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Jnjungdes da pesquisa, fugindo a0 meu estrito controle. Umartige sai do ambito estritamente literirio e sborda a obra da artista plistica Rosingela Renn, que, ‘com textos de Alicia Duarte Penna, fe Espelto didi. Considero que o livzo é fruto de uma pesquisa compartilhada com cole 2885, alanos ¢ orientandos da Universidade Federal Fluminense, com amigos de outras insttuigdes, participantes de redes de pesquisa importantes para 0 desenvolvimento de meu trabalho, em especial os do Grupo de Trabalho “Rela- 60s Literirias Amerieanas”, no imbito da Associagio Nacional de Pesquisa © Pés-Graduagio em Letras ¢ Linguistica e 0s parceiros da Associagio Brasileira de Estudos Canadenses. Queso manifestar meus agradecimentos a0 CNPa, que me concede uma bolsa de produtividade em pesquisa desde 1993 e & Faperj, que subvencionow 1 publicasio do tivo através de seu programa APQ3. Formas e variag6es autobiograficas. A autoficcao Ac esrita biogificaseaotobingrticasconheceram umm crescimento ex: ponencil desde os anos 1980 (Dion et ls 2010}, quando comegaram a surgit de aurobiografa e ficgio sofreu grandes transformacées, com a proliferacio. de relatos e romances nos quais as fronteiras entre elas parerem se desvenecer es de escrtas desi, A maneira de construr ¢ encarar as categories ‘0 surgimento do terme “autofiegio" conuibuiu para embaralhar sinda mais a questio, a junta, de maneira paradoxal, numa mesma palavra, duns formas de escrita que, em principio, deveriam se opos. © romance, género impuro, que desde seu surgimento parasitou os outros ineros, pode se stlisar de todos os procedimentos, como afirma Marthe Robert (1972, 15): desergio, a narsagio, o drama, oensaio,o comentitio, 0 smonélogo, odiscurso; ele pode se apresentar come fibula, histri, apslogo, io, erica, conto, epopeia; ele nfo softe nenhuma proibicio e neahuma presctgfo; em geral em pros, cle pode, eventualmente,recorret também & poesia, Quanto ao mundo real, o romance pode pinti-lo de maneia fel, como pode deformi:lo, falseando as proporgdes e as cores ‘A minha hipétese é que o romance hoje se transforma ao utilizar proce dimentos das chanmadasescrtas de si. Em romances recentes, de jovens escri- totes (fobrenido), mesmo quando se trata de purasfiegbes, alguns elementos Diogeificos presentes no paratexto (quarta capa, orelta)¢/ou no proprio texto, indicia uma escrta de cunho autobiogrifico ou uma sutoficgio. E 0 caso, por sexemplo, de Procrado romans, de Jin Paks (oascido em 1981, em Sao Paulo, Cones gu se nt mi rent. filho de argentinos exilados no Brasil ~informago que coasta na orelha),em que & tematizada a viagem de Sebastiin 2 Buenos Aires, cidade que seus pais foram obrigados a deixar. Ble se hospeda sozinho no apartamento da familia, onde teria morado dois anos, na infincia, sendo chamado de “brasileiro” na escola. Apesa: de nfo expor a intimidade do escritor, de nfo ser propriamente “um romance autobiogrifico nem realmente uma autoficgio, os biografemas cestio li para induzir o letor a ler 0 romance como uma esccita mais ou menos autobiogrifics. O texto do critico Alcides Villaga na orelha contribui para isso 0 assimilar 0 nome de Sebastiin ao de Julién, o autor. Como se trata de um ‘romance meteficcional, em que se problematiza a propria (im)possibilidade de ‘escrever um mance, a impressio é reforcada, jé que 0 prdpprio escritor esté sna berlinda. Hsta é,aliés, uma outra caracterstica do romance contemporineo: a autorreflexiidade, a presenca do escritor em sua mesa, suas crises e suas dificuldades 1 trabalho de criagio. Prolegomenos: Barthes e Foucault, a morte do autor Durante o auge do movimento estruturalista havia a percepeio de que no interessava & critica a vida do autor, que existsia fora do texto, Jé a questio da eserita autobiogrifica, sob 0 enfoque da “morte do autor”, seria uma aporia, (Os dois artigos emblemiticos dessa postura, “A morte do autor”, de Roland Barthes, de 1968, ¢ “O que é um autor?”, de Michel Foucault, de 1969, estio ‘em sintonia com uma produgio critica que se enlaca coma psicanlise lacaniana com # filosofia de Jacques Derrida, que desconstruia a metafisica ocidental Sem querer me alongar demais em todas as samificages ai implicadas, gostaria de propor uma leitura sucinta dos dois artigos mencionedos, refazendo em seguida sobretudo o percusso trlhado por Barthes, antes de comegar a tratar propriamente das modalidades de autobiografa Bacthes se conteapés & critica que enfatiza © peso da biografia para a compreensio da obra do escritor, visio critica predominante na Franca tna primeira metade do século XX. Na verdade, trata-se de um movimento pendular que jé vinha desde 0 século XIX: entre os que defendiam 0 uso da biografia estava Sainte-Beuve, entze 0s que o criticavam, destacavam-se ‘Mallarmé, cujo projeto estético privilegiava a busca da linguagem adequada, perfeita, para atingir a Beleza, ¢ Proust, como se pode ver no seu livro Contre Sainte Besse. proprio Proust, que crticava 0 uso da biografia como chave de leitara paralera obra, scabou sendo objeto desse tipo de escrutinio para tentar desven- dare revelar as pessoas que estariam por tris das personagens de seu romance parcialmente autobiogrifico Em busca do tempo perdido. Mais ironico ainda é ver aque Proust, 20 analisar a obra de Balzac num dos artigos de Contre Sainte-Benwe, usa o método que critica ao se referir a uma carta de Balzac para sua irmi, na qual fala de seu proximo casamento com Madame Hanska, para explicartragos do personagem Rastignac, como apontou Georges May: Sem divida, Proust no dedu dai que a vida seja a chave da obra. A 1elagio entre o auto e sua personalidade existe no pensamento de Proust, mas ele preconiza partir de preferéncia da obra, na medida em que ela cexptime a vida real do escritor, seu eu verdadeito, o eu que aparece na seria (apud Dosse: 2008, 89). Proust, em sua argumentacio contra o método de Sainte-Beuve, indica que 0 ert0 do critco tinha sido o de buscar descobrir o autor através do estudo. do homem, com a ajuda de depoimentos daqueles que o haviam frequentado, Sainte-Beuve teria avaliaclo mal os escritores, mesmo os seus contemporineos, ‘que conhecen bem (como Baudelaire), tendendo a preferiros mediocres, os que agradavam o piiblico de sua época. Ora, para Proust, hi uma distincia entre 0 hhomem € 0 esetitor, é que sum livro 0 produto de um outro diferente daquele que manifestamos «em nossos habitos, na sociedade, em nossos vicios. Esse eu, se quisermos renter compreendé-lo, é no fundo de nds mesmos, tentando recti-lo em -n6s, que poderemos chegara ele Proust: 1954, 127) ‘Alm dessa confusio entre 0 excitorempirco eo escritor-riador, a cxtica biogrifica tentava detectar a vor do autor, que fata confidéncias de mancias sais ou menos disfargadas pela Regio, B conta a escuta dessa voz que se co- locos Barthes, preferindo prvilegia, como Mallard e Valery linguagem, 02 seja, como o sueito€ falado pela linguagem. Como if isa 0 prpro Proust F-Untec en pdt don ase meq oe ion ort a ce dios nsec Cem nous voulons eer de le comprone es fond de nou ‘siya dee reer en now be nos poarons pave 5 _que seria retomado por Barthes, 0 que conta na literatura nio é propriamente 1 que esti nas palavras, mas o que esti entre as palaveas (Proust: 1954, 157) Para Barthes, « “escrtura é a destruigdo de toda vor, de toda origem. A cscrtura € esse neutro, esse composto, esse obliquo sonde foge 0 n0sso sujeit, 0 branco e preto onde vem se perder toda identidade, a comesar pela 0 corpo que esereve” (Barthes: 1988b, 65) Assim, a partir do momento em {que 0 narrado se torna texto ¢ & dado ao pilbica, comega a morte do autor, ( estruturalismo de Barthes apoiava-se forremente no desenvolvimento da Linguistica, para a qual s6 existia sueito da enunciagio enquanto pessoa verbal: fovea que escreve € vazi, 6 existe enquanto eaunciados. Aomostrar que “o texto €um tecido de citagées" Barthes: 1988), a8 quais, ‘por sua vez, emanam de catros textos, Barthes dessacralizava a fgura do autor ‘como criador nico autoconsciente do texto. E,talvez, bom lembrar que 0 surgimento do autor est associado a0 humaniso modezno, que comegou no Renascimento « deriva da ideia mesma de “pessoa humana” (Barthes: 1988), Ao tiraro foco do autor, Barthes prvilegiavn oletor, aquele que tera oencargo de dar sentido 20 texto no processo de leita ‘onde se insezevem, sem que nenhuma se pers, todas as citagdes de que ¢ feta “O leitor & 0 espago mesmo- uma escritura; a unidade do texto no est em sua origem, mas no seu destino” (Barthes: 1988b, 70). Ja Michel Foucault comeca sua argumentagio tomando emprestada a frase de Beckett “Que importa quem fala, disse alguém, que importa quem fala” para afirmar que a escrita naquele momento havia se libertado do tema da expressio ¢ s6 se referia a si propria, sem se deixar aprisionar na forma da nterioridade. A referéncia cabe bem aos modelos formalistas ¢ antipsicolo. ‘gizances do nomeau roman francés ¢ do teatro do absurdo (de que fazia parte Beckett), que enfatizavam muito mais a aventura da escrita do que a escrita das aventuras, na célebre boutade de Jean Ricardou. Para Foucault, “na escrita, no ‘se trata da manifestacio ou da exaltacio do gesto de escrever, nem da fixagio ‘de-um sujcito numa linguagem; é uma questio de abertura de um espaco onde ‘0 sujeito de escrita esti sempre a desaparece:” (Foucault: 1992, 35). Ele as- ‘sinals 0 parentesco da escrita com a morte, que se manifesta “no apagamento ¥ “Seen et dns moet ps eating eo ne a comet bre "eto pl nied petiole cm ope tine erta gues sande ah =ene dos caracteres individuais do sujeito que escreve {Jj marca do escritor nio & ais de que a singularidade da sua auséncia” (Foucault: 1992, 36) Ele afirma que aio basta falar da morte do autor, 0 conceito de obra & ‘io problemitico quanto a individualidade do autor. Nio basta questionar a intencionalidade do autor (0 seu queter dizet) nio basta atribuir 4 eritica umn papel hermengutico ou exegético, « desaparecimento do autor esté submetido “a claususa transcendental” (Foucault: 1992, 41). Para Foucault, tata-se, pois, de “localizar 0 espago deixado vazio pelo desaparecimento do autor, seguir de pperto a reparticio das lacunas e das fissurase perscrutar os espagos, as funges, livres que esse desaparecimento deixa a descoberto” (Foucault: 1992, 41). ‘Barthes, em artigo de 1971, também critica 0 uso do termo “obra”, preferindo sempre falar de texto. “O texto é plural. Isso no significa apenas que tem varios sentidos, mas que realiza © préprio plural do sentido; um plural iredutve!”. Enquanto a obra estaria presa a um processo de fliaglo, em que 0 autor & (0 seu pai e proprietitio, o texto é lido sem a inscrigio do Pai, numa relicio ‘com outros textos (intertextualidade). O autor, a0 se colocar no romance, por ‘exemplo, torna-se um “autor de papel”, “o er que esereve 0 texto, também, rnunca é mais do que um ew de papel” Barthes: 1988, 74-6). Ao fazer isso, Foucault e Barthes dessacralizavam tanto a figuea do autor quanto o estaruto -da obsa litera, para tentar compreendé-os como parte de um processo muito mais coletivo e hist6rico. primeiro aspecto que vem & tona é a questio do nome do autor — que rio é a mesma coise que o nome de uma pessoa qualquer; um nome de autor -exerce uma fargo clasifcatéria que serve para delimitar um certo corpus (a obra do tal autos) e determinar a sua recepeio pelo publico leitor. “A fungko autor 6, assim, caracteristica do modo de existéncia, de circulagio e de funcionamento de alguns discussos no interior de uma sociedade” (Foucault: 1992, 46). 0 au- tor (ou, o que Foucault chama de fungio autor) surgiv no fim do século XVII quando se instaurou um regime de propriedade dos textos: do lado negative da questio, o autor se torna responsivel por seus livros, podendo ser punido por suns transgressées (basta pensar nas ameacas a fildsofos como Voltaire, Rousseau, Diderot), do lado positivo, ele adquire uma certa aura (até mesmo por suas transgressGes). Também aa mesma épaca opera-se um quiasmo entre a producio cientifies, que perde a Fungo autor, e a produgao literiria, em que se exacerba a fungio autor. A formagio do autor tem a ver com a projecio, “em termos mais ou menos pricologizantes, do trtamento a que submetemos 0s textos, as aproximagdes que operamos, os textos que estabelecemos como pertinentes, as continuidades que admitimos ou as exclusSes que efetuamos” (Foucaule: 1992, 51).A priticacrica se aproxima das técnica usadas na exeese crist, com eritéros semelhantesiqueles empregados por Sio JerBnimo (valor, coeréncia conceptual ot te6ric,unidade extiistica e momento histérco). De um ponto de vista mais formal, o texto tem signos que femetem & fangio autor, como os pronomes pessoal, os advésbios de tempo, a conju- {gxglo verbal. No romance hi algumes convengdes que atestam que 0 eu nto femete ao suitor real, empirco, mas a um narrador ou a um alter go. “Seria tio {also procarar 0 autor no escritor zeal como no locuor fticio; a fungio autor eferu-se na préipiacsio ~ ness dvisio e nessa dstincia”. Em suma, “todos 08 discursos que sio providos da funcio autor comportam esta pluralidade de ‘eus™ (Foucault: 1992, 55). A proposta de Foucault em relagio 20 autor é “retiat 20 sujito (ou a0 seu subsisto) 0 papel de fundamento origindrio ede © analisar como wma funcio variével e complexa do discurso” (Foucault 1992, 10), Como se pode ver, tanto Barthes quanto Foucault esvaziaram a fangio autor de sua carga de sueito pleno e detentor da origem e do sentido do texto, colocando 0 texto em relagio ¢ em ciculagio com outros textos; 20 mesmo tempo, esvaziaram a carga picologicante da exitica biogrfica, que buscava explicagBes vivenciais aos sentidos que emanavam do texto. "No entanto, como assnslou Giorgio Agamben, Foucault parece ter omitido as impicagdes éticas na sua formulagio da teoria dos enunciados, no lvzo.A quae do saber, no qual retoma alguns pontos do artigo “O que é um a%- toi?", Foucaule s6 mis tarde teria comesado “a medir todas as consequéncias ques dessubjetivaglo ex decomposigfo do autor pudian teaze para v proprio sujet” (Agamben: 2008, 143). Segundo Agamben, foi s6 em “A vida dos ho- mens infames” que Foucault colocou a questio do sueito de outra manera; tratava-se de um preficio a ama antologia de microrzelatos de pessoas reais ‘que foram condenadas pela justica nos séculos XVII e XVIIL Esses relatos de pessoas infames, cujas vidas mudaram de rumo devido a0 seu encontro com © poder, revelam seres que s6 saiam do anonimato devido aos seus crimes, insetitos nos arquvos judicitis. SR onion porugs p oe de Rn mon Diferente da sua postura diante do escritor, Foucault percebe nesses selatos os homens ¢ mulheres reais que softeram no passado e se exprimiram ‘com os meios rudimentares de que dispunham para contar suas vidas, ou seja, (0s sujeitos que aqui falam sfo “pungentes” porque teatralizam suas préprias Dai, para nés que olhemos de longe este primeico afloramento do quo- tidiano no cédigo politico, as estanhas fulguragées, qualquer coisa de pungente de intenso, que havers de perder-se posteriormente, quando fe fizerem, daquelas coisas e daqueles homens, “processos”, aualidades Ge jornal, casos (Foueaule: 1992, 123) Os sujeitos dos diseursos desses relatos nio exercem a “fungio autor”, ppodendo assim adquirr vida de carne ¢osso para Foucault, porque se tata da percepeio de suas vidas em momento de crise (0 enfrentamento da justic). ‘Alem disso, a defasagem existente entre sua linguagem normal (rudimentat) ce aquela que usam para tentar escrever, de maneira apropiada, is autosidades leguis (muitas vezes ao ri), sobre seus problemas reais, €0 elemento que punge, 6 essa diferenca que causa a emogio em Foucault ¢o leva a ver pulsar a vida dessas pessoas infames. E no rastro dessa emogio que ele percebe a dimensio ica da questio do sujeto nesses microrrelatos* Os biografemas de Barthes No confronto dis formulagdes de Basthes ¢ Foucault, percebe-se que nos smicrorrelatos dos “homens infames” nio ha propriamente “biografia”, jf que ‘eriminosos nio tém dircto a biografia, O que emana dos textos se restringe ‘20 momento em que cometeram delitos ¢ tiveram seus nomes inscrtos nos amas judicitios. Talvez esses elementos biogrificos, percebidos por Foucault ‘como pequenos instantineos, fulguragdes de pessoas reais, carnais, possam ser aproximados dos biogeafemas de Barthes. No liveo Sad, Fourier, Layoa, ‘Barthes considera nos trés autores estudados apenas alguns tragos corporais” assim como ele destacara na biografia de Michele, 2 enxaqueca do historiador; gett Bs vas clear de mac for not toe estes dos campo de once ome aan Agamben Ora de ns 2008. “ep rao de Si vo de ores de Foner, con apa de oki” “0 sujeito € disperso, um pouco como as cinaas que se atiram ao vento apés a morte”. Da mesma maneira, ele sonha que, apés 2 sua morte, algum bidgeafo faga dele uma biogeafia “esburacada”, reduzida “a alguns pormenores, a alguns ‘gostos, a algumas inflexdes, digamos: ‘hiogsafemas” (Barthes: 2005a, xvi). (O prazer do texto comporta também uma volta amigivel do autor. 0 autor que volts aio é por certo aquele que foi idenificado por nossas institugdes (.; nem mesmo o her6i de uma biografia ele €. O autor que vem de seu texto € vai para dentro da nossa vida nio tem unidade; é lum simples plural de “encantos”, o lugar de alguns pormenores ténues, fonte, entretanto, de vivos lampejos romanescos, um canto descontinuo de amabildades, em que lemos apesar de tudo a morte com muito mais certeza do que na epopeia de um destino; a é uma pessoa (ci, moral), um compo Barthes: 2008a, xvi). Na esteira de Régine Robin, podem-se associar duas aogBes criadas por Barthes, a de biografema ea de punta: no acompletude de uma histéra,nio 2 foto toda, mas peyuenos detalhes algumas inlexBes, que emocionam numa biografia ov auma foto, “O biografema faz emergir um conjunto de objetos pascsis, um infra-saber no eategorizado, um imaginésio” (Robin: 1989, 157).* Vale lembrar que em A cémara lara Barthes usou dais conceitos para analisar a selagio que temos dante ds fotografia: 0 stdinm seria quilo que o sueito pode compreender com sua bagagem cultural jo puncum designa aquele pequeno clemento na foto que provoca emogio, que punge. Barthes, 20 olhar as fotos a mile, recém-falecida, ao conseguia reencontri-la, pois nenhuma delas lhe

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