You are on page 1of 169
WML Tg! ) Para dar vida as exposigées, criei um persona : gem fictfcio, Ponte Pequena a quem procure, de todo = © modo, ajudar, tirando-o das diticuldades superveni- entes (qualquer semelhanca com alguém do conheci- mento dos leitores sera mera coincidéncia). Nao posso encerrar este prefécio sem fazer al- kaa guns agradecimentos. Primeiramente, ao meu amigo ? eae Francis Cassou, pela sua colaboracae na parte artisti- ca, a Pierre Chevillotte, pelo carinho empregado na da pelo esqueleto sélido 6 autre parte pelo liquido, e ¢ chemad= de PRESSAO NEUTRA. Loge que se permite & dus escapar, 0 esqueleto solide se comprime @ @ pressio neutrs diminui, aumentando 2 carge suportada pelo esqueleta. Finalmente, apés muito tem po, até séculos, 2 égua nao Sa portaré mais pressdo € o sala ester A velocidade de adensamen to depende da facilidade com que a agua pode escapar Gu = coar. Esta facilidade & tanto melor quanto mais permedvel for o terreno. & esta permeabilidade que 48 a velocidade de recalque das censtrucies. Solos diferentes ou solos iguais, quando submetidos 2 pressdes diferentes, nao Se comportam da mesma maneira. Quando as car- gas que as fundagdes fransmitem aos solos do a0 bem equilibradas, ape secem recalques diferen- ‘Giais que geram uma série de incenvenientes. ‘A argila se deforma len- Hamente. A detormagdo é fanto maior quanto maior ‘quantidade de dgua ela con- fiver e quanto maior for a carga sobre ela aplicada. A areia se deforma de- ressa 6 tanto mais quanto maior for a carga sobre ela aplicada Por esta razSo, a Tome! de Pisa tem esse jeito inci nado t30 nosso MEDIDAS . DAS CARACTERISTICAS DO SOLO EM LABORATORIO diferentes caracteristicas que devem ser medidas em um solo so ‘A. A GRANULOMETRIA {estudada na pagina 15) & OO TEOR DE UMIDADE © © PESO ESPECIFICO DB. OS LIMITES DE LIQUIDEZ E DE PLASTICIDADE —& A PERMEABILIDADE E A CAPILARIDADE A medida da quantidade de agua em um solo se faz simplesmente por secagem. A mostra é pesada e em’ seguida colocada fem estufa a 105° até que o peso da amos- fre permanega constante. A diferenca en- fre a primeira e ditima pesagem (quando 0 eso ja se mantém constante) é igual ‘quantidade de 4gua contida na amostra © PESO ESPECIFICO dos gros ¢ 0 peso por unidade de volume dos graos sélidos do solo. 0 peso do solo seco é determina- do pela balanga. O volume ¢ medido com © auxilio de um aparelho denominado PIC- 10. Em um frasco cheio de agua até @borda, coloca-se um sélido : a quantidade de aqua derramada é igual ao volume do Sélido. E suficiente medir a quantidade de Gus trensbordeda para que se conhega 0 volume procurado © PIGNOMETRO 6 constituido por uma garrafa dro, fechada com rolha, através da qual passa dotade de um copinho. Mede-se, inicialmente, © do frasco, enchendo-se de dgua até o nivel do Em seguida, esvazia-se 0 frasco, colocando nele tra de material seco, cujo peso especifico deve se terminado. O frasco deve, entéo, ser novamente agua é agitado, de mado que se eliminem todas de ar. A diferenca entre o primeiro © © de gua colocado no frasco fornece o volume A diferenca entre os pesos determinades na ‘segunda operagoes fornece o peso do sdlido = peso da 4gua, que ndo coube no frasco quando va com a solo dentro. Como se vé, o peso espec obtido por um calculo muito simples. © aspecto e a CONSISTENCIA dos solos, ¢ em & lar dos que contém argila, variam de maneirs conforme a quantidade de agua que retém. se em particular quatro estados - o liquide. o semi-sélido e 0 sdlido. Estes estados so separados por limites definidos por Atterberg: LIMITE DE LIMITE DE PLASTICIDADE ¢ LIMITE DE RETRAGAO, conforme esquems Pléstico ‘Semi-sdlido LIMITE DE LIQUIDEZ E determinado pelo apare- 0 de Casagrande, consti- tuide por uma manivela que move uma concha metélica, fazendo-a cair sobre uma ba- se de ebonite, um certo nix mero de vezes. Prepara-se uma certa quan: tidade de pasta com teor de umidade bem definido. Colo- ca-se esta pasta na concha por meio de uma espatula. Com 0 auxilio de um instru: mento especial, faz-se uma ranhura na pasta segundo o eixo da concha. Em seguida coloca-se esta no aparelho, submetendo-a a quedas se- guidas. Anota-se o numero de que- das necessdrias para que 1 om de ranhura se feche. O limite de liquidez 6 definido pelo teor de umidade neces- sério para que a ranhura se feche com 25 quedas. O valor determinado através de en- salos sucessivos. O teor de umidade 6 a relagéo entre 0 peso da agua e o peso do ma. terlal seco contido numa amostra de solo. RANHURA DEPOIS DAS PANCADAS, A RANHURA COMEGA A FECHAR-SE LIMITE DE PLASTICIDADE Inicla-se como se faria com uma massa de pao para moldar uma bolinha. Em seguida rolase a bolinha, feita com o material da amostra em uma placa de mérmo- re ou de vidra, de modo a formar um pequeno bastio de 3 mm de didmetro e 12 a {5 cm de comprimento. © limite de plasticidade ¢ defi- nido como © teor de umidade do material do bastonete, quando, com aquelas dimensdes, ele comeca a se fissurar, enquanto submeti- do a0 rolamento. Mede-se esse teor de umidade por secagem. — DE PLASTICIDADE E a diferenca entre 0 limite de liquidez e o limite de plasticidade. ip = LL — LP DE RETRAGAO E 0 teor de umidade abaixo do qual o volu me da amostra cessa de diminuir. Para se de- terminar o limite de retrago procede-se a secagem em estufe. Pesase ¢ mede-se o volume da amostra em um frasco cheio de mercurio. Ao contrério, quando se umedece o solo seco, ele incha logo que o teor de umidade ultrapassa 0 limite de retragao. Esse aumento de volume pode ser sufici- ente para erguer uma obra, especialmente nos paises naturalmente secos, quando aci- dentalmente ocorre o umedecimento do solo ou quando as fundagdes se opuserem a eva- poragéo da dgua. Quando a pressdo causada pela fundagao for suficiente para se opor ao inchamento, es- te néo chega a ocorrer. E preferivel neste caso projetarem-se fun- dacdes profundas bastante carregadas @ que nao se oponham & evaporacéo. LIMITES DE ATTERBERG mitem. nao apenas caracterizar 0 ma- mento do solo, mas também fornecer as corregdes a serem procedidas so 0 teor de umidade seja inferior ao li- e de plasticidade, o material pode ser con- rado compactado & oferecer resisténcia escorregamentos. Quando o teor de umi- je natural for superior ao limite de liqui- . 9 solo se escoa e pode ser considerado como um liquide viscose. (lodo] é um exemplo deste caso. Em ida estao ilustrados alguns exemplos de Jimites para diferentes argilas e limos (agua em % de matéria seca). lite de liquidez (LL) = limite de plasticidade (LP) = in@lce de plasticidade (IP) (ambouitet) a il gis vutcanca | Terra ‘araia de Taga go Borech|argia de Geninics | datomscoss | Nowscour, | Mas ronan) ones | it | | le See as | se 19) 907 7" = ee arwia por | timo gory | time ages (Besancon) Tomemos um frasco cilindrico suficientemente gran- de € que disponha, em sua parte interior, de comunice- gdo com um reservatério. Enchamos este frasco com o material em estudo e deixemos corer égua dé maneira que seu nivel aflore na parte superior do frasco, No caso do material em absoreao ser permedvel a gua se infiltra através do mesmo. © COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE ¢ igual a0 quo- ciente entre o produto da altura do solo h pela quan tidade de 4gua Q que atravessa o solo na unidade de tempo @ o produto da diferenga do nivel d’égua H pela segao S. COEFICIENTE Qxh DE =Kk= PERMEABILIDADE HERE: € ainda possivel a determinagéo da permeabilidade de um terreno por meio de um pogo ou senda. Cravam- ‘se tubos furados até que seja atingida a camada imper- medavel com uma altura H. Bombela-se em seguida a agua de um dos tubos e mede-se a quantidade de dgua bombeada, por unidade de tempo, bem como o rebaixa- mento do nivel de agua dos demais tubos. Bombeamento © movimento da agua no so- Jo permeével produz uma pres: séo como se cada grio fosse impelido no sentido da corren- Em um tubo de ensaio, esta pressao pro- porcional a “perda de carga’. isto 6, & altura de 4gua H. A presséo tende a compactar 0 solo quando ela encontra um obstéculo, No caso desta pressio agir de baixo para cima ou leteralmente sem obstaculo, pode deslo- car o solo diminuindo sua compacidade lareias soltas € areias: méveis). Hé uma turbuléncia no meio imergente. quando 0 gradiente hidréulico subindo ay , se torna igual ou superior a densidade do 80- lo imerso (a densidade saturada menos o em- puxo de Archimedes igual a 1,d = D — 1). Neste momenta um peso colocado na super- ficie do solo desce violentamente. Pode en- tho medir o gradiente critico igual 2 Quando no curso da secagem de uma esca- vagéo em um terreno arenoso, o gradiente atingir este valor critico, a areia se torna sol- ta e 0 fundo da escavagao pode ser elevado. Este fenémeno pode ser impedido pelo carre- gamento da areia por meio de materiais per- medveis. ‘A gua pode, assim, arrastar particulas do solo. Formam-se galerias que ag afundarem, formam crateras. Os franceses dao a este fe- némeno 2 nome de “raposa™. _ - No sentido de indicar a ordem de grandeza da PERMEABILIDADE, apontamos a seguir a velocidade com que a agua atravessa alguns tipos de terreno, quando submetides @ uma diferenga de pressdo de 1 g por cm, ou seja 100 g por metro. MISTURA. PEDREGULHO- AREA DE AREIA E ARGILA © solo quando carregado se deforma mais ‘ou menos lentamente. Os vazios diminuem de volume @ so cheios de agua. E, pois, im- portante canhecer o volume de vazios carac- terizados pelo INDICE DE VAZIOS, que é a relagao entre volume de vazios ¢ 0 volume de sélidos. A PORQSIDADE ¢ a relacdo entre volume de vazios e o volume total aparente. Para determinar o indice de vazios. determina-se o volume da amostra intacta, em sequida quebra-se e seca-se a.amostra. Determina-se entéo o volume dos finos por meio do picndmetro. A di- ferenga entre og dois volumes ¢ igual 20 volume de vazios. werificer come um solo pode se sob 2 ay3o de uma carga. de- ‘Ser procedidos ensaios de COM- PRESSIBILIDADE. tanto, usa-se um aparelho com 0 de EDOMETRO. O esquema deste é ilustrado na figura ao lado. O € dotado de pequenos tubos que ‘@ comunicacdo entre a agua, na parte superior e a amostra ‘mostra a ser submetida ao ensaio cortada & mao. cuidadosamente. para colocada na camara cilindrica, Nesta ‘camara, é colocada entre duas placas po- rosas denominadas “pedras porosas”. A pedra porosa inferior fica em comu- nicacio com um tubo pelo qual a dgue pode escoar Aplicase, em seguida, sobre o pistao a pressdo P e mede-se a deformagao progressiva cam o tempo. A primeira operagdo 6 constituida pela saturagio da amostra o que é obtido através do enchimento da cimara de sai- da e dos tubos do pistao, com agua. Deste modo, 0 solo é saturado ¢ tendo a expandir-se. A oposigae a expansao ou inchamento é feita comprimindo-se 0 pistdo. Aumenta-se em seguida a com- pressdo a cada 24 horas e anotam-se as deformacdes medidas pelos relégios comparadores. Apés © dltimo cairegamente procede- se 0 descarregamento. O solo novamen- te incha lentemente seguindo uma certa velocidade que é registrada pelos reld- . s comparadores. Pedras porosas a Para interpretar estes resultados fraga- mos 0 diagrama das deformagdes em co- ordenadas logaritmicas da carga. Para aqueles que esqueceram, eu vou a relembrar 0 que é um logaritmo. Suponha- mos que queirames fazer um presente & nossa esposa de uma pedra preciosa, O vendedor nes mostra uma pequena pedra que vale 500 cruzeiros LoG. 10 Uma pedra duas vezes maior, vale 5.000 cruzeiros, quer dizer, dez vezes mais, uma pedra trés vezes maior, 50.000 cruzeiros, quer dizer, dez vezes mais que a preceden- te, uma pedra 4 vezes maior, 500.000 cru- zeiros etc. Nés diremos agora que 0 peso varia com © logaritme de prego na base 10, quer dizer. que cada zero suplementar sobre o preco aumenta o peso de uma unidade. E possivel calcular 0 logaritme de ume cifre qualquer com uma simples négué de eileie. os Em um disgrams, ancte-se na ordenada 0 indice de varios obtide durante 24 horas, €. ma abeissa_ 0 logaritmo da pressdo correspondente. 0.8 oF 0,6 Indice do vazios 05 0,05 TEMPO: a EM MINUTOS A variagéo obtida, se compde de duas linhas retas uma curva, Obtém'se deste curva a PRESSAQ DE CONSOLIDA- 0,10 aso 74 5 igadas por CAO. Ela indica que o terreno, durante séculos, foi submetida a uma certa préssio maxima igual & pressdo de consolidagao por um tempo conside- ravelmente longo. Este presséo pode ter sido causada por uma so- brecarga desaparecida apds alguns anos, talvez pela rémogao de terras ou pela erasio ou por qual- quer outro motivo, Quando se submete um solo a uma carga menor do que a de consolidago 0 solo se deforma pouco. Além deste ponto ele se defor- ma bastante. Para uma camada de espessura original H com- preendida entre duas camadas permedveis o tem- po de consolidacao é de: Para uma camada que faceia acima au abaixo de uma camada permeavel o tempo de conso- lidagdo @ quatro vezes maior do que 0 precedente. Por meio do edémetro pode-se medir a defor- mage ao longo do tempo sob uma determinada carga. Tendo sido o logaritmo do tempo registrado na abcissa 6 as deformagées na ordenada, a varia- Gao destes, é caracterizada por duas retas liga- das por uma curva. O coeficiente de consolida- ¢a0 € neste caso calculado pela formula : 0,197 x h® cy = —— 4T onde T 6 © tempo necessarlo para ser obtida a metade da deformagio correspondents ao ponto A da curva. A férmula permite determinar o tempo necessario para que seja obtida a consoli- dagdo correspondente a deformagao de uma ca- mada de espessure h. Este _ensaio permite ainda calcular o (COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE dos solos adensados para os quais os méto- dos classicos so Inadequados ou mes- mo invidve Efetivamente. a contraggo expulsa a agua para o exterior da amostra e a ve- locidade de deformagao depende da per- meabilidade. O coeficiente de permeabi- lidade 6 assim : Cv (e, — 0) Ba K = ——————_ onde: (1 + ap) P Ss € 0 coeficiente de consolidagao indice de vazios inicial indice de vazios sob a pressio P peso especifico da dgua (=1) (€9 — e) = variagao de altura Geralmente, o solo se seguindo superficies de mento, ao longo das quais . gros se deslocam uns em F lagdo aos outros. Quando deslocamos um objeto pesa- do, devemos aplicar uma for¢a que ¢ tan- to maior quanto mais pesado for o obje- to. © GOEFICIENTE DE ATRITO é a rela- g&o entre a forca horizontal necesséria ao deslocamento da carga sobre uma su- perficie, que pode ser a de deslizamento. e O peso da carga. solo cisalhado possui um COE- SIENTE DE ATRITO que pode ser dido e que determina o angulo de atrito, sarelho de cisalhamento clas- de “Casagrande” é constituido uma caixa retangular dividida ‘duas por um plano horizontal. A a é colocada entre duas pe- porosas granuladas @ solidé- ‘83 duas meias caixas. A parte se move horizontalmente. © Desloca-se a parte superior da caixa apli- cando-se a ela um movimento a uma certa welocidade (1,5 mm por minuto por exemplo) © mede-se com o auxilio de um dinamdmetro aforca f correspondente Geralmente, esta forga passa por um mé ximo Fe diminui em seguida, Relacionando- Se a carga P a0 valor do cisalhamento corres pondente fF, determina-se geralmente uma reta mais ou menos inclinada. Para as areias esta reta passa pelo ponto 0, isto quer dizer que para carga nula nao hé resisténcia ao cisalhamento. Diz-se que as areias nao possuem coesdo: so soles pulverulentos, Seu Engulo de atrito corresponde aproximadamente ao do talude natural. Os solos mais ou menos argilosos tém uma coesao (ou resisténcia ao cisalha- mento sob carga nula). Eles se mantém inde- formados quando sio cortados. Tém ainda uma pequena resisténcia & compresséo. 2 sogut sigms veleves do corals © de ings de atte do dimmmtes - solos intactos_ 5 =m 5 3] = S = 5 3 2 =e Dato ; a " 1 ib s sz 5 ie Areia (€ngulo de atrito va- Limo de Orly Marga Vi ria com o indice de vazios e) (Paris) 5 : E Ee ——s =| S 3 es g e g 8 8 iz u " u " S a 3 2 8 E z 3 e 8 3 8 Marga branca Argila Lime argiloso de infragipsifera Besancon As indicagées precetientes foram de- duzidas de ensaios de materiais com teores de umidade naturals. Secando-se uma argila, pode-se aimentar o seu 4n- gulo de atrito 6 sua coesdo. O mesmo ocorre em se mantendo uma certa car- ga durante um tempo relativamente grande em um solo relativamente per- medvel de modo a ser retirada parte da figua intersticial. Pode-se ainda obter aproximadamente a coeséo de um solo gracgas a um ensaio de compressae sim- ples de. uma amostra cortada do bloco do material em questéo. Observa-se que a ruptura ocorre por deslizamento (sobre um plano inclinado que ferma um Angulo A com o plano da seg&o comprimida). ‘Quando o angulo de atrito é nulo o angu- lo A é fgual a 45°. Este dngulo A aumen- ta quando o Angulo de atrito aumenta. COESAO DO SOLO A coesdo do solo é devida ao fato de que 08 gros s4o ligados entre si por delgadas particulas de agua que exercem forcas elétricas, cujo efelto € 0 de manter os grAos coesos, ou por camadas de gua que exercem tenses capilares entre os graos € ‘gue so tanta maiores quanto mais ‘proximos estiverem os gros. E a mesma forca capilar que faz subir 2 Sgua em um tubo, tanto mais alto quanto mais fino for o tubo. ‘As forgas agem ao longo das superticies que separam a agua do ar, onde se formam ténues membranas. Observam-se bem estas membranas, quando se agita a agua ou quando se asso- pram bolhas de sabio {a adigio do sabao aumenta a tenséo superficial, ou seja a re- sisténcia da membrana @ tragdo). A inter- fase dgua/ar toma a forma de uma super- ficie curva que se chama menisco. Menisco Quanto menor for o raio do menisco maior € a tragao exercida pelo menisco. Para que 2 coesdo capilar possa ocorrer, & necessario que coexistam ar @ dgua. Quando se inunda um solo. a coesdo de- aparece e ele se desagrege. Goloquemos areia num saco de borracha. Se apertarmes © saco com 4 mAO, a areia se deforma, movimenta-se,sobe, desce e sai sem dificuldade. Retirando-se com a boca o ar do saco (com cuidado para nao engulir areia) faz-se um vécuo parcial. Fechemos em segul- da a boca do saco com um barbante de ma- neira qué 0 vacuo se mantenha pelo menos em parte © saco de borracha exerce entéo uma pres- sao sobre a areia em todas as diregoes & 0 costal volume dificilmente se deformara sob a pres- sao das maos. A areia que possuia uma coe- so nula adq uma coesao artificial nova tanto quanto mais elevada for a pressdo p. Pressao de cisalhamento se catrega uma amostra retirada do solo, ela se deforma ¢ incha lateralmente numa certa quantidade que depende de sua natureza Consideramos no so- loo mesmo volume. O — _ solo que 9 rodeia se deformagao —- ‘opée a0 inchamento, vertical REAGE e provoca pres- Ore des laterais que redu- zem a deformagao lon- gitudinal assim como 10 recalque. Essas pressées pro- vocam © aumento da resisténi Prato O ENSAIO TRIAXIAL Anel de aperto —+ Consiste justamente em determinar o efeito desta pressdo lateral sobre a resisténcia. A amostra cilindri- ca tirada, 6 introduzida dentro de um tubo de borracha muito fine. Em uma das extremidades, ela 6 posta em contato com um prato e na outra com uma pedra Amostra Tubo de rosa. O fechamento absoluto é assegurado por dois borracha anéis de aperto nas extremidades: finissimo Anel de aperto Pedra porosa A amostra assim monteda ¢ colocada dentro de uma camara hermeticamente Pista fechada, cuja parede lateral, € constitui- da por um tubo transparente @ grosso. Dentro desta camara, agua sob press&o que comprime a amos- tra do solo em todas as diregées. Depais aplicamos sobre 0 pistdo longitudinal uma forga P até a ruptura da amostra, Durante © carregamento, a medida € feita pelo movimento do pistéo, que dé a deformacdo longitudinal da amostra. Durante a operagdo a agua ¢ comprimida e expulsa. Esta atravessando a pedra po- rasa pode ser liberada, ¢ a operacdo de DRENAGEM. Pode-se também, gragas a um dispositive, impedir a saida da agua, aplicando na mesma uma pressio, que é medida, a qual é a pressao neutra. Pode- ‘ se ainda manter a pressio neutra.cans- intersticial tante, retirando uma certa quantidade de agua. tivo de pressao que se opée & saida da agua. Assim 6 resumidamente o ensaio tria- xial que completa o ensaio do edémetro ‘€ g ensalo de corte com maiores possi- bilidades. Resistencia a Resisténcia a compresséo compressao simples 0b prassao lateral q A pressio hidrostatica da égua qa presséo lateral aplicada. Se P é a for: ca aplicada pelo pistao e Sa grandeza da segdo da amostra, a pressdo longl- tudinal 6 z mais a pressdo hidrostética, ou seja p = = + q, Consideramos um ensaio ende a ruptura tem lugar sob uma presséo lateral q 6 uma pres: sao longitudinal p. Marcam-se estes dois valores ao longo de uma reta ho- rizontal obtendo-se dois pontos A é B. A. meia distdncla de A e de B, se situa o ponto C distante da origem 0 pela grandeza P+ % Tomando G como centro, pade-se tragar um meio circulo, que passa par A ¢ B. Em outras condigées de ruptura, q sendo menor, por aA: cbtémse um outro circula de diametro A’ B' onde o centro é em C' © Sosim por diante, Para os solos constate-se que existe ume reta envoltorta tangente eo mesmo tempo a todos os circulos. € a reta AT (na pratica, a dis- persiio experimental faz com qué certos circulos fiquem levemente no inte- -Fior da reta © que outros podem ser um pouce cortados, mas o ajuste apro- ximative pode ser feito sem dificuldade). A reta RT, chamada RETA DE COULOMB, possui propriedades interessantes. Ela faz com a horizontal um Angulo que nde é outro sendo o ngulo de atrito, que jé vimos: Ela Sorta a vertical a zero por um valor igual ao da coesdo. O circulo passando pela origem ente reta e cujo centro se situa sobre a horizontal, possui um diametro igual & re: sisténcia & compressdo simples, sem presséo lateral resisténcia 4 compressdo sob uma pressdo lateral Q é igual a (p-q). O DIAGRAMA_DE MOHR é, antes de tudo, uma representagdo cOmoda das condigoes de ruptura. uma AREIA, sem aderéncla, a Para uma ARGILA MUITO PLASTI- envoltéria passa pela origem 0. CA a reta limite € horizontal. A re- A resisténcia A compressao simples. sisténcia & compressao independe ‘nula mas a resisténcia a compres- da pressao lateral. sob pressdo lateral aumenta ra- pidamente. e ainda desculpar-me jun- 20 senhor Ponte Pequens, por es. expasi¢ao um pouco abstrata. ‘certamente incompleta, mas que ser indispensdvel 4 compre- ensao da mecanica do solo. RECONHECIMENTO SISMICO utiliza a velo- cidade de propagagao do som nos diversos materiais. Esta veloci- dade é diferente para, cada material. Se é de 100 a 200 m/s_num solo muito solto, pode ir de 200 a 400 m/s na areia, de 400 2 800 m/s na argila,,de 500 a 1,000 m/s para as alteragdes de rochas, de 2.000 a 6.000 m/s Para os calcdrios @ até 7.000 m/s para os granitos e rochas similares, A fim de explicar melhor 9 principio da sondagem do solo polo som, mostra-se como exemplo um andarilho que esta atravessando uma floresta espessa, Esse andaritho deseja ir 2 uma clareira situada 2 2 km de seu ponto de partida e ele sabe que nesta floresta a velocidade média serd de 1 km por hora, Demorard, portanto, 2 horas para fazer 0 trajeto, mas a floresta limitada por um campo de terra trabalhada a 500 m onde a velocidade de marcha poderd chegar a 3 km por hora. Ele terd jeresse de chegar mais cedo, indo pelo campo ? Um célculo mostra que 0 percurso minimo seré feito em 1 hora e 45 minutos com a condigéo de partir com um angulo A, de 63°. Nas melhores condi¢ées, o andarilho ganha 15 minutos. Mas se a distancia até a clareira fosse inferior a 1,4 km, 9 caminho mais curto seria a linha reta. De uma maneira geral a formula do tempo minimo é 1 pi [+ aVE=] 0 Onde a ¢ a comparagao entre a distancia ao campo ea distancia a percorrere b a compara- ‘ga0 entre a velocidade V1 no campo de trabalho e 2 velocidade Vo, na floresta. Para alcancar uma ‘segunda clareira situada a 5 km demoraria 5 ho- res em linha reta e 2 horas e 54 minutos indo pela ‘estrada. Paralelamente a floresta, existe uma es- trada onde se pode andar a 5 km por hora. Pode-se ter interesse em alcangar esta estrada © 0 tempo de percurso ¢ de 1 hora e 50 minutos, ligeiramente superior ao segundo percurso. Pera alcancar a segunda clareira, pela estrada demoraria no minimo 2 horas e 10 minutos; logo © tempo, mais curto é seguindo pelo campo. ‘técnica é utilizada para o reconhecimento dos terrenos. Para executar uma sondagem sis- mica sobre um terreno que teniha um fundo rochaso, uma camada de argila e uma cema- da de areia, trocamos o andarilho por uma onda sonora provocada sobre a superficie por um equipamento especial. A (velocidade olga 250 game m/s) Argila (velocidade - 600 m/s} Rocha (velocidad 2 2 Distancia Um aparelho chamado geofone capaz de captar as vibragdes 6 instalado em um ponto fixe ¢ 0 emissor do som a distancias PANCADA mr 1 erescentes. Tene | © geofone regula o tempo percorrido entre a emissie e a ‘decorride . recepgiio do sinal dado pelo equipamento. O primeiro sinal re- . \depoisido cebido dé automaticamente 0 tempo minimo do percurso, o ca Ichoque minho mais Sobre um grafico, temos a distancia na horizontal e o tempo na vertical. Em principio, devemos, obter um conjunto de retas que se cortam em pontos determinados e um calculo permite conhecer a espessura das camadas e @ sua natureza a partir da velocidade do som. Na realidade, as coisas néo séo sempre tao simples, as ¢a- madas néo séo forcosamente paralelas e uniformes, mas os en- genheiros qualificados sabem dar uma interpretagao bastante exata da natureza dos subsolos. E também possivel conjugar estes ensaios com medidas de resisténcia elétrica do solo entre 03 pontos superficiais de distancia crascente que podem fornecer dados para camades cada vez mais profundas Um outro pracesso de reconhecimento é © ensaio com penetrador. Quando se quer ‘colocar uma barra no solo, é mais dificil fazé-lo quando o solo 6 mais duro e tam- bém € mais dificil quanto mais profunde- mente estamos penetrando a barra A sondagem feita pela barra de maneira aperfeicoada é realizada por aparelhos cha- medos PENETROMETROS. Para comecar, te- mos que saber que a resisténcia que se opde a penetragao se compée de uma re- sisténcia do solo na ponta e de um atrito lateral, Nos aparelhos de sondagem é indispen- Savel separar as duas grandezas, onde a mais importante é, as vezes, a resisténcia de ponta. Pera este efeito os penetrémetros sio formados de um tubo de sondagem no cen- tro do qual uma barra independente ¢ colo- cada soliddria com a ponta cénica. Um meio econdmico para obter uma forga ole- veda consiste em empregar uma pancada 19 cabo esta agora munido de um cabecote sobre o qual deixamos cair um peso. Um prego penetra mais facilmente na madeira que no concreto Penetrémetro dinamico fir UP? Ponta Resisténcia da ponta Mede-se entdéo o valor da penetragao sob um numero de batidas determinadas. Se encontra uma camada mais dura. a pe- netragao diminui, A interpretacio des- - te ensaio 6 dificil por- que 0 correlaciona- mento da carga dind- mica do ensaio com a carga estatica das fun- dagdes sé pode ser feito empiricamente e baseado na experién- cia acumulada de ou- tros trabalhos neste mesmo solo. MACACOS: TUBO DE ATRITO LATERAL EIXO (forca em ponta) No penetrémetro estdtico, o eixo soliddrio da ponta ¢ o tubo sao carregados separ mente polos “macacos”, de maneira que a deformacao seja a mesma, medindo-se ao mo tempo 9 atrito lateral e a carga em ponta, ém fungéo da profundidade de penetragao. Mas este processo necesita de forcas importantes para segurar a reagdo. Em geral, emprega-se um caminhéo mui carregado ¢ no caso de seu peso ainda nao corresponder aco, ancora-se este dispositive lateralmente no selo, com 2 da de estacas a vista ou sistema similares. © diagrama ao lado, mostra o resultado de um tal ensai Trata-se de um cabo de 15 cm quadrados de seco. Vé-se a passagem da primeira camada de argila para a de pedregull corresponde a um aumento de resisténcia da ponta, que dimi logo que penetra numa camada de argila, tornando-se mais menos constante. O atrita lateral torna-se mais ou menos cor tante na camada de pedregulho ¢ aumenta proporcionalmer apés a penetragéo na camada de argila. Pode-se, desta mat ra, conhecer bem a fundagdo e dos valores encontrados obter, pelo cdlculo a carga suportada por uma estaca ou tubuldo_ Com todos estes meios, o que é preciso fazer quando Se eiro lugar, deve- Pode-se. em seguida as- — til, partis @r uma ou varias son- segurar-se da constancia para 0 caso das & profundidade su das camadas ou descobrir sobre estacas, por exemplo 30 m) acidentes, mudancgas de ensaio de p @ presenca de perfil através de reconhe- er 0 corte geolégi- cimento sismico ou elétri jostras € levé. 60. forma é sempre indispensé: @ especialistas no assunto, improvisacao € perigosa. e o sub- gpresenta como uma incégnita. que oS FUNDACOES Neste livro, nao 6 possivel tratar profunda do calculo de fundagées. Gostaria apenas de suge rir algumas idéias sobre as previs6es possiveis d comportamento dos solos carregados, pols CALCU- LAR E PREVER. Em Engenharia, hd duas coisas importantes a conhecer : A deformagao e a ruptura preciso que a deformacéo seja aceitavel e que a ruptura no se produza sob as cargas @ sobrecar gas provaveis de servico. Para avaliar o recalque calculam-se por formulas classicas (férmulas d Boussinesq) as pressdes que o subsolo suporta nos diferentes nivels sob a carga. As linhas de igual Pressdo vertical (1 kg/cm2, 3/4 kg/em2 ete.) for- mam bulbos e assim pode-se saber em cada ponto da camada qual é a press&o suportada. Se 0 solo fosse constituido de um corpo eléstico, poder-se-ia, obtendo o total das deformagdes de ca- da camada, sob sua prépria elasticidade, determinar Q recalque imediato ¢ definitivamente alcancado Oe fato. 0 solo, 6 constituido por camadas lentamen- te compressiveis que se consolidam pela evacua. go da agua, como mostram os ensaios no edametro (ver pag. 31) © pode-se, levando em conta estas pro- priedades e suas medidas sobre as amostras, obter uma boa estimativa da velocidade do recalque e de seu limite. tes de falar sobre ruptura das fundagdes é essério dizer algumas palavras acerca do em- 9 ative e empuxo passive. Considere-se uma rede vertical atrés da qual se acha um monte areia. Se o talude natural do monte estiver abai- = do nivel do pé da parede, esta nao serd pres- onada pela areia, bem entendido. Mas se nés ermos © vazio ABC com uma quantidade de @ suplementar, a parede tende a se deslocar. forca necesséria para manter a parede na posi 6 vertical, 6 0 EMPUXO ATIVO (sobre um muro arrimo por exemplo). Este empuxo aumenta do o solo est4 sobrecarregado. Seu célculo em conta o coeficiente de atrito e a coesao pag. 27) que diminul em geral, quando o solo inundado. Neste caso deve-se somar ao em- 0 da terra a pressfo exercida pela dgua, que eer, ‘sua propria conta, é 0 empuxo hidrosté- r Is80 que nos muros de arrimo, ¢ indis- el colocar-se os buracos (barbacas) para a pressio da dgua que pode se acumular nas. Se 0 muro cair, as terras escorregam e se am, seguindo uma superficie AG chamada ie de escorregamento. A parte mével do limitada pela curva AG. Se entretanto rado © muro, Constata-sé que 6 necessa- ar uma forga bem mais elevada, Esta for- EMPUXO PASSIVO que pode igualmente ser do a partir dos dades experimentais, quer do cosficiente de atrito e da coesdo do solo sobre amostras O movimento do so empuxo passivo, mol de solo muito maior que o de nto, isto explica a maior da forca necessaria. O conheci est fenémeno é muito impor- se utiliza o solo como 2 forcas inclinadas ou horizon- ‘ancoragens, macicos de ponte em arco etc. er = Quando se constrél sobre -0 S0- lo uma sapata de fundagao, ela mais ou menos profunda e sua execugéo mais ou menos rdpida. Se a carga que ela suporta é mul- to elevada, o solo rompe. Ele no rompe porm como um sélido [como 0 concreta, por exempio) mas ascorrega sobre si mesmo: hd um recalque do solo nos lados, as superficies de escorregamen: to AG séo formadas e determinam es ondas de levantemento. As forcas que agem ao longo de AO fazem com que o solo fuja, ten dendo deslocar-se para o exterior Este é um fendmeno de empuxo passivo. Tudo isto se pode calcular, quande se conhe- cem as propriedades do solo e quando se consta- ta que quanto mais a sapata se aprofunda, maior 6 a carga de ruptura, e maior o volume do sola AQG posto em movimento. Quando se caminha em uma praia, a areia com- primida pelo pé sobe de cada lado e 0 pé se afun- da, Mas & uma certa profundidade © pé para: a capacidade de carga aumentou como no caso de uma sapata colocada mais profundamente. Nés consideramos aqui um salo homogéneo para sim- plificar as coisas. Na realidade, ele normalmente & formado por camadas de naturezas diferentes Quando a resisténcia das camadas aumenta com a profundidade, vai tudo bem. Mas quando uma ca- mada mais resistente repousa sobre uma camada menos resistente, a coisa é diferente. Pode-se for- mar sob a sapata um puncionamento e a rolha de areia, por exemplo, penetra verticalmente na ar- gila, empurrando-a para os lados. No caso em que @ camada inferior ¢ constituida de vasa ou argila muito mole, pode-se evitar 0 puncionamento dan- do & sapata uma dimensdo transversal, pelo me: nos igual a um quarto da espessura da camada superior. Se esta condi¢o nao pode ser preenchi: da é necessdrio entao atravessar esta camada mo: le e fazer a fundagio descer até uma camada mais resistente.

You might also like