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"Uma cerca memorizag#o das palavras de Jesus, de passagens biblicas importan- tes,dos dez mandamentos,das férmulas de profissao de fé,dos textos liturgicos e das oragSes essenciais e de nogdes cha- ves da doutrina (...),longe de ser con- tréria A dignidade dos jovens crist3os, ou de constituir para eles um obstdculo para o didlogo pessoal com o Senhor, é : uma verdadeira necessidade (...).— pre- ciso ser realista. As flores da £6 e da piedade crista, se assim se pode dizer,nio crescem nos espagos ermos de uma catequese sem memoria. 0 essencial é que os textos memorizados sejam ao mesmo tempo interiorizados, compreendidos pouco 4 pouco na sua profun- didade,a fim de se tornarem fonte de vida crist& pessoal e comu~ nitéria" ("'Catechesi Tradendae", 55, de Jodo Paulo 11). OBSERVAGOES: 1 - E conveniente memorizar ou fazer memorizar as partes do subsidio impressas em tipo grande, como a frase seguinte: “Deus & puro Espirito..." (s%o as respostas as 40. perguntas e as prin- cipais oragées). 2 - Abreviaturas: AG - Ad Gentes, Decreto do Concilio Ecuménico Vaticano IT sobre 4 atividade missionéria da Igreja (07-12-1965); CDC - Cédigo de Direito Candnico (25-01-1983); EN - Evangelii Nuntiandi, Exortagao Apostélica de Paulo VI sobre a evangelizagao no mundo moderno (08-12-1975); FC - Familiaris Consortio, Exortagaéo Apostélica de Joao Paulo 11 sobre a Familia (12-11-1981); GS - Gaudium et Spes, Constituigdo Pastoral sobre a Igreja no mundo moderno (07-12-1965); LG - Lumen Gentium, Constituic¢ao Dogmatica sobre a .Igreja (21-11-1964) ; RH - Redemptor Hominis, Carta Enciclica de Joao Paulo II (04-03-1979); RP - Reconciliatio et Paenitentia, Exortagao Apostélica so= bre a Reconciliagdo e a Peniténcia na missao da Igreja hoje (02-12-1984) ; PC - Perfectae Caritatis, Decreto sobre a atualizagio dos religiosos — (28-10-65) RM - Redemptoris Mater, Carta Enciclica de Joao Paulo TL sobre a Bem-Aventurada Virgem Maria (25-03-1987); DZ - Denzinger Enrique: "0 Magistério da Igreja'. 3 - As notas explicativas complementares tém a finalidade de ajudar especialmente quem usa o subsidio a favor dom outros PRIMEIRA PARTE: DOUTRINA I "Deus € amor" (1 Jo 4,8) Quem é Deus? Deus é puro Espirito, eterno, criador das coisas visiveis (este mundo) e das coisas in- visiveis (os anjos e a alma es- piritual e imortal em cada ho- mem) (cf. Gn 1-2). Em Deus ha, numa s6 natureza, trés Pessoas realmente dis- tintas: o Pai, o Filho e o Espirito Santo. 1 - O mistério de Jesus de Nazaré. "Nao ha evangelizagZo verda- deira enquanto ndo se anunciar o nome, a vida, as promessas, 0 reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus" (EN 22). 0 Santo Padre Joo Paulo II, no discurso inaugural da conferéncia de Puebla (24-01-79), recomendou vivamente aos Bispos da América Latina "uma cuidadose e zelosa transmissdo da verdade sobre Jesus Cristo." Mas a verdade sobre Jesus Cristo (Segundo Mis- tério da nossa Fé) supde a verdade sobre Deus, Uno e Trino (Primeiro Mistério da nossa Fé). 2 - Verdade de Razao e de Fé. A existéncia de Deus é verdade de RazZo (a nossa mente est4 em condigdes de afirmar e comprovar que Deus existe), confirmada pela Fé. As provas racionais da existéncia de Deus so principalmente trés: a) a ordem univer- sal; b) a voz da consciéncia; c) a consenso dos povos 3 - Verdade de Fé. Verdade s6 de Fé e, por isso, mistério, é a Santissima Trindade. Esta verdade nos foi revelada por Cristo no Novo Testamento (cf. Mt 3,13-17; Jo 1,1-14). "Q Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espirito Santo é Deus, e, no entanto, nao sdo trés deuses, mas um sé Deus" (Santo o). 4 - Verdades consoladoras. As verdades mais consoladoras, reve- ladas no Novo Testamento a respeito de Deus, sdo duas: Deus ¢ Pai (cf. Mt 6,9; Mt 11,25-27); Deus é Amor (cf. 1 Jo 4,8-16; Jo 3,16) «5 ~ Primeiro Mistério da nossa Fé. Unidade e Trindade de Deus. II "Fagamos o Homem a Nossa Imagem™ (Gn 1,26) Para que foi criado © homem? QO homem foi criado para conhe-, cer, amar e servir a Deus nestel\/ mundo, e, assim, correspondendo & sua vocac&o pessoal, merecer a amizade com o préprio Deus agora na terra e para sempre no Céu (cf. 1 Tm 2,4). 1 - A Imagem de Deus. "A afirmagdo primordial da antropologia, comunicada pela Igreja, é a do homem como Imagem de Deus" (Jodo Paulo II - Puebla - 8-01-79). (0 homem uma criatura racional, composta de alma e corpo. E Imagem de Deus, a mais bela das cri- aturas, pelas qualidades com que Deus enriqueceu a sua alma: - a inteligéncia, para conhecer © seu Criador, louvé-lo e bendizé- lo; - a vontade, para cumprir as ordens do Criador e escolher, com liberdade, 0 que 6 bom para a felicidade; - o sentimento, para amar a Deus e aquilo que revela a sua gloria; © corpo foi dado por Deus ao homem para servir de instrumento & inteligén- cia, 2 vontade e ao sentimento. )2 - Dons preternaturais. Além da Graga Santificante (da qual se fala na pagina 5), Deus concedeu aos nossos primeiros pais ou- tros dons, chamados "preternaturais", quais sejam: - 4 integri- dade, isto é,a perfeita sujeigao dos sentidos B razio; - a imu nidade a todas as dores e doengas, e a imortalidade do corpo; = a ciéncia proporcionada ao seu estado. 3 - Conhecer-Amar-Servir. Para conhecer a Deus: ler a Biblia, estudar o Catecismo e meditar; para amar a Deus: obedecer aos seus mandamentos; rezar cada dia o ato de caridade; para servir a Deus:fazer o bem ao préximo. 0 Beato D. Luiz Orio- ne dizia: "Fazer o bem a todos, fazer o bem sempre; fazer o mal nunca @ a ninguém'' (cf. Mt 25,31-45). A gléria do homem 6 Deus; ae ° ee le de toda Deus, de sua sabedoria III "Participantes da Natureza Divina" (2 Bd 1,4) Que & a Graga? Entre todos os intimeros presen- tes de Deus, chama~se GRACA o maior presente d'Ele,que é 0 po- der de nos tornarmos verdadeiros in Ihoswaiide Dene crs Jor | 12; evo, Saye 1 - Corpo-Alma-Graga. Deus criou 0 homem com © Uorpo, a Alma e a Graga, No momento da criagéo, o homem, por meio da Graga, tornou-se filho de Deus, herdeiro do Paraiso. A natureza do ho- mem no exige a Graga; por isso a Graga é definida dom sobrena tural,isto 6, superior a todas as exigéncias da natureza humana. 2 - Triplice Graca. A teologia catélica distingue trés tipos de Graga: 7 Santificante (ou habitual) --dom sobrenatural,inerente & nossa alma, que nos faz justos, filhos de Deus e herdeiros do Paraiso ~ Atual - dom sobrenatural, que ilumina a nossa inteligéncia, move e fortalece a nossa vontade a fim de que possamos: conse— guir, defender e aumentar a Graga Santificante, afastando o mal @ operando o bem. y ~ Sacramental - é o direito, que se adquire xecebendo valida e licitamente qualquer sacramento, de ter, em tempo oportuno, as gragas atuais necessdrias para alcangar o fim préprio de cada sacramento. 3 - Abrado-Israel-A Biblia. Javé, para salvar a humanidade, que, depois do pecado original, estava marchando rumo 4 perdicao eterna, chamou Abrado para formar, por meio dele, o Seu povo, Israel, com o qual fez uma alianga (Testamento) (cf. Gn 12-25). O livro que conta a historia de Abrado e de Israel 6 a Biblia, conjunto de 73 livros (46 do Antigo Testamento © 27 do Novo Testamento) inspirados por Deus (cf. 2 Tm 3,16). Falacse de Abrado em v4rios livros da Biblia, mas especialmente no pri- meiro, Génesis, nos capitulos de 12 a 25. Também Israel, frequentemente,se afastou de Javé, adorou os idolos e praticou coisas imor is nente Ihespedirias, e ele te : que vira a ser em ti uma fonte de ida eterna’ (Jo 410-16). BS. IV “Este € o meu Filho Amado" (Mt 3,17) Quem 6 Jesus Cristo? Jesus Cristo 6 a segunda Pessoa da Santissima Trindade, isto 6,0 Filho de Deus, que, no seio da Virgem Maria, por obra do Espi- rito Santo,se fez homem para nos Salven Cale, Me 21) s 1 - 0 Redentor do homem. Deus, na plenitude dos tempos, enviou ao mundo o Seu Unico Filho, que assumiu’a natureza humana e, com o Seu sacrificio e a Sua ressurreic&o, restituiu aos homens a Graga perdida com o pecado original 2.- Segundo Mistério da Nossa Fé. 0 mistério de Jesus de Nazaré, Redentor do homem, exprime-se com as seguintes palavras: ENCAR- NAGAO, PAIXAO, MORTE e RESSURREIGAO de Nosso Senhor Jesus Cris~ to. O sinal da Cruz, se bem feito, enquanto com as palavras ma~ nifesta o Primeiro Mistério, com os gestos manifesta o Segundo. Por isso, o verdadeiro cristéo-catélico faz sempre com devogao e sem pressa o sinal da Cruz. 3 - Nazaré-Belém-Jerusalém. Jesus’ Cristo viveu e operou num pequeno pais da Asia, chamado Palestina (25.000 km2, pouco maior que Sergipe) dividido om trés principais provincias: Galiléia ao Norte; Samaria, no Centro; e Judéia, ao Sul. As trés cidades mais importantes na vida de Jesus foram: - Nazaré (na Galiléia), onde Maria Santissima recebeu a Anuncia— ¢do do Anjo (cf. Le 1,26-38) ¢ Jesus viveu até o infcio da vida publica (cf. Mt 2,19-23). = Belém (na Judéia), onde Jesus nasceu (cf. Le 2,1-20). - Jerusalém (na Judéia),principal cidade da Palestina,onde Jesus imstituiu os Sacramentos da Eucaristia, do Sacerdécio e da Peni- téncia; morreu,ressuscitou e subiu ao Céu; onde o Espirito Santo desceu sobre os Apéstolos (cf. Le 22 - 24; Jo 20,23; At 2). V "O Santo que nascer de ti sera chamado Filho de Deus" (tc 1,35) Quem & a Virgem Maria? A Virgem Maria/é a mulher esco- lhida por Deus para tornar-se a Mae do Verbo Encarnadoy nosso Salvador, verdadeiro Deus e ver- dadeiro homem, Jesus Cristo Coffs sles Sian 1 ~ "Mae de Deus"! A definic&o dogmatica e alguém n&o professa que o Emanuel (Cristo) 6 verdadeiranen- te Deus e que a Virgem Santa é Mae de Deus (Teot6kos), que gerou segundo a carne 9 Logos de Deus feito carne, seja excomungado" (Dz 113). Gom estas palavras, no Concilio de Efeso (32 ecuméni- co, ano 431), com grande alegria dos cristdos, a verdade sobre a Maternidade Divina de Maria foi confirmada solenemente como ver- dade da Igreja: Maria 6 a Mae de Deus, uma vez que, por obra do Espirito Santo,concebeu no seu seio virginal e deu ao mundo Jesus Cristo, o Filho de Deus consubstancial ao Pai. 0 Dogma da Waternidade Divina de Maria foi para o Concilio de Efeso e para a Igreja de todos os tempos como uma chancela no dogma da Encar~ nagdo, em que o Verbo assume realmente, sem @ anular, a natureza humana na unidade da sua Pessoa, 2 - "Plenitude dos tempos" (G1 4,4). Esta expressdo indica: - Oo momento, fixado desde a eternidade, em que o Pai enviou seu Filho, “para que todo o que nele crer no pereca, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16); - © momento abengoado em que ''o Verbo, gue estava junto de Deus,... se fez carne e habitou entre nés" (Jo 1,1.14), fazendo- .se nosso irmdo; = 0 momento em que o Espirito Santo plasmou no seio virginel de Maria a natureza humana de Cristo; - 0 inicio da caminhada da Igreja, com Maria, que a liturgia chema "primicias da Igreja" (cf. prefdcio de 8 de dezembro). 3 - Trfplice Privilégio. A Virgem Maria, por motivo da eleigao singular a Mae de Deus, em consideragdo dos méritos futuros do seu Filho, recebeu trés privilégios - Imaculada Conceigdo, Vir- gindade Perpétua, AssungZo ao Céu em corpo e alma - que serdo pA A EN es ie PIO ieee race a ts’ VI "Alegra-te, cheia de graca (Le 1,28) @ significa Imaculada Conceigao? — Imaculada Conceicdo significa que a Virgem Maria, por motivo dos merecimentos redentores d'Aquele que haveria de tornar- se seu Filho, foi redimida de um modo sublime e excepcional,sendo concebida sem a heranga do pecado original. 1 - A definicao do dogma da Imaculade "A Beatissima Virgem Maria, no primeiro instante do seu conce- bimento, por singular graga e privilégio de Deus onipotente, em previsdo dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original” (Dz 1641 Bula "Ineffabilis Deus" de Pio IX - 08-XL1-1854). 2 - Para entender o dogma da Imaculada, é itil recordar: = os nossos primeiros pais, Addo e Eva, foram criados em estado de graca (justica original), isto é, "participantes da natureza divina" (2 Pd 1,4); = por causa de seu pecado, perderam, para si e para todos os seus descendentes, a graca divina e os dons preternatureis (cf pag. 4)5 y- 0 pecado de Addo e Eva se chama original, porque foi cometido na origem da humanidade e porque foi a origem de todos os outros pecados; = a esséncia do pecado original consiste na privagdo da eraca santificante; esta auséncia de graga se transmite a todos os se— res humanos pela geragdo, isto é,todos os homens sao concebidos sem a graga. 3 - A Virgem confirma 0 dogma ( Lourdes - Fevereiro de 1858) Muitas ¢ muitas vezes, perguntei-lhe quem era, mas apenas sor~ ria com bondade; por fim,com bragos e olhos erguidos para o céu disse-me: "Eu sou a Imaculada Conceigao " (Da carta de Santa Maria Bernarda Soubirous). "Bor obra do Espirita Santo, ne ordem da graga, ou seja, da partici pagdo da natureza divina, Maria recebe a vida d'Aquele, ao qual ela épria, na ordem da geracio terrena, deu a vida como mae. A Li-| turgia néo hesita em chamia-la ‘genetriz do seu Genitor!,e, em sau- | da-la com as palavras que Dante Alighieri pSe na boca de Sdo Bernal do: ‘filha do teu Filho™ (RM, 10). — ae : VII "A Virgem se chamava Maria" Glee 7p) Que é a Maternidade Virginal 4 fs de Maria? A Maternidade Virginal de Maria é 0 fato de ter Ela permanecido virgem antes do parto,no parto e depois do parto,por insigne pri- vilégio da Onipoténcia divina. 1 - A definicéo dogmatica da Virgindade Perpétua de Maria. "A Santa e sempre Virgem e Imaculada Maria concebeu verdadeira- mente, sem cooperaga&o de homem, mas por obra do Espirito Santo, © mesmo Verbo de Deus, que antes de todos os séculos fora gerado por Deus Pai, eo deu & luz permanecendo totalmente virgem tam- bém depois do parto' (Dz 256 - Concilio de Latrao, ano de 649). "a Beatissima Virgem Maria permaneceu sempre na integridade da virgindade, antes, durante e depois do parto' (Dz 993 - Concilio de Trento, ané de 1555). 2 - A Virgindade de Maria e nés. Maria nos ensina que a Virgindade € uma entrega exclusiva a Jesus Cristo, em que a fé, a pobreza e a obediéncia ao Senhor se tornam fecundas pela agdo do Espirito Santo. Assim, também a Igreja quer ser mae de todos os homens, nao & custa do seu amor a Cristo, afastando-se dele ou postergando-o, mas precisamente pela sua comunhdo {intima 2 total com Ble A Virgindade externa de Maria conjuga, no mistério da Igreja, essas duas realidades: toda de Cristo, e, com Ele, toda servido- xa dos homens. Siléncio, contemplagdo e adorago que dao origem a mais generosa resposta & misséo0, & mais fecunda evangelizagdo dos povos (Puebla, 294) Se Maria, mediante a ié, se tornou genitriz do Filho que the Jado pelo Pai com 0 -pader do oe Santo, conservando eee gindade, com a mesma fé ela descobriu scolheu a dimensao da maternidade, revelada por Jesus” imissaio _messianica (...) Maria Mae tornava-s 'discipula' do seu Filho, a primeira a quem ele parecia “mesmo antes de dirigir este chamarento aos pele) gu outros (ef. Jo 1,13)! (RM, 20). a) a5 VIII "Quem 6 essa que desponta como a aurora?" (Ct 6,10) jue € a Assungdo Corpérea de Maria? A Assungao Corpérea de Maria 6 o fato de Maria ter sido levada em corpo e alma ao Céu, depois do tempo de sua vida aqui na terra. 1 - A definigaéo dogmaética da Assuncgao. "A augusta Mae de Deus, desde toda a eternidade unida misterio-~ samente a Jesus Cristo pelo mesmo designio de predestinac&o, imaculada na concep¢do, virgem intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas conseqiiéncias,alcangou, qual suprema coroa de seus privilégios, ser guardada imune da corrupgdo do sepul— cro; e¢, como seu Filho, vencida a morte, em corpo e alma levada A gléria celeste, onde, Rainha, refulge & direita de seu Filho © imortal Rei dos séculos" (Da Constituigdo Apostélica: "Muni- ficentissimus Deus" de Pio XII, 01-XI-1950). Jé na Enciclica 'Mystici Corporis" (29-VI-1943) Pio XII havia ensinado que "Maria resplandece agora no Oéu coma gléria do corpo e da alma, e reina junto com o, seu Filho" (Dz 2291). 2 - A ressurreigdo dos mortos. Mas Cristo ressuscitou dos mortos, sendo ele as primicias dos que.dormem, porque assim como a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurrei E assim como todos morrem em Addo, assim também todos serdo vi- vificados em Cristo. Mas, cada um em sua ordem: como primicias, Crista, depois, os que sdo de Cristo, que creram na sua vinda Gigeor.)5,20=28))) 3 - Por que Assunta ao Céu? "0 Corpo Sagrado da Virgem, o Trono da Castidade, o Templo da Sabedoria Encarnada, aquele Corpo, do qual o Salvador tirou o seu, nao devia permanecer no ttimulo. Do contrério, o triunfo da Redengdo teria sido incompleto'’ (Bossuet). io dos mortos. "No mistério da Assungao exprime-se a fé da Igreja, segundo a qual Maria esta ‘unida por um vinculo estreito ¢ indissoluvel a Cristo’, pois, se ja como mée-virgem estava a Ele unida singulartnente na sua primeira yinda, pela sua continua coopera io com Ele © estar tam- bém ne expectativa da segunda: 'Remida dum modo mais sublime, em) azengaio aos meéritos de seu Filho', cla tem também aquele papel, pro- prio da Mae, de medianeira de Oona, na vinda deta qua ce) todos os que sdo de Cristo. forem vivificados.e quando 'a migo a ser destrufdo seré a morte’! (1 Cot 15,26) (RM,#1). “9 poe IX "Tu és Pedro e sobre esta Pedra , edificarei a minha Igreja™ (mt 16,18) ue € a Igreja? A Igreja é a Familia que Jesus Cristo quis instituir na terra (cf. Mt 16,18) como meio para salvar toda a humanidade. Chama-se também Corpo Mistico de Cristo e Sacramento Universal de Salvacao. 1 - A Missdo da Igreja. Jesus instituiu a Igreja como comuni- dade de vida, de caridade e de verdade, "para levar o Reino de Deus, isto é, a salvacdo a toda a humanidade" (GS 45). A Consti- tuig%o Dogmética "Lumen Gentium'’ sobre a Igreja afirma: "'A Igre- ja recebe a missdo de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de instauré-lo em todos os povos e constituir na terra o germe e o principio deste Reino" (LG 5). © 2 - Una, Santa, Catélica e Apostélica. Sao as notas da verdadei- ra Igreja de Cristo: - Una: porque os seus filhos estado unidos entre si, na mesma fé no mesmo culto, na mesma lei; una, porque nao admite outras Igrejas verdadeiras e, ao mesmo tempo, diferentes - Santa: porque Jesus Cristo, seu Fundador, é Santo; Santo é o Espirito que a vivifica; Santa a sua Doutrina; Santos os seus Sacramentos; Santos sdo muitos dos seus membros, = Catélica: isto.é, universal, porque todos os homens do mundo so chamados a fazer parte dela. -.Apostélica: porque remonta, sem interrupgao, aos Apéstolos. As Igrejas que surgiram sem receber, por transmissdo como de pai para filho, os poderes que Cristo conferiu aos Apéstolos, nao podem ser a Igreja de Cristo,embora possuam uma parte da verdade revelada. As quatro notas fundamentais, acrescenta-se uma quinta: "roma- na". A Lgreja chama~se "romana" porque ligada a Pedro, pedra da Igreja, que derramou seu sangue por Cristo, como Bispo de Roma e primeiro chefe visivel da Igreja. 3 - Deveres para com a Igreja. "Amar a Igreja,eis,amados filhos, o dever da hora presente. Am4-la significa estima-la e ser fe- liz em pertencer a ela. Significa ser-lhe resolutamente fiel Significa obedecer-lhe, servi-la, ajud4-la com alegria até o sa~ crificio, na sua missdo dificil" (Paulo VI - 18-09-1968). -11- . 4 - Quem fundou, e quando, as outras Igrejas Cristas: NOME FUNDADOR DATA LOCAL Catélica Jesus Cristo AD 30 Jerusalém Luterana Martinho Lutero 1517 Alemanha Episcopal Henrique VIIT 1534 Inglaterra Presbiteriana John Knox 1560 Escécia Congregacional Robert Browne 1580 Inglaterra Batista John Smith 1611 Inglaterra Metodista John Wesley 1738 Inglaterra Adventista William Miller 1831 E. Unidos Mormons José Smitth 1831 E. Unidos Espiritismo Irms Fox 1848 E. Unidos Test, de Jeové Charle T. Russel 1874 E. Unidos Pentecostal Varios Ministros 1914 E, Unidos Lembre-se que a VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO FOI FUNDADA POR JESUS GRISTO (cf. Mt 16,18 - Jo 21,15-17 - Le 22,32). N6és nascemos da. Igrejay ela nos comunica a riqueza de vida ¢ de graga de que € depositaria, nos concebe pelo batismo, nos alimenta coin Os sa ramentos e a palavra de Deus, nos Prepata para a missao,, nos leva ao designio de Deus, raztio da nessa existéncia como cris- | | taos. Somos seus filhos. Nos a chamarnos, com legitimo orgulho, de | nossa mae, repetinco um titulo que vem dos primeiros tempos @ a trayessou os séculos (Jo%o Paulo I] em Puebla - 28-01-1979). = , X "Se conhecesses o Dom de Deus"! (Jo 4,10) Quantos e quais sacramentos Jesus instituiu e confiou a sua Igreja? Sere: | - Batismo: sinal do ingresso na vida nova. Quem é batizado "na agua e no Espirito Santo" (At 11,16), une- se a morte de Cristo e participa da vida nova| do Ressuscitado. 2 - Confirmagdo (un¢gdo com o Crisma): confir- ma a escolha feita no Batismo e torna o cris 4 tao soldado de Cristo. 3 - Eucaristia (o Sacramento mais sublime): 4 Sacrificio, Alimento, Presenca de Jesus. 4 - Confissdo: da o perdado dos pecados. 5 - Ungdo dos enfermos: ajuda o doente a unin seu sofrimento ao do Cristo. 6 - Ordem: constitui os Didconos, os Sacerdo4 tes e os Bispos. 7 - Matrim6nio: forma as familias. NE wy) 1 - Os Sacramentos sdo sinais sensiveis e eficazes da Graga,ins— tituidos por Jesus Cristo para santificar es nossas almas. 2 - Matéria-Forma-Ministro. A celebragao de um sacramento exige trés elementos: a Matéria (coisa senstvel usada para conferi-lo); a Forma (palavras proferidas); 0 Ministro (pessoa elena sree eet ten. or =13- 3 - Efeitos dos Sacramentos. Todos os Sacramentos validamente conferidos e licitamente recebidos produzem a Graca Santificante (ou a aumentam), com as virtudes infusas e os dons do Espirito Santo, mais a Graga Sacramental, prépria de cada Sacramento. O Batismo, a Confirmagiio e a Ordem produzem também 0 que se chama cardéter, que é um sinal espiritual que nado se apaga mais. Por isso 0 Batismo, a Confirmagdo e a Ordem s6 se podem receber uma vez. 4- Os Sacramentos mais necessaérios & salvacdo sao dois: o Ba- tismo, para todos; a Peniténcia, para os que cometerem pecado mortal depois do Batismo. 5 - Sacramentos dos Mortos e Sacramentos dos Vivos. Q Batismo e a Confissdo chamam-se Sacramentos dos Mortos, porque foram instituidos principalmente para dar a vida da graca as almas mortas, na vida sobrenatural, pelo pecado. Os outros cinco Sacramentos ( ConfirmacgZo,Kucaristia, Ungao dos Enfermos, Ordem e Matrim6nio ) chamam-se Sacramentos dos Vi- vos, porque aqueles que os recebem devem estar isentos de pecado mortal, quer dizer, j4 vivos pela Gracga Santificante. Quem recebe um Sacramento dos Vivos, sabendo que nao esta em estado de graga, comete um grave pecado (sacrilégio), porque profana uma coisa santa. / Para nos salvarmos néo basta que Jesus Cristo tenha morrido ‘por| NOs) mas ¢ necessario que sejam aplicados, 4 cada um de nés, merecimentos da sua Paixdo e Morte, aplicagao que se faz, sobretur | do, por meio dos Sacramentos, institufdos para este fim pelo oe - Gristo. a Go Pio » = 4- XI "Batizando-as em Nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo" (mt 28,19) e € o Batismo? O Batismo € o Sacramento pelo qual o homem re- nasce para a Gracga de Deus e se torna cristdo. O Batismo: - Confere a primeira Graga San- tificante, que apaga o pecado original e também os pecados atuais,se houver; — Perdoa toda a pena por eles devida; - Imprime o cardter de cristdo; - Faz o homem filho de Deus, membro da Igreja| e herdeiro do Paraiso; — Torna-o capaz de receber os outros sacramentos (cf. CDC 849). 1 - Matéria-Forma-Ministro: 2) Matéria: 6 a 4gua natural, que se derrama, de maneira que escorra, sobre a cabega do batizando b) Porma: sic as palavras: "N,.., eu te batizo em nome do Pai e do Filho e¢ do Bspirito Santo". ¢) Ministro: habitualmente ¢ 0 Padre ou o Diécomo. Em perigo de morte, porém, qualquer pessoa, até protestante ou ateu, pode ba- tizar caso venha a faltar um catélico competente, contanto que realize bem o rito do Batismo e tenha a intenga4o de fazer o que faz a Igreja (ef. CDC 853 © 861). 2 - Rito do Batismo. Batiza-se derramando a Agua na cabega do batizando, ou, nado podendo ser na cabeca, em qualquer parte do corpo,dizendo ac mesmo tempo: "N..., eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espfrito Santo". Se a crianca,batizada em perigo de morte,ficar boa,é necessério levé-la & Igreja acompanhada dos padrinhos a fim de completar as ceriménias e inscrevé-la no li- vro da Pardéquia. 3 - Padrinhos de Batismo. Os pais, antes do batismo da crianga, devem eccolher padrinhos iddneos, isto 6, catélicos praticantes, que garantam, juntamente com os pais,a educagao crist& do afilha- do. Os padrinhos devem ser crismados e ter recebido a Primeira Eucaristia. Nao pode ser padrinho: a) quem nfa tem idade suficiente (16 anos completos); b) quem tem vida errada; c) quem tem principios errados (cf. CDC 872 , 873 e 874). s, batizando-as em nome do Pai & Wdo-as a observar todas es coisas que vos mandei’! -15~ XII “O Espirito Santo veio sobre eles" (At_8,17) que € Confirmagao ou Crisma? Confirmagdo ou Crisma € um sa- cramento que imprime cardter, e pelo qual os batizados, continu- ando o caminho da iniciagao crista, sdo enriquecidos com o dom do Espirito Sante e vinculados mats feitamente A Igreja, fortalecidos e mais es- treitamente obrigados a serem testemunhas de Cristo pela palavra e ag¢ao e a difundirem e defenderem a fé (cf. CDC 879). 1 - Matéria-Forma-Ministro: a) Matéri 6 a unc%o com o Crisma na fronte do confirmando, simultaneamente com a imposicdo da mio (cf. CDC 880-1). b) Forma: sao as palavras pronunciadas pelo Ministro, enquanto realiza a ungio: "'N..., recebe, por este sinal, o dom do Espi- rito Santo" (cf. CDC 880-1). c) Ministro: ordindrio 6 0 Bispo;administra validamente este sa- cramento também o presbitero que tem essa faculdade(cf.CDC 882). 2 - Confirmando: é capaz de receber a Confirmagao o batizado ainda no confirmado. Exceto em perigo de morte, para alguém re- ceber licitemente a Confirmagdo, se requer o uso da raz30, con- veniente preparacio, estado de graca, renovagdo das promessas do Batismo (cf. CDC 889); no Brasil, idade minima 12 anos (legis- lac%o complementar do Cédigo) 3 - Padrinho: assista ao confirmando um padrinho (possivelmente o mesmo do Batismo),a quem cabe cuidar que o confirmando se com- porte como verdadeira testemunha de Cristo. As condigdes para ser padrinho de Crisma s#o as mesmas do padrinho de Batismo (ef. CDC 893-874) . WApareceram-lhes como linguas de fogo, que se “repartirara © repou- garam sobre cada um deles Poram todos chelos do Espirito - eee comecaram a falar varias linguas, conforme o “Espit 3 Santo — concedia que falassem” (At 2,3-4). -16

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