Ofício nº 61/2021/CENTRODH Brasília, 24 de agosto de 2021.

ÀS EXCELENTISSIMAS PROMOTORAS
NÚCLEO DE ENFRENTAMENTO À DISCRIMINAÇÃO
DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL
E TERRITÓRIOS – NED/MPDFT.

Ao cumprimentar cordialmente, apresentamos o Centro Brasiliense de Defesa dos

Direitos Humanos - CENTRODH, entidade da sociedade civil que atua no Distrito Federal pela
promoção e defesa dos direitos humanos, traz mais um ponto a ser verificado pelo órgão aqui
exposto.

No momento, o CENTRODH vem por meio deste mostrar preocupação acerca das
estratégias pedagógicas adotadas pela instituição Centro Educacional do Lago Norte do DF
(segue em anexo as informações que a escola CED.LAN divulgou) que estão a executar como
procedimentos não compatíveis a uma realidade que abarque os direitos individuais e civis de
estudantes do ensino básico instituído em diversas leis e normas que regulam a viabilidade da
execução educacional em nosso Estado. A prática pedagógica que está sendo publicizada por
parte dos gestores para serem executadas pelos docentes da instituição, corrobora de forma
subjetiva na subtração de direitos fundamentais fomentando o preconceito e a discriminação
que sempre culminam em atos de violências de variadas ordens.

Tal atitude nos causa preocupação, uma vez que a conduta de segregar por gênero os
dias que os alunos devem ir à escola é uma atitude que não converge ao debate acerca da maior
interação como mecanismo de expansão de educar para convivência pacífica com toda e
qualquer diferença. Entende-se por nós e por muitos setores da sociedade civil que a realidade
ter o ensino híbrido adotado pelas escolas nos Distrito Federal é um ato já instituído e
normatizado no cotidiano social e romper com tal prática pode causar constrangimento e

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desconforto em alunos que não se encaixam nesse padrão pré determinado sociocultural , é
público que os mais afetados aqui mais uma vez serão os jovens LGBTQIA+, os não binários
que neste caso não teriam dias para irem para à escola, assim como vítimas diretas seriam os
indivíduos transexuais que manifestariam desconforto para ir às aulas presenciais por não se
sentirem integrada à comunidade escolar .

Pelo contexto exposto, o Requerente postula a adoção de providências urgentes por

parte de Vossas Excelências, no que tange à elucidação dos fatos supramencionados,
requerendo:

1. Agendamento de reunião com as referidas escolas para mediar a busca

de soluções, se possível ter a presença e participação da entidade já apresentada.
2. Abertura de diálogo com a Secretaria de Estado de Educação para
debates de modelo de educação mais inclusivos para os jovens LGBTQIA +.
3. Expedição de recomendação visando uma educação mais inclusiva e que
respeite as pessoas LGBTQIA+ residente no Distrito Federal.

Atenciosamente,

Michel Platini
Presidente

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Segue Anexos:

COMUNICADO DA ESCOLA PARA A COMUNIDADE:

As aulas presenciais retornam dia 16/8 no esquema de revezamento entre grupos.

Para o presencial, as turmas serão divididas em dois grupos:

GRUPO 1: MENINAS/MOÇAS
GRUPO 2: MENINOS/RAPAZES

Na semana de 16/8 a 20/8, irão presencialmente para a escola APENAS O GRUPO 1:

MENINAS/MOÇAS.

Na semana de 23/8 a 27/8, irão presencialmente para a escola APENAS O GRUPO 2:

MENINOS/RAPAZES.

Na semana de 30/8 a 3/9, RECOMEÇA o revezamento com o GRUPO 1

(MENINAS/MOÇAS) e assim sucessivamente.

Os horários das aulas são:

Matutino: 7:50 as 11:50

Vespertino: 14:00 as 18:00

Obs.: qualquer alteração será avisada

Nos dias 16/8 e 23/8, os alunos sairão 30 minutos mais cedo.

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