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Antonio Flavio Soa e Tomaz Tadeu da Silva ors) CURRICULO, CULTURA E SOCIEDADE Sumario Sociologia © Teoria Cxitiea do Curfclo: uma introdugao ‘Antonio Flavio Barbosa Moreira ¢ Repensando Hdeologia © Curricalo Michael W. Apple {A Poltca do Conhscimento Oficial: faz Sentido a iia de um curiulo nacionsl? Michael W. Apple Cultura Popular ¢ Pedagogia Crtica: a vida cotidiana como base para 0 combocimento cumiolar Henry Girows e Roger Simon Fomagio do Profestor como wma Contaestera pli: a podagogia radical tomno uma forma de polica cultural Henry A. Giros ¢ Peter MeLaren 9 ns Capitulo 3 A POLITICA DO CONHECIMENTO OFICIAL: FAZ SENTIDO A IDEIA DE UM CURRICULO NACIONAL? Michael W. Apple inTRODUGO ‘A educaylo esti intimamente ligads 8 politica da cultura, O curricula munca ¢ agenas um conjunto aero {de coahecimentos, que de algum modo aparece nos texos fe ms salis de aula de ama magio, Ble & sempre parte fe ume tradigdo sleive,reslado da selegto de algun, ta vito de algum grupo acerea do que sea conbecimento Jegiiimo. E produto das tnsbes, confltos e concessdes culturis, poliicss © econémicas que organizam © desor- [Eiizam um povo. (© que conte como conhesimento, as formas como le esti organizado, quer ter auoridade para transmit © que € consderado como evidéncia apeopiada de apren- Gizagem © — no menos importante — quem pode 9 PUNRSA BIBLIOT 4 CENTRAL Perpuntar © responder a todas essas questdes, todo isso ‘st direumenterelacionade & maneira como’ dominio © subordinagd so reproduzdos ealterados nests sociedad" Sempre existe, pois, uma pttca do conhccimento oficial uma politica que exprime 0 confit em tomo dagulo ‘que alguns véem simplesmente como descrigdes neutas do mundo ¢ outros, como concepeses de lite cue pik vilegiam deteminados grupos e marginilizam outros. Flando genericamente sobre © modo como a cultura ‘os hibits e 0 “gostos” da elite Funcionam, Pere Bourdieu expressa 0 sepuinte: ‘A negago da alegria simples osc, vulgar, venal servil — em uma palava, ndaral —- que constitu © sagrado ambiente da cua, implica a afirmagéo «4a superioride dos que consegtiem sotisfazer se com aqueles prazeres sublimados, refinades, desin- teressados, gratuits e dstintos que sio ctemamente vetados aos profanos. £ por iso que a arte © 0 ‘consumo cultural sfo predisposos, conscieme e de Tiveadamente ow mio, a deserpenie 2 tung social de leitimar as difeengas socais? Bourdiew prossegue dizendo que esses formas cul ‘uras, “através das condigbes econtimicas © socials que Pressupoem, . esto intimamente igadas aos sisems Aisposgtes (habitus) carsteisticos de diferentes classes © segmentes socias* Assim, forms © contesdo culturais funcionam como indicadores de classe. A concessio de legimidade exclusiva tal sistema oe cultura através de sua incorporagio a0 curiulo ceaalzado oficial ea oF su vez, umT sites em que oF indicadores de sto" Se tam indieadoves de pessoas. A exeola torn ‘um escola de classes soci “ | ‘A traigao de estudas acadtmicos ¢ ativismo pela qual me forme bascou-se exstamente nesses inrighte ix complexas relagBes ene capital econdmico ¢.capital cultural, © papel da escola nas agoes. de reproduzit ¢ dosafiar a enormidade de reaps desiguais de poder (que transcendem muito as classe socials, abviamente) € 38 maneira como 0 conteddo e a oxgaizagio do curoul, 2 podagogia e a avaliagdo do aprendizado funcionam em tad iss. E precisamente nos tempos de hoje que esis questoes devem set levadas mais 2 séio, Estumos vivento una {epoca — que podemos denominarrestauragdo conserva ‘dora — de gravisimes conflits em trno da politics do conhecimento oficial. Acrodito mesmo que essa em jogo 8 propria dein de educagdo publica e a propria ieia de tum currculo que responda is cultuas © histérias de amplos e erescentes segmentos da poputagto americana Mesmo com uma administacio democcitica “mederoda” agora no poder em Washington, mites dos seus. com: Promissos expressam as tendéncias sobre as quais disor rere aan, Nu realidade, ¢ exatamente em ung tual existéacia de um governo federal relativaiente mais 'moderado” que preisamos pensar com extrem cuidedo sobre 0 que pode aconteer no futuro, 8 medida que ele for impelido. — por razses politias — a ramos. cada vex mais conservadores, Gostria de fundamentar esses arguments azevés de uma andlise das propostas para um curiculo © um sistema de avaligio\nacionis. Mas, pura entendé Ios, precikamos pensar relcionaimente, peecisimos vinci e868 proposas ao programa maior da restauragio con servadora. Meu argument € que, por tis das jstiiatvas ‘edescionsis para um euriclo em sistema de avaling0 acioais, est ums. perigessima nvestda. kdeoliglen ot ‘Seus efeitos serio verddeiramente periciosos Aqueles que Ja tém quase tudo a perder nesta sociedade. Apre Sentarei primeiramente algumas adverténcias decorrentes de mink interpreta dos fatos. Fi sepuida, analsaei © projelo geval da pauta diretsta, Em teceiro lugar, demonstraret as ligaghes entre curticulos nacionaise si temas de avaliagio nacionis, do um lado, ¢ 2 crescente Enfase em privaizagio © planok de “opsies", Je out. Por slim, gotaria de ciseutir on padebes de beneticios Aliferenciados que provavelmenteresultario disso tuo. ‘A QUESTKO DO CURRICULO NACIONAL Como deveriam aqueles do nds que se consideram parte da longa tadgs0 progresita na edueseto posiio- arse com refeéncia a clamor por um eurteuio nacional? 14 de inisio, quer deixar algo claro. Nio me oponbo, ‘em principio, « um cuiculo aacional. Tampouco me ‘pono, em principio, a dela ou & alividade de avalig3o. Em ver disso, desejo apresentar uma séie de argumentos mais conjunturas, bascados na tse de que, neste memento Tide 0 equilftio da forgas sacais’ — hi perigos ‘muito reais dos quis prcisamos esta bastante constienes. [Nesta dicussio, procure estringi-me 205 aspectes ne tativos, Minba tarefa € simples levantar uma quantidade fuficiente de quostes graves para faze-nos parte pensar sobre as implicaes de seyuir nese sumo, eI tempos de tuafalismo coaservador io scmos a sinica nagdo em que uma coalizio predominantemente de Dirt veo inclu tis prepstas ‘ut pata educacional. Na Inglaterra, ja est praticamente institu, em estEncc, um curiculo nacional, itroduzido ainda no’ governo Thatcher. Ele consiste de “matéias a is" tals como Matemitica, Ciencias, Tecnologia, Histéria, Arte, Musica, Educagao Fisica uma lingua estengeira modema, Grupos de trabalho for ‘made para detrminar as metie-padeto, 0§ “objetivon = serem aleangados”ereypectves cates jf apresentaran suas conclusdes. Paralelamemte, him sistema nacional de exames ow testes de aproveitamento — que no. 6 ‘fo clspentiosos, mas que tam eonsameny un tempo considervel para serem aplicades nas sila. de aula — ara todos f alunos. de escolas pabicas com idades de TAL, 14 © 16 anos? Supe, em muitas esferas de nossa sociedade, que precisamos seguir os pisos dessis nagées como a Gei-Bretana e, especialmente, 0 Japio — caso canta, Fiearemos para ts. Contude,& fundamental percebermos |e fii temos um curricula nacional, com a tierenga Ge |que 0 nosso & determinado pela complica inerrlagan entre as politica de aogio Ue livros eitieos do Estado © 0 mercado editorial que publica eses livros! Assim, temes de perguntr © ue € melhor: un curiclo nacional que sem divida estaré vincolado a um sistema de ‘bjeivos nacioais ¢ isttumentos de wvaliaio nacional mente extandardizades (muito provavelmente testes padre nizadas, em funge do tempo e dos custos envovidos) — ou umm cutrculo nacional igualmente bem difundis, rim um pouco mais selado, estabeleido pela adoclo ike livros luldicos na rede publics, em Fsaos como Caliérmia © 0 Texas, com umn conte de 20% 30% ‘do mercado de livros escoares Existindo ot lo tal ‘urricnlo nacional dsfrgado, i, enetanto, dm sentimento creseenle de que um conjunto pdronizado de disties «© metas curricularesnacinais €Indspensvel para “eleva © nivel” ze com que as escois seam sesponssbilicadas elo sucesso ou fracasso de seus anos, 6 certo que hi pestons de diversas eorrentcs es cacionais ¢ polieas defendendo niveis mais elevados, ‘urieulos mas rgoreses em Ambit nacional e um sistema tnifendo de avaliago, Ainda assim, precsamos sempre fazce wma perpunts que grapo lide tas esfrgos "Te- formistas"? Est pergunta leva nacursente 2 outa, de maior amplitude: tendo em conta a esposta 8 primeira pergunta, quem gaahars e quem perderd em eonseqt ‘de tudo isso? Sistenlarei gue, ifelizmente, quem esti festabelecendo de foto a pauta politica na educagi0 sto grupos de Direita e que, emgeral, 0 mesmo paleo de tenetcios que tem caracterizado quase todas as areas da politica social — através dos quais os 20% mais ricos ‘is populagio ficam com 80% dos heneficios!’ — seré repradizido também nests ea. Evidentemeate, precisamos ter euidado com a falda da genes, ou seja,& pressparigfo de que, pelo fato de fama politica ov pritica ser orunda de uma posigio repulsive, ela seréfundamentalmomte determinada, em todos os seu aspector, pela origem nessa tadigo. Vejese 1 exemplo de Thornike. O flo de suas crengas soe Serem no rare repugnantes — com sua participagio no movimento popular pela cugenia © suas nogies de hie~ ramguia de rig, S880 © classe social — no desmerece rnecessriamente todas 1% contbuigbes de sa pesquisa Sobre a aprendizagem. Embora cu ado apéie de fora alguma ess paradigma de pesgulsa — e sus implicagees epstemolégias ¢ soni continuam & exigir uma erica Altre’ — ele requer urn tipo de argumentsco diferente Adaguele baseado na origem. (De fio, pode-se encontrar alguns edacadores progresssts que recoreram a Tho ike a fim Ge fundamentaralgumnas de suas afirmagées Se © que necessitva ter moxiicado em nosso curteulo 2 nossa pedagogia) os CObviamente, no slo apenas aquees: Wdentifieados ‘com 0 projeto dirtista que defendem um euriculo ns onal. Outos, que historicamente se identifiearam com Yuma pauta mais iberal, também tentaram jusifesto." Smith, Day & Cohen prope uma visio positiva, simda que’ cautlosa, para um cariulo.raciral. Um curialo nacional envelveria a efiapio d= novos exams, tarefa essa tenica, conceitual © poiieamente afi, Reguereria 0 ensino Jo um contelo mais eigoroso e, portant, demindara © engajaento dos professores em lum trabalho mais enigcnte © mais ostinulant. Nosses profesores aminisadores de ensino, portant, sriam ‘Obrigados a “aprofundar sous conhosimentos das mats fseadémicas © mudar suas concepgées sobre ©. propio tconhecimento”. Os atos de ensnar © aprender teria de Ser vist como “mais ativas e inventvos”, Professores, fadinistadores & alunos teria de “tormarse mais ae ios, coaperativos © partiipativos™! [Nas palaveas de Smith, O'Day & Coben: A conversio para um cariculo nacional s6 teria sucesso se 0 tabalho de mudanga fsse concebido fe -empreendide como wma grindlosa aventura de Sptendizado cooperative, O ‘empreendimento. seria um retumbantefrreasso so Tose. concebido © org nizado primordialmente somo um proesso tno de desenvolvimento de novos exames e materials © sua posterioe "dsserinagio” ow implememagio. Prosseguem eles Um cuniulo nacional, para ter valida © etic requereria tama ria de um tecid aticulador sociale inclectal inteiramente nove. Por exerplo, ( conteido ea padagoga da formago do professor s tian de ser inant vinelads so comedso £4 pedagonta do culo as excl. O cots € a pslapogia dx eximes tir de er amen ‘inca acs comteides © peal tat do Curio as escuaesomo a fomagio de fer sores, Eves vincilosattalnent alo exten” Os autores concern gue um sister asim cevia- lead, em qe se exaeless tl eoudenain “se fi, vipido nem tats expeialmente Se se quser reservar a diveriade a iniatva “Se or amen Conimuaen a dsejor uma fora eduionl bao ‘eri_um eo instr um corel aconal™* Concord ncramene com esta dima pio, No enanto, o que eles go chezam propramente a recontcer € que muito daquil gue teem jest icon 'esendo na prépriaarticulagdo que propiem como neces siria E, futo ainda mais grave, & aquilo a que ek nao cstlo dirjgindo suficenteatengio — ss liggdes ene om curriculo © urn sistema de avaliagio scion € a paula ‘maior da Direta — que consti um perign aida maton neste panto que desejo me concentra ENTRE © NEOCONSERVADORISMO EO NEOLIBERALISMO © conserradorismo sugere, por seu proprio nome, tum tipo de inerpreagso de sua proposta, Ele conserva Outras imerpretgses slo possiveis, naturalmente- Per sia dizer, dewinando ‘um povco 0 sentido, que 0 cconservadorismo seredita que nia devia ser feta pela Primera vez." Enetanto, em muitos sepectas, isso. ¢ asio na ata stag, Pois, com a Dieta em ascend0 fem muitos paises, estamos testeramndo “um projele 6 muito mais aivsta. A politica comservadora € hoje em Targa medida uma politica de mudanga — embora nem sempee, mas fica claro que a idiia do “do foga nada pela primeira vez" m0 € a explicagio adequads para 0 ve esti ecomendo na educagdo ou em outos setores.* ( conservasorism de fato tem diferentes signiticados cm diferentes Epocas e lugares. Algumas vezes, envolve fayier defensivas; ous vezes, envolve ofensivas conta (© ams quo” Atualmente, estamos tostemunhndo. ax das coin, Fm fungio disso, € imporante que eu apresente 0 contento social mis amplo em que a atu politica do ‘conhecimento ofilal esd operando, Houve uma rupra 40 acordo que vinha orentando bos pare da politica ‘educaional dsdo aT Guetra Mundial. Poderosos grupos ‘eniro do govero, da ecoramia ¢ des movimentos seis populista-autrtris™ conseguiram redefinir — no rao com gran relracewso — os tenos do debate nas feos ot edeagio, da previdéncin social e outs teas do bem comum. © propésio da edocaglo ests se rmudado. Jd se foi 0 empo em que a educasio era vita oma parte de uma aliaga social que reunia mis “nimorias” meres profesores,aivstas comunitirio, lepisladores progress, ancionios de govern e 8, que agiam em conjunto ‘para propor polticassociais- de creas (ainda que limitadas) para as escolas (por exemplo, ampliagio das epomunidaes educacionas, es forgos liitados de equlizacio de resultados, deservl vimenn de programas especiais em educaiv binge © ‘multicultural, e assim por diane). Uma nova alianga foi constuida, © vem tendo sma influgncia “nas poltcas ‘ucacionsis ¢ socais aumentada, Esse blooo de poder associa 0 mundo dos negscios, a Nova Direta os in ‘electuais neoconservadoes. Sous interesses concent se co ‘muito pouco na melhoria das oporunidades de vida das roulhcres, das pessoas de cor ou classe tabalhadorn Em veo isso, esti empenado em prover as condigtes cedocacionas tidas come necesiias para no a6 aumentar 4 compettividade internacional, © lucto e a diseplina, mas também para resgatar um pastado romantizado. de Jar, familia e escola “ideals” © poder dessa alanga pode ser constauado em wa Série de poltcas propostaselucaionais: 1) programas se “opg0es", como, por exemple, planos de vale-eicayio « exéitosiscals para tornar as ‘esolas paresidas com a ideaizadssima economia de live merci, 2) © movi- ‘mento generalizado, erm Ambito nacional estado, para “clevaro nivel” e para regulamenta, tant para peoessores quan pra lunes, “eompeténcias”, mets ¢ Contes ccuricnlares bisicos. sobrtido agora, sravés da imple -mentss0 dos sistemas de avalagdo estadois nacional 3) s sagues, cada vez mals eficazes, ap curcslo escola Por suas “tendéacias” antiforulia ¢ anilvre empresa, se humanism secular, su falta de paiotisio e seu suposto deseaso em relaplo 20 conhecimento 20s valores da “tradio ocidental” & 20 "verdudelro conhecimento”s € 4) crescente press para que as necesididkesovervals fempresis © nas indistias panom a ser as metas Primordiis da escola.” Em esséacia, nova alianga a favor da restauragio conservadora inseiu a educig3o em umn conju, mas ample de compromissos ideolsgicos. Os seus ebjetivos para educagao io os memos que orienam at stas ‘metas para a economia e © hemestar social. Ente cles cestio a expansio do “live meteado"; a dristica redo da responsabilidade governmental em relagdo is neces Sidades socais; 0 refgo de esturts de mobilidade liamente compettivas; 0 rebaixamento day eapectatives 6s do povo quanto 3 seguranca econtmica; € a popularizacio {do que claramente se mostra como uma forma de pen samento social darwiista. Conforme jf argumentei longamente em outra pu ‘bleagSo, a Direkt poles dos Estados Unidos tem tido muito sucesso na mobilizagio de marifetagSes contrérias to sistema educacional e a seus empregalos,freqnte~ mente exportando 2 rise da economia para as escolas. ‘Assim, uma de suas principis conguists foi tansfer, pare a escola e outros érplos pblices, a culpa pelo Aesemprego e suherprego, pla peda de compettvidade condi pela suposta ruptura dos valet © padebes “radiionals” da fanfia, da edcagao © do locals de trabalho remunerado e ado-emunerado, culpa essi que abe a politics econdnicas, cultura esocas dos grupos ‘dominantes ¢ a8 sis conseqlncias. O "publico” agora tomouse o cent de tudo © que € suim: 0 “privado”, 1 contro de tudo 0 que é bom.” Fundamenalment, enti, quato tendéncias tém cae centalizagio, vocacioalizagho e diferencagto™ Ess tendénets Sto, ta verdade, em grande pat, 0s resultados de diferengas dentro das alas mais poderosas dessa aang = ‘S neolieralisma © 0 neaconservadorismo. © neoliberlismo defende um Estado fraco. Uma sociedade que deixt 4 “mo Invsivel” do livre mercado iar foros 0 aspects de suas interagdes sociis € vist fnio 86 como eficiente, mas também come democrtca, Pr outa Indo, 0 noaconsevadorismo oriera-se pla visio Geum Estado forte em sertas dreas, sobretude 80. que Se refer & politica das rlagdes de corp, abner © 1354, 2 padres, valores conduas € 90 tipo de conhecimento ‘que deve ser trnsmtd & fuuras geragoes.” Essas dus 6 osigdes no se acomedam bem juntas, dest da coaliao conservdor, Notas, portanto, ue o movimento diritista & con teaditiio. Nao exist algo paradoxal em juntar todos sentimentas de perda e nostalgia com a imprevisiiidade Jo mercado, “em subsinir a pera por ama trreme, um Muxo absolut” A contadigio entre elementos neoconservadores & eoiberais da coalizio diretsta€ “resold” através de ‘uma poltea que Roger Dale chanow de nodemisag io conservadora:” Tal politica wats de “tiberta” os individuos para propéitos econdmicos © simutareamente contolilos para propésios so ais de fato, i medida que a “Hiberdade” econdmica aumenta as desigualdades, € provivel que aumen ‘também a necessidade do controle social Um "Estado Pequeno © forte” fimita © Ambit ‘de suas pripran aividades tramsferindo pura © mercado, que ele de fend legtima, o miximo possivel de responsi Tidades sobre o henestar social fe outta res}. Na feducagao, a nova erenea na competgio © na escola no ¢ interamente difundida: em ver disso, “o que 5 pretende 6 um sistema dup, polarized entre escola pars © mercado e escols minimas” (Dale 1989). Ou scj, havers umn setor selaivamente menos regu Tamentado e cad ver mais pivaizado para os Tilhos des Drvilegiado. Para o resto — © 0 statis econdinico € 2 composi racial das pessous que frequent. a6 tis eseolas minimas em noma dreas ubana, pr exemple, sio toismenteprevsteis — as escolas sero eidamente ontroladss e patrulhadss, continvario a receber poucas 0 verbas © permanecerio sem vinculagio com empreges de emuneragan decente Um dos mis perversos efeitos da combinagdo de mercado (morcacmion ¢ Estado Torte €"aexehisio ths politicas eucacionsis do debate piblice”. Ow seis ‘vescolha 6 doixada a cargo de pais ov mies e “o reso fica pur conta das conseqiénciss no premesliadas". Nese proceso, appa ila da educa como pate incegrame ‘de uma esfera polite publica, em que sus melas e fins ‘eum pubicamente debaidos, acaba ariando.® 4 uma enorme diferenga ene © esfrgn demnrtico do ampliar os dios do povo as poliias e pritcas da escolafizapto e a éafiase neoliberal em toro da mea Uhzagdo eda pivazapio. O primeico visa @ wimpliar a politica, “restauar 4 pritcy demeratica elando Tormas ‘de ample a disoussdo pubic, 0 debate ea negocio Es itingecamente baseado em via visto de democracia como pritica educativa. A segunda, por sua vez, busca Conte a poiiea. O que ela ger & redvar toda pola 2 economia, a uma étia de “escoha" € de “consumo.” (0 mundi tomma-se, em essen, um imenso supermeread, Ampliae 0 setorprivado de ta forma que 9 compr vender — em resumo, 2 compeigta — se tome a ca ‘ominane da sociedade envolve um conjunto de propo Sgdes inimamence relacionadas, Presspde que ml i ivids estejam metivados a trabalhar mais arduamente sob essa condi, final, "jf stbemos” que os servidares piblicos sio ieficienes < indolentes, #0 passo ve 3S fempresis prvi si efiienes e vigoross. Pressupde (Que a crislividade sein movida a Interesses pessois © a ‘Compevidade. Criamse entio mais conhecimentos & fazem-se mais experimentagBes para alterr a situaio atl, Desse processo reslla menos desperdico. Ofer {© procure, permarccer ein wn espécic. de cqilitio Assim, 6 crada uma méquina mais ficient, que mina ‘ustos administativos e, em this anise, distribu re cursos de forma mais amp" Claro que a intengio nio é simplesmenteprivieglar guns poacos. Enetamo,equivale& dizer que todos os indvidios, sm exoegio, tm 0 dreito de eealar © Monte Eiger ou ‘o Monte Everest, desde que, evidentemente jam imos alpinistas © dsponham’ dos recursos inst tucionas« financeiros para fa fo." Assim, em uma sociedade conservadera, © scesso 408 recursos privades de uma sociedade( lembremo-nos, a tenttiva € tornar quase todos os recursos da sociedad privads) depende em larga medida da capacidade de ‘Pagumento de cada um. E isso, por sua ver depende de 4 pessoa pertencer a uma claste empresariel ow a toad classe com poder aquistve. Por outro lado, o¢ recursos pblicos da sociedade (segmento rapidamente declinantc) Adependem da necessidce” Em um sociedad conserva era os primers deve se maximiads, «cs segucs que se refere a bos parce de sous arguments e politica. so ficou simplesmente baseado em uma determinada 30 da-natureza humana — a visio de que cla € cessencalmente movida a interestes proprios, Foi muito além: comegou 2 degrodar essa natrera aman, forgat {ods as pessoas a segurem o que no inicio parcia ‘apenas uma posivel verdade.Infeizmente, fteve bastante sucesso, Tavez ofuseades por sua propria visio absolute © reducionista do que significa ser humana, muitos de nossos “ders” politicos parecem incapazes de reconhecet que fizeram. Pariram agressivamente para avilar 0 Carter de um povo,§ 40 mesmo temp atacando os pobres 05 marginalizados por sua euposta falta de valores ¢ be carter ‘Mas aqui j6 comego 8 fazer digresses, mio conse indo disfagar minha riva, Espero que me perdoem, mas, s© mio pudermos nos permitr fear enrivesidos ‘quando se tata das vidas de nossas crags, que OU motivo sera jstificivel? CURRICULO, AVALIAGAO E CULTURA coMUM ‘Conforme nos aponta Whitt, 0 que & impressonante as pois da cealzao dieiista € & sua capacdade de juntar a Eafase nos conhocimentos, valores, autoridade & ppuroes taciconais e na Mentdade nacional defendida pelos neaconservadores com a éafase a extensio. dos Prinepios derivados do mereado a todas as reas de nossa Sociedade, defendida pelos neliberais® F assim que um ‘curiculo nacional — aldo a igresos padres nacioais ‘ea um sistema de avaliagdoorientado para o desempenbo SA se toma copaz de, a um 6 tempo, objeivar uma “moderizaga” curricular © uma eficiente“padugso™ de melhor “capital humana” «de ropretenar um” anscio| hosdlgico por um passado romantizado.™ Quando asso- ‘la a um programa de polticas vltadas para © mercado, fais como os planes de vale-educagto © de “pgs”, esse ‘intema nacional de padres, avaliages © curfvlos — finda que itrinsccamenteinconsistente — € uma cone lingo deal dena dt coaliao dieitia, ‘Mar, ainda se poderia peegunar: wm curricula ma- ional, aliado a umn svtera unifieado de avaliagdo de aproveitument, nfo conradiia a pitica a concemitante {tase na privatiagao en exch da escola? Serd mesmo B Possivel colocar ambos em pritca simultaneamente? Pois afrmo aqui que essa patente contradic lalven no sea asim th substancial quanto se poderia esperar, Um des ‘objetives de longo prazo de poverasas fore dentro da soalizio conserradora nfo € necesaramente anf Poder do Smbito local para o cer, embors, pata alguns eoconservidores que defeadem um Estado fate guano Se tata de moralidad, valores © normas, io pons de fato se aplicat, Ao contisio, tis Forgas. preferinam des

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