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iy Mee Dene es Bre dain ese Hin ee, (ae Laer Lato Com apa eee Rove ‘CONSUMIDORES € CIDADKOS confit mulicutraie be globolizoede eh © by Na Gite Ca FeCl ds pe ie de ‘heme Te SBUUR us de een Ne Ge Cen ni: ER 1 ne mg Gye Dab ere Jose ow be Pope Caine ae nee pa Tm VALQUIRIA PADILHA sumario contumidores do sbculo XX, © prio o alk: uma eposigo ese desigura 4 ulna cabie!? 19 0 novo cena soloalural 27 Bo pov & secede hil 31 (A veioen ds polis 34 ‘IDADES em CLORAUEACKO ce contumo serve pore pensar 51 Ramo na woriamubiicipinar $2 1 wma racionlidede posmeserna? 57 de comsunidoes 61 México © globolizagao cubural uma cidade que se desintegra. 71 Secon ver entopdogor 72 Ineoertacas de Babel 74 taco Loe loaliado 85 Cidade sem mapa 88 Detever ou priconalinas? 90 ) polices cultura utbanos no América Latina 101 inolgso der monidntiedes 102 Desagregsro dor cares iaiionais, nove coneretelarncas 109 Polticr pare a cdadoia 113 rarrar © multicuturalisme 119 Contrviome ves fidamentliong 120 0 fanese ¢ «marae do consumo 124 1A cidade coma videoclips 129 22 idanfidodes come 199 / eperteste elit ma enrojoapa des ages anette 14 CO retion 0 sobat 146 ‘Na mii: idemidade como covprodagto 148 América Uatina @ Evropa come subsrbios de Hollwwood 155 srangiaseconimeas eas em confi 185 Do cinema ao epg muita 163 0 nacionalino ou ee? 165 do pablo ao privado: @ “omarconinas” dor expectedores 175 A iin detro damidso 177 Do nacional ao trenenaconal 179 ov espectodresmalindia 185 Diverse dos gone cdodnia 188 ‘travte do mercado 201 Indigeas na slbaarto 203 Deserconre entre polieas A integrates em tempo © DESCONERKO. rnepociacto da idemtdade naz ‘loties popularest 223 Pundameialias ¢ ecéteos 724 tpn o melodrama: opérevlupbo 228 Do melodrama ao videogame: «pécpoltica 240 como se expressa hole (Gaociedade chil 247 Inugrarte on esconesiarse 252 edeinigto internacional de pibleo 26 ‘A dada nat comunidades de cononideres 261 Para Sandra INTRODUGAO, contumidores do século XXI, cidadaos do Xvill Es ‘ens entender como as mnésngas ‘a mancira de consumiraleraram as possibildades €-a8 formas de exercer a cidadania, Estas sempre ‘tiveram associadas & eapacidade de apropiagfo de bens de consumo © A mancira de usflos, mas supu- nhi-se que essas diferengas eram compensadas pela fgualdade em direitos abstatos que se concretizava 0 volar, a0 sents representado por um partido po- Iiico ou um sindicato, Junto com a degradapto da poles e « descrenga em suas instwigdes, outros modos de participagfo se fortalecem. Homens e mu- eres percebem que multas das pergunas préprias dos eidadios — a que lugar perteago e que direitos {sso me df, como posso me informar, quem representa ‘meus intereses — reeebem su resposta mais através 4o consumo privad de ben ¢ dos meios de comune fo de mass do que nas regrasabsiaas da democra- ciao pela participa coletiva em espagos pblicos. ‘Num tempo em que at campanhaseletoris se ‘mudams dos comicios para a televsto, das polémicas outringriae para o confronto de imagens e da per 14 suasto ideol6pica para as pesqusas de marketing, 4 coerente noe sentimat convocados como const Imidore ainda quando se nos interpela como cidadtos ‘Se a burocratizagio ténica das decisdes © 0 unifor- ‘midade internacional imposta pelos neolbersis na economia reduzem 0 que esté sujelto a debate na forientaglo das sociedades, pareceria que estas sto planejadas dese instincas globus inleangveis e que ica coisa acesivelsfo os bens ¢ as mensagens que chegam a nossa prépria casa e que wsamos “como achamos melhor" © préprio « 0 olheio: uma epesicdo que se desfigura Pode-se perceber 0 carter radical destas mu- anges examinando 2 mancita como o significado de certs expresses do Senso comum fo vriando até nfo terem mals nenhum sentido, Em meados deste século, era freqienteem alguns pases latino-americanos que ‘uma diseussto entre pase flhos sobre o que 2 fami podia comprar ou sobre a competigdo com os viziahos terminasse com a segunte maxima patern: “Ninguém ‘est stisfeito com o que tem". Essa conelusso mi festava muita ideis a um 6 tempo: a stnfago pelo ‘que tinham congustado aqueles que passaram do ‘campo para as cidades, pelos avangos da industia- agdo © a chegada d cxistncia cotidana de novos itens de confrto (uz eltia, telefone, rio talver 0 carro), tudo aquilo que os fazia se semiem habitantes prvilegiados da modernidade, Quem pronunc frase estava respondendo 20s filhos que chegavam 8 ‘educaglo de nivel médio ov superior e desafiavam os pais com novas demandas. Respondiam a proliferagSo de aparelhos eletrodomésticos, aos novos ignor de prestigio, Bs inovagbes da arte ¢ da sensibilidade, ventures das idéias ¢ dos afetos aos quae custava- Ihes incorporarse. ‘As lotas de gerages a respeito do necessirio © do desevel mosiram outro modo de estabelecer a Identidades e construir a nota dferenga, Vamos nos afastando da época em que as idetidades se defiiam or esiéncias a-hisiries: tualmente configuram-se fo consumo, dependem daguilo que se poss, 08 d= quilo que se pode chegar a possuit. As transformagbes consianes nas teeologias de producto, no desenho 4e objetos, na comanicagso mais extensva ou intensi- va entre sociedades — e do que ito gera na ampliagio de desejos expecttivas — tornam instivels as iden- tidades Fixadas em repertrios de bens excusivos de uma comunidade étnica ou nacional. Essa versio po- ca de estar contente com o que s6 tem, que foi 0 rnacionalismo dos anos sessentae setts, ¢ vista hoje como 0 thimo esforgo das elites desenvolvimentistas, das classes médias ede alguns movimentos populares para conter dentro das vacilantes fronteiras nacionais a explosto globaizada da idemtidades e dos bens de ‘consumo que as diferenciavam. Finalmente, a fase perdeu sentido. Como vamos ‘estar felizes com o proprio se sequer sabemos o que Nos séeulos XIX ¢ XX a formagio de mages ‘modemas permitie trnscender as visSesaldeanas de 15 16 camponcsesc indgenas, © 20 mesmo tempo evitou que nos dissolvéssemos na vastadispersfo do mundo, AS

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