Universidade Estadual do Maranhéio
Curso de Engenharia Mecénica
Disciplina: Elementos de transmisséio de Poténcia CH. 72 CR.4.0
Autor: Prof. MSc. J. Henrique
FREIOS E EMBREAGENS APLICADOS NAS MAQUINAS 22/07/21
LINRODUCAO, Os freios e as embreagens sdo importantes elgmentos de muitas mdquinas como prensas, pontes rolantes,
guindastes, maquina téxteis, veiculo em geral, etc. A quase totalidade dos freios atuam por meio de superficies de atrito, usando
como principio de funcionamento. Existem também freios dindmicos como por exemplo um motor elétrico quando é acionado
como gerador aplicados em locomotivas e énibus elétricos. Devido & semelhanca do comportamento dindmico de suas fungées,
freios e embreagens sdo tratados de forma conjunta no presente texto, Iniciaremos com uma representagéo dindmica simplificada
de um freio ou de uma embreagem, que consta de duas partes em movimento rotativo coaxial, duas massas com inércias J1 € J2.e
duas velocidades angulares we we, uma das quais pode permanecer no estado de repouso que é 0 caso dos freios.
2, Definigées: Freios so mecanimos de atrito usados para regular e imobilizar um determinado movimento dos corpos dotado
de energia cinética da parte motora para a parte movida. No primeiro caso, é necessdrio considerar 0 equilibrio de forgas
(equag6es da estdtica) e por ultimo a energia cinética que transforma em calorifica (aumento de temperatura) devido ao trabalho
do atrito desenvolvido nos elementos frenantes. Embreagem s&o mecanismos de atrito usados para conectar drvores, acelerando
a drvore comandada e mantendo & mesma velocidade angular da arvore motriz ou sdo elementos de maquinas que permitem o
isolamento de duas érvores através de um comando externo.
3,Analisando-se o funcionamento destes orgéios, mostrado no desenho ocorre:
A forca de acionamente; Torque transmitido; A dissipagéio de energia; Aumento de temperatura.
O torque transmitido é fungéio da forga atuante, do coeficiente de atrito e da tore cata
geometria do freio ou da embreagem.
Representacéo dindmica de um freio ou de uma embreagem. G
i reO aumento da temperatura estd relacionado com a dissipagéio de calor e pode ser analisado dependendo do tipo de freio ou
embreagem, visto que, a geometria é formada apenas pelas superficies que dissipam o calor.
As embreagens de fric¢éo stio empregadas sempre que uma érvore poder girar independentemente da outra, é caso por exemplo
dos carros de passeios onde o motor deve ser isolado do sistema de transmisséo, quando da sua entrada em funcionamento ou
quando da mudanga de velocidade.
3. Conforme a natureza das superficies de atrito, sete tipos fundamentais de freios a serem estudados, como se segue:
3.1-Tambor de sapatas curtas; 3.2- Tambor de sapatas longgs + 3.3- Tambor com cinta; 3.4 - Freio Diferencial;
3.5 - Freio Prony; 3.6 - Freio Cénico; 3.7 - Freio ABS (Antilock Braking System)
O acionamento de um freio pode ser realizado mediante o aproveitamento de simples alavancas, molas, engrenagens, pistes
movido a ar ou a dleo ou também por meio de variagdo de campo magnético. Indicaremos aqui a agdo de freiar por frenagem e
@ operagéio inversa por defrenagem.
Antes de iniciar-mos os estudos sobre os freios e as embreagens de friccéo, hd necessidade de atentarmos para as seguintes
considera¢ées importantes:
- Determinar a distribuigdo de pressdo sobre as superficies de atrito;
- Localizar a relagdo entre a presstio maxima e a presso em qualquer ponto da superficie;
- Aplicar as condi¢ées de equilibrio estético para a determinagéio da forca atuante, do momento e das reagées dos mancais;
3.1-Freio com sapata curta consiste de blocos que séio comprimidos contra a superficie de um cilindro rotativo chamado tambor
de freio. Utilizam o atrito desenvolvido entre dois corpos rigidos, sendo um em movimento (tambor) e o outro permanecendo
estdtico (sapata). Nos dois ultimos desenhos da direita mostram duas formas construtivas da sapata, sendo uma conectada
rigidamente a uma alavanca (barra de comando) e a outra articulada (mével) em torno de um pivé (mancal) & alavanca.
Tombor
Sepata Agiemante
rmentado
teSe 0 ngulo de abragamento f < 60°, pode-se supor que as solicitagées transmitidos ao tambor se reduzem a duas forcas aplicadas
no ponto A que séio: forca normal e a forca de atrito. Se o dngulo de abracamento f for maior que 60° convém projetar a sapata
articulada, evitando-se assim, desgaste irregular porque a resultante das forcas atuantes deve passar por esse ponto, afim de
evitar o aparecimento de um bindrio tendente a girar a sapata concentrando tensées nas suas extremidades.
3.1.1- Cdlculo simples de sapata fixa Unica. Consideremos 0 freio da ultima figura e suponhamos que 0 eixo gira no sentido hordrio.
Haveré uma distribui¢do de pressdo aproximadamente constante e uniforme entre a lona (desgaste) da sapata e o tambor. Os
esforcos transmitidos ao tambor se reduzem a duas forcas apli¢adas no ponto médio da sapata que séo: A forca normal N na
sapata ea forca de atrito fN que é tangente ao tambor. Hé também outras componentes (H) das reagées de apoio paralelas a
forca de atrito fN, e das componentes (V) das reagées de apoio paralelas a forga normal N, além do bindrio atuante no tambor M.
A equagéio de equilibrio de momentos em relagéo ao ponto ’o’ (mancal fixo) no diagrama, para o conjunto constituido pela sapata
e pela lavanca fornece: (N+ W) a—fNe—Fo=0 entéo, F = [(N +W)a—JNc/b (eq. |) e 0 somatério de My =fFbr/(a-fc),(eq. Il) é
uma equagéio “auto-energizante” porque o momento da forca de atrito (fNc) ajuda a fora aplicada F na aplicagdo do freio.
Quando a rota¢ao do tambor é a mesma a dos ponteiros de um reldgio, a forca de atrito f{N atua no mesmo sentido da forga F, e
0 freio se comportardé parcialmente como auto-acionante. Caso F seja.nulo ou negativo na equagéo anterior tornan-se
inteiramente auto-acionante. Considerando que seja desprezivel o peso da sapata W permite escrever que: F = (Na~-fNc) /b <0,
a partir da desigualdade conclufmos que quando a relagtio (a/c < f) 0 freio é auto-acionante. O momento de frenagem (torque de
atrito) para um freio que néo seja auto-acionante é dado pela seguinte equagéo; M; = fNR, (eq. Ill) onde R é 0 raio externo do
tambor de freio e f é 0 coeficiente de atrito lona/tambor, neste caso pode-se suprimir a articulacéio fixando-se a sapata ao braco
de alavane, pois a’ forca de atrito estaré aplicada no ponto médio da sapata. A equagéio anterior tem aplicagao limitada pelo
desenvolvimento do calor gerado no contato da sapata com o tambor, porque toda a potencia motora se degreda nessa energia
durante a frenagem. Se a elevagéo de temperatura néo for controlada através de uma dissipagtio de calor eficiénte produzido,
pode ocorrer “queima’da lona de freio. Para uma melhor compreensGo na figura seguinte mostra o diagrama de corpo livre para
um sistema mecénico composto de sapata e tambor de freio. Com peso W da sapata desprezivel a equacdo (I) permite escreverpara F = (Na —fN)/b (eq, IV), elixo do tambor girando no sentido horario. Com as equagdes Fa=fN; F=N(atfc)/b e My=fNR
obtemos: F = (N/fR) [(a# fc)/b}.
et
D
>
a
sapata—
¥ lona—
ey
TE A- A
Particularidades: CORTE_A
- Caso 0 eixo girar no SAH teremos que F = (Na + fNc)/b = Na+ fc)/b (eq. V) que significa que na equagdo IV a forca 4 aplicar é
menor porque 0 momento da forca de atrito auxilia o momento da forca de frenagem F.
- Deve-se evitar que (a — fc) seja muito pequeno em Fao freio pode funcionar pelo préprio peso do bracgo de alavanca.
-Se c= 0, permite que F= Mya/fRb em qualquer sentido de rotagéo.
- Se (a~fc)<00 freio é dito autofrenante, é um caso de aplicagao rara.
+ Se a= fc vem que F = 0, entdio, o freio se comporta como auto frenante ou autobloqueio, e nenhuma forca atuante é requerida.
- Myé 0 caso em que o freio ndo seja auto - acionante.
- Relacionamos a Fa com o momento de frenagem My = Fa.d/2.
- O momento de frenagem deve ser conhecido antes de iniciar o dimensionamento do freio, no minimo em um valor aproximado,Voltando para o caso da andlise mais detalhada quando o dngulo de abragamento de contato da sapata com o tambor f > 60°
comete-se um erro aprecidvel ao levar em consideragéio as forcas normal e de atrito atuando no ponto médio da sapata. Observa-
se através da figura abaixo qiue a forca de atrito fN passa a atuar em um ponto D a uma distancia ‘h’ do centro geométrico do
tambor de freio para uma sapata articulada. Quando as sapatas séio de comprimento elevado, a construgéio mais empregada é a
articulada, O momento de frenagem neste caso seré dado pela seguinte equagtio:
M=T={Nh=fN(ARsenB/2)/(B +senR) onde h = (4RsenB/2)/B + sen 8)
Baseia-se na situagéio de considermos o desgaste uniforme na dire¢éio da forga
Normal N, 0 que significa que a presséio pn varia com 0 co-seno do Angulo @, isto é,
Po = C.cosd onde C=2N/LR(8 + sem) = constante, onde L é a largura da sapata.
O valor de ‘h’ determina a localiza¢do da articulagdo da sapata.
Duas condi¢ées necessdria atendes: (1) A resultante das forcas de atrito e da normal
passe pela articulacéio e (2) que a distribuic¢éio de press6es obedeca ao exposto
acima. Se a sapata néio estiver localizada a uma distancia ‘h’ do centro, o momento
das forgas de atrito e da forga normal em torno da articulagdo ainda pode ser nula
mas a distribuigéo de pressées néio obedece mais a lei acima enunciada. Neste caso
o desgaste no serd uniforme, e sim, poderd ocorrer um agravamento nos extremos
da sapata. A articulagéo pode estar situada em qualquer ponto ao longo da linha
de agéio da resultante das forcas de atrito e da forca normal, sem que isto afete a
distribuigtio de pressées considerada. A pressdo média serd: po = 2Csen(8/2)/B. ee
Aplicagdo I: 0 tambor de um freio de sapata tem 35,6 cm de didmetro. Admitindo-se
Um coeficiente de atrito f = 0,3 e que o torque transmitido é de 2300 kof.cm a umavelocidade de 500 rpm. Determinar:
(a)A forca normal N atuante na sapata e a forca de atrito,
(b)A forca atuante ‘F’ necessdria para acionar o freio, admitindo-se rotagéio no sentido hordrio;
(c)A forca atuante ‘F’ necessdria para acionar o freio, admitindo-se rotagdo no sentido anti-hordrio;
(d)A dimenséio ‘c’ de tal modo que o freio seja de auto ~ acionamento (manter as demais dimensées);
(e)A quantidade de calor desenvolvido;
Resposta: (a) N= 216 kof e¢ Fo=64,8kof (b) F=81,6 kof ~" (c) F=87 kof
(d)c=119cm (e) Qo= 169 kcal/min
Aplicagéio Il: Determinar a capacidade do freio representado na figura, admitindo-se um
coeficiente de atrito f = 0,3.
Resposta: M = T = 490 kof.crn
a ae tent acceat