadros novos para velhas tarefas. A teoria é a realidade generalizada. A urgéncia apaixonada em reconstruir a realidade social se expressa em uma atitude honesta para a teoria revoluciondria. O fato de que na parte sul do continente negro, companheiros com as mesmas idéias que as nossas tenham sido os primeiros a traduzir 0 Manifesto no idioma africano, constitui outra ilustragao grafica de que o pensamento marxista hoje vive apenas sobre a bandeira da Quarta Internacional. O futuro the pertence. Quando se festejar 0 centenario do Manifesto Comunista, Quarta Internacional terd se convertido na forga revolucionfria decisiva do nosso planeta. Coyocan, outubro 30, 1937. Leon Trotski. KARL MAR GRIGDRIGH GNeELS MANIFESTO COMUNI/TA ROIMARCENAIRO) Ut FANTASMA TERCORRE A EURO Ps OFAWASA DO COMO NISHO, TODAS 3 FORGAS DA YELHd EUROPA UNEM-5E EM SANTA CeVBAb4 PARA COMBATER B55E FANASMA ACABEM Cony es wavecsvos! Riese DE Pie De NO2505 PRNILEG OSI TOGO! VONTADE «-- Be NONE 22 PESS 2 ++ OS RADICMS FAN CESES + ss O Povo COM SUMS EVTRAVAGANTES. 25! YWO/CASEES, COREE O R'SCO DE COM- QUE PagrIbo 2= O7FES/g40 AAD FOI ROTULADO DE CONUMISTA FOR ZEUS AdyeRrsékios & FUMOL GUESTIONANDO 4 SAGRA- 24 AUTORIDADE DE 78 Pil, TE COumPORTAS Como wht Cones Af 7 QUE PIRTDO de OPOS/GAS, POR SUA vER, Wa LANGOU , TANTO AOS REPRESEN= FANTES MAIS AVANPADOS Como 4 SEUS (NIM (90% REAC ONABIOS , O EPITETO Comunisra f WAO DEVES FABER PIPL NA SLA DE NAD 5ERA POR OAsvAL/oADE QUE DESTE PATO RESULTA UMA DUPLA L194. PRIMEWED ¢ O COMUMSMO TAC EB RECONME 0720 COMO UA FORA FOR TODAS 45 POTENCIAS DA ZFULOPA... SEGUNDO : CHEGOU DO MOMEN YO DOS COnuK/SIAS ExPO, REA 40 MUNDO MAV/TE/RO SEVS CONCE/TOS , SEVS FINS E SUAS ASP/RAGGES 5 QUE CON 7TRAPOWHANT ~A L£EVDA BO FRANTASATADO MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA (Londkes / levereito de 848) A hSTORIA DE TODAS AS SocvEDA DES QUE Ex/ST7RAI ATE OSS EFOCA EA wSTORIA DA LUTA DE CLASSES... HOI;MENS LIVRES & FSCeAVOS, NO Bees E PLEBEUS , OPRESSORES E OF R11 DOS SE ENPEENTARAM JEMPRE, MANTIVERAM SATA LTA CONSTANTE , VELADA LAIAS VEZES.-. BURGUESES é PROLETAR (0S UMA LUTA QUE TER MINOU SEMPRE COM A TRANSFORMALAO RE VOLUCIONARIA DE TODA A SOCIEDADE. ow EM E7PECAS HIFORICAS ANTERIORES ENCOVIEANMIOS POR QUASE TODAS AS FARIES UMA COMPLETA DiVjSdO DA SOVEDADE Etf D/VERIOS ES7AVEN YOS, wat4 muenPla escutA GRADUAL RE CawDiGOES socrA/3. ; Rage oer 2 NA IDADE MEDIA! Sse A prawe FEVDMS.. £4 5 MESIKES... OF/ICIAIS.. Séeves E, EM PUASE TopAS AS O¢455E5 OTRAS RAM/AGAES ESFECIAIS AMODERNA SOCIEDADE BURGUESA, QUE SURGIS DAS RUINAS 24 SOCIE DADE FEUDAL, MAD A BOUL AS CON7RAD/ FOES DE CLASSE. LIN CAMENTE SUBSTITUIY AS VELHAS CLASSES, ASB VELHAS COND/cORS DE OPRESSAD... NosSA Be0C4, A EPOCA DA BURGUESIA 4, DISTNGUE-SE , SEM DUVIDA, Poe “AVE SINPLIFL CADO AS con/TRADICOES DE CLAS SE. TODA A soc/E DADE Was SE DdviDINDO CADA VER MMS Et DoIS GRANDES BLO cos AnilgOVicos + 22 + AS VELHAS FORMAS DE LUTA PR OS | TEAS NOVAS. A BURGUESIA E O PROLETARIADO. AetmenTo 22 A Akros ? w6adsts/ UEVAS HENOS Cdusanvos & Vanedes LocdS ge 7RABILO Mans sgueos 7 Wdhapaps./ 45StA1 done Enos Rese’, 005 SERVOS D4 ADE MEDIA SURG/IRAM AS HOMENS LIVRES DAS PRIMERIS OIDADES ; DESTE ESTAMENTO URBANO sA1KAM OS FPRIMEIROS ELEMEA/TOS DA BURGUESIA, A DESCOBERTA DA AMERICA = A crRcUNAVEGAEIO DA AFRICA OFERECERAM, YM BURGUESIA EH AxceNSdO UM NoyO CAMPO DE ATIVI— QE, OS MERCADCS DA INDIA £ 2A CHINA, A CoLon/zagao . Oo wee cdmB/0 COM 45 CO LEn/A5, A MULTIPLICAGAD DAS MERCADDRAS EM GeeaL E Dos "EOS DE POCA, seqPRIAdiRA AO COmERTO =A WOEETRIA WH GRANDE M12ULSO. 22 & ACELECABAAT, COM (STO, O DEFENVELVIMENTO DO ELEMETO REVOLUCIONA Rio DA -SOC/EDADE_ FEUDAL kit de- compos eho. TOU OS MESIRES DOS GREMIOS. A DIV/SA0 DO TRABALHO ENTRE AS DiFERENTES COR PORAGCES DESATA- RECEU FEENTE ~A dIV1540 PO TRABAHO Ne SEIO D4 MESA OCIA. ee e TA 0 Z 2d, PORE, OS msecados cers | TA MA0 BASTAVA TAMPOUCO A MANUFATURA, SEM CESSAR + ( © UPOR E 4 212 QUAI REVOLUC/IONARAN ENTAO UHM... AQUI ME PARECE QUE TERE! DE INVEN TAR 4160 GUE PROD AA MALS, A Peodepie rausreAl, MANUFATURA ; 0 LUGAR DA coassE 1785/4 INDUSTRIAL FS) OCUPAPO FELOS 1W/DUSRI AIS MILIONARIOS ~ CHEFES PE VERDADEI2OS Exeecr70s Indu STRIAIs —)0U SEI AL GRANDE. INDEPRIA CROW 0 MERCADO INTERNACIONAL, TA FREPIEADO FLO DESCOBRIMENTO DA AMERICA. OLE RCADO HinlDi A L- | ACELELOW PROD/G/IOSAMENTE O DESCOBR/MENTO BO Con7ERao, 2A NayEGAMO EF 2 ORS as més de TeAvSPORTES TERRESTRES . ESTE DESENVELVIMENTO , FOR SUA VER, MEL NA Explosde WwdUSTR/AL F, of A MEDDT QUE SE ExPandpant A WdisTRIA» © comsécio , 4 VAVEGAGMO E 45 FERLO WAS, DESEVVOLV/4-SE A BLeGUESs/A, MULTIPLICANWDO SEUS CAPTIS EF EE 6420 4 Ut SEGUNDO BLANC TODAS 45 CLASSES LEGADAS PELA /DADE MEDIA, A BULGUENA Modzeht4 , COMO VEMOS, EPoe S| rt€5niaA PRUTO DE Litt LON G0 PEOCESSO DE DESENVOLV/MENTO, BE UMA SERIE DE RE VeLeCBs vo Meo 2& FRODUGAD E DE

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